MANUAL DE TRIPULANTE DE AMBULNCIA DE SOCORRO
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PREFCIO H quase duas dcadas foi criado o conceito do Sistema Integrado de Emergncia Mdica.
Embora nem sempre a sua definio seja consentnea com a realidade, o facto que se tem
registado alguns avanos considerveis. Somos de opinio que a chave do sucesso do SIEM, e a
concretizao do proposto, em grande medida relaciona-se com a formao e o profissionalismo,
conceitos indissociveis.
O presente Manual de Tripulante de Ambulncia de Socorro, idealizado como texto de apoio ao
Curso Tcnicas de Emergncia Mdica para Tripulantes de Ambulncia de Socorro, e respectivo
Curso de Actualizao, constitui um marco importante na medida em que representa o culminar
do trabalho de vrias equipas multidisciplinares, muito especialmente mdicos, enfermeiros,
tripulantes de ambulncia e auxiliares de telecomunicaes, e que no seu conjunto oferece uma
abordagem sistematizada dos temas relevantes ao exerccio da actividade de tripulante de
ambulncia de socorro. Trata-se da primeira edio de um verdadeiro manual para o TAS,
elaborado pelo INEM especificamente para a formao TAS e para o uso exclusivo nesse mbito.
O manual foi idealizado e elaborado de forma que a organizao do contedo se encontre em
sintonia com o proposto nos Protocolos de Actuao das equipas mdicas dos meios INEM pr
hospitalares, promovendo assim a articulao efectiva das equipas envolvidas no socorro.
de realar que o proposto encontra-se de acordo com a filosofia actual do Curso TEM TAS
sendo que, nalgumas reas, ser por ventura mais exigente e detalhado do que anteriormente
exposto. O TAS deve estar apto a cumprir com o estipulado.
No entanto, nenhum elemento deve ser responsabilizado pela execuo de tcnicas para as quais
no se encontra devidamente habilitado, sendo pertinente um esforo redobrado na actualizao
dos TAS existentes para alm de formao de novos quadros. Estamos em crer que a presente
proposta, em conjunto com o curso reestruturado e actualizado, bem como com a participao
activa dos parceiros credenciados para o efeito, ser um instrumento fundamental na promoo
da aquisio de conhecimento e consequente melhoria qualitativa do desempenho prtico.
Como nota final, de apresentar os nossos agradecimentos s equipas que ao longo dos ltimos
anos criaram as bases de trabalho, procederam reviso e finalmente concretizao deste
projecto.
Acreditando na capacidade dos intervenientes, institucionais ou pessoais, na abordagem do
desafio que a emergncia mdica pr hospitalar, encaramos este trabalho como uma base
sobre o qual o talento de outros dever incidir para que a formao e actualizao seja uma
constante, para que seja possvel valorizar os recursos humanos e rentabilizar os meios materiais
e, em ltima anlise, servir melhor a vtima de acidente ou doena sbita, o utilizador final do
sistema e a nossa razo de ser.
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NDICE CAPTULO 1 - ANATOMO-FISIOLOGIA DO CORPO HUMANO
CAPTULO 2 - PRECAUES UNIVERSAIS
CAPTULO 3 - EXAME DA VTIMA
CAPTULO 4 OXIGENOTERAPIA
CAPTULO 5 - COMPETNCIAS PSICOLGICAS
CAPTULO 6 - TRANSMISSO DE DADOS
CAPTULO 7 - TELECOMUNICAES
CAPTULO 8 - DOR TORCICA
CAPTULO 9 - INSUFICINCIA RESPIRATRIA
CAPTULO 10 - REACES ALRGICAS
CAPTULO 11 - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
CAPTULO 12 CONVULSES
CAPTULO 13 - DOR ABDOMINAL
CAPTULO 14 - HEMORRAGIA DIGESTIVA
CAPTULO 15 CHOQUE
CAPTULO 16 - DIABETES MELLITUS
CAPTULO 17- INTOXICAES
CAPTULO 18 - TICA E ASPECTOS LEGAIS DA EMERGNCIA MDICA
CAPTULO 19 - APOIO AO SUPORTE AVANADO DE VIDA
CAPTULO 20 - O TRIPULANTE E A AMBULNCIA
CAPTULO 21 - ANATOMO-FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ
CAPTULO 22 - EMERGNCIAS OBSTTRICAS
CAPTULO 23 - EXAME DA CRIANA
CAPTULO 24 - EMERGNCIAS PEDITRICAS
CAPTULO 25 - MECANISMOS DE TRAUMA
CAPTULO 26 - CONCEITO DE LESO OCULTA
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CAPTULO 27 - TRAUMATISMOS CRNIO-ENCEFLICOS
CAPTULO 28 - TRAUMATISMOS VRTEBRO-MEDULARES
CAPTULO 39 - TRAUMATISMOS TORCICOS
CAPTULO 30 - TRAUMATISMOS ABDOMINAIS
CAPTULO 31 - TRAUMATISMOS DA BACIA
CAPTULO 32 - TRAUMATISMOS NA GRVIDA
CAPTULO 33 - TRAUMATISMOS EM PEDIATRIA
CAPTULO 34 - TRAUMATISMOS VASCULARES
CAPTULO 35 - TRAUMATISMOS DOS TECIDOS MOLES
CAPTULO 36 - TRAUMATISMOS DAS EXTREMIDADES
CAPTULO 37 - TCNICAS DE IMOBILIZAOE REMOO DE VTIMAS
CAPTULO 38 - ACIDENTES EM MEIO AQUTICO
CAPTULO 39 - LESES AMBIENTAIS
CAPTULO 40 - QUEIMADURAS
CAPTULO 41 - APOIO AO HELITRANSPORTE
CAPTULO 42 - EXTRACO DE VTIMAS ENCARCERADAS
GLOSSRIO
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CAPTULO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CORPO HUMANO
OBJECTIVOS
No final da sesso os formandos devero ser capazes de:
Listar e descrever as regras bsicas de anatomia descritiva. Identificar os principais planos anatmicos. Identificar a importncia da uniformizao da linguagem entre os tcnicos de sade. Identificar os principais ossos da cabea e face, mencionando as respectivas referncias
anatmicas.
Identificar os ossos da coluna vertebral, mencionando as respectivas referncias anatmicas.
Identificar os ossos da bacia, mencionando as respectivas referncias anatmicas. Identificar os ossos dos membros superiores, mencionando as respectivas referncias
anatmicas.
Identificar os ossos dos membros inferiores, mencionando as respectivas referncias anatmicas.
Listar e descrever os ossos da grelha costal. Listar e descrever as caractersticas dos principais tipos de msculos do corpo humano. Listar e descrever os principais constituintes do sistema nervoso. Listar e descrever as principais funes do sistema nervoso central e do sistema nervoso
perifrico.
Listar e descrever os constituintes e respectivas funes do sistema nervoso central. Listar e descrever os constituintes do sistema nervoso perifrico. Listar e descrever as principais reas de sensibilidade do corpo humano. Listar e descrever o princpio do cruzamento da motricidade. Listar e descrever as camadas e as principais funes da pele. Listar e descrever os principais constituintes e as principais funes dos rgos dos
sentidos.
Listar e descrever os principais constituintes anatmicos do corao e grandes vasos. Listar e descrever os princpios bsicos da transmisso elctrica cardaca. Listar e descrever a circulao sistmica e pulmonar. Listar e descrever os diferentes tipos de vasos sanguneos. Listar e descrever a funo cardaca no contexto da oxigenao.
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Listar e descrever os principais constituintes do sangue. Listar e descrever os principais constituintes anatmicos das vias areas superiores. Enumerar e descrever os princpios gerais das trocas gasosas. Listar e descrever os princpios gerais do mecanismo da ventilao. Listar, descrever e localizar os principais constituintes e rgos anexos do Aparelho
Digestivo, utilizando as referncias anatmicas.
Identificar as funes dos principais rgos do Aparelho Digestivo e descrever os princpios bsicos da digesto.
Listar, descrever e localizar os principais constituintes do Sistema Urinrio, utilizando as referncias anatmicas.
Identificar as funes dos principais rgos do Aparelho Urinrio. Listar os principais constituintes e descrever o Aparelho Reprodutor feminino e masculino.
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INTRODUO A anatomia a rea da Medicina que se dedica ao estudo da forma e relacionamento dos
diversos componentes do corpo humano, enquanto que a fisiologia se dedica ao estudo do seu
funcionamento.
Antes de entrarmos no estudo dos diversos componentes do corpo humano parece pertinente
relembrarmos algumas definies frequentemente utilizadas, assim:
Clula: Estrutura microscpica que representa a unidade anatmica e fisiolgica fundamental da vida
Tecido: conjunto de clulas agrupadas com a mesma e funo. Ex. Tecido Muscular, rgo: conjunto de tecidos agrupados que formam uma determinada estrutura mantendo
uma funo comum. Ex. Corao
Sistema: Conjunto de rgos relacionados entre si que desempenham determinadas funes, Ex. Sistema Circulatrio
Planos anatmicos Quando se fala em Anatomia e Fisiologia, um dos aspectos mais importantes a apreender a
localizao de todos os componentes, em relao ao espao. Assim foram definidos conceitos
universalmente aceites, por forma a facilitar o entendimento e garantir a compreenso do seu
estudo.
Posio Anatmica: corresponde ao corpo humano na vertical, olhando em frente e com as palmas das mos voltadas para a frente. Quando no h indicao do contrrio, todas
as referncias s estruturas do corpo humano so feitas na posio anatmica.
Direito e Esquerdo - Quando est de frente para o doente, a esquerda do doente corresponde sua direita. Ao descrever o que faz a um doente deve referir sempre o lado
esquerdo ou direito deste.
Anterior e Posterior - Anterior significa a parte da frente, posterior significa a parte de trs. Na cabea, a face e a parte superior do crneo, so considerados anteriores,
enquanto o resto considerado posterior.
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Linha Mdia - uma linha vertical imaginria que divide o corpo em lado esquerdo e direito. O que fica para alm da linha mdia, chama-se lateral.
Superior e Inferior - Superior significa acima de e inferior significa abaixo de. Ex: O nariz superior em relao boca, a boca inferior em relao aos olhos.
Proximal e Distal - Proximal significa prximo de um ponto de referncia. Distal significa afastado de um ponto de referncia. Estes termos so usados principalmente para os
membros superiores e inferiores relativamente ao ombro e anca, como ponto de
referncia.
ainda importante adquirir noes acerca das posies que o corpo humano pode adoptar.
Assim, temos as posies:
Erecto - significa em p na vertical. Supino - Posio de decbito dorsal (costas para baixo), face para cima. Decbito ventral - Posio de deitado sobre o estmago, face para baixo. Decbito lateral - Deitado lateralmente sobre o lado esquerdo ou direito.
Planos Anatmicos: correspondem a uma linha imaginria traada em diversos locais do corpo humano possibilitando uma diviso que permite uma relao das duas partes com o centro.
Plano Sagital, permite dividir o corpo humano em duas partes uma direita e esquerda. Plano Horizontal, permite a diviso em duas partes, uma superior e uma inferior. Plano Frontal, permite dividir o corpo humano por forma a determinar a localizao
anterior e posterior.
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PLANOS ANATMICOS
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OSTEOLOGIA Introduo A osteologia dedica-se ao estudo dos ossos e articulao, ou seja do Sistema Esqueltico. Este
sistema garante o suporte e os movimentos do corpo.
Ao conjunto dos ossos d-se o nome de Esqueleto, o qual tem como funes: Proteger os rgos vitais das agresses do exterior. Produzir clulas sanguneas como os glbulos vermelhos e a maior parte dos glbulos
brancos.
Servir de suporte aos diversos rgos. Permitir os movimentos.
Quanto forma os ossos so classificados em: Curtos (ex. ossos do carpo). Compridos (ex. fmur). Planos (ex. frontal). Irregulares (ex. vrtebras).
Divises do esqueleto Para facilitar o seu estudo, o esqueleto encontra-se dividido em seis partes que a seguir se
descrevem.
Crnio e Face. Coluna Vertebral. Trax. Bacia ou Cintura Plvica. Membros Superiores. Membros Inferiores.
Crnio e face A cabea composta por vinte e dois ossos, oito dos quais completamente unidos formam o
Crnio, a qual contm o encfalo. Os outros catorze ossos formam a Face, tambm denominada
Macio Facial. No Crnio e Face o nico osso mvel o maxilar inferior ou mandbula.
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Coluna vertebral A coluna vertebral constituda por uma srie de ossos independentes, denominadas Vrtebras, ligados entre si permitindo obter uma coluna semi-flxivel e com curvaturas formando uma
estrutura excepcionalmente forte.
A coluna vertebral subdivide-se em diversas regies:
Regio Cervical Constituda por 7 vrtebras,
denominadas cervicais, que se seguem
base do crnio.
Regio Torcica ou Dorsal Formada pelas 12 vrtebras,
denominadas torcicas ou dorsais, a
seguir s cervicais
Regio Lombar Formada por 5 vrtebras lombares
situadas abaixo das vrtebras dorsais.
Regio Sacro - Coccgea Formada pela unio do Sacro e do
Cccix. O Sacro constitudo por 5 vrtebras fundidas entre si e fazem
parte da parede posterior da cavidade
plvica. O Cccix constitutivo por 4 vrtebras, tambm fundidas entre si.
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Trax O trax formado por doze pares de costelas, que se articulam com as doze vrtebras torcicas e
o esterno.
As costelas esto ligadas coluna torcica, com a qual se articulam. Devido aco de vrios
msculos as costelas podem executar movimentos de retorno que permitem aumentar e diminuir a
capacidade torcica, possibilitando o mecanismo da ventilao. As costelas podem classificar-se
em:
Costelas verdadeiras - sete pares superiores de costelas ligadas ao
esterno por cartilagens prprias e
individuais.
Costelas falsas - trs pares de costelas ligadas ao esterno por uma nica
cartilagem.
Costelas flutuantes - dois pares inferiores de costelas que no se ligam
ao esterno.
Bacia ou cintura plvca A Plvis tem a forma de uma bacia ssea e liga a coluna lombar com as vrtebras inferiores da
coluna, isto , o Sacro e o Cccix.
constituda por dois ossos largos em forma de asas - Os Ilacos - e em cada um deles encaixa o Fmur, isto o osso da coxa, formando a articulao da anca.
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Membros superiores Os membros superiores so constitudos, cada um, por trinta e dois ossos, encontrando-se
divididos em trs partes essenciais, o brao (da raiz do membro articulao do cotovelo), o antebrao (do cotovelo articulao do punho) e mo (a poro mais distal do membro superior). Os ossos que o constituem so:
Clavcula. Omoplata. mero (forma o brao). Rdio e Cbito (os dois ossos que formam o antebrao). Carpo (os oito ossos que formam o punho). Metacarpo (os cinco ossos da mo). Falanges (os catorze ossos dos dedos).
OSSOS DA MO
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Membros inferiores Os membros inferiores so constitudos, cada um, por trinta ossos e so habitualmente divididos
em trs partes, a coxa (da raiz do membro articulao do joelho), a perna (da articulao do joelho articulao do tornozelo ou articulao tibio-trsica) e o p (a poro maios distal do membro). Os ossos que o constituem so:
Fmur. Rtula. Tbia e Pernio (os dois ossos da perna). Tarso (os sete ossos do tornozelo). Metatarso (os cinco ossos do p). Falanges (os quatorze ossos dos dedos).
OSSOS DO P
Articulaes O esqueleto composto por vrios ossos se mantm unidos em diferentes partes das suas
superfcies por articulaes.
Se a articulao imvel, como acontece entre os ossos do crnio e a maior parte dos ossos da face, as zonas de ligao dos ossos esto em ntimo contacto com uma fina camada de tecido
fibroso que os une de forma muito forte, formando uma soldadura entre eles.
Onde necessrio um ligeiro movimento combinado com grande fora, as superfcies articulares
so cobertas por finas cartilagens fibrosas e elsticas como as articulaes entre os corpos
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vertebrais que permitem apenas movimentos de pequena amplitude, estas articulaes so
denominadas de semi-mveis. Nas articulaes mveis, os ossos so revestidos pela Cpsula Articular formada por Membranas Sinoviais as quais segregam um lquido que serve de lubrificante (Lquido Sinovial). Estas
cpsulas permitem movimentos de grande amplitude, caracterstica que lhe est inerente. Estes
movimentos s so possveis, graas ao trabalho conjunto entre as cpsulas e os msculos (os
quais se unem aos ossos atravs de tendes).
SISTEMA MUSCULAR Os msculos so os rgos geradores da fora que permitem o movimento, conseguido custa da capacidade que as fibras musculares tm de se contrair e alongar. Esse deslizamento
entre as fibras musculares produz movimento. No entanto para que tal seja possvel, os msculos
tm necessariamente que estar ligados aos ossos, ligao que se faz atravs de tecido fibroso
denominado tendo. Em resumo, a actividade produzida pelos msculos, ligados aos ossos pelos tendes, com
ajuda das articulaes que funcionam como dobradias, que permite o movimento. Posto este conceito de capacidade de movimento, existe um outro que necessrio reter para
que se perceba a verdadeira capacidade dos msculos, esse conceito o de tnus muscular. Por tnus muscular entende-se basicamente a rigidez muscular, ou seja a capacidade que o msculo tem de adquirir determinada forma e posio. Sabendo isto fcil compreender como o corpo humano se mantm erecto, uma vez que a rigidez muscular permite manter, mesmo sem esforo, uma determinada posio dos ossos e articulaes. Podemos ento dizer que os msculos:
Mantm e facilitam posies. Permitem movimentos. Produzem calor, pela sua contraco que liberta energia sob a forma de calor.
Sabendo para que servem e como basicamente funcionam, interessa agora classificar os
msculos, uma vez que nem todos so iguais. Essa classificao baseia-se na capacidade do
msculo ser ou no movimentado voluntariamente, isto pela vontade prpria de um indivduo.
Uma vez que, para cada msculo contrair tem que haver um estmulo produzido pelo sistema
nervoso, o que se pretende classificar to simplesmente o facto de esse estmulo nervoso ter
sido ou no produzido por vontade prpria.
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Msculo Esqueltico - liga-se aos ossos e permite movimentos voluntrios. constitudo por fibras musculares mais compridas.
Msculo Liso - mais curto, a sua aco no depende da vontade, involuntrio (Ex.: a camada muscular dos intestinos).
Msculo Cardaco - constitudo por fibras que se ramificam umas nas outras e a sua aco involuntria e rtmica, quer isto dizer que a grande diferena o facto de para
alm de o msculo cardaco no poder ser controlado voluntariamente, tem a capacidade de ser automtico isto , pode produzir, em caso de necessidade, sem interferncia do sistema nervoso um estmulo que permita a sua contraco.
SISTEMA NERVOSO O Sistema Nervoso no mais que uma grande central de informao que permite regular as
funes de cada sistema do corpo humano e a sua relao com o meio ambiente.
O Sistema Nervoso ento o grande produtor e receptor de estmulos permitindo a coordenao
de todos os sistemas do corpo humano e ainda a sua adequao ao meio que o rodeia.
O Sistema Nervoso encontra-se dividido em:
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Encfalo Crebro Cerebelo Tronco
Cerebral
Medula Espinal
SISTEMA NERVOSO PERIFRICO Nervos Cranianos Nervos Raquidianos
Anatomia do sistema nervoso 5.1.1. Sistema nervoso central
O Sistema Nervoso Central (SNC) constitudo pelo Encfalo (Crebro, Cerebelo e Tronco
Cerebral) e pela Medula Espinal.
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Porque o Encfalo e a Medula Espinal so estruturas delicadas e vitais, esto protegidos por
superfcies sseas e membranas. O Encfalo protegido pelos ossos do crnio (que constituem
uma caixa fechada) e para proteger a Medula Espinal existe a coluna vertebral. As vrtebras, por
sobreposio, formam o canal raquidiano, onde se aloja a medula.
Uma camada interna, membranosa, compreende as meninges, que tambm protegem o SNC. A
mais resistente das meninges, a duramter, reveste a face interna da caixa ssea. A mais fina a piamter, est em contacto directo com o Sistema Nervoso Central. Entre elas, encontra-se a aracnoideia separada da piamter por um lquido denominado Liquido cfalo-raquidiano (LCR). O lquido cfalo-raquidiano funciona como um verdadeiro amortecedor mecnico entre a caixa ssea e o Sistema Nervoso Central. um lquido claro, lmpido, classicamente comparado com a
gua da rocha.
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Em certas fracturas dos ossos do crneo, d-se o seu aparecimento atravs dos orifcios dos
ouvidos ou fossas nasais, o que um sinal de gravidade, muito embora, grande parte das vezes,
ele saia misturado com sangue e, portanto, difcil de ser detectado.
Encfalo As estruturas mais importantes do encfalo so o crebro, o cerebelo e o tronco cerebral.
Crebro O crebro desempenha trs espcies de funes; sensitiva, (olfactiva, auditiva, visual, gustativa e tctil), motora, (relacionada com os movimentos e seu controlo) e funes de integrao ligadas nossa actividade mental.
O crebro est dividido no sentido antero-posterior (de diante para trs) em duas partes simtricas
denominadas hemisfrios cerebrais. Em cada hemisfrio existem reas bem delimitadas
responsveis por vrias funes como sejam a viso, a audio, a sensibilidade ou os
movimentos voluntrios. Cada um dos hemisfrios tem uma face externa, uma interna e uma face
inferior. Estas trs faces so percorridas por sulcos que limitam pequenas reas cerebrais
denominadas lobos e circunvolues. Os lobos esto separados uns dos outros por depresses,
geralmente profundas, as cisuras. Cada lobo tem o nome do osso do crnio com que est
directamente relacionado. Assim, existem em cada hemisfrio o lobo temporal, parietal, occipital e
frontal.
Cerebelo Est situado atrs e abaixo do crebro e formado por duas metades - os hemisfrios
cerebelosos. O Cerebelo tem por principal funo a coordenao dos movimentos voluntrios. Associa e regula os movimentos de forma que eles resultem econmicos e perfeitamente
adaptados sua finalidade.
Quando existe uma leso do cerebelo, os movimentos tornam-se irregulares e imprecisos, isto ,
descoordenados.
Tronco cerebral Sendo a parte mais inferior do encfalo, funciona como que uma extenso alargada da medula
espinal, na cavidade craniana e constitui uma zona de passagem das vias nervosas que tm a
sua origem no crebro e se dirigem para a medula, bem como as de sentido inverso. a este
nvel que os nervos que tm origem no crebro se cruzam antes da medula espinal e logo antes
de chegarem a todas as partes do corpo, quer isto dizer que o hemisfrio esquerdo do crebro
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controla o lado direito do corpo abaixo do tronco cerebral e a metade direita do crebro controla o
lado esquerdo do corpo.
No Tronco Cerebral, existem agrupamentos de clulas, que, alm de constiturem ncleos de
origem dos Nervos Cranianos, representam tambm certos nervos de grande importncia como
os responsveis pelas contraces cardacas, regulao da respirao, deglutio e reflexo da
tosse entre outros.
Medula espinal a parte do Sistema Nervoso Central situada no interior do canal raquidiano, e que principia no
tronco cerebral, estabelece ligaes com os nervos perifricos atravs de 31 ou 32 pares de
razes denominados Nervos Raquidianos e termina em forma de cone entre a 1 e a 2 vrtebra
lombar, denominada cauda equina.
A leso desta parte do Sistema Nervoso Central e as suas consequncias dependem da
localizao da mesma, constituindo sempre situaes delicadas, uma vez que a Medula Espinal
o nico meio de comunicao entre o crebro e o resto do corpo (excepo feita aos nervos
cranianos uma vez que comeam ainda no tronco cerebral). Estas leses so geralmente
irreversveis, uma vez que as clulas nervosas no tm capacidade de regenerao. Deste facto,
resulta a mxima importncia nos cuidados a prestar a todo o acidentado com suspeita de leso
da coluna, bem como, e especialmente, no exame efectuado para detectar possveis anomalias
funcionais dos membros ou ainda alteraes da sua sensibilidade. As leses da coluna abaixo de
T1 (1 vrtebra dorsal ou torcica), produzem paraplegia (paralisia dos membros inferiores). As
leses acima de T1, isto , a nvel cervical, podem resultar em paralisia dos quatro membros,
situao denominada tetraplegia.
Sistema nervoso perifrico O Sistema Nervoso Perifrico (SNP) constitudo pelos Nervos Cranianos que emergem da base
do crnio, pelos Nervos Raquidianos, que irradiam da medula.
Fisiologia do sistema nervoso O Sistema Nervoso, quanto fisiologia, pode ser classificado em Voluntrio e Autnomo.
Sistema nervoso voluntrio O Sistema Nervoso Voluntrio responsvel por todas as funes conscientes, isto , as funes
que podem ser controladas pela vontade, como por exemplo, a marcha ou a fala.
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Sistema nervoso autnomo Tambm designado por SISTEMA NEURO-VEGETATIVO, a parte do SNC que rege as funes
de rgos e aparelhos do organismo. Este ajuda a controlar a presso arterial, a motilidade e
secreo digestiva, a mico, o suor, a temperatura corporal e muitas outras actividades. Esta
diviso tem a ver com o funcionamento e no com as estruturas, ou seja, pode haver estruturas
que so comuns aos dois. Para que um indivduo se mantenha erecto, necessrio que o sistema
nervoso autnomo mantenha os msculos das pernas, pescoo, tronco, etc estimulados de tal
forma que permita o esqueleto adquirir essa posio. Para que tal acontea o estimulo tem que
ser produzido no crebro e chegar aos msculos atravs da medula espinal. No entanto se o
indivduo quiser andar, vai produzir um estmulo, voluntrio (Sistema Nervoso Voluntrio),
utilizando as mesmas estruturas, ou seja o crebro e medula espinal de modo a que o estmulo
chegue aos msculos das pernas.
PELE A pele o rgo que reveste o corpo e assegura as relaes entre o meio interno e o externo. As
suas funes so mltiplas e diferentes incluindo: Proteco dos tecidos e rgos do corpo dos agentes externos tais como frio e calor. Regulao da temperatura, facilitando a perda de calor nos dias quentes e a conservao
nos dias frios.
Excreo, eliminando o suor atravs dos poros (orifcios de sada das glndulas sudorparas). Lubrificando os plos e amaciando a superfcie da pele atravs da secreo
das glndulas sebceas.
Sensitiva, captando sinais como o frio, calor e dor atravs da pele, recebendo informao das alteraes dos meios interno e externo, informao essencial para a sade e, muitas
vezes, vital para a sobrevivncia.
Composio da pele A pele composta de duas camadas:
Epiderme - Superficial externa e delgada. Derme - Mais espessa e localizada abaixo da epiderme.
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A epiderme constituda por vrias camadas de clulas, sendo a externa formada por clulas mortas em constante
renovao - camada crnea - particularmente espessa nas
reas de atrito e desgaste como a palma da mo e a planta
dos ps.
A derme constituda por tecido fibroso e elstico que suporta e alimenta a epiderme e os seus apndices,
contribuindo para a regulao da temperatura do corpo.
Sob a derme, h uma camada de tecido adiposo
subcutneo, que lhe d elasticidade e flexibilidade. Na
derme encontram-se as glndulas sudorparas e sebceas,
folculos pilosos, vasos sanguneos e as terminaes
nervosas sensitivas.
ORGOS DOS SENTIDOS Viso o sentido que nos permite ver, ou seja que nos permite obter imagens daquilo que nos rodeia.
Essas imagens so captadas pelo olho e depois transmitidas e interpretadas no crebro.
Estrutura externa do olho O Olho, externamente, constitudo por:
Cavidade orbitria. Regio ssea em forma de cone na parte frontal do crnio, revestida por tecido gorduroso de modo a alojar o globo ocular.
Msculos extrnsecos do olho. Ligam o globo ocular cavidade orbitria, permitindo o seu suporte e movimentos.
Plpebras. Membranas mveis que protegem o olho da poeira, luz intensa e impactos. Membrana conjuntival. Reveste as plpebras internamente, servindo de cobertura
protectora do globo ocular.
Aparelho lacrimal. Lava e lubrifica o olho.
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Estrutura interna do olho Internamente o olho formado por:
Esclertica. Parte branca do olho que constitui o suporte externo do globo ocular.
Crnea. Tecido transparente localizado na regio anterior do globo ocular, frente da ris.
Cristalino. Estrutura transparente localizada por trs da crnea e da ris, que funciona como uma lente
fotogrfica.
Iris. Diafragma com uma abertura circular, que regula a quantidade de luz que admitida no globo
ocular.
Retina. Camada fotorreceptora do olho que transforma as ondas luminosas em impulsos
nervosos.
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Audio Quando se produz um som, so originadas ondas que se propagam atravs do ar e que so
transformadas no ouvido em impulsos nervosos, identificados posteriormente no crebro.
As ondas sonoras provocam a vibrao do tmpano que, por intermdio dos ossculos do ouvido
mdio (bigorna, martelo e estribo), transmitida ao caracol. Aqui, essa vibrao convertida em
impulsos nervosos que so conduzidos ao crebro pelo nervo auditivo.
Estrutura do ouvido O ouvido divide-se em trs partes:
Ouvido Externo Constitudo pelo Pavilho Auricular e pela membrana Timpnica (Tmpano).
Ouvido Mdio Constitudo por trs ossculos, Martelo, Bigorna e Estribo.
Ouvido Interno Constitudo pelo Labirinto sseo e Labirinto Membranoso.
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Alm da funo auditiva, o ouvido desempenha um papel importante no equilbrio pois, a nvel do
ouvido interno (canais semi-circulares), gerada a informao que nos permite saber a posio
exacta da cabea no espao.
Esta noo fundamental para que possamos manter o equilbrio. Por este motivo, em algumas
doenas dos ouvidos, um dos principais sintomas so as vertigens (sensao de que os objectos
esto em movimento).
Olfacto Para que uma substncia desperte a sensao do olfacto, deve ser voltil de modo a ser
transportada pelo ar at s fossas nasais. A, receptores especficos transformam essa substncia
em impulsos nervosos os quais so identificados no crebro como odores.
Paladar Para que uma substncia desperte a sensao do gosto, necessita
de adquirir a forma de soluo, de modo a poder estimular os
sensores nervosos do paladar, localizados na lngua. a este nvel
que so gerados os impulsos nervosos do paladar, posteriormente
identificados no crebro como correspondendo a determinado
sabor.
As sensaes obtidas vo depender do grau de estimulao das
papilas gustativas que a lngua possui. Essas papilas so de vrios
tipos, identificando quatro tipos de substncias:
Doce, Salgado, cido, Amargo.
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Estes grupos de papilas localizam-se em zonas bem definidas da
lngua.
Tacto O tacto o sentido que nos permite obter as sensaes de temperatura, textura das superfcies.
Para que tal seja possvel, existem terminaes nervosas na pele, em maior nmero ao nvel das
pontas dos dedos, que geram impulsos nervosos posteriormente identificados pelo crebro.
SISTEMA CRDIO-VASCULAR Introduo O aparelho crdio-vascular constitudo pelo corao, sangue, artrias, veias e capilares.
A circulao constantemente mantida pela contraco rtmica do corao que impulsiona o
sangue pelos vasos.
As artrias, so os vasos que levam o sangue do corao para todas as partes do corpo e as veias os vasos que trazem o sangue de volta ao corao. As artrias ramificam-se (subdividem-se) em pequenas arterolas, que por sua vez do origem a milhares de pequenos capilares. Os
capilares renem-se depois em pequenas veias, as vnulas, que por sua vez se juntam e do
origem a vasos de maior calibre, as veias, que conduzem o sangue de retorno ao corao.
O Corao um msculo com o tamanho de um punho, situado na metade inferior do
trax, entre os dois pulmes, imediatamente
acima do diafragma encontrando-se
protegido anteriormente pelo esterno e
posteriormente pela coluna vertebral.
O miocrdio o msculo que forma as paredes do corao. Interiormente o corao
est dividido em quatro cavidades, duas do
lado direito e duas do lado esquerdo. A
separar o corao do lado direito e do
esquerdo h septos ou membranas que no
devem permitir a comunicao entre os
lados do corao. Cada um dos lados est
VENTRCULO
DIREITO
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dividido em duas cavidades distintas: as
aurculas, as duas mais superiores, uma esquerda e uma direita e os ventrculos, as duas cavidades inferiores uma esquerda e
outra direita. Entre estas duas cavidades
existe uma vlvula que permite ao sangue
seguir uma nica direco - da aurcula para o ventrculo. A Presso a que o sangue circula, sentida por ns sob a forma de uma onda que designamos
pulso, deve-se fora de contraco do msculo cardaco. necessrio uma fora eficaz de
contraco para obrigar o sangue a sair do corao. A contraco do miocrdio designa-se por
Sstole. Quando o corao relaxa designa-se Distole. Este relaxamento acontece para que o corao se possa encher novamente de sangue proveniente das veias para as aurculas e das
aurculas para os ventrculos para ento sair pelo processo descrito anteriormente.
O Sangue constitudo por uma parte liquida e uma parte slida. A parte lquida denominada Plasma e a parte slida constituda por trs tipos de clulas, os Glbulos Vermelhos, os Glbulos Brancos e as Plaquetas. Glbulos Vermelhos: tambm chamados eritrcitos, vivem em
mdia 120 dias e, em condies normais, so constantemente
produzidos pela medula ssea. Os glbulos vermelhos transportam
o oxignio at s clulas, atravs de uma substncia com grande
capacidade de ligao ao oxignio, a hemoglobina. Asseguram ainda a captao e transporte do dixido de carbono das clulas
at aos capilares dos alvolos pulmonares, para que este gs
possa ser eliminado atravs do ar expirado.
Glbulos Brancos: tambm chamados leuccitos, tm como funo principal a defesa do organismo, existindo diversos tipos.
Plaquetas: tm como funo principal a coagulao do sangue, evitando que as hemorragias se perpetuem.
O volume mdio de sangue num adulto com 75 Kg de peso corporal de 5,5 a 6,0 litros e num
cm3 de sangue existem, aproximadamente, cinco milhes de glbulos vermelhos, sete mil
glbulos brancos e duzentas mil plaquetas.
Glbulo
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Mecanismo da circulao O aparelho circulatrio mantm o sangue em movimento atravs das contraces do corao que
bombeiam o sangue nele contido para as circulaes Sistmica e Pulmonar, tambm denominadas de Grande e Pequena Circulao, respectivamente. Quando o corao se relaxa, o
sangue retorna s cavidades cardacas, entrando pelas aurculas.
O mecanismo de contraco possvel graas a um impulso elctrico que permite a contraco
do miocrdio. Esse impulso produzido no prprio corao (da dizer-se que este msculo
automtico), no sendo necessrio um impulso elctrico gerado no crebro. Esta actividade
elctrica tem origem nas clulas do sistema de conduo e provoca a despolarizao das clulas
musculares cardacas clulas do miocrdio.
Cada ciclo cardaco inicia-se com um impulso elctrico do nodo sinusal (, na imagem), localizado na parede da aurcula direita, junto desembocadura da veia cava superior. Este impulso propagado atravs das clulas musculares de ambas as aurculas provocando a sua despolarizao e logo a sua contraco.
Aps a activao auricular, o impulso elctrico vai passar aos ventrculos, depois de parar
brevemente numa estrutura localizada na transio auriculo-ventricular o nodo auriculo-
ventricular (). Aqui, o impulso retardado durante um curto espao de tempo, permitindo que as aurculas se possam esvaziar completamente antes da contraco ventricular. Aps a passagem
por este segundo nodo, o impulso chega ao feixe de His que, por sua vez, se divide em dois
ramos (), esquerdo e direito, levando o impulso a todas as partes dos ventrculos (), originando a sua despolarizao e uma contraco forte e eficaz de forma a empurrar o sangue
para o exterior do corao.
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Em concluso, a fisiologia elctrica do corao resume-se a:
1. Produo de um estmulo pelo nodo sino-auricular.
2. O estmulo espalha-se pelas aurculas o que permita a sua contraco e logo empurrar o
sangue para os ventrculos.
3. Para que o enchimento dos ventrculos se faa na totalidade necessrio haver um
compasso de espera antes da contraco destes, esse compasso de espera acontece
graas ao nodo auriculo-ventricular.
4. Distribuio do estmulo elctrico pelo ndulo auriculo-ventricular aos ventrculos atravs
do feixe de His, o que permite um esvaziamento uniforme e eficaz do sangue para a
corrente sangunea.
Circulao sistmica ou grande circulao Da aurcula esquerda o sangue passa ao ventrculo esquerdo, atravs de uma vlvula
unidireccional, a vlvula mitral. As paredes musculares - Miocrdio - que envolvem o ventrculo vo seguidamente exercer a fora
necessria para bombear o sangue retido no ventrculo a fim de este ser enviado para fora do
corao pela Artria Aorta que entretanto abre um sistema de vlvulas para deixar sair o sangue do corao. A Artria Aorta ir distribuir o sangue arterial, rico em oxignio, a todas as partes do corpo e por isso ao longo do seu trajecto vai subdividir-se em vrios ramos, uns vo para a
cabea, pescoo e membros superiores, depois vai atravessando o trax e o abdmen.
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Ao chegar raiz dos membros inferiores divide-se em vrios ramos para os vrios rgos
ramificando-se depois nas duas artrias ilacas de onde parte a irrigao para os membros
inferiores.
O sangue da regio abdominal, torcica e dos membros inferiores retorna ao corao pela Veia Cava inferior. O sangue da regio da cabea e membros superiores converge para a Veia Cava superior. Estas duas veias cavas conduzem o sangue at aurcula direita recebendo assim todo o sangue proveniente da grande circulao ou circulao sistmica. Uma vez recebido o sangue
na aurcula direita este vai passar para o ventrculo direito atravs de uma vlvula unidireccional
a vlvula tricspide - tendo aqui inicio a circulao pulmonar que permitir ao sangue libertar-se dos gases txicos e de novo receber oxignio.
Circulao pulmonar ou pequena circulao tambm a contraco do miocrdio (msculo cardaco) das paredes do corao que obriga o
sangue a sair do ventrculo direito pela Artria Pulmonar e a dirigir-se para os pulmes. A Artria Pulmonar divide-se em dois ramos que conduzem o sangue para cada pulmo - Artria Pulmonar Direita e Artria Pulmonar Esquerda.
Nos pulmes efectuam-se as trocas gasosas de oxignio do ar e dixido de carbono proveniente
do sangue, ao nvel dos vasos que envolvem os alvolos e que constituem a rede de capilares
peri-alveolares. O dixido de carbono que se encontra concentrado no sangue passa ento para
as vias areas sendo expelido na fase expiratria. O oxignio proveniente da atmosfera atravessa
ento as paredes dos vasos, sendo captado pela hemoglobina, resultando uma maior
concentrao de oxignio no sangue sangue oxigenado. O sangue oxigenado regressa
Aurcula Esquerda atravs das Veias Pulmonares, terminando aqui a circulao pulmonar.
SISTEMA RESPIRATRIO O corpo humano pode ser privado de alimentos e de gua durante algum tempo, mas necessita
de um fornecimento constante de oxignio para sobreviver. Todas as clulas do organismo
carecem de oxignio para viver e para funcionarem com eficincia. A respirao o processo
utilizado para assegurar as trocas de oxignio e de dixido de carbono a nvel dos pulmes.
Para melhor compreendermos a funo respiratria e as suas perturbaes necessrio um
conhecimento bsico dos rgos e funes do Aparelho Respiratrio.
O aparelho respiratrio constitudo pelas:
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Boca e fossas nasais. Faringe. Laringe. Traqueia. Brnquios. Pulmes.
Para alm destas estruturas existem ainda os msculos ventilatrios (dos quais se destaca o
diafragma, msculo que separa a cavidade torcica da abdominal) e o centro de controle da
respirao no encfalo (SNC).
Aps a passagem do ar pela boca e fossas nasais ele aquecido e humedecido pela mucosa de revestimento das fossas nasais que muito vascularizada (possui inmeros vasos sanguneos)
sendo tambm filtrado por intermdio dos pequenos plos existentes nessa zona.
A Faringe a continuao das fossas nasais e boca. Na extremidade inferior da faringe existem duas aberturas: uma posterior (atrs) e outra anterior ( frente). A anterior liga a faringe laringe
que, por sua vez, conduz aos pulmes. A faringe , como se depreende, parte comum dos
aparelhos respiratrio e digestivo. A extremidade posterior comunica com o esfago. Situada na
parte superior da laringe existe uma vlvula denominada Epiglote que encerra a laringe no inicio e durante a deglutio evitando que os alimentos entrem na traqueia. A epiglote encerra ao baixar
a glote.
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A Epiglote uma membrana mvel. Ao levantar abre o orifcio da laringe para entrada e sada de ar na inspirao e expirao, ao baixar tapa a entrada da laringe e permite a deglutio dos
alimentos e a sua passagem para o esfago.
A Laringe localiza-se imediatamente abaixo da faringe. Corresponde rea habitualmente designada por Ma de Ado, envolvendo as cordas vocais.
constituda por um esqueleto cartilagneo e por msculos. O esqueleto cartilagneo d apoio s
cordas vocais e os msculos, actuando sobre as mesmas, levam-nas a distenderem-se e a
encurtarem-se, isto , tornam-se mais curtas ou mais compridas originando, assim, a emisso de
sons diferentes com a passagem de ar.
A Traqueia uma estrutura cartilagnea em forma de um tubo cilndrico, achatado atrs, que se segue
laringe e se prolonga at aos brnquios. A traqueia j
se encontra quase totalmente dentro da caixa
torcica enquanto a laringe ainda ocupa a zona
vulgarmente designada por pescoo.
Inicia-se ao nvel da 4 vrtebra cervical, ocupando
uma posio central frente do esfago e termina
entre a 4 e 5 vrtebra dorsal.
Os Brnquios, em nmero de dois, (direito e esquerdo) resultam da bifurcao da traqueia.
Dirigem-se, cada um deles, ao pulmo respectivo,
penetrando nele e ramificando-se. Cada brnquio
com as suas ramificaes intrapulmonares
constituem a rvore brnquica. Os brnquios tm a
mesma configurao externa que a traqueia
(formados por anis cartilagneos, aplanados por trs
e convexos pela frente).
Pela ramificao dos brnquios surgem os Bronquolos tambm designados de brnquios lobares. Estendem-se no interior do pulmo, abrangendo todas as suas partes, ramificando-se,
sempre, em brnquiolos de calibre cada vez mais reduzido at terminarem em formaes
saculares (em forma de saco ou cacho de uvas) que so os Alvolos pulmonares.
traqueia
brnquios
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nestas formaes terminais que o ar inspirado, aps ter percorrido todo o aparelho respiratrio,
entra em contacto com os capilares pulmonares (finssimos vasos sanguneos que envolvem os
alvolos pulmonares) e se efectuam as trocas de oxignio e dixido de carbono.
Os dois Pulmes (direito e esquerdo), ocupam as partes laterais da cavidade
torcica. Esto separados um do outro por um
espao denominado Mediastino, onde se localizam, entre outras estruturas, o corao e
os grandes vasos. Uma membrana serosa, de
duplo revestimento - a Pleura - envolve-os totalmente.
A Pleura constituda por dois folhetos o folheto visceral (que contacta com o pulmo)
e o folheto parietal (que contacta com o
revestimento muscular e sseo do trax).
Entre estes dois folhetos existe um espao
virtual preenchido pelo Lquido Pleural. Este lquido serve de lubrificante durante o
mecanismo da respirao, permitindo o
deslizar dos pulmes sobre a parede interna
do trax.
Alvolo
Bronquolo
Pulmo
Traqueia
Brnquio principal
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Os pulmes apresentam-se divididos por
cisuras, em lobos: o pulmo direito divide-se
em 3 lobos e o esquerdo em 2 lobos.
O volume dos pulmes varia de indivduo para indivduo. O direito sempre mais volumoso que o
esquerdo devido posio do corao. A capacidade absoluta dos pulmes mede-se pela
quantidade de ar que contm aps uma inspirao forada; esta capacidade de 5 litros.
A quantidade de ar inspirado ou expirado na ventilao normal de 0,5 litros (500 cm3). Os
pulmes tm uma cor acastanhada e uma consistncia esponjosa. O tecido pulmonar , por sua
vez, muito resistente e muito elstico.
Mecanismo da ventilao A ventilao um acto automtico mas no qual podemos exercer um controle voluntrio. Um
adulto saudvel ventila 12 a 20 vezes por minuto em repouso, mas a frequncia pode aumentar
pelo exerccio, trabalho fsico, emoes ou outras causas. A quantidade de ar que entra e sai dos
pulmes, durante cada ventilao, varia, tal como a frequncia de ventilao com o repouso e o
trabalho. Em repouso, o adulto inspira 500 cm3 de ar enquanto que em inspirao forada pode
atingir 1.000 cm3 de ar. A ventilao constitui-se de dois tempos distintos:
A inspirao, em que se processa uma expanso
do trax com diminuio
da presso dentro desta
cavidade e durante a qual
o ar penetra nos
pulmes.
A expirao, na qual a cavidade torcica diminui
de volume, aumenta a
presso interior e o ar
que est nos pulmes
levado a sair para o
exterior.
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Durante a inspirao o volume e a capacidade da cavidade torcica so aumentados. A expanso faz-se por estes mecanismos:
A contraco do diafragma aumenta o dimetro vertical do trax, uma vez que comprime o contedo abdominal.
Quando os msculos intercostais se contraem, as costelas inferiores elevam-se e sofrem uma rotao para o exterior isso aumenta o dimetro do trax, quer no plano
anteroposterior, quer no plano transverso.
O aumento de volume da cavidade torcica cria uma presso intratorcica negativa, ou seja
inferior presso atmosfrica o que obriga o ar a entrar.
A contraco muscular durante a inspirao tem de vencer a resistncia do movimento do tecido
pulmonar, da caixa torcica e a resistncia nas vias areas.
Os msculos escalenos e os esternocleidomastoideus so os msculos acessrios da ventilao, s sendo solicitados para se executar uma ventilao vigorosa.
A expirao habitualmente um processo passivo devido ao recuo elstico dos pulmes e da caixa torcica, mas, em caso de ventilao vigorosa, a expirao assistida pela contraco
activa dos msculos abdominais.
APARELHO DIGESTIVO Os rgos do aparelho digestivo desempenham como funo vital, a preparao dos alimentos
para serem absorvidos e usados pelas clulas do corpo humano.
A maior parte dos alimentos, quando ingeridos, esto numa forma que no podem atingir
directamente as clulas, nem podiam ser usados pelas mesmas, mesmo que as atingissem.
Devem ser modificados na composio qumica e no estado fsico.
O processo de alterao da composio qumica e fsica dos alimentos, de maneira que possam
ser absorvidos e utilizados pelas clulas do corpo, conhecido como digesto e constitui a funo do aparelho digestivo. O intestino grosso, uma das partes do aparelho digestivo, funciona, tambm, como rgo de
eliminao, removendo do corpo os resduos resultantes do processo digestivo.
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Composio do Aparelho Digestivo O aparelho digestivo compe-se de:
Tubo digestivo, que compreende: Boca. Faringe. Esfago. Estmago. Intestino delgado. Intestino grosso. nus.
rgos e estruturas anexas: Dentes. Lngua. Glndulas salivares. Fgado. Vescula biliar. Pncreas. Apndice.
Tubo digestivo Boca na boca que se inicia a digesto, por meio da mastigao e mistura dos alimentos com a saliva.
Existem trs pares de Glndulas salivares: as glndulas partidas, sublinguais e submaxilares. Os alimentos so triturados pelos dentes e amassados com a saliva, formando-se o bolo alimentar que em seguida deglutido e levado para o estmago atrvs do esfago. Faringe Estrutura comum aos aparelhos digestivo e respiratrio, localizada no final da cavidade oral e
onde se encontram as aberturas do esfago e traqueia.
Esfago O esfago no mais que um tubo cilndrico que se encarrega de empurrar o bolo alimentar da
laringe at ao estmago, recorrendo para esse efeito sua camada muscular.
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Estmago O estmago apenas um segmento mais grosso do tubo digestivo. Tem duas aberturas: uma
superior de entrada, no extremo inferior do esfago - o Crdia; a outra, de sada, que abre para o duodeno - o Piloro. Esfncteres musculares, constitudos por fibras circulares, permitem uma abertura no seu centro quando esto relaxados e o encerramento da mesma, quando esto
contrados. O esfncter pilrico relaxa-se, a intervalos certos, quando uma poro do alimento est
pronta a deixar o estmago. Uma refeio normal, permanece no estmago cerca de 3 a 6 horas,
antes de ser esvaziada para o duodeno. As fibras musculares, lisas, dispostas circularmente e em
diagonal na parede do estmago, permitem a transformao dos alimentos em pequenas
partculas e a sua mistura com o suco gstrico segregado pelas glndulas da mucosa gstrica.
Intestino delgado O intestino delgado comea no piloro, atravs do qual comunica com o estmago e termina na
vlvula leo-cecal que o liga com o intestino grosso.
Com 6 a 10 metros de comprimento, compreende trs seces:
Duodeno. Jejuno. leon.
O Duodeno inicia-se na vlvula pilrica e dispe-se numa curva em torno da cabea do pncreas que a parte mais volumosa dessa glndula, comunicando de seguida com o Jejuno. Na continuidade do jejuno encontra-se o leon. Para acomodar tantos metros, o intestino delgado dobra-se muitas vezes em ansas (curvas). Ao
contrrio do duodeno, que relativamente fixo, as ansas restantes do intestino so muito mveis,
de modo a poderem alterar a forma e mesmo a direco do tubo, conforme a convenincia do
processo digestivo ou outras condies.
Para desempenhar adequadamente as funes de absoro que lhe tocam, o intestino est
provido de uma grande e extensa superfcie epitelial interna visto que atravs desse tecido, que
ir passar o material absorvido, depois de o alimento ter sido digerido.
Alm da sua extenso, o intestino dispe de outros dois meios de ampliar a superfcie que estar
em contacto com o bolo alimentar. Estes meios so a existncia de pregas e de um nmero
elevado de glndulas. A superfcie da mucosa que recobre essa prega projecta-se para a
cavidade interior do intestino com dedinhos quase microscpicos, que so as vilosidades intestinais. Por dentro, essas vilosidades apresentam uma rede de capilares sanguneos, que proporcionam uma absoro mais rpida dos alimentos para o sangue.
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Os msculos lisos da parede do intestino responsabilizam-se pelas contraces que produzem os
movimentos peristlticos. Estes movimentos provocam a progresso dos alimentos atravs do intestino delgado.
Intestino grosso O intestino grosso inicia-se na parte inferior direita do abdmen e mede, aproximadamente, 1,70
m.
Est dividido nas seguintes partes:
Cego. Clon ascendente. Clon transverso. Clon descendente. Sigmide. Recto. nus.
A parte inicial, o Cego, o segmento de maior calibre e comunica com o leon que a poro terminal do intestino delgado.
Para impedir o refluxo do material provindo do intestino delgado, existe uma vlvula localizada na
juno do leon com o cego, a Vlvula leo-cecal. Do fundo do cego, projecta-se o Apndice, com forma e tamanho de um dedo mnimo, alongado e curvo.
O intestino grosso tem uma participao secundria no processo de absoro visto que, as
principais actividades de modificao qumica dos alimentos e a sua absoro se processam no
estmago e no intestino delgado.
Orgos e estruturas anexas Os rgos digestivos acessrios auxiliam a digesto dos alimentos mas no formam o tubo
digestivo, propriamente dito. A cavidade bucal, incluindo dentes, lngua e as glndulas salivares,
j foram abordados anteriormente.
Fgado O fgado sendo um rgo vital a maior glndula do corpo humano. Est localizado no quadrante
superior direito do abdmen e constitudo por quatro pores ou lobos, sendo maior o lobo
direito.
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Uma das suas funes segregar a blis que, lanada no duodeno, vai participar no processo digestivo. O fgado contribui, ainda, para a manuteno de nveis normais de acar e protenas no sangue.
Vescula biliar Est localizada na face inferior do lobo direito do fgado e serve de reservatrio de blis.
Pncreas O pncreas, encontra-se atrs do estmago, dispondo-se transversalmente, desde o arco
duodenal, at ao bao. atravessado por um canal que se abre no duodeno, onde lanado o
suco pancretico que intervm no processo digestivo Outras clulas do pncreas segregam insulina para o sangue. Esta hormona necessria para a manuteno de quantidades normais de acar no sangue.
SISTEMA URINRIO O aparelho urinrio constitudo por:
Rins. Ureteres. Bexiga. Uretra.
O sistema urinrio tem por
funo formar e excretar a urina do corpo. Mantm o
nvel de gua corporal,
regula a composio
qumica do meio interno e
elimina substncias nocivas
ao organismo, filtrando e
purificando o sangue.
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Os Rins situam-se por detrs dos rgos abdominais, de cada lado da
coluna vertebral.
O rim esquerdo , habitualmente, um pouco
mais volumoso que o direito e encontra-se em
posio ligeiramente superior. A circulao do
sangue, atravs dos rins, permite filtrar gua e
outras substncias dissolvidas. Contudo,
devido a certas perturbaes renais e
cardacas, os rins podem no ser
suficientemente eficazes ou no conseguir
eliminar a quantidade normal e habitual de
urina que de 1,5 a 2 litros/dia.
A urina levada pelos rins at bexiga pelos ureteres, dois tubos de msculo liso de pequeno calibre.
A Bexiga um rgo musculado, liso, localizado profundamente na bacia. A sua elasticidade permite-lhe reter grandes quantidades de urina e depois ser capaz de se contrair para expulsar a
mesma.
Na maior parte dos indivduos, desencadeia-se a vontade de urinar, aps a existncia de 200 ml
de urina dentro da bexiga. A bexiga elimina a urina atravs da Uretra, que o ponto mais baixo do aparelho urinrio e o rgo que permite a sada da urina para o exterior.
SISTEMA REPRODUTOR A reproduo no essencial sobrevivncia, no entanto essencial para a continuao de
qualquer espcie.
Na espcie humana, semelhana de outras espcies animais, existem dois seres de
caractersticas distintas, macho e fmea, e s pela juno de elementos apenas existentes em
cada um deles possvel a reproduo. Assim, s com a fecundao de um vulo (produzido pela
fmea) por um espermatozide (produzido pelo macho) possvel a criao de um novo ser,
semelhante aos progenitores.
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Aparelho genital feminino O aparelho reprodutor feminino est situado na parte inferior do abdmen, entre a bexiga e o
recto. O aparelho genital feminino constitudo pelos:
Ovrios. Trompas de Falpio. tero. Vagina.
Os Ovrios, produzem hormonas sexuais e clulas especiais para a
reproduo, os vulos. O vulo produzido com regularidade, durante a
poca frtil da mulher (desde a 1
menstruao at menopausa). Os
ovrios libertam um vulo mais ou
menos cada 28 dias (ciclo ovulatrio).
As Trompas de Falpio, tm forma tubular, iniciam-se nos ovrios e
terminam no tero. nas trompas de
falpio, na grande maioria das vezes
que se d o encontro (fecundao) do vulo pelo espermatozide.
O tero um rgo em forma de pra, oco e musculado, suspenso por vrios
ligamentos, dentro do qual se
desenvolve o embrio.
O tero constitudo pelo:
Fundo, em cima. Corpo ou poro central. Colo que desemboca num pequeno orifcio (orifcio do colo uterino), que abre na vagina.
este orifcio, que possibilita a passagem do esperma para dentro do tero ou a sada do
fluxo menstrual para a vagina.
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A Vagina um canal de tecido muscular, elstico, que liga o tero com a vulva. Para alm de possibilitar a deposio do esperma junto do orifcio do tero, permite, ainda, a sada do fluxo
menstrual (menstruao).
Aparelho genital masculino O aparelho genital masculino constitudo pelos:
Testculos. Canais deferentes. Vesculas seminais. Prstata. Uretra. Pnis.
Cada Testculo contm clulas com funes especficas. Certas clulas produzem hormonas sexuais que conferem os caracteres sexuais secundrios (a barba, os plos no peito, a tonalidade
da voz, etc.) enquanto outras produzem os espermatozides. O smen ou lquido espermtico (que contm os espermatozides), transportados desde os testculos atravs dos canais deferentes, para ser misturado com o lquido das vesculas seminais
e da glndula prosttica.
As vesculas seminais parecem pequenos sacos onde se armazenam os espermatozides e o
lquido seminal. Estas vesculas lanam o seu contedo na uretra, junto prstata
Os testculos encontram-se alojados numa bolsa de pele, chamada o Escroto. A Prstata uma pequena glndula que circunda a uretra logo aps o ponto onde esta sai da bexiga. Tem a forma e o tamanho de uma castanha, envolvida por uma cpsula. Segrega um
lquido que lanado na uretra.
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O lquido prosttico e o das vesculas seminais fazem juntos o mesmo percurso durante o acto
sexual.
Mecanismos especiais do sistema nervoso, a nvel medular, impedem a passagem da urina pela
uretra para possibilitar a passagem dos outros lquidos. Somente os lquidos prosttico, seminal e
espermtico, passam do pnis para a vagina durante o acto sexual.
O Pnis constitudo por um tecido esponjoso altamente vascularizado que, quando totalmente cheio de sangue, ocasiona a distenso deste rgo at completa ereco. o rgo
encarregado de lanar o esperma (formado por um lquido seminal e espermatozides), nos
rgos genitais femininos.
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CAPTULO 2 - PRECAUES UNIVERSAIS
OBJECTIVOS
No final da sesso os formandos devero ser capazes de:
Listar e descrever os tipos de fluidos orgnicos e o seu potencial infectante. Listar e descrever os tipos de agentes infecciosos e o seu potencial infectante. Listar e descrever as regras de assepsia. Listar e descrever as medidas universalmente aceites como protectoras de contgio
acidental.
Listar e descrever os procedimentos universalmente aceites, em caso de contacto com fluidos potencialmente infectantes.
Listar e descrever as vantagens do cumprimento do calendrio de vacinao. Listar e descrever os riscos da no vacinao contra a Hepatite B, Tuberculose e Ttano.
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INTRODUO
As doenas infecciosas caracterizam-se pela existncia de um agente ou seja, so provocadas
por um microorganismo. Em todos os indivduos existe um sem nmero de microorganismos
potencialmente causadores de doena, no entanto estas colnias de micrbios vivem em
equilbrio entre eles e com o indivduo, razo pela qual no causam doena. Nalguns casos estas
colnias de microorganismos colaboram com o indivduo desempenhando um papel primordial no
seu prprio equilbrio. Ento fcil perceber que alguns microorganismos so teis ao indivduo
onde habitam s provocando doena quando o seu nmero aumenta drasticamente, ou seja,
quando ocorre um desequilbrio entre as colnias. No entanto existem outros microorganismos
cuja presena no indivduo no habitual e que de desenvolvem rapidamente, provocando
doena.
A existncia de microorganismos patognicos (que desenvolvem doena) no indivduo denomina-
se infeco.
Sendo os microorganismos seres vivos microscpicos a nica medida eficaz de prevenir que provoquem doena precaver que eles se transmitam de indivduos doentes para indivduos saudveis.
O risco de infeco est sempre presente, quer seja do pessoal para os doentes, dos doentes para o pessoal ou entre os doentes. Portanto a preveno da transmisso a nica medida eficaz de lutar contra este risco.
A noo de cuidados universais nasce da conscincia de que impossvel termos a certeza de quem a qualquer momento est ou no infectado. Assim devemos considerar todos os
intervenientes no sistema como potencialmente infectados. O objectivo ser prevenir a
transmisso de microorganismos sobretudo aqueles que utilizam o sangue e/ou outros lquidos
como seu meio de transporte, uma vez que so os mais nocivos e frequentes na emergncia
mdica.
As doenas mais potencialmente transmissveis e ao mesmo tempo nocivas so a Hepatite e a
SIDA (Sndroma de Imuno-Deficincia Adquirida).
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A Hepatite uma doena que provoca a destruio progressiva do fgado e provocada por um Vrus que existe sob diferentes formas, sendo uns mais nocivos que outros, o que permite
classificar as diferentes tipos de hepatite. Assim temos:
Hepatite A. O seu agente o Vrus da Hepatite A (HAV) que se transmite habitualmente pelas fezes de indivduos doentes, depositadas junto de guas ou alimentos, nomeadamente, produtos
hortcolas. A sua evoluo lenta e pode ser tratada sem deixar leses significativas o que a
torna menos nociva.
Hepatite B. Cujo agente o Vrus da Hepatite B (HBV) que se transmite sobretudo atravs do sangue e outros fludos orgnicos. A sua evoluo rpida e provoca destruio dos hepatcitos
(clulas do fgado). No entanto j existe vacina para esta doena.
Hepatite C. Cujo agente o Vrus da Hepatite C (HCV), menos resistente fora de um hospedeiro que o HBV mas que se transmite de forma semelhante. A doena tambm evolui
rapidamente mas no to nociva como a Hepatite B.
A SIDA (Sndroma da Imuno-Deficincia Adquirida), cujo agente o HIV (existem o Tipo I e o Tipo II). No propriamente uma doena, mas sim um quadro clnico que se caracteriza pela ineficcia
dos glbulos brancos em combater os microorganismos invasores causadores de doena. Quer
isto dizer que ningum pode morrer de SIDA, mas sim de doenas que se aproveitam do facto do
indivduo no ter defesas (glbulos brancos) eficazes para as combater. O termo seropositivo no
significa que o indivduo tenha SIDA, significa isso sim que o HIV est presente nele, mas pode
no ter ainda comeado o processo de destruio da eficcia dos glbulos brancos. Alis, o termo
seropositivo aplica-se a muitos outros vrus e bactrias que no s o HIV, ou seja por exemplo o
indivduo pode ser seropositivo para o HBV e no ter Hepatite B mas sim o vrus presente nele:
Como o HIV se transmite facilmente pelo sangue e quase todos os fludos corporais e porque no
existe ainda cura ou vacina para esta situao, a SIDA constitui um quadro que provoca uma
elevada taxa de mortalidade, tornando-a at ao momento um verdadeiro flagelo. O HIV , no
entanto, pouco resistente quando se encontra fora de um hospedeiro.
Como j foi dito a nica arma eficaz para se lutar estes agentes, uma vez que so seres
microscpicos, a Preveno, existindo ento trs medidas universalmente aceites e defendidas.
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MEDIDAS DE PREVENO
Educao Processa-se mediante a sensibilizao, formao e educao dos profissionais de sade e
populao em geral.
Preveno Usando tcnicas de no contaminao e desinfeco por parte dos profissionais de sade quando
tratam doentes, vacinao do pessoal de sade e populao em geral, implementao de redes
de gua potvel e esgotos ao servio das populaes, etc.
Tratamento Consiste na utilizao correcta e consciente de antibiticos (produtos farmacuticos destinados a
eliminar os microorganismos), desinfectantes e detergentes.
PRECAUES UNIVERSAIS As precaues universais so um conjunto de medidas que devem ser observadas sistematicamente, independentemente de se saber que um determinado doente ou tcnico de sade tem alguma infeco transmissvel de forma a evitar a propagao desta.
As precaues universais devem ser cumpridas por todas as pessoas cuja actividade implique o contacto com doentes, com sangue ou outros fludos biolgicos. As precaues universais incluem: Dispositivos de barreira ou proteco que podem constituir um barreira fsica ou de
proteco e evitam a entrada do microorganismo no novo hospedeiro, nomeadamente no
tcnico de sade. So exemplos as luvas, batas, aventais, mscaras, culos de proteco,
etc.
Evitar que trabalhadores com leses cutneas tenham contacto directo com doentes ou seus fludos.
Sempre que for previsvel a projeco de sangue ou outros fludos orgnicos, o pessoal de sade deve utilizar mscaras e outras medidas protectoras para prevenir a exposio da
boca, nariz e olhos.
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Lavar as mos sempre antes e aps o contacto com um doente ou qualquer dos seus fludos orgnicos, independentemente do uso de luvas.
Recorrer a contentores prprios para o armazenamento de materiais cortantes, nomeadamente de agulhas. Estes contentores devem estar estrategicamente colocados e
serem em nmero suficiente por forma a evitar que o pessoal tenha que circular com
materiais cortantes. Devem ainda ser respeitadas as normas de segurana na sua
utilizao, nomeadamente quanto forma de retirar as agulhas das seringas utilizando o
local prprio do contentor e ainda quanto sua capacidade que no deve exceder os do
total. No devem ainda ser observados materiais cortantes a extravasar dos contentores.
O equipamento reutilizvel deve ser devidamente lavado e desinfectado/esterilizado. Relativamente ao sangue e outros produtos orgnicos, estes devem ser removidos com
gua em abundncia e absoro (por exemplo atravs de papel absorvente ou pensos de
abdmen) antes da utilizao do desinfectante. Os desinfectantes so normalmente
inactivados na presena de matria orgnica (sangue, urina, secrees, etc.).
Em caso de acidente: Lavar abundantemente a zona exposta e s depois aplicar um desinfectante. Em caso de haver uma ferida esta deve ser previamente espremida, por exemplo perante
a picada de uma agulha no deveremos controlar a hemorragia mas sim espremer, lavar e
desinfectar. Se possvel submergir a zona da picada em lixvia durante 10 minutos. A
ocorrncia deve ser registada e procurada assistncia mdica no Servio de Urgncia com
colheita de sangue para anlise.
Se a zona atingida forem os olhos, estes devem ser abundantemente lavados com Soro Fisiolgico e depois com gua limpa no sentido do canto interno para o canto externo do
olho.
No caso da zona exposta ser a boca ou nariz, estes devem ser lavados abundantemente com gua limpa.
Concluso: Face ao exposto fcil perceber que:
O pessoal de sade deve estar consciente dos riscos para a sade que a sua actividade representa, no s para a sua sade individual mas tambm para os seus familiares, amigos e outros doentes e comunidade em geral.
A forma mais fcil de evitar a propagao das doenas atravs de medidas de preveno. Esta preveno faz-se de duas formas:
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Utilizando de forma consciente as precaues universais de forma a evitar exposies acidentais, pois o cumprimento das recomendaes anteriores diminui a
possibilidade de ocorrncia de acidentes.
Vigiando a sade individual, recorrendo ao mdico assistente com regularidade e cumprindo o calendrio de vacinao, pois esta a nica forma verdadeiramente eficaz de evitar a infeco.
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CAPTULO 3 - EXAME DA VTIMA
OBJECTIVOS
No final da sesso os formandos devero ser capazes de:
Listar e descrever todos os passos do exame da vtima; Descrever os passos da realizao do exame primrio e saber qual o seu objectivo; Descrever os passos da realizao do exame secundrio e saber qual o seu objectivo; Conhecer as particularidades do exame da vtima de trauma.
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INTRODUO Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vtima, torna-se fundamental e
prioritrio garantir as condies de segurana ou seja essencial garantir que da nossa interveno no vai resultar perigo para a vtima e/ou para a equipa de socorro.
Asseguradas as condies de segurana, podemos ento iniciar a avaliao da vtima, nunca
esquecendo que no se avana na sequncia de avaliao se no tivermos corrigido um problema anteriormente identificado. A sequncia que se apresenta no serve como receita mas
sim, como memorando para garantir que nada nos escapa observao.
O estado de conscincia das vtimas fundamental para a realizao de todo o exame. Quando
necessrio devamos verificar se a vtima responde a estmulos, chamando-a pelo nome (se
possvel) e batendo-lhe suavemente nos ombros.
Podemos ento definir que o Exame da Vtima se divide em duas partes:
Exame Primrio, no qual se tenta identificar e corrigir as situaes de perigo imediato de vida;
Exame Secundrio, no qual se tenta identificar e corrigir as situaes que no colocam a vtima em perigo imediato de vida, mas que se no forem corrigidas atempadamente
podem agravar o seu estado.
EXAME PRIMRIO O Exame Primrio assenta numa nomenclatura internacional, o A B C D E, que deriva da lngua inglesa (A-airway, B-breathing, C-circulation, D-disability e E-exposure, que significam,
respectivamente, via area, ventilao, circulao, disfuno neurolgica e exposio).
A (Airway) Permeabilizao da via area As vtimas inconscientes e em decbito dorsal, podem apresentar obstruo da via area.
Anteriormente pensava-se que a lngua era a principal responsvel por esta situao mas estudos
recentes revelaram que as estruturas que condicionam a obstruo da via area so
fundamentalmente o palato mole e a epiglote que perdem o seu tnus habitual (isto , relaxam).
Outros factores podem, tambm, condicionar obstruo da via area como sejam o vmito,
sangue, dentes partidos ou prteses dentrias soltas, que devem ser removidos com precauo.
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Eventualmente, pode ser necessrio recorrer utilizao de equipamento auxiliar tal como
aspirador de secrees (tendo em ateno a possibilidade de se provocar o vmito e verificar se a
aspirao foi eficaz), colocao de tubo orofarngeo (Guedell), se inconsciente e sem leses
faciais major, entre outros. Isto implica a verificao prvia da existncia de corpos estranhos na
cavidade oral, leses da face, etc.
B (Breathing) Ventilao Se a vtima est consciente devemos procurar a existem de alteraes na ventilao e na
circulao.
Se a vtima est inconsciente devemos efectuar a pesquisa da ventilao.
Este passo consiste em: ver o trax expandir, ouvir a passagem de ar, sentir a expirao na face (VOS), durante dez segundos.
Se a vtima respira, devemos pesquisar a existncia de alteraes na ventilao e na circulao.
Se a vtima no respira, entra no contexto de SBV, (a tratar mais frente). Alteraes na ventilao: - Respirao rpida ou lenta;
- Respirao superficial, normal ou profunda;
- Respirao regular ou irregular;
- Expanso torcica simtrica ou assimtrica;
- Existncia de sinais de cianose;
- Existncia de rudos respiratrios;
- Uso de msculos acessrios e/ou abdominais;
- Desvio da traqueia;
- Tiragem.
C (Circulation) Circulao Nas vtimas conscientes efectua-se a pesquisa de um pulso perifrico, habitualmente o radial. Se a vtima est inconsciente ou o pulso perifrico no for palpvel deve pesquisar um pulso
central, frequentemente o carotdeo, para tal devemos identificar a cartilagem tiride (ma de
Ado), utilizando os dedos, mdio e indicador. Esses dedos devem deslizar para o lado externo do
pescoo, mais prximo de si at ao sulco esternocleidomastoideu.
nesta fase do exame que devemos verificar se existem hemorragias externas graves visveis,
e/ou internas atravs de palpao abdominal e sinais e de choque.
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Alteraes na circulao: - Pulso rpido ou lento;
- Pulso cheio ou fino;
- Pulso regular ou irregular;
- Pele rosada ou plida (cor);
- Pele seca ou hmida (sudorese);
- Pele fria ou quente (temperatura);
- Hemorragias graves visveis;
- Dor abdominal palpao;
- Rigidez abdominal palpao;
- Preenchimento capilar inferior ou superior a 2 segundos.
NOTA: Se no final desta avaliao que no deve demorar mais de 90 segundos a vtima apresentar sinais de gravidade (vtima critica), devemos avisar o CODU.
D (Disability) - Disfuno neurolgica O exame neurolgico deve ser feito avaliando o estado de conscincia, as pupilas e a resposta
motora.
Estado de conscincia
Para o Tripulante de Ambulncia recomenda-se a quantificao da resposta da vtima de acordo
com a escala AVDS, em que: A Alerta. V Responde a estmulos Verbais. D Responde a estimulao Dolorosa. S Sem resposta.
Por exemplo, perante uma vtima que no reage estimulao verbal (quando se fala com ela)
mas esboa movimentos quando se belisca a pele, dizemos que ela apresenta um estado de
conscincia D na escala AVDS.
Tamanho, simetria e reactividade das pupilas
Em relao ao tamanho podem estar dilatadas (midriase), contradas (miose).
Em relao simetria podem estar simtricas (isocricas) ou assimtricas (anisocricas).
Em relao reactividade luz podem estar reactivas (foto-reactivas) ou no reactivas
(arreactivas).
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Para efectuar esta avaliao deve incidir uma luz directamente sobre cada uma das pupilas.
Verifique se a reaco idntica em ambas. Se no existir contraco pupilar ou se esta for
diferente de pupila para pupila, poder indicar sofrimento do Sistema Nervoso Central.
Lateralizao da resposta motora dos membros
A avaliao deste ponto consiste na comparao da mobilidade, fora e sensibilidade (MFS) dos membros de um hemicorpo com o outro hemicorpo. Para se proceder a esta comparao pode-se
recorrer a um estmulo verbal em que se pede vtima que aperte alternadamente cada uma das
mos ou que faa fora com cada um dos ps.
Nas vtimas inconscincia efectua-se atravs da estimulao dolorosa.
E (Exposure) - Exposio com controle de temperatura A privacidade da vtima deve ser sempre respeitada, tendo o cuidado de se expor apenas o
necessrio ou, se possvel, efectuando a exposio no interior da ambulncia.
Deve existir uma grande preocupao na manuteno da temperatura corporal da vtima. Utilizar a
manta isotrmica (apenas isola, evita as perdas) e aquecer a clula sanitria.
Pupilas Miticas (Miose) Anisocricas Pupilas
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EXAME SECUNDRIO No exame secundrio o objectivo identificar as situaes que no colocam a vida da vtima em perigo imediato mas que se no forem corrigidas podero agravar a situao geral, do qual fazem
parte os seguintes pontos:
Avaliao e caracterizao dos Sinais Vitais; Recolha de Informao (CHAMU); Observao Geral/Sistematizada.
Nota. A ordem da realizao destes pontos deve ser adaptada a cada situao.
Sinais Vitais Vrios parmetros foram avaliados ao longo do exame primrio. Tendo j eliminado as situaes
de risco de vida iminente, falta completar o exame a fim de avaliar e caracterizar os Sinais Vitais: ventilao, pulso, presso arterial e temperatura.
Ventilao
Frequncia (n. de ciclos / minuto). Consideram-se valores normais 12 a 20 ciclos/minuto.
Bradipneia: menor que 12 ciclos/minuto
Taquipneia: maior que 20 ciclos/minuto
Amplitude (Superficial / Normal / Profunda). Ritmo (Regular / Irregular).
Pulso Frequncia (n. de pulsaes / minuto). Consideram-se valores normais 60 a 90
pulsaes/minuto.
Bradicardia: menor que 60 ciclos/minuto
Taquicardia: maior que 90 ciclos/minuto
Amplitude (Cheio / Fino). Ritmo (Regular / Irregular).
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Na avaliao do pulso deve ter-se em conta os seguintes aspectos:
Os dedos utilizados para palpar o pulso so o indicador e o mdio. Evitar comprimir excessivamente a artria para no suprimir o pulso.
Presso arterial Presso arterial a fora exercida pelo sangue sobre as paredes das artrias onde corre. Para
a avaliar, tem que se obter dois valores que so o valor da presso sistlica (presso mxima) e o valor da presso diastlica (presso mnima). Para avaliar a Presso Arterial necessrio um Esfigmomanmetro e um Estetoscpio, e deve proceder-se do seguinte modo:
Instalar o doente confortavelmente, relaxado e com o brao descoberto. Centrar a manga insuflvel da braadeira sobre a face anterior do brao de modo a
que os tubos ligados ao manmetro e ao insuflador fiquem sobre a artria umeral.
Colocar a braadeira do esfigmomanmetro no brao, em contacto com a pele de modo a que o bordo inferior fique acima da articulao do cotovelo aproximadamente
2,5 centmetros.
Apoiar o antebrao da vtima, com ligeira flexo do cotovelo e verificar se o manmetro est colocado ao nvel do corao.
Localizar a artria umeral. Insuflar a braadeira lentamente at deixar de sentir o pulso e verificar no manmetro
o valor indicado.
Abrir a vlvula lentamente at a braadeira estar novamente vazia. Colocar o diafragma do estetoscpio sobre a artria umeral e insuflar novamente a
braadeira aproximadamente 30 mmHg acima do nvel da presso anteriormente
verificada.
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Abrir suavemente a vlvula, verificando o valor indicado quando ouve o primeiro batimento (valor da presso sistlica), que deve ser registado.
Continuar a desinsuflar lentamente at os batimentos se tornarem quase inaudveis e desaparecerem. Este valor corresponde presso diastlica e deve ser registado.
Abrir a vlvula at a braadeira estar completamente vazia e retirar o aparelho.
possvel que os batimentos no sejam audveis, nessas condies, dever:
Colocar a braadeira como anteriormente foi explicado. Localizar a artria radial (como se estivesse a avaliar o pulso). Insuflar a braadeira aproximadamente 20 mmHg acima do valor a que deixa de
sentir os batimentos.
Abrir a vlvula lentamente. Verifique no manmetro o valor a que volta a sentir os batimentos. Esse ser o valor aproximado da presso sistlica.
Presso sistlica o valor mais elevado e corresponde presso que o sangue exerce de encontro s paredes das artrias quando o corao se
contrai. o primeiro som audvel.
Presso diastlica o valor mais baixo e corresponde presso que o sangue exerce de encontro s paredes das artrias quando o corao se relaxa.
Temperatura Febre (> 37,5 C) Sem febre ou apirtico (35,0 C a 37,5 C) Hipotermia (< 35,0 C)
Pode ter-se uma ideia aproximada da existncia de febre, colocando as costas da mo na testa do
doente. No entanto, nunca deve ser esquecido que este mtodo meramente indicativo. Assim,
para se obterem valores exactos, a temperatura deve ser determinada com um termmetro. Normalmente, o aumento da temperatura est associada a fenmenos infecciosos ou
inflamatrios, fazendo parte de um conjunto de alteraes conhecidas como febre. A febre pode ser acompanhada de prostrao e mal-estar geral.
A febre especialmente perigosa nas crianas, podendo desencadear crises convulsivas, pelo
que devemos arrefecer a criana, logo que possvel.
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Se Existir Equipamento Disponvel Devemos Complementar a Avaliao dos Sinais Vitais com a Determinao da Glicemia e Oximetria.
Determinao da glicemia comum efectuar-se a avaliao da glicemia em pessoas que tenham histria ou antecedentes
familiares de diabetes, no entanto, tambm deve ser efectuada como diagnstico de urgncia,
especialmente em situaes de perda sbita de conscincia, convulses, etc.
Esta avaliao feita atravs da utilizao de mquinas de determinao da glicemia, onde so
introduzidas as fitas com a gota de sangue obtido por puno da polpa digital realizada com
lanceta, que fornece, em poucos segundos, resultados seguros.
Material necessrio para a avaliao da glicemia
Toalhete ou compressa embebida em lcool.
Compressas secas. Lanceta ou agulha. Mquina de glicemia capilar
Tcnica de avaliao da glicemia
1. Confirmar baterias; 2. Colocar a tira na mquina de glicemia capilar; 3. Verificar se o n de cdigo apresentado na mquina corresponde ao cdigo do frasco de
tiras;
4. Limpar com a compressa embebida em lcool, ou toalhete, a polpa do dedo, mantendo a mo da vtima pendente;
5. Deixar secar e puncionar o dedo com lanceta depois de o ter comprimido bem entre os seus dedos, manobra que facilita um maior fluxo de sangue a essa zona;
6. Limpar com uma compressa ou algodo secos, o primeiro sangue que aparece; 7. Aplicar a gota de sangue na extremidade da tira. A amostra ser aspirada
automaticamente;
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8. Aps 5 segundos o monitor exibir o resultado da quantidade de glicose no seu sangue. O resultado apresentado em mg/dl;
9. R
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