LEITURA DE
TEXTOS
CIENTÍFICOS:
DIRETRIZES
LER É
Processo de decodificação e
compreensão de uma mensagem
escrita por um autor, em uma
determinada época e cultura.
Discurso sobre as
ciências e as artes.
Jean-Jacques
Rousseau, 1750. Pai, afasta de mim
este cálice. Chico
Buarque
A leitura, ou seja, a decodificação e
compreensão de textos científicos consiste em
seguir o encadeamento lógico dos
mesmos através da apresentação dos dados
objetivos sobre os quais tais textos
estão fundados.
DELIMITAÇÃO DA UNIDADE DE LEITURA
A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o
estabelecimento de uma unidade de leitura.
Unidade é um setor do texto que forma uma
totalidade de sentido. Assim, pode-se considerar
um capítulo, uma seção, ou qualquer outra
subdivisão.
(...) apenas terminada a análise de uma unidade
é que se passará à seguinte.
(...)O estudo da unidade deve ser feito de
maneira contínua. SEVERINO, 51.
A ANÁLISE TEXTUAL
(...) leitura atenta mas ainda corrida (...). A
finalidade da primeira leitura é uma tomada
de contato (...) buscando-se uma visão
panorâmica, uma visão de conjunto do
raciocínio do autor. 51
(...) levantamento de todos aqueles elementos
básicos para a devida compreensão do texto:
autor do texto, vocabulário, referências a fatos
históricos, a outros autores e especialmente a
outras doutrinas . 52
A ANÁLISE TEMÁTICA
(...) ouvir o autor, apreender, sem intervir
nele, o conteúdo da mensagem. (...) fazer
ao texto uma série de perguntas cujas respostas
fornecem o conteúdo da mensagem. 53
tema ou assunto: do que fala o texto? (...)
é preciso captar a perspectiva de abordagem
do autor: tal perspectiva define o âmbito
dentro do qual o tema é tratado, restringindo-o
a limites determinados. 54
Problema: como o assunto está
problematizado? Qual dificuldade deve ser
resolvida? Qual o problema a ser
solucionado? A formulação do problema nem
sempre é clara e precisa no texto, em geral é
implícita, cabendo ao leitor explicitá-la.
Ideia central, proposição fundamental ou tese:
como responde à dificuldade, ao problemalevantado? (...) que ideia defende, o que quer
demonstrar? (...) Normalmente, a tese deveria ter
formulação expressa na introdução da unidade,
mas isto não ocorre sempre, estando, às vezes,
difusa no corpo da unidade. 54
OBSERVAÇÕES
Normalmente, a tese deveria ter
formulação expressa na introdução da
unidade, mas isto não ocorre sempre,
estando, às vezes, difusa no corpo da
unidade. 54
Na explicação da tese sempre deve ser
usada uma proposição, uma oração, um
juízo completo e nunca apenas uma
expressão como ocorre no caso do tema.
55
Argumentação : como o autor demonstra sua
tese, como comprova sua posição básica?
Qual foi o seu raciocínio?
É através do raciocínio que o autor expõe,
passo a passo, seu pensamento e transmite sua
mensagem. O raciocínio (...) é o conjunto de
ideias e proposições logicamente encadeadas,
mediante as quais o autor demonstra sua
posição ou teses. Estabelecer o raciocínio de
uma unidade de leitura é o mesmo que
reconstituir o processo lógico, segundo o qual o
texto deve ter sido estruturado. 55
Ideias secundárias: Quais os temas
paralelos? Para levantar tais ideias,
basta ler o texto perguntando se a
unidade ainda é questão de outros
assuntos.
Observação: não são indispensáveis 55
A ANÁLISE INTERPRETATIVA
Interpretar, em sentido restrito, é tomar uma
posição própria a respeito das ideias
enunciadas, é superar a estrita mensagem do
texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um
diálogo, é explorar toda a fecundidade das
ideias expostas, é cotejá-las com outras. Bem se
vê que esta última etapa da leitura analítica é a
mais delicada, uma vez que os riscos de
interferência da subjetividade do leitor são
maiores, além de pressupor outros instrumentos
culturais e formação específica. 56
primeira etapa (...) situar o pensamento
desenvolvido na unidade na esfera mais ampla
do pensamento geral do autor (...) tal como é
conhecido por outras fontes.
A seguir (...) situar o autor no contexto mais
amplo da cultura filosófica geral (...).
Depois disso (...) explicitam-se os pressupostos
que o texto implica. Tais pressupostos são idéias
nem sempre claramente expressas no texto, são
princípios que justificam (...) a posição assumida
pelo autor, tornando-a mais coerente dentro de
uma estrutura rigorosa. 56
Em outro momento (...) estabelece-se uma
aproximação e uma associação das ideias
expostas no texto com outras ideias semelhantes
que eventualmente tenham recebido outra
abordagem, independentemente de qualquer
tipo de influência. 56
Observação: Essa etapas da análise
interpretativa dependem dos objetivos da
leitura
ANÁLISE INTERPRETATIVA: A CRÍTICA
Primeiro do que tudo e
segundo do que nada: O
que é Crítica?
1 Segundo a tradição, arte e habilidade
de julgar a obra de um autor
2 Exame racional, indiferente a
preconceitos, convenções ou dogmas, tendo
em vista algum juízo de valor
3 Derivação: por extensão de sentido.
atividade de examinar e avaliar
minuciosamente tanto uma produção
artística ou científica quanto um costume, um
comportamento; análise, apreciação,
exame, julgamento, juízo
Ex.: <c. literária, musical> <c. de teatro, de
cinema>. Houaiss
o texto pode ser julgado levando-se
em conta sua coerência interna;
até que ponto o autor conseguiu atingir,
de modo lógico, os objetivos que se
propusera alcançar; (...) até que ponto o
raciocínio foi eficaz na demonstração da
tese proposta e até que ponto a
conclusão (...) está realmente fundada
numa argumentação sólida e sem falhas,
coerente com as suas premissas e com
várias etapas percorridas. 57
o texto pode ser julgado levando-se
em conta sua (...) originalidade,
alcance, validade e contribuição que
dá à discussão do problema.
até que ponto o autor consegue uma
colocação original, própria, pessoal, superando
a pura retomada de textos de outros autores,
até que ponto o tratamento dispensado por ele
ao tema é profundo e não superficial e
meramente erudito; trata-se de saber ainda
qual o alcance, ou seja, a relevância e a
contribuição específica do texto para o estudo
do tema abordado.
Crítica Pessoal
exige maturidade intelectual (...); viável
desde o momento em que a vivência pessoal do problema tenha alcançado
níveis que permitam o debate da
questão tratada. (...) o objetivo último da
formação científico-filosófica é o amadurecimento da reflexão pessoal
(...). É por isso que a leitura analítica
metodologicamente realizada é
instrumento adequado e eficaz para o amadurecimento intelectual do
estudante. 57
PROBLEMATIZAÇÃO
Retoma-se todo o texto, tendo em vista o
levantamento de problemas relevantes para a
reflexão (...) Os problemas podem situar-se no
nível das três abordagens anteriores; desde
problemas textuais, os mais objetivos e
concretos até os mais difíceis problemas de
interpretação. 58
Problematização Problema
SÍNTESE PESSOAL
Reelaboração pessoal da mensagem;
desenvolver a mensagem mediante retomada
pessoal do texto e raciocínio personalizado;
elaborar um novo texto, com redação própria,
com discussão e reflexão pessoal. 61
CRÍTICA
PESSOAL
SÍNTESE
PESSOAL
Síntese
Problematização
Análise interpretativa
Análise Temáticas
Análise Textual
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