EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REALIDADES E PERSPECTIVAS
Brasília, DFJULHO - 2012
Diretoria GeralDiretoria Acadêmica
Núcleo Interdisciplinar de PesquisaCoordenação Geral de Trabalho de Conclusão de Curso
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REALIDADES E PERSPECTIVAS
Trabalho apresentado para Conclusão de Curso - TCC do Programa do Curso de Graduação em Pedagogia das Faculdades Integradas PROMOVE de Brasília e do Instituto Superior de Educação do ICESP.
Orientador(a). M.Sc. Sônia Regina Basili Amoroso.
Avaliador(a) Angela Resende.
Avaliador(a) Hilbernon
BRASÍLIA, DFJULHO - 2012
TÍTULO DO ARTIGO
HELENSARAH GUIMARÃES CARVALHO 1
IRINEIDE CHAVES RIBEIRO2
Resumo
Esta pesquisa teve como intuito compreender como a Educação de Jovens e Adultos se estrutura e como os docentes e discentes que dela particpam percebem essa modalidade no sentido de sua eficiência. Para isso as pesquisadoras adotaram a pesquisa qualitativa, mas com o apoio de uma pequena parcela de dados quantitativos que puderam ampliar a visão sobre o tema tratado. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário aplicado a docentes e discentes. Como resultados foi possível compreender que a EJA trata-se de uma modalidade de ensino que ainda sofre suas precariedades. Encontramos nas salas de aulas professores e alunos que nos apresentaram vários olhares acerca da EJA, sendo muitos deles ambíguos e contraditórios, mas muito relevantes para este estudo, são eles: interesse, desinteresse, compromisso e falta de compromisso. Analisa-se que há uma controvérsia nestes aspectos, ou seja, professores e alunos compromissados, entretanto, um pouco desmotivados pelo cansaço do dia a dia, pelo pouco reconhecimento no segmento, e pelo déficit de recursos materiais que existe atualmente.
Palavras Chaves: eficiência; educação de jovens e adultos; formação docente.
Abstract
TAREFA PARA O FINAL DO TCC. Em Times New Roman ou Arial, tamanho 12, espaço simples, um único parágrafo, máximo de 250 palavras. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
1 Notas DE RODAPE, antes das referências, fonte: Times New Roman, tamanho 10, sem recuo, alinhamento justificado. AQUI se ESCREVE UM BREVE CURRICULO DO ALUNO. SOMENTE DUAS LINHAS. Xxxx. 2 Notas DE RODAPE, antes das referências, fonte: Times New Roman, tamanho 10, sem recuo, alinhamento justificado. AQUI se ESCREVE UM BREVE CURRICULO DO ALUNO. SOMENTE DUAS LINHAS. Xxxx.
Keywords: Xxxxxxxxxxxxxxx; Xxxxxxxxxxxxxxx; Xxxxxxxxxxxxxxxx.
INTRODUÇÃO
A educação de Jovens e Adultos é atualmente assunto das principais discussões no
meio acadêmico e dos pesquisadores da área educacional, haja vista que o Plano nacional de
Educação encontra-se em período de aprovação, trazendo metas que demonstram a atenção do
governo sobre o tema.
A 9º meta do PNE (Plano Nacional de Educação) tem como objetivo elevar a taxa do
maior número de pessoas alfabetizadas no Brasil, tendo como pressuposto erradicação de
analfabetos a partir da faixa etária dos 15 anos, compreendendo-se que se inicia da
adolescência à idade adulta. Essa meta preconiza sua concretização até o ano 2015.
Presume-se então, reduzir também o analfabetismo funcional daquelas pessoas que
leem, mas que talvez, por pouca “instrução”, não conseguem assimilar e interpretar o que o
que leem. Esta meta será objetivada para alcance até o ano de 2020.
Esta modalidade se caracteriza por pessoas que por algum motivo sofreram a evasão
escolar ou não tiveram acesso a sua escolaridade na idade apropriada. Esses estudantes agora
têm a possibilidade de estudar gratuitamente, sendo respeitado e amparado por lei.
As políticas públicas na EJA são todas as medidas tomadas em favor do crescimento
da Educação de Jovens e Adultos, nelas se incluem leis, metas, conferências, programas,
projetos, e as ações planejadas com o intuito de dar prosseguimento a essa modalidade.
O artº 4 da LDB( Lei de Diretrizes e Bases da Educação) nº 9394/96 no parágrafo
VII afirma: O dever do estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
VII- Oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidade adequadas às suas necessidades e disponibilidade, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola.(Brasil, 1996, p 8)
A partir desta lei, percebe-se que a educação de Jovens e adultos passa a ser mais
valorizada quando comparada com as ações anteriores, em que o adulto não tinha sequer
alguma perspectiva de avanço educacional. São então atribuídas as condições aos
trabalhadores desta modalidade e acesso ao estudo, respeitando sua diversidade e também a
sua pluralidade.
Foram instituídos vários planos e programas, dentre eles: o PAS (Programa de
alfabetização solidária), o PNE (Plano Nacional de Educação), o PBA ( Programa Brasil
Alfabetizado em 2003, FNDE (Fundo nacional de educação), FUNDEF( Fundo Nacional do
ensino Fundamental), FUNDEB(Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da educação e de
Valorização dos profissionais da Educação) em 2007, PROEJA ( Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a educação Básica na modalidade de Educação de
Jovens e Adultos) e o Projovem.
Surge também em meio às políticas públicas a política de educação mais recente, no
governo Lula (Luis Inácio Lula da Silva) intitulada Alfabetização e Inclusão Educacional.
Que dentre outros objetivos buscava diminuir a desigualdade social e promover uma real
inclusão dos que se encontravam á margem.
O sistema educacional brasileiro representa um dos mais importantes instrumentos
da promoção do desenvolvimento a exigência da redemocratização. A desigualdade marca os
sistemas de ensino, desigualdades regionais, sociais, éticas que parecem perpetuar-se através
da educação.
“O diagnóstico da educação brasileira aponta a urgência da necessidade de
renovação da Agenda e da aplicação do empenho de toda sociedade e dos governos, para
superar as suas limitações evidentes amplamente identificadas”. (MEC, 2008, p 348)
Observa-se aqui a questão da necessidade da busca em diminuir a desigualdade do
ensino. Isso nos dá a percepção de que o ensino da EJA ainda é pouco valorizado em relação
ao demais. Essa mudança nos mostra alguns princípios que orientam as diretrizes que estão
sendo implementadas na educação. A perspectiva que temos é de que o ensino seja cada vez
mais reconhecido em qualidade, cultura, inclusão dentre outros aspectos importantes e em
meio as políticas públicas brasileiras.
A formação continuada atualmente é um fator que tem sido de grande relevância
para os educadores que, muitas vezes saem da sua formação inicial, com um preparo
fragmentado, o que não lhe propicia uma visão mais adequada para atuar na instituição
educacional.
Essa formação vem dar apoio teórico e prático ao professor recém-graduado, seus
benefícios trazem eficácia ao ensino, como forma de auxilio e base as novas práticas que
serão aplicadas aos educandos. Sobre esta formação temos que:
Finalmente o professor como profissional humano, tem uma especial responsabilidade sobre a sua atuação pelo que o conhecimento de si mesmo, no que é, no que faz, no que pensa e no que diz ou o autoconhecimento, que a abrange a dimensão meta cognitiva e meta prática, é mola impulsionadora do seu desenvolvimento pessoal e profissional ( ALARCÃO, 2003.p 63)
Segundo o mesmo autor o educador tem uma enorme incumbência em meio a
aprendizagem dos discentes, pois o que o professor ensinar e aplicar aos seus alunos, refletirá
o profissional em que ele se transformará e na forma como ele se posicionará diante da
sociedade que busca a transformação.
Assim sendo, a presente pesquisa emerge da necessidade de compreender mais sobre
esta modalidade de ensino e tem como objeto de estudo identificar as competências
desenvolvidas pelo docente e a visão do discente a respeito da sua formação na EJA. Para isso
ampliam-se os objetivos desta pesquisa que fará uma análise histórica da educação de jovens
e adultos ao longo das últimas décadas, buscando desvelar a importância da formação
continuada do professor para o desenvolvimento do ensino e a aprendizagem do aluno nesta
modalidade de ensino.
Esta pesquisa buscou ainda conhecer como se estabelece a prática docente e os
principais desafios a serem enfrentados por ele na EJA.
A educação no Brasil inicia com a chegada dos jesuítas no ano de 1549. Esse período
se refere ao período colonial, quando a companhia de Jesus traz a religiosidade e a instrução
aos indígenas:
As atividades educativas em terra brasileira se iniciaram com a chegada dos primeiro
jesuítas (1549), encarregados pela coroa portuguesa de cristianizar os indígenas e de difundir
entre eles os padrões de civilização ocidental cristã (PAIVA,1987.p 56).
Essa educação era dada apenas aos filhos dos caciques, a quem era detentor do
poder durante aquele período. As crianças permaneciam aldeadas e longe dos tribais hostis,
que não tinha o mesmo direito a “educação”. Ali os meninos recebiam conhecimento sobre
leitura e escrita e eram catequizados por meio dos conhecimentos religiosos (Paiva, 1987).
Após os jesuítas fazerem um excelente trabalho, por meio de seus ensinos
pedagógicos e a catequização dos indígenas, há a reforma de Pombal:
A coroa começa a combater o poder temporal dos religiosos da colônia e a impor a secularização das aldeias indígenas e, quando a reforma de Pombal (Alvará de 1759), considerando os perniciosos e funestos “efeitos” do método educativo empregado pelos jesuítas, determina o fechamento de suas escolas “ não somente neste reino,mas em todos os domínios,já que a colonização estava consolidada; a língua portuguesa e a religião cristã dominavam amplamente as camadas hegemônicas da sociedade,além de terem penetrado entre indígenas e escravos (PAIVA,1987.p 57)
A coroa passa a controlar a educação, logo após a educação está sobre o domínio das
mãos de Marques de pombal. Ele não aceita a educação Jesuítica e fecha todas as escolas. A
educação brasileira torna-se totalmente abandonada, ou seja, o domínio do poder de pombal
não sobrevive.
Com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil (1808) e com a independência ( 1822), a preocupação fundamental do governo, no que se refere a educação,passou a ser a formação das elites dirigentes do pais.Ao invés de procurar montar um sistema nacional de ensino, integrado em todos os seus graus e modalidades, as autoridades preocuparam-se mais em criar algumas escolas superiores e em regulamentar as vias de acesso aos seus cursos,especialmente através do curso secundário e dos exames de ingresso aos estudos de nível superior.( PILETTI &PILLETI, 1990, p 145)
Ainda para os mesmos autores é relevante destacar que houve mudanças na educação,
aonde foi dado extensão ao ensino primário, técnico profissional, normal, e superior.
Entretanto, nesta época, o ensino destinava-se apenas a quem tinha condições financeiras.
Somente alguns membros dispunham de educação, infelizmente a desigualdade já existia, pois
quem dominava era a sociedade elitizada que tinha direito a educação.
.
Lei Nº 4024, 20 de dezembro de 1961 que fixa as diretrizes e bases da educação nacional
A compreensão dos direitos e deveres da pessoa Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade nos ideias de solidariedade humana, tem por fim:A compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão e dos demais grupos que compõe a comunidade (ROMANELLI, ANO e p)
Esta lei ressalta a importância de toda sociedade ser solidária em um ato recíproco, ou
seja, o cidadão deve ser consciente dos seus direitos, deveres, e liberdades, e ser respeitado e
compreendido no crescimento da sua personalidade no meio social e de forma global.
LEI N.5692, de 11 de agosto de 1971, que fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º grausArt. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania. Art. 25º O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a iniciação no ensino ler e escrever e contar e a formação profissional definida em lei específica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimentos (SANDER, 1936.p 233)
Para o mesmo autor quando a lei entra em vigor aumentam então, as
perspectivas, do mercado de trabalho para a sociedade, dando então condições e qualificação
a aqueles que não tinham formação adequada para esta, ser inserção no ensino regular.
O Movimento Brasileiro de alfabetização (Mobral) se caracterizou como principal ação do governo Federal na área de alfabetização de adultos a partir dos anos de 1970, que ganhou força e converteu-se no maior movimento de alfabetização já existente no país. (PONTES apud Tamarrozy 2000, p.17)
Pontes (2000) enfatiza que o Mobral foi um movimento em que muitas pessoas
foram alfabetizadas. Para a época o movimento foi de grande importância, pois as pessoas
estavam ao menos aprendendo a ler, escrever, e sendo enquadrada a comunidade. Entretanto,
mesmo em meio a esse avanço compreende-se o governo não tinha perspectivas maiores a
respeito da educação.
Com criação do SENAC e do SENAI há a expansão da aprendizagem nas camadas
populares logo, são atribuídas mais condições de estudo as populações precárias, que outrora
não estudavam, pois antes o ensino delineava-se apenas ao sistema Oficial das elites.A
Confederação Nacional das Indústrias.
O decreto-Lei 4048, de 22 de Janeiro de 1942, criava então, o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários, mais tarde o serviço passou a ser Serviço Nacional Industrial(SENAI).Segundo a Lei Orgânica do Ensino Industrial,tinha por objetivo a preparação dos aprendizes menores dos estabelecimentos industriais, “ cursos de formação e continuação para trabalhadores não sujeitos a aprendizagem.( ARANHA,1996, p. 166)
Movimentaram-se as expectativas dos participantes e:
Após quatro anos após a criação do SENAI. O governo criava pelo Decreto, _Lei nº8621, de 10 de Janeiro de 1946, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comércio (SENAC), organizaram-se no sistema de ensino paralelo de ensino oficial tendo por objetivo atender ás necessidades imediatas da indústria e do comércio (Carvalho, 2003, p)
Os autores acima nos trazem o entendimento de que população neste momento
necessitava de mão de obra especializada. Surge então estes decretos, onde os jovens menores
são preparados rapidamente por meio de cursos de formação, dando sentido então, a questão
da ampliação de vagas para o mercado de trabalho nas industrias e no comércio.
Os livros de Paulo Freire sempre põem em questão a forma de como o docente age ou
deve agir, frente as situações encontradas ao âmbito escolar, e a respeito de como o
profissional docente deva se colocar em meio as suas limitações, opiniões e buscas pelo
conhecimento significativo a prática do ensinar.
Ensinar exige rigorosidade metódica, exige pesquisa, exige respeito aos educandos, exige criticidade, exige comprometimento, exige curiosidade, exige diálogo, tolerância, alegria, reflexão, segurança e competência profissional.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino contínua buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque me indago. Pesquiso para constatar constatando, intervenho intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade ( FREIRE,1996, p. 29)
Para o mesmo autor todas essas atribuições devem estar intrinsecamente
ligadas a formação permanente em que se encontra o docente, pois o professor que se
reconhece como um ser inacabado reconhece também que a curiosidade pelo que é novo, a
construção e a reconstrução faz do docente um constante agente de mudança.
Continuando ainda a dizer que uma vez que, ele toma para si a competência de
comprometer-se consigo mesmo, vislumbrando assim a incessante busca pela pesquisa, com a
finalidade de transformar-se em conhecimento, ele também traz o conhecimento contínuo e
inovador, abdicando as vezes do seu velho conhecimento, compartilhando agora o que foi
aprimorado e refletido em novidade de ciência para sua aplicação a uma sociedade em
transformação.
REFERENCIAL TEÓRICO
Análise histórica da Educação de Jovens e Adultos
Ao analisarmos o analfabetismo adulto observa-se a que a historia da EJA inicia em
1940 com a colonização do Brasil.
Segundo Fávero (2004, p.14), “somente nessa época o analfabetismo passa a ser visto
como problema nacional, é justamente por isso que nesse período, se estrutura a primeira
grande campanha contra o analfabetismo no Brasil.”
O autor quer nos mostrar que a preocupação com a questão da alfabetização de jovens
e adultos teve sim a sua “devida importância” no início do período colonial com o intuito e o
interesse dos jesuítas. No entanto, podemos notar que eles mesmos perceberam a necessidade
de se ter um povo alfabetizado, então começaram realmente a dar o merecido valor a partir do
momento em que quiseram lutar pela educação instruindo as pessoas, onde deram assim, o
ponta pé inicial para quem sabe um dia chegar ao real e idealizado propósito da erradicação
ao analfabetismo.
Segundo Fávero (2004,p.14), com o final da ditadura de Getúlio Vargas(1937-1945),o pais entrou em um ritmo de redemocratização, o que abriu espaço para muitas lutas e organizações populares;alem disso ,o censo de 1940 mostrou um índice altíssimo de analfabetismo adulto; e em 1945,com o fim da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Organização das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a
Cultural (UNESCO) l ,que implementou diversas ações de educação no contexto internacional (FÀVERO,2004 APUD TAMAROZZI e PONTES, 2004, p14)
Na perspectiva, o autor nos traz o entendimento de que após o período da ditadura
militar que foi um momento de bastante restrição e de difícil acesso a mudanças, as pessoas
passaram a se sentirem mais livres com relação aos seus ideais e sendo assim fizeram de seus
direitos e deveres objeto de reivindicações e questionamentos ao governo na busca por
progressos e crescimentos inerentes ao âmbito da educação entre outros.
Como aspectos característicos desse período, três modos de intervenção educativa que, segundo as autoras, somadas às novas contribuições que surgiram na fase de 1945/64, vão repercutir sobre as praticas educativas desenvolvidas na década de 1960. São elas:a presença educativa da igreja, sobretudo a Católica,nos meios populares;a extensão rural;e o desenvolvimento da comunidade. (BEZERRA APUD RIOS, 1995,p.22)
O autor citado afirma que a oportunidade de uma redemocratização de direitos
trouxeram benefícios aos cidadãos, e até então pode surtir efeito sobre toda e população
brasileira,sendo ela urbana e também rural, mesmo após décadas.
Foram criadas dez mil classes de alfabetização em todo pais. Nesse período, ainda não havia discussões sistematizadas sobre a Educação de Jovens e adultos, já que as experiências anteriores a 1947 tinha sido implementadas pelo exercito e caracterizavam por um forte cunho moralista que entendiam alfabetização como uma espécie de salvação de luz para aqueles que se encontravam cegos por não saber ler e escrever sendo assim a CCAA, apoiava-se em discursos pedagógicos importados da educação regular e da alfabetização de crianças (SOARES, 2003,p.1)
Entende-se que esse momento, mesmo em meio a criação de classes para
alfabetizar, as pessoas que organizavam esse processo não analisavam algo ser efetivada
dentro da educação que pudesse surtir um verdadeiro progresso na educação de adultos em si,
ou seja, o que se interpreta é uma educação que ainda não possui o conhecimento que deve
ser direcionado a faixa etária do adulto.
Não é incomum que se perceba que o ensino da EJA ainda se apresentava
medíocre em conjecturar um ensino tão raso sem saber lidar com uma educação direcionada
na concepção de pessoas, que não tiveram acesso ao estudo, outrora valorizando-os apenas
num ensino limitador em apenas saber ler e escrever esquecendo que o adulto precisa também
de aprender de maneira que ele encontre o conhecimento baseado em sua realidade de vida.
Com relação a condição de “não-crianças esbarramos aqui com uma limitação considerável a área da psicologias teorias sobre o desenvolvimento referem-se historicamente,muito predominante à criança e ao adolescente , não tendo estabelecido, na verdade , uma boa psicologia do adulto .os processos de construção
do conhecimento e da aprendizagem dos adultos são assim ,muito menos explorados na literatura psicológica do que aqueles referentes às crianças e adolescentes (OLIVEIRA, 1999, p.60)
Para o autor acima citado e em concordância com o autor que o antecede a
questão de que os estudos com relação a maneira de se desenvolver a cognição o ensino e
aprendizagem do adulto ainda é muito restrito e pouco pesquisado com em comparação com
que se remete a percepção de como é desenvolvida a cognição da criança a respeito da sua
aprendizagem.
Oliveira(1999) nos leva a crer que o conhecimento do adulto não pode fugir da sua
realidade e do seu contexto, no entanto precisa ser construído com o mesmo valor como o de
uma criança ou ao ensino correspondente a faixa etária adequada do adulto buscando
metodologias e conhecimentos mais aprofundados com relação aprendizagem desse educando
adulto, não esquecendo que a teoria, a ludicidade implica também a relevante prática
aplicada ao progresso intelectual dos adultos, tornando assim um ensino fácil e aprazível aos
estudantes da modalidade da EJA.
Em decorrência das ideias expressas no documento dos professores das no documento aos professores, viu-se que, na inexistência de acúmulo de experiências e estudos sobre a alfabetização de adultos que dessem suporte as ações governamentais, para uma ação fácil, simples e rápida usou-se qualquer material de qualquer forma, com qualquer alfabetizador, ganhando qualquer coisa.(SOARES,2003, p.1)
Segundo o autor o que se observa daquele momento é que o governo não estava tão
preocupado em fazer uma educação referida ao progresso e crescimento dos adultos, mas sim
em construir um ensino barateado com a intenção de alfabetizar de qualquer maneira, não se
importando se existia ou não professores habilitados para tal ação. Em contrapartida
objetivava apenas investir na “educação” para formar eleitores na busca da obtenção de
votos para as eleições vindouras.
As principais características de método Paulo Freire são bem conhecidas. [...] A equipe de alfabetizadores começava a investigar os meios de vida e a linguagem falada na localidade em que se realizaram os trabalhos de alfabetização. Do conhecimento assim obtido sobre a cultura e o “universo vocabular”da população,extraiam as palavras geradoras’’,selecionadas sobre um duplo critério de riqueza silábica e de riqueza de “conteúdos existenciais’’ para os participantes.As sessões iniciais do processo de alfabetização eram dedicadas à discussão das denominadas “fichas de cultura”[...] durante
o diálogo desenvolvido com base nestas imagens, o grupo era conduzido a refletir sobre o homem como criador de cultura, isto é, como construtor de seus modos de vida. [...] Durantes as discussões, os coordenadores procuravam conduzir a reflexão do grupo para apropriação crítica das determinações das condições de vida da população local. A busca dessa conscientização era o objetivo fundamental do processo (FÁVERO E BRITO, 1999, p.441)
Os autores afirmam que a concepção de Paulo Freire foi em primeiro lugar conhecer a
cultura e a realidade das pessoas que logo, logo seriam alfabetizadas, para a partir daí iniciar o
processo de alfabetização por meio do cunho vivenciado pelos trabalhadores rurais que não
possuíam ao menos tempo para estudar.
O Movimento Brasileiro de alfabetização (Mobral) se caracterizou como principal ação do governo Federal na área de alfabetização de adultos a partir dos anos de 1970, que ganhou força e converteu-se no maior movimento de alfabetização já existente no país. Em 1985, o Mobral encerrou suas atividades e,em seu lugar foi criada a Fundação Educar. Essa fundação realizava projetos com repasse de recursos diretos para instituições e secretarias de educação. 1990, o então eleito presidente Fernando Collor de Mello extinguiu a Fundação Educar, e em seu lugar não foi criada qualquer outra instituição, o que gerou uma espécie de vácuo na atuação governamental na área da EJA (PONTES apud TAMAROZZY 2000, p.17)
Para Pontes(2000) afirma que o Mobral teve a sua importância e sua contribuição no
aspecto educativo e foi semelhante ao método Paulo Freire, porem neste momento ainda não
se consegue erradicar o analfabetismo por completo, pois exista ainda a tentativa de redução,
sendo pouco mais de 6 % como se afirma. Aquele período o Brasil ainda estava engatando em
poucos progressos e alguns retrocessos.
[...] a Constituição Federal de 1988 estendeu a garantia de ensino Fundamental gratuito e obrigatório para todos os que não tiveram acesso na idade própria. Buscando criar as condições necessárias á rápida implementação dessa decisão,o legislador determinou ,no artigo 60 das disposições transitórias ,que pelo menos 50%do recursos vinculados ao ensino (artigo 212) fossem aplicados na eliminação do analfabetismo e na universalização do ensino fundamental .essas disposições vinham juntar –se aos parágrafos 1.º e 2 º do item VII do artigo 208, que dispunham,respectivamente, que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito subjetivo” e que o” não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder público,ou sua oferta irregular
importa responsabilidade da autoridade competente. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, pXX) BRASILxXX
De acordo com a constituição de 1988 os adultos que por motivo de trabalho, evasão
escolar entre outras particularidades que deixaram a escola e não conseguiram concluir o
Ensino Fundamental tem agora a oportunidade de desfrutar do ensino gratuito, assegurado por
lei com direito a estudar. Seu Intuito é erradicação do analfabetismo no Brasil e buscar as
melhores condições de ensino ao educando integrado a EJA.
Art.37 A educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino Fundamental e médio na idade própria.
1.º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante recursos e exames.(BRASIL, 1996, P.
Analisando ainda o art.37 da LDB 9394/96, encontramos que: “O adulto terá a
oportunidade de reintegrar-se ao estudo, e desfrutar do ensino gratuito e contextualizado de
acordo com a sua realidade e vivência”.(BRASIL, 1996, p 25)
A importância da formação continuada do professor para o desenvolvimento do
ensino e a aprendizagem do aluno da EJA
A formação do docente se fundamenta nas aquisições da investigação científica, seja das disciplinas, seja da didática destas. Investe-se na formação do professor como um intelectual, para quem a aquisição de conhecimento acadêmico se dá por meio da investigação cientifica, não se dando a importância a um conhecimento pedagógico que não seja relacionado as disciplinas ou a um modo de transmissão nem a um conhecimento conquistado a partir da prática docente (GOMEZ e ZEINCHER, 1994, p. 48).
Os autores trazem o entendimento de que a formação docente tem se resumido apenas
ao conhecimento científico e teórico, ou seja, não que esse ensino não seja relevante,
entretanto ele quer elucidar que o conhecimento científico deve ser explorado e aliado a
prática trazendo aos docentes a verdadeira autonomia e fazendo dos mesmo educadores e não
transmissores de conteúdos.
A formação de professores é a área de conhecimentos, investigações e de proposta teórica e práticas que, no âmbito da didática e da organização escolar, estuda os processos através dos quais os professores – em formação ou em exercício – se implicam individualmente ou em equipe, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições e que lhe permitem intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem ( GARCIA,1999, p.26)
Para o mesmo afirma que a formação de professores se torna ampla pelo fato de
abranger a teoria e a prática, a junção da investigação de várias contribuições teóricas com a
soma de conhecimentos e saberes das praticas atribuídas entre os docentes, faz dessa
aprendizagem rica, a ponte para a qualificação do professor e consequentemente da
aprendizagem do aluno.
É no quadro da atuação coletiva, no interior da escola, que importa que se aprofunde a teoria, se repassem as praticas e se transforme as diretrizes e as condições operacionais do trabalho pedagógico. Trata-se da construção de um espaço de vivências democráticas, orgânico ao mesmo tempo criativo, consiste fluindo como é a vida espaço de reconstrução onde se deslocavam as evidências, as obviedades, as rotinas, e as normas reificadas onde se aprenda a descontrair, a desaprender para as novas contribuições e aprendizagem. (MARQUES, 1992, p.195).
O autor ressalta que o contexto escolar tem mudanças por meio da construção e
reconstrução das opiniões atribuídas em coletividade, o crescimento dos educadores
acontece a partir do momento que eles se inserem ao âmbito educacional com a intenção de
aprender, ensinar e ao mesmo tempo de se transformar, essa perspectiva ocorre quando há o
compartilhar do conhecimento.
[...] A formação do educador não se concretiza de uma só vez. E um processo. Não produz apenas no interior de um grupo, nem se faz através de um curso é o resultado de condições históricas. Faz parte necessária e intrínseca de uma realidade concreta determinada. Realidade está que não pode ser tomada como alguma coisa pronta, acabada ou que se repete indefinidamente. É uma realidade que se faz no cotidiano. É um processo e como tal, precisa ser pensado (FAVERO, 1981, apud, CADAU,1989 p.61).
Fávero (1981) quer nos dizer, que a formação do professor, é ilimitada, ou seja, o
profissional educador é realmente um ser inacabado, pois ele deve sempre está em busca de
conhecimentos novos, de práticas inovadoras para solucionar a necessidade de aprendizagem
do seu aluno, buscando experiências em vários aspectos de aprendizagem, ou seja, tanto em
livros atualizados como em cursos, jornais, culturas, pessoas, entre outras aplicações que faça
do profissional docente um pesquisador em constante mudança e do crescimento contínuo em
ambas as partes tanto do discente quanto do discente.
Em termos gerais o profissionalismo na docência implica uma referência à
organização do trabalho dentro do sistema educativo. (IMBERNON apud SCHON, 1992,
p.26). Que ainda entende que buscar o profissionalismo para as áreas da educação, traz
automaticamente a organização a todo aspecto pedagógico escolar, incluindo então, mais
compromisso, mais competências, mais habilidades, e possível segurança, ao professor e
consequentemente ao aluno.
A prática educativa do professor e os desafios a serem enfrentados na EJA
DÊ uma introdução antes da citação
[...] se espera muito dos professores, que se lhes irá exigir muito, pois depende deles, em grande parte, a concretização de inspiração [desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades]. A contribuição dos professores é de crucial importância para preparar os jovens, não só para a encarar o futuro com confiança,mas para construí-lo eles mesmos de maneira determinada e responsável [...] os professores têm um papel determinantes na formação de atitudes [...] perante o estudo.Devem despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o rigor intelectual e criar as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente (DELORS, 2000 p.152).
Ainda o mesmo autor firma que a construção das habilidades dos alunos
dependera de como o professor irá desenvolver suas competências, suas práticas e suas
atitudes vinculadas ao discente. Ele põe em questão a importância de como o professor aplica
o ensino, ou seja, que construção do conhecimento o discente é despertado a realizar pelo
professor ? O professor desenvolve a autonomia, a curiosidade ou a motivação de seus
alunos?
É importante destacar que o aluno será o espelho das suas atribuições. Ao que
reflete Freira quando diz que:
O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquer descompasso entre aquela e
esta. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender como diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez, são obrigações a cujo cumprimento devemos humildade, mas perseverantemente nos dedicar (FREIRE, 1996, p16)
Salientando ainda o autor acima que o preparo científico se torna honesto quando o
educador busca a formação contínua, com a objetividade de contribuir e compartilhar
conhecimentos e não para subtrair , pondo assim em questão que o seu crescimento se dá
pelo desafio da construção e da reconstrução de si e também do outro, sendo tanto no aspecto
de docente para docente( relação professor para professor) e quanto no aspecto do discente
para o docente e vice e versa.
A prática pedagógica orientada a partir do paradigma psicogenético de alfabetização se diferencia no momento que você compreende o adulto como sujeito que é ativo nessa construção do conhecimento porque ele adquiriu através dessa interação com o sujeito que é ativo nessa construção do conhecimento: agindo sobre ele, pensando sobre ele. (MOURA 1999, p.111)
O autor enfatiza que a pratica pedagógica baseada no padrão da psicogênese da escrita
traz mudança e conceitua conhecimento ao adulto, a partir do momento em que o educando
se sente interado ao meio e se descobre também participante e agente do seu próprio
conhecimento no processo da alfabetização e quando há o discernimento.
Na visão bancária da educação, o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação da opressão – a absolutização da ignorância, segundo a qual a esta se encontra sempre no outro. O educador que se aliena a ignorância se mantém em posições fixas invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processo de busca (FREIRE 2002, p. 58).
O autor faz críticas a respeito da educação bancária, ou seja, com relação a perceptível
e ainda existente educação tradicionalista em que os professores são postos como detentores
do saber e os alunos são medíocres tabulas rasas, que não dialogam e não expõe seus
conhecimentos e suas opiniões. No entanto, também frisa que o educador que permanece
nesta posição ou no critério de que eu sei tudo e deposito o conhecimento “adequado”
opressor e alienado, faz desse profissional um ser sem perspectiva, que não se transforma e
não modifica nada e ninguém que esteja ao seu redor.
A importância de respeitar a aluno na sua diversidade:
Obviamente, os professores de hoje sabem que diferenças sociais, culturais,
intelectuais, de personalidade. São geradoras de diferenças na aprendizagem. Todavia, o
respeito às diferenças vai mais longe, implica um posicionamento ativo de reconhecer a
diversidade. (TOURAINE, 1996.p 68)
Touraine (1996) traz a concepção que para muitos professores se torna desafiadora,
pois respeitar a diversidade dita no papel ou propriamente escrita nos pcns da educação se
torna fácil, porem o respeito enfatizado que ela nos propõe de valorizar o educando nas sua
condição social e cultural.
É relevante reconhecer que cada aluno tem a sua percepção, o seu ritmo,o seu
contexto, o que implica fomentar igualdade a todos, sem acepção de qualquer, promovendo
conhecimento e oportunidades sem defasagem aproveitando o que cada um tem a oferecer
como contribuição para a aprendizagem nos seus valores e na sua transversalidade.
A ótica do docente e do discente a respeito do ensino na EJA
O curso da EJA se torna precário e pouco dinâmico pela falta de material e de mais
investimento nesta modalidade.
O ideal é que o curso noturno fosse atraente, com mais opções para motivar nossa clientela porque alguns já estão fora da escola há um certo tempo. Para que este retorno seja continuado, a escola deveria ser mais aparelhada para oferecer aos alunos aulas mais lúdicas, mais vibrantes e não tornar o ensino noturno enfadonho. (SANTOS, 2006, p 420)
Ele ainda nos leva a entender que “o pouco interesse dos educadores” em se trazer um ensino
motivador, se dá pela falta de investimento na modalidade da EJA. Sabe-se que este ambiente
reflete a presença de alunos que vieram de uma evasão escolar e que muitas vezes não tem a
autoestima para idealizar o maior crescimento e rendimento nos estudos.
A motivação existe no coração do professor está diretamente associada ao seu comportamento perante seus colegas, aos modos como preparar suas aulas, a fidelidade à sua missão e finalmente ao êxito que possa ter perante aos seus alunos No caso específico da Educação nenhum professor experiente negligencia a importância de manter a alta motivação dos seus alunos durante todo o período letivo, pois ela é fundamental como elemento catalisador da aprendizagem (AYRES, 2008,p.19 e77).
O autor ressalta sobre a importância do professor se apresentar sempre motivado em
qualquer situação, seja perante os seus colegas de trabalho e seja perante aos seus alunos. É
interessante frisarmos isso, principalmente quando falamos a respeito de professores e
estudantes da EJA, pois quando há a auto estima por parte do educador, todos ambiente
escolar se sente incentivado.
“A noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de
pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero
reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores”. (ALARCÃO, 2003, p.41)
Conforme o Alarcão, o bom professor é aquele que busca em si o crescimento do
outro, ou seja, o bom professor faz a retrospectiva de suas ações. Ele possui um olhar
diferenciado para o seu aluno, e o valoriza pelo que ele é fazendo de seu educando um agente
de transformação em meio a sociedade.
A percepção do aluno da EJA a respeito da aula de música, João Carlos, de 18 anos,
que trabalha em escritório de indústria e sugere:
“... em vez de darem essa aula de música ou de educação para o trabalho, que não estão servindo para nada só servindo para montar horário, ele podia colocar uma que servisse. Substituir as que não têm utilidade. Ou então, na aula de música, ensinar a tocar um instrumento. Se tivesse oportunidades, gostaria de tocar aquelas caixinhas de fanfarra”(CARVALHO,1997, p. 39)
Para muitos a situação escolar é vista como:
“ Minha noite é muito cansativa porque eu mal acabo de chegar do trabalho e antes de jantar já tenho de ir estudar”, : ou então “ é cansativo , chego na escola indisposta, sem coragem de estudar porque em geral trabalho demais, mais vale a pena e é bacana porque eu me esforço para poder ser alguém na vida”.(CARVALHO,1997.p.58)
O autor foi “muito feliz” em citar o cotidiano dessa aluna. Observa-se nesta fala, a
vivência da estudante que trabalha o dia todo, que estuda, e que mesmo em meio a tanto
motivos para desistir, se esforça para ser alguém na vida. Nota-se aqui que algo estimula essa
estudante. Será que esse estímulo vem apenas em querer ser alguém na vida? Não! e esse
estímulo está no poder de reflexão e ação de nos educadores.
METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório que utiliza-se de métodos
qualitativos para coleta e análise de dados, mas que também apoiou-se em dados quantitativos
para realizar a caracterização da clientela, acreditando que assim, possa-se captar a situação
ou fenômeno estudada em toda sua extensão. Visando desenvolver uma pesquisa mais
agradável e espontânea, permitindo que o fenômeno seja compreendido sem a intervenção
direta das pesquisadoras.
Assim, para a compreensão do objeto deste estudo que é de fundamental importância
para o conhecimento do âmbito da EJA foi essencial o uso da abordagem qualidade uma vez
que os dados coletados puderam evidenciar a opinião dos respondentes da pesquisa, pois os
mesmos tiveram a oportunidade de apresentar suas opiniões e vivências sobre o tema.
Permitindo a nós pesquisadoras compreender como esta atuação se relaciona ao fenômeno
estudado.
Segundo Richardson:Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. (1990, p. 80)
O autor frisa bem quando enfatiza sobre a relevância da pesquisa. O processo de
pesquisa envolve conhecer as partes, para após ter o entendimento do todo, instiga em si os
estereótipos de grupos ou ambientes, seja ele educacional ou não. A pesquisa esmiúça o
conhecimento aprimorado da teoria para a pratica e busca por meio da intervenção obter
maior êxito no território que foi escolhido, ou seja, a mudança e transformação do todo.
Para a coleta dos dados escolheu-se o questionário que foi aplicado em uma escola
pública de 1º segmento da EJA, ou seja, que atende alunos de séries iniciais. Este
procedimento de pesquisa se deve de acordo com que foi preconizado por Lüdke & André
(1986).
Desta forma as pesquisadoras puderam se aproximar de forma mais fidedigna das
informações, pois as mesmas puderam ser mais detalhadas e mais próximas das suas
realidades, visto que os questionários contavam com questões subjetivas.
Para o questionário foram preparadas 10 questões incluindo objetivas e subjetivas
preparadas individualmente para serem direcionadas para alunos e professores, sendo feita
também uma breve caracterização do respondente que oportunizou delinear até certo ponto o
perfil dos sujeitos participantes, visto que dados como sexo, formação e tempo de atuação
podem auxiliar na compreensão de determinados dados obtidos como resposta.
Buscou-se assim entender como se estabelece a educação e a formação dos educandos
e dos pedagogo perante ao primeiro segmento da EJA.
A coleta de dados foi realizada em uma instituição escolar pública, localizada na
Região Administrativa Guará do Distrito Federal e que atende as etapas de ensino básico,
fundamental e a Educação de Jovens e Adultos. Atualmente a escola tem 12 salas, sendo
distribuídas 8 salas para a EJA, ou seja, 4 salas de 1º segmento e mais 4 de segundo segmento.
As outras incluem direção, sala de professores, secretaria e coodenação. Os 8 professores do
segmento da EJA trabalham no noturno, com uma média de 12 alunos para o primeiro
segmento e de 30 a 40 a alunos para o ensino fundamental II da EJA.
Como sujeitos da pesquisa tiveram participação dez alunos com a idade entre vinte e
60 anos, e também quatro professores do primeiro segmento da modalidade EJA. Esta
escolha se deve ao fato de que a escola atendia os pre-requisitos e também disponibilidade de
participar. O que demonstra interesse nos achados deste trabalho.
Análise e Discussão dos dados
Visando melhor encadeamento da apresentação dos dados encontrados as
autoras optaram por apresentar inicialmente a caracterização dos respondentes e
logos após apresentar sua análise a cada questão. Isso foi feito também no tocante
aos alunos quando da apresentação de suas respostas:
Caracterização dos respondentes docentes:
Quanto ao tempo de magistério
Profª A Profª B Profª C Profª D
20 anos 12 anos 12 anos 17 anos
Quanto ao tempo de atuação nesta modalidade de ensino
Profª A Profª B Profª C Profª D
1 ano 12 anos 12 anos 11 anos
Disciplina que leciona:
Profª A Profª B Profª C Profª D
Polivalente Polivalente Polivalente Matemática
Série que atende:
Profª A Profª B Profª C Profª D
4ª série 3ª série No 1º segmento 2ª e 3ª série
Recebe incentivo à formação continuada:
Profª A Profª B Profª C Profª D
Às vezes Sim Não Sim
ENTREVISTA COM O PROFESSOR
Tempo de
Magistério
Tempo de
atuação
Disciplina
em que atua
Série Incentivo à
formação
20 ANOS 1º ANO 1ºSEGMENTO 4ªSÉRIE ÀS VEZES
12 ANOS 12 ANOS 3ª SÉRIE SIM
12 ANOS 12 ANOS TODOS 1º SEGMENTO NÃO
17 ANOS 11 ANOS MATEMÁTICA 2ª E 3ª SÉRIE SIM
ANÁLISE DAS QUESTÕES SUBJETIVAS DE 5 a 10
Quanto à questão sobre qual curso gostariam de fazer para melhor prepará-los
graduação ou pós-graduação?
Profº I – absteve-seProfª II – “Nova graduação em História ou Arte”Profº III – “Pós-graduação no ensino da EJA”Profº IV – “Pós-graduação”
Das professoras que questionamos uma absteve-se de qualquer questão, 2 responderam que tinham o interesse por uma formação continuada, sendo que uma delas se interessa pela pós graduação relacionada a educação de Jovens e adultos e o outra busca uma nova graduação. Sobre a importância de conceber como importante a sua formação diz Alarcão:
Finalmente o professor como profissional humano, tem uma especial responsabilidade sobre a sua atuação pelo que o conhecimento de si mesmo, no que é, no que faz, no que pensa e no que diz ou o autoconhecimento, que a abrange a dimensão meta cognitiva e meta prática, é mola impulsionadora do seu desenvolvimento pessoal e profissional. ( ALARCÃO, 2003.p 63)
Segundo o mesmo autor o educador tem uma enorme incumbência em meio a
aprendizagem dos discentes, pois o que o professor ensinar e aplicar aos seus alunos, refletirá
o profissional em que ele se transformará e na forma como ele se posicionará diante da
sociedade que busca a transformação.
Quanto à pergunta sobre se considerar um professor pesquisador. E em que tipo
de fontes se baseia para fazer o planejamento das suas aulas.
Prof. I (sic) “Sim as minhas aulas são planejadas de acordo com a vivência da
realidade dos alunos”.
Profª II (sic) “Sim, internet, livros que tenho, blogues de algumas amigas da área da
EJA.”
Profª III- (sic). “A professora considera ser uma educadora que pesquisa e se baseia
no currículo da Educação básica tendo também como fonte de pesquisa, a contribuição de
sites de educação, coleções de livros, revistas sobre educação.”
Profª IV- (sic): “Livros e internet.”
Os professores enfatizaram ser profissionais pesquisadores, e tomam como aquisição
para os planejamentos diários as diversas fontes de pesquisa como: a Internet,
livros,revistas.Entretanto, o 1º professor se destacou pela fato de que além de utilizar todos
esses meio enfatizados, colocou em questão o planejamento direcionado à realidade e a
vivência dos alunos da EJA. Sobre isso reflete Freire
Ensinar exige rigorosidade metódica, exige pesquisa, exige respeito aos educandos, exige criticidade, exige comprometimento, exige curiosidade, exige diálogo, tolerância, alegria, reflexão, segurança e competência profissional.Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino contínua buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque me indago. Pesquiso para constatar constatando, intervenho intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade ( FREIRE,1996, p. 29)
Para o mesmo autor todas essas atribuições devem estar intrinsecamente ligadas a
formação permanente em que se encontra o docente, pois o professor que se reconhece como
um ser inacabado reconhece também que a curiosidade pelo que é novo, a construção e a
reconstrução faz do docente um constante agente de mudança.
Continuando ainda pode-se dizer que uma vez que, ele toma para si a competência de
comprometer-se consigo mesmo, vislumbrando assim a incessante busca pela pesquisa, com a
finalidade de transformar seu conhecimento, ele também traz o conhecimento contínuo e
inovador, abdicando as vezes do seu velho conhecimento, compartilhando agora o que foi
aprimorado e refletido em novidade de ciência para sua aplicação a uma sociedade em
transformação.
Quanto a percepção da relação com as habilidades e aprendizagem
desenvolvidas e as estratégias utilizadas com os alunos da EJA.
Profª I – (sic): “A estratégia utilizada é de adaptação a realidade desses alunos.”
Profª II – (sic) “A estratégia que uso geralmente é o uso do cotidianos por meio de listas de
compras, encartes e quando a turma aceita a utilização dos jogos.”
ProfªIII – (sic) “Sempre faço balancete com relação a aprendizagem dos meus alunos
durante o semestre. Sempre individualmente.O crescimento é nítido e satisfatório.Sempre
procuro trabalhar com assuntos do cotidiano deles : com material concreto, revistas,material
dourado,dicionários,filmes e etc.”
Profª IV – (sic) “Precisa-se levar em consideração a vivência de cada aluno e a partir de
então, desenvolver as habilidades propostas pelo currículo.”
De forma geral todos enfatizaram utilizar a estratégia de aprendizagem direcionada ao
cotidiano e vivência dos alunos da EJA. Em contrapartida alguns se sobressaíram quando
puseram em questão a aplicação de conteúdos por meio do currículo e da ludicidade,
aplicando também o critério do balancete individual a respeito da aprendizagem dos mesmos
durante o semestre como estratégia de melhora e gradativa transformação no conhecimento
dos educandos.
Cumpre lembrar que educar adultos não é semelhante ao que se faz na educação de
crianças, há sempre que partir da vivência e da realidade dos mesmos.
Que a escola dos jovens e adultos seja um espaço do encontro, onde possam falar de si, de suas experiências; trocá-las, trocar afetos e afinidades, sentimentos onde sejam reconhecidos e valorizados como pessoas, como trabalhadores como uma função social e digna. Que as suas falas sejam levada em conta, como a de seus professores que sejam considerados como interlocutores, que podem ser escutados pelo muito que tem a dizer.( PAIVA, 1997, p 5)
Ainda para Paiva(1997) a realidade do adulto é identificada de forma diferenciada a
realidade da criança, ou seja, deve ser tratada com o mesmo valor, como a de uma criança. A
aprendizagem do adulto se destaca por existirem pessoas que trabalham, o dia inteiro e que
chegam na sala de aula cansados, e ainda se preocupam em obter aprendizagem. Sabe-se que
essa a realidade necessita de um olhar diferenciado e atrativo.
Esta atração advem dos valores que são atribuídos a esses alunos. Quando os mesmos
são valorizados por sua, cultura, experiência e sua profissão há o verdadeiro sentido de
crescimentos e aprendizagem.
Quanto aos desafios encontrados junto ao ensino e a aprendizagem da EJA. Fatores de
motivação e desmotivação do docente.
Prof I- (sic) “O não reconhecimento da modalidade e a falta de materiais.”
Prof II- (sic) “Motivação: é a coragem e a força de vontade dos alunos / desmotivação; a
falta de materais pedagógico e apoio da Secretaria de Educação”.
Prof III- (sic) “Motivação: é a vontade de aprender, a sede pelo o conhecimento , eles
relamente estão dentro de sala para aprender diferente de outros segmentos./ desmotivação
a falta de recursos que a escola apresenta ;o governo não nos dá subsídios para ensinar.”
Prof IV- (sic) “O que motiva é o interesse dos alunos em aprender. Não diria desmotiva, mas
dificulta o trabalho em muitos momentos os alunos chegam cansados.”
A maioria dos professores ressaltaram que os fatores que o motivam é a vontade dos
aluno em querer aprender, e também sede pelo conhecimento.
Os maiores desafios dos professores com relação a aprendizagem estão na questão da
carência de recursos materiais e também na dificuldade em realizar trabalhos dentro e fora de
sala de aula com os alunos que chegam cansados devido ao serviço do dia a dia.
O curso da EJA se torna precário e pouco dinâmico pela falta de material e de mais
investimento nesta modalidade.
O ideal é que o curso noturno fosse atraente, com mais opções para motivar nossa clientela porque alguns já estão fora da escola há um certo tempo. Para que este retorno seja continuado, a escola deveria ser mais aparelhada para oferecer aos alunos aulas mais lúdicas, mais vibrantes e não tornar o ensino noturno enfadonho. (SANTOS, 2006, p. 420)
Ele ainda nos leva a entender que “o pouco interesse dos educadores” em se trazer um
ensino motivador, se dá pela falta de investimento na modalidade da EJA. Sabe-se que este
ambiente reflete a presença de alunos que vieram de uma evasão escolar e que muitas vezes
não tem a autoestima para idealizar o maior crescimento e rendimento nos estudos.
Comentários quanto ao desempenho da maioria dos alunos
Prof I – (sic) “O desempenho é muito bom, pois os alunos demonstram muito interesse pelas
aulas.”
Prof II - (sic) “O desempenho é baixo , pois como eles já vem cansados do dia de trabalho o
cansaço sempre pesa e isso não ajuda, e ainda assim não conseguem estudar em casa por
esse motivo”.
Prof III – (sic) “O processo de aprendizagem dos alunos deste segmento é bastante lento por
vários motivos; pelo tempo que falta para estudarem em casa, pois a maoiria trabalha e
muito; pelo tempo que ficaram sem estudar , e pela idade muitos sentem vergonha de voltar a
estudar.”
Prof IV- (sic) “Apresentam um bom desempenho, dentro do esperado.”
De forma geral identificou-se divergências nas respostas, pois alguns professores
afirmaram que os alunos demonstram desempenho razoável, e bastante interesse em aprender.
Em contrapartida os outros relatam que há o desinteresse por parte dos alunos pelo fato de
chegarem cansados do trabalho do dia a dia, por não disponibilizar de tempo para estudar ou
por estarem velhos e acharem que não são capazes de aprender. É muito comum ouvir que:
“O aproveitamento geral é pouco, porque eu estando cansado, por mais que eu me
esforce, o curso de aprendizagem aproveitado por mim é fraco” (CARVALHO, 1997 p 61)
Carvalho (1997) O autor frisa na fala do aluno que o pouco aproveitamento dos
alunos a respeito da aprendizagem, acontece pelo fator que a maioria dos jovens e
trabalhadores da EJA se encontram, sendo ele o cansaço do cotidiano, entretanto mesmo
existindo esse fator alguns alunos reconhecem que os conteúdos dados na EJA ainda
permanecem insuficientes para o aprendizado.
CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES – ALUNOS
Nesta etapa contou-se com a participação de 9 alunos:
Quanto à idade:
Idade Quantidade
Até 20 anos 1
21 a 25 anos 1
26 a 30 anos 3
31 a 40 anos 3
41 a 60 anos 2
Quanto ao sexo
Sexo Quantidade
Masculino 2
Feminino 7
Dos participantes 24% são do sexo masculino, ou seja, 2 alunos e 76% são do sexo
feminino, ou seja 7 alunos.
Quanto à série em que estudam:
Dos dados emerge que 5 participantes são da 2ª série, o que representa 55% dos alunos
participantes, 3 são da 4ª série, o que representa 33 % dos respondentes e 1 está cursando a 1ª
série, completando os 12% restantes.
SÉRIE QUANTIDADE
1ª. Série 1
2ª. Série 5
3ª. Série 0
4ª. Série 3
Análise e discussão sobre os dados obtidos com os alunos – Questões de 5 a 10
Quanto ao sentimento de segurança quanto a eficiência professor ao ministrar os
conteúdos.
A maioria dos alunos disseram que sentem segurança na professora, pois ela explica
bem os conteúdos e transmite confiança. Um aluna ressaltou que tem liberdade em perguntar
quando não entende assunto.
O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquer descompasso entre aquela e esta. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender como diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez, são obrigações a cujo cumprimento devemos humildade, mas perseverantemente nos dedicar (FREIRE, 1996, p16)
Salientando ainda o autor acima, que o preparo científico se torna honesto quando o
educador busca a formação contínua, com a objetividade de contribuir e compartilhar
conhecimentos e não para subtrair , pondo assim em questão que o seu crescimento se dá
pelo desafio da construção e da reconstrução de si e também do outro, sendo tanto no aspecto
de docente para docente(relação professor para professor) e quanto no aspecto do discente
para o docente e vice e versa.
Quanto a relação do professor com o aluno e a turma em geral:
Os alunos afirmam ter uma relação agradável, se sentindo respeitados e valorizados
pela a professora. Esta é uma resposta geral e quase unânime. Alguns falam até de sua
paciência.
Quanto a considerar que o professor é um educador que procura apresentar assuntos
que sejam novos e importantes para a aprendizagem do aluno.
Nesta análise observou-se que os respondentes frisaram que a professora sempre traz
conteúdos importantes, que visam o crescimento em meio a sociedade e a assuntos
evidenciados no cotidiano atual, fazendo dos mesmos sujeitos em transformação.
Pode-se destacar a fala de dois alunos
Aluno I – (sic): “Porque o professor tem interesse e traz o conteúdo novo para todos os
alunos”.
Aluno III – (sic): “Sim porque ele nos traz conteúdos que nos faz crescer e querer aprender
mais.sim
Quanto a este aspecto pode-se dizer que o docente é tido pelo aluno como seu
principal apoio e incentivo. Podemos ainda destacar que:
[...] se espera muito dos professores, que se lhes irá exigir muito, pois depende deles, em grande parte, a concretização de inspiração [desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades]. A contribuição dos professores é de crucial importância para preparar os jovens, não só para a encarar o futuro com confiança,mas para construí-lo eles mesmos de maneira determinada e responsável [...] os professores têm um papel determinantes na formação de atitudes [...] perante o estudo.Devem despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o rigor
intelectual e criar as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente (DELORS, 2000 p.152).
Ainda o mesmo autor afirma que a construção das habilidades dos alunos dependerá
de como o professor irá desenvolver suas competências, suas práticas e suas atitudes
vinculadas ao discente. Ele põe em questão a importância de como o professor aplica o
ensino, ou seja, que construção do conhecimento o discente é despertado a realizar pelo
professor? O professor desenvolve a autonomia, a curiosidade ou a motivação de seus alunos?
O que o leva a estudar na EJA?
De modo geral a maioria visa conseguir superar as dificuldades atuais por meio de um
trabalho melhor, adquirir conhecimento, e em contrapartida encontramos alunos do 1 º
segmento da EJA que enfatizaram ingressar no futuro na universidade.
Observa-se que as expectativas são as melhores possíveis, demonstrando que a
autoestima está realmente participando de seu cotidiano, e leva-nos a crer que a EJA começa
então a atingir seus principais objetivos.
Carvalho apresenta a fala de um aluno que corrobora com o que foi dito acima:
“Como eu estudo a noite, os professores maneram nas lições,mas eu gostaria que fosse
mais puxado para eu me adaptar ao clima de universidade”(CARVALHO,1997 p 64)
No livro o mesmo autor ressalta a opinião de um aluno:
O mesmo comenta que o conhecimento na EJA torna-se limitado e que os professores
deveriam prepará-los para a entrada na universidade, ou seja o aluno trás a persctiva de maior
crescimento para a vida.
Promover a conformação de um novo homem, capaz de reconhecer-se como indivíduo único, diferente dos demais, responsável, autônomo com uma personalidade singular e enfrentar, assim, o perigo da massificação, atomização e controle dirigido por elites.
Promover o juízo crítico e a nova conceitualização, após a abertura do sujeito para uma nova apreciação mais construtiva e consciente da sua realidade (FERREYRA,1998, p. 96)
O autor acima citado ainda expõe que o homem com uma visão ampla de seus
conhecimentos, crítico em suas opinões e que não aceita mais o senso comum. Homem esse
que vive em constante busca pelo conhecimento científico, se tornando valorizado como
sujeito de transformação da sociedade.
Quanto a considerar o professor inovador e criativo:
Os respondentes consideram que a professora é criativa e inovadora, pois sempre traz
novidades e temas interessantes para a aprendizagem. Sobre isso reflete-se que:
Esta capacidade de interagir com o conhecimento de forma autônoma, flexível e
criativa é a melhor preparação para vivência no nosso mundo supercomplexo, incerto, sempre
pronto a exigir novos saberes, inspiradores de novas ações.(ALARCÃO.2003.p30)
Para o mesmo autor a criatividade em si para os educadores atualmente é um fator que
requer rigorosidade e aos mesmo tempo perseverança, pois nem tudo que é criativo para um é
também criativo para o outro. A criatividade às vezes se torna algo que traz às vezes a
insegurança para aplicação do novo. O educador é um ser que sempre deve estar em constante
busca por novidades e deve estar sempre preparados para as diversidades.
Quanto a forma que o alunos da EJA acham que aprendem melhor:
Em geral todos enfatizaram a boa explicação do professor e a importância de se
aprender brincando, o que oportuniza a interação e socialização, muitas vezes perdida ao
longo do cotidiano.
Atualmente, a educação tem sido questionada quanto à eficácia de métodos utilizados por professores que buscam alternativas visando facilitar a aprendizagem do aluno. Dentre as metodologias mais eficazes esta a utilização da ludicidade, durante a aplicação de conteúdos, sendo o lúdico uma das pontes de ligação entre o aluno e o conhecimento. (MALUF, 2003, p. 29)
Para o mesmo autor a aprendizagem se torna adequada quando aplicada de forma
interativa entre os alunos.A ligação do brincar traz mais interesse para qualquer que seja o
aluno, trabalhando dessa maneiro o currículo de forma lúdica e aprazível ao cotidiano do
educando.
Quanto aos fatores que motivam e desmotivam a vir a aula.
Muitos foram os fatores citados, podemos destacar em especial o do aluno I e II que
diz:
Aluno I – (sic) “Os que motivam: correr atrás dos sonhos, melhorar de vida/ desmotivam:
Cansaço, doença e trabalho.”
Aluno II - (sic) “Os filhos, vontade de aprender/ Greve e as dificuldades.”
A maioria dos alunos são motivados pela necessidade de ler e escrever e ter um
emprego melhor e sentem desmotivados principalmente pelo cansaço,por greves que ocorrem
e por falta de apoio familiar.
Para muitos a situação escolar é vista como:
“ Minha noite é muito cansativa porque eu mal acabo de chegar do trabalho e antes de jantar já tenho de ir estudar”, : ou então “ é cansativo , chego na escola indisposta, sem coragem de estudar porque em geral trabalho demais, mais vale a
pena e é bacana porque eu me esforço para poder ser alguém na vida”.(CARVALHO, 1997, p..58)
O autor foi “muito feliz” em citar o cotidiano dessa aluna. Observa-se nesta fala, a
vivência da estudante que trabalha o dia todo, que estuda, e que mesmo em meio a tanto
motivos para desistir, se esforça para ser alguém na vida. Nota-se aqui que algo estimula essa
estudante. Será que esse estímulo vem apenas em querer ser alguém na vida? Não! e esse
estímulo está no poder de reflexão e ação de nos educadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizarmos esta pesquisa observou-se que a EJA é uma modalidade de
grande relevância. Compreendeu-se que mesmo em meio a tantos avanços e a
tantas lutas que houveram neste âmbito, ainda há muito a fazer, mas também ainda
existem pessoas que se importam com o crescimento e os desafios desta
modalidade.
Foi pertinente conhecermos o interesse que os educadores têm em fazer a
adesão pela formação continuada, pois sabemos que essa busca não se restringe
apenas a mais um titulo, mas a questão do aperfeiçoamento pelo conhecimento.
Vimos também que quando o docente se profissionaliza para formação
continuada direcionada a EJA ou em outras formações ele adquire maturidade na
teoria e consegue unificar o conhecimento à prática.
Esse estudo veio nos trazer um conhecimento gratificante, pois o mesmo nos
apresentou um pouco da vivencia dos sujeitos da EJA, sendo eles discentes e
docentes.
Encontramos nas salas de aulas professores e alunos que nos
apresentaram vários olhares acerca da EJA, sendo muitos deles ambíguos e
contraditórios, mas muito relevantes para este estudo, são eles: interesse,
desinteresse, compromisso e falta de compromisso. Analisa-se que há uma
controvérsia nestes aspectos, ou seja, professores e alunos compromissados,
entretanto um pouco desmotivados pelo enfado do dia a dia, pelo pouco
reconhecimento no segmento, e pelo déficit de recursos materiais que existe
atualmente.
Diante desta pesquisa conseguimos obter o entendimento, de que a EJA
passou por vários processos, tanto negativamente quanto positivamente, entretanto
atualmente compreendemos que esta modalidade está crescendo cada vez mais,
pois os integrantes da mesma têm se interessado pelo avanço de homens e
mulheres, que vem de uma vida desgastante e estão a procura de estudo e por a
idealizar mais que a alfabetização, mas quem sabe até o futuro ingresso no ensino
superior.
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