Elias KfouryJosé Israel AbrantesAcervo Café Bom Dia
Evandro FiúzaMiguel Aun
Imagens
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Minas é síntese do Brasil, nas paisagens, no convívio humano, no trabalho diário e árduo, na harmonia entre tradição e modernidade, na convicção de que o amanhã será ainda melhor do que o dia de hoje.
O adjetivo mineiro é o único, entre todos os gentílicos estaduais, que rima com brasileiro.
Central, mediterrânea, fiel da balança, Minas é mirante da nacionalidade. É a mais elevada de todas as unidades da federação: 60% de sua área têm mais de 600 metros de altitude.
Minas começou com o ouro, interiorizou-se com o gado, povoou-se com o café, expandiu-se com a soja, espraiou-se com a cana, e se revela como a nova fronteira da energia verde e da biotecnologia.
Hoje, é a terceira economia do país, posição à qual a agropecuária se alinha, destacando-se como o maior produtor nacional de café, de florestas plantadas, de leite, alho, batata, cenoura e morango. É o segundo lugar no feijão, no sorgo e na cana-de-açúcar. No milho, colhe a terceira maior safra nacional.
Com um território um pouco maior do que a França, Minas é o quarto estado brasileiro em área, o segundo em população, o primeiro em número de municípios e em extensão de rodovias.
Tem 11 universidades federais, uma instituição estadual de ensino superior em seis cidades, dois centros da Embrapa.
Dispõe, também, de vigorosa empresa estadual de pesquisa agropecuária, a Epamig, com 28 fazendas experimentais, um instituto de laticínios e uma escola agrotécnica. E, ainda, cinco núcleos tecnológicos regionais, especializados em floricultura, uva e vinho, florestas, batata e morango, azeitona e azeite.
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Minas inventou-se no ouro, reinventou-se no gado, no café, na soja e na cana, reinventa-se agora na bionergia e na ocupação de um novo espaço do agronegócio, com o Pró-Noroeste, que incorpora 2,5 milhões de hectares ao plantio de grãos, notadamente na soja.
Com a já efetivada reativação da ferrovia entre Corinto e Pirapora, em uma extensão de 150 quilômetros, essa vasta extensão de terras cultiváveis interliga-se às malhas da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas, da Vale, que desemboca no complexo portuário de Tubarão, na capital do Espírito Santo.
Durante o século XVIII, as comunicações de Minas com o Espírito Santo eram proibidas pela Coroa portuguesa. O ouro só podia ser transportado pela Estrada Real, que ia de Diamantina a Ouro Preto, e, de lá, bifurcava-se em duas rotas, uma em direção a Paraty, outra rumo à cidade do Rio de Janeiro.
A administração extrativista da colônia colocava essa vigilância como prioridade máxima, tanto assim que, ao se criar a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, em 1709, escolheu-se temporariamente como sua sede a cidade de Mariana, distante a apenas 11 quilômetros de Ouro Preto. Mariana, portanto, foi a capital dos mineiros e paulistas.
Mesmo submetida às duras restrições impostas pela Coroa, os brasileiros de Minas aproveitavam as brechas para, de algum modo, abrir picadas em direção ao futuro. A despeito do ambiente asfixiante, floresceu a criatividade dos artistas mulatos, as primeiras manifestações da cultura brasileira, verdadeiramente autóctone, tendo como exemplos mais notáveis o escultor Aleijadinho, o pintor Manoel da Costa Athaíde, e o músico José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita.
E o Brasil se fez em Minas, com os movimentos de emancipação, simbolizados por Tiradentes. Multiplicava-se, localmente, o pouco que vinha do exterior, uma vez que os portos brasileiros eram vedados a toda embarcação que não fosse portuguesa. Qualquer atividade de cunho industrial, por mais artesanal que fosse, como um modesto alambique de cachaça, era proibida. Espremendo-se aqui e ali, encontrava-se um meio de intuitivamente se imprimir o “made in Brazil”.
Minas é mosaico do Brasil, com oliveiras, araucárias e videiras, com florestas tropicais e cerrado, campos limpos e caatinga, com relevo de planalto (97% do território com altitude superior a 300 metros), grandes extensões de superfícies planas ou levemente onduladas, além de maciços montanhosos. Dos 10 pontos mais altos do Brasil, seis estão no mapa mineiro*.
Depois das regiões Centro-Oeste e Norte, Minas é o principal berço dos grandes rios brasileiros, como os da bacia do São Francisco (nela destacando-se o Rio das Velhas, o Paracatu e o Urucuia) e do Paraná (que tem entre seus formadores o Rio Grande e o Paranaíba). Soma-se à hidrografia mineira um conjunto de pequenas bacias independentes, como as dos rios Jequitinhonha, Doce, Mucuri, Pardo, Pomba e Muriaé.
É no variado relevo de Minas, de escarpas abruptas e inesperados tabuleiros, que sobem os morros o café e o gado, adentram-se nas fendas do terreno a fruticultura, a suinocultura e a avicultura, vicejam nas várzeas o arroz , o feijão e as hortaliças, e se alargam nos altiplanos a soja, o milho, a cana, o trigo. O histórico casarão da fazenda faz vizinhança com o roçado, com a casinha pequenina e a agricultura de larga escala. Minas é plural, polivante, heterogênea, múltipla, democrática, enraizada, contemporânea, pós-moderna.
Noel e Vadico compuseram em 1934 a música que dizia: São Paulo dá café, Minas dá leite, e a Vila Isabel dá Samba. Hoje, 50% do café e 28% do leite brasileiros vêm de uma terra mineira que também dá samba, como bem mostraram Ary Barroso, de Ubá, Ataulfo Alves, de Miraí, Clara Nunes, de Paraoepeba, João Bosco, de Ponte Nova. Mais do que samba, Minas dá ao Brasil e ao mundo a dança do Grupo Corpo, o teatro do Grupo Galpão, o som instrumental do Uakti, a arte de Amílcar de Castro e Marcos Coelho Benjamin.
E há a música de raiz, de ontem e de hoje, aquela que combina à perfeição com o cair da tarde, a família e os amigos, a cozinha do fogão crepitante, o cavalo que se amarra ao pé da varanda. É quando se convocam as lembranças de astros do passado e do presente: Penna Branca e Xavantinho, Chico Lobo, Célia & Celma, Roberto Corrêa, Paula Fernandes, Victor e Leo, César Menotti & Fabiano.
• Pontos mais altos do Brasil (em metros): Pico da Neblina (com 2.993,78, AM), Pico 31 de Março (2.972,66, AM, fronteira com Venezuela), Pico da Bandeira (2.891,98, Serra do Caparaó, MG/ES), Pedra da Mina (2.798,39, Serra da Mantiqueira, MG/SP), Pico das Agulhas Negras (2.791,55, Serra do Itatiaia, MG/RJ), Pico do Cristal (2.769,76, Serra do Caparaó, MG), Monte Roraima (2.734,06, RR, fronteira com Venezuela e Guiana), Morro do Couto (2.670,0, RJ), Pedra do Sino de Itatiaia (Serra da Mantiqueira, MG), Pico Três Estados (2.665,0, Serra da Mantiqueira, SP/MG/RJ).Fonte: IBGE e Jurandyr Reis/Almanque Abril 2009
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Assim, por exemplo, foi criada em Minas a raça mangalarga archador, tendo o deputado Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, promovido em sua fazenda, no atual município de Campo Belo, a miscigenação de um cavalo da raça alemã mortimer com modestos animais locais. Daí resultou o mangalarga, um animal com as características de resistência a longas distâncias, agilidade, marcha macia e cômoda. De forma semelhante, 1870 teria sido o ano do surgimento, em Entre Rios de Minas, na microrregião de Conselheiro Lafaiete, do cavalo campolina, de andamento marchado e equitação suave. Seu ponto de partida genético foi a raça andaluz, proveniente da Andaluzia, na Espanha, ou do Alentejo, em Portugal.
Em cada curva e esquina de Minas contam-se histórias – ou estórias – assim. Há sempre alguém para lembrar fatos acontecidos ou para lembrar aqueles que nunca aconteceram. As paisagens mineiras desvendam faces visíveis e imaginárias. Há o lado pragmático e real de Minas, pão-pão, queijo-queijo. Aliás, o estado tornou-se o território das melhores cachaças do planeta e, mais ainda, tornou-se um gigantesco empório de iguarias de honradas procedências, como goiabada, mangada, bananada, doces de leite, doces cristalizados e em calda (de abóbora, mamão, laranja), linguiça, torresmo, chouriço, queijos de diversas denominações, entre elas Minas, Canastra, do Serro, parmesão, frescal.
No espectro do mundo rural mineiro, as pousadas, os hotéis-fazenda, as feiras e exposições agropecuárias, os leilões de animais, as trilhas para cavalgadas, o turismo da natureza “perpetuamente em festa”, como escreveu Olavo Bilac no Soneto à Pátria. Há a Minas da pequena, da média e da grande escala, que vai do solitário apicultor, da lanchonete ou restaurante de beira de estrada, que explora a atmosfera “ao pé da vaca”. E há a que se estende à portentosa fronteira Noroeste, com seus 2,5 milhões de hectares cultiváveis.
Há no ambiente mineiro a sensação de harmonia e acolhimento, de um estar-se em casa por vontade: o bolo recém-assado, a roupa de cama cheirando a limpeza, o chapéu dependurado atrás da porta, o prolongado “oi” do caminhante que nos saúda ao longe. Como definir, como dizê-la, doce mistério, terra de Marília e de Dirceu? Carlos Drummond de Andrade sussurra, explicando, sem explicar. “Só os mineiros sabem. E não dizem nem a si mesmo o irrevelável segredo chamado Minas”.
HistóriaEconomiaCultura
Aspectos Naturais
14 15Casa histórica de fazenda em Gonçalves, no Sul do estado
A história de Minas Gerais remonta há mais de quatro séculos, quando bandeirantes paulistas desbravaram a região em busca de reservas de ouro e constituíram uma pequena aglomeração, que viria a se tornar Mariana, a primeira cidade do estado.
Ao longo do tempo, o pequeno povoado cresceu, se tornou a antiga Capitania de Minas Gerais e, mais tarde, o estado de Minas Gerais, segunda unidade federativa mais populosa do Brasil, com cerca de 20 milhões de habitantes; quarta em extensão territorial, somando quase 590 mil km², a com maior número de municípios – 853 – e a terceira mais rica, com PIB acima de R$ 240 bilhões.
Tal trajetória foi permeada pela descoberta de inúmeras reservas minerais, marcadas principalmente pelos ciclos do ouro, no século XVII e do minério de ferro, no século XX e neste início do XXI.
A história mineira também é marcada pelo ideal de liberdade. Das lutas pelo controle das jazidas nasceu a Capitania de Minas, até então parte do território de São Paulo. Em 1789, Minas liderou o movimento emancipatório contra a dominação do império português e que tornou célebre um de seus líderes, o alferes Joaquim José da Silva Xavier.
Nos séculos que se seguiram, o estado passou por profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais. A mais representativa foi o rápido processo de industrialização, que culminou na mudança da capital para Belo Horizonte, em 1897.
Neste início de século XXI, Minas Gerais segue em ritmo de desenvolvimento acelerado, frequentemente acima da média do país, com o agronegócio assumindo papel de destaque no vigoroso ciclo de expansão que se anuncia.
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EucaliptoA área total de florestas plantadas em Minas Gerais é a maior do Brasil, com quase 1,5 milhão de hectares (23% do total nacional). A produção anual de carvão vegetal supera três milhões de toneladas, e a de lenha e madeira em tora passa dos 14 milhões de metros cúbicos. As áreas destinadas ao eucalipto – matéria prima para óleos e celulose - são as mais difundidas. Cerca de 2% do território do estado é destinado à silvicultura. Um dos municípios com maior representatividade é Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, onde a produção supera 30 milhões de mudas anuais.
GirassolEmbora figure entre as cinco maiores culturas oleaginosas de óleo vegetal comestível do mundo, a produção de girassol ainda é inexpressiva no Brasil. Mais resistente à seca, ao frio e ao calor do que a maioria das espécies normalmente cultivadas no país, a planta é uma excelente alternativa para o Norte, Nordeste, Sudoeste e Triângulo Mineiro.
RosaMinas Gerais é um dos principais produtores de rosa do Brasil, com cerca de 36% do cultivo nacional. Nesse cenário, destacam-se as regiões de Barbacena, Sul do estado, Munhoz e Araxá. A Zona da Mata, por sua vez, mostra sua força na plantação de
flores tropicais, como as helicônias, alpinías, estrelícia e zingiber. A floricultura brasileira movimenta, no mercado interno, em
torno de R$ 1,3 bilhão ao ano. Embora não seja um exportador tradicional, o país vem intensificando a comercialização de flores e
plantas ornamentais para a Europa, Ásia e América do Norte.
PequiA produção de pequi vem crescendo em Minas Gerais. O fruto,
cuja espécie tem maior ocorrência no Cerrado, proporciona uma importante fonte de renda no Norte do estado, podendo
representar até 50% do ganho anual dos trabalhadores locais. A iguaria é reconhecida pelo seu valor nutritivo, pratos típicos,
bebidas e conservas. É usada também para fins cosméticos e uso farmacêutico, além de apresentar alta produtividade de óleo
para o biodiesel.
Cana-de-açúcarA cana-de-açúcar é responsável por 8% do Produto Interno Bruto
(PIB) do agronegócio mineiro. É utilizada principalmente na elaboração de etanol e açúcar. No estado, são produzidos dois
bilhões de litros de etanol e quase três milhões de toneladas de açúcar anualmente. Além disso, a cana é usada como matéria-prima para a elaboração da cachaça. Minas é líder nacional na produção da bebida na forma artesanal. Há, no estado, mais de 8,5 mil alambiques formais e informais que, juntos, produzem
cerca de 250 milhões de litros da bebida a cada ano.
AlhoA produção de alho também é representativa no agronegócio mineiro. O total passa das 22 mil toneladas, o que corresponde a um quarto da safra brasileira. A região do Alto Paranaíba se destaca no plantio, principalmente os municípios de Rio Paranaíba, Campos Altos e Santa Juliana, que, juntos, detém 75% da produção.
Casa de fazenda em Ipoema, distrito de Itabira, na região Central
Floresta de eucalipto em Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba
Plantação de girassol à beira da estrada entre Varginha e Boa Esperança
Produção de alho em São Gotardo, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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Árvore de pequi, no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no Norte do estadoCultivo de rosas em Barbacena, no Campo das Vertentes
Colheita de cana-de-açúcar em Curvelo, na região Central
Plantação de cana-de-açúcar margeada por ferrovia em Uberaba, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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Com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em mais de R$ 240 bilhões, Minas Gerais mantém-se na terceira posição do ranking dos estados mais ricos do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Participa com 9,1% do PIB nacional. Deste volume, 8% vem do agronegócio e o restante é dividido entre indústria e serviços.
A agropecuária está presente em todas as regiões, consagrando o estado como maior produtor nacional de café, batata, cenoura, alho, hortaliças e leite; o segundo na produção de feijão e cana-de-açúcar, o terceiro produtor de milho. Também possui o maior rebanho de equinos e o segundo rebanho de bovinos do país. A área plantada em toda sua extensão chega a 7,5 milhões de hectares e o número estimado de produtores rurais é de 500 mil.
Minas Gerais também concentra a mais significativa reserva mineral do país, sendo responsável por 53% da produção brasileira de minerais metálicos e por 29% de minérios em geral. Essa riqueza mineral confere ao estado o título de maior produtor nacional de ferro, ouro, nióbio, zinco, fosfato, grafita, lítio e calcário
A balança comercial mineira registra mais de US$ 26 bilhões em exportações e importações, o equivalente a quase 10% do total brasileiro. Dos dez produtos líderes na pauta de exportação mineira, metade tem origem no agronegócio: café e derivados, carnes, soja, produtos florestais e subprodutos da cana.
Fazenda produtora de queijo e gado de leite no Serro, Vale do Jequitinhonha
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TomateA safra mineira de tomate corresponde a 11,5% da produção
nacional. Somente a região Central responde por 26% do que é cultivado no Estado, ou quase 110 mil toneladas. O município de
São José da Varginha é o que mais se destaca, com a produção de 14 mil toneladas. O Triângulo Mineiro, com 20%, ocupa o segundo lugar no ranking estadual do produto. Já a região Sul representa
17% da produção mineira. O tomate de mesa ainda é cultivado em grande escala nas regiões do Rio Doce, Centro-Oeste, Alto
Paranaíba, Norte de Minas e Zona da Mata.
CaféDo solo mineiro brota metade de todo o café plantado no Brasil, o maior produtor mundial do grão. As vistosas plantações se concentram principalmente na região Sul, que responde por 40% da produção do estado, atualmente em torno de 1,2 milhão de toneladas anuais. O tipo arábica é o mais comum, uma vez que se adapta bem às condições geográficas do estado, com solo úmido e altitudes entre 850 e 1.250 metros. O café é um dos principais responsáveis pelo bom desempenho da balança comercial do agronegócio mineiro, representando quase 50% dos negócios internacionais.
MorangoMais de cinquenta anos depois do plantio das primeiras mudas de
morango em Minas Gerais, a cultura se expandiu e ultrapassou as fronteiras da região Sul e outras áreas com temperatura
menos elevada. Hoje, alcança também a região Central e está crescendo no Norte de Minas, Jequitinhonha, Triângulo, Alto
Paranaíba e Zona da Mata. São mais de 30 municípios mineiros com produtividade por hectare que pode chegar a 120 mil quilos.
Da produção nacional, Minas responde por cerca de 55%, em uma área em torno de 1,7 mil hectare.
BatataMinas Gerais lidera a produção nacional de batata inglesa, com cerca de um milhão de toneladas anuais, o equivalente a 30% de toda a safra brasileira. Em todo o Estado são 40 mil hectares de área destinada ao cultivo do tubérculo. O Sul desponta como principal produtor, com 48% do total, seguido do Alto Paranaíba, que responde por 40%.
TrigoMinas Gerais produz 85 mil toneladas de trigo por safra. A maior concentração de produtores está no Alto Paranaíba, responsável por 12 mil hectares de toda a área de cultivo do grão no estado. O trigo também é produzido nas regiões Noroeste (3,2 mil hectares) e Triângulo (2,5 mil hectares).
AlgodãoO algodoeiro é um dos mais antigos cultivos da humanidade.
Produzido há mais de quatro mil anos, o algodão responde hoje por 60% da matéria-prima utilizada na indústria têxtil do Brasil. A região noroeste de Minas é responsável por mais da metade da
produção estadual, estimada em quase 80 mil toneladas anuais. O total de área destinada ao plantio chega a 27 mil hectares, a
maior parte em Unaí, Presidente Olegário e Coromandel. O cultivo em Minas Gerais representa menos de 5% do total nacional, que
gira em torno de 1,7 milhão de toneladas de pluma.
Produção de batata em Uberaba, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Produção de trigo em Ibiá, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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Fazenda de café em Boa Esperança, no Sul do estado. Ao fundo, a represa de FurnasFazenda de café em Ouro Fino, no Sul do estado
Fazenda de café plantado em montanhas em Manhuaçu, na Zona da Mata
Fazenda do Café Bom Dia, em Varginha, no Sul do estado
Fazenda de café em Santo Antônio do Amparo, no Oeste do estado
Cultivo de café e floresta de eucalipto em Patos de Minas, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Produção de café em Patrocínio, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Produção de tomate em Onça do Pitangui, na região Central
Transporte de tomate do Projeto Jaíba pelo Rio São Francisco, em Mocambinho, no Norte do estado
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Fazenda de morango em Bom Repouso, no Sul do estadoCultivo de morango em Alfredo Vasconcelos, no Campo das Vertentes
Cultivo de algodão em Presidente Olegário, Noroeste do estado
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A herança histórica e cultural adquirida nos últimos três séculos faz de Minas Gerais um dos mais ricos e atrativos estados brasileiros. A região mantém uma tradição artística peculiar, com costumes e hábitos próprios, decorrente do legado da mistura de povos indígenas, africanos e europeus.
O estado guarda um dos mais importantes acervos artísticos e arquitetônicos do Brasil colonial, em estilo Barroco e Rococó, tendo abrigado artistas como o escultor Antônio Franscisco Lisboa, o Aleijadinho e o pintor Manuel da Costa Ataíde. Minas Gerais preserva também suas tradições folclóricas, como o congado e a cavalhada.
No campo da literatura, a lista de talentos da poesia e da prosa perpassa todas as épocas e estilos. Boa parte desses mestres da palavra tratou os campos de Minas em suas consagradas obras. De Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa, grandes nomes da poesia árcade, a Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Adélia Prado, Murilo Rubião e Rubem Fonseca, ainda hoje no centro gravitacional das letras brasileiras.
Minas também esbanja tradição musical. Desde a obra barroca de Lobo de Mesquita às bandas de rock contemporâneas como Skank, Pato Fu e Sepultura e ao som eletrônico de Anderson Noise, passando por Ary Barroso, Clara Nunes e pelos inovadores do Clube da Esquina.
Nas artes cênicas, destacam-se companhias consagradas nacional e internacionalmente, como o Grupo Corpo, Galpão, Giramundo e 1° Ato. Minas é berço também de cineastas famosos, como Helvécio Ratton e Cao Guimarães, diretor de curtas premiados no mundo inteiro.
Fazenda histórica em Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
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UvaNo último ano, a área plantada de uvas no Brasil somou 82,5 mil
hectares. Minas Gerais é o sétimo principal produtor nacional, atrás dos estados da região Sul, São Paulo, Pernambuco e Bahia.
São 760 hectares e dez mil toneladas colhidas, em média, por ano. Embora o Sul do estado seja a região mais tradicional no
cultivo da fruta, o Norte desponta na produção, com 240 hectares e seis mil toneladas colhidas. Pirapora, Lassance e Nova
Porteirinha são os principais produtores
GadoOs grandes pastos mineiros abrigam o segundo principal
rebanho bovino do Brasil: as mais de 22 milhões de cabeças de gado correspondem a 11% do total nacional. No estado,
são adotados dois modelos de criação. A forma intensiva, que envolve áreas limitadas, rebanhos pequenos e alto rendimento, e a extensiva, que se caracteriza pelas grandes áreas, gado criado
à solta e em pastagens naturais. O comércio internacional de carne bovina mineira alcança uma média de US$ 300 milhões ao
ano e ocupa a nona posição na pauta exportadora do estado.
Gado neloreA raça nelore, de origem indiana, é mais conhecida em Minas Gerais como gado zebu. Ela se sobressai no rebanho brasileiro
com 85% do total de cabeças existentes atualmente. Além de ser base para o cruzamento de gado de corte, também é bastante
usada para a produção de carne in natura e, nos últimos anos, para o aprimoramento genético. A prática, inclusive, tem sido um dos principais propulsores comerciais na agropecuária brasileira.
MilhoMinas ocupa o terceiro lugar da produção nacional de milho, com mais de seis milhões de toneladas anuais, o que representa quase 13% do que é cultivado no país. Com mais de 230 mil hectares de área plantada e 1,3 mil toneladas colhidas a cada safra, o Sul do estado se firma como a principal região produtora no Estado. Em segundo lugar aparece o Alto Paranaíba, que possui quase 190 mil hectares e 1,2 mil toneladas anuais. Já em terceiro, se sobressai o Triângulo Mineiro, especialmente as cidades de Uberaba e Uberlândia, que produzem 330 mil e 135 mil toneladas/ano, respectivamente.
LeiteMaior produtor de leite do Brasil, o estado de Minas Gerais beira oito milhões de litros anuais, quase 30% de toda a produção nacional. Embora a região Central também produza leite, as extensões mais significativas estão no Alto Paranaíba e no Triângulo Mineiro. Juntos, eles respondem por 25% da produção. Sul e Sudoeste (16,5%) e Zona da Mata (10%) também têm força na produção leiteira.
FeijãoComponente essencial na dieta do povo brasileiro, o feijão ocupa um importante papel na diversificada agricultura do estado. Apenas o Paraná produz mais que Minas, cuja safra ultrapassa 600 mil toneladas anuais (17% do total nacional). Com cerca de 1,5 mil quilo por hectare, a produtividade mineira é bem superior à média das lavouras de feijão no Brasil, estimada em 858 quilos por hectare. O Noroeste encabeça a produção estadual, com 44% do total, graças principalmente aos municípios de Unaí, Paracatu e Buritis. O Sul de Minas também desponta como forte produtor, a partir do cultivo não-irrigado.
Produção de milho, com eucalipto ao fundo, em Patos de Minas, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Cultivo de feijão em Ibiá, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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Cultivo de feijão em São Gotardo, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba Produção de feijão em Ibiá, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Fazenda de gado em Uberaba, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Fazenda de gado em Tapira, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Fazenda de gado de leite em Tapira, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Haras em Inhaúma, na região Central do estado
Pasto para gado em Curvelo, na região Central. Ao fundo, floresta de eucalipto
80 81Fazenda de gado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba Fazenda de gado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Fazenda de gado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Grande pastagem de gado à beira da estrada, na Zona da Mata
Veredas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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Transporte de gado nelore em Montes Claros, Norte do estado Fazenda de gado nelore em Montes Claros, Norte do estado
Pasto de gado nelore em Montes Claros, Norte do estado
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Cultivo de uva em Pirapora, no Norte do estadoFazenda de gado em Uberaba, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
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O clima ameno, o rico solo e as grandes reservas de água são as bases do agronegócio diversificado de Minas Gerais.
O estado ocupa uma região predominantemente de planalto, a maior parte entre 300 e 1.500 metros de altitude. A vegetação mais comum é o cerrado, encontrado em metade do território. Há também incidência de florestas tropicais, caatinga e mata atlântica.
Minas Gerais também abriga importantes bacias hidrográficas brasileiras. É o caso dos rios São Francisco e Paraná. O Velho Chico é o principal rio do território mineiro, com nascente na Serra da Canastra, possibilitando drenagem de uma área aproximada de 640 mil km², em uma extensão de mais de 2,8 mil km. Já o Paraná é responsável pela maior parte da energia elétrica gerada no estado, parte dela oriunda da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
O clima predominante é o tropical de altitude, mas há incidência também do tropical. O primeiro é típico das áreas de relevo mais elevadas, cujas temperaturas variam entre 17 e 20°C. O índice pluviométrico supera os 1.300 mm anuais. Já o tropical é encontrado nas regiões mais baixas, proporcionando temperaturas que oscilam entre 22° e 23°C, com verões chuvosos e invernos secos. Neste caso, as chuvas ficam, geralmente, entre 700 e 900 mm anuais. No geral, a média anual de Minas Gerais é de 21°C.
Casa de Fazenda à beira da estrada na Zona da Mata
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FrangoMinas Gerais é a vice-líder no ranking brasileiro de aves de
postura e frangos, com mais de 23 milhões de unidades e 11,5% do total nacional. O estado mantém ainda o terceiro lugar na
criação de codornas. São cerca de 640 mil cabeças, o equivalente a 7% do total do Brasil. No segmento frango de corte, ocupa a sexta
posição na lista das principais regiões produtoras.
SuínosMinas Gerais é um grande polo produtor e consumidor da carne suína do Brasil. O estado responde por 11,7% da suinocultura brasileira, que vem se recuperando com louvor da crise mundial que trouxe prejuízos para o segmento tanto nacional quanto internacionalmente. O cenário agora é favorável. No último ano, 6% da exportação nacional da carne foi proveniente de Minas Gerais, num total de US$ 60 milhões.
Sempre-vivasMinas Gerais contabiliza cerca de 200 produtores de flores de corte. Atrás apenas da rosa, a sempre-viva é a segunda espécie mais produzida no Brasil. A flor, que integra com destaque a pauta de exportação brasileira, é produzida da região Central de Minas Gerais, especificamente do município de Diamantina. De origem australiana, a sempre-viva ganhou o nome por manter as cores e o aspecto vivaz mesmo depois de seca. É utilizada comumente em arranjos, como essência floral, na prática da cestaria, e pode durar até 50 anos.
AraucáriaCom pinheiros de até 25 metros de altura e tronco de até dois metros diâmetro, a mata araucária, ou dos pinheiros do paraná, é de formação aberta e homogênea, o que permite facilmente a extração de madeira. Justamente por isso, a única floresta subtropical do Brasil é também uma das mais desmatadas. Antigamente, estendia-se do sul do estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, num total de cem mil km². Hoje, restam apenas 300 mil hectares em todo o país. Em Minas, os pinheiros estão na Serra da Mantiqueira, numa altitude que chega a 1,8 mil metros.
Conservação de águasO município de Extrema, no sul do estado, desenvolve um projeto
inovador de conservação de bacias hidrográficas. O entorno é uma importante área de manancial, responsável por mais da metade
da água que abastece a região metropolitana de São Paulo. O trabalho encabeçado pela prefeitura consiste em recuperação do
solo, recomposição das matas ciliares e saneamento ambiental (destinação adequada dos resíduos das propriedades rurais), além
de um serviço de controle de nascentes pioneiro no país. Essas ações são baseadas na remuneração aos proprietários rurais, que
garantem a efetiva conservação da água que passa por suas terras.
Preservação ambientalA parte mineira do Parque Nacional do Caparaó, que se estende
até o Espírito Santo, ocupa áreas dos municípios de Caparaó, Alto Caparaó, Manhumirim, Espera Feliz e Alto Jequitibá. O local, que abriga o pico da Bandeira, o terceiro mais alto do país, é uma importante área de preservação ambiental, por
seu representativo ecossistema de mata atlântica, um dos mais ameaçados do planeta.
Cultivo de sempre-vivas em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha
Haras na estrada para Gonçalves, Sul do estado
Construção histórica em Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
Cultivo de sempre-vivas em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha
Vista da estrada em Patos de Minas, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Araucárias na área de preservação ambiental em Gonçalves, no Sul do estado
Granja de frango e suinocultura em Pará de Minas, na região Central do estado
112 113 Projeto Conservador das Águas em Extrema, no Sul do estado Projeto Conservador das Águas em Extrema, no Sul do estado
Transporte de cavalos em São Gotardo, no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Criação de gado em Matozinhos, na região Central do estado
Cultivo de café e área de preservação ambiental em Caparaó, na Zona da Mata
120 121Área de preservação ambiental em Caparaó, na Zona da Mata Área de preservação ambiental em Caparaó, na Zona da Mata
Manancial em preservação ambiental na Zona da Mata
Fazenda em Itamonte, na Serra da Mantiqueira, Sul do estado
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História Páginas 14, 22, 26 e 28: Elias Kfoury Páginas 18, 20, 24, 27 e 30: José Israel Abrantes
Economia Páginas 32, 36, 38, 48, 50, 54 e 58: José Israel Abrantes Páginas 40, 41, 42, 46, 52, 56 e 57: Elias Kfoury Página 44: Acervo de imagens Café Bom Dia
Cutura Páginas 60, 78 e 84: Elias Kfoury Páginas 64, 66, 68, 69, 70, 72, 74, 80, 81, 82, 86, 88, 89, 90, 92 e 93: José Israel Abrantes Página 76: Evandro Fiúza
Aspectos Naturais Páginas 94, 100, 102, 108, 110, 112, 113, 118, 120 121 e 122: Elias Kfoury Páginas 98, 104, 106, 114, 124: José Israel Abrantes Página 116: Miguel Aun
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Minas Gerais • campos e paisagens2010 Sebrae-MG
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc., nem apropriado ou estocado em sistema de banco de dados, sem prévia autorização, por escrito, do Sebrae-MG.
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