U�IVERSIDADE FEDERAL DE PER�AMBUCO CE�TRO DE CIÊ�CIAS DA SAÚDE
DEPARTAME�TO DE CLI�ICA E ODO�TOLOGIA PREVE�TIVA CURSO DE ODO�TOLOGIA
MORDIDA ABERTA ANTERIOR - UM ESTUDO AUXILIAR -
A�TO�IO FLAUDIA�O BEM LEITE
RECIFE - 2002 -
ANTONIO FLAUDIANO BEM LEITE
MORDIDA ABERTA A�TERIOR
Monografia apresentada À Coordenação do Curso de
Odontologia, Centro de Ciência da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Graduação.
RECIFE - 2002 -
DEDICATÓRIA À Deus, onipresente e onisciente.
A minha Família, em especial meus pais, que sempre me deram forças nas minhas
tarefas, desde as mais primárias até as mais complexas.
Aos meus amigos, que se apresentaram como alicerces no meu desenvolvimento
acadêmico, dando contribuições de incentivos a continuidade do curso. São eles: Irizandro
Viana, Alessandro Cerqueira, Luís Henrique e João Henrique.
A minha namorada, Érica Macedo.
Á coordenadora Georgina, que luta pelos interesses dos alunos.
A todos, que contribuíram direto ou indiretamente para minha Formação
Profissional neste campo de estudo dentro do Curso de Odontologia, Professores e
Funcionários.
O Homem se constrói de objetivos
e metas, tanto as conquistadas
como as construídas e também
daquelas em fase de elaboração.
RESUMO
A presente revisão bibliográfica está objetivada a conceituar, apresentar causas
mais comuns, freqüência epidemiológica e tratamento, a luz de vários pesquisadores da
área de ortodontia, a respeito da má oclusão mordida aberta anterior. Assim, conclui-se
analiticamente que a maior prevalência deste problema bucal é na fase de dentição
dencídua e/ou mista, sendo uma conseqüência de multifatores causais inserida em um
conjunto de várias outras características, e não de forma isolada; a maioria dos casos está
relacionada com hábitos de sucção digital ou outro hábito bucal deletério e raramente
relacionado ao desequilíbrio ósseo-facial; por ser um problema relativamente comum e
pueril, fica a cargo do odontopediatra e cirurgião-dentista clínico geral prevenir e
diagnosticá-lo, precocemente, junto a pais e responsáveis, encaminhando o paciente ao
especialista; e atenta-se para a importância epidemiológica como uma das má oclusões
mais freqüentes na população.
ABSTRACT
The present bibliographical review through is objectified to appraise, to present
more common causes, frequency epidemiologist and handling, the light of some
researchers of the orthodontics area, regarding the bad occlusion open bite previous. Thus,
one concludes analiticamente that the biggest prevalence of this buccal problem is in the
dentition phase dencídua and/or mixing, being a consequence of causal multifactors
inserted in a set of several other features, and not of isolated form; the majority of the cases
is related with habits of digital suction or another deleterious buccal habit and rare related
to the ósseo-face disequilibrium; for being a relatively common and child problem, it is the
position of odontopediatra and general clinical surgeon-dentist to prevent and to diagnosis
it, the responsible parents precociously, together and, directing the patient to the specialist;
intent e for the importance epidemiologist as one of the harm more frequent occlusions in
the population.
SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................................VI ABSTRACT .....................................................................................................................VIII 1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................12
2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................14
2.1. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS .................................................................15
2.2. CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................17
2.3. EPIDEMIOLOGIA ................................................................................................18
2.4. ETIOLOGIAS ........................................................................................................20
2.5. TRATAMENTO ....................................................................................................25
3. DISCUSSÃO ...................................................................................................................31
3.1. QUANTO A CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS ...........................................32
3.2. QUANTO A CLASSIFICAÇÃO ...........................................................................33
3.3. QUANTO A EPIDEMIOLOGIA ...........................................................................33
3.4. QUANTO A ETIOLOGIAS ..................................................................................34
3.5. QUANTO A TRATAMENTO ..............................................................................35
4. CONCLUSÕES ...............................................................................................................37 5. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................39
1. I�TRODUÇÃO
Inúmeros trabalhos revelaram que nenhuma população há ausência de má-oclusão,
fato que tem chamado atenção das autoridades sanitárias que procuram, no mundo inteiro,
avaliar a severidade das ocorrências, características regionais, enfim, a epidemiologia com
objetivo de estabelecer critérios prioritários de acordo com o lugar e com as condições
sócio-econômico-culturais que se encontra tal população. E no Brasil, segundo �ARVAI
(1994), não é diferente, a má-oclusão está na 3º maior ocorrência de doença da cavidade
oral, pondo como uma das prioridades de maior interesse do ponto de vista de saúde
pública, ficando em primeiro plano apenas a doenças cárie dentaria e periodontopatiais.
Para simples conferência da importância que é a má-oclusão para saúde pública e
mais especificamente para este estudo a cerca da mordida aberta anterior, termo surgido
com CARABELLI apud MARTI�S; FERREIRA (1999) como mordex abertus em
suas primeira classificação e definida como ausência de contato oclusal, FORTE; BOSCO
(2001), em estudos sobre prevalência e a relação deste tipo de displasia com hábitos de
sucção não nutritiva em um conjunto de 233 crianças de ambos os sexos, entre 3 a 6 anos,
concluio que 24,8% das crianças portava a mordida aberta, com prevalência maior na faixa
etária entre 3 a 4 anos (27,1%), onde subseqüentemente verificou que havia uma
equivalência na prevalência em relação ao sexo. Este estudo garante a plena importância de
prevenir e diagnosticar precocemente a mordida aberta por se tratar de uma doença
estritamente pueril.
A pesquisa detalhada dos fatores etiológicos, características, evolução clinica,
noções de tratamento ortodônticos e cirúrgicos por parte do cirurgião dentista clínico geral
e odontopediatra é de extrema relevância na resolução precisa e estabelecer o bem estar
funcional, psicológico e social do paciente.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
MOYERS (1960) definiu mordida aberta como o resultado do descontato
insuficiente, que permite um dente ou vários legar um encontro com seu antagonista no
arco oposto. Continuando, referiu-se à mordida aberta anterior na porção anterior dos arcos
dentais podendo ser acompanhado de labioversão dos dentes anteriores superiores.
Para GRABER (1974) a mordida aberta anterior é um tipo de má-oclusão mais
freqüente em odontopediatria, sendo definida como a discrepância ou falta de contato dos
dentes anteriores, quando a mordida está em relação cêntrica.
Conforme ARAÙJO (1988), a mordida aberta é caracterizada pela falta de contato
entre os incisivos no sentido vertical sendo causado principalmente por: padrão
esquelético, anomalias de desenvolvimento do processo fronto-nasal, hábito bucais
deletérios de sucção, deglutição atípica, macroglossia e traumatismo na região anterior da
pré-maxila.
Para TAKEYAMA et al (1990), a mordida aberta é uma da má-oclusão mais
complicada. Seu tratamento é difícil e há um alto índice de recidiva, de vez que suas causas
são multi-fatoriais. Segundo este autor, um excessivo plano mandibular, uma dimensão
vertical posterior relativamente curta e uma oclusão unicamente de malares são
características de uma verdadeira mordida aberta hereditária.
FIELDS; PROFFIT (1995) relata que uma simples mordida aberta anterior é
aquela que está limitada à região anterior numa criança com boas proporções parciais, a
qual a causa principal é o hábito prolongado de sucção do polegar, e o passo mais
importante é interrompe-lo. E as indicações esquelética para mordida aberta anterior são
altura da face anterior aumentada, plano mandibular aumentado, rotação da mandíbula e a
excessiva erupção dos dentes posteriores.
Para VELLI�I (1999) a oclusão dental, inegavelmente, é o mais vasto
importante capítulo da odontologia, constituindo-se no alicerce sobre o qual se edifica a
ortodontia. Para que a oclusão se estabeleça é necessário haver contato dental, em um ou
várias pontas com imobilidade mandibular.
FRA�CO (2001) explanando características sobre a mordida aberta anterior, relatou
tendência à hipotonia da musculatura oral; postura da língua alterada; deglutação de
mentalis; alteração do tônus dos lábios; e ceceio anterior (distorção na emissão dos
fonemas, no caso anteriores - / t /, / d /, / l /, / n /.
MODESTO; AZEVEDO (2001) dar, de forma simplificada, as características
mais observadas nos pacientes portadores de hábito de sucção do polegar, dentre elas a
mordida aberta anterior, além da protusão da maxila; protusão de incisivos inferiores;
deformidade no palato duro; inibição da erupção de incisivos superiores e inferiores; língua
inadequadamente posicionada no assoalho da boca e na superfície dos dentes, com
tendência a hipotonicidade e deglutição atípica; arco superior estreito; relação molar de
classe II; mordida cruzada posterior; diastema nos incisivos superiores e inferiores; lábio
superior hipotônico e lábio superior hiperativo.
2.2. CLASSIFICAÇÃO
Segundo �AHOUM (1975), a mordida aberta anterior tem sido classificada em
duas grandes categorias. A primeira é a adquirida ou dentária, que não apresenta
caracteristicamente malformação crânio-facial alguma. A segunda consiste de pacientes
com displasia crânio-facial associada à mordida aberta. A mordida aberta dentária é
resultado da interferência na erupção dos dentes anteriores. Muitos desses casos
apresentam remissão espontânea, e 75% a 80% regridem sem forma alguma de tratamento.
É mais comum em crianças com dentição mista. O grupo com malformação cranio-faciais
são classificados como portadores de mordida aberta esquelética e têm várias
características que continuam com a maturidade, altura facial ligeiramente menor que o
normal, plano oclusal maxilar e mandibular divergentes, distância entre o plano SN e os
incisivos superiores está diminuída.
MIZRAHI (1978), classifica a mordida aberta anterior em dois grupos: esquelético
e dento-alveolar. Nas esqueléticas, o paciente apresenta aumento do terço inferior da face,
os lábios são incompetentes para o vedamento labial, sendo, portanto, necessário um
esforço consciente para mantê-los unidos, e normalmente a língua é projetada através
abertura anterior. As dento-alveolares, geralmente são resultados da interposição passiva
de algum objeto ou da sucção de dedos ou chupeta. Neste caso, os molares e pré-molares
estão em oclusão, os caninos podem está ou não e os incisivos estão completamente
desocluídos, havendo projeção lingual.
WATSO� (1981) dividiu a mordida aberta em duas categorias para se propor um
diagnóstico: (1) a dento-alveolar, em que o componente esquelético do indivíduo é
naturalmente normal; e a mordida aberta esqueletal, em que há uma discrepância na base
cranial, mandíbula e/ou maxila.
GRABER; �EUMA�� (1997) diz que: “a disfunção em problema de mordida
aberta pode ser primária ou secundária. Dependendo da localização da disfunção, a
mordida aberta anterior ou posterior. Em disfunções primárias, nas quais a função
muscular anormal é o fator etiológico maior, o padrão de crescimento geralmente será
médio ou horizontal. Em problemas de mordida aberta com padrão de crescimento vertical,
a disfunção é gradativamente secundária ou adaptativa”.
2.3. EPIDEMIOLOGIA
OLIVEIRA et al apud VALE�TE, MUSSOLI�O (1989) ao comparecerem o
grau de mordida aberta anterior, de sobressaliência e sobremordida em crianças de 3 a 6
anos de idade da cidade de Piracicaba, com e sem hábitos de sucção, constaram que os
valores de sobremordida mostraram-se mais baixos, e os de sobressaliência e mordida
aberta anterior mais altos nas crianças portadoras de hábitos de sucção.
SILVA FILHO et al (1990) em estudos sobre prevalência de má-oclusão e oclusão
normal em escolares na cidade de Bauru, constatou que no universo de 2.416 crianças,
entre 7 e 11 anos de idade, 88,53% são portadores de má-oclusão, e dentre essas constatou
que 18,5% eram portadores de mordida aberta anterior.
Conforme GALVÃO; PEREIRA; BELLO (1994), em estudos sobre prevalência
de má-oclusão na América Latina e considerações antropológica, considera a sucção
digital a grande provocadora, em sua grande maioria , da mordida aberta anterior,
resultando do estreitamento dos arcos dentais na região de caninos e molares decíduos ou
pré-molares.
PROFFIT (1995) comenta que os problemas verticais, como mordida aberta
anterior e a sobremordida exagerada , são interessantes pelas diferenças raciais existentes
nessas características. Aviso que esses achados epidemiológicos estão relacionados
primariamente às diferentes proporções verticais da face nos dois grupo em vez de haver
uma prevalência diferentes de hábitos ou outras causas.
Para SERRA-�EGRA ET AL (1997), ao avaliarem a relação de hábitos bucais deletérios
com má-oclusão, observaram que numa amostra populacional de 357 crianças, na faixa
etária de 3 a 5 anos, com hábitos viciosos, apresentaram, em maior número, mordida
cruzada posterior (23,9%) comparadas apenas 7% com mordida cruzada e sem hábito
deletério, dos valores de Kappa para indicadores de mal oclusões que variam entre 85,6% a
91,4%, dos quais a pesquisa estava em excelente concordância. Quando relacionaram o
trespasse vertical com os hábitos deletérios, a mordida aberta foi a má-oclusão mais
freqüente (31,9%) já estudando a relação entre o trespasse horizontal e hábitos viciosos,
apenas 15,6% das crianças com maus hábitos viciosos, apenas 15,6% das crianças com
maus hábitos apresentaram sobressaliência. Concluíram, então, que as mal oclusões
mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e sobressaliência estão diretamente
relacionadas a presença bucais, sendo que crianças com hábitos deletérios tem 4 vezes
mais chance (O. R.=4,2) de desenvolverem mordida cruzada posterior do que os sem
hábitos, 14 vezes mais chance de possuir sobressaliência.
Segundo TOMITA; BIJELLA; FRA�CO (2000), entre os fatores ambientais, o
hábito de sucção de chupeta foi o mais importante na associação com a má-oclusão,
seguida da sucção digital. Constataram ainda que a prevalência de má-oclusão não
apresentam variação quanto ao sexo.
2.4. ETIOLOGIA
LOPEZ–GAVITO et al (1985) citaram, em concordância com vários outros
autores, que os fatores etiológico da displasia mordida aberta anterior mais comum eram a
desfavorável crescimento da face, os hábitos de sucção digital, tecidos linfáticos,
atividades musculares da língua e orofaciais, hereditariedade, e desequilíbrio entre as
posições dos maxilares, oclusão e forças eruptivas, e a posição da cabeça.
Para RICHARDSO� (1981) a mordida aberta esqueletal está associada a patologias como
disostose cleidocraniana, hiperplasia condilar e fenda palatina.
Segundo GALLETO; URBA�IAK; SUBTEL�Y (1990) entre os fatores
etiológico estão: (1) uma anomalia morfogenética resultando em um distúrbio no
desenvolvimento esqueletal; (2) um aumento da função muscular; e (3) um
malposicionamento ou ausência de dentes anteriores. O sucesso da terapia ortodôntica
necessita de uma cuidadosa avaliação dos fatores etiológicos, uma precisa determinação de
que a anomalia é esqueletal ou dentária e finalmente desenvolver um plano de tratamento
individualizado, dirigido a esses fatores.
URSI; ALMEIDA (1990) ressaltaram que os hábitos de sucção não nutritivo
auxiliam no desenvolvimento e na manutenção da mordida aberta anterior, embora não
sejam os únicos fatores etiológico. Salientam que a mordida aberta anterior pode está
relacionado a outros fatores como: padrão esquelético de crescimento, deglutição atípica,
interposição lingual, além de patologias congênitas e adquiridas.
�A�DA (1993) observou que portadores de mordida aberta anterior não possuem
equilíbrio muscular, devido à falta de relação entre os maxilares, o que irá interferir em sua
harmonia facial. O desempenho da respiração e deglutição, assim como o posicionamento
correto da língua e dos lábios são de fundamental importância, para a manutenção e
equilíbrio no posicionamento dos dentes maxilares e da musculatura circundante.
Conforme LA�GLADE (1995), a abertura incisiva instalada pela interposição dos
dedos depende da duração, da intensidade e da freqüência do hábito e pode permanecer ou
agravar-se pela interposição da língua, que vai substituí-lo, particularmente em repouso ou
na deglutição. Além disso, os lábios podem participar do processo patogênico.
ABY-AZAR; QUEIROZ (1996) dividiu os fatores etiológicos em 3 grupos: (1)
hereditários; (2) pré-natais, que são divididos em maternos e embrionários; e (3) pós-
natais, que são extrínsecos e intrínsecos, onde neste está incluindo a perca precoce dos
dentes decíduos anteriores, aumentando o risco de instalação de hábito linguais, como sua
projeção, resultando provavelmente em mordida aberta.
Para I�SORT; HOCEVAR; GIBBS (1996) os problemas em muitos pacientes
podem bem ser multifatorial, e o problema subseqüente que aparece similarmente pode ter
diferentes causas. Enfatizando a etiologia das má-oclusões de mordida aberta do tipo
classe II, afirmaram ainda, em sua pesquisa, que muitos acreditam na qual sem
identificação e eliminação dos fatores etiológicos o tratamento e a estabilidade terá um
prognóstico desfavorável.
PELLIZO�I et al (1996) explana em suas contribuições nos estudos dos
pacientes com respiração bucal ocasionado por alergia crônica, obstrução naso-faringeana
amigdalar ou adenoideana, cistos fibrosos ou impulso da língua, como causa da mordida
aberta anterior, agravada com o posicionamento da língua, postura da mandíbula e dos
lábios. Concluio que quanto mais cedo o reconhecimento e o tratamento das obstruções
nasais, associada a terapia multidisciplinar (Otorrinolaringologia, Fonoaudiologia e
Ortodontia) mais êxito se obterá.
Para RAKOSI; SCHMITH (1997), a sucção digital pode causar mordida aberta,
com estreitamento simultâneo do arco maxilar, onde a função adaptiva da língua agrava e
prolonga a má-oclusão.
TOMITA et al (1998), em estudos de má oclusão em pré escolares de BAURU-SP,
concluio que não houve correspondência entre a freqüência de mordida aberta anterior e a
incompetência da musculatura perioral.
Segundo JABUR (1999), existe uma relação importante entre o grau e o tipo de
má-oclusão e a presença ou ausência de deglutição atípica. Para que a língua atue
adequadamente e execute padrões vegetativos maduros, ela necessita de espaços amplos.
Qualquer limitação, seja vertical, lateral ou longitudinal faz com a língua se movimente em
direção a um espaço limitado, ou seja, a abertura da cavidade bucal, assim a força da
língua desequilibra a oclusão, levando a mordida aberta anterior.
Conforme MERCADA�TE (1999), o hábito de respiração bucal provoca um
aprofundamento do palato, os seios maxilares ficam atrésicos, pois o ar não transita pela
cavidade nasal, e nota-se também uma atresia transversa no maxilar superior com
conseqüente mordida cruzada posterior bilateral. Estes pacientes freqüentemente possuem
deglutição atípica e postura de língua e lábios incorretos. Já o hábito de sucção resulta em
estreitamento dos arcos superior e inferior nas regiões de caninos, molar decíduo ou pré-
molares e em menor grau na região de molar superior. Tem-se, portanto, uma
vestibularização dos dentes superiores anteriores e uma mordida aberta anterior.
De acordo com QUELUZ; GIME�EZ (2000), dentre os hábitos deletérios, o mais
comum é a sucção de dedos e chupetas, trazendo como conseqüência em relação a oclusão
a mordida aberta, entre tantas outras. Em seguida vem a sucção e mordida de lábios cuja
repercussão no sistema estomatognático seria lábio-versão dos dentes anteriores inferiores
e mordida aberta anterior. Ainda com relação a etiologia da mordida aberta anterior, o
autor relata a respiração bucal a qual não deve ser considerado como hábito deletério, pois
suas características e complexidade fazem com que encaremos não como simples hábito,
mas sim como uma síndrome: a síndrome do respirador bucal ou insuficiência respirador
nasal.
SWI�EHART; STRAU�B apud CAPELLI JR.; CALI�I; OLIVEIRA (2000)
relatam que a pressão da língua seria a causa primária da mordida aberta e que a
readaptação da língua e a eliminação da disfunção muscular corrigiriam esta condição.
LEITE; TOLLE�DAL (2001) em estudos sobre a expressão sócio-cultural do
uso da chupeta, concluíram que este hábito causa um desequilíbrio estomatognático: a
potencialidade iatrogênica da chupeta é refletida em distúrbios oclusais, resultando em
mordida aberta anterior, protusão maxilar, mordida cruzada posterior, além do índice de
cárie aumentando (quando associado ao açúcar ou medicamentos açucarados).
MARCHESA� (2001) constatou que a mordida aberta anterior é a condição mais
freqüente para que haja interposição lingual. Em sua revisão, a grande controvérsia era
explicar se a mordida está aberta porque a língua se interpõe porque a mordida está aberta.
Porém confirma que mesmo que a língua não seja a causadora da mordida aberta, é fato
que a mesmo faz com que a mordida possa abrir mais ainda, ou mantenha-se aberta pelo
posicionamento desta na região.
MARCHESA�; BIA�CHI�I (2001) observa que a concorrência de rotação
póstero-inferior mandíbula, a parte anterior da língua encontra-se mais baixa e o dorso alto
devido à redução do espaço funcional póstero-anterior e que durante a função aparece
predomínio de autorização da língua tanto em mastigação como deglutição e fala,
especialmente nos casos de mordidas abertas anteriores.
Conforme VIEIRA; AZEVEDO (2001), em relação a má-oclusão, tem sido demonstrado
uma associação entre o hábito de sucção, posicionamento anterior da língua e mordida
aberta.
2.5. TRATAMENTO
ARVYSTAS (1977) relatou em suas pesquisas sobre tratamento de distorções de
mordida aberta anterior esqueletal, que não há um método de tratar único exclusivamente
esse tipo de má-oclusão, só com método cirúrgico ortodôntico. Cada caso pode ser
evoluído e resolvido individualmente, se há variação biológica, o plano de tratamento,
também, pode variar de acordo com a particularidade do paciente, levando em
consideração que cada má-oclusão tem sua própria característica e unicidade.
�AHOUM (1977) diz que: “a mordida aberta, que são associadas com
malformações crânio-facial são muito mais difícil de tratar e não respondem a terapia
miofuncional sozinha”.
FERES (1988) evidenciando as contra-indicações para tratamento de má-oclusões,
relatou que para mordida abertas esqueletal, onde todo o crescimento ósseo já cessou e que
houve um hipodesenvolvimento vertical do ramo ascendente, fica difícil a solução por
meio puramente ortodôntico, tendo que lançar mão da intervenção cirúrgica complementar.
FERREIRA (1988) relatou que a expansão rápida por disjuntores nos casos de
anomalias de classe II com atresia maxilar e mordida aberta é contra-indicada se não puder
conter a rotação mandibular.
VIGORITO (1988) trata a mordida aberta anterior através da intrusão dos dentes
posteriores e extrusão dos anteriores usando-se de forças extra-bucais para atingir as metas
ortodônticas.
Para MARTI�A; LAI�O; MICHELOTTI (1990) analisando o tratamento de
pacientes com má-oclusão classe I com severa mordida aberta esqueletal, explanou que o
tipo de tratamento oferecido para grande maioria dos pacientes foi, mais freqüentemente, a
terapia sintomática direcionando-a para eliminação dos fatores causativos, onde ratifica
que quando os fatores causativos são identificados por exames cuidadosos e diagnóstico
completos, há maior possibilidade para estabelecer uma terapia ótima com menos
complicações no tratamento.
REITZIK et al (1990) em pesquisas sobre tratamento cirúrgico de deformidade de
mordida aberta esqueletal com fixação interna rígida mandibular, relataram o desafio que é
a realização desse tipo de procedimento. Afirmaram que o tratamento ortodôntico resolvem
um ou outro caso, como os equipamentos para puxada alta para evitar o crescimento da
maxila e dirigi-la para região posterior, assim como a mentoneira que retarda o
crescimento mandibular. Declaram que as tentativas para intrusão e extrusão dos dentes na
mordida aberta dar um resultado estético pobre e leva a recidiva. Portanto, nestes casos,
concluem, ser preciso uma requisição de uma intervenção cirúrgica ortognática para um
resultado estável, estético e agradável.
GRABER apud TELLE et al (1995) observa que na existência de uma mordida
aberta anterior, a remoção de dentes posteriores é preferível, pois reduz a tendência de
recidiva da mordida aberta e a excessiva inclinação lingual, observada ocasionalmente com
remoção do pré-molares.
MADEIRA et al (1995) em revisão bibliográfica sobre métodos de correção das
mordidas abertas anteriores, concluíram, em comum com outros autores estudados, que a
fase com potencial de crescimento facial é a que apresenta melhores condições para
correções desta discrepância, e juntos explanaram que é freqüente a afirmação de que a
falta de crescimento traz dificuldade na correção e, principalmente, na estabilidade dos
resultados.
FIELDS (1995) proferiu que as mordidas abertas associadas com sucção, em
crianças com relações normais dos maxilares freqüentemente se resolvem após a remoção
do hábito e os dentes permanentes remanescentes irrompem. Pode ser necessário um
aparelho para expandir bilateralmente o arco superior atrésico ou retrair os incisivos
projetados e espaçados, mas a mordida aberta pode não requerer outro tratamento mais
tarde, em crianças com bom padrão esquelético.
BAUMRI�D et al apud I�SORT; HOCEVAR; GIBBS (1996) citam como
tratamento ortodôntico para aproximar mordida aberta anterior o equipamento de puxada
alta de molares de maxilares, que consiste em instrui-los e permitir a autorotação da
mandíbula, deste modo fechando a mordida aberta. Mas faz referência a discordância entre
vários autores sobre esse tratamento.
Conforme �AGAHARA et al (1996), têm-se indicado, quando a língua e o osso
hióide apresentam uma postura anteriorizada devido à hipertrofia tonsilar ou de adenóide.
A tonsilectomia e a adenoidectomia deslocariam posteriormente e reduziram a mordida
aberta anterior nos casos de respiração bucal. É bem sabido que a inserção anormal do
freio lingual leva a uma postura anteriorizada da língua e conseqüente mordida aberta
anterior. Por isso a frenectomia na língua e no lábio superior, além da tonsilectomia são
executadas, seguidos por uma terapia miofuncional.
MIYAJIMA; LIZURA (1996) expõe o tratamento de classe II com mordida aberta
anterior empregando mecânica de Kim associada a braquéis tipo Edge, referindo que esta
combinação além de fácil manipulação, permite bons resultados em pequeno espaço de
tempo. Ainda segundo os autores, a mordida aberta classe III é um dos mais complicados
casos e freqüentemente requer correção cirúrgica. O princípio do tratamento e a extração
e/ou intrusão dos dentes posteriores. Devido a inclinação mesial dos dentes posteriores ser
outra característica dos casos de mordida aberta, a verticalização desses dentes é
igualmente necessário para corrigir a mal oclusão e obtenção da estabilidade pós-
tratamento.
GRABER; �EUMA�� (1997) no tratamento de sucção digital, causadora das
mordidas abertas anteriores, consagrou que podia ser usado as forças musculares em
aparelhos ortodônticos simples, tais como escudos vestibulares e orais. Esse tipo de
tratamento, evidenciaram, por ser utilizado para indivíduos com mordida aberta anterior
causada por respiração bucal, mas com a seguinte modificação, o escudo vestibular terá
que portar pequenos orifícios para respiração, que serão gradualmente reduzidos em
tamanho, à medida que a respiração passa a ser nasal.
GRABER; �EUMA�� (1997) relatam que o ativador não é indicado para
tratamento de mordida aberta esqueletal, mas para mordida aberta do tipo causado por
interposição de língua e sucção digital.
CARVALHO et al (1998) relataram a possibilidade de auto correção da mordida
aberta anterior a partir de duas observações: diminuição de sua prevalência, bem como
prevalência do hábito de sucção não nutritiva dos três para os cinco anos.
BO�I; ALMEIDA; VEIGA (2000) em estudo da eliminação de hábitos de sucção
de chupeta e / ou mamadeira em crianças de 4 a 6 anos como causa da mordida aberta
anterior, verificaram que se utilizando do método de esclarecimento, e em trabalho
conjunto com pais e responsáveis, na ausência de recursos ortodônticos, é possível remover
tais hábitos e acarretar diminuição ou mesmo fechamento da mordida anterior.
Para CIRELLI et al (2001) o planejamento do tratamento da remoção do hábito
de sucção de chupeta e correção da mordida aberta é a motivação do paciente para
interrupção voluntária do hábito. Caso seja necessário aparato ortodôntico, ainda só terá
efeito se a criança estiver motivada a interromper o hábito, pois é impossível sem sua
colaboração. Ainda ratificam que a interrupção do hábito leva á tendência a auto correção
dos efeitos causadores em crianças de até 4 anos.
TELLES; PARRA (2001), numa pesquisa que objetiva avaliar 20 indivíduos
portadores mordida aberta anterior maior ou igual a 3 mm, durante as fase inicial, final e
no período pós-contenção do tratamento, verificou que a mecânica empregada mostrou-se
bastante efetiva na correção desta displasia vertical, permanecendo bastante estável após o
tratamento, apesar das medidas esqueletais (SN-PP, SN-POmx, SN-POmd, SN-PM)
demonstrarem uma tendência de retornar aos seus valores iniciais, mas considerados
estatisticamente não significativos.
MOTTA et al (2001) consolidam por ser a mordida aberta anterior uma má-
oclusão de difícil tratamento e de grande tendência a recidiva, optou-se pela mecânica de
Kim, que consiste basicamente na utilização de um arco multi-lopp, associado à mecânica
de elásticos verticais anteriores, obtendo-se sucesso com aplicações desse método de
tratamento.
3. DISCUSSÃO
3.1. Quanto a Conceitos e Classificação
A mordida aberta anterior é um tipo de freqüente de má-oclusão onde se verifica
clinicamente a ausência de contato dos dentes antagonista na região anterior (MOYERS,
1960; ARAUJO, 1988; VELLI�I, 1999) quando a mordida está em relação cêntrica
(GRABER, 1974). Está sempre acompanhada de uma marcante hipotonia da musculatura
oral: língua, lábios e mentalis, com alta ou baixa funcionalidade, quando relacionada ao
tipo adquirida ou dento-alveolar (FIELDS, PROFFIT, 1995; FRA�CO, 2001),
acrescentando-se ainda retroinclinação dos incisivos inferiores, deformidade no palato
duro, deglutição atípica, arco superior estreito, mordida cruzada posterior e outras
características menos freqüentemente citadas, como diastema nos incisivos superiores e
inferiores (MODESTO, AZEVEDO, 2001). Inclui-se também características envolvida
como mo desenvolvimento da face onde se observa a dimensão vertical posterior curta,
altura da face anterior aumentada, oclusão unicamente de molares excessivamente
erupcionadas, rotação da mandíbula, plano alterado assim como o padrão esquelético,
todos relacionados a fatores genéticos, com maior ou menor relevância para cada indivíduo
(ARAUJO, 1988; TAKEYAMA et al,1990; PROFFIT, 1995). Todos os autores estão
em concordatas com conceitos e características, alguns deixando apenas de citar um ou
outro item deste ou daquele.
3.2. Quanto a classificação
A classificação para mordida aberta anterior é simples, mas de extrema importância
clínica para diagnóstico e plano de tratamento. Os autores referidos não divergem em suas
classificações e dividem em 2 grupos basicamente: dento-alveolares e a esqueletal
(�AHOUM, 1975; MIZHARI, 1978; WATSO�, 1981). Para estes os tipos dento-
alveolares são adquiridas e as do tipo esqueletal são hereditárias. Fugindo a regra acima, a
classificação da mordida aberta anterior foi divida em primária, onde a função muscular
anormal é o fator etiológico maior e o padrão de crescimento , médio e horizontal; e o
secundário ou adaptivo com padrão de crescimento vertical (GRABER, �EUMA��,
1997). Constatou-se apenas um a diferenciação na nomenclatura, pois as características
tomadas como base para a classificação são muito semelhante e pouco interferindo no
diagnóstico e plano de tratamento.
3.3. Quanto a epidemiologia
Epidemiologicamente a mordida aberta anterior está inserida como uma das má-
oclusões mais freqüente na população, na faixa etária de 3 a 6 anos (OLIVEIRA et al
apud VALE�TE, MUSSOLI�O, 1989; SILVA FILHO et al, 1990) e as maiores
prevalências de causa, observa-se, são os hábitos bucais deletérios (OLIVEIRA et al apud
VALE�TE, MUSSOLI�O, 1989; GALVÃO, PEREIRA, BELLO, 1994; SERRA-
�EGRA et al, 1997; TOMITA, BIJELLA, FRA�CO, 2000). A prevalência entre as
raças somente as de cunho nas diferenças nas proporções verticais da face, não sendo
estabelecido quanto a hábitos ou outras causas (PROFFIT, 1995). Para o sexo, não se
observou variações estatísticas, estando distribuído eqüitativamente (TOMITA,
BIJELLA, FRA�CO, 1995). As referências a epidemiologia demonstraram, em
quantidade, muito pobre, ficando difícil de deflagrar uma discussão mais aprofundada e
exata dos dados.
3.4. Quanto a etiologia
As causas mais comuns da mordida aberta anterior, do tipo adquirida ou dento-
alveolar, são a sucção digital ou outro hábito deletério bucal, agravado com a interposição
lingual e hiperatividade da musculatura facial; incluindo muito freqüentemente a
respiração bucal (LOPEZ-GAVITO et al, 1985; GALLETO, URBA�IAK,
SUBTEL�Y, 1990; URSI, ALMEIDA, 1990; �A�DA, 1993; LA�GLADE, 1995;
ABY-AZAR, QUEIROZ, 1996; I�SORT, HOCEVAR, GIBBS, 1996; PELLIZO�E et
al, 1996; RAKOSI, SCHMITH, 1997; JABUR, 1999; MERCADA�TE, 1999;
QUELUZ, GIME�EZ, 2000; SWI�EHART, STRAUB apud CAPELLI JR., CALI�I,
OLIVEIRA, 2000; LEITE, TOLLE�DAL, 2001; MARCHASA�, 2001;
MARCHESA�, BIA�CHI�I, 2001; VIEIRA, AZEVEDO, 2001). Acrescenta-se ainda
como causas possíveis as hereditárias, padrões esqueléticos e as anomalias patológicas
morfogenéticas, tais como disostose cleidocraniana, hiperplasia condilar e fenda palatina
(RICHARDSO�, 1981; LOPEZ-GAVITO et al, 1985; GALLETO, URBA�IAK,
SUBTEL�Y, 1990; URSI, ALMEIDA, 1990). A concordância é unitária entre os fatores
etiológicos juntos aos autores, exceto nos trabalho de TOMITA et al (1998) que concluio
não haver nenhuma relação entre incompetência da musculatura oral e a mordida aberta
anterior.
3.5. Quanto ao tratamento
Com relação ao tratamento da mordida aberta anterior, certifica-se que há uma
grande variedade de procedimentos. Para aquelas do tipo esqueletal, a maioria dos autores
indicam a cirurgia ortognática nos casos em que o padrão de crescimento foi discrepante e
o mesmo já cessou, com auxílio de alguns aparatos ortodônticos, o que atentam ainda para
grande possibilidade de recidiva pós-tratamento (ARVYSTA, 1977; �AHOUM, 1977;
FERES, 1988; REITZIK et al, 1990; PROFIT, 1995; MADEIRA et al, 1995;
MIYAJIMA, LIZURA, 1996). Nos tratamentos da mordida aberta anterior do tipo
adquirida ou dento-alveolar, os procedimentos mais utilizados foram: a remoção do hábito
deletério bucal, sucção digital, chupetas, mamadeiras, onicofagia e outros através do
método de esclarecimento; no caso de respiração bucal, o tratamento cirúrgico seria
necessário, como adenoidectomia e tonsilectomia e outro que não está relacionado à
respiração bucal, mas provoca também mordida aberta anterior em alguns casos, a língua
presa, portanto sendo necessário a frenectomia; e os aparelhos ortodônticos: escudos
vestibulares, mecânica de KIM, expansores, ativadores, disjuntores, intrusão e extrusão
dentais, forças extra-orais e até os mais traumáticos como extrações dentarias
(FERREIRA, 1988; VIGORITO, 1988; MARTI�A, LAI�O, MICHELOTTI, 1990;
REITZIK et al, 1990; FIELDS, 1995; BAUMRI�D et al apud I�SORT, HOCEVAR,
GIBBS, 1996; �AGAHARA et al, 1996; MIYAJIMA, LIZURA, 1996; GRABER,
�EUMA��, 1997; GRABER, �EUMA��, 1997; BO�I, ALMEIDA, VEIGA, 2000;
TELLES, PARRA, 2001; GRABER apud TELLE et al, 1995; CARVALHO et al,
1998; CIRRELLI et al, 2001; MOTTA et al, 2001). Não houve contradições entre os
tratamentos propostos pelos autores, exceto como relações a BAUMRI�D et al apud
I�SORT; HOCEVAR; GIBBS (1996) que cita discórdias entre pesquisadores a cerca dos
aparelhos ortodônticos com forças extra-orais, todavia o próprio refere-se aos aparelhos
afirmativamente. Ressaltam ainda observância na utilização correta dos procedimentos de
tratamento interpretado como a não existência de um aparelho eficiente, não obstante um
correto para cada caso individual.
4. CO�CLUSÕES - A fase de maior prevalência da mordida aberta anterior é a de dentição decídua e/ou
mista.
- A mordida aberta anterior é uma conseqüência de multifatores causais inseridas em um
conjunto de várias outras características, não ocorrendo isoladamente.
- Nos casos de mordida aberta anterior identificada como dento-alveolar, temos, em
maioria, relacionadas aos hábitos de sucção digital ou outro hábito bucal deletério,
raramente associado aos desequilíbrio ósseo-facial.
- Devido ser um problema relativamente comum e pueril, fica a cargo do odontopediatria
e Cirurgião-dentista clínico geral prevenir e diagnosticar a mordida aberta anterior
junto a pais e responsáveis, e, portanto encaminhar o paciente ao especialista.
- É preciso um estudo mais amplo e aprofundado na área de saúde bucal em relação a
raça, sexo, cultura e classe social, de âmbito nacional, acerca da má-oclusão mordida
aberta anterior, por ser comum e a literatura científica pobre neste assunto, afim de que
se possa gerir planos de ações viáveis para solução do problema.
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