Memória: história de suas abordagens
Gabi e Lézio
Platão (428-347 a.C.)
Mênon: a reminiscência• “Não há aprendizado,
apenas lembrança.”• Recordar: recuperar o
conhecimento dentro de si, por si mesmo.
• O conhecimento está na alma.
Aristóteles (384-322 a.C.)
Metafísica – o conhecimento• Animais: poder de
sensação, faculdade de memória (alguns).
• Memória: os que a possuem são mais inteligentes.
• Pela memória se adquire experiência. Pela experiência se adquire ciência e arte.
Santo Agostinho de Hipona (334-430 d.C.)
Confissões – O palácio da memória• Memória: conhecer a si
mesmo. Conhecer a Deus.
“(…) O grande receptáculo da memória – sinuosidades secretas e inefáveis, onde tudo entra pelas portas respectivas e se aloja sem
confusão – recebe todas estas impressões, para as recordar e revisitar quando for necessário.
Todavia, não são os próprios objetos que entram, mas suas imagens: imagens das coisas
sensíveis sempre presentes a oferecer-se ao pensamento que as recorda.”
Santo Agostinho de Hipona (334-430 d.C.)
Confissões – O palácio da memória• Memória: conhecer a si
mesmo. Conhecer a Deus.
A Trindade:• O que especifica o ser
humano: memória, vontade e inteligência.
Padre Antonio Vieira (1608-1697)
• Influência do pensamento aristotélico tomista.
• Memória: lugar de guardar imagens, ideias, juízos, substrato para outros processos da alma (conhecer a si mesmo e converter o próximo).
• Recordar vivências para orientar a ação presente.
À PsicologiaÀs “Neurociências”
Aos saberes “psicológicos”
Da filosofia
• Frenologia e cranioscopia: a forma de seu crânio define sua personalidade!– Franz J. Gall (anatomista
alemão).
Leonardo Da Vinci1452-1519
Hieronymus Brunschwig(cirurgião alemão),
1450-1512
• Desafiando a frenologia.– Pierre Flourens (fisiólogo
francês).– Estudo de lesões discretas
em áreas cerebrais de coelhos e pombos.
– Lesões discretas → efeitos comportamentais discretos (ou ausentes).
– Visão não-localizacionista do funcionamento cerebral (aggregate field view).
• Embora desafiado, o localizacionismo predomina.– Paul Broca (físico e
anatomista francês): estudo de casos de AVC reforçam localizacionismo.
• Mais localizacionismo...– Korbinian Brodmann
(neurologista alemão).– Classificação de áreas
conforme citoarquitetura (coloração de Nissl).
• Mais localizacionismo...– Korbinian Brodmann
(neurologista alemão).– Classificação de áreas
conforme citoarquitetura (coloração de Nissl).
• Paralelamente, nasce a escola estruturalista da psicologia.– Pragmatismo,
positivismo, empirismo.– Wilhelm Wundt (médico
e psicólogo alemão).
• Mais localizacionismo...– Korbinian Brodmann
(neurologista alemão).– Classificação de áreas
conforme citoarquitetura (coloração de Nissl).
• Mais pragmatismo, positivismo, empirismo...– Nasce a psicofísica.– Mais um alemão: Gustav
Fechner (psicólogo).
• Desafiando o estruturalismo.– Funcionalismo/Gestalt:
“the whole is more than the sum of its parts.”
– Por exemplo: William James (filósofo, EUA).
Estruturalismo
FuncionalismoGestalt
Localizacionismo
Não-localizacionismo“Aggregate field”
?
?
• A doutrina do neurônio.– Camilo Golgi (patologista
italiano).
– Impregnação de tecido nervoso por prata → primeira demonstração das vias neurais encefálicas.
Tecido nervoso: uma rede contínua?
• A doutrina do neurônio.– Ramón y Cajal
(histologista espanhol).
– Repetição da técnica de Golgi → interpretação diferente.
Neurônios como unidades discretas?
Polarização (tanto morfológica quanto funcional)?
Contato
s entre
neurô
nios?
• Nobel compartilhado. • Enquanto isso, Freud (neurologista austríaco) analisava...
– apesar de criticado pelos psicólogos empiristas.
Teria tomado café com Cajal?
• Nobel compartilhado... • Outro Nobel...– Desta vez, sobre sistema
digestivo.– ???– Ivan Pavlov (fisiólogo
russo).
• Voltando à caixa preta...– A noção dos engramas (o
localizacionismo das memórias).
– A aprendizagem levaria a uma espécie de inscrição em uma substância biológica irritável.
– Richard Semon (zoólogo alemão).
• Radicalizando o estudo do comportamento...– ... e ignorando a “caixa
preta.”– Behaviorismo: de
Edward Thorndike a Burrhus Skinner (ambos psicólogos, EUA).
• Desenvolvimento e fragmentação.– Eletrofisiologia.– Neurofarmacologia.– Etc.
• Contrariação ao behaviorismo: advento de humanismo e existencialismo.– Mentalismo radical?
• Identidade.• Morte.• Solidão.• Liberdade.• Significado.• Etc.
?
• Cognitivismo, busca por processos comportamentais em consonância com:– neurociências– e computação eletrônica.
• Memória de trabalho.– Habilidade do sistema nervoso de “reverberar” uma
informação adquirida do ambiente, mesmo na ausência de tal informação.
– Importância para manipulação de informações visando-se a uma decisão não-imediata.
– E.g. Alan Baddeley, psicólogo britânico.
• E o substrato? Em busca dos engramas...– Karl Lashley, psicólogo (EUA).– A falha em identificar os engramas sugeriu que as
memórias não têm localização definida, mas distribuição ampla pelo encéfalo.
Anti-localizacionismo?
Anti-estruturalismo?
• Que tal pensar a respeito de fisiologia, ao invés de estruturas?– Donald Hebb (psicólogo canadense).– “Neurons that fire together, wire together.”
• A noção de memória celular, corroborando as ideias de Hebb.– Plasticidade sináptica demonstrada pela
abordagem biomolecular e comportamental.– Eric Kandel (austríaco/estadunidense).
• A noção de memória celular, corroborando as ideias de Hebb.– Plasticidade sináptica demonstrada
eletrofisiologicamente.– Terje Lomo (norueguês) + Timothy Bliss (inglês).
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