MEMÓRIA E HISTÓRIA CAMETAENSE: OS OLHARES SOBRE A IDENTIDADE
TOCANTINA1
Cássia Cristi Arnoud de Souza
UFPA/CUNTINS-CAMETÁ
BOLSISTA/PRODOC
Prof. Dr. Luiz Augusto Pinheiro Leal
UFPA/CUNTINS-CAMETÁ
ORIENTADOR
RESUMO: A pesquisa busca discutir a identidade cametaense, através da literatura e
da memória de intelectuais, visando compreender a construção da identidade, a partir de uma
elite política. As obras literárias nos ajudam a compreender como intelectuais locais
projetaram e sobrepuseram a memória da elite política e religiosa como fator determinante
para o processo histórico e da identidade Tocantina. O período escolhido é o ano de
publicações das obras que foram de 1985 a 2009, no entanto a discussão se dá em torno do
início do século XX com a intensificação da construção da nacionalidade brasileira. Essa
abordagem histórica compreende a mentalidade de intelectuais cametaenses, que buscaram na
influência política construir um modelo de identidade que vangloriasse a própria elite
cametaense.
PALAVRAS-CHAVE: Intelectualidade, Memória e Identidade Tocantina.
1 Este artigo é referente à finalização da Pesquisa PRODOC, cujo Tema “Produção intelectual e cultura afro-
brasileira em Cametá: a formação da identidade Tocantina”. Relativo ao Projeto de Pesquisa “ENTRE O
ENGAJAMENTO E A RESPONSABILIDADE: INTELECTUAIS E AFRICANIDADES AMAZÔNICAS”.
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INTRODUÇÃO
As discussões entre historiadores sobre como investigar o passado nos trazem novas
possibilidades de analisar a história de uma sociedade. A historiografia brasileira na
contemporaneidade remodela-se em novas perspectivas de estudos, novas tendências e
enfoques surgem para dar novas possibilidades de compreender aspectos históricos que
envolvem uma sociedade. Nesse meio discursivo sobre as novas abordagens e métodos
históricos, a literatura ganha espaço no âmbito das reformulações históricas, assim como a
oralidade que também passa a ser utilizada entre pesquisadores para compreender como a
memória de uma comunidade envereda tradições culturais de determinado grupo social.
Esta pesquisa buscou compreender como a identidade pode ser pensada a partir da
literatura, da oralidade e memória, que entrelaçam tradições culturais. Como parte da
literatura, investigamos como intelectuais descreveram a história da cidade de Cametá
exaltando personagens ilustres para afirmar a identidade de uma classe privilegiada.
Sendo assim, observou-se como a elite cametaense, constituída por famílias
tradicionais, buscou ao longo do tempo fixar a memória de personagens ilustres e inibir a
presença negra em Cametá. Nas obras literárias cametaenses de Alberto Moia Mocbel e
Sérgio Victor Tamer prevalecem à história de um grupo político e religioso. Enquanto que
outros grupos sociais como os negros, ficam a margem do processo de construção da
identidade cultural em cametá, os personagens negros aparecem na literatura cheios de
estereótipos o que concretiza a visão preconceituosa do intelectual.
Nesse sentido veremos a imposição de uma elite em adsorver elementos tradicionais
de famílias políticas e religiosas, excluindo assim a presença negra na formação histórica e
cultural da cidade de Cametá. A elite branca domina toda esfera política, econômica, social e
cultural na história cametaense enquanto outros grupos são marginalizados e esquecidos na
construção histórica e da identidade cametaense.
Nas abordagens literárias veremos como intelectuais cametaenses conceituaram a
memória política como fator determinante para a identidade Tocantina. Os intelectuais
cametaenses criaram tradições a respeito da história dos “Notáveis” e dos “Romualdos”. A
respeito disso, Eric Hobsbawm em “A Invenção das Tradições”, traz um estudo sobre o
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desenrolar das tradições e como se deu essa construção na conjuntura do Estado-nação. Em
seu trabalho o argumento frequente é sobre tradições inventadas por uma elite extremamente
nacionalista que a partir de suas habilidades justificam a importância da nação nacionalista
para o desenvolvimento do país. (HOBSBAWM, 1997).
Enquanto a denominação de tradições abrange um sentido amplo, mas definido, no
contexto de tradições inventadas, ou aquelas que surgem de forma súbita e se constituem ao
longo da história. Podemos dizer que nessa pesquisa o que está em jogo não são como essas
tradições inventadas sobreviveram, mas sim como elas surgiram e qual o seu real. Para
Hobsbawm:
Por “tradição inventada” entende-se um conjunto de práticas, normalmente
reguladas por regras tácita ou abertamente aceitas; tais práticas, de natureza
ritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e normas de comportamento
através da repetição, ou que implica, automaticamente, uma continuidade em
relação ao passado. (HOBSBAWM, 1997, p. 9)
As “tradições inventadas” pelos intelectuais cametaenses utiliza sujeitos históricos
como símbolos para a identidade Tocantina. Mocbel e Tamer idealizaram a construção de
uma identidade nacionalista através da memória, mas cabe pensarmos se essas memórias
foram inventadas ou foram remodeladas, ao usarem os “notáveis” construíram um imaginário
que permanece na memória e na história da cidade de Cametá. Os valores e comportamentos
desses sujeitos devem ser lembrados fatos relevantes para o desenvolvimento da história e da
memória. (HOBSBAWM, 1997).
1- Os “Notáveis e os Romualdos” como Símbolos da Identidade Cametaense
A análise das obras literárias visou compreender como a questão da identidade pode
ser vista nos livros dos intelectuais. Sendo assim, a literatura cametaense, nos dará
oportunidade de compreender como a identidade Tocantina foi almejada por intelectuais que
priorizaram lembrar memórias de pessoas que constituíram a política e a religiosidade em
Cametá, afirmando assim, a valorização da história da elite. Segundo Maria Eloisa Cavalheiro
em “Sabes com quem estás falando?” Elites Políticas no Planalto Médio Gaúcho – 1930-
1945”, traz um estudo sobre o termo “elite”, explica como as relações de alguns grupos,
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evidenciam a desigualdade e a valorização do poder concentrado em pessoas que possuem um
poder aquisitivo maior do que outras. Para a autora:
O conceito de elites políticas passa, necessariamente, pela teoria das elites ou
elitista, de onde também se deriva o termo “elitismo”. Entende esta corrente
que em toda sociedade existe, sempre e apenas, uma minoria que, de várias
formas, é detentora do poder, em contraposição a uma maioria que dele está
privada. Dentre as formas de poder, social ou estrategicamente mais
importantes, impõem-se o poder econômico, o ideológico e o político.
(CAVALHEIRO, 2008, p. 25)
Os intelectuais cametaenses priorizaram escrever a memória da elite política,
tentando assim constituir uma identidade moldada nas classes superiores. Em Cametá,
veremos com os intelectuais trazem a valorização da história da elite oligárquica como fator
importante para a construção da identidade Tocantina. (SOUZA, 2014).
No trabalho de Cássia C. Arnoud de Souza em “Pensando a Identidade Tocantina:
Intelectuais, Literatura e Presença Negra em Cametá – (1985-2009)”, a discussão sobre a
identidade Tocantina se dá através de dois pontos, um sobre como intelectuais pensaram em
construir uma identidade moldada nos critérios do Estado, e outro sobre como a presença
negra afirma uma história através da memória de seus ancestrais negros, constituindo-se assim
parte da identidade cametaense. Já que a própria historiografia no século XIX e início do
século XX, concentrava-se em escrever sobre sujeitos políticos, enquanto os negros ficavam à
margem de todo o processo histórico. Com a fragmentação da história tradicional os
questionamentos sobre a sociedade no geral surgem, onde são colocados, frente a frente,
teorias ou possibilidades de conhecimento que solucionem os problemas sociais e históricos.
(SOUZA, 2014).
Em Cametá é comum às designações de “Cidade Invicta”; “Terra Notáveis” ou
“Terra dos Romualdos”. Essas denominações constituem a identidade visada pelos
intelectuais da elite cametaense, para Alberto Moia Mocbel e Sérgio Victor Tamer a
valorização do Estado, era significativa para afirmar a identidade nacionalista, que através de
momentos históricos como a independência do Brasil, tornaram os personagens envolvidos
nesse processo histórico, símbolos da nacionalidade brasileira. Vejamos no Jornal Opinião
(semanário) como a “cidade invicta” valoriza as festividades do Estado como manifestações
patrióticas que representam a cultura brasileira:
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Na Terra dos Romualdos
Victor Tamer
Viveu Cametá, neste São João que passou, as alegrias tributadas ao seu
padroeiro, sempre renovadas com admirável vigor através de tôdas as
gerações de sua história.
A festa em sí, por se tratar de um reencontro dos filhos da terra, serve para a
apresentação esmerada de cada um em consonância ao progresso que os
poderes públicos podem oferecer, nessa quadra, aos olhos tôda a gente. (...)
O ritmo do progresso na terra dos Romualdos, manifesta-se, de igual modo
nas velhas praças outrora tomadas de capim. (Jornal Opinião – Cametá 28
de Julho de 1971 – p. 7)
Vemos que o intelectual fala dos filhos da terra, que na concepção do autor esses
filhos de Cametá, são aqueles que com bravura deixaram sua marca na história da cidade.
Essa concepção de “Terra dos Romualdos” foi criada para a construção da identidade
Tocantina, que deveria ser constituída apenas pela história e cultura da elite política e
religiosa, a busca por sujeitos históricos consolidava a ideia do Estado em reverenciar
personagens antigos como forma de engrandecer a identidade nacional.
Os intelectuais cametaenses possuem relação direta ou indiretamente com o poder,
revelando assim uma visão de sociedade que nos parece limitada apenas nas memórias da
elite cametaense. O intelectual Alberto Moia Mocbel exerceu seu primeiro mandato como
prefeito por dois períodos; de 71 e 72; o segundo foi de 76 a 83, muitas de suas obras refletem
a trajetória dos sujeitos engajados na política e na religiosidade. Já Sérgio Victor Tamer,
apesar não ter sido prefeito, influenciou na história política da sociedade cametaense, trazendo
personagens que para ele constituem a história e a identidade cametaense, como a imagem de
Padre Prudêncio o herói que impediu a entrada dos cabanos na cidade de Cametá. Segundo
Tamer esse personagem revela grandiosidade da história de Cametá. (MOCBEL, 2009).
Segundo a pesquisadora Kátia Kátia Gerab Baggio em “Iberismo, Hispanismo e
Latino-Americanismo no Pensamento de Gilberto Freire: Ensaios e Impressões de Viagens”,
o século XX foi palco de grandes mudanças na sociedade que iam desde a economia até o
âmbito sócio-político. O Estado assumiu o papel de responsável pela formação da cultura e
pelos valores culturais que tinham que ser preservados pela sociedade, com o objetivo de que
essas ações em “conjunto” levassem o país a um progresso social (BAGGIO, 2010). O meio
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intelectual assumiu o papel de propagar a ideias que o Estado impunha para a sociedade.
Vários intelectuais escreveram sobre um passado social, político e cultural, no entanto, poucos
foram os estudiosos que se atentaram para os detalhes das obras literárias, nas quais o
discurso histórico é descrito de forma para que os acontecimentos sejam relembrados no
aspecto desejado por esses literatos.
Portanto os intelectuais cametaenses valorizaram a história da própria elite
tradicionalista que domina toda a esfera social da sociedade cametaense (SOUZA, 2014).
Sendo assim, na análise de Antônio Gramsci em “Os intelectuais e a Organização da Cultura”,
faz uma discursão a respeito de intelectuais e suas categorias, que podem ser especificada em
grupos sociais e suas responsabilidades que vão além de pensar a sociedade, atravessam o
campo de criar e divulgar seus ideais sejam eles engajados em causas políticas, sociais ou
culturais (GRAMSCI, 1982). Para Edward W. Said em “Representações do intelectual: as
conferências Reith de 1993”, as relações de intelectuais com as instituições e os conflitos
sociais, como por exemplo, o poder e a sociedade na Guerra Fria. Inaugurada em 1948 por
Bertrand Russell, durante as Conferencias de Reith transmitidas pela BBC, o pesquisador Said
traz uma ideia de que o intelectual deve ir além da academia, adentrando em debates e
discussões sobre problemas atuais (SAID, 2005).
Said, trabalha o engajamento do intelectual nos debates acerca de problemas sociais,
no sentido de informar sobre como o intelectual deve agir em determinadas discussões,
principalmente quando envolve conflitos étnicos ou políticos (SAID, 2005).
Outro ponto importante sobre o livro de Said é a discussão em torno do intelectual na
atualidade, quais suas responsabilidades. Said se propõe a discutir o papel do intelectual que
para ele pode ser alguém que tenha a sensibilidade de representar um ideal ou indivíduo, o
intelectual fornece uma mensagem que pode ser filosófica ou política. (SAID, 2005).
Norberto Bobbio em “Os intelectuais e o Poder: dúvidas e opções dos homens de
cultura na sociedade contemporânea” traz a discussão sobre a forma como falamos dos
intelectuais. Não devemos compará-los de forma homogênea eles não constituem um só
grupo, existem vários tipos de intelectuais. Além da forma como falamos, Bobbio expressa a
preocupação do papel do intelectual, que possuem responsabilidades com o público e como a
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posição de determinado intelectual afeta todo o grupo de pessoas que trabalham com ideais
diversificados (BOBBIO, 1997).
A proposta da identidade visada por Mocbel se limita a uma classe que está no topo
da sociedade cametaense, ligada a elite política, apesar do intelectual hoje em dia negar que a
cultura não está voltada somente para pessoas ricas e brancas, as suas obras refletem muito
sobre uma sociedade moldada nos padrões do estado no século XX. (SOUZA,2014). Tamer
traz a valorização dos sujeitos históricos, mostrando a dominação da elite política no poder, os
intelectuais preocupam-se em manter os mitos em torno da história da cidade, como “Cametá
Cidade Invicta”, “Terra dos Notáveis” e “Terra dos Romualdos”, entrelaçando sujeitos
históricos que estavam ligados à centralização do poder político e social. (SOUZA, 2014).
A respeito disso, Monica Pimenta Velloso em “Os intelectuais e a política cultural do
Estado Novo”, faz um estudo sobre o posicionamento de intelectuais diante da construção de
uma nova história social e política. A autora traz uma abordagem acerca da relação entre
intelectuais e o Estado Novo, mostrando que as ligações de intelectuais com o poder, apesar
de complexas, podem ser vistas nos discursos conscientes de agentes que servem como
divulgadores de ideais políticos. O intelectual serve assim, como um catalisador de
informação que conduz o discurso do sistema político até aqueles que não podem
compreender o sentido político. Segundo Velloso, no período do Estado Novo, emergiram
vários intelectuais preocupados em descrever o momento histórico que estava ocorrendo na
sociedade brasileira (VELLOSO, 1987).
Nas obras de Mocbel vemos a preocupação do escritor em exaltar personagens
ilustres que possuíam o poder centralizador. O escritor mostra uma tendência de valorização
de personagens envolvidos na política. Na concepção deste literato, a história da sociedade
cametaense está ligada apenas aos personagens elitistas, em sua fala fica evidente que o
intelectual prioriza a questão da história de políticos e religiosos, dando ênfase aos homens
que considera como importante para a memória cametaense:
E fiz um levantamento dos homens que fizeram a história de Cametá. Tudo
isso porque eu queria fazer um livro não uma cartilha e consegui lançar.
(MOCBEL, 83 anos, em entrevista no dia 7 de março de 2014)
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O intelectual ainda se prende em uma história positivista, onde ressalta a importância
dos grandes heróis nacionais, mostrando que os verdadeiros sujeitos que fazem as
transformações nacionais devem ser lembrados. No levantamento feito por Mocbel, sobre os
homens que construíram a história da sociedade brasileira, os famosos “notáveis”,
personagens que para o intelectual marcaram na memória da sociedade valores heroicos,
vemos a valorização da elite oligárquica.
A tradição de lembrar da memória de personagens ilustres constitui o objetivo de
valorização de um grupo tradicional. Em seu último livro “Luzes da inspiração” o autor traz a
memória de um personagem que faz parte da elite cametaense, dedicando duas páginas para
valorizar o político:
Creio que, recordando o nome de Francisco Siqueira Mendes Pereira,
cumpro um dever de Justiça, pois seu nome jamais deveria (ou deverá) ser
esquecido, não só pelos serviços prestados a Cametá e seu povo, como
também por ter sido ele uma das reservas morais de nossa terra e merecedor
dos louvores que devemos prestar a todos quantos se destacaram no cenário
político-administrativo ou em quaisquer outros setores que ponham em
destaque o nome de Cametá, A Pérola do Tocantins. (MOCBEL, 2009, p.32)
É notável a valorização dada a tradicional elite política cametaense, como vimos os
sujeitos envolvidos na política ganham espaço nas obras literárias como personagens que
devem ser valorizados. Essa concepção de lembrar de sujeitos ilustres, faz com que haja a
construção da memória e história da cidade Cametá, que por sua vez influenciará na
identidade Tocantina que tem como representação pessoas de famílias tradicionais e
conservadoras.
A cultura então nesse momento emerge das matrizes do poder do Estado que
organizará a sociedade em seu contorno político e as elites de intelectuais começam criar
novas correntes de pensamentos que identificaram o Estado como símbolo de poder e de
nacionalidade brasileira. (VELLOSO, 1987). E o Estado teria como representação simbólica a
presença de personagens políticos tradicionais, assim como em Cametá os intelectuais
priorizaram a história e memória da elite política.
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Para o intelectual Alberto Moia Mocbel a exaltação de pessoas ligadas a política era
extremamente importante. Em um trecho tirado do Jornal “A Província do Pará” no ano de
1982, o prefeito Mocbel faz uma saudação ao presidente João Baptista Figueiredo.
Mensagem do Prefeito.
Presidente João Baptista Figueiredo.
Sede bem-vindo ao coração dos cametaenses.
No mesmo dia em que Pedro Teixeira partiu do litoral desta terra, para a
conquista da Amazônia. V. Exa. pisa o chão querido dos “Camutás”, para
conquistar em definitivo o coração de seu povo. (Cametá – A Marca do
progresso em Cametá. A Província do Pará, Belém quarta-feira, 27 de
outubro de 1982)
Esta declaração feita ao presidente do Brasil nos faz compreender o engajamento que
o intelectual Mocbel tem pela política, este trecho foi tirado do Jornal quando o presidente
Figueiredo visitou o Pará e em especial Cametá. Na fonte do jornal podemos compreender a
comparação que há entre o presidente Figueiredo, seu governo foi de forma ditatorial, o
intelectual faz referência também ao colonizador Pedro Teixeira, que escravizou os indígenas
que aqui viviam. Para o intelectual é uma honra a presença de um presidente ditador, na terra
que um dia sofreu o processo de colonização por portugueses. A figura de Pedro Teixeira é
associada ao ditador Figueiredo de forma gloriosa, na concepção do intelectual a centralização
do poder político é um processo parecido entre os dois sujeitos.
O engajamento intelectual de Mocbel está voltado a história política, a exaltação de
personagens ilustres que possuíam o poder centralizador. O escritor mostra uma tendência de
valorização de personagens envolvidos na política. Na concepção deste literato, a história da
sociedade cametaense está ligada apenas aos personagens elitistas, em sua fala fica evidente
que o intelectual prioriza a questão da história de políticos e religiosos, dando ênfase aos
homens que considera como importante para a memória cametaense:
E fiz um levantamento dos homens que fizeram a história de Cametá. Tudo
isso porque eu queria fazer um livro não uma cartilha e consegui lançar.
(MOCBEL, 83 anos, em entrevista no dia 7 de março de 2014)
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O intelectual ainda se prende em uma história positivista onde ressalta a importância
dos grandes heróis nacionais, mostrando que os verdadeiros sujeitos que fazem as
transformações nacionais devem ser lembrados.
1.1- Literatura, Memória e História
Vimos então que no século XX com a intensificação dos problemas da nacionalidade
brasileira intelectuais utilizam obras literárias para reafirmar um passado glorioso ou criar um
imaginário que representasse o país. A escritura memorialista pode adentrar as múltiplas
dimensões da sociedade e pode exercer diversas funções sociais e culturais. Na literatura é
possível encontrarmos aspectos históricos entrelaçados ao imaginário do escritor, em vista
disso, nas obras de Mocbel e Tamer, notamos que são misturadas com história, memória e o
imaginário de uma elite política que influencia a escrever sobre uma nacionalidade brasileira.
(SOUZA, 2014).
Quanto aos outros sujeitos sociais como os negros ainda são vistos como atraso da
sociedade, separados da classe superior e considerados como desordeiros, assim como na obra
Chão Cametaense de Tamer, que mostra os cabanos como “anarquistas”, que em sua maioria
eram negros que reivindicavam uma autonomia e participação na história social. Para Tamer
os verdadeiros heróis foram aqueles que lutaram contra os cabanos, contra as reinvindicações
do negro.
A segunda edição de Chão Cametaense, publicada em 1987. O escritor começa
narrando sua participação na comemoração do Tricentenário da Fundação de Cametá e,
também, nos cem anos do movimento da cabanagem. Essa obra reflete o nacionalismo e o
heroísmo de sujeitos políticos que lutaram contra os cabanos.
Faz exatamente, 50 anos, ainda no verdor de minha mocidade, que assisti no
salão nobre da nossa Prefeitura Municipal, no ano de 1935, à sessão magna
comemorativa do tricentenário da fundação da cidade de Cametá, a que se
associava com igual pompa evocativa, o 1º centenário da grande epopeia da
cabanagem vivida na resistência heroica que o valente padre soldado
Prudêncio José das Mercês Tavares soube impor, à frente dos denodados
cametaenses, contra a invasão sanguinária daquela rebelião desvairada, que
já dominava toda Província do Pará. (TAMER, 1985, p. 13)
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Vemos à exaltação feita por Tamer em cima do soldado Padre Prudêncio que,
segundo Tamer, impediu a entrada dos cabanos na cidade. Padre Prudêncio atuava como uma
espécie de Juiz de Paz na cidade de Cametá e implementou leis que proibiam negros de
andarem em grupos com receio de que houvesse novas revoltas na cidade. (TAMER, 1985).
Segundo o pesquisador Valter do Carmo Cruz em “Pela Outra Margem da Fronteira:
território, identidade e lutas sociais na Amazônia”, a elite política cametaense por muito
tempo valoriza personagens que estavam enquadrados no desenvolvimento e progresso da
sociedade cametaense. Para Valter Cruz a mitologia dada em cima desses personagens é
devido a posição social que eles tinham na sociedade. (CRUZ, 2006).
A história do município de Cametá tem sido a narrativa de uma elite de famílias
tradicionais como Parijós, Mendonça, Peres dentre outras ligadas à economia e a política
local. Para Valter Cruz, essa elite de intelectuais é responsável por guardar a memória e a
história tradicional cametaense. Sendo assim, a história de determinado grupo social (elitistas)
ganha espaço enquanto outros grupos sociais (pobres e negros) são invizibilizados neste
processo de construção da memória coletiva. Para o pesquisador essa invenção de tradições
em cima de sujeitos históricos considerados como heróis, delimita a formação da identidade
cametaense. (CRUZ, 2006).
Nessa valorização da hierarquia sócio-política Tamer faz com que haja uma
definição de um grupo social reforçando a ideologia de “pertencimento” a terra e exaltação a
um grupo oligárquico. Essas exaltações as grandes figuras da elite cametaense que lutaram
contra o movimento denominado de cabanagem reafirmam a posição da elite na sociedade
como superiores, reforçando a ideia de marginalização dos negros que habitavam a sociedade
cametaense. (CRUZ, 2006).
O intelectual Tamer, não insere Cametá favoravelmente ao movimento cabano, pelo
contrário, sua mentalidade é de uma cidade organizada socialmente, que respeita a ordem e a
moralidade e que resistiu contra essa manifestação, posicionando-se contra os “excessos”
cabanos.
Se os cametaenses, profundamente indignados com a tragédia do brigue
“Palhaço”, se levantaram em armas contra o governo e essa revolta tenha
gerado mais tarde a própria revolução dos cabanos, como admitir que
Cametá se tenha tornado, depois, na mais impressionante resistência contra a
Cabanagem? (TAMER, 1988, p. 45).
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O elemento de resistência à cabanagem faz com que Cametá na memória da elite seja
uma “Cidade Invicta”, que se manteve contra o movimento devido uma elite política que era
contra os ideais de outros grupos que não pertencessem à mesma origem oligárquica.
Outro intelectual que também reverencia a história dos personagens ilustres é Alberto
Moia Mocbel que em suas obras “Ecos Cametaenses”; “Cametá Recordações e Saudades” e
“Luzes da Inspiração”, traz uma memória voltada para a construção da identidade que
legitima um grupo social (elite). No livro publicado em 1985 Ecos Cametaenses, os contos e
crônicas feitas pelo escritor Alberto Moia Mocbel, revelam o saudosismo a pátria e a cidade
de Cametá, a narrativa histórica descreve os “Vultos que Enobrecem a Nossa História”. Os
mitos criados em cima de heróis e acontecimentos épicos fundamentam essa construção da
identidade cametaense. (MOCBEL, 1985).
Segundo o autor, este discurso relembrava o ano de 1822, em que o “povo”
brasileiro, ou seja, os portugueses que residiam aqui, ansiavam pela liberdade e pela
independência do país.
Senhores. A luta pela paz, pela liberdade e pelo progresso tem sido uma
constante na vida do povo brasileiro. Nessa trajetória tem ele encontrado as
dificuldades naturais que a vida oferece, mas logo o ideal, a força de vontade
e a formação do caboclo brasileiro têm conseguido vencer as dificuldades e
ultrapassar as barreiras e, embora as lutas, o sacrifício até mesmo da própria
vida, as vitórias têm sido alcançadas. Daí a necessidade que temos, todos, de
conhecer melhor a nossa História; conhecer melhor homens que iniciaram a
difícil caminhada rumo à liberdade, essa Liberdade que devemos preservar
com amor, carinho e sacrifício, da vida, se necessário for. (MOCBEL, 1985,
p. 49).
Essa legitimação do discurso proferido mostra a capacidade do intelectual de
construir relações de poder e símbolos que trazem sentimentos de amor à pátria. A partir dos
estudos de Marilena Chauí, o pesquisador Valter Cruz explica do sentindo antropológico o
sentido de que os personagens em momentos de tensões sociais ou políticas tem a capacidade
de criar alternativas para ultrapassarem os desafios impostos (CRUZ, 2006). Assim na
literatura cametaense os personagens ilustres ganham espaço na história e na memória. E
quanto mais repetitivo for melhor para conservar um símbolo.
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Nesse aspecto de relembrar os grandes feitos, Tamer reserva várias páginas do seu
livro sobre as lembranças dos Notáveis. A citação a seguir de Victor Tamer consta como
colaboração no livro de Mocbel “Ecos Cametaenses”.
(...) Se na verdade os mortos governam os vivos, quanto exemplo de
grandeza moral e cívica, que nos orgulha sobremodo, está contida nas
páginas a seguir, para a mediação e reconhecimento de todos nós, seus
conterrâneos. E por isso mesmo o nosso agradecimento a oportuna
compreensão do talentoso cametaense Alberto Mocbel. (MOCBEL, 1985, p.
95).
Os mortos que Tamer se refere são os Notáveis, que tiveram influência política na
cidade de Cametá. Os “ecos cametaenses” pertencem à própria elite conservadora, que através
dos tempos, deixa na memória da cidade a história elitizada que marginaliza os negros que se
revoltaram durante a cabanagem.
No livro “Recordações e Saudades” de Mocbel, publicado em 1988, mostra outros
grupos sociais (negros), mas que aparecem cheios de estereótipos. Este livro traz as memórias
do intelectual durante sua infância e juventude. O autor faz uma viagem no tempo, recordando
não só os fatos, mas também as pessoas que costumava encontrar. Veja como o negro aparece
de uma forma “amarga” na lembrança do escritor.
Outra lembrança amarga, é a Benedita Retrós. Nunca vi desde então figura
mais feia e, vejam o contraste, naquela carcaça horripilante pulsava um
coração extraordinariamente bom. Quantas vezes foi ela chamada, pela
minha mãe, para me benzer, quando ardia eu em febre, na esperança de que
essa providência afastasse o “quebranto” que me atormentava. Até hoje não
sei quem agia melhor, se o medo que eu tinha da velha benzedeira ou a fé
que tinha minha mãe em seus trabalhos. A verdade é que, após as suas
benzeduras, eu melhorava sempre. (MOCBEL, 1988, p. 6).
No século anterior ao XX, era comum encontrar obras cheias de preconceitos e
estereótipos sobre o negro, pois muitos intelectuais estavam inseridos em ideais proeminentes
racistas, representavam na literatura as correntes científico-filosóficas que surgiram no fim do
século XIX. E, no século XX, tais correntes cientificas continuaram a existir e causavam na
literatura um reflexo preconceituoso. (CRUZ, 2006).
A “lembrança amarga” do escritor a respeito da senhora negra mostra o preconceito
por parte do intelectual. Quanto ao sobrenome da senhora “Retrós” nos dá a impressão de
“atraso”, essa era a visão da sociedade elitista contra o negro. Para muitos intelectuais do
século XX, a negritude na sociedade causava o atraso do progresso e do desenvolvimento
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social. Após abolição da escravatura muitos questionamentos sobre o negro surgiram, a ideia
do atraso social e político jogava para as populações negras a culpa da situação que o país
enfrentava. (CRUZ, 2006). Quanto a “carcaça horripilante” está relacionada à própria cor da
negra, normalmente as pessoas negras sofriam com depreciações nominais por conta de sua
origem racial, em pleno século XX, os resquícios da escravidão ainda impregnavam a
mentalidade da elite tradicional. (SOUZA, 2014).
Quando o intelectual vai tratar de uma prática lúdica afro-brasileira ele mostra a
distinção que há da elite a população negra.
O Samba de Cacete, outrora, era exclusividade dos negros e de pessoas
absolutamente humildes. Funcionava apenas no subúrbio ou lá para o meio
das matas. Ali, salvo poucas exceções, gente da sociedade não botava os pés.
Era tabu. Havia uma odienta distinção de classes; um preconceito aviltante;
uma formalidade radical. Nesse tempo, as festas de primeira eram destinadas
à elite e as moças que frequentavam eram chamadas de “federais”; as de
segunda pertenciam à classe média e ali era o reduto das “estaduais”; as de
terceira agregavam as prostitutas ou “municipais”. O “Samba de Cacete”
pertenciam aos homens de cor. (...) Também em Cametá, na Aldeia dos
Parijós, o salão de danças era dividido às pessoas de primeira e de segunda.
(MOCBEL, 1988, p. 11).
Essas festividades feitas pela elite cametaense proibiam negros de entrarem nos
salões onde os brancos estavam. Essas recordações de Mocbel nos faz pensar no meio social
que ele pertenceu, por isso o autor sempre traz a memória dos ilustres cametaenses.
(MOCBEL, 1988). E lançando-se do pensamento europeu no século XX, os intelectuais
cametaenses acabam permeando na sociedade as teorias raciais que justificam as diferenças
sociais. (SOUZA, 2014).
Essa história e essa identidade, legitimam o poder a uma elite que através dos tempos
usa dessa memória de heróis para reafirmar o lugar do outro na sociedade. Sendo assim na
obra mais recente de Mocbel “Luzes da Inspiração” publicada em 2009, possui 131 páginas é
formada basicamente por 4 capítulos. O intelectual mais uma vez traz o discurso sobre os
“notáveis”, e a contribuição desses personagens para a história e a identidade cametaense. O
passado significativo desses personagens torna uma “tradição” na história da cidade relembrar
os grandes feitos por eles. (SOUZA, 2014).
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Quanto ao preconceito racial Mocbel descreve que nas festividades carnavalescas,
existia uma divisão social, mas isso era comum e respeitado por “ambas” as classes.
Em que pese o famigerado preconceito social que fazia dividir os brincantes
como de primeira, segunda e terceira classes, ainda assim existia um clima
de respeito recíproco. Na verdade, parece-nos, tratava-se mais de uma força
dos costumes que de princípios preconceituosos. (MOCBEL, 2009, p. 29-30)
Essa concepção do autor nos faz pensar no quanto a elite ainda estava acostumada a
ver o negro como inferior e incapaz de fazer parte do meio social que pertenciam. Sendo
assim a presença negra na literatura cametaense está regada de negatividade, quando
aparecem são atribuídos de características depreciativas. (SOUZA, 2014).
No trabalho de Maria Isaura Pereira de Queiroz em “Identidade Cultural, Identidade
Nacional no Brasil”, traz a discussão sobre processo de constituir uma identidade brasileira.
Essa preocupação começa no século XIX, no entanto ainda no século XX é fortemente
discutida no âmbito acadêmico e nacional, houve trabalhos de estudiosos que de certa forma
contribuíram para sanar o problema da identidade cultural e nacional. (QUEIROZ, 1989).
Para Queiroz, alguns estudiosos de ciências sociais acusaram os grupos menos
favorecidos de atrasarem o desenvolvimento do país, principalmente os “aborígenes e
africanos”.
Complexos culturais aborígenes, outros de origem europeia, outros ainda de
origem africana coexistiam. E estes cientistas sociais acusavam a
persistência de costumes bárbaros, aborígenes e africanos, de serem
obstáculos impedindo o Brasil de chegar ao esplendor da civilização
europeia. Consideravam-nos assim como uma barreira retardando o
encaminhamento do país para a formação de uma verdadeira identidade
nacional, que naturalmente embaraçava também um desenvolvimento
econômico mais eficiente. (QUEIROZ, 1989, p. 18)
Para esses intelectuais o atraso do país provinha justamente da mistura de raças e
para eles o país não se tornaria harmonioso por conta da miscigenação que ocorria.
Afirmavam que todos os problemas sociais que o Brasil passava eram devido à identidade
negra que não poderia assumir uma posição social. Nesse sentido vemos o embate de duas
identidades de contextos diferenciados (QUEIROZ, 1989).
Sendo assim a história e a memória da elite oligárquica é usada para representar as
tradições criadas por intelectuais que ao enobrecer a elite, acabam valorizando sua própria
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existência e memória. Nesse sentido a identidade cametaense para os intelectuais, afirma-se
através das memórias de personagens políticos e religiosos que tiveram um passado glorioso,
e que no presente representam a nacionalidade brasileira, a força e a ordem social e moral da
cidade de Cametá.
Para Stuart Hall em “A identidade cultural na pós-modernidade”, a diáspora da
identidade negra é constituída de experiências e modificações nos elementos culturais,
passando por uma metamorfose de acordo com as construções históricas e suas relações
estreitas com o poder. Hall preocupa-se com essas reestruturações na identidade pós-moderna
e segundo ele a identidade está fragmentada. No Brasil, desde a implantação do Estado Novo,
houve uma preocupação em criar uma identidade nacionalista, na qual as representações
políticas constituiriam mais tarde uma cultura nacional. (HALL, 2005).
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Notamos que os intelectuais cametaenses adotaram uma posição nacionalista em suas
obras. Vimos que durante o século XX as discussões sobre identidade brasileira eram bastante
complexas e preocupantes. Em Cametá, a preocupação dos autores era construir através de
personagens elitistas uma memória baseada nos moldes do estado. Assim como em outras
regiões do país, a história de Cametá descrita pelos intelectuais Tamer e Mocbel está voltada
para pessoas que mantinham relações com o poder político e econômico. Percebemos o
interesse dos intelectuais em criar uma identidade através desses sujeitos históricos que são
lembrados como heróis, assim como Padre Prudêncio que lutou contra os cabanos durante a
tentativa de invasão na cidade. E essa memória não está só nos documentos escritos podem
ser vistas em várias partes da cidade de Cametá, como em algumas praças que possuem
bustos de pessoas ilustres.
Através das escritas, os intelectuais cametaenses deixaram na memória da cidade a
história da elite conservadora que sempre esteve à frente das questões políticas e militares. O
“poder ideológico” desses intelectuais fora usado para perpetuar a história da elite na memória
da sociedade. Mocbel, através de seu poder político organizou jornais com ideais
conservadores, sempre mostrando à sociedade cametaense a organização dessa mesma elite
que detém o poder nas mãos. Tamer através de seu livro “Chão Cametaense” narrou
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acontecimentos históricos sobre a cabanagem e a importância desses sujeitos para a
identidade e cultura cametaense.
Nesse sentido a identidade Tocantina remodela-se em torno de histórias e memórias
que ajudam a pensar as formações históricas da cultura cametaense. Enquanto intelectuais
engajados na política tradicional, narram à história de um grupo elitista que por muito tempo
centralizou o poder da sociedade local.
Assim, em Cametá, a ideologia nacionalista tinha que criar alternativas para
assegurar a sociedade uma identidade moldada pela nacionalidade, através dos símbolos e da
memória que seria contada. Essa era a identidade a ser construída. E a identidade nacional não
se relaciona com as práticas culturais herdadas de uma etnia, mas sim com uma identidade
constituída no sentido de se impor contra uma cultura que não faz parte dos seus padrões
culturais.
REFERÊNCIAS
FONTES LITERÁRIAS
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________. Lembranças e Esperanças/Alberto-Mocbel. Belém, Grão-Pará, 1996.
________. Ecos Cametaenses – Alberto Moia Mocbel. Projeto editorial, J. A. Dantas de
Feitosa. Diagramação, paginação e arte final, Florisvaldo Gonçalves Lira. Editora Grão –
Pará. 1985. Belém/ PA.
________. Luzes da Inspiração. Alberto Moia Mocbel. Cametá, 2009.
TAMER, Victor. Chão Cametaense. 1987.
Impressa
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Cametá – A Marca do progresso em Cametá. A Província do Pará, Belém quarta-feira, 27 de
outubro de 1982.
Jornal de Cametá – 13 de setembro de 1942
Jornal Opinião – Cametá 28 de Julho de 1971
Fonte Oral
Entrevista com o Sr. Alberto Moia Mocbel, no dia 07/03/2014
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