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ANNA PAULA LEHMKUHL
ELIEZER VIEIRA DE CARVALHO
NEVETON DA SILVA SUITA
EVASO NO SENAC-FLORIANPOLIS: CURSOS TCNICOS NA
REA DA SADE
FLORIANPOLIS SC
2005
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC
CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CCE/FAED
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAO
DEEE
ANNA PAULA LEHMKUHL
ELIEZER VIEIRA DE CARVALHO
NEVETON DA SILVA SUITA
EVASO NO SENAC-FLORIANPOLIS: CURSOS TCNICOS NA
REA DA SADE
Relatrio Final de Estgio apresentado disciplina de Estgio Supervisionado II,Curso de Pedagogia com habilitao em
Administrao Escolar, CoordenaoGeral de Estgio, Universidade do Estadode Santa Catarina UDESC.
Supervisora:Magaly de Mattos Azevedo
Orientador: Msc. Adriano de Oliveira
FLORIANPOLIS SC
2005
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AGRADECIMENTOS
A Deus, em nome do seu filho amado Jesus Cristo, que em todos os
momentos deste curso, esteve com sua potente mo a nos guiar, dando-nos amor,
paz, discernimento, tranqilidade para vencermos todas as barreiras com dignidade
e tica. Para que ao final possamosdizer: Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a f.
A Elizabeth Vaz Suita, esposa do Neveton, que com seu amor oincentivou.
A Otoniel Rodrigues Silva, marido de Anna e Loirana Lehmkuhl sua filha.
A Universidade do Estado de Santa Catarina-CEE/FAED.
Aos professores: Marileia Maria da Silva, Giovana M. Lunardi, Agripa Faria
Alexandre e Edy.
Ao Senac-Florianpolis SC.
A professora Magaly de Mattos Azevedo, do Ncleo Educacional do Senac
pelo seu apoio e incentivo.
Ao professor Adriano de Oliveira nosso orientador, que com pacincia edenodo nos fez realizar nosso trabalho de estgio.
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Bem-aventurado o homem que encontrasabedoria, e o homem que adquireconhecimento, pois ela mais proveitosa
do que a prata, e d mais lucro que oouro.
Provrbios 3:13.
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RESUMO
Este relatrio de estagio resulta de uma pesquisa desenvolvida com a finalidade deanalisar as causas da evaso no Senac (Servio Nacional de AprendizagemComercial) de Florianpolis nos cursos da rea da sade, no decorrer dos anos de
2002 a 2004. Os recursos metodolgicos utilizados foram observaes, entrevistaestruturada, questionrio e pesquisa bibliogrfica. Apresentamos a nossa trajetriade estgio, os dados e sua anlise e os artigos individuais de cada membro daequipe. Podemos constatar que os principais fatores responsveis pela evaso soas condies financeiras e a falta de perspectiva profissional.
Palavras-chave: SENAC-Florianpolis. Reforma do Ensino Tcnico. Legislao.
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem
Senac/Florianpolis Enfermagem 1 .............................................................. 18
Grfico 2 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem
Senac/Florianpolis Enfermagem 2.............................................................. 19
Grfico 3 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem
Senac/Florianpolis Enfermagem 3 .............................................................. 19
Grfico 4 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem
Senac/Florianpolis Enfermagem 4 .............................................................. 20
Grfico 5 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises
Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 1 ......................... 21
Grfico 6 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de AnlisesClnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 2 ......................... 21
Grfico 7 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise
Clnica Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 3 ........................... 22
Grfico 8 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-
Florianpolis: Esttica 1 ................................................................................ 23
Grfico 9 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-
Florianpolis: Esttica 2 ................................................................................ 23
Grfico 10 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-
Florianpolis: Esttica 3 ................................................................................ 24
Grfico 11 - Curso Tcnico em Enfermagem: por gnero .......................... 24
Grfico 12 - Curso Tcnico em Enfermagem: faixa etria .......................... 25
Grfico 13 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalho .............................. 25
Grfico 14 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalham na rea .............. 26
Grfico 15 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em Enfermagem ............. 26
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Grfico 16 - Curso Tcnico em Enfermagem: interesse em concluir o
curso ................................................................................................................ 27
Grfico 17 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: por
gnero .............................................................................................................. 27Grfico 18 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: faixa
etria ................................................................................................................ 28
Grfico 19 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: trabalho 28
Grfico 20 - Curso Tcnico em Laboratrio de Analise Clnica:
trabalham na rea ........................................................................................... 29
Grfico 21 - Motivo da escolha: Curso Tcnico Laboratrio de Anlise
Clnica .............................................................................................................. 29
Grfico 22 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: interesse
em concluir o curso ....................................................................................... 30
Grfico 23 - Curso Tcnico de Esttica: por gnero ................................... 30
Grfico 24 - Curso Tcnico em Esttica: faixa etria .................................. 31
Grfico 25 - Curso Tcnico em Esttica: trabalho ...................................... 31
Grfico 26 - Curso Tcnico em Esttica: trabalham na rea ...................... 32
Grfico 27 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em Esttica .................... 32
Grfico 28 - Curso Tcnico em Esttica: interesse em concluir o curso .. 33
Grfico 29 Condies de moradia dos 55 alunos dos cursos da rea
da sade .......................................................................................................... 34
Grfico 30 Faixa salarial dos 55 alunos dos cursos na rea da sade .. 33
Grfico 31 - Estado civil: cursos na rea da sade ..................................... 35
Grfico 32 Paternidade dos alunos: cursos na rea da sade ............... 35
Grfico 33 Opinio dos 55 alunos entrevistados: recomendaria os
cursos do SENAC na rea da sade ............................................................. 36
Grfico 34 Opinio dos 55 alunos sobre os cursos na rea da sade ... 36Grfico 35 Evaso: rea da sade ............................................................. 37
Grfico 36 Condies de moradia (66 alunos) ......................................... 38
Grfico 37 Situao de trabalho (66 alunos) ............................................. 38
Grfico 38 Por gnero (66 alunos) ............................................................. 39
Grfico 39 Faixa salarial dos alunos evadidos (66 alunos) ..................... 39
Grfico 40 Motivo da evaso (66 alunos) .................................................. 40
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Cursos do SENAC e sua rea de atuao ................................. 14
Tabela 2 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico
de Enfermagem Senac/Florianpolis - perodo 2002 a 2004 ...................... 18
Tabela 3 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico
de Anlises Clnicas - Senac/Florianpolis ................................................. 20
Tabela 4 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico
de Esttica no Senac/Florianpolis 2003 a 2004 ...................................... 22
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SUMRIO
INTRODUO ................................................................................................. 10
CAPTULO 1 TRAJETRIA DO ESTGIO .................................................. 11
1 ENTRE O SONHO E A REALIDADE: EVASO NO SENAC-
FLORIANPOLIS NOS CURSOS TCNICOS NA REA DA SADE ............ 11
1.1 Como surgiu o tema? ............................................................................. 111.2 O que o SENAC? ................................................................................ 121.3 Foco da Pesquisa e objetivos ................................................................ 151.4 Desenvolvimento da pesquisa ............................................................... 16
1.5 Aes realizadas .................................................................................... 17
1.6 Apresentao dos resultados ................................................................. 18
1.6.1 Evaso no Curso Tcnico de Enfermagem ............................................. 181.6.2 Evaso no Curso Tcnico em Laboratrio de Analises Clnicas ............ 201.6.3 Evaso no Curso Tcnico de Esttica ................................................... 221.7 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Enfermagem: gnero, idade,trabalho e interesse .......................................................................................... 241.8 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Laboratrio de AnlisesClinicas: gnero, idade, trabalho e interesse ................................................... 271.9 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Esttica: gnero, idade,trabalho e interesse .......................................................................................... 301.10 Indicadores Scio-Econmico dos Cursos Tcnicos na rea da Sade . 331.11 Indicadores: Alunos Evadidos .................................................................. 37
CAPTULO 2 ARTIGOS INDIVIDUAIS ......................................................... 41
2.1 EVASO OU ESCRAVIDO: AS ALTERNATIVAS DO ENSINO
PROFISSIONALIZANTE.................................................................................... 41
2.2 A REFORMA DO ENSINO MDIO E TCNICO E O SENAC-
FLORIANPOLIS ............................................................................................. 52
2.3 EDUCAO PROFISSIONAL PARA O MERCADO OU PARA A
CIDADANIA ...................................................................................................... 64
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CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. 77
REFERNCIAS ................................................................................................ 78
ANEXOS .......................................................................................................... 80
ANEXO A Projeto de Estudo ...................................................................... 81
ANEXO B - Questionrio do aluno ................................................................ 92
ANEXO C Entrevista com o aluno evadido ............................................... 94
ANEXO D - Questionrio Socioeconmico .................................................. 96
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INTRODUO
O tema do nosso trabalho de estgio a evaso nos cursos tcnicos da rea
da sade do Senac-Florianpolis. No primeiro capitulo, descrevemos nossa trajetria
no estgio e o processo de evaso nos cursos na rea da sade no Senac-
Florianpolis, turmas de 2002 at 2004.
J no segundo capitulo, cada membro da equipe escreveu seu artigo com
base em um sub-tema derivado do tema central evaso. Aqui fizemos a
interpretao/anlise dos dados empricos que a luz do terico podem identificar os
fatores que podem estar contribuindo para a evaso. Os artigos so: Evaso ou
Escravido: as alternativas do ensino profissionalizante por Anna Paula Lehmkuhl;
A Reforma do Ensino Mdio e Tcnico e o Senac de Florianpolis por Eliezer V. de
carvalho; e, Evaso no Senac na rea da sade por Neveton da Silva Suita.
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CAPITULO 1 - TRAJETRIA DE ESTGIO
1 ENTRE O SONHO E A REALIDADE: EVASO NO SENAC-FLORIANPOLISNOS CURSOS TCNICOS NA REA DA SADE
1.1 Como surgiu o tema?
Nosso trabalho de estgio do curso de Pedagogia habilitao Administrao
Escolar da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), foi realizado no
Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), localizado na Rua Silva
Jardim, 360 bairro Prainha Florianpolis. Realizado pelos acadmicos Neveton da
Silva Suita, Anna Paula Lehmkuhl e Eliezer Vieira de Carvalho. O tema do nosso
trabalho de estgio Evaso no Senac-Florianpolis: Cursos da rea da Sade.
Fomos recebidos no Senac, pela pedagoga Magaly de Mattos Azevedo do Ncleo
Educacional, responsvel pela nossa superviso no campo de estgio.
No inicio quando entramos em contato o Senac, o interesse era que o
trabalho de estagio pesquisasse a evaso nos cursos de tecnlogos. Mas em
discusso com a equipe do Ncleo Educacional da instituio decidimos pelos
cursos da rea de sade. Portanto, o foco do projeto foi Evaso no Senac nos
Cursos Tcnicos na rea da Sade. So eles: Tcnico em Esttica, Tcnico em
Laboratrio de Analises Clnicas e Tcnico em Enfermagem.
Outra modificao foi a retirada do curso de ptica da pesquisa em razo do
mesmo ser terceirizado, portanto com caractersticas de gesto diferentes dos da
instituio. Alm disso, no havia mais o interesse do Senac em manter o curso.
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1.2 O que o SENAC?
Criado em 10 de janeiro de 1946, o Senac uma instituio de formao
profissional. O Senac uma instituio privadasem fins lucrativos, participante do
Sistema S Senai/Sesi/Senac/Sesc/Senat/Sest/Sebrae/Senar. Reconhecido pelos
Decretos Lei 8.621 e 8.622 e mantida em parte com recursos oriundos da classe
empresarial do Comercio de Bens e Servio e da cobrana de mensalidades. Sua
misso desenvolver pessoas e orientaes para o mundo do trabalho com aes
educacionais e disseminando conhecimentos em comrcio de bens e servios. Cabe
Confederao Nacional do comercio (CNC) sua administrao.
Ao longo desde 58 anos de atividades, o Senac preparou mais de 40 milhes
de pessoas para o setor de comercio e servios, por meio de sua capacitao
profissional em doze reas de formao. Atravs de diferentes modalidades de
ensino, dentre as quais destaca-se o programa Senac Mvel, a instituio se faz
presente em mais de 1.856 municpios, capacitando para o Mundo do Trabalho
cerca de 1,7 milhes de brasileiros, a cada ano.
Em 2003, no Senac realizaram-se 1.783.294 matriculas, atendendo 1.856
municpios, 474 unidades escolares, 15.571 docentes. (RELATRIO GERAL DO
SENAC, 2003)
O Senac Santa Catarina est a quase 60 anos realizando educao
profissional. O Senac atua hoje em 18 cidades, atingindo praticamente todo o
Estado, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da cada regio onde se
encontra presente. Hoje o Senac oferece educao distncia, utilizando para isso
principalmente as chamadas novas tecnologias da informao e comunicao
(NTICs).
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Turismo e Hotelaria, Informtica e Sade so reas que levam educao
sobre rodas aos quatro cantos do Estado. As unidades moveis do Senac percorrem
as cidades catarinenses oferecendo qualificao profissional.
O Senac Santa Catarina adequando-se s mudanas na educao
profissional e atento a novos nichos de mercado oferecem cursos superiores de
Tecnologia no Estado. As primeiras turmas dos cursos de Tecnologia em Gesto de
Empresas de Servios e Tecnologia em Gerenciamento das Tecnologias da
Informao tiveram inicio na Unidade de Florianpolis. Hoje tambm esto
disponveis nas Unidades de Blumenau, Chapec e Tubaro.
Firmando parcerias com outras instituies de ensino superior, o Senac
oferece cursos de Ps-Graduao em diversas reas. Alm dos cursos abertos
ministrados em todas as unidades, o Senac disponibiliza tambm o formato IN
COMPANY, onde o curso realizado dentro da empresa, atendendo necessidades
especficas tanto do empresariado quanto de seus colaboradores.
Dessa forma, o Senac oferece programaes que percorrem diferentes
etapas da formao profissional, que so cursos livres de formao inicial e
continuada de trabalhadores, educao profissional tcnica de nvel mdio e cursos
de educao tecnolgica de graduao e ps-graduao. Vamos ver
detalhadamente como se caracterizam: Cursos Livres:
O Senac desenvolve cursos de qualificao tendo como premissa as
necessidades das profisses, do mercado e da sociedade. O objetivo claro a
capacitao do trabalhador, atravs de cursos bsicos, de aperfeioamento ou
atualizao, para que possa ingressa, manter-se e evoluir em sua carreira
profissional nos setor produtivo, desenvolvendo competncias na rea escolhida.
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Cursos Tcnicos:
Com carga horria entre 1.600 horas/aula, sua proposta habilitar profissionais
para entender as demandas exigidas pelo mercado de trabalho e da sociedade.
Os currculos so construdos a partir do perfil profissional de concluso e
contemplam as competncias organizadas em reas profissionais, sendo
autorizados pelo Conselho Estadual de Educao. Para participar destes cursos,
o aluno dever estar cursando ou ter concludo o ensino mdio.
Graduao Tecnologia:
Faculdade de tecnologia Senac-Florianpolis com durao de 2 anos. Oferece os
seguintes cursos: Curso superior de Tecnologia em gesto de Empresa de
Servios; Curso Superior de Tecnologia em Gerenciamento das Tecnologias da
Informao; e Curso Superior de Tecnologia em Gesto do Varejo da Moda.
Ps-graduao e MBA:
As Especializaes so desenvolvidas em convnio com distintas instituies de
ensino Superior, como UFSC, Senac-SP E PUC-PR. O Senac tambm oferece
suas prprias especializaes, em educao Ambiental e Educao distancia,
utilizando a metodologia do ensino a distncia.
Tabela 1 Cursos do SENACCURSOS TOTAL/TURMAS
ARTES 7COMUNICAO 20CONSERVAO E ZELADORIA 1DESIGN 4GESTO 3IDIOMAS 40IMAGEM PESSOAL 12INFORMATICA 57MEIO AMBIENTE 2SADE 12TECNOLOGIA EDUCACIONAL 21
TURISMO HOTELARIA 94Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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Modulo II Qualificao Tcnica em Esttica Facial; Modulo III Qualificao
Tcnica em Esttica Corporal.
Tcnico de Laboratrio de Analises Clinicas, durao 1.500 h.
Visa capacitar profissional tcnico em laboratrio de analises clinicas. Esse
profissional tem como funo orientar o cliente/paciente, receber, preparar,
processar amostras biolgicas e assistir ao bioqumico, ou patologista, na
execuo de analises clinicas. Tipo de curso de habilitao e certificao de
aproveitamento. Pr-requisito, idade mnima: de 18 anos completos, escolaridade
ensino mdio completo ou estar cursando o ultimo anos. Programa: Modulo I
Qualificao Tcnica em Servio de Coleta de Amostras Biolgicas; Modulo II -
Habilitao em Tcnico em Laboratrio de Analises Clinicas.
A finalidade da pesquisa analisar os determinantes da evaso dos cursos
tcnicos da rea da sade do Senac-Florianpolis. O assunto de grande interesse
da instituio, pois a evaso dificulta a manuteno desses cursos. E o Senac tem
dado abertura para tratar desse assunto de uma forma bem ampla.
1.4 Desenvolvimento da pesquisa
Os recursos metodolgicos utilizados foram a observao, entrevista
estruturada por telefone com os alunos evadidos, questionrio com as turmas e
pesquisa bibliogrfica. Aplicamos questionrios e entrevistamos os alunos dos
cursos da rea da sade com turmas do horrio noturno, que tiveram seu inicio no
ano de 2002 com termino em 2004. Desse modo, trabalhamos com os alunos que
esto cursando e evadidos. Depois desse processo, realizamos a tabulao (tabelas
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e grficos) e anlise dos dados coletados mediante observao, questionrio e
entrevistas.
Na pesquisa bibliogrfica, lemos autores que trataram de evaso o que nos
deu embasamento terico para entendermos um pouco mais sobre evaso. Mas
encontramos pouca bibliografia que analisa a evaso em cursos profissionalizantes.
Durante o processo de pesquisa tivemos algumas dificuldades quanto a
aplicao dos questionrios, pois em alguns momentos as turmas estavam em prova
ou em estgio. J com os alunos evadidos o contato foi telefnico, e novamente
enfrentamos dificuldades: os alunos no moravam mais na cidade; no se
encontravam porque estavam no trabalho; no quiseram responder, por no estarem
mais interessado pelo curso.
Quando da aplicao do primeiro questionrio e da tabulao e anlise dos
dados relativos principalmente evaso, surgiu a necessidade de pesquisar
aspectos scio-econmicos para entender melhor o tema da pesquisa. Para isso,
construmos outro questionrio e voltamos a aplicar nas turmas.
1.5 Aes realizadas
Nesta pesquisa realizamos aplicao de 2 (dois) questionrios com os alunos
do curso noturno da rea da sade. Entrevistamos por telefone 54 alunos evadidos.
Alm disso, realizamos a coleta de dados na administrao do Senac e
observamos/analisamos o cotidiano, o PPP e estrutura fsica da instituio.
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1.6 Apresentao dos resultados
1.6.1 Evaso no Curso Tcnico de Enfermagem
Abaixo tabela 2 referente ao nmero de alunos matriculados e evadidos dos
cursos de Enfermagem.
Tabela 2 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de EnfermagemSenac/Florianpolis - perodo 2002 a 2004
Curso Inicio Termino Matriculados EvadidosEnferma.1 27/5/02 20/12/02 37 5Enferma,2 29/4/02 20/12/02 40 9Enferma.3 22/7/04 01/4/05 34 3Enferma.4 4/10/04 24/6/05 33 1
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 1, que abaixo de 12% dos 37 alunos
matriculados do curso Tcnico de Enfermagem 1 evadiram-se.
88%
12%
0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 1 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 1Fonte: Senac-Florianpolis-/SC, 2003.
Analisando o grfico 2 abaixo identificamos que 18% dos 40 alunos
matriculados no curso Tcnico em Enfermagem 2 evadiram-se.
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_____________________________________________________________________
82%
18%
0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 2 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Constatamos que no grfico 3 baixo que 8% dos 34 alunos matriculados no
curso de Enfermagem evadiram-se.
92%
8% 0%0%0%0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 3 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 4 abaixo que 3% dos 33 alunos matriculados
no curso de Enfermagem evadiram-se.
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97%
3%
0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 4 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 4Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.6.2 Evaso no Curso Tcnico em Laboratrio de Analises Clnicas
Tabela 3 referente ao nmero de alunos matriculados e evadidos dos cursos
de Laboratrio de Anlise Clnicas.
Tabela 3 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de Anlises Clnicas -
Senac/Florianpolis
Curso Inicio Trmino Matriculados EvadidosLaborat. 1 15/4/02 21/5/04 27 11Laborat. 2 10/3/03 3/12/04 30 14Laborat. 3 1/1/04 30/4/06 50 17
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 5 abaixo, que 29% dos 27 alunos matriculados
no curso de Laboratrio de Anlise Clnicas evadiram-se.
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_____________________________________________________________________________________
71%
29%
0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 5 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 1
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Constatamos no grfico 6 abaixo, que 32% dos 30 alunos matriculados no
curso Laboratrio de Anlises Clnicas evadiram-se.
68%
32%
0%0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 6 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Observamos no grfico 7 abaixo, que 25% dos 50 alunos matriculados no
curso de Laboratrio de Anlise Clnicas evadiram-se.
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______________________________________________________________________
75%
25%
0%0%0%0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 7 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.6.3 Evaso no Curso Tcnico de Esttica
Abaixo na tabela 4, refere o nmero de alunos matriculados e evadidos do
curso tcnico em esttica.
Tabela 4 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de Esttica noSenac/Florianpolis 2003 a 2004
Curso Incio Trmino Matriculados EvadidosEsttica 1 8/9/04 11/8/06 33 3Esttica 2 7/3/05 14/3/07 39 1Esttica 3 15/8/5 31/8/7 39 2
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 8 abaixo, que 13% dos 33 alunos
matriculados no curso de Tcnico em Esttica evadiram-se.
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87%
13%0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 8 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 1
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Observamos no grfico 9 abaixo, que 15% dos 39 alunos matriculados em
tcnico em Esttica evadiram-se.
85%
15%0%0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 9 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Verificamos no grfico 10 abaixo que, 7% dos 39 alunos matriculados no
curso Tcnico em Esttica evadiram-se.
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93%
7%0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 10 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.7 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Enfermagem: gnero, idade, trabalho einteresse
Podemos observar no grfico 11, que 86 % dos 21 alunos pesquisados do
curso Tcnico em Enfermagem pesquisado do sexo feminino.
14%
86%
0%0%
MASCULINO
FEMININO
Grfico 11 - Curso Tcnico em Enfermagem: por gneroFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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25
Observamos no grfico 12 que dos 21 alunos pesquisados no curso Tcnico
em Enfermagem 38% possui entre 23 a 29 anos, 33% de 30 a 47 nos e 29% de 19 a
22 anos.
______________________________________________________________________________
29%
38%
33%
0%
19 22 ANOS
23 29 ANOS30 47 ANOS
Grfico 12 - Curso Tcnico em Enfermagem: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Constatamos no grfico 13 que 71% dos 21 alunos pesquisados no curso
Tcnico em Enfermagem trabalham.
71%
29%
0%0%
TRABALHA
NO TRABALHA
Grfico 13 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalhoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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27/99
26
Podemos observar no grfico 14 que 54% dos 21 alunos pesquisados no
curso Tcnico em Enfermagem trabalham na rea do curso.
52%
48%
0%0%
Trabalha na me sm a rea
No tarbalha na me sm area
Grfico 14 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Observando no grfico 15 que 94% dos 21 alunos pesquisados no curso
Tcnico em Enfermagem estudam por achar o curso interessante.
94%
6% 0%0%0% Estuda por achar o cursointeressante
Falta de opo
Grfico 15 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em EnfermagemFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Analisando a grfico 16, identificamos que 81% dos 21 alunos pesquisados
tem interesse de concluir o curso Tcnico em Enfermagem.
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27
_________________________________________________________________________________
81%
19%
0%
0%
Tem interesse deconcluir o curso
Tem interesse mas faltacondies financeiras
Grfico 16 - Curso Tcnico em Enfermagem: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.8 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clinicas:gnero, idade, trabalho e interesse
Podemos observar no grfico 17 que 86% dos 22 alunos pesquisados do
curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas so do sexo feminino.
_______________________________________________________________________
14%
86%
0%0%
MASCULINO
FEMININO
Grfico 17 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: por gneroFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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28
Observamos no grfico 18 que 22 alunos pesquisados do curso Tcnico em
Laboratrio de anlise 55% so da faixa etria dos 23 a 29 anos, 27% da faixa etria
de 19 a 22 anos e 18% da faixa etria de 30 a 47 anos.
__________________________________________________________________________
27%
55%
18% 0%
19 22 anos
23 29 anos
30 47 anos
Grfico 18 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 19 que 82% dos 22 alunos pesquisados do
curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas trabalham.
82%
18%
0%
0%
Trabalha
No trabalha
Grfico 19 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: trabalho
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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29
Constatamos no grfico 20 que 55% dos 22 alunos pesquisados do curso Tcnico
em Laboratrio de Anlises Clnicas trabalham na mesma rea do curso.
55%
45%
0%
0%Trabalha namesma rea docurso
No trabalha namesma rea docurso
Grfico 20 - Curso Tcnico em Laboratrio de Analise Clnica: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Averiguamos no grfico 21 que 95% dos 22 alunos pesquisados do curso
Tcnico em laboratrio de Anlise Clnicas estudam por achar o curso interessante.
95%
5%0%0%0% Estuda por achar curso
interessante
Falta de opo
Grfico 21 - Motivo da escolha: Curso Tcnico Laboratrio de Anlise Clnica
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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30
Analisando a grfico 22, podemos perceber que 84% dos 22 alunos
pesquisados tem interesse de concluir o curso Tcnico Laboratrio de Anlise
Clnica.
__________________________________________________________________________
86%
14%0%
0%
Tem interesse deconcluir o curso
Tem interesse mas faltacondies financeirasl
Grfico 22 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.9 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Esttica: gnero, idade, trabalho einteresse
Observando o grfico 23 identificamos que 100% dos alunos do curso
Tcnico em Esttica do sexo Feminino.
0%
100%
0%0%
Masculino
Feminino
Grfico 23 - Curso Tcnico de Esttica: por gnero
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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31
Podemos analisar no grfico 24 que 59% dos 12 alunos pesquisados no
curso Tcnico em Esttica esto na faixa etria de 30 a 47 anos, 33% entre 19 a 22
anos e 8% de 23 a 29 anos.
33%
8%59%
0%
19 22 anos
23 20 anos
30 47 anos
Grfico 24 - Curso Tcnico em Esttica: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Constatamos no grfico 25 que 75% dos 12 alunos pesquisados no curso
Tcnico em Esttica no trabalha.
75%
25%
0%
0%
Trabalha
No trabalha
Grfico 25 - Curso Tcnico em Esttica: trabalhoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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32
Podemos observar no grfico 26 que 67% dos 12 alunos pesquisados no
curso Tcnico em Esttica no trabalham na rea que estudam.
33%
67%
0%0%0%
Trabalha na rea queestuda
No trabalha na reaque estuda
Grfico 26 - Curso Tcnico em Esttica: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Identificamos no grfico 27 que 92% dos 12 alunos pesquisados do curso
Tcnico em Esttica estuda por achar o curso interessante.
92%
8% 0%0%0% Estuda por achar o cursointeressante
Falta de opo
Grfico 27 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em EstticaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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33
Analisando a grfico 28, constatamos que 100% dos 12 alunos tem interesse
de concluir o curso Tcnico em Esttica.
__________________________________________________________________________
100%
0%
0%
0%
Tem interesse deconcluir o curso
Tem interesse mas faltacondies financeiras
Grfico 28 - Curso Tcnico em Esttica: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
1.10 Indicadores Scio-Econmico dos Cursos Tcnicos na rea da Sade
Aplicamos um questionrio scio-econmico em 55 alunos dos cursos da
rea da sade que responderam o questionrio anterior. Tabulamos os dados para
facilitar a avaliao.
Analisando a grfico 29, podemos observar que 47% dos 55 alunos
pesquisados dos cursos tcnicos da rea da sade mora em casa prpria, 31 %
mora com os pais e 22% mora em casa alugada.
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34
22%
31%
0%0%
47%
Casa alugada
Casa prpria
Mora com pais
Grfico 29 Condies de moradia dos 55 alunos dos cursos da rea da sade
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Analisando o grfico 30, podemos observar que 40% dos 55 alunos
entrevistados dos cursos na rea da sade recebem at R$ 500,00 por ms e 20%
so dependentes.
1 6 %
2 4 %
5 %7 %2 %2 0 %
2 6 %4 0 0
5 0 0
6 0 0
8 0 0
1 2 0 0
D e p e n d e n t e s
N o r e s p o n d e r a m
Grfico 30 Faixa salarial dos 55 alunos dos cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 31 que 73% dos 55 alunos pesquisados dos
cursos Tcnico na rea da sade so solteiros. E 27% so casados.
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35
27%
73%
0%0%
Casados
Solteiros
Grfico 31 - Estado civil: cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Analisando o grfico 32, podemos observar que 69% dos 55 alunos
pesquisados dos cursos Tcnicos na rea da sade no tem filhos.
31%
69%
0%0%
Tem filhos
No tem filhos
Grfico 32 Paternidade dos alunos: cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Observando o grfico 33 podemos ver que 47% dos 55 alunos pesquisados
nos cursos tcnicos na rea da sade recomendariam o Senac. Mas, no
recomendaria os cursos do Senac 31% e no responderam 22%.
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36
22%
31%
0%
47%Recomendaria
No recomendaria
No responderam
Grfico 33 Opinio dos 55 alunos entrevistados: recomendaria os cursos do SENAC na reada sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar que 34% dos 55 alunos pesquisados nos cursos Tcnicos
na rea da sade acham o curso bom, 31% acham regular, 31% no responderam e
4% acham timo.
4%
34%
31%
31%
timo
Bom
Regular
No responderam
Grfico 34 Opinio dos 55 alunos sobre os cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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37
1.11 Indicadores: Alunos Evadidos
Abaixo segue dados da pesquisa feita com 66 alunos evadidos dos cursos do
Senac na rea da sade.
O grfico 35 apresenta o nmero de evases nos cursos do campo da sade,
dos 362 alunos matriculados, 15% se evadiram no perodo em estudo.
85%
15%
0%
0%
Matriculados
Evadidos
Grfico 35 Evaso: rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar no grfico 36 que dos 66 alunos que se evadem dos
cursos na 59% mora em casa prpria, 15% mora com os pais, 18% no
responderam e 8% casa alugada.
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38
____________________________________________________________
8%
59%
15%
18%
Casa alugada
Casa prpria
Mora com pais
No responderam
Grfico 36 Condies de moradia (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Contatamos no grfico 37 que dos 66 alunos pesquisados 15% no trabalha,
18% no responderam e 67% trabalha.
______________________________________________________
67%
15%
18% 0%
Trabalha
No trabalha
No responderam
Grfico 37 Situao de trabalho (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Podemos observar que no grfico 38, que dos 66 alunos pesquisados 71%
so mulheres e 29% so homens.
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39
2 9%
71%
0%
0%
Mascu l ino
Femin ino
Grfico 38 Por gnero (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Analisa-se no grfico 39 que dos 66 alunos pesquisados, 35% ganham at R$
500,00, 6% ganha at R$ 600,00, 5% ganham at R$ 800,00, 2% ganham at R$
1,200,00, 17% so dependentes e 35% no responderam.
______________________________________________________
14%
21%
6%5%2%17%
35%
R$ 400,00
R$ 500,00
R$ 600,00
R$ 800,00
R$ 1.200,00
Dependentes
No responderam
Grfico 39 Faixa salarial dos alunos evadidos (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
Nota-se que no grfico 40 dos 66 alunos pesquisados, 62% evadem-se por
motivos financeiros, 5% por situao de trabalho, 15% falta de perspectiva
profissional, 18% no responderam.
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40
62 %5%
15 %
18% 0 %Con dio f inancei ra
S i tuao de t rabalho
Fal ta de perspectivaprof issonal
No respond eram
Grfico 40 Motivo da evaso (66 alunos)
Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.
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CAPTULO 2 ARTIGOS INDIVIDUAIS
2.1 EVASO OU ESCRAVIDO: AS ALTERNATIVAS DO ENSINOPROFISSIONALIZANTE
Anna Paula LEHMKUHL1
RESUMO
Neste artigo abordado o problema da evaso escolar nos cursosprofissionalizantes do Senac (Servio Nacional de Aprendizagem Comercial)Florianpolis. Tambm se busca demonstrar como foi estruturado o processo deformao profissionalizante no Brasil. Outra questo em analise so as relaesentre o modelo de produo capitalista e polticas publicas para a educaoprofissionalizante. O artigo analisa tambm distintos sentidos de uma formaoprofissionalizante, bem como a repercusso da atual reestruturao dos cursostcnico-profissionalizantes.
Palavras-chave: Formao-profissionalizante. Sistema S. Evaso escolar.Mercado de trabalho.
INTRODUO
Este artigo fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de seis meses nas
dependncias da escola profissionalizante Senac. Durante este perodo um grupo de
acadmicos da turma de administrao escolar do curso de Pedagogia da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do qual participei, visitou
semanalmente a unidade do Senac-Prainha, em Florianpolis. O objetivo inicial da
pesquisa era identificar as principais causas da evaso escolar nos cursos
1Acadmica do Curso de Pedagogia Habilitao em Administrao Escolar da FAED/UDESC, no
segundo semestre de 2005.
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42
profissionalizantes da rea da sade oferecidos pela instituio. Para realizar a
pesquisa utilizamos a seguinte Metodologia: Pesquisa bibliogrfica, observao das
instalaes fsicas, anlise de documentos, aplicao de questionrios e entrevistas.
Embora a prioridade da pesquisa abordasse o problema da evaso nos
cursos ofertados pelo Senac Florianpolis, a amplitude das informaes obtidas no
decorrer da pesquisa nos possibilitou uma viso geral da formao profissional
realizada nas instituies do sistema S Senai/Sesi (indstria), Senac/Sesc
(comrcio), Senat/Sest (transportes), Sebrae (micro e pequenas empresas) e Senar
(rural). A partir deste entendimento da poltica educacional do sistema S propus-me
a apresentar o problema da evaso como sendo uma alternativa de fuga da
educao profissionalizante. Historicamente observa-se que este modelo de
educao profissionalizante tem visado meramente o recrutamento de mo-de-obra
para atender as demandas do mercado. No atual sistema educacional a formao
de um indivduo consciente de sua situao humana e social tem ficado em segundo
plano. Neste contexto educacional extremamente racional e mercadolgico o
indivduo deixa o ser sujeito de sua educao e passa a ser apenas mais uma pea
formada para reposio. Diante da frustrao com as instituies de ensino e as
perspectivas profissionais hora de se fazer uma opo: se adequar ao modelo
vigente e se tornar mais um escravo do sistema capitalista ou evadir-se em busca dealternativas onde a escravido no esteja to explicita quanto na proposta do
sistema de educao profissionalizante.
O MODELO POSTO
A revoluo Industrial ocorrida ainda no sculo XVIII, na Inglaterra iria mudar
radicalmente os rumos da humanidade. No sculo seguinte o modo de produo em
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43
larga escala iniciou seu processo de expanso, mas s chegou ao Brasil no sculo
XX. O modo de produo surgido na Inglaterra viria para transformar diretamente as
relaes econmicas, interferindo tambm nas relaes sociais e polticas.
Foi a partir de 1930 que a industrializao passou a modificar significativamente a
economia brasileira. A industrializao do pas veio a romper um modelo scio-
econmico vigente por mais de trs sculos. Enquanto a elite latifundiria agrcola
perdia poder poltico, a burguesia industrial surgia como uma classe em ascenso.
Como paralelo obrigatrio, nascia o operariado brasileiro que precisava ser
arregimentado tanto tecnicamente como ideologicamente.
Para se analisar uma escola profissionalizante inevitvel o debate sobre a
funo social da escola. Em nossa sociedade capitalista notrio que uma das
principais funes da escola a de preparar as novas geraes para manterem a
atual ordem social. Enguita chama de "mecanismos que foram de uma forma mais
ou menos suave s pessoas a se submeterem s relaes de produo capitalistas"
(1993). No entanto outras funes so atribudas escola. Dentre as propostas
contrrias a mera reproduo capitalista podemos citar: a formao de um indivduo
crtico, o desenvolvimento para o usufruto bens culturais, o exerccio da cidadania, a
realizao pessoal e o convvio social harmonioso. Tais objetivos esto presentes
nas propostas pedaggicas formuladas como alternativas ao modelo de produocapitalista.
Ainda no governo de Getlio Vargas, que um dos grandes responsveis pela
modernizao do pas, um sonho da elite industrial realizado. Em 20 de janeiro de
1942, criado por meio de decreto a instalao das escolas profissionais oficiais,
federais e estaduais. O Senai foi a primeira escola do modelo de profissionalizao,
que hoje chamamos de sistema S. O Senac teve o inicio de suas atividades em
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Santa Catarina a partir de 1948. A unidade Senac de Florianpolis na qual foi
realizada a pesquisa funciona desde 1964. Desde sua fundao todos os integrantes
do sistema S, so financiados com recursos do estado, apesar de financiados com
recursos pblicos, os membros do sistema tem gesto privada. O sistema S
considerado a maior rede de ensino privado do pas, em termos de formao,
especializao e aperfeioamento da mo-de-obra. As instituies apresentam duas
vertentes: a Educao Profissional e a Prestao de Servios Tcnicos e
Tecnolgicos direcionada tambm para empresas e comunidade.
De acordo com dados do prprio Senac a instituio dispe atualmente de
uma vasta rede escolar por todo o pas, abrangendo 1700 municpios e atendendo
cerca de 1.400.000 alunos por ano. A planta da instituio inclui centros de
tecnologia, centros de educao profissional, centros de treinamento, unidades de
treinamento operacional, agncias de treinamento e agncias de educao
profissional. As orientaes pedaggicas do Senac so deliberadas no plano da
Administrao Central, com base em pesquisas de mercado.
Segundo Castioni desde sua origem a educao profissional no sistema
pblico de ensino brasileiro, tem se consolidado historicamente pela influencia do
empresariado nas polticas educacionais.
Tivemos vrias experincias no passado, como o Programa Intensivo dePreparao de mo-de-obra Industrial - Pipmoi criado em dezembro de 1963, o
Movimento Brasileiro de Alfabetizao - Mobral, de dezembro de 1967, o Plano
Nacional de educao Profissional, depois transformado em Plano Nacional de
Qualificao do Trabalhador - Planfor, de 1995 (CASTIONI, 1999, p. 27).
Na nsia por atender a demanda de mo-de-obra s instituies educacionais
passaram a constituir cursos a partir de objetivos e metas "preestabelecidas" pelo
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mercado de trabalho, gerando assim empregados conformados com a sua realidade,
seguidores dos comandos, "peas" de reposio.
Da que vo se apropriando cada vez mais, da cincia tambm, como
instrumento para suas finalidades. Da tecnologia, que usam como fora indiscutvel
de manuteno da ordem opressora, com a qual manipulam e esmagam. Os
oprimidos como objetos, como quase "coisas, no tm finalidades. As suas, so as
finalidades que lhes prescrevem os opressores. (FREIRE, 1993, p. 47).
Para se perceber os fundamentos da poltica de educao profissional no
Brasil basta analisar a lei vigente. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional desvincula a educao profissionalizante da educao geral. A
aprendizagem que antes era realizada em tempo integral foi abolida, conforme o
disposto pela nova legislao os cursos profissionalizantes so modularizados e
compostos por disciplinas acadmicas ou disciplinas especificamente tcnicas na
rea do curso. Com a dicotomia entre educao geral e educao profissional, mais
uma vez o se visa apenas a instrumentalizao estritamente tcnica do indivduo.
A BUSCA PELA ESCOLA PROFISSIONALIZANTE
De acordo com as respostas dos alunos do Senac Florianpolis, a grande
maioria deles ingressaram na escola profissionalizante com a expectativa de
colocar-se no mercado de trabalho, em vantagem sobre a concorrncia, devido
especializao profissional. A busca pela ascenso social leva os alunos de famlias
geralmente humildes a buscarem a insero no promissor mundo das escolas
profissionais. O projeto de melhoria de vida, dos trabalhadores leva a famlia a arcar
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com as despesas de um curso profissionalizante, custo este que por muitas vezes
extrapola o oramento familiar.
neste contexto de busca por insero e ascenso social que o Senac
aparece como uma ponte para o sucesso profissional. No final da dcada de 90, o
Senac Florianpolis passou a oferecer os primeiros cursos de nvel tcnico. No
segundo semestre de 2003 tiveram incio s primeiras turmas dos cursos superiores
de Tecnlogo em Gesto de Empresas de Servios e Tecnlogo em Gerenciamento
das Tecnologias da Informao. Alem dos cursos tcnicos e de tecnlogos, o Senac
tambm oferece cursos bsicos. No total so quase trezentos cursos nos trs nveis
de ensino e em diversas reas de atuao, so elas: Artes, Comunicao,
Comrcio, Design, Gesto, Idiomas, Imagem Pessoal, Informtica, Meio-Ambiente,
Sade, Tecnologia Educacional e Turismo e Hospitalidade. Com o slogan Senac
timo no seu currculo, a instituio se apresenta como uma escola que e oferece
cursos altamente valorizados pelo mercado.
De acordo com as colocaes dos alunos nas entrevistas, a opo por
estudar no Senac foi construda atravs da imagem da instituio na sociedade. A
idia de estudar em uma instituio de renome influencia na hora da opo por um
curso profissionalizante. O aspecto fsico foi outro diferencial na hora da escolha, a
unidade do Senac no bairro da Prainha em Florianpolis, comea a impressionarainda do lado de fora da escola, sua fachada com vidros espelhados chama a
ateno at dos mais distrados. Os atrativos no param por a, a escolas possui
uma variedade de ambientes que vo desde salas de aulas com ambientes
climatizados passando por 12 laboratrios de informtica, laboratrio de sade,
salo de beleza, biblioteca, laboratrio de fotografia, laboratrio de tica, ateli de
moda, cozinha e modernos auditrios equipados com sistemas multimdia. O
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ambiente escolar remete a sensao de importncia e sucesso profissional. No
entanto, apesar de tantos atrativos oferecidos pelo Senac e da necessidade de
insero dos alunos ao mercado muitos desistem ainda no primeiro modulo.
A REALIDADE DA EDUCAO PROFISSIONALIZANTE E A FUGA DO MODELO
Sabendo da complexidade do problema da evaso escolar e das mltiplas
causas do problema, no se pretende apontar aqui, uma causa nica e definitiva e
nem uma explicao final para o problema, no entanto no se pode deixar de
analisar a face na qual o problema foi diagnosticado atravs da presente pesquisa.
De acordo com o relato dos alunos que ingressaram nos cursos tcnicos da rea da
sade (Tcnico em enfermagem, tcnico em laboratrio de anlises e Esttica) no
Senac Florianpolis, ao iniciarem o curso profissionalizante eles passaram a
conviver com a realidade da sua opo profissional. O convvio com o ambiente
escolar, os professores e os colegas, dos quais muitos j exercem a profisso, logo
apresenta a verdadeira dimenso do status profissional. O currculo muitas vezes
desconhecido se apresenta como estritamente instrumental. As conversas informais
e as curiosidades sobre o curso e a profisso j no bastam hora de se aprofundar
no que a profisso tem a oferecer aps a concluso do curso. A realidade sobre a
colocao dos tcnicos no mercado mostra que tais cursos no so to valorizados
pelo mercado quanto os alunos imaginavam antes de ingressarem no curso.
Especificamente na rea da sade os cargos de chefia raramente so alcanados
por profissionais de nvel tcnico. Os colegas que j exercem a profisso e voltam
escola em busca de qualificao, relatam as dificuldades de se encontrar postos de
trabalho. A realidade dos colegas e as pesquisas de mercado acabam por mostrar
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que o antes promissor salrio no conquistado em muitos caso nem mesmo com
jornada dupla de trabalho. O sonho de insero e ascenso profissional comea
ceder ao sentimento de frustrao.
Atribuir aos indivduos o sucesso no mercado de trabalho apenas por seus
anos de escolaridade negar as relaes sociais de produo. Eles so apenas
agentes passivos, pois quem determina o seu valor de uso o capital (CASTIONI,
1999, p. 52).
Segundo os alunos evadidos dos cursos tcnicos da rea da sade do Senac
Florianpolis, os mesmos depois de se depararem com a realidade dos profissionais
que j atuam na rea, as perspectivas de colocao e remunerao, se mostraram
muito abaixo das expectativas destes alunos. Parte destes alunos, mesmo de
maneira inconsciente comeam ento a descobrir a lgica do mercado capitalista. A
anterior idia de que um curso profissionalizante ou mesmo uma especializao
garantiria emprego e renda substituda pela sensao de ser apenas mais um
escravo especializado.
De acordo com Remi Castioni (1999), o discurso da falta de capacitao tem
sido usado para explicar a atual crise de desemprego. O estado e mercado
atrelam a educao os mritos do sucesso profissional, desta forma transferem para
o indivduo a responsabilidade pelo desemprego ou mesmo pelas baixasremuneraes. Usando este pano de fundo o governo e o empresariado foge das
verdadeiras causas do desemprego e dos salrios miserveis. Na verdade no
sistema capitalista o emprego e o salrio no dependem do indivduo, mas da
conjuntura econmica do pas e do mundo que tem como fim o acumulo de capital
por parte dos empregadores.
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Em um sistema capitalista o trabalho a mercadoria do profissional, ele
vende sua fora de trabalho como se fosse um produto. Assim sendo o trabalhador
s consegue ter uma melhor remunerao de acordo com as leis de mercado (lei da
oferta e da procura).
Castioni (1999) se apia sua afirmativas a partir das ltimas pesquisas da
Fundao Seade e do Dieese, que apontam os maiores ndices de desemprego
entre a populao com maior escolaridade e maior experincia profissional.
O aluno de um curso profissionalizante de uma instituio privada como no
caso do Senac, tem que arcar com os custos de sua formao. Custo que
atualmente o mercado chama de investimento. Em um universo em que a
especializao do indivduo retorna em forma de lucro para o patro, fica claro que o
que estes alunos esto fazendo no um investimento pessoal. Na verdade estes
alunos esto financiando como prprio capital o desenvolvimento das empresas
contratantes. Segundo Marx (1867), o trabalhador produz para a burguesia, o
trabalhador no se apropria do resultado de seu trabalho, a sua produo
apropriada pela burguesia. Conseqentemente o profissional se aliena em sua
produo de trabalho, o empregado produz aquilo que no ser seu e da seu
trabalho perde o sentido de libertao e o "escraviza" na rotina, na m remunerao,
na estagnao profissional.De acordo com as entrevistas, pode-se constatar claramente que as
perspectivas profissionais destes alunos, para o perodo ps-concluso do curso
profissionalizante so, um dos motivos para a evaso escolar. Aps avaliar os
custos do curso, que os inseriria no mercado de trabalho e as vantagens
profissionais que obteriam aps a concluso do curso, muitos acabam por desistir.
Segundo estes mesmos alunos para se ganhar o salrio que um tcnico da rea da
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sade ganha, no preciso ter o diploma de um curso tcnico. Os alunos tambm
fazem questo de ressaltar que o profissional da sade tem uma carga horria
muitas vezes indefinida, com os plantes em finais de semana e madrugadas.
A jornada de trabalho no , portanto, constante, mas uma grandeza varivel.
verdade que uma das suas partes determinada pelo tempo de trabalho exigido
para a contnua reproduo do prprio trabalhador, mas sua grandeza total muda
com o comprimento ou a durao do trabalho. A jornada de trabalho , portanto,
determinvel, mas em si e para si, indeterminada (MARX, 1996, p. 346).
Com o desenrolar da pesquisa pode-se constatar que, o que convencionou-se
a chamarmos de evaso escolar pode ser na verdade a fuga de uma significativa
parcela de alunos que no se adequam ou no aceitam o modelo vigente. Neste
caso o indivduo deixa a escola, por no aceitar passivamente os moldes a que se
dar, a explorao de sua fora de trabalho mediante o pretexto da
profissionalizao.
CONSIDERAES FINAIS
Apesar do contexto histrico brasileiro demonstrar que esta poltica de
educao profissional vem se perpetuando no decorrer dos anos, apoiado empropostas educacionais que buscam alternativa para superar o modelo capitalista,
afirmo que outro modelo educao profissionalizante possvel. Segundo Freire no
se pode negar a possibilidade da formao de trabalhadores em um sentido mais
amplo e libertador. Alm de instrumentalizar o indivduo para o exerccio profissional,
a educao para o trabalho tambm deve despertar nos futuros trabalhadores um
senso crtico-reflexivo de sua realidade scio-cultural. Diferente do modelo posto a
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educao deve formar trabalhadores que no sejam apenas peas de reposio da
engrenagem produtiva de capital. O objetivo social das escolas profissionalizantes
no pode se limitar a to pouco. O indivduo deve ser formado em sua totalidade,
independente da escola ser profissionalizante ou no ela deve trabalhar com o
conceito de cidadania e buscar desenvolver valores. A educao profissional deve
propor a formao de profissionais crticos, participativos e construtores da realidade
que os cerca.
No suficiente apenas um domnio das tcnicas: faz-se necessrio domin-
las a um nvel intelectual. Alm da iniciao no manejo das ferramentas bsicas
utilizadas nas diversas atividades de trabalho, fundamental permitir criana e ao
jovem o acesso aos conhecimentos necessrios compreenso cientfica do objeto
em estudo, seja ele uma mquina, um fenmeno da natureza ou uma relao
socialmente produzida (MACHADO, 1991, p. 129).
O trabalho deve ser visto como um processo social no qual o indivduo est
inserido como sujeito e no objeto. O mnimo que podemos esperar que enquanto
a educao capacita tecnicamente um indivduo para o trabalho, tambm lhe
proporcione meios para este indivduo possa forma sua conscincia de maneira a
debater e participar na construo de uma relao menos desigual entre o capital e
trabalho.
REFERNCIAS:
CASTIONI, R. Avaliao de polticas pblicas:modelos e usos de avaliao deimpacto em programas de formao profissional. So Paulo: Mimeo, 1999.
ENGUITA, M. F. Trabalho, escola e ideologia.Porto Alegre: Artes Mdicas, 1993.
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FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
LEHMKUHL, A. P.; VIEIRA, E.; SUITA, N. Evaso no Senac de Florianpolis:cursos tcnicos at da sade. Projeto de trabalho. Florianpolis: UDESC, 2005.
MACHADO, L. Politcnica, escola unitria e trabalho.So Paulo: Cortez/AutoresAssociados, 1991.
MARX, K. O capital.So Paulo: Nova Cultural, 1996.
2.2 A REFORMA DO ENSINO MDIO E TCNICO E O SENAC-FLORIANPOLIS
Eliezer Vieira de CARVALHO2
RESUMO
Este artigo apresenta o histrico da educao profissional, na preparao para omercado de trabalho e como se apiam legalmente para tornar vivel este tipo deensino. Analisa a reforma do ensino tcnico ocorrida na dcada de 90, com aaprovao da LDBEN 9394/96, do decreto 2.208/97, do parecer n16/99 e daresoluo n 04/99. Por fim, avaliamos como nos cursos tcnicos da rea da Sadedo Senac-Florianpolis vem se implementado essas mudanas previstas em lei.
Palavras-chave:Reforma do ensino tcnico. Legislao. Senac-Florianpolis.
ORIGEM DA EDUCAO PROFISSIONAL NO BRASIL
A raiz do desenvolvimento das pessoas est, muitas vezes, nas formascomo as despertamos para o seu crescimento pessoal. Melhores resultadosvo depender de quo bem realizarmos essas tarefasROSSO (2002).
2Acadmico do curso de Pedagogia, Habilitao Administrao Escolar, Estagio Supervisionado II, 8fase.
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No Brasil, alm de diferente da Europa, a formao profissional das elites foi
um fenmeno tardio. Somente a partir de 1930 foi institudo o ensino universitrio no
pas, com a criao das universidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O acesso escola ficava restrito s classes economicamente favorecidas, que
almejavam os ttulos de doutores e bacharis. Para a grande massa dos
trabalhadores, a educao permaneceu restrita a decises de carter
assistencialistas, ou circunstanciais, uma vez que no havia qualquer poltica
educacional definida. O Brasil por ser a sua economia baseada na monocultura que
exportava produtos agrcolas, alm de depender de mo de obra escrava e,
posteriormente, dos colonos imigrantes, circunstncias que dispensavam
qualificao profissional.
Dessa forma, a dcada de 1930 pode ser tomada como um marco referencial
na histria da poltica da educao nacional. Nessa poca, iniciava-se o processo de
industrializao do pas. Com a crise da bolsa de 1920 e a conseqente crise do
caf, era necessrio produzir mais bens de consumo, que eram at ento
importados. Essa fase, denominada substituies das importaes, levou a criao
de um maior nmero de escolas superiores para a formao de recursos humanos
necessrio a novas exigncias do setor produtivo.
Nesse contexto, no Governo Vargas determinou-se constitucionalmente comodever do Estado (cumprido por empresa e sindicatos) o ensino vocacional e pr-
vocacional. Para isso, criaram-se as Leis Orgnicas da Educao Nacional: do
Ensino Secundrio (1942), do Ensino Comercial (1943), do Ensino Primrio, Normal
e Agrcola (1946). Paralelamente, foram criados o Senai (1942) e o Senac (1946),
visando formao de profissionais para a indstria e o comrcio.
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Embora tenham representado um esforo de sistematizao da poltica
educacional brasileira, os textos das Leis Orgnicas da Educao Nacional mantm
o carter dualista da educao ao afirmar que o objetivo do Ensino Secundrio e
Normal: formar as elites condutoras do pas, cabendo ao Ensino Profissional
oferecer formao adequada aos filhos dos operrios, aos desvalidos da sorte e
aos menos afortunados, aqueles que necessitam ingressar precocemente na fora
de trabalho. Mas somente e nas dcadas de 1930 e 1940 que se revela um perodo
representativo para o desenvolvimento da educao nacional: quando se ganha
originalidade e se oferece condies de expanso de sua oferta.
Porm, a mais estreita relao entre educao e trabalho experimentada,
no sistema educacional brasileiro, justamente a partir de poltica instituda no
perodo de ps64 (BONAMINO, 1999).
Por essa razo, difunde-se no pas, a necessidade de vincular a educao
aos planejamentos econmicos globais, como forma de contribuir para o seu
desenvolvimento econmico. E, para atingir essa meta, seria necessrio adequar a
educao s necessidades de qualificao de mo-de-obra demandada pelo
mercado de trabalho.
O ENSINO PROFISSIONALIZANTE: MUTAES
O objetivo de profissionalizao universal e compulsria atribudo ao ensino
de 2 grau no apenas deixou de atender aos propsitos estratgicos da Lei n
5.692/71 como tambm acentuou a crise de identidade caracterstica desse nvel de
ensino. Comeou a haver resistncia por partes dos alunos, por no aceitarem de
bom grado o acrscimo de disciplinas profissionalizantes em detrimentos de outras
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que, segundo supunham, fossem necessitar no exame vestibular; resistiram os
proprietrios de escolas privadas, pelo acrscimo de custos que isso representava; e
os empresrios mostraram-se avessos a receber estagirios em nome da
preservao da rotina de produo. J os professores, especialmente os de escola
tcnicas federais temiam pela desvalorizao do ensino tcnico que ofereciam, em
funo de outras ofertas descomprometidas com a qualidade que sempre
caracterizou essas escolas (CUNHA, 1998).
Nesse contexto, podemos afirmar que houve o fracasso da profissionalizao
universal e compulsria do ensino do 2 grau, que culminou com a promulgao em
1982 da Lei n 7.044, que extinguiu a obrigatoriedade da habilitao profissional
nesse nvel de ensino.
Com a reorganizao econmica e poltica internacional, associada ao uso
intensivo de alta tecnologia nas empresas, comea a demandar uma elevada
qualificao dos trabalhadores estveis, de quem se passa a exigir alto grau de
abstrao, capacidade de resolver problemas e de trabalhar em equipe. Esse fator
foi o suficiente para se pensar as reformas que aconteceram nos anos 90. A partir
dessa reforma a atual Lei de Diretrizes e Base da Educao Nacional (LDBEN) veio
estender ao poder pblico a obrigatoriedade de oferecer o ensino mdio como direito
da cidadania. E nos artigos 39 a 42 concebe a educao profissional como integradas diferentes formas de educao, ao trabalho, cincia e tecnologia, de modo a
conduzir ao permanente desenvolvimento para a vida produtiva.
Ainda em relao Lei n 9.394/96 (LDBEN), que trata do ensino profissional,
que teve o incio de sua gestao, nos anos 80, isto veio a coincidir com uma
avassaladora ascenso do neoliberalismo, promovida, em parte, pelo
desmantelamento da quase totalidade dos regimes socialistas e, por outra, pelo
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desmonte do estado de bem-estar social. E o campo da educao no ficou
indiferente ao confronto entre o pblico e o privado, ganhando adeptos de todos os
matizes ideolgicos em defesa de uma abertura no que tange ao papel do Estado,
tido mesmo, entre muitos, como vilo, em face de precariedade de resultados de
nosso sistema educacional (COSTA, 1995). J os cursos profissionalizantes que
desprende maior recursos para sua manuteno, alm de ser considerado um
processo prolongado e caro, a recomendao de que sejam repassadas,
progressivamente, para a esfera privada (KUENZER, 1999).
Numa primeira leitura da atual legislao da educao nacional, a proposio
de que os currculos devam pautar-se pelos perfis profissionais da concluso,
favorecendo a delimitao mais clara de itinerrios profissionais, parece estar
acenando para a superao da dualidade at ento caracterstica da educao no
pas (GONALVES, 2004). Embora existam posies menos otimistas referente
questo mencionada, na percepo de Accia Kuenzer, por exemplo, os
instrumentos legais que regulamentam a educao nacional, ao tratarem separado
os ensinos fundamental e mdio e o ensino profissional, instituram dois sistemas
paralelos de educao no pas. Desse modo, diz a autora,
Restabelecem-se as duas trajetrias sem equivalncia, negando-se aconstruo da integrao entre educao geral e educao para o trabalho,que vinham historicamente se processando nas instituies responsveis
pela educao profissional, certamente mais orgnica nova realidade davida social e produtiva (KUENZER, 1999).
REFORMA DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE NA DCADA DE 90: ATORES
A reforma do ensino profissionalizante na dcada de 90 origina-se de trs
sistemas de ensino o do Paran, o de Minas Gerais e o de So Paulo
evidenciando os esforos dos respectivos governos no sentido de promover
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alteraes nesse nvel de ensino, mesmo quando a legislao acima referida ainda
no tinha sido homologada (caso especfico do Paran e Minas Gerais). Tais
procedimentos reforam a leitura feita por vrios educadores brasileiros, de que, em
relao determinada facetas, mas do que a LDBEN, o que tem de fato estruturado
o ensino brasileiro no perodo recente so medidas tomadas no plano do poder
executivo, segundo definies traadas antes mesmo de que a legislao maior do
ensino obtivesse aprovao. O Decreto Lei 2208/97, cujo contedo na sua
essncia, no difere do Projeto de Lei 1603/96, bom exemplo desse procedimento.
Para vrios estudiosos da reforma do Ensino Mdio e do Ensino Tcnico,
orientadora de aes governamentais como j descritas, decorreria de possveis
influencias de organismos internacionais na sua definio. Relativamente a essa
questo h leituras coincidentes em certos aspectos, mas discordante em outros.
Para alguns autores, as polticas educacionais do Brasil seriam apenas reflexos das
imposies de organismos internacionais. Cunha (1997, p.19), reagindo a esse
enfoque afirmou que:
[...] tratando-se de Brasil, as relaes entre as polticas educacionais e asrecomendaes (do Banco Mundial) e de outras agncias internacionais spodem ser compreendida em suas complexas mediaes ou protagonistasinternos, individuais e institucionais, dependendo que se possa pesquisarat mesmo o caminho inverso: a atuao de intelectuais orgnicosbrasileiros nos desenhos das polticas das agencias internacionais [...].
O autor traz em apoio sua tese, o exemplo da participao depesquisadores brasileiros como Cludio de Moura Castro e Joo Batista de Arajo e
Oliveira, ambos os consultores do Banco Mundial, cujas contribuies reforma do
Ensino Mdio e do Ensino Tcnico nos podem ser minimizadas. Com isso se justifica
a necessidade de acompanhar, com ateno, a possvel investida dos interesses
produtivos sobre esse nvel de ensino a seu servio justificando tal procedimento
com as novas demandas por qualidade de carter geral que a flexibilizao
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produtiva faz aos trabalhadores. H convergncia de opinies entre os dois quanto
aos contedos a serem privilegiados pelo Ensino Mdio:
Mas a soluo que Castro defende como mais apropriada e a que estariaaceita na Europa: rejeitar o ensino de 2 grau meramente propiciaria tantoquanto a velha opo profissionalizante em proveitos de cursossecundrios aplicados ou mais voltados para certas reas, como ascomerciais, as artsticas, as biolgicas, as industriais. A idia no seria deprofissionalizar, mas, se vestir os mesmos contedos acadmicos(cincias, matemtica, comunicaes, escrita) com roupagens da rea. Eexemplifica: aprende-se matemtica aplicada nos negcios; fsica,estudando mquinas e ferramentas, ler e escrever, realizando relatrios elendo manuais de computadores [...] [...] Oliveira (defende a soluo)sistemas educacionais da OCDE em reforma, (que prope) a adoo doscursos que procuram ensinar disciplinas acadmicas num contextoaplicado, ao mesmo tempo em que permitem ao aluno aprofundar desde
cedo, seus conhecimentos e habilidades nas reas em que possui maiorvocao ou talento, assim como habituar-se s caractersticas e demandasdo mundo do trabalho. Ao invs de prepararem para ocupao especfica,esses cursos tipo tech prep norte-americano visam rea educacionaiscada vez mais amplas, embora vocacionados e direcionados, o quepermitiria aos alunos o desenvolvimento intelectual, o domnio dacompetncia e a busca da excelncia (CUNHA, 1997, p.13-15).
DIFINIO LEGAL DO NVEL TCNICO HOJE
Baseado na reforma educacional processada no Brasil a partir da Lei n
9.394/96 e por meio dos dispositivos regulamentadores (Decreto 2.208/97, Parecer
n16/99 e Resoluo n. 04/99 da Cmara de Educao Bsica do Conselho
Nacional de Educao) determina a existncia de dois nveis, a Bsica que
compreende Educao Infantil, Ensino Fundamental e o Ensino Mdio e a de Nvel
Superior.Ficou definido que o nvel tcnico destina-se a proporcionar habilitao
profissional de Tcnico de Nvel Mdio a alunos matriculados ou egressos do ensino
mdio, podendo ser oferecido de forma concomitante ou seqencial a este. Abrange
tambm, as respectivas especializaes e qualificaes tcnicas.
O Senac vem se adequando nova legislao, isto por meio de seus cursos
tanto de formao tcnica quanto o do tecnlogo (que corresponde a curso de nvel
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superior), destinados formao essencialmente vinculada aplicao cientfica do
conhecimento. Sua especificidade consiste no carter acentuadamente tcnico da
formao oferecida, distinguindo do bacharelado, que possui carter, mas
acadmico.
Alm desses trs nveis, a Educao Profissional compreende ainda os
chamados cursos complementares: de especializao, aperfeioamento e
atualizao.
Para entender melhor tais dispositivos do esprito da Lei 9394/96 em
questo, remetemo-nos a anlise da professora Marise Ramos (1998, p.18) para
quem a reforma da Educao Profissional:
Assenta-se sobre trs lgicas fundamentais: a) a articulao da educaoprofissional com a educao bsica; b) formao realizada por reasprofissionais mais amplas, transcendendo a estrita especializao; c)flexibilizao da oferta de cursos e dos itinerrios de formao profissional.
A organizao curricular da educao profissional tem como princpio
orientador a formao baseada em competncia, entendida, conforme os
dispositivos que a regulamentam, como define o Conselho Nacional de Educao
(PARECER n 16/99) capacidade de articular, mobilizar e colocar em ao valores,
conhecimentos e habilidades necessrios para o desempenho eficiente e eficaz de
atividades requeridas pela natureza do trabalho.
Para entender os mecanismos de implementao do modelo curricular
proposto, importante destacar a recomendao de que os cursos sejam
organizados em mdulos, que podero ter terminalidade para efeito de qualificao
profissional tcnica, dando direito, nesse caso, a certificado de qualificao
profissional. Nos casos de mdulos sem terminalidade, devero ser emitidas
declaraes de estudos.
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Quanto certificao, a Parecer 16/99 do CNE estabelece que dever ser
oferecida mediante a avaliao de competncia, sob as seguintes chancelas:
Declarao de estudos para aqueles que conclurem mdulos sem terminalidade;
Certificado de Qualificao Bsica, para o nvel bsico da Educao Profissional;
Certificado de Qualificao Profissional Tcnica para quem concluir o mdulos com
terminalidade ou os correspondentes aos de auxiliares tcnicos existentes no
mercado; diploma tcnico, para aqueles que tenham concludo o nvel mdio de
ensino.
No que diz respeito aos valores, o Parecer n 16/99 do CNE afirma a
Educao Profissional como uma prtica centrada nos princpios da igualdade de
condies para o acesso e a permanncia na escola, da liberdade de aprender e a
ensinar, da valorizao dos profissionais de educao e dos demais princpios
consagrados pelo artigo 3 da LDBEN para a educao em geral.
ESTRUTURA DOS CURSOS TCNICOS NA REA DE SADE
Os cursos pesquisados foram trs: Tcnico em Esttica, Tcnico em
Laboratrio de Anlises Clnicas e Tcnico em Enfermagem. O objetivo era
investigar as causas da evaso nesses cursos.
O Curso Tcnico em Esttica tem um perodo de durao de 1.200 h, seu
objetivo visa capacitar profissional tcnico na rea de sade que trata do
embelezamento, promoo, proteo, manuteno e recuperao esttica da pele
da face e do corpo, com domnio das tecnologias de cosmticos e equipamentos;
alm de gerir suas atividades aplicando estratgias de marketing pessoal, de
servios e produtos, de forma a aumentar a produtividade e obter resultados que
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levem ao sucesso profissional. Para que o candidato inicie o curso de Esttica
necessrio que o mesmo tenha 18 anos completos e ensino mdio completo ou
estar cursando o ltimo ano.
J o Curso Tcnico de Laboratrio de Anlises Clnicas tem um perodo de
durao de 1.500 h, ele visa capacitar profissional tcnico em laboratrio de anlises
clnicas. Espera-se que este profissional desempenhe a funo de orientar o
cliente/paciente, receber, preparar, processar amostras biolgicas e assistir ao
bioqumico, ou patologista, na execuo das anlises clnicas. Como requisito o
aluno dever ter 18 anos completo e ensino mdio completo, ou estar cursando o
ltimo ano.
Destaca-se, o Curso Tcnico de Enfermagem com durao de 1800 h e tem
por objetivo oferecer condies para que o aluno desenvolva competncias pessoas
e profissionais necessrias e comuns a todo profissional da rea de sade de modo
a favorecer o dilogo e a interao com os demais colaboradores, facilitar a
navegabilidade na rea, bem como ampliar sua esfera de atuao. Para que o
candidato realize este curso necessrio ter 18 anos completo e ensino mdio
completo, ou estar cursando o ltimo ano.
CONSIDERAOES FINAIS
O Senac como outras instituies profissionalizantes conduzem suas
propostas dentro de um aparato legal com base na LBDEN 9394/96 e nos pareceres
do CNE. Dessa forma, o Senac organizou o seu currculo por mdulo, com
certificao diferenciada podendo ser mdulo com terminalidade ou sem
terminalidade. O primeiro caso est ligado aos que iro exercer a atividade
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profissional que reconhecida no mercado de trabalho. O segundo para os que
desenvolvem competncia de carter geral que esteja ligado a competncia da
educao bsica e relacionada formao da cidadania.
Com a nossa pesquisa constatamos que o princpio de igualdade de
condies para o acesso e a permanncia na escola do Parecer 16/99 do CNE, no
se concretiza. Muitos gostariam de estudar na instituio Senac, mas por falta de
condies financeiras acabam protelando e at mesmo deixando de realizar o curso
que gostariam. Comprova essa realidade o fato de 18 % de um total de 331 alunos
dos cursos da rea da sade se evadiram por essa razo e ou outros 2 % de
evadidos por fatores de mudanas ou problemas de ordem familiares somando-se
assim um total de 20 % de evadidos. Ento fazemos o seguinte questionamento, a
quem esta proposta de igualdade de direitos est alcanando? O Senac uma
instituio privada e precisa de meios financeiros para sua existncia e trabalha para
o interesse do mercado e da indstria, isto voltada para o interesse do capital.
O iderio neoliberal que tomou conta dos anos 90 trouxe uma avassaladora
onda de irresponsabilidade do Estado com a formao cidad. Forjou uma
roupagem de suposta preocupao de trazer cursos da rea tcnica para amenizar
o problema do desemprego, porm boa parte pertencente ao setor privado. Portanto,
inacessveis boa parte dos trabalhadores.Para contrapor esta proposta necessitamos construir/restabelecer/reafirmar
o princpio do ensino pblico, gratuito e de qualidade. Dessa forma, estaremos
buscando materializar a possibilidade histrica de construir o contraponto macro-
escola.
Fazendo a leitura sobre a estruturao e o desenvolvimento histrico do
ensino tcnico, suas metas, parece-me que ainda no h muita diferena, apenas
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trocando-se a roupagem das classes sociais em relao aos anos 30 e 40. Em sua
maioria nas mos das entidades privada, poucos tm acesso ao curso tcnico
gratuito e pblico. Os que podem pagar possuem maiores oportunidades de
insero no mercado de trabalho. E os que no tem acesso esperam que a
democratizao do espao pblico acontea para que eles tambm tenham acesso
aos cursos almejados. E a Reforma do Ensino Profissionalizante implementada nos
ltimos anos no tem possibilitado a mudana dessa realidade.
REFERNCIAS:
AZEVEDO, Jos Clvis de. Educao e neoliberalismo. In: Paixo de aprender.Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educao, n. 9, dez. 1995.
BONAMINO, Alicia. Polticas educacionais brasileiras. Rio de Janeiro: [s.n.], 1999.Mimeografado.
BRASIL. Lei n 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases daeducao nacional. Documenta,Braslia, n 423, p. 569-86, dez. 1996.
______. Conselho Nacional de Educao. Parecer n 16/99, aprovado em 05 deoutubro de 1999. Documenta,Braslia, n 457, p. 3-73, out. 1999.
COSTA, Mrcio da. A educao em tempos de conservadorismo. In: APPLE,Michael et al. Pedagogia da excluso: o neoliberalismo e a crise da escola pblica.
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CUNHA, Lus Antnio. Ensino mdio e ensino profissional: da fuso excluso.Revista Tecnologia e Cultura, Rio de Janeiro, v. 2, n.10/29, jul./dez. 1998.
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KUENZER, Accia Zenilda. Educao profissional: categorias para uma novapedagogia do trabalho. Boletim Tcnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 25, n.2, p. 19-29, maio/ago. 1999.
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RAMOS, Marise. Aproximao ao modelo das competncias como novoparadigmas de organizao da educao profissional. Rio de Janeiro: [s.n.]
1998. Mimeografado.
ROSSO, Fabrizio. Repetncia escolar versus situao socioeconmica dasfamlias dos alunos da 1. srie da E. E. B. Professora Laura Lima. Projeto detrabalho. Florianpolis: UDESC, 2002.
VIEIRA, Eliezer; SUITA, Neveton; LEHMKUHL, Anna Paula. Evaso no Senac deFlorianpolis: cursos Tcnicos at da sade. Projeto de trabalho. Florianpolis:UDESC, 2005.
2.3 EDUCAO PROFISSIONAL PARA O MERCADO OU PARA A CIDADANIA
Neveton da Silva SUITA3
RESUMO
Este artigo discute a principal contradio da educao profissional nesse momento:formar para o mercado ou para a cidadania. O tema surgiu da pesquisa realizadacom a finalidade de identificar as causas da evaso nos cursos da rea da sade doSenac-Florianpolis. Para compreender esse processo, abordarei as necessidades
do capitalismo contemporneo, que defendem o mercado em detrimento dacidadania. Por fim, discutirei como a educao profissional tem se moldado snecessidades do mercado.
Palavras-chave: Educao profissional. Mercado. Cidadania.
3Acadmico da 8 fase do curso Pedagogia - Habilitao Administrao Escolar da UDESC.
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INTRODUO
Este artigo analisa a principal contradio da educao nesse momento
histrico que forma para a cidadania ou para o mercado. Este tema surgiu durante
a elaborao do projeto de pesquisa e sua efetivao no Senac-Florianpolis em
2005.
O objetivo do projeto era identificar as principais causas da evaso escolar
nos cursos profissionalizantes da rea da sade oferecidos pelo Senac. Para
realizar a pesquisa utilizamos a seguinte Metodologia: Pesquisa bibliogrfica,
observao das instalaes fsicas, analise de documentos histricos e
pedaggicos, aplicao de questionrios e entrevistas. Analisando os dados
conclumos que os principais fatores que levam a evaso so: financeiro, pessoal,
pedaggico e profissional. Porm, o que mais me chamou a ateno foram as
concepes de educao profissional em debate, uma que busca atender os
interesses do mercado e a outra que busca a consolidao da cidadania.
O IDEARIO NEOLIBERAL E O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL
Assistimos hoje a um dilogo de surdos no campo da poltica social. De um
lado, aparecem os defensores do neoliberalismo, ressuscitados das cinzas do Leste
Europeu, comprometidos com a volta triunfante do mercado, como regulador da
sociedade e da economia (PRZEWORSKI, 1994). Olhando a histria recente, no
seria difcil apontar para guinadas malsucedidas de ordenamento do mercado por
foras externas, tais como a partir do Estado, ou da cidadania, ou de governos
especficos.
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Do outro os defensores do Estado de Bem-Estar Social influenciando por
John Maynard Keynes que chegou a reconhecer que o capitalismo, deixado sua
lgica de mercado, no seria capaz de produzir uma sociedade pelo menos
tolervel. Sua voz sempre foi importante, porque provinha das fileiras dos
protagonistas do mercado, mas reconhecendo a necessria interveno de fora para
que fosse vivel uma sociedade mais justa. Ele tinha em mente, sobretudo o efeito
do pleno emprego, o maior sonho do liberalismo, porque este fenmeno poderia
conjugar da melhor maneira possvel as "leis" de mercado com os direitos humanos.
Apostava-se no crescimento econmico, que naturalmente traria consigo o
crescimento do emprego. Este crescimento encontraria sua perfeio no pleno
emprego, ou seja, naquela circunstncia em que toda a populao economicamente
ativa poderia ser abrigada no mercado de trabalho. Ademais, pela prpria mecnica
do mercado, o pleno emprego acarretaria igualmente a melhoria das remuneraes,
como corolrio da concorrncia perfeita, havendo, pois, a possibilidade de uma
legislao trabalhista marcada pelos direitos do trabalho (DEMO, 1997).
A contra-argumentao neoliberal vai apontar para o malogro do Leste
Europeu, onde se faz a maior interveno no mercado jamais vista na histria
recente, por conta das premissas socialistas. Do ponto de vista "liberal", cometeram-
se a pelo menos dois erros fatais: de uma parte, a presena de um regime ditatorial,confundido com uma pretensa "ditadura do proletariado", esmagou qualquer
possibilidade de controle democrtico popular do Estado e dos governos, bem como
das elites; de outra parte, o mercado planejado centralmente no foi capaz de
mnima produtividade para cobrir as necessidades essenciais dos cidados, o que
levou a uma distribuio da misria, no a uma redistribuio da riqueza, como teria
sido o pressuposto marxista da passagem do capitalismo para o socialismo. Esta
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combinao perversa de fome e ditadura
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