UNIVERSID ADE TU IUTI D O PAR AN Á
MANEJO REPR ODUTIVO E M GAD O DE C ORTE C OM PR OTOCOLO DE
INSEMIN AÇ ÃO ART IF IC IAL E M TE MPO F IX O ( IATF )
HENRIQUE STRE MEL
CURITIB A
2015
UNIVERSID ADE TU IUTI D O PAR AN Á
MANEJO REPR ODUTIVO E M GAD O DE C ORTE C OM PR OTOCOLO
DE INSE MIN AÇÃO ART IF ICIAL E M TEMP O F IX O ( IATF )
HENRIQUE STRE MEL
Trabal ho de Conc lus ão de Cu rs o
apres entado ao Cu rso de M ed ic i na
Vet e ri ná ri a da Uni ve rs i dade Tui ut i do
Pa raná pa ra a obt enç ão do g rau de M édic o
Vet e ri ná ri o
Or i ent ador: Pro f. Dr. W eli ngt on Ha rt mann
O ri ent ado r P ro fiss i onal: M ed. V et . , M. Sc.
Emanuel da Sil ve i ra Fa le iros
CURITIB A
2015
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
REITOR
Prof. Luis Guilherme Rangel Santos
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Carlos Alberto Rangel Santos
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Prof. Carmen Silva
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Afonso Rangel dos Santos
DIRETOR DE GRADUAÇÃO
Prof. Dr. João Henrique Faryniuk
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Dr. Welington Hartmann
COORDENADOR DE ESTÁGIO CURRICULAR
Prof. Dr. Welington Hartmann
HENRIQUE STRE MEL
MANEJO REPR ODUTIVO E M GAD O DE C ORTE C OM PR OTOCOLO
DE INSE MIN AÇÃO ART IF ICIAL E M TEMP O F IX O ( IATF )
Rela tór io de Estág io de Conc lusão apresen tado ao Curso de
Med ic ina Veter inár ia , da Un ivers idade Tu iu ti do Paraná , como
requ is ito parcial a obtenção do t ítulo de Méd ico Veter inár io , sob
orientação do P rof. Weling ton Hartmann
BANCA EX AMINAD OR A
___________________________________________________
Pres iden te: Pro f. Dr . We ling ton Hartmann
___________________________________________________
Pro f. Dr . Odile i Rogerio Prado
___________________________________________________
Pro f. M. Sc . João F il ip i S cheffer Pere ira
Curit iba , Novembro de 2015
DEDICATÓR IA
Dedico esse trabalho p rimeiramen te a Deus , aos meus pais , minha
famíl ia , minha namorada e a todos os p ro fissionais que fi ze ram pa rte
da minha graduação .
AGRADEC IMENTOS
Agradeço a Deus po r ter me dado a vida, e a famíl ia que me
concedeu . Aos meus pais que sempre es tiveram comigo , me apoi ando
sabiamen te em todas as decisões, e es tando ao meu lado em todos os
caminhos que decidi t ri lha r. A todos os meus famil iares que sempre me
apoia ram e me ajudaram quando precisei . A minha namorada que
esteve ao meu lado todos os dias , me ajudando , ensinando , apoiando e
dando fo rças . Aos meus amigos , aos p ro fissionais da Vet Maxi que me
concederam es tagi o e a todos os p ro fissionais que atua ram direta ou
indire tamen te para que eu pudesse me fo rmar.
EPÍGRAFE
“Ag radeço todas as di ficuldades que en fren tei ; não fosse po r elas , eu
não teria saído do lugar. As faci l idades nos i mpedem de caminhar.
Mesmo as cr í ticas nos auxi l iam mui to .”
Chico X avie r
SUMÁR IO
LISTA DE ABREV IATUR AS ...........................................................................................
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................
LISTA DE QUADROS..............................................................................................................
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................
RESUMO ....................................................................................................................................
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ........................................................................................... 3
2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................. 4
2.2 ESPECIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES POR PROPRIEDADE................................. 5
3. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 14
3.1 BIOTECNOLOGIAS DA REPRODUÇÃO ................................................................. 15
3.1.1 Inseminação Artificial .............................................................................................. 15
3.1.2 Inseminação Artificial em Tempo Fixo................................................................ 16
3.2 HORMÔNIOS NA IATF................................................................................................. 17
3.3 FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA FÊMEA BOVINA............................................... 19
4. RELATO DE CASO CLÍNICO........................................................................................ 21
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 26
LISTA DE ABREV IATUR AS
BE - Benzoato de es tradio l
CL - Co rpo lúteo
ECC – Escore corpo ra l
eCG – Gonadotro fi na Coriôni ca Equi na
FSH - Hormônio fo lículo es timulante
GnRh - Hormônio libe rado r de gonado trofi na
IA – Insemi nação a rti fici al
IA TF – Insemi nação a r ti fi cia l em tempo fi xo
IB GE - Ins ti tuto b rasi lei ro de geogra fia e es ta tís tica
LH - Hormônio lutei ni zante
P4 – P roges terona
PGF2α – Pros tag landi na
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Animais abatidos e peso total das carcaças,
segundo os meses - Brasil 2º Trimestre de 2015.......................................
2
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Atividades realizadas e numero de animais ou propriedades.............. 4
Quadro 2 Escores de condição corporal em bovinos de corte (escala de 1 a 5). 22
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fazenda Vale Verde................................................................ 5
Figura 2 Boiada fazenda Vale Verde..................................................... 5
Figura 3 Manejo de pastagem............................................................... 6
Figura 4 Pesagem de Bois Fazenda Cândido de Abreu........................ 6
Figura 5 Análise de pastagem fazenda Cândido de Abreu.................... 7
Figura 6 Manejo de Bezerro em Guraniaçu............................................ 8
Figura 7 Parto a Campo em Guaraniaçu................................................ 8
Figura 8 Remanejamento de Lote em Guaraniaçu................................. 8
Figura 9 Remoção do Couro do bezerro Morto........................................ 9
Figura 10 Vaca Adotando o Guaxo com Couro Amarrado........................ 9
Figura 11 - Exame Andrológico em Guaraniaçu....................................... 10
Figura 12 Coleta de Sêmen Guaraniaçu.................................................. 10
Figura 13 Preparação Para Marcação a Ferro Quente............................. 11
Figura 14 - Pesagem de Boi no Paraguai.................................................. 11
Figura 15 Vacas Vacinadas Contra Brucelose......................................... 11
Figura 16 Manejo De Boi Para Engorda Com Sal Mineral........................ 12
Figura 17 Vacinação Do Gado No Paraguai............................................ 12
Figura 18 Diagnostico De Gestação Por Palpação Retal.......................... 12
Figura 19 Protocolo de IATF com o uso de Progesterona, Benzoato de
Estradiol, Cipionato de Estradiol e gonadotrofina coriônica eqüina.
23
RESUMO
A Bovinocultura no Brasil tem demonstrando ser um grande setor para o
crescimento econômico do país, a cada ano o setor tem apresentado
constantemente um crescimento em produção, tecnificação e investimento. Mesmo
em períodos de crise nacional, esse setor continua exercendo o seu papel de
extrema importância para o produto interno bruto brasileiro. Durante o período de
estagio foi trabalhado com Bovinocultura de corte sendo atendidas nove
propriedades, nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, e no
Paraguai, totalizando aproximadamente 4.612 animais trabalhados, acompanhando
o manejo diário de propriedades, manejo reprodutivo e administração das
propriedades. A IATF foi realizada em duas propriedades localizadas em Castro e
Balsa Nova, em 130 vacas das raças Nelore, Angus e Brangus.
1
1. INTRODUÇÃO
A pecuária no Brasil é um dos setores fundamentais para o crescimento
do produto interno bruto, atingindo em 2009 o efetivo de 205 milhões de
cabeças. Grandes investimentos em tecnificação no setor tem sido aplicada no
decorrer dos anos, grande parte disso deve-se ao aumento na competitividade
nos demais setores na agropecuária, fazendo com que os produtores busquem
melhorias em sua criação através dos técnicos no mercado e com a
implementação de tecnologias para acompanhar os demais setores (PEÑA,
2011).
O Brasil é o país com o maior rebanho comercial do mundo e em 2006
consagrou-se o país com maior exportação de carne bovina. As exigências
sanitárias do mercado externo e interno aumentam cada vez mais com o
passar dos anos, fazendo com que o produtor se especialize cada vez mais
para acompanhar o desenvolvimento e as exigências da população
(MEZZADRI, 2007).
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do
Abastecimento (SEAB), os produtores do estado do Paraná têm cada vez mais
apresentado crescimento e desenvolvimento no seu rebanho, mostrando maior
atenção ao crescimento do cenário nacional, demonstrando que estão mais
tecnificados, com pastagens de maior qualidade, aumentando o numero de
animais em suas propriedades, investindo em rebanhos com alto valor
genético, e em manejo sanitário eficiente, garantindo assim um maior
crescimento em produtividade, tornando cada vez maior a importância do bom
médico veterinário preparado para atualizar-se tecnicamente e gerencialmente
prestando os melhores serviços ao produtor (MEZZADRI, 2007).
A qualidade do produto final é um dos fatores que fazem com que a
qualidade genética dos animais envolvidos na produção seja cada vez mais
aprimorada, levando a atenção do produtor aos métodos que garantem a
prenhez do rebanho com qualidade, sincronia e garantia. Como exemplo a
Inseminação Artificial em Tempo Fixa (IATF), que permite a escolha dos touros
e suas Diferenças Esperadas de Progênie (DEP’s), podendo administrar as
cruzas que melhor adaptem as regiões e as necessidades, garantindo sincronia
nos partos, facilitando o manejo na propriedade, e permitindo um calculo
2
administrativo e financeiro ao produtor com maior certeza no tempo. Porem no
Brasil a forma de reprodução mais utilizada ainda é monta natural, dificultando
o aprimoramento genético nos rebanhos (PEÑA, 2011).
De acordo com o IBGE, em 2015 no primeiro semestre o numero total de
bovinos abatidos em frigoríficos sob inspeção municipal, estadual, e federal é
de 15.364.000 (Tabela 1), mesmo esse numero sendo menor que o do ano
anterior, ainda representa a grande importância da bovinocultura para a
economia do Brasil.
Tabela 1: Animais abatidos e peso total das carcaças, segundo os meses -
Brasil 2º Trimestre de 2015
Meses Bovinos
Número de cabeças
abatidas (mil cabeças)
Peso total das
carcaças (t)
Total do ano 15 364 3 680 811
Total do 1º trimestre 7 737 1 836 634
Janeiro 2 736 651 773
Fevereiro 2 408 569 210
Março 2 594 615 651
Total do 2º trimestre 7 627 1 844 177
Abril 2 524 604 576
Maio 2 581 624 980
Junho 2 522 614 621
FONTE: (IBGE, 2015)
.
3
2. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
O presente estágio foi realizado na empresa Vet-Maxi que é uma
prestadora de serviços veterinários focados em produção e reprodução de
gado de corte. A empresa conta com três profissionais sócios que atendem
particularmente seus clientes, representando o nome da empresa. O escritório
é localizado na cidade de Curitiba, no estado do Paraná, sendo seu endereço
Rua Buenos Aires nº 441, bairro Batel, onde os profissionais trabalham quando
não estão em atendimento às propriedades, realizando reuniões, atualização
dos dados das propriedades, planejamentos e logística.
Com muitos anos de referência no mercado a empresa conta com uma
propriedade no município de Bocaiúva do Sul, na qual realiza cursos de
diversos temas na produção e reprodução de bovinos. Os módulos dos cursos
podem ser realizados por alunos de medicina veterinária, médicos veterinários,
e ou demais interessados em tecnificar-se na área.
Durante o estágio foram realizadas diversas práticas rotineiras na
bovinocultura de corte em propriedades nos estados de São Paulo, Paraná,
Mato Grosso do Sul, e no Paraguai, realizando atividades como a inseminação
artificial em tempo fixo (IATF), vacina contra brucelose, exame andrológico,
orquiectomia, palpação retal para diagnóstico gestacional, ultrassonografia
para diagnóstico gestacional, análise de pastagens, organização de lotes,
logística da propriedade, aplicação de antiparasitários e manejo de bezerros
recém-nascidos a pasto como tratamento de umbigo, controle de endo e
ectoparasitas, tratamentos clínicos, identificação de animais e outras
atividades. O estágio foi realizado no período de 03/08/2015 a 09/10/2015,
totalizando 40 horas semanais, e 400 horas totais, com supervisão dos
médicos veterinários André Luis Bastos de Sousa, Emanuel da Silveira
Faleiros, e Marcio Saporski Segui, e orientação do professor Welington
Hartmann.
4
2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades desenvolvidas no período de Estágio estão relacionadas
no Quadro 1.
Quadro 1 – Atividades realizadas e numero de animais ou propriedades.
ATIVIDADE Nº DE ANIMAIS / PROPRIEDADE
Palpação retal para diagnóstico de
gestação
Aproximadamente 1000 animais, 5
propriedades
Inseminação artificial 200 animais, 2 propriedades
Ultrassonografia para diagnóstico de
gestação
Aproximadamente 300 animais, 3
propriedades
Protocolo de IATF 2 propriedades
Exame andrológico 10 animais, 2 propriedades
Administração da propriedade 3 propriedades
Administração de farmácia 2 propriedades
Vacinação contra Brucelose 2 propriedades
Marcação de bezerros 2 propriedades
Identificação de bezerros e
tratamento de umbigo
3 propriedades
Orquiectomia Aproximadamente 400 animais
Pesagem de animais
Mais de 2000 animais, 3
propriedades
Preparação de guaxos 2 animais
Seleção de animais para compra
30 animais
Tratamento de enterite
2 propriedades
5
2.2 ESPECIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES POR PROPRIEDADE
Fazenda Vale Verde, localizada na Barra do Turvo, no estado de São
Paulo, foram realizados duas visitas com datas diferentes. A propriedade
possui 900 hectares, produz palmito e gado de corte, sendo os bovinos
cruzados e da raça Nelore, e atualmente possui aproximadamente 1000
cabeças. Na primeira visita foi realizada palpação de 201 vacas para
diagnostico de gestação após ter sido realizado protocolo de IATF, IA duas
vezes e repasse com touros. Após o término da palpação foram coletados os
dados da propriedade para atualização do fichário dos animais, e
administração com troca de pastagem dos lotes. Dentre a coleta dos dados
estão as informações de nascimento, morte, remanejamento de pasto, lesões,
e venda de animais. Na segunda visita foi feita a avaliação dos lotes e
pastagens, remanejamento de lotes, e nova coleta de dados.
Figura 1- Fazenda Vale Verde
Figura 2- Boiada fazenda Vale Verde
6
Figura 3- Manejo de pastagem
Fazenda no município de Cândido de Abreu: foi realizada a pesagem de
bois para a engorda e verificação dos dados da propriedade realizando o
gerenciamento da mesma, foram analisados os animais a pasto para
verificação do escore corporal, análise dos cochos de sal, e verificação da
pastagem.
Figura 4- Pesagem de Bois Fazenda Cândido de Abreu
7
Figura 5- Análise de pastagem fazenda Cândido de Abreu
Fazenda no município de Guaraniaçu: ao todo são três fazendas que
unidas perfazem 2.000 alqueires, sendo elas Matias, Entre Rios, e Boiada, com
sistema de ciclo completo. Os animais são bovinos da raça Nelore, contendo
puros de origem, também animais cruzados Nelore com Angus, e os produtos
são cruzados com Braford, com o objetivo de melhorar a adaptação ao clima
da região mantendo as qualidades de carcaça herdadas das raças européias.
Durante os dias de permanência nas propriedades também foram realizadas
atividades como manejo diário a pasto, ajustando os animais nos piquetes
rotativos, e realizando o fornecimento de sal mineral com a administração do
estoque. Ao realizar o manejo diário, e sendo também época de nascimento,
foram realizadas atividades relacionadas ao manejo como cura de umbigo,
administração de antibióticos, tratamento de miíases, identificação dos recém
paridos e comunicação de nascimento. As vacas gestantes eram remanejadas
para o piquete maternidade assim que fosse observado que estavam próximas
ao parto, com significativo aumento do volume da glândula mamária.
8
Figura 6- Manejo de Bezerro em Guraniaçu
Figura 7- Parto a Campo em Guaraniaçu
Figura 8- Remanejamento de Lote em Guaraniaçu
9
Bezerros recém nascidos rejeitados pela mãe, ou em casos de morte
dessa, são denominados guaxos. Estes precisam de uma vaca que os adote
chamadas assim de guaxeiras. Durante o estágio, foi observado que nesses
casos, quando nenhuma vaca adota o bezerro, pode-se remover o couro de um
bezerro morto, e colocá-lo em um bezerro guaxo, com o objetivo de fazer com
que a vaca que teve o filho morto adote o guaxo. Este procedimento se
mostrou eficiente.
Figura 9- Remoção do Couro do bezerro Morto
Figura 10- Vaca Adotando o Guaxo com Couro Amarrado
10
Em duas oportunidades foram realizadas pesagens de bois e em
seguida, a orquiectomia dos mesmos, com antibioticoterapia. Foi efetuado
também exame andrológico em touros que estavam à venda, sendo o exame
encomendado por um comprador interessado nos animais. Durante os dias de
estagio alem das atividades descritas também foi feita a administração dos
dados e atualização da propriedade.
Figura 11- Exame Andrológico em Guaraniaçu
Figura 12- Coleta de Sêmen Guaraniaçu
11
Fazenda Angelita situada no Paraguai, fronteira com o Mato Grosso do
Sul, tem 3.000 alqueires, sendo uma parte da propriedade no Brasil. Possui
sistema de criação completo, animais da raça Nelore e cruza com Angus.
Atividades diárias como observação a pasto dos animais, manejo de lote,
tratamento de bezerros, administração da propriedade, pesagem dos animais,
manejo de maternidade, palpação de vacas para diagnostico de gestação,
fornecimento de sal mineral, aplicação de vacina para brucelose, Carbúnculo
Sintomático e aplicação de antiparasitário.
Figura 13- Preparação Para Marcação a Ferro Quente
Figura 14- Pesagem de Boi no Paraguai
12
Figura 15- Vacas Vacinadas Contra Brucelose
Figura 16- Manejo De Boi Para Engorda Com Sal Mineral
Figura 17- Vacinação Do Gado No Paraguai
13
Figura 18- Diagnostico De Gestação Por Palpação Retal
Fazenda no município de Eldorado em São Paulo: bovinos Nelore, puro
de origem, foi realizado diagnostico de gestação, análise do desenvolvimento
dos órgãos reprodutores das fêmeas, e exame andrológico em touros.
Fazenda Pinheirinho, localizada na cidade de Castro no Paraná, foi
realizado protocolo de IATF em 74 fêmeas bovinas das raças Nelore e
Brangus, sendo posteriormente inseminadas as Nelore com sêmen de Angus,
e as Brangus com sêmen de Brangus.
Fazenda em Balsa Nova foi realizado protocolo de IATF e
posteriormente inseminadas as vacas, foi feita a atualização da farmácia da
fazenda e organização, observação de três cavalos na propriedade com a
indicação de vermífugo e suplementação.
Fazenda Gralha Azul em Fazenda Rio Grande foram realizadas as
atividades diárias da rotina do hospital, diagnóstico de gestação com ultrassom,
palpação retal, seleção de animais para compra em propriedade vizinha, auxilio
em orquiectomia em carneiros.
Fazenda Caçunuga, em Bocaiuva do Sul no estado do Paraná, foram
realizados cursos de manejo reprodutivo e administração de propriedades
rurais, com atividades de diagnostico de gestação com palpação e ultrassom,
fisiologia hormonal de vacas, utilização de hormônios para controlo do ciclo
estral, inseminação artificial, e IATF.
14
3. REVISÃO DE LITERATURA
A inseminação artificial foi a primeira biotecnologia reprodutiva
empregada no melhoramento genético animal no Brasil. Consideráveis
avanços ocorreram desde a década de 1930 até hoje. O primeiro artigo sobre
inseminação artificial no Brasil foi publicado pelo veterinário Epaminondas
Alves de Souza em abril de 1912. Nesse artigo intitulado Inseminação Artificial,
Souza sugere o uso da técnica em equinos no país, citando os trabalhos norte-
americanos realizados na estação de pesquisa de Oklahoma, sendo descrito a
sua utilização efetiva em 1970.
Posteriormente no país foi inserida a IATF em 1990, permitindo
melhorias como programar os trabalhos de inseminação, gerando um melhor
aproveitamento da mão de obra, inseminar um grande número de vacas em um
único lote aplicando o mesmo manejo, Indução da ciclicidade, as vacas que
mesmo não emprenhando na IATF continuarão a dar cio regularmente,
evitando o anestro e aumentando assim a taxa de gestação no resultado final
da monta, aumenta a produção de bezerros um bezerro por vaca ao ano, maior
eficiência e redução no intervalo entre partos, a IATF elimina a necessidade de
observação de cio, que era uma das maiores dificuldades da inseminação
artificial por perder o cio no erro da observação, Concentra nascimentos,
desmama e produção de lotes para venda, redução de custos na compra e
manutenção de touros para repasse por aumentar o número de vacas prenhas
de IATF (VASCONCELOS, 2006; SEVERO, 2015).
15
3.1 BIOTECNOLOGIAS DA REPRODUÇÃO
3.1.1 Inseminação Artificial
A inseminação artificial (IA) é o procedimento em que o sêmen do
macho é depositado no útero da fêmea, sendo utilizadas técnicas artificiais em
substituição da monta natural. A inseminação artificial em bovinos teve seu
desenvolvimento por motivos sanitários nos EUA e na Europa logo após a
segunda guerra mundial, sendo a característica de limpeza sanitária uma das
maiores qualidades da inseminação artificial (VIEIRA, 2012).
A inseminação artificial passa a ser a técnica mais simples e viável
economicamente utilizada na reprodução animal, se tornando uma ferramenta
essencial para o melhoramento genético de um rebanho. Com o uso de sêmen
de reprodutores com bons padrões zootécnicos, é possível realizar o
melhoramento genético de um plantel. Apesar de ser uma biotecnologia
simples e de valor econômico baixo, a inseminação artificial necessita de
manejo adequado para que se obtenha um bom resultado, como a escolha do
sêmen a ser utilizado, a sua conservação, seleção do rebanho a ser
inseminado, treinamento do inseminador, e o que torna mais difícil é a
detecção do cio por observação (ALVAREZ, 2008).
16
3.1.2 Inseminação Artificial em Tempo Fixo
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma técnica baseada na
utilização de hormônios para sincronizar o ciclo estral de uma ou mais vacas,
possibilitando a regulamentação do cio das vacas, o que corrige as falhas da IA
simples como a não detecção do cio, ou a falta de mão de obra e material por
falta de planejamento, ou por não saber com precisão o dia do cio. A IATF
permite uma projeção de tempo, manejo e custos com maior acerto.
Um passo importante para a maior eficácia na IATF é o controle dos
animais que serão trabalhados com esse procedimento. Vacas muito magras
não são boas candidatas para a técnica por não possuírem a carga hormonal
regular, e como contra ponto vacas muito gordas tem dificuldade em
emprenhar por possuírem uma camada de gordura sobre o ovário alterando a
temperatura ideal na produção do ovulo, o aumento de gordura ao redor do
útero fazendo com que no estro quando o útero deveria encarneirar esse
movimento seja limitado impedindo a coleta do óvulo pela fimbria. Porem a
campo existem técnicos que recomendam a utilização do protocolo em todos
os animais mesmo aos que estão em anestro, pois permite com que os animais
continuem com o ciclo saudável, mesmo não emprenhando.
O médico veterinário dentre todas as suas funções, deve ter como
um dos maiores focos, as avaliações do rebanho para saber se existem vacas
prenhas no lote a ser inseminado, caso o protocolo tenha sido realizado em
vacas prenhas ocorrerá o aborto gerando perdas econômicas para o produtor
(ERENO et al., 2007).
Existem diversos protocolos hormonais para a realização da IATF,
diferindo entre si nas características do produto como forma e quantidade de
usos, valor e numero de manejos a se fazer com os animais. A escolha do
protocolo cabe ao técnico, que deve decidir de acordo com a necessidade e
possibilidade do local aonde será realizado o protocolo (SILVEIRA, 2010)
17
3.2 HORMÔNIOS NA IATF
Os hormônios utilizados para a realização da IATF são: Progesterona,
Prostaglandina, Estradiol, ecG (gonadotrofina coriônica equina), podendo ser
utilizado todos ou alguns, variando a forma de apresentação do hormônio e o
protocolo de acordo com a marca e a necessidade do rebanho.
A Progesterona (P4) no animal é responsável pela manutenção da
prenhez, sem esse hormônio não seria possível manter a gestação, a P4 é
secretada pelas células luteínicas do CL, pela glândula pineal e pela placenta,
o que indica que após o avanço da gestação mesmo com a atresia do corpo
lúteo a placenta mantém a dosagem hormonal nos níveis ideais, além de atuar
como bloqueadora das ondas de LH e da ovulação (MADUREIRA, 2005).
A P4 também é responsável pela preparação do cérebro para os
estrógenos que irão provocar o comportamento estral, além de diminuir a
frequência de liberação de GnRh. O tratamento com P4 é necessário para que
se possa obter um adequado desenvolvimento de receptores para o LH no
folículo pré-ovulatorio. Quando empregada em protocolos, a P4 tem vantagem
de induzir vacas que estão em anestro a ciclar novamente, além de sincronizar
o estro, sendo indicado até em casos onde já se espera não conseguir a
prenhez (PIMENTEL, 2005).
A apresentação da P4 pode ser de diversas formas, sendo elas:
injetável, através da alimentação, implantes subcutâneos ou por mecanismos
de liberação intravaginal dispositivos plásticos ou esponjas, na IATF a
utilização da P4 é realizada para não permitir que o animal ovule, pois seus
níveis elevados no organismo impedem o pico de LH, o que permite que os
animais protocolados estejam em sincronia (GORDON, 2001).
A Prostaglandina (PGF2α) é um hormônio que na reprodução tem
função luteolítica, ou seja, faz a lise do CL. Após a ovulação da vaca e
posterior fecundação com o espermatozóide o embrião entre os dias 15 e 19
produzira o interferon-tau (IFN-τ) que é uma glicoproteína secretada pelo
concepto (embrião e membranas associadas) no ambiente uterino, e que
bloqueia a secreção pulsáti l de Prostaglandina (PGF2α) endometrial. Tal
bloqueio fisiológico determina a manutenção da secreção de progesterona pelo
18
corpo lúteo e o estabelecimento da prenhez. Caso a identificação do embrião
não seja feita pela mãe, não existira um bloqueador da Prostaglandina, que
fará a lise do CL permitindo o inicio de uma nova onda folicular. As
prostaglandinas têm como suas principais funções promover a contração da
musculatura lisa do trato reprodutivo, participar na ovulação, e no parto
(MARQUES et al., 2007).
É constituída por análogos sintéticos, entre eles o Cloprostenol,
Trometamine, Fenprostaleno e Alfaprostol. Esses análogos têm como função a
quebra do CL em vacas que estejam ciclando normalmente, ocasionando a
baixa do nível de P4, o desenvolvimento do folículo e também a baixa do pico
de LH, permitindo que os animais ovulem com sincronia. As PGF2α também
são usadas no auxi lio da indução do parto, do aborto, além de seu principio
luteolítico e estimulação do miométrio (SILVEIRA, 2010).
As apresentações com maior expressão no mercado são: Ciosin®
(Coopers) sendo uti lizado 2 mL; Lutalyse® (Pfizer), 2,5 mL Croniben®
DCloprostenol 7,5 mg (Biogénesis Bagó); Prolise® (Tecnopec), 2 ml.
A Gonadotrofina Coriônica Eqüina ou ecG é um hormônio produzido nos
cálices endometriais de éguas prenhas, seus efeitos possuem características
iguais ao LH e ao FSH, sendo 75% FSH, e 25% LH, quando utilizada em
protocolos de IATF após a retirada da P4, ocasiona uma ação folículo
estimulante e conseqüentemente luteinizante (BARUSELLI et al., 2008).
O eCG atua no desenvolvimento e na ovulação do folículo dominante,
promovendo o efeito de LH, mesmo sendo em menor concentração a ação do
LH se faz suficiente para o termino da maturação folicular e posterior pico
ovulatório, o que resulta no aumento da taxa de ovulação e de prenhez das
fêmeas com baixa condição corpórea e alta ocorrência de anestro (SALES et
al., 2011).
O Estradiol é um hormônio esteroide, ou seja, faz parte de um grupo de
lipídeos e estão distribuídos por todo o organismo. Em bovinos e em outras
espécies é sintetizado principalmente nos folículos dominantes nos ovários,
mas outros tecidos também podem produzi-lo como, por exemplo, a placenta, o
córtex adrenal, testículos, cérebro e outros.
19
Os estrógenos possuem diversas funções na fisiologia reprodutiva como
expressão de cio, características sexuais secundárias, indução da liberação do
hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRh) e do hormônio luteinizante (LH).
Existem no mercado três diferentes tipos de estrógenos disponíveis são eles o
Benzoato de Estradiol que se caracteriza por ter a meia vida mais curta
durando três dias, Valerato de Estradiol que se caracteriza por ter meia vida
mais longa, variando entre sete a nove dias, e o Cipionato de Estradiol que se
caracteriza por ter meia vida muito longa, variando entre dez a doze dias. A
associação de BE que é o hormônio de maior uso comparado com os outros
estrógenos associado a P4, induz atresia de todos os folículos presentes nos
ovários da vaca tratada, com emergência de nova onda folicular em 3,5 a
quatro dias após, de uma forma bem sincronizada e com regularidade de
efeito, nos diferentes tipos raciais e categorias animais de bovinos. Retirando-
se o dispositivo de progesterona sete a oito dias depois, todos os animais que
estejam clinicamente saudáveis, terão um folículo dominante de grande
diâmetro, apto a responder à indução ovulatória (SALES et al., 2011).
3.3 FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA FÊMEA BOVINA
As fêmeas bovinas apresentam ciclos estrais durante o ano todo, sendo
conhecidas então como poliéstricas anuais, os ciclos podem variar de 18 até
aproximadamente 21 dias, com a variação sendo descrita pela diferenciação
racial. O ciclo estral pode conter de três a quatro ondas foliculares variando de
acordo com o CL presente no ovário. O ciclo estral é constituído de quatro
fases: Proestro com duração de aproximadamente três dias, que é a fase onde
ocorre a maturação folicular sob atuação do FSH, LH, estrógeno; Estro (18
horas), quando ocorre a manifestação do cio; Metaestro dois a três dias, onde
ocorre a ovulação e formação do CL após um pico de LH; e Diestro quatorze
dias onde ocorre atividade do CL que faz a secreção de P4 (PANSANI e
BELTRAN, 2009).
O ciclo estral pode ser dividido em duas fases, fase folicular e fase
luteínica, são assim descritas por a fase inicial do ciclo ser comandada pela
formação dos folículos e a atuação dos seus hormônios, e a fase luteínica
20
conter a presença de um corpo lúteo atuante e seus hormônios, até que não
ocorra a identificação de prenhez pela fêmea e o ciclo inicie novamente.
A fase folicular se divide em Proestro e Estro, que duram três dias, onde
o hipotálamo irá liberar GnRh, que por sua vez estará estimulando a hipófise
anterior à secretar FSH e LH (PANSANI e BELTRAN, 2009).
O desenvolvimento nas fases iniciais dos folículos é induzido pelo
hormônio FSH, e a maturação ocorre por níveis elevados de LH porem com a
mesma freqüência. Acompanhando a maturação folicular, ocorre a produção de
estrógeno e inibina, fazendo com que a fêmea manifeste o cio e apresente
características fisiológicas como edemaciamento vulvar, mucosa vaginal
hiperêmica, descarga de muco vaginal límpido, e aceitação de monta devido à
atuação do estrógeno, e a inibina faz a diminuição da produção do FSH em
nível hipofisário, impedindo o crescimento dos demais folículos que não sejam
dominantes, e permitindo um pico de LH (PANSANI e BELTRAN, 2009).
Os folículos se desenvolvem e ocorre o aumento de estradiol, ao não
existir gestação ocorrera à absorção de Prostaglandina que fará a lise do corpo
lúteo fazendo com que a P4 diminua, por se tratar de um hormônio mantido
pelo CL, e que é responsável pela manutenção da gestação. Na diminuição da
P4 o estrógeno consegue atuar fazendo um feed back positivo na liberação de
GnRh aumentando os níveis de LH, que atuará em um pico permitindo a
ovulação do folículo pré-ovulatório (PANSANI e BELTRAN, 2009).
A fase luteínica se divide em metaestro e diestro, a duração média do
metaestro é de dois a três dias, a vaca diferente das demais espécies ovula no
metaestro e não no estro, ocorrendo assim à ovulação de 12 a 16 horas após o
final do cio. Com a ovulação, o óvulo vai para a porção média do oviduto onde
irá ocorrer a fecundação. O CL será originado pela multiplicação das células da
parede interna do folículo, o CL começará a produzir P4, que fará a
manutenção da gestação e que está presente no diestro, que tem a duração de
aproximadamente 14 dias. Inicialmente o CL é chamado de corpo hemorrágico
e após a lise do CL em caso de não prenhez se torna corpo albicans que é
uma cicatriz e não exerce atuação hormonal (OLIVEIRA, 2006).
21
4. RELATO DE CASO CLÍNICO
Foi realizado o protocolo de IATF na fazenda Pinheirinho, localizada no
município Castro, no estado Paraná. O protocolo foi aplicado em 74 fêmeas
bovinas sendo 44 vacas da raça Brangus, que é uma cruza entre a raça taurina
britânica Aberdeen Angus com a raça zebuína Brahman, e 30 vacas da raça
zebuína Nelore, o escore corporal desses animais estavam em 2,5 de acordo
com o Quadro 2.
22
Quadro 2 - Escores de condição corporal em bovinos de corte (escala de 1
a 5).
Escore Avaliação
1
Caquético ou
emaciado
Os processos transversos e os processos espinhosos
estão proeminentes e visíveis. Há total visibilidade das
costelas, a cauda está totalmente inclusa dentro do coxal
e os íleos e os ísquios mostram-se expostos. Há atrofia
muscular pronunciada e é como se houvesse a visão
direta do esqueleto do animal (aparência de "pele e
osso").
2
Magro
Os ossos estão bastante salientes, com certa
proeminência dos processos dorsais e dos íleos e dos
ísquios. As costelas têm pouca cobertura, os processos
transversos permanecem visíveis e a cauda está menos
inclusa nos coxais (aparência mais alta). A pele está
firmemente aderida no corpo (pele esticada).
3
Médio ou ideal
Há suave cobertura muscular com grupos de músculos à
vista. Os processos dorsais estão pouco visíveis; as
costelas, quase cobertas; e os processos transversos,
pouco aparentes. Ainda não há camadas de gordura; a
superfície do corpo está macia e a pele está flexível
(pode ser levantada com facilidade).
4
Gordo
Há boa cobertura muscular, com alguma deposição de
gordura na inserção da cauda. As costelas e os
processos transversos estão completamente cobertos. As
regiões individuais do corpo ainda são bem definidas,
embora as partes angulares do esqueleto pareçam
menos identificáveis.
5
Obeso
Todos os ângulos do corpo estão cobertos, incluindo as
partes salientes do esqueleto, onde aparecem camadas
de gordura (base da cauda e maçã do peito). As partes
individuais do corpo ficam mais difíceis de ser
distinguidas e o animal tem aparência arredondada. Este
estado só é aceitável para animais terminados, prontos
para o abate.
23
O protocolo utilizado foi o mono dose da Biogénesis Bagó, protocolo
realizado em três manejos, determinado devido à quantidade de funcionários
na propriedade, que era baixo, facilitando o manejo com apenas três
passagens. Os protocolos podem alterar entre os números de manejos devido
à escolha dos hormônios aplicados. A seleção dos hormônios e números de
manejo deve ser escolhido após a avaliação dos animais e disponibilidade de
mão de obra para a aplicação nos dias programados. O protocolo seguiu a
seguinte ordem de dias e hormônios: No dia zero foi colocado o implante
intravaginal Cronipres Monodose® (Biogénesis Bagó) que contém P4
Progesterona Natural 0,558 g, e administrou-se 2 mL de BE Bioestrogen® (0,5
a 10 mL Biogénesis Bagó). No dia oito foi retirado o implante de P4, foi
administrado 2 mL PGF2α Croniben® (Biogénesis Bagó), 1,5 mL de eCG
Ecegon® 400 UI (Biogénesis Bagó), e 6 mL de ECP. No dia dez foi feita a
inseminação 48 a 50 horas após a retirada do implante, As dosagens foram
calculadas de acordo com os animais do lote a ser inseminado, assim como
todo o medicamento deve ser avaliada a dosagem por espécie, raça, peso e
idade (Figura 19).
Figura 19- Protocolo de IATF com o uso de Progesterona, Benzoato de
Estradiol, Cipionato de Estradiol e gonadotrofina coriônica eqüina.
P4
+
BE
Retirada do Implante
+
PGF2α
+
eCG
+
ECP
IA
D0 D8 D10
24
Na data da inseminação foi evidenciada a falha do produtor ao
encomendar o sêmen, ao analisar o botijão de sêmen constataram-se três
raques com 20 palhetas finas cada, totalizando 60 palhetas, sendo 20 de
Aberdeen Angus, que foram inseminados nas Nelores, e 40 de Brangus
inseminados nas vacas Brangus.
As palhetas de sêmen estavam armazenadas em um botijão de sêmen
com nitrogênio liquido mantidas a -196ºC foram descongeladas em água a
35ºC durante 30 segundos, cortadas com cortador próprio, montadas no
aplicador, e inseminadas.
Devido à falta de sêmen apenas 60 vacas das 74 que passaram por
protocolo foram inseminadas, sendo feito em 40 vacas Brangus sêmen de
Brangus não perdendo a característica genética, as quatro que sobraram
voltaram para o lote sem serem inseminadas, sendo selecionadas as quatro
que tinham escore corporal menor pensando no aumento da probabilidade de
prenhes. E foram inseminadas 20 vacas Nelore, com o sêmen de Aberdeen
Angus, sendo selecionadas as vacas com melhor escore corporal.
Trinta dias depois da inseminação foi feito o diagnóstico de gestação
com a utilização de Ultrassom, constatando 36 vacas prenhas, que é o
equivalente a 60% do numero de vacas inseminadas, ficando assim 10% acima
da taxa de concepção nacional.
Esses 10% acima da media nacional refletem a qualidade na aplicação
da técnica. Valores maiores já foram observados pelos profissionais que
aplicaram a técnica, como exemplo uma propriedade no Paraguai que obteve
98% de concepção após a uti lização do mesmo protocolo.
Essa diferença entre propriedades é questionada e estudada, alguns
fatores como escore corporal e alimentação são discutíveis para a eficiência
nos resultados, porem como a medicina muitas vezes não atua com exatidão,
se o mesmo procedimento fosse realizado, com os mesmos materiais e
animais, os números poderiam ser diferentes do atingido na primeira vez.
25
5. CONCLUSÃO
A medicina veterinária apresenta desafios diários aos profissionais, tendo
em vista o elevado nível de exigência dos pecuaristas, bem como as
particularidades de cada Fazenda e das diversas regiões atendidas. Cabe ao
profissional a busca por novos conhecimentos e atualizações profissionais,
para fornecer ao cliente o melhor serviço possível.
A produção de gado no Brasil atingiu um grande nível, mas ainda tem muito
para expandir, principalmente na área de tecnificação, isso permitirá que se
tenha o maior aproveitamento possível, sem perdas financeiras com gastos e
desperdícios aonde não deveriam existir.
A eficiente gestão empresarial é o que garante o bom retorno ao produtor.
Tudo o que for possível ter o controle, saber que esta acontecendo, quando e
onde aconteceu algo, quanto se tem de um produto, por exemplo, e quanto
necessita ter, são medidas que permitem ter o controle da propriedade, e que
devem estar presentes no dia a dia do médico veterinário que trabalha com a
produção.
Nas biotecnologias aplicadas na reprodução, existe uma grande demanda
de tecnificação para a sua produção, porém quando são aplicadas nas
propriedades muitas vezes não atingem a porcentagem esperada de eficiência,
a qual já é estimada com baixos valores. São alguns fatores que acontecem
que juntos ou isoladamente atuam nessa baixa de valores, como o mau
preparo dos profissionais atuantes, a falta de materiais básicos para a
utilização dessas biotecnologias, como uma geladeira para manter alguns
hormônios ou medicamentos, algo para aquecer água, exemplos esses
básicos, mas que ainda não são realidade para muitas regiões do país.
Cabe ao médico veterinário o papel de sempre levar a ciência para o
campo, a medicina para o dia a dia das fazendas, aplicar tudo o que aprendeu
e continua aprendendo, para sempre retirar os melhores valores possíveis da
produção, controlar e manter com total eficiência a saúde dos animais e assim
das pessoas, atingindo os melhores resultados, reconhecimento e
recompensas, pela realização com eficiência do seu trabalho.
26
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