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Formao: Tcnico/a de Aco Educativa
Mdulo: Modelos Pedaggicos
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Formadora: Isabel Saraiva Barbosa
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Tudo o que necessitava de saber sobre a vida, aprendi-o no Jardim de Infncia
Tudo o que devo mesmo saber para viver, o que fazer e como devo ser, aprendi-o com as
minhas educadoras. A sabedoria no estava no cimo da montanha, no instituto, na universidade,
mas ali, aos ps do escorrega, na areia. Estas so as coisas que aprendi:
Partilha tudo.
Joga limpo.
No batas nas pessoas.Volta a pr as coisas onde as encontraste. Limpa sempre o que sujaste.
No leves o que no teu. Pede perdo quando magoas algum.
Lava as mos antes de comer.
As bolachinhas quentes e o leite frio so bons.
Vive uma vida equilibrada; aprende e pensa, desenha, pinta, canta, baila, brinca e trabalha um
pouco em cada dia.
Dorme a sesta todas as tardes.
Quando sares para a rua, tem cuidado com o trnsito, d a mo aos adultos e no te afastes.
Continua atento ao maravilhoso.
Recorda a pequena semente no vaso: as razes descem, a planta sobe e ningum sabe,
realmente, como nem porqu, mas todos somos assim. Os peixes de cores, os hamsters e os
ratinhos, brancos e, mesmo a pequena semente do vaso, todos morrem. E ns tambm.
E ento, lembra-te de uma das primeiras palavras que aprendeste: v.
Tudo o que necessitas saber est ali, algures. A Regra de Ouro: o amor e a higiene bsica. A
ecologia e a poltica, a igualdade e a vida s. Pega em qualquer destes princpios, tradu-los em
termos adultos sofisticados e aplica-os tua vida familiar ou ao trabalho, ao teu pas ou ao teu
mundo, e manter-se- verdadeiro, claro e firme.
Pensa em quo melhor seria o mundo se todos todo o mundo comssemos bolachinhas com
leite todas as tardes e nos enroscssemos nas nossas mantas para dormir a sesta.
Ou se todos os governos tivessem como poltica bsica voltar sempre a pr as coisas onde as
encontraram e limpar tudo o que sujaram.
Robert Fulghum
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Mdulo: Modelos Pedaggicos
Objectivos:
Identificar os modelos psicopedaggicos adequados a creches e jardins
de Infncia;
Identificar os factores e reconhecer a importncia da organizao dos
espaos e actividades pedaggicas.
Contedos:
Percursores da educao pr-escolar;
Principais correntes pedaggicas no perodo contemporneo:
- Movimento educao nova;
- Pedagogia da educao popular;
- Pedagogia no directiva;
- Pedagogia construtivista;
Modelos pedaggicos e organizao dos espaos educativos.
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Apresentao
A actividade da etapa infantil configura-se, hoje em dia, como uma autntica
etapa de aprendizagem cuja estrutura, organizao e programao se devem realizar porprofissionais com formao especializada, destinada a educar e cuidar de crianas de
ambos os sexos dos 0 aos 6 anos.
Durante este perodo, as crianas vem-se imergidas em inmeras alteraes em
todos os mbitos da sua pessoa, tanto a nvel interno como externo. Atendendo a estas
alteraes, um dos principais objectivos que deveria cumprir qualquer centro de educao
que acolhe estas crianas serie o de oferecer um ambiente estimulante, acolhedor, seguro
e rico em experincias. Assim, o lar, a creche e o jardim-de-infncia convertem-se em
espaos adequados para que esse desenvolvimento se d com as mximas garantias.
imprescindvel que os professores possam distribuir o espao e o tempo disponveis de
forma adequada e eficiente fomentando, assim, ao mximo as potencialidades de cada um
dos alunos. A organizao das experincias bsicas de aprendizagem dever basear-se no
conhecimento das principais teorias e mtodos pedaggicos e na utilizao dos recursos
didcticos adequados.
Para oferecer criana experincias interessantes que impliquem um correcto
crescimento fsico e intelectual preciso considerar a importncia de unir os esforos de
escola e famlia.
Durante o perodo que vai desde o nascimento at aos 6 anos ocorrem inmeras
alteraes no desenvolvimento psicolgico. As crianas adquiriram novas formas de se
relacionarem com o mundo que as rodeia, e o desenvolvimento fsico deu-lhes a
possibilidade de caminharem de forma independente, manipularem coisas interessantes e
entrarem em contacto com elas de forma cada vez mais aperfeioada.
Podemos considerar o ponto inicial do caminho como sendo a predisposio com
que o ser humano nasce para a aco, para o desenvolvimento e para a aprendizagem. Ao
nascer, o beb inicia o caminho cheio de experincias, aces e interaces que o levaro
a conhecer, compreender e estabelecer relaes com o meio, com as coisas e com as
pessoas que povoam o seu ambiente. Trata-se tanto de aces que o beb realiza no seu
meio como de aces que o meio exerce sobre o beb.
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Percursores da educao pr-escolar
Anteriormente ao sculo XVIII, a Educao era feita mediante as classes sociais a
que pertenciam e s actividades exercidas na poca correspondente. Esta educao era
apenas feita aos indivduos do sexo masculino, enquanto as raparigas ficavam em casa aaprender as actividades do lar. Mesmo de entre os indivduos do sexo masculino, nem
todos tinham direito educao, s apenas os de classes sociais mais elevadas, uma vez
que se dizia que s a estes valia a pena porque s eles um dia poderiam adquirir algum
conhecimento e aproveit-lo em seu benefcio.
Com o passar dos tempos e os contributos dos vrios filsofos e pedagogos, essa
mentalidade foi-se alterando e registaram-se significativas evolues. Contudo, a infncia
nunca era vista da forma como a temos actualmente. As crianas no eram tratadas comocrianas, mas sim como adultos, at mesmo o seu vesturio era idntico ao dos adultos.
Por isso, a criana no tinha tempo de ser criana e de experienciar as mais diversas
vivncias e, obter as suas significativas aprendizagens.
Contudo, com o contributo de Jean Jacques Rousseau (1712/1778 nasceu em
Genebra), comeou a dar-se mais importncia e a valorizar-se mais o tempo de ser
criana e de lhe dedicar mais tempo. Comeou tambm nesta poca a criar-se roupa maisapropriada para a infncia para tambm assim ser uma forma de os distinguir. O grande
contributo do filsofo Rousseau foi o de despertar para as caractersticas das crianas, e
estas serem vistas como crianas antes de serem consideradas como adultos. Rousseau
focava esse ponto continuamente Abstenhamo-nos de revelar a verdade ao que no se
encontra em estado de a compreender, porque tal significa pretender imiscuir o erro.
Pretende-se ensinar a verdade adulta criana; mas dado que a criana no est em
condies de a apreciar nem de a compreender devidamente, dela retira apenas hbitos de
mentira, hipocrisia e vaidade; participa precocemente nos vcios dos adultos em lugar de
assimilar as virtudes. Defendia que deveria existir um desenvolvimento apropriado,
removendo assim todas as restries e deixando as tendncias naturais se manifestarem
livremente. Ele considera a necessidade de haver educao desde a primeira infncia.
Prope que o professor ajude a natureza humana a conseguir o seu mximo
desenvolvimento potencial. Cr que so importantes a liberdade, a independncia e a
espontaneidade, j que desta forma, o ser humano tem a possibilidade de ser autnomo
fsica, social e intelectualmente. Deste modo, considera que a sua aprendizagem seja
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realizada pela prpria experincia despertando a sua curiosidade. E isto porque a
infncia tem maneiras de ver, de pensar, de sentir que lhe so caractersticas.
Assim se ele se enganar, deixa-o fazer, no lhe corrijais os erros, esperai em
silncio que esteja em condies de v-los e corrigi-los por si mesmo, ou, no, mximo,
em momento favorvel, apresentai-lhe algum modo de faz-lo sentir. Se nunca se
enganasse, no aprenderia to bem.
Em suma, podemos ver a preocupao que este filsofo tinha em relao ao ser
criana, que a mesma deveria ser tratada como tal, ter uma educao adequada sua
idade e sua vivncia, e no a mesma que ministrada ao adulto, para que desta forma o
ser puro que ela , no se corrompa na sociedade que em que habita.
Posteriormente, surge o Henri Pestalozzi (1746/1827), que tem como seu tema
de cruzada a ideia de que preciso que em todos ns evolua a pessoa, a pessoa em
funo da qual se deve organizar a vida poltica e em que o progresso material deve
servir e no dominar. A primazia pertencia ento educao. Contudo, quando ele se
refere educao, no pensa em primeiro plano na escola. Para ele no havia dvida de
que a escola se lhe apresentava como um momento essencial, permitindo ajudar a criana
a enriquecer a sua experincia de vida pessoal e comunitria num esquentamento mais
vasto do que o da famlia e mais homogneo do que o da Cidade. A fora informadora
cuja bno era para ele insubstituvel residia na famlia, no senso paterno e amor
materno.
S depois de a criana ter recebido esta educao bsica e a da escola, que lhe
parece estar apta para receber o ensino da vida. Assim, Pestalozzi considerava a educao
escolar como um complemento da educao domstica e como um meio de preparao
educao pela vida.
Froebel (1782 / 1852) foi o criador de asilos para crianas abandonadas e
jardins-de-infncia.
Para ele, o homem deve ser um ser activo e criador, por isso, a sua preocupao
no deve consistir em fazer com que os alunos aprendam uma certa quantidade de
conhecimento, mas com que se instruam pela actividade, pela iniciativa, fazendo
desabrochar as suas faculdades.
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Assim a sua pedagogia pode definir-se como uma pedagogia de aco e, muito
especialmente atravs do jogo. Acriana para se poder desenvolver, no deve apenas
olhar e escutar, mas agir e produzir.
O jogo deve ser a base de instruo, dos 3 aos 9 anos, no Jardim-de-infncia, onde
considera que esto as razes e os fundamentos de toda a educao.
O jardim-de-infncia feito para a criana, desta forma, ela encontrar objectos-
brinquedos, que a levaro ao conhecimento e sua expresso pela linguagem.
Para exercitar a sua actividade ldica, posta disposio da criana uma srie de
jogos educativos que a devem ajudar no desenvolvimento das suas faculdades.
Um outro percursor o pedagogo Ovide Decroly (1871/1932). Decroly descreve
o seu programa numa frmula que merece nfase, concedeu s condies do
desenvolvimento infantil, especificamente no facto de considerar a escola um meio de
vida em que a criana exerce uma actividade pessoal, isto , a escola pela vida para a
vida.
Para Decroly, as necessidades e interesses so inquestionavelmente a chave para o
desenvolvimento da criana. Esta concepo est intimamente ligada com o exerccio das
funes naturais da criana. Assim, os seus impulsos e hbitos devem ser interpretados.
Considera-se como autntico pedagogo, aquele que graas sua experincia e
cincia, capaz de ver nos interesses das crianas, no s como pontos de partida para a
educao, mas tambm as funes que contm possibilidades e que levam a um fim ideal.
O interesse para a criana ento a satisfao das suas necessidades, tudo aquilo que
desenvolve os seus processos mentais, no esquecendo, a sua significao biolgica, o
seu papel vital e a sua utilidade para a aco presente e futura.
As suas estratgias desenvolvem-se numa vertente tripla. Situar a criana num ambiente adequado;
Dar-lhe actividades que a atraiam e ao mesmo tempo a preparem para se
adaptar ao ambiente no qual viver em adulta.
Que a finalidade que se deseja conseguir seja proporcional s capacidades
fsicas e mentais da criana.
O autor prope na sua metodologia os centros de interesse, estratgia que parte de
considerar a actividade espontnea da criana e as necessidades que tem.
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Esses centros de interesse partem das principais necessidades que o autor
considera que as crianas da etapa da educao infantil tm:
Alimentar-se,
Lutar contra a intemprie; Defender-se dos perigos e actuar,
Relacionar-se com o meio (famlia, escola, sociedade, animais, plantas,
terra, sol, )
Na relao com essas actividades bsicas, Decroly cria cinco centros de interesse
bsicos que ajudaro a criana a conhecer-se a si prpria e a conhecer tudo o que a
rodeia.
A criana e a escola, A alimentao,
O vesturio,
A via pblica,
A casa.
Para trabalhar esses centros temticos concebem-se vrios tipos de jogos:
Jogos visuais e motores (como blocos, cubos, puzzles, jogos de classificao
e outros.) Jogos auditivos e motores,
Jogos de iniciao leitura-escrita,
Jogos de iniciao matemtica.
John Dewey (1859/1952), defende que o programa adequado para a
concretizao das suas finalidades desejadas, devem ser necessariamente de carcter
experimental. Um programa destes reflectir naturalmente a dupla feio daexperincia, implicar simultaneamente o acto de fazer e sofrer as consequncias.
Dewey queixava-se de um erro muito frequente que era o de os programas
serem para os alunos uma mera forma de acumularem simplesmente informao, no a
utilizando de forma a transform-la em conhecimento. Aprendem-nos com vista apenas a
finalidades escolares, mas no se apercebem da sua relao com a vida quotidiana.
Assim, para Dewey o primeiro indcio de um bom programa era o deste se
relacionar com as preocupaes da experincia pessoal da criana onde ela vai buscar asua origem. O segundo indcio reside em que ao actuar de acordo com este programa a
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criana consiga uma viso mais clara no ntimo da sua experincia, bem como um
acrscimo de eficcia de execuo.
Em suma, Dewey defende a teoria do aprender fazendo. Assim para que haja
actividade o aluno dever vivenciar uma situao de investigao que suscite e estimule
os seus interesses, partindo das suas necessidades de compreender, de se exprimir, de
agir, de realizao pessoal.
Desta forma, podemos afirmar que esta filosofia de pedagogia activa se baseia no
princpio de que o ser humano se forma agindo, se desenvolve pela sua aco sobre o
meio e da influncia que este exerce sobre ele.
Maria Montessori (1870/1952), criou um mtodo, o da pedagogia cientfica,
baseado na ordem e no respeito pela criana e pela sua actividade espontnea. Procurava
exercitar os sentidos atravs da criao de espaos preparados para a actividade
sossegada e materiais idealizados para a prtica e autocorreco.
Montessori apresenta muitos exerccios que contribuem basicamente para a
educao e desenvolvimento dos sentidos, de forma a contriburem para o
desenvolvimento motor, sensorial e intelectual.
atravs dos sentidos que a criana recebe a informao do exterior. Dando-lhe a
possibilidade de trabalhar as vias sensoriais que favoream:
A percepo das partes de um objecto e do objecto como um todo;
A percepo da forma, do tamanho, da figura, da cor e da textura dos vrios
objectos;
A percepo da temperatura: quente, morna, fria; distino da textura: um objecto
liso e um rugoso.
As suas ideias encaminham-se no sentido de considerar o docente como
responsvel por potenciar o conhecimento da criana, que organiza o seu ambiente e a
sua actividade, a ajuda a ser intelectualmente autnoma, lhe possibilita os materiais para
realizar a auto-aprendizagem e a auto-avaliao. um profissional que no ensina mas
ajuda a criana a trabalhar utilizando o material e o ambiente adequados que lhe
permitem concentrar-se e aprender.
A atitude da professora a de um adulto que no quer dominar a criana, mas est
consciente do papel que ocupa entre o material e a mente, portanto o protagonismo do
docente destronado a favor de um professor mais humilde, paciente e disposto acolaborar quando a criana o solicita.
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Intencionalidade Educativa
A educao pr-escolar no apenas uma preparao para a escolaridade
obrigatria, mas sim um primeiro contacto e familiarizao com contextos ricos e
culturalmente estimulantes, capazes de despertar a curiosidade e o desejo de aprender,
uma preparao para educao ao longo da vida. Mas mais do que isso, compete-nos
garantir as condies de futuras aprendizagens com sucesso, promovendo um contacto
com a cultura e com os instrumentos que sero teis criana para que continue a
aprender ao longo da vida.
Contudo, surgem-nos algumas questes de como faz-lo? Que metodologia
seguir? H uma metodologia melhor / pior, mais ou menos adequada?
A resposta a estas questes baseia-se na forma como ns educadores
desempenhamos o nosso papel.
Vrias so as metodologias existentes, cada uma com concepes de criana,
famlia, aprendizagem, desenvolvimento e papel do educador distintas e bem definidas,
cada uma com tcnicas e formas de actuao especficas, mas nenhuma delas pode ser
considerada mais adequada que as restantes. O importante que as nossas prticas
assentem num mtodo estruturado, com base numa organizao intencional e sistemtica
do processo educativo.
O tipo e organizao do equipamento e material prende-se com o modelo
pedaggico definido/concretizado por cada um de ns, facilitando ou condicionando as
aprendizagens que a criana pode fazer. Assim, existe uma reflexo permanente sobre a
adequao do espao e as suas funes educativas dos materiais que permitir que a
organizao v sendo modificada de acordo com as necessidades e evoluo do grupo,
evitando, desta forma, a criao de espaos estereotipados e padronizados, pouco
desafiadores para a criana.
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Modelos pedaggicos e organizao dos espaos educativos.
O que so Modelos Pedaggicos?
So uma representao ideal de premissas tericas, polticas, administrativas e
componentes pedaggicas de um programa destinado a obter um determinado resultado
educativo. Deriva de teorias que explicam como as crianas se desenvolvem e aprendem,
das noes sobre a melhor forma de organizar os recursos e oportunidades de
aprendizagem para as crianas e, de juzos de valor acerca do que importante que as
crianas saibam. Podemos assim dizer que o conceito de modelo pedaggico se refere a
um sistema educacional que se interpreta pela combinao entre a teoria e a prtica. Desta
forma, o modelo curricular assim, simultaneamente, um referencial terico paraintegrar a criana e o seu processo educativo e, um referencial prtico para pensar antes-
da-aco, na aco e sobre-a-aco.
Podemos, dizer que um conjunto articulado de teorias, mtodos e tcnicas de
ensino. Um modelo de ensino que pressupe uma coerncia lgica entre as finalidades da
educao, as metodologias, as tcnicas e os instrumentos de avaliao.
No mbito da educao de Infncia sabemos que existem vrios modelos
curriculares sendo eles, o High/Scope; o MEM (Movimento da Escola Moderna); ReggioEmlia e o Joo de Deus, sendo estes dois ltimos utilizados em instituies prprias para
esse fim, visto que utilizam caractersticas especficas de determinado contexto. Existem
tambm depois duas Metodologias que podem vir a acompanhar qualquer um dos outros
modelos, sendo eles a Pedagogia de Projecto, e a Pedagogia de Situao.
Passaremos, agora a abordar cada um destes modelos de forma a descrever as suas
caractersticas.
Modelo Pedaggico MEM (Movimento da Escola Moderna)
O MEM considerado uma metodologia que assenta na autoformao cooperada
entre docentes cujas prticas educativas constituem ensaios estratgicos e metodolgicos
sustentados por uma reflexo terica permanente e numa forte componente de interaco
com as famlias e comunidade, estabelecida na herana sociocultural a redescobrir com o
apoio dos pares e dos adultos.
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Desta forma, a escola apresenta-se como um espao de iniciao s prticas de
cooperao e solidariedade de uma vida democrtica, no qual os educadores actuam
como uma comunidade de partilha das experincias culturais de cada um.
Tendo como influncias tericas, Freinet (que se situa na valorizao da
expresso livre da criana, o esprito cooperativista e a entreajuda), Vigotsky
(promovendo a interaco com os outros junto da zona de desenvolvimento prximal e
transferindo o ambiente sociocultural dos adultos para as crianas) e Bruner (vendo a
criana como ser capaz de seleccionar, codificar, ordenar e elaborar as informaes que
recebe do exterior e valorizando a aprendizagem pela descoberta e resoluo de
problemas), o MEM parte da concepo da aprendizagem assente no ensaio e no erro e,
evolui para uma perspectiva desenvolvimentalista da aprendizagem apoiada nos mtodos
desenvolvidos para cada rea cientfica ou cultural ao longo das suas respectivas
histrias. Favorecendo a criao de circuitos de informao e trocas sistemticas entre
alunos/crianas, bem como a negociao progressiva desde a norma/avaliao.
Assim, os educandos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no
planeamento das actividades curriculares, por se inter-ajudarem nas aprendizagens que
decorrem de projectos de estudo, de investigao e de interveno e por participarem na sua
avaliao.
Ao partir-se das necessidades e interesses da criana, este modelo leva a que os
profissionais da educao estabeleam com elas a partilha da gesto do tempo, recursos e
contedos escolares, apresentando como objectivo o envolvimento e a responsabilizao
das crianas na prpria aprendizagem. Tudo isto, visa uma maior qualidade educativa,
tanto no aumento dos conhecimentos da criana e no seu prazer em aprender, como um
maior desenvolvimento pessoal e social dos mesmos, por meio da prtica de uma
formao democrtica para o exerccio da cidadania. Isto leva-nos a sublinhar o facto de
se tratar () de uma verdadeira aprendizagem democrtica que estimula a liberdade de pensamento e de expresso que permite orientar as aprendizagens consoante as
capacidades e necessidades dos alunos e ao mesmo tempo exp-los a um ambiente que os
estimula descoberta, resoluo de problemas, ao trabalho de grupo ou entre pares e ao
saber viver em grupo.
Podemos perceber que a aco educativa recorre a um estilo centrado nas crianas
como actores da sua trajectria de aprendizagem realizadas em cooperao com os
colegas e com o educador, apoiando-se sempre em instrumentos e tcnicas que vo aoencontro das necessidades de todos e de cada uma das crianas.
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Segundo, Srgio Niza, o modelo assenta em determinados conceitos nucleares,
sendo estes a comunicao, a cooperao e a participao democrtica.
Assim as ideias chave pelas quais se operacionaliza o modelo so: a expresso
livre da criana;a criao de um clima afectivo, onde seja possvel acolher, estimular
e valorizar os trabalhos das crianas; as aprendizagens em interaco e o sentido social
das aprendizagens.
A organizao do espao e dos materiais elaborada de forma estruturada e
cooperada para permitir que as crianas efectuem actividades diferenciadas, tendo em
conta as suas necessidades, interesses e ritmo, partindo sempre dos contextos vivenciados
pela criana.
com base num sistema de organizao que so tomadas decises acerca das
actividades, dos tempos, dos meios, das responsabilidades e da sua regulao. O
participar na negociao progressiva e directa processa-se o treino democrtico de
maneira explcita em momentos de grande grupo. Deste modo, promove-se a construo
de normas de vida em grupo, definem-se valores e as significaes que ocorrem na
interaco social. tambm nesta interaco cooperativa que o conhecimento
assimilado e integrado.
O espao educativo est organizado por reas de trabalho de modo a permitir que
as crianas realizem actividades previamente escolhidas e por uma rea polivalente para
trabalho colectivo. A escolha e realizao das actividades pressupem um compromisso e
uma responsabilizao por parte delas. Os materiais encontram-se ao alcance e sua
disposio para que elas possam estar nas reas de trabalho sozinhas, em pares ou em
pequeno grupo. Todo o espao da sala enriquecedor com as produes das crianas que
retratam e do sentido vida do grupo, apoiam as aprendizagens, sugerem e provocam
projectos.
Aps termos a noo do aspecto geral do que o MEM (Movimento da EscolaModerna), passamos agora a descrever alguns aspectos essenciais a ter em conta, como os
autores de referncia; a organizao do grupo; a organizao do espao; a organizao do
tempo e o papel do educador.
Autores de referncia do modelo:
Comeamos ento por abordar os autores de referncia, os quais so: Francisco
Ferrer (1859-1909); lvaro Viana de Lemos (1881-1972), Srgio Niza (1940-), JohnDewey (1859-1952), Vigotsky (1896-1934) e Freinet (1896-1966).
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Francisco Ferrer foi com ele que a Escola Moderna foi fundada, e surge em
Espanha em 1901. Desta forma, em 1908, existem vrias escolas modernas em
Barcelona e muitos outros pases.
lvaro Viana de Lemos foi ele quem introduziu a pedagogia de Freinet nos
anos 30, na Escola Normal de Coimbra. o correspondente de Freinet e introduz em
Portugal a imprensa escolar e outras tcnicas utilizadas por este modelo.
Srgio Niza foi o membro fundador do MEM em Portugal. Em 1966, ocorreu a
filiao do MEM portugus, sendo Niza e Rosalina de Almeida, delegados do movimento
em Portugal.
John Dewey defende que a escola no uma preparao para a vida, a prpria
vida. Para que seja vida, a criana deve ser colocada em condies naturais em que a
actividade determinada pelo interesse.
Vigotsky diz que as crianas aprendem interiorizando os resultados das suas
interaces com os adultos e com os pares. Refere ainda que os adultos tm o papel de
organizao social das aprendizagens, e no o da funo de ensinante.
Freinet construiu com os seus alunos prticas pedaggicas vivas partindo dos
interesses da criana. Recomenda o princpio pedaggico da livre expresso, onde se
favorece a escrita. A sua pedagogia evoluiu e constitui-se como uma forma de
organizao do trabalho, onde os alunos se organizam por ateliers de imprensa, de artes
plsticas, de trabalhos manuais, etc.
Organizao do grupo
No que diz respeito organizao do grupo defende-se que a constituio deste
deve integrar crianas de diferentes idades e culturas de forma a garantir () o respeito
pelas diferenas individuais no exerccio da inter-ajuda e colaborao formativas que
pressupe este projecto de enriquecimento cognitivo e sociocultural.
a partir de acontecimentos do quotidiano, que aparecem quase sem importncia,
que o grupo vai criando as suas prprias regras de socializao.
A organizao cooperada a nvel do espao, dos materiais estruturada, para que
as crianas possam realizar, espontaneamente, actividades de acordo com as
necessidades, ritmo e interesse de cada uma delas. Este molde de organizao social do
grupo, s se tornar possvel pela responsabilizao de cada criana, por uma tarefa que
rotativamente assumem.
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Organizao do espao
No que se refere organizao do espao, este est organizado de modo a
permitir que as crianas realizem em simultneo, actividades diversificadas em diferentes
modalidades de trabalho: em pequenos grupos, interpares, individualmente e emcolectivo.
Ao longo do ano, o espao vai sendo reorganizado com as crianas e enriquecido
com as suas produes que retractam e do sentido vida em grupo, apoiam as
aprendizagens, sugerem e provocam projectos. Em suma, criam um ambiente propcio s
aprendizagens num espao acolhedor, agradvel e estruturante.
Desta forma, podemos dizer que o sistema educativo se desenvolve a partir de um
conjunto de reas bsicas de trabalho especfico, nomeadamente: Biblioteca e documentao um pequeno centro de documentao, que dispe
geralmente de um tapete com almofadas que convidam consulta dos documentos
que esta contm. Aqui existe uma estante, onde os livros esto organizados e
sinalizados segundo os critrios combinados entre a educadora e as crianas. Na
parede, h pinturas, desenhos e textos produzidos pelas crianas.
Oficina de escrita e reproduo esta integra a mquina de escrever ou o
computador com a impressora. Neste espao, expe de preferncia, os textos
enunciados pelas crianas e captados para a escrita pela educadora e as tentativas
vrias de pr-escrita e escrita realizada nesse espao ou noutro qualquer.
rea de expresses Artsticas - Neste atelier podemos encontrar os dispositivos
para a pintura, desenho, modelagem e tapearia. Esta organizao diferenciada do
espao favorvel para a utilizao de estratgias de diferenciao do trabalho.
Facilita a comunicao das crianas entre si e com a educadora. Promove a
cooperao e a autonomia das crianas, uma vez que tm livre acesso a todos as
materiais e instrumentos de trabalho: dispositivos para a pintura, desenho,
modelagem, cavalete, cadeiras, tintas e pincis.
Espao de carpintaria e construes esta serve para a produo, construes
improvisadas ou concebidas para servir outros projectos, como por exemplo a
montagem de maquetes ou de instrumentos musicais. Esta rea dispe de uma
grande diversidade de materiais como: martelo, pregos de vrios tamanhos,
serrote, parafusos, alicate, arame, chave de fendas, cola, etc.
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Espao de laboratrio de cincias e experincias aqui proporcionam-se
actividades de medio e de pesagem, livres ou aplicadas, criao e observao de
animais, roteiros de experincias em ficheiros ilustrados. Os registos das
variaes climatricas (mapa do tempo) e outros materiais de apoio ao registo de
observaes e resoluo de problemas no mbito da iniciao cientfica.
Espao de brinquedos, jogos e faz de conta neste espao que as crianas
dispe de uma arca que guarda roupas e adereos que as ajudam a compor as suas
personagens para actividades de faz de conta e projectos de representao
dramtica. Por vezes integra uma tradicional casa de bonecas. Inclui tambm uma
cozinha que um espao de educao alimentar e de regras de higiene, onde
existem livros de receitas e vrios utenslios de confeco alimentar. Aqui
aproveita-se para se exporem as regras de higiene ditas e ilustradas pelas crianas,
bem como as normas sociais de estar mesa.
rea polivalente constituda por um conjunto de mesas e cadeiras suficientes
para todo o tipo de encontro do grande grupo, e que vai servindo de suporte para
outras actividades de pequeno grupo, individuais ou de apoio do educador s
tarefas de escrita e de leitura ou de qualquer outro tipo de ajuda a projectos e
actividades que se vo desenrolando a partir das reas respectivas.
rea da matemtica nesta rea esto disposio dos alunos, materiais
estruturados como: material cuisenaire, blocos lgicos, geoplanos, bacos,
balana, pesos e medidas.
O ambiente geral da sala deve ser agradvel e altamente estimulante utilizando as
paredes como expositores permanentes das produes das crianas, onde rotativamente se
revem nas suas obras de desenho, pintura, tapearia ou texto. Ser tambm numa das
paredes, de preferncia perto de um quadro preto sua altura, que as crianas poderoencontrar todo o conjunto de mapas de registo que ajudem na planificao, gesto e
avaliao da actividade educativa participada por elas.
Podemos ainda referir que no MEM existem dois tipos de materiais utilizados na
sala do jardim:
1) Materiais utilizados como fontes de informao para aprendizagens de
contedos pragmticos fichas, manuais, trabalhos dos alunos, livros;
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2) Elementos que apoiam a organizao das actividades pedaggicas e
tambm permitem o processo de avaliao. So determinados por instrumentos de
Pilotagem, porque permitem acompanhar, avaliar, orientar, e reorientar o processo
de aprendizagem do grupo e de cada criana. Como: planos dirios, planos
semanais, planos mensais, mapa de presenas, mapa de tarefas, quadro de
aniversrios, quadro de responsabilidades, jornal de parede, quadro de presenas,
escala de crescimento.
Organizao do tempo
Relativamente, organizao do tempo, podemos dizer que o dia-a-dia no
Jardim de Infncia se subdivide em duas etapas. Na etapa da manh, centra-seprincipalmente no trabalho ou nas actividades ldicas escolhidas pelas crianas sob a
orientao imperceptvel da educadora. A etapa da tarde compreende sesses integrais de
informao e de actividade cultural, dinamizadas pela educadora, pelas crianas e alguns
convidados.
Assim, o dia organiza-se em nove momentos distintos:
1. - Acolhimento: momento de conversa, permite que todas as crianas
elaborem uma primeira conversa, sendo esta mediada pela educadora. A partir das coisas
ditas e vivenciadas pelas crianas.
2. - Planificao em conselho: seguindo as sugestes das crianas dadas no
momento do acolhimento ou ento a partir do balano registado no dia anterior.
3. - Actividades e projectos: depois de escolhida a actividade ou projecto a
desenvolver, cada criana, individualmente ou em grupo, regista-a no Plano de
Actividades, realizando-a em seguida. Neste perodo, o educador ir apoiando de forma
discreta o desenrolar das actividades, desafiando as crianas para novas descobertas, quer
no mbito lingustico ou lgico matemtico.
4. - Pausa: lanche e recreio livre: quer estejam ou no terminadas as actividades
ou projectos, as crianas realizam da parte da manh uma pausa..
5. - Comunicao (de aprendizagens feitas): Aps o momento da pausa, todas
as crianas se renem volta da rea polivalente, para que aquelas que aprenderam algo
possam dar informaes ou ensinarem aquilo que aprenderam, aos restantes colegas
6. - Almoo:
7. - Actividade de recreio: canes, jogos tradicionais e movimento orientado;
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8. - Actividade cultural colectiva: voltam a reunir-se na rea polivalente para
um ponto da situao e para um tempo de animao colectiva. Este compreende
diferentes actividades mediante o dia da semana em questo.
9. - Balano em Conselho: discutem-se brevemente, mas com solenidade os
juzos negativos (). Aplaudem-se as pessoas implicadas pelos juzos positivos. Toma-
se conscincia das realizaes significativas e orientam-se as sugestes para
compromissos a assumir e aces a agendar a partir da segunda-feira. Para alm dos
juzos negativos e positivos, faz-se uma avaliao das responsabilidades que as crianas e
educador assumem semanalmente, a partir da planificao realizada segunda-feira.
Papel do Educador
No que se refere ao papel do educador no MEM, ele atribui grande importncia
socializao e possibilidade de vivncia dos processos de vida democrtica no seio do
grupo. Ele revela ser um parceiro mais velho, papel que privilegia a sua interaco com
as crianas, favorece tambm a relao entre pares, a possibilidade e o desejo de juntar
crianas com diferentes nveis de desenvolvimento.
Podemos entender que o papel do educador deve:
Proporcionar vivncias em grupo;
Zelar pelo registo e acesso s decises que originam atitudes das crianas no
grupo;
Desenvolver a solidariedade;
Estar do lado dos marginalizados;
Aconselhar formas de negociao dos conflitos entre crianas;
Ajudar a clarificar os poderes;
Assumir emoes/ansiedades; Realar o prazer que d decidir em colectivo;
Ter a autoridade do saber, mas dever distinguir esse poder de decidir sobre os
domnios auto-geridos;
Contribuir para clarificar, desocultar e revelar situaes;
Criar situaes de partilha de poder em grupo;
Fomentar nos alunos uma atitude de reconhecimento de situaes bem
sucedidas;
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Garantir o cumprimento das decises anteriores;
Fazer com que as crianas colaborem nas tarefas.
Atravs deste processo no dia-a-dia do jardim-de-infncia, as crianas recebemvalores transmitidos pelo educador, tais como: cooperao; socializao; moralidade
(resoluo de conflitos em conselho); responsabilidade; autogesto e solidariedade.
Sendo estas as caractersticas essenciais do MEM.
Modelo Pedaggico Reggio Emilia
Este modelo caracteriza-se pelo trabalho educacional em todas as formas de
expresso simblica, pelo envolvimento dos pais, famlias e comunidade na equipa
educativa das creches e jardins-de-infncia.
Este modelo surge aps a Segunda Guerra mundial (1945), em Villa Cella, perto
da cidade de Reggio Emilia, onde os cidados se unem para construir uma escola para as
crianas pequenas. Participando como voluntrios os pais e as mes das crianas, unidos
por um forte sentimento de cooperao e colaborao. Devido colaborao prestada
pelos pais, rapidamente so construdas vrias escolas por toda a regio.
Os professores destas escolas debatem-se com vrios problemas, dos quais se
destacam uma enorme pobreza e alguns casos de m nutrio que afectam estas crianas.
Ainda outro problema com que se deparam refere-se dificuldade de comunicao oral
professor / aluno, pois nesta regio h geraes que se fala em dialecto. Como sempre,
pedida a colaborao dos pais das crianas para resolver problemas e encontrar formas
onde todos cooperem de um modo efectivo, integrando as diferentes experincias de cadaum.
Em 1968, surge a primeira escola municipal, quebrando assim o monoplio que as
instituies privadas detinham em relao aos educao de infncia. Esta uma
mudana necessria numa sociedade em mutao.
Assim, comea a trabalhar um primeiro grupo de professores, conscientes das
suas responsabilidades e ansiosos por encontrar uma identidade cultural que os torne
conhecidos e respeitados. da necessidade de dar a conhecer o seu trabalho a toda acomunidade que surge a ideia de, uma vez por semana, transportar a escola para a cidade.
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Um dos objectivos primordiais dos educadores deste modelo criar um ambiente
agradvel e familiar, onde as crianas se sintam como em casa.
Neste modelo tambm o ouvir e o falar so privilegiados, aqui as crianas so
incentivadas a levantar questes, a procurar respostas e onde lhes so proporcionadas
mltiplas oportunidades de fazer escolhas, tomar decises e resolver os problemas com
que se encontram.
Assim, as crianas so encorajada a explorar o ambiente e a se expressarem
usando diversas formas de linguagem ou modos de expresso, incluindo palavras,
movimento, desenho, pintura, modelagem, colagem, jogo dramtico e msica. Nas
actividades que as crianas realizam inclui-se o saber observar; saber colocar questes;
saber representar. Devendo ser capazes de representar observaes, ideias, memrias,
sentimentos e novos conhecimentos, numa diversa variedade de formas que vo desde o
jogo ao desenho.
Com as diferentes formas de expresso permite-se que a criana comunique com
os pares e os adultos sobre as diferentes experincias vividas e os conhecimentos
adquiridos. Desta forma, as crianas tm o privilgio de aprender atravs das suas
comunicaes e experincias concretas.
Assim utilizam-se as diferentes formas de expresso, quer verbal ou grfica, para
representar um mesmo tema, o que permite criana desenvolver-se e aprofundar os seus
conhecimentos acerca do mesmo.
Autores de referncia do modelo:
Este modelo tem vindo a sofrer vrias influncias ao longo dos tempos. E muitos
foram, os que se evidenciaram com os seus contributos de perspectivas tericas. Desta
forma, destacamos apenas dois: Vigotsky e Piaget.
Vigotsky enfatiza a interaco social com os adultos, especialmente, em casa,
como factor chave na experincia das crianas. Assim a aprendizagem torna-se portanto
centrada na criana. Devido a esta interagir com o meio ocorrendo troca de saberes, assim
considera que o desenvolvimento psicolgico das crianas depende da interaco de umas
com as outras, com os adultos, com os objectos e com o meio em que vivem. Sendo
assim, a finalidade da aprendizagem, resulta da assimilao consciente do mundo fsico,
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mediante a interiorizao gradual dos actos externos e das suas transformaes em aces
mentais.
O conceito mais conhecido de Vigotsky o de Zona de Desenvolvimento
Prximo, nesta zona as crianas podem quase, mas no totalmente realizar uma
actividade por si s. No entanto, com o tipo de ensino adequado podem realiz-la com
sucesso. Ou seja, considera-se a Zona de Desenvolvimento Prximo, a distncia entre os
nveis de capacidades expressados pelas crianas e os seus nveis de desenvolvimento
potenciais, alcanveis com o auxlio de adultos mais avanados. Assim aplica-se a
metfora dos andaimes, sendo considerado este, o suporte temporrio que os pais,
professores ou outros adultos fornecem a uma criana para desempenhar uma tarefa at
que ela consiga fazer sozinha.
Piaget, na sua teoria defende que a criana um ser activo que estabelece relao
de troca com o meio-objecto (fsico, pessoa, conhecimento) num sistema de relaes
vivenciadas e significativas, uma vez que este o resultado de aces do indivduo sobre
o meio em que vive, adquirindo significao ao ser humano quando o conhecimento
inserido numa estrutura, isto , o que domina por assimilao e acomodao.
Organizao do grupo
No que se refere s caractersticas da organizao do grupo as crianas tm
diversas oportunidades de escolha, podendo trabalhar sozinhas, em pequeno grupo no
atelier ou mini-atelier, na piazza, nas diversas reas da sala ou no recreio. Ao longo do
dia, as crianas podem estabelecer diferentes tipos de interaco e trabalhar em diferentes
espaos e com matrias variados.
Em cada projecto contam com o apoio de um educador e do artista plstico e
trabalham em pequenos grupos de 4 a 6 crianas.
Tambm desempenham tarefas como dar apoio na cozinha, ajudando a cozinheira
a preparar as refeies, pr a mesa do refeitrio, tratar das plantas ou das gaiolas dos
pssaros ou de outros animais, limpeza dos materiais do atelier e mini-atelier.
A maior parte do trabalho das crianas, no Reggio Emilia, realizado em
pequenos grupos. Todo o ambiente informal, semelhante ao da comunidade, parece ser
melhorada pela flexibilidade de tempo. As crianas tm a liberdade para ser
interrompidas, uma vez que elas tm grande responsabilidade por algumas das tarefas
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reais envolvidas na vida em grupo, durante o dia inteiro, reforando um ambiente de vida
em comum.
Organizao do espao e dos materiais
Quanto organizao do espao e materiais neste modelo podemos ver que se
reflectem as ideias, valores, atitudes e patrimnio cultural de todos os que nele trabalham.
Deste modo, em cada escola existe um espao comum, a piazza, volta do qual
esto dispostas as trs salas de actividades. Junto de cada uma destas salas, existe um
mini-atelier para apoio aos projectos que vo surgindo. Ainda comum a toda a escola
existe um atelier, uma biblioteca com computadores, um arquivo, uma sala para guardar
materiais, uma cozinha, um refeitrio e diversas casas de banho. Estes espaos comuns
permitem a todos os intervenientes, crianas e adultos, estabelecer interaces,
envolverem-se em actividades comuns e partilhar experincias, conhecimentos, espaos e
materiais.
Em cada sala, o espao est dividido por reas, sendo utilizadas para isso
divisrias baixas que permitem criana a visibilidade do espao global e das diferentes
possibilidades de trabalho que cada espao oferece.
Em cada rea, existem materiais caractersticos do tipo de jogo ou brincadeira que
nela se podem realizar.
Assim, as reas que poderamos incluir numa sala de crianas com trs anos
seriam: a rea de motricidade, ampla e aberta, coberta por uma carpete e vrias
almofadas, encontrando uma diversidade de materiais como: cordas, tubos de diferentes
cores, tamanhos e dimetros, bolas, caixas, etc. Outra rea de prolongao da motricidade
a rea das construes.
Existem, no entanto, outras reas mais protegidas e escondidas destinadas ao jogosimblico, onde a criana pode encontrar material de disfarce, tambm os espaos onde a
criana pode ouvir msicas e canes da sua preferncia pessoal e ler ou ouvir histrias
contadas por outras crianas ou por adultos.
Podemos encontrar em cada sala, caixas individuais onde as crianas guardam os
seus objectos de uso pessoal, sendo estas identificadas atravs do smbolo criado por cada
criana. Tambm esse smbolo serve para marcar os colches e camas de cada criana.
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Os materiais seleccionados pelos adultos so cuidadosamente escolhidos de
acordo com o contexto cultural da comunidade em que a escola est inserida, indo de
encontro s necessidades, nveis de desenvolvimento e interesses das crianas.
Tambm o espao exterior pensado de forma a permitir dar uma continuidade do
espao interior e dos trabalhos que a se realizam. Uma vez que este espao se torna
bastante utilizado para realizar actividades relacionadas com os projectos que esto a
decorrer nas salas. Nele poderemos encontrar zonas de sombra, de solo irregular e terreno
uniforme, zonas com guas e areias e outros materiais que permitem realizar uma
diversidade de experincias lgico-matemticas. Existem ainda estruturas onde eles
podem brincar tais como baloiar, escorregar, trepar, saltar, ultrapassar obstculos, etc.
Este espao permite que as crianas possam cultivar plantas e legumes, criar animais
construindo os seus respectivos habitats.
Todos os espaos e materiais so cuidadosamente planeados e organizados de
forma a criar um ambiente agradvel e familiar onde educadores, pais e crianas se
sintam como em casa.
As escolas de Reggio Emilia so conhecidas pela importncia que dada sua
organizao esttica dos espaos. Esta preocupao bem visvel nas cores neutras da
paredes e mobilirio, nas grandes janelas, portas ou paredes de vidro que separam
espaos interiores entre si, e por vezes, separam os espaos interiores dos exteriores.
Os refeitrios so decorados com pratos de barros e outros materiais e objectos
caractersticos da regio. Tambm aqui existe disposio das crianas, um menu dirio,
com fotografias dos alimentos que so servidos em cada um dos dias da semana.
Na entrada de cada escola, existem cadeiras que convidam os pais a sentarem-se e
a conversarem uns dos outros, com as crianas e com os professores.
As paredes destas escolas servem de espao temporrio ou permanente de
exposies de trabalhos das crianas. Por toda a escola existem placares onde se expe ostrabalhos das crianas, muitas vezes acompanhados de fotografias e textos escritos pelos
educadores que documentam as conversas das crianas.
Ainda nos placares se pode encontrar informaes para os pais, como o horrio do
pessoal do centro, horrios das refeies e horas de sono das crianas, convites para
reunies de pais, menu da semana, plano semanal, etc.
Desta forma, podemos verificar que o espao deve ser flexvel, estar aberto s
mudanas das crianas e educadores de modo a dar resposta s suas necessidades e lhespermitir serem os protagonistas do seu conhecimento.
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Organizao do tempo
De seguida, vamos ver a sua organizao do tempo encontrando-se estes
estabelecimentos de ensino abertos de segunda a sexta-feira, das 8:00h s 16:00h. Pararesponder s necessidades das famlias, existem em alguns centros uma extenso do
horrio da manh, sendo este realizado das 7:30h s 8:00h, e na parte da tarde das 16:00h
s 18:20h.
No se pode considerar que h uma rotina, com um tempo predeterminado para
cada uma das diferentes actividades. No entanto, h uma organizao do tempo de forma
a proporcionar s crianas oportunidades de estabelecer diferentes tipos de interaco.
Desta forma, as crianas podem brincar sozinhas, juntar-se a outras para, em pequenosgrupos realizarem as investigaes e projectos comuns e ainda realizar actividades que
envolvam todas as crianas de uma mesma sala.
Assim, cerca das 9:00h, aps todas as crianas terem chegado, cada grupo se
rene na sua sala com os respectivos educadores.
no decorrer destas reunies que as crianas escolhem as actividades que querem
trabalhar, de seguida, seleccionam os materiais e instrumentos necessrios para levar a
cabo o que se propuseram a realizar. Os materiais a utilizar so facilmente seleccionados
pelas crianas, uma vez que se encontram ao seu alcance e colocados em recipientes
transparentes.
Na realizao dos projectos habitualmente trabalham-se em pequenos grupos de 4
ou 6 crianas com o apoio de um educador e do artista plstico. Este trabalho em
pequenos grupos proporciona a construo social, cognitiva, verbal e simblica. Ao longo
do dia de trabalho as crianas renem-se vrias vezes com as restantes crianas e adultos
para conversar, partilhar descobertas, dificuldade, problemas e planear as suas
actividades.
Sempre que necessrio so organizadas visitas ou passeios ao exterior, para
observar ou explorar tpicos ou temas de projectos em que as crianas esto envolvidas e
que serviro de base para debates, trocas de pontos de vista, diversas representaes
grficas.
Papel do Educador
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No modelo de Reggio Emilia o papel do educador o de quem organiza o
espao e o ambiente de modo a que seja rico e estimulante no que respeita a materiais e
equipamentos. Devendo ir ao encontro das necessidades e interesses do grupo
proporcionando-lhe uma ampla variedade de experincias, de modo a promover a sua
aprendizagem cognitiva, social, fsica e afectiva.
Sendo as crianas protagonistas activos que se contemplam atravs do dilogo e
interaco com os outros, onde o adulto serve de apoio, guia e fonte de recursos para a
aprendizagem.
Cabe ao educador estabelecer uma relao pessoal com cada criana e ajud-la a
relacionar-se no sistema social da escola. A criana precisa de aprender a ouvir os outros,
considerar as suas ideias e comunicar com sucesso. Compete ao educador ajudar a
criana a centrar-se num dado problema ou dificuldade procurando que ela levante
hipteses e encontre solues em vez de as fornecer.
Sempre que surja uma nova ideia ou pensamento o educador observa-a e analisa-a
de forma a dar o apoio necessrio resoluo de um dado problema que possa aparecer,
sem lhe dar a sua soluo. Com o aparecimento de novas ideias ou pensamentos, compete
ao educador saber como e quando intervir mantendo uma atitude de constante reflexo
sobre a sua prtica pedaggica.
Sendo assim, os educadores interagem a partir do grupo sendo a memria do
mesmo: fotografando, fazendo gravaes de actividades e de discusses das crianas.
O educador trabalha a partir do centro do grupo de crianas e, quando necessrio,
desde um ponto afastado. Neste mbito, o papel do educador passa por ouvir, observar,
entender a estratgia que as crianas utilizam numa dada situao de aprendizagem e
proporcionar novas oportunidades.
No que respeita relao entre educadores e pais, visto que o mesmo educador
que permanece durante trs anos com as mesmas crianas, esta relao torna-se forte eestvel. No entanto, o papel dos pais difere do dos professores, permitindo que cada um
complete a contribuio do outro de um modo diferente, tendo em vista promover o
crescimento, aprendizagem e desenvolvimento da criana.
Em suma, o trabalho dos educadores passa por promover o bem-estar das
crianas, pois entendem que ambos aprendem melhor atravs da comunicao, do
conflito e da aco em conjunto.
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Neste modelo, podemos tambm estar atentos s caractersticas que se nos
apresentam por parte dos pais e da comunidade envolvente. J desde longo tempo que a
sua participao verificada devido sua iniciativa na participao da promoo de
servios educacionais, contribuindo para a sua construo.
Criaram-se tambm comits escola-cidade, que se formaram para a
administrao democrtica da escola para as crianas pequenas e que envolveram tanto as
pessoas ligadas escola como as que se encontravam na periferia. Tendo como finalidade
uma escola que envolvesse os pais, os educadores, os cidados e os grupos de vizinhos,
no s na administrao da escola nas tambm na defesa dos direitos da criana.
A participao das famlias to essencial, quanto a participao das crianas e
dos educadores.
As ideias que as famlias levam para a escola, o intercmbio de ideias entre pais e
professores, favorecem o desenvolvimento de um novo modo de educar.
Neste modelo podemos tambm estar atentos ao papel do atelierista e do atelier.
Este um espao que permite novas combinaes e possibilidades criativas entre as
diferentes linguagens simblicas das crianas. Mostra como estas pensam e se expressam,
o que produzem e inventam com as suas prprias mos e com a sua inteligncia; como
brincam e jogam umas com as outras e at como discutem hipteses. um espao rico
em materiais, ferramentas e onde encontramos pessoas com competncia profissional.
Segundo Vecchi o atelier tem duas funes. Em primeiro lugar um local onde as
crianas se podem tornar mestres em todos os tipos de tcnicas, tais como: pintura,
desenho e trabalhos em argila todas as linguagens simblicas. Em segundo lugar, o
atelier ajuda os educadores a compreenderem como as crianas inventam meios
autnomos de liberdade expressiva, cognitiva e simblica, bem como vias de
comunicao.
O objectivo deste tipo de escolas de construir uma escola confortvel, onde as
crianas, professores e famlias se sintam em casa. Exige um pensamento e planeamento
cuidadosos em relao aos procedimentos, s motivaes e aos interesses.
Modelo Pedaggico High Scope
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O modelo High Scope passou por diversas fases, desde a sua iniciao, 1960, at
s caractersticas que hoje se nos apresenta.
Assim as caractersticas actuais deste modelo so a reduo do papel directivo do
adulto e a form-lo de outras formas que permitam criana maior aco, maior
iniciativa e maior deciso.
No quer isto dizer que o papel do educador se minimize na sua actividade, ele
continua a ser activo, inicia e toma decises, contudo ele nunca pode ter uma atitude
intrusiva em relao actividade da criana. No pode dirigi-la ou paralis-la, a sua
actividade realizada antes das actividades da criana preparando o espao, materiais e
experincias.
Aps a criana iniciar a sua actividade, o papel do adulto, na maior parte das
vezes de observar, apoiar e, posteriormente analisar a observao e tomar decises ao
nvel de novas propostas educacionais para a criana individual.
Nesta ltima fase, foram melhorados os instrumentos que permitem esta atitude
do adulto na prtica assim criou-se o Perfil de Implementao do Programa e o Registo
de Observao da Criana.
A anlise destes instrumentos de trabalho, permitem ao educador observar a
criana e tomar decises ao nvel da planificao da actividade educacional e da prtica,
mostrando que o centro da aco educativa a criana.
Aprender a observar a criana exige a apropriao de instrumentos de observao
sistemtica. Atravs da observao sabe-se muito sobre cada criana: o que faz sozinha, o
que faz apoiada, o que lhe desperta interesse e sustm a sua ateno, o que ambiciona
fazer, aquilo de que gosta e aquilo que no gosta. Em suma, o que pensa, o que sente, o
que espera, o que sabe e o que pode vir a saber. No h aco educativa que possa ser
mais adequada do que aquela que tenha a observao da criana como base para a
planificao educativa. que isso permite ao adulto programar e agir com base na tensocriativa entre uma perspectiva curricular teoricamente sustentada e um conhecimento real
dos interesses, necessidades, competncia e possibilidades da criana.
Pode-se dizer que a criana se tornou decisivamente o motor central do programa
e que se clarificou quer o papel do adulto quer o papel da teoria no programa curricular.
Autores de referncia do Modelo High Scope:
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Piaget: o conhecimento percepcionado pela criana no vem apenas do exterior,
mas tambm se constri no interior da criana; assim a aprendizagem baseia-se na
criana;
Kohlberg: a criana considerada o centro do processo educativo;
Vygodsky: na zona de desenvolvimento prximo as crianas possuem uma certa
autonomia, levando ao desenvolvimento;
Dewey: defende a teoria do aprender - fazendo, a criana adquire uma certa
autonomia, levando a que assimile novas aprendizagens e as organize de acordo
com as suas necessidades.
Organizao do grupo
O grupo homogneo no que se refere s idades, uma vez que so grupos de
crianas com idades semelhantes, e de diferentes culturas.
As crianas partilham momentos de grande e de pequeno grupo, sendo
considerada a rotina diria como uma forma de se planear, fazer e rever, partilhando os
seus planos e as suas realizaes, aprendendo com as suas experincias e ideias dos
outros. Proporcionando-lhes a capacidade para a resoluo de problemas.
Organizao do espao
Este modelo baseia-se numa teoria interaccionista e construtivista que defende
que a criana aprende pela manipulao e contacto directo, quer com os objectos, quer
com as pessoas e acontecimentos.
o espao que deve motivar a criana para aprender activamente nele e com ele.
Numa sala deve existir espao para os materiais e equipamentos ao dispor das
crianas, espao para os seus objectos pessoais, espao para guardar materiais que apenasso usados em determinadas alturas e espao para que as crianas realizem trabalhos
sozinhas ou em grupos.
Este espao alm de ser estimulante deve estar logicamente organizado.
O ambiente no dever possuir materiais em excesso que distraiam as crianas,
que no as motivem ou que no estejam adequados s necessidades do grupo. No inicio
do ano conveniente a existncia de pouco materiais, uma vez que facilita o momento da
escolha das actividades e o momento de arrumao.
A criana deve sentir-se vontade nos diferentes espaos e conhec-los bem.
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Desta forma, a organizao da sala compreende reas distintas, claramente
divididas. Assim, a sala de actividades divide-se na rea da casa, rea da expresso
plstica, rea dos blocos, rea de actividades repousantes, rea das construes, rea de
msica e movimento, rea de animais e plantas, rea de areia e gua e a rea de recreio ao
ar livre. Contudo, ao longo do ano podero surgir novas reas conforme os interesses
demonstrados pelas crianas.
Estas reas devem encontrar-se bem definidas e separadas, para que a criana
tenha a noo de organizao.
Passemos agora a uma breve descrio das diversas reas:
rea da casa - esta rea d-lhes a possibilidade de trabalharem em
conjunto, de exprimirem sentimentos e ideias e de utilizarem a linguagem paracomunicarem os seus papis. Em termos de equipamento a rea da casa no poder
dispensar material de cozinha idntico ao usado normalmente pelos adultos, embora
com cuidado com certos aparelhos, como o fogo e o frigorfico. Embora seja
importante que estes tenham dimenses que permitam s crianas utiliz-los. O
mesmo se diz para as roupas ou adereos que a criana possa utilizar para se
mascarar e, desta forma, desempenhar papis.
rea de expresso plstica nesta rea reside o processo deexperimentao, aqui as crianas imaginam e experimentam conforme os seus
interesses. fundamental a existncia de lavatrios, para que as crianas possam
lavar as mos sempre que necessrio. necessrio uma grande diversidade de
materiais, normalmente papel de jornal, de embrulho, de seda, papel crepe ou at
sobras de papel de parede; materiais para pintar, desenhar e misturar; materiais para
ligar e separar; materiais para fazer representaes a trs dimenses, desde o barro ou
a plasticina, massa de farinha, carrinhos de linhas vazios, botes, molas, etc. Para
isso necessrio que este espao tenha uma mesa grande e resistente, com bancadas
e painis para se expor os trabalhos elaborados.
rea dos blocos deve ser espaosa, bem equipada e apetrechada. Visto
que para a construo de blocos necessrio espao, no s pela aderncia de
diversas crianas, mas porque os blocos podem utilizar-se de vrias forma e maneiras
diferentes. Enquanto a criana brinca com os blocos um momento adequado para o
adulto observar a criana a explorar, construir colectiva ou independentemente, a
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seleccionar, a agrupar, a comparar e a dispor objectos, a representar experincia e a
desempenhar papis.
rea de actividades repousantes: esta rea est recheada de livros, puzzles,
pequenos jogos e materiais de manipulao, aqui as crianas podem trabalhar
sozinhas ou com os amigos. Esta rea convm situar-se ao lado de reas menos
barulhentas, para que possam percepcionar que uma rea mais sossegada do que as
outras. Os materiais devem ser os mais variados possveis como peas de encaixar e
desencaixar (anis de enfiar num suporte, blocos de legos, figuras geomtricas de
encaixar, conjunto de porcas e parafusos, puzzles de madeira, imanes, ); materiais
para seleccionar e construir (contas e fios, blocos de diferentes texturas e tamanhos,
tacos, botes, pedras, frascos de perfume, conchas, berlindes, ); materiais para
ordenar e construir (caixas, anis, conjunto de latas, encaixes para tubos, varinhas
mgicas, ) materiais para descodificar e simular (jogo do loto, cartas, fantoches,
livros de gravuras, )
rea de construes: os materiais nesta rea devem ser verdadeiros, para
que possam aprender novas tcnicas, resolverem problemas e fazerem
objectos/representaes resistentes do que se podem pintar e usar noutras reas de
trabalho ou em casa. Podendo o equipamento ser de grande dimenso e utilidade
como: uma bancada resistente, grampos, pregos, aparas de madeiras, alicates,
serrotes, berbequim manual, chave de fendas, parafusos, lixa, etc.
rea de msica e movimento: sendo esta uma rea cativante e
simultaneamente instrutivo. Esta rea permite a oportunidade de experimentar e
apreciar capacidades rtmicas e musicais que so a base de posteriores expresses
mais complexas. Criam tambm aqui os seus prprios conjuntos, mistura de sons,
ritmos e movimentos que trabalham com determinadas ideias, rpido/lento,
primeiro/seguinte. rea de gua e areia: aqui as crianas fazem experincias e descobrem
texturas, quantidades e atributos, uma vez que elas misturam, resolvem, amontam,
despejam, cavam, enchem, esvaziam, deitam de um lado para o outro, batem,
peneiram e moldam. A gua e areia podem tambm utilizar-se na representao e
desempenho de papis fazendo bolos, pizzas e hambrgueres, construindo estradas
e casas. Os bibes impermeveis devem surgir como material indispensvel nestas
actividades. Os materiais podem arrumar-se em caixas identificadas com imagens,
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arrumadas debaixo da mesa, em prateleiras baixas ou penduradas num quadro
etiquetado.
rea de animais e plantas: a rea em que as crianas observam o
crescimento e a mudana dos seres vivos. Aprendem a alimentar, a regar ou a dar de
beber, e a cuidar dos animais e plantas. uma rea que requer o mnimo de espao
para bem cuidar destes seres vivos, e deve situar-se extra sala, uma vez que deve
conter um espao mais significativo. Sendo esta uma rea deveras educativa,
incutindo s crianas o amor e respeito pela natureza.
rea de recreio ao ar livre: este espao serve para dar liberdade s
crianas de expulsarem as suas energias. Este espao deve ser delimitado por
rvores, arbustos, sebes, pedras, troncos, elevaes de terrenos para as crianas se
aperceberem dos limites e sobretudo para sua segurana. O equipamento de ar livre
deve variar entre: objectos para trepar e baloiar, objectos para se baloiar; objectos
para escorregar; objectos para entrar e passar por baixo; objectos para saltar para
cima e por cima, objectos para empurrar, puxar e montar, objectos para dar pontaps,
atirar e servir de alvo; objectos para fazer construes de vrios tamanhos, troncos de
rvores, caixas, lenis, cobertores, pneus e tubos de borracha.
Organizao dos materiais
No que se refere ao mobilirio, este deve responder s exigncias e necessidades
do grupo de crianas que frequenta.
O mobilirio que divide as diversas reas deve ser baixo para que as crianas
possam ver todas as reas.
Todo o mobilirio deve proporcionar posturas correctas para as crianas e ainda,
favorecer actividades individuais ou em grupo.
As superfcies devem ser lavveis, resistentes, no txicas e sem esquinas ou
salincias aguadas que ponham em perigo a segurana das crianas.
Devem existir materiais que possam desenvolver todas as potencialidades das
crianas, fsicas e intelectuais. Assim, poderemos agrup-los segundo os objectivos a que
se propem:
Materiais para desenvolver a psicomotricidade que servem para
favorecer o descobrimento e autonomia do esquema corporal, potencializar a marcha,
desenvolver a orientao espacial, o equilbrio, etc;
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Materiais que desenvolvam a linguagem devem favorecer as estruturas
lingusticas, a capacidades de se expressar, enumerar, descrever e interpretar;
Materiais para a educao sensorial devem estimular na criana a
capacidade de perceber as diferentes propriedades do objecto (forma, tamanho,
figura, cor, textura);
Materiais de dominante lgica e numrica devero favorecer a aquisio
de noes de conjunto e lgica, relaes, correspondncia e noo topolgica;
Materiais de observao e experimentao devem ser motivantes de
modo a fazer com que as crianas se interessem por eles, os observem e
experimentem.
Materiais para a educao plstica, musical e corporal devero
estimular a actividade artstica e expressiva, desenvolvendo a imaginao e a
criatividade da criana, assim como o sentido de esttica e interpretao artstica.
Num jardim-de-infncia so imprescindveis materiais que desenvolvam, o
pensamento, a linguagem e o domnio corporal. Ao manter-se em contacto com os
materiais, a crianas vai acumulando conhecimentos sobre o mundo que a rodeia,
permitindo-lhe, assim, dominar as operaes mentais elementares, como a classificao
(comparao, associao) e seriao (ordenao lgica).
Desta forma, importante que seja a prpria criana a realizar a criatividade, pois
s assim concretiza a sequncia: manipulao, percepo, representao, conceito,
sntese, para que possa vir a resultar na aprendizagem.
O educador deve estar consciente das diferenas do tipo de material colectivo e
individual, sendo que os primeiros ajudam o grupo a criar relaes de solidariedade entre
ajuda, colaborao, partilha e convenincia, visto que so utilizados por vrias crianas
ao mesmo tempo. Enquanto os materiais individuais reforam a autonomia, fsica eintelectual, tornando a criana mais responsvel por esse material enquanto o utiliza e o
de organizao.
Neste modelo utiliza-se a etiquetagem dos materiais de forma a ajudar a criana a
saber onde esto as coisas no momento que necessita de as utilizar e, no momento de as
arrumar. Uma vez que a maior parte das crianas no compreende as etiquetas escritas,
podemos utilizar outras etiquetas mais simples que se refiram directamente ao objecto,
como fotografias, decalques, gravuras, esboos ou desenhos desse mesmo objecto.Quando nalgum do local no para utilizar determinado material, devemos colocar a
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mesma etiqueta com referncia ao dito objecto e uma cruz por cima, de modo a que as
crianas possam percepcionar que no o podem utilizar nesse local.
Os materiais devem estar organizados por tamanho, formas, cores ou funo, de
modo a permitir criana desenvolver a sua capacidade de classificao (a que grupo
pertence um determinado objecto, atendendo, a uma caracterstica que tenham em
comum) e seriao (qual a ordem dos objectos atendendo a uma caracterstica varivel).
Organizao do tempo
Este modelos prope uma rotina diria que passa sempre pelos memos momentos,
embora por vezes possam ser alterados em dias ou pocas especiais.
A rotina diria consistente pretende ajudar a criana a compreender o tempo pelasequncia dos acontecimentos. Desta forma, torna-se mais fcil para a criana situar-se
no tempo, de modo a saber o que est a fazer e o que ir fazer de seguida, permitindo-lhe
uma certa orientao durante o dia e, uma certa autonomia por parte do adulto, uma vez
que conhece bem a rotina e no necessita de lhes questionar sobre o que vai fazer a
seguir. Este conhecimento antecipado dos tempos que se seguem faz com que a criana se
sinta mais segura e confiante.
Esta rotina desenvolve a capacidade de planear, tomar decises, e executar
projectos, proporcionando vrios tipos de interveno: trabalhos individuais, em pequeno
grupo e no grande grupo (crculo), com adultos ou com crianas e em ambientes diversos
(na sala, nas vrias reas, ao ar livre e at fora da escola).
Os tempos de planeamento, trabalho e reviso tm de acontecer sempre por esta
ordem.
Deste modo, a rotina diria estrutura-se da seguinte forma:
Tempo de acolhimento: o momento onde as crianas tm a oportunidade
de entrarem na rotina diria e de partilharem as suas experincias. o tempo de dar
os bons dias e de marcar as presenas. Conversa-se de forma informal sobre o que
aconteceu no dia anterior ou mesmo sobre esse mesmo dia de manh, pode tambm
ler-se uma histria, cantar-se uma cantiga ou fazer-se um jogo simples;
Tempo de planeamento: neste momento que as crianas pensam acerca
do que vo fazer durante o tempo de trabalho, decidindo as actividades que vo
desempenhar e comunicando-as detalhadamente ao educador, podendo para issoutilizar as mais variadas tcnicas apontar para a rea que quer ir trabalhar; nomear
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o nome da rea e descrever a actividades que quer desenvolver. O educador deve
ajud-las quando necessrio na clarificao das suas ideias, e registar cada plano.
Depois, a criana coloca o seu smbolo na rea onde pretende trabalhar, de forma a
consciencializar a criana sobre a opo escolhida e tambm observa se h muitas
crianas ou no nessa rea;
Tempo de trabalho: aps a escolha do trabalho a desenvolver a altura de
exercer o trabalho. neste momento que as crianas aprendem pela interaco com
os materiais, e descobrem tambm que so capazes de realizar uma coisa que
planearam, interagindo tambm com as outras crianas e adultos da sala. Neste
momento, o papel do educador de observar cuidadosamente as crianas nas suas
actividades, encoraj-las a trabalhar e ajud-las quando necessrio. Deve insistir com
elas na questo do que esto a fazer e como o esto a fazer, tem tambm como
compromisso o aviso do final do tempo de trabalho e fazer com que as crianas o
respeitem, devendo contudo existir alguma flexibilidade quanto a isso;
Tempo de arrumar: este tempo destina-se arrumao dos materiais (no
stio prprio) usados no tempo de trabalho e tambm dos possveis trabalhos que
foram realizados (desenho, etc., eventualmente arrumar-se-o tambm os trabalhos
no concludos que podero ser retomados numa prxima oportunidade. Arrumandoos mateiras no seu devido lugar (guiando-se pela etiquetagem), as crianas vo tendo
a oportunidade de CLASSIFICAR (ao agrupar os objectos segundo as caractersticas
comuns, separando os diferentes), SERIAR (arrumando por ordem crescente ou
decrescente os vrios objectos iguais nas de tamanhos diferentes), desenvolver a
NOO DE ESPAO (quando percebe que um objecto no cabe num determinado
stio ou dentro de um outro objecto);
Tempo de reviso: neste instante a criana faz uma retrospectiva do
trabalho que realizou, reflectindo sobre o que fez ao mesmo tempo que o transmite
aos outros, partilhando as suas experincias. Este momento de modo a no se tornar
maador para todos deve fazer-se pelos grupos formados no momento do
planeamento. So diversas as formas de fazer reviso: falar sobre o que se fez,
mostrar o que se fez, mostrar os materiais usados, usar mmica, fazer o desenho do
que se fez, indicar num mapa da sala a rea em que trabalhou;
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Tempo de refeio: pode ser uma refeio ligeira ou um almoo, para o
caso das crianas que ficam na escola at tarde, quando isto acontece segue-se
posteriormente um tempo de dormir ou de descansar. Contribui para que aprendam a
tomas conta das suas necessidades preparando o seu lanche sozinhas, distribuindo a
comida e limpando as suas coisas e as dos outros;
Tempo de crculo: providencia a experincia das crianas se econtrarem
em grande grupo, dura geralmente 10 a 15 minutos, e rene toda a gente para a
mesma actividade. As actividades desenvolvidas podem ser: cantar canes, contar
histrias, dizer lengalengas, recitar poesia, tocar instrumentos, mover-se ou gesticular
ao som da msica, fazer jogos de grupo, discutir um acontecimento ou data especial.
o momento propcio realizao de experincias chave na rea do
desenvolvimento social uma vez que se encontram todos juntos, e a criana tem a
oportunidade de interagir com os outros e troca as suas relaes. Este tempo pode ser
flexvel, h quem o faa no incio do dia ou no final;
Tempo de pequeno grupo: este tempo dura geralmente entre quinze a vinte
minutos, formando-se grupos de cinco a oito crianas e um adulto. As actividades
so planeadas pelo educador, procurando responder aos interesses, capacidades enecessidades das crianas. No entanto, ele apenas prepara cuidadosamente o material
mas no impe nada quanto forma de o usar. Neste momento, alm de ser
introduzir a utilizao de novos materiais, um bom momento para uma observao
atenta das crianas e do seu desempenho. O educador deve conversar com elas sobre
o que esto a fazer e desafi-las para irem ainda mais longe nos seus objectivos.
Quando se aproxima o final do tempo deve avisar-se as crianas, para que falem
sobre a actividade que desenvolveram, e proceder-se arrumao do material e a um
registo das actividades desenvolvidas por cada criana.
Tempo de recreio ao ar livre: neste momento proporcionado criana
realizar actividades no mbito do movimento e desenvolvimento fsico, uma vez que
no exterior que se encontram as estruturas estimulantes para a actividade fsica.
Assim a criana pode correr, saltar, trepar, escorregar, andar de baloio, gritar, etc.
Usufrui tambm de um contacto com a natureza onde se pode observar animais,
plantas, coleccionar folhas ou pedras, etc. o que lhes permite desenvolver tambm no
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que respeita classificao (ex.: quando seleccionam folhas de diferentes tipos), ou
mesmo de espao (ex.: quando querem passar por um tnel e se apercebem que no
cabem nele).
Papel do educador
Neste modelo o educador essencialmente um auxiliar do desenvolvimento da
criana, sendo um fomentador da autonomia da prpria criana. O adulto deve criar um
ambiente que d o mximo de oportunidades, tanto ao nvel do ambiente fsico como ao
nvel do ambiente scio-afectivo, em que o educador deve criar um ambiente aceitante
entre os pais. De modo, a programar reunies de pais, a dar oportunidade aos pais de
participarem nas actividades dos seus filhos, e mostrando o que eles so capazes de fazer,organizando visitas s casas das crianas a fim de retirar dados do meio onde a criana
vive e informar os pais dos progressos do filho no jardim-de-infncia, estimulando
sempre os pais e as crianas.
Ele pode participar nas actividades das crianas, perguntando-lhes o que esto a
fazer, como e que materiais utilizam e porqu. Pode tambm dar sugestes e ideias
mostrando-lhes os objectivos/utenslios a que pode recorrer. Tendo neste momento no s
o papel de observador, mas tambm de avaliador. Isto permite ao educador o mtodo decomo trabalhar com as crianas de forma a proporcionar os materiais e criar reas para
dar resposta s suas necessidades.
O educador deve tambm ser um modelo lingustico e cultural da criana, para
que a criana se exprima de forma correcta, necessrio que para isso tambm ela oua a
linguagem correcta. Desta forma, o educador deve dar suporte expresso verbal,
provocando o dilogo e as trocas. Este deve encontrar-se ao nvel da criana, isto ,
quando o educador fala com a criana deve estar altura da mesma, aninhar-se, sentar-se
no cho, para uma melhor comunicao entre ambos.
O educador deve ambientar as crianas na sala, indicando-lhe os respectivos
lugares de cada material e integrando-as na organizao das reas e nos trabalhos
desempenhados pelo educador como, a arrumao de novos materiais, na etiquetagem, na
modificao e criao de reas, etc.,
De uma forma geral, o papel do educador pode dizer-se que como de um
incentivador de actividades para a resoluo de problemas.
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Pedagogia de Projecto
A Pedagogia de Projecto, pressupe a elaborao de um plano de aconormalmente construdo pelas crianas em conjunto com a educadora. Este plano de
aco bastante flexvel e as actividades predominantes so do tipo pintura, modelagem,
contar histrias e brincar ao "faz-de-conta". O objectivo principal promover a
autonomia, a criatividade e a socializao da criana, consistindo o papel do educador em
informar e coordenar as aces desenvolvidas pelas crianas.
Efectivamente, tem que se conhecer o Homem e utilizar a pedagogia que estiver
mais de acordo, que estiver ao nvel da concretizao do que se pretende. Depois, a partir
destes pressupostos, estabelece-se o "Projecto Pedaggico".
Com efeito, o Projecto Pedaggico um projecto que surge por parte dos
Educadores, depois de conhecerem minimamente a criana e o seu ambiente.
Um educador trabalhar totalmente no vazio, se no souber verdadeiramente o
que deseja ver os seus educandos a fazer, no fim da sua actividade pedaggica.
A Pedagogia de Projecto pois, uma Pedagogia que tem objectivos para atingir o
Projecto Pedaggico e desta forma, uma pedagogia activa, vivida como meio para atingir
um fim e que surge sempre da vida das crianas.
Em Pedagogia de Projecto, temos a considerar:
- a motivao, o motor que desencadeia a aco (pode partir da criana,
de um pequeno grupo, surgir do grande grupo ou por parte do educador);
- o projecto (a planificao);
- a avaliao.
Assim, alguns autores distinguem cinco funes principais da Pedagogia de
Projecto:
- uma funo econmica e de produo, ligada parte financeira, para chegar
a um produto material;
- uma funo teraputica de motivao dos alunos relativamente s
aprendizagens, permitindo-lhes construir o sentido dos seus actos;
- uma funo didctica de aquisio de novos conhecimentos, tocando
diversos domnios;
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- uma funo social e mediadora, tendo em conta os parceiros, de uma
abertura a outras instituies e outras socialidades;
- uma funo poltica de formao do cidado, segundo uma perspectiva de
participao activa na vida pblica.
O trabalho de projecto uma metodologia que se desenvolve em grupo e implica
a participao de todos os elementos desse mesmo grupo. Envolve trabalho de pesquisa
no terreno, tempos de planificao e interveno, com o pressuposto de responder a
problemas detectados, problemas que despertem o interesse do grupo em questo. O
trabalho de projecto exige, ainda, recolha e tratamento de dados, estudo de propostas de
soluo e avaliao contnua.
Cada projecto envolve, geralmente, pequenos grupos de crianas que se agrupam
para estudar um tema comum a todos. Este trabalho, em pequenos grupos, permite uma
aprendizagem mais intensa e uma maior troca de ideias.
Para alm do trabalho em pequenos grupos, podem surgir, tambm, projectos que
envolvam todas as crianas de uma sala, podendo alargar-se a outras salas. Estes
projectos podero durar dias, semanas e at meses, dependendo do nvel etrio e interesse
das crianas. O Trabalho de Projecto ajuda as crianas a aprofundar e a perceber melhor o
sentido dos acontecimentos e os fenmenos que ocorrem no ambiente que as rodeia.
No que diz respeito escolha dos temas dos projectos, estes podem surgir dos
interesses manifestados pelas crianas; como tambm podem surgir da observao atenta
por parte dos educadores, que identificam as necessidades do grupo com que trabalham;
ou ainda podem surgir outro tipo de projectos que correspondem a objectivos
curriculares.
Desta forma, depois do tema ter sido escolhido, os educadores renem-se e
discutem as vrias possibilidades e hipteses de potenciais direces que o projecto pode
seguir. Formulam-se, ento, questes que permitem dar incio ao Trabalho de Projecto e
avaliar, ao mesmo tempo, o nvel de conhecimento das crianas acerca do tema a
investigar. , tambm, nesta fase inicial que as crianas decidem quem quer participar no
projecto formando-se, desta forma, um pequeno grupo de trabalho.
Assim na primeira fase do projecto, as educadoras juntamente com as crianas e,
atravs do dilogo identificam os conhecimentos e experincias das crianas em relao
ao tema a ser tratado. Esses conhecimentos sero depois registados (normalmente atravsdo desenho).
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Na segunda fase, as crianas vo planeando, fazendo, reflectindo e analisando as
suas realizaes. Aqui enquadram-se as visitas ao exterior ou convites a pessoas da
comunidade para se aprofundarem os conhecimentos. So partilhadas experincias,
sucessos e insucessos, onde as crianas colocam questes e desenham o que observam.
Estes trabalhos, de cada criana, sero usados para debate e discusso com o grande
grupo e o educador.
de referir, que medida que a criana se vai envolvendo nas actividades do
projecto, a criana est a desenvolver inmeras capacidades, como por exemplo, o
conversar, o negociar, o intervir, a leitura, a escrita, a investigao, o uso de
conhecimentos matemticos, etc.
E por fim, na terceira fase do Trabalho de Projecto, os trabalhos j acabados so
revistos e avaliados. So seleccionadas amostras representativas para serem expostas a
todas as crianas e adultos da escola, aos familiares e restantes membros da sociedade.
No final feita uma releitura de todos os passos do projecto, de forma a todas as
crianas da escola tomarem conhecimento das experincias realizadas. Aqui as crianas
so capazes de transmitir conhecimentos adquiridos, ensinar tcnicas que aprenderam e
pensar j, em possveis formas de os utilizar em novos projectos que possam surgir no
futuro. Organizar a informao para apresentar a todas as crianas e adultos clarifica e
consolida o conhecimento que as crianas adquiriram com o seu trabalho, permitindo aos
adultos avaliar os progressos das crianas.
Autores de referncia do Modelo
John Dewey - O programa de Dewey tem forosamente uma dimenso activa em
impregn-lo e envolv-lo. um programa essencialmente experimental: a criana
projecta, faz e sofreas consequncias do que faz, tendo, desta forma, uma dinmica temporal. O passado s
interessa como impulso para explorar o presente e construir o futuro.
Outra caracterstica fundamental do programa, ele ser uma fonte de
conhecimento e no um assimilar de informao, devendo desta forma, ser ntima e
permanente a relao da criana com as suas prprias experincias.
William Kilpatrick - O contributo original dado por Kilpatrick pedagogia pode
sintetizar-se no mtodo dos projectos por ele elaborado e praticado. Entendia por
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projecto, um plano de trabalho livremente escolhido pela criana, com o fim de realizar
qualquer coisa que o motivasse.
Organizao do Grupo
Tal como j vimos anteriormente, a concepo de educao de Dewey era a de
que a sala de aula devia espelhar a sociedade como um todo e ser um laboratrio para a
aprendizagem da vida real. A pedagogia de Dewey exigia aos professores que criassem,
dentro dos seus ambientes de aprendizagem, um sistema social caracterizado por
procedimentos democrticos e processos cientficos.
Deste modo, os procedimentos especficos de sala de aula, descritos por Dewey (e
pelos seus seguidores), enfatizam a organizao de pequenos grupos de resoluo
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