LORENZO CLÓS LIMANA
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA
Projeto “Nascem Poetas e Escritores”
- 7º Ano -
Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum
Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Revisão do Texto: Prof. João Matheus Gham Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
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LORENZO CLÓS LIMANA Escola da URI
DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS
Primeiramente eu queria agradecer aos meus pais
que sempre me apoiaram no futebol, que sempre me
incentivaram a cada dia melhorar, e em qualquer tipo de
sonho eles me ajudaram muito. Gostaria de agradecer ao
meu irmão por ter se importado muito comigo nessa fase
da adolescência, por ter me dado dicas de o que era certo
e o que era errado. À minha família, aos meus parentes
de Itaqui, de Candelária, de Alegrete, de Ijuí e de
Santiago!
Gostaria de dedicar também a minha professora Ana
Maria Brum, que me ajudou, que me incentivou e muitas
outras coisas.
Considero-a uma terceira avó. Quando eu ia sem
querer para o lado errado, ela me “endireitava” e me fazia
um menino bom de novo!
Queria agradecer aos meus amigos também,
principalmente ao Maurício, que sempre me apoiou no
futebol. Sempre foi parceiro, e esteve junto comigo nos
momentos mais difíceis. E, principalmente, a Deus por
existir na minha vida, sem ele não seria nada.
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Sumário INTRODUÇÃO ........................................................ 5
O QUE VOU CONTAR NESTE LIVRO? ................. 7
O COMEÇO DE TUDO ........................................... 9
MINHAS COPAS DO MUNDO ............................. 12
MEUS PRIMEIROS TREINOS ............................. 16
MINHA HISTÓRIA COLORADA ........................... 18
COPA SANTIAGO ................................................ 21
AMIZADES QUE EU TIVE COM O FUTEBOL ..... 25
UM NOVO INÍCIO ................................................. 30
VOLTANDO AO PASSADO .................................. 35
JOGADAS INESQUECÍVEIS ................................ 37
O SONHO DE SER JOGADOR ............................ 40
MINHA PRIMEIRA PENEIRA ............................... 43
CAMPEONATO MUNICIPAL ................................ 49
Galeria de fotos .................................................... 55
Família Clós limana .............................................. 68
Autobiografia ......................................................... 71
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INTRODUÇÃO
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Olá leitor, meu nome é Lorenzo Clós Limana, nasci
em 27/12/2005 em Santiago-RS. Amante de futebol e
skate, colorado de coração e um pouco Bianconero
(torcedor da Juventus). Dedico minha vida para ser um
grande jogador profissional de futebol, minha paixão
desde moleque.
Sou um menino que vive praticando esportes:
basquete, vôlei, parkour, skate, futebol entre muitos
outros.
Sou um menino muito extrovertido, brincalhão, meio
casca grossa às vezes, mas eu sempre estou de coração
aberto para quaisquer amizades.
Também tenho meu lado geek, adoro video games,
design e um monte de coisas. Edito muito com o
Photoshop, editores de vídeo também. Esses são meus
maiores passatempos quando estou em casa. Tenho um
canal no youtube chamado A Vida de JC, Atualmente com
122 inscritos, faço remixes e edições engraçadas.
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LORENZO CLÓS LIMANA 7 Escola da URI
O QUE VOU CONTAR NESTE LIVRO?
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LORENZO CLÓS LIMANA 8 Escola da URI
Neste livro irei contar como eu tive a ligação gigante
com o futebol como eu tenho hoje. Desde o início da
minha carreira não profissional, até os dias de hoje. Vou
contar como virei colorado, como apreciei o futebol
mundial, como eu conheci a Juventus e o Internacional,
quando foi meu primeiro treino, tudo!
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Capítulo 1
O COMEÇO DE TUDO
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LORENZO CLÓS LIMANA 10 Escola da URI
Não sei se vocês devem saber, mas, praticamente,
meu aniversário foi alguns dias depois de o Internacional
ganhar o mundial de 2006. Eu tinha um aninho, nem sabia
caminhar ainda. Então eu digo que, infelizmente, eu
nunca vi o Inter ganhar um mundial AINDA, Hahaha!
Quando eu era um pirralho, eu nem gostava de
futebol. Olhava os jogos com meu pai e meu irmão só por
olhar mesmo. Mal sabia que aquilo ia ser a melhor coisa
da minha vida!
Dois mil e dez foi um ano inesquecível: o inter ergueu
a taça da libertadores pela segunda vez. Eu com meu
calçãozinho e a camiseta do Inter pulando e torcendo, 45
minutos do segundo tempo o Inter é bicampeão da
Libertadores. Eu não entendia nada, nem sabia o que era
escanteio, só pulava e gritava gol hahaha.... Momentos
únicos da minha vida!
Esse também foi o ano da minha primeira copa do
mundo. Eu tenho muitas lembranças. Lembro-me até hoje
que eu levei um “xingão” daqueles, de fazer chorar, dos
meus vizinhos, pois eu infernizava a todos com aquelas
vuvuzelas, que meu Deus! De tanto eu tocar a vuvuzela
eu acabei estragando no mesmo dia que eu ganhei.
Infelizmente acabou minha alegria de moleque de
estragar o dia dos vizinhos.
Também me lembro das bandeiras caseiras que eu
mesmo fazia. Arrancava o rótulo da garrafa de guaraná
antártica e colava num galho de árvore, eu ficava muito
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LORENZO CLÓS LIMANA 11 Escola da URI
feliz hahaha! Só que no segundo jogo o meu pai comprou
algumas bandeiras muito bonitas e eu me contentei muito
torcendo pro Brasil. Chegava até dormir com as
bandeiras do lado do travesseiro de tanto amor que eu
tinha pelo Brasil, infelizmente nós perdemos e eu nem
percebi, sério.
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Capítulo 2
MINHAS COPAS DO MUNDO
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LORENZO CLÓS LIMANA 13 Escola da URI
Sou nascido praticamente no ''finalzinho'' de 2005,
faltando cinco dias para 2006, vivenciei três copas, a que
eu mais me recordo, claro, foi a copa desse ano.
Como eu contei a copa de 2010 no capítulo passado,
vou contar a de 2014 e a de 2018, as copas que eu tenho
mais lembranças.
Era final de maio, eu estava no 3º ano na escola,
quando todo mundo não parava de falar sobre a copa. Eu
como tentava ser o mais ''futebolístico'' da turma dizia que
eu ia torcer para a croácia, mas minha pátria gritou mais
alto. Eu pintava meu rosto de verde e amarelo, pegava
umas bandeiras não sei de onde e ia pra escola. Eu
amava todo aquele clima. Como a copa foi no Brasil, eu
não parava de ficar perguntando ''SERÁ QUE VÃO
JOGAR NO BEIRA-RIO, PAI?'' Toda hora eu perguntava
se ia ter jogo, e todas perguntas com as mesmas
respostas, ''não sei''.
Eu me lembro do primeiro jogo do Brasil pela copa:
era contra a croácia e o primeiro gol do jogo foi um gol
contra do Marcelo. Depois daquele gol eu não parava de
criar expectativa que o Brasil não ia ser campeão, que o
Brasil ia ser o pior time do campeonato. Entretanto, a
virada foi minha maior motivação pra não parar de olhar
os jogos. Final de jogo, 3x1 para o Brasil, eu não parava
de pular, de comemorar e de torcer. Não havia alguém
que segurasse aquele moleque todo animado. Na escola
toda hora eu gritava gol, mesmo sem motivo, eu gritava.
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LORENZO CLÓS LIMANA 14 Escola da URI
Depois de todos os jogos, o Brasil passa o maior vexame
da história: levamos 7 gols na semifinal. Dois mil quatorze
foi um ano de transição da minha vida, principalmente o
ano que eu comecei a amar o futebol, por conta da
repercussão da copa e por causa das peladas da família.
Ao decorrer do tempo, o Brasil foi ganhando. Cada
gol era um grito de um pirralho na casa dos meus pais, no
caso o pirralho era eu. Acredito que foi um dos anos mais
felizes da minha vida, onde eu só tinha preocupação em
torcer, jogar bola e me reunir com a família. Momentos
inesquecíveis da minha vida, nunca vou me esquecer!
08/07/2014, um dia triste para a nação Brasileira.
Infelizmente aquele menino de 8 anos, viu a seleção
perder de 7x1 para a Alemanha. Além de ser uma chuva
de tristeza, foi uma chuva de memes na internet. Pelo
menos em memes o Brasil é campeão!
Lembro-me que eu coloquei um botton da minha
antiga escola, e fiquei culpando aquele botton pela derrota
do Brasil, a maldição do botton!
Depois do quinto gol, eu fiquei triste e fui jogar GTA
San Andreas Multiplayer, um jogo que marcou muito
minha infância.
Dia 14 de junho de 2018, cerimônia de abertura da
Copa do Mundo de 2018. Não faz tanto tempo, pois esse
livro foi escrito no mesmo ano da copa, não tenho muita
história pra contar, mas sem dúvidas essa copa foi uma
das mais experientes pra mim, já que estou mais maduro.
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LORENZO CLÓS LIMANA 15 Escola da URI
Esse ano foi um ano de muitas modificações na
minha vida, amadurecimento, pontos de vista diferentes,
opiniões diferentes, gostos diferentes, enfim.
Um fato muito engraçado foi no jogo do Brasil contra
a Costa Rica, se não me engano. Eu estava aflito, o Brasil
precisava de um gol pra passar e faltava muito pouco
tempo para o jogo acabar, até que saiu o gol. Eu dei uma
bicuda no meu celular que chegou a fazer tabela com a
parede e depois caiu no chão, e adivinha: ele não
quebrou.
Sexta-feira, Brasil contra uma das seleções mais
cogitadas de 2018, a Bélgica. Fiz minha obrigação como
torcedor de torcer até o final do jogo, mas infelizmente nós
perdemos. Esse dia foi um dia de treino no núcleo onde
eu jogava, foi o assunto mais comentado lá.
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Capítulo 3
MEUS PRIMEIROS TREINOS
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Lembro-me que eu fui gostar de futebol apenas no
final de 2014, depois da copa. Recordo disso, pois no
quarto ano o professor avisou que ia ter treinos segunda
e sexta no ginásio da escola, e eu fui pra experimentar,
até hoje eu treino lá com muito orgulho.
Eu não aprendi a jogar como eu jogo hoje nos treinos
de projetos. Eu aprendi a jogar bola na rua, com meus
amigos e colegas que moravam perto da minha casa. Eu
posso dizer que praticamente eles que me “ensinaram’’ a
jogar bola, pois todo o dia eu ia lá jogar na famosa
“pracinha’’, um parque abandonado pela prefeitura que
tinha um campo e um areião. Tenho até fotos das peladas
que tinha lá, era tanta pouca gente, mas muita diversão,
simplesmente foi uma época que vai ficar na minha
memória pra sempre. Saía às 3 horas da tarde e voltava
as oito da noite, futebol de rua é uma das melhores coisas.
O tempo foi passando, eu fui aprendendo a jogar
bola, fui aprendendo a jogar com os maiores (antes eu não
gostava e ficava com medo) e aprendi a conviver com
outras pessoas também. Passei por muitos momentos de
tensão em torneios, infelizmente não conseguindo jogar
bem, mas isso são fases da vida, quem diria hoje eu ser
quem sou no mundo do futebol.
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LORENZO CLÓS LIMANA 18 Escola da URI
Capítulo 4
MINHA HISTÓRIA COLORADA
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 19 Escola da URI
Minha mãe nasceu de família gremista, e meu pai
nasceu de família colorada. Eu peguei o time do pai, não
me lembro do motivo, mas eu me criei desde pequeno
olhando os jogos do Inter em casa com a família e até no
churrasco com os parentes.
Eu adorava muito as passeatas que tinha depois dos
títulos, era uma emoção enorme. Todos os colorados
pintados de vermelho e buzinando nos carros e gritando,
uma das recordações mais valiosas da minha história
colorada.
Uma curiosidade, até agora, eu nunca fui olhar um
jogo no estádio Beira-Rio, mesmo sendo esse torcedor de
coração, estranho né? Mas já entrei umas vezes pra dar
uma passeada e conhecer, mas em breve estarei lá.
Mundial de 2006, faltava uns dias pra eu completar
um ano de vida, obviamente, eu não sabia nada da vida.
Meus pais me contaram que no jogo (que o Inter foi
campeão contra o Barcelona por 1x0) na hora do gol, eles
gritaram tanto, mas tanto que eu acabei me assustando e
virando num choro que não acabava nunca, assustando
aquele moleque de um ano. Tirando esse mundial, eu vi
muitas vezes o Inter ser campeão de campeonatos.
Nunca vou me esquecer dos churrascos. Nós nos
reuníamos na minha casa ou na casa do meu tio Gelson.
A gente preparava a carne e depois olhávamos o jogo, na
maioria das vezes era a final do gauchão, e sempre dava
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LORENZO CLÓS LIMANA 20 Escola da URI
resultados bons. Eram momentos muito bons de viver,
momentos felizes, e ótimos de se lembrar.
Copa Santiago de 2018
Eu posso dizer que o melhor ano da minha vida, sem
dúvida foi 2010, cada parágrafo desse livro me traz uma
nostalgia. Faz-me relembrar de momentos de felicidade
que eu tive, simplesmente o futebol é minha vida, não há
contradições disso.
Nunca vou me esquecer dos meus tios e primos
também, que me incentivaram muito para olhar os jogos
do Inter. Incentivaram-me a ser um jogador, a ser uma
pessoa humilde no mundo do futebol, e eu tenho muito
orgulho dessa família.
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LORENZO CLÓS LIMANA 21 Escola da URI
Capítulo 5
COPA SANTIAGO
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LORENZO CLÓS LIMANA 22 Escola da URI
Copa Santiago, um torneio de futebol juvenil
disputado entre 13 equipes separadas por grupos.
Esse nome tem muita história pra contar, por que
todas edições que eu pude ir, eu fui. Sou apaixonado por
futebol, e um campeonato famoso na minha cidade tem
muito que me chamar atenção, até agora foram 30
edições ao total, e muita história pra contar!
Eu tinha mais ou menos seis anos, um menino
SUPER envergonhado, não dava nem oi para as pessoas
direito. Foi então que a minha mãe levou-me para ver um
jogo. Meu pai é radialista e a rádio dele tem um “stand’’
dentro do estádio onde acontece a Copa Santiago. Nesse
dia, nós fomos comprar os ingressos pra assistir, e havia
uma fila enorme. Eu e minha mãe não conseguimos pegar
os ingressos pois já tinha esgotado. Então um amigo da
nossa família, que era jogador do time que ia entrar, me
convidou pra entrar junto com ele. Assim minha mãe
entrava junto, só que como eu era envergonhado, eu
“meio” que escapava. Infelizmente, nós não olhamos o
jogo por causa da minha vergonha.
A partir de 2016, eu fui ser um torcedor de verdade
mesmo. Gritava com a galera, quando era gol era uma
festa, entrava com os jogadores... O Inter foi o time que
mais ganhou, 14 títulos e 2 vice-campeonatos, é muito
orgulho para um colorado!
Grenal, é uma coisa que não dá pra descrever, é
emoção, rivalidade e amizade tudo junto numa palavra.
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LORENZO CLÓS LIMANA 23 Escola da URI
Na Copa Santiago não é diferente, sempre quando tinha
um Grenal (Grêmio x Internacional) todo mundo
comentava, todo mundo se convidava para olhar o jogo
no estádio, era uma emoção indiscutível. Só que claro,
infelizmente, é normal acontecer atos de
irresponsabilidade dos torcedores, acontecem as brigas.
No Grenal de 2017, houve invasão de torcedores
gremistas no campo com sinalizadores, e o melhor de
tudo foi que chegou até a cavalaria para afastar. Todos
saíram correndo, foi uma piada pra história da copinha.
Na edição desse ano, o Inter não foi campeão,
perdeu de 4x2 pro Coritiba. Esse dia teve muita confusão
e briga entre os jogadores, mas vou contar
resumidamente.
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LORENZO CLÓS LIMANA 24 Escola da URI
Eu sempre chegava antes do jogo começar para
entrar com os jogadores. Era muito legal tirar as fotos e
bater uma bola antes de começar.
Depois, toda a gurizada se reunia para assistir o jogo
atrás da goleira. Todo mundo torcendo e vaiando o time
oposto, o futebol é uma emoção, e todo mundo gritava pra
fazer gol, dava apoio moral para os que estavam pertos,
era muito lindo.
Chegou ao fim do jogo, o Inter perdeu o jogo e deu
muita briga. Um jogador pegou um pedaço de ferro e foi
atrás de outros. Se não fosse os membros do time teriam
muitos feridos. A brigada entrou armada e soltaram tiros
de borracha. Eu estava dentro do estádio, quando tudo
aconteceu e depois eu fui ao lado de fora pra cantar com
a torcida e parabenizar o time pela partida. Lá fora
percebemos um monte de tiros de bala de borracha e o
vestiário do estádio sendo quebrado a pauladas pelos
jogadores bravos, um tumulto. Do lado de fora, porém, foi
festa com os torcedores. Infelizmente acontecem essas
coisas.
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LORENZO CLÓS LIMANA 25 Escola da URI
Capítulo 6
AMIZADES QUE EU TIVE COM O
FUTEBOL
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 26 Escola da URI
Como todo o peladeiro sempre arruma amizades
jogando bola, eu não fui diferente, nesse capítulo eu vou
contar como eu conheci meus parceiros que nunca vou
me esquecer, pois foram eles que treinaram comigo nos
tempos vagos e assim eu pude evoluir cada vez mais.
Era no terceiro ano, eu estava na frente da minha
casa brincando, quando me deparo com meu ex-colega
Lucas. Eu logo, sem pensar, chamei-o para brincar
comigo na minha casa.
Só que eu não tinha o que fazer naquela hora, e
inventei uma coisa pra nós fazermos, o jogo da velha.
Passaram-se dias e nossa amizade que era só na
escola, aumentou. Pelo menos uma vez por semana eu o
convidava para jogar UNO comigo, e depois nós dávamos
um “rolê” de bike. Todo dia era assim, e depois de um
tempo ele me convidou para jogar bola numa praça
abandonada pela prefeitura do lado da casa dele. Foi
então que eu conheci o Gabriel. No início, eu era horrível
jogando, mas uma coisa muito interessante foi que isso
nunca me desmotivou a continuar jogando bola, só me fez
gostar mais ainda e jogar cada vez mais.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 27 Escola da URI
EU, LUCAS E GABRIEL JOGANDO FUTEBOL
22/07/2012
Avançando um pouco mais de tempo, fui
conhecendo mais pessoas através do Lucas. Nós
jogávamos todos os dias, depois da aula nós
combinávamos de ir à pracinha pra jogar bola. Dito e feito,
só que o Lucas disse que ia convidar mais outro amigo
dele, o Guilherme. Primeira coisa eu perguntei: a idade
dele (o mesmo problema de sempre, jogar com mais
velhos) só que ele tinha 8 anos. Então eu fiquei “de boas”,
eu era muito “nojinho’’, mas graças a educação que eu
tive eu parei de ser assim. Hoje em dia, eu gosto de jogar
com mais velhos, para adquirir mais experiência.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 28 Escola da URI
Passou o tempo, eu conheci o Arthur, mais um
amigo do Lucas, que tinha a mesma idade do Guilherme.
Nós nos divertíamos muito jogando.
Eu, o Lucas e o Erick íamos para o mesmo caminho
no final da aula. Um dia resolvemos jogar bola num
gramado gigante da casa do Erick. Fui falar com meu pai
e disse onde era. Resumindo: aquele gramado foi o nosso
campo por uns 2 anos. Era todo o final de semana, após
o treino, na casa do Erick. Pobre da mãe do menino ter
que aguentar quatro marmanjos quebrando os vasos de
flor.
Eu agradeço muito a Deus pelo meu passado. Eu
parei pra pensar que esses treinos, por diversão, foram o
grande motivo de eu ser como eu sou hoje no mundo do
futebol.
Era um desafio, eu ainda não era muito bom, e o
maior desafio era ganhar do Lucas. O menino era muito
bom, era muito difícil, mas não há nada que não mude
com o tempo.
Nós nunca percebemos, mas aquilo acostuma, e não
passamos a ver aquilo como um desafio, mas sim como
problemas do dia a dia que temos que enfrentar. O meu
problema era vencer pelo menos uma vez o melhor de
todos.
Então, o mais velho do nosso grupo, o melhor da
pelada, começou a ir à casa do Erick, o Gabriel.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 29 Escola da URI
Eu sempre tive esse espírito de buscar e ir atrás de
alguma coisa que eu quero. Tudo o que eu queria era ser
bom o bastante para vencê-los. Na minha família eu
aprendi que eu tenho que ter garra, fé e foco para algo se
concretizar, e graças a Deus isso se concretizou.
A partir desses dias, eu comecei a amadurecer mais,
e ver o mundo de uma forma diferente.
Jogar bola me fez uma pessoa diferente, porque me
fez conviver com outras pessoas, com situações difíceis,
mas que podem ser resolvidas, resumindo, uma grande
lição de vida.
Minha segunda casa pode se dizer que é um campo
ou uma quadra de futebol, o tempo aonde eu mais passo,
mais me divirto e mais aprendo coisas.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 30 Escola da URI
Capítulo 7
UM NOVO INÍCIO
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 31 Escola da URI
Na copa Santiago de 2017, eu percebia que 2018
seria o meu ano de conquista. Um ano que eu iria me
destacar, que iam me notar no mundo do futebol e assim
eu abrir um caminho até o profissional, e graças a Deus
foi assim.
No início do ano, eu estava sentado mexendo no
celular, e pensando na copa do mundo. Eu fiquei
imaginando que daqui uns anos eu poderia ser um deles.
Então eu percebi que eu estava parado, sem treinar, sem
fazer nada para aquele sonho se tornar uma coisa real, e
eu não podia perder tempo. Mandei uma mensagem para
meu professor que eu queria treinar de novo no núcleo
que ele dava aula. Alguns dias antes eu o encontrei na rua
e ele me perguntou por que eu não estava mais treinando.
Eu fiquei sem resposta, e ao mesmo tempo com uma dor
no coração por não treinar mais. No começo do ano eu
havia treinado lá de novo, só que não estavam bons, as
turmas não estavam divididas, e assim foi.
Mandei mensagem pro Serginho, meu professor, e
perguntei os horários. Eu fui para a turma 2, nascidos em
2005,2006,2007 e 2008 se não me engano, e para o meu
tamanho e físico eu treinava na turma 3, com os de 2003
e 2004, só que ele me mandou treinar de volta na turma
2.
Todo mundo lá era meu amigo. Eu conhecia todos,
fui recebido muito bem, mas todos ficaram com uma
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LORENZO CLÓS LIMANA 32 Escola da URI
dúvida de jogar comigo, se eu não era tão grande para
jogar com eles.
Enfim, eu comecei a jogar de novo no núcleo do
Thomas Fortes, minha antiga escola, onde eu comecei a
treinar em um time profissional.
Deixando de lado um pouco o treino do Thomas
Fortes, surgiu uma nova oportunidade: meu colega Pedro
Henrique avisou na aula que ia ter uma peneira para a
seleção municipal de Santiago, onde todos queriam jogar.
Então eu disse que ia passar lá para fazer o teste também.
Isso foi em uma segunda-feira, eu estava todo focado, fiz
uma oração e fui pro jogo. Resumindo, eu passei no teste
e entrei pra seleção. Eu estava todo feliz lá, só que o meu
colega que era meu melhor amigo (o Pedro Henrique) não
passou, e eu fiquei consolando ele. Naquele dia nós
conhecemos duas meninas, peguei o contato, como todos
fariam e esperei passar o tempo. O Pedro não parava de
falar nelas hahaha.
Infelizmente, eu não me senti muito a vontade, não
estava gostando muito, era uma chance perfeita para
mim, só que eu fui tonto e deixei passar. Eu saí da seleção
só com três dias de treino, foi um grande arrependimento
para mim, mas eu não estava a vontade, não sei se fiz
bem.
Voltando um pouco na copa Santiago, o Pedrinho,
meu grande amigo de treino me avisou que o pai dele
estava dando treino de campo num lugar que era muito
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LORENZO CLÓS LIMANA 33 Escola da URI
perto da minha casa, o campo do América. Esse campo
era do lado do parque Zamperetti, um parque do meu
bairro. Então eu resolvi ir lá para dar uma olhada e ver
como era. Nos primeiros dias eu achei meio chatinho,
porque nos dois primeiros dias o professor não foi, e só
foram os meninos jogando uma pelada lá.
Depois de umas semanas, eu voltei a jogar lá. Eu
achei o máximo, conseguindo fazer uns jogos bons, umas
jogadas que nem eu acreditava que eu fiz, e hoje eu sou
uma das peças principais no time, graças a Deus.
Voltando ao treino do Thomas Fortes, eu acho que
eu sou um dos mais velhos que entrou lá, pois eu entrei
em 2014, e depois foi chegando mais gente. Acredito que
é por isso que eu sou “respeitado” entre todos os meus
colegas de treino, tenho uma grande amizade com todos.
Uma maravilhosa notícia pra mim, por causa do meu
bom andamento nos treinos e no grande respeito que eu
tenho pelos professores, fui chamado para jogar nas
categorias do Cruzeiro de Santiago. O time da casa na
Copa Santiago, pra mim foi um orgulho, e eu coloquei na
minha cabeça que eu não ia desperdiçar essa
oportunidade bela que caiu sobre mim. Vou fazer disso
uma coisa única, que será vencer ou vencer meu grande
sonho.
Ah, e há alguns dias atrás eu comprei minha primeira
chuteira com trava. Foi muito rápido para eu me
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 34 Escola da URI
acostumar, porque a maioria das vezes é em campo que
eu jogo.
Foi um novo início na minha carreira. Eu agradeço a
Deus pelas oportunidades e vamos esperar tudo
acontecer.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 35 Escola da URI
Capítulo 8
VOLTANDO AO PASSADO
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 36 Escola da URI
Esses dias eu estava pensando como era a partir
dos meus cinco anos até meus 11 anos. Eu fiquei
relembrando o passado, praticamente uma nostalgia da
minha vida, e refleti demais sobre isso. Bateu uma
saudade de tudo o que eu fazia antes e parei de fazer ao
decorrer dos anos, como olhar o jogo com meus tios, olhar
os desenhos animados antigos que eu amava, andar
descalço em tudo o que via, em não se importar com
nenhuma obrigação. Minha obrigação na época era só
viver, brincar, divertir-se, abraçar meus pais e dizer eu te
amo; voltar da escola e jogar no computador, coisas que
infelizmente evoluíram para pior.
Foi então que eu disse para o meu pai o que eu
estava pensando. Nesses dias eu estava meio triste por
causa de alguns ocorridos, estava pra baixo e não
conseguindo mostrar meu futebol. Estava indo mal nas
notas, mas nada que não se recupere depois.
Eu ganhei um skate uns meses atrás, e aquilo foi se
tornando um hobby pra mim esquecer as coisas. Então
um dia era um rolê de skate, outro uma pelada de futebol,
e assim foram essas minhas distrações dos meus
problemas.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 37 Escola da URI
Capítulo 9
JOGADAS INESQUECÍVEIS
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 38 Escola da URI
Jogadas inesquecíveis é uma coisa que eu me
recordo muito, apesar de eu não ter vídeos e fotos das
jogadas, vou contar detalhadamente as minhas
preferidas.
Uma das mais recentes foi a jogada que começou no
meio da quadra: me tocaram e eu protegi a bola
afastando do meu marcador e ficando de costas, foi o
momento que eu não tive o que fazer e pensar rápido.
Chegou mais um na minha frente, e eu só dei um toque
de letra de costas entre as pernas do meu marcador e eu
fui correndo pegar a bola. Aquilo foi tão bonito que toda a
arquibancada gritou, era só mais um treino normal mas
agitou todo mundo. Eu, naquela hora, dei a caneta e
passei para meu parceiro de time fazer o gol.
Uma jogada em campo típica de craque, eu estou
meio que acostumado de tentar este drible: a caneta de
letra. Muitas vezes dá certo, e assim foi no campo. Não
me lembro da data, mas foi num sábado, no treino do
América. Eu recebi a bola uns 6 metros perto do escanteio
e eu fiz o mesmo movimento, só que eu fui pro lado e
joguei a caneta reta, passou entre as pernas e eu só puxei
pro lado e passei uma bola rasteira para um menino e
fizemos o gol.
Indo agora para as jogadas de cruzamentos e
assistências, eu me recordo muito bem: meu setor no
campo é o meio até o ataque, às vezes costumo pegar a
bola na lateral e mandar pro ponta direita ou esquerda
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 39 Escola da URI
trabalhar com tabelinha, mas nesse dia foi diferente.
Recebi a bola na lateral esquerda e em menos de dois
segundos um já veio me marcar, meio que eu fiquei sem
saída, mas então eu fiz o mesmo drible de dar uma caneta
de letra e joguei pra frente. Eu entrei numa dividida com o
zagueiro depois de completar a caneta, consegui ganhar
e cruzei rasteiro para o jogador do meu time marcar.
Viramos o jogo! Lembro-me que estava 9x9. No final do
jogo, eu ganhei um elogio do professor e aquilo me
motivou bastante porque foi um elogio rápido e profundo,
‘‘esse Lorenzo vai ser um daqueles grandes’’.
Já tive muitas jogadas que resultaram em gol ou em
chances muito boas. Domino com o joelho e bato com a
canhota, trivela, chapada, colocada, entre muitos outros
estilos de chutar a bola. Eu sou um meia-atacante, um
meio de campo que arma as jogadas e vai atacar junto
com os pontas, formando assim um trio de ataque, ponta
direita, ponta esquerda, e o atacante, seguindo atrás com
o meia-atacante. Meu ponto forte são as arrancadas e
visão do jogo, juntando essas características resulta numa
boa jogada pelas pontas e cruzamentos dentro da grande
área.
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LORENZO CLÓS LIMANA 40 Escola da URI
Capítulo 10
O SONHO DE SER JOGADOR
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 41 Escola da URI
Bom, para dizer a verdade, ao decorrer do tempo eu
fui adquirindo o gosto de futebol. Não nasci com o dom,
ou posso até ter nascido, mas descobri depois de alguns
anos. Antes, eu queria muito ser skatista profissional e
lutador da WWE. Eu gostava muito de skate e meus pais
compraram um pra mim nos meus oito anos no dia das
crianças. Eu adorava muito skate, olhava todo o dia uns
programas de skate e até a Street League. E ser lutador
de luta livre foi um sonho meio estranho, pois eu era
viciado. Olhava todos os dias na TV e às vezes colocava
um colchão, pegava um travesseiro e praticava os golpes.
Entretanto passou bem rápido, e, ao invés de ser um
sonho, tornou-se um hobbie.
Uma coisa que passou de se tornar um sonho e está
se tornando uma ‘‘conquista ainda não conquistada’’, é o
futebol. Meio confuso, mas sempre digo para mim mesmo
que tudo o que eu sonho pode se tornar concreto. Basta
fazer o possível e o impossível para aquilo se concretizar.
Tudo é questão de tempo, tudo em seu tempo certo e
sempre continuo lutando, vai que seja amanhã. Querer
jogar futebol profissionalmente foi uma das melhores
coisas que eu já pensei, jogar futebol é a melhor coisa que
eu faço, e pelo menos nisso eu posso dizer que eu faço
muito bem!
Claro que muitas vezes eu já pensei em desistir.
Queria ser até engenheiro civil, mas é futebol que eu amo
e que eu quero seguir vivendo disso pra vida inteira. Não
posso confirmar que eu nasci com um dom, apesar de
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 42 Escola da URI
aprender a jogar bem muito rápido, mas sim plantei os
treinos e colhi habilidade. Nunca recusei jogar bola com
ninguém por vontade, só recusei por causa de
compromissos MUITO sérios, senão eu sempre arrumava
desculpa pra não ir ao compromisso e depois jogava bola
com a galera. Tenho certeza que minha habilidade de hoje
em dia é por causa dessas peladas com meus amigos.
Era todo o dia na casa do Erick, na pracinha abandonada
ou num clube perto do trevo. Todos os dias mesmo, só
não rolava os jogos quando chovia ou quando o dono da
bola não estava em casa. Mesmo só com dois piás
podendo jogar eu sempre queria ir, eu sempre dava um
jeito de treinar.
E foi num dia desses que eu percebi meu gosto e
meu dom para fazer aquilo. Até agora jogar futebol é a
melhor coisa que faço, e sempre foi a coisa que mais se
mantém na minha cabeça. Quando percebi o gosto e o
dom que eu tinha pra fazer aquilo, eu comecei a gostar o
dobro de vezes, de treinar o triplo de vezes e de sonhar
infinitamente até a criatividade acabar.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 43 Escola da URI
Capítulo 11
MINHA PRIMEIRA PENEIRA
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 44 Escola da URI
Meu primeiro teste de futebol foi na seleção
municipal de futsal de Santiago. Antes do teste começar,
eu estava bem ansioso para chegar ao ginásio, pois o time
de Santiago é o melhor time de futsal sub-15 no Rio
Grande do Sul atualmente, é a Ser Santiago. E eu estaria
entrando no sub-13 e saí de casa em mente que ia dar
meu melhor.
Cheguei no ginásio cerca de 10 minutos antes de
começar o teste, e fui encontrar meus conhecidos. Nós
conversamos sobre o teste, de como era o clima ali, sobre
os torneios, viagens e sobre se íamos passar no teste,
aquela tensão de sempre.
Começou o teste e todos os garotos escreveram
seus nomes numa ficha de inscrição. Colocaram seus
nomes, data de aniversário e suas posições na quadra.
Lembro-me que eu disse a data do meu aniversário dia
doze do mês vinte e sete. A pessoa me olhou com uma
cara de desconfiado e deu risada. Na hora eu inverti as
posições dos números e falei errado, hahaha!
Feito assim, todos os meninos escreveram seus
dados e sentamos na quadra esperando os primeiros
jogos. O professor ia escolher os times e pegar os
jogadores com melhor andamento nas partidas.
O primeiro jogo foi o jogo dos mais experientes, que
eram os melhores e que jogavam lá antes. Depois foi o
jogo dos mais novos, sub-9 e depois foi mais um jogo do
sub-13, só que com os meninos mais recentes. Eu entrei
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 45 Escola da URI
no jogo e joguei de fixo, marquei dois gols e duas
assistências no primeiro jogo. No segundo, fui mais
técnico, criei mais jogadas e defendi mais. Passou o
terceiro jogo, fiz quase a mesma coisa que o segundo.
Depois disso, quase acabando a peneira, todos foram
sentar no banco para o professor falar os nomes de quem
passou, quem não foi chamado não passou na peneira.
Só para constar que só vinte iam passar, e lá tinha quase
trinta e cinco. A chamada estava no décimo jogador e eu
não havia sido chamado. Décimo nono jogador, e eu ainda
não havia sido chamado. Fiquei em uma tensão,
nervoso… Entretanto, chegou a minha vez. Colocaram
meu nome por último, eu fiquei tão aliviado, passei na
minha primeira peneira. Eu vi, porém, meu colega ao lado
que fez a peneira e me acompanhou todo o jogo meio
triste por não ter passado. Fui lá e o consolei. Falei que
tinha mais peneiras pela frente, que nem sempre nós
conseguimos o que queremos, e assim foi. Acabou o jogo,
fomos pra fora do ginásio para esperar nossos pais, e
ficamos conversamos. Até que apareceram duas meninas
e começaram a conversar com a gente. Nós começamos
a conversar sobre os jogos, onde estudávamos, quantos
anos nós tínhamos, e o meu colega já estava apaixonado
só de conversar. No outro dia na aula ele só me falava
nelas, e eu disse que eu tinha pegado o contato. Ele foi à
loucura, quase morreu de ciúmes.
Voltando na hora da conversa com as meninas, a
mãe do meu colega chegou e ele teve que ir embora com
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 46 Escola da URI
aquela cara tristonha dele por não ter passado. Fiquei
triste por ele, mas ele disse que não ligava e tinha muitas
coisas para vir pela frente, então eu fiquei de boas por ele.
Todas as segundas, quartas e sextas tinha treino.
Infelizmente, eu nem sempre chegava no horário. Eu saía
da aula 16:50 e o treino começava s 18:00`; era um rolê
inteiro pra eu chegar em casa correndo e depois ter que
meu pai sair do trabalho às 18:00 para ele poder me levar.
Quando me contaram que havia o transporte, que leva os
meninos nas casas, de graça ainda por cima, eu resolvi
aderir a ideia. No final do jogo meu pai foi me buscar e eu
disse ele sobre o transporte. Ele resolveu me fazer
experimentar e ele foi para a casa. Nós estávamos
esperando os outros meninos que iam de transporte, eu e
o motorista. Todo mundo entrou, eu me lembro de que
sentei atrás do banco do motorista, e assim eu e a
gurizada fomos para casa. Paramos na rua do Cassiano,
do Lucas, Nilton e depois paramos na parada de ônibus
da minha rua. Desci no lado da Santa Rita, uma igreja
perto da minha casa, e de repente meu pai aparece de
carro. Ele estava vendo se era seguro e foi seguindo o
ônibus...
Eu agradeço muito meu pai por ser esse pai protetor
que Deus me deu. Sinto orgulho de ter um pai guerreiro
como ele é.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 47 Escola da URI
Eu estava quase em casa e ele me deu uma carona
até lá. Depois me trouxe um cachorro quente pra eu
comer, pois não fizemos janta naquele dia.
Passaram-se dois dias até chegar segunda feira.
Comecei a desanimar para ir aos treinos, não estava
entendendo o motivo, mas me deu uma vontade de não ir
mais. Até parava de apressar o pai pra vir me buscar e me
levar no ginásio, que era bem longe por sinal. Mesmo
assim eu ia, sentia que eu precisava abraçar aquela
chance, passei no primeiro teste da minha vida, era aquilo
que ia me destacar. Nos treinos só tinha jogo, e soube que
ia ter um torneio depois de um mês, só fui saber desse
torneio porque os guris me contaram, pois eu cheguei
atrasado, depois que os professores falaram. Eu sabia,
porém, que não ia jogar, pois eu talvez fosse sair do time,
ou não ir por vontade própria. Eu era muito medroso na
época, eu sentia muito nervosismo em jogos sérios.
Felizmente eu perdi isso muito rápido, agora estou
aproveitando o máximo as chances que eu estou tendo.
Era dia de treino na URI. Depois no treino da seleção
do meu time, eu estava treinando na URI e um aluno do
terceiro ano do ensino médio me convidou pra jogar no
Padel, um clube de esportes pago por hora, tem futebol,
um estilo diferenciado de tênis e uma área de lazer, com
churrasqueira. Enfim, ele me convidou pra jogar lá no
horário do jogo que eu tinha na seleção, e eu não estava
com vontade nenhuma de ir ao treino da seleção. Na URI,
há um menino que jogava comigo na seleção e fazia treino
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 48 Escola da URI
na escola também; ele ficou indignado, porque eu ia no
Padel e não no treino importante, e eu estava meio
sentido, mas fui mesmo assim. Até ele disse que ia mentir
pro professor, dizer que eu estava doente e não poderia
ir.
Passaram-se muitos dias, e eu não fui aos treinos.
Até que eu resolvi sair; infelizmente, eu perdi totalmente o
gosto por aquele treino, não tinha mais vontade, e parei.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 49 Escola da URI
Capítulo 12
CAMPEONATO MUNICIPAL
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 50 Escola da URI
No meu treino do Thomas, foi avisado que teria um
jogo no Cruzeiro (estádio do Cruzeiro de Santiago), e
todos começaram a falar sobre. Nesse dia eu não pude ir
ao jogo, pois tinha um compromisso, mas fui avisado um
dia depois quando eu encontrei um colega de treino meu
no mercado, um fato bem cômico.
Cheguei cerca de vinte minutos antes de começar o
nosso treino. Nós estávamos jogando contra meninos de
15 anos; um jogo era vinte minutos cada tempo. Marquei
dois gols e dei umas assistências. Acabou o jogo e fomos
lanchar, pois era aniversário de um colega de treino meu
e o professor bancou alguns salgados e refrigerantes para
nós. Antes de nós irmos para o bar, meu outro professor
de futsal me convidou para jogar um torneio sub-15
municipal. No momento, eu pensei que recebi mais uma
chance que Deus me deu de poder avançar na minha
carreira de jogador, e eu tive certeza absoluta que eu não
iria desperdiçá-la. Anotei meu número e minha posição
pro professor, ele me explicou o local, o time e os horários,
e assim fui pra casa. Cheguei à minha casa, avisei meus
pais e fui para a minha aula de inglês. Retornei em casa e
recebi a mensagem do professor dizendo que iam adiar o
torneio e mudar o estádio por causa da chuva.
O jogo foi adiado para o final de semana, na sexta-
feira da outra semana. Até o dia do torneio, eu estava bem
confiante, pronto para fazer um bom jogo, ficava
comentando com meus amigos de treino que também
foram convidados, e assim foi.
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 51 Escola da URI
Chegando no dia do torneio, eu estava muito
confiante, fui com as “balacas” de jogador: ir de chinelinho
e calção. Esperei na arquibancada junto com a galera do
meu time. Uma meia hora antes do jogo, todo o time foi
no vestiário escolher os uniformes, ver quem ia sair titular
e receber as técnicas. Os titulares saíram escolhendo os
uniformes, e na escalação eu saí como titular, pois eu
tinha conquistado a confiança no professor (técnicas de
Lorenzo). Sobraram as camisas 10 e 8, meu número da
sorte sempre foi oito, e não pude evitar de pegar o
uniforme. A camisa 8 carrega muitos meias de peso,
Iniesta, Kroos, Martínez, Marchisio, entre outros craques,
e eu estou em busca de ser mais um deles. Joguei na
meia-direita. O jogo começou e todo mundo estava
elétrico, nós passávamos a bola, perdíamos, pegávamos
a bola de novo, e a bola surgia pra mim. Eu fiquei de
reforçar a marcação no meio e criar as jogadas pros
pontas e deixar a sobra para o atacante. Parecia que eu
estava nervoso, e não consegui fazer muito bem o meu
papel dentro de campo, mas acontece. Nós ganhamos de
1x0 o primeiro jogo. O torneio duraria 3 dias, dois jogos na
sexta, dois jogos no sábado, e depois aqueles que
fizessem a melhor pontuação iam pra semifinal e final que
era no domingo.
No segundo jogo, eu fiz um jogo bem melhor. Criei
duas chances de gol, uma eu finalizei, o goleiro espalmou
e no rebote meu parceiro de time fez o gol. No segundo
gol, eu levei a bola do meio de campo até a grande área,
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LORENZO CLÓS LIMANA 52 Escola da URI
passei para o jogador da ponta direita e ele cruzou na
área. Fim de jogo, 2x0 com um gol no cantinho do camisa
17.
Encerramos o segundo dia com uma derrota e com
uma vitória, mas já estávamos classificados para a
semifinal. Esses jogos de sábado foram de manhã, e eu
não dormi cedo, e nos jogos eu estava meio desanimado
por causa do cansaço e acabei não fazendo um bom
andamento no dia.
Domingo foi um dia muito louco. Sábado nosso time
tinha passado para as semifinais, que iam ser domingo de
manhã antes da final. Entretanto a final foi adiada para
outro final de semana por causa da chuva. Acordei às 8:30
da manhã no jogo da semifinal, domingo, e fui me arrumar,
colocar meus uniformes na mochila e peguei um dinheiro
pra sair com meus amigos depois dos jogos. Eu tive,
porém, um desentendimento de irmãos com meu irmão,
nós começamos a brigar do nada. Foi um fato muito
cômico, só que eu acabei meio machucado depois disso,
eu levei um soco muito forte no braço, e assim foi muito
difícil de me deslocar, pois doía muito. Chegando ao
estádio, falei com o professor que eu tinha caído em cima
do braço e tinha doido muito, pedi pra ele não me colocar
de titular e me deixar no banco, mas mesmo assim eu tive
que jogar. Joguei só dez minutos, pois quando começou
o jogo, eu já levei uma pancada na panturrilha da perna
direita e torci o pé esquerdo, numa mesma jogada, e
assim fiquei impossibilitado de jogar aquele jogo. Nosso
FUTEBOL EM BUSCA DE UM SONHO
LORENZO CLÓS LIMANA 53 Escola da URI
time não estava conseguindo fazer gols, perdíamos
muitos gols no ataque, errávamos passes, mas
conseguimos segurar o resultado até o final do jogo.
Quando acabou, todo o time foi para o vestiário tomar
água e falar com o professor. Alguns estavam seguros e
outros inseguros, pois o jogo ia para os pênaltis. Nós
fizemos uma oração, e todos colocaram as mãos no meio
do grupo e gritamos, um dois três CRAS! Eu e meus
parceiros ficávamos no banco olhando a disputa de
pênaltis, o nosso atacante levou um cartão vermelho no
jogo passado e não pode jogar a semifinal. O time
adversário começou a bater, todos foram acertando, e nós
colocando uma pressão no goleiro adversário e torcendo
pelo nosso goleiro pegar o pênalti. E assim foi feito, nosso
goleiro pegou um pênalti e todos nós gritamos o nome
dele. A mãe dele, que estava atrás da goleira, quase
enfartou de tanta felicidade, mas ainda não tinha acabado.
Haviam mais duas batidas para o nosso time e mais uma
para o outro. Nós nos saímos superiores nessa, fizemos
todos os pênaltis. Quando o juiz, apitou todos saíram
correndo e gritando pra cima do goleiro do nosso time,
gritando o apelido dele, ele era mais conhecido como
“rato”, “RATO, RATO, RATO!”. Assim, fomos todos felizes
para casa, só pensando na final.
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LORENZO CLÓS LIMANA 54 Escola da URI
Uma tarefa para você
Neste capítulo deste livro, eu faço uma narrativa de
um acontecimento recente da minha vida. O final deste
capítulo ainda não aconteceu por causa do adiamento dos
jogos. Então eu deixo para você leitor imaginar um final
para esta história. Tenha bastante criatividade, e se
possível me conte, me procure na escola ou em algum
lugar, ou use a hashtag #UMFINALPARAMEULIVRO e
me chame no Facebook, Twitter ou Instagram.
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Capítulo 13
Galeria de fotos
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LORENZO CLÓS LIMANA 56 Escola da URI
Neste capítulo eu vou compartilhar com você, leitor,
minha vida através de fotos, vamos lá:
Meus primos, meu irmão e uns amigos comemorando a
libertadores do Inter em 2010, enquanto eu estava
COMEMORANDO EM OUTRO CÔMODO DA CASA.
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Capítulo 14
Família Clós limana
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LORENZO CLÓS LIMANA 69 Escola da URI
Sou grato a você leitor, por ter tirado um tempo e ter
lido meu livro, muito obrigado!
Sou grato também a toda minha família pelo apoio,
pelo amor, pelas lições que me deram ao decorrer desses
12 anos de pura felicidade, de lições que eu tive com a
vida, de superação e de garra. Vocês são as únicas
pessoas que eu amo de verdade, amarei vocês até os
piores momentos que possamos viver, mas nada que uma
família unida com Deus não vença.
SÉRGIO, ROSANE, STÊVÃO
O MEU MUITO OBRIGADO A
VOCÊS, EU AMO ESSA FAMÍLIA
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LORENZO CLÓS LIMANA 70 Escola da URI
FIM
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Autobiografia
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LORENZO CLÓS LIMANA 72 Escola da URI