Notas de um quase vencido
Igor Barca
A dor que me consome some
O mundo que invejo vejo
O som de meu ouvido olvido
O cigarro que não trago trago
O espectro que assusta susta
Palavras que eu calo falo
Sentidos não comovem movem
Vírgulas não separam param.
Ecos perguntam porque não paro, parto.
Não paro pois meu parto é impossível.
Não parto pois o mundo não é meu, não posso partí-lo como me convém.
Não vim para partir, partir as contas dos meus erros,
Errar no mundo sem ter, sem tido.
Continuo com frio
com fio
cansado
calado
com fome
com sede
com nada
com medo
comigo
contigo
contido.
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