ÍNDICE
INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
PREÂMBULO
DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO
GÉNESE E EVOLUÇÃO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA FLUP.......................5
1ª PARTE. CURRICULA E CONDIÇÕES MATERIAIS....................................9
CURRICULUM DA LICENCIATURA......................................................................10
CURRICULUM DA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DA FLUP......................12
CURRICULUM DO MESTRADO EM GEOGRAFIA
ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS.................................................................................21
ESPAÇOS....................................................................................................................22
EQUIPAMENTOS.......................................................................................................23
ORÇAMENTOS..........................................................................................................26
PESSOAL NÃO-DOCENTE.......................................................................................26
2ª PARTE. DADOS REFERENTES AOS ESTUDANTES .................................27
EVOLUÇÃO DE 1989/90 A1996/97...........................................................................28
PERFIL DOS ALUNOS INSCRITOS NO CURSO DE GEOGRAFIA NOANO
DE 1995/6.....................................................................................................................29
FREQUÊNCIA NAS DIFERENTES DISCIPLINAS.................................................35
3º PARTE: ALGUNS DADOS RELATIVOS AO CORPO DOCENTE.............38
PROVAS ACADÉMICAS REALIZADAS NOS ANOS LECTIVOS DE1991/92 A 95/96
......................................................................................................................................40
ACTIVIDADE CIENTÍFICA DOS DOCENTES........................................................48
ACTIVIDADES CIENTÍFICO-PEDAGÓGICAS.......................................................49
COLABORACÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES................................................49
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DOS DOCENTES.....................................................50
4º PARTE: O PONTO DE VISTA DOS ALUNOS
INQUÉRITO ALUNO/ANO.......................................................................................53
SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA OS ALUNOS......................................................60
5º PARTE: ANÁLISE DAS DIFERENTES DISCIPLINAS.................................62
1º ANO.........................................................................................................................63
2º ANO.........................................................................................................................65
3º ANO.........................................................................................................................68
4º ANO.........................................................................................................................70
5º ANO
CADEIRAS DE OPÇÃO.............................................................................................74
2º ANO.........................................................................................................................74
3º E 4º ANOS...............................................................................................................75
6º PARTE: O PONTO DE VISTA DOS DOCENTES...........................................78
7º PARTE: CONCLUSÕES. AUTOAVALIAÇÃO DE PONTOSFORTES
E FRACOS..................................................................................................................82
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................89
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 1 -
INTRODUÇÃO
PREÂMBULO:
A mudança de instalações e a redução dos tempos lectivos
Coube-nos a nós, por designação da Comissão Científica do Curso de Geografia,
organizar o processo de avaliação interna do referido curso, no ano lectivo de 1995-1996.
Trata-se de uma tarefa que, embora realizada com gosto, dado o interesse
pedagógico e científico que nela adivinhávamos, apresentava, à partida, algumas
dificuldades óbvias.
Como é sabido, a instalação dos diferentes cursos da Faculdade de Letras no seu
novo edifício teve lugar, precisamente, no início do ano lectivo de 1995-96. O atraso nas
obras e no fornecimento do equipamento levou a que a inauguração oficial das aulas só se
fizesse no dia 7 de Dezembro de 1995.
Deste modo, apenas houve uma semana de aulas (utilizada, geralmente, como aula
de apresentação de programas, métodos de avaliação e bibliografia) antes do período de
férias do Natal.
Para não prejudicar os alunos (que dificilmente abdicam da avalição periódica ou
contínua, dada a maior segurança que estas lhe oferecem), o Conselho Pedagógico decidiu
que as modalidades de avaliação seriam mantidas durante este ano lectivo, apesar das suas
características excepcionais. Por isso, houve que fazer a tradicional e inevitável interrupção
de 3 semanas das aulas para a realização dos primeiros testes de avaliação periódica.
Embora se procurasse recuperar algum tempo lectivo durante as férias da Páscoa e
na semana da Queima das Fitas, a verdade é que o número de aulas foi excepcionalmente
baixo, como poderá verificar-se no Quadro I.
Acresce a isto o facto de as instalações não estarem ainda a funcionar a 100% na
altura em que as aulas tiveram início. À adaptação a circunstâncias novas juntou-se a
progressiva instalação de algumas infrastruturas e serviços de apoio (mobiliário
inadequado/insuficiente nas salas de aula, não funcionamento de elevadores, abertura
tardia do bar, inexistência de parque de estacionamento, etc, etc...), que acabaram por
converter a mudança para “a casa nova” num processo gerador de algum stress entre
docentes e alunos. Talvez por isso, as apreciações ao novo edifício estejam longe de ser
entusiásticas...
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 3 -
A necessidade de “comprimir” as matérias tidas como necessárias e adequá-las a
um período lectivo tão curto, converteu-se numa outra fonte de problemas.
Por isso, é possível que alguns índices de satisfacção sejam mais baixos do que
seria de esperar num ano “normal”.
Com efeito, o ano lectivo de 1995-1996 está longe de ser um ano normal - e como
tal deverá ser entendido, pese, embora, o esforço que foi desenvolvido para tentar
minimizar as consequências de um período lectivo excessivamente curto. Queremos,
desde já, reforçar o facto desta avalaição ter sido realizada nessas circunstâncias,
contrariando as próprias recomendações do guião do processo de avaliação.
Desenvolvimento do processo de auto-avaliação:
- os inquéritos realizados
Cientes do interesse que, para o processo de auto-avaliação, terá o auscultar da
opinião dos docentes e discentes foram elaborados 3 inquéritos:
1 - Inquérito aos docentes;
2 - Inquérito aluno/ano;
3 - Inquérito aluno/disciplina.
Os nºs 2 e 3 foram avaliados pelos docentes que os levaram a cabo.
No caso do inquérito aluno/ano foi escolhido um Professor de cada um dos anos
do curso, que avaliou o inquérito genérico respeitante a esse ano.
No caso do inquérito aluno/disciplina, cada docente ficou encarregado de avaliar os
inquéritos da sua própria disciplina. Esta foi desdobrada em aulas teóricas e práticas, no
caso de a cadeira ser ministrada por mais do que um docente.
Os originais dos inquéritos foram devidamente arquivados.
A análise dos resultados do inquérito aos docentes, bem como a comparação entre
os inquéritos realizados para os diferentes anos do curso será apresentada pela Professora
incumbida da organização do processo de auto-avaliação.
A apreciação dos inquéritos veio demonstrar que eles foram, quiçá, complexos em
excesso, com demasiadas questões de tipo qualitativo (de avaliação muito difícil).
Pensamos, todavia, que cumpriram amplamente o seu objectivo. Mais do que servir
de apoio ao processo de Avaliação Externa, eles foram o detonador de um verdadeiro
processo de auto-avaliação que permitiu a cada docente confrontar-se com os feed-back
da sua actividade pedagógico-científica, mostrando, com bastante clareza, os erros
cometidos e as arestas que há que limar para se conseguir um Ensino eficaz e ajustado às
necessidades duma sociedade em constante mutação.
Deste modo o processo de auto-avaliação terá contribuído para a consecussão de
um dos seus maiores objectivos: a melhoria da qualidade do Ensino.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 5 -
Os inquéritos realizados e análise das respostas obtidas corresponderam à mátéria
prima essencial de que este relatório é feito.
Permitimo-nos fazer - como aliás é sugerido no "Guião" elaborado pelo CRUP -
alterações à ordem e à forma de organização do relatório, tentando que ele fosse um
resultado da forma como efectivamente se desenvolveu o processo no curso de Geografia,
mais do que uma resposta segundo um esquema (O Guião) previamente determinado.
Assim, este relatório é composto de diversas partes;
• Condições objectivas (espaços, equipamentos, curricula, características dos alunos
e do corpo docente);
• O ponto de vista das alunos (análise dos inquéritos aluno/ano e aluno/disciplina);
• O ponto de vista dos docentes;
• Conclusões.
Integram este relatório anexos, organizados por anos curriculares, em que são
apresentados os programas e bibliografia das disciplinas e cada docente apresenta e
discute os resultados do inquérito efectuados aos alunos, bem como os testes e alguns
exercícios aplicados nas aulas.
O curriculum dos docentes faz parte de um outro volume de anexos.
Os textos de apoio constituem outro conjunto de anexos e estão organizados por
disciplinas.
GÉNESE E EVOLUÇÃO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA FLUP
O curso de Geografia da FLUP foi criado em Julho de 1972, entrando em
funcionamento em Outubro do mesmo ano.
O curso iniciou-se com o curriculum geral da licenciatura em Geografia, comum a
todas as Faculdades de Letras do país. Segundo esse curricullum, a maior parte das
cadeiras do 1º ano eram leccionadas na Faculdade de Ciências. Devido ao deficit de
docentes e de condições materiais, a única disciplina especificamente de Geografia
(Geografia Física I), só teve início em Outubro de 1973, juntamente com o 2º ano do
curso.
Pouco depois aconteceu o 25 de Abril. A reestruturação dos curricula que então se
gerou levou a um período de uma certa experimentação pedagógica e científica, comum a
todas as Universidades do País, ao mesmo tempo que os poucos docentes afectos ao
curso se desmultiplicavam, assegurando as aulas teóricas e práticas de diversas
disciplinas.
Em 76-77 os primeiros alunos do curso chegaram ao 5º ano. A partir dessa data,
iniciou-se uma fase de maior estabilização do curso, coincidente com a mudança, em
Março de 1977, das instalações provisórias hoje ocupadas pelo Instituto de Ciências
Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) para as instalações a Rua do Campo Alegre.
O aumento do número de docentes foi permitindo uma maior adequação da
especialização em curso de cada um deles relativamente à matéria cuja docência
asseguravam.
O número de alunos cresceu muito rapidamente nos primeiros anos.
Começou-se por admitir um numerus clausus de 45 alunos, o que, a multiplicar
pelos quatro anos do curso do Plano de Estudos vigente a partir de 1978, assegurava um
frequência média de 200-250 estudantes.
Passou-se depois, para um numerus clausus de 50 e, em 1991-92 e 92/93 para 60
estudantes.
Mas o grande salto seria dado em 1993-1994, em que o numerus clausus passou a
ser de 90 alunos.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 7 -
81/8282/83
83/8484/85
85/8686/87
87/8888/89
89/9090/91
91/9292/93
93/9494/95
95/9696/97
S1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Figura 1: evolução do numerus clausus de 1981/82 a 1996/97
Isso produziu um aumento rápido do número de estudantes que, no ano lectivo de
1995-1996 é de 469.
Infelizmente, a evolução do número de docentes não teve um desenvolvimento
idêntico. Durante os últimos anos lectivos não foi possível fazer novas contratações, o que
veio sobrecarregar os docentes ao serviço, uma vez que o número de alunos teve um
aumento muito significativo. O mesmo processo diminui, necessariamente, o tempo
disponível por cada docente para atender cada um dos seus alunos, traduzindo-se numa
certa degradação das condições de Ensino e numa frustração latente no seio dos
professores.
Comparando o número de estudantes com o número de docentes verifica-se que, a
relação professor/aluno é, precisamente, de 1/17.
O facto de este valor coincidir com a ratio definida para as Faculdades de Letras
não nos serve de consolação. No fundo, esse facto só vem provar que se trata de uma
ratio que não toma em linha de conta a especificidade do curso de Geografia,
necessitando de aulas práticas, de trabalho com mapas, de aulas de campo e de laboratório
que não se compadecem com uma ratio tão elevada.
Na verdade, dada a existência de 6 cadeiras por ano, essa ratio significa que cada
docente tem, em média, 102 alunos a seu cargo. A situação piora se pensarmos que, dos
29 docentes ao serviço, no ao de 1995/96 há 3 docentes com dispensa de serviço docente
e um quarto que está ausente do país, prestando serviço em Organismos Internacionais.
Se, a isso, juntarmos a necessidade de, cumulativamente, fazer investigação científica
que permita a manutenção e a progressão na carreira, compreende-se uma parte das
frustrações visíveis em alguns dos inquéritos recolhidos.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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1ª PARTE. CURRICULAE CONDIÇÕES
MATERIAIS
Curriculum da Licenciatura
O actual curriculum está em vigor desde 1987. Este curriculum evidencia uma
tentativa de actualização dos curricula anteriores (1972-1974; 1974-1978; 1978-1987).
Nota-se uma diferença substancial que se refere ao número de cadeiras, que passa
de 4 para 6 cadeiras anuais.
Uma das principais preocupações foi o assegurar de duas disciplinas obrigatórias
de Geografia de Portugal (Física e Humana), que foram consideradas indispensáveis para
assegurar o conhecimento do país aos futuros licenciados.
Ao mesmo tempo, a Geografia das Regiões Tropicais, que existia como disciplina
obrigatória, desapareceu do curriculum, o que corresponde a uma necessidade de
adequação do curso aos interesses dos alunos, cuja motivação em relação a essas
matérias nunca foi muito grande. A cadeira acabou por ficar completamente
descontextualizada da estrutura curricular do curso, a partir da independência das ex-
colónias.
Paralelamente ao aumento de disciplinas de opção previstas no curriculum,
verificou-se uma tentativa de abertura de novas disciplinas de opção, embora condicionada
às disponibilidades em docentes.
Criaram-se os Seminários, substituindo as disciplinas até então designadas
“Técnicas de Aplicação”. Procurou-se que esta disciplina terminal do curso assegurasse
uma iniciação à investigação por parte dos alunos, permitindo uma escolha entre
Geografia Física e Humana e de algumas especialidades (Geomorfologia, Climatologia e
Recursos Naturais, Geografia Rural e Geografia Urbana) dentro dessas duas áreas.
Todavia, a maior inovação deste curricullum foi a implementação do “Ramo
Educacional” a partir de 1987/88.
No final do 2º ano os alunos inscrevem-se, se o desejarem, no Ramo Educacional.
Todavia, a respectiva frequência é condicionada ao número de vagas para estágio
existentes nas escolas do Ensino Básico e Secundário.
Um das disciplnas de Opção do 3º ano é substituída por "Introdução às Ciências da
Educação". No 4º ano, as três cadeiras de opção são substituídas pelas disciplinas do
Ramo Educacional (Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Organização e
Desenvolvimento Curricular, Metodologia do Ensino da Geografia).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 11 -
Atendendo às dificuldades de emprego para os licenciados em Geografia, fora do
Ensino, o número de estudantes que frequentam o Ramo Científico foi sempre
relativamente diminuto.
A título de exemplo, diremos que, no ano de 1994/95, a percentagem de alunos do
4º ano a frequentar o Ramo Científico era de 22%. Muitas vezes são os piores alunos,
aqueles que não têm vaga no Ramo Educacional, que acabam por ficar no Ramo Científico
Por outro lado, muitos alunos acabam por se inscrever no Ramo Educacional a
contragosto, lamentando o espaço que as respectivas disciplinas ocupam no curso e a
correlativa dificuldade em frequentar as cadeiras de opção necessárias ao aprofundamento
das matérias que mais lhes agradam.
Alguns alunos acabam por frequentar disciplinas de opção como “opções
complementares” embora estejam inscritos e a frequentar o Ramo Educacional, com a
sobrecarga horária que isso implica, só para não abdicarem da componente científica que
sentem ser insuficiente no Ramo Educacional.
A insuficiência dos cursos em termos científicos resultantes da implementação do
Ramo Educacional, bem como o facto de os alunos do Ramo Educacional só ficarem
licenciados com o 5º ano e com a aprovação no Estágio Pedagógico (ao contrário dos
alunos do Ramo Científico) são outras tantas objecções que quer docentes quer discentes
do curso levantam relativamente ao actual Plano de Estudos e à estrutura do Ramo
Educacional.
Po esse motivo, desde o ano lectivo de 1991-92 que se vem tentando implementar
um novo curriculum. Todavia, dificuldades existentes ao nível dos outros cursos da FLUP
impediram que essa reestruturação fosse viabilizada e entrasse em funcionamento.
Nota: Um historial mais detalhado dos primeiros 15 anos de funcionamento do Curso de Geografia
da FLUP e dos sucessivos planos de estudo pode ser encontrado em:
Moreira da Silva, R. Fernanda - Curso de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do
Porto - 1972-88, in Revista da Faculdade de Letras - Geografia, 1ª Série, Vol. IV, p 5-13, Porto, 1988
CURRICULUM DA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DA FLUP
(a partir de 1987)
1º Ano
• 1GEO01 Métodos de análise em Geografia (Anual)
• 1GEO04 Elementos de Estatística aplicados à Geografia (Anual)
• 1GEO05 Geografia Humana I (Anual)
• 1GEO06 Geografia Física I (Anual)
• 1GEO91 Introdução aos Estudos Geográficos (1º Sem)
• 1GEO92 Introdução à Geologia (2º Sem)
• 1 Disciplina de Opção (Anual)
2º Ano
• 2GEO01 Geografia Humana II (Anual)
• 2GEO02 Geografia Física II (Anual)
• 2GEO03 Elementos de BioGeografia (Anual)
• 2GEO04 Formação do Mundo Moderno e Contemporâneo (Anual)
• 2 Disciplinas de Opção (Anuais)
3º Ano - Ramo Científico
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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• 3GEO01 Geografia Física de Portugal (Anual)
• 3GEO02 Geografia Humana de Portugal (Anual)
• 3GEO03 Geografia Económica e Social (Anual)
• 3GEO04 Antropologia Social e Cultural (Anual)
• 2 Disciplinas de Opção (Anual)
3º Ano - Ramo Educacional
• 3GEO01 Geografia Física de Portugal (Anual)
• 3GEO02 Geografia Humana de Portugal (Anual)
• 3GEO03 Geografia Económica e Social (Anual)
• 3GEO04 Antropologia Social e Cultural (Anual)
• 3GEO09 Introdução às Ciências da Educação (Anual)
• 1 Disciplina de Opção (Anual)
4º Ano - Ramo Científico
• 4GEO01 Teoria e Métodos em Geografia (Anual)
• 4GEO02 Seminário de Geografia Humana (Anual) ou
• 4GEO03 Seminário de Geografia Física (Anual)
• 3 Opções (Anuais)
4º Ano - Ramo Educacional
• 4GEO01 Teoria e Métodos em Geografia (Anual)
• 4GEO02 Seminário de Geografia Humana (Anual)
• 4GEO03 Seminário de Geografia Física (Anual)
• 4GEO05 Organização e Desenvolvimento Curricular (Anual)
• 4GEO06 Metodologia do Ensino da Geografia (Anual)
• 4GEO04 Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem (Anual)
5º Ano - Ramo Educacional
• 5GEO01 Estágio Pedagógico (Anual)
• 5GEO02 Seminário (Anual)
Disciplinas de Opção na Área de Geografia
2º Ano
• 2GEO05 Geografia da População (Anual)
• 2GEO06 Cartografia (Anual)
• 2GEO07 Geografia dos Recursos Naturais (Anual)
• 2GEO05 Agricultura na União Europeia (Anual)
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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3º e 4º Anos
• 3GEO10 Sociologia Rural e Urbana (Anual)
• 3GEO11 Climatologia (Anual)
• 3GEO12 Geografia Rural (Anual)
• 3GEO13 Geografia Urbana (Anual)
• 3GEO15 Geomorfologia (Anual)
• 3GEO18 Planeamento dos Transportes (Anual)
• 3GEO22 Geografia Histórica (Anual)
• 3GEO25 Geografia do Turismo (Anual)
NOTA: 1GEO01: ano e código da disciplina
CURRICULUM DO MESTRADO EM GEOGRAFIA:
Dinâmicas Territoriais e Ordenamento do Território
O curso de mestrado teve início durante o ano lectivo de 1994-95.
Actualmente está em curso o 2º ano do curso de mestrado que se destina à
preparação das teses de mestrado. Frequentaram e concluiram a parte curricular do
mestrado 18 alunos.
Ano de 1994-1995
1º Semestre
• Desenvolvimento e impactes ambientais
• Métodos e técnicas de análise territorial
• Políticas de intervenção regional e local
• Potencialidades e dinâmicas sócio-culturais
2º Semestre
• Centralidades e desenvolvimento
• Gestão e conservação ambiental
• Instrumentos de intervenção regional e local
• Periferias e espaços marginais
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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Ano de 1996
3º e 4º Semestres
Seminários para acompanhamento dos trabalhos de investigação conducentes à
realização da dissertação de mestrado.
TEMAS E NOMES DOS MESTRANDOS
kkkkkkkk
Orientador: Álvaro Domingues
Mestrando: Maria Laura Lima Vieira
Tema: A Indústria da Malha em Barcelos
kkkkkkkk
Orientador: Álvaro Domingues
Mestrando: Joaquim Oliveira Martins Sampaio
Tema: Residência Secundária no Concelho de Esposende
kkkkkkkk
Orientadora: Ana Monteiro
Mestrando: Jorge Manuel dos Santos Oliveira
Tema: REN - Reserva Ecológica Nacional: Critérios de Definição e Delimitação
kkkkkkkk
Orientador: António Pedrosa
Mestrando: Ana Maria Moutinho Ferreira de Carvalho
Tema: A freguesia de Baltar - um estudo de ordenamento do território
kkkkkkkk
Orientador: António Pedrosa
Mestrando: Francisco da Silva Costa
Tema: A cidade de Amarante
kkkkkkkk
Orientador: José Alberto Rio Fernandes
Mestrando: Adélia Luísa Teixeira da Silva Fonseca
Tema: Dinâmicas urbanas no espaço setentrional do Grande Porto.
kkkkkkkk
Orientador: José Alberto Rio Fernandes
Mestrando: Maria da Luz Baptista da Costa
Tema: O transporte de passageiros e o metro ligeiro do Porto.
kkkkkkkk
Orientador: José Alberto Rio Fernandes
Mestrando: Maria Amândia Vieira
Tema: Gondomar: suburbanização e desenvolvimento.
kkkkkkkk
Orientador: José Alberto Rio Fernandes
Mestrando: João Pedro Figueira Mendonça
Tema: Tarouca: as dinâmicas e as estratégias de desenvolvimento.
kkkkkkkk
Orientador: José Alberto Rio Fernandes
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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Mestrando: Maria Olinda Pereira
Tema: Planeamento estratégico: uma avaliação na Região Norte.
kkkkkkkk
Orientador: Luís Paulo Saldanha Martins
Mestrando: Eduarda Lago Ferreira
Tema: O centro histórico de Vila Nova de Gaia
kkkkkkkk
Orientador: Luís Paulo Saldanha Martins
Mestrando: José Maria de Oliveira
Tema: As praias de Matosinhos e Vila do Conde: evolução do espaço balnear
kkkkkkkk
Orientador: Luís Paulo Saldanha Martins
Mestrando: João Carlos Lourenço de Aguiar Mimoso
Tema: Processo evolutivo da animação nocturna do Porto
kkkkkkkk
Orientador: Luís Paulo Saldanha Martins
Mestrando: Mário Alberto Santos Falcão
Tema: O Porto e as políticas municipais de turismo
kkkkkkkk
Orientadora: Nicole Devy-Vareta
Mestrando: Ana Maria Saavedra de Pinho Oliveira
Tema: O uso de baldios na área de montanha do concelho de Arouca
kkkkkkkk
Orientadora: Nicole Devy-Vareta
Mestrando: Rui Carlos de Sousa Alcântara Carreira
Tema: Gestão e educação ambiental em espaços verdes na área metropolitana do Porto
kkkkkkkk
Orientadora: Rosa Fernanda Moreira da Silva
Mestrando: Humberto Óscar Parreira do Nascimento
Tema: Impactos ambientais provocados por regadios
kkkkkkkk
Orientadora: Rosa Fernanda Moreira da Silva
Mestrando: Jorge Teixeira dos Santos
Tema: A pesca em Portugal Continental: o caso amostra de Matosinhos
kkkkkkkk
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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ORIENTAÇÃO DETESES DE
DOUTORAMENTO
Orientadora: Rosa Fernanda Moreira da Silva
Doutoranda: Maria Helena Mesquita Pina
Tema: A região duriense
kkkkkkkk
Orientadora: Rosa Fernanda Moreira da Silva
Doutoranda: Fantina Tedim de Sousa Pedrosa
Tema: O Povoamento na Serra do Marão
kkkkkkkk
Orientadora: Rosa Fernanda Moreira da Silva
Doutoranda: Paula Cristina Remoaldo
Tema: Mortalidade e morbilidade infantil em dois concelhos do Noroeste
kkkkkkkk
Co-orientador: José Alberto Rio Fernandes
Doutoranda: Elsa Pacheco
Tema: Os novos eixos viários e a indução das transformações dos usos do solo
(Albergaria, Esposende e Amarante)
kkkkkkkk
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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ESPAÇOS EEQUIPAMENTOS
ESPAÇOS
O curso de Geografia dispõe, como espaços lectivos, de diversas salas situadas,
preferentemente, no 3 e 4º pisos da Faculdade. Relativamente às disciplinas com maior
frequência efectiva é possível dispor de 3 anfiteatros. Todavia, atendendo ao grande
número de disciplinas existentes nos diferentes cursos da FLUP que têm uma elevada
frequência, esses espaços são escassos e rateados.
Nem sempre é posível realizar as aulas teóricas com elevada frequência nesses
espaços.
A alternativa são salas onde o obscurecimento é deficiente (sobretudo aquelas que
estão viradas a sul), senão impossível, e onde o uso de meios audiovisuais resulta muito
comprometido.
Mesmo os anfiteatros (com excepção do “anfiteatro nobre”) não foram previstos
para a utilização desses meios. Nomeadamente a projecção de diapositivos, que poderia
ser um apoio pedagógico importante nas cadeiras do curso de Geografia, não foi previsto
para os restantes 2 anfiteatros. Os docentes têm que colocar o projector no meio das
cadeiras ocupadas pelos estudantes, o que implica uma certa imobilização do docente
enquanto está a projectar diapositivos e coarta a possibilidade de utilizar simultaneamente
transparências ou de utilizar o quadro para esclarecer qualquer questão entretanto surgida.
Torna-se difícil saber qual a área existente por aluno: com efeito, as diversas salas
são partilhadas por diferentes cursos, em percentagens variáveis, o que torna o cálculo da
área disponível por aluno praticamente impossível e provavelmente inútil.
Mais relevante que esse cálculo seria o estudo da adequação das referidas áreas à
frequência efectiva dos estudantes. A realização de trabalhos práticos, fundamentais no
processo de avaliação, no decurso das aulas práticas conduz a que elas sejam bastante
frequentadas, geralmente mais frequentadas que muitas das disciplinas dos outros cursos
da FLUP.
Nas páginas seguintes é possível observar as Plantas dos pisos 2, 3 e 4 com a
indicação dos espaços especificamente ligados ao curso de Geografia. As respectivas
áreas podem ser consultadas nos quadros das páginas seguintes.
Igualmente se anexa um quadro com a indicação dos gabinetes respeitantes a cada
docente, bem como dos cacifos que lhe foi atribuído.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
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EQUIPAMENTOS
Laboratório de Geografia Física
Este laboratório está instalado em 2 salas contíguas. A mais pequena delas foi
pensada para ser um laboratório para trabalho dos docentes. Aí se guardarão os
equipamentos mais sensíveis, que deverão ser utilizados apenas pelos docentes ou sob a
sua vigilância.
Na outra sala é possível dar aulas teóricas e práticas. Dispõe, ainda de um
computador Apple Macintosh e de uma impressora para permitir que os resultados das
análises realizadas no Laboratório possam ser imediatamente registadas nas respectivas
folhas de cálculo.
No momento em que este relatório é elaborado (início de 1997) alguns dos
equipamentos requisitados para as novas instalações começam a chegar.
Por isso, até que o processso esteja concluído a principal actividade que pode
realizar-se no laboratório são análises sedimentológicas muito simples (granulometria e
morfoscopia) e algumas análises elementares da qualidade da água.
Mapoteca/sala da catalogação
A instalação da Mapoteca numa área condigna, num dos melhores espaços da
Faculdade e a contratação de 2 funcionários para aí trabalharem exclusivamente, tem
permitido uma reestruturação e uma significativa melhoria do serviço prestado. Essa
reestruturação passa por uma catalogação do material existente e pela aquisição de mapas
que correspondem às carências que essa catalogação exaustiva permitiu detectar.
Trata-se de um dos locais mais frequentados pelos estudantes. As as opinões são
quase unânimes na atribuição de uma nota muito positiva para as novas instalações da
Mapoteca.
Sala de informática/alunos
Também esta sala representa uma melhoria significativa relativamente às antigas
instalações. Aqui é possível os estudantes trabalharem com computadores de diversas
plataformas (Windows e Mac).
No momento em que o relatório está a ser elaborado, existem 4 PCs a funcionar e 2
Macs.
Dispõem, ainda, de uma impressora HP a jacto de tinta.
A existência de uma disciplina de informática (opção do 1º ano) e a generalização
do uso de computadores permitem que a frequência da sala seja livre, sem
acompanhamento dos docentes.
Todavia, é necessário aumentar a formação dos estudantes nestas áreas, de forma a
impedir a deterioração e o uso indevido do material e o não funcionamento do mesmo por
motivos facilmente evitáveis. Parece evidente, também, que há que reformular a disciplina
de Introdução à Informática de molde a que ela permita que o maior número possível de
alunos se familiarize com o trabalho com computadores. Porém, também parece evidente
que não há equipamento informático suficiente para que a disciplina possa funcionar de
modo adequado e de forma a "cobrir" a generalidade dos estudantes de Geografia.
Sala do SIG (Sistema de Informação Geográfica)
Possui uma Estação gráfica, de marca Intergraph, com uma mesa digitalizadora.
Possui, ainda, um PC HP a 166 MHz, equipado com o programa Microstation,
trabalhando em ambiente Windows.
Ambos os computadores permitem a digitalização e utilização de informação
georeferenciada.
Além disso existe, ainda um PC Vectra HP em que se pretende implementar o
registo de dados climatológicos.
A contratação de um funcionário tem permitido a realização de trabalhos de
interesse geral, nomeadamente ao nível da digitalização de cartografia de base, para uso de
todos os docentes.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 27 -
Sala de informática/docentes
É um dos locais mais frequentados pelos docentes. Dispõe de um excelente
equipamento, utilizado, inclusivamente, por docentes de outras secções da Faculdade,
menos bem equipadas na área da informática.
Salienta-se a existência de diversos computadores Apple Macintosh, ligados em
rede:
• Quadra 840AV (8 Mb de RAM, disco de 500Mb, écran de 20 polegadas, leitor de
CD ROM);
• Power PC (8 Mb de RAM, disco de 350Mb, écran de 13 polegadas);
• Power PC (16 Mb de RAM, disco de 500Mb, écran Apple Vision, leitor de CD
ROM);
• Power PC (16 Mb de RAM, disco de 2 Gigabytes, écran Apple Vision, leitor de CD
ROM);
• Scannner Apple Ophoto, a cores,
• Impressora Apple Laser-Pro
• Impressora HP Paint Writer XL a cores (formato A3).
No domínio dos PCs tem havido um investimento bastante importante:
• 2 PCs Vectra HP.
• 1PC UltraVectra HP, com possiblidades Multimédia e Windows/95
• 1 impressora Laser Jet HP
• 1 Plotter A0 (DesignJet 750C).
Sala do GEDES
O GEDES (Gabinete de Estudos de Desenvolvimento e Ordenamento do
Território) é uma Unidade de Investigação que agrupa 18 docentes do curso de Geografia
e 10 docentes do curso de Sociologia. Ao abrigo dessa Unidade de Investigação têm sido
adquiridos diversos elementos bibliográficos que estão guardados nessa sala. Sendo uma
sala com uma pequena dimensão tem sido utilizada para reuniões e para a realização de
aulas de Mestrado.
Sala de estudos e projectos
Dispõe de algum equipamento informático:
• PC Vectra HP;
• 1 Apple Macintosh IICI
• 1 PowerPC (8 Mb de RAM, 1 Gb de disco), écran de 13 polegadas
• Impressora Apple Laser Writer
• Scanner Apple One Scanner a preto e branco.
Esta sala tem as condições de ligação à Internet aguardando-se a todo o momento
que essa ligação se efective de molde a permitir aos docentes e alunos a consulta de
documentos na Rede e o envio e recepção de mensagens de e-mail.
Os computadores Apple Macintosh estão providos de diverso software de uso geral,
do qual se destaca:
Microsoft Word,
Microsoft Excel,
SuperPaint,
FreeHand,
StatView,
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 29 -
Cartographie,
MapInfo,
Photoshop,
PaintBrush
FileMaker Pro.
Os computadores equipados com o sistema operativo Microsoft Windows dispõem
do seguinte software:
Acad 12 e 13,
MicroStation
Geographics,
PaintShop.
ORÇAMENTOS
PESSOAL NÃO-DOCENTE
2ª PARTE. DADOSREFERENTES AOS
ESTUDANTES
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 31 -
Evolução de 1989/90 a1996/97
Foram-nos fornecidos pelos serviços da Secretaria, uma série de dados referentes
aos estudantes inscritos no curso de Geografia a partir do ano lectivo de 1989/90. No
momento da realização deste relatório já estavam disponíveis os dados referentes a
1996/97, motivo pelo qual foram incluídos, atendendo a que podem dar indicações
relativas ao sentido das tendências para futuro.
Verifica-se que, se até 1989/90 o número de estudantes não ultrapassava os 153, no
ano de 1990/91 verificou-se um salto brusco, com um aumento de 153 para 237
estudantes, a que não foi alheio o aumento do “numerus clausus”.
É interessante, também, verificar a variação da sex ratio. Ela atinge valores
superiores a 60% (H/M) em 1989, para depois descer bruscamente, situando-se num
patamar à volta de 55% nos anos de 91/92, 92/93, 93/94 e 95/96. Em 1995/96 atinge 64%
e em 96/97 tem uma descida mínima.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
1988-89 1989-90 1990-91 1991-92 1992-93 1993-94 1994-95 1995-96 1996-97
0.48
0.5
0.52
0.54
0.56
0.58
0.6
0.62
0.64
0.66
M
H
H/M
Figura 2: Evolução do número de alunos e respectiva sex ratio
Pudemos dispor dos valores relativos aos numerus clausus de 1981/82 a 96/97.
Verifica-se que este teve um valor de 45 até 1989/90. A partir daí começou a subir
passando para 50 e depois para 60, até atingir 90 em 1993/94, data em que estabilizou.
Esta subida dos numerus clausus em conjunto com a introdução plena do Ramo
Educacional teve, juntamente com a implementação plena do Ramo Educacional, cujos
primeiros formandos atingiram o 5º ano em 1991/92, um grande impacto no número total
de estudantes e na modificação das condições pedagógicas em que o curso é ministrado.
Com efeito, as últimas aquisições em termos de contratação de docentes
verificaram-se em 1989 (duas Assistentes) e 1990 (uma Assistente). Com as dificuldades
entretanto surgidas nessa contratação e a imposição de uma ratio docente/aluno de 1/17
para a maior parte das disciplinas do curso (com excepção do seminário do Ramo
Educacional) verificou-se um aumento quase exponencial do número de discentes e uma
estagnação do número de docentes, com as consequências que facilmente se adivinham
em termos da sobrecarga dos docentes ao serviço.
Mais concretamente, as disciplinas dos primeiros anos têm uma frequência muito
elevada, que pode atingir os 161 alunos (Ver quadro I, p. 35-a: "Dados Relativos às
Disciplinas".
É preciso não esquecer que se trata de um curso relativamente jovem, em que muitos
dos docentes se encontram ainda ocupados na elaboração das suas teses de mestrado e de
doutoramento. O número de saídas por dispensa de serviço docente tem sido
relativamente elevado. No ano de 1995/96 foi de 3 elementos.
Trata-se de mais uma circunstância a agravar as condiçoes de trabalho dos
docentes: a sobrecarga de trabalho docente dificilmente deixa tempo livre para a
investigação. A única solução para se conseguir a disponibilidade mental necessária para
trabalhar num projecto de longo fôlego, como é um doutoramento, é pedir dispensa de
serviço docente, o que diminui o número de docentes disponíveis para a leccionação,
sobrecarregando aqueles que estão ao serviço.
Por isso, a muitos dos docentes se manifestam de forma negativa quanto à relação
docência/investigação que apresenta, como veremos na análise do inquérito aos docentes,
um dos valores médios mais baixos (2,92) dentro das variáveis analisadas.
Perfil dos Alunos inscritos no curso de Geografia no Ano em 1995/6
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 33 -
A figura 3 representa o perfil etário e a sex ratio dos Alunos inscritos no curso de
Geografia no Ano em 1995/6. É evidente a existência de tipos de alunos:
• Aqueles que seguem o percurso “normal” e que entram na Universidade cerca
dos 18 anos e que apresentam, por isso, idades entre 18 e 24 anos. Correspondem ao
grosso dos estudantes (311 num total de 469).
• Os alunos com mais de 29 anos somam 92 estudantes. Correspondem àqueles
que presumivelmente entraram no sistema fora da idade “normal”. Muitos deles estão
empregados e pretendem melhorar a sua situação profissional através da
frequência/conclusão de um curso universitário. Alguns, ainda, estão desempregados ou
desistiram da sua actividade profissional para voltarem ou entrarem pela primeira vez na
Universidade.
• Entre estes 2 conjuntos situa-se um sector intermédio (66 ocorrências) de 25-29
anos, predominantemente feminino. Esse facto, bem como a idade, sugere a hipótese de se
tratar de mulheres que após o casamento, e quando os filhos deixam de requerer cuidados
constantes, resolvem melhorar o seu nível cultural/escolar e as suas oportunidades de
emprego, frequentando um curso universitário.
0
10
20
30
40
50
60
70
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
M
H
H/M
Fig. 3: Idade, sexo e sex ratio dos alunos inscritos no ano lectivo de 1995-96
As características destes 3 grupos de alunos podem ser observadas na fig. 3. É
curioso verificar as grandes variações na sex ratio existentes entre os estudantes abaixo
ou acima dos 30 anos. Nos estudantes com idades superiores a 30 anos a relação H/M é
de cerca de 0,9: isto é: o número de estudantes do sexo masculino é quase idêntico ao
número de estudantes do sexo feminino
0
50
100
150
200
250
300
350
18-24 25-29 acima de 29
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
M
H
H/M
Fig 4: Grupos etários dos alunos inscritos no ano de 1995/96 e respectiva sex ratio
Ao procurarmos analisar a frequência dos estudantes nos diferentes anos do curso
deparou-se-nos com um problema: apenas estavam disponíveis os dados relativos ao ano
de 1994/95.
É visível, antes do mais, a grande variação do número de estudantes entre o 2º e o 3º
ano: corresponde ao aumento do numerus clausus de 60 para 90 estudantes. Mas também
é facilmente visível que esse aumento não se traduziu num sucesso escolar notório. Os
alunos que frequentaram o 1º ano pela 1ª vez eram 121 (quadro). Uma vez que o total de
estudantes no 1º ano era de 156, isso significa que 35 desses alunos são repetentes (22%)
do total.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 35 -
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano, R.
Educacional
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9M
H
M/F
Fig. 5: Alunos inscritos nos diferentes anos do curso (dados de 1994/95)
Nos 65 alunos que concluiram o curso em 1994/95, verifica-se uma distribuição
etária e por sexos muito semelhante àquela que foi obtida para o total dos alunos.
Verifica-se, ainda, que os estudantes do sexo feminino terminam os cursos mais cedo. A
sex ratio dos estudantes que terminaram o curso com menos de 30 anos é de 0,16.
Relativamente aos estudantes que o terminam com mais de 30 anos, a sex ratio é de 0,62.
0
2
4
6
8
10
12
14
M
H
Fig. 6. Idade aquando da conclusão do curso (dados de 1994/95)
No ano de 1994/95, no que se refere à classificação final do curso, verifica-se que a
nota mais frequente é de 13 valores. Só 2 alunas obtiveram nota superior a 14 valores. A
sex ratio é claramente superior nos alunos que obtiveram notas mais baixas.
0
5
10
15
20
25
30
35
10 11 12 13 14 15 16
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
M
H
H/M
Fig. 7: Classificação final do curso (dados de 1994/95)
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 37 -
Ao representar o número de anos necessário para a conclusão do curso, verifica-se
que apenas 7 alunos concluem a licenciatura em 4 anos (o que significa que são
obrigatoriamente estudantes do Ramo Científico). A maioria conclui o curso em 5 anos. O
grosso desse contingente corresponde aos estudantes do Ramo Educacional, para os
quais a licenciatura só se obtém no fim do 5º ano.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
4 5 6 7 8 9
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2M
H
M/F
Fig. 8: Número de anos necessários à conclusão do curso (alunos formados em 94-95)
DADOS RELATIVOS ÀS DISCIPLINAS
Este ítem será analisado com base na observação dos quadros 1 e 2.
Em termos do número de horas lectivas efectivadas no ano de 1995/96, verificam-se
algumas oscilações em torno de um valor médio de 60 horas lectivas. A duração do ano
lectivo foi calculada, precisamente, para conseguir obter esse desiderato.
Nos casos em que não se atingiu esse valor médio, esse facto é imputável a alguma
circunstância imprevista (doença do docente, necessidade de estar presente em congressos
ou noutras actividades científicas consideradas importantes, ou mesmo o simples facto de
as aulas duma dada cadeira coincidirem com feriados).
O Quadro 1 permite apreciar o número de alunos inscritos nas diferentes
disciplinas. Todas as disciplinas do 1º ano têm mais de 120 alunos inscritos.
À medida que se vai progredindo no curso o número de alunos inscritos vai
descendo. No 2º ano todas as disciplinas contam mais de 100 alunos inscritos. Já no 3º
ano, o número de inscições é superior a 80. No 4º ano, uma vez que muitas das
disciplinas são opcionais, já não faz grande sentido fazer uma análise comparativa.
Os valores relativos à taxa de sucesso obtida pelos alunos serão analisados no final
deste relatório (fig. 17).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 39 -
3º PARTE: DADOSRELATIVOS AOS
DOCENTES
Alguns dados relativos ao Corpo Docente
A análise do quadro 8 permite fazer uma apreciação global relativamente ao corpo
docente.
Verifica-se que existe, já, uma apreciável valorização profissional. 10 dos docentes
são doutorados, possuindo 2 deles Agregação.
De Junho de 1991 a Junho de 1996 realizaram-se 8 doutoramentos e 5 provas de
Mestrado.
Entre os Assistentes, verifica-se que a grande maioria (9) realizou provas de
Mestrado.
A média de idades é de 41 anos. O valor médio obtido para os anos de docência
(contabilizando o Ensino Secundário) é de 16,6.
Existe, assim, uma apreciável prática pedagógica no seio dos docentes. O valor
mínimo relativo ao número de anos de docência é de 6 anos. Esse valor pode ir até 32
anos de serviço docente, alguns dos quais no Ensino Secundário.
Estes números demonstram um claro amadurecimento do corpo docente. Todavia, a
continuar a política de não recrutamento de novos docentes, a breve prazo o curso poderá
enfrentar problemas decorrentes do envelhecimento dos seus docentes.
O valor médio para o número de anos dentro da categoria é de 3,6, o que demonstra
uma apreciável mobilidade.
A carga horária média é cerca de 10h/docente. Este valor é bastante influenciado
pela circunstância de haver diversos docentes na situação de "Assistente Convidado" em
que a carga horária de 12 horas é obrigatória.
Tem-se tentado caminhar para uma distribuição de serviço em que os docentes
Doutorados são responsabilizados, sobretudo, pelas aulas teóricas.
Segundo esta filosofia, torna-se claro que os docentes Doutorados deverão
assegurar, em princípio, mais do que uma disciplina.
Os Assistentes estão encarregados, preferencialmente, das aulas práticas. Porém, há
diversos casos em que os Assistentes ficam encarregados da totalidade duma disciplina
(aulas teóricas e práticas).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 41 -
Todavia, para além do caso dos Assistentes Convidados, há muitos outros casos em
que os docentes asseguram um horário superior àquele a que são obrigados,
nomeadamente entre os docentes Doutorados, em que os horários de 6 horas são
excepcionais.
Saliente-se, ainda, que as horas de serviço prestadas no curso de Mestrado não têm
sido contabilizadas, o que implica uma apreciável sobrecarga horária para os docentes
doutorados a quem estas tarefas estão cometidas.
Saliente-se, ainda, o facto de alguns docentes exercerem tarefas de gestão noutros
órgãos da FLUP (Conselhos Directivo, Pedagógico).
Provas académicasrealizadas nos anos lectivos
de 1991/92 a 95/96
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 43 -
Provas de Doutoramento realizadas pelos docentes da FLUP nos anoslectivos de 1991/92 a 1995/96
Nome: José Alberto Rio Fernandes
Especialidade: Geografia Humana
Dissertação: "O Comércio na Cidade do Porto (uma abordagem Geográfica)"
Data: 30-06-1993
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: Luís Paulo Saldanha Martins
Especialidade: Geografia Humana
Dissertação: "Lazer, Férias e Turismo na organização do espaço no Noroeste de
Portugal"
Data: 26-07-1993
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: Nicole Françoise Devy-Vareta
Especialidade: Geografia Humana
Dissertação: "A Floresta no espaço e no tempo em Portugal - a arborização da
Serra da Cabreira (1919-1975)"
Data: 12-10-1993
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: Ana Maria Rodrigues Monteiro de Sousa
Especialidade: Geografia Física
Dissertação: "O Clima Urbano do Porto - contribuição para a definição das
estratégias de planeamento e ordenamento do território"
Data: 20-10-1993
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: António de Sousa Pedrosa
Especialidade: Geografia Física
Dissertação: "Serra do Marão - Estudo de Geomorfologia"
Data: 08-11-1993
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: Álvaro António Gomes Domingues
Especialidade: Geografia Humana
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 45 -
Dissertação: "Serviços às Empresas - Concentração metropolitana e
desconcentração periférica"
Data: 11-04-1994
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
\\\\\\\
Nome: João Carlos dos Santos Garcia
Especialidade: Geografia Humana
Dissertação: A Navegabilidade do Baixo Guadiana durante o ciclo do Minério
(1857-1917)
Data: 11-06-1096
Classificação: Distinção e Louvor por unanimidade
Provas de Mestrado realizadas pelos docentes da FLUP nos anoslectivos de 1991/92 a 1995/96
Nome: Elsa Maria Teixeira Pacheco
Data de defesa: 2-Maio-93
Classificação: Muito Bom
Universidade: Coimbra
Título Tese Mestrado:Transportes Colectivos Rodoviários de Passageiros no Grande
Porto
mmmmmmm
Nome: Laura Maria Pinheiro Machado Soares
Data de defesa: 3-Outubro de 1993
Classificação: Muito Bom
Universidade: Coimbra
Título Tese Mestrado: As serras de Campelos e Maragotos. Contribuição para um
estudo de Morfologia Granítica
mmmmmmm
Nome: Mário Gonçalves Fernandes
Data de defesa: 3-Dec-93
Classificação: Muito Bom
Universidade: Coimbra
Título Tese Mestrado: Viana do Castelo: Obras públicas e evolução do Espaço Urbano
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 47 -
mmmmmmm
Nome: Carmen do Céu Ferreira
Data de defesa: 16-Jul-96
Classificação: Muito Bom
Universidade: Coimbra
Título Tese Mestrado: Pinus Pinaster e Eucaliptus Globulus em Macieira de Alcôba-
Agueda
Actividades científico-pedagógicas dos Docentes
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 49 -
Gabinete de Estudos de Desenvolvimento e Ordenamento doTerritório (GEDES)
O Gedes é uma Unidade de investigação que integra docentes da Faculdade de
Letras da Universidade do Porto provenientes das áreas da Geografia e da Sociologia. O
GEDES é composto por 28 docentes, 7 habilitados com o grau de doutor, pertencendo 18
ao curso de Geografia e os restantes 10 ao de Sociologia.
O propósito imediato e primeiro desta unidade de investigação GEDES é contribuir
para consolidar as linhas mestras de investigação já iniciadas e ampliar e diversificar
novos conteúdos através dos doutoramentos em preparação. Complementarmente foram
abertas diversas frentes de colaboração com instituições públicas e privadas exteriores à
universidade como forma de tentar dar resposta a solicitações que permanentemente são
feitas e de validar alguns dos princípios de natureza teórica explanados.
Nesse sentido foram apresentados e encontram-se em desenvolvimento vários
projectos organizados e implementados a partir do GEDES:
• Atlas das cidades do Norte de Portugal — ACINP
— Estuturar e revisitar as fases do processo de urbanização das cidades do Norte
de Portugal; análise da implantação territoríal dos fenómenos sociais, económicos e
culturais; cidades e prospectiva.
Este projecto engloba:
• Faculdade de Letras da Universidade do Porto;
• Faculdade de Arquitectura da Universidade do
• Porto;
• Faculdade de Letras da Universidade da Universidade de Coimbra;
• Universidade do Minho;
• Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
• De nouveaux desseins pour les coopératives d' habitation auPortugal»
— Cooperativismo e dinâmicas territoriais na suburbanidade.
Este projecto congrega:
• Faculdade de Letras da Universidade do Porto;
• Construction et architecture / Ministère de L'Équipement, du Logement" des
Transports et du Tourisme
• Estudos para o Planeamento da Vila do Gerês e de Campo do Gerês
— O planeamento local e as periferias: efeitos da construção do urbano na
dinamização de áreas descentradas
Este projecto congrega:
• Câmara Municipal de Terras de Bouro;
• Faculdade de Letras da Universidade do Porto;
• Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
• Estudo do sistema urbano nacional
— Dinâmicas territoriais e cidades médias em Portugal
Este projecto congrega:
• Faculdade de Letras da Universidade do Porto;
• Quaternaire Portugal, SA
• Viagem à Rosa dos Ventos
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 51 -
— Candidatura de Vila do Conde aos Projectos Piloto Urbanos, DG XVI, UE.
Este projecto congrega:
• Faculdade de Letras da Universidade do Porto;
• Quaternaire Portugal, SA;
• Câmara Municipal de Vila do Conde
Publicações
Os dados curriculares respeitantes a alguns dos docentes do curso encontram-se
reunidos num caderno de anexos.
ACTIVIDADES CIENTÍFICO-PEDAGÓGICAS
Cursos de Especialização e Outros
Conferências e Colóquios
O curso de Geografia da FLUP organizou o VI Colóquio Ibérico de Geografia, em
Setembro de 1992. Essa realização correspondeu a uma grande mobilização por parte de
quase todos os docentes do curso.
Foi um Colóquio muito bem sucedido com 871 participantes, sendo 139
estrangeiros.
Apresentaram-se 199 comunicações de autores com as seguintes nacionalidades:
• 119 de autores portugueses,
• 77 de autores espanhóis,
• 2 de autores franceses,
• 1 de autor mocambicano
As comunicações foram reunidas em 3 volumes, editados pela Reitoria da
Universidade do Porto.
O Programa do Colóquio incluiu a realização de 2 exposições:
- A Pintura do Mundo: os Geógrafos Portugueses e a Cartografia dos séculos XVI
a XVIII, em colaboração com a Biblioteca Municipal do Porto;
- Uma Cartografia exemplar: o Porto em 1892. Exposição comemorativa do
primeiro centenário da Carta topográfica de Telles Ferreira, em colaboração com o
Arquivo Histórico-Casa do Infante.
Realizaram-se, também, no âmbito do Colóquio, diversas excursões:
• 8 excursões de curta duração (durante uma manhã);
• 5 excursões com a duração de um dia.
Para além deste evento, o curso de Geografia organiza regularmente ciclos de
palestras sobre temas diversificados para os quais tem convidado especialistas nacionais e
estrangeiros.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 53 -
COLABORACÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES
Projectos Internacionais sob a coordenação da Profª Rosa FernandaSilva
1989 ICP-89-D-0109/07
ICP-90-D-0185/07
Universidades Países
Friedrich-Alexander-Universitat
Erlanger-Numberg
D
Danmarks Laererhojskole,
Kobenham
DK
Univ. Cantabria, Santander E
Univ. Degli Studi di Bari I
Univ. Degli Studi di Verona I
Vrije Univ. Amsterdam NL
Univ. Porto P
Inst. of Education (Univ. of
London)
UK
1991 ICP-91-B-1230/08.0 Universidades Países
Danmarks Laererhojskole,
Kobenham
DK
Univ. Cantabria, Santander E
Univ. Degli Studi di Bari I
Univ. Dagli Studi di Verona I
Vrije Univ. Amsterdam NL
Univ. Porto P
Inst. of Education (Univ. of
London)
UK
King's College (Univ. of London) UK
Panepistimio Ioanninon G
1992 ICP-92-P1029/07,1 Universidades Países
Universidade Pontificia de
Salamanca
E
Universidade do Porto P
Universidade de Coimbra P
University of Upsala S
1994 94-IRL-1050/07 Universidades Países
Universidade Fribourg CH
Rheinische Friedrich-Wilhelms - BONN D
Roskilde Universitetscenter DK
Universidade Autonoma de Madrid E
Universidade Santiago de Compostela E
Universidade do Porto P
Universidade Sevilha E
Universidade Valladolid E
Bordeaux llI, Talence F
Sciences et Technologies de Lille F
Universidade Nantes F
Paris-Sorbonne (Paris IV) F
Haute-Bretagne (Rennes II) F
Universidade Bologna I
Universidade Perugia I
Universidade Pisa I
Queen Mary and Westfield College
(Univ. of London)
UK
1995 Programa ALFA Universidades Países
Católica do Chile Chile
Autónoma do México México
Univ. Mayor de San Simón Bolívia
Univ. Nacional Heredia Costa Rica Costa Rica
Upsala Suécia
Porto Portugal
Girona Espanha
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 55 -
1994/96 94-IRL-1050/07 Universidades Países
Friburg CH
Rheinische Friedrich-Wilhelms BONN D
Roskilde Universitetscenter DK
Autónoma de Madrid E
Santiago de Compostela E
Sevilha E
Valladolid E
Bordeaux III, Talence F
Sciences et Technologies de Lille F
Nantes F
Paris-Sorbonne ( Paris IV) F
Haute-Bretegne (Rennes ll) F
Bologna I
Perugia I
Pisa I
Queen Mary and Westfield College
(University of London)
UK
Desde 1995 Programa ALFA Universidades Países
Católica do Chile Chile
Autónoma do México México
Univ. Mayor de San Simón Bolívia
Univ. Nacional Heredia Costa Rica Costa Rica
Univ. Upsala Suécia
Univ. Porto Portugal
Univ. Girona Espanha
Programa Erasmus sob a coordenação da Profª Maria da AssunçãoAraújo
1994/95 Programa ERASMUS
ICP-94-I-4034/07
Universidades Países
Bari I
Oviedo E
Tessalónica G
Porto P
Coimbra P
Projectos Sócrates
Open to Europe
Decorreu, no ano de 1995/96, o primeiro ano dum Projecto Sócrates designado
Open To Europe. Este projecto, coordenado pela Universidade de Salford (Great
Manchester) tem como objectivo o estabelecimento de contactos e a troca de informações
entre os estudantes europeus de diversos países através da Internet. O curso de Geografia
cooperou neste projecto nos subgrupos de Geografia e Ambiente.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 57 -
Formação Pedagógica dos Docentes
Este é um dos principais problemas da Instituição Universitária. No limite, os
docentes do Ensino Superior podem construir toda uma carreira académica sem terem
qualquer preocupação de índole pedagógica.
Mesmo as Provas de Aptidão Científica e Capacidade Pedagógica apenas
funcionaram para um número restrito de docentes do curso (apenas 5 docentes se
declaram “Licenciado”, contra 10 que se declaram “Mestre”, o que significa que,
sempre que possível, os docentes fazem a sua passagem da categoria de asssitentes
estagiários para Assistentes através da realização de provas de Mestrado).
Deste modo, juntam à formação científica complementar que o Mestrado assegura,
uma preciosa ajuda para a realização da investigação para a tese de Mestrado e,
eventualmente para um futuro Doutoramento.
A necessidade de realizar um relatório para o concurso para Professor Associado
(ao qual se submeteram, em 1995, 6 dos recentes doutorados do curso) foi, para alguns
desses docentes, a primeira vez que se viram confrontados com a necessidade institucional
de fazer uma prova de índole pedagógico-científica. Mas, uma vez que o relatório é escrito,
nada obriga, em termos institucionais, a que os docentes pautem a sua actuação com os
alunos por critérios de índole pedagógica.
Isto não implica qualquer crítica. Na verdade a instituição Universitária não
incentiva as preocupações pedagógicas dos docentes. Nem dá qualquer resposta às suas
dúvidas e angústias nesse domínio.
O contacto com os pedagogos do Ensino Secundário nem sempre é muito fácil, mas
mesmo que o fosse, parece claro que a pedagogia e a didáctica universitária deverão ser
assaz diferentes das do Ensino Secundário (sob a pena deste ser convertido numa espécie
de Ensino Secundário para alunos mais velhos).
Este problema é parcialmente resolvido pelo facto de alguns do docentes do curso
serem professores profissionalizados do Ensino Secundário. Inclui-se nese número 3
docentes do Ramo Educacional, ligadas exclusivamente ao Ensino da Metodologia do
Ensino da Geografia e ao Seminário do 5º ano do Ramo Educacional. Todavia, a
percentagem de docentes nessas condições é pequena. Além disso, essa objecção não tem
em conta a especificidade do Ensino Superior.
A realização, em Outubro de 1996 dumas jornadas pedagógicas organizadas pelo
Conselho Pedagógico da FLUP correspondeu a uma iniciativa pioneira, que esperamos
não seja episódica.
A separação entre as preocupações pedagógicas e científicas dos docentes do
Ensino Superior é quase um fenómeno cultural. Com efeito é comum a imagem do
docente universitário que “sabe muito, que é um investigador nato... mas que, como
professor, é incapaz de motivar os seus alunos”.
Além disso, com o encurtar dos prazos para a realização de Mestrados e
Doutoramentos, as necessidades de investigação tornam-se tão prementes que se torna
muito difícil investir fortemente em termos pedagógicos.
Para os docentes já doutorados, as actividades de gestão e de orientação científica de
Mestrandos e Doutorandos (não contabilizadas nos horários a que são obrigados), não
deixam, muitas vezes, disponibilidade para a necessária reflexão em termos pedagógicos.
Quer isto dizer que, neste domínio, os docentes estão geralmente entregues a si
próprios. Que é necessário que a Instituição tome consciência de que o problema existe e
que tome algumas atitudes nesse sentido.
Esperemos que a inciativa do Conselho Pedagógico cessante tenha sequência no
futuro.
A realização de Conferências com especialistas de Pedagogia/Didáctica no Ensino
Superior seria, decerto, bem vinda e acolhida por todos os docentes da Faculdade.
Mas não seria descabido que a própria Universidade se encarregasse de organizar
cursos e ciclos de conferências sobre o assunto. Os cursos poderiam ser de frequência
obrigatória para todos os jovens docentes.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 59 -
4º PARTE: O PONTODE VISTA DOS
ALUNOS:
Inquérito aluno/ano
Este inquérito de que apresentamos seguidamente um exemplar, foi realizado
durante as últimas semanas do mês de Maio de 1996. Pretendia-se inquirir a opinião dos
estudantes sobre questões gerais do curso, novas instalações, etc.
Além disso, pretendia-se obter dados sobre o sexo, idade, nota de entrada na
Universidade e posição do curso de Geografia relativamente às opções do processo de
candidatura.
É nossa intenção elaborar uma análise de tipo estatístico incidindo sobre os
resultados obtidos por cada um dos colegas encarregados de fazer a avaliação de cada ano
e comparando-os entre si, de molde a detectar tendências e variações entre os diversos
anos do curso.
A fig. 9 representa o número de inquéritos recolhidos. O número máximo refere-se
ao 2º ano do curso. Há uma descida significativa no 3º ano (50 inquéritos, um pouco
menos de metade do número de alunos que frequentam a disciplina em cujas aulas o
inquérito foi realizado). O baixo número de inquéritos dos alunos do 4º ano tem a ver
com número de alunos desse ano, não abrangido pelo numerus clausus de 90 estudantes.
O facto de o inquérito ter sido realizado numa altura em que as 2ªs frequências se
aproximavam, determina o baixo número de alunos presentes em algumas das aulas.
Explica, também, uma certa estabilização da relação estudante “ordinário”/trabalhador-
estudante no 3º ano. Com efeito, é provável que essa relação aumente regularmente entre
o 2º e o 4º anos. É provável que o absentismo seja maior entre os trabalhadores
estudantes, ficando essa categoria ligeiramente “desfalcada” em termos de presenças
nas aulas. De qualquer modo, devido ao abstencionaismo preferencial dos trabalhadores
estudantes, os números reais andarão sempre acima dos valores indicados.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 61 -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
0.18
nº respostas
est trab/alunos
Fig. 9: Número de respostas aos inquéritos e relação estudante
“ordinário”/trabalhador-estudante
Relativamente à questão da nota de entrada no curso e da ordem na qual constava o
curso de Geografia aquando do processo de candidatura não nos pôde ser fornecida
informação pelos serviços da Secretaria da FLUP. Por isso, embora se trate de um
processo que só abrangeu uma parte dos estudantes (aqueles que estavam presentes nas
aulas em que se realizou o inquérito, iremos utilizar os dados resultantes desses
inquéritos.
A fig. 10 representa o lugar em que o curso de Geografia figurou nas escolhas dos
estudantes aquando da sua inscrição no Ensino Superior. Verifica-se que é no 2º ano que
parece haver uma maior adequação entre os objectivos dos alunos e o curso em que
acabaram por entrar. O valor inferior a 1,5 neste índice, significa que a maioria dos alunos
escolheu, em 1º lugar o curso de Geografia.
Já o valor de 1,5, obtido para o 1º e 3º ano, poderia significa que, teoricamente,
metade dos alunos escolheu Geografia em 1º lugar, e a outra metade em 2º lugar.
Um valor superior a 2, como se verifica no 4º ano, significa que poucos alunos terão
escolhido o curso em 1ª lugar. A maioria dos alunos terá escolhido Geografia em 2º lugar
e um número significativo terá escolhido Geografia em lugares ainda mais recuados.
Lugar na escolha
0
0.5
1
1.5
2
2.5
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
Fig. 10: lugar do Curso de Geografia na inscrição no Ensino Universitário
A fig. 11 representa o impacto das novas instalações. Verifica-se que é no 2ª ano
que esse impacto é mais bem avaliado. Também no 3º ano a avaliação é bastante positiva.
A opinião dos alunos do 4º ano mostra uma certa desilusão: a mudança não parece ter
correspondido às expectativas. Por outro lado, tratando-se de alunos que vão abandonar
as instalações a breve trecho e havendo um número significativo de trabalhadores
estudantes, é posssível que o grau de fruição da nova faculdade seja relativamente limitado
entre estes alunos. Quanto aos alunos do 1º ano, que não conheciam as instalações
anteriores o grau de satisfação é mais baixo.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 63 -
2.9
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
Fig. 11: Impacto das novas instalações
A fig. 12 representa a opinião dos alunos quanto à adequação do processso de
avaliação relativamente à especificidade do curso. É curioso verificar que há uma subida
regular a partir do 1º ano, onde o número de opiniões positivas e negativas quase se
equilibra, até ao 4º ano, onde as opiniões positivas são claramente mais frequentes que as
negativas. Isto parece significar que os alunos ficam desagradavelmente impressionado
com o contraste entre os novos métodos de avaliação e aqueles que vigoravam no Ensino
Secundário. Porém, o choque recebido à entrada no Ensino Superior vai-se dissipando
com o tempo...
Fig. 12: Adequação da Avaliação à especificidade do curso
2.6
2.65
2.7
2.75
2.8
2.85
2.9
2.95
3
3.05
3.1
3.15
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
A fig. 13 pretende comparar os dados anteriormente referidos, com um outro ítem: a
adequação dos métodos de avaliação aos problemas/necessidades dos alunos. Em quase
todos os anos se verifica que os alunos consideram a forma de avaliação mais adequada
aos objectivos do curso do que aos problemas/necessidades dos estudantes. Isto parece
significar que os estudantes consideram a avaliação ajustada, teoricamente, à
especificidade do curso, mas não aos seus problemas específicos, o que implica uma certa
avaliação negativa de si mesmos e das circunstâncias em que estudam (caso provável dos
trabalhadores estudantes, ou daqueles que residem fora da cidade). Quer dizer: os alunos
vão reconhecendo, ao longo do tempo, que há uma certa adequação das modalidades de
avaliação à especificidade do curso. Apenas no 4º ano os 2 índices ficam quase idênticos,
até com uma ligeira maioria para a adequação curso/problemas e dificuldades do aluno.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 65 -
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
Av.adq/curso
Av.adq/alunos
Fig. 13: Relação entre o ajustamento da avaliação à especificidade do curso e aos problemas dos alunos
Finalmente, a fig. 14 representa a apreciação global do curso. Curiosamente, há um
decréscimo dessa avaliação entre o 1º e o 4º ano. Mais uma vez, o 2º ano se comporta
como um ano um tanto anómalo: é aí que se encontram os mais baixos índices de
satisfação relativamente ao curso, embora os níveis de satisfação com as novas instalações
sejam os mais elevados e seja o ano em que mais estudantes colocaram o curso de
Geografia em 1º lugar, na sua lista de escolhas. Talvez se trate de estudantes que
esperaram muito, quiçá demasiado, da instituição Universitária e que começam a sofrer
de um certo desencanto...
Fig. 14: Apreciação global do curso
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA OS ALUNOS
Não foi possível obter dados relativos a este ítem. Todavia, pode dizer-se que,
tradicionalmente, os alunos têm encontrado como principais saídas profissionais:
1 - O Ensino Secundário;
2 - O emprego em organismos estatais e Câmaras Municipais como técnicos de
planeamento.
No ano de 1995/96 inscreveram-se, no 4º ano, 45 alunos no Ramo Educacional e 16
no Ramo Científico.
Isto mostra, desde logo, a predisposição para seguir a carreira do Ensino
Secundário. Com efeito, fechadas as entradas no Ensino Superior, nada mais resta aos
jovens licenciados do Ramo Científico senão a inscrição num curso de Mestrado e a
procura, com resultados incertos, de um emprego num organismo estatal ou numa Câmara
Municipal.
É lamentável que a Universidade não possa absorver os mais dotados desses jovens
licenciados.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 67 -
5º PARTE. ANÁLISE DASDIFERENTESDISCIPLINAS
DADOS REFERENTES ÀS DISCIPLINAS:
- INTRODUÇÃO
Os dossiers respeitantes à análise das disciplinas do curso encontram-se
organizados por anos lectivos (de 1 a 5). Existe ainda um caderno respeitante às
disciplinas de opção do curso de Geografia.
Não querendo substituir-nos à análise de cada docente, que conhece melhor que
ninguém o significado dos resultados obtidos no inquérito, limitar-nos-emos a salientar
de cada relatório os aspectos novos e originais apontados.
Fazendo jus à fama de país de brandos costumes de que enfermamos, a verdade é
que a maioria dos alunos, na dúvida da resposta a dar escolhe o valor médio (3). Mesmo
assim, a comparação entre os valores médios obtidos para os diferentes docentes e entre
as diferentes respostas obtidas para cada um dá-nos uma boa ideia da forma como os
alunos apreciaram cada disciplina e cada docente. Permito-me, até, dizer que a frieza dos
números, quando comparados uns com os outros e conhecendo a realidade subjacente, diz
muito sobre os sentimentos e as frustrações dos estudantes do curso de Geografia...
O grande problema da análise destes dossiers resulta da não uniformidade da
compilação realizada pelos diferentes docentes, das respostas obtidas. Por isso, um dos
nosso desideratos, que era a comparação entre as diferentes disciplinas, resultou um tanto
comprometido.
1º ano
50% dos alunos inquiridos teve uma nota de ingresso na Universidade igual ou
superior a 70%.
54% teve mais de 70% nas provas específicas.
Tentando fazer uma síntese das respostas obtidas, verifica-se que a totalidade dos
docentes refere dificuldades com os textos de apoio (sobretudo o facto de serem em
língua estrangeira) e a falta de leitura de obras facultativas.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 69 -
Elementos de Estatítica aplicados à Geografia
A docente em questão não disponibilizou os dados numéricos em que se baseou
para fazer o seu relatório. Por isso é-nos impossível seguir o esquema que tentaremos
efectivar para as outras cadeiras, isto é. avaliar os pontos melhor e pior cotados de cada
docente.
Relativamente à clareza de exposição e à motivação há apenas 6% de opiniões
negativas, sendo cerca de 50% de bom e muito bom (nível 4 e 5).Na aceitação das
opiniões contrárias 58% das apreciações cabem dentro dos índices 4 e 5.
A articulação com disciplinas do mesmo ano apresenta um valor médio, claramente
superior à articulação com o Ensino Secundário. A apreciação relativa à cadeira é melhor
que a auto-apreciação do aluno relativa ao seu trabalho na mesma.
Geografia Física I
Nesta cadeira estavam inscritos 157 alunos. A % de aprovações relativamente ao
número de inscritos é baixa (52%), mas já sobe para valores razoáveis se consideramos os
alunos avaliáveis (82%).
A apreciação dos alunos varia entre 2,9 (articulação com conhecimentos anteriores)
e carga horária semanal e 4,06 (ap. docente) e 3,8 (ap. cadeira).
As docentes da disciplina de Geografia Física I referem que a adesão dos estudantes
aos textos em língua estrangeira é maior do que em anos transactos.
Métodos de análise em Geografia
Os índices mais baixos dizem respeito à satisfação quanto à bibliografia fornecida
(2,8),à articulação com o Ensino Secundário (2,9) e à alteração das posturas de vida (3).
As mais elevadas referem a apreciação global da disciplina (3,5), do docente (3,7) e
à aceitação de opiniões contrárias por parte do docente.
Geografia Humana I
Na cadeira de Geografia Humana I verifica-se um levado número de alunos
inscritos (161). Desses, apenas 64% conseguiram aprovação. Não dispondo de estatítica
global diremos que, na 1ª época foram aprovados 105 dos 123 alunos que se submeteram
à avaliação (isto é: 85%)
Dos alunos aprovados, 40% tiveram 10 valores e 35% 11 valores. 18% tiveram 12
valores. 5%, 13 valores. 14 e 15 valores só foram atingidos por 1 aluno cada.
A docente das aulas práticas de Geografia Humana I refere, ainda, uma certa
ligeireza com que os inquéritos foram respondidos, traduzidos na existência de algumas
contradições nas respostas obtidas.
Introdução aos Estudos Geográficos (semestral)
Trata-se duma disciplina com 125 alunos inscritos.
Destes, concluíram o processo de avaliação 109 e foram aprovados 85 (68% do
total, 78% dos avaliáveis).
A pior classificação, nesta cadeira, diz respeito à articulação com conhecimentos
anteriores (2,6). A validade da avaliação é qualificada com uma média de 2,8. A
articulação com as cadeiras do mesmo ano, em termos do trablho exigido merece uma
média de 2,9.
Os docentes são apreciados com uma média de 3,8. A sua disponibilidade com 3,5.
Há depois, uma série de ítens com a classificação de 3,3.
Introdução à Geologia (semestral)
Trata-se duma disciplina com 154 alunos inscritos. 50,6% tiveram aprovação, mas
essa taxa sobe para 66,6% se considerarmos apenas, os alunos avaliáveis.
A questão que obteve a cotação mais baixa foi a 16-c (validade da avaliação
relativamente à aprendizagem), com 2,7. A questão 7-c e 9 tiveram uma média de 2,8.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 71 -
A avaliação da docente obteve o valor médio mais elevado, seguida das questões 4,5
6 e 7-a (3,5).
2º ano
Relativamente ao Inquérito global feito aos alunos do 2º ano, salientamos algumas
apreciações contantes do respectivo relatório que referem pontos críticos, segundo a
opinião dos alunos. Estes criticam essencialmente:
• A dispersão dos tempos lectivos que conduz à existência de horários
cheiros de “furos”;
• A falta de uma cantina;
• O facto dos docentes terem que dar mais importância à sua carreira
académica do que ao trabalho com os alunos.
Talvez por isso, a apreciação dos alunos do 2º ano, relativamente ao conjunto do
curso, é a mais baixa no conjunto do curso. Existe, nomeadamente, uma grande frequência
de respostas à volta do suficiente, que demonstram uma apreciação pouco empenhada,
quiçá pouco sincera (ver apreciação da disciplina de Formação do Mundo Moderno e
Contemporâneo).
Dispomos de dados relativos a todas as disciplinas obrigatórias, com a excepção
das aulas teóricas de Geografia Física II.
Geografia Física II
Os inquéritos realizados nas aulas práticas de Geografia Física II revelam valores
bastante positivos, com médias nos índices mais importantes (avaliação do docente e da
disciplina) muito homogéneos (3,5: isto e`um valor equidistante entre o Suficiente e o
Bom).
Refere-se também a inexistência do hábito de pesquisa bibliográfica, queixa comum
a quase todos os docentes/disciplinas.
Geografia Humana II
Os resultados do inquérito da disciplina de Geografia Humana II conduziram a uma
análise bastante desencantada, que tem o mérito de por o dedo em muitas das feridas de
que o curso efectivamente sofre.
Assim refere-se:
• A falta de preparação dos alunos;
• A falta de domínio de línguas estrangeiras;
• A falta de hábitos e métodos de organização do trabalho;
• A maior motivação para os trabalhos práticos em oposição ao desinteresse pelo
estudo teórico. O empenho nos trabalhos práticos foi muito positivo. Positivo
também foi o comportamento responsável dos alunos na utilização quer dos
computadores, quer do material cartográfico/estatístico do Instituto de Geografia.
Biogeografia
Relativamente à disciplina de Biogeografia refere-se, essencialmente, a falta de bases
científicas dos alunos nos domínios da Biologia, a sua incompreensão quanto à
necessidade deste tipo de estudos na área da Geografia e a falta de material cartográfico,
como os principais problemas de que sofre o ensino da disciplina.
As opiniões menos positivas dizem respeito às questões relacionadas com a
distribuição dos tempos lectivos (entre 2,3 e 2,6: questões 18, 19 e 20).
As opiniões mais positivas relacionam-se com a docente (4) e a cadeira (3,7).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 73 -
Formação do Mundo Moderno e Contemporâneo
A formação do Mundo Moderno e Contemporâneo é uma disciplina leccionada por
uma docente da área de História.
Esta disciplina obtém índices de satisfação baixos relativamente às disciplinas
integrantes do curso de Geografia (ver fig. 18). A própria docente conclui que “a grande
frequência das respostas à volta do suficiente poderá traduzir um preenchimento
propositadamente descomprometido e pouco verdadeiro do inquérito ou uma realidade
pouco entusiasmante”.
As respostas obtidas nesta cadeira demonstram a falta de aptência dos alunos para
assuntos de cultura geral e são também sintomas da sua incompreensão da importância
que certas ciências conexas (História, Geologia, Biologia) deveriam ter na sua formação
geográfica.
3º ano
84% dos alunos do 3º ano escolheram o curso de Geografia como sua primeira
opção. A nota média de entrada foi de 70%.
Trata-se de alunos que passaram 2 anos nas anteriores instalações. Por isso estão
conscientes das melhorias realizadas com o novo edifício, mas também um tanto críticos
em relação a alguns aspectos arquitecturais ou organizativos da Faculdade.
Conquanto que 66% deles consideram o sistema de avaliação razoavelmente
adequado à especificidade do curso, essa percentagem desce para 45% quanto à
adequação às suas necessidades e condições de trabalho, existindo algumas opiniões
muito negativas a esse respeito (19%).
Geografia Física de Portugal
A taxa de sucesso é de 67% relativamente ao total de inscritos. Porém, se apenas
contarmos com os alunos que levaram o processo de avaliação até ao fim, essa taxa sobe
para cerca de 83%. Quer dizer: face às dificuldades encontradas na matéria, muitos dos
alunos optam por desistir da avaliação.
Essas dificuldades não são enjeitadas na análise do inquérito. A ênfase posta nas
matérias relacionadas com a Geologia, em boa parte para obviar às deficiências com que
os alunos transitaram dos anos nteriores, bem como o número excessivo de alunos por
turno prático (a frequência efectiva atingiu os 40 estudantes!) pode explicar todas essas
dificuldades bem como as classificações relativamente baixas (35% dos alunos teve a
classificação de 10 valores!).
Isso explica também a maior satisfação relativamente à docente (3,7) do que à
disciplina (3,4).
Geografia Humana de Portugal
Na disciplina de Geografia Humana de Portugal (Teóricas), os elevados níveis de
satisfação dos estudantes em muitos dos índices referidos demonstra a adesão que a
docente - a Professora que esteve na origem da implementação do curso nesta Faculdade
- provoca entre os alunos.
As apreciações mais positivas dizem respeito à cadeira (4,3) e à docente (4,2). As
mais baixas relacionam-se com a distribuição das cargas horárias (questões 18, 19 e 20,
com apreciações entre 3,1 e 3,2).
Relativamente às aulas práticas, da responsabilidade de outra docente, são
salientados algumas das aparentes contradições que emergem da análise das respostas
obtidas. Independentemente da forma quiçá pouco cuidadosa com que alguns alunos
terão respondido (outros docentes já tinham referido esse aspecto), é provável que as
perguntas não tivessem sido feitas da forma mais adequada. Este facto demonstra a
necessidade de os inquéritos serem elaborados por equipas especializadas e serem
suficientemente claros e homogéneos que permitam uma análise comparativa dos
diferentes cursos e Faculdades.
Também esta docente refere a dificuldade em leccionar a matéria escolhida a um
número tão elevado de alunos em cada turno prático (20-25 de presenças efectivas).
Todavia, os estudantes reconhecem o esforço da docente em suprir essas dificuldades,
atribuindo-lhe um valor médio de 4,3 relativamente à disponibilidade para atender os
alunos. Também as opiniões relativamente à carga horária e à sua distribuição semanal
apresentam valores mais baixos que os obtidos para os restantes ítens, o que é
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 75 -
compreensível sabendo-se que se trata de estudantes que, em muitos casos, desenvolvem
uma actividade profissional.
Geografia Económica e Social
Esta disciplina tem como objectivo fundamental a compreensão das grandes
desigualdades económicas sociais do mundo actual. Isso implica uma revisitação de
assuntos abordados em anos anteriores do curso nas cadeiras de Geografia Humana,
vistos duma forma genética e entendidos numa perspectiva diacrónica.
Os dados apresentados mostram que há uma maior empatia com o docente do que
com os objectivos da disciplina, traduzida numa ligeira diferença entre a apreciação do
docente e a apreciação da cadeira.
Os valores médios obtidos oscilam entre 2,9 (carga horária) e 4 (disponibilidade do
docente). O valor de 1,9 corresponde ao número de obras consultadas.
Antropologia Social e Cultural
Os principais objectivos desta disciplina são a familiarização dos estudantes com os
métodos da pesquisa antroplógia, a análise dos resultados obtidos pela Etnografia
portuguesa e a análise de algumas das estruturas sociais e das instituições portuguesas.
A elevada frequência das turmas teóricas é mais uma vez apontada como um entrave
a uma maior eficácia do Ensino-aprendizagem.
Os valores obtidos para os principais ítens (apreciação do docente e da disciplina:
respectivamente 3,7 e 3,6) correspondem a uma apreciação entre suficiente e bom, um
pouco mais próximo deste último, e estão próximos dos valores obtidos para outras
disciplinas do 3º ano do curso.
4º ano
Teoria e Métodos em Geografia
O docente refere-se ao contexto em que a cadeira se enquadra e que é reputado de
muito desfavorável. A redução de cadeiras científicas, o pouco ênfase dado às abordagens
teóricas acaba por traduzir-se num “caos epistemológico” em que os alunos se sentem
perdidos no seio de abordagens contrastantes, sem saber como orientar-se nessa
confusão. Além disso, os alunos do 4º ano estão orientados, sobretudo, para as disciplinas
pedagógicas, pelo que os assuntos tratados nesta cadeira se situam muito fora desses
interesses imediatos.
Mais uma vez é apontada a falta de coerência interna com que os inquéritos foram
preenchidos.
Relativamente à falta de consultas bibliográficas o docente manifesta a sua
apreensão pela subversão do que deveria ser o Ensino Universitário que este facto implica,
sugerindo que os alunos fossem motivados para atitudes diferentes desde o início do
curso.
A falta de atitudes críticas por parte dos alunos impediu que a discussão realizada
nas aulas teórico-práticas cumprisse os seus objectivos.
Apesar de tudo, a avaliação que os alunos fazem quer do docente quer da cadeira é
uma das mais positivas dentro de todo o curso. O docente sugere que a cadeira deveria ser
dada no curso num momento diferente. Ou que a carga científica deste é demasiado
pequena para permitir aos alunos a dicussão de questões epistemológicas.
Seminários
Os seminários correspondem a uma disciplina com caracteríticas muito peculiares.
O aluno pode escolher entre as 5 opções que a seguir se apontam:
• Geografia Física-Climatologia
• Geografia Física-Geomorfologia
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 77 -
• Geografia Física-Planeamento Físico
• Geografia Humana-Geografia Rural
• Geografia Humana-Geografia Urbana
O facto de se tratar de uma disciplina em que se oferecem diversas opções aos
alunos permite que eles a frequentem por escolha própria, ficando, à partida muito mais
motivados.
Por outro lado, o número de alunos presentes nas aulas é necessariamente mais
baixo que nas cadeiras obrigatórias. Consegue-se assim, uma relação muito mais
personalizada com os alunos e esse é um aspecto importante para que a cadeira possa
funcionar como uma iniciação à investigação, como é seu objectivo primordial.
Os Seminários, desde que não tenham uma frequência excessiva (em alguns casos
acabam por ter 20-30 alunos) podem constituir um ponto alto do curso, desde que estejam
suficientemente acolitados por cadeiras de opção que constituam o substrato científico
imprescindível para que os alunos possam realmente fazer uma iniciação à investigação
científica.
O facto de o número de alunos ser por vezes bastante baixo, nomeadamente em 2
das especializações em Geografia Física (Climatologia e Geomorfologia) não deve ser
entendido como um aspecto negativo, já que isso implica um claro aumento da qualidade
do Ensino e da aprendizagem. Além disso, geralmente os docentes asseguram essas
cadeiras para além do horário mínimo que lhes é exigido, pelo que a Universidade não é
prejudicada, antes pelo contrário.
Dum modo geral, as avaliações de que dispomos são muito positivas. Porém, o
facto de os inquéritos se terem realizado nas últimas semanas de aulas conduziu a uma
certa falta de participação em alguns dos seminários. Por isso, os respectivos docentes
desvalorizaram um pouco os resultados obtidos.
Metodologia do Ensino da Geografia
Esta disciplina aponta para os seguintes objectivos
Inculcar, entre os futuros professores, as atitudes e os saberes necessários para
permitir uma inserção o mais harmoniosa possível no mundo do Ensino.
Pretende-se essencialmente, formar os alunos segundo uma trilogia de objectivos:
Saber, saber-fazer e saber-ser.
Nesse sentido pretende-se focar as virtualidades da Geografia no contexto global do
Ensino, por um lado e por outro fornecer ao estudantes alguns instrumentos para a sua
futura actuação como decentes.
Esta disciplina e o Seminário do 5º ano representam, sem dúvida, no contexto das
cadeiras do Ramo Educacional, as únicas a que os alunos realmente aderem porque as
sentem úteis à sua preparação profissional. Assim, as presenças nas aulas atingem um
record entre as cadeiras obrigatórias: 83% segundo números fornecidos pela docente. As
aprovações cifram-se em 95,6% dos inscritos.
A adesão a esta disciplina pode medir-se pelos valores obtidos a respeito da
avaliação global do docente e da avaliação da cadeira, que são dos mais elevados dentro
das disciplinas do curso (4,74 e 4,59 respectivamente). É importante referir que 16 dos 23
ítens avaliados registaram classificações superiores a 4.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 79 -
5º ano:
- Seminário do Ramo Educacional
Esta disciplina destina-se a apoir os estudantes que se encontram a realizar os seus
estágios em diversos establecimentos de Ensino Secundário. Neste Seminário os alunos
elaboram um trabalho que é apresentado e discutido oralmente.
Os temas dos trabalhos constam do relatório elaborado pelas docentes.
Relativamente ao inquérito também elaborados pelas docentes do Seminário verificam-se
alguns aspectos interessantes:
A formação geográfica que os alunos receberam foi classificada como razoável a
boa.
Porém, relativamente à sua adequação às necessidades concretas dos formandos as
notas negativas são predominantes.
Sucede o mesmo relativamente às componentes teóricas das Ciências da Educação.
Já a avaliação da disciplina de Metodologia do Ensino da Geografia teve uma
classificação muito positiva.
Relativamente ao conjunto do curso que frequentaram, os estudantes apontam como
principal aspecto negativo a existência de cadeiras desajustadas do curso.
Como aspectos positivos são apontados a empatia entre os discentes e alguns do
docentes do curso e os conhecimentos interessantes adquiridos.
Os trabalhos realizados na disciplina foram avaliados como bastante úteis para a
prática profissional e como fomentadores da ligação entre a Faculdade e as Escolas
Secundárias.
O mesmo se pode dizer do acompanhamento das docentes responsáveis pelos
estágios, do aprofundamento científico em Geografia e da evolução da Prática
Pedagógica.
Curiosamente, é no campo das relações interpessoais que o Estágio parece ter
funcionado melhor. 35 alunos em 47 inquiridos atribuem-lhe a nota 5.
Quanto à avaliação do Estágio, 49% atribui-lhe a nota 4 e 16% a nota 5. Só 7%
atribuem uma nota negativa e o valor médio (3) só é referido por 28% dos estudantes (ao
contrário da manifesta indiferença que ressalta da escolha dominante do valor 3 para
muitas das respostas obtidas noutros anos do curso).
O domínio em que os estagiários se sentem mais à vontade é a sua relação com os
alunos. Uma predisposição natural bem como o gosto pela profissão parece estar na
origem dessa avaliação.
As principais dificuldades têm a ver com as condições físicas nas escolas, a
planificação e a avaliação. A inexperiência explicaria uma parte dos problemas, mas os
mais importantes têm a ver com a falta de articulação entre os programas do Ensino
Secundário e o curso da FLUP.
Cadeiras de opção
As cadeiras de opção são introduzidas logo no 1º ano do curso (1 disciplina). Os
alunos podem escolher entre uma Língua viva ou Introdução à Informática (esta última é,
geralmente, a mais frequentada).
No 2º e 3º ano os alunos devem escolher 2 cadeiras de opção. O número sobe para
3 no 4º ano.
Isto para os alunos do Ramo Científico (desde sempre uma minoria).
Os alunos do Ramo Educacional têm apenas uma opção no 3º ano e nenhuma no
4º, uma vez que têm que realizar uma cadeira psico-pedagógica no 3º ano e duas no 4º.
Este aspecto provoca a insatisfação de docentes e discentes porque impede o
aprofundamenteo das matérias e a iniciação à investigação que, supostamente, deveriam
caracterizar a parte final do curso.
Por isso, sendo poucos os alunos que podem inscrever-se nas disciplinas de opção
do 3º e 4º anos, algums delas funcionam com um número reduzido de alunos e alguns
dos docentes asseguram este serviço para além dos horários a que são estatutariamente
obrigados.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 81 -
Por isso, também, como veremos, estas disciplinas constituem, juntamente com os
seminários, um espaço de liberdade para docentes e alunos que urge preservar e
incentivar.
2º ano
Geografia dos Recursos Naturais
A taxa de aprovações relativamente aos alunos avaliáveis (103) é bastante elevada
(91%). Em relação ao total de alunos inscritos é de 82,5%.
Os alunos elaboraram trabalhos em diversas áreas do país (parque Peneda-Gerês,
Trás-os-Montes e Alto Douro, bacia do Leça e grande Porto).
Os alunos evidenciam graus de satisfação mais elevados relativamente ao
acompanhamento das docentes (4,12), apreciação global das docentes (3,86) e da cadeira
(3,7). Os valores menores são obtidos realtivamente à carga horária (2,65) à articulação
com o Ensino Secundário (2,91) e com as cadeiras do mesmo ano (2,94).
Geografia da População
Esta disciplina teve um elevado número de inscritos (109). Com efeito, uma vez que
as cadeiras de opção para o 2º ano são em número de 2, quando só há 2 disciplinas
disponíveis (e foi o que aconteceu no ano em apreço) os alunos acabam por ter 2
opções... obrigatórias.
Para além do programa e da bibliografia não dispomos de outras informações sobre
esta disciplina.
3º e 4º anos
Climatologia
Inscreveram-se nesta disciplina 10 estudantes, dos quais 7 levaram a avaliação até
ao fim. É preciso contar que alguns estudantes do ramos educacional se inscrevem nas
disciplinas de opção como extra-curriculares na esperança de conseguir frequentá-las.
Quando isso entra em conflito com as cadeiras a que são obrigados, acabam por desistir
dessas opções extracurriculares.
A compatibilidade com as disciplinas do mesmo ano, bem como questões relativas à
bibliografia e à carga horária apresentam os índices mais baixos (3,1 a 3,3). A
disponibilidade da docente (5) a ampliação dos conhecimentos (4,6) e a apreciação global
da docente (4,6) correspondem às apreciações mais elevadas..
Geomorfologia
De uma forma geral, existe uma opinião positiva sobre alguns temas
importantes no funcionamento global da disciplina, a saber: articulação entre aulas
teóricas e práticas, adequação entre conteúdos programáticos e tempos lectivos. No
entanto, há uma preocupação no que se refere ao aspecto demasiado teórico do Ensino da
geomorfologia, resultante, em grande parte, da falta de equipamento do Laboratório de
Geografia Física, o que em parte, está em vias de minimização com a aquisição de algum
equipamento.
Globalmente as opiniões são muito positivas (95%) ssendo distribuidas da
seguinte forma:
6% muito bom
38% bom
51% suficiente
5% insuficiente.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 83 -
Geografia Rural
Pelos motivos acima referidos, trata-se de uma disciplina frequentada quase
exclusivamente pelos (poucos) alunos inscritos no Ramo Científico. No caso contou com
16 inscrições.
As classificações obtidas para a apaeciação da cadeira (4,6) e da docente (4,6) são
muito elevadas.
Já a distribuição da carga horária tem uma variação maior: muitos dos estudantes
tentam conciliar a frequência do curso com actividades profissionais e a carga horária
pode resultar um tanto pesada nesses circunstâncias.
Geografia Urbana
Refere-se a fraca participação no inquérito resultante de só ter sido possível levá-lo
a cabo no final do ano lectivo, quando o período das segundas frequências se aproximava.
Os valores obridos para o docente (4,3) e sobretudo para o acompanhamento dos
trabalhos dos alunos (4,9) mostram um elevado nível de adesão e de empatia por parte dos
alunos.
Já os ítens ligados à bibliografia apotam para um menor índice de satisfação, o que
poderá explicar-se pelo facto de o docente não ter disponibilizado fotocópias dos textos
seleccionados, na tentativa de obrigar os alunos a ter uma atitude mias activa no processo.
Geografia do Turismo
Esta disciplina contou com 19 inscrições. Desses alunos responderam ao inquérito
12 estudantes.
Os índices mais altos foram obtidos para o docente (3,8) e para a cadeira (3,9). Os
mais baixos para a articulação com conhecimentos anteriores (3,1) e para as aulas
práticas, sua relação com as teóricas e rendimento das práticas em função do número de
estudantes nelas inscritos (3,2 para todas as questões).
Sociologia Rural e Urbana
Nesta disciplina inscreveram-se 19 alunos, tendo sido avaliados 18, com 100% de
aprovações.
Os índices mais baixos relacionam-se com a compatibilidade da carga horária com a
actividade profissional (2,9) com distribuição dos tempos lectivos (3) e a articulação com
conhecimentos anteriormente adquiridos (3,25).
Os valores mais elevados relacionam-se com a clareza de exposição (4,12), a
apreciação global do docente (4,06) e a motivação para a cadeira (4).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 85 -
6º PARTE. O PONTO DEVISTA DOS DOCENTES
O ponto de vista dos docentes: avaliação geral do respectivoInquérito
Foram recolhidos 25 inquéritos, do modelo de que se anexa uma cópia. Os
resultados obtidos estão expressos no quadro que se segue.
Embora o número de inquéritos seja idêntico ao total de professores ao serviço
(25), alguns dos docentes entregaram mais do que uma resposta, já que o inquérito se
destinava a avaliar o funcionamento das diferentes disciplinas.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
1.2.Impacto3.5 Pesquisa facultativa
1.4. Prep alunos2.5. Ratio
2.6. rel ensino/invest1.4. Artic. mmo ano
1.4. Artic ano anterior2.3. Equipamento Adequado Prát2.3. Equipamento Adequado Teo
2.4. Textos1.3. Gabinete
2.2. Inst. adequadas3.4 Leitura textos
3.8 Nível Trab. Práticos3.9 Apresentação Trab. Práticos
1.4. Receptividade1.3 Bar
3.6 Participação aulas Teo3.7 Atendimento
3.1. Resultados3.6 Participação aulas Prát
2.1. Funcionamento1.3. Laboratório
1.3. Instituto1.3. Salas
1.4. Artic Teo/prát3.3 Afluencia prát
1.3. Sala Informática1.3 Sala Professores
3.2. Afluencia teo1.3. Biblioteca1.3. Mapoteca
Fig. 15: Índices de satisfação dos docentes (valores médios)
A figura representa os valores médios obtidos para 25 inquéritos, ordenados
segundo valores crescentes. O valor mais baixo corresponde, como seria de esperar, ao
impacto do arranque tardio das aulas. O impacto do referido atraso foi muito mau,
segundo 4 respostas e bastante mau segundo a maioria das respostas (14). Apenas 6
respostas apresentaram índices positivos (de 3 em diante).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 87 -
Estas respostas vêm de encontro ao que dizíamos no início: não se tratou, de modo
nenhum, dum ano normal para maioria dos docentes.
Relativamente às alterações do programa devidas ao início tardio das aulas, a maior
parte dos docentes manifestaram-se pela hipótese 2 (concentração do programa).
Também a falta de pesquisa facultativa por parte dos alunos, a sua preparação, a
ratio professor/aluno, a relação Ensino/investigação e a articulação com as disciplinas do
mesmo ano apresentam valores baixos (isto é, inferiores a 3).
Os aspectos mais positivos referem-se à questões relativas ao novo edifício
(Mapoteca, Biblioteca, sala de Informática, sala dos Professores) e, também, à afluência
dos alunos às aulas teóricas e práticas e à participação nas mesmas.
Porém, ao impacto positivos das novas instalações não correspondeu um impacto
equivalente ao nível dos equipamentos, sobretudo os destinados às aulas práticas.
No quadro seguinte as diferentes disciplinas estão ordenadas de acordo com os
anos lectivos em que são ministradas. Isso permite-nos verificar que há algumas variações
na apreciação dos docentes que parecem variar consoante os anos em que se inserem as
respectivas cadeiras.
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1º ano 2º ano
Fig. 16: Resultados obtidos para a questão 2.6 (relação ensino/investigação)
3º ano
4º ano
Opções
Um dos casos em que isso parece evidente é na relação Ensino/investigação. Até ao
3º ano ela não parece brilhante: predominam os valores negativos (9 em 16). No 4º ano e
nas disciplinas de opção predominam os valores positivos (apenas 2 valores negativos em
9).
Como explicar este facto? Parece-nos evidente que há 3 vertentes que podem
explicá-lo:
1 - O número de alunos nas cadeiras terminais e nas cadeiras de opção é
francamente inferior, o que liberta o docente e lhe permite algum tempo livre para a
realização da investigação.
2 - Nessas disciplinas é possível associar o trabalho de investigação que se está a
desenvolver ao trabalho com os alunos: os alunos podem colaborar em algumas tarefas
simples.
3 - O simples facto de se orientar um trabalho de investigação, mesmo que
elementar, ajuda a desenvolver atitutes e a criar uma predisposição para a investigação
pessoal (tantas vezes negligenciada por causa de tarefas docentes inadiáveis).
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 89 -
7º PARTE:CONCLUSÕES.
AUTOAVALIAÇÃO DEPONTOS FORTES E
FRACOS
Como é natural, o índice de sucesso de um curso só pode medir-se em função dos
respectivos objectivos. Ora, a principal saída profissional dos licenciados em Geografia
tem sido o Ensino da Geografia nas Escolas Secundárias.
Por isso, é natural que muitos pensem que o curso deveria orientar-se no sentido de
fornecer a formação de base que permitisse aos jovens licencidos encarar com a
confiança a sua futura carreira profissional no Ensino Secundário.
Todavia, o que é que isso significa exactamente? É necessário ou desejável que os
cursos Universitários sejam configurados a partir das necessidades do Ensino
Secundário?
É natural que, da parte dos estudantes, haja uma certa pressão nesse sentido, mas
esta não nos parece legítima. Com efeito, os programas do Ensino Secundário têm variado
muitíssimo - e nem sempre no bom sentido. Mal era que os curricula e os programas
Universitários variassem no mesmo sentido e m função daqueles.
Na verdade, pensamos que o curso Universitário deve fornecer uma formação de
base e os instrumentos de trabalho que permitam ao jovem licenciado continuar a sua
formação ao longo da sua vida profissional. Já passou o tempo em que aquilo que se
aprendia num curso Universitário poderia ser utilizado durante décadas. Com o advento
da sociedade da informação isso será cada vez menos verdadeiro. Cada vez mais os
licenciados terão que reciclar-se ao longo da vida, mudando eventualmente de emprego e
adaptando-se aos novos saberes emergentes. Só poderá ser um bom professor aquele que
estiver atento aos sinais dos tempos e souber evoluir científica e pedagogiccamente, no
sentido da inovação.
Qual deverá ser, neste contexto, o papel da Universidade?
Pensamos que a Universidade deve fornececer uma formação de base muito sólida
que permita aos licenciados orientarem-se na floresta das novas ideias e descobertas.
Deverá desenvolver, também, o espírito crítico necessário para que essa orientação
se possa fazer com a facilidade possível, sem as angústias e as perdas de tempo
decorrentes da desorientação crónica e da incompreensão dos contextos em que cada um
se situa.
Existem outras saídas profissionais, ainda minoritárias que poderão desenvolver-se
mais no futuro. Trata-se do emprego em organismos estatais/camarários onde os
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 91 -
licenciados podem desenvolver trabalhos em diversas vertentes do ordenamento do
território.
No caso dos estudantes que se orientam para as carreiras profissionais ligadas ao
Ordenamento do Território, o curso deveria ter, além dum carácter um pouco mais técnico,
um forte papel formativo, no sentido de desenvolver aptidões e atitudes que transformem
os estudantes em cidadãos cultos, atentos e intervenientes no mundo que os rodeia.
Quando os estudantes frequentam o curso para obterem uma maior qualificação
que lhes permita uma ascensão em termos profissionais sem que seja especificado uma
área científica em concreto, o principal objectivo dos estudantes e dos empregadores será a
formação universitária em si, a sua capacidade de adestramento mental e a cultura geral
que ela supostamente dá.
O mesmo se poderá dizer nos casos, relativamente raros, em que o estudante não
pretende ou não pode utilizar o curso como trampolim para uma melhoria profissional, e
pretende, apenas, adquirir uma maior cultura geral e formação universitária.
Pensamos que, no futuro, com as rapidíssimas modificações que o mundo actual
está a sofrer, esta componente de adestramento intelectual e de adaptação criativa a essa
mudança acelerada, deverá ser cada vez maior.
Para isso, a formação de base, o espirito crítico, a capacidade de trabalhar com
computadores e o hábito de trabalhar/partilhar informação em redes locais/mundiais, deve
ser incentivado.
O curso de Geografia da FLUP é um curso relativamente recente. No ano de 1998
completará 25 anos.
O elevado número de doutoramentos realizados num prazo de 5 anos (de Junho de
1991 a Junho de 1996 realizaram-se 8 provas de doutoramento e 4 de mestrado) dá uma
ideia do florescimento do curso, da sua abertura às novas ideias e novas metodologias
científicas.
O uso intensivo da informática pelos docentes no curso de Geografia e o acesso à
mesma por parte dos alunos, consubstanciado na existência de uma sala de informática de
acesso livre põe o curso numa posição de um certo pioneirismo no contexto da FLUP.
Os docentes e os discentes dispôem mesmo de um Sistema de Informação
Geográfica, equipamento em que dispôem do apoio de um técnico, licenciado em
Geografia, cujo uso apenas é restringido pelo facto de ser necessário algum know-how
para saber utilizá-lo correctamente e explorar as amplas possibilidades que oferece.
Desde 1980 que o curso dispõe de um pequeno laboratório destinado a apoiar o
trabalho de investigação e as cadeiras terminais do curso na área de Geografia Física. A
mudança de instalações foi acompanhada de uma dotação orçamental, até agora
parcialmente efectivada, para promover uma melhoria do respectivo equipamento.
Um dos aspectos mais positivos do curso diz respeito ao hábito de um contacto
informal e amigável entre docentes e discentes. Esse contacto é incentivado durante as
viagens de estudo e a prática do trabalho de campo que é um hábito bastante enraizado no
seio do curso.
Infelizmente, o aumento exponencial do número de alunos tem tido como
consequência o correlativo aumento das dificuldades de organização de trabalho de
campo e de viagens de estudo. Os problemas logísticos e os aumentos de custos
decorrentes do aumento do número dos alunos acabam por restringir essas actividades a
uma parte dos alunos, cuja percentagem em relação ao total é tanto menor quanto maior é
o número de estudantes inscritos na cadeira.
A relação entre as aulas teóricas e práticas geralmente é pacífica. Em muitos casos é
o mesmo docente que as assegura.
Já não é tão pacífica e relação entre o trabalho efectuado pelos alunos nas aulas
teóricas e práticas. A generalização da realização de trabalhos nas aulas práticas aos quais
correspondem percentagens geralmente compreendidas entre 50 e 33% do resultado final
da avaliação, tem algumas consequências que são os próprios alunos a apontar.
Trata-se muitas vezes, de trabalhos com um certo fôlego, que implicam um
tratamento exaustivo de dados, ou uma representação cartográfica trabalhosa e demorada,
ou trabalho de campo ou de laboratório que consome muito tempo e energias.
Os alunos têm uma particular apetência por esses trabalhos, relativamente empíricos.
Daí até dedicarem a maior parte do tempo da preparação da cadeira a esses trabalhos, vai
um passo. Só que a correcta interpretação dos dados que se pesquisaram implica uma
fundamentação teórica que só se adquire através de leituras recomendadas/facultativas, às
quais, os estudantes são reconhecidamente avessos.
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 93 -
Os alunos são capazes de gastar a maior parte do seu tempo a recolher dados ou a
cartografá-los e depois não terem o tempo ou a formação suficiente para os analisarem e
extrairem as necessárias conclusões de todo esse trabalho.
Conquanto que 66% deles consideram o sistema de avaliação razoavelmente
adequado à especificidade do curso, essa percentagem desce para 45% quanto à
adequação às suas necessidades e condições de trabalho, existindo algumas opiniões
muito negativas a esse respeito (19%). Esses dados parecem confirmar o que acima fica
dito: os estudantes queixam-se - provavelmente com alguma razão - da falta de tempo para
desenvolverem todas as actividades que lhes são solicitadas.
Naturalmente que isso não acontece por acaso: os alunos refugiam-se nesse tipo de
actividade empírica porque ela lhes dá uma certa segurança, mas também porque a
formação com que chegam à Universidade não lhes facultou as capacidades de análise
que os ajudariam a dar o salto dos dados empíricos para a generalização e para as ideias
globais a extrair desses dados.
A experiência da maior parte dos docentes diz que quando se pede a um estudante
que analise dados, ou figuras, ou mapas, na sua maioria, os alunos limitam-se a “ler”,
duma forma mecânica, sem extraírem conclusões ou nexos entre os dados constantes dos
documentos.
A articulação entre os diferentes programas poderia ser incrementada. Com efeito,
há, a nosso ver, uma interpretação muito alargada da liberdade de ensinar por parte dos
docentes. Sendo alguns deles bastante jovens e estando a desenvolver actividades de
investigação em domínios especializados, é natural que desenvolvam uma parte dessas
investigações nas suas aulas - o que não tem nada de negativo, mas pode desiquilibrar o
programa, levando-os a esquecer aspectos que poderiam ser fundamentais para a
formação dos alunos.
A já referida liberdade de ensinar por parte dos docentes pode implicar, também,
que algumas matérias sejam referidas diversas vezes ao longo do curso. Essas repetições
são frustrantes para os alunos que não compreendem como esse facto coabita com a
declarada falta de tempo para tratar certos outros assuntos.
Os curricula posteriores ao 25 de Abril privilegiaram um certo aumento do número
e da importância das cadeiras de Geografia Humana. A feição “naturalista” do curso
anterior àquela data (havia 4 disciplinas obrigatórias que os alunos deveriam realizar nas
faculdades de Ciências) foi substituída por um pendor mais “humanista”.
Vários docentes da área de Geografia Física têm vindo a queixar-se de que não têm
tempo para realizar uma formação aceitável a partir de alunos provenientes de áreas
humanísticas, sem hábitos de investigação em áreas científicas.
Parece-nos - embora sejamos parte interessada nessa polémica - que a crescente
apetência por estudos de conteúdo ambiental por parte de alguns organismos
empregadores, deveria conduzir a que essas matérias fossem tratadas com a seriedade
necessária para que os estudantes dispusessem do know-how suficiente para poderem
ombrear com outros técnicos nessas áreas. Doutro modo, uma das possíveis saídas
profissionais para os jovens licenciados, sairá comprometida. Isto num contexto em que o
futuro é pouco risonho em termos de saídas profissionais na área do Ensino, com o
número de vagas nas Escolas Secundárias a reduzir-se todos os anos...
Pretendíamos avaliar o curso através do sucesso que os estudantes obtêm na
avaliação.
O facto de haver 2 momentos de avaliação dificultou a obtenção destes dados. É
preciso verificar o percurso de cada aluno ao longo do ano e só então ele pode ser
catalogado dentro de uma das categorias: avaliável/não avaliável e aprovado/reprovado.
Teria sido preferível fazer o cálculo relativamente à época normal e depois à época de
recurso (Setembro).
Todavia, os dados são suficientemente fiáveis para se poderem tirar conclusões.
Como podemos ver no quadro 2 esses valores são muito variáveis.
A percentagem de alunos aprovados pode veriar de 51% relativamente ao número de
inscritos até 100%, em alguns seminários. A taxa de sucesso relativamente ao número de
estudantes avaliáveis varia entre 66% e 100%. Parece evidente, todavia, que existe uma
clara correlação entre o ano em que a disciplina se insere e a taxa de abadono/sucesso na
avaliação.
As disciplinas do primeiro ano do curso são aquelas em que a taxa de abandono é
mais elevada. Pode chegar quase a 50% dos estudantes. O sucesso em relação ao número
de estudantes avaliáveis também é relativamente baixo.
Quais as razões deste facto? Parecem radicar em 2 aspectos:
• Falta de preparação dos estudantes recém chegados do Ensino Secundário;
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 95 -
• Número muito elevado de estudantes nas turmas teóricas e, mesmo, nas práticas.
O insucesso escolar que parece caracterizar os alunos dos primeiros anos só
contribui para que o número de inscritos cresça todos os anos. Esse facto vai
acumulando, nos primeiros anos do curso, uma série de “pesos mortos” que acabam por
abandonar o curso ou fazem a licenciatura num número de anos muito superior ao
normal.
É evidente que a cultura de um certo facilitismo com que os estudantes chegam do
Ensino Secundário não ajuda à sua ambientação a um Ensino que se pretende
Universitário.
Perante isto, perfilam-se duas soluções:
• Desmotivar a permanência de estudantes com aproveitamento baixo, através duma
diminuição do numerus clausus e duma selecção mais cuidada daqueles que nele entram.
Esta hipótese seria apoiada pela reintrodução de mecanismos de prescrição e pelo corte
de benefícios sociais aos estudantes repetentes.
• Realizar, no primeiro ano do curso, um forte investimento num trabalho
propedêutico, colocando, nas respectivas cadeiras, os professores mais experientes e
competentes. A ratio docente aluno teria que ser fortemente diminuída de molde a permitir
um acompanhamento dos estudantes que facilitasse a sua integração no Ensino
Universitário. A diminuição da ratio docente/aluno poderia conduzir a uma justa
avaliação das potencialidades do estudante e a uma reorientação no caso de se verificar
uma falta de adequação do seu perfil e dos seus interesses ao curso.
O que não pode acontecer é a eternização do processo de aumento contínuo do
número de estudantes, e a manutenção do número de docentes. A existência de muitos
estudantes impreparados acaba por obrigar os docentes a descer as respectivas bitolas de
classificação. Conviria reflectir no facto, demasiado esquecido, de que a quantidade, no
Ensino Universitário, nunca gera qualidade.
Com efeito, face à impreparação dos estudantes, e à falta de tempo para tentar
melhorar a situação, a única solução parece ser descer o nível de exigência e simplificar os
programas, com as consequências que facilmente se adivinham...
A falta de preparação pedagógica para o Ensino Universitário, bem como a
necessidade, angustiante, para muitos docentes, de se desmultiplicarem em actividades de
investigação/docência, ambas urgentes e inadiáveis, pode conduzir a um certo sentimento
de frustração por parte dos docentes.
Como é que os estudantes avaliam os docentes e as cadeiras?
O gráfico que se segue (fig. 18) pretende mostrar qual a relação entre a avaliação
que os estudantes fazem da cadeira e do respectivo docente.
Também aqui se verifica uma maior satisfação com os docentes e as cadeiras do fim
que com as do princípio do curso.
É verdade que, na maior parte dos casos há uma relação muito próxima entre as
duas barras do gráfico, demonstrando um efeito de arrastamento. Isto mostra em que
medida as relações pessoais influenciam a ideia que se tem da disciplina... ou vice versa.
Em muitos casos, porém, a cadeira merece mais empatia do que o docente. Noutros
casos sucede o contrário.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
Ap. global Docente
Ap. global Disciplina
Fig. 17: Relação entre a apreciação global do docente e da respectiva disciplina
Avaliação do curso de Geografia da FLUP: relatório global
- 97 -
Considerações finais
Quando aceitámos a incumbência de organizar o processo de auto-avaliação do
curso de Geografia da FLUP, não tínhamos qualquer experiência desse tipo de actividade.
Também não nos foi fornecida qualquer tipo de formação ou informação nesse domínio,
para além da experiência dos colegas da Faculdade que organizaram o processo em anos
transactos.
Por isso, muitas das actividades desenvolvidas demonstram uma certa inexperiência.
Algumas resultaram melhor que outras. Em todos os casos, o carácter anormal do ano de
1995/96 não deu tempo para fazer rectificações nos casos em que as opções se revelaram
irrealistas. Daí a excessiva complexidade dos inquéritos, a falta de coerência nas respostas,
o modo tardio com que elas foram sendo obtidas e com que o próprio relatório foi
elaborado. Já depois de realizado o inquérito demo-nos conta de como havia questões
repetitivas e talvez desnecessárias, enquanto que outras, que descobrimos serem relevantes
para a realização deste relatório não foram postas.
Nesse caso socorremo-nos das nossas impressões pessoais e da experiência
adquirida ao longo de 20 anos de docência neste curso e nesta Faculdade.
Hoje ninguém duvida da necessidade de realizar a avaliação das Universidades.
Todavia, permitimo-nos discordar da metodologia e do timing em vigor.
Com efeito, uma avaliação realizada internamente, de 5 em 5 anos, pode ter alguns
riscos:
Parece tratar-se de algo de "extraordinário". Assim sendo, pode transformar-se a
avaliação numa espécie de ritual que é preciso realizar periodicamente. Pode surgir uma
tendência para que, findo o momento da avaliação se considere que está cumprido um
dever e que se pode dar essa obrigação por cumprida, retomando o processo de
Ensino/investigação, os seus caminhos rotineiros, até que, dentro de 5 anos, o processo
recomece.
A complexidade do "Guião" e o seu carácter aparentemente exaustivo pode levar a
uma certa repetição dos assuntos que não incentiva a análise clara, escorreita e sucinta que
se impunha.
Tudo isso, conjuntamente com o facto de não se tratar de um ano normal, mas sim
de um ano extraordinariamente curto e carregado de diversos motivos de stress para
professores e alunos, implicou que a adesão ao processo de avaliação não fosse tão forte
quanto nós gostaríamos.
Muitos dos dados de que gostaríamos de dispor pura e simplesmente não nos
puderam ser facultados pelos serviços da Secretaria. Infelizmente, a informatização dos
serviços ainda não é perfeita para o presente. Em relação a momentos passados (que
seriam do maior interesse para se fazer uma retrospectiva) é praticamente inexistente.
A nossa falta de preparação e de prática, neste domínio, obrigou-nos a algumas
hesitações, que atrasaram o processo. Por outro lado, o estado incipiente do uso do
correio electrónico entre os docentes da Faculdade tornou muito moroso e complexo,
quase "interminável" o processo de recolha e de actualização de dados.
Terminado este processo permitimo-nos apresentar algumas sugestões:
• 1 - O processo de avaliação deveria realizar-se, idealmente, todos os anos. A
comparação entre os dados de diversos anos daria uma maior solidez às análises
realizadas;
• 2 - O processo de avaliação deveria ser organizado por pessoal especialmente
contratado pelos serviços admnistrativos e basear-se em dados
disponibilizados/recolhidos pelas Secretarias das Faculdades;
• 3 - O ponto de vista de docentes e discentes deveria ser avaliado através de
inquéritos tipo, elaborados a nível nacional, com algumas (poucas) questões
elaboradas localmente de acordo com as especificidades dos cursos. Estes
inquéritos deveriam permitir uma análise quantitativa expedita;
• 4 - O recurso generalizado a tecnologias de informação (nomeadamente correio
electrónico) facilitaria o envio e o tratamento da informação;
• 5 - Deveria fazer-se uma publicação duma síntese dos resultados globais obtidos.
Essa publicação asseguraria o carácter transparente do processo. Poderia ser feita
através de uma página na Web, de molde a tornar o processo de consulta do
relatório mais dinâmico e a reduzir os respectivos custos.
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