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Monopólio

Varian cap. 24

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Introdução

• Definição: Uma empresa produz uma

mercadoria sem substitutos próximos.

• Monopolista pode obter lucro econômico

puro, mesmo no longo prazo.

• Mas, e novas empresas não são atraídas?

• Sim, mas existem barreiras à entrada de

firmas concorrentes.

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Tipos de barreiras

• Barreiras legais: patentes, por exemplo.

• Controle no fornecimento de matérias

primas.

– Ex: Alcoa detinha quase todas as minas de

bauxita nos EUA. Desta forma, por controlar a

matéria básica para a produção de alumínio, ela

podia ser também uma monopolista deste setor.

• Barreiras de escala

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Barreiras de escala

• Monopólio pode surgir em decorrência de

rendimentos crescentes de escala para a

produção de determinado bem.

• Quando a tecnologia existente faz com que

um mercado inteiro possa ser atendido por

uma única empresa antes que essa atinja seu

custo mínimo, dizemos que temos um

monopólio natural no setor.

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y

p

D

CML

y

p

D

CML

Nesse mercado, há espaço

para muitas empresas com

essa função de custo

Com essa curva de custo

médio, apenas uma empresa

deve prevalescer

Quando a curva de demanda

de mercado cruza a curva de

custo médio em seu ramo

descendente, dizemos que se

trata de um monopólio natural

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O Monopolista Ordinário

• Começaremos analisando o caso do

monopolista ordinário: é aquele que vende

todas as unidades de seu produto ao mesmo

preço.

• Ele deve definir o preço e a quantidade do

seu produto sujeito às restrições de custo e à

curva de demanda por esse produto.

Para qualquer preço, o monopolista só poderá

vender aquilo que o mercado suportar

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O problema do monopolista

ordinário

• Seja p(y) a função de demanda inversa. Então o problema do monopolista ordinário é ( ) ( )

yMax p y q CT y

• Ou, caso q(p) seja a função de demanda pelo produto do monopolista,

( ) ( )p

Max p y p CT y p

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Condições de máximo:

i) Condição de primeira ordem:

0)()(

dy

ydCT

dy

ydRT

RMg(y)=CMg(y)

dy

ydCT

dy

ydpyp

)()(

( ) ( )y

Max p y q CT y Essa abordagem é + conveniente

analiticamente RT

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Comparação com o mercado

competitivo

CMgy

pRMg

CMgdy

ydCT

dy

ydpypRMg

pd

)(

11

)()(

Mercado competitivo: firma consegue vender quanto

quiser ao preço de mercado – firma encara curva de

demanda infinitamente elástica

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p* Pd

y

p

Demanda de mercado encarada

por uma firma competitiva

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Queda da receita com as unidades já vendidas anteriormente

Ganho de receita com as unidades extras que serão vendidas

dy

ydPypdy

dy

dRTRMg

)(. 01

y0dp

D

dy

Monopolista encara a própria curva de demanda de mercado

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Observação

• Uma empresa monopolista com custo

marginal positivo nunca irá operar no ramo

inelástico de sua curva de demanda.

• A razão para isso é que, caso esteja nesse

ramo, a empresa, ao reduzir a quantidade

produzida, aumenta o lucro pois, ao mesmo

tempo que reduz os custos de produção,

aumenta sua receita de vendas.

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Exemplo: (demanda linear e CMgs constantes)

• p(y)=aby; a,b > 0.

• CT(y)=cy.

• RT=ayby2

• RMg=a2by

• CMg=c

Condição de primeira ordem

b

cay

2

2

cap

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D

y

p

CMg c

a

b

a

RMg

b

a

2b

caym

2

2

capm

b

cay

*

Exc. Prod.

Exc. Cons.

Observação: Na solução

de equilíbrio: P > CMg

*********

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ii) Condição de segunda ordem

A curva de receita marginal deve cruzar a de

custo marginal de cima para baixo

2

2

2

2

2

2

2

2

d

d

d

d0

d

d

d

d

y

CT

y

RT

y

CT

y

RT

RMg

CMg

MáximoLocal

y y

RMg

CMg

MínimoLocal

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Outra observação importante

• Diferença entre as condições de oferta de uma

firma em concorrência perfeita e em monopólio

• Como a curva de demanda encarada pela firma

em concorrência perfeita é uma reta na altura do

preço de equilíbrio, conseguimos estabelecer

uma relação bem definida entre preços e

quantidade.

• No monopólio, a curva de oferta vai depender

da curva de demanda.

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CMgCM

D

y

p

p*

y*m

m

CMg

y

RMg Dalt

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Taxa de markup sobre o custo marginal

CMgydy

dpp CMg

p

y

dy

dpp

1

CMg

y

p

dp

dyp

1

11

1| |

p CMg

||

11

1CMgp

Taxa de markup

Obs: i) o que acontece com o markup com o aumento da

elasticidade; ii) caso de competição perfeita.

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Exemplo: elasticidade preço

constante e CMg constante

• q(p) = a p

• CT(q)=cq

O preço será um markup constante do custo marginal.

||

11

1

||

11

1

cCMgp Exemplo:

Se pd = -2

P = c*2

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Exemplo: efeito de um imposto sobre a

venda

• Primeiro caso, custo marginal constante e

demanda linear

• Governo estabelece um imposto ‘t’

• CMg CMg+t = CMg’

• O que acontece com os resultados de

equilíbrio nesse mercado?

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Exemplo: demanda linear e custo

marginal constante

• p(y) = a – by demanda inversa linear

• RT = (a – by)*y = ay – by2

• RMg = a – 2by

• RMg = a – 2by = CMg = c

• a – 2by = c

• ym = (a – c ) / 2b

• pm = a – b((a – c ) / 2b) = a – a/2 + c/2 = (a+c)/2

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Exemplo: demanda linear e custo

marginal constante

• p(y) = a – by demanda inversa linear

• RT = (a – by)*y = ay – by2

• RMg = a – 2by

• RMg = a – 2by = CMg’ = c + t

• a – 2by = c + t

• y = (a – c – t ) / 2b

• p = a – b[(a – c – t ) / 2b] = (a + c + t)/2

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Exemplo: demanda linear e custo

marginal constante

• p(y) = a – by demanda inversa linear

• y = (a – c – t ) / 2b

bdt

dy

2

1 Impacto do imposto

sobre a quantidade

2

1

2

1*

bb

dt

dy

dy

dp

dt

dpImpacto do imposto

sobre o preço

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• Segundo caso: custo marginal constante e

demanda com elasticidade preço constante

– preço antes do imposto =

|

11

1CMg

– preço depois do imposto =

|

11

1)tCMg(

– parcela repassada ao consumidor =

|

11

1t >t

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• Segundo caso: custo marginal constante e

demanda com elasticidade preço constante

– preço antes do imposto =

|

11

1CMg

– preço depois do imposto =

|

11

1)tCMg(

1

|

11

1>

dt

dp

O monopolista repassa aos preços mais

que o imposto.

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Imposto sobre o lucro do

monopolista

• Max Lucro = (1-t) {p(y)y – c(y)}

• CPO:

• (1-t) RMg = (1-t) CMg

• Nada muda.

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Peso morto

do monopólio

Perda de peso morto do monopólio

CMgCM

D

y

p

p*

y*m

m

CMg

y

RMg

Argumento em

termos de

eficiência

Eficiência no

sentido de

Pareto: não é

possível

melhorar alguém

sem piorar outra

pessoa.

Entre ym e y* há uma faixa de produção onde as pessoas estão

dispostas a pagar mais do que o custo de produzir: P > CMg

POSSIBILIDADE DE MELHORA DE PARETO

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Monopólio Natural

• Monopolista RMg = CMg

• Competidor Perfeito P = CMg

• Regular o monopólio: fazer com que o

monopolista produza onde p = Cmg

• Problema: pode ser que o monopolista tenha

prejuízo a esse preço...

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y

p

D

CMg

y*

CMe

p*

RMg

Fazer com que o monopolista produza onde P=Cmg leva a

prejuízos para o monopolista.

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Monopólio natural

• Esse tipo de situação costuma ocorrer com a

oferta dos bens de utilidade pública.

• Exemplo: empresa de gás

– Tecnologia envolve custos fixos muito grandes

(criação e manutenção de canalização de gás) e

custo marginal pequeno para ofertar unidades

extras: uma vez que a canalização esteja instalada,

custa muito pouco bombear gás para dentro dela.

• Em geral os monopólios são operados pelo

governo ou regulados por ele.

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Regulamentação pelo governo

• Para ter lucros não negativos, terá que estar

sob a curva de custo médio;

• Para oferecer o serviço para todos que estão

dispostos a pagar, terá que estar sob a curva

de demanda

• Ponto (pCme, yCme) no gráfico seguinte.

Conhecida como Política de second best

• Problema: governo conhecer os custos das

firmas.

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Outra solução: governo operar

• Neste caso, a solução é estabelecer p=CMg

e fornecer um subsídio de montante fixo

para a empresa se manter em operação

• Problema: é que aqui também é difícil

conhecer os custos...

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y

p

D

CMg

y*

CMe

p* Subsídio

pcme

Política de

second best

ycme

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O que causa monopólios?

• A forma do Custo Médio (tecnologia) vis a vis

tamanho do mercado determinam o

surgimento dos monopólios

Tecnologia: não há muito o que fazer.

Tamanho do mercado: política externa não restritiva,

maior o tamanho do mercado.

Ideia básica: comparar a EME (Escala Mínima

de Eficiência) – nível de produção que minimiza

o custo médio com o tamanho da demanda.

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y

p

D

CML

y

p

D

CML

Nesse mercado, há espaço

para muitas empresas com

essa função de custo

Com essa curva de custo

médio, apenas uma empresa

deve prevalescer

Quando a curva de demanda

de mercado cruza a curva de

custo médio em seu ramo

descendente, dizemos que se

trata de um monopólio natural

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O que causa monopólios?

• Se temos uma situação onde a escala de

produção é grande frente ao tamanho do

mercado e não temos como aumentar esse

último monopólio natural regulamentação

ou outro tipo de intervenção governamental.

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Questão 10 - 2004

Um monopolista cujos custos de produção são dados por c(q)=q2+100 defronta-se com a demanda de mercado p=A3q, em que A > 0 é uma constante. É correto afirmar:

Ⓞ Se A < 40, o monopolista, no equilíbrio, terá prejuízo.

① A alocação eficiente nesse mercado é qe=(2/5)A.

② Se A = 45, será possível regular o monopólio de modo que este produza quantidade competitiva sem ter prejuízo.

③ Considerando A = 48, um regulador que estipule um preço mínimo de R$ 30,00 estará agindo conforme o interesse do monopolista de maximizar lucro em detrimento do ótimo social.

④ O peso morto do monopólio quando A = 48 é 36.

V

V

F F

F