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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

Sem promessas, sem compromissos(Mind Over Matter)

Nora Roberts

Resumo:

Andrea teme que seus poderes a condenem à solidão para sempre.Assim que conece !avid "rad#, Andrea sabe o que os espera$ mais cedo ou mais tarde se tornarãoamantes, e %a& de tudo para driblar o destino.Mas a ima'em dele a perse'ue. Nos sonos, se v possuda por aquele omem %orte, insinuante, edelira de pra&er.!e repente percebe que s* + um meio de en%rentar o inevit+vel$ viver o presente, viver o deseoque a consome, sem pensar no passado, nem no amanã na certa tamb-m ser+ abandonada por !avid.Andrea est+ consciente de que nin'u-m quer conviver com uma muler i'ual a ela.

!i'itali&ado por ProetoromancesProetoromances/#aoo.com.br

!i'itali&ado por 0anessa1ste 2ivro %a& parte do ProetoRomances, sem %ins lucrativos e de %ãs para %ãs. A comerciali&a3ão deste produto -estritamente proibida.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

CAPÍTULO I

!avid esperava encontrar uma bola de cristal sobre a mesa, incenso queimando a umcanto, baralos e %olas secas espaladas pelo cão. 1mbora não admitisse aos cole'as,intimamente torcia mesmo por encontrar um ambiente bastante misterioso.

4omo produtor de document+rios para a televisão, %a&ia questão de veri%icarpessoalmente tudo que %osse obeto de %ilma'em. Na verdade, esperava que uma tarde emcompania de uma cartomante le proporcionasse al'uns momentos de descontra3ão,embora %osse ali a trabalo. 4ontudo, suas e5pectativas %oram %rustradas. 4larisse !e"asse não usava nem mesmo um turbante.

A bela senora que o recebeu à porta da con%ort+vel casa do bairro de Ne6port "eacmais parecia uma dama da sociedade, destas que %req7entam des%iles de moda e c+s datarde.

Seu per%ume era doce e %eminino, sem nada de misterioso ou oriental.8 Ol+ 8 disse ela, estendendo9le a mão com um sorriso nos l+bios. 8 Sou 4larisse !e

"asse. Por %avor, entre, sr. "rad#: ce'ou bem na ora marcada.8 Muito pra&er, sra. !e "asse.Por um se'undo, relutou em apertar9le a mão mas, reconsiderando, percebeu que a'iria

como um idiota. As pessoas dotadas de poderes paranormais comportavam9se e5atamentecomo as demais,

8 A'rade3o9le por me receber mas. . . 4omo soube meu nome;Ao apertarem as mãos, 4larisse concentrou9se nos %luidos que recebia de !avid para que

pudesse analis+9lo posteriormente.Por ora, baseando9se apenas na intui3ão, percebeu que ele era um omem onesto emquem poderia con%iar: e isto le bastava.

8 1u poderia le di&er que usei de premoni3ão mas, na verdade, não %oi nada disso. Osenor estava sendo a'uardado para as tre&e e trinta: mina empres+ria tele%onara demanã para me lembrar. 4aso contr+rio, ainda estaria cuidando do meu ardim. O que acade um ca%e&ino;

8 <tima id-ia.A sala era bastante aconce'ante. Nas anelas, cortinas a&uis9claras e, a um canto, um

so%+ + um tanto surrado e duas poltronas.8 Sente9se, sr. "rad#. 1u tina acabado de tra&er a bandea quando a campaina tocou.Optando por uma poltrona, !avid esperou at- que 4larisse sentasse à sua %rente e le

servisse uma 5cara de ca%-.4larisse !e "asse tina um aspecto maternal que inspirava carino e calor umano. "ai5a

e li'eiramente reconcuda, tina um rosto an'elical e bastante liso para seus presumveiscinq7enta e poucos anos. O cabelo pintado de loiro ressaltava9le os olos vivos ebrilantes.

Ao aceitar a 5cara que le era estendida, !avid notou as in=meras pulseiras que ela

usava. >ratava9se, sem d=vida, de uma muler vaidosa.8 Obri'ado, sra. !e "asse. !evo le con%essar que não se parece em nada com a ima'emque eu tina em mente.

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Absolutamente à vontade, 4larisse recostou9se no so%+.8 ?+ sei$ esperava que eu o recebesse na porta com uma bola de cristal nas mãos.Seus olos eram incrivelmente belos e astutos.8 @, admito que sim 8 con%essou, tomando um 'ole do ca%-, cua =nica qualidade era a

de estar quente. 8 2i muito a seu respeito nestas =ltimas semanas e vi uma 'rava3ão do

"arro6 So6 no qual a senora aparece. 8 1ntão, escolendo bem as palavras, a%irmou$ 8Sua ima'em no vdeo - bem. . . di%erente.

8 Ora, aquilo %a& parte do so6 business 8 ela disse de modo tão casual que eleima'inou tratar9se de pura ironia. No entanto, seu olar permanecia claro e ami'+vel. 8eralmente, não trato de ne'*cios em mina casa mas, como me pareceu que o senor tinauma certa ur'ncia em me ver, resolvi que seria melor receb9lo como sou na realidade.Sinto t9lo desapontado.

8 Não, não, em absoluto 8 ele obetou, sincero. 1ntão, apoiando a 5cara sobre a mesa,disse$ 8 Sra. !e "asse...

8 4ame9me de 4larisse 8 pediu, sorrindo de maneira carmosa.8 4larisse, serei bastante %ranco com voc.8 Bue bom 8 concordou ela, apoiando as mãos sobre o colo.!avid %icou %ascinado com a espontaneidade de 4larisse. 4aso ela %osse uma vi'arista,

sabia dis%ar3ar muito bem.8 Sou um omem e5tremamente pr+tico, e %enCmenos tais como telepatia, clarividncia

e paranormalidade não %a&em parte do meu dia9a9dia.Dm*vel, ela limitou9se a sorrir de modo compreensivo, mantendo um olar absolutamente

ine5pressivo. Pouco à vontade, !avid me5eu9se na poltrona.8 4on%esso que resolvi %a&er este document+rio sobre a parapsicolo'ia meramente porseu aspecto curioso, visando apenas entreter o espectador.

8 Ora, não tem do que se desculpar. 8 No momento em que um 'ato preto pulou em seucolo, 4larisse levantou as mãos e, sem desviar o olar, come3ou a acarici+9lo. 8 !avid, umapessoa na mina posi3ão entende per%eitamente as d=vidas e o %ascnio que as pessoas tmcom rela3ão a... estas coisas. Não sou nem um pouco radical. 8 O 'ato, a'ora, deitava9secon%ortavelmente em seu colo. 8 Sou apenas um ser umano a'raciado com um presente do4riador e que, portanto, tem certas responsabilidades.

8 Responsabilidades;!avid procurou pelo ma3o de ci'arros no bolso, mas notou que não avia cin&eiros porperto.

8 4laro 8 a%irmou 4larisse, abrindo a 'avetina da mesa, de onde retirou um cin&eirode lou3a a&ul. 8 Aqui est+ 8 disse, entre'ando9o a !avid. 8 0ea, um 'aroto, quandorecebe uma cai5a de %erramentas de presente, precisa optar$ ele poder+ us+9las paraaprender, para consertar ou para serrar o p- de uma mesa. Ou, ainda, 'uard+9las no %undodo arm+rio. A maioria das pessoas opta pela =ltima alternativa por acar as %erramentasmuito complicadas ou assustadoras, at-. 0oc al'uma ve& + passou por uma e5perincia

medi=nica ou paranormal, !avid;8 Não 8 respondeu ele, acendendo um ci'arro.8 Não; 8 Poucas pessoas teriam ne'ado com tanta convic3ão. 8 Nenuma ve& teve a

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impressão de prever al'uns acontecimentos;O assunto o interessava.8 4reio que todos + tiveram esta sensa3ão uma ve& ou outra.8 >rata9se de intui3ão.8 1 voc considera a intui3ão como um dom paranormal; 8 4laro que sim 8 a%irmou,

entusiasmada, os olos muito brilantes. 8 Mas depende muito do quanto a pessoa adesenvolve, como a canali&a, de que %orma a utili&a. A maioria de n*s usa apenas umapequena parte da intui3ão, pois tra& a mente sempre ocupada com outros assuntos.

8 Eoi, então, um %enCmeno semelante que a levou a descobrir Matte6 0an 4amp;Fma sombra cru&ou o olar de 4larisse.8 Não.Mais uma ve&, ela o intri'ava.4larisse tornara9se %amosa e respeitada pela opinião p=blica e5atamente por causa de

sua auda no caso 0an 4amp. !avid ima'inou que ela estivesse ansiosa por %alar no assunto:no entanto, a simples men3ão do caso a %e& retrair9se.

>ra'ando o ci'arro, percebeu que o 'ato o observava.8 4larisse, o caso 0an 4amp + vai completar de& anos e ainda - a mais controvertida de

suas atua3Ges.8 O 'aroto + vai %a&er vinte anos de idade. @ um lindo rapa&.8 !iversas pessoas acreditam que ele estaria morto a esta altura, caso a sra. 0an 4amp

não tivesse ido contra a opinião da polcia e do marido e insistido em cam+9la para aud+9los no seq7estro.

8 1 outras pessoas acreditam que tudo não passou de um 'olpe publicit+rio muito bemarmado 8 ela a%irmou, serena, tomando mais um 'ole de ca%-. 8 O %ilme de Alice 0an 4amp,lan3ado ap*s o seq7estro, %oi um 'rande sucesso de bileteria. 0oc assistiu; 1stava lindo.

Astuto, !avid percebeu que 4larisse desviara o assunto. 1ntretanto, ele o retomou.8 4larisse, caso concorde em %a&er parte de meu document+rio, 'ostaria que nos

%alasse sobre o caso 0an 4amp."astante s-ria, ela %ran&iu as sobrancelas e pCs9se a a'radar o 'ato.8 "em, não sei se poderei atender ao seu pedido. Eoi uma e5perincia muito traum+tica

para a %amlia 0an 4amp, traum+tica mesmo. 1 eu não 'ostaria de tra&er o assunto

novamente à tona.Mas !avid não teria atin'ido uma posi3ão de tanto prest'io dentro da pro%issão casonão soubesse ne'ociar.

8 1 se a %amlia concordar;8 "em, nesse caso - di%erente. 8 1nquanto ela considerava a possibilidade, o 'ato

espre'ui3ou9se em seu colo. 8 Sim. . .8 Sabe, !avid, admiro muito seu trabalo. 0i seu document+rio sobre os espancamentos

de crian3as e %iquei espantada com a maneira s-ria que o assunto %oi abordado.8 1u não brinco em servi3o, 4larisse.

8 @ e5atamente isto o que mais admiro em voc, sua seriedade. Mas me di'a$ o quepretende com este document+rio sobre a paranormalidade;8 Pretendo %a&er as pessoas pensarem com mais cuidado sobre o assunto 8 a%irmou,

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apa'ando o ci'arro. 8 Ea&er o p=blico encarar tais %enCmenos com outros olos.8 @ o que voc tamb-m pretende;8 4laro, todos iremos aprender muito com este trabalo. A sinceridade da resposta a

convenceu.8 osto muito de voc, !avid, e creio que 'ostaria de aud+9lo.

8 Eico %eli& com isso. Posso dei5ar o contrato para que. . .8 Não, não 8 ela interrompeu ao v9lo abrir a pasta. 8 1stes detales menores %icam

por conta de mina empres+ria 8 a%irmou, com um 'esto de pouco9caso.8 <timo. Se me der o nome dela eu vou procur+9la o mais breve possvel.8 >rabalo com a A'ncia Eields, de 2os An'eles. Novamente ela o surpreendia$ a bela

senora com ar maternal tina uma das melores empres+rias de toda a re'ião.8 Per%eito: encaminarei os pap-is para l+ ainda esta tarde. Ser+ um pra&er para mim

trabalar com voc, 4larisse.8 Posso ver sua mão;Mais uma atitude inesperada. !avid estendeu9le a mão e brincou$8 Por acaso vou %a&er um cru&eiro martimo;Mas 4larisse não se o%endeu e, embora se'urasse a mão que ele le estendera, mal a

observava. Mantina, sim, os olos %i5os no rosto de !avid. 1studando9o, constatou9le ostra3os an'ulosos e os cabelos escuros. !evia estar com um pouco mais de trinta anos, erae5tremamente atraente e vestia9se com ele'Hncia. As sobrancelas 'rossas destacavam osolos verdes incrivelmente tranq7ilos. A boca era %ina e proporcional ao tamano do rosto ea mão que !avid le estendera era lar'a, com dedos lon'os, tpicos de artista.

Mas 4larisse viu mais do que isso.8 0oc - um omem muito %orte, sob todos os pontos de vista.8 Obri'ado.8 Não di'o isso para aud+9lo, !avid. O que voc precisa - aprender a mesclar esta

%or3a com um pouco de ternura, principalmente em seus relacionamentos amorosos. Acoque - por esse motivo que voc ainda não se casou.

O coment+rio dela camou9le a aten3ão.8 Mina e5plica3ão - mais simples$ nunca encontrei a muler certa.8 >em ra&ão, precisa encontrar uma muler tão %orte quanto voc. 1 vai encontr+9la,

mais cedo do que ima'ina. Não ser+ um relacionamento %+cil e vocs dois precisarão ter emmente esta ternura de que le %alei.8 Buer di&er que acarei a muler ideal, casarei e viveremos %eli&es para sempre;8 1u nunca preveo o %uturo. 8 Sua e5pressão tornou9se pl+cida mas bastante s-ria. 8

1 s* leio a mão das pessoas que me interessam. Buer que eu le conte o que di& a minaintui3ão;

8 Sim, di'a.8 Sinto que o relacionamento entre n*s dois ser+ lon'o e muito interessante. 8 Antes

de soltar9le a mão, 4larisse deu9le uns tapinas amistosos. 8 1 vou 'ostar muito disso.

8 1u tamb-m 8 a%irmou ele, levantando9se. 8 At- mais, 4larisse.8 ostei muito de conec9lo, !avid. 0ena me visitar mais ve&es.Ao ce'ar ao portão, !avid teve um estrano pressentimento de que voltaria ali muito

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breve.

Andrea Eields andava de um lado para outro do amplo escrit*rio, como era seu costumequando %icava nervosa. Antes de voltar9se para seu s*cio, aprumou um quadro que pendiatorto na parede.

8 4laro que ele - um e5celente produtor, Abe. S* não sei se dar+ certo com 4larisse.4omo de +bito, Abe 1bbit estava sentado na poltrona com as mãos cru&adas sobre a

barri'a volumosa. Paciente, observava Andrea por sobre os *culos cados na ponta do nari&.8 Andrea, a o%erta dele - muito 'enerosa.8 1la não precisa de dineiro.4omo empres+rio ele não 'ostou daquele coment+rio.8 Pense na repercussão unto ao p=blico, então.8 Seria o tipo certo de repercussão, Abe;8 0oc a prote'e demais, Andrea.8 @ para isso que estou aqui 8 ar'umentou.!e repente, Andrea parou de andar e sentou9se na beirada da mesa.Ao v9la s-ria, com as sobrancelas %ran&idas, Abe manteve9se calado, pois sabia que,

caso le per'untasse al'o Andrea não responderia. A conecia de lon'a data e a respeitavapor este motivo que ele, um veterano empres+rio de Ioll#6ood, trabalava para a A'nciaEields em ve& de abrir seu pr*prio escrit*rio. 1mbora tivesse idade para ser pai dela, nãose importava de serem s*cios e terem a mesma posi3ão. J?unta9te aos bons e ser+s umdelesJ, Abe costumava di&er.

8 1la + se decidiu a aceitar a o%erta 8 murmurou Andrea ap*s uma lon'a pausa. 8Mas... "em, espero que não esteamos cometendo um erro. Bualquer desli&e e eles vão%a&9la passar por boba perante o p=blico. 1 isto eu não vou tolerar,

Abe.8 4alma Andrea. !ei5e que 4larisse decida por si s*. Al-m do mais, voc sabe que não

deve permitir que seu lado emocional inter%ira nos ne'*cios,8 Sim, eu sei.4ru&ando os bra3os, Andrea lembrou9se de que aquele %ora o principal motivo de seu

sucesso pro%issional. Aprendera desde muito ovem a controlar suas emo3Ges para poder

sobreviver. Buando se perde o pai muito cedo e sua mãe não presta aten3ão a detales taiscomo a data de vencimento da ipoteca da casa, tem9se que aprender a lidar com osne'*cios de modo pro%issional. Andrea tornara9se empres+ria por voca3ão e era realmentemuito competente no que %a&ia. A prova disto era o belo escrit*rio que adquirira numa dasavenidas mais ele'antes de 2os An'eles.

8 "em, s* vou tomar uma decisão oe à tarde, depois que me encontrar com "rad#.4onecendo9a bem, Abe sorriu e inda'ou$8 Buanto mais voc vai pedir;8 Aco que mais de& por cento 8 comentou, tamborilando um l+pis sobre a mesa. 8

Mas, antes, pretendo descobrir o que e5atamente ele vai mostrar nesse document+rio equal a aborda'em que dar+ ao assunto.8 !i&em que !avid "rad# - durão. Andrea diri'iu9le um riso si'ni%icativo.

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8 1u tamb-m.Abe %icou de p- num 'esto bastante caracterstico dele, colocando o pole'ar no cinto da

cal3a.8 "em, teno uma reunião a'ora. Me avise depois como %oram as ne'ocia3Ges.8 4erto. At- mais tarde.

!avid "rad#. O %ato de Andrea admirar9le o trabalo iria, sem d=vida, in%luenciar suadecisão. No entanto, desde que ele aceitasse pa'ar a quantia e5i'ida, teria a participa3ãode 4larisse no document+rio. Mas, antes, seria preciso não demonstrar muito interesse.

4larisse !e "asse %oi sua primeira cliente. 1 a =nica durante os primeiros anos daA'ncia Eields. 1mbora todos a criticassem por sua atitude e5cessivamente protectoracom rela3ão a ela, Andrea não mudava seu modo de a'ir. "rad# podia ser um dos meloresprodutores de document+rios, mas isto não le dava privil-'io nenum sobre 4larisse.Nenum contrato seria assinado sem sua aprova3ão.

A vida para Andrea no incio de sua carreira não tina sido nada %+cil. Para atin'ir oprest'io de que 'o&ava oe, escrit*rio pr*prio e quin&e empre'ados, precisara passar pormaus peda3os. I+ de& anos, quando entrara para o ramo, nem tele%one pr*prio Andreatina. Al-m do que, na -poca, se viu obri'ada a esconder sua verdadeira idade da maioriados clientes, pois poucas celebridades con%iariam sua carreira nas mãos de uma 'arota dede&oito anos. 15ceto 4larisse.

Suspirando, Andrea recordou9se de como %ora di%cil o come3o$ tantasresponsabilidades, a concorrncia, tantos detales...

Mas a in%Hncia penosa le servira de escola. !esde cedo aprendera a veri%icar os talGes

de ceque para ver se as contas con%eriam e cuidar de todos os pa'amentos. Os pap-isentre ela e sua mãe aviam se invertido$ era a %ila quem cuidava da mãe.No entanto, oe em dia, Andrea en5er'ava esta e5perincia pelo dado positivo, pois,

caso não tivesse passado por tais di%iculdades, talve& alcan3ar o sucesso tivesse sidoimpossvel. O destino tem seus meios. . . Sorrindo, Andrea contornou a mesa e sentou9se naenorme poltrona que 'anara de sua mãe. Ao contr+rio da mesa, pr+tica e %uncional, acadeira era imensa e bastante desaeitada. Mães...

>odo o escrit*rio se'uia a lina da %uncionalidade discreta. Nada de %lores, %otos ouen%eites %rvolos.

Pensando em dar mais uma olada no contrato antes de discuti9lo com !avid "rad#,Andrea apanou9o sobre a mesa. Pretendia estudar cuidadosamente cada cl+usula, cada%rase, cada alternativa.

No momento em que %a&ia uma anota3ão acerca do =ltimo par+'ra%o, o inter%one tocou.Sem dei5ar de escrever, ela o atendeu.

8 Sim, !iane;8 O sr. "rad# acaba de ce'ar, Andrea.8 <timo, !i'a para ele entrar. 1spere para tra&er o ca%e&ino quando eu camar, est+

bem;

0oltando o bloco de anota3Ges para a primeira p+'ina, levantou9se no e5ato instante emque a porta se abria.8 A, sr. "rad# 8 cumprimentou9o, sem sair de tr+s da mesa.

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1la aprendera + al'um tempo num curso que tal atitude demonstrava poder e, aomesmo tempo, dava9le a cance de estudar melor a pessoa que ce'ava.

Observando9o, concluiu que !avid "rad# mais parecia um de seus clientes do que umprodutor de renome. >ina o andar macio e a ele'Hncia displicente. Numa %ra3ão dese'undo ima'inara9o estrelando um policial para a televisão ou, então, um destes %ilmes de

co6bo#. Pena que ele estivesse em outro ramo.!avid, por sua ve&, tamb-m pCde observ+9la. 1le'ante e discreta, ela le pareceu a

tpica muler de ne'*cios. Apenas a pouca idade o surpreendeu. O corpo esbelto camavapouca aten3ão sob o tailleur cin&a. Os cabelos loiros à altura do quei5o %ormavam um belocontraste com o vermelo da blusa de seda e o a&ul dos olos era ressaltado por umamaquila'em bastante suave, pouco perceptvel atrav-s dos *culos.

O aperto de mão %oi %irme e pro%issional.8 Por %avor, sente9se, sr. "rad#. ostaria de tomar um ca%e&ino;8 Não, obri'ado 8 disse ele, sentando9se ap*s Andrea, que mantina o contrato aberto

sobre a mesa.Ainda estudando9a, "rad# constatou que ela não usava qualquer tipo de *ias ou

en%eites. Apenas um rel*'io social no pulso esquerdo.8 Parece que temos muitos ami'os em comum, srta. Eields. Dncrvel que ainda não

tiv-ssemos nos conecido.8 !e %ato 8 ela a%irmou sorrindo. 8 Mas, como empres+ria, pre%iro me manter nos

bastidores do mundo artstico. O senor + se encontrou com 4larisse, não;8 Sim, + 8 concordou, percebendo que iriam direto ao assunto. 8 1la - uma pessoa

encantadora, mas con%esso que esperava encontrar uma muler mais. . . e5cntrica.Andrea riu de maneira espontHnea.8 1la sempre surpreende as pessoas. Sr. "rad#, seu proeto me pareceu bastante

interessante, mas preciso conecer al'uns detales. ostaria que me dissesse e5atamenteo que pretende produ&ir.

8 >rata9se de um document+rio sobre a paranormalidade, incluindo %enCmenos li'ados àclarividncia, à parapsicolo'ia, telepatia, etc.

8 1 o que me di& de almas do outro mundo;O tom de desaprova3ão não le passou despercebido.

8 Para uma empres+ria que cuida dos interesses de uma cliente paranormal, a senorame parece bastante irCnica.8 Mina cliente não l cartas nem %ala com pessoas %alecidas. 8 Andrea recostou9se na

cadeira numa postura que transmitia autocon%ian3a e poder. 8 Por diversas ve&es a sra. !e"asse provou ser uma pessoa muito sensvel, mas nunca a%irmou possuir poderessobrenaturais.

8 %enCmenos sobrenaturais, não. Mas paranormais, sim.8 A, veo que o senor andou pesquisando o assunto.8 4ame9me de !avid. K por isso que quero 4larisse !e "asse em meu pro'rama.

8 Prossi'a, !avid. .8 1stive conversando com m-diuns, cartomantes, quiromantes, ci'anas. Nem ima'inaquantos vi'aristas e5istem por a.

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8 Dma'ino, sim 8 ela comentou, rindo. !avid resolveu i'norar o sarcasmo.8 4onversei, tamb-m, com diversos ce%es de departamentos de parapsicolo'ia de

muitas universidades e todos mencionaram o nome de 4larisse.8 4larisse tornou9se muito conecida. Principalmente na +rea da pesquisa.Novamente o tom de censura.

8 Nos cinco pro'ramas que %arei, de uma ora cada um, pretendo propor questGes,mostrar novos estudos na +rea. O p=blico poder+ enviar per'untas e terei à disposi3ão dosparticipantes uma sala com cartas de tarC, etc.

8 1 onde - que 4larisse se encai5a nisso tudo; 8 ela inda'ou, tamborilando os dedossobre a mesa.

Não ia ser nada %+cil convenc9la, concluiu !avid. Mas, tamb-m, não cederia nem umcentavo na ne'ocia3ão.

8 4omo voc mesma + disse, 4larisse tornou9se %amosa. Principalmente ap*s o caso 0an4amp.

8 Dsto %oi + de& anos 8 ela comentou, num tom seco.8 O %ilo de uma estrela de Ioll#6ood - seq7estrado enquanto brinca num parque da

cidade. O res'ate - %i5ado em meio milão de d*lares. A mãe %ica arrasada, a polcia,desorientada. Buarenta e oito oras se passam sem que nenuma pista sea levantada,enquanto a %amlia do 'aroto tenta conse'uir o dineiro. Ainda que contra a vontade do pai,a mãe tele%ona para uma ami'a que %a& mapas astrol*'icos. A ami'a ce'a, %ica duranteal'uns minutos no quarto do 'aroto, se'urando uma roupa dele, e, ao sair, descreve para apolcia o local para onde o levaram e %ornece um retrato %alado dos seq7estradores.

Naquela mesma noite o 'aroto - encontrado e levado para casa. 8 !avid acendeu umci'arro e deu uma tra'ada. 8 As pessoas não esquecem um %ato desses nem mesmo depoisde de& anos.

>entando ocultar a raiva que sentia, Andrea permaneceu im*vel.8 Muitos a%irmam que o caso não passou de uma %raude. >ra&9lo à tona a'ora, depois

de tanto tempo, vai e5altar os Hnimos de novo.8 Bualquer pessoa na posi3ão de 4larisse deve aprender a lidar com a crtica.!avid viu um brilo intenso estampar9se nos olos de Andrea e percebeu que, por detr+s

da aparncia tranq7ila, a raiva a consumia.

8 >em ra&ão, mas não permitirei que ela assine um contrato que a preudique. Nãopretendo v9la e5posta a um ul'amento televisionado.8 1spere um pouco 8 ele disse, tamb-m + irritado. 8 1la - e5posta a ul'amento toda

ve& que aparece em p=blico e, caso não consi'a se de%ender verbalmente perante ascHmeras, seria melor abandonar a atividade. 4omo empres+ria, deveria ter mais con%ian3ana competncia de sua cliente.

8 Dsto não - de sua conta.Pretendendo livrar9se de !avid e do contrato o quanto antes, Andrea come3ou a

levantar9se quando o tele%one tocou. 0isivelmente contrariada, atendeu9o.

8 Por %avor, !iane, não posso. . . A... Sim, pona9a na lina.8 Sinto muito incomod+9la, querida.8 Não tem problema. 1stou atendendo uma pessoa, portanto...

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

8 Sim, eu sei 8 a%irmou 4larisse no seu tom calmo de sempre. 8 !avid "rad# est+ a.1le - muito simp+tico.

8 Dsto - questão de opinião.8 2o'o ima'inei que voc não %osse concordar. 8 Andrea, estive pensando muito na

proposta de !avid e decidi assinar o contrato imediatamente. 8 Antes que Andrea pudesse

protestar, ela continuou$ 8 ?+ sei o que voc est+ pensando. "em, como empres+ria, esperoque cuide dos detales que ul'ar necess+rio, mas aviso9le que quero %a&er essedocument+rio.

Andrea percebeu pelo tom de vo& de 4larisse que se tratava de mais um pressentimentodela, e sabia que seria in=til protestar.

8 Precisamos conversar sobre o assunto.8 4laro, querida, como quiser. !ei5o os detales a seu car'o e de !avid, mas assinarei

o contrato de qualquer %orma.>endo !avid bem à sua %rente, Andrea teve que dis%ar3ar a revolta como pCde.8 4omo queira, mas aco que deveramos discutir com mais calma.8 1st+ bem. 0ena antar comi'o, então.Andrea não conteve um riso$ 4larisse adorava discutir assuntos s-rios durante as

re%ei3Ges. Pena que %osse tão m+ co&ineira.8 Não posso, teno um compromisso.8 Pode ser amanã;8 1st+ certo. 1ntão at- amanã.Ap*s desli'ar, Andrea respirou %undo e se voltou para !avid.

8 Me perdoe pela interrup3ão.8 Não se preocupe.8 Não consta do contrato nenuma cl+usula re%erente ao caso 0an 4amp.8 ?+ conversei com ela a este respeito.8 1ntendo... Mas 'ostaria que a participa3ão da sra. !e "asse nesse seu document+rio

%icasse bem e5plicada e, para isto, teremos que %a&er al'umas modi%ica3Ges.8 >udo bem, não me opono a nenuma modi%ica3ão. J1ntão, 4larisse vai mesmo assinar

o contratoJ, ele pensou consi'o enquanto ouvia mais al'umas modi%ica3Ges su'eridas porAndrea. Antes daquele tele%onema, teve a ntida impressão de que ela estava para se livrar

dele, mas depois. . . Não era preciso ser clarividente para saber que o tele%onema tinasido de 4larisse. Andrea %ora pe'a de surpresa.8 Reescreverei a minuta do contrato e a enviarei amanã mesmo para voc 8 disse.J>odos parecem muito apressadosJ, ela pensou.8 1stou certa de que então poderemos %a&er ne'*cio. A, s* mais um detale.8 Bual;8 O cac da sra. !e "asse. 8 Andrea %oleou o contrato, arrumando os *culos que

usava para ler. 8 1sta quantia est+ bem abai5o do que 4larisse costuma cobrar. Bueremosvinte por cento a mais.

Surpreso, ele er'ueu uma das sobrancelas. !avid esperava que Andrea tivesse tocadono assunto bem antes.8 1spero que compreenda que estamos trabalando para a televisão estatal e, portanto,

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O tom irCnico inquietou9a mais uma ve&.8 Dma'ino. . . 8 1ntão, !avid se'urou9le o rosto com ambas as mãos. 8 Pare, sr.

"rad#.A pele alva era tão macia quanto su'eria.8 Não tena medo. 0oc não %a& o meu tipo.

1, sem mais uma palavra, ele se retirou, dei5ando9a a s*s. Ao ouvir a porta %ecar,Andrea trou5e os oelos para unto do peito e abra3ou9os. O que %aria a'ora; 4omoescapar;

CAPÍTULO II

Andrea pensou seriamente em parar numa lanconete antes de ir antar na casa de4larisse mas, então, reconsiderando, concluiu que talve& a %ome a audasse a en'olir commais %acilidade o que a dona da casa le servisse.

Abrindo o teto solar, tratou de rela5ar e aproveitar o passeio. A%inal, levaria no mnimoquarenta e. cinco minutos para ir do escrit*rio ao sub=rbio.

Ao seu lado, no banco de passa'eiros, uma pasta de couro contina o novo contratoenviado pelo mensa'eiro de "rad#. >odas as modi%ica3Ges aviam sido %eitas, não ledei5ando motivo para reclama3ão. 1ntretanto, um %orte pressentimento a incomodava. Nãoera nada de palp+vel, concreto, apenas uma sensa3ão estrana a le di&er que al'o poderiaacontecer caso 4larisse aceitasse trabalar para !avid.

A%astando tais pensamentos da mente, convenceu9se de que tudo não passava de %altade sono$ a amea3a de desmaio no escrit*rio no dia anterior, o pressentimento, !avid"rad#... Não, ela não sentira nada por ele. 1n'ano seu.

!urante os vinte quilCmetros se'uintes, tratou de recuperar a calma e o autocontrole,

antes que ce'asse a Ne6port "eac. A%inal, não averia como esconder tais sentimentosde 4larisse, caso ela notasse qualquer inquieta3ão de sua parte. >eria que discutir ocontrato e conversar a respeito de !avid com a maior naturalidade possvel, para nãolevantar suspeitas. Suspeitas; Bue suspeitas;

Por pouco não parou num tele%one p=blico cancelando o antar, mas não teve cora'em.A%inal, não era de seu %eitio misturar vida pessoal com vida pro%issional. O interesse dosclientes vina em primeiro lu'ar.

Procurando se descontrair, li'ou o r+dio do carro bem alto at- que estacionasse em%rente à casa de 4larisse.

1ra com satis%a3ão que Andrea admirava a casina sin'ela, por-m con%ort+vel, que tãobem re%letia a personalidade da dona. O 'ramado verdino muito bem cuidado e aspersianas brancas emprestavam uma aparncia ale're ao lu'ar. @ verdade que com o

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sucesso de seus livros e seus cacs 4larisse poderia adquirir uma mansão em "everl# Iills,mas era ali que ela se sentia à vontade. Al-m do que, 4larisse 'ostava do sosse'o que s* umbairro muito a%astado poderia le proporcionar.

>rocando de mão o pacote contendo as duas 'arra%as de vino que trou5era para o antar, Andrea empurrou a porta que, como de costume, estava aberta.

8 Ol+L Al'u-m em casa;8 O, esqueci de %ecar a porta outra ve&; 8 4larisse saiu da co&ina en5u'ando as

mãos no avental.8 1 se %osse um assaltante; 0oc não aprende mesmo, não -; 1ncabulada, 4larisse

audou9a com o pacote e a pasta, dando9le um beio carinoso.Respirando %undo, Andrea tentou adivinar o que teriam para o antar.8 Ium... >orta de %ran'o;8 Acertou. 1spere s* at- provar esta receita nova.8 A...Ao recordar9se da =ltima torta que 4larisse le servira, o riso desapareceu9le dos

l+bios. 8 0oc est+ linda, 4larisse. Aposto como tem %eito um tratamento de pele numdaqueles salGes ciqu-rrimos.

8 "em, devo con%essar que sim. A%inal, são tantos problemas. . . Não quero %icar todaenru'ada. 2embre9se disso voc tamb-mL

8 Buer di&er que estou envelecida; 8 disse Andrea em tom de brincadeira, ao colocara bolsa sobre a mesa e livrar9se dos sapatos que a incomodavam.

8 0oc sabe que não quis di&er isso, mas estou notando que al'o a preocupa.

8 Aco que - %ome 8 a%irmou, tentando despist+9la. 8 Almocei apenas um sanduce.8 1u + le disse que deve procurar se alimentar direito. Mas, vena at- a co&ina.Aco que a comida + est+ pronta para ser servida.

Satis%eita por ter conse'uido convenc9la, Andrea se'uiu9a. Mas lo'o se assustou comas palavras de 4larisse$

8 A, então, voc poder+ me contar a verdade.8 Ora, voc - mesmo impossvel, não; 8 comentou Andrea no e5ato instante em que a

campaina tocava,8 Buerida, se importa de atender a porta para mim; 8 inda'ou, um tanto a%lita, por

causa da anta que estava no %o'o. 8 Preciso dar uma olada no arro&. >eno medo que'rude.8 ?+ não bastava a torta e ainda, a'ora, o arro&... 8 comentou Andrea em vo& bai5a,

caminando em dire3ão à porta com ares de desHnimo.1 %oi assim que ela recebeu !avid "rad#.8 Pu5a, que recep3ãoLAinda se'urando o trinco, Andrea inda'ou, surpresa$8 O que voc est+ %a&endo aqui;8 0im antar com 4larisse.

1, sem esperar pelo convite, !avid atravessou a porta, parando ao lado de Andrea.8 0oc - alta mesmo sem sapatos, não;Euriosa e con%usa, Andrea %ecou a porta com %or3a.

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8 Nin'u-m me disse que seria um antar de ne'*cios.8 >alve& 4larisse o considere apenas uma reunião de car+ter social.Por que motivo ele não conse'uira tir+9la do pensamento desde que a conecera; >alve&

encontrasse uma resposta para sua d=vida antes do %inal da noite.8 Por que não o encara desta %orma tamb-m, Andrea;

8 1st+ bem. S* espero que 'oste de viver peri'osamente 8 a%irmou, com um risodivertido nos l+bios.

8 4omo assim;8 4larisse %e& torta de %ran'o.1sticando o bra3o, apanou a 'arra%a de campane que ele tina nas mãos.8 "em, talve& isto aude. Por acaso almo3ou oe;Iavia em seus olos a&uis um brilo vivo que ele não percebera quando a viu pela

primeira ve&. Fm brilo vivo e muito atraente.8 Não entendo onde est+ querendo ce'ar.8 Sinto não poder le adiantar mais detales. 0oc s* vai entender melor quando

sentarmos à mesa. Eique à vontade, !avid. 0ou le preparar um drinque.8 Andrea;8 Sim;1la + ia virar9se quando 4larisse sur'iu na porta da co&ina.8 Meu convidado +. . .; A, sim, era ele. Bue *timo.!etendo9se, a an%itriã os e5aminou por um instante ali, parados, bem pr*5imos um do

outro. A aura que 4larisse via envolv9los era muito clara e brilante.

8 <timo mesmo 8 repetiu, mais para si mesma. 8 1stou %eli& que tena vindo, !avid.8 1u - que a'rade3o o convite.Ao caminar at- 4larisse, teve tempo de admir+9la. 1ra uma muler %abulosa.Apro5imando9se, beiou9le a mão respeitosamente.4larisse corou, lisoneada.80oc trou5e campane; Ora, quanta 'entile&a. 0amos abri9la assim que o contrato

estiver assinado.Olando por sobre o ombro de !avid, 4larisse deparou com a %isionomia contrada de

Andrea.

8 Por que não prepara um drinque para vocs, Andrea;0ou servir o antar daqui a pouco. A vodca - de con%ian3a. Eui eu mesma que comprei 8con%essou a !avid e voltou para a co&ina.

8 Per%eito, aceito uma dose com 'elo.Andrea %oi at- o bu%e e apanou os copos de cristal, reservados para ocasiGes especiais.8 Pu5a, que mila'reL 8 e5clamou. 8 4larisse se lembrou de tirar o 'elo.8 A impressão que teno - a de que vocs duas se conecem muito bem.8 @ verdade 8 a%irmou Andrea, apro5imando9se com os drinques. 8 Para mim, ela -

muito mais do que uma simples cliente. @ por isso que me preocupo tanto com este

document+rio, !avid.1le, então, apro5imou9se para pe'ar o copo e, para sua surpresa, notou que Andrea usavaum per%ume muito suave que s* se percebia ao ce'ar9se bem perto.

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8 Não entendo por que essa preocupa3ão.?+ que iam tratar de ne'*cios, a %ranque&a certamente devia imperar. 4uidadosa,

Andrea deu uma olada em dire3ão à co&ina e, então, comentou em vo& bai5a$8 4larisse - uma pessoa muito %ranca, muito aberta. >alve& at- demais. Dsto a torna

vulner+vel a todo tipo de problemas.

8 1st+ tentando prote'9la contra mim;8 Ainda não sei se seria o caso 8 con%essou, tomando um 'ole do drinque.8 osto muito dela 8 comentou, pe'ando uma meca dos cabelos de Andrea entre os

dedos. O 'esto %oi tão autom+tico que !avid nem teve tempo de re%letir sobre o que %a&ia.4ontudo, com a mesma rapide&, a soltou. 8 4larisse - uma muler ador+vel 8 acrescentou,ao dar uma volta pela sala.

Perturbado com sua pr*pria atitude, caminou at- a anela para 'anar distHncia. Nuncaa'ira daquela %orma ao tratar de ne'*cios com al'u-m, muito menos com uma muler quemal conecia.

No ardim, o 'ato estirado sobre o 'ramado aproveitava para aquecer9se sob os =ltimosraios de sol, enquanto os p+ssaros vinam bebericar da +'ua com a3=car posta numa'arra%ina pr*5ima à anela.

Procurando recompor9se, Andrea disse num tom pro%issional$8 Eico satis%eita que se tena dado tão bem com mina cliente, mas supono que o

interesse pelo seu trabalo vena em primeiro lu'ar. 0oc, naturalmente, %ar+ todo opossvel para 'arantir uma boa audincia.

8 >em ra&ão.

JO que o teria levado a toc+9la;J, !avid se per'untava. >alve& %osse o %ato de ela estarmuito mais à vontade do que quando no escrit*rio. Andrea usava uma camisa de lin'eriebranca muito %eminina e uma saia marrom. Al-m de estar descal3a, os cabelos revoltos pelovento acentuavam9le a aparncia descontrada. Não se parecia em nada com a pro%issionalcompenetrada e sisuda que conecera.

!avid tomou mais um 'ole de vodca. Ainda assim, ela não %a&ia seu tipo.8 Mas, se voc quer saber, não sou do tipo que tira vanta'em das pessoas s* para

alcan3ar um obetivo. Apenas cumpro mina tare%a, Andrea, e espero o mesmo dos quetrabalam para mim.

8 Nada mais usto 8 ela a%irmou, terminando a bebida. 8 Mas quero dei5ar bem claroque mina tare%a - prote'er mina cliente.8 1ntendo o que quer di&er e, de mina parte, não veo problema nenum quanto a isso.8 O antar est+ servido 8 comentou 4larisse, saindo da co&ina.!esta ve&, não os encontrou pr*5imos mas, sim, bastante a%astados um do outro. No ar,

pairava uma certa tensão, uma certa descon%ian3a que não le passou despercebida. Nadamais normal, concluiu, em se tratando de duas pessoas teimosas a de%enderem pontos devista di%erentes. 4uriosa, ima'inou quanto tempo levariam para admitir a atra3ão quesentiam um pelo outro.

8 1spero que esteam com apetite. Andrea apoiou o copo va&io sobre o bu%e.8 !avid acabava de me di&er que est+ morto de %ome. Aco bom voc servi9lo de umpeda3o 'eneroso de torta.

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8 Bue bom 8 a%irmou 4larisse, condu&indo9os à sala de antar. 8 Adoro comer à lu& develas.

Sobre a mesa, + aceso, um candelabro de duas velas emprestava ao ambiente umaatmos%era romHntica que, se'undo Andrea, melorava a aparncia da torta.

8 Eoi Andrea quem trou5e o vino, portanto teno certe&a de que deve ser bom.

8 Sua torta est+ muito bonita 8 ele comentou, per'untando9se por que Andrea tentavadis%ar3ar um riso.

8 Obri'ada. Me conte, !avid, voc nasceu aqui mesmo na 4ali%*rnia; 8 inda'ou,estendendo um prato para Andrea.

8 Não, sou do 1stado de asin'ton 8 ele respondeu, ao servir um copo de "eauolasa Andrea.

8 O 1stado de asin'ton - lindo 8 comentou a dona da casa, estendendo a travessade arro& para que Andrea se servisse. 8 Mas %a& muito %rio por l+.

4om certa nostal'ia, !avid recordou9se das tardes =midas varridas pelo vento cortante.8 Sim, mas lo'o me adaptei ao clima da 4ali%*rnia.8 Eui criada na costa leste e vim para c+ com meu marido a quase trinta anos, mas

con%esso que no outono ainda %alta de 0ermont. Andrea, voc ainda não comeu salada. Sabecomo me preocupo com sua alimenta3ão.

Andrea serviu9se de al'umas %olas de al%ace para não desapont+9la, e su'eriu àan%itriã$

8 0oc devia ir passar o Natal por l+ este ano.Ap*s a primeira 'ar%ada de torta, Andrea + recorreu ao vino.

8 >em ra&ão 8 4larisse disse. 8 ?+ estive pensando nisso. 0oc tem %amlia, !avid;O primeiro bocado de torta que !avid provou quase o levou a nocaute. 4omo era possvelal'u-m co&inar tão mal;

8 Perdão. O que %oi que disse; 8 Per'untei se tina %amlia.8 Sim 8 respondeu, olando para Andrea, que o observava. 8 >eno dois irmãos e uma

irmã que moram no Ore'on.8 1u tamb-m veno de uma %amlia numerosa e tive uma in%Hncia *tima. 8 1, esticando o

bra3o, tocou carinosamente a mão de Andrea. 8 1la %oi %ila =nica.Sorrindo, Andrea retribuiu9le o carino.

8 1 tamb-m tive uma in%Hncia maravilosa.Ao v9lo servir9se de uma por3ão 'enerosa de salada, Andrea percebeu o drama que!avid vivia. 1ntão, depois de uma breve pausa, inda'ou$

8 Por que este interesse por document+rios;8 Sempre %ui %ascinado por curtas9metra'ens 8 comentou, %a&endo uso 'eneroso do

saleiro.8 1 isto dei5a voc reali&ado;09lo %a&er tanto sacri%cio para en'olir o antar era motivo de pra&er para Andrea.8 Plenamente.

8 Nunca teve vontade de tentar trabalar com cinema;8 Não, 'osto muito de televisão. 8 "ebeu mais um 'ole de vino. 8 Pena que aa muitaboba'em para se assistir oe em dia.

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8"oba'em;8Sim: pro'ramas sem criatividade, que não instruem nem divertem.8 >em ra&ão 8 concordou Andrea. 8 Mas acontece que estes são os que dão as maiores

audincias da televisão.8 A - que est+. Se este tipo de pro'rama, com pouco conte=do e muito brilo, - o que

mant-m um alto ndice durante tantos anos, si'ni%ica que o p=blico tem sido bombardeadocom estas boba'ens + muito tempo.

8 Mas nem todo mundo aca que um pro'rama, para ser bom, tem que ter s* umconte=do muito elevado. O problema com a televisão 'overnamental - que ela se coloca numpedestal, e se distancia muito do p=blico. Resultado$ sua audincia - das mais bai5as. 8Andrea tentava ar'umentar sem, no entanto, parecer rude. 8 4reio que uma pessoa quece'a cansada do trabalo ou uma mãe de %amlia que luta o dia todo tem o direito deassistir a al'o que a divirta.

8 4oncordo 8 ele a%irmou, admirado com o entusiasmo com que ela de%endia seu pontode vista. Os olos a&uis brilavam ainda mais, tornando9a muito atraente. 8 Mas estapessoa pode se divertir assistindo a um pro'rama que pu5e pela inteli'ncia. A menos queestea em busca de uma %u'a da realidade.

8 "em, creio que não assisto à televisão o bastante para %a&er a distin3ão 8 disse4larisse, satis%eita ao v9los limpar o prato. 8 Andrea, voc não - empres+ria daquela atri&que trabala no Dmp-rio;

8 Audre# 4ummin's; Sim: uma atri& de muito talento. 8 Serviu9se de mais vino. 8 ?+representou diversas pe3as de Saespeare e a'ora acaba de assinar um contrato para

representar o papel principal em ata em >eto de inco Buente. Pousando o copo sobre amesa, comentou irCnica$ 8 @ incrvel que uma pe3a como essa ainda consi'a %a&er tanto su9cesso, não aca; A%inal, não poderia ser comparada a *pera de 0erdi, o'ada no vdeo sema mnima preocupa3ão de e5plic+9la ao 'rande p=blico.

1la o provocara, mas !avid respondeu à altura$8 Aposto como não assistiu à s-rie que retratou a vida e a carreira de >a#lor "roos 8

disse !avid. 8 Aco que %oi o melor pro'rama que + vi sobre uma personalidade do roc.8 Apanando o copo, retribuiu a ironia$ 8 1le, por acaso, não - seu cliente, -;8 Não 8 disse Andrea, sem se dei5ar abater. 8 Eomos namorados e não costumo

misturar assuntos pessoais com pro%issionais.8 Ea& bem 8 a%irmou !avid, bebendo vino. 8 Ea& muito bem.8 Mas 'ostaria que soubesse que não teno preconceito com rela3ão à televisão. Se

%osse o caso, não estaria a ponto de contratar uma de minas melores clientes.8 Mais torta; 8 interrompeu 4larisse, bem a tempo de evitar uma discussão.8 1stou satis%eita 8 disse Andrea olando para !avid. 8 >alve& nosso ami'o aceite

mais um peda3o.8 Sinto muito, 4larisse, mas + comi al-m de meu limite.8 1, levantando9se, o%ereceu$ 8 Me dei5e aud+9la.

8 Não, não 8 recusou 4larisse, pondo9se de p-. 8 Não se incomode: adoro o servi3o decasa. Andrea, creio que !avid %icou um pouco desapontado quando esteve aqui pela primeirave&. Por que não le mostra mina cole3ão;

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8 1st+ bem. 8 1, virando9se para ele, disse$ 8 1la realmente simpati&ou com voc.4larisse não costuma mostrar sua cole3ão para estranos.

8 Me sinto lisoneado.Mas, ao caminarem por um corredor estreito, ele se'urou Andrea pelo bra3o, detendo9

a.

8 0oc pre%eria que meu relacionamento com 4larisse %osse estritamente pro%issional,não -;

2evando o copo aos l+bios, Andrea o observou por sobre a orda. Por ra&Ges quedesconecia, pre%eria que ele se a%astasse de 4larisse. 1 dela tamb-m. 8 4larisse -per%eitamente capa& de escoler seus pr*prios ami'os. 8 1 sua %un3ão - prote'9la paraque nenum deles tire vanta'em dela.

815ato. Por aqui, por %avor. 0irando9se, abriu uma porta do lado esquerdo do corredor.8 Pena que não tenamos tra&ido a vela. 4riaria uma atmos%era mais propcia 8 ela

comentou ao acender a lu&, permitindo que !avid entrasse no pequeno aposento.Ali as anelas eram providas de cortinas pesadas e 'rossas que impediam a visão do

 ardim. 1le lo'o ima'inou tratar9se de um arti%cio para a%astar os curiosos.Ao centro, sobre uma mesa, a bola de cristal que esperava ter visto quando de sua

primeira ida à casa. Não resistindo à curiosidade, apro5imou9se para observar melor ovidro transl=cido que re%letia o a&ul pro%undo da toala sobre a qual estavam colocadas,4artas de taro, + bastante manuseadas, estavam espaladas sobre a prateleira.

Na parede, um panC tibetano representando uma divindade indu. Numa mesina decanto, pr*5ima à anela, uma cole3ão de pirHmides de todos os materiais e tamanos

ima'in+veis.8 1ra isto que voc esperava; 8 inda'ou Andrea ap*s al'uns instantes.8 Não 8 comentou !avid, ao apanar uma outra bola de cristal que, de tão pequena,

cabia na palma de sua mão. 8 Assim que coneci 4larisse soube que ela levava seus dons as-rio.

Procurando dis%ar3ar sua surpresa diante da resposta inteli'ente, Andrea tomou maisum 'ole de vino.

8 Dsso tudo aqui - um obb# de 4larisse. 1la adora colecionar estas coisas.8 1la nunca as utili&a;

8 Não, s* às ve&es por brincadeira. Na verdade, tudo come3ou + muitos anos quandouma ami'a, em visita à Dn'laterra, comprou este taro de presente para 4larisse. !ali emdiante, ela come3ou a colecionar obetos msticos. O cristal 'elado o intri'ava.

8 0oc desaprova;8 Para mim, - indi%erente 8 con%essou, dando de ombros.8 Al'uma ve& + e5perimentou ver o %uturo na bola de cristal;8 Não, nunca.!avid percebeu que ela mentia.8 1ntão, não acredita em nada disso;

8 Acredito apenas em 4larisse: o resto - tapea3ão.1le acava inacredit+vel o poder de %ascina3ão que esse tipo de assunto vinae5ercendo sobre os omens atrav-s dos tempos.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

8 Buer di&er que nunca pediu a ela que visse sua sorte;8 4larisse não precisa de bola de cristal: ela não prev o %uturo.8 1strano 8 ele comentou, observando o obeto que tina nas mãos. 8 @ de ima'inar

que com seus poderes ela pudesse ver o %uturo.8 1u não disse que ela não pode: disse que não v.

8 1ntendo.8 4larisse respeita muito o destino das pessoas, o %uturo, e se recusa a %a&er

previsGes. ?+ a vi reeitar o%ertas milion+rias.8 Mas ela tem poderes para prever.8 >em, mas pre%ere não utili&+9los. 1la encara este dom como uma d+diva de !eus e

raramente lan3a mão dele. Aco D que pre%eriria at- perd9lo a us+9lo de %orma errada.O coment+rio o %e& recolocar o obeto sobre a estante e voltar9se para Andrea.8 Perd9lo; Buer di&er que ela, como paranormal, poderia simplesmente dei5ar tais

poderes de lado; Dsto -, bloque+9los ou coisa assim;Andrea sentiu as mãos suadas. 8 !e certa %orma, sim. A pessoa tem que estar receptiva

aos %luidos que recebe e transmite. O 'rau de abertura depende unicamente da pessoa. 0oc parece entender muito do assunto. 2embrou9se de como !avid era astuto e sorriudando de ombros.

8 4one3o 4larisse muito bem e, se vocs conviverem bastante, ver+ que tamb-m vai%icar por dentro do assunto.

Apro5imando9se dela, !avid tomou9le o copo das mãos e provou do vino, + aquecidopelo toque de Andrea.

8 @ impressão mina ou voc est+ pouco à vontade aqui nesta sala; Ou seria eu o motivodo descon%orto;8 Sua intui3ão pelo eito não est+ %uncionando muito bem.4aso se interesse, 4larisse pode le ensinar al'uns e5erccios para desenvolv9la.8 Suas mãos estão =midas de suor.!avid se'urou9as e, então, desli&ou a ponta dos dedos pelos pulsos delicados.8 Não preciso usar de intui3ão para saber que seu pulso est+ acelerado.1ra vital para ela manter9se absolutamente calma. 1ncarando9o, conse'uiu ensaiar um

sorriso.

8 Aco que - por culpa da torta de %ran'o.8 Buando nos vimos pela primeira ve& voc teve uma rea3ão muito estrana.Andrea não poderia esquecer a noite que passara em claro pensando nele.8 1u + le e5pliquei.8 Mas não me convenceu. >alve& sea por isso que tena pensado tanto em voc.>entando dis%ar3ar a inquieta3ão, Andrea retomou o copo das mãos de !avid e esva&iou9

o, sempre evitando encar+9lo.4ontudo, lo'o constatou o en'ano que cometera. A colCnia masculina que ele usava

impre'nara o copo. Procurando al'o para di&er, comentou$

8 2embre9se de que não %a3o seu tipo.8 Não, não %a& 8 murmurou !avid, acariciando9le a nuca e os cabelos. 8 1 issoimporta;

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Ao v9lo curvar9se, Andrea percebeu que s* teria duas op3Ges$ %u'ir ou manter9seabsolutamente indi%erente.

4omo a se'unda le parecesse mais %orte, resolveu a'uard+9lo, im*vel.!avid sabia como provocar uma muler, como persuadi9la. Pousando a boca bem de leve

sobre seus l+bios, continuou a acariciar9le a nuca.

Andrea se'urou o copo com mais %or3a, mas manteve9se im*vel.Mais uma ve& ele ro3ou9le os l+bios, tocando9os li'eiramente com a ponta da ln'ua,

%a&endo9a suspirar.A'itada, Andrea %ecou os olos enquanto ele desli&ava a boca quente e sensual por seu

pesco3o. Nenum dos dois notou quando o copo escapou9le das mãos indo parar sobre ocarpete.

Fma %ra'rHncia suave e %eminina desprendia9se da pele de Andrea. Apoderando9senovamente dos l+bios dela, percebeu que amais esqueceria aquele aroma nem aquelemomento.

!esta ve&, ela os tina entreabertos, num convite, mas, ainda assim, !avid beiou9oscom calma.

Ao contr+rio do que ima'inara, Andrea era uma muler sensual, ardente, vulner+vel. 1rapreciso tempo at- que se acostumasse à novidade. Ao se a%astarem, embora tivessemapenas trocado um beio li'eiro, ambos estavam visivelmente abalados.

8 A'ora entendo melor sua rea3ão, Andrea.Andrea estremeceu. O san'ue corria mais r+pido em suas veias. Não, não podia permitir9

se tamana %raque&a. Reunindo todas as suas %or3as, comentou$

8 4aso venamos a %ecar ne'*cio. . .8 1 vamos."em, quero que saiba que não costumo dormir com qualquer um. Nem com clientes, nem

com s*cios.A notcia dei5ou9o satis%eito.8 O que torna a escola bastante restrita, não;8 Dsto - problema meu 8 respondeu num tom atrevido. 8 Mina vida pessoal s* di&

respeito a mim.8 @ de admirar que consi'a isto numa cidade como 2os An'eles, mas. . . 8 !avid não

resistiu ao impulso de tocar9le uma meca de cabelo. 8 Não le pedi que dormisse comi'o.Andrea se'urou9le o pulso com %or3a$8 ?+ que est+ avisado, estou certa de que não se arriscar+ a ser reeitado.!avid desli&ou um dedo por seu rosto.8 Aca mesmo que eu não me arriscaria;8 PareL1le limitou9se a balan3ar a cabe3a e observ+9la com aten3ão. Não: de%initivamente ela

não era s* bonita, mas tamb-m bastante atraente.8 O que e5iste entre n*s, Andrea;

8 Iostilidade, !avid.Num 'esto espontHneo, ele deu uma sonora 'ar'alada que a dei5ou %uriosa. 1 encantadacom seu carme.

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8 >alve&. Mas n*s nos conecemos + muito pouco tempo. I+ um minuto, eu ima'inavaqual seria a sensa3ão de lev+9la para a cama e %a&er amor com voc. 1, creia, isto não acon9tece com toda muler que cone3o.

Novamente suas mãos voltavam a suar.8 Buer di&er que devo me sentir elo'iada;

8 Não. Aco apenas que o relacionamento entre n*s %icaria mais %+cil se nosentendssemos melor.

Andrea teve vontade de sair correndo, %u'ir dali.8 1ntenda uma coisa$ sou empres+ria de 4larisse !e "asse e cuido de todos os

interesses dela. 4aso tente desrespeitar seus dons ou e5pC9la ao ridculo, 'aranto quenunca mais voc ce'a perto dela. 1 4larisse !e "asse - o =nico assunto que temos emcomum.

8 O tempo - que vai di&er.Andrea deu um passo para tr+s, a%astando9se.8 0amos tratar lo'o de assinar o contrato, sr. "rad# disse, caminando em dire3ão à

porta. 8 >eno um compromisso amanã pela manã e não posso me demorar.

CAPÍTULO III

Os in=meros detales t-cnicos envolvidos na produ3ão de pro'ramas %oram discutidosentre !avid e sua equipe durante v+rias reuniGes reali&adas às v-speras da 'rava3ão.1lementos como ilumina3ão, cen+rios e maquila'em eram um verdadeiro desa%io à

criatividade do produtor e, e5atamente, a parte do trabalo que !avid mais 'ostava dereali&ar.

Sua reputa3ão era a de um pro%issional competente, e5i'ente e por ve&es inusto. 4omoomem, o consideravam 'eneroso e, de acordo com al'umas muleres, nem sempre terno.

!avid costumava dar bastante liberdade de cria3ão aos diretores com quem trabalava.!esde que tal liberdade não a%etasse seu ponto de vista pessoal sobre o assunto. Para isso,

utili&ava9se de sua abilidade nata de ar'umentar. Numa reunião de equipe, suas decisGesna maioria das ve&es prevaleciam.Ali+s, este seu tra3o caracterstico tamb-m se mostrava uma constante nos

relacionamentos pessoais.>ido como e5celente amante, sabia e5atamente como a'radar a urna muler. Sabia ser

um per%eito companeiro nas oras di%ceis ou um namorado à anti'a, presenteando aamada com buqus de rosas. Mas nenuma muler conse'uia envolv9lo completamente, pois!avid %a&ia questão de impor os seus limites.

Muitos diretores o consideravam intrat+vel mas, a um camado seu, aceitariam com

pra&er uma o%erta de trabalo num de seus document+rios. Muitas muleres oconsideravam %rio e insensvel, mas aceitavam seus convites sem vacilar.>erminadas as reuniGes preliminares, acertados os detales, s* le restava a'uardar os

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resultados. 1ste document+rio sobre a paranormalidade tina tudo para ser um sucesso$ aequipe de pro%issionais %ora escolida a dedo e o empeno de todos superava asdi%iculdades econCmicas.

Ap*s aver conecido 4larisse !e "asse pessoalmente, o entusiasmo de !avid %rente aoproeto redobrou e %icou decidido que o se'mento do qual ela participaria seria o primeiro a

ser 'ravado.Sua id-ia inicial de entrevist+9la em sua pr*pria casa %oi prontamente rebatida por um

memorando de Andrea. A privacidade de 4larisse era al'o sa'rado.1vitando um con%ronto com a empres+ria, !avid providenciou a monta'em de um cen+rio

que transmitisse ao p=blico a mesma atmos%era acoledora da casa de Ne6port "eac.Na tentativa de dar ainda mais credibilidade ao assunto abordado, o entrevistador

escolido %oi o veterano Ale5 Marsall, cua reputa3ão e prest'io eram inabal+veis. Al-mdo que sua %i'ura carism+tica e discreta + anos vina sendo uma das pre%eridas do p=blico.

>omadas as principais providncias, !avid dei5ou que sua equipe tomasse conta doresto. O diretor escolido, um dos mais bem conceituados no ramo, por diversas ve&es +trabalara em parceria com !avid. Muitos dos document+rios produ&idos por eles aviamsido premiados e, portanto, o relacionamento entre os dois não o%ereceria problemas.

8 Ponam um %iltro naquela lu& 8 ordenou o diretor. 8 Sei que isto - apenas umcen+rio, mas quero que o p=blico sinta como se 4larisse estivesse em sua casa, na sala devisitas, conversando com cada um.

1ntão, voltando9se para Ale5, pediu$Se estiver pronto, 'ostaria que ocupasse seu lu'ar e desse uma passada no te5to de

abertura enquanto cecamos as lu&es e o som.8 4erto. 8 Relutante, Ale5 apa'ou o caruto cubano que %umava e ocupou o lu'arindicado.

4onsultando o rel*'io, !avid constatou que 4larisse estava li'eiramente atrasada. 4asonão aparecesse dentro de de& minutos, ele mesmo li'aria para Andrea. A%inal, era um *timoprete5to para %alar9le novamente.

8 !avid, por %avor, me perdoeLApressada 4larisse vina pelo corredor em dire3ão ao est=dio. !avid saiu para encontr+9

la, 4larisse estava com a aparncia muito bem cuidada. O cabelo avia sido preso num coque

alto que a reuvenescia al'uns anos. No pesco3o, uma corrente de prata bastante moderna.O vestido a&ul ressaltava9le os olos, do mesmo tom, muito bem maquilados. A mudan3aera inacredit+vel.

8 4larisse, voc est+ linda.8 Obri'ada, mas nem sei como conse'ui ce'ar a tempo. 4on%undi o dia da 'rava3ão e,

se não %osse por Andrea, amais me lembraria que tnamos marcado para oe.8 Onde est+ ela; 8 !avid per'untou, olando para o corredor.8 Eoi estacionar o carro.8 1st+ pronta ou pre%ere tomar um ca%- antes de come3armos;

8 Não, não. Não 'osto de estimulantes quando estou trabalando: podem inter%erir narecep3ão dos %luidos.1la ainda le apertava a mão quando comentou$

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8 0oc me parece um tanto inquieto.!avid acabara de ver Andrea apro5imando9se pelo corredor.8 Dsto sempre acontece em dias de 'rava3ão 8 disse, sem maiores e5plica3Ges.Por que nunca notara o andar de Andrea, tão 'racioso;8 >eno certe&a de que não se trata disso 8 obetou 4larisse, apertando9le a mão de

modo carinoso. 8 Mas, não pretendo invadir sua privacidade. A, a est+ Andrea. 0amoscome3ar;

8 Sim, vamos 8 comentou !avid, os olos %i5os na %i'ura de Andr-a.8 "om9dia, !avid. 1speramos não t9lo atrapalado com nosso atraso.Andrea mais uma ve& adotava o mesmo ar pro%issional da primeira ve& em que !avid a

vira. 1le sentiu vontade de se apro5imar para saber se usava a mesma %ra'rHncia suave emarcante, mas, resistindo, se'urou 4larisse pelo cotovelo c 'uiou9a at- a porta do est=dio.

8 Não se preocupe. 0oc vai assistir à 'rava3ão;8 4laro.8 Por aqui, 4larisse 8 disse, abrindo a porta à prova de som. 8 Buero que cone3a

nosso diretor Sam 4ald6ell. SamL!avid não parecia nem um pouco constran'ido por interromper o trabalo do cole'a e

Andrea notou que ele permaneceu onde estava, dei5ando que Sam viesse ao seu encontro.1la mesma usara esta t-cnica diversas ve&es, numa demonstra3ão de poder.

8 1sta - 4larisse !e "asse.8 Muito pra&er, sra. !e "asse 8 disse, apertando9le a mão. 8 2i seus dois livros mais

recentes para conecer melor o assunto.

8 @ muita 'entile&a sua. 1spero que tena 'ostado.8 Sem d=vida al'uma: me %i&eram pensar sobre coisas que amais aviam passado pormina mente. São muito interessantes.

8 A sra. !e "asse est+ pronta para come3ar 8 !avid in%ormou8 <timo. Por %avor, vena sentar. 0amos %a&er os =ltimos testes de lu& e de som.

4ald6ell a%astou9se levando 4larisse consi'o. Sempre sob o olar vi'ilante de Andrea.84ostuma tomar conta de todos os seus clientes desta %orma; Satis%eita em ver

4larisse tão bem, Andrea voltou9se para ele.8 Sim. 1 aposto que voc %a& o mesmo com seus diretores.

8 >em ra&ão. 0ena, teremos uma visão melor daqui.1nquanto !avid a encaminava para um cantino à esquerda do est=dio, Andreaobservava 4larisse sendo apresentada a Ale5 Marsall.

Alto e ele'ante, o simp+tico entrevistador estendeu9le a mão. Os cabelos 'risalos%ormavam um belo contraste com o bron&eado per%eito...

8 15celente escola 8 ela comentou com !avid.8 Ale5 - uma das %i'uras mais populares da televisão norte9americana.8 Sem d=vida. 4om sua inteli'ncia - capa& de %a&er muito entrevistado passar por

bobo.

8 Não se preocupe. 4larisse não - menos inteli'ente do que Ale5 e saber+per%eitamente se de%ender.8 @ o que eu espero.

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8 >ele%onei para o seu escrit*rio na semana passada 8 ele comentou.8 1u soube. Mina assistente não entrou em contato com voc;8 Não era com ela que eu queria %alar.8 >eno estado muito ocupada. 0ocs %i&eram um belo trabalo no cen+rio. Eicou

muito parecido com a sala de visita de 4larisse.

8 A id-ia era e5atamente esta. Por que est+ tentando me evitar, Andrea;"loqueando9le a visão, ele obri'ou9a a encar+9lo.4ontrariada, Andrea mediu9o dos p-s à cabe3a com uma e5pressão %ria no olar.8 Simplesmente porque não estou interessada.8 Pena que 4larisse tena atrapalado um pouco seus planos ao assinar o contrato 8

disse !avid, desli&ando um dedo pelo broce em %orma de meia9lua que Andrea usava na'ola da blusa.

!e antemão, ela + sabia o que teria que en%rentar ao encontr+9lo de novo e in=merasve&es ensaiara suas respostas. 4ontudo, naquele instante, a situa3ão não le parecia tão%+cil.

8 !avid, voc não me parece ser do tipo que 'osta de ser reeitado.1le continuava a desli&ar o dedo pelo broce enquanto a encarava.8 Nem voc me parece do tipo que mente. Sei que est+ atrada por mim: por que %in'ir

o contr+rio;8 0oc - muito pretensioso 8 mentiu, dis%ar3ando a emo3ão. 8 1 a'ora, por %avor, saia

da mina %rente, pois est+ atrapalando mina visão.Sem uma palavra, !avid sorriu com malcia e a%astou9se.

Mais quarenta e cinco minutos se passaram antes que as 'rava3Ges come3assem.Dn=meros detales de =ltima ora iam sendo resolvidos à medida que apareciam.4omo estivesse s*, Andrea esperou com calma. !avid audava o diretor unto ao cen+rio.4larisse, sentada con%ortavelmente no so%+, a'uardava o incio das %ilma'ens

bebericando um copo de +'ua. 4ontudo, conecendo9a bem, Andrea percebeu que sua calmaera apenas aparente, pois de ve& em quando 4larisse olava em sua dire3ão com umae5pressão um tanto a%lita. Eeli&mente resolvera acompan+9la, pois, embora estivesse alicomo mera espectadora, sua presen3a transmitia9le al'uma se'uran3a.

A 'rava3ão come3ou muito bem, com Ale5 %a&endo per'untas às quais 4larisse respondia

com obetividade. A conversa em torno de premoni3ão, clarividncia e astrolo'ia.Fm dos motivos que a tornavam tão solicitada para entrevistas a sua capacidade detradu&ir em lin'ua'em lei'a os termos usados para descrever %enCmenos paranormais.Buanto a este aspecto, Andrea estava despreocupada, pois sabia que 4larisse não teriadi%iculdades.

O trabalo + durava oras. Fm mesmo assunto ce'ava a ser re'ravado trs ou quatrove&es a pedido do diretor que sempre tina um detale a corri'ir.

4omo empres+ria, Andrea %icou muito satis%eita com o empeno da equipe na busca da

per%ei3ão. 4ontudo, sua satis%a3ão durou pouco. Na verdade, acabou9se no instante em queum dos assistentes apareceu com um baralo.Ao v9lo, Andrea quase deu um passo à %rente, por-m, 4larisse %e&9le um sinal discreto

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indicando que tudo estava bem. Sem que ela percebesse, !avid avia se apro5imado. 8Al'um problema; 8 ele per'untou quase sussurrando. Andrea lan3ou9le um olar letal evoltou a se concentrar na 'rava3ão.

8 0oc não mencionou nada disso no contrato 8 ela %alou.8 1st+ se re%erindo às cartas; 8 inda'ou surpreso, olando em dire3ão ao cen+rio. 8

Mas eu discuti com 4larisse a esse respeito.8 !a pr*5ima ve&, discuta comi'o, "rad#.!avid + ia responder9le à altura quando a vo& possante de Ale5 ecoou pelo est=dio.8 Sra, !e "asse, o uso de cartas para testar poderes e5tra9sensoriais - al'o bastante

comum, não;8 Sim, embora constituam um teste muito elementar. 1las são usadas, tamb-m, na

averi'ua3ão do 'rau de telepatia.8 Soubemos que a senora + %oi submetida a este tipo de teste em diversas

universidades norte9americanas e, tamb-m, em v+rias institui3Ges britHnicas.8 Sim, - verdade.8 Poderia, então, nos e5plicar qual o processo utili&ado nestas e5perincias;8 Pois não. As cartas usadas nos laborat*rios não são como as do baralo comum.

eralmente são de duas cores e com desenos di%erentes$ quadrados, crculos, linasonduladas, etc. Atrav-s destes elementos - possvel determinar at- que ponto aadivina3ão aconteceu por causa da probabilidade e at- que ponto e5iste al'o mais, al'oespecial na pessoa e5aminada.

>odos no est=dio prestavam muita aten3ão no que 4larisse di&ia. 1la continuou$

8 0ea$ avendo duas cores + uma possibilidade de cinq7enta por cento de acerto.4aso a pessoa acerte a cor da carta, di'amos, sessenta por cento das ve&es - sinal de que -dotada de um certo poder e5tra9sensorial.

8 A coisa me parece bem simples.8 Seria, caso as cartas %ossem lisas, mas os desenos di%icultam muito o teste. Numa

seq7ncia de vinte e cinco cartas o e5aminador pode determinar, atrav-s do n=mero deacertos, at- que ponto a pessoa testada - um paranormal. Buin&e acertos numa seq7nciade vinte e cinco - considerado um resultado e5celente, o que comprovaria aparanormalidade do e5aminado,

8 1la - *tima 8 comentou !avid em vo& bai5a.8 4laro que sim 8 retrucou Andrea, dis%ar3ando a irrita3ão.8 Poderia nos di&er como - que o processo %unciona, no seu caso, por e5emplo; 8 pediu

Ale5, se'urando o baralo nas mãos. 8 A senora tem al'um pressentimento quando a carta- apanada;

8 Pressentimento, não 8 ela corri'iu. 8 A pessoa v uma ima'em.8 Mas, trata9se de uma ima'em verdadeira da carta; 4larisse sorriu com pacincia.8 Sim. O senor - um omem que l muito, não, sr. Marsall;8 Sim, leio.

8 Pois então. Buando uma pessoa l um livro, vai criando certas ima'ens na mente. Oprocesso - o mesmo com as cartas.8 1ntendo 8 comentou o entrevistador, visivelmente intri'ado, assim como os demais

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presentes. 8 Buer di&er que envolve um pouco de ima'ina3ão.8 Para se desenvolver os poderes e5tra9sensoriais - preciso controlar a ima'ina3ão e

a'u3ar a concentra3ão.8 1ntão, est+ ao alcance de qualquer indivduo;8 Ainda não se tem certe&a: pesquisas tm sido %eitas a este respeito. I+ os que crem

que os poderes e5tra9sensoriais podem ser adquiridos e + os que de%endem a tese de quecertas pessoas + nascem com este dom.

8 1 qual a sua opinião particular;8 Acredito que todos n*s nas3amos com estes poderes, s* que poucos os desenvolvem.

Muitos pre%erem i'nor+9los, por ser mais cCmodo.8 Seus dons + %oram con%irmados por diversas institui3Ges, mas 'ostaramos, se

possvel, de uma demonstra3ão.8 4laro.8 Aqui est+ um baralo comum, adquirido esta manã por um membro de nossa equipe. A

senora ainda não o manuseou, certo;8 Não, ainda não. Na verdade, detesto o'ar cartas 8 disse 4larisse com um riso nos

l+bios. O diretor %icou encantado com sua naturalidade.8 A'ora veamos. Se eu apanar uma carta e se'ur+9la assim. 8 Ale5 apanou uma do

meio do baralo e se'urou9a de %rente para si. 8 Pode me di&er qual -;8 Não 8 a%irmou 4larisse, sempre sorrindo. Assustado, o diretor quase mandou que

suspendesse a 'rava3ão quando ela, então, e5plicou$8 O senor tem que olar para a carta, sr. Marsall, concentrar9se nela e proet+9la em

sua mente.Ale5 se'uiu as instru3Ges.8 4reio que o senor não est+ se concentrando muito. Mas, como todos estão vendo,

trata9se de uma carta vermela. 8 O est=dio inteiro não conteve o riso. 1ntão, com o olar%i5o no apresentador, a%irmou decisiva$ 8 Nove de ouros.

A cHmara %ocali&ou a %isionomia surpresa de Ale5 antes que virasse a carta de %rentepara a lente. Nove de ouros.

1scolendo mais uma carta, repetiram o mesmo processo at- que, na terceira, 4larisse%e& uma pausa.

8 O senor est+ tentando me con%undir pensando numa carta di%erente da que tem namão. Dsto me atrapala um pouco, mas, me parece que - um de& de paus.8 DncrvelL 8 a%irmou Ale5 ao virar o de& de paus para a cHmera. 8 Simplesmente

incrvel.Ainda admirado com o teste, Ale5 dei5ou o baralo de lado e prosse'uiu com a

entrevista.8 A senora come3ou sua carreira como quiromante, não %oi;8 Sim, + muito tempo. >ecnicamente qualquer pessoa pode %a&er a leitura de mãos,

basta estudar e interpretar as linas.

Sorrindo, estendeu as mãos para que o entrevistador as visse.8 4ada lina representa um aspecto da vida$ %inanceiro, emocional, intelectual. Fm bomlivro destes que estão à venda nas livrarias indica e5atamente como interpret+9las. Fma

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pessoa sensitiva na verdade não as l mas, sim, absorve os %luidos da pessoa que tem diantede si.

4urioso, Ale5 estendeu9le suas mãos.8 Não entendo como a senora poderia captar meus %luidos simplesmente olando para

minas mãos.

8 A pessoa os transmite da mesma %orma que o %a& com as emo3Ges$ triste&a, ale'ria,entusiasmo. Olando para as linas de sua mão, posso a%irmar que o senor tem umacapacidade incrvel de comunica3ão e uma situa3ão %inanceira bastante s*lida, mas isso nãoseria novidade para nin'u-m. No entanto, se me permite. . .

4larisse se'urou9le uma das mãos entre as suas.8 Se'urando9a posso di&er que. . . 8 Dmediatamente ela se calou, assustada e,

arre'alando os olos, encarou9o. 8 O...Se'uindo um impulso, Andrea levantou9se mas !avid a deteve.8 !ei5e9a a vontade 8 disse. 8 2embre9se de que isto - um document+rio e, como tal,

não pode parecer que %oi ensaiado. 4aso ela nos pe3a, eliminaremos esta parte.8 1st+ bem.As mãos de 4larisse estavam 'eladas sob a de Ale5 que, tentando dis%ar3ar a apreensão,

inda'ou num tom divertido$8 @ al'o assim tão 'rave;8 Não, não.Pi'arreando, 4larisse voltou a sorrir.8 @ que o senor emana vibra3Ges muito %ortes, sr. Marsall.

8 Não sei se isto - bom, mas a'rade3o. Recobrando a calma, ela prosse'uiu.8 O senor - vi=vo + quin&e ou de&esseis anos e %oi e5celente marido para sua esposa.1 muito bom pai, tamb-m. Pode se or'ular disto.

8 Aprecio muito, sra. !e "asse, mas nada do que disse - novidade.Dndi%erente ao coment+rio, 4larisse continuou$8 Seus dois %ilos + estão %ormados, o que o dei5a mais tranq7ilo. 1les nunca le deram

preocupa3Ges, a não ser durante a adolescncia do mais velo, quando sur'iram pequenasdesaven3as. Mas isto - comum.

Ale5 + não sorria mais. AtCnito, observava9a com muita aten3ão.

8 Sim, - verdade.8 O senor - um per%eccionista, tanto na vida pro%issional quanto em casa. Dsto criouuma s-rie de di%iculdades para o rapa&, que nunca conse'uia satis%a&9lo. Mas, a'ora queele est+ para se tornar pai, as coisas meloraram bastante. O espanto do entrevistador eraindis%ar3+vel.

8 A id-ia de ser avC o a'rada, embora o %a3a pensar mais seriamente sobre o %uturo.Mas dei5e de pensar em se aposentar: o senor est+ no au'e da carreira e, ativo como -,não vai se contentar em levar uma vidina pacata, pescando no seu barquino.

1ntão, receando tornar9se indiscreta, desculpou9se.

8 Perdão. Sempre me entusiasmo quando encontro al'u-m com mãos tão interessantes.8 Não precisa se desculpar: a senora - mesmo %ant+stica.8 4ortaL

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4ald6ell %icou encantado e satis%eitssimo com o desempeno e a desenvoltura de4larisse %rente às cHmeras. Buem poderia ima'inar que Ale5 estivesse pensando em seaposentar;

8 Buero ver esta 'rava3ão dentro de meia ora. Ale5, muito obri'ado. 4ome3amosmuito bem, sra. !e "asse. 8 Fm tanto relutante, estendeu9le a mão. 8 A senora esteve

sensacional.Antes que terminassem os cumprimentos, Andrea + previa o que ia acontecer. Ali+s,

como sempre. 1m questão de se'undos 4larisse estaria cercada por diversos elementos daequipe, pedindo9le que lesse suas mãos ou les dissesse quando iriam 'anar na loteria.

8 Se + tiver sido dispensada, posso le dar uma carona at- sua casa 8 Andrea seo%ereceu, apro5imando9se.

8 Não, não quero que se incomode comi'o 8 disse 4larisse, olando à sua volta paradescobrir onde avia dei5ado a bolsa. 8 Ne6port "eac %ica completamente %ora de mãopara voc.

8 Ea& parte do meu trabalo 8 a%irmou, entre'ando9le a bolsa que 'uardara consi'odurante toda a 'rava3ão.

8 O, obri'ada, querida. Ando tão distrada. . . Pode dei5ar que eu apano um t+5i.8 >emos um motorista à sua disposi3ão. 8 !avid não precisou olar para Andr-a para

saber que estava a%lita para sair dali. 8 Não teria cabimento dei5+9la voltar de t+5i.8 Muito obri'ada, - muita 'entile&a.8 Mas, não ser+ necess+rio 8 acrescentou Andr-a.8 4oncordo 8 retrucou Ale5, se'urando as mãos de 4larisse. 8 1spero que a sra. !e

"asse me d a onra de sua compania para um antar. !epois, então, eu a dei5arei em casa.8 1u adoraria 8 respondeu 4larisse antes que Andrea pudesse abrir a boca. 8 1speronão t9lo constran'ido, sr. Marsall.

8 Nem um pouco. Para ser sincero, %iquei %ascinado.8 Bue *timo. "em, obri'ada por me acompanar, querida 8 disse a Andrea, beiando9a

carinosamente. 8 Eico mais tranq7ila tendo9a por perto. "oa9noite, !avid.8 "oa9noite, 4larisse. Ale5, at- amanã.Parado ao lado de Andrea observou9os a%astarem9se de bra3os dados.8 Eormam um belo par, não aca;

Euriosa, Andrea voltou9se para ele com vontade de es'an+9lo.8 Ora, não me amoleL1la + ia a meio camino da porta quando !avid a deteve.8 1i, o que ouve; 8 inda'ou9le, sorrindo.8 Buero ver aqueles =ltimos quin&e minutos de 'rava3ão, e, caso não me a'radem, vão

ser cortadosL8 Não me recordo de nenuma cl+usula do contrato que le desse o direito de opinar

sobre a edi3ão do document+rio.8 Nem eu me lembro de al'uma que se re%erisse ao %ato de 4larisse ser submetida a um

teste.8 1st+ bem. Mas qual o problema;8 Ora, voc assistiu à 'rava3ãoL

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Sentindo necessidade de e5travasar sua raiva, Andrea saiu depressa pela porta devidro:

8 Sim, assisti 8 disse, detendo9a mais uma ve&. 8 Mas não vi nada de errado.8 1la estava apenas dis%ar3ando, !avid. 8 Nervosa, passou a mão pelos cabelos. 8

4larisse teve al'um pressentimento assim que se'urou na mão de Ale5. Assistindo ao teipe

voc vai notar,8 1 da; !+ mais veracidade à 'rava3ão.8 Ora, o que me interessa a veracidade; 8 e5plodiu. 8 Não 'osto de v9la so%rer

emo3Ges muito %ortes. Preocupo9me com ela enquanto pessoa e não apenas como cliente.Sem esperar que ele dissesse al'o, Andrea andou depressa pelo corredor, transpondo a

porta e5terna.8 1st+ bem, est+ bem 8 concordou !avid, alcan3ando9a. 8 Mas ela me pareceu

per%eitamente bem ao sair daqui.8 Mas não 'osto disso 8 insistiu Andrea, descendo os de'raus que levavam ao

estacionamento. 8 4omo se não bastassem as cartas. . . !etesto v9la sendo testada.8 Andrea, isto - natural. 4larisse + %e& este mesmo teste em in=meros institutos do

mundo inteiro.8 Sei disso. 1 %ico %uriosa com o %ato de ter que %icar constantemente comprovando

seus poderes. Al-m do mais, teno certe&a de que al'o a impressionou ao ler a mão doentrevistador. 8 Sem se deter, continuava a caminar em dire3ão ao carro. 8 !ro'aL Nemtive tempo de per'untar a ela o que ouve e aquele 'randalão + a levou para antar.

8 Ale5; 8 Não podendo conter o riso, !avid e5plodiu numa 'ar'alada sonora. 8

Andrea, voc - *tima. Nunca ouvi nin'u-m se re%erir a ele como J'randalãoJ.O %ato de !avid estar se divertindo à sua custa aumentou9le o *dio.8 A, então voc aca en'ra3ado, não -; Fma muler inocente, in'nua, sai para antar

com um estrano e isso - motivo de riso. Se al'o le acontecer...8 Acontecer; !eus meuL Andrea, Ale5 Marsall não - um manaco. @ um omem muito

s-rio, respeitado por todos.Buanto a 4larisse, creio que + tena idade su%iciente para escoler as pr*prias

companias. Não precisa de nin'u-m que le d conselos. Bue mal pode aver nesteencontro;

8 1ncontro; Aquilo não %oi um encontro.8 A mim, pareceu.Andrea deteve9se, come3ou a di&er al'o, mas mudou de id-ia e continuou a caminar.8 Ole, espere um pouco. 1u disse espere, Andr-aL 8 Se'urando9a pelos bra3os, ele a

obri'ou a parar, encostando9a contra um carro estacionado. 8 Não pretendo correr atr+sde voc pela cidade inteira.

8 1ntão, volte para o est=dio e d uma olada naquele teipe. Buero assisti9lo amanãpela manã.

8 >udo bem, vai mandar uma c*pia para voc amanã. Mas 'ostaria que soubesse que

não costumo receber ordens nem de empres+rios nem de nin'u-m. 0amos esclarecer isto +$ não sei o que est+ avendo, mas não creio que possa estar tão preocupada s* pelo %atode uma cliente ter sado para antar.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

8 Acontece que ela não - s* mina clienteL 8 1r'uendo o rosto, encarou9o e con%essou$8 @ mina mãeL

A con%issão dei5ou9os atCnitos por al'uns se'undos. !avid continuava a se'ur+9la pelosbra3os enquanto ela tentava recuperar a calma.

J4omo não percebera antes;J, inda'ou9se ele. O rosto, os mesmos olos a&uis. Sim,

principalmente os olos...8 Pu5a... Nem sei o que di&er.8 Nem eu. Ou3a, nin'u-m deve saber disso, est+ bem;8 Por qu;8 Porque n*s decidimos que seria melor assim. Nosso relacionamento - al'o que s* di&

respeito a n*s duas.8 >udo bem. 8 !avid pre%eriu não inter%erir na privacidade de Andrea. 8 Dsto e5plica

seu interesse por 4larisse, mas aco que voc e5a'era um pouco.8 Não me importa o que voc pensaL 8 Sua cabe3a come3ava a latear. 8 Me perdoe.

Preciso ir embora.8 Não 8 ele protestou, impedindo9a de a%astar9se. 8 Muitas pessoas podem estranar

esse interesse todo por ela.8 Dsso não - da sua conta.Andrea estava p+lida e muito a'itada.8 4laro que -. osto de 4larisse e teno o direito de me preocupar com a vida dela.8 0oc não compreende 8 murmurou Andrea.8 4ompreende o qu;

8 1 se Ale5 Marsall pression+9la a conceder9le uma entrevista durante o antar; 1 seele quiser %icar a s*s com ela para poder convenc9la;8 1 se ele estiver interessado apenas na compania de uma muler %ascinante e

atraente; 4larisse - uma muler adulta.8 Não quero que se decepcione 8 comentou, cru&ando os bra3os.!avid podia ar'umentar e tentar convenc9la, mas percebeu que seria in=til.8 0amos dar uma volta de carro.8 O qu; .8 0amos dar uma volta, voc e eu. 1ste carro em que est+ encostada - meu.

8 A, me desculpe. >eno que voltar ao escrit*rio 8 ale'ou, a%astando9se do carro. 8Preciso cuidar de uns ne'*cios pendentes.8 Dsto pode esperar at- amanã, + - tarde 8 disse !avid ao tirar as caves do bolso e

abrir a porta. 8 Fm passeio pela praia - muito rela5ante.Sem d=vida, um pouco de ar %resco le %aria bem. >alve& não %osse boa id-ia ir

acompanada por ele, mas resolveu arriscar.8 1st+ bem, vamos.

Realmente o passeio le %e& bem. O vento morno, o ceiro do mar. !avid manteve9se

calado o camino todo dando9le a cance de des%rutar aqueles minutos de silncio etranq7ilidade.I+ quanto tempo não se dava ao lu5o de sair de carro pela praia, sem ora para voltar,

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sem compromisso; Andrea não se recordava. Eecando os olos, reclinou a cabe3a contra oencosto do banco e procurou não pensar em mais nada.

Buem era ela, a%inal;J, inda'ava9se !avid, ao observ+9la rela5ar no banco a seu lado.Seria a pro%issional competente que le e5traiu de& por cento a mais do bolso; Ou a %ila&elosa, preocupada com o bem9estar da mãe; 1le não saberia di&er.

!avid estava acostumado a ul'ar as pessoas, e o %a&ia com %req7ncia em sua pro%issão.4omo cercar9se de bons pro%issionais se não soubesse distin'ui9los; No entanto, ao bei+9lapela primeira ve&, deparou9se com uma surpresa. 1sperando encontrar uma muler %ria eindi%erente com quem pensava estar lidando, descobrira outra, sensvel e amorosa. Aimpressão que tina era a de que Andrea tentava desesperadamente passar uma %alsaima'em de si mesma. >alve& não quisesse que as pessoas a vissem como uma mulervulner+vel. O mist-rio a'u3ou9le a curiosidade.

8 4om %ome;Sonolenta, Andrea abriu os olos e virou9se para %it+9lo.Os olos dela mais uma ve& lembraram os de 4larisse. 4omo %oi que não percebera

antes; >alve& tamb-m tivesse os mesmos. . . Não, não.8 Perdão. O que disse;8 Per'untei se est+ com %ome, Andrea.8 Sim, muita 8 admitiu, endireitando9se no assento. 8 Onde estamos;8 A uns trinta quilCmetros do est=dio. A'ora, vou dei5ar a seu car'o a decisão$ pre%ere

comer um amb=r'uer naquela lanconete ali adiante ou pre%ere antar neste restaurante;8 Pre%iro comer um amb=r'uer sentada na praia.

8 <timo.!avid estacionou o carro e, ao descerem, per'untou$8 O que vai querer;8 Fm amb=r'uer, uma por3ão 'rande de batatas %ritas e um mil9sae,8 FauL S* isso;1nquanto a'uardavam o pedido, observaram al'umas pessoas que passeavam pela areia.8 Onde vamos sentar; 8 ele quis saber.8 Ali adiante. Aco que - um bom lu'ar.Sem constran'imento, Andrea tirou os sapatos de salto e caminou pela areia at- o local

escolido, onde sentou9se.8 Raramente veno à praia 8 comentou.!e p-, !avid observou a saia de lino usta subir9le at- a co5a. 1ntão, sentou9se ao

lado dela.8 Nem eu 8 a%irmou, ima'inando9a num biquni min=sculo. 1ntão, Andrea mudou de

assunto.8 4reio que e5a'erei um pouco, l+ no est=dio, não;8 4reio que sim 8 concordou, entre'ando9le o sanduce e as batatas.8 !etesto a'ir assim 8 con%essou, mordendo o amb=r'uer. 8 Não sei por que, mas

isto s* acontece quando 4larisse est+ envolvida. Nunca me comporto assim com os outrosclientes.8 Buando o relacionamento envolve emo3ão, %ica di%cil manter a obetividade.

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8 1la - uma pessoa tão boa 8 comentou, mordiscando uma batata. 8 1 muito %+cilma'o+9la, pois 4larisse - muito aberta, muito 'enerosa.

8 Por este motivo voc 'osta de prote'9la.8 Dsso mesmo.8 ostaria de saber o que %a& voc se sentir respons+vel por sua mãe.

Andrea lan3ou um olar perdido em dire3ão ao mar e sorriu.8 Mina in%Hncia %oi muito di%cil.Andrea nunca discutira o assunto com estranos. Mas, tamb-m, nunca sentara na praia

para comer um amb=r'uer. Por que não tentar;8 4larisse sempre %oi uma mãe maravilosa$ carinosa, compreensiva.8 1 seu pai;8 Morreu quando eu tina oito anos. 1le era vendedor e raramente passava mais de uma

semana em casa. 8 1ntão, recordando9se daqueles tempos, e5plicou$ 8 1le 'anava bem,tnamos uma boa reserva, mas as contas nunca eram pa'as. 4larisse não se lembrava.Dn=meras ve&es tivemos o tele%one cortado por %alta de pa'amento. Aco que %oi então quecomecei a tomar conta dela.

8 Mas voc era muito ovem, não;8 Sim, mas não me importava. 1u sabia administrar a casa muito melor do que ela.

Buando 4larisse come3ou a usar seus poderes, utili&ando a quiromancia como prete5to para%a&er as consultas, nosso or3amento melorou um pouco e ela, então, abandonou osa%a&eres dom-sticos. Eoram tempos estranos para mim. Muitos vi&inos estavam semprel+ em casa, consultando mamãe, mas, quando nos encontravam na rua, era como se não nos

conecessem.8 Dma'ino como deve ter sido di%cil para voc.8 Sim. 1ra como se as pessoas tivessem medo de se apro5imar de al'u-m com poderes

paranormais. Mas, 4larisse parece que nunca percebeu o que acontecia. At- que um dia,atrav-s de um conecido, ela %oi apresentada à %amlia 0an 4amp. Nesta -poca eu devia teruns do&e ou tre&e anos. A primeira ve& que uma artista entrou l+ em casa, eu %iquei pasma.!epois de um ano, passou a %a&er parte da rotina.

Ap*s beber um pouco do mil9sae, ela prosse'uiu$8 4oneci diversos atores que não aceitavam um papel sem consult+9la. Mas 4larisse

nunca tomou uma decisão por nin'u-m e sempre aconselava as pessoas a se'uirem apr*pria intui3ão. 1ntão, aconteceu o rapto de Matte6 0an 4amp e não tivemos maissosse'o$ a imprensa acampou em %rente à nossa casa e o tele%one não parava de tocar.!epois disso, ela resolveu mudar9se para Ne6port "eac, onde pCde viver em pa&.

8 1 quanto ao caso Rideour;Andrea levantou9se subitamente e caminou at- bem perto do mar. !avid acompanou9a.8 0oc não %a& id-ia de como ela so%reu naquela -poca. 8 4om a vo& embar'ada pela

emo3ão, Andrea cru&ou os bra3os em torno dos ombros. 8 1u queria det9la, mas não pude.Buando a viu %ecar os olos, !avid tocou9le de leve no ombro.

8 Por que det9la se ela podia audar;8 Porque ela so%ria demais. 4larisse viveu o drama muito antes de ser camada a audar,8 1ntão, abrindo os olos, acrescentou$ 8 1ntende o que quero di&er;

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8 Não, aco que não...8 Nem conse'uiria. S* quem passa por tudo isso pode saber como -. 4inco ovens

assassinadas... 4larisse nunca comentou nada a respeito, mas teno certe&a de que elapreviu tudo, um por um dos assassinatos.

"alan3ando a cabe3a, Andrea tratou de a%astar tais pensamentos.

8 1la considera este dom como um presente de !eus, mas às ve&es se torna um %ardodi%cil de carre'ar.

8 0oc 'ostaria que ela bloqueasse este poder, se - que isto - possvel;Andrea sorriu e aeitou os cabelos despenteados pelo vento.8 Sim, mas sinto que o %ato de audar as pessoas - vital para ela. Portanto, + desisti da

id-ia. S* cuido para que não se envolva com as pessoas erradas.8 1 quanto a voc; 8 ele quis saber. !avid podia urar que a per'unta pe'ou9a de

surpresa, 8 >ornou9se empres+ria s* para prote'9la;8 1m parte 8 con%essou, + mais à vontade. 8 Mas 'osto muito do que %a3o e sei que

cumpro bem o meu papel.8 1 por acaso sabe se prote'er tão bem quanto 4larisse;8 Sim, sei.Novamente ele percebeu que Andrea se inquietava, mas continuou com o assunto.8 1 do que - que voc se de%ende;8 ?+ est+ %icando tarde, !avid.8 >em ra&ão.1stendendo o bra3o, ele desli&ou a mão pelo pesco3o delicado. A pele alva convidava ao

toque.8 1u nunca ce'uei a bei+9la de %ato, não -, Andrea; As mãos de !avid dei5aram9naarrepiada.

8 @ melor assim.8 >alve& sea mesmo. S* não entendo por que teno tanta vontade de bei+9la.8 Dsto passa com o tempo.8 Por que não %a&emos uma e5perincia; 8 ele su'eriu, olando9a com um brilo

divertido nos olos. 8 1stamos num local p=blico: eu não poderia tentar tirar proveito dasitua3ão. >alve& consi'amos descobrir o que nos dei5a tão inquietos toda ve& que estamos

 untos.Abra3ando9a pela cintura, !avid a trou5e para unto de si. Andrea estremeceu.8 1st+ com medo;8 Nem um pouco.!ecidida a não dei5+9lo perceber o quanto estava a'itada, Andrea resolveu representar

uma cena. Num 'esto s=bito, enla3ou9o pelo pesco3o e, ao v9lo surpreso, pressionou osl+bios contra os dele.

!avid podia urar que a areia movera9se sob seus p-s e que as ondas batiam com mais%or3a contra os rocedos. A inten3ão inicial de %a&er apenas uma e5perincia se

trans%ormou em al'o totalmente di%erente quando sentiu o sabor dos l+bios de Andrea.Surpreso com sua pr*pria rea3ão, abra3ou9a com mais %or3a e beiou9a de modopossessivo, deliciando9se com a sensa3ão de t9la em seus bra3os.

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Eoi tudo tão r+pido que Andrea não teve tempo de rea'ir. 1mbora a conscinciainsistisse em alert+9la, pressionou o corpo contra o de !avid, dando va&ão ao deseo que aconsumia.

Sentindo9o abra3+9la com mais %or3a, entrela3ou os dedos entre os cabelos dele,'emendo bai5ino.

Fma 'aivota passou, barulenta, a%astando9se em se'uida,Ao se a%astarem, Andrea deu um passo para tr+s e arrepiou9se quando uma raada de

vento os atin'iu. 1ntão, come3ou a caminar pela areia. !avid a se'urou pelo bra3o.8 0ena para casa comi'o.0oltando9se, Andrea o encarou. Os olos de !avid re%letiam o deseo que o consumia.

Não, não poderia ir. 4aso %osse, amais se perdoaria.8 Não 8 disse, a vo& tremula. 8 1u não quero ir, !avid. Não quero me envolver.8 Nem eu.1le então a%astou9se, arrependido por ter tentado levar a situa3ão adiante.8 Mas creio que isto não vai %a&er di%eren3a.8 4omo não; >emos controle sobre nossos destinos. 8 Muito s-ria, ela olou para o

mar. 8 Sei e5atamente o que quero e o que não quero para mim.8 Os obetivos de uma pessoa mudam.Por que ar'umentava daquela maneira se pensava da mesma %orma que Andrea;8 S* se permitirmos.8 1 se eu dissesse que deseo voc;Andrea, com o cora3ão acelerado, teve que reunir todo seu autocontrole para impedir

que sua vo& a trasse.8 1u diria que est+ cometendo um erro. 0oc tina ra&ão quando disse que não %a3o seutipo. @ melor con%iar na sua intui3ão. 1, a'ora, 'ostaria que me levasse de volta. Buerotele%onar para 4larisse e saber como ela est+.

Mais uma ve& ele a tocou.8 0oc não vai poder us+9la como desculpa por muito tempo. Dndi'nada, ela o olou com

uma e5pressão arro'ante.8 I+ uma 'rande di%eren3a entre n*s, !avid$ eu não uso as pessoas.

CAPÍTULO IV

Os raios prateados do luar invadiam o quarto, proectando sombras no assoalo det+buas lar'as. No ar, o aroma adocicado e suave de asmim.

Numa das paredes avia um quadro, tra3os indistintos em vermelo e lil+s contra umatela branqussima. Andrea parou para observ+9la e admirou9se com a ener'ia e o movimento

das %ormas.!o outro lado, um espelo imenso ocupava quase toda a parede. Andrea viu9se re%letidanele. Fma ima'em irreal, quase %antasma'*rica, misturada aos raios de luar e à escuridão

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

do quarto. A impressão que teve %oi a de que poderia atravess+9lo e sumir para sempre.Assustada, Andrea estremeceu. Iavia al'o de muito estrano em sua pr*pria ima'em

re%letida no espelo.A intui3ão disse9le que sasse dali o quanto antes e, obedecendo9a, virou9se em dire3ão

à porta.

Mas, naquele e5ato instante, !avid bloqueou9le a passa'em. Ao observ+9la, viu o deseoe a impacincia re%letidos em seus olos e teve medo. Medo da violncia de suas pr*priasemo3Ges.

J1u não queroJ. . .Andrea não sabia ao certo se ce'ara a di&9lo ou se apenas pensara nisso, mas a

resposta de !avid %oi bastante clara$8 0oc não pode continuar %u'indo, Andrea. Nem de mim nem de si mesma.1ntão, ela entrou por um t=nel muito escuro, cuas paredes pareciam envolv9la.Buase sem %Cle'o, sentou9se na cama, a'itadssima. Seu corpo tremia

incontrolavelmente e, ao olar pela anela, constatou que os primeiros raios de sol +atravessavam a vene&iana do quarto. Sim, estava em seu pr*prio quarto. .. Nada de per%umede asmins no ar ou o espelo imenso na parede.

>udo não passara de um sono, disse a si mesma diversas ve&es. Fm pesadelo. Mas, porque precisava ter sido tão real; 1la quase pudera sentir a presen3a de !avid, os olosescuros de pai5ão. . . Por que, por que sonara com !avid "rad#;

Iavia diversas e5plica3Ges l*'icas para sua per'unta.I+ duas semanas que ele não le saa do pensamento: 4larisse s* %alava no tal

document+rio e o e5cesso de trabalo no escrit*rio mal le dava cance de dormir oitooras por noite. 4ansa3o, preocupa3ão, tensão.Ou talve& ela se obri'asse a mer'ular no trabalo para que não tivesse tempo de

pensar em outros assuntos. Assuntos, estes, que requeriam muito mais do queconcentra3ão.

1mbora não passasse das seis oras da manã, Andrea decidiu não dormir mais. Não'ostaria de arriscar %ecar os olos e ver a continua3ão do pesadelo. ?o'ando as cobertaspara o lado, levantou9se$ duas 5caras de ca%- bem %orte a poriam em %orma novamente. Odia ia ser dos piores no escrit*rio e precisaria de todas as suas ener'ias para en%rent+9lo.

A co&ina era espa3osa e bastante %uncional. Mesmo passando pouqussimo tempo ali,Andrea %a&ia questão de mant9la bem abastecida.Sobre o balcão de madeira, in=meros eletrodom-sticos relu&iam.Andrea %oi at- o arm+rio, apanou o p* de ca%- e li'ou a ca%eteira el-trica. Buin&e

minutos mais tarde, ao sair do bano, o aroma incon%undvel da bebida + se espalava peloapartamento. >omou, então, a primeira 5cara de uma s* ve&. !epois, completou9anovamente e levou9a consi'o para o quarto.

Abrindo a a'enda, con%eriu os compromissos do dia$ uma reunião às de& oras com umcliente do tipo nervo&ino que recebera uma o%erta de trabalo para uma miniss-rie de

televisão: reunião ao meio9dia com sua equipe de trabalo no escrit*rio: almo3o de ne'*cioscom o ator mais requisitado da atualidade, "ob Iope6ell: e, %inalmente, os compromissos derotina na parte da tarde.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

!ecidiu9se por uma roupa ele'ante e pr+tica$ um tailleur leve na cor psse'o. 4omo decostume, em menos de quin&e minutos + estava completamente vestida em %rente aoespelo. 1m busca de um acess*rio, apanou o broce em %ormato de meia9lua. 1nquanto ocolocava na 'ola, o pesadelo da noite veio9le de novo à mente. Nele, sua ima'em re%letidano espelo não era a de uma muler con%iante e se'ura de si, mas de al'u-m inse'uro,

vulner+vel.1sticando o bra3o, tocou a super%cie lisa e %ria do espelo. A ima'em que tina diante

de si era a da verdadeira Andrea Eields, a outra não passava de um sono. Na realidade, amais se permitiria ser %r+'il. 4omo empres+ria numa cidade como 2os An'eles seriamassacrada pelos concorrentes caso desse demonstra3ão de %raque&a. 4omo muler, secolocaria em posi3ão de desvanta'em perante os omens.

Admirando9se uma =ltima ve&, %ecou o arm+rio e apanou a pasta de couro. 0inteminutos mais tarde ce'ava ao escrit*rio.

Na verdade, o %ato de ser a primeira a ce'ar não era in-dito. !esde o incio de suacarreira, ao alu'ar sua primeira sala num edi%cio de terceira cate'oria, Andreadesenvolvera o +bito de ser a primeira a ce'ar ao servi3o. I+bito que conservava at-então, mesmo contando com v+rias pessoas para assessor+9la.

Acendendo a lu&, observou os re%le5os emitidos pelos en%eites de latão, que combinavamper%eitamente com a cor da parede. ?amais se arrependera de ter contratado umpro%issional para cuidar da decora3ão. O ambiente era discreto, ele'ante e transmitiasolide&. Fm lei'o no assunto amais obteria tal resultado.

4onsultando o rel*'io, percebeu que poderia %a&er al'uns interurbanos para a 4osta2este, cuo %uso or+rio era trs oras mais adiantado do que em 2os An'eles.!ei5ando apenas a lu& da recep3ão acesa, trancou9se em sua sala e, em menos de meia

ora, + avia resolvido diversas questGes pendentes com clientes seus em Nova Qor easin'ton.

Satis%eita, resolveu dedicar9se à leitura de al'uns contratos antes que o e5pedientecome3asse. Eoi então que ouviu passos na recep3ão.

A princpio ima'inou que %osse um dos %uncion+rios mas, reconsiderando, percebeu quenenum deles costumava ce'ar meia ora antes do e5pediente. !ecidida a ver quem estava

l+, apro5imou9se da porta quando os passos cessaram. Pensou em 'ritar por socorro, por-mlo'o mudou de id-ia. Seria in=til. 1n'olindo em seco, apanou um obeto de metal bastantepesado.

Os passos recome3aram indicando que o intruso se apro5imava. Respirando %undo,er'ueu o obeto com uma das mãos enquanto 'irava o trinco da porta com a outra. !avidconse'uiu se'urar9le o pulso antes que ela o atin'isse.

8 @ assim que recebe seus clientes, Andrea;8 !ro'aL 8 Aliviada, dei5ou o obeto cair sobre o carpete.8 0oc me assustou, !avid. O que %a& por aqui a esta ora;

8 O mesmo que voc. Acordei cedo.4omo seus oelos tremessem, incontrol+veis, Andrea caminou at- a poltrona e sentou9se.

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8 A di%eren3a - que eu trabalo aqui. O que desea, !avid;8 1u poderia ale'ar que senti sua %alta.8 Ora, não me vena com essa.8 "em, a verdade - que estou de partida para Nova Qor, onde %arei al'umas %ilma'ens,

e 'ostaria que voc desse um recado para 4larisse.

Pura mentira. Mas, ele não se incomodava de mentir: aquela %ora a =nica maneira queencontrara de vir v9la antes de partir. Ao acordar aquela manã, avia procurado arranaruma desculpa que o levasse ao escrit*rio de Andrea, mas amais poderia admitir a verdadea uma muler como ela que, ou sairia correndo, ou o poria dali para %ora.

8 1st+ certo 8 concordou ela + à procura de um bloco de anota3Ges. 8 !arei orecado. Mas, da pr*5ima ve&, lembre9se de que muita 'ente + morreu por entrar desurpresa num lu'ar assim como voc acaba de %a&er.

8 A porta estava destrancada e, como não avia nin'u-m na recep3ão, decidi ver seencontrava al'u-m aqui dentro, antes de dei5ar um bilete.

A e5plica3ão pareceu9le bastante ra&o+vel mas, ainda assim, não o perdoou pelo susto.8 Bual o recado;!avid não %a&ia a menor id-ia. 1n%iando as mãos nos bolsos, correu os olos pelo

ambiente s*brio de tons pastel. >udo ali permanecia na mais absoluta ordem. At- mesmo ospap-is sobre a mesa estavam per%eitamente empilados.

8 "onito lu'ar. 0oc - mesmo muito ordeira, não;8 Sim, sou 8 respondeu, impaciente. 8 Bual o recado para 4larisse;8 Por %alar nisso, como vai ela;

8 Muito bem.!ando uma volta pela sala, !avid apro5imou9se de um quadro numa das paredes. 1ra umamarina em tons a&ulados que transmitia uma incrvel sensa3ão de pa&.

8 2embro9me de que voc estava preocupada com resultado do encontro entre ela eAle5.

8 4larisse se divertiu muito e me contou que Ale5 - um cavaleiro$ muito educado emuito inteli'ente.

8 Dsso aborrece voc;,8 1la nunca sai com omens. Dsto -, não para um encontro. Sentindo que a'ia como uma

tola, Andrea levantou9se e %oiat- a anela. ,8 Al'um problema, Andrea;8 Não, claro que não. S* que.. .8 S* que...1la sabia que não deveria discutir este assunto com !avid mas, antes que pudesse se

conter, as palavras escaparam9le da boca.8 1la %ala de Ale5 com tanto entusiasmo, com tanto carino. . . Os dois passaram o

domin'o todo untos veleando no barco dele. Bue eu me lembre, ela nunca subira numbarco antes.

8 1 da; @ uma e5perincia nova,8 1 disso que teno medo 8 con%essou num tom bai5o. 8 Sabe o que - ver sua pr*priamãe apai5onada;

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8 Não 8 ele admitiu, recordando9se do relacionamento entre seus pais. Não, nuncaouve pai5ão entre eles. 8 4reio que não.

8 "em, posso di&er que não - muito a'rad+vel. A%inal, o que sei sobre Ale5; Bue -bonitão, educado; At- a, nada de novo. Ale5 + o'ou seu carme para cima de uma centenade muleres.

8 Andrea 8 disse ele num tom divertido, untando9se a ela 8, + percebeu como est+a'indo; Parece at- a mãe de uma adolescente apai5onada. Se 4larisse %osse apenas umamuler de meia9idade, voc + não teria com que se preocupar. Mas, não aca que o %ato deser uma paranormal a dei5a em vanta'em perante o resto da umanidade;

8 A emo3ão pode atrapalar seus poderes, !avid, e impedi9la de ver as coisas comclare&a.

8 A emo3ão est+ atrapalando voc tamb-m, Andrea; 8 !avid percebeu que a%isionomia dela se contraiu. 8 1la est+ permitindo que seu amor por 4larisse %a3a com quee5a'ere um pouco nas preocupa3Ges. >alve& %osse uma boa id-ia trans%erir um pouco destaa%ei3ão para outro alvo.

8 1la - a =nica pessoa a quem posso dedicar meu carino.8 1 quanto às suas necessidades pessoais; Nunca pensa nisso; Seu lado emocional 8

murmurou, tocando9le de leve os cabelos. 8 Seu lado %sico. ..8 Buer %a&er o %avor de parar com essa conversa; Andrea teve mpetos de se a%astar

mas ele continuou a acarici+9la.8 Sua t+tica talve& a%aste outros omens. Mas, comi'o, não vai %uncionar.8 Não sei por que acei que poderia con%iar em voc.

8 Mas con%iou.8 Por que não me dei5a em pa&; 8 implorou recordando9se do pesadelo daquela noite.O medo, o deseo. . .

8 Porque deseo voc.!avid se apro5imou dela, deliciando9se com a %ra'rHncia suave, quase imperceptvel.

quela distHncia, pCde ver o turbilão de emo3Ges estampado nos olos a&uis.8 Buero %icar com voc durante oras e oras num lu'ar tranq7ilo, sosse'ado... S*

assim saberei o que e5iste de tão especial em voc que me %a& perder o sono.Andrea sentiu a 'ar'anta seca e as mãos 'eladas.

8 ?+ le disse que não durmo com qualquer um.8 <timo, assim não aver+ motivo para compara3Ges. Naquele instante, ouviram umrudo vindo da recep3ão.

8 Parece que + - ora do e5pediente. A, s* mais uma coisa, Andrea. Não sei quandonem onde, mas quero avis+9la de que ainda passaremos v+rias noites untos. Pense nisso.

O primeiro impulso de Andrea %oi o de a'redi9lo, mas resolveu apelar para o seu sensode pro%issionalismo.

8 !avid;Antes de abrir a porta, ele voltou9se com um riso nos l+bios.

8 Sim;8 Bual o recado para 4larisse;8 A, o recado; !i'a9le que mandei lembran3as. At- mais.

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!avid não %a&ia id-ia das oras ao entrar na sute que ocupava num amplo otel de NovaQor.

Seu plano inicial era o de permanecer dois dias ali na cidade, mas al'uns detales aviam%u'ido do seu controle, obri'ando9o a estender a estada.

!e manã, ao sair, dei5ara instru3Ges à camareira para que não tocasse nas pilas depapel espaladas pela mesa. 1, de %ato, encontrou9as e5atamente como as dei5ara.

A ornada m-dia de trabalo destes trs dias de %ilma'ens tina sido de do&e oras,depois das quais a equipe, e5austa, era dispensada. ■

Antes de dedicar9se à or'ani&a3ão dos planos para o dia se'uinte, resolveu pedir uma5cara de ca%- ao servi3o de copa.

!uas oras mais tarde, ce'ou à conclusão de que a via'em estava sendo bastanteproveitosa, apesar dos imprevistos.

O Dnstituto !anason de Parapsicolo'ia o impressionara pelo e5cesso de %ormalidade.?amais poderia ima'inar que uma institui3ão dedicada ao estudo de uma cincia tão recentepudesse ser tão tradicionalista. A lin'ua'em dos cientistas com quem conversara era tãot-cnica que !avid ce'ou a temer que os telespectadores pe'assem no sono ao ouvi9los. 1rapreciso veri%icar a edi3ão deste se'mento pessoalmente.

Os testes, contudo, %oram bastante interessantes, uma ve& que os cientistas seutili&avam de paranormais e de pessoas comuns. O uso de computadores e outros aparelosmodernos emprestava seriedade ao trabalo reali&ado ali, que ainda contava com poucadivul'a3ão.

"astante interessante, tamb-m, %oi a entrevista com um corretor da "olsa de 0aloresde Nova Qor que se valia de seus poderes paranormais para %a&er ne'*cios.!avid deu uma tra'ada no ci'arro e observou a %uma3a subir em dire3ão ao teto.Sem %a&er se'redo do %ato, o rapa& enriquecera em pouco tempo. Se'undo ele, seu dom

podia ser comparado a uma outra abilidade qualquer, tal como escrever muito bem ou %alarcom desenvoltura. Al-m disso, diversas empresas do mundo todo + se utili&avam depessoas paranormais para %ecar ne'*cios vultosos. Na opinião do ovem superdotado, opoder e5tra9sensorial devia ter encarado como um recurso a mais que a umanidadepoderia contar. Assim como o uso de um computador ultra9so%istcado.

As palavras do corretor o %a&iam pensar em 4larisse. 1la, na sua lin'ua'em simples,atin'iria muito mais os telespectadores."alan3ando a cabe3a, !avid procurou a%astar aquele pensamento. >emia se envolver

muito com o assunto e perder a imparcialidade.!ando uma =ltima tra'ada no ci'arro, o amassou com %or3a no cin&eiro. Mesmo pensando

com obetividade sobre o assunto, não podia dei5ar de ver 4larisse como o centro de todo odocument+rio. Por que tamb-m não coloc+9la nos outros pro'ramas; Eecando os olos,pCde ima'inar o resultado$ entre uma entrevista e outra com os cientistas %ormais e sualin'ua'em t-cnica, a %i'ura simples e acessvel de 4larisse conversando com Ale5 a respeito

dos mesmos assuntos de %orma muito mais descontrada. 4ontrastes, Hn'ulos di%erentes,in%orma3ão, tudo 'irando em torno dela.Ainda assim, precisava de al'o mais %orte, com apelo dram+tico su%iciente para 'arantir

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a audincia. Dsto o %e& pensar em 4larisse e a %amlia 0an 4amp. >ina que conse'uir aquelaentrevista. . . 1, se possvel, mais uma com al'u-m envolvido no caso Rideour. M+s, paratanto, precisaria en%rentar Andreia.

Buantas ve&es pe'ara9se pensando nela nestes =ltimos dias; Muitas. Buantas ve&esdei5ou que sua mente diva'asse, tra&endo à lembran3a aqueles momentos passados na

praia; !iversas. Buantas ve&es deseou poder t9la novamente em seus bra3os; Dn=meras.Andrea. 1ra peri'oso pensar nela como a muler amorosa e vulner+vel que conecera, ou

melor, descobrira por tr+s da pro%issional competente e cuidadosa.Num impulso, apanou o tele%one e discou o n=mero que + sabia de cor. Na quarta

camada, ela atendeu.8 Eields.8 Oi.8 !avid;Andrea se'urou a toala que tina enrolado no cabelo, antes que casse.8 Sim, como vai;8 No momento, estou completamente molada. 8 >rocando o 'anco do tele%one de

mão, apanou um robe sobre a cama. 8 Acabei de sair do cuveiro. Al'um problema por a;JApenas umJ, pensou consi'o. J1stou a mil e quinentos quilCmetros deste corpo que me

enlouquece de deseo.J 1sticando o bra3o apanou o ma3o de ci'arros e constatou que%umara o =ltimo + poucos minutos.

8 Não, por qu; !everia aver;8 @ que não estou acostumada a receber tele%onemas a esta ora, a menos que se

trate de emer'ncia. Buando %oi que voc voltou;8 Ainda não voltei.8 Buer di&er que est+ %alando de Nova Qor;8 15ato.!avid esticou9se na cadeira e %ecou os olos. 1strano, mas, at- aquele momento, não

percebera como era bom ouvir a vo& suave de Andrea.8 1 voc + acordou; 8 ela per'untou com ironia. 8 A ainda deve ser de& oras da

manã.8 Ainda não deitei 8 ele respondeu, sem dar importHncia ao tom usado por Andrea.

Antes que pudesse evitar, aT toala desprendeu9se e caiu no cão. Dndi%erente, elapassou a mão pelos cabelos molados.8 1ntendo... A vida noturna de Manattan - muito variada, não;Abrindo os olos, !avid observou as pilas de pap-is espaladas pela mesa, os cin&eiros

ceios de ci'arros e as 5caras de ca%- va&ias.8 Nem di'a 8 comentou.8 "em, mas voc deve ter tido um motivo muito importante para interromper seus

a%a&eres e me tele%onar. O que ouve;8 Simplesmente queria %alar com voc.

8 Eoi o que ima'inei 8 disse, curvando9se para apanar a toala. 8 Sobre o qu;8 Nada.8 !avid, voc andou bebendo;

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1le se aprumou novamente na cadeira.8 Não, não. Ser+ que não podemos bater um papo ami'+vel, sem compromisso;8 Não sei se isso - possvel entre produtor e empres+ria.8 O que aca de tentarmos; 8 su'eriu. 8 4omo tem passado;4autelosa, Andrea sentou9se na beirada da cama.

8 "em, e voc;8 1st+ vendo; ?+ - um come3o. >eno estado e5austo. Passei quase o dia todo de

ontem entrevistando cientistas e parapsic*lo'os que se utili&am de computadores eequa3Ges matem+ticas. 4onversei com uma mo3a que a%irma ter tido e5perinciase5tracorporais, ou sea, e5perincias em que - possvel %a&er o esprito desprender9se docorpo e, depois, retornar. Fma esp-cie de sono consciente.

Andrea acou 'ra3a.8 ?+ ouvi %alar sobre isso. !i& ela que %oi at- a 1uropa dessa %orma.8 "em, pelo menos, economi&ou a passa'em.8 >em ra&ão.A conversa ia, aos poucos, tornando9se interessante. 8 1st+ tendo di%iculdade em

separar o oio do tri'o, !avid; 8 inda'ou.8 Aco que sim. !e qualquer %orma, aco que ainda vamos permanecer na 4osta 2este

por mais al'um tempo. I+ uma quiromante %amosa em Mar#land, uma casa que - tida comoassombrada pela alma de uma 'arota na 0ir'nia e um ipnoti&ador na PensilvHnia,especiali&ado em re'ressão.

8 Pu5a, %ascinanteL Pelo eito, vai se divertir um bocado.8 Não creio que voc tena al'um ne'*cio a tratar por aqui, tem;8 Não, por qu;8 !i'amos que eu estea com saudade...Andrea tentou i'norar o %ato de que tamb-m sentia %alta dele.8 0oc me dei5a sem eito.8 Ora, nada de carme, Andrea.Reclinando9se na cama, tentou recordar9se de quando %ora a =ltima ve& em que se

permitira namorar ao tele%one. Mas, a%inal, que mal %aria sentir9se adolescente por al'uns

momentos. 1, numa atitude impensada, disse8 Buando - que voc volta;8 >alve& na quarta ou na quinta9%eira da semana que vem.8 >eno dois in'ressos para a estr-ia de !ouble "u%% na se5ta9%eira que vem. Iastin's

Reed - meu cliente. Aceita ir. comi'o;!avid %oi pe'o de surpresa pela mudan3a repentina de atitude dela. Mas procurou

manter um tom de vo& casual.8 1st+ me convidando para um encontro;8 1 por que não;

8 Drei busc+9la se5ta9%eira.8 s oito, est+ bem; 8 combinou, + meio arrependida. 8 A'ora, trate de dormir. 0outrabalar.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

8 Andrea;8 Sim;8 Pense em mim.8 At- lo'o, !avid.Andrea desli'ou o tele%one e sentou9se na cama. O que a teria %eito a'ir daquela %orma;

?+ se tina decidido a ceder os in'ressos para al'uma ami'a, pois não 'ostava muito de sairà noite. 1, pior, sabia que qualquer pro5imidade com !avid poderia ser muito peri'oso. . .

I+ quanto tempo não se permitia ser corteada por um omem; A =ltima ve& %ora +muitos anos e as conseq7ncias desastrosas ainda estavam bem vivas na sua lembran3a.Mas, desta ve& seria di%erente, disse a si mesma. A'ora era uma muler adulta,autocon%iante, capa& de tratar de ne'*cios com omens muito mais di%ceis do que !avid"rad#.

Suspirando %undo, olou de relance para o rel*'io. 1ra melor come3ar a se vestir, casocontr+rio ce'aria atrasada ao escrit*rio.

CAPÍTULO V

1ntusiasmada, Andrea comprou um vestido novo. A%inal, como empres+ria do atorprincipal, tina que estar impec+vel na estr-ia.s cinco para as oito, em %rente ao espelo do arm+rio, admirou9se uma =ltima ve&.

>alve& devesse ter escolido al'o mais simples, ponderou. Mas qual o problema; Não iria aocinema na posi3ão de pro%issional e, sim, de convidada.

0irando9se para a direita e para a esquerda, concluiu que ao menos tivera o bom sensode escoler um vestido preto. !e corpo usto, al3as %inas e pro%undo decote nas costas, otrae a %a&ia sentir9se %eminina e provocante, acentuando9le as curvas per%eitasnormalmente escondidas pelas roupas conservadoras que usava para trabalar.

Fm tanto inse'ura, resolveu levar o casaco do mesmo tecido que acompanava o vestido.Mais tranq7ila, escoleu uma corrente delicada para usar rente ao pesco3o e cal3ou ossapatos. Nesse instante, a campaina soou.

Sem se apressar, apanou a carteira prateada sobre a cama e caminou at- a porta.>entando manter a calma, repetia9se mentalmente que encarasse o encontro como umae5perincia a mais e, respirando %undo, recebeu9o.

Andrea não esperava que ele le trou5esse %lores, pois !avid não le parecia ser do tiporomHntico. 4omo ambos %icaram surpresos e um tanto sem eito, permaneceram im*veis poral'uns se'undos, admirando9se mutuamente.

!avid nunca a vira tão bonita. "onita não, pensou: simplesmente admir+vel. O vestido, detecido %ino e leve, moldava9le o corpo es'uio de modo provocante, insinuante,possibilitando mil %antasias.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

Resoluto, deu um passo à %rente. Pi'arreando, Andrea deu um passo para tr+s.8 0oc %oi pontual 8 comentou, ensaiando um sorriso.8 ?+ me arrependo de não ter ce'ado mais cedo 8 ele disse, entre'ando9le as rosas.1mbora tivesse vontade de abra3+9las e deliciar9se com o per%ume, Andrea manteve a

mesma atitude casual, aceitando9as com naturalidade.

8 Obri'ada, são lindas. ostaria de um drinque enquanto as coloco na +'ua;8 Não.Para ele, observ+9la + era o su%iciente.8 0olto num minuto.Andrea a%astou9se sob o olar atento de !avid, deslumbrando9se com as costas

per%eitas e5postas pelo decote. 15citado, quase ce'ou a mudar de id-ia quanto ao drinque.Procurando desviar a mente de tais pensamentos, olou ao redor de si. Ali no

apartamento, como no escrit*rio, tudo permanecia na mais per%eita ordem. Nada deesto%ados %loridos ou cortinas de babado. Apenas cores neutras e m*veis de linas retas.!e certa %orma o ambiente não re%letia a personalidade da moradora, cua verdadeiranature&a era a de uma muler ardente e apai5onada.

Naquele instante, Andrea voltou com as rosas, que colocara num vaso de cristalbelssimo.

8 "em, aco que podemos ir. 4e'ando mais cedo poderemos ver as estrelas deIoll#6ood descendo dos carros lu5uosos. 1 muito di%erente de v9las no escrit*rio,tratando de ne'*cios.

8 0oc est+ parecendo uma %eiticeira 8 ele murmurou. 8 A pele branca contra o

vestido ne'ro. . . @ puro %eiti3o.Andrea apanou o casaco, sentindo as mãos tremulas.8 Fma de minas antepassadas %oi queimada viva por ser considerada bru5a.8 Dsto não me espanta 8 comentou, audando9a a vestir o casaco.8 Eoi na 1uropa, durante a Dnquisi3ão. 8 Prendendo a respira3ão procurou i'norar9le

o toque macio das mãos em seus ombros. 8 Na verdade, tina os mesmos poderes de4larisse, mas avia al'o de especial nela. Se'undo al'uns documentos que 4larissepesquisou, era uma mo3a de vinte e cinco anos muito simp+tica. Por-m, cometeu o erro dealertar os vi&inos para um incndio que não ce'ou a acontecer na data prevista.

8 1 s* por isto ela %oi morta;8 As pessoas rea'em de modo violento diante do desconecido.8 ravamos uma entrevista com um corretor da "olsa de Nova Qor que est+ %a&endo

%ortuna com seu dom de prever o que est+ por acontecer.8 Os tempos mudam 8 a%irmou, apanando a bolsa. 1ntão, deteve9se à porta e

comentou$ 8 1sta nossa antepassada era muito pobre. 1la se camava Andrea.4omo !avid não dissesse nada, su'eriu:8 0amos;8 Assim que a porta se %ecou, !avid le se'urou uma das mãos e, muito s-rio, %alou$

8 1stou percebendo que o %ato de ter tido uma ancestral queimada como %eiticeira -muito traum+tico para voc.!ando de ombros, Andrea livrou9se do toque dele e apertou o botão do elevador.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

8 1 poderia ser di%erente;8 @. . . não poderia. Mas voc devia tentar não %icar tão preocupada.8 Acontece que a rea3ão das pessoas diante da paranormalidade sempre %ica num

e5tremo$ ou condenam ou se encantam. 1 eu não 'osto disso.Ao entrarem no elevador, !avid arriscou$

8 1 voc %a& tudo para livrar 4larisse dos e5tremos.8 15ato.8 Manter escondido que voc - %ila dela tamb-m. @ uma %orma de se de%ender;8 Não preciso me de%ender de mina mãeL 8 respondeu, não podendo conter a raiva. 8

@ apenas uma questão de convenincia: %acilita o meu trabalo.8 "astante l*'ico. Ali+s, como tudo no seu modo de pensar e a'ir.Andrea não sabia ao certo se aquelas palavras eram um elo'io.8 1u não 'ostaria de ver meu escrit*rio ceio de 'ente tentando prever o %uturo.

Seu carro est+ lon'e;8 Não, est+ bem aqui em %rente. Andrea, eu não quis critic+9la, apenas per'untei.Respirando %undo, ela tentou recuperar a calma.8 Não estou vendo seu carro 8 comentou, olando de relance para uma limusine

estacionada à porta do edi%cio.8 @ aquele ali.8 Pu5aL Bue bele&aL 8 disse espantada.8 Eico %eli& que tena 'ostado. 8 O motorista desceu para abrir a porta. 8 A id-ia era

mesmo a'radar voc.

Andrea + tina andado de limusine diversas ve&es. Ou acompanando clientesimportantes, ou levando9os ao aeroporto. No entanto, amais vira uma tão lu5uosa.Rela5ando9se no assento aveludado, viu !avid tirando uma 'arra%a de campane de dentrodo balde de 'elo.

8 Ium.. . Elores, limusine e, a'ora, campane.. . !avid, estou impressionada, mas. . .8 Não v+ estra'ar tudo, por %avor 8 ele pediu. 8 2embre9se de que estou dando o

melor de min para que voc 'oste da mina compania. 8 1sticando o bra3o, o%ereceu9leuma ta3a. 8 Ali+s, como estou me saindo;

8 At- aqui, muito bem 8 a%irmou, provando do campane. 8 Nunca %ui tão mimada.

8 1 como est+ se sentindo;8 4on%esso que estou 'ostando. 1u poderia %icar passeando oras e oras.8 Por mim, não e5iste nenum problema 8 disse !avid, desli&ando um dedo pelo

pesco3o dela numa carcia insinuante.8 Podemos ir assistir ao %ilme um outro dia. O que aca;O movimento lento do toque de !avid a %e& estremecer de medo e pra&er. Pelo visto,

toda sua e5perincia com os omens de nada valeria diante de !avid "rad#. 4onec9lomelor era uma aventura %ascinante e ao mesmo tempo peri'osa.

8 4reio que não sea uma boa id-ia. Pelo visto, voc %req7enta sempre as estr-ias aqui,

não;8 1n'ano seu.8 4om tudo isso. . . 8 ela olou a sua volta. 8 1u não acredito.

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8 !i& isto por causa da limusine; 8 ele inda'ou, er'uendo um brinde. 8 @ que estanoite me pareceu muito especial. 8 Eitando9a com aten3ão, reparou no modo descontrado eele'ante como ela se sentava no banco. 1ra uma ele'Hncia nata, natural, que a %a&iadestacar9se diante das outras muleres que + conecera. 8 1 voc; 4ostuma vir com%req7ncia às premi-res;

8 Não: detesto este tipo de evento.8 0erdade;8 @ verdade.8 ela disse, bebendo campane.8 1ntão, por que viemos;8 Para e5perimentar 8 disse9le, de modo si'ni%icativo, depositando a ta3a no

suporte enquanto o motorista estacionava.8 S* para e5perimentar.Iavia uma verdadeira multidão a'lomerada à entrada do cinema à espera das

personalidades ilustres que, aos poucos, iam ce'ando. Os %lases das m+quinas%oto'r+%icas espocavam repetidamente e os rep*rteres tentavam a todo custo entrevistaros convidados.

8 1mocionante, não aca; 8 comentou !avid ao diri'i9la à entrada.8 Não, nem um pouco 8 respondeu Andrea, tentando %u'ir das cHmeras. 8 0amos

procurar um lu'ar mais tranq7ilo.8 K o que estou tentando %a&er.8 AndreaL Buerida, que pra&erLAntes que pudesse perceber o que estava avendo, Andrea viu9se abra3ada, com muito

entusiasmo, por Merinda Mac"ride, uma das atri&es mais requisitadas de Ioll#6ood.8 MerindaL 4omo vai;8 Mais aliviada a'ora que a vi. 1stas %estas são uma loucuraLMerinda brilava da cabe3a aos p-s, ou melor, dos brincos imensos de brilantes at- os

sapatos prateados. Muito simp+tica, lan3ou um olar carinoso a Andrea.8 0oc est+ lindaL 8 disse Andrea, com sinceridade. 8 Obri'ada. 0oc veio so&ina;■

8 Não, não: vim acompanada por !avid. 8 Ap*s uma breve esita3ão, %e& asapresenta3Ges. 8!avid "rad#, esta - Merinda Mac"ride.

8 @ um pra&er conec9la 8 disse, apertando9le a mão.

8 O pra&er - todo meu. 8 Numa %ra3ão de se'undo, observou9o dos p-s à cabe3a. 8Por acaso tamb-m - cliente de Andrea;8 !avid - produtor.!epois de ouvir essa %rase, os olos a&uis de Merinda brilaram de modo si'ni%icativo.8 !e document+rios 8 esclareceu Andrea, percebendo o s=bito interesse de Merinda

por !avid. 8 0oc deve ter visto al'uns de seus trabalos na televisão estatal.8 4laro, claro 8 mentiu, pois amais assistira a qualquer pro'rama da tal esta3ão. 8

Admiro muito os produtores. 1specialmente quando são bonitos.8 >eno al'uns roteiros de %ilmes que ce'aram esta semana e que, creio, vão le

interessar 8 a%irmou Andrea, desviando estrate'icamente o assunto.8 @ mesmo;A manobra %oi bem9sucedida pois, imediatamente, a aten3ão de Merinda voltou9se para

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sua empres+ria. A%inal, Andrea s* le indicava scripts de qualidade.8 1ntão os envie para mim, certo;8 Se'unda9%eira sem %alta.8 "em, preciso cumprimentar al'uns ami'os. 1spero que se divirtam. Adeu&ino:8 Eoi um pra&er rev9la.

>ão lo'o a atri& se a%astou, !avid. quis saber$8 0oc lida com este tipo de 'ente todo dia;8 Ossos do o%cio.8 4omo - que conse'ue;8 Merinda pode ser um pouco a%etada, arti%icial, mas - uma atri& de talento.1mbora não concordasse, !avid resolveu calar9se, pois percebeu que poderia ma'o+9la.Antes que ce'assem à plat-ia, ainda depararam com al'uns ami'os, conecidos e

clientes de Andrea que se apro5imaram para cumpriment+9la.8 0oc - muito popular neste meio, não;8 Ea& parte de meu trabalo.Para alvio de ambos conse'uiram, por %im, um lu'ar privile'iado de onde quase não

podiam ser vistos.Assim que as lu&es se apa'aram, Andrea mer'ulou na tela. !esde pequena tina a

incrvel capacidade de se transportar, de viver o %ilme toda ve& que ia ao cinema. Não setratava de %u'a, mas, sim, de uma entre'a, um envolvimento total.

O ator principal era um de seus clientes mais queridos. Ao lon'o dos anos, tornaram9seami'os e, durante as v+rias crises e5istenciais pelas quais ele passara, era com Andrea que

ele ia desaba%ar. Ap*s o div*rcio de Iastin's, a ami&ade entre eles avia se solidi%icado e,por diversas ve&es, ele a convidara para antar em compania de seus trs %ilos. 4ontudo,a partir do momento em que o %ilme come3ava, Andrea o via apenas como persona'em daest*ria.

Ap*s quin&e minutos de proe3ão ela + não se encontrava mais em Ioll#6ood mas, sim,numa casa em 4onnecticut, prestes a presenciar um assassinato. Buando o abaur se apa'oue ouviu9se o primeiro trovão, Andrea se a'arrou no bra3o de !avid que, não dei5andoescapar a oportunidade, abra3ou9a.

!esde a adolescncia ele não abra3ava uma namorada num cinema escuro. No entanto,

percebeu que o entusiasmo que sentia era o mesmo de um 'aroto.1s%or3ando9se por se concentrar na trama, teve a aten3ão desviada pelo aroma suave dacolCnia de Andrea.

A tensão na tela crescia no mesmo ritmo que a sua na plat-ia. Ansiosa, Andrea prendeu o%Cle'o e ce'ou9se mais para perto dele, at- que o mist-rio do %ilme %osse desvendado.

Einalmente, as lu&es se acenderam, para o lamento de !avid, que nem saberia responderdo que tratara o %ilme.

8 Eoi *timo, não aca; 8 ela inda'ou9le, os olos brilantes de entusiasmo. 8 Adorei.8 Sim, %oi muito bom 8 concordou !avid, %itando9a. 8 1, a medir pelos aplausos, seu

cliente vai ter muito sucesso.8 Eeli&mente 8 con%essou, procurando a%astar9se dele. 8 Eui eu quem o convenceu aaceitar o papel. 4aso %osse um %racasso a culpa seria, em parte, mina.

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8 1 a'ora, que o p=blico parece ter 'ostado;8 Ser+ 'ra3as ao talento de Iastin's. Nada mais usto. Se incomoda de sairmos daqui

antes que nos cerquem;8 !e maneira nenuma.2evantando9se, caminaram por entre os 'rupos de convidados que + se reuniam para

conversar nos corredores.No entanto, de& metros à %rente, al'u-m camou por Andrea. 8 Aonde pensa que vai;

Eu'ir;Moreno, um metro e noventa de altura, Iastin's Reed era o tipo de omem que %a& as

muleres suspirarem. ?+ quarentão, era uma mistura per%eita de carme, simpatia eele'Hncia.

0isivelmente satis%eito com o resultado de seu trabalo, Iastin's parecia, no entanto,inse'uro quanto à aceita3ão unto ao p=blico.

8 Não 'ostou do %ilme;8 @ maravilosoL 8 Percebendo que o ami'o precisava de apoio, Andrea o beiou com

carino no rosto.8 0oc esteve *timo. 4omo sempre.8 A'ora 8 disse ele, abra3ando9a 8 resta a'uardar a crtica.8 Pois prepare9se para os elo'ios. Iastin's, este - !avid "rad#.8 "rad#; O produtor;8 15atamente.8 Pu5a, adoro seu trabalo. 8 1mpol'ado, Reed apertou9le a mão com %irme&a. 8 Sou

presidente onor+rio da Associa3ão em Prol da 4rian3a. Seu document+rio sobre o assunto%oi e5celente. Precisamos de mais 'ente boa como voc.8 Eico satis%eito que tena 'ostado. Nosso obetivo era o de %a&er as pessoas

pensarem com maior seriedade sobre as violncias que se cometem contra a crian3a.8 Asse'uro a voc que seu obetivo %oi plenamente atin'ido. >eno trs %ilos e

con%esso que %iquei sensibili&ado com seu trabalo. 8 1ntão, ce'ando9se mais perto,comentou$ 8 4aso resolva al'um dia continuar o assunto, me avise. Se eu puder audar, nãovou cobrar nada. Mas não dei5e que Andrea saiba.

8 Saiba o qu;

Iastin's deu uma 'ar'alada espontHnea e apertou9a contra si.8 1sta 'arota - um %uror. Não sei o que eu teria %eito sem sua orienta3ão. Dma'ine queeu não queria aceitar este papel, mas ela %alou tanto no assunto que me convenceu.

8 Nem tanto assim 8 corri'iu Andrea, rindo tamb-m. Reed, então, olou9a com maisaten3ão e elo'iou9a.

8 Pu5a, que bele&aL Nunca vi voc tão ele'ante. !is%ar3ando o embara3o, Andreaaeitou9le a 'ravata9borboleta.

8 1, se me lembro bem, da =ltima ve& que nos encontramos, voc estava muito suo,pois acabava de cair de um cavalo.

8 4laro que lembro. 0ocs vão conosco ao 4asens;8 "em, não sei...8 Andrea, %a3o questão que participe da %esta. >eno que dar uma entrevista para um

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dos rep*rteres, mas dentro de meia ora estou l+.1, com dois tapinas amistosos nas costas de !avid, Iastin's misturou9se à multidão de

convidados.8 1le - bastante... comunicativo, não; 8 comentou !avid.8 @ o mnimo que se pode di&er de Iastin's. Olando um rel*'io na parede, Andrea

percebeu que ainda era cedo. 8 Aco que preciso, ao menos, dar uma passada na %esta, poisele amais me perdoaria se não aparecesse. Se voc não quiser ir, posso apanar um t+5i.

8 Ea3o questão de acompanar voc.8 1st+ bem, mas não pretendo me demorar.Mas demorou. A %esta esticou9se at- as trs da manã.4ai5as e cai5as de campane %oram abertas, acompanadas de canap-s de caviar e

outras delcias. A m=sica, embora altssima, não ce'ava a incomodar e, entre um bate9papoe outro, as oras %oram passando. >odos ali se coneciam, pelo menos de vista.

Na pista de dan3a, superlotada, Andrea permitiu9se e5perimentar momentos de maiordescontra3ão nos bra3os de !avid.

8 Dncrvel, não; 8 ele comentou.8 !i&em que não + nada mais doce do que o sucesso.8 1 aco que - verdade. 1specialmente quando misturado com campane.Olando à sua volta, Andrea reconeceu que era impossvel não se dei5ar conta'iar pelo

brilo, pela ale'ria da %esta$ convidados muito ciques, caviar, campane...8 Normalmente, procuro evitar este tipo de reunião.8 Por qu; 8 ele inda'ou, desli&ando os dedos pelas costas de Andrea em movimentos

ascendentes.8 Não sei di&er. 8 O ambiente, a bebida e a e5cita3ão %e& com que Andrea encostasseo rosto ao dele. 8 Aco que sou uma pessoa muito caseira. 0oc - di%erente, sente9se bemnum ambiente so%isticado como este.

8 1 voc, não;Andrea balan3ou a cabe3a ne'ativamente. 4on%orme ima'inara, conec9lo melor era

uma aventura bastante peri'osa. Seus bra3os %ortes mantinam9na colada a ele.8 0oc %a& parte do mundo do talento 8 disse. 8 1u lido apenas com n=meros e dados.8 1 - assim que pre%ere;

8 Sim. osto muito do que %a3o.!avid a%undou o rosto entre os cabelos de Andrea, deliciando9se com sua macie&.8 1u pre%eria estar a s*s com voc 8 murmurou. >9la em seus bra3os parecia um

sono. 8 Num lu'ar pequeno, onde a m=sica tocasse bai5ino.8 Aqui - mais se'uro.Apesar do que acabara de di&er, Andrea não rea'iu quando !avid ro3ou os l+bios em

suas tmporas.8 1 quem est+ querendo se'uran3a;8 1u. Preciso me sentir se'ura para estar bem.

8 Mas todos que se envolvem com o mundo dos espet+culos tm que abrir mão dase'uran3a, da estabilidade.8 Não - o meu caso 8 a%irmou, er'uendo o rosto para observ+9lo melor. Andrea

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sentia9se muito bem, desli&ando na pista de dan3a ao som da orquestra, nos bra3os de!avid. 8 1u apenas %eco os contratos e dei5o os riscos por conta de outros.

8 Buer di&er que, depois de 'arantir seus de& por cento, voc desaparece de cena;8 Dsso mesmo.8 1u at- poderia acreditar no que est+ di&endo se não tivesse visto voc acompanando

4larisse.8 4om ela, - di%erente.8 1ntendo. Mas tamb-m vi voc oe ao lado de Iastin's e percebi como o tratou. Pode

tentar se convencer de que trata seus clientes a distHncia, sem se envolver, mas, pelo queobservei, conclu que não - bem assim. 0oc tem um cora3ão de mantei'a.

8 Ora, não sea ridculo 8 protestou, %ran&indo as sobrancelas.8 @ uma das coisas que admiro em voc. 8 Antes que Andrea pudesse evitar, colou seus

l+bios aos dela num beio r+pido.1la poderia ter9se desvencilado daquele abra3o e sado da pista, mas !avid a manteve

colada a si e continuou a mover9se ao ritmo da m=sica.8 Não misturo ne'*cios com sentimentos pessoais.8 Mentira.8 1u talve& manipule a verdade 8 disse, bastante s-ria 8, mas não minto.8 0oc %icou eu%*rica com o sucesso do %ilme, esta noite.Andrea a%astou uma meca de cabelo que insistia em cobrir9le os olos. !avid era

astuto e en5er'ava lon'e. >alve& lon'e demais.8 Pre%iro não discutir isso.

8 Por que voc est+ a'indo assim, Andrea; Se por acaso eu disser que 'osto de voc,isso vai dei5+9la incomodada;Surpresa com a revela3ão, Andrea errou o passo, mas ele, li'eiro, apertou9a com mais

%or3a unto a si.8 1u saberia lidar melor com este relacionamento se ainda conse'uisse irrit+9lo, se

ainda continu+ssemos a discutir. Fm envolvimento maior me assusta.8 Mas voc me5e comi'o. 8 Naquele momento, !avid sentia o san'ue correr mais

r+pido em suas veias, os m=sculos se enriecerem. 8 I+ centenas de pessoas aqui: noentanto, s* teno um pensamento$ livr+9la deste vestido e %a&er amor cora voc.

Fm arrepio a %e& estremecer.1ra preciso esclarecer a situa3ão antes que o relacionamento entre eles le %u'isse aocontrole.

8 !avid 8 disse, apoiando um bra3o em seu ombro. 8 Me dei5e esclarecer unsdetales. Primeiro$ estamos trabalando untos no momento, o que e5clui qualquerpossibilidade de um relacionamento pessoal mais s-rio entre n*s. Se'undo$ teno estadomuito ocupada, e o pouco tempo livre que me resta pre%iro passar so&ina. 8 1, muitos-ria, concluiu$ 8 1m terceiro lu'ar, sou uma pessoa e'osta e tremendamente crtica,portanto, detesto envolvimentos.

8 1st+ bem 8 disse ele, beiando9le a testa de modo 'entil, numa atitude quasepaternal. 8 0amos embora;8 Sim. 8 Fm tanto desapontada com a rea3ão de !avid perante seu discurso, caminou

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at- a mesa, apanou o casaco e a bolsa. 8 1stou um pouco cansada.Sem uma palavra, !avid condu&iu9a por entre os convidados at- a sada, onde o

motorista os a'uardava.4on%ortavelmente instalados na limusine, !avid %ecou o vidro que os separava do

motorista e, antes que Andrea percebesse, abra3ou9a com %or3a. Se'urando9le o quei5o,

obri'ou9a a encar+9lo.8 !avid, eu...8 Primeiro 8 iniciou 8 sou o produtor do document+rio e voc - a empres+ria de

apenas um dos convidados, o que si'ni%ica que não estamos trabalando untos e, portanto,não e5clui um envolvimento maior entre n*s. Mesmo porque, + estamos envolvidos.

Observando9o, Andrea concluiu que seus olos a'ora brilavam de modo di%erente dequando dan3avam. Na verdade, %aiscavam de modo tão intenso que Andrea procurou evit+9los. Mas !avid %or3ou9a a encar+9lo novamente.

8 !avid, eu...8 0oc + teve sua ve& 8 lembrou. 8 Se'undo$ somos ambos adultos e muito ocupados,

portanto, não temos tempo a perder com %alsas desculpas. 1, terceiro$ quer queira, quernão, + estamos vivendo um relacionamento pessoal. Por isso, - melor ir9se acostumando.

Euriosa com o modo como !avid le %alava, Andrea respondeu9le com indi'na3ão.8 Não teno que me acostumar a nada.8 Ora, Andrea, encare a realidade.Buando !avid a beiou, ela sentiu toda a pai5ão e o deseo que o consumiam. Sua

primeira rea3ão %oi a de tentar %u'ir, pois sabia que, caso se entre'asse, perderia de ve& o

controle sobre suas emo3Ges. Mas, de al'uma %orma, parecia saber que ela lutava contra simesma.!avid se'urou9a com mais %or3a, tornando o beio mais e mais e5i'ente, derrubando9le

de ve& as de%esas.emendo bai5ino, Andrea lan3ou os bra3os em torno do pesco3o de !avid e mer'ulou

os dedos em seus cabelos. Apesar do deseo, tina conscincia de tudo à sua volta$ o corporio de !avid pressionado contra o seu, o veludo do assento acariciando9le as costas. Osl+bios quentes que a beiavam com vol=pia.

!esli&ando os l+bios, !avid beiou9le o pesco3o e a pele acetinada dos ombros,

e5postos pelo vestido. Mas, sem delicade&a, a %or3a da pai5ão que o consumia impedia9o deser 'entil. Suas mãos percorriam9le as curvas per%eitas, detendo9se aqui e ali num pontomais sensvel.

>omada pela mesma pai5ão, Andrea acariciou9le as costas sob o palet*, %a&endo9o'emer bai5ino.

!esesperado, !avid a %e& deitar9se sobre o banco, mantendo9a im*vel sob si.Ao %it+9lo, Andrea entreabriu os l+bios. Acariciando9le os cabelos, observou as lu&es

da rua passando pelo vidro do carro e re%letindo9se nas mecas escuras. Fmas ap*s asoutras, numa sucessão quase ipn*tica.

Relutante, admitiu a si mesma que a sensa3ão de estar ali, deitada no banco de umalimusine com !avid, era %ant+stica.8 Dsto - loucura 8 murmurou, admirada com seus pensamentos.

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!avid resolveu não insistir na certe&a de que cedo ou tarde teriam que se entender.8 4erto.Paciente, a'uardou at- que Andrea atravessasse a porta do edi%cio e, recostando9se no

carro, acendeu um ci'arro. Sim, num outro dia conversariam com mais calma sobre oassunto. 1ntão, poderiam raciocinar melor.

Ap*s duas tra'adas, atirou o ci'arro na cal3ada e entrou na limusine. 4ertamente, teriamais uma noite de insCnia pela %rente.

CAPITULO VI

Andrea estava a'itadssima e, enquanto a'uardava 4larisse, andava de um lado paraoutro da sala.

8 Eico %eli& que tena vindo, querida 8 disse 4larisse, tra&endo uma bandea com umbule e duas 5caras de c+. 8 @ tão raro voc poder vir passar umas oras comi'o durantea semana.

8 !ei5ei o escrit*rio nas mãos de Abe. @ bom poder contar com ele.8 Abe - mesmo um amor. 4omo vai indo o netino dele;8 Mimadssimo. O avC d+ tudo o que pede.8 !isciplinar - tare%a dos pais: aos av*s cabe cumprir todas as vontades dos netos, 8

S* de %alar em netos, seus olos + se enceram de l+'rimas. Procurando dis%ar3ar,

4larisse desviou o olar e mudou de assunto$ 8 Seu c+ est+ bom;8 1st+...di%erente.8 @ c+ de camomila. !i&em que acalma as pessoas, e voc est+ me parecendo um

pouco a'itada, Andrea.!ando va&ão à sua inquieta3ão, Andrea apoiou a 5cara sobre a mesina e levantou9se.

1mbora relutasse em pedir9le auda, sabia que 4larisse poderia au5ili+9la a en%rentarmelor este momento delicado pelo qual passava.

8 Mamãe. 8 Andrea sentou9se novamente, enquanto 4larisse saboreava o c+, paciente.8 Aco que preciso de auda.

8 0oc sempre %oi e5i'ente demais consi'o mesma, mina %ila.8 O que vou %a&er;Recostando9se no so%+, 4larisse observou9a com aten3ão. Sua intui3ão de mãe di&ia9le

tratar9se de al'o com rela3ão a !avid "rad#. Procurando o%erecer9le um conseloponderado, re%letiu bem sobre o assunto.

8 0oc est+ com medo;8 1stou apavorada 8 con%essou, levantando9se novamente. 8 A situa3ão est+ %u'indo

ao meu controle.8 Andrea, não - preciso que a 'ente sempre tena o controle da situa3ão.

8 Para mim, -. 8 1, olando9a com um riso nos l+bios, acrescentou$ 8 0oc deveriaentender.8 1 entendo. 4laro que sim.

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Mas, intimamente, 4larisse deseava que sua =nica %ila não so%resse tanto.8 S* porque al'u-m ma'oou voc um dia, não quer di&er que tena que se de%ender de

todos que se apro5imam. 1st+ apai5onada por !avid;8 Aco que sim, mas ainda + tempo de me a%astar.8 Aca tão ruim amar al'u-m;

8 !avid não - um omem qualquer. 1le - %orte, astuto. Al-m do que... 8 !ando umapausa, acrescentou num tom mais sereno$ 8 ?+ me apai5onei antes e me macuquei.

8 0oc era muito ovem. Aquilo não %oi amor mas, sim, uma pai5ão tpica deadolescente. @ natural que tena so%rido.

8 1 se a'ora eu estiver con%undindo pai5ão com amor; 8 inda'ou, em p- no meio dasala, + sem saber para onde ir. 8 Pode ser que o que sinto por !avid sea apenas umapai5ão ou atra3ão %sica.

8 0oc - a =nica que pode saber o que sente por ele. 8 4larisse voltara a saborear oc+. 8 Mas, para ser sincera, não creio que teria vindo me ver em pleno meio de semanaestivesse preocupada apenas com uma pai5ão&ina passa'eira.

Não contendo um riso, Andrea sentou9se ao lado da mãe.8 Mamãe, voc - mesmo incrvelL8 As coisas nunca %oram %+ceis para voc, não - mina %ila;8 Por que di& isso;8 Sua in%Hncia não %oi das melores, eu sei.8 Ora, mamãe, não %ale assim. 0oc %oi *tima.8 Andrea, seu pai me amava muito e, mesmo sem compreender muito bem meus poderes

paranormais, aceitava9os sem restri3ão. Se eu tivesse %u'ido por medo de me apai5onar,teria perdido os melores anos de mina vida. Não queira ter sempre tudo sob controle.8 Mas ele era um omem especial 8 murmurou Andrea. 8 Não - %+cil encontrar al'u-m

como papai.4larisse se manteve em silncio por al'uns instantes e, então, pi'arreando, comentou

num tom casual$8 Ale5 tamb-m me aceita como sou.8 Ale5; 8 per'untou Andrea, vendo que 4larisse %icava vermela. 8 0ocs dois estão...

8 como per'untar isto à sua pr*pria mãe; 8 ... namorando a s-rio;

8 1le me pediu em casamento.8 O qu;LEoi impossvel para Andrea dis%ar3ar o espanto. Ou o ci=me;8 4asamento; Mas voc mal o conece. I+ apenas poucas semanas que saem untosL

Mamãe, voc - uma muler madura e sabe que casamento não - coisa que se decida de umdia para outro.

A preocupa3ão sincera da %ila para com ela a %e& sorrir, satis%eita.8 0oc ser+ uma e5celente mãe para seus %ilos. Pelo menos, "A ter+ pr+tica em

passar sermão.

Andrea serviu9se de mais uma 5cara de c+.8 Não %oi essa mina inten3ão. S* não quero que tome uma atitude impensada.8 >eno certe&a de que voc erdou este lado respons+vel de seu pai. Mina %amlia

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sempre %oi um pouco mais. .. distrada.8 Mamãe. . .8 2embra9se de quando eu e Ale5 convers+vamos a respeito de quiromancia durante a

'rava3ão;8 4laro. 8 Dnquieta, Andrea + ima'inava o que sua mãe le diria. 8 0oc teve uma

premoni3ão, não teve;8 Sim, muito clara, muito %orte. 4on%esso que %iquei perturbada com a id-ia de que um

omem pudesse se sentir atrado por mim, depois de tantos anos. Mas, quando pe'uei namão dele, senti al'o tão %orte que não tive mais d=vidas.

8 Mas - preciso dar mais tempo à rela3ão, mamãe. Não duvido de sua premoni3ão,mas...

8 Buerida, estou com cinq7enta e seis anos de idade 8 a%irmou, balan3ando a cabe3a eer'uendo os olos como se o %ato a surpreendesse. 8 0ivo muito bem so&ina. Na verdade,aco at- bom viver assim. S* que a'ora tive vontade de dividir o resto de meus dias comum companeiro. 0oc est+ com vinte e oito anos e - per%eitamente capa& de se sustentar,mas isto não deve impedir de viver ao lado de um omem que a ame.

8 Meu caso - di%erente.8 Não -, não 8 a%irmou 4larisse se'urando as mãos da %ila. 8 O amor, a carncia, a

a%ei3ão são coisas comuns aos seres umanos. Se !avid %or o omem certo, voc lo'o ir+perceber.

8 >eno medo de que ele me reeite 8 con%essou, apertando9le as mãos num 'esto dedesespero. 8 1u mesma teno di%iculdade em me aceitar como sou.

8 Sempre me preocupei com isso, mina %ila.8 Sim eu sei...8 Eila, consulte seu cora3ão. Pare de %icar se preocupando e si'a apenas o que o

cora3ão le disser.8 1le pode me indicar um camino que não quero se'uir.8 A, isso certamente vai acontecer. 8 1ntão, sorrindo com mei'uice, abra3ou a %ila e

disse$ 8 Buerida, s* posso le di&er que !avid "rad# - um omem bom. 4omo todos, tam9b-m tem seus de%eitos, por-m, tem sido um pra&er para mim trabalar para ele. Naverdade, %iquei muito contente quando !avid me tele%onou esta manã.

8 >ele%onou; 8 inda'ou, surpresa. 8 Para qu;8 Para comentar a respeito de umas id-ias novas que teve para o document+rio. 1le %oipara Rollin' Iills oe %a&er uma 'rava3ão naquela mansão que, di&em, - mal9assombrada.0oc + ouviu %alar a respeito, não; Nin'u-m conse'ue morar l+ por muito tempo.

8 Sim, + ouvi qualquer coisa sobre o assunto.8 @ claro que e5istem diversas opiniGes a respeito do que acontece por l+, mas creio

que !avid %e& uma e5celente escola.8 1 o que voc tem a ver com a casa;8 Nada, querida. Eoi apenas um bate9papo. 1le sabe que me interesso por este assunto.

8 1ntendo. ..8 Mas conversamos sobre outras coisas tamb-m. 1le me pediu para ir ao est=dio naquarta9%eira pr*5ima. Buarta; Sim, aco que - quarta mesmo. 1, então, num outro dia que

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não me lembro qual, iremos à casa dos 0an 4amp. 1le pretende 'ravar na sala de estar dacasa de Alice.

8 A... Na casa dos 0an 4amp. . . 8 Andrea sentiu a raiva crescer dentro de si. 8 1lecombinou tudo isto diretamente com voc;

9Sim 8 a%irmou 4larisse, sem entender o porqu da d=vida. 8. Ei& al'uma coisa errada;

0oc, não. 8 Dndi'nada, %icou de p-. 8 !avid sabe muito bem que qualquer mudan3a deesquema deve ser comunicada a mim. Não se pode mesmo con%iar em nin'u-m: muito menosnum produtor.

Buanta petulHncia... Aquilo + era provoca3ãoL Apanando a bolsa, caminou em dire3ão àporta.

8 Mamãe, voc não vai ao est=dio, at- que eu descubra o que ele est+ tramando.Percebendo que estava saindo sem se despedir, Andrea voltou e beiou 4larisse com

carino.8 1 não se preocupe, mamãe 8 alertou. 8 0ou esclarecer tudo direitino.8 1st+ bem.Satis%eita, 4larisse observou a %ila sair pela porta. "em, sua parte J+ estava cumprida$

Andrea iria ao encontro de !avid.

No camino de volta, Andrea apanou o tele%one do carro e comunicou9se com seuescrit*rio.

8 !iane; Me di'a como est+ a pro'rama3ão desta tarde. Ap*s consultar a a'enda, asecret+ria respondeu$

8 0oc tem um cliente marcado para as quatro e meia. @ o sr. Mont'omer#.8 Pe3a a Abe que o receba. Não vou poder estar a.8 Abe tem compromisso às cinco: não sei se poder+ receb9lo.8 Mais essaL 8 Dmpaciente, ultrapassou um veculo at- com certa imprudncia. 8

Buem est+ livre às quatro;8 S* "+rbara.Mantendo os olos %i5os no camino, di'eriu as in%orma3Ges que recebia e concluiu$8 Não, eles não vão se dar bem. !iane, tele%one para Mont'omer# e cancele a

entrevista. !i'a9le que se trata de uma emer'ncia.

8 4erto. Mas não + nada errado, +;Andrea acou 'ra3a.8 Ainda não.Per%eito. Onde posso encontrar voc, caso precise, Andrea;Se sur'ir al'um problema, pode li'ar para o meu apartamento, e, se eu ainda não tiver

ce'ado, dei5e o recado na secret+ria.8 Não, de%initivamente não dei5aria que !avid passasse por cima de sua autoridade.

Apanando o 'uia de estradas dentro do porta9luvas, decidiu ir ao encontro dele em Rollin'Iills. Precisava encontr+9lo naquele mesmo dia.

Buando a primeira 'ota de cuva caiu sobre o p+ra9brisa, Andrea pra'ueou bai5ino e,ap*s pe'ar o desvio errado para sair da estrada mais de duas ve&es e se'uir por um

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camino sem as%alto debai5o da tempestade, come3ou a 5in'ar em vo& alta. Eeli&mente,nin'u-m podia ouvi9la.

Ao encontrar a casa, percebeu por que ele escolera o local para suas %ilma'ens. 1 acuva que caa apenas acentuava a aura de mist-rio que envolvia o lu'ar.

4omo se não bastassem todos os contratempos que tivera que en%rentar, ao descer do

carro a%undou os p-s numa po3a de +'ua lamacenta.Olando pela anela da %rente, !avid a viu estacionando. Numa situa3ão normal, a

ce'ada de Andrea o dei5aria %eli&, mas naquele momento seria mais uma interrup3ão queteria que %a&er nas %ilma'ens, que + estavam atrasadas, e aborreceu9se. O dia não tinasido dos melores e tudo parecia dar errado.

I+ uma semana não conse'uia dormir direito, seu trabalo não saa con%orme esperava es* de olar para Andrea sentia9se tomado pelo deseo.

Ao receb9la na porta, descarre'ou toda a raiva$ Bue diabo est+ %a&endo aqui;O cabelo dela e o tailleur que usava estavam encarcados e os sapatos, irrecuper+veis.Buero conversar com voc, !avid.8 <timo. >ele%one para o meu escrit*rio e marque uma entrevista. 1stou ocupado.8 Não, !avid. 0ai ser a'oraL 8 1ntrando, %ecou a porta com %or3a atr+s de si. 8

!esde quando voc pensa que pode marcar compromissos com mina cliente sem %alarcomi'o antes; Se quiser que 4larisse vã ao est=dio quarta9%eira, tem que marcar comi'oL1ntendeu;

8 >eno um contrato assinado com 4larisse pelo tempo que durarem as 'rava3Ges:portanto, não teno que acertar nada com voc.

8 Pois aco que deveria reler o contrato, sr. "rad#. I+ uma cl+usula que di& que todocompromisso dever+ ser marcado atrav-s da empres+ria.8 >udo bem, vou le mandar todo o novo esquema das 'rava3Ges. A'ora, se me der

licen3a.. .!avid tentou abrir a porta, mas ela o impediu. !ois eletricistas que trabalavam na sala

pararam para ouvir a discussão.8 1u ainda não acabeiL8 Mas eu, +L Suma daqui, Andrea, antes que eu mande um dos rapa&es acompan+9la

at- o carro.

8 0ea como %alaL Ou mina cliente pode JacidentalmenteJ apanar uma larin'ite que aimpe3a de %alar por um msL8 Ora.. . não me ameace. 8 "astante alterado, se'urou9a pelos bra3os com violncia. 8

1, para mim, ce'a desta conversa. Se quiser mesmo %alar comi'o, marque uma entrevistapara amanã.

8 "rad#L Precisamos de voc aqui em cima.Ainda por um momento ele a se'urou com %or3a, %a&endo de tudo para controlar o

deseo que sentia. Eoi preciso todo seu autocontrole para não beiar9le a boca com pai5ão.>ranstornado, soltou9a de modo tão abrupto que quase a te& perder o equilbrio.

8 Suma daquiL 8 ordenou, virando9se para subir as escadas que condu&iam ao andarsuperior.Eoram precisos al'uns se'undos at- que Andrea se recuperasse e se decidisse a subir as

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escadas atr+s dele. Não iria sair dali enquanto não ouvisse um pedido de desculpas.I+ muitos anos não encontrava al'u-m capa& de %a&9la perder o controle, mas !avid

"rad# realmente a dei5ara e5asperada. ?amais encontrara al'u-m tão petulante.8 Srta. Eields, pra&er em v9la novamente.Ale5 %umava seu costumeiro avana no topo da escada, enquanto a'uardava o reinicio da

'rava3ão. Ao v9la, sorriu9le de modo 'entil.8 1 quero %alar com voc, tamb-mL 8 e5clamou Andrea, sem se deter, dei5ando9o

pasmo. Dncon%ormada, se'uiu pelo corredor atr+s de !avid.A passa'em era estreita e escura, e do teto pendiam teias de arana. A pintura vela

das paredes umedecidas pelo tempo emprestava um aspecto ainda mais tenebroso ao local.Por-m, ao encer os pulmGes pronta para 'ritar o nome de !avid, Andrea percebeu que

não conse'uia %alar. Fm arrepio estrano percorreu9le o corpo ao entrar no quarto ondeele conversava com os t-cnicos da equipe. Fm tremor violento a atin'iu, %a&endo9a parare5atamente onde estava.

No ambiente, preparado para as %ilma'ens, avia cHmeras, %ios e lu&es para todo lado.4ontudo, Andrea não os en5er'ava. 0ia, sim, um quarto cuas paredes eram %orradas por umpapel rosado, muito delicado. Ao centro, uma cama com dossel. Sob a anela, umapenteadeira de mo'no onde repousava um vaso com rosas brancas. O resto da mobliaacompanava o mesmo estilo romHntico e compuna9se de uma cCmoda e uma banqueta.

Mas Andrea ainda viu, e ouviu muito mais$U 0oc me traiuL >raiu9me com ele, ?-ssicaLJVNãoL 1u uro que nãoL O, pelo amor de !eus, não %a3a issoL 1u o amo. 1u...U.JMentiraL Mas esta ser+ a sua =ltima mentiraLJ

Os 'ritos eram orrendos, arrepiantes.Ao levar as mãos aos ouvidos, Andrea dei5ou cair a bolsa no cão, com um rudo surdo.8 AndreaL!avid se'urou9a pelos bra3os e sacudiu9a, enquanto todos ali presentes paravam para

ver o que acontecia.8 1st+ se sentindo mal;1sticando os bra3os, ela pu5ou9le a camisa. Suas mãos estavam 'eladas e tremulas.

1mbora o olasse %i5amente, seus olos não o %ocali&avam.8 4oitada da 'arota... 8 ela murmurou. 8 O, meu !eus. ..

8 AndreaL1la tremia incontrolavelmente, mas o pior era seu olar turvo, vidrado, perdido. Andreaolava para o centro do quarto como se estivesse em transe.

8 Bue 'arota, Andrea; 8 !avid per'untou, assustado.8 1le acabou de assassin+9la ali na cama com as pr*prias mãos. A 'arota não pCde mais

'ritar porque ele le apertava a 'ar'anta at-...8 AndreaL 8 Se'urando9le o quei5o, %or3ou9a a encar+9lo. 8 Não tem cama nenuma

aqui dentro.8 @ que...

>ranspirando pro%undamente, Andrea levou as mãos ao rosto. 1ntão, sentiu um enCoque le era bastante conecido.8 Preciso sair daqui.

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0irando9se, abriu passa'em entre os t-cnicos que se a'lomeravam no corredor e desceuas escadas correndo. !esceu os de'raus da varanda e saiu na cuva.

8 Aonde voc vai; 8 !avid quis saber ao abra3+9la. Fm raio riscou o c-u, amea3ador, Atempestade aumentou.

8 >eno que... 8 Atordoada, lan3ou um olar perdido à volta. 8 0ou voltar para a

cidade. >eno que sair daqui.8 1u levo voc.8 NãoL 1stou de carro. 8 Absolutamente em pHnico, tentou se a%astar, mas !avid a

se'urou.8 0oc não est+ em condi3Ges de diri'ir. 8 A custo, conse'uiu lev+9la at- seu carro. 8

Eique aqui 8 ordenou, %ecando a porta do autom*vel.Dncapa& de rea'ir, Andrea encoleu9se toda no banco, muito tremula. S* mais um minuto

e estaria bem, prometeu a si mesma. No entanto, quando !avid voltou, ela ainda não seavia recuperado.

Atirando a bolsa de Andrea no banco de tr+s, ele a cobriu com o palet*.8 Fm dos rapa&es leva seu carro de volta para a cidade. !avid deu a partida no carro e

acelerou.O silncio s* era quebrado pelos pin'os de cuva que batiam no carro e pelo rudo

ritmado do limpador de p+ra9brisa. Einalmente, passados al'uns minutos, !avid resolveu%alar.

8 Por que voc não me contou;8 4ontou o qu;

8 Bue tem os mesmos poderes de sua mãe; 1ncolendo9se mais, Andrea levou as mãosao rosto e corou. !avid não sabia o que di&er. 4oncentrado no camino à sua %rente,incriminou9se por ter tocado no assunto.

No entanto, por mais descrente que %osse, podia urar que Andrea vira realmente al'onaquele quarto.

Mas e a'ora; 4omo a'ir; O que di&er;Andrea solu3ava, dando va&ão a toda sua an'=stia. !e que adiantaria &an'ar9se; I+

muito tempo tomara conscincia de que, por mais que se controlasse, tais visGes seriam, porve&es, inevit+veis.

A cuva cessou e o sol voltou a brilar, ainda tmido.Andrea manteve9se encolida sob o palet*.8 Sinto muito.8 Não quero que se desculpe: quero que me e5plique. Não sei e5plicar. 8 Mais calma,

en5u'ou as %aces com as mãos. 8 1u a'radeceria se voc me levasse para casa.8 Precisamos conversar. Mas num lu'ar de onde voc não possa me mandar embora.Eraca e cansada demais para discutir, Andrea recostou a cabe3a contra o vidro e não

reclamou quando viu passar o retorno que levava ao bairro onde morava.Se'uindo em %rente, !avid pe'ou a dire3ão das montanas, al-m da cidade. 4inq7enta

minutos mais tarde, entraram por uma passa'em estreita, ao lado de uma casa com vi'as demadeira e anelas enormes de vidro, circundada por um imenso 'ramado. A cuva dei5aratudo ali mais verde e pequenas 'otinas cintilavam ao sol.

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8 Pensei que voc morasse na cidade.8 Morei l+ muitos anos mas, então, resolvi vir em busca de ar puro.!avid desceu do carro e apanou a bolsa de Andrea e mais uma pasta no banco de tr+s.

1la, por sua ve&, vestiu o palet* e o acompanou em silncio at- a porta da %rente.A decora3ão da casa não tina nada de r=stico, sendo at- bastante so%isticada.

2o'o atr+s da porta, um corrimão trabalado acompanava al'uns poucos de'raus quelevavam à sala de estar, num nvel mais bai5o.

Sem uma palavra, !avid %oi at- a lareira e acendeu o %o'o.8 Aco melor voc tirar estas roupas moladas 8 disse num tom casual. 8 I+ um

baneiro l+ em cima, no %im do corredor. Atr+s da porta, vai encontrar um robependurado.

8 Obri'ada. 8 Dnse'ura, umedeceu os l+bios. 8 !avid, voc não precisa.. .8 0ou %a&er ca%- 8 interrompeu ele, dei5ando9a so&ina na saa.Andrea nunca se sentira tão mal. 1mbora + esperasse por isso, a reei3ão de !avid a

ma'oava. Mesmo + tendo passado pela e5perincia anteriormente, a dor era sempre amesma.

Respirando %undo, tentou recuperar a autocon%ian3a perdida. Nenum omem a veria%raquear.

Procurando rea'ir, er'ueu o quei5o e subiu as escadas. >ornaria um bano e, depois quesuas roupas secassem, voltaria para casa. A%inal, era per%eitamente capa& de cuidar desi mesma.

O bano quente aos poucos come3ou a acalm+9la. 2avou bem os cabelos e, ao sair do

cuveiro, apanou o robe atr+s da porta. 0estindo9o, sentiu o aroma da colCnia de !avid queimpre'nava o tecido aveludado.4e'ando à sala, encontrou9a va&ia, e, depois de colocar as roupas numa secadora

el-trica, reunindo %or3as, resolveu procurar por !avid.A casa era ultramoderna e, em outras circunstHncias, adoraria prestar mais aten3ão aos

detales que a compunam.Acompanando o aroma de ca%-, se'uiu pelo corredor at- ce'ar à co&ina. !etendo9se

à porta, respirou %undo e entrou.!avid estava de p- em %rente à anela, com uma 5cara na mão.

Andrea cru&ou os bra3os sobre o peito e es%re'ou as mãos nas man'as do robe.8 !avid;Ao ouvi9la, ele voltou9se lentamente, incerto a respeito do que deveria di&er. 1la le

parecia muito %r+'il. !avid não saberia descrever o que sentiu naquele instante.8 O ca%- est+ quente. Por que não senta;8 Obri'ada.Procurando a'ir da %orma mais natural possvel pu5ou um banquino dos que avia sob o

balcão.8 Se voc pre%erir comer al'o, estou esquentando uma sopa 8 comentou, indicando

uma panela no %o'ão.8 Não precisava se incomodar.. . 8 disse ela, + um tanto tensa.Sem uma palavra, !avid %oi at- o %o'ão, serviu um prato de sopa e colocou na %rente

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dela.8 1 uma anti'a receita de %amlia. Mina mãe costuma di&er que um prato de sopa cura

qualquer mal.O ceiro est+ delicioso. 8 Sem saber por que, veio9le vontade imensa de corar, mas

Andrea resistiu. 8 !avid.

8 Primeiro, coma.Aparentemente tranq7ilo, pu5ou um banquino e sentou9se em %rente a Andrea, do

outro lado do balcão. Acendendo um ci'arro, tomou um 'ole do ca%- e observou9a brincarcom a sopa.

8 0oc precisa comer 8 disse.8 Por que não me per'unta lo'o; 8 inda'ou Andrea, inquieta. 8 Pre%iro resolver este

assunto de uma ve&.1la le parecia tão ma'oada, tão so%rida. !e onde viria tanta dor;8 Não pretendo submeter voc a nenum interro'at*rio.8 Por que não; 8 quis saber. Seus olos o desa%iaram. 8 Não quer que le conte o que

ouve naquele quarto;!avid soltou uma ba%orada e apa'ou o ci'arro no cin&eiro.8 Sim, quero. Mas não creio que voc estea em condi3Ges de %alar sobre isso a'ora.

Pelo menos, não em detales. Por que não conversamos sobre outros assuntos, Andrea;8 Não estou em condi3Ges; 8 1m outra circunstHncia, ela poderia ter 'ar'alado. 8

Nunca se est+ em condi3Ges, !avid. Posso descrever a pessoa para voc$ morena, olosa&uis, vestia uma camisola de al'odão que ia at- os p-s e camava9se ?-ssica. >ina apenas

de&oito anos quando o marido a matou num acesso de ci=me, estran'ulando9a com aspr*prias mãos. !epois, suicidou9se com um tiro, tal o desespero. @ isso que voc quer para oseu document+rio, não -;

Os detales e a %rie&a com que ela os relatou dei5aram9no cocado. Buem era aquelamuler sentada ali a sua %rente;

8 O que le aconteceu nada tem a ver com o document+rio, mas tem a ver com o modocomo est+ a'indo a'ora.

8 Normalmente consi'o me controlar 8 desaba%ou, a%astando o prato de sopa para umlado. 8 >eno anos de pr+tica. Se eu não estivesse tão nervosa ao entrar no quarto, isto

não teria acontecido.8 4onse'ue evitar essas visGes;8 A maior parte das ve&es, sim.8 1 por que tenta evit+9las;8 Aca mesmo que isto - um dom; 8 per'untou, levantando9se. 8 "em, para al'u-m tão

bom e caridoso como 4larisse, talve& sea.8 1 para voc;8 Odeio isto, odeio ser assim 8 con%essou, voltando9se para encar+9lo, 8 Nin'u-m %a&

id-ia do que sea ver a descon%ian3a estampada nos olos das pessoas, comentando umas

com as outras. 8 >ensa, es%re'ou as tmporas com as mãos. 8 1u s* queria ser normal. ..Buando era crian3a, tina sonos orrveis. 1ram cenas tão reais. .. Mas acava que todomundo tina aqueles sonos e então comentava com minas cole'as$ sua 'ata vai ter

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'atinos. Posso %icar com o branco; 1 da a al'uns dias, os 'atinos nasciam e avia, de%ato, um =nico branco. Pequenas coisas assim. Al'u-m perdia uma boneca e eu indicavadireitino o local que estava.

Respirando %undo, comentou$8 As crian3as não li'avam muito, mas os pais %icavam nervosos e pre%eriam que os

%ilos se a%astassem de mim.8 1 isto ma'oava voc.8 Sim, muito. 4larisse me compreendia e me audava, mas eu so%ria muito. Os sonos

continuaram, mas parei de coment+9los com as pessoas. At- que, então, meu pai %aleceu.!e p-, Andrea cobriu os olos com as mãos e, ao perceber que !avid %i&era men3ão de

levantar9se, pediu9le que le desse apenas al'uns minutos. Precisava desaba%ar.1ntão, soltando os bra3os ao lon'o do corpo, relatou$8 Papai avia sado numa via'em de ne'*cios e eu sabia que ele tina morrido. Fma

noite, acordei e tive a certe&a de sua morte. 1ntão, levantei e %ui ao quarto de mamãe.1ncontrei9a bem acordada, sentada na cama, e percebi que ela tamb-m + sabia. Nenumade n*s disse uma palavra sequer. !eitei9me ao lado dela e untas esperamos at- que otele%one tocasse.

8 0oc tina oito anos. W8 >ina. !epois disso, comecei a bloquear minas visGes. 4e'ava a passar meses sem

que elas aparecessem. Mas, sempre que perco o controle, elas voltam.!avid lembrou9se de como a vira ce'ar transtornada na casa abandonada e de como

a vira sair de l+, p+lida e tremula.

8 1 eu %a3o voc perder o controle;8 Parece que sim 8 con%essou, encarando9o.8 !evo me desculpar;8 Nin'u-m tem culpa de ser como -. Nem eu nem voc.8 Andrea, entendo sua necessidade de controlar este seu dom e de evitar que isso

inter%ira em sua vida di+ria, mas não entendo por que o reeita. + que come3ara a se abrir, Andrea resolveu revelar9le toda a verdade.8 Aos vinte anos, quando estava tentando me estabelecer como empres+ria, coneci

um rapa&, dono de uma loa perto da praia. 1le alu'ava e vendia prancas de sur%e e coisas

do tipo. Eiquei %ascinada por ele. 1ra tão di%erente de mim, levava a vida sem preocupa3ão,sem pensar no amanã. O namoro %oi9se desenrolando at- que ce'amos a um ponto onde onoivado era inevit+vel. 1le, então, me comprou uma alian3a e prometeu maravilas paradepois do casamento. Acreditei ce'amente no que di&ia e acei que, + que amos nos casar,não deveria aver se'redo entre n*s.

8 0oc ainda não tina dito ao rapa& que era paranormal;8 Não. 8 1mbora le %osse penoso, Andrea prosse'uiu$ 8 Apresentei9o a 4larisse, e

então contei9le a verdade. !epois disso me olava como se eu %osse uma...8 Sinto muito.

8 1u devia ter esperado por aquela rea3ão. 8 Sentando9se novamente, brincou com ocabo da coler. 8 !epois daquilo ele nunca mais me procurou.Percebendo seu so%rimento, !avid procurou con%ort+9la. 8 >alve& tena sido melor

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assim.

!esde então percebi que a verdade nem sempre deve ser dita. ?+ pensou o queaconteceria se meus clientes soubessem;

8 Portanto, voc e 4larisse escondem o %ato de serem mãe e %ila e voc %a& de tudo

para que não saibam de sua paranormalidade.8 15ato. Mas, depois do que ouve oe, creio que não ser+ mais possvel.8 Buanto a isso não se preocupe. Ealei para a equipe que avia le contado o que anos

atr+s acontecera naquele quarto. 2evantando9se, %oi apanar a ca%eteira para servirca%- para Andrea.

4omovida com tanta compreensão, Andrea pe'ou a 5cara e a'radeceu$8 Obri'ada.8 Se acar necess+rio, pode continuar a 'uardar seu se'redo.8 Sim, - muito necess+rio. !avid, o que %oi que sentiu ao perceber que eu era uma

paranormal; Sinto que voc ainda est+ um tanto surpreso, incomodado at-.8 >alve& tena ra&Ges. @ al'o que me dei5a inquieto. Nunca passei por isso antes e me

preocupa o %ato de saber que não poderei mais esconder nada de voc.8 @ natural 8 comentou, levantando9se. 8 >odo mundo tem direito a manter a pr*pria

privacidade, de se de%ender. .. "em, aco que minas roupas + devem ter secado. Ser+ quepoderia me conse'uir um t+5i enquanto me troco;

8 Não 8 a%irmou !avid, bloqueando9le a sada da co&ina.8 Por %avor, não torne as coisas mais di%ceis do que + são. Nem para mim nem para

voc.8 1u não seria tão tolo. Nada mudou, Andrea. 4ontinuo deseando voc da mesma %ormae - s* o que importa para mim.

Mais tarde vai se arrepender, !avid. Apertando9a contra si, inda'ou num tom irCnico$8 1st+ lendo meu pensamento;8 Não brinque.8 >alve& + sea ora de al'u-m brincar um pouco com o assunto. 1, se estiver lendo o

meu pensamento a'ora, sabe que a =nica coisa que quero no momento - lev+9la para o meuquarto e %a&er amor com voc.

8 1 amanã; 8 quis saber, o cora3ão + batendo acelerado em seu peito.8 Bue importa o amanã; 8 disse ele, curvando9se, para bei+9la. 8 A =nica coisaimportante - saber que nos deseamos e que esta noite vai ser nossa.

8 >em ra&ão...

CAPITULO VII

Ao entrar no quarto de !avid, Andrea se deteve.15atamente como em seu sono, o quadro, tra3os indistintos em vermelo e lil+s contra

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uma tela branqussima, estava pendurado numa das paredes.Arrepiada, voltou9se e viu seu pr*prio re%le5o, s* que não num espelo, mas numa anela

de vidro.8 15atamente como no sono. . . 8 murmurou em vo& bai5a, dando um passo para tr+s.Mas estaria dando um passo em dire3ão ao sono ou à realidade; Ou sono e realidade

se con%undiam naquele e5ato momento;1m pHnico, permaneceu onde estava, se per'untando se teria escola. Ser+ que a ela

cabia apenas se'uir um camino + predeterminado pelo destino, desde o instante em que!avid "rad# entrara em sua vida;

Não - isto que eu quero. . . 8 murmurou. Ao tentar sair do quarto, !avid bloqueou9lea passa'em pu5ou9a para unto de si, como ela + sabia que %aria.

8 0oc não pode continuar %u'indo, Andrea. Nem de mim nem de si mesma.1le a deseava mais do que a qualquer outra. Dmpaciente, beiou9le os l+bios com

vol=pia. Apertou9a com mais %or3a contra si e, ao perceber os primeiros sinais de rendi3ãopor parte dela, %icou alucinado.

Os beios e as mãos de !avid tornaram9se mais. e5i'entes. Seu corpo musculosopressionava o de Andrea com insistncia. 1le a se'urava como quem 'uarda um tesouro s*seu, tomando9a para si, com ou sem consentimento.

Mas Andrea sabia que a =ltima decisão seria dela. 1ntre'ar ou ne'ar9le seu corpo eraal'o que s* a ela cabia. 1 desta decisão sur'iriam conseq7ncias que poderiam trans%ormartoda sua vida.

Andrea sabia que ioda entre'a acarretava risco. A cada se'undo sua escola tornava9se

mais penosa, at- que, com um 'emido bai5ino, se'urou9le o rosto entre as mãos eentre'ou9se de ve&. Por uma noite, ela se dei5aria levar por seus instintos, contra os quaiscansara de lutar.

!avid percebeu que não averia tempo para o'os amorosos. Andrea retribua9le oscarinos com ansiedade, dei5ando claro que tamb-m o deseava. Os dois sabiam que apai5ão era uma %aca de dois 'umes$ tanto tra&ia pra&er como dor e so%rimento. Mas, comoadultos, compreendiam o risco que corriam e estavam dispostos a aceitar o desa%io.

!avid er'ueu9a nos bra3os e a colocou em sua cama. 4om um =nico 'esto, a%astou9le orobe dos ombros, beiando9os. A barba por %a&er macucava9le a pele sensvel, mas

Andrea 'emeu de pra&er.Por mais que tentasse, !avid não conse'uia domin+9la, pois Andrea respondia a cadacarino seu com uma carcia i'ualmente alucinante.

Andrea desabotoou9le a camisa e o'ou9a para o lado. 1m se'uida, audou9o a livrar9sedo resto das roupas. , Os m=sculos bem desenvolvidos retesaram9se sob seu toquedelicado, provocante. O per%ume que !avid usava era o mesmo que impre'nava o robe quele emprestara, cuo aroma a'reste e m+sculo parecia conter promessas alucinantes.

!avid despiu9a por completo, com 'estos impacientes. 1ntão a%astando9se, observou9leo corpo per%eito, que o %i&era cassar tantas noites insone. Os seios alvos e ar%antes

pareciam se o%erecer ao toque de seus l+bios. Xvidos por prov+9los, !avid curvou9se esu'ou9os com pai5ão. Andrea arqueou as costas num convite. Amante e5periente, !avidse'urou9le as mãos e come3ou a e5plorar9le cada curva do corpo com os l+bios. Andrea

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suplicava9le para que a possusse, mas ele sabia que o momento certo ainda não aviace'ado.

!avid nunca conecera uma muler que o dei5asse tão alucinado. A %=ria do deseo quesentia por ela o assustava. Andrea era a mistura per%eita de tudo o que admirava numa mu9ler$ decisão, cora'em, %ra'ilidade e sensualidade.

Ainda se'urando9le as mãos, !avid acariciou9le o se5o, e mais uma ve& ela le pediuque a possusse. Por-m, indi%erente, ele continuou com os carinos at- lev+9la ao 5tase.

Soltando9le os pulsos, a manteve sob si e penetrou9a com um =nico movimento.Minutos depois, ambos, e5austos, rela5avam. !avid rolou para o lado e a trou5e consi'o.Mais tarde, ao despertar, Andrea viu o clarão da lua prateando os len3*is da cama.

Ainda continuavam abra3ados. A vo& da ra&ão le di&ia para se a%astar, mas Andrea nãoteve cora'em.

A'ora que o deseo dos dois + %ora saciado, era ora de partir, mas ela sentia umavontade imensa de permanecer ali, entre os bra3os de !avid, at- o raiar do sol.

!avid ainda continuava embevecido com o que acabara de le acontecer. Nunca poderiaima'inar que o seu deseo tivesse tal %or3a, tal intensidade. Andrea era uma mulerincomparavel. 1 o mais assustador %oi que, mesmo depois de t9la possudo, continuava aquer9la. A =nica coisa capa& de le e5plicar o que acontecia era o amor. Sim, !avidconcluiu que a amava. Seria in=til tentar iludir9se, tantas emo3Ges não podiam apenas sersimples atra3ão %sica. 1stava irremediavelmente apai5onado por ela.

Ao senti9la tremer de leve, aconce'ou9a mais unto a si.8 1st+ com %rio;

8 A temperatura caiu.8 Se quiser, posso %ecar a vidra3a.8 Não.!avid pu5ou o len3ol e cobriu9a. Eoi então que reparou em al'umas marcas nos bra3os

dela.8 1u macuquei voc; 8 per'untou, num misto de remorso e preocupa3ão que a cativou.8 4laro que não 8 comentou, meio constran'ida. 8 Se der uma oladina em voc, vai

ver que tamb-m dei5ei al'umas marcas.!avid olou para o pr*prio corpo e riu de um eito carmoso, que, al-m de encant+9la, a

desarmou.8 Parece que a coisa conosco - para valer.O riso tamb-m a%lorou9le aos l+bios tão espontHneo que %oi impossvel para ela reprimi9

lo.8 1st+ reclamando; 8 inda'ou, beliscando9o carinosamente.Mais uma ve& Andrea o surpreendia. !e novo e5citado, rolou para o lado e cobriu9a com

seu corpo.8 S* se voc tamb-m reclamar.8 !avid, eu.. .

8 Adoro competir com voc 8 murmurou, bai5ando o rosto para mordiscar9le aorela. Andrea estremeceu.8 !esde que leve vanta'em, não -; 8 ela conse'uiu di&er enquanto ele a tocava.

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8 Mocina, aco que vou me acostumar a tirar vanta'em de voc.Andrea %a&ia de tudo para livrar9se das carcias ousadas. 9 Não posso passar a noite

aqui.8 Mas voc + est+ aqui 8 murmurou em seus ouvidos, mordiscando9le o pesco3o.8 Não, não posso %icar.

8 Por qu;JPorque %a&er amor para me livrar do deseo que me consumia - bem di%erente do que

passar a noite em seus bra3osJ, ela pensou. Mas disse simplesmente$8 Preciso trabalar amanã.8 1u dei5o voc em seu apartamento bem cedo, assim ter+ tempo de se trocar.Ao ro3ar9le os mamilos com os l+bios, !avid viu nos olos de Andrea o quanto ela ainda

o queria.8 >eno que estar no escrit*rio às oito e meia.8 Prometo que acordo voc bem cedino 8 sussurrou, beiando9le os l+bios bem de

leve. 8 A%inal, não pretendo mesmo dormir.8 Não costumo passar a noite na casa de nin'u-m 8 disse, numa =ltima tentativa de

convenc9lo.8 Mas na mina voc vai passar. Seu tom de vo& con%iante a irritou.8 4omo a%irma isso com tanta con%ian3a;8 Porque ainda não terminamos o que come3amos + pouco, Andrea. Na verdade, aquilo

%oi apenas o incio.Dntimamente, ela teve que concordar. A%inal, as rea3Ges de seu corpo contradi&iam9le

as palavras. !entro de si, o deseo + e5plodia, indis%ar3+vel. Seria in=til lutar.8 >em ra&ão.

O quarto ainda estava escuro quando ela despertou de um sono leve para pu5ar oslen3*is mais para cima. Seus m=sculos doam deliciosamente, tra&endo9le recorda3Ges dosmomentos maravilosos que vivera nos bra3os de !avid.

Ainda sonada, olou para o criado9mudo, tentando en5er'ar as oras no rel*'io di'ital.Mas não o encontrou.

1s%re'ando os olos, tornou a procurar. Mas... claro que não poderia estar ali. Nem o

criado9mudo estava l+. Na verdade, se encontravam bem distantes, em seu apartamento.0irando9se, percebeu que !avid + se avia levantado. Aonde teria ido; Bue orasseriam;

Sentando9se na cama, sentiu9se %eli&.?amais vivera uma noite como aquela. Parecia um sono: um sono bastante real.4ontudo, a realidade do dia9a9dia batia à porta, obri'ando9a a en%rentar o mundo l+

%ora. >odo cuidado a'ora era pouco.2evantou9se, apanou o robe aveludado do cão e vestiu9o. O importante era a'ir como

uma muler adulta, consciente de que o que avia acontecido entre eles %ora apenas uma

atra3ão %sica: nada de promessas ou %alsas uras de amor.Ao sentir a %ra'rHncia que impre'nava o tecido, a%undou o rosto na 'ola e deliciou9sepor al'uns instantes. 1ntão, amarrou o cinto e %oi à procura de !avid.

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A sala de estar ainda estava escura: apenas os primeiros raios de sol sur'iam noori&onte. A vista que se tina dali, atrav-s das enormes anelas, era linda. !avid estavaparado em %rente a uma delas, enquanto um %o'o rec-m9aceso queimava na lareira. !erepente, para Andrea, um abismo intransponvel se criou entre eles.

Sem uma palavra, desceu os =ltimos de'raus da escada e a'uardou.

8 4onstru a casa com esta anela voltada para o leste s* para poder observar o nascerdo sol todas as manãs. Por incrvel que pare3a, não e5istem duas alvoradas i'uais.

1la amais o vira como um omem romHntico, que 'ostasse de admirar o sol ou quepre%erisse viver numa casa a%astada da cidade. Buem seria e5atamente !avid "rad#;

1n%iando as mãos nos bolsos, encontrou uma cai5a de %*s%oro esquecida ali e apertou9aentre os dedos.

8 Nunca teno tempo para assistir ao nascer do sol 8 comentou.8 Se acontece de eu estar em casa a esta ora, sempre veno para c+. A impressão que

teno - a de que este momento ence de ener'ia para en%rentar os problemas l+ %ora. 1st+ esperando al'um problema para oe; 8 inda'ou, me5endo, nervosa, na cai5a de

%*s%oros.!avid voltou9se para encar+9la. !escal3a, vestida com seu robe um tanto lar'o, ela le

pareceu mais %eminina, mais acessvel que nunca. Pena não poder con%essar9le que +estava en%rentando um problema. Fm problema cuo nome era Andrea Eields.

8 1stive pensando 8 disse, en%iando as mãos nos bolsos traseiros do eans surrado,enquanto se apro5imava. 8 Buase não conversamos ontem à noite.

8 Não. Parece que nenum de n*s dois estava interessado em %alar. 8 JNem - o que

deseo %a&er no momentoJ, acrescentou mentalmente.8 A'ora vou me trocar 8 adiantou. 8 >eno que estar bem cedo no escrit*rio.8 Andrea. 8 !esta ve& ele não precisou se'ur+9la: bastou cam+9la para que ela se

detivesse. 8 O que %oi que voc sentiu naquele primeiro dia em que nos vimos, em seuescrit*rio;

"ai5ando o rosto, Andrea suspirou %undo.8 ?+ %alei mais do que devia sobre este assunto ontem à noite, !avid.Andrea tina ra&ão, embora ele não soubesse e5atamente por qu.8 0oc %alou sobre seus dons com rela3ão a outras pessoas. Buero saber o que ouve

com rela3ão a mim.8 0ou me atrasar para o trabalo 8 disse, + come3ando a subir as escadas.8 Por que voc sempre %o'e das situa3Ges di%ceis, Andrea;8 1u não estou %u'indoL 8 e5clamou, voltando9se para %it+9lo, os punos %ecados

dentro do bolso. 8 Apenas não veo motivo para voltarmos ao assunto. Dsso - al'o s* meu,muito pessoal.

9Mas di& respeito a mim tamb-m 8 ponderou com calma. 8 Ontem à noite, voc entrouno meu quarto e disse que era e5atamente como em seu sono. 0oc sonou comi'o;

8 Não, eu...

Andrea teve mpeto de mentir, mas nunca se dera bem com a %alsidade. Drritada consi'omesma, resolveu revelar a verdade.8 Sim. Os sonos são mais di%ceis de ser controlados do que as visGes.

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8 Me conte como %oi.Mas a verdade tina seus limites, disse a si mesma. ?amais contaria a ele e5atamente o

que sonara.8 Sonei com seu quarto. Saberia descrev9lo sem nunca ter pisado nesta casa antes. 1

a'ora; 0ai me colocar sob um microsc*pio;

8 A autopiedade não leva a nada.Ouvindo9a suspirar, subiu os primeiros de'raus da escada, apro5imando9se de Andrea.8 0oc sabia que amos ser amantes;8 Sim 8 con%essou, com uma e5pressão indi%erente.8 1 soube disso aquele dia no escrit*rio, não %oi; Buando estava irritada comi'o,

%rustrada por causa de sua mãe e eu le toquei a mão, deste eito.1sticando o bra3o, tirou9le a mão direita do bolso e apertou9a e5atamente como o

%i&era naquele dia.Andrea estava de p-, contra a parede, cansada de ser pressionada.8 O que est+ tentando provar; Al'uma teoria para e5ibir em seu document+rio;4omo ser+ que ela rea'iria se le dissesse que, a seu ver, tais visGes s* aconteciam

quando Andrea se tornava vulner+vel;8 1ntão, voc sabia, e isto a dei5ou amedrontada. Por qu;8 >ive um pressentimento muito %orte de que me tornaria amante de um omem que eu

considerava detest+vel. Não - um motivo ra&o+vel;8 Aco que seria um motivo para se &an'ar, para %icar Mas não e5plica seu medo. 0oc estava apavorada ela noite, na limusine: e ontem,

quando entrou em meu quarto.8 Ora, não e5a'ere 8 comentou, tentando soltar sua mão, que ele ainda se'urava.  Aca que estou e5a'erando; 8 !avid deu mais um passo à %rente e se'urou9le o

rosto com uma das mãos. 8 1 voc est+ com medo a'ora.  Não - verdade. 1u... estou aborrecida porque não p+ra de me pressionar. Somos dois

adultos que passaram uma noite untos. Dsto não le d+ o direito de vascular meussentimentos ou mina vida pessoal.

1la estava certa. Ali+s, !avid amais a'ira daquela %orma, pois tina por princpiorespeitar a privacidade aleia.

  >em ra&ão. Mas acontece que vi o modo como %icou depois que entrou naquele quartoontem, em Rollin' Iills.8 Aquilo + passou.1mbora não concordasse, resolveu não insistir.8 Não quero mais ser respons+vel por esse tipo de coisa. Não quero mais que so%ra por

mina causa.8 A =nica respons+vel sou eu 8 a%irmou, + mais calma. 8 0oc não causa nada: são as

circunstHncias. !avid, estou com vinte e oito anos e conse'ui sobreviver at- oe, convi9vendo com este. . . dom.

8 1ntendo. Mas tente compreender que teno trinta e seis anos e nunca en%rentei umasitua3ão como esta.8 Sei como se sente. A primeira rea3ão das pessoas - o medo, a descon%ian3a ou,

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então, a curiosidade. !a mesma %orma que se sentem quando vem al'o semelante numcirco.

8 1u nunca disse issoL 8 A s=bita raiva de !avid a assustou.1 quando ele a se'urou pelos ombros, Andrea não o%ereceu resistncia. 8 Não me

importa como as outras pessoas rea'em ao %ato. 1u sou eu. !ro'aL Passamos a noite toda

%a&endo amor e eu mal cone3o voc. Eico com medo de di&er al'o e ma'oa9la. Ainda assim,não consi'o aplacar o deseo que sinto. Se %icasse mais um minuto a seu lado na cama nãoconse'uiria resistir.

Antes que pudesse raciocinar, Andrea a%astou9le as mãos de seus ombros.8 Não entendo o que voc quer.8 Nem eu. 8 Mais calmo, !avd respirou %undo. 8 Preciso de um tempo para pensar,

para raciocinar com calma.>empo e distHncia. Andrea concordava com ele.8 1st+ bem.8 Mas o caso - que não quero me a%astar de voc enquanto penso.Andrea arrepiou9se diante da con%issão.8 !avid, eu...8 Nunca vivi uma noite como esta que tivemos. O elo'io quase a %e& %raquear.8 0oc não precisa ser 'entil.8 Sei que não preciso, mas - a verdade. 8 4om um riso tmido nos l+bios, ele

massa'eou9le os ombros. 8 Não - nada %+cil admitir isso. 0ena, sente9se um minuto.?untos, sentaram9se num de'rau da escada, lado a lado.

8 Não tive tempo para pensar a noite passada porque %iquei. . . pasmo.Andrea sentiu9se tensa quando ele a abra3ou, não tentou se a%astar.8 1stive pensando esta manã 8 ele prosse'uiu. 8 1u quero voc mais do que a

qualquer outra, Andrea. 0oc - uma muler %ascinante. Mesmo sem este seu dom. O quemais quero - ter uma cance de conec9la melor, pois pretendo passar muito tempo a seulado.

Andrea er'ueu o rosto para %it+9lo.J8 0oc est+ muito con%iante.8 Sim, estou.

8 Não sei se deveria estar.8 >alve&, não. Mas + temos um bom come3o$ n*s nos deseamos. Assim era maissimples, ela decidiu.

8 Mas sem promessas.!avid imediatamente pensou em protestar, mas, reconsiderando, resolveu concordar.8 Sem promessas.Dnse'ura, Andrea sabia que não devia ter concordado. Aquele seria o momento certo

para terminar o relacionamento entre eles$ uma noite de amor e nada mais. Mas, ao dar porsi, + era tarde.

8 0amos manter os assuntos pessoais separados dos pro%issionais, certo;8 4erto.8 1, quando um de n*s se cansar, daremos um %im nisso.

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8 4oncorda; 8 ela inda'ou.8 4oncordo. Buer uma declara3ão por escrito; Sorrindo, ela o observou.8 "em que eu devia pedir. Os produtores costumam ser embrulGes.8 1 os empres+rios bastante cnicos.8 4autelosos, eu diria 8 corri'iu Andrea. 8 A%inal, somos pa'os para isso. 1, por %alar

no assunto, ainda não resolvemos a questão sobre 4larisse.8 Aco que este não - bem o momento de %alar sobre ne'*cios 8 ele lembrou,

beiando9le as mãos.8 Não mude de assunto: temos que resolver a questão ainda oe.8 O or+rio comercial - das nove às seis.8 4omo queira. >ele%one, então, para meu escrit*rio e... O, meu !eusL8 O que aconteceu;8 Meus recadosL 8 comentou, passando a mão pelos cabe9os, enquanto %icava de p-. 8

Não ce'uei a tele%onar para saber dos recadosL8 Pu5aL Parece 'rave 8 disse ele, levantando9se.8 Onde %ica o tele%one;8 Para que tanta pressa;8 !avid, não estou brincando.8 Nem eu.Sorrindo, !avid introdu&iu as mãos pela abertura do robe que ela usava e o abriu.

Andrea sentiu os oelos %raquearem.8 !avid... 8 >entando escapar aos beios dele, viu9o mudar de t+tica, beiando9le

o pesco3o. 8 1u volto +. @ s* um minuto.8 Não, não 8 ele protestou, desatando9le o cinto. 8 0ai demorar muito mais.8 Mas teno uma reunião lo'o cedo.8 Não tem, não. Seu primeiro compromisso ser+ ao meio9dia. 8 !avid se per'untava se

ela tina conscincia de estar desabotoando9le a camisa ou se o %a&ia automaticamente. 8N*s a'ora vamos %a&er amor.

8 !epois, !avid 8 protestou, o%erecendo9le os l+bios.8 Antes, Andrea.

CAPÍTULO VIII

Andrea tina tudo para estar satis%eita.!esde a primeira noite que passaram untos, + de& dias, o romance vina se

desenrolando às mil maravilas. Buando o servi3o les permitia, passavam as noites untos.s ve&es, passeavam na praia ao entardecer, ou então antavam em al'um restaurante dacidade. A pai5ão que os unira não diminura, mas sim se apro%undara, tornando os momentos

de amor ainda mais 'rati%icantes. !avid a deseava de todas as %ormas$ como amante,companeira, ami'a.!urante o dia Andrea reer'uia suas barreiras, as quais, à noite, !avid destrua. Mas, a

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

seu ver, não poderia se dei5ar envolver emocionalmente num caso que, se'undo ela mesma,não passava de um romance passa'eiro. 4ontinuariam a se ver s* at- o momento em que orelacionamento les trou5esse ale'ria e pra&er. Nada de promessas ou compromissos. Porisso, Andrea acava que deveria se preparar para o dia em que !avid resolvesse abandon+9la.

Mais cedo ou mais tarde este dia ce'aria. A espera era an'ustiante e a dei5avaansiosa. A%inal, pai5Ges violentas terminam com a mesma rapide& com que come3am.

4onecendo9o melor, Andrea ce'ara à conclusão de que não tinam quase nada emcomum. A atra3ão era a =nica coisa que os unia. Pensando nisso, na %ra'ilidade daquelerelacionamento, sabia que precisava se preparar para o %im.

1, no plano pro%issional, teria que estar preparada para en%rent+9lo como produtor.Eeli&mente, quanto a este aspecto, não averia problema.!avid avia le contado sobre seus planos para aumentar a participa3ão de 4larisse no

document+rio. Ap*s ouvi9los, Andrea concordara em marcar mais dias para as 'rava3Ges.Mas por um sal+rio a ser combinado. Não. tanto pelo dineiro, mas queria %or3+9lo apromover o novo livro de 4larisse, que em breve estaria à venda.

Ap*s muitas ne'ocia3Ges, ce'aram a um acordo$ a divul'a3ão do livro seria %eita emoutros dois pro'ramas da esta3ão e 4larisse não receberia nada a mais para 'ravar outrosse'mentos do document+rio, incluindo a entrevista na casa de Alice 0an 4amp. Ambossaram da sala de reuniGes satis%eitos com o acordo.

4larisse recebeu a notcia do novo contrato a camino para o est=dio, e a'radeceudisplicentemente. !urante todo o percurso a conversa entre elas 'irara sobre ei5os

di%erentes, como se estivessem %alando so&inas. 4larisse estava absolutamente a-rea.8 0oc aca que devo encomendar o bolo ou %a&9lo em casa;8 Fma divul'a3ão em dois pro'ramas do canal estatal não - coisa %+cil de se conse'uir

8 Andrea comentou, desanimada com a distra3ão da mãe, procurando um lu'ar noestacionamento do est=dio.

8 Sei disso, querida. O meu editor + disse que vai at- me enviar uns e5emplares deantemão. Eilina, o que aca de %a&ermos uma recep3ão ntima ao ar livre, s* para os maisce'ados; 9 1, re%letindo melor, acrescentou$ 8 Não sei, não. . . medo que os convidadosdestruam minas a&al-ias. Buantos e5emplares ele %icou de enviar; 8 quis saber. Não sei...

!evo ter escrito em al'um lu'ar. O clima nesta -poca - muito inst+vel. 1 se cover; 1m uno do ano passado, coveu quase todos os dias.8 Pe3a que mandem, no mnimo. . . ?uno;L 8 Seu p- escapou da embrea'em %a&endo o

carro morrer, depois de um tranco. 8 Mas. . . estamos em maioL Ealta s* um ms. Mãe, vocest+ %alando sobre e5atamente o qu;

8 Sobre o meu casamento, - claroLAndrea a'arrou9se %irme no volante e voltou9se para encar+9la.8 Mas, um dia destes, voc comentou a respeito de se casar durante a primavera.8 >em ra&ão. Ali+s, se'undo a Astrolo'ia, outubro - meu ms %avor+vel, mas Ale5 est+

tão. . . 8 1nrubescendo, pi'arreou impaciente. Andrea, voc vai dei5ar o carro aqui;Resmun'ando, deu novamente a partida e saiu em busca de uma va'a.8 Mamãe, como pode marcar casamento com um omem que coneceu + tão pouco

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tempo;8 0oc aca mesmo que o tempo - importante; 8 per'untou, sorrindo de modo mei'o.

8 Na mina opinião, se trata apenas de uma questão de sentimento.8 Os sentimentos mudam.8 Nada neste mundo - de%initivo, querida. Não se tem 'arantia de nada,

8 Dsso - o que me preocupa.Ao descer do carro, Andrea prometeu a si mesma ir %alar com Ale5 Marsall. A%inal,

al'u-m tina que encarar a realidade com um mnimo de seriedade. Sua mãe mais pareciauma adolescente apai5onada.

8 Não precisa se preocupar, Andrea 8 disse 4larisse ao caminarem untas pelacal3ada. 8 1u sei o que estou %a&endo. Mas, mesmo assim, quero que tena uma conversacom Ale5.

8 Mamãe, - claro que me preocupo com seu bem9estar.8 1ntendo como se sente 8 a%irmou 4larisse, apertando9: le as mãos carinosamente.

8 Meu cabelo est+ bom;Andrea beiou9le o rosto e tranquili&ou9a$8 0oc est+ linda.8 Obri'ada. 8 Ao se apro5imarem da porta do est=dio, riu um tanto nervosa e

comentou$ 8 Aco que teno andado muito vaidosa. Mas Ale5 - um omem tão bonitoLPreciso me cuidar, não aca;

8 Sem d=vida.J"onito, carmoso, educado. Bue de%eitos ter+;J, Andrea pensou. Não sosse'aria

enquanto não os descobrisse.8 4larisseLMal aviam cru&ado a porta de vidro quando Ale5 veio pelo corredor em sua dire3ão, os

olos brilando de emo3ão.8 0oc est+ lindaLSe'urando9le as mãos, Ale5 voltou9se para Andrea, visivelmente comovido.8 Srta. Eields. 8 Relutante, soltou uma das mãos de 4larisse para cumpriment+9la. 8

!evo di&er que - mais dedicada que meu pr*prio empres+rio. 1u avia planeado ir buscar4larisse em casa.

8 Ora, Andrea 'osta de movimento 8 comentou 4larisse, num tom paci%icador. 8 Al-mdo que, sou tão distrada que, se não %osse por ela, perderia todos os meus compromissos.8 Eique tranq7ila 8 disse Andrea. 8 0ou ver se + estão à sua espera.4onsultando o rel*'io, abriu a porta à prova de som do est=dio quando !avid se

apro5imou.8 "om9dia, Andrea. 0eio para %icar;8 1stou apenas cuidando de mina cliente. 1la est+. ..Ao olar para tr+s, por sobre os ombros, as palavras %u'iram9le. Ali, em pleno

corredor, 4larisse e Ale5 trocavam um beio apai5onado. Pasma, Andrea continuou a ol+9

los enquanto um turbilão de emo3Ges a invadia.9 Parece que + estão cuidando muito bem de sua cliente 9 ele murmurou. 4omo nãoouvesse resposta, pu5ou9a para sala ali perto. 8 Buer sentar; 88 Não. Não, eu...

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8 4alma, Andrea.Numa %ra3ão de se'undo, a raiva substituiu o espanto. 8 1la - mina mãeL8 Dsso mesmo 8 !avid %oi at- a m+quina de ca%- e trou5e duas 5caras. 8 1 voc -

%ila dela, não sua tutora.8 Não posso %icar aqui parada enquanto ela... ela...

8 "eia o omem por quem est+ apai5onada; 8 su'eriu, estendendo9le uma das5caras.

8 !avid, ela não est+ raciocinando direito. 8 4om um 'ole, esva&iou a 5cara. 8 Pareceat- uma 'arotina de col-'io.

8 1st+ tão...8 Apai5onada 8 repetiu a palavra de uma maneira que Andrea não 'ostou.8 !etesto quando me interrompeL Pro%undamente irritada, pCs a 5cara va&ia de lado.8 Sei disso. Ou3a, por que não nos encontramos oe à noite na sua casa; Podemos

come3ar %a&endo amor na sala, se'uindo, então, at- o quarto e, %inalmente, terminamos nocuveiro. O que aca;

8 !avid, 4larisse - mina mãe e me preocupo com ela. 1u devia. ..8 Se preocupar mais consi'o mesma 8 concluiu, pousando9le as mãos nos quadris. 8 1

comi'o. 8 Dnsinuante, resvalou9as pelas costas. 8 0oc devia estar muito preocupadacomi'o.

8 Buero que voc...8 Sei e5atamente o que quer. 8 Seu tom de vo& era 'rave e rouco, %a&endo9a arrepiar9

se. 4urvando9se, !avid ro3ou9le de leve os l+bios. 8 Sabe que sua respira3ão se altera

toda ve& que %a3o isto; !epois, seu corpo come3a a tremer.Buase sem %or3as para protestar, tentou empurr+9lo.8 !avid, %i&emos um acordo, lembra9se; 1stamos em ora de trabalo.8 Me processe 8 disse, desli&ando as mãos por sob a blusa dela. 8 O que est+ usando

por bai5o desta blusa, Andrea; 1stou louco para descobrir.8 Nada de especial. 8 Surpresa, pe'ou9se acariciando9le o peito. 8 !avid, por %avor,

estou %alando s-rio. Ei&emos um trato. 8 1le contornou9le o l+bio in%erior com a ponta daln'ua. 8 Não vamos misturar. .. não...

1squecendo9se de tudo, pu5ou9o para mais perto e beiou9le a boca com pai5ão.

S* !avid era capa& de despertar9le um deseo tão intenso, tão avassalador. 1raimpossvel resistir ao toque e5periente daquelas mãos %ortes.1le retribuiu9le o beio com a mesma vol=pia. O medo de serem vistos e5citava9os ainda

mais.Num 'esto de abandono, Andrea lan3ou os bra3os em torno do pesco3o de !avid e

pressionou seu corpo contra o dele.8 O, perdãoL 8 4larisse parou à entrada da sala, pi'arreando. "ai5ando o olar,

concluiu que não %icaria bem observ+9los, por mais contente que estivesse. 8 0im apenasdi&er que + estão à nossa espera.

Recompondo9se, absolutamente sem eito, Andrea respondeu$8 <timo. ?+ estou indo.1sperando at- que a porta %ecasse, pra'ueou %uriosamente.

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8 A'ora estão empatadas 8 disse !avid. 8 0oc a viu e ela a pe'ou em %la'rante."astante brava, lan3ou9le um olar letal.8 Dsto não - brincadeira.8 Sabe o que descobri a seu respeito nestes =ltimos dias, Andrea; 0oc leva as coisas

muito a s-rio.

8>alve& tena ra&ão. Mas + pensou se %osse um dos rapa&es da equipe que entrasseaqui;

8 1 da; 1le veria o produtor beiando uma muler muito atraente. S* isso. 1le veria voc me beiando durante o e5pediente. Dsto - totalmente antipro%issional,

ser+ que não entende; O boato ia se espalar por a em questão de minutos.  1 da;  1 da; !avid, isto - e5atamente o que não quero. Por acaso se esqueceu do nosso

trato; Não quero o pessoal da equipe ou quem quer que sea bisbilotando nossa vidapessoal.

1r'uendo as sobrancelas, ele pensou sobre o assunto e, então, %alou$8 Não me lembro de termos discutido a questão em detales.8 4laro que discutimos 8 ale'ou, apanando a bolsa. 8 2o'o no princpio.8 Pelo que me lembro, a id-ia era mantermos nossa vida pro%issional separada da

pessoal.8 Eoi o que %alei.8 Mas o que voc est+ querendo - manter em se'redo o %ato de sermos amantes.8 Simplesmente não quero que publiquem a notcia no ornal.

Para sua pr*pria surpresa, !avid percebeu que estava %urioso.8 Para voc, não e5iste meio9termo, não; 8 inda'ou, en%iando as mãos no bolso.8 Não, não e5iste. 8 Suspirando, Andrea deu um passo à %rente. 8 Buero apenas

evitar as %o%ocas. >anto a'ora como quando o romance acabar.Não era preciso ser telepata para saber que, desde o incio, Andrea + se preparava

para o %im do relacionamento entre eles. A id-ia ma'oou9o pro%undamente.8 1ntendo. "em, como queira. 8 4aminando at- a porta, abriu9a. 8 0amos tentar levar

a coisa a seu modo.Não, ele não saberia di&er por que o comportamento dela o irritava tanto. A%inal, as

re'ras de Andrea eram bastante ra&o+veis e le %acilitavam a vida. 1la não le %a&iacobran3as mas tamb-m não aceitava que as %i&esse, A mesma poltica adotada por ele emseus relacionamentos anteriores. Andrea não permitia que suas emo3Ges inter%erissem navida pro%issional: e5atamente o que ele ale'ava no passado.

O problema era que !avid não pensava assim em se tratando de seu romance comAndrea.

Fm problema com uma das cHmeras obri'ou o diretor a suspender a 'rava3ão por al'unsminutos. Aproveitando o intervalo, Andrea cru&ou o est=dio e %oi ao encontro de Ale5.

Observando9a, !avid admirou9le a 'ra3a no andar e lembrou9se dos momentos quepassaram untos. Ponderando, concluiu que era preciso acar um modo de %a&9la ver quenão era s* deseo que sentia por ele, mas que tamb-m o amava.

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8 Sr. Marsall. 8 Andrea + tra&ia o discurso pronto e estava decidida a não se dei5arabater. 8 Poderamos conversar por um instante;

8 4laro. 8 ?+ esperando por isso, Ale5 'uiou9a at- a porta do est=dio. 8 Pelo vistoteremos uns minutos para tomarmos um ca%e&ino.

?untos, caminaram at- a sala onde ela e !avid aviam estado. !esta ve&, ela %oi at- a

m+quina e trou5e duas 5caras. 4ontudo, antes que pudesse dar incio ao discurso que +preparara, Ale5 come3ou a %alar.

8 @ sobre 4larisse que desea conversar; 8 Pu5ando um de seus avanas do bolso,inda'ou$ 8 0oc se importa;

8 Não, não. Sim, sr. Marsall, - sobre ela que quero conversar.8 1la me contou que voc estava pondo obe3Ges aos nossos planos de casamento 8

comentou, entre uma ba%orada e outra. 8 4on%esso que %iquei um tanto con%uso a princpio,mas, então, 4larisse me e5plicou que, al-m de empres+ria, voc tamb-m - %ila dela. 0amosnos sentar;

Fma conversa ami'+vel não era e5atamente o que Andrea tina em mente, mas, nãoquerendo parecer 'rosseira, concordou.

8 Eico satis%eita que 4larisse tena le contado a verdade.>orna as coisas mais %+ceis para mim. >eno certe&a de que o senor a'ora compreende

como me sinto: me preocupo muito com mamãe.8 1u tamb-m.Observando9o recostar9se no pequeno divã, Andrea estudou9o com aten3ão e lo'o

percebeu por que sua mãe se apai5onara por ele. Ale5 era e5tremamente carmoso.

8 0oc, melor do que nin'u-m, deve saber que criatura ador+vel - 4larisse.8 Sim, sei. 8 "ebericando o ca%-, procurou lembrar9se do que planeara di&er. 84larisse - mesmo ador+vel, mas o %ato - que vocs se conecem + muito pouco tempo, sr.Marsall.

8 Por %avor, me came de Ale5.8 Não %a& nem dois meses que se encontraram.8 Me apai5onei por ela cinco minutos depois de conec9la, srta. Eields. Ou melor,

Andrea, se me permite. A%inal, serei seu padrasto.Padrasto. . . Andrea nunca pensara neste aspecto. Surpresa, limitou9se a observ+9lo, a

5cara suspensa a meio camino da boca.8 >amb-m sou pai 8 ele prosse'uiu 8 e cone3o a rea3ão dos ovens, quando se tratade amor entre pessoas mais velas.

8 A questão não - essa.8 4laro que -. 0oc - importante para 4larisse e meus %ilos tamb-m são importantes

para mim. ostaria muito que vocs aceitassem o %ato de que nos amamos.4on%usa, Andrea pCs a 5cara de lado.8 Sr. Marsall, isto -, Ale5, eu não sei o que di&er. 0oc e ornalista + mais de vinte e

cinco anos, viaou o mundo todo, coneceu coisas incrveis. 4larisse - uma muler muito

simples.9Simples e cativante. Principalmente para um omem como eu. A vida não tem sido %+cilpara mim desde que %iquei vi=vo. 1 realmente veno pensando em me aposentar. 8 Ao

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recordar9se do momento em que 4larisse se'urou9le a mão e revelou a todos o se'redo,Ale5 sorriu. 8 Sabe de uma coisa; Ando cansado desta vida a'itada, e quando coneci4larisse percebi que podia ser %eli& ao lado dela.

O discurso que Andrea preparara tornara9se in=til. Ale5 Marsall estava sendototalmente sincero. 4larisse era mesmo uma muler de sorte.

Ponderando bem, resolveu dei5ar de lado suas id-ias preconcebidas e aceitar arealidade.

Mais calma, er'ueu os olos e o encarou, sorrindo.8 Ale5, al'uma ve& + provou da comida que 4larisse prepara;8 4laro, diversas ve&es. Ali+s, ela me disse que + dei5ou pronto um molo de macarrão

para oe à noite. Sua comida -... e5*tica, di%erente de tudo que + provei."em, depois disso, não avia mais nada a di&er. Andrea não tina mais nenum

ar'umento.8 Aco que mamãe tirou a sorte 'rande.Ale5 levantou9se e estendeu9le a mão. 1ntão, surpreendendo9a, beiou9le

carinosamente a testa.8 Obri'ado.8 "em, aco melor voltarmos ao est=dio ou lo'o virão à nossa procura.8 4reio que 4larisse, com seus poderes, não demoraria a nos encontrar.8 Dsso não aborrece voc; 8 ela inda'ou, curiosa, parada à porta.8 1 por que deveria; Ea& parte de seu eito de ser. 1u amo sua mãe e5atamente como

ela -.

8 Bue maravilaLAo entrarem no est=dio, 4larisse imediatamente voltou9se para %it+9los. 1ntão, aoperceber que tudo correra bem, sorriu aliviada.

Andrea apro5imou9se e, como de costume, deu9le dois beiinos. S* + uma coisa daqual não abro mão 8 comentou.

 8 O que -;8 Ea3o questão de les dar de presente a %esta do casamento.1ncantada, 4larisse abra3ou9a.  Buerida, quanta 'entile&a. Mas - tudo tão trabaloso.

  Para a noiva, realmente -. Preocupe9se apenas em escoler o vestido e o en5oval. 1uvou cuidar do resto.  "em, + que insiste. . .8Ser+ uma satis%a3ão para mim. Preparem a lista de convidados e dei5em os detales

por mina conta.Fm dos rapa&es da equipe veio les pedir que voltassem ao cen+rio. Ale5 condu&iu

4larisse at- l+ enquanto Andrea retomava seu lu'ar perto de !avid.8 4omo -; Sente9se melor; 8 ele quis saber.8 Fm pouco 8 mentiu. A%inal, amais admitiria a verdade. 8 Assim que as 'rava3Ges

terminarem come3arei a cuidar dos preparativos para o casamento.8 Não, não. Dsso vai ter que esperar at- amanã, porque pretendo mant9la bastanteocupada esta noite.

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!avid era mesmo um omem de palavra. Andrea mal avia ce'ado em casa, tirado ossapatos, quando a campaina tocou.

8 !avid 8 e5clamou. 8 0oc disse que ainda tina al'uns compromissos.8 1 + cumpri todos. Bue oras são;

8 Buin&e para as sete 8 a%irmou, ap*s consultar o rel*'io. 8 Pensei que s* %ossece'ar bem mais tarde.

8 1 %icou cateada por eu ter vindo antes; 8 brincou, desabotoando9le os primeirosbotGes da blusa.

8 Não, mas voc poderia ter tele%onado...8 Acontece que + cone3o seu esquema. 8 !eva'arino, come3ou a provoc+9la com

seus beios. 8 s sete, voc li'a a secret+ria eletrCnica e %ica impossvel %alar com voc.Por isso, resolvi vir direto.

Andrea deu um passo para a %rente, apro5imando9se mais de !avid. 1sticando os bra3os,desli&ou as mãos por seu peito musculoso.

8 1st+ com %ome;8 Muita.8 A =nica coisa que posso servir a voc - um pei5e com molo branco que teno no

%ree&er.>ombando a cabe3a para tr+s, Andrea deliciou9se com os beios de !avid.8 "em, então, teremos que arranar outro eito de matar a %ome.1scorre'ando as mãos pela cintura del'ada, ele abriu9le o %eco da saia e a retirou.

Andrea er'ueu9le o su-ter e audou9o a tir+9lo pela cabe3a.8 >eno certe&a de que encontraremos al'uma outra %orma. .. 8 disse, e5plorando opeito m+sculo enquanto desabotoava9le a camisa.

!escontraindo9se, resolveu sedu&i9lo bem deva'ar&ino.>endo a blusa meio aberta, pressionou o corpo dele. Olando9o com pai5ão, desli&ou as

mãos por suas co5as com movimentos su'estivos que o %i&eram 'emer bai5ino. 15citada,e5plorou9le o corpo com a boca at- que !avid, não resistindo, deitou9a no cão, cobrindo9acom seu corpo.

Alucinado com as carcias de Andrea, despiu9a por completo, livrando9se, em se'uida, de

suas pr*prias roupas.8 0oc me %a& perder a cabe3a, Andrea.Mal contendo o deseo, !avid penetrou9a com um s* movimento decisivo, quase bruto.A ur'ncia que os consumia tornou o ato violento, selva'em. Pela primeira ve&

perceberam que se aviam livrado de todas as barreiras e preconceitos, entre'ando9seplenamente um ao outro.

Minutos depois, atin'iam o 5tase.

Olando9a com carino, !avid comentou$

8 osto de v9la nua.Fm tanto constran'ida, Andrea permaneceu calada.8 0ena, mo3a, vamos tomar uma cuveirada.

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4om um movimento r+pido, ele %icou de p-, tra&endo9a consi'o.8 Mas por que não antamos primeiro, !avid;4omo não conse'uisse convenc9la, er'ueu9a nos bra3os e caminou em dire3ão ao

baneiro.8 !avidL Me pona no cão. Bue coisa mais boba.

8 Adoro carre'ar muleres nuas 8 ele disse, colocando9a no cão ao lado do bo5.8 Pelo visto, + - um +bito seu 8 disse num tom irCnico ao abrir as torneiras do

cuveiro.8 >eno tentado me re'enerar ultimamente 8 comentou sorrindo, pu5ando9a consi'o

para a +'ua.8 Meu cabeloLDnutilmente tentou evitar que o ato de +'ua os molasse, mas era tarde. Resi'nada,

apanou o sabonete e come3ou a ensaboar9se.8 0oc est+ me parecendo bastante ale're esta noite. Ioe, no est=dio, pensei que

estivesse aborrecido comi'o.8 1 mesmo; 8 inda'ou, %a&endo9se de desentendido 8 Bue motivos eu teria para me

aborrecer com voc;Apanando o sabonete das mãos dela, pCs9se a ensabo+9la com movimentos lentos.8 Não sei, quando convers+vamos na... 8 As carcias a impediam de raciocinar. 8

1sque3a. O importante - que est+ aqui comi'o.A con%issão o ale'rou.8 0erdade;

8 0erdade 8 con%irmou, abra3ando9o com entusiasmo. 8 osto de voc. Eora doest=dio.ostar talve& não %osse o su%iciente, mas + era um come3o, ele pensou.8 osto de voc. Eora do escrit*rio.Ao sair do cuveiro, Andrea ouviu a campaina tocar.8 A. . . não.. . Buem pode ser a esta ora;8 !ei5e que eu atendo 8 o%ereceu9se ele, enrolando uma toala nos quadris.Pra'ueando, Andrea pe'ou o robe que mantina pendurado atr+s da porta. Se %osse

al'u-m do escrit*rio, como iria e5plicar o %ato de !avid "rad#, produtor, estar em sua casa

àquela ora, com uma toala enrolada no corpo;4omo não podia %a&er nada, resolveu a'uardar os acontecimentos ali mesmo onde estava.Mas, então, lembrou9se das roupas espaladas pelo cão da sala e levou a mão à testa.

!epois de al'uns minutos, resolveu ir ver quem avia ce'ado. 4aminou pelo corredorat- a sala e teve uma 'rande surpresa.

A mesa avia sido posta com uma toala de lino branca, lou3a a&ul9clara e copos decristal. Sobre o aparador, dois casti3ais de prata sustentavam quatro velas, + acesas.

8 1spero que tudo estea a seu contento, sr. "rad#.8 Sem d=vida que est+ 8 disse ele ao rapa&, assinando uma nota.

8 Buando quiser, - s* tele%onar e viremos apanar tudo. 1, com um breve aceno, orapa& os dei5ou.8 !avid... O que - isso;

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8 "em, aqui temos um delicioso coq au vin 8 anunciou, er'uendo a tampa de uma dastravessas.

8 Mas como. . .8 1ncomendei o antar para as oito.1, consultando o rel*'io, constatou a pontualidade do servi3o. Num 'esto descontrado,

vestiu a cal3a, dei5ando a toala sobre o so%+.Andrea apro5imou9se da mesa para poder admirar melor os detales.8 !avid. . . @ lindo. Nunca ima'inei uma surpresa destasL8 2embro9me que, uma ve&, voc me disse que 'ostava de ser mimada. 8 0estindo o

su-ter, apro5imou9se, abra3ando9a com carino. 8 osto de satis%a&er suas vontades.1mbora ela se mantivesse calada, !avid notou9le os olos =midos, denunciando a

emo3ão.8 0ou me vestir.8 Não. 0oc est+ linda assim.2utando contra as l+'rimas, Andrea respirou %undo.8 Não me demoro.Mas !avid se'urou9le o quei5o e obri'ou9a a encar+9lo. Ao v9la corar, secou9le o

rosto com a ponta do dedo.8 Por que est+ corando;8 Não sei. . .8 4ostuma a'ir assim quando um omem le o%erece um antar;8 Não, claro que não. Mas eu não esperava pela surpresa. !avid se'urou9le uma das

mãos e beiou9le os dedos suavemente$8 Sou um produtor umilde mas teno classe.8 Não %oi isso que eu quis di&er 8 esclareceu, olando9o bem dentro dos olos. 8

!avid, não me acostume mal.1le entendia a preocupa3ão de Andrea: temia am+9lo e um dia perd9lo. >alve& aquele

%osse, no %undo, o mesmo medo seu. Mede que resolvera abandonar desde o dia em que alevara a passear na praia.

8 Aco que - tarde demais para desistirmos, Andrea.Pensando nas desilusGes do passado, Andrea ce'ou à conclusão de que era in=til tentar

%u'ir. Se um dia o relacionamento entre eles acabasse, voltaria a viver a vida do modo como%i&era at- então. Mas, naquele instante, nada a impediria de ser %eli&.

CAPÍTULO IX

8 Mais um ponto a ser esclarecido 8 ditou Andrea .8 no item n=mero quin&e, cl+usula

". 4on%orme o estipulado, mina cliente e5i'e que uma bab+ a acompane diariamente aoest=dio para cuidar da crian3a. As despesas correrão por conta do contratante. O trailerque servir+ como camarim nas 'rava3Ges e5ternas deve conter um ber3o e...

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Pela terceira ve&, Andrea perdia a lina de raciocnio durante o ditado.8 Eraldas; 8 su'eriu !iane.8 O qu; 8 ela inda'ou, desviando a aten3ão da anela.8 S* tentei aud+9la. Buer que eu leia novamente o par+'ra%o;8 Sim, por %avor.

1nquanto a secret+ria relia, Andrea olou, distrada, para o contrato que tina nas mãose lembrou9se$

8 Fm cercadino. Pu5a, nunca vi al'u-m tão e5i'ente. ?amais pensei que ela %ossedar uma boa mãe.

8 !e %ato, não combina muito com a ima'em de muler %atal que ela insiste emtransmitir.

8 1spero que como atri& principal deste seriado para a >0 a nossa cliente crie um novoestilo. "em, !iane, termine com o cavão de costume.

8 Buer a carta pronta para oe;8 O que voc per'untou;8 @ para oe, Andrea; 8 !iane a observou com um riso nos l+bios. 8 Buer que a envie

a'ora;8 A, sim, sim. 8 1ntão, consultando o rel*'io, constatou + ser cinco da tarde. 8 O,

perdão, !iane. ?+ est+ na sua ora, eu não tina percebido.8 Não tem problema. 8 Eecando o bloco de anota3Ges, a secret+ria %icou de p-. 8

0oc me parece um tanto distrada oe. ?+ est+ planeando o %im de semana prolon'ado;8 Prolon'ado;

8 Ora, vai me di&er que não se lembrou do %eriado; 8 Dncon%ormada, balan3ou acabe3a. 8 1st+ todo mundo a'itadssimo.8 Não 8 comentou, arrumando a pila de pap-is sobre a mesa. 8 Não teno plano

nenum para o %eriado."alan3ando a cabe3a, procurou entender o que se passava consi'o. Não conse'uia mais se

concentrar no trabalo, o servi3o acumulava9se dia a dia, sua vida estava um caos.1ntão, er'uendo os olos, percebeu que a secret+ria a'uardava instru3Ges.8 "em, mas estou certa de que voc tem seus planos. A carta pode esperar at- ter3a9

%eira, + que se'unda o correio não %unciona.

8 Para ser %ranca, estou apostando tudo neste %im de semana. 8 1, veri%icando oor+rio, acrescentou$ 8 "em, aco que + - ora.. .8 Pode ir, !iane, e divirta9se. 4uidado com o solL8 Não se preocupe$ não pretendo pCr os p-s para %ora de casa durante os trs dias.Buando a porta %ecou, Andrea tirou os *culos e espre'ui3ou9se na cadeira. O que

estava acontecendo; Por que não conse'uia se concentrar mais do que cinco minutos numassunto qualquer;

J15cesso de trabalo;J, inda'ou9se, olando para os pap-is à sua %rente. Não, sempre%ora acostumada a trabalar muito. Pouco sono; >alve&. O %ato de estar dormindo so&ina

tamb-m poderia contribuir. Mas.. . que boba'em. Fma coisa nada tina a ver com a outra.I+ dias que !avid sara da cidade a ne'*cios e Andrea acava que o %ato em nada ain%luenciava.

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Mas Andrea teve de admitir que sentia saudade dele.Apanando um l+pis, rolou9o de um lado para outro. 1, por acaso, sentir saudade seria

crime; Sentir saudade não si'ni%icava que dependia dele, mas apenas que se acostumara àsua compania.

Aborrecida consi'o mesma pela %alta de disciplina e determina3ão, a%astou tais

pensamentos da mente e retomou o trabalo. Por dois minutos.>udo por culpa de !avid, pensou, dei5ando o l+pis tombar sobre a mesa. O antar

romHntico à lu& de velas e a'ora aquele buqu de mar'aridas enviado de 4ica'odiretamente para o escrit*rio. .. Num 'esto autom+tico, esticou a mão e tocou uma das%lores dispostas num vaso sobre sua mesa. !avid tentava de todas as %ormas trans%orm+9lanuma boboca romHntica. 1 estava conse'uindo.

1ra preciso dar um %im naquilo tudo.Resoluta, pCs os *culos e retornou ao trabalo decidida a não pensar mais em !avid.Minutos mais tarde: uma batida leve na porta a tirou de novos devaneios.8 1ntre 8 e5clamou, voltando à realidade.8 0oc não vai embora; 8 inda'ou Abe, %ecando a porta atr+s de si.1mbora; Mal trabalara a tarde toda.8 I+ al'uns detales que preciso veri%icar. Abe, o contrato de Eorrester vence dia

primeiro de uno e precisamos cuidar da renova3ão. O =ltimo %ilme dele %oi o maior. . .8 4uidarei disso ter3a9%eira pela manã, sem %alta. A'ora preciso ir preparar a carne.8 4omo;8 1stamos planeando um 'rande currasco l+ em casa, neste %im de semana 8

comentou, dando uma piscadela marota. 8 @ o =nico eito de mina muler me dei5arco&inar. Posso reservar um peda3o especial para voc;Andrea sorriu.8 Não, não. Obri'ada. Ainda me lembro bem da =ltima ve& que comi de seu currasco.8 Aquele dia eu estava sem sorte, o a3ou'ueiro me serviu mal.4olocando os pole'ares no cinto da cal3a, Abe ima'inava como seria bom poder passar

trs dias no campo, lon'e da polui3ão. Nada de terno e 'ravata ou sapatos apertados.8 Dsso - o que todos di&em. "om %eriado, Abe. >er3a9%eira recome3amos com %or3a

total, est+ bem;

8 Per%eito 8 concordou, + de sada. 8 4aso mude de id-ia quanto ao currasco, - s*aparecer por l+.8 4erto, obri'ada mais uma ve&.>entando se concentrar novamente em seus a%a&eres, ouviu o riso ale're dos

%uncion+rios saindo para o %eriado.Parado à porta, !avid observou9a. 1nquanto todos dei5avam o servi3o, a'itados, Andrea

permanecia sentada à mesa, cuidando da papelada. Dmediatamente, o cansa3o que o %i&eradormir durante o vCo desapareceu.

O cabelo de Andrea, impec+vel, emoldurava9le o rosto bastante s-rio. O tailleur

ele'ante real3ava9le o porte ereto, mesmo ao escrever. Fma muler incrivelmentepro%issional. Nada de pulseiras ou an-is, nada de rendas e babados.O =nico toque de romantismo ali era dado pelas mar'aridas que le enviara naquela

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manã. Ao v9las, sorriu satis%eito. Olando para Andrea, sentiu o cora3ão pulsar mais%orte.

4ontinuando suas anota3Ges, Andrea mantina a aten3ão voltada para o trabalo.4ontinuando a olar para os pap-is, per'untava9se como poderia estar perdendo tempo

com diva'a3Ges tendo tanto servi3o à %rente. Mas at- mesmo durante a leitura de um

contrato importante via9se nos bra3os de !avid.15austa, tirou os *culos e es%re'ou a nuca, procurando aliviar a tensão.1ntão, de repente, uma intui3ão %ortssima a %e& er'uer os olos na certe&a de que o

encontraria.1, realmente, l+ estava !avid parado à porta.O %ato de Andrea t9lo notado antes mesmo que tivesse cance de se mani%estar não o

aborreceu. 1ra preciso come3ar a se acostumar com seus poderes.Andrea teve vontade de ir correndo ao encontro dele e atirar9se em seus bra3os para

que !avid a er'uesse e untos rodopiassem. Por-m, não o %e&: amais se permitiria umaatitude tão tola, tão %rvola. 1m ve& disso, pCs o l+pis sobre a mesa e comentou,simplesmente$

8 @ bom v9lo de volta.8 >ive um pressentimento de que a encontraria aqui 8 a%irmou, deseando poder

abra3+9la. Mas apenas en%iou a mão no bolso e se recostou contra o batente da porta.8 A.. . um pressentimento;8 Sim. 8 Aos poucos, %oi se apro5imando da mesa. 8 0oc est+ linda.Recostando9se na cadeira, Andrea aproveitou a oportunidade para estud+9lo.

8 1 voc me parece cansado.8 A via'em %oi muito lon'a, mas espero que sea a =ltima. 8 1sticando o bra3o, apanouuma das mar'aridas do vaso e colocou9a entre os cabelos dela. 8 ?+ tem al'um pro'ramapara esta noite;

Mesmo que tivesse, ne'aria, mas, por mera %ormalidade, consultou a a'enda, %a&endo9sede di%cil.

8 Não.8 1 para amanã;0irando a p+'ina, veri%icou.

8 Parece que não.8 1 domin'o;8 Aco que mere3o pelo menos um dia de descanso. 9Se'unda9%eira;8 Por ser %eriado, nada ir+ %uncionar. Pensei em passar o dia lendo al'uns roteiros e

cuidando das plantas.8 1ntendo. Não sei se + percebeu, mas o e5pediente + terminou.8 Sim, + percebi 8 Seu cora3ão + batia acelerado no peito, alterando9le a

respira3ão.Sem uma palavra, !avid o%ereceu9le a mão. Ap*s uma breve esita3ão, Andrea se'urou.

8 0amos para a mina casa;1la teve vontade de recusar o convite, mas decidiu aceit+9lo. 2evantou9se e apanou abolsa e a pasta.

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8A pasta %ica.8 Mas preciso...8 Não, Andrea. 8 4urvando9se, beiou9le as mãos com delicade&a. 8 Por %avor.4oncordando, Andrea dei5ou a pasta sobre a mesa e %ecou o escrit*rio.Por estrano que pudesse parecer, Andrea não se sentia constran'ida de ser vista de

mãos dadas com !avid, numa atitude que considerava tpica de uma adolescente.1le não a beiara nem abra3ara, mas o simples %ato de se darem as mãos + le aquecia o

san'ue, %a&endo9o correr mais r+pido em suas veias.Satis%eita, concordou em dei5ar seu carro na 'ara'em. 1ra bom poder des%rutar a

compania dele de modo descontrado.Ao se apro5imarem do carro de !avid, Andrea notou uma valise no banco traseiro.8 0oc ainda não passou na sua casa depois que ce'ou de via'em;8 Não.Sorrindo, %icou %eli& que ele tivesse querido v9la antes de mais nada.8 >eno uma valise i'ual a esta 8 comentou, sentando9se no banco de passa'eiros.8 1sta - a sua 8 a%irmou, dando a partida no motor.8 Mina; 8 Surpresa, virou9se para tr+s a %im de veri%ic+9la de perto. 8 Mas não me

lembro de le ter emprestado mina mala.8 1 não emprestou. As minas estão no porta9malas. !ei5ando o estacionamento,

tomaram uma das vias principaisde 2os An'eles, con'estionada devido ao %eriado prolon'ado.8 Se não emprestei, o que ela est+ %a&endo aqui;

8 Na vinda para c+, passei no seu apartamento e pedi à empre'ada que arrumasse umasroupas para voc.8 Fmas roupas;Andrea olou bem para a mala e, %ran&indo as sobrancelas, voltou9se para ele.8 0oc - um bocado petulante, !avid. O que aca que vou %a&...8 @ muito simp+tica a sua empre'ada 8 ele a interrompeu. 8 1u apenas quis que voc

se sentisse mais à vontade durante o %im de semana. Pensei em mant9la nua, mas não seriao trae ideal para um passeio nas montanas.

8 A. .. pensou, -; 0oc s* pensa em si. 4omo aca que tem o direito de invadir mina

vida desta %orma; 1 se eu tivesse outros planos;8 Seria uma pena 8 comentou, pe'ando o desvio que se'uia em dire3ão às montanas.8 Pena para quem;8 Para os seus planos, pois não pretendo perd9la de vista durante os pr*5imos trs

dias.8 A. .. não pretende; 8 inda'ou irritadssima. 8 1 o que eu  pretendo não importa;

>alve& voc ace muito romHntico... raptar uma muler durante um %im de semana, mas,quanto ã mim, pre%iro ser consultada. 1 pare + o carroL

8 !e eito nenum 8 comentou.

Na verdade, + esperava por este tipo de rea3ão. No %undo a'uardara9la com ansiedade.A%inal, + dias que não se divertia um pouco. Sorrindo, acendeu um ci'arro.8 Pois não veo 'ra3a nenuma nisso.

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Seu riso de satis%a3ão apenas irritava9a ainda mais.8 Bue pena.8 0oc vai se arrepender 8 amea3ou, recostando9se no assento, os bra3os cru&ados

sobre o peito.8 S* não me perdCo por não ter tido esta id-ia antes. Apoiando o bra3o na anela

aberta, concentrou9se na estrada tranq7ila que levava à serra.Euriosa, Andrea manteve9se em silncio a maior parte do percurso, pensando numa

%orma de %a&9lo pa'ar por toda petulHncia.Einalmente, !avid estacionou na passa'em pedre'osa ao lado da casa. No mesmo

instante, Andrea apanou a bolsa e saiu do carro. "astante li'eiro, !avid contornou oautom*vel e a se'urou pelo bra3o, %or3ando9a a encar+9lo. Andrea virou9se, apontando9le abolsa como se %osse uma arma.

8 A, quer bri'ar; 8 ele per'untou.8 Ora, eu não le daria este 'ostino 8 respondeu, livrando9se dele. 8 1stou indo

embora, isso sim.8 Não di'aL 8 Sorrindo, observou9le os sapatos de salto %ino e a saia usta. 8 Neste

traes, não venceria os primeiros dois quilCmetros.8 Dsso - problema meu.Meditando al'uns se'undos, ele comentou$8 "em, creio que precisarei ser mais convincente.1, num 'esto r+pido, abra3ou9a pela cintura e a colocou sobre um ombro.8 Ora... me pona no cãoL

A princpio, Andrea procurou não rea'ir, mas, depois, mudou de id-ia e passou a 'olpe+9lo nas costas com a bolsa.8 Num instante 8 anunciou, caminando em dire3ão à porta.8 Pona9me no cão, +L Dsso não tem 'ra3a nenuma.8 Pois eu estou me divertindo muito. 8 Retirando as caves do bolso, abriu a porta. 8

1 trate de %icar quieta ou pode se macucar.8 Não vou mais tolerar isto. 8 1, com a'ilidade, tentou dar9le um pontap- bem

locali&ado, mas !avid %oi mais r+pido e se'urou9le as pernas. 8 !ro'aL Me coloque no cão,!avid. Ou3a, não sei o que deu em voc, mas, se me pedir desculpas +, prometo esquecer o

incidente. 4erto;8 1rrado 8 retrucou, quase ce'ando ao quarto.8 1ntão, vamos %a&er um trato. Me pona no cão e prometo não es'an+9lo.8 ?+;8 Dmediatamente.8 4omo queira.1r'uendo9a, colocou9a deitada em sua cama.8 Mas.. . O que esta avendo com voc; 8 inda'ou, at*nita, tentando sentar9se.8 Aco que estou en%eiti3ado. 8 Surpresa com a resposta, Andrea não tentou a%ast+9

lo ao v9lo se apro5imar. 8 Pensei em voc todos estes dias 8 a%irmou, a%a'ando9le anuca. 8 !eseei voc todos os minutos em que estive em 4ica'o.8 Mas.. . Dsso - loucura.

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8 Pode ser, mas, de volta para 2os An'eles, conclu que a queria s* para mim estes trsdias.

Sua carcia suave e insinuante a %e& arrepiar9se.8 Se ao menos tivesse me dito, eu...8 ...teria arranado uma desculpa. >alve& concordasse em passar uma noite aqui, mas

arranaria um prete5to para voltar.8 Não - verdade.8 Não; 1ntão, por que nunca quis passar um %im de semana comi'o;8 Por diversos motivos.8 1ntendo 8 disse, se'urando9le as mãos. 8 1 o principal - o %ato de não querer

passar muito tempo a meu lado, estou certo; 8 Buando ela amea3ou protestar, ele aimpediu. 8 0oc tem medo que nos tornemos muito ntimos.

8 Ora, não sea ridculo. Não teno medo de voc.8 !e mim, não 8 concordou, pu5ando9a para unto de si. 8 !e n*s.8 !avid...>remula, Andrea disse a si mesma que tudo não passava de deseo. 1ra o deseo que

%a&ia seu cora3ão disparar, como a'ora, dei5ando9le as mãos 'eladas. 15citada, desli&ou asmãos pelas costas rias de !avid, sentindo9o rea'ir à carcia.

8 Não quero pensar em nada por enquanto.8 Mais cedo ou mais tarde, teremos que en%rentar a realidade, mocina.8 Não 8 murmurou, beiando9o de leve. 8 O amanã não e5iste. S* o a'ora. !avid, eu

quero voc muito.

Seus beios provocantes o enlouqueciam at- que, transtornado, ele desistiu de contra9ar'umentar, dei5ando que a pai5ão %alasse mais %orte.

Na tarde do dia se'uinte os dois saram para um passeio.8 A caminada le %ar+ bem.?+ sem %Cle'o, Andrea apoiou9se numa +rvore.8 !uvido. 1stou mais morta que viva.Ao sarem de casa, se'uiram pela trila de terra, cru&aram o riaco, e %oram em %rente.

Se'undo os c+lculos de !avid, + deviam ter andado quase dois quilCmetros.

8 Ole à sua volta, não - lindo;As +rvores verdinas a'itadas pela brisa suave cobriam quase toda a montana e o vale,l+ embai5o. P+ssaros de diversas cores cantavam ale'res pulando de 'alo em 'aloquebrando o silncio com seus cantos. 'rama misturavam9se %lores campestres vermelase brancas. Sem d=vida, a vista era mesmo belssima.

8 Sim, - uma bele&a. 0ivendo em 2os An'eles, as pessoas at- se esquecem de que +lu'ares como este.

8 Eoi por isso que me mudei para c+. ?+ estava cansado da vida na cidade 'rande.

8 >rabalo, %estas, reuniGes, coquet-is. . .8 15atamente. @ uma tranq7ilidade vir para c+ depois de um dia de servi3o. 0er o sol sepCr, a cuva caindo, - muito bom.

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Andrea meditou sobre o assunto, apoiando9se no bra3o de !avid.8 I+ dias em que tudo d+ errado no escrit*rio: então ce'o em casa, tiro o tele%one do

'anco e ou3o um disco de Mo&art.8 A m=sica cl+ssica acalma.8 Sem d=vida, mas, antes, esmurro meu travesseiro 8 disse rindo, divertida.

!avid acou 'ra3a e comentou$8 @ uma boa t+tica. 8 1ntão, beiando9le a testa, acrescentou$ 8 1spere s* at- ver a

vista l+ do alto.!esanimada, Andrea massa'eou o m=sculo das co5as.8 0amos %a&er o se'uinte$ eu vou para casa e depois, quando voc voltar, me conta

como - a vista.8 Ora, dei5e de pre'ui3a. Ea& bem respirar um pouco de ar puro. 2embre9se de que

passamos quase o dia todo na cama. Precisamos nos movimentar.8 >em ra&ão, mas voc se esqueceu de que tamb-m + cortamos lenaL Para mim, ce'a

de ar puro por oe.Observando9a, !avid concluiu que a Andrea que o acompanava nada tina a ver cora a

empres+ria s-ria e compenetrada. Mas, ainda assim, sabia como provoc+9la.8 4reio que estou em melor %orma do que voc.8 Dsto - o que voc pensaL!eterminada a provar sua boa %orma %sica, Andrea o acompanou montana acima pela

trila de terra at- que o suor le escorresse pelo rosto.Einalmente, m=sculos doloridos, resolveu desistir.

8 Para mim, basta 8 a%irmou, decidida, sentando9se numa pedra.8 S* mais cem metros e come3amos a descer.8 !e eito nenum.8 Andrea, cone3o um atalo para a volta.8 Não aver+ volta: pretendo dormir aqui esta noite. Se quiser me tra&er um sanduce

e um cobertor, eu a'rade3o.8 1u carre'o voc nos bra3os.8 Não.8 1 se eu le o%erecer uma recompensa;

8 "em... posso at- pensar.8 Bue tal abrirmos uma 'arra%a de 4abernet que veno 'uardando + muito tempo;8 !e que sa%ra;8 Setenta e nove.8 K um bom come3o. Aco que a recompensa vale mais uns passos.8 1, para acompanar, podemos %a&er os medalGes de %il- que tirei do %ree&er.8 >em ra&ão: eu + avia esquecido. 8 1ntão, %in'indo meditar sobre o assunto, lambeu

os l+bios e concluiu$ 8 Os medalGes valem a metade do camino.8 0oc - e5i'ente, não;

8 !e %ato.8 1 o que me di& de 'anar d=&ias de %lores;8 Buando ce'armos em casa, as loas + estarão %ecadas. Nin'u-m vai querer aceitar

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

a encomenda.8 Para que encomendar quando temos tantas %lores aqui mesmo;8 0ai mesmo coler %lores para mim; 8 inda'ou, lan3ando9le os bra3os em torno do

pesco3o. 8 "em, aco que vale o resto do percurso.Sorrindo, recostou9se contra uma +rvore enquanto !avid come3ava a apanar al'umas

%lores.Eicar ao lado de !avid era maraviloso, cada se'undo se tornava especial.1, para completar sua %elicidade, iria 'anar %lores colidas na ora. Assim que

ce'assem em casa, colocaria as %lores num arro perto da anela e...!e s=bito, Andrea %icou estarrecida. Os p+ssaros dei5aram de cantar. 0oltando9se para

!avid, viu9o como se %osse atrav-s de uma lente. !e repente a dor, o pHnico.8 NãoL8 1mbora pensasse aver 'ritado, sua vo& não passou de um sussurro. Dnsistindo,

a%astou9se da +rvore e %oi em sua dire3ão.8 !avidL PareLAo ouvi9la !avid aprumou9se e amparou9a num abra3o apertado. O terror estampado nos

olos dela era o mesmo de quando estivera em Rollin' Iills.8 Andrea, o que %oi; 8 1mbora a abra3asse, Andrea ainda tremia incontrolavelmente.

8 O que aconteceu;8 Pare de coler %lores, por %avor 8 suplicou.8 1st+ bem, est+ bem. 8 A%astando9a, observou9le o rosto p+lido. 8 Mas, por qu;8 I+ al'o errado, não sei di&er o qu.

8Mas são apenas %lores do campo 8 ar'umentou, e5ibindo9le o pequeno ma3o que +tina nas mãos.8 Não - com elas. 0oc ia apanar aquelas ali, não ia; 8 per'untou, apontando em

dire3ão a umas %lor&inas pr*5imas a uma pedra.8 Sim, ia. 0amos l+ dar uma olada.8 Não 8 protestou, se'urando9o pelo bra3o. 8 Não toque nelas.8 4alma.Pondo no cão as %lores que tina nas mãos, !avid apanou um 'alo seco e %oi at- o

local. Andrea o se'uiu e, ao se apro5imarem, apontou9le um determinado ponto.

4auteloso, reme5eu a ve'eta3ão rasteira com o 'alo, quando ouviu o 'ui&o da cascavel.1m tempo, pu5ou Andrea pelo bra3o e correram at- a trila.8 Buero voltar para casa 8 ela disse.Ambos percorreram o camino de volta em silncio, o que contribuiu para que ela se

sentisse reeitada, pois no momento que o viu amea3ado, descobriu que o amava. Aoentrarem na co&ina, !avid apanou dois copos no arm+rio e o%ereceu9le uma dose deconaque.

Andrea tomou a bebida aos poucos enquanto ele esva&iou o copo num s* 'ole.8 0oc vai me levar de volta para 2os An'eles;

8 Ora, que boba'em 8 ale'ou, tomando a se'unda dose. 8 Arrumo mina mala numinstante...8 0oc não vai a lu'ar nenum 8 a%irmou !avid, num tom absolutamente calmo. 8

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Sente9se, Andrea.8 !avid, não admito que me interrompa.8 Mas que muler teimosaL 8 e5clamou, batendo o copo com %or3a na pia. 8 Ser+ que

ainda não me conece o su%iciente;"astante alterado, !avid 'ritava a plenos pulmGes. Não com ela, mas consi'o mesmo.

8 Ser+ que entre n*s s* pode aver se5o e ne'*cios; 8 N*s concordamos em...8 0oc provavelmente salvou mina vida 8 disse, olando para as pr*prias mãos,

ima'inando o que poderia ter acontecido. 8 Não sei o que le di&er...4ontrolando9se, Andrea en'oliu em seco.8 1u pre%eria que não dissesse nada. !avid apro5imou9se, mas não a tocou.8 Não posso %icar calado. 1stou 'rato pelo que %e&, mas não sei como lidar com a

situa3ão.8 Não tem problema, est+ tudo bem 8 disse, sabendo que a emo3ão iria tra9la. 8 1u

não. . .8 Me di'a 8 pediu !avid, acariciando9le o rosto. 8 4omo posso audar voc;Andrea sentia9se absolutamente vulner+vel. Mas o carino estampado nos olos de

!avid a convenceu.8 Por %avor, me abrace.No mesmo instante ele a trou5e para unto de si, apertando9a contra o peito num abra3o

recon%ortante. Não, ele se en'anara$ avia muito mais do que se5o e ne'*cios entre ambos.Iavia respeito, ami&ade e compreensão.

8 Buer %alar sobre o que aconteceu;

8 Eoi orrvel. 0i voc debru3ado sobre as %lores e então veio o pressentimento, avisão...8 "em, parece que %alei em nosso acordo$ não teno %lores para le o%erecer.8 Não importa 8 disse, beiando9le o pesco3o.8 0ou ter que arrumar uma %orma de compens+9la. A%astando9se, !avid se'urou9le as

mãos. Eoi então que viu o macucado pro%undo aberto na palma.8 Andrea, o que ouve com sua mão;8 Não sei 8 a%irmou, observando9a. 8 !*i quando tento %ec+9la.8 0ena.

2evando9a at- a pia, lavou o %erimento com +'ua %ria.8 FiL 1st+ doendo.8 4alma.Aborrecido por v9la macucada, su'eriu que subissem para o baneiro, onde 'uardava

os medicamentos.Eeito o curativo, !avid obri'ou9a a tomar um bano enquanto cuidava do antar. Andrea

aprovou a id-ia, mas, e5austa, resolveu deitar9se s* por al'uns minutos. >irando as botas,es9 . tendeu9se na cama com o prop*sito de cocilar.

!avid, por sua ve&, teve uma id-ia$ pediria ao vi&ino que le permitisse coler umas

papoulas do ardim e %aria uma surpresa a Andrea.Minutos mais tarde, ao retornar, subiu as escadas certo de encontr+9la no bano,quando a viu deitada.

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Parado à porta do quarto, observou9a ali tão %r+'il, tão desamparada.Apro5imando9se, sentou9se na beirada da cama e come3ou a re%letir para saber o que

sentia por ela. Não avia mais d=vidas de que a amava. O incidente daquela tarde veioapenas despertar9le uma certe&a adormecida.

Dncapa& de resistir, tocou9le suavemente os cabelos, a%astando9os para o lado.

Meio adormecida, ela se me5eu e abriu os olos.8 !avid;8 1u le trou5e um presente 8 disse, entre'ando9le as %lores.8 OL1m seus olos, ele viu re%letidas a surpresa e a timide& que seus 'estos romHnticos le

provocavam.8 Não precisava.8 Precisava, sim. 8 4arinoso, beiou9le os l+bios bem de leve, como numa carcia.

!entro, de si, o deseo crescia, inquietando9o.8 !avid;Mais uma ve& ela le camava, s* que a'ora tina a cor dos olos alterada pela pai5ão.8Buietina. . .Acariciando9le os cabelos, deliciou9se com a macie& sedosa dos %ios dourados.8 Al'uma ve& + le disse que - linda;Seus l+bios se encontraram novamente sem a %=ria do deseo insatis%eito, mas com a

certe&a dos que se descobrem.8 Ea3a amor comi'o, !avid 8 pediu, pu5ando9o para perto de si,

8 1u %arei, Andrea. >alve& esta sea a primeira ve& que %aremos amor.8 4omo assim;8 !epois eu le e5plico.1ntão, deva'ar come3ou a acarici+9la, e5plorando cada curva do corpo macio, onde

queria perder9se.Andrea correspondia aos carinos de !avid, observando9le as rea3Ges.A%astando9se, !avid tirou a camisa com muita calma e em se'uida come3ou a

desabotoar9le a blusa. 4urvando9se, tocou9le os mamilos + intumescidos, provocando9os.Andrea contorceu9se de pra&er, a%undando os dedos em suas costas. 1r'uendo9se, !avid

livrou9a do eans. A pele macia era um convite ao toque.Aos poucos a ur'ncia da pai5ão os %e& perder a calma, obri'ando9o a livrar9se de seupr*prio eans e unir9se a ela.

!eitando9se sobre Andrea, ro3ou o peito peludo nos seios ar%antes, sempre observando9a. 0er9le o rosto trans%i'urado pelo pra&er e5citou9o ainda mais.

Ao senti9lo penetr+9la, Andrea 'emeu camando9o bai5ino.15tasiados, moveram9se no mesmo ritmo at- que atin'iram untos o or'asmo.

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CAPÍTULO X

Alice Robbins tina despontado para o sucesso nas telas de cinema nos idos de sessenta."onita e ambiciosa, trocara a vida pacata de sua cidade&ina pelo 'lamour de Ioll#6ood.

Seu primeiro casamento terminara num div*rcio rumoroso, cuas audincias acabavam

sempre nas primeiras p+'inas dos ornais, com %otos polmicas.!es%eito o casamento, sua carreira deslancou. 4rticos de todo o pas elo'iavam9na por

seu talento e bele&a. 4ada novo papel sempre se trans%ormava em um 'rande sucesso.4ontudo, aos vinte e oito anos, quando sua %ama alcan3ava o apo'eu, Alice apai5onara9se

por Peter 0an 4amp. A seu lado viveria um amor se'uro e adulto.Buase vinte anos mais velo, Peter era um bem9sucedido omem de ne'*cios, dono de

uma imensa %ortuna.Ap*s um breve noivado que alimentara as colunas sociais, casaram9se em Paris, onde

passaram a lua9de9mel.Eelicssima com a nova vida, Alice adotou o sobrenome do , tanto particular quanto

pro%issionalmente. Menos de um ano ap*s ter9se casado, deu à lu& um %ilo, abandonandotemporariamente a carreira.

!urante quase uma d-cada, dedicou9se à %amlia e ao lar com a mesma devo3ão com queconstrura sua carreira.

Aos primeiros rumores de sua volta às telas, mancetes sensacionalistas sur'iram portoda a imprensa, atribuindo seu retorno às %acilidades promovidas pela %ortuna do marido.

Buatro semanas antes do lan3amento do %ilme, seu %ilo Matte6 %ora seq7estrado.

!avid pesquisara os %atos de antemão.1mbora não ouvesse voltado mais às telas, o nome de Alice continuava nas colunassociais e sua popularidade se mantina.

Buanto ao seq7estro e à liberta3ão do 'aroto, pouco %oi esclarecido à imprensa. 1mparte porque a polcia nunca %ora a %avor da convoca3ão de 4larisse !e "asse e, tamb-m,porque a atri& se ne'ara a dar maiores declara3Ges aos ornalistas.

Nem Alice nem seu marido amais aviam dado qualquer entrevista %alando do assunto e,mesmo tendo concordado em participar do document+rio, !avid sabia que seria precisomuita diplomacia. Para tanto, levou consi'o apenas um mnimo necess+rio de t-cnicos de sua

equipe.Alice 0an 4amp desenvolvera, ap*s a tra'-dia, um certo rep=dio à imprensa.Sua mansão em "everl# Iills era 'uardada por cercas eletri%icadas e muros muito altos,

atr+s dos quais um 'uarda uni%ormi&ado veri%icava a identidade dos que ce'avam. Ap*sultrapass+9los, percorriam9se ainda uns quinentos metros para ce'ar à residncia da%amlia.

A casa, muito imponente, era toda construda em tiolo aparente e sustentada porenormes colunas brancas. !as anelas pendiam pequenas ardineiras %loridas.

4omentava9se que Peter 0an 4amp a construra em omena'em à esposa pelo =ltimo

papel que representara antes do nascimento de Matte6.2adeando o camino que levava à mansão, belssimas cereeiras em %lor.JPu5a, queria que Andrea visse istoJ, pensou !avid ao estacionar o carro lo'o atr+s do

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caminão de e5ternas.O pensamento veio9le automaticamente, sem que pudesse ter tempo para avali+9lo.

Ali+s, como sempre ocorria quando se separavam.Mas, a%inal, o que sentia por Andrea;Apai5onada, competente, reservada, %r+'il, Andrea era um mist-rio a ser desvendado

por partes.>alve& %osse essa a causa de sua atra3ão por ela. As demais muleres que conecera

eram e5atamente o que aparentavam$ so%isticadas e ambiciosas. Mas Andrea, não.!avid sabia que, como empres+ria, %icara muito satis%eita com o contrato de 4larisse

para trabalar no document+rio. 4omo %ila, temia pelas repercussGes de sua participa3ão.1la o intri'ava, o preocupava, %a&ia9o perder o sono, %a&ia9o rir. 1ra uma muler

ador+vel.8 Al'o preocupa voc; 8 inda'ou Ale5 quando o viu esitar diante da porta.8 Não, por qu; 8 redar'7iu, irritado consi'o mesmo.8 Não sabia que voc a'ora tamb-m lia pensamentos.8 Não, não 8 respondeu o rep*rter, i'norando a ironia.8 Dsto eu dei5o por conta de 4larisse.8 Perdão, Ale5. Não quis ser 'rosseiro 8 ale'ou, tocando a campaina.8 Não se preocupe.8 O %ato de 4larisse ser paranormal não o... Naquele instante, um mordomo

uni%ormi&ado abriu a porta e convidou9os a entrar, condu&indo9os à sala de estar.Ali, a decora3ão se'uia o melor estilo oll#6oodiano. Os esto%ados de tons %ortes

contrastavam com os tapetes persas. Os lustres, enormes, mais pareciam cascatas depin'entes de cristal.9 Fm tanto espala%atoso, não aca; 8 comentou Ale5.8 Sem d=vida 8 a%irmou !avid, dando mais uma olada à sua volta. O ambiente, de tão

suntuoso, mais parecia uma tenda +rabe destas ceias de brocados e brilos. 8 Mas - di'node uma atri& de Ioll#6ood.

"elssima, Alice 0an 4amp parou à entrada da sala. O porte, o carme e a simpatia eramos mesmos de quando sur'ira nas telas.

Para surpresa de !avid, Alice era, pessoalmente, bem mais bai5a do que aparentava no

cinema, mas seu ma'netismo compensava a estatura pequena.8 Sr. MarsallL1stendendo9le a mão, Alice caminou at- Ale5. O cabelo loiro preso no alto da cabe3a

ressaltava9le a pele clara, rosada como a de um beb.8 K um pra&er receb9lo. Admiro demais seu trabalo, embora tena minas restri3Ges

com rela3ão a al'uns ornalistas.8 Sra. 0an 4amp, o pra&er - meu. !evo con%essar que - muito mais bonita

pessoalmente do que nas telas.Alice sorriu com muito carme. O mesmo carme que avia %eito os omens suspirarem

nas plat-ias por mais de uma d-cada.8 Obri'ada, - sempre bom ouvir um elo'io. 1 voc - !avid "rad#, não; 8 inda'ou,voltando9se para ele, os olos claros muito brilantes. 8 >ive oportunidade de assistir a

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diversas produ3Ges suas. Meu marido 'osta muito de document+rios. Ali+s, nem sei por quese casou comi'o.

8 Obri'ado. Sempre %ui seu %ã.8 A'rade3o. S* espero que não di'a por a que assiste aos meus %ilmes desde que era

crian3a. 8 Fm riso espontHneo iluminou9le o olar. 1ntão, voltando9se para os t-cnicos,

comentou$ 8 "em, depois que me apresentar sua equipe, poderemos come3ar a trabalar.A admira3ão que !avid le tina como %ã aumentou ainda mais ap*s os primeiros de&

minutos de convivncia. Muito 'entil, Alice conversou com cada um dos t-cnicos, do diretorao iluminador. Ap*s os cumprimentos, voltou9se para Sam, à espera

de instru3Ges.Ap*s discutirem a respeito dos detales do trabalo, Alice su'eriu que passassem ao

terra3o, onde seria 'ravada a entrevista.Paciente, a'uardou at- que todo o equipamento %osse montado e deu ordem a uma das

criadas para que servisse re%ri'erantes e sanduces para toda a equipe.>erminados os testes de lu& e som, %oi dado incio à 'rava3ão.Ale5 come3ou.8 Sra. 0an 4amp, durante muito tempo %oi conecida como uma das atri&es mais

talentosas e mais queridas de Ioll#6ood.8 Obri'ada, JAle5. Mina carreira sempre %oi muito importante para mim, assim como

mina casa e mina %amlia.8 1 - sobre a %amlia, em especial sobre seu %ilo Matte6, que 'ostaramos de %alar.

I+ quase de& anos sua %amlia passou por momentos muito di%ceis, não;

8 @ verdade. Por pouco escapamos de uma tra'-dia da qual, creio, amais merecuperaria.8 1sta - a primeira entrevista que a senora d+ sobre o assunto. Por que s* a'ora

concordou em nos o%erecer este depoimento;Alice recostou9se na cadeira de vime, sorrindo com timide&.8 Para tudo e5iste um momento certo. !urante muitos anos eu simplesmente me

recusava a tocar no assunto do seq7estro de meu %ilo. Acava in=til relembrar um %ato queme causou tanto so%rimento. Mas oe, quando veo uma notcia sobre o rapto de umacrian3a, %ico ima'inando o so%rimento desses pais.

8 Na sua opinião, esta entrevista pode audar as %amlias de crian3as desaparecidas;8 4ertamente não audar+ a encontrar seus %ilos, mas espero que les tra'a um poucode con%orto. 8 Alice estava visivelmente comovida. 8 Ali+s, quem me convenceu a dividiresta e5perincia com o p=blico %oi 4larisse !e "asse.

8 Eoi ela quem le pediu que concedesse a entrevista; Sorrindo, Alice balan3ou acabe3a.

8 4larisse nunca me pediu coisa al'uma, s* que, em conversa, disse9me ter muitacon%ian3a neste trabalo e acabei concordando em participar.

8 A senora con%ia muito nela, não;

8 Eoi 4larisse quem encontrou meu %ilo.A %rase %oi dita com tanta sinceridade, cora tanto sentimento, que Ale5 dei5ou9apairando no ar por al'uns se'undos, antes de recome3ar.

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8 Poderia nos contar como %oi que coneceu 4larisse !e "asse;Atr+s das cHmeras, mais a%astado, !avid, de p- com as mãos nos bolsos, ouvia o relato.

2embrou9se da versão que Andrea le contara, se'undo a qual Alice e 4larisse aviam sidoapresentadas atrav-s de um conecido.

8 N*s tnamos um ami'o em comum 8 a atri& respondeu. 8 Na primeira ve& que a vi,

ela me disse coisas absolutamente espantosas a meu respeito. 1u, que s* queria saberal'umas previsGes, %iquei impressionadssima. 4larisse relatou %atos e e5perincias dopassado que tiveram pro%undos re%le5os em mina personalidade. 4oisas muito particularesque at- a imprensa desconecia. !evo con%essar que nem tudo o que eu ouvi %oi de meua'rado, mas era sem d=vida verdadeiro. 1ntão, continuei a consult+9la e pouco a poucotornamo9nos ami'as.

8 A senora acreditava em clarividncia;Eran&indo as sobrancelas, Alice considerou bem a questão.8 A princpio, eu a consultava por pura diversão, pura curiosidade. 1mbora tivesse

optado por uma vida reclusa ap*s o nascimento de meu %ilo, nunca dei5ei de apreciarcoisas %ora do comum. 4larisse era realmente %ora do comum.

8 Portanto, tudo come3ou como que por brincadeira;8 A, sem d=vida. Buando ouvi %alar dela, pensei que %osse apenas uma muler muito

esperta, mas, ao conec9la, conclu que se tratava de al'o muito s-rio, muito especial. Dstonão quer di&er que eu acredite em qualquer um. No entanto, creio que al'uns de n*snasceram com dons especiais, uma certa dose de sensibilidade e5tra.

8 Sra. 0an 4amp, poderia nos contar e5atamente como %oi o rapto de seu %ilo;

8 Eoi + quase de& anos. 8 Por um instante, Alice %ecou os olos. 8 Para mim, - comose tivesse sido ontem. O senor tem %ilos, sr. Marsall;8 Sim, teno.8 1, teno certe&a de que os ama muito, não;8 !e %ato.8 1ntão, creio que poder+ %a&er id-ia do so%rimento que passei. Fm misto de terror e

culpa: eu não estava com ele quando o levaram. Naquela -poca ?enn# era bab+ de Matte6.1ra uma pessoa de nossa con%ian3a que + trabalava conosco + al'um tempo. 1mbora umtanto ovem, tina um pro%undo senso de responsabilidade. Buando decidi voltar às telas,

contava principalmente com seu apoio: eu %icava tranq7ila sabendo que Matte6 estava sobseus cuidados.8 Seu %ilo + tina quase de& anos quando a senora resolveu retomar a carreira

artstica, não;8 Sim, mas Matte6 sempre %oi uma crian3a independente. !urante as %ilma'ens,

?enn# sempre o levava à tarde ao est=dio e depois iam passear no parque. Se eu soubessequanto peri'o avia naqueles passeios eu os teria impedido. 1u e meu marido sempre ocriamos a%astado da imprensa: não por temermos por sua se'uran3a, mas para que tivesseuma in%Hncia normal. Mas, ve& por outra, al'um %ot*'ra%o o reconecia c publicava uma %oto

do 'aroto.8 Dsto a aborrecia;8 Não 8 a%irmou, sorrindo. 8 !e certa %orma + estava 4ostumada a isso. Peter e eu

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nunca quisemos viver enclausurados aqui. 4ontudo, creio que, mesmo sendo mais ri'orosa,não teria conse'uido evitar o rapto. 8 Suspirando, deu a entender que pre%eria não pensarna questão. 8 Mais tarde, %icaramos sabendo que seus passeios ao parque estavam sendovi'iados.

8 A princpio a polcia ce'ou a descon%iar que a bab+ tivesse al'uma li'a3ão com os

criminosos.8 Sim, mas era uma ip*tese totalmente absurda. ?amais duvidei de ?enn#: nem por um

minuto. Eeli&mente, desvendado o caso, a polcia inocentou9a de qualquer envolvimento. 1latrabala para n*s at- oe.

8 Os investi'adores consideravam a versão de ?enn# um tanto duvidosa.8 Na tarde do seq7estro ela ce'ou em casa absolutamente transtornada, culpando9se

pelo que acontecera. Matte6 o'ava bola com diversas crian3as enquanto ela o observava.1ntão, uma ovem apro5imou9se pedindo9le uma in%orma3ão, ale'ando ser nova na cidade.1nquanto isso, os criminosos o apanaram. Buando ?enn# olou, viu Matte6 sendo postonum carro estacionado na sada do parque. 1la ainda tentou correr, mas %oi in=til. !e&minutos ap*s ter ce'ado em casa, recebemos o primeiro tele%onema.

Alice, muito emocionada, levou a mão à testa.8 !esculpem9me, mas ser+ que poderamos %a&er uma pausa;8 4ortaL Recome3amos em cinco minutos 8 avisou Sam. !avid, bastante preocupado,

apro5imou9se de Alice.8 Precisa de al'o, sra. 0an 4amp; ostaria de um copo de +'ua;8 Não 8 disse ela, com o olar perdido no ori&onte. 8 Mesmo depois de tantos anos -

muito di%cil para mim.8 Buer que came seu marido;8 Dn%eli&mente pedi a Peter que sasse de casa durante a 'rava3ão. 1le não se sente

muito à vontade na presen3a da imprensa. @ uma pena não t9lo aqui comi'o.8 Se não est+ se sentindo bem, podemos suspender o trabalo por oe.  Não ser+ preciso 8 a%irmou, respirando %undo. 8 Matte6 oe + est+ na

%aculdade. Eeli&mente tudo acabou bem. Penali&ado com sua dor, !avid se'urou9le as mãoscom carino.

8 Eeli&mente.

8 1le - um rapa& maraviloso, mas quando penso no que poderia ter acontecido... 8"astante nervosa, desviou o olar para lon'e, dis%ar3ando a emo3ão. 8 0oc conece a %ilade 4larisse, não;

8 Sim 8 a%irmou !avid, surpreso com a mudan3a de assunto.8 1u e 4larisse nos damos muito bem. 1la, como mãe, entendeu melor que nin'u-m meu

so%rimento. 0oc tem um ci'arro;!epois de acender o ci'arro, Alice pareceu rela5ar.8 A %ila dela - uma pessoa *tima. Dma'ine que ela se recusou a me aceitar como

cliente.

8 4omo;>eria entendido bem;8 Eoi lo'o depois do rapto 8 a%irmou Alice, bem9umorada. Andrea pensou que %osse

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apenas uma maneira que encontrei de demonstrar mina 'ratidão. 1 talve& %osse. Averdade - que não conse'ui convenc9la a me aceitar. 1u a admiro pela inte'ridade e pelaseriedade com que encara seu trabalo. >anto que, anos depois, quando Andrea + era umaempres+ria de renome, voltei a procur+9la, mas ela se manteve irredutvel.

1ra inacredit+vel.

8 Andrea sempre tem atitudes surpreendentes 8 comentou.8 1la - uma muler que sabe o que quer 8 disse Alice, apa'ando o ci'arro. 8 "em, aco

que. podemos recome3ar.1m poucos instantes, a atri& voltava a %alar de seu drama com a mesma naturalidade de

antes.8 N*s pa'aramos qualquer res'ate. A princpio, Peter e eu relutamos em avisar a

polcia, pois os seq7estradores %oram muito claros quanto a isso. Mas Peter, sendo umomem ponderado, acou que precis+vamos de auda. Recebamos tele%onemas de ora emora e, embora concord+ssemos em pa'ar o res'ate, os criminosos sempre %a&iam maise5i'ncias. 1ra como se quisessem nos testar. 1nquanto ne'oci+vamos, a polcia tentava lo9cali&ar o carro e a mo3a que ?enn# vira no parque, mas de nada adiantou. Buarenta e oitooras depois ainda não tnamos nenuma pista.

8 1ntão, a senora decidiu pedir a auda de 4larisse !e "asse.8 Não sei e5atamente quando a id-ia me veio, s* sei que estava e5austa, não conse'uia

dormir, nem comer. 1ntão, lembrei9me de que certa ve& 4larisse avia me audado aencontrar um broce de brilantes que eu tina perdido. !esesperada como estava, euapelaria para qualquer auda.

1ncontrando di%iculdade para continuar %alando, Alice respirou %undo tentandorecuperar o controle.8 Sei que a polcia e Peter me censuraram por t9la camado, mas eu acreditava nela.

Buando 4larisse ce'ou, sentamos para conversar como ami'as e contei9le e5atamente oque avia acontecido, sempre com a auda de ?enn#. A polcia a tratou bastante mal,indi%erente. 4larisse les disse que estavam procurando Matte6 no lu'ar errado. 8Dnconscientemente, Alice en5u'ou uma l+'rima que le corria pelo rosto. 8 1la a%irmou queos raptores não aviam sado da cidade, como pensava a polcia, que a princpio descon%ioude suas instru3Ges. 1ntão, 4larisse me pediu que a levasse ao quarto de Matte6 e le

desse uma roupa que ele tivesse usado antes do seu desaparecimento. !urante al'unsminutos ela %icou sentada na cama de meu %ilo, se'urando uma camisa, absolutamentequieta. 2embro9me que %oram minutos de e5trema tensão.

A lembran3a daqueles momentos parecia muito penosa para Alice 0an 4amp.8 !e repente, 4larisse come3ou a %alar num tom muito calmo. A%irmou que o mantinam

numa casa dentro de 2os An'eles e não em San Erancisco, como supuna a polcia. 1ntão,descreveu a rua e, depois, a casa$ branca de anelas a&uis, numa esquina. Nunca meesquecerei da descri3ão que %e& do quarto onde o mantinam preso$ escuro, as anelas%ecadas, sem moblia. Matte6 tina orror ao escuro. Se'undo 4larisse, avia duas

pessoas na casa, al-m do 'aroto$ um omem e a muler que %alara com ?enn#. No quintalavia um carro estacionado que ela não soube precisar muito bem. Mas 'arantiu9me queMatte6 estava bem.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

1 a polcia se'uiu a pista dada por 4larisse; 8 4omo disse, a princpio eles se mostraramrelutantes, mas enviaram al'umas viaturas para procurar pela casa que 4larisse descrevera.Não sei quem %icou mais surpreso com a descoberta$ Peter, eu ou a polcia. Matte6 %oires'atado sem um arranãoJporque %eli&mente, os raptores estavam despreparados para abatida policial. O terceiro criminoso estava em San Erancisco, de onde nos tele%onava.

Mais. tarde, Matte6 descreveria o quarto onde esteve e5atamente do mesmo modo que4larisse.

8 Sra. 0an 4amp, muitos acreditavam, e acreditam, que tudo não passou de um 'olpepublicit+rio para promover o lan3amento de seu primeiro %ilme depois do nascimento de seu%ilo.

8 Não me importo com o que pensem. Eeli&mente, recuperei meu %ilo.8 1, na sua opinião, 4larisse !e "asse %oi a respons+vel por isso;8 >eno certe&a de que sim.8 4ortaL 8 disse Sam. 8 Sra. 0an 4amp, 'ravaremos apenas mais al'umas tomadas de

Hn'ulos di%erentes e estar+ dispensada.Satis%eito, !avid concluiu que + podia ir embora. Alice 0an 4amp, com seu depoimento

umano e sincero, convenceria os incr-dulos de que o seq7estro %ora, de %ato, real e que4larisse !e "asse era acima de tudo uma pessoa s-ria, que utili&ava seus dons em bene%ciodo pr*5imo.

A'ora ele compreendia o porqu da relutHncia de Andrea em que a entrevista %osse%eita$ o relato e5i'iu 'rande sacri%cio da parte de Alice.

1ntretanto, não querendo interromper, a'uardou o %inal das %ilma'ens at- que todos

sassem untos. Alice despediu9se de um por um e acompanou9os ã porta.8 Fma muler not+vel, não; 8 comentou Ale5, ao se diri'irem ao carro.8 Nem di'a 8 concordou !avid. 8 Mas voc tamb-m tem uma noiva muito especial.8 >em ra&ão. 8 Dmpaciente, %oi lo'o acendendo um caruto. 8 Mas vea s* quem %ala.Eran&indo as sobrancelas, !avid apoiou9se em seu carro.8 1u e Andrea não temos um relacionamento muito pro%undo.8 Não - assim que 4larisse pensa.8 1 ela aprova esse relacionamento;8 4laro que sim. Por qu; Não deveria; Pouco à vontade, !avid acendeu um ci'arro.

8 Não sei...8 0oc ia me per'untar al'o quando ce'amos. O que -;8 Ale5, 4larisse não - uma pessoa comum. Dsto não o perturba;8 4ertamente que isto me intri'a 8 con%essou, soltando uma ba%orada. 8 Mas o que

sinto por ela supera o problema. 1ncaro o %ato da se'uinte maneira$ ela - uma pessoa comum sentido a mais que as outras. Sei que voc e Andrea estão tendo di%iculdades: 4larissenão sabe 'uardar se'redos.

8 Sim, não tem sido %+cil.8 Sabe qual o problema com os rapa&es de sua idade; @ que se consideram muito velos

para correr riscos e muito ovens para con%iar no impulso. Eeli&mente, + ultrapassei esta%ase + muito.1, com um aceno, a%astou9se, pedindo a Sam que le desse uma carona.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

!avid acava que Ale5 acertara em ceio. >alve& %osse mesmo muito velo para correrriscos. Mas, dei5ando a prudncia de lado, resolveu ir ao encontro de Andrea.

Ap*s um dia di%cil no escrit*rio, Andrea estacionava seu carro absolutamente e5austa.Na verdade, o cansa3o devia9se à sua preocupa3ão com a entrevista de Alice 0an 4amp.!urante toda a tarde não conse'uira parar de pensar na ami'a e em seu depoimento. 4omo

conseq7ncia, parte do trabalo que dei5ara de %a&er a acompanava dentro da pasta.>rancando a porta do carro procurou mais uma ve& convencer9se de que precisava

recuperar seu poder de concentra3ão ou terminaria por perder os clientes.>rocando a pasta de mão, virou9se e deu de cara com !avid.8 Adoro %a&er surpresa 8 ele comentou, pousando9le as mãos nos quadris.Ao mesmo tempo surpresa e satis%eita, Andrea teve vontade abra3+9lo, mas se conteve,

limitando9se a sorrir.8 Bualquer dia ainda vai acabar com uma costela quebrada. Mas o que o tra& aqui oe;

Não esperava v9lo esta noite.8 Al'um problema;8 Não 8 comentou, desli&ando a mão pelos cabelos de !avid. 8 Aco que posso dar um

 eito. 4omo %oram as 'rava3Ges;Astuto, !avid cortou lo'o o assunto que, certamente, poderia dar mar'ens a discussGes.

1 discussão era o que menos queria.8 15celente. 8 4urvando9se apro5imou os l+bios, do pesco3o %ino e delicado,

deliciando9se com a %ra'rHncia suave.Adoro esse seu per%ume.

8 !avid, estamos num local p=blico.8 1u sei 8 a%irmou, displicente, mordiscando9le a orela.8 !avidLAp*s uma tentativa sua de a%astar9se, !avid beiou9le os l+bios de modo apai5onado,

dei5ando9a ainda mais encabulada.8 Não consi'o tir+9la do pensamento 8 con%essou, voltando a bei+9la ainda com mais

vol=pia. 8 s ve&es ce'o a crer que %ui en%eiti3ado de verdade.8 Não di'a nada: vena.8 Mas nunca temos cance de conversar. 8 1ntão, obri'ando9a a encar+9lo, a%irmou

bastante s-rio$ 8 Mais cedo ou mais tarde teremos que %alar sobre nosso relacionamento.1ra isso o que Andrea mais temia, pois sabia que qualquer conversa mais s-ria os levariaao rompimento. Ambos eram muito di%erentes um do outro.

8 !ei5e para depois 8 pediu9le, recostando o rosto em seu peito. 8 Por enquanto,vamos aproveitar estes momentos de pra&er.

1ntre %rustrado e inquieto, ele concordou.8 Por que veio me ver esta noite;8 Porque quero am+9la. Não consi'o permanecer muito tempo lon'e de voc.8 Para mim, isso - o bastante 8 a%irmou, sem saber ao certo se tentava convencer a

ele ou a si pr*pria. 8 0ena, vamos para o meu apartamento.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

CAPITULO XI

1m uno, Andrea tratava dos =ltimos preparativos para o casamento de 4larisse.8 >em certe&a de que quer me audar; 8 inda'ou Andrea, dando a !avid uma =ltima

cance de desistir.8 >eno.  Mas vai demorar para acabar.8 Por acaso est+ querendo se livrar de mim;8 Não.1mbora ele sorrisse, Andrea ainda duvidava que estivesse sendo sincero.8 Al'uma ve& + %e& isso;!istrado, !avid desli&ou as mãos pelos bra3os de Andrea, que usava uma blusa de seda

de man'as compridas. Ali+s, ele + avia notado que as sedas e o per%ume eram o seu %raco.8 Não, mas sempre + uma primeira ve& para tudo na vida. 8 1ntão, vai ter que %a&er

e5atamente o que eu le disser.8 Não con%ia em mim; 8. per'untou, acariciando9le o pesco3o bem de leve.Dnclinando a cabe3a para um lado, ela brincou$8 Ainda não sei se voc - di'no de con%ian3a, mas, dada a circunstHncia, correrei o

risco. Sente9se 8 disse, indicando uma das cadeiras da mesa, 1ntão, apanou um l+pis bem

apontado e le entre'ou. 8 Primeiro, quero que v+ riscando os nomes que eu le der. Os quesobrarem são das pessoas que + con%irmaram a presen3a. !epois, coloque na %rente decada nome o n=mero de pessoas da %amlia, est+ bem; Preciso entre'ar esta lista para obu%e o quanto antes.

8 Parece simples.8 !i& isso porque nunca lidou com um %ornecedor 8 murmurou Andrea sentando9se à

mesa.8 O que - isto; 8 ele quis saber re%erindo9se a uma pila de pap-is que se destacava

das demais pela altura.

8 Pessoas que + mandaram presente. 1 não %a3a ba'un3a. Buando terminarmos estaprimeira etapa, cuidaremos dos convidados que vm de outras cidades. Preciso reservar osapartamentos amanã mesmo.

4urioso, !avid e5aminou as diversas pilas espaladas or'ani&adamente sobre a mesa.8 Pensei que quisessem um casamento simples, sem muita pompa.8 Dsto não e5iste. Perdi duas manãs à procura de uma %loricultura de con%ian3a e

quase uma semana at- encontrar um bu%e que ainda aceitasse se encarre'ar da %esta.!onde se concluir que o melor mesmo - %u'ir para casar. Nada de %estas e catea3Ges.

8 0oc seria capa&;

8 !e qu;8 !e %u'ir para casar.Andrea pendeu a cabe3a para tr+s e deu uma 'ar'alada.

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8 Aco que se um dia eu enlouquecesse e decidisse me casar, pre%eriria um daquelescasamentos r+pidos que se tm em 2as 0e'as.

Eran&indo as sobrancelas, !avid procurou descobrir o si'ni%icado real daquelaspalavras. Seria um aviso;

@ uma solu3ão nada romHntica. 94ombina com meu eito de ser.

8 0oc não - romHntica; 8 inda'ou, incr-dulo, se'urando9le uma das mãos, num 'estoinconsciente de posse.

8 Não 8 con%essou, entrela3ando os dedos aos dele. 8 Romantismo e pro%issionalismonão combinam.

8 1 se estiverem separados;8 O romantismo cria %antasias e nos %a& ima'inar coisas que não e5istem. osto de

ilusGes, mas não na vida real.8 1 do que voc 'osta na vida real; 8 ele per'untou, ao perceber o nervosismo

repentino de Andrea.8 Sucesso 8 a%irmou, numa meia9verdade.8 0oc + se pode considerar uma pessoa bem9sucedida, sua a'ncia - conecida no

pas todo. O que mais;Sua esperan3a era detectar um sinal que %osse, um 'esto qualquer. Pela primeira ve&

!avid sentiu medo de não ser amado.8 1u...A%inal, aonde ele pretendia ce'ar com aquelas per'untas; O interro'at*rio + a

dei5ava con%usa.

8 Buero ter certe&a de que venci por meu pr*prio es%or3o.8 Eoi por esse motivo que se recusou a aceitar Alice 0an 4amp como cliente;8 1la le contou;1ntão, lembrou9se de que não aviam conversado sobre a entrevista de Alice. Ali+s,

Andrea vina desviando do assunto + dias.8 Sim, mencionou o %ato.Pouco à vontade, Andrea pu5ou o bra3o, livrando9se do toque de !avid, que não

conse'uia entender aquele tipo de atitude. !iversas ve&es + tivera a oportunidade deobservar que sempre que conversavam sobre um assunto s-rio ela %icava muito tensa.

8 Eoi muito 'entil da parte dela me procurar quando eu ainda lutava com di%iculdade 8comentou, dando de ombros. 8 Mas sabia que era apenas um 'esto de 'ratidão para commamãe e não quis aceit+9la.

8 Porque o assunto aborrece voc e, para mim, - motivo su%iciente para e5clu9lo."ai5ando os olos, Andrea %i5ou9os nas mãos %ortes de !avid, que se'uravam as suas.

Nunca nin'u-m se o%erecera para %a&er al'o em seu bene%cio. S* 4larisse. A situa3ão eraabsolutamente desconcertante para ela.

8 1u não sei o que di&er.8 Não di'a nada.

Respirando %undo, procurou controlar um pouco a tensão.8 Se 4larisse concordou em %alar sobre o caso - porque ela pre%ere que o se'mentosea rodado.

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8 Mas não estamos %alando sobre 4larisse. 1stamos %alando sobre voc, Andrea. ?+ ledisse uma ve& que não quero mais v9la so%rer por este motivo. 1 - s-rio.

8 Sim, aco que - mesmo. Saber que voc cortaria o se'mento s* por mina causa %a&com que me sinta muito especial.

8 Se eu soubesse, teria le dito antes. 1mocionada, Andrea %e& uma breve pausa e,

então, disse$8 Não, não. 1u me odiaria se soubesse que eliminou este se'mento por mina causa. O

%ato ocorreu + muitos anos, !avid, e + - tempo de eu aprender a lidar com a realidade.8 0oc lida com a realidade bem demais. Sem eito, Andrea se limitou a sorrir.8 !e qualquer %orma, quero que mantena este se'mento no document+rio, com a

promessa de que vai capricar no trabalo.8 4ombinado. Buer ir assistir às 'rava3Ges;8 Não, Ale5 vai estar l+ para %a&er compania a 4larisse8 a%irmou, resi'nada.8 1le - apai5onado por ela.8 1u sei 8 disse, e brincando com o l+pis, acrescentou$8 A cerimCnia deles vai ser linda.!avid sorriu para ela e admirou9a pelo car+ter %orte e pela determina3ão.8 @ melor come3armos a trabalar.!urante duas oras trabalaram lado a lado, a tensão se des%a&endo aos poucos. 2eram

e releram listas de convidados, con%irmaram endere3os e discutiram qual o melor menu aser servido.

Andrea surpreendeu9se com a boa vontade de !avid em aud+9la e, ao terminarem ospreparativos, dele'ou9le a incumbncia de aud+9la a receber os convidados durante a%esta.

8 Se eu precisasse de um empres+rio, daria a pre%erncia H voc, Andrea. Nunca vial'u-m tão or'ani&adoL

8 Dsso - um elo'io; 8 Não e5atamente.8 Eoi o que ima'inei 8 comentou, %itando9o de relance. 8 "em, a'ora s* %alta entre'ar

as previsGes ao bu%e. Obri'ada pela auda, !avid.8 osto muito de 4larisse.

8 1u sei e %ico satis%eita com isso. A'ora, aco que voc merece uma recompensa. 8 1,olando9o com olos marotos, inda'ou$ 8 Al'uma su'estão;8 "em, que tal aquele ca%-;8 @ para +. 0ou prep. .. O, meu !eusL8 Bual o problema; 8 ele quis saber, apanando um ci'arro.8 0ai come3ar a Dla da Eantasia no canal YZ. 1nquanto ela corria para a televisão, ele

balan3ava a cabe3a... incon%ormado.8 1u nunca percebi que voc era viciada nessas boba'ens.8 PsiuL 8 Aliviada ao ver que perdera s* o comecino, sentou9se no so%+. 8 >eno uma

cliente que.. .8 1u sabia...8 1la - muito talentosa. Pena que tenamos conse'uido contrato apenas para quatro

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epis*dios. .. >omara que ela se saia bem.Resi'nado, ele untou9se a Andrea no so%+.8 Mas estes %ilmes não são repetidos;8 1ste aqui, não. Ali+s, este. .. 0eaL 2+ est+ elaL"astante atenta, Andrea acompanava cada 'esto, cada %ala de sua cliente.

Observando9a, !avid concluiu que aquela tamb-m era uma %orma de misturar vidapro%issional com relacionamento pessoal, pois Andrea torcia pela loira na tela como quemtorce por um ami'o em di%iculdades.

8 Pu5a, ela - mesmo e5celente atri& 8 a%irmou Andrea durante os comerciais. 8 4reioque depois deste trabalo não le %altarão propostas.

8 !e %ato, a mo3a trabala bem. 8 Pelo menos nisso eles concordavam. 8 Onde %oi queela estudou arte dram+tica;

8 Susanne nunca estudou arte dram+tica. Fm dia, resolveu apanar um Cnibus e vir aomeu escrit*rio com um porta9%*lio super simples e quase sem e5perincia de trabalo.

8 4ostuma aceitar clientes nesta situa3ão;8 Não. Nestes casos, costumo diri'ir o candidato à sala de Abe que, com seu eito

paternalista, acaba convencendo o candidato a desistir.8 1ntendo. Mas com esta9 %oi di%erente.8 Sim. %oi. Susanne plantou9se na recep3ão durante dois dias, at- que, por %im, resolvi

receb9la. No primeiro instante em que a vi, eu soube que ela venceria. Soube pore5perincia, não por... 8 4alando9se, deu a entender que não %ora por causa de seus donsque avia resolvido empresariar a 'arota. 8 Susanne tina 'arra e -, sem d=vida, muito

bonita. Na primeira semana ela visitou diversos diretores, at- que o desta s-rie seinteressou por ela.8 1la deve ser mesmo coraosa para ter9se plantado durante dias numa das a'ncias

mais %amosas de Ioll#6ood.8 Sem determina3ão, não se ce'a a lu'ar al'um.8 Eoi esta a causa do seu sucesso, Andrea;8 Sim, em parte 8 con%essou, recostando a cabe3a no ombro dele. 8 Não me di'a que

acredita em sorte.. .8 Não. No come3o pensava que era s* uma questão de trabalar bastante, mas, com o

tempo, vi que - preciso cora'em.!epois que se completa um document+rio que se torna um sucesso, - preciso reiniciartudo outra ve&.

8 @. .. me parece bem di%cil 8 %alou Andrea, aconce'ando9se a ele. 8 1 por que voccontinua neste ramo;

8 Porque toda ve& que assisto a um pro'rama meu na televisão - como se eu 'anasseum presente de Natal.

8 Sei como se sente. Eui uma ve& à entre'a do Oscar, quando dois de meus clientesiam concorrer. 1mbora meu nome nem aparecesse, %iquei or'ulosa de ter contribudo com

o sucesso. 8 1ntão, suspirando, acrescentou$ 8 1u nunca me preocupei com a %ama, senãoestaria trabalando do outro lado das cHmeras. 1 voc; ?+ quis ser %amoso;8 Não, quero apenas que meu trabalo sea reconecido.

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8 Mas nin'u-m duvida do seu talento como produtor. 1 não di'o isto porque... 8 J...oamoJ, completou mentalmente.

8 .. .por causa de nosso relacionamento 8 ela %alou, temendo que !avid percebesse oque le passara pela cabe3a,

8 Obri'ado.

!e repente, sur'iu um brilo intenso nos olos de Andrea que !avid não soube e5plicar.8 Na verdade, nunca tive vontade de produ&ir para o cinema 8 con%essou. 8 Pre%iro

lidar com a realidade do dia9a9dia e, nas telas, s* + lu'ar para a %antasia.8 Não - verdade. Ou3a, teno um roteiro que... 8 Andrea. . .8 !avid, por %avor, me ou3a. S* um minuto.>entando impedi9la de continuar, !avid deitou sobre Andr-a no so%+.8 Pre%iro brincar com a sua orela.8 Pode brincar quanto quiser, mas s* depois que me escutar.8 Mais um acordo;1r'uendo9se um pouco, !avid encarou9a e viu o brilo entusiasta que le iluminava o

olar.8 Bue roteiro; 8 quis saber, vendo9a sorrir, satis%eita.8 ?+ trabalei certa ve& com eor'e Stei'er, sabe quem -;8 Sim, + nos conecemos. @ um escritor e5celente.8 Pois bem, ele acaba de escrever seu primeiro roteiro que, por acaso, veio parar em

minas mãos.8 Por acaso;

Na verdade, %ora uma troca de %avores entre ela e o escritor, mas Andrea decidiu queisso não vina ao caso.8 Não importa. @ lindo, !avid. >rata da ist*ria dos ndios ceroees vista atrav-s dos

olos de uma crian3a. Não se trata apenas de um bom roteiro: - uma ist*ria real,comovente. Por que não tenta;

Se'undo !avid, Andrea daria uma e5celente vendedora, pois sabia como persuadir ocliente a levar sua mercadoria.

8 Mesmo que eu aceitasse, voc aca que Stei'er ia me querer como produtor;8 Por acaso eu disse a ele que o conecia.

8 Mais um acaso;8 Sim 8 a%irmou, desli&ando as mãos at- os quadris estreitos de !avid. 8 1le + viudiversos trabalos seus e conece sua reputa3ão. Stei'er est+ em busca do produtor certo.

8 1;!istraidamente, Andrea acariciou9le as costas, bem deva'ar.8 "em, ele me pediu que comentasse com voc a este respeito. Mas de modo bem

in%ormal.8 Sem d=vida que este - um modo in%ormal 8 murmurou, pressionando9a mais com seu

peso. 8 1st+ %alando como empres+ria;

8 Não 8 disse, muito s-ria, se'urando9le o rosto entre as mãos. 8 4omo ami'a.A resposta sincera tocou9o %undo no cora3ão.8 1 então; 0ai ler o roteiro;

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!avid beiou9le uma das %aces, depois a outra, como a vira %a&er com 4larisse diversasve&es, numa demonstra3ão de carrino. 1sperava que ela compreendesse a inten3ão de seu'esto.

8 Aco que voc poderia me conse'uir uma c*pia.8 Por acaso trou5e uma comi'o para casa. 8 Eeli&, lan3ou9le os bra3os em torno do

pesco3o. 8 0oc vai adorar. 1u o li inteiro, numa noite s*: não conse'uia lar'ar.8 Neste caso, pre%iro que voc me entre'ue mais tarde.., 8 disse, beiando9le o

pesco3o. 8 >eno al'o mais ur'ente a %a&er antes.A%undando o rosto nos cabelos dourados de Andrea, mordiscou9le a orela,

provocando9a. 1m resposta, ouviu de seus l+bios um 'emido bai5ino que o e5citou aindamais.

8 4omo eu te quero, Andrea.Abra3ando9o com mais %or3a, Andrea sorriu, num convite.8 1u tamb-m te quero muito, !avid. Ea3a amor comi'o... Satis%eito, ele beiou9le os

l+bios com muita calma mas com pai5ão: um beio intenso que a %e& suspirar. 1ntão,desli&ando a boca, percorreu9le o pesco3o at- insinuar a ln'ua entre os seios que aabertura da blusa dei5ava entrever.

!eva'ar desabotoou9le um por um os botGes e abriu9le o sutiã rendado, e5pondo osseios rosados. Acariciando9os, observou os mamilos se intumescerem sob seu toque,mordiscando9os de leve. Andrea 'emeu de pra&er e arqueou ainda mais o corpo, numaentre'a irresistvel.

Sem perda de tempo, !avid audou9a a se livrar do resto das roupas e, em se'uida,

despiu9se. 4aminando at- o interruptor, apa'ou as lu&es da sala e desli'ou a televisão,vindo untar9sea ela no so%+.Apro5imando9se, admirou9le o corpo per%eito e deitou9se sobre ela, deliciando9se com

a macie& de sua pele sedosa.!esli&ando9le as mãos pelos quadris, escorre'ou9as at- as co5as. Procurando

proporcionar9le ainda mais pra&er, !avid e5plorou9le as re'iGes mais ntimas commovimentos ritmados que a levaram ao delrio.

Dncapa& de conter9se por mais tempo, ele, então, possuiu9a com delicade&a, at- que

alcan3assem o clma5. Ambos adormeceram, os corpos ainda entrela3ados.Mais tarde, ao despertar, !avid comentou$8 !aqui a pouco vamos acabar dormindo aqui mesmo no so%+.8 Não me importo.Para ela, aqueles momentos de intimidade eram muito 'rati%icantes e poderiam durar

uma eternidade.8 1stive pensando em que poderamos %acilitar muito mais as coisas para n*s mesmos.8 Dndo para a cama; 8 inda'ou, tocando9le os cabelos revoltos.8 Não e5atamente. Pensei em al'o mais.. . duradouro. 8 4omo di&er9le que 'ostaria

de t9la morando consi'o; 8 >oda ve& que queremos passar a noite untos - uma correria.8 Não me incomodo. osto de estar com voc.Mas !avid se incomodava e, quanto mais 'ostava de estar com Andrea, menos apreciava

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a correria que cada encontro acarretava. Ao sair do escrit*rio, tina que passar em suacasa, apanar uma muda de roupa para o dia se'uinte e todos os seus obetos pessoais.

Mas, se le dissesse a verdade, se le dissesse que a amava e a queria consi'o, comoAndrea iria rea'ir; >alve&, assustada, simplesmente o abandonasse, pondo um %im àquelerelacionamento. Não, ainda não se considerava apto a correr tal risco. 4auteloso, resolveu

abordar o assunto pelo lado pr+tico.8 Ainda assim, creio que poderamos arranar melor nossos encontros.Andrea abriu os olos e moveu9se um pouco, + inquieta.8 !e que eito;8 Seu apartamento %ica mais pr*5imo da cidade e... 8 Sim, e da;Os olos a&uis + aviam perdido o brilo sonador de quando se amavam e !avid + se

arrependia de ter tocado no assunto.8 S* trabalamos de se'unda a se5ta e mina casa, por outro lado, - *tima para se

passar o %im de semana. Me parece bastante ra&o+vel que mor+ssemos aqui durante asemana e pass+ssemos o s+bado e o domin'o nas montanas.

Andrea não respondeu: sua mente %ervilava com in=meras id-ias e medos. O que !avidle propuna não era uma simples solu3ão para um problema como %a&ia crer, mas, sim,um :compromisso.

8 1st+ propondo que moremos untos;Sua %isionomia impassvel e o tom impessoal de vo& não permitiram a !avid dedu&ir o que

le ia no ntimo.8 @ basicamente o que + estamos %a&endo, não;

8 Não. >emos apenas dormido untos.1le teve vontade de sacudi9la at- que Andrea entendesse o que estava tentando ledi&er. 4omo %a&9la en5er'ar a realidade;

No entanto, reprimindo este mpeto, sentou9se no so%+ e come3ou a se vestir.Subitamente descon%ort+vel, Andrea apanou a blusa e colocou9a.8 0oc %icou cateado, não -;8 !i'amos que eu esperava outra rea3ão de sua parte.8 Mas, !avid, eu ainda nem tive tempo de pensar no assunto.Eurioso, ele voltou9se para encar+9la, %u&ilando9a com o olar.

8 Se ainda precisa de tempo para pensar - sinal de que não est+ interessada.8 Ora, voc não est+ sendo usto.8 Não, não estouL 8 disse, %icando de p-, consciente de que precisava sair dali antes

que %alasse demais. Mas + estou cansado de ser usto com voc.8 !iabosL 8 !e p-, ela o encarou. 8 !e repente voc ce'a e me propGe para

morarmos untos e, s* porque pe3o tempo para decidir, voc + perde a pacincia. Dsto -ridculo.

8 Me tornei ridculo desde que comecei a sair com voc. Dmediatamente, ele searrependeu do que acabara de di&er.

1mbora soubesse que aquele era o momento certo para sair dali, !avid não o %e&:se'urou9a pelos bra3os com %or3a, %or3ando9a a encar+9lo.8 0oc não entende; Buero mais do que uma noite de se5o com voc, Andrea. 1stou

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

%arto destes encontros clandestinos quando nosso or+rio de trabalo permite.Dndi'nada, ela se a%astou.8 0oc %a& com que me sinta uma. ..8 Não 8 protestou sem se apro5imar dela. 8 1stou apenas retratando a verdade.Andrea sempre soubera que, um dia, aquele relacionamento iria acabar. Apelando para

seu or'ulo, endireitou9se e a%irmou$8 Não sei o que voc quer de mim.1ncarando9a, !avid percebeu a batala que ela travava contra as l+'rimas.8 Não, não sabe mesmo. 1 - e5atamente este o problema. !ito isto, ele a dei5ou antes

que dissesse al'o do qual se arrependesse para sempre.

CAPITULO XII

Muito nervosa, Andrea supervisionava a coloca3ão de cadeias dobr+veis no ardim dacasa de 4larisse. Recontando9as, certi%icou9se de que o n=mero de lu'ares estava correio e,então, veri%icou a disposi3ão das mesinas prote'idas por 'uarda9s*is coloridos.

1nquanto os empre'ados do bu%e se ocupavam dos =ltimos preparativos na co&ina, a%lorista com suas duas assistentes espalavam pequenos arranos em pontos estrat-'icos.

4ompostos por uma orqudea cercada de pequenas %lores coloridas, os vasinosemprestavam uma atmos%era ainda mais ale're à ocasião.>udo corria con%orme o previsto.Parada ali, sob o sol da manã, Andrea deseou ter outra coisa em que pensar. Mas os

preparativos, + no %inal, não requeriam mais sua presen3a.Sua mãe estava prestes a se casar com o omem que amava, a prepara3ão da %esta ia

bem e Andrea nunca se sentira tão in%eli&. >ina vontade de estar em casa, com portas e anelas %ecadas, debai5o das cobertas. Não %ora !avid que le dissera, certa ve&, que aautopiedade não levava a nada;

"em, ele a'ora sara de sua vida, lembrou9se. A separa3ão + durava duas semanas. Mastanto melor.Sem !avid por perto para con%undir9le as emo3Ges, estava dedicando mais tempo ao

escrit*rio e ce'ara a considerar at- a possibilidade de admitir mais al'uns %uncion+rios,tal o volume de trabalo.

Ali+s, dado ao ac=mulo de a%a&eres, corria o risco de ter que cancelar as duas semanasde %-rias no 4aribe. 1stava à beira de %ecar dois contratos milion+rios que e5i'iam suapresen3a em 2os An'eles.

Ser+ que ele viria ao casamento;

Por que continuava a pensar nele; A%inal, !avid a dei5ara sem maiores e5plica3Gese5atamente no instante em que ela procurava manter9se %iel ao acordo que aviamestabelecido.

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Sem Promessas, sem compromissos Nora Roberts

!avid sara do apartamento batendo a porta atr+s de si e nunca mais le tele%onara.Buantas ve&es lutara contra a vontade de le tele%onar.. . Num certo dia, ce'ara

mesmo a tentar, mas não o encontrou em casa. Aonde teria ido; Não era do seu estilo sairpela noite.

Buantas noites sonara com ele... Assustada, sentava9se na cama certa de encontr+9lo a

seu lado.Mas a'ora estava tudo acabado. Eora apenas uma -poca boa de sua vida que,

in%eli&mente, não teve o %inal esperado. Pena.!e repente, percebeu que um dos empre'ados precisava de auda e, satis%eita por

distrair9se, %oi at- l+.Ao entrar na co&ina, deparou com o co&ineiro preparando um dos pratos principais,

enquanto 4larisse, sentada à mesa vestida num robe, e5traa9le al'uns se'redinosculin+rios.

8Mamãe, voc não devia estar se aprontando;Muito tranq7ila, 4larisse acariciou o 'ato que se enrolara em seu colo.8 A, ainda tem tempo.8 Fma muler nunca tem tempo su%iciente para se preparar no dia do casamento.8 O dia est+ mesmo lindo, não; Sei que - boba'em considerar isto como um bom

press+'io, mas aco que tudo vai dar certo.8 0oc tem o direito de considerar qualquer coisa como press+'io.A meio camino da ca%eteira, Andrea mudou de id-ia e, em ve& de servir9se, abriu a

'eladeira, pre%erindo uma ta3a de campane. A%inal, não era todo dia que uma %ila

preparava o casamento da pr*pria mãe.8 0ena, eu audo voc a se vestir.Antes de subirem, Andrea passou pela sala e apanou duas ta3as para levar consi'o,

 unto com a 'arra%a.8 Não sei se devo come3ar a beber desde + 8 disse 4larisse. 8 Não quero %icar tonta.8 Pois devia %icar 8 opinou Andrea, sentando9se na cama de casal de 4larisse. 8 Ali+s,

n*s duas deveramos %icar li'eiramente altas. 1 melor do que %icarmos nervosas.8 Ora, mas não estou nem um pouco nervosa 8 disse 4larisse com um riso pl+cido nos

l+bios.

Andrea abriu o campane: a rola voou pelos ares.8 >oda noiva %ica nervosa. At- eu, que não teno nada a ver com isto, + estou.8 Mina %ila. 8 4larisse apanou uma das ta3as, + servidas. 8 0oc não deve se

preocupar comi'o.8 Não posso evitar, mamãe 8 con%essou, beiando9le as %aces. 8 1u te amo.4omovida, 4larisse se'urou9le as mãos.8 Sinto o maior or'ulo de voc, %ila. At- oe s* me deu ale'rias.8 Mamãe, eu não s* te amo como tamb-m te adoroL 9 Obri'ada, querida. 8 Sentindo9le

as mãos %rias, disse 9 Mas me di'a o que est+ acontecendo.

Não era preciso ser paranormal para saber que 4larisse se re9%eria a !avid. Apoiando ata3a no criado9mudo, Andrea levantou9se.

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8 Não temos tempo a perder, mamãe. 0oc precisa se..,8 0ocs discutiram e sinto que est+ ma'oada. Suspirando %undo, Andrea voltou a

sentar9se.8 1u sempre soube que, um dia, tudo ia terminar, e + estava preparada.8 Mesmo; 8 "alan3ando a cabe3a, 4larisse tomou um 'ole de campane e voltou9se

novamente para a %ila. 8 Por que motivo tem tanta di%iculdade em aceitar carino deoutras pessoas; 15ceto de mim. Ser+ que criei voc de modo errado;

8 Não, absolutamente. @ apenas meu eito de ser. !e qualquer %orma, !avid e eu. ..>udo não passou de uma pai5ão que acabou.

4larisse meditou sobre o assunto.8 Mas voc o ama.Se estivesse na presen3a de outra pessoa, Andrea ne'aria a verdade, mas com sua mãe

podia se abrir,8 Dsto - problema meu e estou procurando en%rent+9lo do melor modo possvel. 8

1ntão, sentindo que %raqueava, resolveu mudar de assunto. 8 Mas, num dia como este, nãodevemos discutir estas coisas.

8 Num dia como este quero ver mina %ila %eli&. Na sua opinião, o que - que !avidsente por voc;

Andrea sempre se esquecia de que 4larisse era teimosa e determinada.8 Atra3ão. 4reio que ele se interessou por mim porque não me entre'uei lo'o de incio.

1, nos ne'*cios, est+vamos em p- de i'ualdade.8 Per'untei quais os sentimentos dele 8 repetiu, diante da resposta evasiva.

8 Não sei 8 con%essou, er'uendo9se. 8 1le me desea. !eseava. Eormamos um parper%eito na cama, mas aco que !avid queria mais... 1le 'ostava de me interro'ar, me%a&er pensar.

8 1 voc não queria.8 Não 'osto de me sentir e5aminada, vasculada. Sentada, 4larisse observou9a andar

de um lado para outrodo quarto, bastante a'itada. Buanta emo3ão arma&enada em seu ntimo... Por que

Andrea não se abria de ve&;8 >em certe&a de que era este o intuito de !avid ao le %a&er tantas per'untas;

8 Não teno certe&a de nada. S* sei que ele - do tipo e5tremamente l*'ico, que 'ostade investi'ar a %undo tudo o que le interessa.8 Al'uma ve& parou para pensar que era por voc que ele se interessava, não pelo seu

corpo;8 Não importa, est+ tudo acabado. Ambos ce'amos à conclusão de que um

compromisso mais s-rio est+ absolutamente %ora de questão.8 Por qu;8 Porque não - o que ele. . . o que n*s queremos. Ei&emos um acordo desde o come3o.8 O que deu incio à discussão;

8 1le su'eriu que mor+ssemos untos.8 "em, para al'uns esta - uma %orma de compromisso.8 Mas, para n*s, era apenas uma questão de convenincia. 8 Seria o motivo que a

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ma'oara; 8 Pedi um tempo para pensar e ele %icou bravo. Muito bravo mesmo.8 1le %icou ma'oado. 8 1, antes que Andrea pudesse protestar, acrescentou$ 8 O

or'ulo %e& com que vocs dois se %erissem mutuamente.A a%irma3ão a dei5ou transtornada. Nunca avia parado para pensar no que %i&era.8 1u não quis %erir !avid. Buis apenas. . .

8 Se prote'er 8 completou 4larisse. 8 Muitas ve&es uma coisa leva a outra. Buando seama al'u-m de verdade temos que correr al'uns riscos.

8 Aca que eu deveria procur+9lo;8 Ea3a o que seu cora3ão mandar.8 Parece tão simples.8 Mas - a coisa mais apavorante do mundo, %ila. Sentando9se novamente, Andrea

recostou a cabe3a no ombro de 4larisse.8 O, mamãe, e se ele não me quiser;8 0oc vai corar, vai so%rer e, depois, vai recoler os restos espalados pelo cão e

tocar a vida para a %rente. Sei que - %orte o bastante para superar qualquer crise, minamenina.

Apanando a sua ta3a, Andrea er'ueu um brinde.8 A que brindaremos primeiro;Ap*s uma pausa para meditar, 4larisse a%irmou, bastante convicta$8 esperan3a, que sempre nos auda a viver.

Andrea trancou9se no quarto que sua mãe mantina reservado para ela, desde que se

mudara para l+. >alve& %osse boa id-ia passar a noite ali depois que a %esta acabasse, osnoivos partissem em lua9de9mel e tudo %icasse tranq7ilo.Buando a noite casse tra&endo consi'o o silncio, poderia pensar melor sobre o que

le acontecia e, quem sabe, reunir cora'em para no dia se'uinte se'uir o conselo de4larisse.

!entre tantas d=vidas que le ocorriam, Andrea tina apenas uma certe&a$ ela o amava.1, se por este motivo tivesse que correr al'uns riscos, não se importaria.

1ndireitando os ombros se apro5imou do espelo e observou a pr*pria ima'em re%letida.A pedido de 4larisse escolera um vestido bem romHntico como + muito não usava. 1ra

todo em renda a&ul9clara com %orro do mesmo tom em seda. A 'ola alta subia at- o pesco3oe a saia %arta descia at- os torno&elos.O modelo não %a&ia seu estilo abitual, mas Andrea teve que admitir a si mesma que se

sentia muito bem vestindo al'o tão delicado. Apanando o pequeno arrano de %lores queusaria, ima'inou qual seria a sensa3ão de se preparar para viver para sempre com o omemamado.

Fma noiva devia sentir o mesmo arrepio na espina que ela mesma sentia a'ora, s* aoima'inar. !evia ser uma esp-cie de verti'em num misto de e5cita3ão e ansiedade.

15perimentando todas estas sensa3Ges, Andrea apoiou9se na cCmoda.

Seria uma premoni3ão; "alan3ando a cabe3a, procurou a%astar a id-ia absurda de suamente e, ao consultar o rel*'io, constatou que + era mais do que ora de estar prontaspara receber os convidados.

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Os %ilos de Ale5 %oram os primeiros a ce'ar. Andrea os conecera na v-spera, quando%oram todos antar untos, e ainda se sentia pouco à vontade na presen3a deles.

1m pouco tempo de&enas de convidados come3ariam a ce'ar.8 AndreaL4aminando pelo 'ramado, Ale5 veio ao seu encontro.

8 0oc est+ linda.Muito bem vestido, Ale5 e5ibia a ele'Hncia e o carme de sempre.8 1spere s* at- ver a noiva.8 1stou mesmo ansioso por t9la aqui comi'o para receber os convidados. 4omo sabe,

costumo %alar para milGes de pessoas todas as noites no notici+rio, mas isto aqui - muitodi%erente.

8 1stou mesmo ansioso por t9la aqui comi'o para receber em tom brincalão,aeitando9le a 'ravata9borboleta. 8 Por que não toma um aperitivo e rela5a um pouco;

8 >em ra&ão, aco que - isso que vou %a&er.Andrea o observou caminar em dire3ão à mesa onde estavam as bandeas com os copos

e, ao voltar9se, deparou com !avid.Parado à entrada do ardim, tina os cabelos revoltos pelo vento morno da manã

ensolarada.4om o cora3ão + acelerado, Andrea se per'untava se a surpresa le a'radava ou não.!avid não se apro5imou e, ao perceber que deveria dar o primeiro passo, Andrea

apertou com %or3a o pequeno arrano de %lores que tra&ia nas mãos.Para !avid, Andrea mais parecia um ano com seu vestido %luido e delicado.

O vento que arrastava consi'o o per%ume das %lores a'itava9le a saia %arta numacarcia. Observando9a apro5imar9se, todas as oras so%ridas que passara durante aquelasduas semanas vieram9le à mente.

8 Eico %eli& que tena vindo.At- aquela manã, ele estivera determinado a não ir, mas, ao dar9se por si, + se avia

vestido.8 Pelo visto, as coisas estão correndo con%orme o previsto. 1st+ tudo muito bonito.Não, nada corria con%orme o previsto. . .8 A cerimCnia est+ para come3ar. >ão lo'o os =ltimos convidados se acomodem, irei

buscar 4larisse.8 !ei5e os convidados por mina conta, Andrea.8 Não precisa se incomodar, eu. ..8 1u prometi.8 Sua resposta a dei5ou sem ar'umentos. 8 Obri'ada. 4om licen3a.1ntrando em casa, %oi para o seu quarto para se recompor antes de en%rentar 4larisse.

Ao som da pequena orquestra que tocava sobre um tablado armado a um canto do ardim, Andrea ocupou seu lu'ar. 1ntão, olando para Ale5, sorriu encoraadora.

Aos primeiros acordes da marca nupcial, 4larisse sur'iu à porta.0estida num lon'o de seda rosa que le ressaltava a pele clara, atravessou a passadeira,tendo os olos %i5os em Ale5.

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Os convidados se levantaram e Andrea notou que o noivo estava embevecido.Ambos deram9se as mãos e a cerimCnia teve incio.A pedido da noiva, tudo %oi muito r+pido, resumindo9se ao mnimo essencial.4om o cora3ão apertado e uma incrvel sensa3ão de perda, Andrea assistiu à promessa

de sua mãe de se manter sempre %iel ao marido.

>endo os olos rasos de +'ua, abriu os bra3os para abra3ar a noiva.8 O, mamãe, quero que sea muito %eli&.8 ?+ sou, querida. 1 voc tamb-m ser+.1, antes que Andrea pudesse di&er mais al'uma coisa, 4larisse se a%astou, sendo

imediatamente abra3ada pelos %ilos de Ale5.Iavia providncias a serem tomadas e Andrea pre%eria manter9se ocupada: isto a

audaria a se controlar emocionalmente. 1m poucas oras poderia %icar so&ina, mas porenquanto precisava sorrir, o que a %a&ia sentir9se uma per%eita idiota.

Ap*s todos os cumprimentos, !avid se apro5imou da noiva$8 4larisse, voc est+ linda.8 Obri'ada, !avid, estou satis%eita que tena vindo. 1la precisa tanto de voc.8 Ser+;Suspirando, 4larisse se'urou9le as mãos com muito carino.8 Mas - claro que sim. 0+, %ale com ela, Andrea sabe melor que nin'u-m como

dis%ar3ar os sentimentos.8 1st+ bem, eu irei.8 <timo. A'ora, sirva9se. Os pratos estão deliciosos.

8 Eelicidade, 4larisse. "eiando9le as %aces, !avid se a%astou.Andrea estava absolutamente e5austa. A orquestra tocava para al'uns casais que

dan3avam e o campane era servido à vontade. O bolo imenso %oi cortado pela noiva, queer'ueu um brinde aos presentes.

8 4reio que 'ostaria de saber que me comuniquei com Stei'er e acabo de ler oroteiro. 8 Apro5imando9se, !avid mantina os olos %i5os nos pares que dan3avam. 8 @%ascinante.

Se ele pre%eria %alar sobre ne'*cios, tanto melor.

8 1 então; 0ai produ&i9lo;8 1stou pensando ainda. >eno uma reunião com Stei'er se'unda9%eira.8 Bue bomL 8 e5clamou, sem esconder a satis%a3ão. 8 0ai dar tudo certo, teno

certe&a.8 Se %or assim, voc ter+ sido a respons+vel pelo sucesso. 8 Eico contente.8 Não dan3o uma valsa desde os tre&e anos 8 ele comentou, se'urando9a pelo cotovelo.

8 Mina mãe, naquela -poca, me obri'ava a dan3ar com mina prima.4ondu&indo9a para unto dos outros casais, comentou$8 0oc est+ tensa.

Procurando não pensar na sensa3ão a'rad+vel de t9lo unto de si, Andrea concentrou9seno ritmo da m=sica.8 @ por causa da %esta. Buero que tudo saia per%eito.

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8 Não tem que se preocupar mais com isso. A %esta est+ sendo um sucesso.4larisse dan3ava com Ale5 como se não ouvesse nin'u-m mais a sua volta.8 Não, não teno que me preocupar 8 a%irmou, suspirando. 8 Mas sinto como se

tivesse perdido mina mãe.8 4om o tempo esse sentimento vai passar. Num 'esto carinoso, ele beiou9le a

testa.>anta 'entile&a a dei5ou absolutamente sem de%esa.8 !avid 8 disse, er'uendo o rosto para %it+9lo. 8 Senti muito a sua %alta.1ra di%cil para ela revelar seus sentimentos. Ao %a&9lo, des%e&9se do pouco or'ulo

que ainda le restava.!avid abra3ou9a com mais %or3a.8 Andrea. ..  Por %avor, não di'a nada. S* queria que voc soubesse.  Precisamos conversar.1la + ia concordar quando %oi anunciado ao micro%one que todas as mo3as solteiras

deveriam se aprontar, pois a noiva iria o'ar o buqu.8 0ena, Andrea 8 disse uma ami'a, pu5ando9a pela mão. 8 0amos ver quem ser+ a

pr*5ima.Andrea se'uiu a mo3a sem vontade: precisava conversar com !avid. Sabia que sua

%elicidade estava em o'o.Olando para tr+s, na dire3ão de !avid, de repente Andrea s* teve tempo de er'uer o

bra3o para se prote'er do buqu, que le caiu na cabe3a.

1mbara3ada, a'radeceu os cumprimentos e votos de %elicidade.8 Mais um sinal; 8 inda'ou 4larisse, beiando9a.8 Sinal de que voc tem boa pontaria. 8 4urvando9se,a%undou o rosto entre as %lores, aspirando9le o per%ume. 8 0oc deveria 'uard+9lo.8 Nada disso. At- lo'o, mina %ila, estarei de volta dentro de duas semanas.Ap*s um abra3o apertado, os noivos despediram9se de todos e saram em via'em de

n=pcias.Os =ltimos convidados partiram no %inal da tarde e, aproveitando aquele momento de

silncio, !avid abra3ou9a.

15austa %sica e mentalmente, Andrea não o reeitou, limitando9se a aproveitar aom+5imo a prote3ão daqueles bra3os %ortes.8 Andrea, por que não dei5amos o or'ulo de lado e admitimos a verdade; Não d+ mais

para esconder.1r'uendo o rosto + banado pelas l+'rimas, ela o %itou.8 O, !avid, eu te amo tanto. 0ou precisar muito de voc.. Me perdoe...8 1u - que devo le pedir perdão. A'i como um imbecil, dei5ando voc numa %ase tão

di%cil. Mas, no %undo, sabia que s* o tempo a %aria ver que não + como %u'ir à realidade.Aco que te amei desde o primeiro instante em que nos vimos. >emerosa, arriscou$

8 0oc ainda quer morar comi'o;8 Não, creio que não.A reei3ão doeu9le %undo no peito e a %e& querer %u'ir dali, desvencilar9se daquele

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abra3o. Mas !avid a impediu.8 Por %avor, me dei5e em pa& 8 implorou9le, + sem um tra3o de or'ulo.8 Não quero mais morar com voc, Andrea. Buero me casar com voc.1mocionada, Andrea deu va&ão às l+'rimas, que le correram abundantes pelo rosto.8 O, !avid, esperei tanto por este momento. ..

8 Não mais do que eu, querida. . .

E D M

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