pg. 1
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
Pós Graduação - Lato Sensu - EAD Curso: Formação de Professores para o Ensino Superior
Módulo II
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO:
O TRABALHO MONOGRÁFICO
UNIDADE II
Metodologia de Estudo: Instrumentos para a Produção da Ciência
MAIO, 2008
Prof. Diogenes Nielsen Júnior, M.Sc.
Profa. Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, Dra.
pg. 2
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Metodologia de Estudo: Instrumentos para a Produção da Ciência
INTRODUÇÃO
A metodologia de estudo pressupõe o mínimo de organização, uma vez
que o tempo dispensado aos estudos é reduzido e, portanto, é necessário organizar
o tempo disponível para um bom aproveitamento dos estudos. É necessário criar um
ritmo de estudo e seguir rigorosamente o horário de estudo. O processo de
aprendizagem parte do geral para o particular. É indicado que primeiramente sejam
consultadas as obras de assuntos genéricos e gradativamente passar para a leitura
de trabalhos específicos sobre o tema escolhido. Atenção especial deve ser dada à
forma de armazenamento do material coletado que será utilizado na redação do
trabalho. Outro elemento essencial, para complementação dos dados a serem
utilizados além do bibliográfico, é a coleta e seleção de dados a partir da realidade a
ser estudada e problematizada. Em ambos os casos, seja organização sistemática
da leitura seja a organização sistemática dos dados coletados, não se deve confiar
na memória, deve-se registrar tudo que leu, ouviu e descobriu. A seguir, vamos
apresentar algumas possibilidades de registro e alguns instrumentos possíveis de
serem aplicados na produção do conhecimento científico, ou seja, da Ciência.
LEITURA E PROCESSO DE LEITURA
“Quem não sabe ler cientificamente as obras escritas tampouco saberá tomar boas anotações” (Cervo, Bervian, 2002, p. 96).
Para Luckesi (1987, p. 136), o texto “mediatiza leitor e mundo. Ele serve
de intermediário elucidativo entre leitor e realidade. Se um texto não nos auxiliar a
entender a melhor o mundo, ele nada fez; não cumpriu o seu papel”.
A produção do conhecimento científico deve partir da premissa de que o
pesquisador tem conhecimento do que foi produzido e do que a Ciência produziu em
relação ao objeto escolhido para a pesquisa. Desta forma, um dos principais
instrumentos para se ter este conhecimento é a leitura. Esta leitura deve ser feita a
partir de um levantamento bibliográfico sobre o objeto em questão. O pesquisador
pg. 3
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
deve buscar um levantamento bibliográfico temático e localizar fontes de
informações sobre o tema a ser pesquisado. Após uma seleção prévia, deve iniciar o
processo de leitura.
A pesquisa bibliografia abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema do estudo,
desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, monografias e tese até meios de
comunicação como rádio e gravações audiovisuais.
A finalidade é colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto inclusive conferências
seguidas de debates que tenham sidos transcritos
por alguma forma, quer publicadas ou gravadas
(Lakatos, 2002).
Fonte: Microsoft Media Gallery
Segundo Fachin (2006), as fontes primárias são constituídas pela
bibliografia que propicia o embasamento teórico do assunto pesquisado, ou seja, é a
bibliografia básica para aquele assunto. As fontes secundárias, por sua vez,
compreendem a bibliografia complementar, ou seja, aquela que serve de apoio para
o assunto estudado.
Todo tipo de estudo deve, primeiramente, ter o apoio e o respaldo da
pesquisa bibliográfica, mesmo que o estudo se baseie em outro tipo de pesquisa,
seja de campo, documental ou outra, pois a pesquisa bibliográfica tanto pode
conduzir um estudo em si mesmo quanto constituir-se em uma pesquisa preparatória
para outro tipo de pesquisa (Cervo & Bervian, 2002).
Uma das etapas da pesquisa bibliográfica é o levantamento dos livros,
periódicos, em geral, revistas. Artigos de periódicos que abordam temários da
atualidade são considerados de suma importância para um grupo de leitores, pela
natureza das informações.
pg. 4
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Segundo Cervo e Bervian (2002), a leitura pode ser
feita para formar-se, distrair-se ou para informar-se.
Desta forma, podemos classificar a leitura em:
formativa, de distração e informativa. Iremos nos
aprofundar na leitura informativa que nos fornece
dados ou informações que são utilizadas na
produção de trabalhos que visam responder
Fonte: Microsoft Media Gallery questões específicas. Importante lembrar: para que
ela seja, de fato, informativa deve-se ter em mente os objetivos da pesquisa. A
leitura informativa é composta por 4 fases que serão apresentadas a seguir:
PRÉ-LEITURA: A pré-leitura tem como objetivos: auxiliar o pesquisador na seleção
de documentos que contêm dados que poderão ser utilizados na fundamentação do
trabalho a ser realizado e fornecer uma visão global do assunto focalizado.
Quando se trata de livro, deve-se percorrer o capítulo introdutório e o final;
quando se trata de um capítulo de livro, deve-se ler o primeiro e o último parágrafo.
Em se tratando de revistas semanais ou jornais, geralmente as idéias principais se
encontram no titulo do artigo e das partes, mas quando se trata de artigos científicos
deve-se ler o artigo na integra para uma boa compreensão do assunto (Cervo,
Bervian, 2002).
LEITURA SELETIVA: Selecionar é eliminar o dispensável para fixar-se no que
realmente é interessante. Para que se possam selecionar os dados e informações é
indispensável definir os critérios de seleção, no caso, os objetivos do estudo.
LEITURA CRÍTICA OU REFLEXIVA: É a fase de estudo, a fase de reflexão que
envolve análise, comparação, diferenciação, síntese, julgamento e apropriação das
informações lidas e selecionadas.
LEITURA INTERPRETATIVA: Nesta fase, o pesquisador deve extrair as afirmações
e conclusões do autor e relacioná-las com os propósitos do estudo do pesquisador.
É realizada, então, a integração racional dos dados.
pg. 5
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Severino (2002) sugere o seguinte esquema para uma boa leitura, análise
e interpretação de textos:
Preparação do texto
Visão de conjunto
Busca de esclarecimento
Análise Textual Vocabulário
Doutrina
Fatos
Autores
Esquematização do texto
Compreensão da mensagem do autor
Tema
Análise Temática Problema
Tese
Raciocínio
Idéias secundárias
Interpretação da mensagem do autor
Situação filosófica e influências
Análise Interpretativa Pressupostos
Associação de idéias
Crítica
Levantamento e discussão de problemas
Problematização relacionados com a mensagem do autor
Reelaboração da mensagem com base
Síntese na reflexão pessoal
Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 61.
pg. 6
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
INSTRUMENTOS APLICADOS À LEITURA INTERPRETATIVA
APONTAMENTOS E ANOTAÇÕES
É importante que o pesquisador anote as principais idéias,
dados, informações e afirmações dos documentos
estudados. Esses procedimentos, conhecidos como
apontamentos e anotações serão utilizados na
fundamentação científica do trabalho e, também, para
fazer as citações. A principal diferença entre o
Fonte: Microsoft Media Gallery apontamento e a anotação é que o apontamento refere-se
à transcrição das palavras textuais extraídas de um documento e a anotação refere-
se às reflexões e idéias, que o pesquisador tem durante a leitura. Esses
procedimentos irão facilitar na redação do trabalho (Cervo, Bervian, 2002).
FICHAMENTO
É um procedimento prático que sintetiza o conteúdo dos
documentos estudados durante a pesquisa bibliográfica.
Baseia-se na organização das idéias do autor de forma
resumida e sistematizada. O fichário tem como finalidade
facilitar a vida do pesquisador no momento de redigir o
Fonte: Microsoft Media Gallery seu trabalho. Os tipos de fichamento mais conhecidos são:
bibliográfico, de leitura, temático e biográfico.
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Esse tipo de fichamento facilita a localização de uma determinada obra e
deve conter os seguintes itens: sobrenome e nome do autor; título, subtítulo (se
houver); edição; local de publicação; editora; data de publicação. As fichas devem
ser arquivadas em ordem alfabética. Segue um exemplo de ficha bibliográfica:
MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2000.
NADÓLSKIS, Hêndricas. Normas de comunicação em língua portuguesa. 23. ed. São Paulo: Saraiva,
2002. 150 p.
Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 130.
pg. 7
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
FICHAMENTO DE LEITURA Também conhecido como fichamento de resumo, esse tipo de fichamento
deve conter o resumo sucinto e preciso das obras. As fichas podem ser iniciadas
pela bibliografia do autor ou pelo assunto referente à pesquisa. Seguem dois
exemplos:
BUENO, Ângelo (Org.). Cultura brasileira. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. 112 p.
Estudo da identidade nacional. Está profundamente ligada à reinterpretação da cultura
popular brasileira que, por sua vez, está relacionada a grupos sociais e à própria construção do
Estado brasileiro. Baseia-se no fato da ausência de uma identidade autêntica e na existência de uma
pluralidade de identidades culturais, construídas por diferentes grupos sociais em diferentes
momentos históricos.
Os autores abordam a cultura brasileira da identidade nacional, assunto que segundo eles
tem sua origem no Brasil antigo e permanece até os dias de hoje. Os elementos são mencionados
como “raça e meio” e são fundamentos do conhecimento intelectual do povo brasileiro,
imprescindíveis para a construção e preservação da identidade cultural.
Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 132. O desenvolvimento do setor álcool açucareiro COSTA, José Carlos da. A cana-de-açúcar no Brasil. São Paulo: Moderna, 1992. 430 p.
A cana-de-açúcar, no Brasil, é cultivada na forma de monocultura, em grandes propriedades,
onde o máximo rendimento é condição primordial. Os cortes de cana são organizados por safras que obedecem a um prazo estipulado, mediante épocas de maturação da planta, e também por fatores relativos à produção.
No setor álcool-açucareiro houve grande desenvolvimento do controle de pragas, por meio de exaustivas e contínuas experiências na área de inseticidas naturais e de máximo aproveitamento da planta com o uso de novos tipos de adubos, proporcionando vantagens como maior porte e maior produção de açúcar e álcool. Apresenta ainda avançado desenvolvimento tecnológico no que tange às novas técnicas de colheita.
O plantio, objetivando o máximo rendimento, é controlado com eficiência, por meio da utilização da informática; sua atuação se dá no controle de mudas, área de corte, práticas da lavoura etc. Há um contínuo intercâmbio entre usineiros, governo e até funcionários, o que proporciona melhorias na produção, garante um relacionamento entre empresa-fabricantes-governo e, conseqüentemente, aprimoramento nesta atividade de monocultura. A grande arrecadação de impostos e o número de mão-de-obra que absorve são de vital importância no cenário econômico nacional.
Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 133.
FICHAMENTO TEMÁTICO
pg. 8
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
São as fichas mais importantes, pois contêm os apontamentos das obras
estudadas na forma de citações diretas e indiretas que poderão ser utilizadas na
redação final do seu trabalho. Segue exemplo:
EPISTEMOLOGIA
Conceituação
Segundo Lalande, trata-se de uma filosofia das ciências, mas de modo especial, enquanto “é
essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências,
destinado a determinar sua origem lógica (não psicológica), seu valor e seu alcance objetivo”. Para
Lalande, ela se distingue, portanto, da teoria do conhecimento, da qual serve, contudo, como
introdução e auxiliar indispensável.
LALANDE, Voc. Tecn., 293.
“Por epistemologia, no sentido bem amplo do termo, podemos considerar pó estudo metódico e
reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu
funcionamento e de seus produtos intelectuais.”
JAPIASSU, Intr., 16.
Japiassu distingue três tipos de Epistemologia:
1. a Epistemologia global ou geral que trata do saber globalmente considerado, coma
virtualidade e os problemas do conjunto de sua organização, quer sejam especulativos, quer
científicos;
2. a Epistemologia particular que trata de levar em consideração um campo particular do saber,
quer seja especulativo, quer científico;
3. a Epistemologia específica que trata de levar em conta uma disciplina intelectualmente
constituída em unidade bem definida do saber e de estudá-la de modo próximo, detalhado e
técnico, mostrando sua organização, seu funcionamento e as possíveis relações que ela
mantém com as demais disciplinas.
Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 43.
FICHAMENTO BIOGRÁFICO
pg. 9
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
São fichas que contêm as informações sobre determinado autor no que
diz respeito à sua formação e área de atuação. Segue exemplo:
JAPIASSU
Hilton Ferreira Japiassu
1934-
Licenciou-se em Filosofia pela PUC do Rio de Janeiro, em 1969; formou-se em Teologia, pelo
Studium Generale Santo Tomás de Aquino, de São Paulo. Fez o mestrado em Filosofia, na área
de Epistemologia, na Université des Sciences Sociales, de Grenoble, na França, em 1970; nessa
mesma Universidade, doutorou-se em Filosofia, em 1973. Fez pós-doutorado em Strasbourg, no
período 84/85, também na área de Epistemologia.
Atualmente é docente de Epistemologia e de História das Ciências e de Filosofia da Ciência,
nos cursos de pós-graduação em Filosofia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Desenvolve suas pesquisas nas áreas de epistemologia, investigando as relações entre
ciência e sociedade, o sentido da interdisciplinaridade e o estatuto epistemológico das Ciências
Humanas em geral, e da Psicologia em particular.
Além da tradução de vários textos filosóficos e da publicação de muitos artigos, Japiassu já
lançou os seguintes livros: Introdução ao pensamento epistemológico, 1975; O mito da
neutralidade científica, 1975; Interdisciplinaridade e patologia do saber, 1976; Para ler Bachelard,
1976; Nascimento e morte das ciências humanas, 1978; Introdução à epistemologia da
Psicologia, 1978; A Psicologia dos psicólogos, 1979; Questões epistemológicas, 1981; A
pedagogia da incerteza, 1983; A revolução científica moderna, 1985; As paixões da ciência, 1991;
Francis Bacon: o profeta da ciência moderna, 1995.
Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 45.
DEFINIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA
pg. 10
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Após a escolha e delimitação do assunto, revisão bibliográfica, definição
dos objetivos, formulação do problema e das hipóteses e a identificação das
variáveis, deve-se definir quais os instrumentos serão utilizados na pesquisa para
coleta de dados.
A elaboração e organização dos instrumentos de
investigação é uma etapa importante no planejamento da
pesquisa. Normalmente, as obras sobre pesquisa
científica fornecem esboços que sevem de orientação na
elaboração de questionários, formulários, roteiros de fonte:
http://office.microsoft.com entrevistas entre outros instrumentos de pesquisa
(Marconi & Lakatos, 2002).
Nesta etapa, deve ser feita a adequação metodológica conforme as
características da pesquisa a ser realizada.
Os instrumentos de pesquisa mais utilizados são: a entrevista, o
formulário e o questionário.
A ENTREVISTA deve ser uma conversa orientada
que forneça dados importantes para a pesquisa.
Nos últimos anos, tornou-se um dos instrumentos
mais utilizados por pesquisadores em ciências
sociais. fonte: http://office.microsoft.com
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO E REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA
pg. 11
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Cervo & Bervian (2002) apresentam uma lista de critérios para tornar a
entrevista mais produtiva:
a) planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcançado;
b) obter conhecimento prévio acerca do entrevistado, sempre que possível;
c) marcar o local e o horário para a entrevista com antecedência;
d) criar condições apropriadas para a entrevista, pois é mais fácil obter
informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que de
um grupo;
e) escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade com o assunto
escolhido;
f) fazer uma lista de questões destacando-se as mais importantes;
g) assegurar um número suficiente de entrevistados;
h) antecipar as principais perguntas ao entrevistado, a fim de garantir os dados
mais relevantes da pesquisa;
o entrevistador não deve confiar
Observação importante demasiadamente em sua memória, deve
registrar todos os dados fornecidos durante
e após a entrevista.
O QUESTIONÁRIO é o instrumento mais utilizado
para coletar dados, pois possibilita medir com
melhor precisão o que se deseja. Todo questionário
deve ter natureza impessoal para assegurar
uniformidade na avaliação de uma situação para
outra. A vantagem do questionário em relação à
entrevista é que devido ao anonimato os
fonte:http://office.microsoft.com respondentes se sentem mais confiantes, o que
possibilita coletar informações e respostas mais
reais.
pg. 12
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Os questionários podem ser compostos por perguntas fechadas ou
abertas. As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, codificação e
análise. As perguntas abertas embora possibilitem coletar dados mais ricos e
variados apresentam maior dificuldade para sua codificação e análise. Cervo &
Bervian (2002).
O FORMULÁRIO é uma lista informal destinado a
coleta de dados resultantes de observações ou
interrogações que é preenchido pelo próprio
investigador. Destaca-se sua importância pela
possibilidade de comportar perguntas mais
complexas, apresentar garantia de uniformidade na
interpretação dos dados e dos critérios. Após a
fonte: http://office.microsoft.com coleta dados por meio de técnicas de observação
controla, passa-se à codificação e à tabulação dos
mesmos (gráficos, mapas e quadros estatísticos). Cervo & Bervian (2002).
A INTERNET COMO FERRAMENTA DE PESQUISA
Os documentos eletrônicos, principalmente os extraídos da Internet, são
um recurso técnico com pouco tempo de existência no cenário da sociedade
moderna. Sabe-se que as informações eletrônicas não são duradouras, não ficam
disponíveis por muito tempo, assim podem se apresentar fragmentadas ou limitadas
diante da realidade. São questões que devem ser analisadas pelo pesquisador,
principalmente quando se trata de um trabalho de cunho cientifico.
BASE DE DADOS NA INTERNET
pg. 13
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Alguns exemplos para pesquisa:
Arquivo Público do Estado de São Paulo www.arquivoestado.sp.gov.br
Biblioteca das Universidades Públicas Paulistas http://biliotecas-cruesp.usp.br
Biblioteca do Senado Federal www.senado.gov.br/sf/biblioteca
Biblioteca Nacional www.bn.br
Biblioteca Nacional Digital www.bdn.bn.pt
Biblioteca Virtual em Saúde www.bireme.br
CAPES www.capes.gov.br
CNPq www.cnpq.br
Domínio Público www.dominiopublico.gov.br
Ebook Brasil www.ebooksbrasil.org
FAPESP www.fapesp.br
GT Bibliotecas Virtuais http://cgi.br/gt/gtbv/bibliotecas
Revista Brasileira de Pós Graduação www2.capes.gov.br/rbpg
Scientific Eletronic Library Online – Scielo www.scielo.org
Universidades
Universidade Paulista – UNIP www.unip.br
Universidade de São Paulo – USP www.usp.br
Universidade Estadual Paulista – UNESP www.unesp.br
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP www.unicamp.br
Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR www.ufscar.br
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP www.unifesp.br
A Internet também pode auxiliar o pesquisador na delimitação do seu
tema de pesquisa assim como no acesso à produção científica. Um dos exemplos
para esse auxílio é o abaixo no que se refere à utilização de conceitos e de
identificação de produção sobre determinado tema:
pg. 14
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Tesauro Segundo o Dicionário Houaiss, tesauro significa “repertório alfabético
de termos utilizados em indexação e na classificação de documentos”
ou “vocabulário de um ramo do saber que descreve sem ambigüidade
os conceitos a ele atinentes”. Fonte: http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=tesauro
O tesauro pode ser um aliado na delimitação do assunto.
Exemplo: Tesauro (assunto) de educação (tema)
Consulte no site: www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/
COLETA E SELEÇÃO DE DADOS
Esta é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos
elaborados e das técnicas selecionadas a fim de efetuar a coleta de dados.
Geralmente é a fase que toma mais tempo e é mais cansativa; exige do
pesquisador: paciência, perseverança e esforço pessoal, além dos registros dos
dados que devem ser realizados cuidadosamente.
Segundo Marconi & Lakatos (2002), para a realização da coleta de dados
existem vários procedimentos que podem variar de acordo com o tipo de
investigação. Em geral, as técnicas de pesquisa são:
Coleta documental: instrumento de pesquisa que obtém os dados a partir de fontes
primárias, ou seja, os documentos que servirão para posterior elaboração de
informações. Ex: fotografias, cartas, documentos oficiais, artigos.
Observação: deve-se ter conhecimento prévio do que será observado; preparar-se
para situações inesperadas; registrar as informações através de fotos e/ou vídeos;
confeccionar o relatório assim que terminar a observação (não confie na memória)
Entrevista: identificar quem deve ser entrevistado; elaborar um plano para a
entrevista; elaborar as questões previamente; realizar um pré-teste para correção de
possíveis erros; diante do entrevistado estabeleça uma relação amigável; procure
ser objetivo e anote tudo na hora (não confie na memória)
pg. 15
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Questionário: importante instrumento de coleta de dados; a linguagem deve ser a
mais simples e direta possível; deve conter: carta de explicação (proposta da
pesquisa); itens de identificação, itens sobre as questões.
Formulário: é um misto entre o questionário e a entrevista. Geralmente as respostas
são mais complexas
Medidas de opiniões e de atitudes: técnica de pesquisa que se caracteriza pela
mensuração das respostas por meio de escalas. Ex: classificação por pontos,
classificação direta, classificação por intensidade etc.
Técnicas mercadológicas: técnica de pesquisa utilizada em sistemas econômicos
e sociais, por empresas comerciais com e sem fins lucrativos. Muito utilizada em
campanhas governamentais. Ex: vacinação e eleição.
Testes: tipo de exame para verificação de veracidade através de provas ou listas de
perguntas escritas ou orais. Existem vários tipos de testes: de personalidade, de
inteligência, de aptidão, de diagnóstico.
Sociometria: técnica de pesquisa que tem como finalidade a observação e a análise
das relações interpessoais e sócio-afetivas de diferentes grupos (grupo de alunos,
por exemplo). Apesar e sua eficácia não é um instrumento muito utilizado
atualmente.
Análise de conteúdo: Identifique o local da coleta e registre os documentos da
forma mais apropriada: fotografias, vídeos, reproduções xerográficas (quando
autorizado); e finalmente estabeleça critérios para a organização dos documentos
coletados.
História de vida: instrumento de pesquisa qualitativa que tem como princípio a
análise da vida de uma personalidade e sua intersecção no contexto social e
compreensão de uma dada realidade. São fatores relevantes para a história de vida:
valores, atitudes, crenças, opiniões, representações etc.
pg. 16
INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO
Após a finalização da coleta de dados, o pesquisador deve realizar uma
verificação crítica para detectar possíveis falhas ou erros, evitando informações
confusas, incompletas que possam prejudicar o resultado da pesquisa.
A análise e a interpretação dos dados
são atividades distintas, porém
estreitamente relacionadas. A análise
procura evidenciar as relações
existentes entre o fenômeno estudado
e outros fatores. A interpretação
dos dados busca dar um
significado mais amplo às respostas,
fonte: http://office.microsoft.com associando-as a outros
conhecimentos. A interpretação significa, em geral, a exposição do verdadeiro
significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos.
REFERÊNCIAS CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. D´ÓNOFRIO, Salvatore. Metodologia do Trabalho Intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. FACHIN, Odilia. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001. LUCKESI, C. C. Fazer universidade uma proposta metodológica. São Paulo: Editora Cortez, 1987. MARCONI, Marina de A. & LAKATOS, Eva M. Técnicas de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2002.
Top Related