Módulo Pé: Fraturas do Ante-pé
Departamento de Ortopedia e Traumatologia Serviço de Residência Médica
Hospital XV – Clínica de Fraturas e Ortopedia XV
Referências Bibliográficas 1. Rockwood – Fraturas em Adultos 2. Sizínio – Ortopedia e Traumatologia – Princípios e
Prática
Fraturas do Ante-pé
• Fraturas dos Metatarsos • Fraturas dos Artelhos
Fraturas dos Metatarsianos
• Trauma direto • Queda de objeto pesado (+comum) • Podem afetar qualquer parte do MTT:
– Diáfise (espiral) – Base (avulsão arrancamento) – Cabeça (estresse)
Fraturas da Diáfise dos MTT
• Comum em dançarinos de balé – trauma indireto (força de inversão)
• 1° MTT é o menos lesado (+ resistente)
Fraturas da Diáfise dos MTT
Sinais e Sintomas – Dor em dorso e parte anterior do pé – Exacerbação da dor com a sustentação do peso – Edema – Equimose – Crepitação
• Observar circulação e sensibilidade nos dedos
Fraturas da Diáfise dos MTT
Achados Radiológicos – AP – Oblíqua – Perfil
Ø Pé ou ante-pé
Fraturas da Diáfise dos MTT Tratamento e Prognóstico
– Fraturas sem desvio ou com desvio mínimo: • Bota gessada com apoio por 2 a 4 semanas • Deambulação precoce
– Fraturas desviadas • 2°, 3° e 4° MTT com desvio lateral ou medial podem ser
tratados como fraturas sem desvio – profundos na musculatura do pé e sustentados pelos 1° e 5° MTT
• Qualquer fratura com desvio dorsal ou plantar = redução – Estável = gesso – Instável = fixação com fios
Fraturas da Diáfise dos MTT Tratamento e Prognóstico
– Quando a redução fechada falha, aceita-se o desvio até a consolidação planejando-se uma posterior intervenção para osteotomia corretiva
– Redução: • Fixação percutânea • Fixação interna (mobilização precoce) • Tração esquelética: esmagamento, com danos graves de
partes moles que proíbem a redução aberta e fixação interna
Fraturas da Diáfise dos MTT Tratamento e Prognóstico
– Evitar imobilização prolongada – Pinos devem ser retirados com 3 a 4 semanas – Estimulada a deambulação precoce com gesso – Movimento ativo dos dedos
Fraturas da Cabeça dos MTT • Trauma direto • Produzem um fragmento distal intra-articular e
sem inserções capsulares • Suspeitar sempre de Doença de Freiberg • Tratamento:
– Redução + fixação com fios de Kirschner + imobilização
• Necrose avascular é rara
• Fratura não diagnosticada inicialmente
• Após 1 ano: paciente assintomático e boa remodelação
Fratura da Base do 5°MTT
• Trauma indireto (pé invertido com o calcanhar levantado)
• Devido às firmes inserções ligamentares da base do 5°MTT no cubóide e 4°MTT
• Pode ocorrer por 2 padrões distintos: – Avulsão da tuberosidade (processo estilóide)
• Intra ou extra-articulares
– Fratura transversa da diáfise proximal (1,5cm da tuberosidade) Fratura de Jones
Fratura da Base do 5°MTT Classificação de Torg para Fratura transversa da
diáfise proximal • Nos auxilia no manejo das lesões
– Aguda: sem história de fratura prévia, linha de fratura sem alargamento, sem esclerose intramedular e hipertrofia cortical mínima
– Retardo de Consolidação: história de lesão prévia, área de reabsorção óssea, pequena esclerose intramedular
– Pseudoartrose: sintomas recidivantes, área lacunar de fratura ampla com formação de osso novo periostal e obliteração completa do canal medular dos 2 lados pelo osso esclerótico
Fratura da Base do 5°MTT
Fratura por Avulsão • Trauma indireto • Contração do fibular curto para previnir a
inversão acentuada do ante-pé • Intra ou extra-articulares • Não confundir com sesamóides (Peroneum e
Vasalianum) – são lisos e arredondados com osso subcondral esclerótico
Sesamóide Avulsão do fragmento
Fratura da Base do 5°MTT
Fratura por Avulsão • Tratamento:
– 2 a 3 semanas de bota gessada com apoio – Após, alguns dias de enfaixamento – 4 a 6 semanas consolida e se torna assintomática – Pseudoartrose assintomática não requer tratamento – Pseudoartrose sintomática requer excisão do
fragmento
Fratura da Base do 5°MTT
Fratura da Diáfise Proximal • Homens adultos jovens atléticos • Esportes de corrida e saltos
Fratura da Base do 5°MTT
Fratura da Diáfise Proximal • Tratamento:
– Fraturas agudas: • Bota gessada sem apoio por 6 a 8 semanas
– Retardo de consolidação: • Bota gessada sem apoio por até 6 meses
– Pseudoartrose: • Não respondem ao tratamento fechado • Curetagem cirúrgica das pontas +enxerto córtico-esponjoso • Parafusos de compressão
Fraturas dos Dedos do Pé
• Fraturas do Hálux • Fraturas dos demais dedos
Fraturas do Hálux
• Trauma direto por queda de objetos em pé desprotegido ou lesões por “topadas”
• Dor • Edema • Hematoma subungueal • Deformidade (rara)
Fraturas do Hálux
• Tratamento – Imobilização (enfaixamento ou esparadrapagem) usando o
segundo dedo como tala – Analgesia – Sapato de sola rígida – por 2 a 3 semanas
• Fratura intra-articular desviadas requer redução. Quando a redução for instável deve ser feita a fixação com fios de Kirschner ou parafusos ou tração
- Fratura-luxação intra-articular, irredutível e com sesamóide interposto
- Redução aberta e fixação com fios de Kirschber
Fraturas dos Outros Artelhos
• Comuns • Golpes diretos ou colisão do dedo
desprotegido contra um objeto rígido • Dor • Graus moderados de angulação podem ser
aceitos nas radiografias, desde que clinicamente aceitável
Fraturas dos Outros Artelhos
• Tratamento – Enfaixamento ou esparadrapagem usando o
dedo ao lado como tala – Analgesia – Sapato de sola rígida – Por 2 a 3 semanas
Fratura-Luxação de Lisfranc
• Lesão na articulação tarsometatarsal (Lisfranc) • 0,2% de todas as fraturas • Freqüentemente não diagnosticadas no
atendimento inicial • Mecanismo de trauma:
– Direto ou Indireto (+ comum): • Acidentes automobilísticos • Quedas • Entorses do pé de alta energia
Fratura-Luxação de Lisfranc
Anatomia da Articulação de Lisfranc • 5 MTT, 3 cuneiformes e 1 cubóide • Estabilidade da região é baseada na arquitetura
óssea e no suporte ligamentar: – Cuneiformes e bases MTT trapezoidais – Ligamentos interósseos plantares – Ligamento de Lisfranc (base do 2° MTT com a cunha
medial) – Inserções dos tendões fibular curto e tibial posterior
Fratura-Luxação de Lisfranc
• Diagnóstico: • Alto grau de atenção do examinador • Radiografias:
– AP, Perfil e Oblíqua interna 30° com apoio • Radiografias lado contralateral são muito úteis • TC comparativa:
– Aumento do espaço entre 1° e 2° MTT • RMN:
– Lesões isoladas dos ligamentos entre os cuneiformes
Fratura-Luxação de Lisfranc
Fratura-Luxação de Lisfranc
Classificação de Quenu e Küss: • Homolateral
– Os 5 MTT luxam para o mesmo lado • Isolada
– 1 ou 2 MTT luxam
• Divergente – Luxação dos MTT nos planos coronal e sagital
Classificação de Quenu e Küss
Fratura-Luxação de Lisfranc
• Tratamento • É baseado na redução anatômica estável
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