UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN
PR
Ministrio da Educao
Universidade Tecnolgica Federal do Paran
Cmpus Dois Vizinhos
PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM
CINCIAS BIOLGICAS
DOIS VIZINHOS, JUNHO DE 2014
VERSO ATUALIZADA: ABRIL DE 2016
2
Reitor da UTFPR
CARLOS EDUARDO CANTARELLI
Pr-Reitor de Graduao e Educao Profissional
MAURCIO ALVES MENDES
Diretor do Cmpus Dois Vizinhos
ALFREDO DE GUVEA
Diretor de Graduao e Educao Profissional
MARCELO MARCOS MONTAGNER
Coordenao de Curso
EVERTON RICARDI LOZANO DA SILVA
Comisso para Elaborao do Projeto (Portaria n 073 de 15 de junho de 2012)
Fernanda Ferrari
Fernando Carlos de Sousa
Glauber Sartori
Rosangela Aparecida Botinha Assumpo
Rosangela Maria Boeno
Equipe responsvel pela elaborao do PPC
Ncleo Docente Estruturante (Portaria n 025 de 14 de fevereiro de 2012 e n 089 de 18 de julho
de 2013)
Anelize Queiroz do Amaral
Carolina Zabini
Everton Ricardi Lozano da Silva (Presidente)
Fernando Carlos de Sousa
Marcela de Paiva Foletto
Paulo Fernando Diel
Rosangela Maria Boeno
Thiago Cintra Maniglia
3
Colegiado de Curso (Portaria n 023 de 13 de fevereiro de 2014)
Everton Ricardi Lozano da Silva - Presidente
Membros Titulares Membros Substitutos
Mara Luciane Kovalski Rosngela Maria Boeno
Gustavo Sene Silva Fernanda Ferrari
Diesse Aparecida de Oliveira
Sereia
Siderlene Muniz Oliveira
Daniela Macedo de Lima Marciele Felippi
Lilian de Souza Vismara Cristiane de Abreu Dias
Samara Ernandes Cleverson Busso
Patrcia Franchi de Freitas Fernando Carlos de Sousa
Michele Potrich Elton Celton de Oliveira
Emellyn Gabriela Ioris (Acadmica) Ana Cristina Algeri (Acadmica)
Assessoria Pedaggica e Reviso
Sandra Jubelli Mezzomo
Rosngela Maria Boeno
Equipe responsvel pela atualizao do PPC: verso 2016.
- Ncleo Docente Estruturante (Portaria n 153 de 21 de setembro de 2015)
Cleverson Busso
Daniela Aparecida Estevan
Daniela de Macedo Lima
Elton Celton de Oliveira (presidente)
Everton Ricardi Lozano da Silva
Fernando Carlos de Sousa
Gustavo Sene Silva
Mara Luciane Kovalski
Paulo Fernando Diel
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- Colegiado do Curso (Portaria n 154 de 21 de setembro de 2015)
Elton Celton de Oliveira Presidente
Membros Titulares Suplentes
Mara Luciane Kovalski Anelize Queiroz Amaral
Fernanda Ferrari Gustavo Sene Silva
Diesse Aparecida de Oliveira
Sereia
Lilian de Souza Vismara
Marciele Felippi Daniela Aparecida Estevan
Siderlene Muniz de Oliveira Paulo Fernando Diel
Juliana Morini Kupper Cardoso
Perseguini
Cleverson Busso
Marcela de Paiva Foletto Patrcia Franchi Freitas
Michele Potrich Jucelaine Haas
Lara Susan Marcos (Acadmica) Denis Damasio (Acadmico)
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SUMRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 7 1 IDENTIFICAO DO CURSO ............................................................................... 10 1.1 HISTRICO DA UTFPR ...................................................................................... 11 1.2 HISTRICO DO CMPUS DOIS VIZINHOS ...................................................... 12 1.3 HISTRICO DO CURSO .................................................................................... 14 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 20 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 23 3.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 23 3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................... 23 4 MISSO, VISO E VALORES .............................................................................. 25 4.1 MISSO .............................................................................................................. 25 4.2 VISO ................................................................................................................. 25 4.3 VALORES ........................................................................................................... 25 5 PERFIL DO EGRESSO E FUNDAMENTAO LEGAL ....................................... 26 5.1 REAS DE ATUAO ........................................................................................ 29 6 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA ........................................................ 30 6.1 CONCEPO DO CURSO ................................................................................. 30 6.2 DAS DIRETRIZES PARA A EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS ................ 32 6.3 HISTRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDGENA ............................... 33 6.4 EDUCAO AMBIENTAL .................................................................................. 36 7 GESTO ................................................................................................................ 38 7.1 COORDENAO DE CURSO ............................................................................ 38 7.2 NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE ............................................................. 38 7.3 COLEGIADO DE CURSO ................................................................................... 39 8 ESTRUTURA CURRICULAR ................................................................................ 40 8.1 GRADE CURRICULAR ....................................................................................... 46 8.2 PERIODIZAO ................................................................................................. 49 8.2.1 Regime de funcionamento ................................................................................ 49 8.2.2 Durao do curso ............................................................................................. 50 8.3 EMENTAS, BIBLIOGRAFIAS BSICAS E COMPLEMENTARES ...................... 54 8.3.1 Ementrio das disciplinas obrigatrias ............................................................. 54 8.3.2 Ementrio das disciplinas optativas ............................................................... 101 8.4 PRTICA DE ENSINO ...................................................................................... 179 9 METODOLOGIA .................................................................................................. 181 10 AVALIAO ...................................................................................................... 183 10.1 AVALIAO DO ENSINO-APRENDIZAGEM ................................................. 183 10.2 AVALIAO INSTITUCIONAL ........................................................................ 184 10.3 AUTO AVALIAO DO CURSO ..................................................................... 187 11 ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS (APS) .................................... 188 12 ATIVIDADES PRTICAS COMO COMPONENTE CURRICULAR (APCC) ..... 189 13 ATIVIDADES COMPLEMENTARES ................................................................. 190 14 ESTGIO SUPERVISIONADO .......................................................................... 192 15 TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO ..................................................... 193 16 ARTICULAO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO ......................... 195 17 TECNOLOGIA E INOVAO ............................................................................ 197 17.1 TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO TICs .......................... 198 18 APOIO AO DISCENTE ...................................................................................... 200 19 CURSO E COMUNIDADE ................................................................................. 204 20 INFRA-ESTRUTURA ......................................................................................... 208
6
20.1 SETOR ADMINISTRATIVO E DE APOIO ....................................................... 208 20.2 SALAS DE AULA ............................................................................................ 209 20.3 BIBLIOTECA E ACERVO BIBLIOGRFICO ................................................... 210 20.4 LABORATRIOS E UNIDADES DE ENSINO E PESQUISA .......................... 212 21 PLANO GERAL DE AES (PGA) .................................................................. 234 21.1 RELAO DE DOCENTES RESPONSVEIS PELAS DISCIPLINAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM CINCIAS BIOLGICAS ................................... 234 21.2 INFRAESTRUTURA EM PROCESSO DE IMPLANTAO ............................ 236 22 PROJETOS ........................................................................................................ 239 22.1 PROJETOS IMPLANTADOS .......................................................................... 239 22.2 PROJETOS EM IMPLANTAO .................................................................... 245 22.3 PROJETOS A SEREM IMPLANTADOS ......................................................... 246 23 AVALIAO DO PROJETO .............................................................................. 249 REFERNCIAS ....................................................................................................... 251
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Ncleo de Contedos Bsicos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................................... 46
Tabela 2 Ncleo de Contedos Especficos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................... 47
Tabela 3 Ncleo de Atividades Integradoras do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................... 48
Tabela 4 Totalizao de cargas horrias dos ncleos de contedos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ..... 48
Tabela 5 Carga horria das Atividades Complementares e dos Estgios Curriculares. ............................................................................................................ 48
Tabela 6 Carga horria total do curso. .................................................................. 49
Tabela 7 Periodizao do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. .............................................................................. 50
Tabela 8 Matriz curricular do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos ............................................................................... 53
Tabela 9 Instalaes do Setor Pedaggico da UTFPR - DV. .............................. 209
Tabela 10 Acervo bibliogrfico e audiovisual da UTFPR - DV. .......................... 210
Tabela 11 Nmero de livros por rea do conhecimento da UTFPR - DV. ......... 210
Tabela 12 Nmero de peridicos por rea do conhecimento da UTFPR - DV. 211
Tabela 13 Laboratrios e Unidades de Ensino e Pesquisa da UTFPR - DV. .... 212
Tabela 14 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anlise de Sementes da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 213
Tabela 15 Equipamentos existentes no Laboratrio de Ecologia e Botnica da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 214
Tabela 16 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anatomia, Fisiologia e Reproduo Animal da UTFPR - DV. ................................................................... 214
Tabela 17 Equipamentos existentes nos Laboratrios de Informtica da UTFPR - DV ......................................................................................................................... 215
Tabela 18 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia e Anlise de Alimentos da UTFPR - DV. .................................................................................... 215
Tabela 19 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia e Anlise de Alimentos da UTFPR - DV. .................................................................................... 216
Tabela 20 Equipamentos existentes no Laboratrio de Microbiologia da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 216
Tabela 21 Equipamentos existentes no Laboratrio de Solos da UTFPR - DV. ................................................................................................................................ 216
Tabela 22 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia da Madeira UTFPR - DV. ........................................................................................................... 217
Tabela 23 Equipamentos existentes no Laboratrio de Qumica, Bioqumica e Qualidade do Leite da UTFPR - DV. ..................................................................... 218
Tabela 24 Equipamentos existentes no Laboratrio de Topografia e Geoprocessamento UTFPR - DV. ......................................................................... 219
8
Tabela 25 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fitossanidade e Microscopia I da UTFPR - DV. .............................................................................. 219
Tabela 26 Equipamentos existentes no Laboratrio de Microscopia II da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 220
Tabela 27 Equipamentos existentes no Laboratrio de Zoologia/ Entomologia/ Parasitologia da UTFPR - DV. ............................................................................... 220
Tabela 28 Equipamentos existentes no Laboratrio de Controle Biolgico I e II da UTFPR - DV. ...................................................................................................... 220
Tabela 29 Equipamentos existentes no Laboratrio de Horticultura da UTFPR - DV. .......................................................................................................................... 221
Tabela 30 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fisiologia Vegetal da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 221
Tabela 31. Equipamentos existentes no Laboratrio de Ensino de Cincias e Biologia UTFPR - DV. ............................................................................................ 222
Tabela 32 Equipamentos existentes no Laboratrio de Bromatologia da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 225
Tabela 33 Equipamentos existentes no Laboratrio de Secagem da UTFPR - DV. .......................................................................................................................... 226
Tabela 34 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anatomia e Fisiologia Humana da UTFPR - DV. ....................................................................................... 226
Tabela 35 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Suinocultura da UTFPR - DV. ............................................................................... 227
Tabela 36 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Agroindstria da UTFPR - DV. .............................................................................. 227
Tabela 37 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Avicultura e Cunicultura da UTFPR - DV. ............................................................ 229
Tabela 38 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Abatedouro UTFPR - DV. ...................................................................................... 229
Tabela 39 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Bovinocultura e Agrostolgico da UTFPR - DV. ................................................. 230
Tabela 40 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Silvicultura e Viveiros da UTFPR - DV. ....................................................................................... 230
Tabela 41 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Silvicultura e Viveiros da UTFPR - DV. ................................................................ 230
Tabela 42 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Piscicultura da UTFPR - DV. ................................................................................. 231
Tabela 43 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Marcenaria da UTFPR - DV. .................................................................................. 231
Tabela 44 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fruticultura de espcies exticas da UTFPR - DV. ....................................................................................... 231
Tabela 45 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fruticultura espcies nativas da UTFPR - DV. ......................................................................................... 231
Tabela 46 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Apicultura da UTFPR - DV. ................................................................................... 232
Tabela 47 Equipamentos existentes no Laboratrio de Culturas anuais da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 232
9
Tabela 48 Equipamentos existentes no Laboratrio de Horta Medicinal e Olercolas da UTFPR - DV. .................................................................................... 232
Tabela 49 Equipamentos existentes no Laboratrio de Povoamentos florestais da UTFPR - DV. ...................................................................................................... 232
Tabela 50 Equipamentos existentes no Laboratrio de Produtos florestais da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233
Tabela 51 Equipamentos existentes no Laboratrio de viveiro florestal da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233
Tabela 52 Equipamentos existentes no Laboratrio de mudas hortcolas da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233
Tabela 53 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Floresta Nativa da UTFPR - DV. .......................................................................................... 233
Tabela 54 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Horta Medicinal e Olercolas da UTFPR - DV. ............................................................... 233
Tabela 55 Relao de docentes pelas disciplinas obrigatrias do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR, Cmpus Dois Vizinhos. ....... 235
10
1 IDENTIFICAO DO CURSO
O curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Cmpus Dois Vizinhos da
Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR-DV) tem por finalidade formar
bilogos com slida formao pedaggica, que alm de atuar em todas as reas de
competncia do bilogo constantes na legislao vigente no pas, estaro
plenamente capacitados a atuarem na docncia e gesto educacional nos anos
finais do ensino fundamental e no ensino mdio. O profissional tambm estar apto
a progredir em sua formao para atuar no ensino superior. Para alcanar o perfil
profissional pretendido, o curso est estruturado de forma a inserir os acadmicos
nas etapas de produo do conhecimento, sua transmisso e socializao dos
saberes cientficos na comunidade interna e externa universidade.
O tempo necessrio formao do Licenciado em Cincias Biolgicas de
oito semestres letivos, com uma carga horria total de 3.465 horas/aula para
cumprimento de disciplinas obrigatrias, disciplinas optativas, estgio
supervisionado, trabalho de concluso de curso e atividades complementares.
Denominao do curso: Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas
Titulao conferida: Licenciado em Cincias Biolgicas
Modalidade de curso: Curso Regular
Nvel do curso: Graduao
Durao do curso:
Tempo previsto - 8 semestres letivos
Tempo mximo - 12 semestres letivos
rea de conhecimento: Cincias Biolgicas
Habilitao e/ou nfase e/ou ncleo formador: Licenciatura em Cincias
Biolgicas
Processo seletivo: a admisso dos alunos ser feita por processo seletivo
definido pela UTFPR
Regime escolar: o curso presencial e funcionar em regime semestral,
contendo pr-requisitos, sendo a matrcula realizada por disciplina.
Nmero de vagas ofertadas por semestre: 44 (quarenta e quatro) vagas
totalizando 88 (oitenta e oito) vagas por ano
11
Turno de funcionamento: noturno
Incio do funcionamento do curso: segundo semestre de 2011 (Resoluo
do Conselho de Ensino Pesquisa e Ps-Graduao - COEPP 176/2010).
1.1 HISTRICO DA UTFPR
A histria da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, autarquia de
regime especial vinculada ao Ministrio da Educao, teve seu incio no comeo do
Sculo XX, quando em 1909 foi fundada a Escola de Aprendizes e Artfices de
Curitiba com oficinas de curtume e sapataria, como resultado da poltica instituda
pelo Presidente Republicano Nilo Peanha. Em 1937, a Escola de Aprendizes do
Paran transformou-se em Liceu Industrial de Curitiba, equivalendo escola de
ensino bsico, demonstrando a ampliao necessria para formar trabalhadores
com pensamento mais gil e flexvel na produo. Em 1942, o Liceu foi
transformado em Escola Tcnica de Curitiba, responsvel no s pelo ensino
bsico, mas tambm o mdio, sinalizando as novas alteraes do sistema. A Escola
Tcnica de Curitiba foi ampliada pela Lei 3.552 em 1959, tornando-se escola tcnica
federal, possibilitando-lhe maior autonomia administrativa e pedaggica, para
atender as novas exigncias do mercado. Essa medida refletiu a necessidade de
superao do modelo de ensino profissionalizante anterior, destinado formao de
trabalhadores operacionais.
As escolas tcnicas federais direcionavam-se para a formao de tcnicos
especialistas em planejamento, controle e superviso da produo. A continuidade
desse processo culminou com a liberao das escolas tcnicas para ministrarem
cursos de curta durao em Engenharia de Operao, pelo Decreto-lei 796/1969.
Em 1978, algumas escolas tcnicas, entre elas a do Paran, foram
transformadas pela Lei 6.545 em Centros Federais de Educao Tecnolgica
(CEFET) para ministrar cursos tecnolgicos, ensino superior e ps-graduao.
O sistema CEFET-PR expandiu-se durante a dcada de 90, descentralizando
unidades em vrias regies do Estado, com base no Programa de Expanso e
Melhoria do Ensino Tcnico criado em julho de 1986 pelo Governo Federal. Esse
programa ampliou a possibilidade do acesso ao ensino tcnico de 2 grau e de
12
Ensino Superior, para uma parcela significativa de alunos que deixaram de se
deslocar para os grandes centros a fim de concorrer s vagas l ofertadas.
Como resultados da poltica de expanso, foram criadas as Unidades de
Ensino Descentralizadas do Paran (UNEDs). O CEFET/PR construiu e implantou
cinco Unidades Descentralizadas: Unidade de Medianeira (1990); Ponta Grossa,
Cornlio Procpio e Pato Branco (1993); Campo Mouro (1995).
Em 1997 o governo federal instituiu o Programa de Reforma da Educao
Profissional, atendendo s determinaes da Lei de Diretrizes e Bases da Educao
(LDB) (BRASIL, 1996) e ao Decreto n 2.208 de 17 de abril de 1997 (este revogado
posteriormente pelo Decreto n 5.154 (BRASIL, 2004)), que regulamentou o ensino
tcnico. Tais determinaes desvinculavam o ensino mdio regular (2 grau) do
ensino tcnico. O ensino tcnico passou a ser ofertado em trs modalidades: o
Bsico para qualificao e requalificao profissional; Tcnico de nvel mdio (1,5 a
2 anos) para os alunos que estivessem cursando o ensino mdio (2 ano) ou
concludo; Tecnologia de nvel superior (3 a 4 anos) para aqueles que concluram o
Ensino Mdio e ou Tcnico.
Diante da restrio que a legislao impunha, de atuar apenas no ensino
tcnico e possvel reduo de repasses de recursos, devido aos cursos de ensino
superior e de ps-graduao, em 1997 proposta a transformao do CEFET-PR
em Universidade Tecnolgica, uma vez que o pargrafo nico do artigo 52 da LDB
faculta a criao de universidades especializadas por campo do saber.
Finalmente, aps longa caminhada, o CEFET-PR foi transformado em
Universidade Tecnolgica pela Lei Federal 11.184 de 07 de outubro de 2005,
publicada no Dirio Oficial da Unio em 10 de outubro de 2005, passando a ter a
denominao de Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR.
1.2 HISTRICO DO CMPUS DOIS VIZINHOS
A histria da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos resultado de inmeros esforos
da comunidade sudoestina. Na dcada de 70, representantes polticos, comunitrios
e com apoio do conjunto da populao, que mais tarde viria se constituir na
Associao dos Municpios do Sudoeste do Paran AMSOP, buscavam
13
materializar a ideia de construir o que seria a primeira Escola Agrotcnica Federal
(EAF) do Estado. Segundo IBGE (2007)1, o Sudoeste do Paran contava com uma
populao de 565.513 (quinhentos e sessenta e cinco mil, quinhentos e treze)
habitantes, economia voltada ao setor primrio, composto basicamente pelo
minifndio, a exemplo do oeste catarinense e paranaense. A implantao desta
Escola se tornou uma busca contnua na vida do Sudoeste do Paran e
especialmente no municpio de Dois Vizinhos.
Em 1992, por instruo da Secretaria da Educao Mdia e Tecnolgica -
SEMTEC, do Ministrio da Educao e do Desporto, Dois Vizinhos foi contemplado
com a criao da Escola, emitindo para tanto, parecer favorvel aquisio de uma
rea com aproximadamente 200 hectares, indispensvel para a viabilizao do
projeto, ficando evidenciado, portanto, a necessidade de uma contrapartida do
Municpio. As exigncias do MEC e as normas do Programa de Expanso do Ensino
Tecnolgico - PROTEC foram prontamente atendidas.
Em agosto de 1993, o Municpio adquiriu 191,3 ha de terra, deixando assim
evidenciada a vontade dos muncipes em edificar a futura EAF em Dois Vizinhos. No
dia 20 de dezembro de 1996, a Prefeitura Municipal de Dois Vizinhos procedeu a
inaugurao das obras j realizadas.
Para o funcionamento desta instituio de ensino criou-se uma Unidade de
Ensino Descentralizada - UNED (Portaria Ministerial 047, publicada no DOU em
14/01/97), vinculada EAF de Rio do Sul - SC, a qual era uma Autarquia Federal
vinculada ao MEC/SEMTEC criada pela Lei 8.670 de 30 de junho de 1.993 e
autarquizada pela Lei 8.731 de 16 de novembro de 1.993.
Em 14 de maro de 1997, procedeu-se o teste de seleo da primeira turma
de alunos, para o Curso de Tcnico Agrcola com habilitao em Agropecuria, a
qual colou grau em maio de 2000, sendo, portanto a turma pioneira de formados
desta escola.
Com os novos desafios propostos pela reforma da educao, em maro de
1999, no seu terceiro ano de existncia, deu-se incio ao primeiro curso Tcnico
Agrcola no sistema Ps-Mdio dentro dos moldes da reforma da educao, com
habilitaes em Agricultura, Zootecnia e Agropecuria.
1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo 2007. Disponvel em: www.ibge.gov.br. Acesso
em 21/01/2008.
14
A proposta inicial da autarquizao da UNED Dois Vizinhos foi buscada
incessantemente, porm a poltica implementada pelo governo federal poca
proibia a criao de novas autarquias federais. Alm disso, a manuteno da UNED
- Dois Vizinhos vinculada EAF Rio do Sul trazia uma srie de problemas de ordem
administrativa e de apoio pedaggico, devido, principalmente, distncia.
Diante de tal realidade, em meados de 2001, buscou-se incorporar a UNED -
Dois Vizinhos ao sistema CEFET-PR, por meio de uma comisso, com
representantes de ambas as instituies, para a elaborao de um projeto de
incorporao.
No dia 19 de novembro de 2003, a Escola Agrotcnica de Rio do Sul repassou
a Escola Agrotcnica Federal de Dois Vizinhos para o Sistema CEFET-PR, ficando
esta vinculada administrativamente UNED Pato Branco. Com a transformao em
2005 do Sistema CEFET-PR em UTFPR foi criado o Cmpus Dois Vizinhos,
inicialmente com sede administrativa no Cmpus Pato Branco. No incio de 2007, a
UTFPR Cmpus Dois Vizinhos passou a ter autonomia administrativa. Atualmente, o
Cmpus Dois Vizinhos tem os cursos de Bacharelado em Zootecnia, Agronomia,
Engenharia Florestal e Engenharia de Software, Licenciatura em Educao do
Campo e em Cincias Biolgicas. Desde a sua transformao em Universidade,
iniciou-se um processo gradativo de abertura de vagas para professores efetivos,
comeando com a abertura do curso de Zootecnia (2007) e ampliado em 2008,
atravs do projeto de Reestruturao e Expanso das Universidades (REUNI), com
a abertura do curso de Engenharia Florestal (2008), Agronomia e Cincias
Biolgicas (2011), Engenharia de Software (2014), Engenharia de Bioprocessos e
Biotecnologia (2015) e previso de abertura de Arquitetura para 2018.
1.3 HISTRICO DO CURSO
A implantao de cursos de licenciatura nas instituies federais de ensino
superior do Brasil (IFES) um dos compromissos que essas instituies possuem
com o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturao e Expanso das
Universidades Federais - REUNI (Decreto no. 6.096, de 24 de abril de 2007).
15
Na Universidade Tecnolgica Federal do Paran - Cmpus Dois Vizinhos,
entre os cursos possveis de serem implantados no mbito do REUNI e do Plano de
Desenvolvimento Institucional, o curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas foi
considerado uma das alternativas mais pertinentes diante da realidade regional e
estrutural do Cmpus, de acordo com o Relatrio da Comisso para estudo sobre a
implantao de um curso de licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos - Portaria 45 de
30 de abril de 2009 e Portaria 73 de 30 de junho de 2009.
Na regio sudoeste do Paran, at o ano de 2009 havia apenas duas
instituies privadas e nenhuma pblica que ofertasse o curso de Licenciatura em
Cincias Biolgicas. Essa pouca oferta do curso refletia na grande demanda por
professores que detivessem, em especial, formao especfica para atuao no
ensino de Cincias e Biologia na educao bsica. De acordo com dados levantados
junto aos Ncleos de Educao e diretores de escolas estaduais da regio, a
maioria dos professores atuantes no Sudoeste do Paran tinha formao apenas em
Cincias pelo antigo Centro Universitrio Catlico do Sudoeste do Paran (UNICS),
em Palmas, que s posteriormente foi federalizado tornando-se parte do Instituto de
Educao, Cincia e Tecnologia do Paran (IFPR). Tornou-se notria, portanto, a
escassez de instituies que ofereciam formao de profissionais para a educao
bsica na rea das Cincias Biolgicas nesta regio do Estado.
Associados carncia regional de professores para o ensino bsico, alguns
fatores de ordem estrutural e de recursos humanos tambm foram decisivos para a
definio pela abertura do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas. A estrutura
fsica disponvel e tambm projetada, por exemplo, era constituda especialmente
por laboratrios e reas experimentais mais ajustados a atender cursos da rea das
cincias agrrias e biolgicas. Da mesma forma, a formao do corpo docente
existente no Cmpus na poca do planejamento do curso, apesar de considerada
diversa, estava mais voltada para a rea das cincias agrrias e biolgicas.
Diante deste cenrio, a implantao do curso de Licenciatura em Cincias
Biolgicas foi avaliada como a mais vivel para o Cmpus Dois Vizinhos. O curso
visava atender a demanda de formao de recursos humanos e de agregao de
conhecimento comunidade do municpio e da regio, devido a sua relevncia para
o ensino e desenvolvimento da cincia e tecnologia na rea.
Uma vez definido, o curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas teve o
incio da concepo do seu projeto de abertura no ano de 2009, o qual foi elaborado
16
por uma Comisso designada pelas Portarias n 104 de 03 de Novembro de 2009 e
n 24 de 09 de maro de 2010, pelo Diretor Geral do Cmpus Dois Vizinhos -
UTFPR. Aps formulao, o projeto foi encaminhado para anlise do (COEPP) em
30 de setembro de 2010, tendo sido aprovado em 10 de dezembro de 2010
(Resoluo no. 176/2010 - COEPP), mediante atendimento ou justificativa de todas
as recomendaes.
O curso iniciou seu funcionamento em regime semestral com a oferta de 44
vagas e o ingresso da primeira turma ocorreu no segundo semestre de 2011. Os
estudantes foram selecionados por meio do Sistema nico de Seleo (SISU/MEC),
um processo seletivo cuja escolha dos candidatos s vagas efetuada com base
nos resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Mdio
(ENEM).
O atual Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas
foi aprovado pelo Colegiado do Curso em 01 setembro de 2014. A estrutura
curricular atual do curso, tal como apresentada neste Projeto Pedaggico, passou
por algumas modificaes ao longo de sua implantao, visando uma melhor
formao do egresso. Os ajustes promovidos foram todos aprovados pelo Colegiado
do Curso e pelo Conselho de Graduao e Educao Profissional (COGEP) desta
Universidade e sero apresentados a seguir:
- Resoluo no 66 de 25 de setembro de 2013 COGEP: aprovou a reestruturao
da grade curricular em funo da incluso das disciplinas de Estgio Curricular
Supervisionado em Cincias I e II e Estgio Curricular Supervisionado em Biologia I
e II. Os estgios foram includos como disciplinas no quinto, sexto, stimo e oitavo
perodos, respectivamente, computando, cada um, carga horria de 30 horas
presenciais (2 horas-aula por semana) e 70 horas em atividades prticas,
principalmente, as supervisionadas (APS). Para viabilizar este acrscimo de
disciplinas no quinto perodo, ocorreu a migrao da disciplina de Libras I para o
stimo perodo e a optativa 3 para o oitavo perodo. Alm do Estgio Curricular
Supervisionado em Cincias I, no quinto perodo foi acrescido uma hora-aula terica
na disciplina de Teoria e Prtica de Ensino de Cincias e Biologia 2. Tambm foi
realizada a migrao da disciplina de tica, Profisso e Cidadania do sexto para o
quinto perodo. No sexto perodo, adicionou-se a disciplina de Estgio Curricular
Supervisionado em Cincias II no lugar da disciplina de tica, Profisso e Cidadania
que migrou para o quinto perodo. No stimo perodo, a disciplina de Trabalho de
17
Concluso de Curso I (TCC I) foi reformulada, ficando com 30h de aulas presenciais
e 30h de atividades prticas supervisionadas (APS). Com isso, viabilizou-se a
insero da disciplina de Estgio Curricular Supervisionado em Biologia I. Ainda, a
disciplina de Libras 2 migrou para o oitavo perodo, dando lugar a Libras 1 vinda do
quinto perodo. No oitavo perodo, o mesmo procedimento adotado com a disciplina
de TCC I foi empregado na disciplina de TCC II, a qual ficou com 30h de aulas
presenciais e 30h de APS. Consequentemente, gerou-se espao para a adio da
disciplina de Estgio Curricular Supervisionado em Biologia II.
- Resoluo no 69 de 02 de outubro de 2013 COGEP: aprovou a incluso de novas
disciplinas optativas na grade do curso, sendo elas: Fotografia para Biologia,
Biotecnologia aplicada a microrganismos, Sistemtica e Evoluo, Poliquetologia,
Comportamento Animal, Redao Cientfica, Histotcnica, Padres do
Desenvolvimento, Bioqumica Experimental para Licenciatura, Marcadores
moleculares aplicados na conservao da biodiversidade e Sementes florestais
nativas: aspectos biolgicos e tecnolgicos.
- Resoluo no 15 de 07 de maro de 2014 COGEP: aprovou a alterao na carga
horria da disciplina optativa de Bioqumica Experimental, a qual passou de 2 horas
para 3 horas semanais, sendo 2 h de aulas prticas e 1h de aulas tericas.
- Resoluo no 76 de 14 de novembro de 2014 COGEP: aprovou a modificao na
durao das aulas, que passaram de 50 para 45 minutos. Esta mudana no alterou
a carga horria total do curso, pois houve uma compensao de carga horria com
atividades prticas supervisionadas (APS), que anteriormente correspondiam a 5,5%
do total e, aps a aprovao, passou a representar 15%. Embora esta modificao
no tenha alterado as unidades curriculares, as ementas e a periodizao das
disciplinas, foi suficiente para gerar uma nova matriz para o curso (matriz 22) e, com
isso, ocorreu a migrao dos alunos regulares para esta nova matriz. Os alunos
foram consultados e, em comum acordo, fizeram a opo pela nova grade.
- Resoluo no 88 de 24 de novembro de 2015 COGEP: aprovou a alterao na
carga horria das disciplinas optativas e dos Estgios Curriculares Supervisionados
em Cincias e Biologia, referente ao nmero de APS. Aps a modificao efetuada
pela resoluo no 76/14-COGEP, como descrito anteriormente, o nmero de
atividades prticas supervisionadas de todas as disciplinas optativas e dos Estgios
ficou desajustado. Assim, houve a necessidade desta correo para que a carga
horria total do curso (3465 horas) fosse mantida. As disciplinas optativas com 2
18
horas-aula semanais passaram a apresentar um total de 6 horas-aula de APS e as
disciplinas com 3 horas-aula semanais tiveram um ajuste para um total de 9 horas-
aula de APS. Todas as disciplinas de Estgio Curricular Supervisionado, Cincias I e
II e Biologia I e II, no haviam sido contabilizadas com carga horria de APS na
resoluo no 76/14-COGEP e, desta forma, tiveram uma adio de 100 horas-aula
de APS, dado as suas caractersticas singulares que envolvem ambientao,
observao, planejamento de ensino e regncia, conforme descrito na resoluo no
66/13-COGEP.
- Resoluo no 89 de 24 de novembro de 2015 COGEP: aprovou a insero de
novas disciplinas optativas na grade do curso, sendo que parte delas foram
aproveitadas da grade de outros cursos do Cmpus Dois Vizinhos e a outra parte
representou as novas demandas dos docentes. As disciplinas aproveitadas de
outros cursos foram: Entomologia (Agronomia), Climatologia Ambiental (Agronomia),
Bioinformtica (Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Enzimologia Aplicada
(Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Anlise de Alimentos (Engenharia de
Bioprocessos e Biotecnologia), Biotecnologia Animal (Engenharia de Bioprocessos e
Biotecnologia), Biotecnologia Aplicada ao Melhoramento Vegetal (Engenharia de
Bioprocessos e Biotecnologia), Recursos Genticos e Melhoramento Vegetal
(Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Fitogeografia (Engenharia Florestal),
Dendrologia e Fitossociologia (Engenharia Florestal), Poltica e Legislao: Florestal
e Ambiental (Engenharia Florestal), Etnobiologia (Engenharia Florestal), Ecologia da
Paisagem (Engenharia Florestal), Manejo e Conservao da Fauna Silvestre
(Engenharia Florestal), Percias, Licenciamento e Avaliao de Impacto Ambiental
(Engenharia Florestal), Manejo e Criao de Animais Silvestres (Zootecnia),
Tecnologia da Informao e Comunicao na Educao (Engenharia de Software),
Empreendedorismo e Inovao (Engenharia de Software), Fundamentos
Sociolgicos e Antropolgicos da Educao (Licenciatura em Educao no Campo)
e Histria e Cultura Afro-Brasileira (Licenciatura em Educao no Campo). As novas
disciplinas optativas demandadas pelos professores do curso foram:
Biomonitoramento, Ictiologia, Ensino de Gentica na Educao Bsica,
Metodologias de Sequenciamento Gentico, Oceanologia Elementar, Fundamentos
de Citogentica, O Ensino de Botnica na Educao Bsica, A Perspectiva de
Ensino por Pesquisa no Ensino de Cincias e Biologia, Reflexes sobre o Trabalho
do Professor de Cincias e Biologia, Mtodos para Anlise de Qualidade de gua,
19
Experimentao em Ecologia de Organismos Aquticos Fotossintetizantes,
Interculturalidade e Diversidade na Educao, Bioterismo e Experimentao Animal,
Fundamentos de Anatomia de Animais Domsticos, Neurocincia do Aprendizado,
Neuroanatomia Funcional, Biologia e Cidadania e Mtodos de Ensino e Pesquisa em
Anatomia e Fisiologia Humana.
20
2 JUSTIFICATIVA
A Lei 11.184 de 7 de outubro de 2005 que transformou o Centro de Educao
Tecnolgica Federal do Paran em Universidade Tecnolgica Federal do Paran em
seu artigo quatro, que trata dos objetivos da universidade, j determinava que a
instituio deveria ministrar cursos de licenciatura, bem como programas especiais
de formao pedaggica, com vistas formao de professores e especialistas para
as disciplinas nos vrios nveis e modalidades de ensino de acordo com as
demandas de mbito local e regional.
O Projeto Poltico Institucional (PPI) da UTFPR, elaborado em 2007 e
reelaborado em 2013 afirma o compromisso com o ensino tecnolgico por se tratar
de uma universidade especializada e que tem atuado nesta rea com excelncia por
mais de 100 anos. Ao mesmo tempo o PPI reafirmou o compromisso com o ensino
de licenciatura ao afirmar que o atuar nos diferentes nveis e modalidades de
ensino (Art. 2, Lei n 11.184/05) constitui uma das trs dimenses fundamentais da
UTFPR para a qual a universidade deve ofertar, entre outros tipos, cursos de
licenciatura concebidos em consonncia com sua vocao histrica, com as
diretrizes de seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e com as demandas
sociais.
Ainda no ano de 2007, atravs do Decreto 6.096 de 24 de abril, foi institudo o
Programa de Apoio ao Plano de Reestruturao e Expanso das Universidades
Federais (REUNI) que, em seu artigo, determinava como uma das diretrizes do
programa a diversificao das modalidades de graduao, preferencialmente no
voltadas profissionalizao precoce e especializada. Assim, na elaborao do
Plano de Reestruturao e Expanso da UTFPR, determinou-se para a expanso da
graduao presencial a oferta de ao menos uma licenciatura em cada Cmpus da
universidade. Com a abertura de cursos de licenciatura, o Plano de Reestruturao
e Expanso da UTFPR buscava minimizar a carncia de professores para a
educao bsica, principalmente para as reas da fsica, qumica, biologia e
matemtica; e servir como referncia de qualidade na formao docente para as
regies onde os campi esto instalados. Alm disso, a UTFPR entende que, por
possuir importante atuao no segmento da educao profissional tecnolgica,
21
necessita de suporte didtico-pedaggico que os cursos de licenciatura iro
disponibilizar a toda comunidade acadmica.
Aprovado o referido Plano de Reestruturao e Expanso da UTFPR pelo seu
Conselho Universitrio (COUNI) atravs da Deliberao n 17 em 20/12/2007 e pela
Comisso de Homologao do MEC em 16/01/2008, firmou-se o Acordo de Metas n
05 que foi assinado em maro de 2008 entre o MEC e a UTFPR e que estabeleceu,
entre outras metas, que a universidade deveria saltar de um total de 24 cursos de
graduao em 2007 para 56 cursos at 2012, sendo destes 13 no perodo noturno.
Para indicar o curso noturno mais vivel no Cmpus Dois Vizinhos, foi
designada pela Portaria 45 da Direo Geral, de 30 de abril de 2009, e prorrogada
pela Portaria 73 de 30 de junho de 2009, a Comisso para Estudo Sobre a
Implantao de um Curso de Licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos. A comisso
estabeleceu como objetivo identificar cursos de licenciatura que no fossem
oferecidos por universidades pblicas na regio e optar por um curso que viesse de
encontro s demandas locais e que pudesse ser ofertado aproveitando-se ao
mximo a estrutura fsica e o corpo docente j instalado no Cmpus.
Nos levantamentos da referida comisso constatou-se que no Sudoeste do
Paran em 2009 havia 120 cursos de graduao. Destes 30 (25%) eram oferecidos
em instituies pblicas de ensino e 90 (75%) em instituies privadas ou
filantrpicas. No primeiro semestre de 2009, de acordo com a Associao dos
Municpios do Sudoeste do Paran (AMSOP), havia 15.090 alunos matriculados em
cursos de nvel superior no Sudoeste do Paran, dos quais 4.196 (27,8%) em
instituies pblicas.
No que se refere s licenciaturas, levantou-se que vinte cursos estavam
sendo ofertados na regio abrangendo as reas de cincias, educao fsica,
geografia, histria, letras, matemtica e pedagogia. Apenas sete licenciaturas eram
oferecidas em instituies pblicas de ensino: matemtica e letras com habilitao
em Ingls na UTFPR de Pato Branco; geografia e pedagogia pela Universidade
Estadual do Oeste do Paran - Unioeste em Francisco Beltro; pedagogia e cincias
com habilitao em biologia, fsica e qumica na Unicentro em Chopinzinho e a
licenciatura em letras com habilitao em portugus e espanhol pela Universidade
Federal da Fronteira Sul UFFS em Realeza. Alm destes, havia um curso
itinerante em Educao do Campo oferecido pela Unioeste em Francisco Beltro.
22
Um processo que se considerou na anlise foi a possibilidade de
incorporao de instituies privadas de ensino por instituies pblicas. Neste
sentido, observou-se que a UNICS Palmas passou pelo processo de federalizao
junto ao MEC, sendo incorporada ao Instituto Federal do Paran. O ento
denominado IFPR Palmas possui cinco cursos de licenciatura: artes visuais,
educao fsica, letras com habilitao em portugus e ingls, qumica e pedagogia.
J a Faculdade Vizinhana Vale do Iguau - Vizivali, Dois Vizinhos, que pertence ao
mesmo grupo da UNICS, possui cursos de licenciatura em artes visuais, letras e
pedagogia e, recentemente, est encerrando suas atividades.
Observou-se que no existiam universidades pblicas que oferecessem a
modalidade de licenciatura em Cincias Biolgicas na regio sudoeste do Paran, o
que reforou a viabilidade para a implantao desse curso no Cmpus Dois
Vizinhos. Alm disso, nesta regio existia apenas o curso de Cincias da UFFS, com
rea de concentrao em Biologia, e o curso de Cincias Biolgicas da UNICS-
Palmas (instituio privada de ensino). Adicionalmente, observou-se que o curso
apresentava demanda pelas mdias expressivas de concorrncia nos vestibulares
das instituies pblicas nas diferentes regies do estado.
Destaca-se ainda o fato de que em consulta feita pelos membros da
comisso, alguns diretores de escolas estaduais vinculadas ao Ncleo Regional de
Educao de Dois Vizinhos, quando questionados sobre as necessidades de
professores, ressaltaram a carncia na rea de Cincias Biolgicas, sugerindo a
implantao dessa licenciatura.
Ao final dos trabalhos, a Comisso para Estudo Sobre a Implantao de um
Curso de Licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos definiu em seu relatrio final pela
indicao do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas. A comisso justificou
sua indicao considerando que a estrutura disponvel no Cmpus e a formao
profissional do corpo docente j lotado eram mais relacionadas a essa rea do
conhecimento. Considerou-se tambm que os professores que atuam na rea de
Cincias Biolgicas na regio so, em sua maioria, oriundos de outras regies do
estado demonstrando a carncia de formao de professores na prpria regio
Sudoeste. Portanto, entendeu-se que um curso de Cincias Biolgicas em Dois
Vizinhos aproveitaria a estrutura j instalada e atenderia a demanda de formao de
professores na regio.
23
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
O Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Cmpus Dois Vizinhos da
Universidade Tecnolgica Federal do Paran tem por finalidade formar professores
de cincias para os anos finais do ensino fundamental e de biologia para o ensino
mdio. Alm disso, o profissional formado ser bilogo e poder atuar nas demais
reas de competncia do bilogo, desde que atenda a legislao vigente no pas.
3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Considerando que o campo de atuao do bilogo se estende pelas reas de
educao, pesquisa e prestao de servio comunidade, busca-se:
Formar professores para o Ensino de Cincias no Ensino Fundamental e de
Biologia no Ensino Mdio, que considerem na sua prtica docente a relao entre
teoria e prtica.
Preparar educadores capazes de centralizar o processo de
ensino/aprendizagem no aluno, considerando a necessidade de acolhimento e trato
da diversidade.
Instrumentalizar docentes para o uso de tecnologias da informao e da
comunicao e de metodologias, estratgias e materiais de apoio inovadores, bem
como para o desenvolvimento de hbitos de colaborao e de trabalho em equipe.
Formar profissionais com esprito crtico e investigativo aptos a atuarem na
pesquisa bsica e aplicada.
Formar bilogos com conhecimento generalista na grande rea de Cincias
Biolgicas e aptos a se especializarem por meio da ps-graduao para atuar nas
subreas da Biologia no Ensino Superior.
24
Promover a formao bsica, permitindo ao aluno se capacitar por meio de
formao continuada para atuar na orientao, assessoramento e prestao de
consultoria, realizao de exames, percias, emisso de laudos tcnicos e pareceres
de competncia do bilogo, de acordo com a legislao vigente no pas.
25
4 MISSO, VISO E VALORES
4.1 MISSO
Promover formao de excelncia em Cincias Biolgicas por meio do
ensino, pesquisa e extenso, contribuindo para o desenvolvimento social, cientfico e
tecnolgico da comunidade.
4.2 VISO
Ser referncia na formao de Bilogos licenciados, oferecendo slida
fundamentao pedaggica de modo a tornar-se modelo na formao de
professores.
4.3 VALORES
tica: atuar com base em valores ticos e legais para gerar e manter a
credibilidade junto sociedade.
Desenvolvimento humano: formar o cidado solidrio e integrado no contexto
social de modo que sua prtica seja vinculada a realidade da comunidade.
Integrao social: realizar aes interativas com a sociedade contribuindo
para a popularizao do conhecimento e promovendo o desenvolvimento social e
tecnolgico.
Inovao: valorizar ideias e aes capazes de ampliar as possibilidades de
ensino-aprendizagem, contribuir com a elaborao de estudos inovadores e
promover o desenvolvimento tecnolgico.
Qualidade e excelncia: promover a formao de profissionais qualificados
para contribuir com a melhoria contnua dos servios oferecidos a sociedade.
26
5 PERFIL DO EGRESSO E FUNDAMENTAO LEGAL
O profissional estar capacitado ao exerccio do trabalho em Cincias
Biolgicas, em especial na rea de ensino, em todas as suas dimenses. O egresso
ter amplo conhecimento biolgico, estando capacitado para atuar como sujeito
transformador da realidade, considerando os parmetros bioticos e legais e
buscando a melhoria da qualidade de vida.
Enquanto licenciado dever ter conscincia de sua responsabilidade como
educador. Ademais, trabalhar o contedo de forma integrada, contextualizada e com
rigor cientfico, estando apto a atuar multi e interdisciplinarmente para estimular o
raciocnio crtico, a criatividade e o compromisso dos alunos, no que se refere s
questes fundamentais das cincias biolgicas e suas tecnologias, atuando assim
de acordo com o Parecer CNE/CES n 1301/2001, de 06/11/2001.
Portanto, o currculo do curso est organizado de modo que o egresso
apresente as seguintes caractersticas:
- Consciente de sua responsabilidade como educador, nos vrios contextos
de atuao profissional;
- Comprometido com os resultados de sua atuao, pautando sua conduta
profissional por critrios humansticos, compromisso com a cidadania e rigor
cientfico, bem como por referenciais ticos legais;
- Apto a atuar multi e interdisciplinarmente nos mais diversos contextos
educacionais e sociais;
- Preparado para desenvolver ideias inovadoras e aes estratgicas,
capazes de ampliar e aperfeioar sua rea de atuao.
- Capacitado para atuar como gestor nas instituies educacionais, pautando-
se nos princpios da gesto democrtica.
- Generalista, crtico, tico e cidado, com esprito de solidariedade;
- Detentor de adequada fundamentao terica, como base para uma ao
competente, que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos,
bem como sua organizao e funcionamento em diferentes nveis, suas relaes
filogenticas e evolutivas, suas respectivas distribuies e relaes com o meio em
que vivem;
27
- Consciente da necessidade de atuar tanto no ensino quanto na pesquisa
com qualidade e responsabilidade em prol da conservao e manejo da
biodiversidade, polticas de sade, meio ambiente, biotecnologia, bioprospeco,
biossegurana, na gesto ambiental, tanto nos aspectos tcnico-cientficos, quanto
na formulao de polticas, e de se tornar agente transformador da realidade
presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;
- Comprometido com os resultados de sua atuao, pautando sua conduta
profissional por critrios humansticos, compromisso com a cidadania e rigor
cientfico, bem como por referenciais ticos legais;
- Apto a atuar multi e interdisciplinarmente nos mais diversos contextos
educacionais e sociais;
- Preparado para desenvolver ideias inovadoras e aes estratgicas,
capazes de ampliar e aperfeioar sua rea de atuao.
O egresso tambm dever estar atento s Leis relativas ao Exerccio
Profissional do Bilogo, as quais so regulamentadas pelo Conselho Federal de
Biologia e pelos Conselhos Regionais de Biologia. Cabe citar as seguintes leis: Lei
Federal 6684/79, que regulamenta as profisses de Bilogo e de Biomdico, cria o
Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, e d suas
outras providncias; Lei Federal 7017/82, que dispe no artigo 1, sobre os
Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e de Biologia, desmembrando-os em
Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e Conselhos Federal e Regionais de
Biologia, passando a constituir entidades autrquicas autnomas; Decreto
88.438/83; a Resoluo CFBio n 005/85 explicita os termos genricos utilizados
para discriminar as atividades profissionais do bilogo; Resoluo CFBio n 01/90
(dispe sobre concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Controle de
Vetores); Resoluo CFBio n 11/91 (cria as COFEPs - Comisses de Orientao e
Fiscalizao do Exerccio Profissional no mbito dos CRBios, define competncias e
institui o Manual de Orientao e Fiscalizao do Exerccio Profissional MOFEP);
CFBio n 12/91 (dispe sobre o registro profissional de Bilogos que exercem cargo
ou funo no Magistrio de 3 grau); Resoluo CFBio n 01/93 (dispe sobre a
Concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Testes de Investigao de
Paternidade por Anlise de cido Desoxiribonucleico (ADN) e outros Marcadores
Genticos Moleculares); Resoluo CFBio n 12/93 (regulamenta a concesso de
Termo de Responsabilidade Tcnica em Anlises Clnicas e d outras providncias);
28
Resoluo CFBio n 17/93 (Dispe sobre normas e procedimentos para a concesso
do ttulo de Especialista em reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n
03/96 (regulamenta a concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Anlise
e Controle de Qualidade Fsico-qumica e Microbiolgica de guas, inclusive as de
Abastecimento Pblico); Resoluo CFBio n 05/96 (institui a regulamentao para
Concesso da Anotao de Responsabilidade Tcnica no mbito de servios
inerentes Profisso de Bilogo); Resoluo CFBio n 03/99 (dispe sobre normas
e procedimentos para a concesso do Termo de Responsabilidade Tcnica - TRT -
nas diversas reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n 06/00, adendo a
Resoluo CFBio n 17/93 (dispe sobre normas e procedimentos para a concesso
do Ttulo de Especialista em reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n
10/03 (dispe sobre as Atividades, reas e Subreas do Conhecimento do Bilogo);
Resoluo CFBio n 30/04 (dispe sobre a Re-Ratificao da Resoluo n 11/03
(dispe sobre a regulamentao para Anotao de Responsabilidade Tcnica ART
por atividade profissional no mbito das atividades inerentes profisso de Bilogo);
Resoluo CFBio n 60/05 re-ratifica as Resolues CFBio n 11/03 e n 30/04
(dispem sobre a regulamentao para Anotao de Responsabilidade Tcnica
ART por atividade profissional no mbito das atividades inerentes a profisso de
Bilogo); Resoluo CFBio n 151/08 (dispe sobre a impossibilidade de registro nos
CRBios de portadores de diplomas dos cursos de Educao a Distncia - EAD e do
Programa Especial de Formao Pedaggica de Docentes (Lei N 9.424, de
24/12/1996); Resoluo CFBio n 214/10 (dispe sobre a regulamentao para
incluso ao Acervo Tcnico de atividades e servios profissionais regulamentados
pelo CFBio, prestados por Bilogos fora do Brasil); Resoluo CFBio n 227/10
(dispe sobre a regulamentao das Atividades Profissionais e as reas de Atuao
do Bilogo, em Meio Ambiente e Biodiversidade, Sade e, Biotecnologia e
Produo, para efeito de fiscalizao do exerccio profissional); e Resoluo CFBio
n 300/12 (estabelece os requisitos mnimos para o Bilogo atuar em pesquisa,
projetos, anlises, percias, fiscalizao, emisso de laudos, pareceres e outras
atividades profissionais nas reas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Sade e,
Biotecnologia e Produo).
29
5.1 REAS DE ATUAO
O egresso do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR
Cmpus Dois Vizinhos, na condio de bilogo poder atuar nas seguintes reas:
1. Ensino: docncia de Cincias, no ensino fundamental; de Biologia, no
ensino mdio e das subreas da Biologia no ensino superior em instituies de
ensino do sistema pblico ou privado. Atuao em questes educacionais como
novas propostas pedaggicas para o ensino de Cincias e Biologia, bem como
trabalhar com educao ambiental em parques, reservas, zoolgicos e outros
espaos no formais de ensino.
2. Pesquisa: elaborao, coordenao e execuo de projetos de pesquisa
bsica e aplicada.
3. Prestao de servios comunidade: orientao, assessoramento e
prestao de consultorias a empresas, fundaes, autarquias, sociedades e
associaes de classe, no mbito de sua especialidade. Realizao de exames,
percias, emisso e assinatura de laudos tcnicos e pareceres, de acordo com o
currculo efetivamente realizado, conforme legislao vigente.
30
6 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA
6.1 CONCEPO DO CURSO
A Biologia a cincia que estuda os seres vivos, a relao entre eles e o
meio ambiente, alm dos processos e mecanismos que regulam a vida. Portanto, os
profissionais formados nesta rea do conhecimento tm papel preponderante nas
questes que envolvem o conhecimento da natureza.
O estudo das Cincias Biolgicas deve possibilitar a compreenso de que a
vida se organizou atravs do tempo, sob a ao de processos evolutivos, tendo
resultado numa diversidade de formas sobre as quais continuam atuando as
presses seletivas. Esses organismos, incluindo os seres humanos, no esto
isolados, ao contrrio, constituem sistemas que estabelecem complexas relaes de
interdependncia. O entendimento dessas interaes envolve a compreenso das
condies fsicas do meio, do modo de vida e da organizao funcional interna
prpria das diferentes espcies e sistemas biolgicos. Contudo, uma ateno
particular deve ser dispensada s relaes estabelecidas pelos seres humanos,
dada a sua especificidade. Em tal abordagem, os conhecimentos biolgicos no se
dissociam dos sociais, polticos, econmicos e culturais.
O Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR buscar como
estratgia, a construo/produo do conhecimento de forma integrada, que gere a
consolidao dos conhecimentos necessrios s competncias e habilidades do
egresso.
Para tanto, devero ser estimuladas aes que privilegiem a associao entre
alunos, professores e funcionrios em atividades que vo alm do ensino, ou seja,
que incluam a pesquisa e a extenso como parte integrante do processo de
ensino/aprendizagem.
Os alunos sero estimulados a entrar em contato com a realidade futura do
meio de atuao profissional por meio da associao ensino, pesquisa e extenso;
pela articulao das disciplinas s Atividades Prticas como Componente Curricular
(APCC) e s Atividades Prticas Supervisionadas (APS); pelo estgio
supervisionado; pelas atividades complementares e pelo trabalho de concluso de
31
curso. Tal processo possibilitar o conhecimento, desde a graduao, dos
problemas, potencialidades e perspectivas a serem vivenciados futuramente,
retroalimentando e revisando o conhecimento, bem como as atividades de ensino. A
participao dos alunos em projetos de pesquisa e extenso assegura o papel social
da universidade junto comunidade onde est inserida.
O ensino prtico do curso ter suas possibilidades ampliadas pela associao
entre universidade e comunidade, na forma de convnios e intercmbios
institucionais promovendo um constante contato entre universidade e sociedade.
A construo da grade curricular est baseada no estabelecimento de pr-
requisitos mnimos, na oferta de disciplinas optativas e de atividades
complementares de graduao, as quais oportunizaro aos acadmicos uma
formao diferenciada, atendendo aos seus anseios individuais, dentro das
possibilidades de formao e atribuio profissional legal, permitindo tambm
atualizao constante.
As atividades complementares de graduao devero ser estabelecidas de
forma sistemtica e ofertadas aos alunos. Estas atividades permitiro o
aprimoramento da formao profissional do egresso, sendo j normatizadas pelo
Regulamento das Atividades Complementares dos Cursos de Graduao da UTFPR
(aprovado pela Resoluo n 61/06 (COEPP) e retificado pela Resoluo n 56/07
(COEPP)).
Almeja-se que os alunos tenham participao efetiva nas atividades
acadmicas do curso, assim como naquelas atividades extraclasse, com o uso
frequente da estrutura da biblioteca, o contato constante com os professores fora
dos horrios de aula para dirimir dvidas, trabalhos em grupo, atuao em projetos
de pesquisa, extenso e ensino, comisses, movimentos estudantis, dentre outros,
caracterizando uma formao mais ampla e cidad. A participao dos alunos
nestas atividades, de forma complementar as disciplinas cursadas, sob a orientao
dos professores, requisito fundamental formao desejada, alm do zelo
necessrio pelo patrimnio pblico e do bom relacionamento com colegas,
professores e tcnico-administrativos, atendendo ao Regulamento Disciplinar Do
Corpo Discente da UTFPR, no 30 de 27 de maio de 2015.
Para o corpo docente, as atitudes esperadas partem do princpio da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso, desenvolvendo suas
atividades em consonncia com os objetivos da UTFPR. Para tanto, o trabalho
32
docente deve ser embasado em princpios ticos e humansticos, atualizao
tcnica e didtico-pedaggica contnua, insero cientfica, forte atuao junto aos
discentes, participao na gesto acadmica e administrativa, promovendo cada vez
mais a insero social do curso e, consequentemente, da universidade. Esse
processo deve ocorrer de forma associada, visando produo do conhecimento e
valorizao da pessoa humana, priorizando a interdisciplinaridade de modo a
instigar nos acadmicos uma viso holstica do conhecimento e da realidade.
6.2 DAS DIRETRIZES PARA A EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS
Os direitos humanos tem como marco a Declarao Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), proclamada pela Assembleia Geral das Naes Unidas em Paris
em 1948, por meio da Resoluo 217 A (III) da Assembleia Geral, cujo objetivo
estabelecer uma norma comum a ser alcanada por todos os povos e naes. Esta
Declarao estabelece, pela primeira vez, a proteo universal dos direitos
humanos.
No Brasil, este direito est estabelecido na Constituio Federal de 1988, a
qual contempla Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Direitos Sociais e Direitos
Polticos.
Atendendo ao que dispe a Resoluo CNE/CP N 1, de 30 de maio de 2012,
que estabelece Diretrizes Nacionais para a Educao em Direitos Humanos, as
instituies de ensino, dentre elas de Ensino Superior, cabe efetivao da
Educao em Direitos Humanos, conforme o exposto em seu Art. 8: "A Educao
em Direitos Humanos dever orientar a formao inicial e continuada de todos (as)
os (as) profissionais da educao, sendo componente curricular obrigatrio nos
cursos destinados a esses profissionais".
A referida resoluo prope em seu Art. 6:
A Educao em Direitos Humanos, de modo transversal, dever ser
considerada na construo dos Projetos Poltico-Pedaggicos (PPP); dos
Regimentos Escolares; dos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI);
dos Programas Pedaggicos de Curso (PPC) das Instituies de Educao
33
Superior; dos materiais didticos e pedaggicos; do modelo de ensino,
pesquisa e extenso; de gesto, bem como dos diferentes processos de
avaliao.
Em seu Art. 7, a Resoluo apresenta as formas como esta temtica poder
ser desenvolvida tanto na Educao Bsica, quanto na Superior, sendo: "I - pela
transversalidade, por meio de temas relacionados aos Direitos Humanos e tratados
interdisciplinarmente; II - como um contedo especfico de uma das disciplinas j
existentes no currculo escolar; III - de maneira mista, ou seja, combinando
transversalidade e disciplinaridade".
Diante do exposto, o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas trabalha o
contedo de Direitos Humanos de modo transversal e interdisciplinar, dando nfase
deste contedo nas disciplinas obrigatrias de Polticas Educacionais e tica,
Profisso e Cidadania e nas disciplinas optativas de Histria e Cultura Afro-Brasileira
e Interculturalidade e Diversidade na Educao.
Alm disso, a instituio tem o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educao
(GREPE) com a linha de pesquisa "Histria e Cultura Afro-Brasileira; Literatura de
Minorias; Gnero e Diversidade Sexual", a qual contempla os direitos humanos. Os
membros do GREPE renem-se mensalmente para debater temas referentes s
linhas de pesquisa, socializar informaes sobre pesquisas e promover outras
atividades.
Neste sentido, o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR
aborda essa temtica por meio do ensino, pesquisa e extenso, contemplando os
trs eixos do trabalho universitrio.
6.3 HISTRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDGENA
A Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003 que alterou a lei n 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 (LDB), tornou obrigatrio o ensino da Histria e Cultura Afro-
Brasileira na Educao Bsica. Em 2004, o Conselho Nacional de Educao, por
meio da Resoluo CNE/CP n 1, de 17 de junho de 2004, instituiu as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o
34
Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Tais diretrizes devem ser
observadas pelas instituies, em todos os nveis de ensino, em especial, por
instituies que desenvolvem programas de formao inicial e continuada de
professores.
Em 10 de maro de 2008 a Lei 11.645 em seu artigo n 1, que altera o artigo
26-A da Lei de Diretrizes e Bases, tornou obrigatria a incluso no currculo oficial
da rede de ensino a temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio,
pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira
e indgena.
1 O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos
aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da populao
brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da
frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura
negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na formao da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes
histria do Brasil.
2 Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos
indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em
especial nas reas de educao artstica e de literatura e histria brasileira.
A lei objetiva inserir nos processos de educao formal as temticas que
historicamente ficaram excludas dos currculos e da formao escolar e
universitria. A escola e a educao tambm so geradoras de excluso na medida
em que se omitem de discutir os temas centrais que compem a histria e a cultura
de povos que historicamente foram excludos.
Os negros e os ndios tiveram desde a chegada dos colonizadores suas
histrias negadas. Os ndios foram vtimas da colonizao, tiveram suas terras
roubadas, seus povos foram destrudos e a sua cultura foi negadas pelos brancos.
Os negros arrancados de sua terra, a frica, foram transplantados ao Brasil, sendo a
marca desta histria, a escravido. Assim o Brasil carrega no seu cdigo gentico
histrico a marca da escravido dos negros e do extermnio dos povos indgenas.
Esta histria marcou a completa excluso social destes dois grupos. Mesmo
aps o fim da escravido em 1888 e o advento da Repblica em 1889 os negros e
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ndios no tiveram um mnimo de cidadania garantida pelo Estado e pela lei.
Continuaram sendo os mais pobres, sem escola, sem sade, sem emprego e
quando empregados, ganhando menos que os brancos.
Apesar desta condio, os negros e os ndios deram uma contribuio
inestimvel cultura brasileira, no deixando de contribuir para o desenvolvimento
cultural do Brasil. Nesse sentido, a presente lei vem buscar corrigir distores que
ainda esto presentes na educao, pois esta ainda possui uma cor branca. A
educao brasileira tem de ser mestia, de mltiplas cores, mas marcada pelo senso
da justia e da verdade. A referida legislao objetiva resgatar uma leitura crtica da
nossa histria, bem como recuperar e desenvolver os elementos culturais destas
duas culturas.
Diante do exposto, ressalta-se a necessidade do trabalho com a histria e
culturas Afro-Brasileira e indgenas nos cursos de licenciaturas, uma vez que estes
tm como foco de sua formao a docncia na educao bsica. As resolues
determinam de forma especial que as instituies de ensino superior incluiro, nos
contedos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram, a
educao das relaes tnico-raciais e o tratamento de questes e temticas que
dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados na citada Resoluo
CNE/CP 01-2004.
Com o objetivo de atender a referida legislao, o curso de Licenciatura em
Cincias Biolgicas da UTFPR apresenta uma unidade curricular obrigatria de
Histria da Educao que contempla contedos relacionados Histria e a Cultura
Afro-Brasileira e Indgena. Ainda, durante a fase final de implantao do curso, os
professores do ncleo estruturante docente (NDE) e do colegiado verificaram a
necessidade de ampliar a abordagem destes contedos por meio de duas novas
unidades curriculares optativas que, atravs da resoluo no 89/15-COGEP, foram
enxertadas na grade curricular do curso: Histria e Cultura Afro-Brasileira e
Interculturalidade e Diversidade na Educao.
Alm das disciplinas, sero promovidas uma srie de atividades
extracurriculares com o objetivo de ampliar a incluso da temtica no processo de
formao dos futuros docentes. Juntamente com o Departamento de Educao
DEPED da UTFPR sero desenvolvidas atividades de extenso tais como: culturais
(msica, danas, costumes, gastronomia e etc); projeo de filmes com debates em
torno das temticas. O DEPED tambm desenvolve atividades voltadas s religies
36
africanas, mais precisamente o candombl e a umbanda. Atualmente a temtica
tambm est includa no GREPE Grupo de Estudos e Pesquisa em Educao na
linha de pesquisa: histria e cultura afro-brasileira; literatura de minorias; gnero e
sua diversidade. Os membros do GREPE renem-se mensalmente para debater
temas referentes s linhas de pesquisa, socializar informaes sobre pesquisas e
promover outras atividades. Alm disso, os alunos sero sensibilizados a
escreverem seus TCCs (Trabalho de Concluso de Curso) contemplando as
temticas sugeridas.
6.4 EDUCAO AMBIENTAL
A Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999 dispe sobre a Educao Ambiental,
instituindo a Poltica Nacional de Educao Ambiental (PNEA) por meio de diversas
providncias, entre as quais, estabelece no Captulo I, Art. 1o:
Entende-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o
indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Para tanto, estabelece por meio do Art. 2o que a educao ambiental um
componente essencial e permanente da educao nacional, devendo estar presente,
de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo educativo, em
carter formal e no formal.
Recorrendo a referida lei, verifica-se no Art. 9 o entendimento de educao
ambiental formal, como sendo aquela desenvolvida no mbito dos currculos das
instituies de ensino pblicas e privadas, englobando:
I - educao bsica:
a. educao infantil;
b. ensino fundamental e
c. ensino mdio;
II - educao superior;
III - educao especial;
IV - educao profissional;
37
V - educao de jovens e adultos.
A referida lei tambm, no Art. 13, ressalta que a Educao Ambiental no
formal diz respeito s aes e prticas educativas voltadas sensibilizao da
coletividade sobre as questes ambientais e sua organizao e participao na
defesa da qualidade do meio ambiente.
Nesse sentido, verifica-se que a educao ambiental deve ocorrer em
diferentes espaos formativos, levando o cidado a entender a problemtica
ambiental do mundo atual, situar-se pessoal e coletivamente em relao a essa
problemtica e ter capacidade de atuar em relao a essas questes.
Para tanto, faz-se necessrio rever prticas pedaggicas tradicionais que
muitas vezes so entendidas como prticas descontextualizadas, disciplinares,
reducionistas e pragmticas.
Tal posicionamento se refere a um processo que, alm de lidar com
concepes e reflexes especficas e relevantes, no deve se restringir a simples
oferta dessas informaes, mas trabalhar de modo amplo com conhecimentos,
valores e aes para um posicionamento de ordem poltica.
Com o objetivo de atender adequadamente ao cumprimento dos princpios e
objetivos da Poltica Nacional de Educao Ambiental, o curso de Cincias
Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos PR desenvolve uma srie de
atividades nos eixos: formal e no-formal.
- Formal: Na grade curricular do curso a discusso sobre a Educao
Ambiental est contemplada de maneira interdisciplinar/transdisciplinar em diversas
disciplinas do curso. Adicionalmente, atividades voltadas especificamente para as
questes socioambientais so apresentadas de maneira contnua, permanente e
contextualizada com a realidade local nas disciplinas de Educao Ambiental,
Gesto Ambiental, Ecologia e Ecologia de guas Continentais, Teoria e prtica do
ensino de cincias e biologia.
- No formal: O curso de Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois
Vizinhos PR desenvolve diversas prticas que promovem conforme o exposto na
Poltica Nacional de Educao Ambiental: a) a difuso, por intermdio dos meios de
comunicao de massa; b) ampla participao de escolas e comunidade na
formulao e execuo de atividades vinculadas educao ambiental; c) a
participao de empresas pblicas e privadas no desenvolvimento de propostas de
educao ambiental em parceria com a escola e a universidade.
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7 GESTO
O processo de gesto do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas est
organizado de forma que a participao democrtica nas decises esteja presente
em cada ao. Para isso, a gesto do curso est organizada da seguinte forma:
coordenao de curso, representada na figura do coordenador e respectivo
substituto; ncleo docente estruturante (NDE), composto por professores lotados na
Coordenao do Curso de Cincias Biolgicas (COBIO); e colegiado de curso,
composto por professores lotados na COBIO, alunos e tcnicos administrativos.
Assim, garantida a participao da comunidade, professores e alunos, onde
juntos, auxiliam o coordenador do curso nas tomadas de decises.
7.1 COORDENAO DE CURSO
O Coordenador de Curso e seu substituto so indicados a partir de lista
trplice, elaborada pelo Colegiado de Curso e encaminhada por meio da Diretoria de
Graduao e Educao Profissional ao Diretor-Geral para escolha.
As atribuies da Coordenao de Curso so previstas no Regimento dos
Cmpus da UTFPR, conforme Deliberao n. 10/2009 de 25 de setembro de 2009.
7.2 NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE
O Ncleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Cincias Biolgicas um
rgo consultivo da Coordenao de Curso que, dentre as suas atribuies,
responsvel pelo processo de concepo, consolidao e contnua atualizao do
Projeto Pedaggico do Curso. O NDE atua diretamente na avaliao peridica do
PPC, sugerindo modificaes na sua escrita e contedo. Ainda, analisa
periodicamente a concepo do curso e, em caso de necessidade, sugere as
alteraes na grade curricular.
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O Projeto Pedaggico do Curso (PPC) do curso foi elaborado com o auxlio
de todos os membros do NDE. Durante processo de implantao do curso, o NDE
se reuniu mensalmente, conforme cronograma de reunies ordinrias, previamente
aprovado, para a execuo das atividades. Aps o reconhecimento do curso e sua
total implantao, o NDE continuou a se reunir mensalmente, buscando: 1- avaliar o
curso por meio de um processo de auto avaliao que incluiu alunos e professores;
2- reestruturar a grade curricular do curso e o PPC com base em dois critrios; i) nas
sugestes apontadas pelos avaliadores do MEC e ii) nos resultados e sugestes
obtidas no processo de auto avaliao do curso; 3- planejar novas disciplinas
optativas que atendam a demanda do curso e equivaler disciplinas de outros cursos
que podem funcionar como optativas pelos alunos de Cincias Biolgicas; 4- propor
aes de desenvolvimento de atividades de pesquisa e extenso vinculadas a rea
de atuao do licenciado em Cincias Biolgicas.
O atual Ncleo Docente Estruturante do Curso de Cincias Biolgicas foi
nomeado pela Portaria n 153 de 21 de setembro de 2015. As atribuies do NDE
esto definidas pelo Regulamento do Ncleo Docente Estruturante dos Cursos de
Graduao da UTFPR aprovado pela Resoluo n. 009/12-COGEP, de 13 de abril
de 2012.
7.3 COLEGIADO DE CURSO
O Colegiado de Curso um rgo consultivo e deliberativo para os assuntos
de poltica de ensino, pesquisa e extenso em conformidade com as diretrizes da
instituio e suas atribuies esto previstas no Regulamento do Colegiado de
Curso de Graduao e Educao Profissional da UTFPR, conforme resoluo
015/12-COGEP de 22 de maio de 2012. Esse rgo formado por representantes
docentes e discentes. Dessa forma, a participao de professores e alunos efetiva o
processo de gesto democrtica.
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8 ESTRUTURA CURRICULAR
As disciplinas que compem o currculo do curso foram determinadas levando
em considerao os conhecimentos necessrios para a atuao nas diversas reas
de competncia do bilogo de acordo com a legislao vigente. Por se tratar de um
curso de licenciatura existe a necessidade de partir do domnio do conhecimento e
de sua aplicao tcnica e comercial para a capacidade de ensinar nos diversos
nveis e modalidades da educao brasileira. Para tanto, respeitando a legislao
vigente sobre a formao de professores, foram includos os componentes
curriculares de formao pedaggica. A grade curricular incluiu tambm disciplinas
que foram consideradas relevantes frente s necessidades regionais da rea de
abrangncia da UTFPR e disciplinas decorrentes das caractersticas desta
instituio de ensino. Partiu-se da nomenclatura das disciplinas comuns aos cursos
de licenciatura da UTFPR e tambm das demais disciplinas bsicas comuns aos
cursos de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Brasil, bem como da normatizao
do Conselho Federal de Biologia (CFBio).
A carga horria do curso de 3465 horas aula distribudas entre aulas
tericas, prticas, estgios e atividades complementares. Os critrios de
organizao da matriz curricular, incluindo a alocao de tempo e espao na grade
curricular para cada disciplina, foram pautados no Parecer CNE/CES 1.301/2001
que trata das diretrizes curriculares nacionais para os Cursos de Cincias
Biolgicas, Parecer 01/2010 do CFBio que trata das reas de atuao e requisitos
mnimos para o bilogo atuar em pesquisa, projetos, anlises, percias, fiscalizao,
emisso de laudos, pareceres e outros servios nas reas de meio ambiente, sade
e biotecnologia, Resoluo CNE/CES 4/2009 que dispe sobre a carga horria
mnima e procedimentos relativos integralizao e durao do curso de Cincias
Biolgicas, Resoluo CNE/CP 2/2015 que institui a durao e carga horria dos
cursos de licenciaturas para a formao de professores da educao bsica e a Lei
9394/1996 que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional.
Com relao carga horria mnima para formao de professores da
educao bsica, verifica-se que o Parecer 01/2010 o CFBio sugere uma carga
horria mnima de 3600 horas estendendo-se para 4000 horas, quando se tratar de
curso direcionado atuao do bilogo na rea de sade. J a Resoluo CNE/CES
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04/2009 sugere uma carga horria mnima de 3200 horas para os cursos de
Cincias Biolgicas. Por fim, a Resoluo CNE/CP 02/2015 fixou uma carga horria
mnima de 3200 horas para todos os cursos de licenciatura que visam a formao de
docentes para atuar na Educao Bsica.
Para normatizar esta divergncia de cargas horrias entre os egressos, a
Resoluo 213/2010 o CFBio determinou que para fins de atuao em pesquisa,
projetos, anlises, percias, fiscalizao, emisso de laudos, pareceres e outros
servios nas reas de meio ambiente, sade e biotecnologia os egressos dos cursos
de Cincias Biolgicas que colarem grau at dezembro de 2013 devero atender a
carga horria mnima de 2400 horas e os que colarem grau aps esta data devero
atender a carga horria mnima de 3200 horas contemplando atividades obrigatrias
de campo, laboratrios e adequada instrumentao tcnica conforme Parecer
CNE/CES 1.301/2001 e Resolues CNE/CES 7/2002 e CNE/CP 4/2009.
Com extino dos currculos mnimos o governo federal adotou a poltica de
flexibilizao dos cursos de graduao, passando a propor apenas as diretrizes
gerais e deixando que as instituies de ensino em conjunto com as entidades de
classe determinassem os currculos dos cursos. Neste sentido, com base no Parecer
CNE/CES 1.301/2001, foi promulgada a Resoluo CNE/CES 7/2002 que
estabeleceu as diretrizes curriculares para os cursos de Cincias Biolgicas.
De acordo com o Parecer CNE/CES 1.301/2001 os contedos curriculares
dos Cursos de Cincias Biolgicas so agrupados em contedos bsicos, contedos
especficos e pelos estgios e atividades complementares. Os contedos bsicos
devem englobar conhecimentos biolgicos e das reas das cincias exatas, da terra
e humanas, tendo a evoluo como eixo integrador. Os contedos considerados
bsicos so os seguintes:
Biologia Celular, Molecular e Evoluo: Viso ampla da organizao e
interaes biolgicas, construda a partir do estudo da estrutura molecular e celular,
funo e mecanismos fisiolgicos da regulao em modelos eucariontes,
procariontes e das partculas virais, fundamentados pela informao bioqumica,
biofsica, gentica e imunolgica. Compreenso dos mecanismos de transmisso da
informao gentica, em nvel molecular, celular e evolutivo.
Diversidade Biolgica: Conhecimento da classificao, filogenia,
organizao, biogeografia, etologia, fisiologia e estratgias adaptativas morfo-
funcionais dos seres vivos.
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Ecologia: Relaes entre os seres vivos e destes com o ambiente ao longo
do tempo geolgico. Conhecimento da dinmica das populaes, comunidades e
ecossistemas, da conservao e manejo da fauna e flora e da relao sade,
educao e ambiente.
Fundamentos das Cincias Exatas e da Terra: Conhecimentos
matemticos, fsicos, qumicos, estatsticos, geolgicos e outros fundamentais para
o entendimento dos processos e padres biolgicos.
Fundamentos Filosficos e Sociais: Reflexo e discusso dos aspectos
ticos e legais relacionados ao exerccio profissional. Conhecimentos bsicos de
Histria, Filosofia e Metodologia d
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