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Timor-Leste Alimentação e Bebidas – Breve Apontamento
Agosto 2016
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Timor-Leste – Alimentação e bebidas
Breve Apontamento (agosto 2016)
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Índice
1. Mercado de alimentação e bebidas – nota introdutória, dimensão e tendências 3
2. Evolução do consumo
2.1. Consumo e despesa do agregado familiar 4
2.2. Poder de compra 5
2.3. Níveis de preços 5
2.4. Marcas mais vendidas 7
3. Produção local 9
4. Importações timorenses 10
4.1. Principais fornecedores 19
4.2. Posicionamento de Portugal 20
4.2.1. Estrutura da importação de bens alimentares e bebidas portugueses 20
4.2.2. Perceção dos produtos alimentares e bebidas portugueses 24
4.2.3. Atividades de promoção de bens alimentares e bebidas portugueses 24
4.2.4. Análise SWOT do posicionamento dos bens alimentares e bebidas portugueses 25
5. Canais de distribuição e locais de compra 25
6. Legislação e regulamentação para importação e venda de bens alimentares e bebidas 26
7. Acesso ao mercado - barreiras 27
7.1. Barreiras alfandegárias 27
7.2. Barreiras não alfandegárias 27
8. Perspetivas, oportunidades e desafios do setor 28
9. Informação prática 28
9.1. Roadmap para entrada no mercado 28
9.2. Principais empresas importadoras e retalhistas de bens alimentares e bebidas 29
9.3. Despachantes e agentes aduaneiros 30
9.4. Feiras de produtos alimentares e bebidas 30
9.5. Fontes de informação 30
9.6. Imprensa generalista 31
9.7. Outros aspetos 31
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1. Mercado de alimentação e bebidas – nota introdutória, dimensão e tendências
Segundo os censos realizados em 2015, a taxa de crescimento da população em Timor-Leste, foi de 9,46%
entre 2010 e 2015, totalizando 1 167 242 pessoas, um crescimento menor que o de 15,5%, registado entre
2004 e 2010. Díli continua a ser a cidade com mais população, com cerca de 21,7% do total. De acordo
com projeções da Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE) realizadas em 2015, a população
poderá atingir os 2 milhões de pessoas até 2030.
A maior parte da população de Timor-Leste vive da agricultura e de uma economia de subsistência. A dieta
timorense tem como base sobretudo o arroz, mas também o milho e a mandioca, acompanhados de
vegetais e de elementos proteicos, como a carne de galinha, de porco e peixe, estes últimos ingeridos ainda
em quantidades insuficientes. Muitas famílias timorenses, sobretudo nas zonas rurais, não têm frigorífico,
nomeadamente nos sucos (aldeias), tendo por isso de fazer uso de métodos de conservação tradicionais de
conserva, como a seca da carne ou do peixe.
Ao longo dos últimos anos, têm-se registado algumas alterações relativamente a hábitos alimentares em
Timor-Leste. De acordo com alguns dados, a criação doméstica de animais, o aumento do consumo de
peixe e o crescimento do consumo de frango importado tem potenciado uma melhor nutrição e uma
evolução no desenvolvimento nutritivo das populações.
A produção local não consegue responder às necessidades alimentares do país. Por exemplo, Timor-Leste
importa grandes quantidades de arroz, a partir da Tailândia, do Vietname e da Indonésia.
Em Timor-Leste, o acesso a água potável ainda é um grande desafio, pelo que a população tem que
recorrer ao consumo de água potável engarrafada. Existe alguma produção local de água engarrafada, mas
não consegue suprir as necessidades da população.
Além da água, a cerveja e os refrigerantes são das bebidas mais consumidas em Timor-Leste, e são
atualmente importadas. No caso da cerveja, a Heineken Ásia e Pacifico é responsável pela importação de
95% das cervejas vendidas neste mercado, nomeadamente, as cervejas Bintang, Tiger, ABC, Heineken e
Sagres. De referir que a Heineken Ásia e Pacifico está a construir uma fábrica perto de Díli, que irá produzir
uma série de bebidas, incluindo cerveja, refrigerantes e água. Perspetiva-se que esta fábrica comece a
laborar a partir de dezembro de 2016.
O vinho é procurado por uma parte da população com maior poder económico e o seu consumo está a
aumentar. O vinho consumido no país é essencialmente importado.
Dada a inexistência de dados oficiais sobre a dimensão do mercado de alimentação e bebidas em Timor-
Leste, e atendendo a que a importação de produtos alimentares e bebidas representam a maioria do
mercado, sobretudo nas zonas urbanas, seguidamente são apresentados dados sobre a importação destes
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bens, permitindo ter uma perspetiva aproximada do que pode ser a dimensão do mercado timorense. A
informação utilizada vai apenas até 2014, por falta de dados referentes ao Vietname, no ano de 2015.
De acordo com dados do ITC (International Trade Centre), entre 2012 e 2014 registou-se um aumento nas
importações de produtos alimentares e bebidas, acompanhado pelo aumento da quota de agroalimentares
no total das importações. Em 2012, registaram-se 147 milhões de dólares norte-americanos, com uma
quota de 21,1%, e em 2014, 217 milhões de USD, com uma quota de 32,8%.
2. Evolução do consumo
2.1. Consumo e despesa do agregado familiar
Apesar de existirem poucos dados disponíveis e atualizados sobre os gastos mensais em alimentação e
bebidas pela população timorense, o estudo e pesquisa de orçamentos e rendimentos em Timor-Leste,
realizado pelo departamento de estatística do Ministério das Finanças em 2011, refere que, em contexto
urbano, uma família despende do seu orçamento cerca de 206,04 USD por mês em bens alimentares, e
cerca de 89,04 em contexto rural.
A média de gasto mensal per capita em bens alimentares é de 30,18 USD em contexto urbano e 15,27 USD
em contexto rural.
Em contexto urbano, uma família despende do seu orçamento mensal cerca de 52,3% em alimentação e
em contexto rural, cerca de 71,8%.
147 74
217 548
440
446
21,1%
14,4%
32,8%
0%
10%
20%
30%
40%
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2012 2013 2014
Qu
ota
de
Agr
oal
imen
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s e
beb
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Milh
ões
de
USD
Evolução das importações timorenses
Outros produtosAgroalimentares e bebidas 147Quota de agroalimentares e bebidas nas importações 21,10%Linear (Quota de agroalimentares e bebidas nas importações 21,10%)
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A tabela seguinte discrimina os valores gastos por semana em produtos alimentares e bebidas nos
contextos urbanos e rurais.
Gastos em alimentação e bebidas por semana Contexto
Urbano (USD) Rural (USD)
Cereais 10,71 11,01
Tubérculos e Raízes 2,29 2,88
Peixe 3,47 0,84
Carne 6,64 3,08
Ovos e Leite 2,43 0,57
Vegetais 8,17 4,85
Miudezas 1,21 0,72
Frutos 2,32 0,87
Óleos vegetais 2,53 1,69
Ingredientes para bebidas 2,20 1,93
Especiarías 1,15 0,76
Outros alimentos 1,15 0,66
Refeições preparadas e bebidas 4,89 0,95
Bebidas alcoólicas 1,05 0,55
Tabaco 2,45 1,90
Total 52,66 33,25
Fonte: Timor-Leste Household Income and Expenditure Survey 2011
2.2. Poder de compra
De acordo com dados do Banco de Portugal, o PIB não petrolífero registou um crescimento entre 2012 e
2015, de 1 270 milhões de USD para 1 617 milhões de USD (+27%). No entanto, dados do Fundo
Monetário Internacional (FMI) indicam que o PIB per capita registou um decréscimo de 5 673 USD para
2 244 USD (-60%), no mesmo período.
Segundo a Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE), a percentagem do PIB não petrolífero
relativo à alimentação e bebidas cresceu de 24,9%, em 2011, para 27,8%, em 2014.
Assim, com o decréscimo registado no poder de compra da população, a percentagem do rendimento
despendido em alimentação e bebidas aumentou.
2.3. Níveis de preços
O mercado timorense de alimentação e bebidas não alcoólicas tem assistido a uma ligeira descida de
preços. Todavia, segundo dados estatísticos da Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE), os
níveis de preços entre 2014 e 2015 aumentaram nos produtos lácteos, nas refeições
preparadas/conservadas, nas bebidas alcoólicas e, em menor grau, no pão e nos cereais (exceto arroz).
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Fonte: Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE)
Para 2016 prevê-se uma moderada variação nos preços dos alimentos, podendo registar-se uma pequena
descida. De acordo com a previsão de janeiro de 2016 da DGE, será de esperar uma taxa de inflação de
cerca de 1,1%, para 2016.
As tabelas seguintes apresentam preços médios indicativos dos produtos alimentares e das bebidas mais
vendidos em Timor-Leste, com base num levantamento local realizado pela AICEP em alguns dos principais
supermercados de Díli, em julho de 2016.
Alimentação Preço médio (USD)
Marcas portuguesas
Salsichas (lata) 1,80
Refeições preparadas 3,10
Atum (lata) 2,10
Leite (1L) 1,95
Azeite (1L) 12,50
Massas 1,55
Tomate enlatado 1,00
Cereais 1,50
Bacalhau 14,95
Bolachas 1,90
Azeitonas 1,80
Ketchup 2,10
Sardinha conserva (lata) 2,35
Alim
ento
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Beb
idas
alc
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licas
-4%
0%
4%
8%
Variação dos preços de alguns produtos alimentares entre 2014 e 2015
-1,3%
6,1%
0,2% -3,2% -0,1% -2,4% 1,2%
4,0% 4,4%
-3,3%
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Alimentação (continuação) Preço médio (USD)
Marcas de outras origens
Polpa tomate (Indonésia) 1,25
Noodles (Indonésia) 0,50; 1,40
Biscoitos (Indonésia) 0,75; 1,25
Leite (1L) (Austrália) 2,00
Leite (1L) (Indonésia) 1,75
Leite (16 cl) (Indonésia) 0,80
Chocolate (Indonésia) 0,20
Batatas fritas (pacote médio; grande) (Indonésia) 0,60; 1,50
Biscoitos (pacote pequeno; grande) (Indonésia) 0,45; 1,75
Café e cappuccino (Indonésia) 1,40
Atum (China) 1,35
Margarina (Unilever/Indonésia) 2,80
Bolachas de Chocolate (Mondelez/Indonésia) 0,75
Bebidas Preço médio (USD)
Água (1L) (Indonésia) 0,45
Sumo (33 cl) (China) 0,45
Sumo (33 cl) (Indonésia) 0,50
Sumo (62 cl) (Indonésia) 1,50
Sumo (1L) (Turquia) 1,70
Sumo (1L) (Portugal) 2,90
Sumo (1,25L) (Austrália) 3,80
Refrigerante (33 cl) (grupo Coca-Cola) 0,75
Cerveja (33 cl) (Portugal) 1,25
Cerveja (33 cl) (grupo Heineken - Singapura/Indonésia) 1,40
Vinho (Portugal) 5,85 a 10,80
Espumante (Portugal) 8,90 a 17,00
2.4. Marcas mais vendidas
Relativamente a marcas mais vendidas em Timor-Leste, existem poucos dados oficiais, pelo que a
informação presente neste ponto foi recolhida localmente pela AICEP em alguns dos mais importantes
supermercados de Díli, nomeadamente, Páteo, Kmanek, Lita, Leader, Jacinto e W Four, bem como
informação fornecida pela Heineken Ásia e Pacifico.
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Bens alimentares:
Atum em conserva Ramirez (Portugal), Deho (China)
Sardinhas em conserva Bon Appetit (Portugal)
Leite Terra Nostra (Portugal), Pauls Milk (Austrália), Indomilk, Enaak e Ultramilk (Indonésia)
Massas Milaneza e Nacional (Portugal)
Noodles Mie Sedaap (Indonésia)
Biscoitos Roma Biscuit e Monde Biscuit (Indonésia)
Bolachas Amanhecer e Masterchef (Recheio Cash&Carry) e Oreo (Indonésia)
Azeite Andorinha (Portugal)
Margarinas Blue Band (Unilever/Indonésia)
Azeitonas Jerónimos (Portugal)
Polpa de tomate ABC Syrup (Indonésia)
Chocolates Beng Beng (Indonésia)
Café e cappuccino Tugu Buaya (Indonésia)
Batatas em pacote Kusuka (Indonésia)
Estão também presentes diversos produtos da Nobre (enlatados, salsichas, refeições preparadas com
chouriço), vários produtos da Nestlé importados de Portugal, bem como bolachas, cereais para pequeno-
almoço, massas, bacalhau, frutas congeladas (sobretudo frutos vermelhos) e tomate enlatado do Continente
(Sonae).
Outros dos produtos mais vendidos nestes supermercados dizem respeito a comida tradicional, que é na
sua maioria importada das Filipinas, Tailândia e China, entre as quais estão anchovas, comida tradicional
chinesa (por exemplo, arroz e feijão) e conservas de atum provenientes das Filipinas (devido ao baixo
preço).
Bebidas não alcoólicas:
Água Danone Aqua e Aquase (Indonésia),
Sumos Compal (Portugal), Dellos (Indonésia), Sagiko (China), ABC Syrup
(Indonésia), Spring Valley (Austrália), Ice Cool (Singapura), Dimes
(Turquia), Cypriana (Chipre)
Refrigerantes Coca-Cola
Bebidas alcoólicas:
Vinhos Camilo Alves, Ganita, JP Azeitão, Grão Vasco, Lancers, Malaquias, Monte
Velho (Portugal)
Espumantes Lancers, Raposeira e Contemporal (Portugal)
Licores Licor Beirão (Portugal)
Cervejas Bintang, Tiger, ABC (grupo Heineken – Singapura/Indonésia)
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3. Produção local
Os níveis de produção e produtividade são baixos, e muitos agricultores não possuem qualificações para o
desenvolvimento de uma atividade empresarial. Cerca de 63% das famílias estão envolvidas na agricultura,
com destaque para a produção de milho, arroz, mandioca e vegetais. O arroz é um produto alimentar
básico, produzido nos distritos de Viqueque, Baucau, Bobonaro e Manatuto.
Segundo dados do Ministério da Agricultura e Direção Nacional de Agricultura e Horticultura, em 2012,
foram produzidas cerca de 119 166 toneladas de arroz, 62 839 toneladas de milho, cerca de 94 834
toneladas de mandioca e 34 012 toneladas de vegetais.
Para a produção de café, que constitui cerca de 80% das exportações não petrolíferas, o volume anual
produzido é de cerca de 12,5 mil toneladas. As principais áreas de produção são Aileu, Ainaro, Bobonaro,
Ermera, Liquiçá e Manufahi, sendo metade da produção proveniente de Ermera. O país exporta menos de
0,2% da oferta mundial de café mas tem a vantagem competitiva de ser o maior produtor de café orgânico
do mundo.
Relativamente à criação de animais, a tabela seguinte apresenta dados relativos ao período entre 2010 e
2014, e reflete o crescimento desta atividade em Timor-Leste.
Unidade: número de cabeças
Fonte: Timor-Leste em Números, Direção Geral de Estatística de Timor-Leste, 2014.
Na água engarrafada produzida em Timor-Leste, destaca-se a marca "Gota", com uma produção diária de
22,8 toneladas, e distribuição em Díli, Maliana, Oé-cusse, Ermera, Same, Ataúro, entre outros municípios.
Os níveis aproximados de preços para uma garrafa de água pequena situam-se em 0,15 centavos, para
uma garrafa grande em 0,36 centavos e para um galão de água (sem recipiente) em 0,65 centavos. Os
preços são competitivos e a qualidade apontada pelos consumidores revelam boas expetativas de
crescimento.
Como anteriormente mencionado, a Heineken Ásia e Pacifico, com sede em Singapura, já iniciou a
construção de uma fábrica para produção de cerveja e refrigerantes em Timor-Leste. Serão produzidas
cervejas da marca Bintang, Tiger, ABC, e está a ser ponderada a produção de cerveja da marca Sagres e
uma cerveja local, substituindo assim cerca de 95% das importações de cerveja deste país. Também se
perspetiva a produção de Pepsi e de água engarrafada.
Animais 2010 2011 2012 2013 2014
Galinhas 702 471 739 702 778 906 820 188 863 658
Suínos 330 435 345 635 363 954 383 243 403 555
Caprinos 152 360 160 435 168 938 177 892 178 581
Bovinos 161 654 170 223 173 115 176 059 176 280
Búfalos 96 484 98 122 103 324 108 801 109 022
Ovinos 41 854 49 388 58 278 68 767 69 001
Cavalos 57 819 55 739 53 734 51 798 52 266
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4. Importações timorenses
De acordo com dados do ITC, e como já referido, o total de importações de produtos alimentares e bebidas
em Timor-Leste, atingiu 217 milhões de dólares em 2014. O gráfico seguinte ilustra as principais categorias
de produtos importados e evidencia a importância relativa dos cereais e do açúcar nas compras ao exterior
(juntos, respondem por quase 50% das importações).
Fonte: ITC
Para cada grupo de produtos detalham-se, seguidamente, a evolução recente, os principais fornecedores e
os produtos mais importados em cada caso.
Apesar de, à data da realização deste estudo, ainda não estarem disponíveis valores globais do comércio
externo timorense para 2015 devido à inexistência de informação de alguns fornecedores importantes
como, por exemplo, o Vietname, o ITC já publicou dados relativos aos fornecimentos por parte de alguns
países. Assim, optou-se por incluir, também informação sobre os preços por tonelada dos diversos produtos
importados por Timor-Leste em 2015, tendo em conta a sua origem. Esta informação está ordenada por
ordem decrescente de quantidade fornecida ao mercado.
Carnes e miudezas comestíveis
As importações de Timor-Leste de carne e miudezas comestíveis, revelaram um ligeiro aumento entre 2012
e 2014, situando-se em cerca de 12,4 milhões de USD.
Bebidas 12%
Cereais; produtos de pastelaria
9%
Açúcar e produtos de confeitaria
19%
Gorduras e óleos 6%
Carne e miudezas 6%
Leite e laticínios, ovos e mel 4%
Prepar. alimentícias diversas 4%
Produtos da ind. de moagem
4% Cereais 28% Prepar./conservas de
carne e de peixe 3%
Frutas 1%
Peixe, crustáceos e moluscos 1%
Prepar. prod. hortícolas e frutas
1%
Produtos hortícolas 1%
Outros 1%
Importações por grupos de produtos em 2014
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O principal fornecedor em 2014 foi Singapura com uma quota de mercado de cerca de 48,5%. A quota
portuguesa foi de cerca de 0,9%.
Fonte: ITC
As importações de carne de aves sofreram um ligeiro decréscimo entre 2012 e 2014, de 9,30 milhões para
8,46 milhões de USD. Em 2014, Singapura e Brasil foram os países com maior quota de mercado, 54,20%
e 45,64%, respetivamente.
As importações de carne de vaca baixaram entre 2012 e 2014, de 2,14 milhões de USD para 1,38 milhões.
Em 2014, a Nova Zelândia, Singapura, Austrália e Malásia foram os principais fornecedores de carne de
vaca congelada a Timor, com quotas de mercado de 62,25%, 18,11%, 13,16% e 6,47%, respetivamente.
As compras ao exterior de carne de porco cresceram a um ritmo rápido entre 2012 e 2014, de 0,62 milhões
para 2,02 milhões de USD. Singapura, Holanda, Espanha e Portugal foram os países que exportaram mais
carne de porco congelada para Timor-Leste em 2014, com quotas de mercado de 42,77%, 39,30%, 12,98%
e 2,28%, respetivamente.
Fonte: ITC
0 5 000 10 000 15 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de carnes
0207 - aves0203 - porco0202 - bovino congelada0204 - ovino e caprino0206 - Miudezas
1 260
1 611
1 016
1 240
3 143
2 303
6 484
11 000
2 667
3 711
1 462
5 000
0 4 000 8 000 12 000
Brasil
Singapura
EUA
Dinamarca
Portugal
Malásia
Nova Zelândia
Portugal
Holanda
Singapura
Brasil
Portugal
De
ave
sD
e va
caD
e p
orc
o
USD/tonelada
Preços das importações de carne congelada por origem em 2015
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Peixe, crustáceos e moluscos
Entre 2012 e 2014, as importações timorenses aumentaram de 1,78 milhões para 3,15 milhões de USD. Em
2014, Vietname, Singapura, China, Portugal e Indonésia foram os países com maior quota de mercado
nestes produtos com, respetivamente, 38,47%, 21,47%, 20,17%, 7,36% e 7,07%.
Fonte: ITC
As importações de peixe congelado aumentaram de 0,73 milhões de USD, em 2012, para 1,93 milhões de
USD, em 2014. Em 2014, o Vietname, a China, Singapura, Portugal, Austrália, Malásia e a Indonésia foram
os principais fornecedores, com quotas de 47,07%, 33,00%, 11,57%, 2,39%, 2,18%, 2,06% e 1,71%,
respetivamente.
As compras externas de filetes de peixe congelado baixaram de 0,34 milhões de USD em 2012, para 0,30
milhões de USD em 2014. Em 2014, os principais fornecedores deste produto foram Singapura e o
Vietname, com quotas de mercado de 43,43% e 36,36%, respetivamente.
Os moluscos apresentaram um crescimento entre 2012 e 2014, de 0,15 milhões para 0,24 milhões de USD.
Em 2014, destacaram-se como fornecedores Singapura, Indonésia e Portugal, com quotas de mercado de
54,66%, 28,81% e 9,75%, respetivamente.
Fonte: ITC
1 960
4 722
4 118
917
6 417
9 000
5 000
7 476
5 800
9 000
0 2 500 5 000 7 500 10 000
China
Portugal
Singapura
R. Coreia
Singapura
Portugal
Índia
China
Portugal
Singapura
Pei
xeco
nge
lad
oFi
lete
sco
nge
lad
os
Mo
lusc
os
USD/tonelada
Preços das importações de peixe e moluscos por origem em 2015
0 1 000 2 000 3 000 4 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de peixe, crustáceos e moluscos
0303 - peixe congelado exceto filetes0307 - moluscos0304 - filetes0305 - peixes secos, salgados ou em salmouraCrustáceosoutros
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Produtos lácteos, ovos e mel
As importações de Timor-Leste passaram de 7,72 milhões de USD em 2012 para 9,35 milhões de USD em
2014. Os principais fornecedores de Timor-Leste em 2014 foram a Indonésia e a Malásia, com valores de
6,59 milhões de dólares americanos e 1,56 milhões de dólares americanos, respetivamente a que
corresponderam quotas de mercado de 70,5% e de 16,7%.
Fonte: ITC
A aquisição ao exterior de leite e natas cresceram entre 2012 e 2014, de 0,83 milhões para 1,79 milhões de
USD. Em 2014, os principais fornecedores foram a Indonésia, a Austrália, a Nova Zelândia e Portugal, com
quotas de, respetivamente, 70,87%, 17,68%, 4,29% e 3,51%.
As importações de soro de leite e iogurtes também aumentaram no mesmo período, de 3,51 milhões para
4,27 milhões de USD. A Indonésia é líder de mercado, com uma quota de 98,48%.
As compras externas de queijos e requeijão registaram um comportamento semelhante, passando de 0,38
milhões de USD, em 2012, para 0,42 milhões de USD em 2014. Em 2014, Singapura, Nova Zelândia e
Portugal detinham as maiores quotas de mercado, de 35,63%, 26,13% e 12,59%, respetivamente.
Fonte: ITC
0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de produtos lácteos, ovos e mel
0403 - Soro de leite e iogurte0401 - leite e nata não concentrados/adoçados0407 - ovos com casca0402 - leite e nata concentrados/adoçados0406 - queijo e requeijãooutros
948
639
938
1 914
3 700
9 111
9 714
7 667
0 2 500 5 000 7 500 10 000
Austrália
Portugal
Nova Zelândia
Portugal
Singapura
Nova Zelândia
Singapura
Portugal
Leit
e e
nat
asM
ante
iga
e io
gurt
esQ
uei
jo e
coal
ho
s
USD/tonelada
Preços das importações de produtos lácteos por origem em 2015
Qu
eijo
s e
req
uei
jão
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14
Cereais
Os cereais importados por Timor-Leste, incluindo o arroz, registaram uma subida bastante significativa entre
2012 e 2014, de 31,42 milhões para 60,86 milhões de USD.
O Vietname e a Tailândia foram os países que exportaram mais arroz para Timor-Leste em 2014. O
Vietname exportou 43,24 milhões de USD, correspondendo a uma quota de mercado de 71,11%, e a
Tailândia exportou 17,47 milhões de USD, com uma quota de mercado de 28,73%.
Não estando disponível, à data, informação para 2015 de fornecedores importantes como, por exemplo, o
Vietname, pode contudo avançar-se algum detalhe relativo aos preços de importação (por ordem
decrescente de quantidade exportada) de arroz com origem na Tailândia, Singapura e Portugal, os quais
em 2015 atingiram, respetivamente, 361 USD/ton., 324 USD/ton. e 1 000 USD/ton.
Cereais transformados
As importações timorenses de cereais transformados, amido, farinhas e produtos preparados a partir do
leite, revelaram um ligeiro aumento entre 2012 e 2014, de 18,94 milhões para 19,97 milhões de USD. A
Indonésia é líder de mercado, com uma quota de mercado de cerca de 95%, em 2014. No mesmo ano,
Singapura e Portugal registaram quotas de 1,82% e 1,13%, respetivamente.
Fonte: ITC
Os produtos mais importados são as massas e cuscuz, pão, biscoitos e doces de pastelaria. As importações
de massas e cuscuz aumentaram entre 2012 e 2014, de 11,35 milhões para 13,62 milhões de USD. A
Indonésia lidera o mercado, com uma quota de 98,85%, em 2014.
O pão, biscoitos e doces de pastelaria, revelaram um ligeiro decréscimo entre 2012 e 2014, de 5,90 milhões
para 5,10 milhões de USD. A Indonésia é líder, com 89,61% de quota de mercado em 2014. No mesmo
ano, Singapura, Malásia e Portugal registaram quotas de mercado de 3,63%, 2,47% e 2,33%.
0 5 000 10 000 15 000 20 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de transformados de cereais
1902 - Massas e cuscuz
1905 - Prod. de padaria, pastelaria ou da ind. de bolachas
1901 - Extratos de malte; prep. alimentícias de farinhas
1904 - Cereais p/ peq almoço e barras de cereais
1903 - Tapioca e sucedâneos
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15
Fonte: ITC
Preparações de hortícolas e frutas
As importações de Timor-Leste passaram de 2,24 milhões de USD, em 2012, para 2,27 milhões de USD,
em 2014. Os países que mais exportaram estes produtos para Timor-Leste em 2014 foram a Austrália,
Singapura e Indonésia, com quotas de mercado de 24,6%, 22,5% e 12,5%, respetivamente.
Fonte: ITC
As compras externas de sumos de frutas e vegetais cresceram entre 2012 e 2014, de 0,76 milhões para
0,95 milhões de USD. Em 2014, os principais fornecedores destes produtos foram a Austrália e a Indonésia,
com quotas de mercado de 56,03% e 17,00%, respetivamente. Portugal teve uma quota de mercado de
3,15%.
1 346
2 318
1 308
2 294
1 046
2 955
1 424
2 085
2 618
3 462
0 2 500 5 000 7 500 10 000
Indonésia
Singapura
Portugal
R. Coreia
Indonésia
Malásia
Índia
Filipinas
Portugal
Austrália
Pas
ta e
cusc
uz
Pão
, bis
coit
os
ep
aste
lari
a
USD/tonelada
Preços das importações de transformados de cereais por origem em 2015
0 500 1 000 1 500 2 000 2 500
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de preparações de hortícolas ou frutas
2009 - sumos de frutas e prod hortícolas2004 - prod hortícolas prepar/conserv congelados2005 - prod hortícolas prepar/conserv não congelados2008 - frutas e partes de plantas, prepar/conservadas2007 - doces, geleias, marmelades, purés e pastas de frutas2003 - cogumelos e trufas, preparados ou conservados2006 - prod. hortícolas, frutas conservados em açúcaroutros
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As importações de geleias de frutas e marmelada revelaram um decréscimo entre 2012 e 2014, de 0,27
milhões para 0,12 milhões de USD. Em 2014, O principal fornecedor foi a Indonésia, com uma quota de
53,45%, seguida da China, com 18,1%. Portugal teve uma quota de mercado de 4,31%. Não existe ainda
informação para 2015 de todos os fornecedores de Timor-Leste mas podem detalhar-se preços de
importação (por ordem decrescente de quantidade exportada) de sumos de fruta e vegetais com origem em
Singapura (230 USD/ton.), Indonésia (365 USD/ton), Portugal (1 053 USD/ton.), Austrália (2 415 USD/ton.),
Chipre (515 USD/ton.) e Turquia (769 USD/ton.).
Transformados de carne e conservas de peixe
As importações destes produtos atingiram 6,24 milhões de USD em 2012, sofrendo um ligeiro decréscimo,
para 5,71 milhões de USD, em 2014. Os países que mais exportaram estes produtos para Timor-Leste em
2014 foram Indonésia e Singapura. A Indonésia exportou 1,83 milhões de USD, com quota de mercado de
32,08%, e Singapura exportou 1,4 milhões de USD, com quota de mercado de 24,58%. Portugal exportou
0,36 milhões de USD, que corresponderam a 6,27% de quota de mercado.
Fonte: ITC
As compras ao exterior de preparações e conservas de peixe e caviar sofreram um decréscimo entre 2012
e 2014, de 3,04 milhões para 2,78 milhões de USD. Em 2014, os principais fornecedores de Timor-Leste
foram a Indonésia, o Vietname, a Tailândia e Portugal, com quotas de mercado de 63,23%, 20,74%, 6,16%
e 3,24%, respetivamente.
As importações timorenses de preparações e conservas de carne, miudezas ou sangue, aumentaram
ligeiramente entre 2012 e 2014, de 0,49 milhões para 0,53 milhões de USD. A China é líder de mercado,
tendo em 2014 alcançado uma quota de 60,19%. A quota de Singapura fixou-se nos 14,67%, seguida de
Portugal, com 11,81%.
As compras externas de enchidos e produtos semelhantes de carne, miudezas ou sangue, revelaram um
pequeno decréscimo entre 2012 e 2014, de 2,60 milhões para 2,31 milhões de USD. Em 2014, os principais
fornecedores foram Singapura, Brasil, Malásia e Portugal, com quotas de mercado de 51,95, 27,08%,
9,32% e 8,36%, respetivamente.
0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 7 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de transformados de carne e conservas de peixe
1604 - preparados do peixe e caviar1602 - preparações e conservas de carne1601 - enchidos e produtos semelhantes de carne, miudezas ou sangue
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Fonte: ITC
Açúcar e produtos de confeitaria
As importações destes produtos foram das que mais cresceram entre 2012 e 2014, passando de 9,17
milhões para 41,99 milhões de USD. Em 2014, o principal fornecedor foi a Tailândia, com uma quota de
mercado de 94,2%. A quota portuguesa fixou-se em 0,57%.
Fonte: ITC
Os produtos mais importados são o açúcar de cana ou de beterraba e sacarose em forma sólida, que
registaram um aumento muito significativo entre 2012 e 2014, de 6,83 milhões para 40,21 milhões de
dólares americanos.
Não estando disponível, à data, informação para 2015 de todos os fornecedores, pode contudo avançar-se
algum detalhe relativo aos preços de importação de açúcar de cana ou de beterraba e sacarose sólida com
origem na Tailândia, Singapura, Indonésia e Portugal, os quais em 2015 atingiram, respetivamente,
378 USD/ton., 596 USD/ton., 596 USD/ton. e 1 000 USD/ton.
881
1 817
3 082
2 250
1 286
3 367
7 222
4 000
0 2 500 5 000 7 500 10 000
Brasil
Malásia
Portugal
Indonésia
Indonésia
Tailândia
Portugal
Singapura
Tran
sfo
rmad
os
de
car
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Co
nse
rvas
de
pe
ixe
USD/tonelada
Preços das importações de transformados de carne e conservas de peixe por origem - 2015
0 10 000 20 000 30 000 40 000 50 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de açúcares e produtos de confeitaria
1701 - Açúcares de cana ou de beterraba
1704 - Produtos de confeitaria sem cacau
Outros
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Bebidas
Os valores importados por Timor-Leste de bebidas - água mineral e gaseificada, bebidas não alcoólicas,
cerveja feita a partir do malte, vinhos de uvas frescas, bebidas espirituosas, licores e outras bebidas
alcoólicas - aumentaram entre 2012 e 2014, de 24,90 milhões para 26,02 milhões de USD.
Em 2014, os principais fornecedores foram a Indonésia, Singapura, Vietname, República da Coreia e
Portugal, com quotas de mercado de 56,98%, 32,20%, 6,53%, 5,17% e 5,00%, respetivamente.
Fonte: ITC
As importações de Timor-Leste de água mineral e gaseificada, aumentaram significativamente, de
1,87 milhões de USD, em 2012, para 4,26 milhões de USD, em 2014. A Indonésia lidera o mercado destes
produtos, com uma quota de 98,78% em 2014. Portugal apenas alcançou uma quota de mercado de 0,54%
Nas bebidas não alcoólicas (água e sumos de fruta), as importações sofreram um decréscimo entre 2012 e
2014, de 12,45 milhões para 9,79 milhões de USD. Os países fornecedores com maior quota de mercado
são a Indonésia e Republica da Coreia. Em 2014, estes países registaram quotas de mercado de 75,76% e
14,05%, respetivamente. Portugal teve uma quota de mercado de 0,57%.
As importações de cerveja aumentaram de forma significativa, de 7,71 milhões de USD, em 2012, para 9,07
milhões de USD, em 2014. Singapura, Indonésia e Vietname lideram o mercado. Em 2014, detinham quotas
de mercado de 51,86%, 33,00% e 14,09%, respetivamente. A quota de Portugal foi de 0,65%.
No vinho, o aumento das importações foi pouco relevante entre 2012 e 2014, de 1,40 milhões para 1,46
milhões de USD. O país que lidera o fornecimento deste produto a Timor-Leste é Portugal, com valores de
1,11 milhões de dólares americanos, em 2014, e uma quota de mercado de 75,74%, seguido da Austrália,
com 14,32%.
0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000
2012
2013
2014
Milhares USD
Evolução das importações de bebidas
2202 - Refrigerantes2203 - Cerveja2201 - Águas2208 - Licores, bebidas espirituosas2204 - VinhosOutras bebidas
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As bebidas espirituosas, licores e outras bebidas alcoólicas, revelaram um pequeno decréscimo das
importações entre 2012 e 2014, de 1,34 milhões para 1,23 milhões de USD. No último ano, os países com
maiores parcelas de mercado, foram Singapura, Austrália, Holanda e Portugal, com quotas de 71,56%,
20,29%, 4,81% e 2,93%, respetivamente.
Fonte: ITC
4.1. Principais fornecedores
Entre os principais fornecedores de produtos alimentares e bebidas portugueses, encontram-se Amanhecer
e Masterchef do Recheio Cash&Carry (Jerónimo Martins), Bacalhoa (vinhos), Continente (Sonae), Enoport
(vinhos), Goanvi-Parras (vinhos), José Maria da Fonseca (vinhos), Nobre (enlatados), Panike (padaria e
pastelaria), Sogrape (vinhos), Sovena (azeite) e Sumol+Compal (sumos e vegetais).
Os principais fornecedores de produtos estrangeiros são: Arira Pangindo (batatas fritas), Ben Foods (leite e
outros bens alimentares), Chia Khim Lee Food Industries (CKL) (sumos e outros bens alimentares), Deho
Canning & Co (atum em conserva), Dellos F&B Co (sumos), Heineken Ásia e Pacífico (cerveja), Heinz ABC
Indonesia (ketchup), Indofood CBP Sukses (noodles), Indraco Group Company (café e cappuccino), Innodis
(margarina e queijos), Karunia Alam Segar (noodles e molhos), Lucky Frozen SDN BHD (leite e outros bens
alimentares), Topseller Pte (leite e outros bens alimentares), Ultrajaya Milk Industry & Trading (leite e outros
bens alimentares).
1 482
289
865
743
1 450
3 049
4 900
1 857
3 857
9 785
5 737
789
10 235
4 429
890
969
811
786
1 045
500
857
0 4 000 8 000 12 000
Singapura
China
Portugal
Tailândia
Portugal
Austrália
Singapura
Espanha
Nova Zelândia
Singapura
Austrália
R. Coreia
Portugal
R. Unido
R. Coreia
Singapura
Malásia
Portugal
Austrália
Chipre
Turquia
Cer
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Vin
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ore
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ão a
lco
ólic
as
USD/tonelada
Preços das importações de bebidas alcoólicas por origem em 2015
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4.2. Posicionamento de Portugal
De acordo com dados do ITC, Portugal exportou para Timor-Leste 2 milhões de USD em bens alimentares e
bebidas em 2012 e cerca de 3,1 milhões de USD em 2015, representando um acréscimo de cerca 50,5%.
Nos produtos agroalimentares e bebidas, Portugal detém quotas de mercado inferiores às dos principais
fornecedores de Timor-Leste. A Indonésia, Singapura, Vietname e Tailândia, não só pela proximidade
geográfica face a Timor-Leste, mas também pelos preços competitivos dos produtos, registam quotas de
mercado superiores.
No entanto, Portugal faz parte do grupo de países que mais exporta bens alimentares e bebidas para Timor-
Leste. Apesar da distância a que se encontra, o seu posicionamento é relevante neste mercado, uma vez
que os produtos portugueses são vistos como tendo grande qualidade, e existe potencial para aumentar a
quota de mercado em algumas categorias de produtos.
O gráfico seguinte apresenta a evolução das importações timorenses de alimentação e bebidas. A
informação utilizada vai apenas até 2014, por falta de dados referentes ao Vietname, no ano de 2015.
Fonte: ITC
4.2.1. Estrutura da importação timorense de bens alimentares e bebidas portugueses
O gráfico seguinte ilustra a importância relativa dos diversos produtos nas importações timorenses de
agroalimentares e bebidas a Portugal.
Destaca-se o facto de alguns produtos assumirem maior representatividade nas compras a Portugal do que
nas importações globais de agroalimentares realizadas por Timor. É o caso das bebidas, do leite, laticínios,
ovos e mel, das preparações de carne e conservas de peixe, do peixe, crustáceos e moluscos, do café, chá
e especiarias e das preparações de produtos hortícolas e frutas.
145
71
214
2
3
3
1,4%
4,1%
1,4% 0%
5%
10%
15%
20%
0
50
100
150
200
250
2012 2013 2014
Qu
ota
de
Po
rtu
gal
Milh
ões
de
USD
Evolução das importações timorenses de alimentação e bebidas
Produtos importados de Portugal Produtos importados de outros países
Quota de Portugal Linear (Quota de Portugal )
aicep Portugal Global
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21
Fonte: ITC
As importações de bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres de Timor-Leste a Portugal aumentaram 15%
entre 2011 e 2015, ano em que atingiram os 1,05 milhões de USD, distribuídos do seguinte modo:
761 mil USD de vinhos de uvas frescas, com um crescimento de 11% entre 2011 e 2015.
174 mil USD de espirituosos, licores e outras bebidas alcoólicas (crescimento de 60%).
46 mil USD de vermutes e outros vinhos de uvas e aromatizados de plantas (crescimento de 101%).
32 mil USD de cerveja de malte (crescimento de 6%).
22 mil USD de bebidas não alcoólicas, água e sumos de fruta e vegetais (decréscimo de 4%).
19 mil USD de águas minerais e gaseificadas (crescimento de 25%).
Mil USD de vinagre e derivados (decréscimo de 8%).
Nos produtos lácteos, ovos e mel, as importações registaram um crescimento de 20% entre 2011 e 2015,
e fixaram-se em 209 mil USD no último ano:
76 mil USD de leite e natas, com um crescimento de 12% entre 2011 e 2015.
46 mil USD de queijos e requeijão (crescimento de 36%).
Mil USD de manteiga e iogurtes (sem dados que permitam apurar a evolução das importações).
2 mil USD de mel natural (crescimento de 15%).
Bebidas 42%
Prepar. cereais; produtos de
pastelaria 7%
Açúcar e produtos de confeitaria
1%
Gorduras e óleos 5%
Carne e miudezas 3%
Leite e laticínios, ovos e mel
8%
Prepar. alimentícias
diversas 3%
Prepar/conservas de carne e de
peixe 10%
Frutas 1%
Peixe, crustáceos e moluscos
8%
Café, chá, mate e especiarias
2%
Prepar. prod. hortícolas e frutos
secos e nozes 6%
Produtos hortícolas
1% Cacau e suas preparações
3%
Importações Timorenses de Agroalimentar e Bebidas a Portugal
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22
As importações de peixe, crustáceos, moluscos, invertebrados aquáticos atingiram 208 mil USD em
2015, o que correspondeu a um crescimento de 36% entre 2011 e 2015. Destacam-se, no último ano:
58 mil USD de moluscos, com um crescimento de 138% entre 2011 e 2015.
45 mil USD de peixe congelado (crescimento de 3%).
10 mil USD de peixe curado ou fumado (sem dados que permitam apurar a evolução das
importações).
45 mil USD de filetes de peixe e peças congelados (sem dados disponíveis para cálculo da
variação).
As compras de cereais transformados, farinha, amido e preparados a partir do leite de Timor-Leste a
Portugal aumentaram 24% entre 2011 e 2015, ano em que atingiram os 184 mil USD, distribuídos do
seguinte modo:
89 mil USD de pão, biscoitos e bolos de pastelaria, com um crescimento de 29% entre 2011 e 2015.
33 mil USD de cereais de pequeno-almoço e barras de cereais (crescimento de 11%).
Nas preparações e conservas de hortícolas e frutas, e frutos secos as importações atingiram 163 mil
USD em 2015 e um crescimento de 26% desde 2011. Destacam-se, no último ano:
77 mil USD de vegetais congelados e preparados, com um crescimento de 23% entre 2011 e 2015.
40 mil USD de sumos de fruta e vegetais não fermentados (crescimento de 32%).
23 mil USD de frutos em conserva (crescimento de 79%).
13 mil USD de tomate conservado e preservado (crescimento de 28%).
6 mil USD de geleias, frutas cristalizadas e marmelada em compota (decréscimo de 9%).
Mil USD de pepinos, cebolas e pickles conservados (decréscimo de 17%).
As compras timorenses a Portugal de gorduras animais e vegetais registaram 126 mil USD em 2015, o
que correspondeu a um crescimento de 4% entre 2011 e 2015. Destacam-se:
122 mil USD de azeite e derivados, com um crescimento de 3% entre 2011 e 2015.
3 mil USD de cártamo, óleo de girassol e óleo de seda (decréscimo de 4%).
As compras de carne e miudezas comestíveis a Portugal aumentaram 11% entre 2011 e 2015, ano em
que atingiram os 80 mil USD, sendo os principais produtos os que se seguem.
20 mil USD de carne de porco congelada, um decréscimo de 9% entre 2011 e 2015.
11 mil USD de carne de vaca congelada (sem dados disponíveis para cálculo da variação).
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Em 2015, as importações de preparações alimentícias diversas e refeições preparadas, registaram 73
mil USD, um crescimento de 23% entre 2011 e 2015. A informação seguinte revela dados mais detalhados.
32 mil USD de condimentos, o que correspondeu a um crescimento de 63% entre 2011 e 2015.
14 mil USD de refeições preparadas (decréscimo de 9%).
12 mil USD de sopas e caldos (crescimento de 14%).
As importações de cacau e preparados do cacau fixaram-se em 62 mil USD em 2015, o que correspondeu
a um crescimento de 55% entre 2011 e 2015. Destacam-se, no último ano:
38 mil USD de chocolate e preparados do cacau, com um crescimento de 54% entre 2011 e 2015.
2 mil USD de pasta de cacau (sem dados que permitam apurar a evolução das importações).
No café, chá e especiarias, as compras timorenses a Portugal atingiram 45 mil USD em 2015, o que
correspondeu a um crescimento de 33% entre 2011 e 2015.
25 mil USD de café em 2015, o que correspondeu a um crescimento de 25% entre 2011 e 2015.
7 mil USD de canela e flores de canela (aumento de 23%).
6 mil USD de gengibre, açafrão, tomilho e folha de louro (aumento de 72%).
2 mil USD de extratos e concentrados de café ou chá (crescimento de 15%).
Em 2015 Timor-Leste comprou a Portugal 16 mil USD de açúcares e produtos de confeitaria, um
aumento de 20% entre 2011 e 2015:
13 mil USD de açúcar de confeitaria em 2015, um crescimento de 33% entre 2011 e 2015.
3 mil USD de açúcar de cana, beterraba e sacarose no estado sólido (decréscimo de 4%).
Nas frutas, as importações de Timor- Leste a Portugal atingiram 13 mil USD em 2015, um decréscimo de
3% desde 2011. Destacam-se:
6 mil USD de frutos congelados e nozes, um decréscimo de 26% desde 2011.
4 mil USD de uvas frescas; frutos secos; e nozes (sem dados disponíveis para apurar variações).
As importações de cereais incluindo arroz, registaram 7 mil USD, um aumento de 2% entre 2011 e 2015.
Destacam-se as importações de arroz (6 mil USD, com um crescimento de 2% entre 2011 e 2015 e de
milho (mil USD; sem valores disponíveis que permitam calcular a variação).
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4.2.2. Perceção dos produtos alimentares e bebidas portugueses
Em geral os produtos oriundos de Portugal são do agrado dos consumidores das várias nações presentes
em Timor-Leste. O que diferencia os nossos produtos são a qualidade e a confiança que as marcas
portuguesas transmitem, e também o sabor. Os maiores consumidores e apreciadores de produtos
portugueses são os portugueses, timorenses e australianos.
No entanto, os preços pouco competitivos para alguns bens são apontados como desvantagem perante
outros produtos provenientes de outros países. Num país onde os rendimentos são baixos e os orçamentos
reduzidos, no geral, a população timorense procura produtos com os preços mais competitivos sem que a
qualidade seja o ponto mais forte na tomada de decisão no ato da compra. Todavia, a classe média e alta
da população timorense e a comunidade estrangeira têm preferência na compra de produtos portugueses,
ignorando o facto de terem preços mais elevados.
Os vinhos e licores portugueses são produtos muito procurados em Timor-Leste, revelando qualidade e
preços competitivos.
4.2.3. Atividades de promoção de bens alimentares e bebidas portugueses
Em finais de fevereiro de 2016, no âmbito do I Fórum Económico Global da CPLP, a Aicep Portugal Global,
promoveu no stand de Portugal a exposição de vários produtos portugueses, entre os quais produtos
alimentares e bebidas, nomeadamente, vinhos, sumos, conservas, queijos, enchidos, azeite e azeitonas, e
chocolates.
Alguns dos supermercados locais promovem, com alguma regularidade, os vinhos, queijos e enchidos,
assim como outros produtos alimentares e bebidas portugueses, em vários eventos institucionais e em
várias superfícies comerciais.
As receções do 10 de Junho têm promovido os produtos alimentares e as bebidas portuguesas, já que o
catering é na sua totalidade elaborado com produtos portugueses e o evento acaba por ser uma mostra da
gastronomia portuguesa. Os vinhos, a cerveja, as águas e os sumos servidos são todos de origem
portuguesa.
Em 2015, foi lançada em Timor-Leste uma marca de vinhos portugueses “Timor”, destinada a este mercado,
e desenvolvido de acordo com o gosto dos timorenses.
Em 2016, foi lançada uma campanha publicitária, sobretudo nos jornais em Timor-Leste, promovendo a
cerveja Sagres como o “Verdadeiro Sabor de Portugal”, associando a marca à seleção de futebol
portuguesa.
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4.2.4. Análise SWOT do posicionamento dos bens alimentares e bebidas portugueses
Pontos Fortes
Qualidade dos produtos
Boa imagem
Competência
Preços competitivos em algumas categorias de produtos
Pontos Fracos
Redução de custos
Preços pouco competitivos em algumas categorias de produtos
Distância geográfica
Instabilidade de fornecimento
Problemas operacionais
Poucas ações de promoção junto ao consumidor final
Oportunidades
Tendência de aumento da procura
Mercado em expansão
Mudanças demográficas
Falta de oferta de alguns produtos
Ameaças
Concorrência
Maior diversidade da oferta da concorrência
Barreiras burocráticas ao comércio
Fracas infraestruturas
Hábitos alimentares
Baixo poder de compra do consumidor timorense
5. Canais de distribuição e locais de compra
O retalho está concentrado sobretudo na cidade de Díli, com a presença de diversos supermercados,
nomeadamente o Supermercado Páteo, os Leader e Lita, os Kmanek, os W Four e os Supermercados
Jacinto. No canal grossista, destacam-se vários operadores, nomeadamente, Lisun Wholesaler &
Distributor, Globus e Oceanline.
Alguns operadores estão presentes, simultaneamente, nos dois canais. A título de exemplo, o
Supermercado Páteo faz a distribuição de produtos de grande consumo através das vendas em loja
(retalho), mas realiza também vendas através de uma cadeia de distribuição organizada (canal grossista)
que fornece supermercados, hotéis, restaurantes e também entidades oficiais, tais como, escolas, Governo
timorense e Embaixadas em Díli.
Relativamente ao grupo de supermercados Leader e Lita, pertencentes ao Grupo FHK, além do retalho,
detém um grossista, a distribuidora Lisun, que fornece produtos frescos e carne aos restaurantes, e também
funciona como o agente distribuidor para as marcas da Unilever, Bintang e Coca-Cola.
As cervejas vendidas pela Heineken (Bintang, Tiger, ABC, Heineken e Sagres) são distribuídas através do
mercado grossista e 70% através de canais mistos. O principal armazenista e distribuidor é o Lisun
Wholesaler & Distributor. Para a Heineken, o país está dividido em 4 áreas de venda: Díli, Zona Central,
Zona Ocidental e Zona Oriental, e existem 25 armazenistas distribuídos por 12 municípios. Em Díli,
encontram-se 7 vendedores pertencentes à distribuidora Lisun e 4 vendedores da Heineken. Nos
municípios, encontram-se 8 vendedores da Lisun e 3 vendedores da Heineken.
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6. Legislação e regulamentação para importação e venda de bens alimentares e bebidas
O quadro legal aduaneiro, tem sido objeto de uma profunda reforma por parte do Governo de Timor-Leste,
de modo a dotar o país de uma Administração Alfandegária moderna e ágil, quer ao nível dos
procedimentos (Diploma Ministerial n.º 5/2003, de 23 de julho), quer do relacionamento com os agentes
económicos. Cabe à Direção Geral das Alfândegas, do Ministério das Finanças, garantir o cumprimento das
formalidades aduaneiras, exercer ações de controlo sobre as mercadorias introduzidas no território e sobre
os locais de armazenamento dos bens.
A entrada no país de alguns produtos necessita de obtenção de licença de importação, nomeadamente, as
plantas e animais vivos, os produtos transformados de origem animal e alguns géneros alimentares, além
dos cosméticos e das máquinas agrícolas.
As mercadorias importadas estão sujeitas às imposições inscritas na Pauta Aduaneira de Timor-Leste
(PAT). A Nomenclatura das mercadorias segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação das
Mercadorias e a tributação compreende – Direitos Aduaneiros de Importação, Imposto Seletivo de Consumo
(ISC) e Imposto sobre Vendas.
Sobre a maioria das importações incide uma taxa uniforme de 2,5% do valor aduaneiro das mercadorias a
título de Direitos Aduaneiros. Para além das tarifas alfandegárias, sobre as importações recaem, ainda: o
Imposto Seletivo de Consumo, para cervejas de malte (1,90 USD por litro), vinhos de uvas frescas,
vermutes e outras bebidas fermentadas (2,50 USD por litro), álcool etílico e outras bebidas alcoólicas (8,90
USD por litro). Para mais detalhes relativos à tributação das operações importações, as empresas deverão
aceder à Lei Tributária (Lei n.º 8/2008, de 30 de junho).
Importa referir que as pessoas coletivas que compram mercadorias ao exterior podem beneficiar do Regime
de Entreposto Aduaneiro, sendo-lhes permitido importar e armazenar os bens em regime suspensivo, só
pagando os impostos devidos no momento da sua introdução no consumo, à saída do entreposto aduaneiro
e nos termos e nas condições previstas na lei.
Recentemente, foi publicada a Lei n.º 8/2016, de 8 de julho (Lei de Proteção ao Consumidor), que
estabelece os princípios gerais em matéria de proteção ao consumidor. Esta lei exige que as informações
ao consumidor sobre a natureza, características e garantias de bens ou serviços oferecidos ao público no
mercado de Timor-Leste, quer as constantes de rótulos, embalagens, prospetos, catálogos, livros de
instruções, para utilização ou outros meios informativos, quer as facultadas nos locais de venda ou
divulgadas por qualquer meio publicitário, deverão ser prestadas numa das línguas oficiais, ou seja,
português ou tétum.
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Por último, já foi aprovado o Decreto-Lei que cria a Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividade
Económica, Sanitária e Alimentar, IP (AIFAESA), Decreto-Lei nº 26/2016, de 29 de junho. Esta entidade é
indispensável à revisão dos normativos legais sobre segurança de produtos alimentares e serviços de
consumo, com particular relevo para o controlo da qualidade dos alimentos assim como das condições de
higiene e salubridade dos estabelecimentos e locais públicos, com o objetivo de eliminar, diminuir ou
prevenir riscos para a saúde pública e problemas sanitários. Em Conselho de Ministros, foi também
aprovado o Decreto-Lei que cria a Comissão Instaladora da Autoridade de Inspeção e Fiscalização da
Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, IP (AIFAESA), que dentro em breve será promulgado e
publicado.
Mais legislação relevante pode ser consultada no website do Governo, através do tema: Legislação –
Importação/Exportação. Também o website do Ministério das Finanças disponibiliza diplomas legais na
página: Lei Aduaneira.
7. Acesso ao mercado - barreiras
7.1. Barreiras alfandegárias
As barreiras alfandegárias são muitas vezes apontadas pela difícil organização de documentação e
certificação para importação de produtos e pelos encargos aduaneiros, nomeadamente:
Difícil organização de documentação para importação de produtos em Timor-Leste.
Em relação à carne foi referido por diversas superfícies comerciais, que as autoridades
timorenses apenas permitem a entrada de produtos com certificação atribuída por países que
têm estabelecido medidas de controlo e segurança alimentar.
Elevados encargos aduaneiros: além das tarifas alfandegárias recaem ainda sobre as
importações, o Imposto Seletivo de Consumo, para as cervejas de malte, vinhos de uvas
frescas, vermutes e outras bebidas fermentadas, álcool etílico e outras bebidas alcoólicas;
Congestionamento do porto de Díli, devido ao processo de reabilitação que obriga ao pagamento
de sobretaxas devido à extensa permanência dos produtos na alfândega.
7.2 Barreiras não alfandegárias
Em Timor-Leste, existem alguns fatores que limitam o comércio. No que diz respeito ao setor de
alimentação e bebidas, os mais relevantes são os que se seguem.
Infraestruturas pouco adequadas e ainda pouco desenvolvidas, nomeadamente as condições do
porto de Díli e a inexistência de um entreposto frio junto do porto. Em breve será iniciada a
construção de um novo porto, junto a Díli, em Tíbar, que quando em operação suprimirá as
dificuldades atualmente apontadas relativamente ao porto de Díli.
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Falta de recursos humanos qualificados para as mais diversas áreas.
Distância de Timor-Leste a Portugal, o que aumenta o preço do transporte face ao dos produtos
provenientes de países mais próximos do mercado. Adicionalmente, os contentores (via marítima)
demoram pelo menos 60 dias até ao porto de Díli, e o atraso no fornecimento de mercadorias pode
comprometer a reposição de stocks dos produtos.
As altas taxas de juro praticadas pelo sistema bancário são também mencionadas como uma
dificuldade neste mercado.
8. Perspetivas, oportunidades e desafios do setor
O crescimento populacional, hábitos alimentares que gradualmente demonstram algumas alterações e,
acima de tudo, um país em desenvolvimento, que necessita de dar resposta a uma população em
permanente evolução, abrem boas perspetivas para o setor de alimentação e bebidas.
Para as empresas portuguesas interessadas em exportar ou reforçar a exportação de alimentos e bebidas
para Timor-Leste, as oportunidades estão, nomeadamente, no fornecimento de carne de porco, peixe
congelado, crustáceos e moluscos, enchidos, queijos, leite, cereais de pequeno-almoço, chocolates, açúcar
de confeitaria, águas minerais e gaseificadas e sumos de frutas ou vegetais. De referir que o mercado dos
vinhos continua em crescimento e representa uma oportunidade para os vinhos provenientes de Portugal.
O reduzido poder de compra da população timorense representa um desafio que pode condicionar a venda
ou preferência na compra de alguns produtos portugueses, dada a opção por bens de preço mais baixo e
de qualidade inferior. Efetivamente, os preços competitivos que o mercado oferece bem como a
concorrência dos mais variados produtos e marcas provenientes dos países vizinhos representam um
desafio para a oferta portuguesa. No entanto, este não deixa de ser um setor em crescimento, que revela
margem e oportunidade para que os produtos portugueses possam alcançar uma quota de mercado
superior à atual.
9. Informação prática
9.1. Roadmap para entrada no mercado de bens alimentares e bebidas
Para além da documentação geral que acompanha as transações comerciais internacionais (ex.: fatura
comercial e documentos de transporte), a importação dos produtos alimentares e bebidas está sujeita ao
cumprimento de formalidades específicas.
No caso da exportação de produtos agroalimentares para Timor-Leste, as empresas portuguesas
interessadas devem contactar sempre a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, em Portugal (DGAV)
para apurarem da possibilidade de realização da respetiva operação de exportação.
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Os agentes económicos podem consultar informação pormenorizada relativa às barreiras não tarifárias às
exportações deste setor para países terceiros (nomeadamente Timor-Leste) na página relativa a
constrangimentos à exportação do Portal GlobalAgriMar, do Gabinete de Planeamento, Políticas e
Administração Geral, do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM).
Os bens introduzidos no território aduaneiro são, a partir desse momento, passíveis de controlo e podem
ser submetidos a fiscalização alfandegária. Existem também requisitos sanitários e fitossanitários a cumprir,
assim como regras de quarentena (Decreto-Lei n.º 21/2003, de 31 de dezembro).
9.2. Principais empresas importadoras e retalhistas de bens alimentares e bebidas
Páteo (supermercado de produtos portugueses)
Rua D. Fernando, Díli
Qulina (supermercado português)
Rua Nu Laran nº9, Bairro dos Grilos, Díli
Igal Unipessoal, Lda (loja portuguesa)
Hotel Central, Rua Maria José Marques, Díli
Leader Supermercado e Lita Store (Supermercado)
Avenida Nicolau Lobato, Comoro, Díli
Avenida Marginal, Lecidere, Díli
Supermercados Kmanek
Palm Business and Trade Centre
Surikmas, Fatumeta- Bairro Pité, Hudi Laren, Díli
Supermercados Jacinto
Avenida Liberdade de Imprensa (Rua 15 de Outubro) Culuhun, Díli
W Four Supermarket
Avenida Nicolau Lobato, Timor Plaza, Díli
Landmark Supermarket
Avenida Mártires da Pátria, Díli
Dilimart Supermarket
Avenida 20 de Maio, Akadiruhun, Díli
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Supermercado Phoenix 368
Rua 30 de Agosto, Díli
Convenience Store
Palapaso (City West), Díli
9.3. Despachantes e agentes aduaneiros
Diretório de Despachantes Aduaneiros (Ministério das Finanças de Timor-Leste)
DHL Express
(+670) 331 1567
Lita Store
(+670) 724 2536
Maritime Services Agent
(+670) 725 0987
SDV Logística Timor-Leste (Bolloré Logistics)
(+670) 332 2818
Ben Line Agencies
(+65) 6225 3522
9.4. Feiras de produtos alimentares e bebidas
Não existem até à data feiras internacionais de produtos alimentares e bebidas em Timor-Leste. Contudo,
realizam-se algumas iniciativas relacionadas com promoção de produtos alimentares e bebidas no mercado.
9.5. Fontes de informação
ITC (International Trade Centre)
DGE (Direção Geral de Estatística)
Ministério das Finanças de Timor-Leste
Banco de Portugal
FMI (Fundo Monetário Internacional)
Ministério da Agricultura e Direção Nacional de Agricultura e Horticultura
Timor-Leste - Ficha de Mercado AICEP
Timor-Leste - Guia Prático de Acesso ao Mercado AICEP
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9.6. Imprensa generalista
Jornais locais e digitais:
Timor Post (Diário)
Jornal Nacional Diário (Diário)
Suara Timor Lorosae (Diário)
O Independente (Diário)
Jornal Matadalan
Business Timor
Lusa – Agência de Noticias de Portugal em Timor-Leste
Blogs generalistas:
Timor Hau Nian Doben
Timor Agora
9.7. Outros aspetos
Relativamente à cultura empresarial em Timor-Leste, pode ser consultado o Guia Prático de Acesso ao
Mercado disponível na biblioteca digital da AICEP. Contudo, existe um aspeto específico do setor de
alimentação e bebidas, em que alguns supermercados locais recorrem a fornecedores, como o Recheio
Cash & Carry e o Continente, que se encarregam de organizar cada contentor com uma oferta variada de
produtos, sem que sejam feitos contactos diretos com os produtores; esta situação é comum, por exemplo,
nos vinhos. No entanto, outros optam por ter um representante em Portugal que trata de toda a logística e
organização de contentores diretamente com os produtores.
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