8º SEMINÁRIO DE
HISTÓRIA DO PIAUÍ IGRUPO:
Elton VictorJhonatas RodriguesJonas de Oliveira
Nayara AlessandraNayhara SantosRhafael Peres
SEMINÁRIO VIIIAutora dos textos: Miridan Brito Knox FalciLivros abordados:
1 - História das Mulheres no Brasil. Autora: Mary Del Priore
Texto: Mulheres do Sertão NordestinoLançado em 2004, pela Editora Contexto.
SEMINÁRIO VIIIAutora dos textos: Miridan Brito Knox Falci
2. A Criança na Província do Piauí.
Lançado em 1991, pela APL (Academia Piauiense de Letras)
MULHERES DO
SERTÃO NORDESTIN
O
A pobre sem um vintémNão compra nada na feira,A mulher do rico é damaA do pobre é costureira
Não pode comprar a máquinaTermina sendo rendeiraPobre sentada na mó
Por lhe faltar a cadeiraA pobre rede é de palhaA porta, simples esteira,
Usa panela de barroPra cozinhar macaxeira.
(José Medeiros - O pobre e o rico)
INTRODUÇÃO:
Segundo a autora, o sertão nordestino retratado no texto já não existe mais, era uma terra de modo de vida excêntrico para as populações do Sul, onde perduraram tradições e costumes antigos e específicos.
CARACTERÍSTICAS:
“o feminino ultrapassa a barreira das classes”;
As mulheres no tempo e no espaço aparecem contadas na literatura de cordel, em testamentos, inventários ou livros de memória;
Como já afirmado anteriormente, o sertão nordestino sobre o qual nos debruçamos aqui não existe mais;
OS NÚMEROS:
No final do século XVII, a população era predominantemente masculina;
Mudanças na formação social ocorreram em 1758 com a chegada de muitos casais do norte de Portugal, aumentando a participação feminina significativamente;
Assim, como a natalidade a mortalidade era muito alta;
Diminuição da população branca.
RETRATOS DA MULHER LIVRE
“Qual era a aparência da mulher livre?” “água, água”; Mesmo as mulheres ricas costumavam
se vestir com certa simplicidade se comparadas com as da elite litorânea.
A mulher enfeitada de jóias é rara no séc. XIX, mesmo em locais mais ricos;
Nos inventários o que eram constatados como luxo era a quantidade de fazendas, gados e escravos;
RETRATOS DA MULHER ESCRAVA
“Como era, fisicamente, a escrava do sertão?”;
A única representação do séc. passado, feita por Spix & Martius, mostra-nos apenas o sexo masculino, recorremos aos anúncios de fuga ou venda de escravos;
As variações fisionômicas são explicadas pela chegada de outras escravas que já possuíam a mistura de outras etnias e regiões;
AS ATIVIDADES FEMININAS
o As mulheres de classe mais abastada não tinham muitas atividades fora do lar;
o Enquanto algumas não podiam trabalhar, outras realizavam trabalhos para garantir seu sustento;
A MULHER INSTRUÍDA
Amélia Freitas foi à primeira mulher brasileira do sertão nordestino a concorrer a uma cadeira da Academia Brasileira de Letras, porém não conseguiu entrar;
A mulher não era considerada cidadã política;
Um exemplo de mulher analfabeta foi à filha do visconde da Parnaíba, Maria Josefa Clementino de Sousa;
A MULHER INSTRUÍDA
Várias mulheres letradas tiveram seus destaques, como foi o caso de Luísa de Amélia de Queiroz Brandão, a primeira mulher a ocupar a cadeira da Academia Piauiense de Letras ao norte da província.
A MULHER E SUA FAMÍLIA
A família da mulher de elite estava estabelecida há mais de 100 anos na sua respectiva região;
Uma economia baseada na pecuária extensiva, agricultura de subsistência, e na exploração da terra em forma de grandes latifúndios despertou o desejo de fixação das famílias;
Muitas delas vieram de outras regiões, como Bahia e Pernambuco, trazendo seus próprios escravos;
A MULHER E SUA FAMÍLIA
No final do século XIX e início do século XX, o poder ficou concentrado nas mãos de famílias de elite (oligarquias);
Formação de uma grande população pertencente a famílias não-consangüíneas;
Dentre as famílias mais antigas destacamos os Coelho Rodrigues que se ligaram a família paulista Vieira de Carvalho;
A MULHER E SUA FAMÍLIA
As mulheres ricas possuem um sobrenome de família que os mantém na história ligada a um tronco familiar;
As escravas eram tratadas como bichos, coisas que podiam ser vendidas, foram trazidas pelos colonizadores sem possuir um nome familiar, e as pessoas se referiam a elas pelo nome do proprietário (quando era autorizado);
DA NECESSIDADE DE CASAR
Muitas mulheres não conseguiram casar entre alguns motivos, pela dificuldade de encontrar um parceiro a sua altura, problemas com a herança e dote. Quando se passava as “primeiras regras” (menstruação) e as meninas fizesse corpo de mulher, os pais começavam a procurar um noivo para suas filhas.
DA NECESSIDADE DE CASAR A confecção de enxovais era feitas a
partir dos 12 anos de idade das meninas; Os enxovais eram compostos de peças
de linhos mandadas bordar e guardar com papel de seda em baús;
Recebiam conselhos da mãe para terem comportamento moderado e repleto de zelo.
Noção de valorização do matrimônio; Angústia por não casar até os 25 anos de
idade.
O CASAMENTO “ACERTADO” DA MULHER DE ELITE
O matrimônio era mais um acordo entre famílias;
As festas solidificavam os laços de amizade, patrimônio territorial e inter-relação das famílias oligárquicas locais;
Festas e piqueniques serviam de encontro para os jovens;
Virgindade era pré-requisito; Mulher obrigada à aceitar o noivo
escolhido pelo pai;
O CASAMENTO “ACERTADO” DA MULHER DE ELITE
Casamentos co-sangüíneos freqüentes; Desobediência de aceitar as escolhas
dos pais era ofensa grave e gerava exclusão da noiva das relações familiares;
DOTE: Parte da herança da noiva entregue pelo pai adiantadamente ao noivo;
Até 1916, apenas o marido poderia administrar os bens da esposa;
FESTA DA ELITE Festas longas e fartas; Moças educadas tocavam valsas ao
piano, acompanhado de alaúdes e violino;
Havia também, coros de escravinhos e violeiros contratados;
Fartura demonstrava riqueza familiar;
FESTA DA ELITE Maioria dos casamentos eram
realizados nos meses de maio, junho e julho, época de frutas em grande quantidade para confeccionar especiarias alimentares para a festa.
Toda família de elite tinha um membro da classe sacerdotal.
O CASAMENTO DA MULHER POBRE
Normalmente não era “acertado”; Não envolvia dotes; Também era de grande valor; Mulher muito bonita despertava
desconfiança, pois poderia despertar desejo de outros homens;
O CASAMENTO DA MULHER ESCRAVA Também casavam, mas fora dos “laços
sagrados do matrimônio”, ou seja, ilegítimos a lei sagrada;
Destaque para escrava Esperança Garcia: denunciou os maus-tratos que sofria e a separação de seu marido imposta pelo seu administrador.
O REGIME DOS BENS
1 - “Carta d’a metade”:- Documentos feitos através das bases
do Império e utilizados nos casamentos com o intuito de prever uma comunhão de bens do casal que era o costume local.
O REGIME DOS BENS
2 - Divisão de bens:- Quando queriam a divisão de bens,
declaravam que haviam acordado por contrato de dote e segundo o direito civil de não comunhão de bens, ou seja, um contrato pré-nupcial.
O RAPTO CONSENTIDO
Mulher consentia ao raptor levá-la a noite para se casarem escondidos sem o consentimento da família;
Se o casamento não fosse realizado a mulher era considerada “perdida”;
Raptor que não casava iria ser punido pela família da noiva ou pela sociedade;
Vingança era muito usual na época para limpar o nome da família;
O RAPTO CONSENTIDO
A possibilidade de escolha livre só foi possível quando reduziram a maioridade de 25 para 21 anos em 1813.
As mulheres passaram a casar dos 12 para 14 anos e os homens dos 14 para 16 anos.
CUNHÃ
Mulheres jovens, sem status ou bens e que não haviam casado e encontravam em homens mais velhos, até casados, amparo financeiro e social.
Tinham certo poder e prestígio devido ao marido, porém esta deveria saber “o seu lugar”;
A RIQUEZA DAS MULHERES Raramente ultrapassavam um monte de
10 contos de réis; Eram principalmente as fazendas, pois
eram unidades produtivas e que valiam pelas terras que possuía;
Também de manifestava em escravos, posses de terra, canaviais, plantações, roças, engenhos, solas, couro de gado e veado, enxadas e apetrechos agrícolas, baús e santos de madeira, algumas jóias e adereços do lar.
MULHERES VENDIDAS E ALFORRIADAS Separação entre mães e filhos geraram
extremo desconforto e tensão aos escravos;
Mantinham relações sexuais forçadas; Sertão do Piauí e do Ceará extinguiram a
escravidão antes das outras regiões, devido da decadência que o sistema econômico, e ocasiona dispensa de mão-de-obra escrava.
Vendê-las a região sul era mais lucrativo; Para ter segurança em relação à alforria,
era preciso passar este em cartório.
TER FILHO EM UMA ESCRAVA
Era elevado o número de filhos naturais e ilegítimos de escravas com os donos de fazenda;
Eram tratadas como “coisa”, como objeto sexual;
Era vista apenas como aquela que “guardava a semente”, sem possuir o laço sagrado e legal do casamento.
A CRIANÇA NA PROVÍNCIA DO PIAUÍ
INTRODUÇÃO
Segundo a autora, Miridan Falci, o texto tem como objetivo estudar a história das relações entre a criança e o mundo rural, livres e escravas, ricas e pobres, e os limites provinciais daquela sociedade e no que isso afetou em seu crescimento e entendimento.Devido a ausência de informações sobre elas, a autora cruzou várias informações existentes para utilizá-las como fontes.
DO TEMPO DE NASCER E APARECER...
Tornar-se cristão era excepcionalmente importante para a criança, batismo significava inserção social;
Mulheres morriam constantemente no parto.
Vida conjugal voltada para a procriação;
Apadrinhamento: fortificava laços nas famílias;
DO TEMPO DE NASCER E APARECER...
Filhos de mães solteiras, aceitos pela sociedade por compaixão;
A criança ira trazer a marca social da hierarquia.
Sua vida seria determinada em função de ser livre/escravo/legítimo/natural...
DO TEMPO DE BRINCAR...
As brincadeiras não são diferentes das dos demais locais do mundo.
Diferencia-se apenas as brincadeiras crianças ricas e pobres, e o de criança livre e escrava, apenas o que era ou não permitido para cada classe.
1. BRINCADEIRA DE “MENINO-MACHO”
Brincar de montaria com haste de carnaubeiras;
Aos 4 ou 5 anos, brincar nos riachos à procura de frutas;
Brincar de baladeira; Em Oeiras, menino-macho tomava banho
com seu bando no riacho Mocha; Caçada e pescarias; Montava em carneiros; Bicicleta.
2. BRINCADEIRA DE “MENINO-FÊMEA” Brincavam de pedrinhas; Pular macaca (amarelinha); Pular corda e brincar com bonecas
(bruxinhas de pano); Brincavam de roda e dançavam.
DO TEMPO DE APRENDER A LER...
Poucas pessoas eram alfabetizadas, mesmo os mais ricos;
Mulheres, eram em sua maioria, analfabetas;
Ficava a cargo dos padres o ensino básico;
Destaque para Padre Marcos que ensinava vinte alunos a se alfabetizarem se custeio nenhum.
DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR
Meninos, aos 8 anos, acompanham os pais aos campos;
Meninas, ficam em casa com a mãe; Portugueses trazem costumes e modelos
ocidentais que geram padrões de disciplina, obediência e bom comportamento.
O aprendizado e aumento de trabalho são conseqüências do aumento das necessidades materiais e distinções de classe da região.
DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR
Trabalho de menino-macho: Realizavam tarefas para ricos e podres;1. Crianças pobres livres: “meninos-
de-recado” e “meninos de botar água”;2. Escravos: buscavam jornal e correio,
encilhavam cavalos, lavavam os pés das pessoas da casa e visitantes, escovavam roupas, engraxavam e balançavam redes, pajens, além de cobaias do exército.
DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR
Em Oeiras, Teresina, Piripiri e União, a registros de roceiros, serventes, criado, além de pequenos vaqueiros.
Trabalho de menino-fêmea: Foram rendeiras, bordadeiras,
tecelonas, roceiras, cozinheiras e trabalharam com filet (confecção de colchas, varandas de rede, cortinas, toalhas de mesa, etc...)
CONCLUSÕES
Agradecemos
pela atenção de todos!
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