Mário Boari Tamassia
Você e a mediunidade
4ª ediçãoMatão, SP
2019
Copyright © 1984 byCASA EDITORA O CLARIMPropriedade do Centro Espírita O Clarim
4ª edição: fevereiro/2019, 6 mil exemplaresImpresso no formato 14x21 cm1ª edição: 1984
ISBN 978-85-7357-182-0
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Catalogação na Publicação (CIP)
T153v Tamassia, Mário Boari Você e a mediunidade / Mário Boari Tamassia. – 4.ed. – Matão: Casa
Editora O Clarim, 2019.
224p.; 21 cm
ISBN 978-85-7357-182-0
1. Espiritismo. 2. Estudo doutrinário. I. Casa Editora O Clarim. II. Título.
CDD. 133.9
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Sumário
Nota do autor • 11
Prefácio • 13
Capítulo I • 17
Capítulo II • 25
Capítulo III • 33
Capítulo IV • 41
Capítulo V • 49
Capítulo VI • 57
Capítulo VII • 65
Capítulo VIII • 75
Capítulo IX • 81
6 Mário Boari Tamassia
Capítulo X • 89
Capítulo XI • 97
Capítulo XII • 105
Capítulo XIII • 111
Capítulo XIV • 117
Capítulo XV • 121
Capítulo XVI • 127
Capítulo XVII • 131
Capítulo XVIII • 135
Capítulo XIX • 139
Capítulo XX • 149
Capítulo XXI • 159
Capítulo XXII • 173
Capítulo XXIII • 181
Capítulo XXIV • 189
Conselhos práticos ao exercício mediúnico • 199
Glossário • 203
Você e a mediunidade 7
Registrando minha passagem e minha visita a este Lar
Espírita, dos confrades Mário e Geni Tamassia, por ocasião
em que a Edilidade Campineira me acaba de conceder o tí-
tulo de cidadão campineiro, faço a abertura deste novo livro
Você e a Mediunidade, de M. B. Tamassia, formulando votos
de êxito, no que diz respeito à iluminação de consciências e
libertação de vidas, apresentando os infinitos e abençoados
rumos da felicidade.
Campinas (Dia de Kardec), 3/10/1982
Divaldo P. Franco
8 Mário Boari Tamassia
Você sabe o que é mediunidade?
Por que você é médium?
Que vem a ser “água fluida”?
Que significa “estar atuado”?
Que significa “mesa branca” e “terreiro”?
Que é um “passe”?
É possível curar sem remédio ou praticar cirurgia sem bisturi?
Neste livro, as respostas a estas perguntas e a inúmeras outras.
Você e a mediunidade 9
Oferenda
Aos médiuns-servidores, de todos os quadrantes do mun-
do, particularmente àqueles que trabalharam comigo, compenetra-
dos e resignados, na seara do Espiritismo cristão, permitindo-me
o acesso ao conhecimento, entre os quais: Ilse, Lourdes, Osório
Tibiriçá (in memoriam), Sílvia, Martha, Bié, Geni, Terezinha,
Ana Helena, Vera, Dirce, Wilma, Margarida, Ema, Nancy, Meiry,
Júlio, Nora e outros; àqueloutros que servem retransmitindo com
proficiência didática o que escrevemos, entre os quais, de maneira
muito especial, a Professora Ivone Pelegrini Benzi; ao dinâmico
amigo e confrade Dorival de Oliveira, pelo exemplo de dedicação
e humildade que dá à comunidade,, e pelo quanto se empenhou
para que esta obra fosse publicada.
O autor
Você e a mediunidade 11
Nota do autor
Terminologia
Na presente obra aplicamos a palavra corpo perispiritual
no mesmo sentido em que se aplica a palavra corpo espiritual,
espírito, alma ou corpo de glória. De todas estas expressões, a que
achamos melhor é corpo perispiritual, pois que o perispírito possui
sentido de vestimenta com a qual se expressará o espírito (es-
sência) nos planos contíguos ao carnal. É o corpo que todos nós
teremos depois da morte e que o temos encarnado no corpo físico.
Também, em vez de corpo perispiritual, usamos a palavra
psicossoma, isto porque André Luiz usou este termo.
Outras vezes, ainda para significar a mesma coisa, utiliza-
mos a palavra corpo bioplásmico, atendendo a que a ciência, atra-
vés da efluviografia de Kirlian, vem demonstrando que possuímos
tal corpo, de que a “aura” detectada é apenas pálido reflexo.
12 Mário Boari Tamassia
Assim, também, usamos a palavra fluido no sentido em que
o Espiritismo está habituado. No entanto, aqui ou ali, trocamos a
palavra fluido por expressões como: forças ódicas, ectoplasma,
emanações ectoplásmicas, eflúvios biomagnéticos, a fim de que
habituemos o ouvido a tais expressões.
Você e a mediunidade 13
Prefácio
O presente livro não foi escrito para experts na matéria,
mas para aquelas pessoas que necessitam de, através de curso rá-
pido, adquirir conhecimentos sobre a mediunidade.
Projetei-o com base em experiência própria e através de
pesquisa. No entanto, acredito que haja, por aí, muitos conheci-
mentos melhores do assunto, resultantes da prática de confrades
neste âmbito, mas que não chegam a outras pessoas, fora do seu
círculo, por falta de publicidade. Consequentemente, isto tem cará-
ter de contribuição, além daquele objetivo principal que me nor-
teou: o de fornecer, aos que nada sabem, certa aprendizagem, sem
necessidade de consultar muitas obras. Também, estas anotações
nasceram da necessidade. Muitas vezes o guia espiritual dizia a
um consulente: “Você, irmão, tem mediunidade de cura; deve dar
passe.” A pessoa se me apresentava, a fim de que eu lhe explicasse
14 Mário Boari Tamassia
o que vinha a ser essa tal de mediunidade e, afinal, como é que se
dava “passe” — e mesmo o que vinha a ser um passe. Para facilitar
o meu trabalho, organizei estes pontos que, na prática, funciona-
ram perfeitamente bem.
Estive relutando, comigo mesmo, se devia publicar esta
obra e só o fiz depois de ouvir a opinião de confrades que militam
nesse setor. O meu temor maior era de ser mal interpretado, isto
é, que os grandes espíritas, conhecedores profundos da matéria
e responsáveis por importantes unidades do organismo espírita,
viessem a supor que estou querendo interferir em seus processos,
técnicas e modos próprios tradicionais de dirigirem tais setores. Na
verdade, quando exponho nesta obra, por exemplo, o modo de dar
passe, não pretendo que todos sigam tais processos. Em qualquer
ensino prático, situamo-nos na mesma posição do instrutor de au-
toescola que tem a necessidade de transmitir normas, mas que o
aluno, depois de habilitado, alterará conforme o seu gênio, o local
e o tipo de trânsito que se lhe depara.
Durante a exposição, tive de esbarrar com a dificuldade
dos termos. Se usasse a terminologia atual designativa de fatos, os
fenômenos espíritas e parapsicológicos, já tão vasta, confundiria
todo o mundo. Se me conservasse na terminologia antiga, sem ne-
nhum progresso, estaria impermeabilizando o Espiritismo. Daí que
eu aplique expressões antigas como fluidos e novas como bioplas-
ma. Pareceu-me importante avançar com Kardec, absorvendo, em
doses homeopáticas, conceituações mais atuais. Sobretudo, é uma
necessidade inadiável esta: a de que temos de ir incorporando, ao
Você e a mediunidade 15
nosso modo de expressar, uma terminologia que nos faça contar
ponto entre aqueles portadores de mais alto nível cultural, pois foi
um homem da envergadura de Gustave Geley que disse ter sido a
grande verdade transmitida por Allan Kardec prejudicada, perante
os esnobes, pela excessiva simplicidade de palavras. Isto, também,
dizia Alexandre Herculano quanto à confiança que nos inspira um
médico: “Eles deixam-se passar por gregos”, como quem diz que
falam das doenças, com palavras tão difíceis, que merecem os cha-
memos de “doutores”. Independente disto, dando enfoques mais
consentâneos com a ciência e a paraciência contemporâneas, es-
taremos mais próximos do entendimento e da mentossíntese pela
atual geração e aquela do futuro, condicionadas pelas disciplinas e
preconceitos da universidade.
Campinas, 3 de outubro de 1982(Dia de Allan Kardec)
O Autor.
Você e a mediunidade 17
Capítulo I
Mediunidade em geral
Os grandes reveladores
As grandes religiões, em sua maioria, foram reveladas por
alguém e esse alguém deverá ter sido pessoa dotada de faculda-
de mediúnica. Notadamente, os grandes profetas, como Isaías,
Elias, Daniel, Eliseu etc., foram, de certo modo, médiuns, isto é,
intermediários entre o mundo visível e o invisível. Eliseu realizava
inúmeros prodígios, semelhantes em tudo aos que encontramos
nos livros de pesquisas psíquicas. Ele recebeu tal dom através
de Elias, conforme se lê em II — Reis, importando dizer-se que
Eliseu foi desenvolvido mediunicamente por aquele. É evidente
que, com o perpassar dos séculos, tais fenômenos mediúnicos
receberam o toque do maravilhoso. Via de regra, quanto mais nos
distanciamos de um acontecimento insólito, mais o protagonista,
desde que faça parte do contexto revelador religioso, se revestirá
18 Mário Boari Tamassia
da auréola sobrenatural e a imaginação dos pósteros se encarre-
gará do resto.
Moisés foi poderosíssimo médium, através de quem se mani-
festava habitualmente um espírito de inexcedível autoridade, caracte-
risticamente condutor espiritual de um povo. A mensagem transmitida
por Moisés ora se nos afigura crudelíssima, como aquela que deter-
minava a prática do herém (I Sam. 15,3), isto é, extermínio total do
inimigo, não podendo poupar ninguém, nem mesmo animais; ora,
revelava adorável mansidão. No alto do Sinai, em escrita direta (pneu-
matografia) diz: “Não matarás.” Em descendo à planície, Moisés sofre
compulsão de forças inferiores e manda matar milhares de hebreus!
Maomé, fundador do islamismo, era também médium e,
como mostra Allan Kardec, entrava em transe até mesmo quando
estava em cima de um camelo. Coloquiava e recebia ensinamentos
de uma entidade de luz que, a seu ver, era o anjo Gabriel; por si-
nal, este havia já se manifestado a Daniel, Zacarias e Maria.
Leia-se a Bíblia dos Mórmons e verificar-se-á que o seu
fundador, Josef Smith, viu “uma luz aparecer no seu aposento e foi
aumentando”, até tornar-se um espírito densificado, visível, que se
identificou como sendo Moroni, um enviado de Deus.
Vejamos uma religião mais atual e, sem dúvida, bela como
a Seicho-No-Ie. O seu revelador, Masaharu Taniguchi, é nada mais
que um médium psicógrafo sublimado, com a diferença que, tal
qual ocorre em casos semelhantes, ele atribui as mensagens ao
Espírito Santo que, desta forma, produz forte efeito carismático,
permitindo mais facilmente fundar-se uma religião.
Você e a mediunidade 19
O próprio masdeísmo, ou zoroastrismo, contido no Zend-
-Avesta, foi resultado de fenômeno de transporte, visão e clariaudi-
ência de Zoroastro, médium de alto potencial que estaria a mere-
cer que estudiosos espíritas se detivessem a estudá-lo e conhecê-lo
melhor.
Quem, pois, examinar com atenção a Bíblia, verificará ser
ela empolgante repositório de fatos paranormais e espíritas, a tal
ponto que em I Samuel 9,9 se lê: “Antigamente em Israel todo
o que ia consultar a Deus dizia assim: Vinde, vamos ter com o
vidente, porque aquele que hoje se chama profeta, se chamava
vidente.” Por isso o exegeta Pe. Frei Ludovico Garmus obtempera
que o profeta era também designado pelo nome ro’eh que quer
dizer vidente ou hozeh, que quer dizer visionário1.
A mediunidade está para a religião como a escavadeira
de barro está para a olaria; em suma é o aparelho ou instru-
mento com que retira do meio próprio o material, com o qual
as criaturas chamadas teólogos, mestres, doutores da lei, muftis,
brâmanes etc., erguem o edifício da fé, adicionando-lhe a ten-
dência da raça, a vocação pessoal e, tantas vezes, interesses de
grupos ou nacionalidades.
A mediunidade e o cristianismo
Onde a mediunidade se nos mostra mais nítida é durante
o ministério do Cristo. A própria escolha dos apóstolos parece
1. Verdadeiros e Falsos Profetas apud “Revista Eclesiástica Brasileira”, Pe. Frei Ludovico Garmus, set. 1973.
20 Mário Boari Tamassia
ter considerado valores mediúnicos, revelando-se repentina como
uma leitura áurica. Não parecem pessoas habilitadas para missão
tão importante. Quando a mediunidade dos escolhidos se desen-
volveu plenamente, com a língua de fogo penetrando-lhe o chacra
coronário, desandaram a falar línguas estranhas, fenômeno classi-
ficado como xenoglossia, a ponto de terem-nos julgados bêbados.
Parece-nos que Pedro devia ser médium de efeito físico, pois na
sua presença os cadeados se abriam e ele se encontrava na trans-
figuração no Monte Tabor, em que Elias e Moisés se densificaram
em nosso nível.
Paulo foi médium, a princípio conturbadíssimo, movido
talvez por espíritos inferiores e agressivos, que o levavam a caçar
cristãos. A maravilhosa cena que se passou na Estrada de Damas-
co é mediúnica: vê e ouve vozes. Quem desenvolveu e orientou a
sua mediunidade foi Ananias, conforme relato evangélico. A igreja
primitiva era simplesmente uma ecclesia, assembleia, reunião, com
acentuado mediunismo, o que levava o apóstolo Paulo a aconse-
lhar: “Segui a caridade, contudo aspirai aos dons espirituais, po-
rém sobre todos ao de profecia.” (I Coríntios, 14)
A mediunidade em toda parte
Nas ciências, na pintura, na poesia, na escultura, na músi-
ca, a mediunidade sempre esteve presente. Principalmente entre
os aborígenes a mediunidade se abria para que os guias espi-
rituais pudessem proteger tais povos. Uma carta de Manoel da
Nóbrega descreve ritos ameríndios, em que o pajé se revela em
Você e a mediunidade 21
transe, curando e aconselhando homens, mulheres e crianças.
Que outra coisa não era a célebre pitonisa de Delfos, senão mé-
dium, oráculo que orientou condestáveis de todas as nações do
mundo antigo?
Os povos antigos podiam não ter ideia de Deus, mas rara-
mente deixavam de cultuar os seus mortos. Na opinião abalizada de
Hernani Guimarães, esse contato mais convincente se dava em con-
dições ideais, pois que as cavernas eram escuras e os fenômenos
de materialização ectoplásmica, portanto com efeitos luminosos,
mais facilmente presenciáveis. Schumann ouvia transcrições intei-
ras musicais e Dante, sem dúvida, se desdobrava.
Todos os médiuns são iguais?
Mediunidade quer dizer faculdade de se colocar entre os
dois planos: o material e o espiritual. O médium é, pois, interme-
diário ou medianeiro. Os guias costumam dizer que o médium é
semelhante a uma tomada elétrica, que permite que a energia que
nos circunda possa acender uma lâmpada. O Mundo dos Espíritos
é uma realidade e de que forma conhecê-lo sem esse instrumento
de ligação?
No que tange, porém, à eficiência, poderíamos compa-
rar a mediunidade ao chamado ouvido dotado para a música.
Encontramos muitas pessoas que possuem ouvido musical, mas
cada uma revelará determinado alcance e possibilidades. Não
bem isto, mas se situará em faixa individual e típica, donde fa-
lhamos nas generalizações.
22 Mário Boari Tamassia
Por que não falar diretamente com Deus?
Na Terra chamamos a isto de hierarquia e, numa repar-
tição, seremos atendidos pelo funcionário destacado para aquele
tipo de relacionamento. Este problema em âmbito espiritual tornar-
-se-ia compreensível se estudássemos as leis de correspondência,
como vêm claramente expostas no Kaibalion, que nos transmite os
princípios do hermetismo no tocante aos diversos planos: os pei-
xes, que vivem no seu plano aquático, podem se comunicar com
os homens, mas terão mais facilidade de praticá-lo com os seus
semelhantes peixes, depois com algum anfíbio e assim por diante,
alargando a órbita de conhecimento, para que a luz total não lhes
venha produzir perturbação ou cegueira2.
Quem somos nós para falar com Deus face a face?
Deus é usina geradora do cosmos e de que maneira nós,
miseráveis filamentos, mais finos que o fio de cabelo, O suportarí-
amos diretamente transitando em nós? É por isso que Deus vai so-
frendo redução, passo a passo, como os transformadores elétricos
nos postes de iluminação das nossas ruas, para que a nossa sala se
ilumine e a lavadora de roupas funcione e não se queime. Nosso
protetor espiritual, pois, tem algo de Deus, quando nos ensina o
caminho do bem, da sabedoria e da luz, apropriando a sua lingua-
gem à indigência da nossa inteligência. César Lattes iria ensinar no
Mobral ou enviaria alguém, em seu nome, para a alfabetização da
massa? E, no nível evangélico, ainda somos menos do que alunos
do Mobral cósmico.
2. Kalballion. Edit. “O Pensamento”, São Paulo.
Você e a mediunidade 23
Que fazer com nossos irmãos sofredores?
Enquanto na Terra, Jesus não construiu um tabernáculo e
se meteu nele para coloquiar com anjos e eleitos, mas frequentou
todos os lugares e conviveu com toda sorte de gente. A mediunida-
de também pode ser destacada para servir àqueles que se encon-
tram desorientados no Além, sem visão, necessitando dos órgãos
emprestados de um médium para perceber o próprio estado. Essa
é uma tarefa rebaixada por todos aqueles que construíram as suas
torres de marfim e vivem nela, considerando-se a si próprios valo-
res de alta hierarquia! Mas apenas perguntamos: quem, perdendo
a vista de repente, não gostaria de encontrar um irmão humilde
que o ajudasse a atravessar a rua movimentadíssima, até atingir
o hospital próprio? Ou, em nome de que superioridade religiosa
ou filosófica, sacudiríamos os ombros, passaríamos reto, rumo ao
Palácio dos Encantados, dizendo: “São estes cegos infelizes, peca-
dores, atrasados, expressões barônticas e possivelmente agressivas,
que nos sujarão o fato alvinitente. Deixemo-los. Não os incomode-
mos. Nem permitamos que nos incomodem!”
A mediunidade, quando ativada por Jesus e, portanto, evan-
gelizada, torna-se o instrumento apostolar dos novos tempos, difusa
e popularizada, reerguendo os prostrados e iluminando o caminho
dos desorientados.
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