Anatomia do diálogo
Metodologia para promover diálogos mais eficazes
Carlos Nepomuceno21/09/15V 3.4.0
Vídeo sobre o PPT aqui:https://youtu.be/AZgI_YjFBRs
METODOLOGIA PARA PROMOTORES DE DIÁLOGO EFICAZ
QUAL AS PREMISSAS PARA SER UM BOM CURADOR DE DIÁLOGOS EFICAZES?
1- Experiência teórica e prática no problema que será analisado;
2 – Estar interessado na solução do problema;
3 – Não ter uma resposta fechada para o mesmo;
4 – Estar realmente disposto a aprender com a interação.
Coleta ao longo do tempo – colabore com o autor [email protected]
- Reunião de pessoas interessadas em procurar novas e melhores soluções para um dado
problema;
As pré-condições para a criação de um espaço de diálogo eficaz:
- Bate papo – não visa solução de problema. É algo informal, que pode
ajudar no diálogo futuro;
- Diálogo – visa a solução de problema.
Diferença entre bate papo e diálogo:
- Sala de aula tradicional – repasse vertical de informações fechadas;
- Diálogo – visa a solução horizontal de problemas em aberto.
Diferença entre sala de aula tradicional e ambiente de diálogo:
- Quem não queira, por algum motivo, que o problema seja resolvido;
- Quem já tenha uma solução fechada, pois vai querer impor a sua visão aos demais, ainda mais se for o próprio promotor do
diálogo;
Não podem ou serão elementos que vão dificultar muito a realização de um diálogo eficaz:
- Que considere que qualquer um, independente de qualquer tribo possa participar para a solução do mesmo;
- Que não acate que os curadores do debate como os mais capacitados para
incentivá-lo.
Não podem ou serão elementos que vão dificultar muito a realização de um diálogo eficaz:
VANDALISMO – métodos, geralmente agressivos, que quer impedir que o debate ocorra, antes, durante
e depois diante dos resultados.
Como combater? Afastamento e denúncia da prática.
Ações que vão impedir o diálogo.
DOGMATISMO – a metodologia única - artifício que procura demonstrar que só a uma solução para um dado
problema;
Como combater? Se aparecer depois, demonstrar que no pacto que foi acordado está sendo desrespeitado.
CETICISMO TÓXICO – considera que o problema não tem solução e que qualquer tentativa vai contra os seus
princípios ou temperamento;
Como combater? Demonstrar que no pacto que foi acordado está sendo desrespeitado.
PRECONCEITISMO – considera que algumas pessoas não tem, por algum motivo, condições de ajudar na solução
do problema;
Como combater? Demonstrar que no pacto que foi acordado está sendo desrespeitado.
É bom que haja logo no início a definição das regras de convivência e a aceitação de todos as
pré-condições.
Feito isso, vamos agora apresentar as dificuldades naturais de um diálogo eficaz que
o curador do diálogo deve estar atento.
O pacto pelo diálogo eficaz:
Vamos agora apresentar as dificuldades naturais de um diálogo eficaz que o curador do
diálogo deve estar atento.Note que os desargumentos ocorrem entre
aqueles que pactuaram as pré-condições e são os ruídos naturais da comunicação humana.
Desargumentos
Desargumentos – artifícios ao longo de uma dada narrativa que impedem um
diálogo eficaz baseado na lógica e na ética.
1 – PARTISMO OU TODISMO - o todo pela parte – artifício que baseia seus argumentos numa parte de um dado fenômeno como se fosse um todo ou vice-versa;
Como combater? Mostrar a parte no todo.
2 – FOTISMO – a “foto” pelo “filme”– artifício que baseia seus argumentos em um dado momento, como
se ele fosse estático e não um processo em movimento;
Como combater? Mostrar o filme na foto.
3 – ADJETIVISMO – o ataque ao mensageiro - artifício que procura adjetivar o outro para
desqualificar os argumentos daquele não pela sua lógica, mas pela invalidação de quem a defende;
Como combater? Denunciar a inviabilidade de um diálogo sem respeito ao direito de vozalheia. O adjetivismo se aproxima do vandalismo.
4 – PRESENCISMO – o presente sem passado - artifício que procura defender um argumento sem referenciar em
fenômenos similares no passado;
Como combater? Mostrar as relações histórica dos fenômenos.
5 – VIPISMO – alguém defender alguma posição superior ao debate, fugindo da argumentação, por titulação, por
que veio de fora, é mais velho, etc;
Como combater? Retornar aos argumentos, denunciando o ponto de superioridade que quer se obtido.
6 – MANIQUEÍSMO – alguém defender alguma posição a partir de questões morais, em que se coloca uma
contraposição entre o bem e o mal;
Como combater? Denunciar a atitude e procurar argumentos fora do moralismo.
7 – DESINFORMACIONISMO – apresentar falsos dados para defender determinados argumentos;
Como combater? Questionar as informações apresentadas.
• 8 – CELEBRISMO - apresentar argumentos baseados em programa de televisão. E substituir a validação de argumentos pela força da mídia ou por alguma celebridade;
Como combater? Denunciar a atitude e procurar argumentos fora do celebrismo.
• 9 – PERFEITISMO - apresentar argumentos baseados em soluções mágicas e/ou não aceitação de certezas provisórias e de estágios intermediários para a solução do problema, só admitindo algo 100% perfeito;
Como combater? Denunciar a atitude e procurar argumentos que apontem que “a lua não é um queijo”.
• 10 – QUANTATIVISMO - apresentar argumentos baseados em quantidade de opiniões, sem levar em conta a sua lógica;
Como combater? Denunciar a atitude e procurar argumentos que apontem que nem sempre o que pensa a maioria tem lógica, vide Alemanha Nazista.
• 11 – MORDOMISMO - apresentar argumentos em que se aponta um fenômeno como culpado de fatos que são anteriores a ele, tal como a Internet como emburrecedora e não o rádio, a TV e a Escola 2.0;
Como combater? Mostrar que os fatos são anteriores ao fenômeno.
• 12 – ASSOCIATIVISMO ILÓGICO - apresentar argumentos em que se comparar dois fatos, que, pela sua natureza, são incomparáveis;
Como combater? Mostrar a contradição.
Etapas para a promoção de um diálogo eficaz
Fase 1: exposição:
• De certezas provisórias com argumentos;
Fase 2: diálogo baseado em argumentos:
• Perguntas de ambos os lados de esclarecimento para retirada de dúvidas se houve correta compreensão dos argumentos apresentados;
• Feito o esclarecimento sobre a correta percepção, registro detalhado de comentários e críticas;
• Análise da argumentação e separação de possíveis quebras de regras de um diálogo eficaz e, em não havendo, separação do que é desargumentos dos argumentos;
• Por fim, reargumentação com aceitação ou rejeição, total ou parcial, dos contra-argumentos, justificando cada ponto e pontuando caso haja necessidade de maior amadurecimento sobre ponto relevante.
Plateias mais resistentesMacetes (1)
• Quanto mais uma plateia é interessada nas mudanças propostas pelas certezas provisórias, mais ela tenderá a aceitá-las e vice-versa;
• Plateias desinteressadas nas mudanças propostas serão mais reativas e devem ser lembradas das regras do diálogo, pois haverá maior tendência a quebra de regras e desargumentos.
Macetes de diálogo eficaz (2) Os argumentos idiossincráticos
• Nos diálogos, de quando em vez, aparecem pessoas que adoram, argumentos idiossincráticos. Na insistência pode ser uma espécie de vandalismo light.
• São participantes que vão procurar bater pé em argumentos aparentemente sem consistência.
• A melhor saída é evitar o ping-pong entre o curador do debate e o idiossincrático, que vai intoxicar o ambiente do diálogo eficaz.
• Como proceder?• Explicitar que considera um argumento inconsistente, mas abrir para a turma
saber se vale à pena o aprofundamento, pois pode ser apenas uma impressão e fazer sentido para mais gente.
• Caso o coletivo julgue um argumento inconsistente, podemos considerar uma percepção idiossincrática, que se admite que se tenha, mas pela sua particularidade não vale à pena aprofundar o diálogo.
• Na insistência, criar uma espécie de jogo rápido para votar a idiossincrasia.• Se nada disso resultar e for um diálogo de vários dias, vale conversa particular.
Ou no extremo um papo aberto, envolvendo a turma.
M
Mais sobre Nepomuceno:
O livro de Carlos Nepomuceno propõe interessante análise para os líderes contemporâneos. Quem quer compreendera internet para reinventaro processo de tomada de decisão encontrará aqui as respostas. Pierre Levy.
“
CAPACITAÇÃO
Formação de analista estratégico para inovação participativa
http://www.youtube.com/cnepomuceno
http://pt.slideshare.net/cnepomuceno/
www.nepo.com.br
https://www.facebook.com/carlos.nepomuceno
@cnepomuceno
Portfólio de consultoria/capacitação
Onde tenho dado aulas
CRIE UM NÚCLEO DE INOVAÇÃOPARTICIPATIVAEM SUA CIDADE
Top Related