UNIVERSIDADE PAULISTA
ARQUITETURA E URBANISMO
NUCLEO DE CONCLUSÃO DE CURSO
HOTEL FAZENDA
Orientanda: Aline Neme Marmontel
Orientador: Prof. Paulo Canguçu Fraga Burgo
Bauru
Junho/2011
UNIVERSIDADE PAULISTA
ARQUITETURA E URBANISMO
NUCLEO DE CONCLUSÃO DE CURSO
HOTEL FAZENDA
Orientanda: Aline Neme Marmontel
Trabalho a presentado a Universidade
Paulista Campus Bauru como parte dos
requisitos para a obtenção do grau em
Arquiteto e Urbanista.
Orientador: Prof. Paulo Canguçu Fraga Burgo
Bauru
Junho/2011
1. VIDA NA FAZENDA
Nos séculos passados, viver nas fazendas era regado de tranquilidade,
simplicidade e harmonia. A comida sempre boa e farta. Podia-se tirar a fruta do pé,
tomar leite fresco, ter frutas e legumes sem agrotóxicos, cultivados em sua própria
propriedade. É nesse cenário, que possuía grande conceito arquitetônico, que se
desenvolvia a sociedade, a política e a economia.
A arquitetura, simples e prática, era parte do cotidiano, forjando a cultura dos
modos de interagir e socializar dos moradores.
Nas fazendas, a entrada da casa era por uma primeira sala que servia para o fazendeiro se entender com o pessoal da administração: o fiscal (feitor), o administrador e era como que o escritório de negócios. Ai se recebia os estranhos e quando algum transeunte da estrada gritava da porteira fronteira a casa “Ó de casa”, mesmo de sua rede o dono desta perguntava: “Quem vem lá” a resposta era: “É de paz”, e o fazendeiro retrucava: “Então apeie e entre”. O forasteiro apeava na porta da casa e o pajem escravo ou camarada levava o animal para cachoeira e dava alimária água e comida. (MOURA, 1988. p.176).
Nos interiores das residências encontravam-se redes espalhadas por todos os
cantos, seus mobiliários eram geralmente feitos pelos escravos carapinas que,
segundo Fulano, eles possuíam conhecimentos de carpintaria e marcenaria. Nas
famílias mais abastadas, havia ainda no quarto, um discreto mancebo, uma coluna
de madeira solida em redor duas ou três ordens de cabides intercalados, à moda de
um na espiral, para se pendurar muitos trajes neles (CICLANO), as camas tinham
sob o colchão, ocupando o mesmo espaço, um ou dois gavetões onde se
guardavam os pertences os objetos de valor.
Nas salas, sobre a mesa de centro, sempre havia um lampião de querosene,
que veio a ser substituído mais tarde pelas lâmpadas belgas, penduradas no teto por
fortes correntes de ferro. No forro era utilizado papel de seda trançados para atrair
as moscas e insetos alados e assim não molestarem as visitas e seus moradores.
Tempos depois, surgiu a Casa Grande, parte da origem da sociedade
brasileira, que representa as contradições da terra convivendo um equilíbrio
assimétrico entre o negro e o branco, o escravo e o senhor.
Em seu programa, havia anexa uma capela, onde os padres habitavam,
sendo alguns até como senhor de engenho.
“A partir de 1532, incentivada pela Coroa, surgiu uma sociedade
fundamentada na exportação e estabelecida em uma unidade de produção, a casa-
grande, seu núcleo de dinâmica social e política” (FREYRE, 1933).
O sistema construtivo adotado era a de taipa de pilão, muito grossa e de
madeiramento forte, com janelas e portas resistentes, raramente eram sobrados. A
Casa do Bandeirante, reconstituída em Butantã, representa a típica Casa-Grande
em São Paulo no século XVII, assim como a Casa Fernão Pais de Barros em São
Roque.
Figura 1 - Casa do bandeirante no Butantã (Fonte: )
Figura 2 - Casa de Fernão Pais de Barros em São Roque (Fonte: Paulo C. F. Burgo)
Penso que os dois cômodos que ladeiam o pretório são mesmo duas salas, não dormitórios, ao menos uma delas. O paulista antigo não reservava para hospedes que às vezes nem conhecia, de uma noite casual, aposentos tão amplos. Era o tempo das alcovas. Se a fazenda não tinha capela à porta, um desses cômodos tinha sempre o oratório, vendo-se até o nicho na parede, e os assistentes administrados ficavam também para hóspedes. O repartimento interno dos vários cômodos não se fixou como na casa urbana sete-oitocentista. Basta dizer que a sala de jantar e de estar pode ligar-se diretamente ao pretório. Não admira haver quartos comunicantes. Na casa de Sorocaba entra-se, por exemplo, pela sala da direita, atravessam-se dois cômodos de dormitório, sai-se da varanda, entra-se por outros dois e sai-se na outra sala, tendo deixado um desvão escuro, que era o quarto de banho da época. (MOURA, 1988. p.39).
Em seu exterior, tinha paredes de cor branca e as esquadrias eram azuis. Os
telhados tinham quatro águas e contavam com alpendres frontais e superiores.
Não havia apenas as casas bandeiristas como de moradia, mas podemos
citar outros tipos, como os ranchos e casas de serviço, o monjolo, o moinho de fubá,
casa-grande do litoral, as cercas, os sítios, e as fazendas de criar.
Nesta época, O principal meio de transporte, além dos cavalos, eram os
carros de boi; que eram cercados de couro de bois, para resguardo dos passageiros,
e possuía um toldo, artefato que substituía o hotel para os homens em caso de
necessidades.
Quanto aos modos e costumes, as vestimentas, eram feitas pelas escravas, e
as roupas mais finas eram usadas nos domingos para irem à missa, que era
chamada de “a de ver Deus” (FULANO). A refeição de uma família fazendeira
constava de leite fresco tirado direto da vaca, café com bolos e biscoitos caseiros,
feijão mulatinho que se misturava com torresmo e farinha de milho ou de mandioca.
Consumia-se pouca carne de vaca, a habitual era a carne de porco. Africanos,
portugueses e índios introduziram diferentes alimentos no Brasil.
O discurso religioso trata-se da disseminação do cristianismo entre o índio e o
africano, querendo amenizar a violência nas fazendas contra os escravos. A Igreja e
o Estado brigavam o tempo todo, mas se apoiavam para controlar a colônia. Como
no caso dos filhos híbridos nascidos de escrava com seu senhor que recebiam
pedaços de terra do pai ou parte de sua herança. Assim este passava a cultivar e
comercializar, inserindo-se na sociedade.
A agricultura açucareira predominava na região Norte do país, já a agricultura
do café predominava na região Sul, sempre a monocultura e a utilização de trabalho
escravo. Não houve policultura devido às adversidades produzida pelo clima
brasileiro, sendo ora muito seco, ora muito úmido.
Neste contexto, a transição entre campo e cidade foi marcada por um
momento de intensa europeização, adotam-se modelos como, por exemplo, o da
França, onde o fausto e o luxo passam a ter imenso valor. Comparando mobiliários,
objetos, entre essa geração e a passada, percebe-se uma substancial mudança até
mesmo no estilo de vida.
Mas é o rural o solo fértil que possibilita a vida urbana, local onde havia uma
variedade de pessoas e de produtos e onde todos podiam se distrair. É o momento
das animadas festas, muitas delas religiosas, que marcaram a vida das vilas e
cidades que cresceram em conseqüência do desenvolvimento rural.
O que restou na memória daquele tempo rural, segundo Scarano, trata-se da
construção mental de um passado que resulta dos sonhos individuais e da memória
de grupos que sentem ter perdido o espaço visto como sua herança, por
nascimento, por posse e antiguidade na terra conquistada por seus antepassados.
O passado é encarado como “o século de ouro”. Minimizam ou se esquecem dos conflitos e, como para eles as lembranças são agradáveis em sua maioria, julgam boas as relações entre senhores e escravos, idílica a convivência naqueles períodos entre pessoas de sua categoria social e também como os agregados e escravos. (SCARANO, 1988. p.144).
Pessoas mais antigas que possuem essa memória, falam da simplicidade de
costumes e não deixam de mencionar uma busca pelos enobrecimentos e o desejo
de ostentar costumes requintados.
Com a Revolução Industrial, o sentimento de nobreza e a aversão ao trabalho
físico saem da Casa-Grande e invadem as cidades. O homem acha que o trabalho
físico não o dignifica, mas sim o intelectual. Com isso o trabalhador tem que virar
máquinas.
Porém, para Holanda, a vida da cidade se desenvolveu de forma anormal e
prematura, onde o predomínio do ruralismo foi antes um fenômeno típico do esforço
dos nossos colonizadores que uma imposição ao meio.
As cidades ganharam autonomia em relação ao mundo rural. A terra de
lavoura deixa de ser o local de morada, para tornar-se, unicamente meio de vida,
fonte de renda e riqueza.
2. HOTELARIAS
2.1.A DEFINIÇÃO DE UM HOTEL
É um estabelecimento que deve oferecer um serviço de alojamento, e pode
também oferecer refeições, bar, informações turísticas e de caráter geral. Ele tem
como objetivo principal a acomodação, mas será a diferenciação dos serviços, que
vai definir o seu estilo.
“Um hotel é conceituado por uma instituição de caráter publico e oferece ao
viajante, alojamento, alimentos e bebidas, assim como o entretenimento.” (TORRE,
1989, p13).
2.2. INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA HOTELARIA
As hospedarias surgiram quando as rotas comerciais na Ásia, Europa e
África, antigamente, atraiam os viajantes. Essas rotas geraram muitos centros
urbanos e centros de hospedagem. Nessa época, atendê-los era questão moral e
espiritual.
Na Idade Média, as hospedagens eram feitas em mosteiros e abadias, mais
tarde, com a chegada das monarquias nacionais, a hospedagem era exercida pelo
próprio Estado, nos palácios da nobreza ou nas instalações militares e
administrativas.
A partir da Segunda Guerra Mundial, quando há uma expansão acelerada da
economia de todo o globo, com a melhoria no sistema de transporte e comunicação
o turismo passa por uma transformação radical, tornando-se uma atividade
econômica significativa, sendo assim, a hotelaria aperfeiçoa-se e criar conceitos
próprios, principalmente em países desenvolvidos, onde houve o crescimento da
renda da população e a sociedade de consumo de massa ampliou-se para o setor
de lazer e de turismo.
2.3.HOTÉIS NO MUNDO
Por não conter dados históricos suficientes, não se sabe precisar como surgiu
à atividade hoteleira no mundo. Mas iniciou pela necessidade natural que os antigos
viajantes tinham em procurar abrigo, apoio e alimentação durante as viagens.
O marco inicial da hospedagem, para a maioria dos autores e históricos
especialista, foi os Jogos Olímpicos, que foram de imensurável importância para o
Turismo Mundial. Os visitantes de várias localidades se dirigiam à Olímpia para
assistir aos jogos Olímpicos, competições essas que duravam dias.
De acordo com Almanaque Abril de 1997, o evento dos Jogos Olímpicos era
tão importante que interrompia até mesmo as guerras em andamento e deslocava
milhares de pessoas.
Figura: Local onde acontecia os jogos Olimpicos - GréciaFonte:
Na Europa, a demanda da hospedagem já existia no século VI a.C., por conta
dos intercâmbios comerciais entre as cidades européias.
Os romanos, no inicio da expansão do Império começaram a construir
estradas entre as cidades conquistadas. Essas vias foram se expandido e as
cidades foram ficando cada vez mais distantes, isso gerou a necessidade de
hospedagem dos funcionários que levavam correspondências.
Esse fato comprova o principio da hospedagem com fins lucrativos e de
benefícios. Diferente das hospedagens das Olimpíadas, as pousadas romanas
faziam parte do sistema econômico das cidades.
As pessoas que pagavam serviços de hospedagem eram aquelas que tinham
poucos recursos e se hospedavam de acordo com sua categoria. Stabulum eram
para viajantes que vinham a cavalo, mansiones para tropas militares, mutationes
para troca de animais e descanso dos viajantes.
Naquela época os meios de transporte não percorriam mais de 60 quilômetros
diários, portanto as viagens quase sempre duravam alguns dias. Isso fez com que
as hospedarias obedecessem a regras muito rígidas, um exemplo de hospedarias foi
da cidade de Roma, que, por exemplo, tinham regras em que um hoteleiro não
poderia receber um hóspede que não tivesse uma carta assinada por uma
autoridade, estivesse ele viajando a negócios ou a serviço do imperador.
O Cristianismo chegou ao Império Romano, e passou a ser a religião dos
Constantinos. Segundo La Torre (ano) o Cristianismo trouxe os novos preceitos do
amor ao próximo, fazendo com que os moradores dos muitos lugares do mundo
oferecessem melhor tratamento aos peregrinos, tornando-os hóspedes especiais ao
dar-lhes pousada.
Esse episódio, para a hotelaria foi importante, pois gerou uma proximidade
entre hospede e donos de hospedarias. A qualidade no atendimento é tratada de
extrema importância, pois esse diferencial estava mais ligado à religião e suas
pregações.
“O código da hospitalidade é sagrado. Beber da mesma água e comer do
mesmo sal cria um vinculo místico e a hospitalidade é uma comunhão que cria laços
duradouros.” (BELCHIOR, 1987, p.172)
Com a queda do Império Romano, as estradas vieram a ser menos usadas,
em razão da falta de segurança. Esse fato diminui o número de hóspedes,
prejudicando seriamente as pousadas.
Outro fato importante para a hotelaria foram às cruzadas, guerras principiadas
pela Igreja Católica que queriam dominar territórios da religião Islâmica.
Depois de séculos de guerras, os povos começaram a encontrar seus lugares
santos, que serviam de proteção para peregrinos. Esses lugares eram chamados de
hospitais. Esses hospitais, com o passar dos anos começam a cobrar de seus
hospedes, na maioria das vezes eram mosteiros que ate hoje possuem as
hospedagens.
O desenvolvimento das estradas por toda a Europa e o crescimento do
comercio entre países, fez com que as hospedagens passassem a ter uma parte
bem significativa da economia. Aos poucos os países começam a implantar leis e
normas para regulamentar a atividade hoteleira.
As maiores pousadas desse período foram projetadas para se integrar com o
meio de transporte que era usado, as carruagens. Mas no século XIX com a
chegada das ferrovias, as que não se modernizavam iam fechando as portas. Os
meios de transporte se tornavam mais rápidos e não havia tanta necessidade de
permanecer nos locais durante muito tempo.
Enquanto a hotelaria que se desenvolvia nas beiras das estradas sofria com desenvolvimento do transporte, nas regiões portuárias a quantidade de hotéis e pousadas que surgiam era assustador. Isso porque nesse momento da historia os viajantes a negócios passavam mais tempo nas cidades desenvolvendo projetos ou fechando negócios do que viajando, propriamente dito. (DUARTE, 1996, p. 10).
Com desenvolvimento do transporte, foi se desenvolvendo consequentemente
a hotelaria. A Europa foi uma das pioneiras com destaque para Inglaterra e França.
No século XIX surge uma nova potência, os Estados Unidos da América – EUA, que
rapidamente passaram a ser nova referência Mundial no ramo da hotelaria.
Nos EUA o crescimento da hotelaria teve um desenvolvimento diferente
baseado na consciência da igualdade que se desenvolveu no país. Enquanto os
outros países o luxo estava à disposição apenas das pessoas de classes nobre, nos
EUA estava a disposição de quem pudesse pagar. Surge uma democracia em que o
poder é para quem tem dinheiro e não apenas a quem tem status.
Um Hotel com grande importância para o EUA foi o Hotel Tremont House de
Boston. Inaugurado em 1829, suas inovações físicas eram marcantes:
Em 1829, o Tremont House de Boston constituiu um novo marco na hotelaria. Ganhou de outros empreendimentos concorrentes, americanos e europeus, por ser maior e o mais caro edifício até então existente, pelo fato de ter sido projetado pelo arquiteto Isaiah Rogers (a principal autoridade em construção hotelaria dos cinqüenta anos seguintes) e suas principais inovações físicas: oferecia quartos com acomodações privadas singles e doubles (o conceito anterior era de grandes quartos com muitas camas), todos com portas e fechaduras. Cada quarto tinha sua bacia e jarro para higiene pessoal, o que foi considerado um luxo extremo, e o hotel ainda ofereciam um sabonete como cortesia. Outra inovação foi à criação da função de mensageiro – empregado que, entre outras tarefas, localizava os hospedes do hotel. (DUARTE, 2005, p.14).
O Hotel Statler, primeiro hotel comercial moderno, inaugurado em 1908,
segundo Duarte, já tinha porta corta fogo nas escadarias, fechaduras em todas as
portas, interruptor de luz ao lado das portas de entrada nos ambientes, banheiro
privativo para cada apartamento, água corrente, espelho de corpo inteiro em todos
os quartos e jornal matutino para os hospedes. Introduziu outras inovações
importantes, que aumentaram ainda mais o conforto dos hospedes: a planta de
arquitetura e suas estruturas, que, além de modernas, facilitavam os serviços e a
limpeza.
Os hóspedes procuravam cada vez mais luxo, e cada vez mais os hotéis
atendiam o que eles queriam o que resultava em mais motivos para procurarem
viagens.
A expansão da economia norte-americana provocou um significativo aumento
no turismo de negócios. A melhora dos transportes facilitou as viagens, tornou
menor o seu custo e provocou o desenvolvimento de outra modalidade de turismo, o
de lazer – conquistando a classe media que podia arcar com as despesas da
viagem.
O crescimento da hotelaria foi interrompido pelo inicio da Primeira Guerra
Mundial, retomando somente com a Segunda Guerra, onde grandes negócios foram
feitos, principalmente no que diz respeito à indústria bélica e suprimentos, que eram
fornecidos aos países europeus. O segmento do turismo só obteve recuperação
significativa na década de 50.
2.4.Hotéis no Brasil
No período colonial, os viajantes se instalavam nas casas grande, nos
casarões da cidade, convento, mosteiros, e principalmente ranchos, que existiam na
beira das estradas.
Os caminhos abertos pelos bandeirantes, que mais tarde foram usados no
transito de pessoas e produtos entre o litoral e as regiões mineradoras, foi o que fez
despontar os primeiros focos de hospedagem. Eram ranchos rústicos, inicialmente
improvisados na beira da estrada para abrigar os viajantes. Foi o embrião da
atividade hoteleira comercial no interior do Brasil. Deve-se a esses ranchos, a
origem de centenas de cidades. Ele ponderou até o século XX, no rumo dos
tropeiros, que conduziam rebanhos de gado bovino e eqüino.
Em um nível mais inferior aos ranchos, alguns sitiantes reservavam pastos
com água para recolher os animais em trânsito e construíam aposentos próprios,
com fogões de lenha, para os tropeiros. O pagamento deles além do dinheiro era em
cabeças de gado, promovendo assim o desenvolvimento de fazendas.
Segundo Borim (2006), em 1782 foi quando se tem a informação da prática
da hospedagem que foi a casa de hospedes do Colégio da Companhia de Jesus, em
Salvador, ele teve a honra de hospedar pessoas ilustres. Há outras referencias á
atuação na Igreja na arte da hospitalidade nos setenta anos subseqüentes. No
Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII, foi
construído um edifício apenas para hospedar os visitantes ilustres.
Com a chegada da corte portuguesa e a abertura dos portos, houve um
grande fluxo de estrangeiros, que vinham resolver questões comerciais, diplomáticas
e cientifica. Com esse aumento, as hospedarias, tabernas e pensões passaram a
chamar hotel.
Em 1808, o Rio de Janeiro vivia um súbito aumento de fluxo estrangeiro,
enquanto outros mercados turísticos brasileiros viriam a crescer algumas décadas
depois. Como São Paulo, que se tornou um importante núcleo de atividades
intelectuais e políticas atraindo jovens de todo o pais com a fundação da Academia
de Direito, dinamizando a vida paulista e modernizando os seus costumes
tradicionais.
Enquanto o Rio de Janeiro, por ser capital do país, manteve seu status de
portão de entrada do turismo internacional, a capital do estado de São Paulo
desenvolveu a hotelaria para o turismo dos negócios. (DUARTE, 2005, p.22).
Um dos estabelecimentos de maior prestígio do Rio de Janeiro é o Hotel
Pharoux. Localizado junto ao cais de porto, foi criado em 1817 como um restaurante,
dois anos mais tarde ele já oferecia ao cliente, quartos mobiliados.
Somente em 1870, foi que em São Paulo, alguns meios de hospedagem
passaram a merecer destaque como: o Hotel Paulistano, Hotel Universal, Hotel
Quatro Estações, Hotel Providencial, Hotel do Comércio, entre outros. O marco na
hotelaria paulista foi com o Hotel Términus, onde hoje é o edifício da Receita Federal
e, o Hotel Esplanada, ponto de encontro da elite paulistana.
(FOTO)
Na década de 20 os hotéis tinham um apelo entre os estilos latinos e
clássicos. Um grande exemplo a ser citado é o Hotel Copacabana Palace.
Inaugurado em 1923, foi projetado pelo arquiteto Joseph Gire, que se inspirou em
dois hotéis, o negresco de Nice e o Carlton de Cannes.
Localizado na praia de Copacabana, é o hotel mais recomendado do Brasil, e
hospeda, ao longo de décadas membros da realeza, estrelas de cinema, teatro e
musica, assim como políticos e grandes empresários. A população, mesmo não
hospedada no hotel, pode usufruir de seus bares e restaurantes.
Para Octávio Guinle, que era um empresário brasileiro fundador do Copacabana Palace, o hotel não era apenas uma casa de hospedagem, mas um ambiente sofisticado de lazer e diversão. Assim trouxe da Europa alguns dos melhores profissionais, entre eles, quase toda a equipe do “chef”. Auguste Escoffier. (BOECHAT, 2004, p.35).
Sua construção contribuiu para transformar o Rio de Janeiro em pólo de
turismo e lazer. É um dos mais famoso e tradicional hotel do Brasil.
(FOTO)
Na década de 30, foram implantados hotéis na capital, com apelo
paisagístico, junto a estes hotéis tinham os cassinos, que foram, em 1946, proibidos.
Em conseqüência os hotéis fecharam suas portas.
Com a proibição, a hotelaria de lazer e as atividades hoteleiras somente
tiveram novo avanço com os incentivos ficais do Banco Central.
A hotelaria em São Paulo motivou a construção de hotéis de todas as
categorias, pelo fato de as empresas buscarem melhorar o posicionamento e com a
cobertura do mercado brasileiro. A globalização fez com que muitas outras grandes
cadeias hoteleiras internacionais viessem para a América do Sul, e principalmente
para o Brasil. A grande atração, sem duvida, foi o crescente mercado de negócios
da capital do Estado de São Paulo, cita Fulano.
Em 1966 é criado a EMBRATUR e junto com ela a FUNGETUR que atua
através de incentivos fiscais na implantação de hotéis. Contudo nasce uma nova
fase para a hotelaria no Brasil. Foi nessa época também que ocorre a abertura do
país para a globalização, assim, abrindo o mercado do turismo e dos negócios.
A construção de grandes hotéis e o surgimento das grandes cadeias hoteleiras efetivou-se da na década 70, principalmente nas cidades de Salvador, Recife, São Luis, Rio de Janeiro e São Paulo. O turismo passa por inovações e há o aparecimento dos hotéis voltados para o lazer. (BORTOLOTTI, 2007,p.15).
2.5. CLASSIFICAÇÃO DE HOTEIS:
O crescimento acentuado da oferta de hotéis no mercado brasileiro aumenta
cada vez mais a competição no setor, sendo assim é importante que os
empreendedores se diferenciem em seus negócios para se destacarem.
Com isso temos diferentes tipos de hotéis, com características díspares, esta
diversidade ocasionou nas ultimas décadas, a procura do próprio turista em
satisfazer sua necessidade, voltada ao lazer, ao negocio, a congressos, ou a outros
tipos de anseios.
Este setor passa por constantes transformações e podem ter diferentes tipos
variando conforme suas características, como exemplos, a localização do
empreendimento, seja em montanhas, praias, aeroportos, cidades, ou de apelo
paisagístico; quanto a seu destino de uso, voltado ao turismo, ao lazer, a negocio,
ou econômicos; e quanto ao seu destino de uso, voltado ao turismo, ao lazer, a
negocio, ou econômicos; e quanto à estrutura física das instalações e ao padrão dos
serviços oferecidos.
O extraordinário desenvolvimento do turismo e sua diversificação (lazer, negócios, congressos, etc.) ocorrida nas últimas décadas paralelamente ao encurtamento das distâncias e ao barateamento das viagens proporcionados pela evolução dos transportes, vêm criando a necessidade de novos tipos de hotel, dirigidos aos nichos de mercado que vão sendo criados ou aos preexistentes. Com isso, novas cadeias hoteleiras têm surgido, e cadeias mais antigas passaram a oferecer novos produtos, visando ampliar ou, pelo menos, manter sua participação no mercado. (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2007, p.44).
Os tipos de hotéis podem ser definidos conforme:
1. A categoria, que é o padrão e as características das suas instalações: o
grau de conforto, a qualidade dos serviços e os preços. Essa classificação
se deve pela EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) e a AIBH
(Associação Brasileira de Hotéis).
2. Sua localização: hotéis centrais, hotéis não centrais, hotéis de aeroporto,
hotéis econômicos, hotéis de lazer, entre outros.
3. Conforme sua tipologia: hotéis de convenções, spas, residenciais, cassino,
navios, hotéis fazendas e pousadas, entre outros.
A classificação das categorias tem o objetivo de atrair novos clientes e
garantir qualidade de serviços que é o grande desafio dos empresários hoteleiros.
Em prol desse objetivo a EMBRATUR e a ABIH instituiu um critério de avaliação
responsável na classificação dos meios de hospedagem, simbolizados por estrelas,
que pretendem informar a sociedade, aos consumidores e aos hoteleiros, os níveis
de conforto, preços, qualidade, serviços e atendimento oferecidos.
Esse padrão de classificação tem o intuito de qualificar os meios de
hospedagem, e consiste em avaliar o empreendimento em diversos aspectos, entre
eles destacam-se: posturas legais, segurança, saúde e higiene, conservação e
manutenção, atendimento aos hospedes, portaria, recepção, acessos e circulações,
setor habitacional, áreas sociais, comunicações, alimento e bebidas, lazer, reuniões,
serviços adicionais, além de responsabilidade ambiental que também é um ponto
importante para a concessão de estrelas.
Bortolotti (2007) explica como são classificados os sistemas de estrelas:
Uma e duas estrelas: ambiente simples e suficiente ao atendimento das necessidades básicas do hospede, com preço reduzido, com acessórios e mobiliário de qualidade simples que permitem níveis mínimos de conforto e funcionalidade. A decoração possui, normalmente, materiais sintéticos e/ou rústicos que assegurem acabamentos simples e funcionais.Três estrelas: ambientes formais e convencionais, que propiciem maiores níveis de conforto, acima dos exigidos para a hospedagem, com acessórios e mobiliário de qualidade e preços médios compatíveis com os serviços que são oferecidos. A decoração possui materiais sintéticos e/ou rústicos que asseguram acabamento formal e convencional.Quatro estrelas: ambientes amplos e muito confortáveis, com preços superiores, com acessórios e mobiliário de qualidade, que permitem conforto em nível elevado. A decoração apresenta materiais nobres e/ou rústicos que propiciem fino acabamento.Cinco estrelas: ambientes sofisticados, com mobiliários e acessórios de qualidade no topo de linha, que possuem conforto e sofisticação. A decoração caracteriza-se por materiais nobres e/ou rústicos que apresentam acabamentos sofisticados, alem de objetos de artesanato, pinturas e esculturas nas áreas sociais de reconhecido valor artísticos.Cinco estrelas plus: ambientes suntuosos, com mobiliário e acessório de excelente qualidade e com desenho único. A decoração apresenta materiais nobres e/ou rústicos que propiciem acabamentos sofisticados, objetos de artesanato, pinturas e esculturas nas áreas sociais, de reconhecido valor artísticos, além de objetos e conjunto de decorações suntuosas. (BORTOLOTTI, 2007,p.16, grifo nosso)
Quanto à localização segundo Andrade; Brito; Jorge, podemos classificar os
hotéis nos seguintes tipos:
Hotéis centrais: são hotéis urbanos próximos as áreas de intensa atividade
comercial e de negócios, serviços e lazer, possuindo assim um fator de
atração de hospedes. Devem se situar em uma área prestigiosa, com
comércio diversificado e de qualidade, não em uma área em processo de
declínio; além de ter fácil acesso a outros pontos de interesse da cidade. Ao
planejar um hotel central a situação atual e as tendências do desenvolvimento
da cidade devem ser bem estudadas, para evitar influências negativas ao
empreendimento, visto que na maioria delas as áreas centrais se destinam a
um mesmo tipo de hospedes, eles podem variar em relação ao nível de
renda, entre outros fatores. Em relação ao terreno, deve-se escolher aquele
no qual a adequada solução para os acessos e fluxos de circulação de
veículos independa do sentido do trafego. Este tipo de hotel pode ser grande
ou pequeno, apresentar muitas ou poucas instalações. Seu porte e
diversidade das instalações derivam das dimensões dos terrenos disponíveis
e recursos financeiros para custear o empreendimento. Aparentemente, a
tendência é que os novos hotéis sejam grandes, respeitadas as limitações
impostas pelo mercado e por outras razões locais.
Hotéis não-centrais: situados em áreas afastadas do centro da cidade, mas
que contenham boas condições de acesso e nas quais os problemas centrais
não existam, ou sejam menos acentuados. A localização é um fator
condicionamento para o empreendimento. Este deve disponibilizar condições
e meios de acesso fácil as principais áreas de interesse da cidade ou do setor
em que se localiza; estar próximo de avenidas, vias expressas ou rodovias
que liguem rapidamente ao centro da cidade e a subcentros; e ser visível das
principais vias de acesso. Para o planejamento deste tipo de empreendimento
também deve haver preocupação para as tendências de desenvolvimento de
modo a verificar a compatibilidade na proposta de ocupação ao longo do
tempo. Uma vantagem deste tipo de empreendimento é que o valor do terreno
é menor tornando-se viável a utilização de terrenos maiores e a construção de
uma infra- estrutura de recreação maior e melhor e mais áreas de
estacionamento. Os itens mais comuns que diferenciam um hotel não-central
dos hotéis centrais são: a implantação em terrenos de maiores dimensões;
auto-suficiência em restaurantes, bares e serviços em geral; instalações para
eventos e um setor de lazer e recreação mais desenvolvidos. No entanto,
para isso, os hotéis não centrais necessitam de determinado número de
apartamentos para suportar economicamente todos os serviços oferecidos.
Hotéis econômicos: possuem menor qualidade de instalações e serviços
disponíveis no empreendimento. Contudo, este deve possuir conforto,
higiene, café da manhã completo e confiabilidade das instalações. Tem como
característica básica, a limitação das instalações e dos serviços, todavia
possuem boa qualidade e eficiência na operação e oferecem tarifas
reduzidas, porém o que é oferecido considerado essencial ao tipo de hóspede
a que se destina. A localização preferencial deve ser próxima a rodoviárias,
junto a entradas de cidades ou junto a entroncamentos de onde derivam
acessos para mais de uma cidade.
Hotéis aeroporto: é um caso particular de hotel não central, destinado as
pessoas procedentes de lugares distantes que utilizam o transporte aéreo e
não tem necessidade de se deslocar para o centro da outra cidade. Outros
fatores que contribuem para conveniência deste tipo de empreendimento são
os cancelamentos ou grandes atrasos de vôo e conexões mais demoradas.
Hotéis de lazer: tem seu maior atrativo na recreação e nos esportes,
principalmente em espaços abertos de grande beleza natural e excelentes
condições climáticas. Esta é uma forma mais recente e predominante de
hotéis de lazer, e está sendo instalado em áreas enormes, com auto-
suficiência, onde os hospedes de qualquer faixa etária pode desfrutar de
varias atividades de seu interesse, como por exemplo: esporte, lazer, vida
social e negócios. Buscam constiruir em destinações turísticas que por si só
justifiquem uma viagem. Devido aos elevados investimentos para construir
este tipo de empreendimento, estes investem na diversificação de suas
atividades no intuito de captar o maior número de hóspedes.
Quanto às tipologias classificam-se em:
Hotéis de convenções: voltados principalmente para a realização de eventos
e congressos de grandes proporções, com essas áreas específicas a essa
finalidade e capacidade de acomodar alguns milhares de pessoas
simultaneamente. Podem se situar em áreas centrais, não centrais ou nas
proximidades de aeroportos. Como exemplo, o Bourbon Curitiba Convention
Hotel.
(FOTO)
Hotéis spas: voltados para hospedes interessado em saúde e cuidados com
o corpo. Estes, antigamente, eram vinculados a locais onde as propriedades
terapêuticas das águas constituíam o atrativo principal. Hoje em dia, o foco
está se desviando para o controle do peso e condicionamento físico.
Hotéis residenciais (apart-hoteis e flats): tem como cliente alvo as pessoas
que tem que permanecer em determinada localidade em um tempo
relativamente longo, porém insuficiente para estabelecer domicílio. Outros
clientes potenciais são os moradores permanentes da cidade que preferem
não ter responsabilidades e rotinas domésticas. Estes têm características que
se aproximam dos apartamentos residenciais comuns.
Hotéis cassino: voltados para a exploração de jogos de azar, de onde
provém sua receita principal. A hospedagem e os serviços de alimentação,
recreação e lazer são atrativos subsidiados para a atividade principal, o jogo.
No Brasil, os poucos hotéis desses tipos deixaram de existir ou sofreram
transformações que os descaracterizaram.
Hotéis navios: o aspecto hoteleiro, nos quais a qualidade das acomodações
de hospedagem e de lazer oferecida constitui atrativos tão ou mais
importantes do que a viagem propriamente dita. Destaca-se nos navios, em
relação às instalações de hospedagem, o tamanho reduzido dos
apartamentos, e a localização da maioria deles na parte central, sem
nenhuma abertura para o exterior. Todavia, mesmo pequenos eles possuem
luxo e conforto.
Hotéis fazendas: hotéis de lazer, com instalações mais modestas e menos
diversidade de serviço. O regime predominante é o de pensão completa
(hospedagem, café da manhã, almoço e janta), devido a sua localização
afastada das cidades. A administração é basicamente familiar e o tratamento
concedido aos hóspedes é mais pessoal.
Não pretendemos abordar aqui a totalidade de tipos hotel, mesmo porque,
como o setor cresce mais a cada ano, novos tipos e subtipos vêm se juntar aos
existentes, tornando a tarefa possivelmente incompleta.
SUBCAPITULO 2.6 -> Sistemas de organização de hotéis atuais
Nos dias atuais, o setor hoteleiro aumentou sua movimentação e a atuação dos arquitetos, urbanistas, paisagistas e engenheiros durante o desenvolvimento de tais empreendimentos são um dos fatores condicionantes ao crescimento e motivação deste segmento, pois a arquitetura atrai os interesses das pessoas a viajarem e hospedarem em diferentes lugares, o país desenvolve e ganha novos projetos ocasionando maior fluxo turístico, e conseqüentemente prosperidade nacional. (BORTOLOTTI, 2007, p.16).
No início, as administrações eram familiares. O proprietário era o
administrador, contando com sua família e alguns auxiliares para os serviços mais
simples. Com o passar dos anos e as inovações e descobertas de toda ordem que
foram modernizando, chegamos aos dias atuais, em que a concorrência e outras
imposições externas afetaram definitivamente a maneira de conduzir um negócio
incluindo também o mercado hoteleiro o que fez com que a administração passasse
a ser estritamente profissional e seus gerentes escolhidos dentre aqueles que mais
se destacassem no mercado.
Lemos e Erdman (1994) definem a organização de hotéis atuais pontuando
que a tecnologia trouxe muitas inovações técnicas para a empresa hoteleira, no
entanto, os funcionários continuam sendo o elo fundamentalmente responsável para
o sucesso do hotel. É a partir do atendimento que um hóspede recebe em um hotel,
que dependerá da imagem positiva ou negativa da organização. Os hotéis de quatro
e cinco estrelas exigem profissionais com uma formação de elevada qualificação. A
empresa hoteleira necessita sempre estar atualizada com as novas técnicas de
gestão bem como acompanhar paralelamente o avanço tecnológico.
Castelli (1991) define os meios de hospedagem como centros de produção,
que irão produzir vários produtos característicos de hotelaria. O quarto de um hotel
será considerado produto hoteleiro, pronto para a comercialização, se o mesmo se
encontrar em boas condições de uso (dos móveis, equipamentos, utensílios e
instalações para a ocupação do hóspede).
O design também faz parte do projeto do produto, pois envolve conformação
e tamanho, basicamente, é e em princípio a forma física do produto. O design é
considerado como uma arma competitiva por muitos hoteleiros, pois seus produtos
possuem muita semelhança com as dos concorrentes. O hoteleiro que se preocupar
com o design de seu hotel, conseguirá fixar um estilo, contribuir para a melhoria da
aparência e servir de atrativo de compra.
O parque hoteleiro no mundo cresceu tanto, que hoje grandes corporações
possuem propriedades espalhadas no mundo inteiro e algumas marcas tornaram-se
mundialmente conhecidas como Holiday Inn, Sheraton, Hilton, Regent, Marriot,
Novotel, Club Mediterranée, Hyatt entre outros. Ao se estabelecer um nome a uma
empresa hoteleira, o hoteleiro estará diferenciando o seu produto, proporcionando
satisfação psicológica (status) e fixando sua imagem no mercado.
Outra característica marcante do ramo hoteleiro é a sazonalidade. A
sazonalidade deve ser analisada profundamente no projeto do produto hoteleiro,
para evitar problemas futuros em épocas de baixa estação. Existem áreas, onde o
turismo é explorado somente durante uma parte do ano. O verão atrai turistas para
as praias, fazendo com que a demanda aumente, lotando os hotéis da região, já o
inverno atrai os turistas para as montanhas em busca de experiências com o clima
rígido e paisagens bucólicas.
“A demanda turística esta dirigida a visitar pólos turísticos durante um período
do ano. Este é um grande problema enfrentado por todos os empresários do ramo
turístico, não ficando limitado somente aos hoteleiros”. (CASTELLI, 1987, p.47).
O produto hoteleiro faz parte de uma linha de produtos turísticos
diversificados. As empresas turísticas tentam expandir ao máximo as opções
viagens de seus clientes.
Quando se decide em promover um evento em uma cidade, além de um
grande centro de convenções e hotéis de categoria, as empresas procuram escolher
uma cidade turística com vários atrativos.
A capacidade hoteleira é determinada pela quantidade de quartos da
empresa, número de mesas existentes no restaurante e bar, cadeiras disponíveis na
sala de eventos, número de salas para reuniões, vagas para estacionamento de
carros, número de empregados, máquinas e estoques existente na empresa. Com
base nestas informações, o hotel deverá elaborar um plano de vendas,
estabelecendo a capacidade de atendimento de cada departamento do hotel.
O Manual de avaliação e a Matriz de classificação, resultado do trabalho em
conjunto da EMBRATUR e da ABIH para avaliar a qualidade dos serviços prestados
pelos hotéis, identifica os requisitos e valores para cada categoria.
O produto unidade habitacional (UH) pode ser: Unidade habitacional tipo, que
é obrigatória; Unidade habitacional atípica consiste em luxo e suíte; Unidades
habitacionais conjugadas e Unidades habitacionais comunicantes.
Geralmente, o tamanho de um apartamento tipo de um hotel, caracterizado pela variável apartamentos, ou unidades habitacionais (UH), está vinculado à sua rentabilidade e aos custos de implantação e operação, que se exprime pelo número de apartamentos. Assim, é possível estimar o custo médio do hotel tendo por base o custo que cada padrão de apartamento terá no total das áreas do empreendimento. Por exemplo, um apartamento de padrão superior demanda de 65 a 85 metros quadrados da área construída de um hotel, o que representa, nesse padrão, um custo médio de 150 mil a 200 mil dólares. (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2007, p.33).
A acomodação de pessoas também classifica o produto. A unidade
habitacional pode ser single- quando é utilizada por uma só pessoa. Double quando
o apartamento possui apenas uma cama para duas pessoas. Triplo e quádruplos,
apartamentos onde se coloca cama extra para aumentar a capacidade de habitação
da unidade habitacional.
(foto com informações)
3. TURISMO
O marco inicial do turismo na antiguidade foi na Grécia Antiga, pois ele
começa a tomar forma como atividade econômica.
As conquistas territoriais no Império romano fizeram surgir intenso
intercâmbio comercial, dando origem também a viagens de lazer, em que não
faltavam atrações como espetáculos circenses e lutas de gladiadores. A expansão
do império trouxe motivos numerosos e atraentes para viajar.
Os romanos podem ser considerados os primeiros a viajar por prazer. Diversas pesquisas científicas (análise de azulejos, placas, vasos e mapas) revelaram que o povo romano ia à praia e a centros de rejuvenescimento e tratamento do corpo, buscando sempre divertimento e relaxamento. (BADARO, 2005).
Com a intensa produção artística e cientifica na Europa nos séculos XIV a
XVI, viajar passou a ser ambição cultural, uma oportunidade para acumular
conhecimentos, aprender línguas e desfrutar aventuras.
Até então, a atividade turística era coisa para jovens, em sua maioria
acompanhados de professores ou religiosos. Visitar países diferentes era um
aprendizado indispensável à boa educação.
A Constituição da República outorgada em 1988, entre outras tantas
inovações, trouxe o turismo para o plano maior do direito brasileiro, estabelecendo
em seu art.180 que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e
econômico.” Isso faz com que a Administração Pública, incentive o turismo.
De acordo com Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio
(2005) acrescenta-se a orientação para que o Estado incentive a atividade turística,
o que inclui o estímulo de qualidade, requisito indispensável para que haja uma
exploração da atividade que não cause danos nem ao ambiente, nem ao patrimônio
sócio-cultural, ao mesmo tempo em que agregue maior valor aos serviços; também,
estímulo à qualidade, igualmente, exercido no controle dos serviços e bens
disponibilizados para o consumo turístico, classificando-os para conhecimento e
escolha dos clientes.
Um dos setores da economia que vêm crescendo consideravelmente no mundo atual. Segundo a organização global World Travel e Turism Council – WTTC apud Martin, o turismo corresponde à média mundial de 4,3% do PIB – Produto Interno Bruto e detém 8,2% de toda a força de trabalho. Estima-se que terá nos próximos 10 anos a média mundial de crescimento na América Latina, de 6,1% contra 3% do restante do mundo. (EMBRATUR, 2010).
“A partir do século XIII, portanto, as relações entre comércio e turismo
tornaram-se mais sólidas, ficando difícil separar uma atividade da outra.”
(BARBOSA; LEITÃO, 2005, p.53).
De acordo com a Organização Mundial do Turismo – OMT (2003 apud Faria,
2007) entende-se como turismo as atividades realizadas pelas pessoas durante
suas viagens e estadas em lugares distintos do seu habitual, por um período
consecutivo, inferior a um ano, seja por lazer, negócios, ou outros.
Dentro do tema em questão, vamos citar dois itens julgados importantes para
o desenvolvimento do projeto, o turismo rural e o eco turismo.
SUBCAPITULO 3.1 - TURISMO RURAL
Conjunto das atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. (BRASIL, 2002, p.11).
Há algumas hipóteses sobre o surgimento do Turismo rural no mundo. Ele é
apontado como atividade econômica no século XX na Europa e nos EUA. Em 1980
no Brasil, Argentina e Uruguai, no Japão em 1990, e na década seguinte em países
como Magnólia, Madagascar, e Ucrânia.
Surge com a intenção de promover a integração entre o rural e o urbano.
O meio rural passa por grandes transformações, principalmente nas relações de produção e trabalho, decorrentes do processo de intensificação da globalização e modernização da agricultura. Nesse processo, as atividades agropecuárias vêm enfrentando problemas, como a desagregação das formas tradicionais de articulação da produção e uma desvalorização gradativa em relação a outras atividades, levando à busca de novas fontes de renda que gerem a dinamização econômica dos territórios rurais. Muitos moradores urbanos viajam com o intuito de reencontrar suas raízes, interagir com a comunidade local, participar de suas festas tradicionais, desfrutar da hospitalidade e do aconchego nas propriedades, conhecer o patrimônio histórico e natural no meio rural, conviver com os modos de vida, tradições, costumes e com as formas de produção das populações do interior, vivenciar novas experiências, buscar novos conhecimentos, saberes, descansar física e mentalmente, fugir da rotina da vida urbana e adquirir produtos típicos. Isso, somado à necessidade que o produtor rural tem de diversificar sua fonte de renda e de agregar valor aos seus produtos, pode explicar o crescimento do segmento de Turismo Rural no Brasil. (BRASIL, 2003, p.6.).
A sociedade vem descobrindo a importância ambiental e começa a tratar rios,
fauna, e flora como elementos essenciais. Com este contexto surgem novas funções
econômicas, sociais e ambientais para o espaço rural.
Hoje, donos de propriedades rurais que não possuem atividades que geraram
um bom capital, veem a possibilidade de inserir atividades turísticas em suas rotinas,
como uma forma de potencializar suas receitas.
Hoje é bastante relevante o número de propriedades rurais que incorporam atividades turísticas em suas rotinas, sendo necessárias ações para a estruturação e a caracterização desse tipo de turismo para que essa tendência não ocorra desordenadamente e para que o segmento seja uma
opção de lazer para o turista e uma importante e viável oportunidade de renda para o empreendedor rural.” (EMBRATUR, 2010).
Há ainda outros fatores que contribuem para o crescimento deste segmento,
como o interesse na “dinamização social e econômica” e em benefícios como
(BRASIL, 2011):
- Diversificação da economia regional, pelo estabelecimento de micro e
pequenos negócios;
- Geração de novas oportunidades de trabalho e renda;
- Incorporação da mulher ao trabalho remunerado;
- Agregação de valor ao produto primário;
- Diminuição do êxodo rural;
- Melhoria da infra-estrutura de transporte, comunicação e saneamento no
meio rural;
- Melhoria dos equipamentos, dos bens imóveis e das condições de vida das
famílias rurais;
- Interiorização do turismo;
- Conservação dos recursos naturais e do patrimônio cultural;
- Promoção de intercâmbio cultural e enriquecimento cultural;
- Integração das propriedades rurais e comunidade local;
- Valorização das práticas rurais, tanto sociais quanto de trabalho.
A caracterização do setor está relacionada a fatores como: a localização, a
qualidade da paisagem, aos aspectos culturais e geográficos da cidade, a
diversificação dos serviços oferecidos, entre outros.
Além da possibilidade de geração de uma renda adicional para as comunidades locais, o Turismo Rural pode contribuir para a revitalização econômica e social as regiões, a valorização dos patrimônios e produtos locais, a conservação do meio ambiente, a atração de investimentos públicos e privados em infra-estrutura para os locais onde se desenvolve. (EMBRATUR, 2010).
No Brasil, com o objetivo de promover o turismo no espaço rural, bem como,
de seu patrimônio ambiental, histórico, cultural e artístico criou-se a IDESTUR
(Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural). Que possui algumas finalidades
como:
- Planejar, incentivar e orientar a implantação de atividades do Turismo no
Espaço Rural;
- Promover a cultura rural, apoiando a valorização e a difusão das
manifestações culturais, por meio de realização de exposições, festivais e
espetáculos de artes, de música, de folclore e congêneres;
- Promover o desenvolvimento sustentável através de três pilares: meio
ambiente, turismo e sociedade;
- Promover a ética e a qualidade de suas ações frente ao panorama turístico
nacional através da seriedade de suas ações e a preocupação de estimular
a contramão do êxodo rural.
SUBCAPITULO – 3.2- ECO TURISMO OU TURISMO ECOLÓGICO
Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultura, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. (EMBRATUR, 1994, p.19).
De acordo com a OMT o ecoturismo é aquele que:
- Proporciona uma experiência direta com relação a um lugar;
- Proporciona uma experiência educacional que desenvolve nos visitantes a
compreensão e apreciação do local visitando e promove comportamentos
adequados e éticos preservacionista;
- É ambientalmente responsável e utiliza várias estratégias para minimizar os
impactos negativos;
- Maximiza os retornos econômicos do lugar.
O ecoturismo tem como proposta satisfazer o desejo do turista de entrar em
contato com a natureza, aliando a exploração do potencial turístico à conservação
do meio ambiente natural e ao desenvolvimento da região, com o mínimo impacto,
tanto para a natureza quanto para a cultura local.
Visa a promover o reencontro do homem com a natureza, para que ele compreenda os ecossistemas que mantém a vida, as atividades sãs desenvolvidas por meio da observação do meio ambiente natural, da transmissão de informações e conceitos e por meio da simples contemplação de paisagens. Todo o processo auxilia o turista, por exemplo, a desenvolver uma consciência da sua própria existência em equilíbrio com
a natureza, ajudando na manutenção da vida de gerações futuras. (CRISÓSTOMO, 2004, p. 210).
O turismo ecológico é muito valorizado no nosso país, pois nele se podem
encontrar diversos tipos de ecossistemas, como: pluviais, equatoriais, tropicais,
cerrados, desertos, pantanais e campo.
As principais modalidades do turismo de aventura conhecidas são no ar
(pára-quedismo, asa-delta, parapente, balonismo, ultraleve) e na Terra (caminhadas,
cavalgadas, canionismo, montanhismo, ciclismo, mountainsbike, arborismo,
motocross).
Subcapitulo 3.3– ACESSIBILIDADE E SUSTENTABILIDADE
Subcapitulo 3.3.1 – ACESSIBILIDADE
O princípio da acessibilidade, diz que todas as pessoas, sejam quais forem
suas condições físicas limitadas ou fora do “padrão” estabelecido por uma escala
humana desejável, deverão poder locomover-se e realizar suas atividades e
necessidades vitais com toda segurança e independência. A incapacidade não está
nas pessoas, mas pode ser decorrente dos obstáculos existentes no ambiente físico
que as rodeia.
Na arquitetura e no urbanismo, tal assunto, tem sido uma preocupação
constante nas últimas décadas. Atualmente estão em andamento obras e serviços
de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de
toda população.
O projeto arquitetônico deve ser elaborado identificando todo o tipo de
variáveis que pode conter como obstáculo para deficientes com objetivo de
estabelecer critérios e parâmetros técnicos para construções, instalação e
adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às
condições de acessibilidade, resultando na criação da Norma Brasileira - NBR 9050.
De acordo com Pistor (2008) temos o que chamamos de “desenho universal”,
ou seja, o atendimento a todas as pessoas sem distinção de idade, padrão médio
em peso, altura e ou restrições físicas. As limitações podem ser de ordem: sensorial
(visual, auditiva, fala, tátil, paladar, olfativa), de locomoção (cadeira de rodas,
andador, bengala) ou prótese (substituição de um membro do corpo),
equilíbrio/coordenação motora e de manuseio de objetos. Devem ser considerados
os casos temporários, isto é, mobilização de um membro do corpo – braço ou perna,
por exemplo –, de coluna ou pescoço por um determinado período de tratamento ou
pós-cirurgia, bem como os de circunstâncias momentâneas: mulheres grávidas
pessoas portando crianças no colo ou transportando carrinhos com bebê.
Como essas situações não são raras, pois estudos mostram que há uma
quantidade expressiva de pessoas com deficiência, devem os ambientes, internos
ou externos, ser plenamente dotados de elementos construtivos que permitam total
acesso e flexibilidade ao uso com segurança e independência.
O que deveria ser regra aos moldes do conceito de desenho universal, na maioria dos casos, passa a ser exceção e somente é alertado para o problema das construções inadequadas, quando empreendedores se deparam com a concorrência ou a obrigatoriedade legal para enquadramento às exigências de uma normatização. Espera-se mais do que esse cumprimento às normativas de uso e ocupação do solo e sua fiscalização com aplicação de penalidades e multas; fundamentalmente a conscientização de que todos os projetos devam ser para todas as pessoas, sejam elas portadoras de alguma deficiência física, limitadas ou não. Com isso, o mínimo que se espera é que os locais que possuem condições efetivas de receber um público diferenciado do “padrão” ergonômico preestabelecido não sejam exceções. Não pode ser descartada a possibilidade de que algum funcionário do hotel também possa ser portador de deficiência, devendo-se proceder às mesmas condições em equivalência dado aos hóspedes. O que hoje representa um diferencial poderá tornar-se regra em todos os ambientes, sejam eles públicos ou privados de atendimento coletivo ou individual. (PISTOR, 2008, p.61).
Subcapitulo – 3.3.2 – SUSTENTABILIDADE
Há algumas primícias básicas para que um empreendimento seja considerado
sustentável. Ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo
e culturalmente diverso.
O termo “sustentável” provém do latim sustentare (sustentar; defender;
favorecer; apoiar; conservar; cuidar). O uso sustentável dos recursos naturais deve
ser utilizado de tal forma que as futuras gerações não sejam prejudicadas pelas as
ações do presente.
A discussão de sustentabilidade do turismo visa reconhecer a importância de
planejamento em longo prazo, e de utilizar indicadores de desempenho que
monitoram a valorização econômica, ambiental e sócio-ambiental.
No ano de 2006, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
publicou uma Norma Brasileira sobre sustentabilidade para meios de hospedagem.
A norma NBR 15401 - Meios de Hospedagem – Sistema de Gestão da
Sustentabilidade traz parâmetros objetivos e verificáveis relativos à sustentabilidade
de hotéis e pousadas. Fundamentada, por um conjunto de princípios estabelecidos
no Brasil pelo Conselho Brasileiro para o Turismo Sustentável (CBTS), como:
- Respeitar a legislação vigente;
- Garantir os direitos das populações locais;
- Conservar o ambiente natural e sua biodiversidade;
- Considerar o patrimônio cultural e valores locais;
- Estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos;
- Garantir a qualidade dos produtos, processos e atitudes;
- Estabelecer o planejamento e a gestão responsáveis.
A norma já serve de referência para que empresários realizem auto-avaliações sobre a sustentabilidade de seus empreendimentos e poderá ser utilizada em processos de certificação. Sua criação contou com ampla participação da sociedade, envolvendo especialistas de todas as regiões do País. Antes da sua publicação o texto passou por um processo de Consulta Nacional, oportunizando a todo cidadão brasileiro analisá-lo e participar da sua votação no site da ABNT. (CARVALHO, 2006).
A norma especifica os requisitos relativos à sustentabilidade de meios de
hospedagem, permitindo as organizações formular uma política e objetivos que
levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos
ambientais, sócio-culturais e econômicos significativos.
Também se necessita investir em práticas e tecnologias que permitam
minimizar impactos ambientais. Pois os empreendimentos hoteleiros são
responsáveis por gerar uma quantia considerável de lixo e de apresentar um
consumo significante de água, energia, comida, material de limpeza e outros
recursos necessários para a execução e atendimento das rotinas diárias de
operacionalização.
Dessa forma, devem levar em consideração seu papel nas questões ambientais, já que utiliza muitos recursos que poderão estar escassos no futuro. Mesmo assim, a idéia de iniciar ações com a finalidade de minimizar resíduos ou emissões, de evitar o desperdício de água e energia, entre outras iniciativas, geralmente está vinculada com o conceito de mudança de processos, atividades e materiais. Isso porque, é um dos segmentos que possui uma grande propensão ao desperdício, pois seu controle foge das mãos da administração do empreendimento a partir do momento em que são gerenciados pelos próprios hóspedes e/ou empregados. Além disso, nem sempre se refletindo na possibilidade de redução do impacto ambiental, porque um dos fatores mais importantes está ligado à mudança de atitudes das pessoas. (VIERA, 2004, p. 42).
A escolha dos materiais não fica inerente ao processo de sustentabilidade, ao contrato. contribui como um dos fatores determinantes no processo de concepção de um projeto sustentável.
Diversos fatores devem ser considerados na escolha dos materiais e improvável que regras absolutas possam ser feitas para todas as situações. As qualidades inerentes a um material e a maneira pela qual os materiais são incorporados a um projeto (e a cultura ou o estilo de vida local) determinado em conjunto com o impacto ambiental. (ROAF; MANUEL; THOMAS, p.57).
4. HOTEL FAZENDA
No sec. XX, após a Segunda Guerra Mundial com a melhoria dos sistemas de
transporte, comunicação, com a popularização da viagem aérea, a sociedade busca
com maior frequência às atividades voltadas ao lazer, o turismo passa a ser uma
nova forma de economia e esses fatores contribuem para maior desenvolvimento
das empresas hoteleiras.
O surgimento de hotéis fazenda veio a suprir uma realidade com a vida rural,
que devido à rotina da vida atribulada urbana, vem sendo colocada em segundo
plano.
Eles possibilitam o redescobrimento da zona rural pela população urbana, em
especial por sair da rotina do cotidiano atribulado das grandes cidades, passando da
agitação para a tranqüilidade bucólica.
São hotéis basicamente de lazer, com muitas das características dos resorts, porém em escala muito menor e quase sempre com instalações bem mais modestas e menor diversidade de serviços. O número de apartamento é menor (menos de cem apartamentos), as instalações para a prática de esportes resumem-se a alguns poucos itens, geralmente com ênfase em algum tipo de esporte relacionado à localização ou à especialidade do hotel (equitação, esportes náuticos, etc.), e as áreas para reuniões, quando existem, são de pequeno porte. O regime predominante é
o de diárias completas, incluindo as refeições, em um único restaurante. A administração é basicamente familiar, e, por essa razão e pelo porte reduzido do hotel, o tratamento concedido aos hóspedes é mais pessoal. (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2007, p. 82)
A busca por estes tipos de hotéis, se da por conta da procura por situações
diferentes das rotineiras. O estresse da capital faz com que pessoas procurem
lugares mais tranqüilos nos fins de semana e férias. Portanto a intenção do hotel
fazenda é de recuperar as “forças” e trabalhar com menos estresse.
Características do hotel fazenda:
- São voltados para viagens de lazer;
- Sua localização instala-se em lugares afastados das áreas centrais em
regiões que possuem extensa área não identificada e vasta área verde para
a apreciação paisagística ou turística. Em uma área de equilíbrio ambiental
ou conservação. É um tipo de construção antecedida por estudos de impacto
ambiental e pelo planejamento da ocupação do uso e do solo, visando à
conservação ambiental;
- O partido arquitetônico, em sua grande maioria, é horizontal;
- Sua qualificação esta enquadrada entre luxo e luxo superior, segundo a
Deliberação Normativa 367;
- Quanto à infra-estrutura: áreas, instalações, equipamentos e serviços
próprios para lazer, recreação e entretenimento dos hóspedes;
No art. 7°, da Deliberação Normativa n° 429, de 23 de abril de 2002, os meios
de hospedagem de turismo de lazer devem oferecer:
- Edificações construídas ou expressamente adaptadas para a atividade de
lazer que proporciona;
- Áreas destinadas aos serviços de hospedagem (tais como: alojamento,
portaria/ recepção, circulação, serviços de alimentação, lazer e uso comum e
outros serviços de conveniência do hospede ou do usuário) próprias,
separadas entre si e independentes das demais, no caso de edificações que
atendem a outros afins;
- Salas e quartos de dormir das UH’s dispondo de aberturas para o exterior
para fins de ventilação e iluminação;
- Banheiros dispondo de ventilação natural, com abertura direta para o
exterior ou forçada, por meio de duto;
- Serviços básicos de abastecimento de água que não prejudiquem a
comunidade local, bem como de energia elétrica, rede sanitária, tratamento
de efluentes e coleta de resíduos sólidos, com destinação adequada;
- Instalações adaptadas para atender os portadores de necessidades
especiais.
Para a valorização do local onde será implantado o hotel destinado ao turismo
de lazer, se deve analisar os fatores regionais que contribuem para tal. Sendo
assim, é necessário, para a elaboração do projeto, explorar características
especificas de cada local.
Os hotéis fazendas atuais são construídos para o descanso e lazer, com infra-
estrutura instalada para a prática de vários esportes, e para o ecoturismo com
esportes radicais (tirolesa, arborismo, cachoeiras, etc.).
Bortolotti (2007) classifica as atividades realizadas em um hotel fazenda da
seguinte maneira:
Atividades camprestes:
Passeio a cavalo, caminhadas, ordenha manual/ leite curral, colheita de frutas
e verduras frescas em pomar e hortaliça, passeio de charrete.
Atividades aquáticas:
Pesca esportiva, passeios de barco, passeios de pedalinho no lago.
Atividades esportivas:
Quadras de esportes, sala de jogos, piscina.
Atividades de eventos:
Convenções, conferências, palestras.
Atividades gastronômicas:
Fabricação artesanal de doces e queijos
Serviços de um hotel fazenda:
Hospedagem e Atendimento, serviços de alimento e bebidas, lazer e
atividades recreativas.
O objetivo da prestação de serviços hoteleiros é de satisfazer plenamente o
consumidor. Intensificando o comportamento entre empregados e hóspedes, que
têm que ser de amabilidade, cordialidade e cooperação desses para oferecer uma
boa qualidade de serviço.
Um hotel deve oferecer para os hospedes ambientes agradáveis, saudáveis e funcionais. Todo espaço que compreenda o hotel, ou seja, as áreas físicas do estabelecimento, deve ser cuidadosamente projetado, visando alem de fornecer o conforto do ambiente, a reforçar também a disposição na memória dos hospedes. (CRISOSTOMO, 2004, p.53).
Geralmente esse tipo de hotel fornece a pensão completa (café da manha,
almoço e jantar), por se encontrarem afastados das cidades. Há casos que as
pessoas desejam utilizar a estrutura do restaurante sem se hospedar nele, nesse
caso a diária seria diferenciada.
SUBCAPITULO – 4.1 - ESTUDOS PRELIMINARES:
Abaixo analisamos alguns exemplos de hotéis fazenda situados no interior do
estado de São Paulo.
Hotel Península – Avaré/SP:
Figura: Hotel penínsulaFonte:
Está localizado próximo a São Paulo, e a 15 km da estância turística de
Avaré. Fica às margens da represa Jurumirim. Esta característica faz com que o
hotel tenha clima de praia, com ar de campo.
Conta com 38 apartamentos, 12 suítes e 10 chalés. Todas elas com vista
para a represa.
Possui uma grande área para eventos e confraternizações.
Em seu lazer ele possui:
- Atividades esportivas (futebol, vôlei, críquete, alongamentos, aula de dança,
ginástica localizada, step e relaxamento;
- Atividades Náuticas (pedalinhos e vela);
- Cavalgadas, caminhadas e Bike (passeio de charrete, cavalgadas pelo
bosque, caminhada ecológica, passeio de bicicleta pela trilha;
- Oficinas (como exemplo trabalhos usando materiais recicláveis).
Hotel fazenda São João – São Pedro/SP:
O hotel era uma antiga fazenda, que foi convertida a hotel em 1977. Está
localizado na cidade de São Pedro, aos pés da Serra de Itaqueri. É uma área de
exuberantes matas, grutas e cascatas que atraem turistas de todas as idades.
Mapa do hotel São PedroFonte:
Possui uma paisagem natural perfeita. Dentro de seus atrativos de lazer
possui lago para pescaria, piscinas climatizadas (20º a 24º) semi-olímpica com
toboágua, biribol, parque aquático infantil, playground, quadra poliesportiva, quadra
de tênis, campo de futebol, todos iluminados, vôlei de areia, cavalos e trenzinho,
além de sauna úmida, fitness center, massagem, salão de beleza, sala de jogos,
sala de TV, lanchonete, lojinha.
Figura: Vista Hotel São João
Fonte:
Figura : Parque aquático infantil – Hotel São PedroFonte:
Figura : área das piscinas- Hotel São JoãoFonte:
Seu restaurante tem a capacidade para até 500 pessoas, com ar
condicionado e sistema de buffet.
Figura: área do restauranteFonte:
Possui uma grande área para eventos como de empresas, casamentos, dias
comemorativos, e festas em geral.
Para isso conta com:
17 amplas salas distribuídas em 4 Centros de Convenções com banda larga, sistema de som de alta qualidade nas salas principais, pé direito alto, ar condicionado, projeto acústico, geradores. Serviços complementares de coffee break/welcome coffee, Coquetéis, Churrascos, Jantares temáticos, atividades ecológicas e monitores. Ambientes reservados para atendimento exclusivo de comemorações, jantares e festas. Vivenciais, comportamentais, outdoor training, paintball, e diversas outras atividades podem ser realizados no espaço do Hotel. Possuímos área preservada com vegetação nativa para práticas de treinamentos. (HOTEL FAZENDA SÃO JOÃO).
O hotel possui um Centro Educacional de Hotelaria e Turismo de São Pedro
(CEHTSP), que foi fundado há dois anos e conta com mais de trinta anos de
experiência do Hotel Fazenda São João para capacitar os alunos para o mercado de
trabalho, atendendo a demanda por mão de obra qualificada.
O diferencial do CEHTUSP é ser um Hotel Escola, assim, os alunos têm a
oportunidade de usar o hotel para praticar a aprendizagem, tendo todos os recursos
do mundo real à disposição.
Hotel fazenda Mazzaropi – Taubaté/SP:
O Hotel Mazzaropi preserva seu passado e renova-se com atividades
dedicadas ao seu entretenimento, lazer, conforto e bem-estar.
Figura: Vista do Hotel MazzaropiFonte:
No inicio da década de 70, o hotel construiu um estúdio de cinema.
Para acomodar os artistas e técnicos, criaram o hotel ao redor do estúdio. Os
jardins, lago e piscinas foram pensados como atração do hotel e cenários para
filmes.
Hoje, o estúdio abriga o Centro de Convenções Amácio Mazzaropi e o Museu
Mazzaropi, com o mais representativo acervo sobre a história do artista e cineasta.
.
Figura: Cinema Figura: Museu Mazzaropi
Fonte: Fonte:
Possui 150 mil m² de áreas verdes com acomodações, centros de
convenções, completo business centrer, salão de piscina, restaurantes, entre outros.
Foi considerado pela 4ª vez consecutiva, o melhor Hotel Fazenda do Brasil,
pelo Guia Quatro Rodas, sendo que em 10 anos está sempre entre os 10 melhores.
O Hotel conta com um instituto – o Instituto Mazzaropi – que foi criado em
2000 com o objetivo de incentivar e divulgar a produção cultural e promover ações
de preservação do meio ambiente.
Figura: Piscina infantil Hotel Mazzaropi Figura: Psicina adultos Hotel Mazzaropi
Fonte: Fonte:
Figura: crianças aprendendo sobre o meio ambiente Figura: esportes radicais
Fonte: Fonte:
Pousada da Ilha – Ribeirao Claro/PR:
Figura : Hotel Pousada da IlhaFonte:
Rodeada de águas da Represa de Chavantes, foi inaugurada em 2000. Sua
infra-estrutura foi construída dentro dos padrões de qualidade e preservação do
meio ambiente.
Tem como objetivo obter a tranquilidade e conforto em um ambiente
acolhedor, cercado de belezas naturais, mata nativa e águas cristalinas.
Sua localização é afastada da cidade. Para chegar à ilha é preciso de um
barco, fornecido pelo próprio hotel, para levar os hospedes.
Possui apenas 14 suítes.
Em sua infra-estrutura apresenta:
- Quadra de vôlei
- Quadra de tênis
- Sala de jogos
- Fitness
- Pista de cooper ao redor da ilha
- Piscina de biribol, infantil, adulto e aquecida.
- Cancha de bocha
- Pesqueiro
- Playground
Além de passeios de escuna, trilhas ecológicas e esportes náuticos.
Hotel Fazenda Areia que Canta – Brotas/SP:
O Hotel era uma fazenda antiga da família Farsoni, que hoje é administrado
por eles.
É considerado um sitio turístico e hotel fazenda com atividades produtivas.
Ele oferece uma sensação do interior, com o seu silêncio e sua linda paisagem.
Toda a comodidade está distribuída em ampla área arborizada e verde.
Figura: vista Hotel Fonte:
Os atrativos do hotel são:
- Passeio interpretativo
- Nascente areia que canta
- Rio Tamanduá
- Cavalgada
- Tirolesa
- Birdwachting
- Day use
- Caiaque
- Pedalinho
- Eventos corporativos
Figura: RaftingFonte:
O maior diferencial deste hotel, comparados aos outros hotéis aqui citados, é
a sua localização na cidade de Brotas, onde possui o maior ecoturismo do Brasil. A
cidade é privilegiada com dezenas de cachoeiras, onde turistas de todo o país se
encontram para a prática de rafting, canionismo, arvorismo, bóia cross, e outras
atividades. Além de bons restaurantes, artesanatos, produtos típicos e festas
tradicionais.
Figura: Cachoeira Figura: Rio Tamanduá
Fonte: Fonte:
Figura: nascente areia que canta
Fonte:
Fazenda São Benedito – Agudos/SP:
Concluída em 1902, a Fazenda São Benedito é localizada na Serra em
Agudos interior de São Paulo, e faz parte do turismo rural da região.
Figura: Hospedagem Fazenda São BeneditoFonte: Acervo pessoal
Suas instalações são de caráter rústico, preservando sua arquitetura original
e remetendo seus turistas ao passado dos grandes coronéis do café.
Funciona como hotel, e possui nove quartos e dois chalés independentes.
Os hospedes têm a oportunidade de conhecer a rotina rural de uma fazenda,
desfrutando de atividades típicas do campo (cavalgadas e trilhas), comidas típicas,
cachoeira e um mirante onde se avista diversas cidades como Bauru, Agudos,
Piratininga, Lençóis Paulista e Macatuba.
Figura: Vista do mirante da FazendaFonte: Acervo Pessoal
Ela possui paredões de rochas calcarias de grandes altitudes, onde corre a
nascente do Rio Batalha, utilizados por alguns esportistas para a prática de rapel.
É uma área de aproximadamente de 20 alqueires paulista doada pelas
proprietárias para ser instalado o “Fórum Pro Batalha” contribuindo para o aumento
da Mata Atlântica.
Nesta fazenda podemos encontrar pomar centenário, um restaurante
adaptado na velha tulha de café, possui uma fonte de água límpida, uma pequena
capela de São Benedito e sua história, um mini-zôo para as crianças, pôneis,
cavalos, áreas para caminhadas, piscina, campo de futebol social, um nicho de
Nossa Senhora das Vitórias, quiosque para palestras onde está instalada uma
exposição sobre fazendas cafeeiras do século XIX, um terreiro onde o café era
secado, hoje, destinado às crianças para prática de diversos jogos.
Figura: RestauranteFonte: Acervo pessoal
Figura: Vista piscinaFonte: Acervo pessoal
Capitulo - Estudo de localização
SUB-CAPITULO – Mesorregião de Bauru
Mesorregião foi criada pelo IBGE com a finalidade de classificação de áreas
que possuem as mesmas características socioeconômicas para a facilitação de
levantamentos de dados estatísticos. Consiste, portanto, na subdivisão dos estados
brasileiros em pólos de municípios similares.
A mesorregião de Bauru corresponde a uma das quinze mesorregiões do
estado de São Paulo. Formado por 56 municípios agrupados em 5 microrregiões:
Avaré; Bauru; Botucatu; Jaú e Lins.
Na microrregião de Bauru e possui uma área de 8.508,670 km² e está dividida
em 21 municípios: Agudos; Arealva; Areiópolis; Avaí; Balbinos; Bauru; Borebi;
Cabrália Paulista; Duartina; Guarantã; Iacanga; Lençois Paulista; Lucianópolis;
Paulistânia; Pirajuí; Piratininga; Pongaí; Presidente Alves; Reginópolis; Ubirajara e
Uru.
A população desta microrregião foi estimada pela o IBGE no Censo 2010 em
568.117 habitantes.
O município de Bauru, localizado no interior do Estado de São Paulo, é um
dos principais pólos urbanos do Estado, por situar-se no entroncamento de três
rodovias e três ferrovias.
Figura: Vista aérea de BauruFonte: Alexandre H. Silva
Possui elevado Índice Desenvolvimento Humano (IDH) classificado em 0,825
pontos, com destaque para o IDH-Educação (IDH-E), que atinge 0,906 pontos, um
dos índices mais altos do Brasil. Possui diversas instutuições educacionais, São 48
escolas estaduais, sete Áreas de Desenvolvimento Infantil (ADI), sete escolas de
Ensino Fundamental, 45 escolas municipais de Educação Infantil, três escolas de
educação especial, escolas técnicas e profissionalizantes como Serviço Nacional de
Aprendizado Industrial (SENAI), Serviço Social da Indústria (SESI), Colégio Técnico
Industrial (CTI) e ETEC Rodrigues de Abreu, três universidades públicas, a
Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que
possui no município seu maior campus, a Faculdade de Tecnologia de Bauru
(FATEC), e várias universidades particulares, como a Universidade do Sagrado
Coração (USC), Universidade Paulista (UNIP) e a Instituição Toledo de Ensino (ITE).
Figura: Campus UNESP em BauruFonte: www.bauru.unesp.br/ag_historico.php
Os principais rios da cidade são o Batalha, Bauru e o das Flores.
Em 2010, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 343.937 habitantes, sendo o décimo oitavo mais
populoso do estado, apresentando uma densidade demográfica de 515,12
habitantes por km². Segundo o censo de 2010, 338.184 habitantes viviam na zona
urbana e 5.753 na zona rural.
Bauru obtém sua vocação turística voltada ao turismo de negócios e ao
turismo científico. Oferece ótimas redes, franquias, hotéis, restaurantes, bares de
qualidade, cinemas, shopping center, além do calçadão com centenas de lojas,
centro de compras na região sul e central, um zoológico de grande porte, o Teatro
Municipal, o Aeroclube e o novo Aeroporto Moussa Tobias.
Tem um potencial rico em todos os sentidos e, se levarmos em consideração a posição geográfica do município no estado Paulista, várias são as atrações rurais e urbanas em uma ampla e rica região com opções do setor que se completam (a poucos quilômetros). (BAURU, 2010).
Figura: Mapa de localização de BauruFonte: www.skyscrapercity.com
SUB-CAPITULO – Estudo de localização em escala local
Dentro do contexto da microrregião de Bauru, consideramos como uma
possível área de estudo relevante, às aplicações do conceito de projeto do hotel
fazenda, o município de Agudos, pois possui características de cidade interiorana,
com pouca população, área rural com grande potencial exploratório, sistema viário
condizente ao turismo rural e boa localização aos municípios adjacentes.
Situa-se na região central do Estado de São Paulo, distante 320 km da capital
e 19 km de Bauru, posiciona-se paralelamente à Rodovia Marechal Rondon e está a
15 km do aeroporto Moussa Tobias em Bauru.
Figura: Localização Agudos
Fonte: www.faag.com.br/pos/localizacao
A cidade apresenta-se em grande crescimento, tanto urbano quanto
econômico, sofrendo grandes modificações nos últimos anos.
Possui grande potencial turístico. Sua vocação para o turismo rural vem se
evidenciando a cada dia, e seus moradores e governantes estão empenhados em
desenvolver este potencial de maneira planejada e sustentada.
Sua riqueza natural é muito vasta, propiciando descanso e tranquilidade aos
hóspedes das diversas acomodações rurais existentes no município.
Possui diversas nascentes de rios importantes do interior paulista, dentre
elas, destacam-se a do Rio Pelintra, que trouxe para a cidade a Cia Paulista de
Cervejas Vienense (Ambev). Esta água ganhou fama nacional por ser tão pura e
produzir a melhor cerveja do Brasil. A Ambev deu um grande impulso na economia
de Agudos, juntamente com outras empresas de igual importância como a Duratex.
Figura: Fábrica DuratexFonte: www.duratex-madeira.com.br/duratex/web/a_empresa/fabricas/agudos
Espera que seu desenvolvimento venha da exploração de suas riquezas
naturais, e por isso aposta no turismo rural e histórico-cultural.
Dados geográficos segundo IBGE (2010):
- Extensao territorial: 968 km²;
- População: 34.524 habitantes;
- Polpulação urbana: 32.993 habitantes;
- Densidade demográfica: 35,73 hab/km².
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