7/24/2019 Livro Entendendo o BIM
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ENTENDENDO BIMUMA VISO DO PROJETO
DE CONSTRUO SOB O
FOCO DA INFORMAO
1 Edio
Tiago Francisco Campestrini
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Autores
Tiago Francisco CampestriniMarlon Cmara Garrido
Prof. Dr. Ricardo Mendes Jr.
Prof. Dr. Srgio Scheer
Prof. Dra. Maria do Carmo Duarte Freitas
Editor
Tiago Francisco Campestrini
Entendendo BIM
Uma viso do projeto de construo sob o
foco da informao
1 Edio
Curitiba, Paran, Brasil, 2015
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Entendendo BIM4
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PARCEIROS
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Direitos Reservados 2015 Entendendo BIM
Impresso no BrasilProjeto grfco
FABRICIO NOGUEIRA COSTA
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IDEIAS
Modelagem da Informao da Construo
ou BIM deve ser entendida como um novo
paradigma de desenvolvimento de empre-
endimentos de construo envolvendo to-das as etapas do seu ciclo de vida, desde os
momentos iniciais de definio e concepo,
passando pelo detalhamento e planejamen-
to, oramentao, construo at o uso com
a manuteno e mesmo as reformas ou de-molio. um processo baseado em mo-
delos paramtricos da edificao visando a
integrao de profissionais e sistemas com
interoperabilidade de dados e que fomenta
o trabalho colaborativo entre as diversas es-pecialidades envolvidas em todo o processo,
do incio ao fim.
Prof. Dr. Srgio Scheer
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Informao de qualidade e antecipada, gera-
das com dados e clculos precisos, no deve
ser confundida com estimativas.
Prof. Dr. Ricardo Mendes Jr.
A Informao com qualidade aquela queajuda a empresa a fazer mais com menos.
Prof. Dra. Maria do Carmo Duarte Freitas
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SUMRIO
APRESENTAO........................10
CONTEXTUALIZAO........................13CENRIO ATUAL E POTENCIAL PARA RESULTADOS........................19
UM NOVO CAMINHO........................24
O PROJETO DE CONSTRUO SOB O FOCO DAINFORMAO........................30
O PROJETO DE CONSTRUO CIVIL......................32
A EXECUO DAS OBRAS........................44
ENTENDENDO O BIM........................52
COLABORAO........................54
O MODELO........................67
NORMATIZAO........................79
CONSIDERAES DE BIM........................82
GANHOS COM BIM NA CONSTRUO CIVIL............85
A INFORMAO NA CONSTRUO CIVIL........................88
O QUANTO SE GANHA?........................93
FLUXO DE INFORMAES NA CONSTRUTORA........................95
EXEMPLO DE GANHOS ATUALMENTE COM BIM........................100
BIBLIOGRAFIA........................108
PRXIMOS PASSOS........................113
AGRADECIMENTOS........................117
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Entendendo BIM
APRESENTAO
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Este livro foi elaborado com base nas prticas do
mercado, artigos cientficos, experincias dos auto-res, discusses com profissionais do mercado e em
necessidades estabelecidas atravs de instituies
de classe. Seu contedo dirige-se ao uso da infor-
mao durante processos de desenvolvimento de
um empreendimento da construo civil sob o focodo BIM.
Proposta baseada em duas dcadas de estudos
sobre a gesto e uso de tecnologia da informao
e comunicao na Construo Civil, realizados no
Centro de Estudos de Engenharia Civil (CESEC), da
Universidade Federal do Paran (UFPR), e do uso
do conceito em empresas do setor, por meio do Sin-
dicato da Indstria da Construo Civil no Paran
(SINDUSCON-Pr).Temos a ousadia de entregar uma literatura sobre
uma tecnologia nova: a Modelagem da Informao
da Construo ou Building Information Modeling
(BIM). Procuramos trazer praticidade para o enten-
dimento ao mesmo tempo garantindo base neces-
sria para a evoluo dos leitores do assunto aqui
apresentado.
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Entendendo BIM
Essa tecnologia est em fase de implantao no Pas
e ainda espera-se compreender o quanto e como
revolucionar a construo civil nacional. Portanto,
pretendemos orientar e trazer o leitor a pensar junto
sobre os rumos da tecnologia BIM no Pas.
Gestores, engenheiros e arquitetos atuantes em
construtoras de pequeno e mdio porte so o nossoprincipal alvo.
Esta tecnologia evolui a cada novo artigo e a cada
nova aplicao no mercado, e por isso, que esta lei-
tura seja apenas uma ferramenta no seu desenvol-
vimento.
Tiago Francisco da Silva, conhecido como Tiago Campestrini
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CONTEXTUALIZAO
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Nas ltimas dcadas, o avano tecnolgico dos
computadores, de software, dos smartphones e dainternet impactou tanto nas pessoas quanto nas
organizaes. Percebe-se a crescente quantidade e
velocidade das informaes geradas e disponibili-
zadas em ambientes reais e virtuais. Hoje, manter-
-se atualizado necessrio mais que apenas serdetentor da mais avanada tecnologia ou de pos-
suir mais e melhores informaes, mas requer a
adaptao e otimizao de processos gerenciais e a
formao das pessoas.
No campo da tecnologia da informao, a comple-
xidade de investir nas equipes das organizaes
tem sido o maior desafio, pois requer flexibilidade
e mudanas na forma de pensar e agir dos profis-
sionais atuantes no processo. E isto est intrinsica-
mente relacionado aos hbitos de cada um. Uma
vez passada essa barreira, novas oportunidades e
novos avanos podem ser visualizados, pois, via de
regra, as tecnologias inovadoras trazem vantagens
competitivas fceis de serem identificadas.No setor da construo civil, a cada dia surgem
novas solues em mtodos, ferramentas, proces-
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Entendendo BIM16
sos, conceitos, entre outros, e cabe s construtoras
utiliz-las medida do possvel para conseguiremse manter competitivas. O BIM surge como ferra-
menta para analisar e facilitar o acesso a essas
inovaes. preciso que as construtoras estejam
sempre avanando tecnologicamente, no ritmo
certo, dentro das suas capacidades, mas sistema-ticamente evoluindo tcnicas e hbitos dos seus
colaboradores.
Depois de apresentar as solues de Enterprise Re-
sources Planning (ERP), as tecnologias da informa-
o trazem para o setor da construo civil nacional
a Modelagem da Informao da Construo, em in-
gls, Building Information Modeling (BIM). Ela sur-
giu como resultado de pesquisas cientficas de pases
mais tecnologicamente desenvolvidos na construo
civil na dcada de 70, cuja necessidade era melhorar
a tomada de deciso em vista a crescente quantida-
de de informaes disponveis e as novas exigncias
e especialidades esperada no mercado daqueles pa-
ses (como segurana, certificaes ambientais, sus-tentabilidade, conforto, entre outros).
BIM pode ser utilizado em todas as fases de uma
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edificao (fases de projeto, obras, uso e demoli-
o), no entanto, como primeiro volume, neste
guia, vamos tratar do tema BIM sendo utilizado na
fase de projetos, focando no seu impacto nas fases
de projeto e execuo das obras. Veremos porque o
BIM poder ser classificado como A tecnologia das
tecnologias, o que seu conceito de desenvolvimen-
to de empreendimentos exigir dos profissionais
envolvidos e como pode auxiliar no desenvolvimen-
to tecnolgico das construtoras de forma gradual,
eficaz e eficientemente.
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Entendendo BIM18
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CENRIO ATUAL E POTENCIAL PARA
RESULTADOS
Vamos refletir juntos: Aps a aprovao da viabili-
dade de um empreendimento, parte-se para o de-
senvolvimento dos projetos, cujos produtos finaisnormalmente so desenhos, planilhas, cronogra-
mas e textos. nesta etapa que determinado es-
sencialmente quanto custar as obras, o prazo de
execuo e o produto a ser entregue.
Supondo a contratao dez outras equipes de pro-jeto, independentemente daquela primeira equipe,
para desenvolver dez outros projetos, garantindo
que todas projetassem o mesmo produto final. Ao
final, ao todo se teria 11 projetos para o mesmo pro-
duto a ser entregue, no entanto, cada um com suassolues para custo e prazo de execuo. Alguns
desses teriam, por exemplo, solues para lajes, fe-
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Entendendo BIM20
chamentos, shafts, coberturas, reservatrios, custos
de materiais, produtividade de equipes e sequencia-mento construtivos diferentes dos demais.
Para fechar a ideia, qual desses projetos seria escolhi-
do para ser executado? Uma vez que todos entregam o
mesmo produto final, muito provavelmente seria esco-
lhido aquele que previsse menor custo e prazo de exe-cuo.Portanto, considerando a chance do projeto
escolhido (entre os 11 desenvolvidos) ser de me-
nor custo e menor prazo daquele primeiro e nico
projeto (aquele desenvolvido pela primeira equipe
contratada) potencialmente maior.
Com BIM possvel contratar uma nica equipe de
projetos e ainda ter inmeros projetos diferentes at
a definio das melhores solues para o projeto a
ser executado no canteiro de obras. Esta a possi-bilidade oferecida pelo BIM. Utilizando um modelo
computacional, a equipe colaborativa do projeto
pode propor inmeras solues para as diversas
necessidades do empreendimento, e, mantendo no
projeto apenas as melhores solues encontradas,tem-se um projeto melhor.
Em CAD, tende-se a fazer as discusses das deci-
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ses verbalmente e, ento, toma-se deciso por
uma nica soluo. Esta documentada a cadafase e poucas so as vezes onde h alterao dessas
ao longo do desenvolvimento do projeto, havendo
apenas a compatibilizao daquela deciso com as
demais solues.
Os primeiros usos do BIM tm se dado no mercadocomo uma ferramenta para a compatibilizao es-
pacial do projeto. Assim facilmente possvel iden-
tificar que BIM est sendo usado apenas como uma
ferramenta no processo de desenvolvimento de pro-
jetos tradicional (aquele processo segmentado em
anteprojeto, projeto bsico e projeto executivo), e no
exatamente como um novo processo de desenvolvi-
mento de projetos por inteiro.
Isto acontece sobretudo porque v-se BIM exclusi-vamente como um desenho 3D, ou um software,
negligenciando o que tange a mudana dos pro-
cessos e pessoas. Pensando BIM apenas como sof-
tware teremos basicamente os ganhos de enviar-
mos obra um projeto totalmente compatibilizado(acredita-se assim em uma reduo de 2% a 5% de
custos), ao passo que se BIM for entendido como
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Entendendo BIM22
mudana de processo (envolvendo mudanas de
cultura, hbito e pessoas) teremos inmeros pro-jetos para uma nica edificao, sendo possvel re-
dues de custos potencialmente 10 vezes maiores.
Algumas empresas j conseguem usar o modelo
para outros fins, como retirar informaes de custo
do empreendimento, informaes atravs de dese-nhos para envio obra, informaes de mtodos
construtivos, dentre outros. No uso de BIM para ex-
trair valores de custo, por exemplo, medida que
as solues so inseridas no modelo, pode-se sa-
ber qual ser o custo previsto do empreendimento
naquele momento. Essas informaes auxiliam na
tomada de deciso de manter a soluo inserida ou
buscar outra.
Como futuro, ser possvel utilizar modelos paraextrair informaes de manuteno da edificao,
de consumo de energia eltrica, de conforto e de-
sempenho das edificaes, e entre outras possibili-
dades ainda desconhecidas, mesmo ainda na fase
de projetos E, assim, quanto mais informao sobreuma edificao for utilizada durante o seu desen-
volvimento, melhor tende a ser o projeto final.
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Para chegar l, preciso analisar sob a tica da in-
formao como se desenvolve um empreendimen-
to da construo civil, desde o incio dos estudos de
viabilidade tcnico-financeira at o incio do uso da
edificao (como citamos, este documento restrin-
ge-se a detalhar o uso do BIM na fase de projetos,
visando ganhos nessa fase e na de execuo do em-
preendimento).
O Instituto IDD desenvolveu uma ps-graduao
especfica para BIM dentro da ideia de gesto de in-
formao em projetos de construo civil atrelado
colaborao dos profissionais envolvidos, temas aserem discutidos neste livro.
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Entendendo BIM24
UM NOVO CAMINHO
Recentemente, as construtoras de mdio e peque-
no porte passaram pela implantao dos softwa-
res ERPs, que de maneira geral, exigiu bastante
investimento de tempo, organizao e padroniza-
o das firmas. Percebe-se que muitas foram as
empresas nas quais a implantao deu-se apenas
no mbito do sistema de finanas (suprimentos,
contabilidade e financeiro) dos empreendimen-tos, ficando em segundo plano o planejamento e
a gesto da qualidade. Isso se d pela dificuldade
de gerao e organizao das informaes nessas
outras reas. H dificuldade em sistematicamen-
te obter-se informaes do que exatamente j foiexecutado no canteiro de obras e qual a qualidade
dos servios realizados, por exemplo.
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Os empreendimentos de construo civil normal-
mente so marcados pelo envolvimento de grandequantidade de profissionais e, em muitos casos, h
diferentes especialistas envolvidos a cada projeto.
Outra caracterstica a variabilidade das infor-
maes a cada novo empreendimento, por serem
executados em locais, condies, recursos e prazosdiferentes.
Para desenvolver construes mais ousadas, com
metas mais rgidas de custo, por exemplo, as infor-
maes que fluem durante as fases de projeto e de
obras precisam estar mais organizadas, sendo esta
a base para que as solues entregues por cada um
dos envolvidos sejam melhores (mais eficientes,
de menor risco, de melhor eficincia e eficcia, de
melhor facilidade de aplicao na obra etc.). Alm
disso, muitas dessas solues afetam outras disci-
plinas do projeto, impactando nas solues de ou-
tros profissionais da equipe, exigindo discusses e
comprometimento de todos os envolvidos. E ento
surge a necessidade da colaborao.Ser o fim dos processos de projeto em que cada en-
volvido entrega sua parte (sua soluo) baseada es-
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Entendendo BIM26
sencialmente em um plano de necessidades, e o incio
dos processos de projeto colaborativo nas quais assolues, e inclusive as necessidades so decididas de
forma conjunta.
Colaborar contribuir com as melhores solues
para um objetivo compartilhado, obtendo-se o
melhor de cada um dos profissionais envolvidosem um projeto. Esse termo difere de cooperar,
onde todos contribuem com seus esforos, sendo
a meta comum atingida pela soma dos objetivos
de cada envolvido.
Sob o ponto de vista do BIM, a colaborao pre-
cisa de gesto da informao, pois por meio da
informao que h interao entre os profissio-
nais. Essa troca de conhecimentos (atravs da
troca de informaes) se d de vrias formas, emreunies, ligaes telefnicas, e-mails, desenhos,
planilhas, memorial etc. A informao enviada
por um profissional da equipe depende daque-
la que este recebe anteriormente. Por exemplo,
um projetista de instalaes eltricas enviar oseu projeto bsico de acordo com o projeto ar-
quitetnico que lhe foi enviado anteriormente, ou
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o projetista de estruturas vai propor uma solu-
o para lajes de acordo com as necessidades epossibilidades enviadas previamente pela equipe
de obras. Assim, se a informao recebida pelo
profissional estiver errada ou incompleta o pro-
fissional responsvel no possuir informaes
para entregar solues corretas ou completas.Alm das informaes iniciais de projetos, existem
informaes geradas ao longo do seu desenvol-
vimento, como, por exemplo, a soluo de reves-
timento externo custar alm do valor gasto em
obras anteriores, ou o shaft do banheiro da sute
est muito pequeno. So vrias as informaes
trocadas durante o desenvolvimento (processo) do
projeto e, por ser com base nelas que os envolvidos
encontram solues (tomam decises), necess-
ria preciso na sua gerao e manipulao.
nesse contexto que surge o modelo computa-
cional, cujo objetivo conter todos os dados atu-
alizados do projeto, e em cima deste modelo com-
putacional devem ser geradas (modeladas) asinformaes para serem usadas pela equipe cola-
borativa.
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Entendendo BIM28
Com os dados de um projeto registrados em um ni-
co local (neste caso em um modelo computacional)busca-se garantir que as informaes modeladas
em cima deste sejam baseadas consequentemente
nas solues de todos os envolvidos no projeto. Por
exemplo, se forem deixadas todas as contas pagas e
a pagar de uma empresa, impressas em uma ni-ca pasta de documentos, facilmente possvel ex-
trair informaes como: quanto ainda se deve pa-
gar com as contas at o final do ms, o quanto j foi
pago, se a conta de gua j foi recebida, etc. Neste
caso, as informaes sero mais precisas pelo fatode se ter todas as contas em um nico lugar.
Utilizando um modelo computacional, prev-se que os
elementos do projeto estejam compatveis entre si. O
que caracteriza essa central de dados como um mo-
delo, e no apenas como um banco de dados, sua
capacidade de se auto ajustar dependendo da infor-
mao nele inserida.
Devido ao cuidado com a informao e seu relevante
papel durante o desenvolvimento de um empreendi-mento, prope-se analisar as etapas de projeto e a
execuo de obras sob a tica da informao, antes de
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ir diretamente para o BIM. Entendendo quais, como e
por quem as informaes fluem dentro da construto-
ra, ser possvel identificar possibilidades de ganhos e
necessidades de mudana para o uso do BIM.
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Entendendo BIM30
O PROJETO DECONSTRUOSOB O FOCO DA
INFORMAO
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Neste captulo h uma anlise da fase deproje-
tos sob a viso da informao. Essa fase de pro-
jetos, denominada de Projeto do Sistema de Pro-
duo (PSP), segundo Nigel Slack em sua obra
Administrao da Produo, de 1997, dividida em
Projeto do Produto e Projeto do Processo. Tambm
ser desenvolvido o entendimento de execuo
de obras, caracterizando-a como Planejamento e
Controle da Produo (PCP).
Com esses conceitos de Projeto do Sistema de Pro-
duo (PSP) e Planejamento e Controle da Produo
(PCP) analisados sob o ponto de vista da informa-o, haver a base necessria para o entendimento
do BIM e para identificar os ganhos possveis com a
ferramenta. Ainda, ao final sero propostos passos
para formar uma ideia de como comear a usar BIM.
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Entendendo BIM32
O PROJETO DE CONSTRUO CIVIL
O termo projeto muito utilizado e entendido na
construo civil brasileira de diferentes maneiras,
a depender do momento e contexto. No cotidiano,
projeto entendido como:
Projeto como empreendimento: re-
sultado de uma anlise de negcios,
podendo ter como produto uma nova
edificao, um novo mercado, um pro-
cesso de implantao de novas tec-
nologias etc. Utilizado em uma viso
ampla.
Concepo dos projetos: Fase que an-
tecede a execuo das obras que se
inicial normalmente aps a definio
do estudo de viabilidade tcnica-eco-nmica.
Projeto como desenhos: desenhos tc-
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nicos cujo objetivo orientar a execu-
o das construes dentro do canteiro
de obras.
Neste livro, vamos tratar projeto como as ativida-
des que antecedem execuo das obras (fase de
design e aqui chamada de fase do Projeto do Sistema
de Produo). O projeto resultado da ao e esfor-o de definir o produto a ser entregue e do processo
produtivo da execuo de obras, segundo Slack.
De maneira geral, na construo civil entende-se
como projeto o conjunto de pranchas contendo de-
senhos de arquitetura, estrutura, fundao, instala-
es e detalhes executivos somados aos memoriais
descritivos, especificao de materiais, atas de reu-
nies, entre outros. com essas informaes que
inicia-se a execuo de uma obra. Pouco se aten-ta ao projeto do processo produtivo, ou seja, como
aquele produto ser executado. Esse, basicamente,
considerado apenas por meio de premissas iniciais.
Tomando como base a indstria de manufatura tra-
dicional (indstria automobilstica, de eletrodoms-ticos etc.), o produto final pode inclusive ser deter-
minado dependendo do processo de fabricao a ser
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Entendendo BIM34
utilizado (se possumos uma mquina que fabrica
apenas copos de plstico com frisos, ento o copo
de plstico entregue ao cliente ser com frisos). A
equipe de produo dessas indstrias desenvolve o
projeto do processo de produo juntamente com a
equipe de desenvolvimento do produto. Assim, am-
bas tomam decises em conjunto, resultando emuma soluo mais eficiente e eficaz. Esse procedi-
mento tambm j realidade em construtoras ao
redor do mundo.
Essa sinergia entre o projeto do processo e o proje-
to do produto antecipa problemas e exige soluescom a maior quantidade de envolvidos na cadeia
produtiva como um todo. Ao mesmo tempo que
deixa as tomadas de decises mais complexas, per-
mite mais flexibilidade nas solues. Por exemplo,
se a equipe de execuo de obras (responsvel peloprocesso construtivo) estiver presente no momento
em que for decidida qual a soluo de revestimen-
to interno ser adotada em um empreendimento
(equipe responsvel pela definio do produto),
podemos optar por uma soluo em revestimentocom gesso, desde que a equipe de obras informe ter
condies de execut-la e a equipe de produto in-
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forme que est adequado ao produto. Assim, mais
possibilidades de solues podem ser avaliadas ediscutidas, alm de todos decidirem juntos.
Os elementos do produto entregue ao cliente pas-
sam, necessariamente, por um processo de produ-
o, podendo apenas serem colocados em seus lu-
gares, como louas, metais, pias, portas e janelas, ouproduzidos e aplicados, como revestimentos, peas
estruturais etc.
Desse modo, as decises de cada detalhe do produ-
to a ser entregue devem ser feitas simultaneamen-te com as decises de como esse ser fabricado no
canteiro de obras.
O Projeto do Produto
Este projeto rene as decises sobre o produto,
tradicionalmente, participam o coordenador de
projetos, o arquiteto, o engenheiro de estruturas,
o engenheiro de fundaes, o engenheiro de insta-laes e, quando o projeto exige, outros profissio-
nais especializados (ambiental, impermeabilizao,
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Entendendo BIM36
automao, vedao, conforto trmico e acstico
etc.). Essencialmente, esses profissionais definemo produto a ser entregue, o dimensionamento de
materiais, os encaminhamentos, os espaos, a est-
tica, o atendimento de normas, a legislaes, entre
outros.
Essas decises so tomadas baseadas basicamentenas informaes iniciais (diretrizes estratgicas do
empreendimento), nas trocas de informaes, nas
instrues normativas e na experincia entre os
profissionais envolvidos ao longo do projeto.
medida que as decises vo sendo determina-
das, essas so documentadas em desenhos e tex-
tos, que, ao longo do projeto, so trocadas entre os
profissionais, assim todos se orientam para o de-
senvolvimento das solues seguintes. Essas trocasde informaes e tomadas de decises se do at
que todas as solues necessrias para completar
o projeto sejam feitas, e ento encerra-se o projeto.
Atualmente, em CAD, as informaes utilizadas du-
rante o desenvolvimento do projeto so geradas apartir das discusses feitas em algumas reunies de
projeto e essencialmente nos documentos que os en-
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volvidos no projeto geram a cada etapa. Por exemplo,
para o desenvolvimento do projeto bsico de estrutu-ras utilizado o anteprojeto de arquitetura.
Em alguns casos so realizadas mais de uma reunio
por etapa, e em outros, sequer so realizadas reuni-
es. Caso no haja reunio, as informaes a serem
usadas para o avano do projeto so basicamenteaquelas presentes em cada documento desenvolvi-
do pelos projetistas, sem que haja a discusso e a
validao pelos outros profissionais da equipe.
Percebemos que a cada etapa desse projeto (usu-almente estudo preliminar, anteprojeto, projeto b-
sico, projeto executivo) h um incremento de novas
solues quelas j decididas, at que tudo esteja
concretizado. Tem-se ao final, o Projeto Executivo
composto por desenhos, memoriais descritivos, declculo e justificativos, alm de cadernos de especi-
ficaes e de encargos, por exemplo.
O Projeto do Processo
Nas decises do projeto do processo, renem-se
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Entendendo BIM38
os engenheiros de execuo das obras, de plane-
jamento, de oramento e o coordenador de proje-tos. Para cada produto a ser entregue, esses pro-
fissionais tomam decises em relao a quais so
os recursos necessrios para realiz-lo no canteiro
de obras (mo de obra, materiais, equipamentos,
ferramentas etc.), como devem ser esses canteiros,quais os custos dos recursos, quais as produtivida-
des para realizar os servios, como deve ser reali-
zado aquele servio, qual a sequncia construtiva
das atividades etc.
As informaes utilizadas vm, sobretudo, das
experincias dos profissionais e de cotaes rea-
lizadas com fornecedores. Ainda pouco comum
serem usados bancos de dados de obras executa-
das anteriormente (bancos de dados com dados de
fichas de verificao de servios reprovados, pro-
dutividade das equipes, cronogramas previstos e
realizados, alm de problemas enfrentados duran-
te a execuo das obras), porm quando utilizadas
promovem a melhoria contnua sistemtica.Este trabalho comumente iniciar aps o trmino
do projeto do produto, o que dificulta a mudana de
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uma soluo do projeto caso sua execuo em obra
seja invivel ou bastante onerosa. O andamento des-se trabalho se d em reunies entre os profissionais,
havendo poucas tradicionalmente interaes entre
as decises de cada um. Como produto final, temos o
plano de qualidade da obra, os cronogramas de exe-
cuo, as planilhas oramentrias, entre outros.A mudana proposta neste guia provoca que as de-
cises sejam simultneas e compartilhadas.
A Cadeia de Valor do Projeto
Tradicionalmente ao trmino da fase de viabilidade
do empreendimento, temos um plano de negcios
prevendo receitas, custos, lucros, taxas de retorno,
riscos, o produto a ser entregue etc.
A denominada Nova Economia traz a substituio
de plano de negcios por um modelo de negcios.
Nesse conceito, so estabelecidas as metas para o
empreendimento e as variveis a serem medidas. possvel iniciar projetos sem necessariamente
saber qual produto ser entregue, quem sero os
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Entendendo BIM40
envolvidos, as receitas e os custos principais, as
formas de marketing e vendas. As definies vosendo feitas ao longo do desenvolvimento do proje-
to, com base nos resultados obtidos da atuao dos
envolvidos, podendo ou no terminar em um pla-
no de negcios. Para cada tipo de negcio, pode-se
prever uma cadeia de atividades diferentes.Por exemplo, um dos modelos de negcios existen-
tes na construo civil o de incorporao. Esse
pode ser sequenciado das seguintes maneiras:
Cada figura apresenta um exemplo de cadeia de va-
lor e, nesses exemplos, a diferena est no momen-
to em que a construtora entra no empreendimento.
Veja exemplos de anlise destas cadeias:
Na Figura 1, a equipe de projetos tende a definir as
solues do projeto baseadas nas melhores opesdo mercado, como tipos de revestimento, sistemas
estruturais e nveis de acabamentos, de forma a ga-
rantir o produto definido nas fases anteriores. Ter-
minados os projetos bsicos, inicia-se o processo de
contratao da construtora. No momento seguinte,a mesma desenvolve o projeto do processo cons-
trutivo para a execuo do produto. Nesse caso, os
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Figura 1 A contratao da construtora feita aps a aprovao legal do projeto.
Figura 2 A contratao da construtora feita aps a aprovao da viabilidade doempreendimento.
igura 3 A contratao da construtora feita no incio do projeto do empreendimento.
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Entendendo BIM42
valores propostos para a execuo das obras ten-
dem a ser mais elevados na mdia, devido s even-tuais adaptaes e os riscos no processo construti-
vo especficos de cada construtora para atender
demanda do projeto (produto).
Na Figura 2, a construtora definida de acordo com a
viabilidade e o tipo do produto a ser entregue, parti-cipando do desenvolvimento do projeto. Os projetis-
tas discutem as solues a serem adotadas tambm
junto construtora, que direciona as solues para
as suas melhores prticas, tendendo a diminuir os
riscos e os custos do empreendimento, mas manten-
do a qualidade desejada do produto definido. Nessa
situao, o projeto do produto e o projeto do proces-
so podem ser desenvolvidos simultaneamente.
Na Figura 3, a construtora parte integrante do pro-cesso de incorporao e direciona os estudos de via-
bilidade de acordo com os valores de construo a
serem estudados. H como diminuir os riscos do em-
preendimento como um todo, bem como os valores de
construo, uma vez que as decises sobre o produtoe o processo sero orientadas s solues de melhor
custo x benefcio desde a concepo do produto.
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Em cada um dos casos acima, a forma de desen-
volver os projetos diferente. Portanto, os proje-
tistas devem ser contratados e orientados a cada
circunstncia. Por exemplo, se a construtora con-
tratada apenas ao final da cadeia, ento prefervel
contratar profissionais de projeto que desenvolvem
solues mais comuns e assim menos arriscadas.
Se a construtora contratada logo no incio, ento
prefervel contratar projetistas especialistas em
solues, uma vez que podero discuti-las com a
equipe que executar o produto, de forma a otimi-
zar seus processos.
Nesse exemplo, demonstra-se como a estratgia
do negcio influncia nos ganhos, perdas e riscos
do empreendimento, considerando as possibilida-
des de desenvolvimento do projeto do produto e
projeto do processo, simultaneamente ou separa-damente. A maior mudana trazida pela aplicao
do BIM est diretamente ligada antecipao das
decises e o compartilhamento das mesmas.
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Entendendo BIM44
A EXECUO DAS OBRAS
Encerrada a fase de projetar o sistema de produo
(o PSP, projeto do produto e da execuo das obras),
d-se incio execuo das obras.
um momento crtico, pois aqui onde as informa-
es do PSP so repassadas s equipes de obras, os
quais sero os responsveis por executar o projeto.
So trocadas as reunies tranquilas e confortveis
em escritrios pelas reunies turbulentas dentro do
canteiro de obras.
As equipes que entram em ao normalmente so
divididas em: suprimentos (compras e almoxarifa-
do), planejamento (solicitao de materiais e cro-
nograma) e execuo (equipe de obras, apontado-res, qualidade e segurana), sendo essa liderada
por um coordenador de obras.
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A depender do porte e complexidade do empreen-
dimento, um nico profissional pode desempenhar
mais de uma funo ou atuar em mais de uma obra
simultaneamente.
A segmentao melhor definida para os profissionais
da equipe de obra a de Planejamento de Obras e de
Controle de Obras. Esta diviso ainda pouco vistanos canteiros de obras em geral, mas divide as res-
ponsabilidades estratgicas necessrias para a corre-
ta execuo das construes. Nessa mesma segmen-
tao, ainda existe a equipe de Melhoria, fechando
as etapas de um projeto de construo civil: projeto,planejamento, controle e melhoria.
Planejamento de Obras
Ainda comum ver em canteiro de obras o enten-
dimento de planejamento de obras como equipe de
montar cronogramas e a consequente reclamao
de este cronograma muda todos os dias, no vale a
pena ficar atualizando-o. Pouco ainda visto o pla-nejamento de obras como uma atividade gerencial,
na qual planejar gerir e prever os prximos passos.
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Entendendo BIM46
O objetivo da equipe de planejamento de obras re-
ceber as informaes do projeto e decidir o que efeti-
vamente deve acontecer no canteiro de obras. Como
se sabe, vrios so os imprevistos dentro do canteiro,
por isso, essa equipe tambm precisa receber infor-
maes da equipe de dentro do canteiro (equipe de
controle) e tomarem decises em conjunto.A equipe de planejamento centraliza as informa-
es da execuo das obras, como por exemplo,
quais materiais esto sendo comprados, quais os
servios reprovados no canteiro de obras, qual a
situao financeira do projeto, pagamentos e con-tratao das equipes de produo, etc., e toma as
decises juntamente com a equipe de controle de
obras sobre o andamento da execuo.
Devem fazer parte dessa equipe, os profissionais de
compras de materiais, de contratos, de projetos, do
financeiro e todos aqueles cujo papel seja alimen-
tar a obra com recursos e informaes.
So algumas atividades da equipe de planejamen-
to: Revisar e ajustar os projetos para a obra;
Informar equipe de obras quais as ati-
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Entendendo BIM48
Tambm caber a essa equipe o levantamento das
informaes sobre o andamento das atividades no
canteiro, sobre a qualidade dos servios, a produ-
tividade, a segurana dos profissionais envolvidos,
as necessidades imprevistas dentro do canteiro e o
registro de todos os acontecimentos. Essas infor-
maes devem ser encaminhadas para a equipe deplanejamento, para que possam prever as ativida-
des seguintes.
Fazem parte dessa equipe os apontadores, os almo-
xarifes, a equipe de controle de qualidade, o enge-
nheiro de execuo, equipes de segurana do tra-balho, entre outros. So atividades rotineiras das
equipes de controle as seguintes:
Fornecer informaes tcnicas para as
equipes de execuo;
Garantir a segurana dentro do cantei-
ro de obras;
Cumprir as atividades dentro dos pra-
zos acordados com a equipe de plane-
jamento;
Resolver questes inerentes ao pro-
cesso construtivo (intempries, atra-
sos, desvios);
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Garantir a qualidade dos materiais em-
pregados na execuo das obras;
Realizar a gesto dos recursos humanos;
Treinamentos de qualidade e integra-
o nos canteiros;
Debater com as equipes de produo
as atividades realizadas no canteiro de
obras, de forma a reduzir a volatilidade
do processo;
Orientar a equipe de execuo quanto
aos defeitos de qualidade nos servios
realizados;
Realizar ensaios e testes em concretos,
solos, fundaes etc.;
Informar a equipe de planejamento o
andamento das atividades no canteiro
de obras;
Realizar as medies de andamento
das atividades s equipes de obra.
No cenrio atual, com a falta de definio clara de
atuao da equipe de planejamento, a equipe decontrole fica sobrecarregada, pois, alm das suas
atividades de controle, precisam realizar o plane-
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Entendendo BIM50
jamento (solicitao de materiais, contrato com
equipes de execuo, ajustes nos projetos). Assim,temos o panorama geral dos canteiros de obras, na
qual a equipe de obras gasta grande parte do dia
resolvendo problemas urgentes. Esses, na maio-
ria das vezes, acontecem por falta de planejamento.
O mtodo mais conhecido internacionalmente entreas construtoras para a realizao de planejamento
de obras o Last Planner System, o qual utiliza trs
dimenses de planejamento: o estratgico, o ttico e
o operacional. O mtodo organiza a informao du-
rante a execuo das obras, alm de reduzir o tempo
com o desenvolvimento de cronogramas (cronogra-
mas Gantt) tradicionais. Dezenas de canteiros de
obras utilizam esse mtodo no Brasil, em especial
as construtoras do nordeste do Pas, apresentando
ganhos considerveis nas construes. Existem no
Pas quantidades suficientes de profissionais para
implantar esse mtodo nas empresas.
Apesar de serem atividades bem diferentes, as
equipes de planejamento e de controle de obrasdevem realizar suas aes conjuntamente por meio
de trocas de informaes organizadas e dinmicas
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e tomadas de deciso integradas.
Do mesmo modo que preciso repensar a fase deprojetos, dividindo claramente em projeto do pro-
duto e projeto do processo, necessrio tambm
repensar a fase de execuo das obras, fracionando
em equipes de planejamento e de controle de obras
e definindo metas claras para cada uma delas.
Mais detalhes de como executar obras dentro desta
viso de planejamento de obras e controle de obra
est disponvel em Preparao da Execuo das
Obras publicao impressa dos autores Ana Lcia
Rocha de Souza e Silvio Burratino Melhado, da edi-
tora O Nome da Rosa, publicado em 2003.
Tambm sero discutidas estas questes no grupo
de discusso Primeiros Passos em BIM para Cons-
trutoras na rede social LinkdIn
.
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Entendendo BIM52
Entendendo oBIM
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No captulo anterior analisou-se o projetoe a exe-
cuo das obras dentro de uma estrutura tcnica esob o ponto de vista da informao, quem so seus
responsveis, como elas fluem, para que so usadas
etc. Neste captulo, apresenta-se um entendimento
sobre BIM dentro dos dois alicerces base para o pri-
meiro entendimento sobre a tecnologia: a colabora-o e o modelo computacional (modelo BIM).
Como visto no incio do captulo de contextualiza-
o, evoluindo a colaborao sem o uso de um mo-
delo computacional, haver dificuldade para gerir
as informaes de um empreendimento, e se avan-
ar apenas no uso do modelo computacional (sem
avanar com a colaborao) surgir a dificuldade
em fazer com que toda a informao disponvel e
organizada seja efetivamente transformada em ga-
nhos para o empreendimento.
A colaborao definir como os profissionais de-
tentores do conhecimento tcnico se relacionam
em busca de solues complexas e inovadoras e o
modelo BIM como base para a modelagem da in-formao necessria para alimentar a equipe cola-
borativa durante a execuo do empreendimento.
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Entendendo BIM54
COLABORAO
O conhecimento necessrio para o desenvolvimen-
to de um empreendimento est nos profissionais
envolvidos no projeto. Na essncia, cada profissio-
nal contribui com aquilo que mais tem know-howpara atingir o objetivo do projeto. A forma como
esses especialistas se relacionam est diretamen-
te ligada maximizao das suas contribuies ao
projeto. Como exemplo, profissionais que pouco
participam das reunies ou trocas de ideias com orestante da equipe de projetos tendem a entregar
solues menos compatveis com as demais solu-
es propostas pela equipe.
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Equipe Colaborativa
Uma caracterstica dos projetos ter objetivos, po-
dendo ser dos mais bvios e simples at os mais
complexos e desafiadores. Com os objetivos defini-
dos, uma das necessidades estabelecer quais os
recursos disponveis e/ou necessrios para atender
essas metas. Tratando-se dos recursos humanos,
algumas consideraes so as mais utilizadas para
a sua definio, como a disponibilidade, a proximi-
dade, a confiana, a experincia, o custo, a forma
de relacionamento e o comprometimento de um
determinado profissional (recurso humano). Em
projetos menos arriscados, o comprometimento, a
disponibilidade e os custos podem ser as principais
caractersticas necessrias. Em projetos mais com-plexos, a confiana e experincia podem ser decisi-
vas para montar a equipe.
Para a formao da equipe necessria anlise da
composio da equipe como um todo. A base est nas
disciplinas tradicionais para a realizao do projetoe, caso haja metas especficas ou complexidades no
projeto, pode ser necessrio a contratao de profis-
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Entendendo BIM56
sionais especialistas. Nem todos precisam atuar des-
de o incio ao fim do projeto e, nesse caso, importan-te analisar especialmente sua forma de atuao.
Um projeto avana medida que so tomadas de-
cises e, portanto, a forma de participao de cada
profissional ponto chave para o bom uso dos re-
cursos. Profissionais dispostos a participar de equi-pes colaborativas precisam atuar focados na meta
do projeto como prioridade e, em segundo plano,
suas necessidades como profissional e/ou empresa.
Quanto mais e melhores forem as solues pro-postas por cada um dos profissionais, melhor tende
a ser a tomada de deciso final. Uma das dificul-
dades est no fato das solues se adequarem s
metas do projeto e tambm estarem integradas s
solues dos outros profissionais. Quanto mais fle-xveis forem as solues e o profissional, maiores
as chances de ser encontrado o melhor caminho.
Em alguns casos, preciso que o profissional re-
cue em algumas decises para que outra soluo,
de outro profissional com mais resultado para oprojeto como um todo, seja mantida, mesmo isso
fazendo-o retrabalhar. Esse o foco no objetivo do
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projeto e envolve uma reavaliao de cultura de
projeto dos profissionais do setor.O comprometimento do profissional deve receber
ateno especial nesses projetos. preciso estar
atento ao andamento do mesmo, s necessidades
dos outros profissionais da equipe e aos momentos
certos de trazer novas questes e solues. Em pro-cessos colaborativos, cumprir com seu papel bus-
cando as metas do projeto so a base para que toda
a equipe avance.
Contratao dos profssionais
Como visto, a mudana bsica necessria dos profis-
sionais para atuarem de forma mais colaborativa est
em focar nas metas do projeto e apenas em segundo
plano na entrega final dos seus respectivos projetos.
Desta forma preciso repensar como os projetistas
devem ser remunerados. Hoje, muitas das propos-
tas de prestao de servios de projetos se baseiamna quantidade de metros quadrados previstos para
o empreendimento, e a partir disto variando pelo
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Entendendo BIM58
prazo necessrio de elaborao, pela quantidade
de repeties dos espaos existentes no projeto (por
exemplo, pavimentos tipo), dentre outras. Nota-se
que as consideraes feitas para a elaborao des-
tas propostas esto diretamente ligadas ao esforo
braal necessrio para gerar os desenhos, memo-
riais, etc, os documentos produto daquela presta-o de servios.
Partindo para desenvolver servios focados nas me-
tas do projeto, uma proposta de prestao de servios
de projetos deve considerar a complexidade de atin-
gimento das metas, e a partir disto, variar seu valorpor exemplo, pelo nmero de solues do projeto com
as quais as suas solues propostas devem ser com-
patveis (por exemplo, edificaes com certificao de
qualidade exigem padres de materiais especficos),
pela organizao do fluxo de informaes duran-te o projeto, pela quantidade de solues estimadas
necessrias at se encontrar a soluo final, entre
outros. Assim, a proposta estar relacionada mais
diretamente experincia dos profissionais e sua ca-
pacidade de agregar valor ao projeto que na sua efi-cincia em gerar documentos (desenhos, memoriais,
revises, detalhes) como produtos finais.
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Dentro disso, existem algumas formas conhecidas
de efetivar o contrato com estes profissionais. Por
exemplo: um valor fixo para os custos de desenvolvi-
mento do projeto (valores mais baixos no incio) com
um bnus pelo sucesso ao final do projeto relacio-
nado ao atingimento das metas. Ou ainda, valores
pagos por quantidade de horas trabalhadas ou porsolues apresentadas.
Gerenciamento da Equipe
Escolher os recursos certos para o desenvolvi-
mento do projeto to importante quanto decidir
o gerente ou coordenador. Esse profissional tem o
papel principal na integrao da equipe, auxiliando
a todos no cumprimento das metas e buscando aeficincia no uso dos recursos disponveis.
Considerando o projeto como uma sequncia de to-
madas de deciso, o gerente organiza o andamento
do projeto e fomenta solues at que estas se en-
quadrem s metas, alm de atender a equipe comas informaes necessrias para que os profissionais
desenvolvam suas solues com eficincia e eficcia.
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Entendendo BIM60
Sob o ponto de vista da tecnologia da informao, a
matria-prima para uma boa tomada de deciso a
informao. Quem melhor processar as informaes
do projeto, mais poder contribuir para o seu desen-
volvimento. Assim, a gesto da informao durante
o desenvolvimento do projeto tem impacto direto na
qualidade do produto final. preciso garantir que as
informaes certas estejam disposio dos profis-
sionais da equipe na hora certa. Tomadas de deciso
feitas sem as informaes corretas ou necessrias
acarretam em retrabalhos ou na diminuio da qua-
lidade do projeto entregue.
A complexidade dos projetos tem ultrapassado a ca-
pacidade humana de geri-los, sobretudo pelo enor-
me volume de informaes disponveis e necessrias,
e para se adequar esta realidade, como ferramenta
para a gesto da informao, vrias reas do conhe-cimento tm usado modelos computacionais.
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Figura 4 Ciclo da criao do conhecimento, Prof. Dr. Srgio Scheer
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Entendendo BIM62
Coordenao de Projetos e Coordenao BIM
Seja qual for o formato da cadeia de valor do pro-
jeto determinado para o empreendimento, dentro
das construtoras h a necessidade de realizar a co-
ordenao do projeto, que atua desde o incio da
participao da construtora na cadeia de valor at
que a equipe de obras (equipe de planejamento e
controle) assuma o projeto em sua totalidade. Em
especial onde este papel do coordenador de pro-
jetos desempenhado por um profissional espec-
fico, sua atualizao pode se estender at o final
da execuo das obras. No entanto, percebe-se que
muitas so as construtoras (sobretudo aquelas de
pequeno porte) onde esta funo desempenhada
pela prpria equipe de execuo de obras.Este trabalho de coordenao pode ser baseado
nas instrues do Project Management Institute
(PMI), instituio internacional sem fins lucrativos
que padroniza questes de gesto de projetos, ou
em mtodos geis de gesto, conceitos estes maisadaptados dinmica de projetos da construo ci-
vil atual.
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Na prtica, estes profissionais atuam nas questes
legais para a execuo das obras, na gesto dos do-cumentos a serem enviados obra, na produo do
projeto do processo construtivo (questes prvias
de canteiro de obras, anlises e documentos, de
prazo e custo), contratao de equipes de operrios
para a execuo das obras, contato com principaisfornecedores, entre outros.
Em projetos desenvolvidos no conceito BIM, deve
ser acrescentado s atividades exercidas pelo co-
ordenador, as questes de colaborao da equipe,
de gesto das informaes e gesto do modelo BIM.
No que tange colaborao, o coordenador de pro-
jetos precisa estar atento em fomentar na equipe
as solues necessrias para o projeto, discutindo
no momento certo com os profissionais certos, pos-sibilidades para o encontro da soluo final. Tam-
bm o coordenador precisa alinhar os processos
de desenvolvimento de projetos para parte de cada
projetista, de forma que cada profissional da equipe
tenha as informaes necessrias para desenvol-ver seu trabalho no ritmo e caminho certos para
o projeto. Os profissionais da equipe colaborativa
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Entendendo BIM64
precisam ter o coordenador como um apoio para o
desenvolvimento das suas atividades. O papel mais
importante do coordenador BIM manter a moti-
vao da equipe em atingir a meta dos projetos.
Alm da colaborao, o coordenador de projetos
precisa ampliar sua viso sobre a gesto das in-
formaes que so trocadas durante o desenvolvi-mento do projeto. Sabendo quais as questes a se-
rem decididas em um determinado momento (por
exemplo, uma pauta de reunio a ser realizada), o
coordenador precisa identificar e buscar as infor-
maes necessrias para uma tomada de decisoconsistente e coerente. Identificar de onde devem
vir estas informaes (por exemplo, se de algum
profissional, se de um instrumento normativo ou se
do modelo BIM). Para fechar, o coordenado preci-
sa armazenar e repassar as informaes referentess decises tomadas. Ainda, quanto comunicao
das informaes, so precisos critrios para deter-
minar canais, meios e veculos de comunicao. Por
exemplo, decises que podem impactar considera-
velmente o projeto devem ser feitas em reunies deforma verbal, no sendo aconselhvel faz-las via
correio eletrnico.
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Para finalizar os trs quesitos que o coordenador
deve acrescentar ao seu trabalho, este deve gerir odesenvolvimento do modelo BIM. Ser visto ainda
neste captulo que o modelo BIM pode ser entendido
tal como uma programao de software (programa-
es em HTML, Java, PHP, Delphi, C#, etc.), e assim
fica fcil o entendimento de que para um softwarefuncionar, vrias so as programaes que precisam
se juntar de forma alinhada. Um modelo BIM funcio-
na da mesma forma. Este modelo pode ser desen-
volvido por um nico profissional (o que acontece no
incio do uso da tecnologia) como serem feitos pordiversos envolvidos, por exemplo, cada profissional
desenvolve o modelo de sua especialidade.
De qualquer maneira, preciso a definio de padres
de modelagem dependendo de cada uso do BIM. Des-
de os padres mais simples para BIM 3D, aos mais
complexos para BIM 5D, 6D, etc, por exemplo.
Ainda, realizada a programao (gerao) dos modelos,
o coordenador precisa ser o responsvel pelo conte-
do do modelo, os dados nele inseridos, bem como dasinformaes modeladas sobre ele. Um modelo progra-
mado incorretamente e/ou contendo dados incorretos,
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Entendendo BIM66
por gerar informaes erradas e que podem desviar
uma tomada de deciso, reduzindo sua qualidade, e
consequentemente, a qualidade do projeto final.
Devido a estas novas complexidades, pode existir em
um projeto o coordenador de projetos e o coordena-
dor BIM, trabalhando horizontalmente na busca pe-
las metas. Ainda, estes profissionais podem ser partedo corpo tcnico da empresa como podem ser mais
um terceirizado a ser contratado a cada projeto, tal
como acontece com os projetistas em geral.
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O MODELO
Um modelo computacional tem como objetivo ser
uma base de dados slida, em cima da qual so
modeladas (geradas) informaes para alimentar
a equipe colaborativa.
As informaes sendo geradas a partir de um ban-
co de dados nico trazem a confiana de que essas
estaro corretas e atualizadas uma vez que toda
a equipe o alimenta. Por consequncia, as toma-
das de deciso sero mais assertivas, melhorando
substancialmente o produto resultante do projeto.
Alm de fornecer um contedo mais preciso, o mo-
delo computacional deve aumentar a quantidade
de informaes durante o projeto. Portanto, se paracada soluo proposta pela equipe colaborativa
obtiver-se mais informaes sobre seus impactos
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Entendendo BIM68
Figura 5 Componentes de software na gerao de um Modelo Computacional em Projeto
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no projeto como um todo, outra vez, melhores e
mais assertivas sero as tomadas de deciso.Com modelos computacionais como base para a
modelagem da informao da construo, conse-
gue-se realizar desde projetos compatibilizados fi-
sicamente e com quantitativos precisos, at desen-
volver projetos de alto desempenho, como projetosde edificaes altas executadas em dias recordes.
Modelo Fsico
Modelos fsicos so utilizados h muito tempo pela
engenharia com vrios objetivos, entre eles, para
complementar clculos matemticos em projetos
complexos. Esses modelos so construdos utili-
zando materiais com propriedades semelhantes
queles a serem utilizados na construo do pro-
duto final. Assim, possvel simular o desempenho
e a performance das estruturas, por exemplo.
Um dos maiores modelos reduzidos do mundo oda Usina Hidreltrica de Itaipu, cuja barragem do
modelo possui 250 m de comprimento. O Instituto
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Entendendo BIM70
Lactec, localizado no Centro Politcnico da Univer-
sidade Federal do Paran, em Curitiba, abriga atu-
almente um modelo reduzido da Usina Hidreltrica
de Belo Monte, em uma escala de 1:110.
Contextualizando, com esses modelos reduzidos
prontos, os profissionais realizam simulaes com
diferentes nveis de gua na barragem e vazo degua, por exemplo, e conseguem medir impactos de
presso, velocidade das turbinas, entre outros in-
meros ensaios. Na essncia, so extradas informa-
es desses modelos que ajudam os profissionais a
validarem ou complementarem seus clculos.
A evoluo da informtica, tanto em software como
hardware, possibilita que esses prottipos (ou ainda,
arqutipos) sejam construdos virtualmente, pou-
pando tanto o prazo e custo da construo dos mo-
delos fsicos, quanto aumentando as possibilidades
de simulaes. Por exemplo, com um modelo virtual
mais fcil simular o aumento da altura da estrutu-
ra da barragem e os impactos na gerao de energia.
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Figura 6 Modelo Reduzido da Usina de Itaipu (http://goo.gl/h75chK)
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cisos e que envolvam vrias operaes com dados
distintos, utiliza-se um software de desenvolvimentode planilha eletrnica onde realizada uma progra-
mao para que os clculos sejam feitos automa-
ticamente assim que novos dados sejam inseridos.
Por exemplo, programamos uma planilha eletrnica
para clculos de viabilidade de empreendimentos, ea cada novo cenrio previsto, so inseridos novos da-
dos na planilha (no modelo de clculo), e este reali-
za os clculos de forma que podemos retirar novas
informaes sobre o novo cenrio.
Um modelo BIM tem a mesma funo de uma pla-
nilha eletrnica, no entanto desenvolvido em sof-
tware especfico para a construo civil, facilitando
sua programao e o input de dados.
Modelos BIM 3D, 4D, 5D, 6D nD
Com relao s dimenses de um modelo, essas
se referem a como ele est programado e, conse-quentemente, aos tipos de informao que sero
dele retiradas.
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Entendendo BIM74
Um modelo computacional contendo as informa-
es espaciais e qualidade do projeto (pilares, vigas,lajes, paredes, portas, janelas, tubulaes etc.) um
modelo 3D. Dele ser possvel extrair informaes
sobre a compatibilizao espacial do projeto, as es-
pecificaes de materiais e acabamentos, quantita-
tivo de materiais, solues para revestimento, entreoutros.
Ao programar um modelo BIM para receber in-
formaes de prazo (produtividade das equipes de
produo, nmero de equipes e sequncia constru-
tiva), esse receber o nome de modelo BIM 4D. Dele
sero retiradas informaes sobre o cronograma
da obra, como incio e trmino de cada atividade,
configuraes espaciais a cada etapa da execuo,
lead time e ritmo de produo, por exemplo.
Ainda, um modelo BIM programado para receber
informaes de custo dos servios (custo de ma-
teriais, mo de obra e equipamentos, despesas in-
diretas e bnus, etc.), receber o nome de modelo
BIM 5D. A partir desse, ser possvel retirar diver-sas informaes, entre elas o custo das atividades
da obra e as curvas ABC.
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modelo BIM 3D, 4D ou 5D, conseguir us-los em
um processo BIM 3D, 4D ou 5D. A equipe colabo-
rativa varia de acordo com a dimenso do mode-
lo, pois, se for utilizado um modelo BIM 4D em um
processo BIM 4D, importante que o engenheiro de
planejamento esteja presente equipe, assim, ele
ajudar nas decises. O que agrega valor ao projetono o modelo, e sim o BIM.
Interoperabilidade e Industry
Foundation Classes (IFC)
Seguindo o entendimento, o modelo BIM um mo-
delo computacional desenvolvido em softwares
voltados para a construo civil. Ele composto
por vrios modelos especficos, por exemplo, mo-delos de arquitetura, de estruturas, de planejamen-
to, de custos etc., que, quando esto em uma nica
plataforma, tornam-se um modelo integrado.
Em um primeiro momento de implantao de BIM
na construo civil do Pas, os padres utilizadospara o desenvolvimento dos modelos so definidos
pelos prprios usurios, normalmente da equipe de
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coordenao de projetos BIM.
A partir da familiaridade de desenvolvimento domodelo por mais empresas e profissionais, tende-
-se que cada um (arquitetos, engenheiros, plane-
jadores) desenvolva o seu prprio modelo. Neste
caso, entrar na pauta a questo da interoperabili-
dade de modelos, ou seja, como juntar todos estesmodelos especficos em um nico modelo, o mo-
delo integrado. Cada um desses modelos precisar
ser programado de forma a seguir uma nica pa-
dronizao, permitindo a integrao de todos eles.
Por exemplo, em qual modelo estar modelada a
cobertura da edificao, no de estruturas ou no de
arquitetura? Ou ainda se a sequncia de execuo
do revestimento externo da edificao projetada for
realizada por fachadas (primeiro a norte, depois aleste, sul e oeste, por exemplo), ento a arquitetu-
ra dever programar o modelo da arquitetura desta
forma.
Ao longo do desenvolvimento da tecnologia, v-
rios outros software BIM surgiro no mercado, porexemplo, software BIM para anlise de gerao de
resduos, para simulao de evacuao de edifica-
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do o IFC do modelo para o profissional responsvel.
Essa linguagem gerida pela BuildingSmart.
NORMATIZAO
Duas aes no sentido de normatizao da tecno-
logia BIM no Brasil j esto sendo feitas pela Asso-ciao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).
Diferentemente do CAD, um modelo BIM no for-
mado por um conjunto de linhas, crculos e textos,
mas sim por um conjunto de componentes, tam-bm chamados de famlias, como portas, janelas,
paredes, tubulaes, etc.
O Grupo de Trabalho de Componentes BIM da Co-
misso de Estudo de Modelagem da Informao da
Construo (ABNT/CEE-134) trabalha com o obje-tivo de padronizar os componentes BIM. Assim, os
fornecedores do setor podero criar e disponibilizar
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os componentes dos seus produtos, j baseados em
de um padro, garantindo que quaisquer profissio-
nais que utilizem softwares normatizados podero
incluir tais componentes em seus modelos.
Outra norma em desenvolvimento a NBR 15965,
cujo objetivo definir a terminologia, os prin-
cpios do sistema de classificao e os grupos declassificao para o planejamento, projeto, geren-
ciamento, obra, operao e manuteno de empre-
endimentos da construo civil. Na prtica, todos
os termos utilizados na construo civil (materiais,
equipamentos, servios, espaos, unidades etc.)esto sendo padronizados e itenizados, facilitando
a troca de informaes entre agentes nacionais e
internacionais.
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CONSIDERAES DE BIM
Veja o seguinte exemplo: O coordenador de projetos
BIM Jorge, ao chegar no escritrio, liga seu compu-
tador, abre o software BIM e acesso o modelo refe-
rente ao empreendimento que ele est coordenado,
iniciando a anlise do projeto hidrulico. O modelo
BIM permite-o observar que uma prumada de es-
goto est passando sobre a porta do salo de festas
da edificao. Logo, aps essa constatao no mo-
delo BIM, ele escreve o seguinte texto em um bloco
de papel ao lado: A prumada TQ-03 est passando
pela porta do Salo de Festas, no andar trreo. O
Jorge acaba de modelar uma informao usando
um modelo computacional.Essa informao demanda uma tomada de deciso,
visto que o projeto no poder ir para a obra com
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As informaes fluem em um empreendimento
da construo civil por intermdio de desenho em
prancha, memoriais descritivos, e-mails, telefone-
mas, mensagens por smartphones, dashboards,
via Enterprise Resources Planning (ERPs), notas
fiscais, fichas de verificao de servios, medies,
fotografias, discusses diretas etc.Utilizando as trs reas da construtora (projeto,
planejamento e controle), as trocas de informaes
devem ser rpidas e precisas, por exemplo:
A equipe de planejamento:
Traz do projeto informaes a respeito
de uma atividade especfica que deve
comear no canteiro de obras;
Revisa o projeto e define as restries
para que essa atividade inicie na data
prevista no canteiro de obras;
Traz informaes tticas da empresa
(fluxo de caixa, estoque, medies do
cliente etc.) e do canteiro de obras, pro-
cessa e define o planejamento operacio-
nal (aquilo que ser efetivamente reali-zado no canteiro na prxima semana);
Gera documentos com essas infor-
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notcia de que no h material para uma equipe de
produo continuar suas atividades e no se sabe
ainda quais e quantos materiais so necessrios
adquirir.
Por outro lado, por experincias em projetos BIM,
fcil identificar os ganhos da tecnologia mesmo
ainda no incio do projeto e, ainda que usando mo-delos BIM 3D, apenas para extrao de quantita-
tivos e compatibilizao de projetos. Isso motiva
aqueles envolvidos iniciantes a continuar a busca
por novos ganhos.
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O retngulo representa entidades externas (profis-
sionais, departamentos, fornecedores) que recebem
e enviam dados ao sistema. A flecha representa o
fluxo de dados de um ponto a outro, sendo que to-
das devem possuir uma descrio dos tipos de da-
dos trocados. O retngulo com bordas arredondadas
identifica um processamento dos dados, ou seja, eles
entram de uma forma, e o retngulo aberto define
os locais de armazenamento de dados.
Na figura 10 um DFD exemplo de empresas de
construo civil de pequeno e mdio porte, e na fi-
gura 11 a descrio de cada um dos fluxos.
A anlise desse diagrama deve ser preparada sob
uma viso estratgica de melhorias identificadas
como necessrias para a empresa. Feito isso, pos-
svel verificar com clareza quais os fluxos de infor-
mao devem ser melhorados e ento preparar um
modelo BIM que permita a extrao desses dados.
Esse levantamento pode ser realizado por um pro-
fissional da empresa e necessita de poucas horas
para ser feito.
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Figura 10 de BERNARDES em 2001
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