269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e
Venda de carros registou no ano passado o melhor resultado desde 2010 Mercado automóvel cresceu 24% em 2015 e continuou a recuperar pelo terceiro ano consecutivo. Vendas voltaram a superar a barreira dos 200 mil veículos, mas ainda estão abaixo da média dos últimos 15 anos Economia, 16
Novo modelo de avaliação será apresentado até sexta-feira, com um só exame até ao 9.º p8
Sugestão polémica propõe retirada de nacionalidade a terroristas que só tenham passaporte francês p22
Reguladora da Saúde proíbe empresa de continuar a publicitar serviços de forma enganosa p10/11
Obra a editar em Fevereiro põe em causa autoria de três quadros que integram a colecção do Prado p28/29
Maioria dos candidatos à Presidência exclui uso da “bomba atómica” se Governo não cumprir promessas p6/7
Governo propõe aferição e só um exame no básico
Socialistas já falam em tornar apátridas radicais condenados
ERS veta publicidade que prometia pôr “Portugal a sorrir”
Em busca do Bosch verdadeiro, entre boas e más notícias
Candidatos dizem não à dissolução do Parlamento
ADNAN ABIDI/REUTERS
Ruben Faria foi segundo na primeira etapa a sério do Dakar 2016 p42TER 5 JAN 2016EDIÇÃO LISBOA
Ano XXVI | n.º 9394 | 1,20€ | Directora: Bárbara Reis | Adjuntos: Nuno Pacheco, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora Internacional e de Parcerias: Simone Duarte | Directora Criativa: Sónia Matos
ISNN:0872-1548
Muçulmanos xiitas de Nova Deli queimam efígie do rei da Arábia Saudita, em protesto contra a execução, no sábado, do xeque Nimr al-Nimr
UTOPIASA CIÊNCIA EM BD: O QUE IMPORTA É O CAMINHOEspecial, 4/5
RUPTURA ALVO DA FÚRIA DO MUNDO XIITA, ARÁBIA SAUDITA CORTA RELAÇÕES COM IRÃO Destaque, 2/3 e Editorial
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
MÉDIO ORIENTE
Aliados da Arábia Saudita rompem com o Irão
Quando o rei Salman tomou
posse, há um ano, o analista
saudita Aimen Dean escre-
veu que a Arábia Saudita
iria “assumir uma posição
mais combativa em rela-
ção ao Irão e aos seus aliados”. A
26 de Março, enquanto o ministro
dos Negócios Estrangeiros iraniano,
Mohammad Zarif, estava na Suíça a
discutir o acordo sobre o programa
nuclear iraniano — assinado a 14 de
Junho —, aviões sauditas começavam
a largar bombas sobre os rebeldes
houthis, tribo iemenita de confi s-
são xiita, que Riad acusa Teerão de
fi nanciar e controlar.
Apesar das previsões de Dean e
de outros analistas, a execução, no
sábado, do xeque Nimr, um líder
religioso da minoria xiita saudita,
apanhou muitos desprevenidos. O
mesmo aconteceu com a decisão
saudita, domingo, de suspender os
laços diplomáticos com o Irão, jus-
tifi cada pelo ataque à embaixada de
Riad em Teerão num protesto pela
execução de Nimr.
No mesmo dia em que executavam
Nimr, os sauditas declararam o fi m
unilateral do cessar-fogo em vigor no
Iémen desde 15 de Dezembro. “Isto
é uma escalada que vai lançar o caos
na região”, comentou à Al Jazira o
analista libanês Joseph Kechichian.
Sudão e Bahrein juntaram-se en-
tretanto aos sauditas e anunciaram
o corte de relações com o Irão, en-
quanto os Emirados Árabes Unidos
chamaram o seu embaixador em
Teerão. Do outro lado, o Governo
iraquiano enfrenta pressões para en-
cerrar a embaixada saudita em Bag-
dad, reaberta apenas em Dezembro,
25 anos depois de iraquianos e saudi-
tas terem cortado relações, quando
Saddam Hussein invadiu o Kuwait.
Manifestações diante de repre-
sentações sauditas repetiram-se um
pouco por todo o lado onde há gran-
des comunidades xiitas: de novo no
Irão, onde se queimaram bandeiras
dos Estados Unidos e de Israel; no
Bahrein (onde a maioria xiita é go-
vernada por uma família sunita e os
protestos foram fortemente repri-
midos); no Iraque (único país árabe
com um Governo xiita), onde a em-
baixada foi atingida por um rocket.
Duas mesquitas sunitas no Iraque
foram alvo de atentados que fi zeram
uma vítima mortal e o responsável
pelo chamamento para as orações
de uma terceira mesquita foi tam-
bém morto, com Bagdad a acusar
“infi ltrados” de quererem “reavivar
a violência entre xiitas e sunitas” que
devastou o país entre 2006 e 2010.
Houve ainda protestos no Líbano,
Turquia, Paquistão e na Caxemira
indiana, assim como em Qatif, a re-
gião do xeque Nimr, onde os seus
familiares apelaram à calma.
Em Teerão, os manifestantes tam-
bém gritaram contra o seu próprio
Governo, por terem sido os sauditas,
e não os iranianos, a romper os laços
diplomáticos.
Hezbollah acusam sauditasOs políticos iranianos têm-se manti-
do controlados nas suas declarações,
ao contrário do verdadeiro líder do
país, o ayatollah Ali Khamenei, que
descreveu Nimr como “um mártir
oprimido” e anteviu que “uma vin-
gança divina vai abater-se sobre os
políticos sauditas”. No Líbano, o lí-
der do grupo xiita Hezbollah, apoia-
do por Teerão, afi rmou que a morte
do xeque saudita é “uma mensagem
de sangue”. Os “Saud [nome da famí-
lia real] querem um confl ito sunita-
xiita, foram eles que o iniciaram e
estão a provocá-lo em todo o lado”,
acusa Hassan Nasrallah.
grande país persa e xiita, é antiga e
ambos a travam como se disso de-
pendesse a perpetuidade dos seus
próprios regimes autoritários. Te-
erão, aliás, acusou o rei Salman de
executar Nimr, um dos 47 condena-
dos à morte executados no sábado,
e cortar os laços com o seu país para
distrair os sauditas da situação eco-
nómica. Em 2014, o lucro obtido com
o petróleo diminuiu 23% no país.
“O Irão compromete-se a provi-
denciar segurança diplomática co-
mo indicam as convenções interna-
cionais. Mas a Arábia Saudita, que se
alimenta de tensões, usou este inci-
dente [o ataque à embaixada] para
as aumentar”, afi rmou o porta-voz
do Ministério dos Negócios Estran-
geiros, Hossein Jaberi Ansari.
As divisões entre as duas princi-
pais seitas do islão, sunitas e xiitas,
não têm parado de crescer no Médio
Oriente desde a invasão do Iraque,
em 2003. A coligação de nações su-
nitas que Riad formou para comba-
ter os rebeldes iemenitas aumentou
ainda mais as tensões — e fez crescer
o sectarismo no Iémen, onde nun-
ca tinha havido grandes distinções
religiosas.
Alguns analistas acreditam que
a atitude saudita tem por objectivo
Sudão e Bahrein também cortam relações com Teerão, onde embaixada saudita foi invadida no sábado, num protesto contra a execução do xeque Nimr al-Nimr
Sofia Lorena Riad cortou ainda relações comerciais e ligações aéreas com o Irão, para onde os seus súbditos estão proibidos de viajar. Emirados Árabes Unidos chamaram embaixador em Teerão
Entretanto, a monarquia saudita
fez saber que a suspensão das rela-
ções não se fi ca pela expulsão dos
diplomatas: Riad vai cortar todas as
relações comerciais e o tráfego aéreo
entre os dois países e proibiu os seus
cidadãos de viajarem para o Irão. De
Teerão já saíram 80 sauditas, diplo-
matas e seus familiares.
A luta de poder pela hegemonia
regional entre o reino dos lugares
santos do islão, Meca e Medina, e o
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | DESTAQUE | 3
antecipar o levantamento das san-
ções internacionais, que acontecerá
em breve e permitirá ao Irão voltar a
exportar petróleo para vários países
ocidentais, recuperando assim a sua
economia e regressando ao estatu-
to de potência regional que sempre
reclamou. O ideal, para Riad, seria
provocar Teerão a fazer algo que pu-
sesse em causa o acordo sobre o seu
programa nuclear.
Mesmo descrevendo o ataque à
embaixada saudita como “deplorá-
vel”, o secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, considerou “o anúncio do
corte de relações com Teerão extre-
mamente preocupante”.
Para além do Iémen, o processo
de paz na Síria será com grande pro-
babilidade outra baixa desta escala-
da regional. Riad e Teerão tinham-se
fi nalmente sentado à mesma mesa a
debater a crise síria em Dezembro e
deveriam participar nas negociações
entre o regime e a oposição com
início previsto para 25 de Janeiro.
Washington, Berlim, Londres e Pa-
ris têm repetido os apelos à calma,
mas não se antevêem passos nesse
sentido em breve: a pedido de Riad,
hoje vai realizar-se uma reunião da
Liga Árabe sobre “as ingerências do
Irão nos assuntos árabes”.
RAHEB HOMAVANDI/REUTERSTeerão voltou ontem a assistir a uma manifestação de protesto contra a execução, no sábado, do xeque xiita saudita Nimr al-Nimr pelo regime de Riad
EUA temem repercussões da escalada de tensão entre sauditas e iranianos
Os responsáveis da Adminis-
tração americana dizem
temer que a abrupta
escalada na tensão entre
a Arábia Saudita e o Irão
possa ter repercussões que
se estendam à luta contra o Estado
Islâmico, aos esforços diplomáticos
para pôr fi m à guerra na Síria e a
iniciativas mais abrangentes para
estabilizar o Médio Oriente.
Imediatamente a seguir ao anún-
cio da Arábia Saudita de que ia cortar
relações diplomáticas com Teerão,
depois de uma multidão ter invadi-
do a embaixada saudita no sábado
à noite, Washington pediu aos dois
lados para recuarem. “Acreditamos
que o diálogo diplomático e as con-
versações directas são essenciais
para a resolução das divergências”,
disse, domingo à noite, o porta-voz
do Departamento de Estado, John
Kirby. “Vamos continuar a apelar aos
líderes em toda a região para adopta-
rem medidas que contribuam para
acalmar a tensão”.
O apelo público à calma segue-se
aos já longos desentendimentos em
relação ao Irão e a outras questões
que ensombram as relações dos Es-
tados Unidos com a Arábia Saudita, o
seu mais poderoso aliado na região,
ameaçando provocar uma grave
ruptura.
Em privado, os responsáveis da
Administração americana criticam
os sauditas por terem provocado a
escalada deste fi m-de-semana com
a execução do xeque Nimr al-Nimr,
um destacado religioso xiita que foi
detido há dois anos e condenado à
morte sob acusação de ter fomen-
tado a revolta contra a família real
saudita. “O jogo que eles estão a jogar
é perigoso”, disse um responsável
americano, que falou a coberto de
anonimato. “Há repercussões maio-
res do que apenas a reacção a estas
Governo mais cooperante. Quando,
em Março, os sauditas começaram a
bombardear os rebeldes iemenitas
liderados pelas milícias da tribo hou-
thi, os EUA forneceram-lhes algum
apoio, ao mesmo tempo que critica-
ram de forma discreta a insistência
saudita em afi rmar que os houthis
não são mais do que um braço da
agressão iraniana.
Mais importante foi a oposição
saudita ao acordo sobre o programa
nuclear iraniano, que os negociado-
res liderados pelos EUA fi nalizaram
no Verão passado com Teerão. Assim
que o acordo estiver em prática, os
Estados Unidos e as outras potências
vão levantar as sanções internacio-
nais contra o Irão, canalizando di-
nheiro para os cofres do seu Governo
que Riad acredita que será gasto a
expandir a sua infl uência na região.
Tal como outros opositores do
acordo, dentro e fora dos EUA, a
Arábia Saudita acredita que o Irão
vai continuar a tentar desenvolver
armas nucleares em segredo. A Ad-
ministração americana discorda
frontalmente, alegando que as me-
didas de verifi cação e monitorização
acordadas — juntamente com os ter-
Karen DeYoungmos do acordo que obrigam Teerão
a desmantelar boa parte da sua in-
fra-estrutura nuclear — vão limitar
o programa iraniano à produção de
energia.
Washington tem também critica-
do com frequência o sistema judicial
saudita, em particular as decisões
que visam suprimir a dissidência
política pacífi ca. Apesar de não se
ter juntado à condenação internacio-
nal à prisão e condenação de Nimr,
fontes da Administração dizem que o
assunto tem sido repetidamente evo-
cado nos encontros privados com os
líderes sauditas, na medida em que
há o risco de ter repercussões na re-
gião e em todo o mundo muçulmano.
Mas, no geral, a Administração ame-
ricana acreditava, antes da execução
de Nimr, que, apesar das tensões oca-
sionais, as suas relações com o reino
tinham regressado a uma confortável
velocidade de cruzeiro, com a che-
gada ao trono do rei Salman, em Ja-
neiro, após a morte do meio-irmão,
o rei Abdullah.
A promessa de Obama, na Prima-
vera passada, de reforçar a assistên-
cia militar e a venda de armas aos
aliados do Golfo Pérsico logo após
o acordo com o Irão manteve as di-
vergências afastadas dos olhares pú-
blicos durante grande parte de 2015.
Mais recentemente, a Administração
empenhou-se em trazer sauditas e
iranianos para a iniciativa diplomáti-
ca que visa pôr fi m à guerra na Síria e
deixou que se empenhassem na luta
contra o Estado Islâmico.
No mês passado, Teerão e Riad es-
tiveram pela primeira vez à mesma
mesa e aceitaram um acordo, forjado
pelo secretário de Estado norte-ame-
ricano, John Kerry, para conseguir
juntar a oposição síria e os represen-
tantes de Assad em negociações com
vista à formação de um Governo de
transição e a eventuais eleições. Em
meados de Dezembro, na sequência
daquele acordo, Riad acolheu grupos
desavindos da oposição que aceita-
ram formar um comité negocial para
as conversações com o regime, sob
os auspícios da ONU, previstas para
25 de Janeiro.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Corte de relações pode complicar esforços diplomáticos para resolver guerra na Síria e a luta contra o Estado Islâmico
execuções”, incluindo possíveis da-
nos às “iniciativas para combater o
Estado Islâmico, bem como ao pro-
cesso de paz para a Síria”, avisa.
A Arábia Saudita deixou claro que
o desagrado americano em relação
aos acontecimentos do fi m-de-sema-
na é pouco relevante perante a sua
convicção de que o Ocidente está a
ceder ao Irão num conjunto de ques-
tões. “Já basta”, disse um responsá-
vel autorizado a falar sobre a política
saudita, sob condição de anonimato.
“Teerão tem desrespeitado o Ociden-
te, uma e outra vez, continuando a
patrocinar o terrorismo, a lançar
mísseis balísticos e ninguém está a
fazer nada em relação a isso.” “Sem-
pre que os iranianos fazem algo, os
Estados Unidos recuam. Os sauditas
são os únicos a fazer qualquer coisa”,
afi rmou o responsável.
“Estamos determinados a não dei-
xar o Irão minar a nossa segurança”,
anunciou o ministro dos Negócios
Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir,
numa conferência de imprensa em
Riad, no domingo. “Estamos deter-
minados em não deixar o Irão mo-
bilizar ou criar células terroristas
no nosso país ou nos países aliados.
Vamos reagir a qualquer tentativa do
Irão para o fazer.”
Apesar de a Arábia Saudita e os
EUA terem há muito encontrado uma
causa comum nas campanhas contra
o terrorismo e na promoção da esta-
bilidade regional, surtos de tensão
têm surgido de forma regular desde
os atentados de 11 de Setembro.
Os dois países têm discordado com
frequência, desde o fi nal de 2011, so-
bre a resposta à guerra civil na Síria,
com Riad a defender uma resposta
mais musculada, incluindo uma in-
tervenção militar directa e a entrega
de armamento sofi sticado à oposição
síria. O Irão, tal como a Rússia, é o
principal aliado do Presidente sírio,
Bashar al-Assad, membro da minoria
alauita, uma seita xiita, e Riad olha
para a guerra civil como parte da luta
do Irão para se tornar a força domi-
nante na região.
No Iémen, os EUA e a Arábia Saudi-
ta têm cooperado na campanha con-
tra a Al-Qaeda na Península Arábica
(AQPA) e apoiaram os esforços para
colocar em funções e estabilizar um
O acordo sobre o programa nuclear iraniano, promovido pela Administração de Obama, contou com a firme oposição saudita
4 | ESPECIAL 2016 | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Utopia, de Thomas More, foi publicada em 1516, há exactamente quinhentos anos. No arranque de 2016, o PÚBLICO oferece uma série especial sobre novas e velhas utopias de que nos rodeamos. Amanhã: A utopia da informação
www.publico.pt
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | ESPECIAL 2016 | 5
Argumento João Ramalho-SantosDirector do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, onde lidera o grupo de investigação de Biologia da Reprodução e Células Estaminais
Desenhos André CaetanoLicenciado em Design de Comunicação, é freelancer em ilustração e design gráfico (www.andrecaetano.com)
6 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Candidatos excluem dissolução se Governo não cumprir promessas
A maioria dos dez candidatos às
eleições presidenciais de 24 de Ja-
neiro exclui o recurso à denomina-
da “bomba atómica” dos poderes
presidenciais, ou seja, a dissolução
da Assembleia da República, se o
Governo não cumprir as metas do
défi ce ou as suas promessas eleito-
rais. No debate radiofónico organi-
zado ontem de manhã pela Antena
1, o único que reuniu os dez can-
didatos, foram ainda abordadas as
situações do Banif e a presença das
Forças Armadas em missões no es-
trangeiro.
“A Presidente da República deve
ser um factor de estabilidade; só en-
caro a dissolução nos casos de perda
de maioria parlamentar ou quando
o primeiro-ministro não cumpra os
seus deveres”, disse Marisa Matias.
A candidata apoiada pelo Bloco de
Esquerda pôs de lado o cenário de
demissão de um executivo pelo não
cumprimento do défi ce ou de trata-
dos internacionais.
Maria de Belém destacou que só
em condições excepcionais recor-
reria à dissolução. “A Presidente da
República é um construtor de esta-
bilidade”, destacou a ex-presidente
do PS. Sampaio da Nóvoa afi nou pe-
lo mesmo diapasão, embora, retro-
cedendo à crise do “irrevogável”,
ou seja, a demissão de Paulo Portas
do Governo de Pedro Passos Coelho
no Verão de 2013, admitiu que teria
ponderado a demissão.
A candidatura do PCP deu um ro-
tundo “não” se o que estivesse em
causa fosse o défi ce. Neste terreno,
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou
que a Constituição da República
Portuguesa vale mais que o Direito
Europeu. O que se aplicaria, deste
modo, aos acordos internacionais
como o tratado orçamental. A fa-
culdade de utilizar a “bomba ató-
mica”, disse Marcelo, será, sempre,
ponderada caso a caso. Sobre o que
teria feito em 2013, o professor so-
mou a difícil situação económica
e o momento então vivido pelo PS
para não dissolver. O mesmo faria
Cândido Ferreira.
À margem destas ponderações,
pronunciaram-se os outros candi-
datos. “Em qualquer Governo que
atente contra os interesses nacio-
nais, o Presidente tem uma palavra a
dizer”, referiu Henrique Neto. Que,
explicou, por isso teria demitido Jo-
sé Sócrates e Passos Coelho.
“O incumprimento deve ser san-
cionado”, foi a frase de Jorge Sequei-
ra. Paulo Morais, como Neto, teria
demitido Sócrates e Passos por “a
estabilidade não ser um valor em
si mesmo, pois não há nada mais
estável que um pântano”. Por fi m,
Vitorino Silva (conhecido por Tino
de Rans), admite a demissão por não
passagem do Orçamento do Estado
e não cumprimento das promessas
eleitorais.
Esta questão, os poderes presiden-
ciais de dissolução, foi a novidade do
debate de menos de duas horas da
manhã de ontem. No Banif, os dez
candidatos repetiram, pela enésima
vez, as suas posições quanto à solu-
ção do executivo de António Costa e
ao Orçamento Rectifi cativo.
Banif agita“Quando os bancos não têm juízo,
o povo é que paga, e não pode ser”,
foi a palavra de ordem de Vitorino
Silva. “Esta foi a pior solução, houve
manipulação das acções do Banif”,
repetiu Paulo Morais. “O erário pú-
blico não tinha que pagar, devia ser
a falência”, admitiu Jorge Sequeira.
Edgar Silva defendeu o controlo
público do sector fi nanceiro. “Somos
o único país em que os contribuintes
pagam sempre [ao sector fi nancei-
ro]”, garantiu Marisa Matias. “É o
fracasso da política portuguesa de
prever”, lamentou Henrique Neto.
Maria de Belém, Marcelo Rebelo
de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Cân-
dido Ferreira, embora com conside-
randos próprios sobre o caso — da
transparência ao cumprimento das
normas comunitárias, passando
pela importância regional do Banif
— concordaram com a decisão do
executivo e a venda daquela insti-
tuição fi nanceira ao espanhóis do
Santander/Totta.
Sobre as Forças Armadas, das
quais o Presidente da República é
o chefe supremo, foi aberta uma
possibilidade: a de aumentar a re-
presentação parlamentar a todos os
grupos do hemiciclo no seio do Con-
selho Superior de Defesa Nacional.
Embora tal iniciativa dependa do
poder legislativo, não do inquilino
de Belém, foi por todos reconhecida
a necessidade de abrir aquele órgão
que, pela constituição e funções, se
encontra governamentalizado.
A presença de tropa portuguesa
em missões no estrangeiro revelou
as tradicionais clivagens. Sim em
missões de paz, não em actividades
militares, para Marisa Matias e Ed-
gar Silva.
Os outros admitiram esse envol-
vimento no âmbito da ONU, da de-
fesa dos interesses nacionais e com
referências explícitas ao combate ao
autoproclamado Estado Islâmico e
às suas fontes de fi nanciamento.
A RDP fez o primeiro debate entre os dez candidatos. A RTP fará o segundo no dia 19
A Constituição da República vale mais do que o Direito Europeu, disse Marcelo, referindo-se aos tratados e acordos com Bruxelas
Presidenciais Nuno Ribeiro
Debate entre Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa
O debate entre os candidatos presidenciais Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa, transmitido a 1 de Janeiro
pela RTP1, foi o mais visto de todos os realizados até domingo, de acordo com dados da GfK tratados pela agência de meios e análise de mercados Carat. O frente-a-frente televisivo que inaugurou o ciclo de debates de candidatos às presidenciais obteve uma quota de audiência de 13,2%. Este debate teve uma audiência média de 602,3 mil espectadores.
O debate entre os candidatos
presidenciais Henrique Neto e Sampaio da Nóvoa, transmitido a 2 de Janeiro pela RTP1, foi o segundo mais visto, com 10,5% de share e uma audiência média de 486,3 mil telespectadores, seguido do frente-a-frente entre Edgar Silva e Paulo de Morais, realizado no domingo também pelo canal público, com 10,2% de quota e uma audiência de 541,8 mil pessoas, de acordo com o trabalho feito pela Carat tendo como base os dados da GfK.
Já o frente-a-frente entre os candidatos Henrique Neto e Marcelo Rebelo de Sousa,
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | PORTUGAL | 7
DANIEL ROCHA
40foi o número de mandatários ontem apresentados pela candidatura de Sampaio da Nóvoa, que escolheu um homem e uma mulher para 20 causas
O candidato presidencial Sampaio
da Nóvoa acusou ontem Marcelo
Rebelo de Sousa de só gostar de se
ouvir a si próprio, questionando as
garantias que dá quem faz “uma
campanha auto-sufi ciente e sem
ouvir ninguém”.
“Tenho visto um candidato or-
gulhar-se de fazer campanha sozi-
nho, sem ajuda alguma e sem ou-
vir ninguém. A pergunta que faço é
simples: que garantias nos dá quem
faz uma campanha auto-sufi ciente e
sem ouvir ninguém, que chegado a
Belém ouvirá quem quer que seja?”,
questionou Sampaio da Nóvoa, na
apresentação dos 40 “mandatários
das causas” da sua candidatura.
Sublinhando que “a impressão
que dá é que Marcelo Rebelo de
Sousa só gosta de se ouvir a si pró-
prio”, o candidato presidencial
vincou que a palavra do Presiden-
te da República tem poder e é pre-
cisamente por isso que o chefe do
Estado tem se “saber ouvir antes
de falar”. “Defendo um Presiden-
te próximo, presente, que ouve as
pessoas, que fala com as pessoas,
para assim estar em melhores con-
dições de tomar a palavra e agir”,
acrescentou o antigo reitor na Uni-
versidade de Lisboa.
Numa intervenção em que co-
meçou por falar dos “bloqueios”
económico, social e institucional
de Portugal e da “estratégia nacio-
nal partilhada” necessária para os
ultrapassar, Sampaio da Nóvoa rei-
terou que o país não pode ser “a
divisão das partes” e que na Pre-
sidência da República deve estar
“alguém que venha para somar,
para juntar, para unir”.
“Sabemos todos que um Presi-
dente da República não governa,
não legisla, mas tem de ser porta-
dor de causas e, ao submeter-se ao
sufrágio universal e directo, tem
de assumir compromissos claros
com os portugueses”, insistiu, fa-
lando na necessidade de um che-
fe de Estado que seja o principal
agente de mobilização da vontade
colectiva e um promotor de com-
promissos estratégicos a médio e
longo prazo. Pois, continuou, em
Portugal a política tem “táctica a
mais e estratégia a menos”, tem
“curto prazo a mais e compro-
Sampaio da Nóvoa acusa Marcelo Rebelo de Sousa de só gostar de se ouvir a si próprio
missos de longo prazo a menos”.
Insistindo que é necessário um
Presidente que compreenda bem
a “cultura de diálogo e de compro-
misso” que agora se abriu na polí-
tica portuguesa, o candidato frisou
a necessidade de isso ser feito sem
crispações, receios ou pressões
inaceitáveis e colocando sempre
o interesse nacional à frente de
interesses particulares. “Tempos
diferentes, como os que vivemos,
exigem um Presidente que faça a di-
ferença. Um Presidente imparcial,
independente”, argumentou.
Antes de Sampaio da Nóvoa,
ENRIC VIVES-RUBIO
Jorge Miranda preside à comissão de honra da candidatura de Sampaio da Nóvoa a Belém
também o coordenador nacional
das causas, Manuel Carvalho da
Silva, tinha deixado críticas a Mar-
celo Rebelo de Sousa e às suas “ca-
mufl agens”, usando como exem-
plo o facto de o candidato apoiado
pelo PSD e pelo CDS-PP “fazer de
conta” que, por ter votado a Cons-
tituição em 1976, fi cou automatica-
mente comprometido com o Estado
social.
Sampaio da Nóvoa apresentou
os 40 mandatários nacionais das
causas da sua candidatura, entre
os quais Eduardo Lourenço, Gomes
Canotilho, Pilar del Río, António
Arnaut e Vasco Lourenço. “Quise-
mos que fossem sempre dois, um
homem e uma mulher, para assim
simbolizar a igualdade, a igualdade
de género, todas as igualdades, que
estão na matriz desta candidatura”,
explicou o candidato numa sessão
em que também foi revelado que
o constitucionalista Jorge Miranda
preside à comissão de honra da
candidatura.
Falando perante quase todos os
40 mandatários das 20 causas esco-
lhidas, Sampaio da Nóvoa justifi ca-
va assim o facto de, para cada uma
das causas, existir um mandatário
e uma mandatária, começando lo-
go pela “função” de mandatários
nacionais que é partilhada pelo ex-
ministro Correia de Campos e pela
cantora Teresa Salgueiro. Lusa
“Tenho visto um candidato orgulhar-se de fazer campanha sozinho.[...] Que garantias nos dá quem faz uma campanha auto-sufi ciente e sem ouvir ninguém, que chegado a Belém ouvirá quem quer que seja?”
a foi o mais visto
transmitido a 3 de Janeiro pela SIC Notícias, ficou em quarto lugar nos debates realizados até ao passado domingo. O debate transmitido pelo canal de informação do grupo Impresa obteve um share de 3,1%, com uma audiência média de 166,5 mil espectadores.
Por sua vez, o debate transmitido pela TVI24 no primeiro dia do ano e que contou com o abandono, em directo, do candidato presidencial Cândido Ferreira, por discordar do modelo previsto, foi o quinto mais visto até agora, com um share de 2,6%, com uma audiência média de
89,3 mil telespectadores.Além de Cândido Ferreira, que
abandonou o debate televisivo em directo, logo no início, participaram os candidatos presidenciais Marcelo Rebelo de Sousa, Vitorino Silva (Tino de Rans) e Jorge Sequeira. Com 2,2% de audiência, o debate entre os candidatos presidenciais Maria de Belém e Paulo Morais, transmitido pela SIC Notícias a 1 de Janeiro, obteve uma audiência média de 103,5 mil telespectadores. Todos os restantes debates registaram um share inferior a 2%. PÚBLICO/ Lusa
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
ENRIC VIVES-RUBIO
Governo propõe provas de aferição e só um exame no ensino básico
O ministro da Educação anunciou
ontem que o Governo se prepara pa-
ra apresentar, “ao longo desta sema-
na”, um novo modelo de avaliação
dos alunos e do sistema. “Teremos
uma solução integrada de avaliação
e aferição que chegará à comunida-
de educativa como um todo e que
não vai interferir com o bom funcio-
namento das escolas”, disse Tiago
Brandão Rodrigues, no fi nal de uma
visita à Escola Secundária da Baixa
da Banheira, no concelho da Moita,
no regresso às aulas para o segundo
período do ano lectivo.
O titular da pasta da Educação,
que estava acompanhado do secretá-
rio de Estado João Costa, não adian-
tou pormenores sobre o novo pro-
jecto, referindo apenas que integrará
“avaliação e aferição”, nem infor-
mou sobre a data de apresentação.
Porém, o PÚBLICO soube que a
apresentação do novo modelo será
entre amanhã e sexta-feira e que a
proposta passa por um meio-termo
entre o que existe e aquilo que de-
fendem os outros partidos de es-
querda na Assembleia da República.
Depois de ter sido decidido o fi m do
exame nacional do 4.º ano, PCP e
BE querem acabar também com os
exames do 6.º e do 9.º anos, mas a
proposta do PS não chegará a tanto,
prevendo abolir apenas um destes
dois exames.
O modelo desenhado pela equi-
pa de Brandão Rodrigues trata o
ensino básico como um todo, pelo
que até 9.º ano passará a haver um
sistema integrado, com aferição e
avaliação, em que haverá somente
um exame nacional, provavelmente
no 9.º ano, e testes de aferição nos
outros ciclos, designadamente no
4.º e no 6.º anos. Esta será a ideia
original que, no entanto, poderá so-
frer alterações.
Com este modelo, o Governo so-
cialista procura o consenso, não
apenas aproximando-se dos de-
mais partidos de esquerda com re-
presentação parlamentar, de cujo
apoio precisa na Assembleia da
República, mas também dos sindi-
catos e outros agentes do sector da
educação. É precisamente em no-
me do maior consenso possível que
o ministro admite apresentar o seu
escolas deste país”. Uma estratégia
que, segundo o ministro, tem de ser
“centrada na escola, centrada, acima
de tudo, nas soluções que os profes-
sores, na sua fortaleza, com o seu
conhecimento, possam encontrar,
soluções locais, muitas têm de ser
encontradas na comunidade, com as
autarquias, os pais e os alunos, para
que em cada escola se possa ter uma
intervenção precoce, preventiva e
atempada”.
Pelo menos para já, a política de
combate ao insucesso escolar passa
por incentivar os professores para
essa causa. “Os professores foram,
ao longo destes últimos anos, de
uma resiliência e de uma estoicidade
única, mostraram uma capacidade
de superação de todas as difi culda-
des a que foram sujeitos e é preciso
pô-los como actores principais e cen-
trais deste combate, desta promoção
do sucesso escolar”, disse Brandão
Rodrigues. Um desígnio compatí-
vel com a avaliação, no entender
do ministro. “Essa tem de ser uma
base, o entender a aprendizagem. A
avaliação não é um fi m último mas
pode ser, acima de tudo, uma ferra-
menta para nós criarmos caminho,
para melhorar a promoção do su-
cesso escolar”.
Questionado pelo PÚBLICO sobre
a questão das metas curriculares,
que têm sido objecto de contesta-
ção por parte das associações de
professores de Matemática e de Por-
tuguês e também por parte do PCP,
que tem agendada para sexta-feira,
dia 8, uma iniciativa parlamentar
a favor da sua suspensão, Brandão
Rodrigues adianta que o PS está a
tentar chegar a um acordo com os
partidos à esquerda.
“Estamos a trabalhar também a
nível parlamentar para auscultar os
nossos parceiros para podermos,
efectivamente com eles e, acima de
tudo, para a escola, dar uma infor-
mação sólida, coesa, que se quer
pensada e trabalhada”, disse.
Para o governante, é “preciso, so-
bretudo, estabilizar o trabalho nas
escolas”. Na mesma linha, o depu-
tado do PS André Pinotes Baptista
disse ao PÚBLICO que o grande de-
safi o do actual Governo na Educação
é precisamente o de estabilizar o sis-
tema, depois de “o anterior ministro,
Nuno Crato, se ter proposto implodir
a Educação e, infelizmente, quase o
ter conseguido”.
Tiago Brandão Rodrigues visitou ontem a Escola Secundária da Baixa da Banheira, na Moita
Governo apresenta novo modelo de avaliação até sexta-feira. Ministro quer tratar o ensino básico como um todo e integrar avaliação e aferição de forma faseada, devendo manter apenas o exame do 9.º ano
EducaçãoFrancisco Alves Rito
Ensino artístico com nova portaria na calha
Oministro da Educação prepara-se para mudar as regras no pagamento dos subsídios às escolas
de ensino artístico financiadas pelo Estado. “Para não repetir os processos de anos anteriores, o que nós faremos é também uma portaria que muda a calendarização de financiamento ao ensino artístico para que, efectivamente, não se reproduzam os problemas que existiram neste ano lectivo e no ano lectivo transacto.”
A revelação foi feita ontem por Brandão Rodrigues, no mesmo dia em que o ministro anunciou que “estão reunidas as condições” para o ministério regularizar os pagamentos em atraso de financiamento ao ensino artístico. Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Escola Secundária
da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, Tiago Brandão Rodrigues informou que o Tribunal de Contas já deu visto prévio ao pagamento à “generalidade das escolas” e que algumas já receberam as verbas. “Os pagamentos começaram a ser feitos já antes da passagem do ano, a seguir ao Natal. Basicamente tivemos o visto prévio do Tribunal de Contas e com isso foi possível começar a fazer os pagamentos às escolas do ensino artístico.”
Segundo o governante, neste momento, falta apenas fazer as transferências para as escolas que ainda não pagaram os emolumentos e que são “um universo muito pequeno”. “Cabe agora às escolas pagar os emolumentos e com isso terem as condições para junto dos seus professores poderem regularizar a situação”, afirmou.
projecto apenas no fi nal da semana,
para dar tempo a que todos os par-
ceiros do sector possam dar o seu
parecer sobre a proposta antes da
sua revelação pública.
Além deste cuidado, há um ou-
tro no mesmo sentido de facilitar
a aprovação e entrada em vigor do
novo modelo. O sistema que vai ser
apresentado prevê uma aplicação
faseada no tempo mas, para já, ainda
não estão defi nidas as datas para a
entrada em vigor do novo modelo.
O novo “protocolo de avaliação/
aferição”, como lhe chama o minis-
tro, inclui também os exames de
Cambridge que os alunos do 9.º ano
começaram a fazer há dois anos e
que este ano começam a contar para
a sua classifi cação fi nal. “Os exames
do Cambridge, como podem enten-
der, fazem parte deste protocolo,
deste procedimento, e também ao
longo desta semana terão informa-
ção sobre esta questão”, disse ontem
Brandão Rodrigues.
O novo responsável do Ministé-
rio da Educação assume “a luta e o
combate ao insucesso escolar” como
a sua “maior prioridade” e afi rma
a “promoção do sucesso escolar”
como a “pedra basilar, a base onde
assenta toda a actividade de todas as
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | PORTUGAL | 9
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Pinto da Costa é suspeito de ter contratado protecção pessoal à SPED
O Ministério Público anunciou ontem
que acusou 57 arguidos no âmbito do
processo conhecido como Operação
Fénix, entre os quais o presidente da
SAD do FC Porto, Jorge Nuno Pinto
da Costa, e o director-geral da mes-
ma, Antero Henrique. Em causa está
o facto de os dois terem alegadamen-
te requisitado serviços de acompa-
nhamento e protecção pessoal a um
empresa, “bem sabendo que quem
os prestava não podia, nos termos da
lei, fazê-lo”, adianta a Procuradoria-
Geral da República (PGR) em comu-
nicado.
Esse conhecimento, que terá de
ser provado em tribunal, é que torna
a contratação daqueles serviços um
crime, incorrendo os dois dirigentes
portistas numa pena de prisão até
quatro anos ou numa pena de mul-
ta até 480 dias. O PÚBLICO tentou,
mas não conseguiu, ouvir o FC Porto
sobre o caso: o director de comuni-
cação do clube esteve todo o dia in-
contactável e não houve resposta ao
email enviado pelo jornal.
Este processo centra-se na activi-
dade da SPDE — Segurança Privada
e Vigilância em Eventos, Lda., uma
empresa que domina a segurança da
noite no Grande Porto e na região
do Vale do Sousa, estando presente
actualmente em Lisboa, Coimbra,
Braga, Vila Real e Lamego. O sócio-
gerente da empresa, criada em 2008,
é Eduardo Santos Silva, que se en-
contra em prisão preventiva desde
Julho passado. Formalmente, o res-
ponsável detém 98% do capital da so-
ciedade, tendo a mulher o restante.
A SPDE garantia a segurança no
Estádio do Dragão, tendo estado pre-
sente noutros eventos de grande di-
mensão no Porto, como a Queima
das Fitas, o Circuito da Boavista e
várias iniciativas no Dragão Caixa.
Outros 12 arguidos aguardam o
desenrolar do processo igualmente
na cadeia, tendo em comum a acusa-
ção de associação criminosa. O facto
de haver vários arguidos em prisão
preventiva e de o juiz de instrução
Ivo Rosa, do Tribunal Central de
Instrução Criminal, se ter recusado
a decretar a especial complexidade
do caso fez com que o Ministério Pú-
Pinto da Costa e director-geral da SAD do Porto acusados de recurso a segurança ilegal
Encontra-se indiciado de, “a coberto
da actuação legal da sociedade SP-
DE”, com sede em Matosinhos, ter
montado “uma estrutura que, com
recurso à força e à intimidação, lhe
permitiu vir a dominar a prestação
de serviços de segurança em estabe-
lecimentos de diversão nocturna de
vários pontos do país”.
O grupo dedicar-se-ia igualmente
“às chamadas ‘cobranças difíceis’,
ou seja, exigia, com uso de violência
física ou ameaças, o pagamento de
alegadas dívidas”. Segundo a última
Informação Empresarial Simplifi cada
da SPDE, relativa a 2014, no fi nal des-
se ano a fi rma contabilizava 452 em-
pregados, apresentando um volume
de negócio de 2,3 milhões de euros
Alguns dos arguidos foram acusa-
dos por terem recrutado tais servi-
ços de “cobranças”, sendo, por isso,
co-autores de crimes de extorsão ou
coacção. A SPDE organizava ainda
serviços de protecção pessoal, para
os quais não dispunha de alvará, diz
a PGR. “Assim, parte dos arguidos
foram alvo de acusação por terem re-
quisitado esses serviços, bem saben-
do que quem os prestava não podia,
nos termos da lei, fazê-lo”, refere a
nota, precisando que este é o caso de
Pinto da Costa e de Antero Henrique.
A nota da PGR dá conta de que no
decurso do inquérito se realizaram
mais de cinco dezenas de buscas em
várias zonas do país, designadamen-
te em Lisboa, Porto, região do Vale
do Sousa, Braga e Vila Real, tendo
sido apreendidas diversas viaturas,
dinheiro, armas e documentação.
A investigação começou com uma
denúncia feita pelos responsáveis de
um estabelecimento nocturno de Lis-
boa, em Maio de 2014. A investigação
foi delegada na Divisão de Investiga-
ção Criminal de Lisboa, da PSP.
blico tivesse de apressar a acusação,
sob pena de ter de libertar os prin-
cipais suspeitos. Os arguidos detidos
foram notifi cados da acusação no do-
mingo à tarde, estando os restantes
a aguardar o envio do documento
por correio.
O advogado Carvalho Bessa, que
representa três arguidos deste pro-
cesso, explica que os seus clientes
que estão presos preventivamente
já tiveram conhecimento do teor da
acusação, mas quanto a si diz ainda
aguardar a notifi cação. Mesmo antes
de conhecer o texto, adianta que irá
pedir a abertura de instrução, uma
fase facultativa, em que um juiz de
instrução valida a acusação ou ar-
quiva o caso. Se validar, o processo
segue para julgamento.
“O Departamento Central de Inves-
tigação e Acção Penal deduziu acusa-
ção contra 57 arguidos pela prática
de crimes de associação criminosa,
exercício ilícito da actividade de se-
gurança privada, extorsão, coacção,
ofensa à integridade física qualifi ca-
da, ofensas à integridade física grave,
agravadas pelo resultado, tráfi co e
detenção de arma proibida e favore-
cimento pessoal”, lê-se na nota.
Eduardo Santos Silva, segundo o
comunicado, será “o líder do gru-
po que se dedicava à prática de ac-
tividades ilícitas relacionadas com
o exercício de segurança privada”.
Operação FénixMariana Oliveira
Dirigentes portistas fazem parte do rol de 57 arguidos e incorrem ambos numa pena que pode chegar aos quatro anos de prisão
Ministério Público acredita que SPDE se impôs no seu sector através do recurso à força e à intimidação
As bolsas oferecidas cobrem desde 25% a 100% das despesas
Concluir o ensino secundário numa
escola de outro país é um dos desa-
fi os lançado pelo movimento United
World Colleges (UWC), que este ano
tem 14 vagas destinadas a alunos por-
tugueses entre os 16 e os 18 anos, 11
das quais com bolsas que cobrem
entre 25% a 100% das despesas. O
processo de candidaturas iniciou-se
ontem e decorre até 17 de Janeiro.
Os UWC surgiram na década de
60 do século passado e têm na sua
base a promoção do contacto entre
diferentes culturas. Existem 15 colé-
gios ligados a este movimento, actu-
almente presidido pela rainha Noor
da Jordânia, que descreve assim os
objectivos do projecto: “Educar acti-
vistas para a paz e os líderes do futu-
ro, capazes de enfrentar os desafi os
das suas próprias sociedades e con-
tribuir para a construção de pontes
entre comunidades e culturas.”
Segundo o movimento UWC, a
convivência diária com alunos de
muitas outras nacionalidades é um
dos trampolins para esta missão e
também o facto de a formação ter
como componente obrigatória a re-
alização de serviços à comunidade
onde estão inseridos. Este tipo de ac-
ções está contemplado no programa
académico destes colégios, o chama-
do International Baccalaureate (IB).
Na última selecção, realizada em
2014, houve nove vagas para estudan-
Existem 14 vagas para alunos que querem concluir o ensino secundário numa escola lá fora
tes portugueses. Francisca foi uma
das escolhidas. Poucos meses depois
de “aterrar” no Mahindra College,
na Índia, escrevia num dos blogues
em que estes alunos contam as suas
experiências: “É incrível como tudo
o que se passa no mundo real tem
mais que um signifi cado agora que
sabemos olhar com outros olhos.”
Na selecção dos candidatos tem-
se em conta o desempenho acadé-
mico, mas sobretudo o seu “mérito
pessoal”, explicou ao PÚBLICO a
presidente da Associação Portuguesa
dos UWC, Clara Cruz, uma ex-aluna
destes colégios. “Procuram-se can-
didatos capazes de integrar um am-
biente internacional que oferece um
exigente programa curricular de dois
anos, e que demonstrem sobretudo
iniciativa pessoal; desejo, capacida-
de e confi ança para melhorar o meio
em que se inserem; responsabilidade
e respeito pelo outro; criatividade e
maturidade”, especifi cou.
Existem 13 colégios com vagas para
estudantes portugueses para o biénio
2016/2018, situados em países como
a Alemanha, Arménia, Índia, China
ou Costa Rica, entre outros (ver lista
completa em www.publico.pt). As
propinas para os dois anos oscilam
entre os 34 mil euros e os 86.905 eu-
ros, cobrados pelo colégio de Chan-
gshu, na China, onde a vaga existente
tem garantida uma bolsa que cobre
58% das despesas. Há três bolsas inte-
grais destinadas a custear a formação
nos colégios da Alemanha e Arménia.
O processo de selecção é compos-
to por duas fases: uma candidatura
online na página da associação por-
tuguesa dos UWC ( http://pt.uwc.org/
candidaturas/processo-de-seleccao)
e, na segunda fase, que decorrerá en-
tre 6 e 9 de Fevereiro, dois dias de
actividades e uma entrevista fi nal.
MARIA JOÃO GALA
Bolsas de estudoClara Viana
Candidaturas às escolas do movimento United World Colleges arrancaram ontem e decorrem até 17 de Janeiro
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
ERS veta publicidade de empresa que quis pôr “Portugal a sorrir”
Uma empresa propôs-se pôr “Por-
tugal a sorrir”, promovendo para o
efeito um cartão de saúde que pro-
porcionaria uma série de serviços
grátis, como check-up dentário e ex-
tracção de dentes, mas a Entidade
Reguladora da Saúde (ERS) consi-
derou que este tipo de “propagan-
da” não respeita o regime jurídico
da publicidade em saúde e a lei de
defesa do consumidor. Por isso ins-
tou a sociedade comercial em causa
a abster-se de difundir, no futuro,
publicidade com os “vícios” iden-
tifi cados, que incluem “a violação
dos princípios de veracidade, da
licitude e da objectividade da in-
formação”.
A Passos Firmes, Lda., assim se
chama a empresa em questão, “de-
ve garantir que toda a publicidade
alusiva a si, aos estabelecimentos e
marcas por si detidos, bem como
aos bens e serviços por si comer-
cializados na área da saúde, seja
verdadeira, clara, precisa, objec-
tiva” e “não induzir os utentes em
erro”, defende a ERS numa reco-
mendação que ontem foi publicada
no seu site.
Dois utentes queixaram-seFoi a Ordem dos Médicos Dentistas
que começou por enviar à regula-
dora, em Maio passado, a queixa
de um utente que questionou a
forma como a Passos Firmes es-
tava a publicitar a sua actividade
por email. Mais tarde, em Junho de
2015, a reguladora recebeu uma no-
va reclamação, esta já apresentada
directamente por outro utente. Os
dois queixosos punham em causa
a campanha publicitária com o slo-
gan “Vamos pôr Portugal a sorrir”
que promovia um cartão de saúde
de uma empresa identifi cada co-
mo Medicare, através do envio de
mensagens de correio electrónico
para potenciais clientes.
Na “propaganda” a um cartão
de saúde da Medicare verifi ca-se,
desde logo, “que a entidade respon-
sável e, simultaneamente, benefi ci-
ária da publicidade em causa não se
encontra correctamente identifi ca-
da”, critica a ERS. Nas mensagens
apenas aparece destacada a Medi-
care, que, afi nal, é propriedade da
sociedade comercial Passos Firmes
Lda, nota.
Também o prazo de validade
do cartão de saúde publicitado
“não está devidamente indicado”
e a tabela comparativa de preços
incluída não refere a fonte, “o que
pode levantar dúvidas sobre a ve-
racidade dos preços médios do
mercado privado que ali são indi-
cados”, observa a ERS. Nota ainda
que a mensagem publicitária come-
ça por anunciar a oferta de vários
serviços para depois fazer menção
a outros (“colocação de selantes,
estudo de reabilitação com implan-
tes, raio-X panorâmico e branque-
amento”.
Nos emails enviados pela Passos
Firmes propunha-se a oferta de um
cartão de saúde, que alegadamente
dava acesso a um conjunto de cui-
dados de medicina dentária grátis,
designadamente check-up dentá-
rio, limpeza dentária e extracção de
dentes. Mas os destinatários de tal
publicidade eram remetidos, atra-
vés de links, para a página electró-
nica da empresa, a Medicare, onde
poderiam obter informações adi-
cionais sobre as ofertas (do cartão
de saúde e dos serviços a este asso-
ciados) e sobre a sua rede de parcei-
ros, bem como ter acesso a alguns
testemunhos de clientes.
Num dos emails analisado pela
ERS, a empresa dirigia-se aos po-
tenciais clientes nestes termos: “Ca-
ro Sr(a): Foi um dos seleccionados
para beneficiar da nossa oferta
exclusiva no âmbito da campa-
nha Portugal a Sorrir. Porque nos
preocupamos com as difi culdades
económicas dos Portugueses, a Me-
dicare oferece-lhe um conjunto de
serviços de medicina dentária para
que possa dar ao seu sorriso tudo
aquilo que ele merece”.
De seguida, o potencial cliente
era desafi ado a pedir o “cartão de
saúde grátis” para poder benefi ciar
“imediatamente de check-up dentá-
rio grátis, limpeza dentária grátis,
Entidade reguladora frisa que “propaganda” deve ser “clara, precisa, objectiva”
Reguladora da Saúde proíbe empresa de continuar a publicitar serviços de forma enganosa. Mensagens de email para promoção de um cartão de saúde foram “induziam os utentes em erro”
Saúde Alexandra Campos
Letras pequeninas dos anúncios desrespeitam lei
A Direcção-Geral do Consumidor emitiu uma recomendação aos operadores económicos
para que respeitem a legislação quando publicitam os seus produtos e serviços, em particular no que respeita ao tamanho das letras das mensagens publicitárias.
A recomendação surgiu depois de ter verificado, através da análise de reclamações recebidas, que a legislação não está a ser respeitada quando há apresentação de informação
essencial em letra reduzida e muitas vezes quase ilegível, ou quando a informação é colocada em locais menos visíveis da mensagem publicitária. No caso da publicidade televisiva, este organismo diz que desrespeita a lei a apresentação das informações em tamanho de letra reduzido, “desaparecendo rapidamente ou concorrendo em simultâneo com outras partes da mensagem mais apelativas, que captam a atenção do consumidor”. Estas práticas “prejudicam a formação de
uma vontade e uma tomada de decisão esclarecidas por parte dos consumidores”. A Direcção-Geral do Consumidor aponta ainda os folhetos nos quais o preço promocional dos artigos surge “junto à imagem do artigo, na vertical e com um tipo de letra extremamente reduzido, que poderá tornar imperceptível o referido preço”, ou a colocação apenas em rodapé, na publicidade televisiva, de condições imprescindíveis para a aquisição de determinado bem pelo valor anunciado.
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 11
extracção de dentes (só com cáries)
grátis”. Na mensagem afi rmava-se
ainda que a Medicare agendaria em
nome do cliente os serviços esco-
lhidos “numa das 700 clínicas[da
rede]”.
Nos emails, sem limitesNo fi nal da mensagem, surgia uma
tabela que comparava os preços
dos serviços abrangidos — os quais
eram quase todos anunciados como
grátis — com os supostos preços mé-
dios de mercado.
Já na mensagem enviada à ERS
pelo segundo queixoso, as condi-
ções de acesso aos serviços eram
referidas nos seguintes termos.
“Seis meses grátis / Sem compro-
misso / Sem limite de utilização
/ Sem limite de idade / Sem pe-
ríodo de carência / Sem exames
médicos”.
No link para a Medicare, explica-
va-se que esta é uma empresa espe-
cializada em serviços de saúde, com
uma rede de serviços que garante
aos seus utilizadores benefícios ex-
clusivos “junto a 16 mil parceiros”.
Lembrando que a “medicina pri-
vada em Portugal é normalmente
muito dispendiosa para a grande
maioria da população”, a Medicare
garantia ser seu objectivo “demo-
cratizar o acesso à saúde”, através
da oferta da sua rede de parceiros
“durante 6 meses sem qualquer
compromisso”. Por último, convi-
dava os potenciais clientes a fazer
como “mais de 6000.000 de Portu-
gueses” e começar “hoje mesmo a
poupar nos gastos em saúde”.
NELSON GARRIDO
15-17 JanAbertura Oficial Ano Rússia
Mecenas Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música
Parceiro do Serviço Educativo Apoio Institucional Mecenas Principal Casa da Música
—15 Sex · 21:00 Sala SuggiaOrquestra Sinfónica do Porto Casa da MúsicaSAGRAÇÃO RUSSABaldur Brönnimann direcção musical Viviane Hagner violinoObras de Schnittke e Stravinski
—16 Sáb · 16:00 Sala 2A ROLHA DA GARRAFA DO REI DE ONDE?Casa da Música e Ópera Isto co-produçãoÂngela Marques e Mário João Alves concepção, direcção artística e interpretação
—16 Sáb · 18:00 Sala SuggiaRemix Ensemble & Coro Casa da MúsicaINSPIRAÇÃO CLÁSSICAPeter Rundel direcção musical José Pereira e Albert Skuratov violinoObras de Schnittke e Stravinski
—17 Dom · 18:00 Sala SuggiaCoro Casa da MúsicaAS VÉSPERAS DE RACHMANINOFFPaul Hillier direcção musical Vésperas de Sergei Rachmaninoff
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
PEDRO CUNHA
Documento com nomes registados no ano passado tem 88 páginas com mais de 2200 opções
Se teve uma menina em 2015 e lhe
chamou Maria, saiba que ela parti-
lhou o nome com outras 4808 crian-
ças só no ano passado. Este conti-
nuou a ser o nome de menina mais
escolhido pelos pais portugueses.
No top das preferências continuam
a surgir, sobretudo, nomes tradicio-
nais — porém há mudanças que se
começam a notar. Maria é quase dez
vezes mais comum do que Luana,
mas, mesmo assim, este último nome
foi o seleccionado para 557 crianças,
fi cando na 8.ª posição. No caso dos
meninos, João voltou a ser escolhido
por 1932 pais, mas o nome Diego, por
exemplo, ocupou um destacado 26.º
lugar, com 584 registos.
Maria e João foram sem surpresas,
e segundo os dados do Instituto dos
Registos e Notariado, os nomes mais
escolhidos em 2015. No total, o docu-
mento com todos os nomes regista-
dos no ano passado em Portugal tem
88 páginas com mais de 2200 opções
para bebés do sexo feminino e 1800
para bebés do sexo masculino. A lista
não adianta os nomes compostos.
No caso das meninas, o nome Le-
onor subiu ao segundo lugar, com
No país da Maria e do João, Luana e Diego ganham terreno
1999 registos, e destronou Matilde,
que fi ca agora em terceiro. Beatriz
mantém-se num quarto lugar, mas o
quinto é agora da Carolina, quando
no ano passado era da Mariana, que
em 2015 fi cou na sexta posição..
No que diz respeito ao “top 10” dos
rapazes, além de João o nome mais
comum é Martim, com 1778 registos,
depois de ter conseguido 1663 em
2014, ano em que o segundo lugar foi
ocupado por Rodrigo. Por isso, Ro-
drigo acabou por cair para a terceira
posição, seguido pelos nomes Santia-
go e Francisco. Este último caiu do
terceiro para o quinto lugar, depois
de nos últimos anos ter crescido, nu-
ma coincidência (ou não) com o novo
Papa. O sexto lugar pertence a Afon-
so e o sétimo a Tomás, que trocam de
posições em relação a 2014.
Entre os 30 nomes mais adoptados
em 2015, ano em que se conseguiu re-
verter o ciclo de quebra da natalida-
de em Portugal, no caso das meninas
surgem muitos nomes tradicionais
portugueses, como Laura, Francis-
ca, Joana, Madalena ou Mafalda. No
entanto, também é já possível encon-
trar outras opções: Lara foi posto a
916 raparigas, e nomes como Luana,
Bianca, Íris ou Letícia também come-
çam a ganhar terreno. Praticamente
extinta parece estar Andrea (seis re-
gistos), que fi ca quase no fi m da lista,
ao lado de Judite, Adelaide, Eugénia,
Graça, Manuela e Fernanda. Surgem
também 176 Carminhos, contra ape-
nas 23 Carmos.
Nas primeiras 30 escolhas para
rapazes estão opções como Gonça-
lo, Pedro, Tiago, Rafael, Lourenço,
Lucas, Salvador, Vicente, Simão ou
José. Nestes 30 lugares apenas Die-
go surge como uma opção menos
comum, quando há uns anos estava
bem mais abaixo na lista. É preciso
descer um pouco mais para encon-
trar, por exemplo, 346 Enzos, qua-
se em empate com Luís. Seguem-se
outras escolhas, como Leandro (248
meninos) ou Isaac (escolhido para
208 rapazes). Nomes como Jaime e
Fernando ainda vão surgindo, mas
cada vez menos, tal como Alberto,
Amadeu ou Alfredo — que são agora
quase tão comuns como Adam ou
Angélico. Quanto a projecções para
2016, ainda é muito cedo, mas sabe-
se que os primeiros bebés do ano
foram a Francisca (Maternidade Al-
fredo da Costa), o Francisco (Hospi-
tal de Santa Maria) e o David (Centro
Materno-Infantil do Norte).
RegistoRomana Borja-Santos
Em 2015 foram registados mais de 5000 nomes diferentes para recém-nascidos. Os tradicionais continuam a ser preferidos
Portugal ocupa o décimo lugar na
lista dos 23 melhores países do
mundo para os reformados vive-
rem da revista International Living.
O ranking, este ano liderado pelo
Panamá, analisa dez variáveis, e é
nas infra-estruturas e no estilo de
vida saudável que Portugal ganha
mais pontos como “paraíso da re-
forma”.
A International Living, que há 25
anos divulga o Índice de Reforma Glo-
bal, baseia-se em factores que vão
desde benefícios fi scais às condições
de acesso a vistos de residência, até
ao clima e às opções de entreteni-
mento para avaliar numa escala de
0 a 100 a qualidade de vida que os
aposentados podem ter em países
estrangeiros.
Portugal conseguiu um resultado
de 82,9, o que o deixou em décimo
na tabela, logo atrás da Espanha
(83,6). Os dois países tiveram o me-
lhor registo na qualidade das infra-
estruturas, ambos com 93 pontos,
facto que, de acordo com a publica-
ção, “não é uma surpresa”, uma vez
que os países europeus dispõem de
estradas modernas, grandes redes
de transportes públicos, e serviços
de Internet como o dos EUA.”
Espanha e Portugal são, no en-
tanto, os únicos países europeus
no “top 10” dominado pela América
do Sul. Atrás do Panamá, que tem o
melhor pacote de benefícios fi scais
para aposentados, fi caram o Equa-
dor (2.º), o México (3.º) e a Costa
Rica (4.º).
Este ano, duas novas categorias
foram acrescentadas à lista: o estilo
de vida saudável — onde Portugal
registou 88 pontos —, e o acesso a
vistos de residência — a vertente on-
de o país teve o desempenho mais
fraco, com 77 pontos.
Ainda assim, o estatuto de resi-
dente não habitual representa um
grande atractivo português para
quem goza de uma reforma, sobre-
tudo dentro da Europa. O regime fi s-
cal especial permite que reformados
residentes em Portugal, mas que re-
cebem pensão de outro país, fi quem
isentos de pagar IRS durante dez
anos. Inês Moreira Cabral (Texto editado por Joana Amado)
Portugal é dos melhores países para a reforma
Ranking
Espanha e Portugal são os únicos destinos europeus entre os dez melhores para viver a reforma, segundo ranking internacional
Breves
Mau tempo
Viana do Castelo
Protecção Civil avisa população para neve e chuva
Corpo encontrado dentro de autocaravana
A Protecção Civil avisa que, para os próximos dias, está prevista a queda de neve nas regiões do Norte acima dos 800 metros e formação de geada durante a noite, sendo expectável desconforto térmico devido à descida acentuada da temperatura mínima, sobretudo nas terras altas, associada ao vento forte. Tendo em conta as condições meteorológicas, alerta ainda para o piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água e gelo, além da possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundação. A Protecção Civil chama também a atenção para o perigo de acidentes na orla costeira, de intoxicações por inalação de gases e de incêndios em habitações, devido ao uso de lareiras e braseiras.
O corpo de um desconhecido foi encontrado ontem dentro de uma autocaravana na praia de Carreço, Viana do Castelo. Fonte da Polícia Judiciária de Braga adiantou que “todos os cenários estão em aberto”, considerando que o resultado da autópsia “também será determinante” para apurar as causas da morte, “juntamente com outros indícios recolhidos quer no local, quer em outras diligências subsequentes realizadas pelos agentes envolvidos na investigação”. A mesma fonte afirmou que, “em princípio, se trata de um homem, cuja identificação é ainda desconhecida, devido ao avançado estado de decomposição do cadáver”. “Tudo indica que já estaria morto há algum tempo”, acrescentou ainda aquela fonte de informação.
TOP 10
MeninasMaria - 4809; Leonor - 1999; Matilde - 1889; Beatriz - 1268Carolina - 1228; Mariana - 1205Ana - 1060; Inês - 1001; Margarida - 989; Sofia - 950MeninosJoão - 1932; Martim - 1778; Rodrigo - 1666; Santiago - 1632; Francisco - 1593; Afonso - 1439; Tomás - 1409; Miguel - 1271; Guilherme - 1187; Gabriel - 1143
Cam
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14 | LOCAL | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Projecto para a Segunda Circular está em consulta pública até 15 de Janeiro
DR
Proposta para a zona do nó do Eixo Norte-Sul e da ponte ciclopedonal
O projecto da Câmara de Lisboa para
a Segunda Circular, que prevê uma
redução da velocidade máxima de
circulação nesta via de 80 para 60
quilómetros/hora, está em consulta
pública até ao dia 15 de Janeiro.
Até essa data, os interessados po-
dem apresentar, através da Internet
ou presencialmente no edifício do
município no Campo Grande, as suas
sugestões sobre o projecto. No site da
Câmara de Lisboa estão disponíveis
para consulta vários documentos re-
lativos à intervenção, incluindo a me-
mória descritiva, o estudo de tráfego e
o projecto de arquitectura paisagista.
Como o PÚBLICO já noticiou, a
autarquia está disposta a pagar por
esta obra, que deverá prolongar-se
por 300 dias, 9,750 milhões de euros
(acrescidos de IVA). A proposta que
visa o lançamento de um concurso
público para a concretização desta
empreitada foi levada à reunião ca-
marária de 23 de Dezembro, mas a
sua votação acabou por ser adiada.
Nos documentos em consulta, a
Segunda Circular é apresentada co-
mo sendo uma “via congestionada”,
com “funções desadequadas” e “em
mau estado de conservação”. A “es-
tratégia de intervenção” da câmara
para esta via, que tem “10,1 quiló-
metros de extensão” e “31 acessos
por sentido”, passa por atribuir-lhe
“maior segurança”, “maior capacida-
de”, “menor velocidade” e “melhor
integração urbana”.
“Constituir a CRIL e o Eixo Norte-
Sul como percursos preferenciais de
atravessamento à cidade de Lisboa”
é uma das medidas que a câmara
aponta como necessárias para que
a Segunda Circular deixe de ser uma
“barreira que divide a cidade”.
No estudo de tráfego desenvolvi-
do pela TIS (Transportes, Inovação
e Sistemas), descrevem-se as acções
previstas para os “nós mais críticos”
(o do Colombo/Estrada da Luz, o
da Azinhaga das Galhardas/Cam-
po Grande e o do Campo Grande),
acrescentando-se que, para cumprir
o desígnio de transformar esta artéria
“numa via de carácter mais urbano”,
contribuirão também “alterações ao
nível dos sistemas de drenagem e de
paisagismo” e “a redução do limite
de velocidade máxima de circulação
face à situação actual”. No mesmo
documento, sublinha-se que, “apesar
de a velocidade máxima permitida
ser 80 km/h, a velocidade média em
hora de ponta é de 45,7 km/h”.
De acordo com o estudo da con-
sultora, a requalifi cação preconi-
zada pelo município irá traduzir-se
num decréscimo “de quase 19% no
número de veículos” que circulam
na Segunda Circular. “O decrésci-
mo na zona do aeroporto atinge os
25%, enquanto em termos absolutos
o sublanço mais benefi ciado se situa
entre a Azinhaga das Galhardas e o
Campo Grande, com uma redução
na ordem dos 26.000 veículos/dia
nos dois sentidos”, refere-se ainda
no documento.
A TIS reconhece ainda que esta
intervenção se irá traduzir “num
acréscimo de tráfego em algumas
das vias ‘concorrentes’”. “A CRIL/
IC17, por exemplo, regista um acrés-
cimo médio de 10% da procura mé-
dia diária, enquanto o volume do
Eixo Norte-Sul (entre a CRIL/IC17 e
o nó com a Segunda Circular) sobe
cerca de 4%, tal como o da Radial
de Benfi ca”, explicita-se no estudo
de tráfego, no qual acrescenta que
“outras vias de carácter mais urba-
no, como a Av. Infante D. Henrique
ou a Av. Marechal António Spínola,
registam, em alguns dos seus troços,
ganhos de procura”.
António Prôa, do PSD, diz ter “al-
gumas reservas” relativamente à re-
qualifi cação que o executivo presidi-
do por Fernando Medina pretende
concretizar, nomeadamente por ela
incluir “intenções cuja concretização
não dependem da câmara” e impli-
cam “uma articulação” com a enti-
dade gestora do Aeroporto de Lisboa
e com a Infra-estruturas de Portugal.
“Não me parece que isso esteja ga-
rantido”, afi rma o vereador, que ain-
da assim considera “interessante” a
iniciativa de se intervir na Segunda
Circular. Pelo CDS, João Gonçalves
Pereira lembra que esta é uma pro-
posta “com um impacto grande em
termos fi nanceiros e de mobilidade”,
pelo que é necessário tempo para a
avaliar. Já Carlos Moura, do PCP, su-
blinha que está em causa “uma via
estruturante da cidade”, defendendo
por isso que o projecto do municí-
pio deve ser objecto de uma ampla
divulgação, nomeadamente através
da organização de sessões públicas
de esclarecimento.
Está em causa uma obra com um custo superior a dez milhões de euros que, entre outras acções, inclui a redução da velocidade máxima de circulação de 80 para 60 quilómetros/hora
RequalificaçãoInês Boaventura
Ponte laranja serve 20 peões e dois ciclistas por hora
A ponte ainda serve de pouco para ligar Telheiras ao resto da cidade
A obra que António Costa anunciou em 2009 como o primeiro passo para a humanização da Segunda
Circular, a ponte ciclopedonal inaugurada em Fevereiro do ano passado, já ganhou o estatuto de ícone e de peça de grande relevância estética — a ponto de ter sido classificada, por um site especializado em design, como uma das dez “melhores” do mundo em 2015. Longe está, porém, o cumprimento do papel que lhe foi destinado como elemento fulcral da ligação entre Telheiras e o resto da cidade, para benefício de ciclistas e peões: a média dos seus utilizadores, nos dias úteis de Inverno, não deve passar dos 230 peões e dos 20 ciclistas.
Estes números resultam de uma contagem efectuada pelo PÚBLICO durante três
dias seguidos, em meados de Dezembro, antes das férias escolares, entre as 9 e as 21 horas. Na soma das 12 horas (quatro em cada dia), verificou-se que a passagem foi atravessada 454 vezes a pé e 37 de bicicleta. Assumindo-se que, em geral, quem passa para um lado, regressa mais tarde no sentido contrário, teremos perto de 230 peões, quase todos adultos, e de 20 ciclistas a servirem-se da passagem naquele período.
Dividindo esses números por 12, teremos perto de 20 peões e menos de dois ciclistas por hora. Acresce que não são raros os ciclistas e os peões que atravessam várias vezes aquele estrutura, circulando de um lado para o outro, no exercício das suas práticas desportivas. No período nocturno, os atravessamentos são raros e têm
um reflexo insignificante no total.Da parte da manhã (9 às
13h), a circulação de peões entre Telheiras e as Torres de Lisboa quase que duplica a que se faz na direcção contrária, verificando-se o oposto entre as 17 e as 21h. Estes dados e a observação feita no local indicam que grande parte dos utilizadores são pessoas que trabalham nas Torres de Lisboa.
É nesses edifícios, em cuja silhueta o desenho da ponte foi enquadrado, que o grupo petrolífero responsável pelo financiamento de dois terços do custo da obra tem a sua sede. A cargo da Galp ficaram 900 mil euros, cabendo ao município mais cerca de 500 mil.
O PÚBLICO questionou a Câmara de Lisboa sobre o assunto mas não obteve resposta. José António Cerejo
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 15
Transparência. Simplesmente “Trans-
parência”. Este é o nome de um grupo
de trabalho que a Câmara de Lisboa
criou no fi nal do mês passado para
estudar e propor a introdução de me-
lhorias na forma de comunicar entre
o autarquia e os cidadãos. Instituído
por determinação do secretário-geral
do município, este órgão surge como
uma iniciativa de natureza técnica,
sem intervenção dos vereadores elei-
tos, e é composto por técnicos supe-
riores da autarquia.
De acordo com o despacho pu-
blicado no Boletim Municipal pelo
secretário-geral, o jurista Laplaine
Guimarães, a iniciativa prende-se
com “as especiais responsabilida-
des” dos seus serviços “em matéria
de comunicação e disponibilização
de informação” e tem em conta que
“a informação pública é vital e um
direito de todos”. Na estrutura da
secretaria-geral integra-se o Depar-
tamento de Marca e Comunicação,
que assegura os contactos entre os
jornalistas e os serviços da câmara.
Embora registando uma evolução po-
sitiva nos últimos meses — reconheci-
da pelos jornalistas —, a qualidade e a
rapidez das informações elaboradas
pelos gabinetes dos vereadores em
resposta às perguntas dos media es-
tão longe de ser exemplares.
O grupo de trabalho composto
por Maria Louro (antiga presidente
da EGEAC), Miguel Quesada Pastor
e Paulo Vilhena, quadros da secreta-
ria-geral, “analisará a disponibiliza-
ção da informação nos vários meios
municipais e exteriores, bem como
acompanhará as análises efectuadas
sobre este assunto por parte de qual-
quer entidade, pública ou privada”,
propondo a “introdução de melho-
rias”. Sem entrar em detalhes sobre
o funcionamento do grupo “Transpa-
rência”, o despacho diz que “é funda-
mental que a informação geral esteja
disponível em todas as plataformas e
seja facilmente acessível e compreen-
dida”. O texto refere ainda o papel das
“plataformas web e dos movimentos
cívicos”, salientando que as suas “re-
comendações” e análises contribuem
para “um melhor funcionamento das
autarquias locais”.
CML quer melhorar comunicação com cidadãos
LisboaJosé António Cerejo
Câmara de Lisboa encarrega técnicos de propor melhorias na maneira de comunicar entre o município e os cidadãos
Todos os estudantes universitários
que frequentam licenciaturas, mes-
trados ou doutoramentos na área do
Design em escolas públicas ou priva-
das estão ofi cialmente convocados
a desenhar a sanita do futuro. Dese-
nha Hoje a Sanita de Amanhã é um
concurso promovido pela Águas do
Centro Litoral (ACL), entidade ges-
tora do sistema multimunicipal de
abastecimento de água e saneamen-
to do centro litoral, que abrange 30
municípios e 733 mil habitantes, e
que surge no âmbito da campanha de
educação ambiental O Cano É Que Pa-
ga. Procuram-se ideias originais para
uma sanita que seja uma lufada de ar
fresco em vários aspectos: ecológi-
cos, funcionais, técnicos e estéticos,
em nome de um futuro melhor.
“Constatamos que há práticas in-
correctas de que muitos cidadãos
nem se apercebem e que podem
perfeitamente ser corrigidas”, refe-
re Cláudio de Jesus, presidente do
conselho de administração da ACL.
O concurso surge para, explica, “evi-
tar práticas inadequadas do uso da
sanita” e para alertar para a “questão
ambiental e apelar a boas práticas”.
Há, portanto, a vertente ambiental e
a vertente fi nanceira. Em três anos,
a empresa gastou cerca de 150 mil
euros em contratos de serviços espe-
cializados em desentupimentos. “Se
a empresa tiver menos custos, isso
refl ecte-se nas tarifas que pratica”,
diz o responsável. No regulamento
do concurso, a ACL fala precisamen-
te nos entupimentos devido à afl uên-
cia de quantidades signifi cativas de
resíduos sólidos à Estação de Trata-
mento de Águas Residuais (ETAR). E
há de tudo nesses resíduos, desde sa-
cos de plástico, toalhetes, esfregões,
cotonetes, entre outros, “que aumen-
tam a probabilidade de degradação
das infra-estruturas de recolha e tra-
tamento, o que consequentemente
pode conduzir à deterioração da
qualidade dos recursos”.
Uma sanita do futuro é assim bem-
vinda e o júri avaliará as propostas. A
qualidade conceptual da sanita, ou
seja, a sua usabilidade, versatilidade
e eco-efi ciência, bem como a inova-
ção e originalidade são alguns dos
Procura-se a sanita do futuro contra os entupimentos
critérios de avaliação. Caso se decida
produzir em série para comercializar
a sanita vencedora, haverá negocia-
ções para um acordo económico en-
tre a instituição de ensino superior
do designer vencedor e a ACL.
Há tempo para pensar. As inscri-
ções têm de ser feitas até 13 de Maio
de 2016 para o email geral adcl.@adp.
pt, os trabalhos enviados até 30 de
Julho — em 2D com perspectivas im-
portantes da peça e ainda um fi lme
com o making of do projecto —, e os
resultados são divulgados nos sites
das entidades organizadoras a par-
tir de 22 de Novembro. O vencedor
ganha uma visita a Barcelona e um
dia de visita ao Roca Design Centre e
ao Roca Gallery de Barcelona. O se-
gundo classifi cado ganha 300 euros
e o terceiro 200.
A campanha O Cano É Que Paga
tem promovido várias iniciativas pa-
ra esclarecer e educar a população
sobre os resíduos que não devem
ser colocados no esgoto, bem como
para a adopção de boas práticas am-
bientais e preservação dos recursos
hídricos. Recentemente, no Teatro
José Lúcio da Silva, em Leiria, foi
apresentado o xilocano, instrumento
construído com tubos de esgoto do-
méstico, criado pelo maestro Alberto
Roque da Sociedade Artística e Musi-
cal dos Pousos, no concerto Entupi-
mentos Sinfónicos. Em 2014, o mesmo
maestro já tinha criado o sanitofone
a partir de louças sanitárias.
O concurso conta com diversos
parceiros como a Câmara de Aveiro,
a empresa Roca, a ERSAR — Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas
e Resíduos, a Associação Nacional
de Designers e a Associação Nacio-
nal para a Qualidade das Instalações
Prediais.
DesignSara Dias Oliveira
Desenha Hoje a Sanita de Amanhã é um concurso para alunos de Design, inserido na campanha O Cano É Que Paga
As inscrições têm de ser feitas até 13 de Maio de 2016
Miradouros Portugalde
São 20 os miradourosem Portugal continental que semanalmente
levamos os leitores a visitar nesta sérieSão o nosso património das vistas
fugas.publico.pt
Um “lugar elevadode onde se avista
um horizonte largo”Definição de miradouro no Dicionárioda Língua Portuguesa, Porto Editora.
TODOS OS
SÁBADOS
gDefinição de miradouro no Dicionárioda Língua Portuguesa, Porto Editora.
16 | ECONOMIA | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Mercado automóvel cresceu 24%, com abrandamento na recta fi nal de 2015
Foi o terceiro ano de recuperação do sector. Renault, Volkswagen e Peugeot no topo das marcas mais comercializadas no segmento dos ligeiros de passageiros. Vendas deverão continuar a crescer este ano
SHENG LI/REUTERS
Os ligeiros de passageiros representam 84% dos novos automóveis vendidos em 2015
O sector automóvel teve em 2015 o
terceiro ano de recuperação, com as
vendas a voltarem a superar a bar-
reira dos 200 mil veículos, somando
ligeiros de passageiros, comerciais
ligeiros e veículos pesados, segun-
do o balanço publicado ontem pela
Associação Automóvel de Portugal
(ACAP). O ritmo abrandou nos últi-
mos três meses do ano, mas não im-
pediu que se quebrasse aquela bar-
reira, o que já não acontecia desde
2010, o último ano positivo antes da
forte queda do mercado, a que agora
se seguiu uma fase de recuperação.
Ao todo, foram vendidos 213.645
automóveis em 2015, o que repre-
senta um crescimento de 24% em
relação ao ano anterior, em que o
mercado tinha subido a um ritmo de
36%. Ano a ano, as vendas têm vindo
a subir. De um mínimo de 113,4 mil
veículos em 2012 as vendas passaram
para 126,6 mil no ano seguinte e para
172,3 mil em 2014, antes de chegarem
a 213,6 mil no último ano.
Os números divulgados pela ACAP
mostram, porém, que o mercado ain-
da está “11% abaixo da média dos úl-
timos 15 anos”, na ordem dos 240
mil automóveis. E ainda não houve
uma recuperação “para valores con-
siderados normais para a dimensão
do país”. Nos ligeiros, o principal
segmento do mercado, as vendas
cresceram 25%. Foram comerciali-
zados 178.496 carros novos, com a
Renault a liderar como marca mais
vendida, seguida da Volkswagen e
da Peugeot.
Mercado irregularSe na primeira metade do ano o seg-
mento dos ligeiros de passageiros
crescia a um ritmo acima de 30%,
o balanço dos últimos seis meses do
ano foi menos positivo, com um cres-
cimento homólogo de 16%, sobretu-
do por causa do desempenho do úl-
timo trimestre. Em Agosto e Setem-
bro, as vendas ainda cresceram 22%
e 30%, mas nos três meses seguintes
registou-se uma desaceleração, para
16%, 13% e 10%, respectivamente.
Este desempenho coincidiu com
uma diminuição de confi ança dos
consumidores. Segundo o inquérito
de conjuntura do INE, “as opiniões
sobre a realização de compras im-
muito abaixo em termos percentu-
ais aos valores de 2015.” O mercado
deverá fi car de novo acima dos 200
mil veículos vendidos, “mas ainda
longe desse pico de 2010”.
A Renault vendeu 20.447 unidades
(ligeiros de passageiros), crescendo
25,3% em relação a 2014. Manteve-se
como a marca que mais vendeu neste
segmento, com uma quota de 11,46%.
Já a Volkswagen vendeu 16.900 car-
ros, um aumento de 21% em relação
às 13.873 unidades comercializadas
em todo o ano de 2014.
Já o conjunto das quatro gran-
des marcas do Grupo Volkswagen
(Volkswagen, Skoda, Audi e Seat)
cresceu 17,7%, totalizando 36.360
ligeiros vendidos em Portugal. Não
é clara a ligação entre o desempenho
das diferentes marcas e o eventual
impacto nas vendas da descoberta de
software fraudulento em milhões de
carros do grupo. O comportamento
de cada marca tem sido distinto de
mês para mês. Por exemplo, as ven-
das da Volkswagen, da Skoda e da Au-
di caíram em Dezembro (-7,6%, -4,9%
e -4,3%) face ao período homólogo
depois de estarem a crescer nos dois
meses anteriores, mas o contrário
aconteceu com a Seat, em que depois
de quedas homólogas em Outubro e
Novembro teve em Dezembro uma
subida expressiva (21%). E o mesmo
aconteceu com outras marcas con-
correntes, que também viram as ven-
das descer no último mês do ano —
aconteceu com a Toyota, a Peugeot
e a Citroën, por exemplo.
Os quase 178.500 ligeiros de pas-
sageiros perfazem 83,5% das vendas.
Os comerciais ligeiros (30.856) cres-
ceram a um ritmo abaixo da média,
nos 17,9%. Nos pesados, que têm um
peso de apenas 2%, foram vendidas
4293 unidades, das quais 239 de pe-
sados de passageiros.
ConjunturaPedro Crisóstomo
portantes agravaram-se em Outubro
e Novembro, após recuperarem nos
dois meses anteriores”.
O mercado, disse o secretário-geral
da ACAP, Hélder Pedro, está a esta-
bilizar e é essa a previsão da ACAP
para 2016. “A expectativa é que haja
um crescimento do mercado, mas
Ano de 2015 acabou a abrandar
Vendas de ligeiros de passageiros em 2015Variação homóloga, em %
Evolução das vendasde veículos automóveis Total de unidades em Portugal
Fonte: ACAP PÚBLICO
Dez.Nov.Out.Set.Ago.Jul.Jun.Mai.Abr.Mar.Fev.Jan. 28,0
35,641,8
21,833,133,9
9,721,9
30,116,1
13,910,3
201520102005
213.654
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | ECONOMIA | 17
O ano de 2016 já vinha sendo aponta-
do como aquele em que a economia
mundial e os mercados fi nanceiros
internacionais terão de enfrentar di-
versas ameaças, mas poucos adivi-
nhariam que os riscos se tornariam
assim tão evidentes logo no primeiro
dia útil do ano. Logo ao amanhecer
de ontem na Ásia, a economia chi-
nesa espirrou e o resto do mundo,
poucas horas depois, fi cou consti-
pado.
Num ambiente em que poucos ain-
da se esqueceram da instabilidade
fi nanceira vivida em Agosto na Chi-
na, aquilo que agora trouxe de vol-
ta o nervosismo foram os dados da
produção industrial divulgados na
segunda maior economia mundial.
A China voltou a dar sinais claros de
abrandamento, com a quinta que-
bra consecutiva deste indicador, e a
consequência mais imediata foi uma
queda de 6,9% na bolsa de Xangai e
de 8,2% no índice de Shenzhen.
O resultado não terá sido ainda
pior porque, usando legislação que
entrou em vigor precisamente on-
tem, a transacção de acções nos mer-
cados chineses foi congelada uma
hora antes do fecho.
Antes da decisão de antecipação
do fecho, foi accionada a suspensão
das negociações por 15 minutos, o
que passou a poder ser feito sem-
pre que há variações do índice su-
periores a 5% (ganhos ou perdas),
mas a medida não conseguiu travar
a pressão vendedora de acções e
gerou maior pânico entre os inves-
tidores.
Torna-se cada vez mais evidente
que, entre os investidores, são pou-
cos os que acreditam que as autori-
dades tenham a situação totalmente
sob controlo. Aliás, outros dos moti-
vos por trás dos acontecimentos de
ontem é a expectativa de que não
se possa adiar por muito mais tem-
po um inevitável regresso à cotação
dos títulos que, perante o colapso
verifi cado em Agosto, têm tido a sua
negociação limitada.
A queda abrupta na bolsa chinesa
teve um efeito bastante signifi cativo
tanto nos outros países dos merca-
dos emergentes como nas maiores
Quatro dias no ano e os emergentes já estão a assustar a economia mundial
potências económicas mundiais.
Tanto uns como outros temem aqui-
lo que pode acontecer se um cenário
de uma travagem brusca da econo-
mia chinesa vier a concretizar-se.
Na Europa, as quedas nas bolsas
variaram entre 2% e 4%, com Lisboa
a descer 1,54%. Tanto os EUA como
a Europa e o Japão têm agora laços
económicos e financeiros muito
importantes com a China, que os
levam a temer que um fracasso de
Pequim em garantir uma aterragem
suave da sua economia irá acabar
por repercutir-se nos seus próprios
países, seja pela quebra das transac-
ções comerciais, seja pela alteração
abrupta dos fl uxos fi nanceiros inter-
nacionais.
Para além disso, as difi culdades
sentidas pela China não são mais do
que um exemplo daquilo que se pas-
sa na generalidade das economias
emergentes do globo. Com as taxas
de juro a subir nos EUA, as divisas es-
tão sob pressão e os bancos centrais
das economias emergentes vêem-se
forçados a subir as suas próprias ta-
xas para evitar uma fuga de capitais,
a depreciação da moeda e a escalada
da infl ação. Em contrapartida, a ac-
tividade económica sofre.
No Brasil, onde se assistiu ontem a
uma descida dos índices bolsistas e
a uma nova depreciação do real face
ao dólar e ao euro, o cenário é par-
ticularmente sombrio. O inquérito
habitualmente feito pelo banco cen-
tral a um grupo de cem economistas
revela que, em média, estes estão a
prever uma contracção da economia
brasileira de 2,95% este ano, o que,
a confi rmar-se, signifi caria o pior
resultado desde pelo menos 1901.
Esta foi a 13.ª semana seguida em
que os economistas fi caram mais
pessimistas em relação à evolução
da economia no Brasil.
Os avisos em relação aos perigos
que a economia mundial e em par-
ticular os mercados emergentes en-
frentam em 2016 têm sido vários. On-
tem, em declarações reproduzidas
no site do FMI, o economista-chefe
da instituição foi o último a deixar
o seu alerta: “O ano vai oferecer-nos
uma abundância de desafi os. E os
mercados emergentes vão estar no
centro do palco.”
MercadosSérgio Aníbal e Rosa Soares
Novos sinais de travagem na China trouxeram nervosismo de volta às bolsas um pouco por todo o mundo
BRUNO LISITA
Unitel, controlada pela empresária angolana, propõe 140 milhões por mais 10% do banco do BPI
As acções do BPI fecharam ontem
em forte alta na bolsa de Lisboa, de
6,32%, para 1,16 euros, em reacção à
oferta da Unitel, controlada por Isa-
bel dos Santos, para passar a dominar
o angolano BFA. Isto numa sessão em
que o PSI 20 caiu 1,54% (num dia de
forte queda nos mercados accionis-
tas, após a forte desvalorização das
bolsas chinesas e o aumento de ten-
são no Médio Oriente) .
A Unitel detém actualmente 49,9%
do BFA e o BPI o restante. A proposta,
comunicada ao mercado este domin-
go ao início da noite, passa pela aqui-
sição, por parte da empresa angola-
na, de mais 10% do capital, por 140
milhões de euros, assumindo assim
o controlo do banco. A solução agora
avançada é uma resposta à proposta
do BPI, que tem em cima da mesa
um projecto de cisão dos activos em
Angola e Moçambique, ou seja, os ac-
cionistas do BPI recebem acções do
veículo com os activos africanos.
A proposta terá sempre de ter luz
BPI subiu 6% em bolsa após proposta de Isabel dos Santos para o BFA
verde do BCE, que actualmente não
aceita o nível de exposição do banco
nacional ao mercado angolano. A va-
lorização das acções, que já chegou a
superar os 7%, está a acontecer ape-
sar do valor da proposta para a aqui-
sição de 10% fi car abaixo de recente
avaliação da instituição.
A Caixa BI recorda que, no âmbi-
to da OPA da Caixabank, a gestão do
banco liderado por Fernando Ulrich
avaliou os 51% detidos no BFA entre
mil milhões de euros e 1,4 mil milhões
de euros, o que fi ca acima do valor
agora oferecido. O BPI já tinha con-
vocado uma assembleia geral para 5
de Fevereiro, para votar a proposta
de cisão simples, que não conta com
a concordância do parceiro angolano,
determinante para o seu avanço. On-
tem, o BPI divulgou através da CMVM
um prospecto relativo à admissão em
bolsa da SGA, a sociedade a consti-
tuir por cisão simples, dando mais
um passo em frente na estratégia que
tem causado desagrado a Isabel dos
Santos e à Unitel.
Mudanças em AngolaCaso a proposta da Unitel seja aceite,
o BPI junta-se a outros casos de ban-
cos em Angola onde os investidores
angolanos passaram a dominar, ou
reforçaram posições. Depois de uma
fase em que foram entrando no ca-
pital das instituições fi nanceiras lo-
calizadas neste mercado (como foi
o caso da entrada da Unitel no BFA,
em 2008), no último ano e meio hou-
ve vários casos em que aumentaram
a sua presença. Primeiro, o fi m do
BES Angola (ligado ao que sucedeu ao
BES/GES) obrigou a uma intenção do
Estado angolano, que transformou o
BESA no Banco Económico. Se antes
o BES detinha a maioria do capital,
no Económico o maior accionista é
agora a Sonangol. A petrolífera esta-
tal angolana detém 39,4%, fi cando o
Novo Banco com 9,7%.
Já em Outubro de 2015, o BCP, que
detinha a maioria do capital do Mil-
lennium Angola, anunciou a fusão
com o angolano Atlântico, controla-
do pela Sonangol (maior accionista
do BCP) e por Carlos Silva. De acordo
com o banco liderado por Nuno Ama-
do, o BCP fi ca com cerca de 20% na
nova instituição. Depois, há ainda o
caso do Montepio, dono do Finiban-
co Angola (após ter comprado o Fini-
banco). Em Agosto, a instituição deu
conta da intenção de alienar 30,6%
do banco, reduzindo a posição para
perto de 51%, a favor de Mário Pa-
lhares. No entanto, nada aconteceu
até agora.
A excepção à regra foi a CGD, que
comprou no primeiro semestre de
2015 a posição de 49% que o Santan-
der detinha na Partang. A Partang de-
tém 51% do Banco Caixa Geral Totta
Angola, ao lado de accionistas como a
Sonangol. O banco público pode, no
entanto, voltar a ter um novo parcei-
ro, que deverá ser angolano.
BancaRosa Soares e Luís VillalobosAcções estiveram em contraciclo com o PSI 20, que caiu 1,54%. Investidores locais têm reforçado na banca angolana
O ano começou com quedas generalizadas nos principais mercados financeiros internacionais
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2015
PSI 20 -1,54 5231,14 225935377 5274,38 5278,53 5176,64 1,11 9,01ALTRI -2,08 4,67 252815 4,72 4,72 4,62 0,59 88,12BPI 6,32 1,16 5356848 1,09 1,17 1,06 -6,75 13,06BCP -1,43 0,05 195431692 0,05 0,05 0,05 -5,60 -26,64CTT CORREIOS -1,4 8,73 444549 8,80 8,80 8,65 2,24 8,89EDP -4,1 3,19 7999544 3,29 3,30 3,16 3,46 -1,03EDP RENOVÁVEIS 0,23 7,27 628745 7,13 7,27 7,12 2,69 34,47GALP ENERGIA -3,17 10,38 1984059 10,75 10,82 10,30 -2,32 23,12IMPRESA -0,21 0,47 34045 0,48 0,48 0,47 0,00 -40,36J. MARTINS -3 11,64 1063739 11,91 11,92 11,52 0,08 44,02MOTA-ENGIL -2,13 1,88 268532 1,93 1,93 1,84 3,83 -29,20NOS -0,97 7,18 375987 7,16 7,22 7,07 -1,21 37,05PHAROL -2,95 0,26 6330017 0,27 0,27 0,26 -7,19 -69,56PORTUCEL -0,17 3,59 784829 3,56 3,59 3,48 1,01 16,37REN 1,37 2,82 1061571 2,76 2,82 2,75 0,43 17,21SEMAPA -0,71 12,61 47234 12,57 12,61 12,40 0,32 33,19TEIXEIRA DUARTE 0,64 0,32 67479 0,32 0,33 0,31 -13,97 -55,56SONAE 0,38 1,05 3803692 1,05 1,05 1,03 -4,73 2,73
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 195.431.692EDP 7.999.544PHAROL 6.330.017BPI 5.356.848SONAE 3.803.692
BPI 6,32%REN 1,37%TEIXEIRA DUARTE 0,64%
EDP -4,1%GALP ENERGIA -3,17%J. MARTINS -3%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
2,2
2,4
2,6
2,8
1,08190,7355
129,154,36591,0854
-0,131%-0,04%
37,41074,91
0,095%2,556%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
3000
3200
3400
3600
3800
5000
5150
5300
5450
5600
-0,0500
-0,0225
0,0050
0,0325
-1,54%-3,14%-1,86%
MANUEL ROBERTO
Ministério das Finanças não revela o total de proprietários que procederam aos registos
Até 31 de Dezembro, data-limite pa-
ra o registo dos contratos de arren-
damento e respectiva emissão de
recibos electrónicos de renda sem
multa, foram registados 552.201 ar-
rendamentos activos, que corres-
ponderam a 3,9 milhões de recibos
electrónicos, no valor total de 37,2
milhões de euros.
De acordo com dados do Minis-
tério das Finanças solicitados pelo
PÚBLICO, o registo de contratos no
portal foi superior, aproximando-se
dos 645 mil, dos quais 56 mil corres-
pondem a cessações de contratos
(arrendamentos que terminaram),
e foram anulados 36.788 registos.
Estas anulações são explicadas por
inúmeros erros no acesso ao sistema
por parte dos proprietários.
A multa para os proprietários que
estavam obrigados ao registo e não
o fi zeram varia entre 150 euros e os
3750 euros.
O Ministério das Finanças não
revela o total de proprietários que
procederam aos registos, sendo
Contratos de arrendamento registados nas Finanças ultrapassam os 552 mil
que muitos têm mais do que um
imóvel. Também não foi revelado
o número de novos contratos (que
totalizam 176 mil até Novembro),
ou seja, assinados depois de 1 de
Abril, data a partir da qual se tor-
nou obrigatório o registo no Portal
das Finanças, bem como das altera-
ções e cessações aos arrendamentos
existentes.
O prazo para o registo electrónico
dos restantes contratos foi prorro-
gado duas vezes, de Maio para No-
vembro e depois para Dezembro,
em parte por difi culdades de acesso
ao sistema e de falta de esclareci-
mentos em relação a situações me-
nos comuns, como heranças indevi-
das, ou imóveis em co-propriedade,
entre outras.
Os contratos registados ao fi nal
do ano incluem, embora em menor
número, arrendamentos comerciais,
relativos a proprietários que decla-
ram rendimentos em nome individu-
al. Os proprietários que têm activida-
de empresarial passam facturas.
Os dados agora divulgados pelo
ministério não discriminam o tipo
de contrato habitacional e comer-
cial, mas, mesmo considerando que
boa parte é residencial, ainda estão
longe dos 700 mil alojamentos ha-
bitacionais arrendados, revelados
pelos Censos de 2011.
Em 2014, o universo de proprie-
tários que declararam rendimentos
prediais nas declarações de IRS to-
talizou 381.285, número que pode-
rá não ter sido atingido no universo
dos registos efectuados.
De referir que o registo electró-
nico de renda não é obrigatório pa-
ra os proprietários com mais de 65
anos ou com valores de renda infe-
riores a 70 euros mensais.
No entanto, estes senhorios têm
de entregar uma declaração de ren-
das durante o mês de Janeiro, e essa
informação, bem como o registo dos
contratos, será feita electronicamen-
te, mas pelas Finanças, se o proprie-
tário não tiver meios para o fazer.
Para cumprir esta exigência, os se-
nhorios têm de preencher o Modelo
44, impresso pela Casa da Moeda,
que está esgotado num grande nú-
mero de repartições de Finanças do
país, designadamente na Grande Lis-
boa, disse ao PÚBLICO António Frias
Marques, presidente da Associação
Nacional de Proprietários. A infor-
mação dada a muitos proprietários
que pretendem cumprir a exigência
é de que só no fi nal da semana estará
disponível o referido impresso.
Frias Marques, que tem contes-
tado a discriminação de cidadãos
quanto à obrigatoriedade de registo
electrónico, lembrando que há mui-
tos proprietários com menos de 65
anos sem meios e conhecimentos
para cumprir a exigência, destaca
que o modelo, que custa 60 cênti-
mos, só pode ser utilizado para cin-
co contratos.
HabitaçãoRosa Soares
Modelo 44, necessário para cumprir as exigência legais, está esgotado num grande número de repartições de Finanças do país
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | ECONOMIA | 19
PUBLICIDADE
O Tribunal da Concorrência de San-
tarém confi rmou a condenação da
Galp por práticas anticoncorrenciais
no mercado do gás de botija, mas re-
duziu em metade — para 4,1 milhões
de euros — a coima que a Autoridade
da Concorrência (AdC) tinha aplicado
à empresa. A Galp anunciou que vai
recorrer da sentença, mas destacou
tratar-se da “maior redução de sem-
pre das coimas aplicadas pela AdC”.
A petrolífera liderada por Carlos Go-
mes da Silva sublinhou ainda que o
tribunal entendeu “que não houve
Tribunal da Concorrência condena Galp a coima de quatro milhões de euros
uma omissão dolosa por parte da
Galp Energia”.
Em Fevereiro do ano passado, a
Galp foi multada pela AdC em 9,29
milhões de euros pela existência de
cláusulas ilegais em duas centenas de
contratos entre a Petrogal, a Galp Ma-
deira e a Galp Açores e os seus distri-
buidores de gás de botija. A entidade
presidida por António Ferreira Go-
mes concluiu que as operadoras apli-
caram cláusulas que impediram estes
distribuidores de fornecer clientes
fora de uma zona geográfi ca defi ni-
da, restringindo a sua possibilidade
de concorrer com distribuidores em
territórios vizinhos.
A petrolífera recorreu da decisão
para o Tribunal de Santarém que,
no entanto, na sentença lida ontem,
manteve a condenação. A Galp tem
dez dias para apresentar recurso. A
própria AdC pode contestar a senten-
ça, uma possibilidade que, segundo
informações recolhidas pelo PÚBLI-
EmpresasAna Brito
Tribunal confirma condenação por infracções no gás de botija, mas corta coima em metade. Empresa vai recorrer da decisão
formais”. A petrolífera entende ainda
que fi cou reconhecido que a empresa
“não realizou qualquer prática co-
mercial com impacto no preço do gás
em garrafa”, ou que “prejudicasse os
consumidores portugueses ou o livre
funcionamento do mercado nacional
de gás em garrafa”.
“O tribunal acolheu muitos dos
nossos argumentos, mas acredita-
mos que não foi tão longe quanto
podia ter ido, já que a nossa expec-
tativa era a absolvição”, disse ao PÚ-
BLICO o advogado da Galp, Ricardo
Bordalo Junqueiro, consultor da
Cuatrecasas, Gonçalves Pereira. No
entanto, a redução da coima global
em 5,2 milhões de euros (resultan-
do em 3,9 milhões para a Petrogal,
150 mil euros para a Galp Açores e
40 mil euros para a Galp Madeira)
permite, segundo o advogado, tirar
uma “conclusão óbvia”: “A gravidade
que a AdC atribuiu às práticas não foi
confi rmada pelo tribunal.”
CO, está a ser analisada pela entidade
reguladora.
A juíza do Tribunal da Concor-
rência “qualifi cou como negligência
quase grosseira, ainda que não como
dolo”, a actuação da Galp, revelou
a AdC, em comunicado. A sentença
reconheceu ter existido “um nível de
descuido, de falta de responsabilida-
de e de falta de comprometimento
com o valor da concorrência muito
signifi cativo. O que é ainda mais gra-
ve devido à dimensão das visadas”,
adiantou a AdC.
Já a Galp sublinhou que o tribunal
“reconheceu a conformidade da ac-
tuação comercial” da empresa com
as regras da concorrência, mas con-
siderou que “meros aspectos formais
dos contratos de distribuição, com
origem num passado remoto, deve-
riam ter sido corrigidos”. A empresa
vai interpor recurso porque “não se
conforma com uma condenação as-
sente em fundamentos meramente
Breve
Banca
Venda do Banif em Malta reverte para novo veículoA venda dos 78,5% do capital que o Banif detinha no Banif Bank, em Malta, anunciada em véspera da medida de resolução, deverá ser a primeira fonte de receitas do veículo criado para ficar com alguns activos, na esfera do Fundo de Resolução. A concretização do contrato de promessa de compra e venda já assinado deverá ser uma das primeiras missões do conselho de administração do veículo, o Naviget, que deverá receber o valor acordado de 18,4 milhões de euros.
SÉRIE ESPECIAL
AMANHÃ
Velhas e Novas
UtopiasUtopia da informação: até onde vai a transparência? As novas concorrências trouxeram a ilusão de comunicar?
Acompanhe a série empublico.pt/novasevelhasutopias
Utopia daliberdade dainformação
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
A medida de resolução bancária
aplicada ao Banif pelo Banco de
Portugal é mais complexa do que
a aplicada ao BES. Divide o Banif
em três partes: O Banif “mau”,
que deverá ser liquidado; o Banif
“intermédio”, que fi cou para o
Fundo de Resolução através de
uma nova sociedade Naviget; e o
Banif “bom”, que foi vendido ao
Santander.
Existe uma enorme falta de
transparência o que difi culta o
escrutínio detalhado da operação
de resolução. Ao contrário do
que ocorreu em Agosto de 2014, o
Banco de Portugal não publica os
balanços provisórios pós-resolução
nem quantifi ca o balanço de
activos e passivos vendidos ao
Santander. Acresce que existem
inconsistências nos dados
fornecidos pelo Banco de Portugal
e pela Comissão Europeia.
Mas é possível preparar
algumas estimativas dos efeitos da
resolução recorrendo ao que é de
conhecimento público:
O montante e o tipo das
injecções de capitais públicos no
que era o antigo Banif;
O balanço fi nanceiro do antigo
Banif no 3º trimestre de 2015.
Com base nesta informação e
assumindo que, em Dezembro,
ocorreu uma fuga de depósitos de
mil milhões de euros, é possível
estimar o novo balanço do Banif
(se este não tivesse sido dividido
em três partes) após as injecções
de capital realizadas no âmbito da
resolução e assim estimar quem
ganhou o quê.
Parte I. Injecções de capital:1. O Estado realiza um aumento de
capital de 1766 milhões de euros
ao Banif;
2. A Naviget (“Banif intermédio”)
transfere 746 milhões de euros de
obrigações garantidas pelo Fundo
de Resolução e contra-garantidas
pelo Estado para o “Banif bom”
adquirido pelo Santander. Em
resultado desta garantia pública,
activos que antes eram ilíquidos
passam a ser de elevada liquidez
e, pelas regras de supervisão
bancária, os rácios de capital do
banco melhoram;
3. Assim, o montante de dinheiros
públicos injectados directa ou
indirectamente no que era antes o
Banif é de 2512 (=1766+746) milhões
de euros.
4. A Comissão Europeia indica
que o total de ajudas públicas
pode ir até cerca de 3 mil milhões
de euros, incluindo uma garantia
pública de 323 milhões de euros.
Mas a garantia pública aprovada
pelo Banco de Portugal é de 746
milhões de euros, pelo que, na
dúvida, nas estimativas aqui
apresentadas optou-se por só
considerar os montantes de ajudas
públicas explicitamente referidos
nas deliberações do Banco de
Portugal. No pior cenário, que não
é considerado nestas estimativas,
as ajudas públicas totalizariam
3423 milhões de euros a que
acresceriam benefícios fi scais
públicos de perto de mil milhões
de euros (de activos por impostos
diferidos) (1)
Parte II - O balanço fi nanceiro do antigo BanifO rácio de capital CET1 mínimo
obrigatório é de 7%. O rácio de
solvabilidade mínimo (que inclui
outros instrumentos de capital)
é de 8%. Em Setembro de 2015, o
Banif declarava que tinha capital e
reservas de 675 milhões de euros,
rácio de capital CET1 de 8,5% e um
rácio de solvabilidade de 9,5%, ou
seja, os dois rácios de capital do
Banif situavam-se bem acima do
mínimo legal exigível.
O balanço do antigo Banif é aqui
apresentado de forma simplifi cada
dividindo os activos em duas
categorias: activos de elevada
liquidez, que tendem a conservar
o seu valor e a exigir pouco capital;
e em outros activos.
A classifi cação simplifi cada
do balanço do Banif permite
estimar o que ocorre, após a
resolução bancária, ao rácio de
alavancagem fi nanceira (“leverage
AnáliseRicardo Cabral
ratio”) e permite igualmente
estimar, de forma aproximada
mas conservadora (subestimando)
o que ocorre ao rácio de capital
CET1 do Banif (que designo Rácio
de capital CET1 simplifi cado), que
é o rácio relevante para regulação
prudencial da banca.
A resolução bancária consiste
na reestruturação de activos
e passivos, constituindo
imparidades adicionais para
refl ectir perdas nos “Empréstimos
e outros activos”. Em
consequência, o banco passaria
a ter capitais próprios negativos.
Após (i) a injecção de 2512 milhões
de euros em dinheiros e garantias
públicas, (ii) a imposição de
perdas a accionistas e a credores
subordinados e (iii) o pagamento
de dívida aos Bancos Centrais, o
balanço do antigo Banif passaria a
ser de cerca de 9,2 mil milhões de
euros, com capitais próprios de 1,1
mil milhões de euros.
O valor estimado para o rácio de
capital do Banif - CET1 simplifi cado
- passaria a ser 15,5%, cerca do
dobro do mínimo legal exigível.
Note-se que o Banif, a
30.9.2015, já tinha constituído
cerca de 1600 milhões de euros
de imparidades nos seus activos
líquidos. Mas a injecção de capitais
públicos descrita acima, sugere
a constituição de imparidades
adicionais no montante de 2512
milhões de euros.
Este nível de imparidades é
inacreditável - 4,1 em 11,0 mil
milhões de euros de activos
brutos - só seria possível se o Banif
estivesse a “cozinhar” os livros e os
auditores “a olhar para o lado”!
Admita-se, por hipótese,
que as contas do Banif estavam
“limpinhas e direitinhas” como
afi rma o seu antigo presidente.
Então o balanço optimizado do
antigo Banif passaria a ser o que
está descrito na infografi a.
Se o presidente do antigo Banif
tiver razão, então o Banif, após a
resolução passaria a ser um banco
com rácio de capital CET1 que
provavelmente estaria próximo
dos 40% e teria capitais próprios
de 3,6 mil milhões de euros!
Mas mesmo que o Banif
estivesse a empolar os seus
activos, por exemplo em 1,5 mil
milhões de euros, e que fosse
necessário constituir imparidades
adicionais nesse montante, após
a resolução e injecção de capitais
públicos ter-se-ia: capitais próprios
de cerca de 2,1 mil milhões de
euros; e rácio de capital CET1 e
rácio de solvabilidade mais de 3
vezes superior ao rácio de capital
mínimo legalmente exigível.
Em síntese:Se as contas do Banif estavam
“limpinhas e direitinhas”,
como defende o antigo
presidente do banco, então,
após a resolução, utilizando
estimativas conservadoras,
os capitais próprios do antigo
Banif aumentariam para 3,6 mil
milhões de euros e os rácios
de capital CET1 para cerca de
40%, ou seja, 5 vezes os rácios
mínimos legalmente obrigatórios
- algo similar ocorre mesmo que
existam imparidades adicionais
signifi cativas no balanço;
É estranho que a DG-Comp da
Comissão Europeia, após uma
análise que necessariamente
demorou menos de um dia afi rme
que não existe ajuda estatal ao
Santander e que, afi nal, a ajuda
estatal ao Banif, de 1100 milhões
de euros, concedida em Janeiro de
2013, era legal;
O Santander compra um banco
supercapitalizado pagando
muito menos do que o valor
contabilístico do banco. Por
conseguinte, afi gura-se que o
objectivo primeiro da medida de
resolução aplicada ao Banif não
foi o saneamento deste banco
mas sim a recapitalização do
Santander, recorrendo a injecções
de capital público no Banif;
Se assim tiver sido, existem vias
para o Estado português procurar
corrigir a situação e reaver uma
parte signifi cativa dos dinheiros
públicos “investidos no Banif”.
[1] A medida de resolução limita
os activos por impostos diferidos
a adquirir pelo Santander a 179
milhões de euros, uma fracção
do montante potencial desse
tipo de activos. Parece que esses
activos fi carão na Naviget (Banif
intermédio), propriedade do Fundo
de Resolução. Contudo, porque
este ponto não é clarifi cado nas
deliberações do Banco de Portugal,
não se inclui a injecção de capitais
públicos via “activos por impostos
diferidos” nestas estimativas, que
resultariam em activos líquidos,
capitais próprios e rácios de capital
mais elevados para o antigo Banif,
do que aqui estimado.
As contas da resolução do Banif
Retrato do antigo Banif, pós-resolução
Balanço do antigo Banif a 21-12-2015, após resolução, injecção de capitais públicos e operações de optimização de balanço, se as contas do Banif estivessem "limpinhas e direitinhas"
Total activos líquidos 11.66511.665 Total passivos
ACTIVOS LÍQUIDOS Rácios de capital(%)
PASSIVOSCaixa e disponibilidades líquidas sobre bancos centraisOutros activos de elevada liquidezTotal activos de elevada liquidezEmpréstimos e outros activos
Dívida ao Eurossistema e ao Banco de PortugalDepósitos e dívida sénior
Dívida subordinadaCapital e reservas dos novos accionistas
0808303583
200203022309435
Capital CET1simplificado
Alavancagem
38,030,7
“Afi gura-se que o objectivo primeiro da medida de resolução aplicada ao Banif não foi o saneamento deste banco mas sim a recapitalização do Santander”
Economista, professor universitário
A versão mais longa desta análise pode ser vista em http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/
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22 | MUNDO | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Socialistas já falam em tornar apátridas condenados por terrorismo
JOEL SAGET/AFP
Um orgulhoso cidadão francês nas celebrações de Ano Novo em Paris
Vários legisladores franceses que
apoiam uma polémica proposta de
revisão constitucional para permitir a
retirada da nacionalidade a quem for
condenado por crimes de terrorismo
querem ir ainda mais longe do que
o Governo do Presidente François
Hollande, e aplicar essa punição não
apenas aos detentores de dois pas-
saportes mas a todos os cidadãos da
república — ou seja, também àqueles
que não possuem outra nacionalida-
de para além da francesa.
Acrescentando uma nova cama-
da de controvérsia ao já infl amado
debate público, vários membros
do Governo consideraram ontem
que algumas das sugestões apre-
sentadas por deputados e dirigen-
tes políticos nos últimos dias, no
sentido de alargar a possibilidade
da revogação da nacionalidade por
terrorismo a todos os franceses,
constituem um “novo elemento”
que é bem-vindo no âmbito da dis-
cussão do assunto.
“O Presidente da República fez sa-
ber qual é a sua posição e abriu o de-
bate. Não deixaremos de olhar para
as diferentes posições para perceber
o que pode ser posto em cima da
mesa: a preocupação do Presidente
e do Governo é a de reunir o mais
amplo consenso possível sobre uma
questão que, acima de tudo, diz res-
peito à protecção dos franceses, pe-
lo que deve ultrapassar as divisões
habituais”, esclareceu o ministro da
Agricultura e porta-voz do Governo,
Stéphane Le Foll, no fi m da reunião
de conselho de ministros.
O debate parlamentar do projec-
to de revisão constitucional “para
a protecção da nação” apresentado
pelo Governo no fi m de Dezembro
arranca no próximo dia 3 de Feve-
reiro, e a esta distância não é claro
que o Governo consiga reunir os vo-
tos dos três quintos de membros da
Assembleia Nacional e do Senado
que são obrigatórios para aprovar
mudanças no texto fundamental.
Apesar de a lei ser apoiada pelas
bancadas da direita — Os Republi-
canos e a Frente Nacional —, pelo
menos 60 deputados socialistas já
anunciaram a intenção de votar con-
tra, ao lado dos partidos de esquer-
da, que montaram uma oposição
plexidade da discussão, do ponto de
vista jurídico e também de relações
internacionais. Isto porque, apesar
de a proposta original do Presidente
apontar apenas a pessoas com du-
pla nacionalidade, não faz nenhuma
distinção entre aquelas que nasce-
ram no estrangeiro e aquelas que
nasceram em França — e estão salva-
guardadas pelos chamados direitos
de sangue e direito de solo, como
era o caso de alguns dos terroristas
envolvidos nos atentados de 13 de
Novembro em Paris.
O projecto de Hollande já rompe
com os critérios da legislação actual:
o Código Civil da França diz clara-
mente, no seu artigo 25, que a nacio-
nalidade só pode ser revogada quan-
do foi adquirida, isto é, nos casos em
que a república acolheu indivíduos
que não tinham direito automático
a ser considerados franceses e solici-
taram a naturalização (por exemplo,
imigrantes com mais de cinco anos
de residência ou estrangeiros casa-
dos com cidadãos franceses há mais
de quatro anos). O mesmo artigo pre-
vê a impossibilidade da destituição
da nacionalidade “se dela resultar
um indivíduo apátrida”.
Como assinalam vários especialis-
tas, a ideia de generalizar a proposta
governamental para incluir todos
os cidadãos franceses não só coli-
de com as normas jurídicas do país
como viola resoluções e tratados in-
ternacionais subscritos pela França,
nomeadamente a Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem de
1948, que estabelece no artigo 15.º
que “todo o indivíduo tem direito a
uma nacionalidade”, ou uma con-
venção das Nações Unidas de 1961
que impede os Estados signatários
de “privar a nacionalidade a indiví-
duos cuja aplicação dessa medida
torne apátridas”.
Sugestão do líder da bancada socialista pretendia responder às críticas ao projecto de retirar a nacionalidade a cidadãos com dupla nacionalidade acusados de crimes contra a Nação, mas criou mais polémica
FrançaRita Siza
Bruno Le Roux, equacionou a apre-
sentação de emendas em resposta
aos críticos que assinalaram como
consequências nefastas da proposta
uma alegada quebra da coesão so-
cial com uma divisão (e discrimina-
ção) dos franceses em cidadãos de
primeira e de segunda, em função
da sua origem. No sentido de evitar
situações de desigualdade perante
a lei, Le Roux sugeriu que o âmbito
da medida seja alargado para “per-
mitir que seja retirada a nacionali-
dade francesa a todos aqueles que
levantam armas contra o Estado e
contra quem vive no nosso país, in-
dependentemente de terem outra
nacionalidade ou não”.
“Estamos a falar de mais um ele-
mento no debate”, desdramatizou
o secretário de Estado encarregado
das relações com o Parlamento, Je-
an-Marie Le Guen, sem deixar de re-
conhecer, porém, a particular com-
“Não deixaremos de olhar para as diferentes posições para perceber o que pode ser posto em cima da mesa”, disse Stéphane Le Foll
feroz ao projecto governamental.
No seio do executivo, também não
existe consenso, com vários minis-
tros a assumirem publicamente a
sua discordância.
Para ultrapassar as reservas de
muitos legisladores no apoio ao pro-
jecto do Governo, o líder da bancada
socialista na Assembleia Nacional,
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | MUNDO | 23
AFP
NILS MEILVANG/REUTERS
A capa do jornal que vai amanhã para as bancas
Controlo de documentos na estação de comboios de Kastrups
No dia 7 de Janeiro, o mundo des-
cobria o Charlie Hebdo, pequeno
jornal de desenhos satíricos, pro-
fundamente insolente em relação
às instituições e religiões. Um ano
depois do atentado, o semanário
francês continua nas bancas, vai lan-
çar uma edição especial debaixo de
fortes medidas de segurança, mas
diz-se mais isolado do que nunca no
seu combate para “rir de tudo”.
Os responsáveis do Charlie já
divulgaram a primeira página do
número que sai amanhã. Um Deus
barbudo, com uma Kalashnikov às
costas, a correr debaixo do título
Um ano depois, o assassino conti-
nua à solta. Esta edição especial vai
ter uma tiragem de um milhão de
exemplares.
Apesar da sobrevivência do Char-
lie, “sentimo-nos numa solidão gri-
tante. Queríamos que outros fi zes-
sem sátira”, diz um dos seus respon-
sáveis, Eric Portheault. “Ninguém se
juntou a nós neste combate porque é
perigoso. As pessoas podem morrer”.
Um mês antes do ataque que ma-
tou oito membros da sua redacção
(num total de 12), o Charlie ameaçava
falir. As vendas não ultrapassavam
os 30 mil exemplares. O seu humor
provocante, herdado dos anos 1970,
já não vendia.
O grande público ignorava que o
jornal já vivia sob protecção policial
depois de ter publicado caricaturas de
Maomé em 2006 e de a sua redacção
ter sido alvo de fogo posto em 2011.
Depois do atentado que dizimou
a sua redacção (entro os mortos es-
tavam os desenhadores Charb, Ca-
bu e Wolinski), o jornal fundado em
1970 foi elevado a símbolo mundial
da liberdade de expressão e rece-
beu milhões de euros em doações
e 200 mil assinaturas. O slogan “Je
suis Charlie” tornou-se mundial, mas
também foram muitos os que consi-
deraram que não se pode gozar com
tudo, sobretudo quando toca a ridi-
cularizar a religião.
O “número dos sobreviventes”,
que saiu no dia 14 de Janeiro com
Maomé na capa e o título Está tudo
perdoado, cristaliza estas tensões.
Se, por um lado, vende 7,5 milhões
de exemplares em todo o mundo,
Charlie Hebdo: “Um ano depois, o assassino continua à solta”
truoso”, sublinha Eric Portheault.
Depois há também “aqueles que não
querem colaborar connosco porque
acham que é perigoso, o que é ab-
solutamente compreensível. Nós te-
mos uma espada de Dâmocles por
cima da nossa cabeça”.
A equipa de duas dezenas de
pessoas acabou de se mudar para
novas instalações, ultra-seguras e
vigiadas, cuja morada é mantida
em segredo. Apesar do perigo, os
sobreviventes querem continuar a
“rir de tudo”. “Está fora de questão
a autocensura, isso signifi caria que
eles venceram. Se a actualidade nos
levar a desenhar Maomé, é isso que
faremos”, garante Eric Portheault.
Graças às vendas maciças depois
do atentado, o jornal dispõe de um
tesouro de guerra de cerca de 20
milhões de euros, o que lhe garante
a saúde fi nanceira por vários anos.
“Actualmente, somos lidos por mui-
to mais pessoas que descobriram o
humor particular do Charlie”, acres-
centa Portheault, que aponta para
uma média de 100 mil exemplares
vendidos por semana. “Não vamos
desistir. Não queremos que eles te-
nham morrido em vão”.
por outro, provoca manifestações
violentas em vários países muçul-
manos.
Nas semanas que se seguem, o
jornal aparece todas as quartas-
feiras nas bancas, mantendo-se fi el
a si próprio, com os seus desenhos
mordazes, alegremente blasfemos
ou insolentes, para denunciar o ra-
cismo, a intolerância ou os abusos
de poder.
“Rir de tudo”Mas este relançamento é um enor-
me desafi o para os sobreviventes,
incluindo os que escaparam por
pouco à morte, como foi o caso do
desenhador Riss, que fi cou grave-
mente ferido. É ele que assume a
direcção do jornal e se torna o prin-
cipal accionista. Mas alguns contes-
tam a nova direcção e exigem mais
transparência na gestão das doa-
ções, destinadas às vítimas e aos
seus familiares mais próximos.
O confl ito acalma, mas o desenha-
dor Luz, traumatizado, deixa o jor-
nal em Setembro. E Patrick Pelloux,
um dos fi éis redactores, também se
afasta. Mesmo tendo os outros fi ca-
do, “há um vazio enorme, mons-
Liberdade de imprensa
O jornal satírico francês, alvo de um atentado no início de 2015, continua nas bancas, mas sente-se sozinho
Desde ontem, a Suécia exige um
documento de identifi cação com
fotografi a a quem cruza a sua fron-
teira vindo da Dinamarca, a gran-
de rota de chegada de refugiados e
migrantes. Quem não o fi zer, será
impedido de entrar no país e a com-
panhia de transportes onde viajou
será multada.
Estocolmo espera com isto redu-
zir o número de pedidos de asilo,
apesar de ter sido um dos países eu-
ropeus que mais defenderam uma
política comum de portas abertas
em 2015. Esta não é a primeira vez
que Estocolmo aplica controlos de
fronteira para travar chegadas irre-
gulares. Fê-lo também em Novem-
bro, quando introduziu postos de
identifi cação, que restringiam pou-
co as novas chegadas.
Os novos controlos suecos são
drásticos e podem ter um efeito do-
minó. De acordo com o diário bri-
tânico Guardian, que cita dados do
Governo sueco, só cerca de 40% dos
refugiados que pedem asilo viajam
com documentação válida. No pico
do Outono, o país, que pertence ao
espaço Schengen, chegou a receber
perto de dez mil pessoas por dia.
Partem quase todos da Dinamarca,
que se diz disposta a aceitar menos
refugiados que a Suécia e que ame-
aça agora impor novos controlos na
fronteira com a Alemanha, caso o
número de pessoas em circulação
pelo país aumente. Estocolmo rece-
Suécia começa a recusar entrada a refugiados sem documentos
beu 163 mil pedidos de asilo em 2015,
o maior valor em qualquer país da
Europa, caso se tenha em conta a po-
pulação de menos de dez milhões de
habitantes. Copenhaga, por sua vez,
registou apenas 18,5 mil pedidos.
“O Governo considera agora que
a situação actual, em que há um
grande número de pessoas a entrar
no país num período relativamente
curto, representa uma ameaça séria
à ordem pública e à segurança na-
cional”, anunciou o executivo sueco
ao apresentar a nova lei, que tem a
validade de três anos.
A Suécia é governada por uma co-
ligação dos sociais-democratas com
o partido Verde, que em Novembro
admitiu que a imposição de contro-
los de fronteira se tratava de “uma
decisão terrível”, capaz de piorar as
condições de vida dos refugiados.
A nova lei impõe-se às chegadas
de barco, carro e comboio. As liga-
ções ferroviárias directas pela ponte
Oresund estão mais limitadas e existe
agora uma paragem obrigatória na
estação de entrada na Suécia, onde
foi construída uma cerca entre as li-
nhas de comboio e erguidos postos
para a verifi cação obrigatória de do-
cumentos.
A Suécia — como a Alemanha — é
um dos países de destino mais po-
pulares entre refugiados e migrantes
que chegam à Europa. No entanto,
o grande número de entradas ao
longo de 2015 provocou alertas da
polícia sobre o risco de perturbação
da ordem pública — já se registaram
vários ataques a centros de acolhi-
mento de refugiados e as tensões
sociais são palpáveis.
O Governo sueco admite querer
aceitar cerca de mil novas entradas
por semana ao longo de 2016 — um
décimo das que se contavam no
Outono.
Crise migratória
País receia que vaga de refugiados e migrantes ameace a segurança nacional. Menos de metade viaja com documentação
24 | MUNDO | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
A ocupação armada dos irmãos Bundy começou porque as chaves estavam lá
Operação novelesca está a cargo de uma milícia improvisada e dura já há três dias num edifício federal nos confi ns do Oregon. Grupo armado quer entregar terras do Estado a rancheiros
JIM URQUHART/REUTERS
Cerca de 25 pessoas ocuparam uma pequena cabine com armas, carros e mantimentos na pequena localidade de Burns
Momentos depois de um protesto
pacífi co de cerca de cem rancheiros
numa zona rural e isolada do Ore-
gon, no Oeste dos Estados Unidos,
um grupo de activistas antigoverno
pediu a quem se quisesse erguer
contra o poder de Washington que
tomasse com eles um edifício públi-
co. Estava-se no início da tarde de
sábado e o espaço da agência esta-
tal que gere os terrenos públicos no
condado de Burns estava encerrado
e vazio. Cerca de 25 pessoas ocupa-
ram a pequena cabine com armas,
carros e mantimentos. Estão lá há já
três dias e prometem não sair antes
de “devolverem a terra às pessoas”.
Nem que isso leve anos.
O grupo diz ser uma milícia, tem
armas pesadas e o seu líder, Am-
mon Bundy, oscila entre dizer que
as pessoas estão prontas para se
defenderem caso a polícia os tente
expulsar ou, como na conferência
de imprensa que convocou no do-
mingo, afi rmar que “não somos uma
ameaça a ninguém”. As autoridades
locais dizem que estão a seguir o ca-
so, mas até ontem pareciam não ter
feito muito mais do que anunciar
publicamente que os ocupantes
estão a “tentar derrubar o governo
federal e do condado na esperança
de despertarem um movimento nos
Estados Unidos”.
Ammon é fi lho de Clive Bundy,
rancheiro que em 2014 se transfor-
mou por momentos no ídolo da co-
munidade rural e conservadora que
nos Estados Unidos defende uma ex-
ploração sobretudo privada de ter-
renos para pastoreio e agricultura. A
norma é acontecer o contrário: gran-
de parte do território é de domínio
do governo federal — não do estado,
ou da localidade — e os rancheiros
pagam licenças para pastorearem
o seu gado. É isto que acontece no
Oregon, onde em algumas zonas,
como no condado de Burns, quase
90% do terreno pertence ao Estado.
A autodesignada milícia de Ammon
Bundy quer mudar isso.
“Estamos aqui porque têm abu-
sado da população o quanto baste,
as suas terras e recursos foram-lhes
retirados a um ponto que os está a
pôr literalmente na pobreza”, dis-
se Ammon Bundy aos jornalistas a
fogos ateados em 2001 e 2006. Os
Hammond estiveram já presos pe-
los incêndios que se alastraram para
terrenos do Estado. O pai, Dwight,
de 73 anos, cumpriu uma pena de
três meses; e o seu fi lho, de um ano.
Mas os procuradores consideraram
recentemente que deveriam passar
mais quatro anos cada na prisão. A
família Hammond disse não estar en-
volvida na ocupação em Burns.
O caso dos Hammond relaciona-
se com a disputa sobre gestão de
território: foram condenados por
destruição de propriedade pública,
mesmo dizendo que atearam um dos
fogos para protegerem o seu terreno
contra espécies de plantas invasivas
e outro para se defenderem de in-
cêndios que lavravam perto. Resi-
dentes e polícia do condado afi rmam
que a marcha foi pacífi ca e centrada
na família, mas que o tom mudou
quando pessoas de fora começaram
a protestar contra o Governo e aqui-
lo que dizem ser a violação da Cons-
tituição norte-americana.
A ocupação do edifício governa-
mental de Oregon joga com várias
sensibilidades norte-americanas. Al-
gumas delas estão na resposta bran-
da da polícia e nos termos usados
nos media. Como é que é possível,
perguntava-se no domingo nas redes
sociais, que um grupo de homens
brancos armados norte-americanos
invada um edifício sem que a polícia
responda com severidade — como
acontece desproporcionalmente em
casos de pessoas de raça negra — ou
que as televisões não os acusem de
terrorismo ou violência?
O New York Times começou por
designar o grupo como “activistas
armados” e o Washington Post “ocu-
pantes”. Ontem, este último diário
explicava que, apesar de existir um
“risco real de violência, ferimentos
graves ou mesmo morte”, nada disto
aconteceu ainda.
EUA Félix Ribeiro
que falou diante da pequena casa
de madeira que o seu grupo ocupa.
“Este refúgio [a zona é também um
santuário de observação de aves] é
propriedade legal do povo e nós pre-
tendemos usá-lo.”
A dita milícia promete ajudar os
rancheiros, caçadores e residentes a
usarem terrenos do Estado sem pa-
garem licença, embora não seja evi-
dente como o podem fazer. Foi com
este tipo de protesto que Clive Bundy
fi cou conhecido. Recusou-se a pagar
licenças ao Governo, a retirar as suas
cabeças de gado de terrenos públicos
e ainda ameaçou disparar sobre a po-
lícia que tentasse intervir. As autori-
dades recuaram e Clive foi recebido
em braços pela população rural que
vê o Governo como uma instituição
intrusiva, comandada pelos estados
mais populosos do Leste.
Dois fi lhos de Clive — que caiu das
graças dos conservadores ao defen-
der a escravatura — participam na
ocupação da agência do território em
Burns. Nem todas as pessoas estão
armadas, mas algumas patrulham a
entrada para o terreno com espin-
gardas automáticas. Há um atirador
furtivo na torre de observação de
aves, como mostram as fotografi as ti-
radas por jornalistas a quem foi dada
uma curta visita guiada ao exterior
do edifício. A milícia assegura que
nada foi danifi cado e que consegui-
ram entrar por terem encontrado um
conjunto de chaves. Os funcionários
da agência governamental não foram
trabalhar ontem e as escolas do con-
dado encerraram por receio de uma
disputa com a polícia.
Os Hammond e o terrorismoO grupo que ocupou Burns esteve
durante a manhã de sábado numa
marcha de solidariedade a dois ran-
cheiros residentes, Dwight e Steven
Hammond, pai e fi lho condenados
a novas penas de prisão por dois
COLECÇÃO BERNARD PRINCEO REGRESSO DO FANTASMA
ESTÁ EM PORTUGAL
Vol. 9 - O Regresso do FantasmaBernard, Barney e Djin assistem à explosão do iate do Presidente da república equatorial
de Monteguana, da qual escapa miraculosamente. Recolhido pelos nossos heróis, Valadero
ouve pela rádio que o poder acaba de ser tomado pelo General Mendonza e rapidamente
se dá conta de que foi alvo de um atentado. O Presidente requisita o Cormoran e a sua
tripulação para tentar alcançar a capital, mas os novos detentores do poder não
parecem dispostos a ceder facilmente.
Copyright © ÉDITIONS DU LOMBARD (DARGAUD-LOMBARD S.A.) 2015, by Hermann, Greg, Dany.
QUARTA, 6 JANCOM O PÚBLICO
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Em ano de eleições fomos a vários países europeus ver que soluções “12 Ideias para Portugal” é uma série especial do Público
O Público agradece aos mecena
foram encontradas para resolver problemas idênticos aos nossos. o Mais com 12 reportagens publicadas em 12 semanas.as que apoiam este projecto.
28 | CULTURA | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
À procura do Bosch verdadeiro, entre polémicas e surpresas
Filipe II de Espanha, I de Portugal
(1527-1598), era um católico fervoroso,
um monarca instruído e culto. Dono
de um vasto império, era também um
amante das artes. Apesar da compli-
cada situação fi nanceira de Espanha,
cujas guerras que travava em várias
frentes exigiam muito dinheiro, fo-
ram várias as obras de arte que o rei
encomendou e adquiriu. Entre elas,
pinturas de Jheronymus Bosch.
Filipe II, que não chegou a conhe-
cer o artista que morrera em 1516,
comprou-as crendo que tinham saído
das mãos deste mestre que poucas
vezes assinou e datou as suas cria-
ções. Agora, uma equipa de peritos
internacional, a do Projecto de In-
vestigação e Conservação Bosch, es-
tá prestes a publicar o relatório em
que concluiu, entre outras coisas,
que três das pinturas das colecções
reais espanholas que hoje pertencem
ao Museu do Prado, em Madrid, e
que até aqui eram atribuídas ao ar-
tista fl amengo, não foram, muito
provavelmente, por ele executadas:
Mesa dos Pecados Capitais, Extracção
da Pedra da Loucura e Tentações de
Santo António Abade.
Metade das obras que a pinaco-
teca espanhola expõe como sendo
do pintor serão assim, de acordo
com este grupo de investigadores,
de alguns dos seus seguidores. Os
conservadores do Prado, que fazem
questão de mencionar que o museu
tem a maior colecção de Bosch do
mundo, contestam as conclusões,
como seria de esperar. E é por isso
que este relatório do Projecto Bosch,
uma monografi a de dois volumes, já
instalou a polémica, mesmo antes
da sua publicação, agendada para 1
de Fevereiro.
A equipa, liderada por Matthijs
Ilsink, historiador de arte do Noor-
dbrabants Museum, em Hertogen-
bosch (Holanda), terra onde o pintor
nasceu, entre 1450 e 1460, tem vindo
a estudar e a documentar as obras
atribuídas ao artista fl amengo desde
2010 com o objectivo de determinar,
de forma tão defi nitiva quanto possí-
Há seis anos que o Projecto Bosch analisa obras atribuídas ao pintor para defi nir o seu legado. Houve quem se descobrisse dono de um desenho do mestre e quem “perdesse” três pinturas de uma só vez
vel, quais foram executadas por Bos-
ch, famoso pelas suas representações
singulares do inferno e do paraíso.
Uma tarefa que, apesar de enquadra-
da por processos científi cos, não está
livre de contestação.
Entre as obras cuja autenticidade
voltou a ser confi rmada está o trípti-
co Tentações de Santo Antão (c. 1500),
que pertence à colecção do Museu
Nacional de Arte Antiga, em Lisboa,
que foi cuidadosamente examina-
do em 2011 e que será emprestado
a Madrid para a exposição com que
o Prado assinalará os 500 anos da
morte do pintor (Bosch: A Exposição
do Centenário, entre 31 de Maio e 11
de Setembro).
O PÚBLICO contactou o Prado à
procura de reacções ao relatório,
mas o gabinete de comunicação do
museu informou que nenhum dos
seus conservadores estava disponí-
vel. No entanto, ao diário espanhol
ABC, o seu director adjunto, Miguel
Falomir, contestara já as conclusões.
Lamentando que o “autodenomina-
do Projecto de Investigação e Conser-
vação Bosch” tivesse enviado as suas
conclusões do relatório sem contar
com os contributos da pinacoteca
madrilena, disse: “Os seus argumen-
tos são pouco contundentes.”
Pilar Silva, chefe do departamen-
to de Pintura Flamenga e Escolas
do Norte (1400-1600) do museu,
assessora do Projecto Bosch desde
o arranque, vai mais longe, acres-
centando que os técnicos do museu
foram usados como meros “adere-
ços” em todo o processo: “Não nos
consultaram em nada para fazer o
relatório. Trabalharam com material
maravilhoso, mas não souberam ti-
rar proveito dele.” A conservadora
refere-se à análise minuciosa de ca-
da uma das obras, feita recorrendo,
por exemplo, à macrofotografi a e à
refl ectografi a de infravermelhos, téc-
nicas que permitem aceder a porme-
nores da pintura invisíveis a olho nu
e mesmo ao que está por baixo das
camadas de tinta.
Segundo especifi cou o historiador
de arte Ron Spronk, que pertence à
equipa de peritos, à Queen’s Gazette,
a revista da Universidade de Queens
(Canadá), onde lecciona, o estilo do
PinturaBeatriz Dias Coelho
CORTESIA: MUSEU NACIONAL DO PRADOMesa dos Pecados Capitais é uma das obras do Museu do Prado cuja autoria o Projecto Bosch vem agora contestar
desenho subjacente (aquele que a
pintura esconde) e a qualidade glo-
bal da Mesa dos Pecados Capitais, por
exemplo, não são comparáveis aos
de outras obras que estão no cerne
da produção de Bosch.
Argumentos “para rir”Pilar Silva, que será a comissária-ge-
ral da exposição que o museu inaugu-
ra em Maio, não pode discordar mais,
dizendo que os argumentos usados
pelos peritos do Projecto Bosch para
retirar a autoria a três das pinturas
do Prado são simplesmente “para
rir”. E explica porquê, nas páginas
do ABC, pegando precisamente na
Mesa...: “[Os peritos] não gostam do
desenho, dizem que é diferente dos
que fazia. Mas todos os desenhos de
Bosch são diferentes. E a paisagem
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | CULTURA | 29
Paula Silva coordenou a qualificação do Mosteiro da Serra do Pilar
Directora regional da Cultura do
Norte entre 2009 e 2013, a arquitec-
ta e arqueóloga Paula Silva foi nome-
ada para o cargo de directora-geral
do Património Cultural, em regime
de substituição, por despacho do
ministro da Cultura, anunciou on-
tem o gabinete de João Soares.
A nova directora-geral do Patri-
mónio Cultural, que chefi ava desde
2014 a Divisão Municipal de Museus
e Património Cultural da Câmara
Municipal do Porto, deverá iniciar
funções já na segunda-feira, ocupan-
do o cargo que o historiador de arte
Nuno Vassallo e Silva deixara vago
no fi nal de Outubro quando tomou
posse como secretário de Estado da
Cultura no efémero segundo Gover-
no de Passos Coelho.
Licenciada em Arquitectura pela
Escola Superior de Belas Artes do
Porto e mestre em Arqueologia pelo
Instituto de Ciências Sociais da Uni-
versidade do Minho, Paula Araújo
Pereira Silva, de 59 anos, foi directo-
ra regional do então Instituto Portu-
guês do Património Arquitectónico
em 2006 e 2007, assumiu depois a
direcção de Serviços dos Bens Cultu-
rais na Direcção Regional de Cultura
do Norte (DRCN), de 2008 a 2009, e
foi fi nalmente nomeada directora re-
gional da Cultura do Norte em 2009,
cargo que manteria até 2013.
Natural do Porto, coordenou, en-
tre outros projectos, a conservação
e qualifi cação da Igreja e Mosteiro
Paula Silva é a nova directora-geral do Património Cultural
da Serra do Pilar, em Vila Nova de
Gaia, como quadro da ex-Direcção-
Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais, as obras de conservação
e restauro da Igreja da Misericórdia,
em Braga, e, na mesma cidade, a
musealização da Fonte do Ídolo e
a valorização da Igreja de Nossa Se-
nhora do Pópulo. Integrou ainda o
conselho geral da Fundação Cida-
de de Guimarães, os conselhos de
administração do Coliseu do Porto
e da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento da Região Norte,
a secção do Património Arquitec-
tónico e Arqueológico do Conselho
Nacional de Cultura, e o grupo de
trabalho para a abertura do Museu
do Côa. Como directora regional de
Cultura do Norte, foi durante o seu
mandato que reabriu a Casa das Ar-
tes, no Porto.
Paula Silva deixou a DRCN na se-
quência do concurso público lan-
çado para preenchimento do cargo
que então ocupava. Com base nos
resultados do concurso promovi-
do pela Comissão de Recrutamen-
to e Selecção para a Administração
Pública (CRESAP), o ex-secretário
de Estado da Cultura Jorge Barre-
to Xavier nomeou para o cargo, em
Dezembro de 2013, o historiador e
museólogo António Ponte.
Também o cargo para o qual a
arquitecta agora foi nomeada em
regime de substituição exige con-
curso público, ao qual Paula Silva
poderá concorrer quando este vier
a ser lançado. Até lá assumirá a di-
recção daquele que é o maior or-
ganismo do Ministério da Cultura,
responsável, “em articulação com
as direcções regionais de Cultura,
pela gestão normativa do patri-
mónio cultural em Portugal”, diz
o comunicado do gabinete de João
Soares. PÚBLICO/Lusa
RUI FARINHA/NFACTOS
Património
Arquitecta e arqueóloga foi nomeada em regime de substituição para o cargo deixado por Nuno Vassallo e Silva
estas versões anteriores”, veria ape-
nas a camada pintada.
Difi culdades da atribuiçãoO programa que assinala os 500 anos
da morte de Bosch, cuja data de nas-
cimento não é conhecida ao certo,
arrancam a 13 de Fevereiro com a
exposição Jheronymus Bosch: Visões
de Génio, co-organizada por Ilsink no
Noordbrabants Museum. Será aqui
que Paisagem do Inferno vai estar pe-
la primeira vez num museu.
À exposição do museu holandês
segue-se à do Prado, que está a ser
promovida como “a mais importante
de sempre dedicada ao artista”, com
mais de 60 obras do mestre e de ou-
tros artistas. Na exposição estarão 23
pinturas do autor das Tentações de
Santo Antão — um número impressio-
nante quando são 27 as que lhe são
geralmente atribuídas, explica Pilar
Silva ao ABC. Os desenhos também lá
estão: dos 11 por regra reconhecidos
como sendo de Bosch, seis poderão
ser vistos em Madrid, ao lado de ou-
tros cuja autoria não é certa.
Por detrás da atribuição de uma
obra há sempre procedimentos com-
plexos e demorados. “É um longo
processo”, diz ao PÚBLICO José Al-
berto Seabra Carvalho, conservador
de pintura de Arte Antiga. A análise
que a tecnologia permite não é sufi -
ciente, defende o também director
adjunto do museu, que explica que
“a informação que resulta da análise
do laboratório dá pistas e só funciona
comparativamente”.
Seabra Carvalho lembra que o pro-
cesso depende da própria obra, da
matéria e da conservação, factores
que podem difi cultar ou facilitar a
atribuição. “O facto de a investigação
e os exames não sugerirem que de-
terminada obra é de outro pintor não
dispensa a comparação visual. Tem
de se olhar para a obra e compará-
la a outra”, observando elementos
como o traço e as cores, diz o con-
servador.
A atribuição de uma obra valoriza-a
sempre, é certo, e a rejeição da auto-
ria retira-lhe peso no mercado. Con-
tudo, Seabra Carvalho defende que
“as obras cuja autoria é questionada
continuam a ter interesse iconográ-
fi co” e não deixam de ter qualidade.
Quanto ao Projecto de Investigação
e Conservação Bosch, não põe em
causa os resultados avançados: “O
projecto tem gente sufi cientemente
idónea para não lançar conclusões
desse tipo sem fundamentos.”
Texto editado por Lucinda Canelas
[também] não lhes parece da épo-
ca, mas não sabem quando foi feito
ao certo. Apontam para depois da
sua morte. Depois de dizerem tudo
o que lhes ocorre, terminam reco-
nhecendo que não a estudaram di-
rectamente.”
Mas não foi só o Prado que recebeu
más notícias: o Museu de Belas Artes
de Gent, na Bélgica, viu a autoria de
Cristo Carregando a Cruz igualmente
posta em causa. Ainda assim, o his-
toriador Ron Spronk defende que as
“descobertas não diminuem a quali-
dade ou a importância destas obras”.
Da análise feita a Cristo Carregando
a Cruz, os investigadores determina-
ram que a obra tem muito poucas se-
melhanças com outras de Bosch para
ter sido pintada pelo próprio ou até
mesmo por um seguidor que com ele
tivesse trabalhado directamente.
Ao The Art Newspaper, publicação
especializada em notícias do mundo
da arte, uma porta-voz do museu de
Gent disse que a notícia não é uma
“surpresa”, visto que a autoria vinha
a ser debatida há décadas. Agora o
museu belga quer reunir-se com a
equipa para fazer trabalho de inves-
tigação adicional. “Qualquer que seja
o resultado, ninguém duvida de que
[Cristo Carregando a Cruz] continua a
ser uma obra-prima da pintura tardo-
medieval e um dos maiores tesouros
do museu de Gent”, acrescentou a
porta-voz.
Entre más notíciasMas a investigação não trouxe ape-
nas más notícias. O tríptico Juízo Fi-
nal, que integra o catálogo do Museu
Groeninge (Bruges, Bélgica) e que já
esteve exposto em Lisboa em 2011,
foi pintado apenas por Bosch e não
teve a participação da sua ofi cina,
como se julgava.
Porém, a grande surpresa até ago-
ra revelada é um desenho, Paisagem
do Inferno, que pertence a um colec-
cionador privado. Os peritos não têm
dúvidas — esta obra recheada de al-
mas perdidas, criaturas fantásticas
e monstros bizarros saiu da mão do
mestre. Segundo o Art Newspaper,
até aqui julgava-se que fora produzi-
do na ofi cina do pintor por um dos
artistas que com ele trabalhavam.
“[Este desenho] não é apenas uma
imitação bem-sucedida, como alguns
lhe chamaram. Este é muito, muito
bom”, garantiu ao jornal o líder da
equipa, Matthijs Ilsink.
Depois de ver Paisagem do Inferno
no catálogo de desenhos de Bosch
de Fritz Koreny (Brepols Pub, 2012),
Ilsink decidiu contactar o proprie-
tário para o analisar. Como o Art
Newspaper faz saber, os investiga-
dores recorreram a refl ectografi a de
infravermelhos e a fotografi a digital
de alta resolução para documentar
a obra. Quanto ao papel, à caligrafi a
e às tintas, compararam-nos aos de
desenhos que integram colecções em
Berlim, Viena, Paris e Roterdão, que
serão indiscutivelmente de Bosch.
A equipa percebeu, então, que
existem ligações entre fi guras de Pai-
sagem do Inferno e as do desenho sub-
jacente de outras obras. Ilsink aponta
como exemplo o homem retratado
no cesto em Paisagem do Inferno, que
é semelhante a uma fi gura escondida
pela camada cromática do tríptico O
Jardim das Delícias, uma das mais cé-
lebres obras de Bosch que pertence
à colecção do Prado.
O historiador lembra ainda que o
pintor mudava muitas vezes de ideias
enquanto pintava — os desenhos sub-
jacentes provam-no —, afi rmando
que “alguém que fi zesse uma imita-
ção das suas obras não teria acesso a
NUNO FERREIRA SANTOS
Os especialistas estiveram em 2011 no Museu de Arte Antiga para ver à lupa Tentações de Santo Antão, uma obra assinada que, dizem, é sem dúvida de Bosch
30 | CULTURA | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
Obituário
O escultor, pintor e professor
universitário Jaime Azinheira, de
71 anos, morreu ontem, de cancro,
no Porto, onde residia. Conhecido
pelas esculturas feitas em materiais
frágeis, criou objectos artísticos
expressivos, volumosos, até
monstruosos, mas muito humanos.
Pelos materiais que trabalhou
— gessos de grandes dimensões,
peças em papel e polivinilo — e
pelas situações que caracterizou,
com fi guras pitorescas, tão
poéticas quanto trágicas, ocupa
um lugar singular na escultura
portuguesa. Exemplos disso são
as esculturas Scarface (1986),
mostrada numa exposição na
Cooperativa Árvore; O Beijo (1982),
que pertence ao Centro de Arte
Moderna da Fundação Calouste
Gulbenkian; e Jornal (1984),
propriedade da Câmara Municipal
de Vila Nova de Gaia.
Jaime Azinheira nasceu em
Peniche, em 1944. Em 1980
concluiu o curso de Escultura da
Escola Superior de Belas Artes
do Porto (ESBAP), começando a
expor regularmente a partir daí.
Foi bolseiro da Fundação Calouste
Gulbenkian em meados dos anos
Morreu o escultor Jaime Azinheira
60 e no início da década de 80,
tendo tido uma carreira docente
na ESBAP.
A sua primeira exposição
individual de escultura, Serões —
Cinco Histórias em Três Dimensões,
foi realizada na Cooperativa
Árvore em 1982. Durante a década
de 1980 construiu essencialmente
cenas satíricas, com fi guras
volumosas em gesso policromado.
As composições, com algo de
teatral, representavam situações
do quotidiano com personagens
amorfas e caricaturais.
Ao longo dos anos participou
em várias exposições em Portugal
e no estrangeiro, encontrando-
se a sua obra representada em
colecções privadas e públicas
como a do Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian, da
Fundação Serralves, da Casa-
Museu Teixeira Lopes ou da
Câmara Municipal de Vila Nova
de Cerveira. Foi também autor de
várias obras públicas.
Paralelamente ao seu trabalho
como escultor, fez também
cenografi as, fi gurinos e máscaras
(como as de Carlo Gozzi e Boris
Vian) para companhias de
teatro como os Comediantes, o
TEUC — Teatro dos Estudantes
da Universidade de Coimbra,
ou O Bando, tendo, aliás, ganho
o Prémio Garrett de Teatro,
instituído pela Secretaria de
Estado da Cultura, pela cenografi a
do espectáculo Pássaro Verde,
em 1988. Dedicou-se também
ao design de equipamento e de
comunicação.
Jaime Azinheira 1944-2015Era conhecido pelas esculturas em materiais frágeis e pelas figuras pitorescas, mas também pelo trabalho para o teatro
Mundo Jurássico foi o blockbuster mais bem-sucedido de 2015: 1,4 mil milhões de euros de receitas
Há um ano, a história escrevia-se
num tom diferente: as bilheteiras
dos EUA e de Portugal contraíam-
se, com menos receitas e menos
espectadores. Mas 2015 foi não só
um ano de recuperação como um
ano de recordes. Pela primeira vez,
as receitas brutas de bilheteira de
todo o mundo ultrapassaram os
34,8 mil milhões de euros e houve
mais gente nas salas americanas e
chinesas, os dois maiores mercados
do mundo, e também nos cinemas
portugueses.
Segundo dados da empresa
Rentrak, “2015 é o ano com maio-
res ganhos nas bilheteiras globais
na história do cinema”. E tudo se
deve, como é habitual, à força dos
blockbusters e, em particular, dos
franchises. Os grandes responsáveis
são Mundo Jurássico (1,4 mil milhões
de euros de receitas), Velocidade Fu-
riosa 7 (1,3 mil milhões), Os Vingado-
res: A Era de Ultron (1,2 mil milhões),
Star Wars: O Despertar da Força (1,19
mil milhões de receitas brutas até 31
O cinema nunca fez tanto dinheiro em todo o mundo como em 2015
de Dezembro) e o fi lme de anima-
ção Mínimos (o mais visto de 2015
em Portugal e que globalmente ar-
recadou mil milhões de euros, dos
quais 4,7 milhões no mercado por-
tuguês). Segundo a revista Variety, é
a primeira vez que num só ano cinco
fi lmes estão acima dos mil milhões
de euros de receitas.
Para o analista da Rentrak Paul
Dergarabedian, “a importância do
mercado internacional para o suces-
so geral dos estúdios, do negócio da
exibição e dos próprios fi lmes” é es-
sencial para os resultados-recorde
do ano — e para atestar a prevalên-
cia “da experiência partilhada nas
salas”. Com as receitas anuais dos
EUA a chegarem aos 11 mil milhões
de dólares — mais 6,3% do que no
ano de quebra que foi 2014 — e o
contínuo crescimento da venda de
bilhetes na China, só mesmo a des-
valorização de moedas como o euro
ou do rublo impediu ainda melhores
resultados para os fi lmes do grande
produtor mundial, os EUA.
Outra tendência se nota nas con-
tas de fi nal de ano: a concentração.
Os lucros e os espectadores alimen-
tam-se de um punhado de títulos,
com a Variety a assinalar que 35%
das vendas de bilhetes no mercado
norte-americano dizem respeito aos
dez fi lmes mais vistos no país (em
2014, os “dez mais” valeram apenas
um quarto da quota de mercado).
Em Portugal, e com os números fi -
nais ainda por apurar, 2015 é já um
ano de forte recuperação: até ao
fi nal de Novembro, mais de 2,2 mi-
lhões de espectadores regressaram
às salas, interrompendo a tendência
descendente da última década. Os
fi lmes mais vistos até 16 de Dezem-
bro foram Mínimos, Velocidade Fu-
riosa 7, O Pátio das Cantigas (o fi lme
português mais visto desde 1975) e
As Cinquenta Sombras de Grey, que
já tinham contribuído para recupe-
rações superiores a 20%.
Até Novembro, 12,8 milhões de
espectadores foram ao cinema em
Portugal, contra os 10,6 milhões no
período homólogo de 2014, segun-
do dados do Instituto do Cinema e
do Audiovisual. O box offi ce portu-
guês representou em Dezembro de
2014 1,4 milhões de bilhetes vendi-
dos (e 7,6 milhões de euros de re-
ceitas brutas). Os dados provisórios
do ICA indicam já que para as re-
ceitas de Dezembro de 2015 muito
contribuiu Star Wars: O Despertar
da Força, que fez entre 17 e 27 de
Dezembro 1,9 milhões de euros de
receitas.
O fi lme de J. J. Abrams é um dos
fenómenos (expectáveis) de bilhe-
teira do fi nal de 2015 e continua a
bater recordes. Até domingo, era já
o sexto fi lme mais rentável de sem-
pre. E os números de Star Wars ain-
da podem e devem crescer quando
o fi lme se estrear na China, onde só
aterra no próximo sábado...
Recorde Joana Amaral Cardoso
Pela primeira vez na história, as receitas brutas de bilheteira globais ultrapassaram os 34,8 mil milhões de euros
Os designersmudaram muito.
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VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADAInsolvência de: Emanuel Gonçalves Andrade
(Processo: 151/14.4T8AGH - TRIBUNAL DA COMARCA DOS AÇORES - ANGRA DO HEROÍSMO - INST. LOCAL - SECÇÃO CÍVEL - J2
No Processo acima identifi cado foi designado o dia 25 de janeiro 2016, pelas 10h, no escritório do administrador de insolvência, a abertura de propostas, que sejam recebidas, pelos interessados, na compra do se-guinte bem:
ImóvelVerba Única - Fração autónoma designada pela letra “A” do prédio ur-bano sito na Rua Pero Anes do Canto, n.º 4-A, em Angra do Heroísmo, correspondente ao rés do chão, composto por quatro divisões, cozinha, quarto de banho, despensa e quintal, descrito na Conservatória do Regis-to Predial de Angra do Heroísmo sob o n.º 00043/020485, da freguesia de Conceição, e inscrito na matriz predial urbana sob o Art.º 1.041.Valor mínimo de venda: 59.500,00 €NOTAS:1. O bem pode ser visto, mediante prévia marcação, para o telefone: 962486731;2. Os interessados na compra devem remeter via correio registado, as propostas reduzidas a escrito, mencionando-se no envelope externo a referência “Proposta de compra no Processo: 151/14.4T8AGH - Tribunal da Comarca dos Açores - Angra do Heroísmo - Inst. Local - Secção Cível - J2” e serem dirigidas ao Exmo. Sr. Administrador de Insolvência, com domicílio profi ssional na Rua Dr. João de Barros N.º 93 A, 2725-490 Mem Martins, até ao dia 18/01/2016;3. A abertura de propostas terá lugar no domicílio profi ssional do Admi-nistrador de Insolvência sito na Rua Dr. João de Barros n.º 93 A, 2725-490 Mem Martins, dia 25/01/2016 pelas 10h;4. A venda será efetuada mediante a abertura de propostas em carta fe-chada pelo preço igual ou superior ao preço mínimo de licitação;5. A proposta deve conter os seguintes elementos: nome dos proponen-tes, morada, número de telefone, fax, cópia do CC/BI e valor oferecido;6. Os proponentes devem juntar à sua proposta um cheque à ordem da “Massa Insolvente de Emanuel Gonçalves Andrade” no montante de 20% do preço-base de licitação;7. Os restantes 80% deverão ser pagos aquando da realização da escri-tura pública de compra e venda, que ocorrerá num prazo não superior a 30 dias e é da responsabilidade do comprador o pagamento de todas as despesas relacionadas com a transação;8. O administrador da Insolvência reserva-se a faculdade de aceitar ou rejeitar quaisquer propostas que considere não se adequar aos interesses da massa insolvente;9. O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.
Telef: 219227440 / Fax: 219227449Telm. 962486731 / Email: [email protected]
O Administrador de InsolvênciaDavid Duque
Público, 05/01/2016
Certifi co para efeitos de publicação que por escritura de Justifi cação outorgada no dia vinte e sete de Outubro de dois mil e quinze, exara-da a folhas setenta e seguintes do Livro de Notas para escrituras diver-sas número Trinta e Nove - J deste Cartório, JOSÉ EMÍLIO MARTINS RUELA E SILVA, divorciado, natural da freguesia de Pardilhó, concelho de Estarreja, residente na Rua das Praças, n.º 26, freguesia da Estre-la, concelho de Lisboa, C.F. número 116.459.653, DECLAROU: Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do VEÍCULO AUTOMÓVEL, de marca ROLLS-ROYCE, com a matrícula 98-73-ZI, a gasolina, com o número de quadro SCAZN0005CCX05007, registado na Conservatória do Registo Automóvel a favor de “Universo TT - So-ciedade Unipessoal, Lda.”, desde a data de vinte e sete de Agosto de dois mil e treze, ao qual atribui o valor de DEZ MIL EUROS. Que este veículo automóvel foi por ele adquirido em Agosto de dois mil e cinco, por compra à referida sociedade “Universo TT - Sociedade Unipessoal, Lda.”, nunca tendo, no entanto, registado na Conservatória tal aquisi-ção. Que, posteriormente, na data de vinte de Dezembro de dois mil e sete e na data de doze de Maio de dois mil e nove, foram registadas duas penhoras, uma pelo “Banco Comercial Português, S.A.” e outra pela “Fazenda Nacional”, junto da Conservatória, penhoras estas que têm como sujeito passivo, Fernando Domingues dos Santos, sendo, portanto, o justifi cante alheio a estes encargos. Assim sendo, é ele justifi cante, desde Agosto de dois mil e cinco, portanto há mais de dez anos, que está na posse do referido veículo automóvel, zelando pela sua conservação, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente, fazendo-o de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, pacifi ca-mente, porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pelo que adquiriu o referido veículo por USUCAPIÃO, que ele justifi cante invoca como causa de aquisição. Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcobaça a cargo da Notária Ana Almeida, vinte e sete de Outubro de dois mil e quinze.
A colaboradora autorizada pela Notária Ana Almeida,desde 01.02.2012
Mónica Constantino Ribeiro (n.º 113/3)Conta registada sob o n.º FAC 2015001/514Foi emitido recibo
NOTÁRIAANA ALMEIDA
COMARCA DE LISBOA NORTEV. F. de Xira - Inst. Local- Secção Criminal - J3
Processo: 78/10.9PFVFX
ANÚNCIOProcesso Sumário (art.º 381.º CPP)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Irina Cláudia Ferreira Alves, do V. F. de Xira - Inst. Local - Secção Criminal - J3 - Co-marca de Lisboa Norte:Faz-se saber que por senten-ça de revisão de 15-10-2015 devidamente transitada em julgado em 16-11-2015, foi a sentença de 07-12-2015 que condenou o Arguido: Mamadu Idrissa So, nascido em 25-08-1986, natural de Guiné-Bissau, nacional de Guiné-Bissau, Autorização de residência - P000356731, domicílio: Rua José Augusto Gomes, n.º 21, 2.º Esq.º, 2615-265 Alverca do Riba-tejo, pelo crime condução de veículo sem habilitação legal, p. p. pelo art.º 3.º, n.º 1 e 2 do DL: 2/98 de 03/01, anulada, e em consequên-cia a acusação sido julgada improcedente, por não pro-vada, tendo o arguido sido absolvido do crime.
N/ Referência: 126514363
V. F. de Xira, 04-12-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Irina Cláudia Ferreira
AlvesA Escrivã-Adjunta
Maria Helena Coelho
Público, 05/01/2016 - 1.ª Pub.
Mensagens
COMARCA DE LISBOA OESTE
Sintra - Inst. Local- Secção Cível - J2
Processo: 25042/15.8T8SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoA Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª San-dra Luísa de Moura Gonçalves Gomes, do(a) Sintra - Inst. Local - Secção Cível - J2 - Comarca de Lisboa OesteFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdi-ção / Inabilitação em que é reque-rida Maria Teresa Rocha Ribeiro, fi lha de José Correia e de Rosa Ferreira da Rocha, nascida em 23-01-1930, na freguesia de Gon-dizalves, concelho de Braga e com residência em domicílio: Rua Ary dos Santos, n.º 3 - R/c Dt.º, 2635-411 Rio de Mouro, para efei-to de ser decretada a sua interdi-ção por anomalia psíquica.
N/ Referência: 95243375
Sintra, 21-12-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Sandra Luísa de Moura
Gonçalves GomesA Escrivã-Adjunta
Agostinha Costa Nunes
Público, 05/01/2016
MIME-SE NESTENATAL!Presenteie-se!www.tantricmoments.ptTelfs: 924 425 094 213 545 249
COMPRO
PRÉDIOBAIXA LISBOA OU
ZONAS HISTÓRICASTEL. 917 302 237
ANÍBAL VILA
TRIBUNAL DA COMARCA DE LISBOAInst. Central do Barreiro - 2.ª Sec. Comércio - J4
Processo: 3213/13.1TBMTJInsolvência de Pessoa Singular
Insolventes: Silas Ricardo da Silva Familiar e Lígia Maria Albuquerque e Castro Simões Familiar
Administrador Judicial: Dr. José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves
ANÚNCIOJosé Augusto Machado Ribeiro Gonçalves, nomeado administrador judicial no âmbito do pro-cesso supramencionado:FAZ SABER que foi designado o dia 20 de Janeiro de 2016, pelas 15.00 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no seu domicílio profi ssional, sito na Avenida D. João II, Lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba:SELMES - VIDIGUEIRAVERBA ÚNICA: Prédio Misto, situado em Estacas, composto por parte rústica a olival solo sub-jacente cultura arvense olival, pomar de citrinos, fi gueiras, nogueiras e oliveiras, com área de 22500ha; parte urbana: sete compartimentos, com superfície coberta de 141m2, a confrontar do Norte, Sul, Nascente e Poente com Herdade do Pé da Serra, descrito na Conservatória do Registo Predial da Vidigueira sob o n.º 215, freguesia de Selmes e inscrito na Matriz Urbana sob o artigo 465 e Rústica sob o artigo 55 - Secção D, com um valor-base de venda de € 23.235,30.As propostas em carta fechada deverão conter a indicação do processo de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identifi cação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem da Massa Insolvente de Si-las Ricardo da Silva Familiar e Lígia Maria Albuquerque e Castro Simões Familiar, no montante correspondente a 20% do valor da proposta, ou garantia bancária do mesmo valor.As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor-base de venda.Nota: O bem poderá ser visto no local, no dia 8 de Janeiro de 2016 das 14.00 às 15.00 horas, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial.Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial, via email [email protected], telefone 211212165 ou fax 211212100.
Público, 05/01/2016 - 1.ª Pub.
Lanço: Carvalhal - Arcas
KM 138+700 a KM 139+300(Sul-Norte)
de 06-01-2016 a 13-05-2016
A Norscut informa que o tráfego estará condicionado no troço e data acima indicados.Os trabalhos estarão devidamente sinalizados no local. Agradecemos a compreensão dos utentes por eventuais transtornos causados no decorrer dos trabalhos.
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A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especifi camente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na Doença de Alzheimer.Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.
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ContactosSede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa
- Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: [email protected] de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2
- Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura,
n.º 256 - Alapraia, 2765-029 EstorilTel. 214 525 145 - E-mail: [email protected]
Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascenten.º 47A R/C, 4455-301 Lavra
Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: [email protected]ção Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17,
3100-523 Pombal Tel. 236 219 469 - E-mail: [email protected]ção da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da
Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHALTel. 291 772 021 - E-mail: [email protected]
Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 AlmeirimTel. 24 300 00 87 - E-mail: [email protected]
Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro
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34 | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
SAIR
CINEMALisboa Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040A Ponte dos Espiões M12. 21h30; O Leão da Estrela M12. 19h20; O Principezinho M6. 17h15 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h25; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h15, 15h10, 17h35 (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h30, 15h50, 18h40, 21h20; Amor Impossível M12. 12h45, 15h10, 19h25, 21h50 Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Montanha M12. 14h55; Star Wars: O Despertar da Força M12. 19h35; Coração de Cão M12. 16h35; 45 Anos M12. 13h15, 17h55, 22h CinemaCity Campo PequenoCentro de Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h30, 17h50, 18h20, 21h10, 21h20, 24h (2D), 13h25, 16h10, 19h, 21h50, 00h10 (3D); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 17h40, 19h35 (V.Orig./2D), 13h35, 15h40 (V.Port./2D); A Viagem de Arlo M6. 15h20 (V.Port.); Hotel Transylvania 2 M6. 13h45, 15h45, 17h45, 19h45 (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h30, 15h50, 18h40, 21h35, 00h05; Creed: O Legado de Rocky M12. 13h10, 15h45, 18h30, 21h40, 00h25; Amor Impossível M12. 12h55, 17h20, 22h, 00h25; 007 Spectre M12. 21h25; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 00h20; A Ponte dos Espiões M12. 21h30, 00h20; A Modista M12. 19h45; O Principezinho M6. 13h20, 15h25 (V.Port.) Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Campo Grande. T. 16996Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h40, 21h30 (2D), 18h35 (3D); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 16h, 18h40, 21h40; Creed: O Legado de Rocky M12. 16h50, 21h10; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 18h30, 21h25; A Viagem de Arlo M6. 13h45, 16h30 (V.Port.); Hotel Transylvania 2 M6. 15h30, 17h45 (V.Port.); Um Presente do Passado M16. 16h40, 21h50; Bajirao Mastani 17h, 20h50; 007 Spectre M12. 18h, 21h10; O Leão da Estrela M12. 18h50, 21h20; Krampus: O Lado Negro do Natal M12. 19h10; O Principezinho M6. 13h50, 16h15 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 20h40; Muito à Frente M12. 15h40 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 19h05, 21h45; Solace: Premonições M12. 16h20, 19h, 21h55; Amor Impossível M12. 21h35 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Hotel Transylvania 2 M6. 13h20, 15h30, 18h10 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 17h20 (3D), 13h40, 21h, 00h10 (2D); Muito à Frente M12. 12h50 (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h20, 24h; A Ponte dos Espiões M12. 16h, 20h50, 23h30; O Principezinho M6. 13h30 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 21h40, 00h20; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h50, 16h20 (V.Port.), 18h (V.Orig.); Creed: O Legado de Rocky M12. 13h10, 17h30, 21h10, 00h15; 45 Anos M12. 15h40, 18h20, 21h50, 00h05; Amor Impossível M12. 21h30, 00h25
Em [email protected]@publico.pt
Espiões M12. 18h25, 21h25, 00h20; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 14h05, 16h15 (V.Port.)
Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996Hotel Transylvania 2 M6. 13h15, 15h45, 18h15 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h45, 15h45, 20h35, 23h50 (3D), 13h25, 17h50, 21h, 00h10 (2D); Creed: O Legado de Rocky M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; O Leão da Estrela M12. 12h40, 15h15, 18h05, 21h15, 23h55; O Principezinho M6. 13h35 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 13h, 15h50, 21h40, 00h25; Muito à Frente M12. 13h25, 16h, 18h35 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h20, 16h10, 18h45 (V.Port.); A Viagem de Arlo M6. 13h40, 16h20, 18h55 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 12h55, 15h45, 18h40, 21h35, 00h20; A Rapariga Dinamarquesa M12. 12h35, 15h35, 18h30, 21h25, 00h20; Solace: Premonições M12. 13h05, 15h40, 18h10, 21h45, 00h15; Diário de Uma Criada de Quarto M12. 12h35, 15h20, 18h20, 21h10, 00h05; 007 Spectre M12. 20h45, 24h; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 21h10, 00h20; A Ponte dos Espiões M12. 21h05, 00h15; Krampus: O Lado Negro do Natal M12. 18h50; Um Presente do Passado M16. 21h20, 24h; Amor Impossível M12. 17h, 20h55, 23h45
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Hotel Transylvania 2 M6. 13h40, 15h35, 17h40, 19h55 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 13h10, 15h40, 17h55, 18h30, 21h10, 21h20, 21h40, 23h55, 00h10 (2D), 16h10, 19h, 21h50, 00h25 (3D); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h35, 15h50, 17h55 (V.Port./2D), 13h30, 20h (V.Orig./2D); A Viagem de Arlo M6. 13h25, 15h25, 17h35 (V.Port.); O Principezinho M6. 15h10, 17h20 (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h15, 15h25, 17h35, 21h45, 00h15; Solace: Premonições M12. 13h20, 15h20, 19h25, 21h55, 24h; Amor Impossível M12. 12h50, 15h15, 19h25, 21h50, 00h25; 007 Spectre M12. 21h25, 00h20; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 16h, 21h40; A Ponte dos Espiões M12. 18h50; O Leão da Estrela M12. 17h25, 19h35; A Última Noitada M12. 13h10, 00h30; No Coração do Mar M12. 21h45, 00h05; Os Coopers São o Máximo 19h35 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 18h50; O Principezinho M6. 14h, 16h25 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 21h30; Star Wars: O Despertar da Força M12. 15, 18h, 21h30; Star Wars: O Despertar da Força M12. 14h (2D), 17h, 21h15 (3D); A Rapariga Dinamarquesa M12. 14h10, 16h45, 19h15, 21h50; Só Podiam Ser Irmãs M12. 13h55, 16h30, 19h, 21h45; O Leão da Estrela M12. 18h45, 21h25; Muito à Frente M12. 14h10, 16h20 (V.Port.); A Viagem de Arlo M6. 13h50, 16h10 (V.Port.); AmorImpossível M12. 19h05, 21h40; 007 SpectreM12. 21h10; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h45, 16h15, 18h40;Creed: O Legado de Rocky M12. 13h35, 16h15, 19h, 21h40; Hotel Transylvania 2 M6. 14h05, 16h30, 19h (V.Port./2D), 21h20 (V.Port./3D); Solace: Premonições M12. 14h05, 16h25, 18h55, 21h45
Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 15h20, 18h20, 21h20, 00h25; O Principezinho M6. 12h50 (V.Port.); Muito à Frente M12. 13h05 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h25, 15h40 (V.Port./2D), 17h55 (V.Port./3D); Só Podiam Ser Irmãs M12. 15h25, 18h15, 21h, 23h45; Hotel Transylvania 2 M6. 13h10, 16h05, 18h25 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h10, 18h10, 21h10, 00h10; Creed: O Legado de Rocky M12. 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Star Wars: O Despertar da Força M12. 13h, 15h50, 18h45, 21h40, 00h35 (3D); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h15, 16h, 18h50, 21h35, 00h20; Solace: Premonições M12. 13h20, 15h55, 21h15, 23h50; O Leão da Estrela M12. 20h50, 23h40; Um Presente do Passado M16. 18h40; Amor Impossível M12. 21h25, 00h15 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996O Leão da Estrela M12. 16h, 18h20, 21h, 23h40; O Principezinho M6. 13h30 (V.Port.); Hotel Transylvania 2 M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h40, 15h40, 21h20, 00h10 (2D), 18h30 (3D); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h, 15h30, 17h40, 19h50 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 00h20, 00h40; A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h20, 16h10, 18h50, 21h30, 24h; Creed: O Legado de Rocky M12. 12h50, 15h50, 18h40, 21h40, 00h20, 00h30; Amor Impossível M12. 21h50, 00h30, 00h40 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Star Wars: O Despertar da Força M12. 16h20, 19h; A Rapariga Dinamarquesa M12. 11h40, 14h, 21h45; Três Cores: Vermelho M12. 13h; Diário de Uma Criada de Quarto M12. 15h, 16h45, 18h30, 20h15, 22h10; Que Horas Ela Volta? M12. 11h30; A Juventude M12. 19h10; 45 Anos M12. 113h40, 15h30, 17h20, 21h30; Minha Mãe M12. 15h45, 17h50, 19h55, 22h; Amor Impossível M12. 11h, 13h20 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Coração de Cão M12. 13h45, 15h45, 17h45, 21h45; Home of the Brave: A Film by Laurie Anderson 19h45 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. Só Podiam Ser Irmãs M12. 13h50; Amor Impossível M12. 16h25, 19h10, 21h35, 00h20; Solace: Premonições M12. 14h15, 16h35, 18h55, 21h20, 23h50; Minha Mãe M12. 19h10; Hotel Transylvania 2 M6. 14h10, 16h30 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 21h45, 00h20; A Viagem de Arlo M6. 13h50 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 16h10; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 18h50 (V.Port./3D); 007 Spectre M12. 16h; O Principezinho M6. 13h40 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 19h05, 22h; A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h45, 16h20, 19h, 21h40, 00h20; Diário de Uma Criada de Quarto M12. 14h15, 16h35, 19h, 21h30, 23h55; 45 Anos M12. 14h10, 16h25, 18h45, 21h15, 23h30; Star Wars: O Despertar da Força M12. 14h, 17h, 21h30, 00h30; O Leão da Estrela M12. 13h40; A Juventude M12. 16h10, 18h55, 21h40, 00h25; As Sufragistas M12. 19h15; A Modista M12. 13h55, 16h40, 21h50, 00h20; Amor Polar M12. 13h30; Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h30, 18h30, 21h45; Creed: O Legado de Rocky M12. 14h05, 18h, 21h20, 00h15; A Ponte dos
45 AnosDe Andrew Haigh. Com Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Dolly Wells. GB. 2015. 91m. Drama. M12. Apesar de nunca terem tido
fi lhos, o casal Kate e Geoff
Mercer são felizes. Com a
festa do 45.º aniversário para
organizar, ela está entusiasmada
em celebrar a relação e tudo o
que conquistaram ao longo dos
anos em comum. Mas tudo se
altera quando ele recebe uma
carta da Suíça a informá-lo de
que foi descoberto o cadáver
da namorada anterior a Kate,
que morreu tragicamente em
1962, ao cair numa fi ssura de um
glaciar. Aquela notícia abala-o de
um modo inesperado, levando-o
a afastar-se de tudo o que se
relaciona com a vida presente.
Creed: O Legado de RockyDe Ryan Coogler. Com Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad. EUA. 2015. 133m. Drama. M12. Adonis Johnson nunca conheceu
o seu pai, Apollo Creed, campeão
mundial de pesos-pesados,
morto devido a ferimentos
ocorridos no ringue. Depois de
uma infância complicada que o
levou por caminhos perigosos,
ele está agora decidido a dedicar
a sua vida ao boxe e tornar-
se um campeão, em honra do
progenitor. Para isso, segue
viagem até à cidade de Filadélfi a
(EUA), o local do lendário
combate entre Creed e Rocky
Balboa. Adonis localiza Rocky e
pede-lhe que lhe ensine as suas
tácticas e se torne seu mentor.
A Rapariga DinamarquesaDe Tom Hooper. Com Alicia Vikander, Eddie Redmayne, Matthias Schoenaerts, Ben Whishaw, Sebastian Koch, Amber Heard. EUA/JAP/GB/BEL. 2015. 120m. Drama. M12. Dinamarca, década de 1920. O
casal Einar e Gerda Wegener
são dois pintores reconhecidos.
Um dia, a rapariga que Gerda
contratou para retratar nas suas
pinturas cancela o encontro.
Sem alternativa, lembra-se de
usar o próprio marido como
modelo. Ele acede ao seu pedido.
Será naquele momento que
ele, usando roupas de mulher,
sente nascer dentro de si algo
que, com o passar do tempo, se
transformará no mais intenso
desejo da sua vida: ser mulher.
Se, ao princípio, isto lhes parece
uma espécie de jogo, aos poucos
leva-o a uma lenta transformação
numa outra pessoa...
Diário de Uma Criada de QuartoDe Benoît Jacquot. Com Léa Seydoux, Vincent Lindon, Clotilde Mollet, Hervé Pierre, Mélodie Valemberg, Patrick%20d%u2019Assum%E7ao. BEL/FRA. 2015. 96m. Drama. M12. Célestine deixa Paris e vai
trabalhar como criada de quarto
para a casa dos Lanlaire, uma
família endinheirada de uma
zona rural francesa. Jovem e
muito bela, vai evitando os
avanços do patrão, que usa
da sua posição de poder para
seduzir as empregadas. É então
que conhece Joseph, um homem
que guarda os seus próprios
segredos e que a ajuda a lidar
com a senhora da casa, uma
pessoa autoritária e caprichosa
que inveja a sua juventude e
beleza...
Solace: Premonições De Afonso Poyart. Com Jeffrey Dean Morgan, Colin Farrell, Anthony Hopkins. EUA. 2015. 101m. Thriller. M12.
John Clancy é um agente da
polícia reformado que possui
poderes paranormais. Esta
capacidade, que lhe permite ter
visões do passado e do futuro,
é, simultaneamente, um dom
e uma maldição com que foi
obrigado a viver toda a vida.
É então que o agente do FBI
Joe Merriwether e a sua colega
Katherine Cowles o persuadem a
voltar ao activo para os ajudar a
encontrar um assassino em série
que perseguem há meses e que
não há meio de identifi carem.
Mas tudo se complica quando
John se apercebe de que o
assassino consegue antecipar
cada um dos seus passos...
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 35
Lúcia Prancha (n. 1985) mostra trabalhos recentes de vídeo, pintura, desenho e fotografia na Baginski, em Lisboa. A viver nos últimos anos em Los Angeles, a artista regressa a Portugal para apresentar obras produzidas em 2014 e 2015, como: Fluids Series, em que intervém sobre imagens impressas recolhidas da Internet; About Faces, um vídeo que, através de
filmes, excertos do YouTube e clipes promocionais, pensa ideais de beleza e os efeitos da publicidade; Gin and Tonic from the series Je est un autre, uma impressão digital com um texto que pode ser lido através de um espelho; e The Haunted Screensavers, disponível nos computadores da galeria. Até sexta, das 14h às 20h. A entrada é livre.
Perseguindo o InvisívelDR
A s AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Coração de Cão mmmmm mmmmm mmmmm
A Juventude mmmmm A A
Amor Impossível – mmmmm –Creed — O Legado de Rocky mmmmm mmmmm –Diário de uma Criada de Quarto mmmmm – –Minha Mãe mmmmm mmmmm mmmmm
45 Anos mmmmm – mmmmm
A Rapariga Dinamarquesa mmmmm – mmmmm
Star Wars: O Despertar da Força mmmmm mmmmm mmmmm
Que Horas ela Volta? mmmmm mmmmm mmmmm
Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Hotel Transylvania 2 M6. 13h10, 15h25, 17h50 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 12h50, 15h30, 21h10, 23h50; A Rapariga Dinamarquesa M12. 12h25, 15h20, 18h15, 21h25, 00h20; Creed: O Legado de Rocky M12. 13h, 15h50, 18h30, 21h15, 24h; Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h30, 15h40, 22h15 (2D), 19h (3D); Muito à Frente M12. 13h30 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h40, 16h20, 18h50 (V.Port.); Solace: Premonições M12. 16h10, 18h40, 21h05, 23h30; O Leão da Estrela M12. 20h50, 23h40; No Coração do Mar M12. 21h50, 00h30; Amor Impossível M12. 18h20 O Cinema da Villa - CascaisAvenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311Hotel Transylvania 2 M6. 14h10, 16h10 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 18h50, 21h40; A Rapariga Dinamarquesa M12. 14h, 16h20, 19h, 21h20; Creed: O Legado de Rocky M12. 13h40, 16h30, 19h15, 21h50; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h50,15h45, 17h40 (V.Port.), 19h40, 21h30 (V.Orig.)
Sintra Cinema City BelouraQuinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Hotel Transylvania 2 M6. 15h30, 17h40 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h45, 15h40, 17h45 (V.Port./2D), 13h40, 19h40 (V.Orig./2D); A Rapariga Dinamarquesa M12. 15h20, 19h30, 21h50; Star Wars: O Despertar da Força M12. 16h10, 19h, 21h50 (3D), 15h40, 17h45, 18h30, 21h20, 21h30 (2D); Creed: O Legado de Rocky M12. 16h, 18h45, 21h35; 007 Spectre M12. 18h20, 21h20; A Ponte dos Espiões M12. 21h25, 00h15; A Viagem de Arlo M6. 15h35 (V.Port.); O Principezinho M6. 15h55, 17h30 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 19h35; Amor Impossível M12. 21h55 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789O Leão da Estrela M12. 19h10, 21h25; Hotel Transylvania 2 M6. 15h10, 17h10 (V.Port./2D), 13h10 (V.Port./3D); Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h50, 21h30 (2D), 13h, 18h40(3D); Solace: Premonições M12. 13h15, 15h30, 18h50, 21h50; Creed: O Legado de Rocky M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h40;The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.19h; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 21h50;Amor Impossível M12. 21h45; A Viagem de Arlo M6. 15h, 17h (V.Port.); A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h10, 16h, 18h20, 21h20
Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003. Hotel Transylvania 2 M6. 15h30, 17h40, 19h40 (V.Port.); No Coração do Mar M12. 21h40, 00h10; Solace: Premonições M12. 15h20, 17h30, 19h40, 21h50; A Viagem de Arlo M6. 14h30, 16h40 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 18h50, 21h20; Creed: OLegado de Rocky M12. 16h, 18h40, 21h30;Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h40, 21h20 (2D), 18h30 (3D); O Leão da Estrela M12. 22h; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 15h50, 17h50, 20h (V.Port.); Muito à Frente M12. 14h, 16h10 (V.Port.); Amor Impossível M12. 18h20, 21h10
Montijo
Cinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996O Leão da Estrela M12. 13h20, 16h, 18h50, 21h20; Hotel Transylvania 2 M6. 13h30, 15h50, 18h10 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h, 21h30; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h, 15h20, 18h (V.Port.); No Coração do Mar M12. 16h10, 19h, 21h50; Muito à Frente M12. 13h40 (V.Port.); Creed: O Legado de Rocky M12. 12h50, 15h40, 18h40, 21h40; Amor Impossível M12. 21h10
Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Star Wars: O Despertar da Força M12. 17h, 20h50; Creed: O Legado de Rocky M12. 15h30, 18h20, 21h10; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 21h; O Leão da Estrela M12. 15h40, 18h30, 21h30; Hotel Transylvania 2 M6. 15h20, 18h (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Amor Impossível M12. 21h20
Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996O Principezinho M6. 13h10 (V.Port.); Hotel Transylvania 2 M6. 13h, 15h15, 18h05 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h, 00h10 (2D), 21h30, 00h25 (3D); A Rapariga Dinamarquesa M12. 12h35, 15h20, 18h20, 21h15, 00h05; Amor Impossível M12. 15h50, 18h45, 21h35, 00h25; O Leão da Estrela M12. 13h15, 16h, 18h50, 21h45, 00h15; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h20, 15h50, 18h15 (V.Port.); Creed: O Legado de Rocky M12. 12h40, 15h40, 18h40, 21h40, 00h30; A Ponte dos Espiões M12. 21h10, 00h20
Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAO Leão da Estrela M12. 21h40, 00h20; A Última Noitada M12. 15h30, 18h30, 21h30; Hotel Transylvania 2 M6. 15h20,
17h40 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h, 21h (2D), 18h (3D); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 14h50, 17h10, 19h20 (V.Port.); Só Podiam Ser Irmãs M12. 21h10
Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996O Leão da Estrela M12. 16h15, 21h50; Star Wars: O Despertar da Força M12. 15h30, 21h30 (2D), 18h30 (3D); Creed: O Legado de Rocky M12. 15h40, 18h40, 21h40; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 21h; Hotel Transylvania 2 M6. 16h, 18h15 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h45, 16h30, 18h50 (V.Port.); Amor Impossível M12. 21h15
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789A Viagem de Arlo M6. 15h10, 17h20 (V.Port.); O Leão da Estrela M12. 21h45; O Principezinho M6. 12h45, 19h30; Hotel Transylvania 2 M6. 12h50, 14h50, 16h50; Star Wars: O Despertar da Força M12. 13h, 15h40, 21h20 (2D), 18h30 (3D); Amor Impossível M12. 18h50, 21h25; No Coração do Mar M12. 21h15; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 12h40 (V.Port./3D), 14h40, 19h15 (V.Port./2D); Amor Impossível M12. 16h40; A Rapariga Dinamarquesa M12. 13h20, 15h50, 18h20, 21h40; Creed: O Legado de Rocky M12. 13h10, 16h, 18h40, 21h30
Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446Amor Impossível M12. 21h30 Cinema City Alegro SetúbalC. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853Hotel Transylvania 2 M6. 13h35, 15h25, 17h35 (V.Port.); Star Wars: O Despertar da Força M12. 13h10, 13h25, 15h40, 16h10, 17h50, 18h30, 19h, 21h35, 21h50, 23h55, 00h10, 00h15; Snoopy e Charlie Brown: Peanuts - O Filme M6. 13h40 15h45, 17h50, 19h55 (V.Port.); Creed: O Legado de Rocky M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h25; O Principezinho M6. 15h35 (V.Port.); Muito à Frente M12. 13h35 (V.Port.); Solace:
Premonições M12. 13h10, 15h35, 19h35, 21h55, 24h; Amor Impossível M12. 15h10, 19h40, 22h05, 00h30; A Viagem de ArloM6. 13h25, 17h25 (V.Port.); O Leão da Estrela M12. 13h30, 19h25; O Último Caçador de Bruxas M12. 00h20; 007 Spectre M12. 21h15; The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12. 21h35; No Coração do Mar M12. 16h, 18h35, 00h15; Os Coopers São o Máximo 17h35
Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Hotel Transylvania 2 M6. 13h20, 15h40, 18h05 (V.Port.); Snoopy e Charlie Brown:Peanuts - O Filme M6. 13h, 15h15, 17h25,19h35 (V.Port.); A Rapariga DinamarquesaM12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h30, 00h05;Star Wars: O Despertar da Força M12. 12h30, 15h20, 21h10, 24h (2D), 18h15 (3D); Creed: O Legado de Rocky M12. 12h40, 15h30, 18h25, 21h20, 00h10; O Leão da Estrela M12. 21h, 23h40; Amor Impossível M12. 21h45, 00h25
TEATROLisboaTeatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 Cinderela De Charles Perrault. Comp.: TIL - Teatro Infantil de Lisboa. Enc. Fernando Gomes. Coreog. Vítor Linhares. A partir de 17/10. Sáb e Dom às 15h. 3ª a 6ª às 11h e 14h30 (para escolas). M/3. Teatro da LuzLargo da Luz. T. 217120600 Auto da Barca do Inferno De Gil Vicente. Comp.: Companhia da Esquina. Enc. Sérgio Moura Afonso. De 1/1 a 30/6. 2ª a 6ª às 11h e 14h (para escolas). Os Lusíadas - Viagem Infinita De Luís Vaz de Camões. Com Mara (fado). Comp.: Musgo Produção Cultural. Enc. Paulo Campos dos Reis, Ricardo Soares. De 5/1 a 28/6. 3ª às 11h e 14h (para escolas). M/12. Duração: 50m. Ulisses De Homero (a partir). Comp.: Musgo Produção Cultural. Enc. Mário Trigo. De 1/10 a 30/6. 2ª a 6ª às 11h e 14h (escolas). M/6. Teatro-Estúdio Mário ViegasLargo do Picadeiro. T. 213257650 Matei Por Amor De Nuno Gil. Enc. Nuno Gil. Coreog. Vera Mantero. De 4/1 a 10/1. Todos os dias às 21h.
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Banhados pela luz brilhante do pôr do sol De Carlos Noronha Feio. De 13/11 a 16/1. 3ª a 6ª das 14h às 20h. Sáb das 11h às 16h Pintura, Desenho. A MontraCalçada da Estrela, 132. T. 213954401 Coda De Vasco Futscher. De 5/12 a 17/1. Todos os dias 24h. Instalação, Outros. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Mi.nús.cu.lo De Eduardo Portugal. De 25/9 a 23/1. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia. Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Júlio Pomar e Rui Chafes: Desenhar De 8/10 a 8/2. 3ª a Dom das 10h às 18h.
Desenho, Escultura. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Perseguindo o Invisível De Lúcia Prancha. De 18/11 a 8/1. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Desenho, Fotografia, Vídeo, Outros. Barbado GalleryRua Ferreira Borges, 109A. T. 910717676 Arno Rafael Minkkinen’s Facing the Camera: 1970 to Tomorrow De 28/11 a 30/1. 3ª a Sáb das 11h às 13h e das 14h às 20h. Fotografia. Biblioteca Municipal de São LázaroRua do Saco, 1. T. 218852672 Presépios de Natal De 7/12 a 7/1. 3ª a 6ª das 11h às 19h. 2ª das 11h às 13h e das 14h às 19h. Sáb das 11h às 18h. Objectos. Carlos Carvalho - Arte ContemporâneaR. Joly Braga Santos, Lote F - r/c. T. 217261831 Corpo que Sabe De Joana da Conceição. De 28/11 a 17/1. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 12h30 às 19h30. Pintura, Desenho, Instalação. Caroline Pagès GalleryR. Tenente Ferreira Durão, 12. T. 213873376 Masquerade De Gonçalo Mabunda, Marta Moura, Celestino Mudaulane, Pedro Valdez Cardoso, Francisco Vidal. De 28/11 a 6/2. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho, Outros. Casa dos BicosRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos A partir de 14/7. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Documental. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Carrilho da Graça: Lisboa De 22/9 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Captura Transitória De Diogo Pimentão. De 20/11 a 9/1. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Escultura, Desenho. CulturgestRua Arco do Cego. T. 217905155 nenhuma entrada entrem De Projecto Teatral. De 24/10 a 10/1. 3ª a 6ª das 11h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h. Escultura, Performance, Outros. Oximoroboro De Von Calhau!. De 24/10 a 10/1. 3ª a 6ª das 11h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h. Instalação, Performance, Outros. Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 No Atelier De Teresa Magalhães. De 30/9 a 31/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Desenho. Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h. Documental, Biográfico, Outros. Galeria Av. da ÍndiaAvenida da Índia, 170. T. 218170847 Retornar - Traços de Memória De 4/11 a 28/2. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia, Outros. Galeria BangbangRua Dr. Almeida Amaral, 30B. T. 213148018 Selected Stories De Catarina Lira Pereira. De 21/11 a 9/1. 3ª a Sáb das 12h30 às 20h. Pintura. Selected Stories De Catarina Lira Pereira. De 4/12 a 16/1. 3ª a Sáb das 12h30 às 20h. Outros. Galeria Belo-GalstererR. Castilho 71, RC, Esq. T. 213815891 Dangerous Looking-Back De Mel O’Callaghan. De 26/11 a 30/1. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 19h. Vídeo, Fotografia. Scriptorium De Ramiro Guerreiro. De 26/11 a 30/1. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 19h. Instalação.
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A Última Carta ao Pai Natal: exposição com obras de Igor Jesus na Galeria Filomena Soares
DR
SAIRGaleria das SalgadeirasRua da Atalaia nºs 12 a 16. T. 213460881 Das sombras e do nevoeiro De Joanna Latka. De 21/11 a 9/1. 3ª a Sáb das 15h às 21h. Desenho, Obra Gráfica. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 A Última Carta ao Pai Natal De Igor Jesus. Até 16/1. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Instalação, Vídeo, Escultura, Fotografia. Galeria João Esteves de OliveiraRua Ivens, 38. T. 213259940 Página Sagrada De Álvaro Siza. Até 7/1. 3ª a 6ª das 11h às 19h30. Sáb das 11h às 13h30 e das 15h às 19h30. 2ª das 15h às 19h30. Galeria MillenniumRua Augusta, nº84. Within Light. Inside Glass De vários autores. Até 9/1. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Instalação. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Mergulho De Vera Mota. Até 9/1. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h. Escultura. Truncado De Carlos Correia. Até 7/11. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h30 às 19h. Pintura. Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira, 52. T. 218170534 Uma Delicada Zona de Compromisso De António Ole, Délio Jasse, Kiluanji Kia Henda, Mónica de Miranda. Até 20/1. 3ª a 6ª das 10h às 19h. Sáb e Dom das 14h às 19h. Documental, Outros. Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 O Gesto e o Espaço De Gonzalez Bravo. Até 20/1. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Pintura. GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 Aforismos De Jorge Martins. De 22/11 a 15/1. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h. Desenho. Jardim Botânico de LisboaRua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 As Plantas do Tempo dos Dinossáurios A partir de 23/11. Todos os dias das 09h às 18h Jardim Botânico Tropical Largo dos Jerónimos - Belém . T. 213637023 Pato Mudo A partir de 25/10. Todos os dias 24h. Instalação, Azulejo.
Objectos, Outros. Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 O Museu, Muitas Coisas A partir de 31/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Documental, Escultura, Objectos, Outros. Exposição Permanente. Museu Nacional do AzulejoRua Madre de Deus, 4. T. 218100340 Exposição Permanente A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Azulejo, Documental. Museu Nacional dos CochesPraça Afonso de Albuquerque. T. 213610850 Exposição Permanente de Coches Reais A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Objectos, Documental. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 Bordalo à Mesa De Bordalo Pinheiro. De 18/5 a 18/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração. Oceanário de LisboaEsplanada Dom Carlos I . T. 218917000 Florestas Submersas De Takashi Amano. A partir de 22/4. Todos os dias das 10h às 20h (Verão); das 10h às 19h (Inverno). Dia 25 de Dezembro das 13h às 18h, dia 1 de Janeiro das 12h às 18h. Paços do ConcelhoPraça do Município. Lisboa 1415 Ceuta: história de duas cidades De 1/12 a 27/2. 2ª a 6ª das 10h às 17h30. Sáb das 13h às 18h. Documental. Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Tirée par... a Rainha D. Amélia e a Fotografia De 30/9 a 20/1. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h30). Fotografia, Documental. Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 Wilderness De Nuno da Luz. De 20/11 a 16/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação, Outros.
MÚSICALisboaOceanário de LisboaDoca dos Olivais. T. 218917000 Fado no Oceanário A partir de 19/7. 3ª e 5ª das 20h15 às 21h (Verão), das 19h15 às 20h (Inverno). É necessária marcação (218917000, [email protected]). O evento decorre apenas com um número mínimo de 25 pessoas (máx. 40). Fado - Património Cultural Imaterial da Humanidade.
DANÇAAmadoraCentro Comercial Alegro AlfragideAv. dos Cavaleiros. T. 217125403 A Branca de Neve no Gelo Enc. João A. Guimarães. Com Maria Henrique, Isaac Alfaiate, Afonso Vilela. Coreog. Joana Quelhas. De 20/11 a 10/1. Todos os dias (vários horários). Reservas: 707100079 ou [email protected].
CIRCOLisboaLisboa Circo Chen De 27/11 a 17/1. Todos os dias (vários horários, na Avenida da Índia). Estas informações estão sujeitas a alterações. Contactos: 218533912/919070035 ou [email protected]. Parque das NaçõesRecinto da Expo 98. Circo Victor Hugo Cardinali De 27/11 a 10/1. Todos os dias (vários horários). Estas informações estão sujeitas a alterações. Contactos: 218956576/964034750/969050658.
SAIRLargo do IntendenteLargo do Intendente. Kit Garden De Joana Vasconcelos. A partir de 5/10. Todos os dias. Escultura, Instalação. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Civilizações de Tipo I, II e III De Rui Toscano. De 31/10 a 31/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Desenho, Vídeo, Outros. Narrativa de uma Colecção - Arte Portuguesa na Colecção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990) De vários autores. De 15/7 a 12/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Prémio Sonae Media Art 2015 De Diogo Evangelista, Musa paradisiaca, Patrícia Portela, Rui Penha, Tatiana Macedo. De 20/11 a 31/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Outros. Rui Toscano De 31/10 a 31/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Vídeo. Temps D’Images Loops. Lisboa De vários autores. De 15/10 a 24/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vídeo. We Shall Over Come De Rita GT. De 5/11 a 10/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Performance, Outros. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Colecção Berardo De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h. Pintura, Outros. Quatro variações à volta de nada ou falar do que não tem nome De Nicolás Paris. De 18/11 a 6/3. Todos os dias das 10h às 19h. Instalação, Outros. Stan Douglas. Interregnum De Stan Douglas. De 21/10 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 19h. Filme, Outros. Your Body Is My Body. O Teu Corpo É o Meu Corpo. Colecção de Cartazes de Ernesto de Sousa De 17/4 a 3/4. 3ª a Dom das 10h às 19h. Obra Gráfica, Design, Outros. Museu das ComunicaçõesRua do Instituto Industrial, 16. T. 213935000 Casa do Futuro A partir de 1/3. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb às 16h. Design, Outros. Exposição Permanente. Mala Posta A partir de 1/12. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h. Objectos, Outros. Exposição Permanente. Vencer a Distância - Cinco Séculos de Comunicações em Portugal A
partir de 2/5. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h. Exposição permanente. Museu de CiênciaRua da Escola Politécnica, 56. T. 213921808 Jogos Matemáticos Através dos Tempos A partir de 24/4. 3ª a 6ª das 10h às 17h (encerra 1 de Janeiro, Dom de Páscoa, 1 de Maio, 24 e 25 de Dezembro). Sáb e Dom das 11h às 18h. Exposição Interactiva. Museu do Combatente no Forte do Bom SucessoForte do Bom Sucesso. T. 213017225 A História da Aviação Militar A partir de 16/10. Todos os dias das 10h às 17h. Documental. Exposição permanente. Guerra do Ultramar - 50 anos depois A partir de 11/2. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 17h. Documental, Objectos, Outros. Permanente. O Combatente Português do Século XX A partir de 10/12. Todos os dias das 10h às 17h. Documental, Objectos, Outros. Permanente. Museu do FadoLargo do Chafariz de Dentro, 1. T. 218823470 Museu do Fado (1998-2008) De José Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro, Constantino Fernandes, Cândido da Costa Pinto, Arnaldo Louro de Almeida, João Vieira, Júlio Pomar, entre outros. A partir de 2/10. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Objectos, Vídeo, Instrumentos Musicais, Documental, Outros. Exposição Permanente. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 A Arte da Falcoaria de Oriente a Ocidente De 19/11 a 6/3. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h30. 3ª das 10h às 22h. Objectos, Outros. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (gratuito das 18h às 22h). Encerra 1 de Janeiro e 25 de Dezembro.
FARMÁCIASLisboaServiço PermanenteAçoreana (Conde Barão) - Largo do Conde Barão, 2 - Tel. 213961330 Aurélio Rego (Estrela) - Calçada da Estrela, 139 - Tel. 213961758 Marques (Benfica - Igreja) - Estrada de Benfica, 648 - Tel. 217600096 Martim Moniz (Martim Moniz) - Rua da Palma, 194 - Tel. 218882755 Quejas (Telheiras Sul - Qtª. de S. Vicente) - R. Prof. Dr. Francisco Gentil, 36 - A - Tel. 217584144 Vasco da Gama (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 1.07.01, Loja G - Tel. 213478932
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Silva Tavares (Alferrarede) Alandroal - Santiago Maior , Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Belo Marques Alcochete - Cavaquinha , Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Rito Aljustrel - Pereira Almada - Vieira Rosa , Central - Almada Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Ramos
Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter , Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama , Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Alto da Brandoa (Brandoa) Ansião - Medeiros (Avelar) , Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista , Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva , Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Campos Farinha Batalha - Ferraz , Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa , Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Franca Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central , Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Perdigão Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - D’Aldeia , da Madorna (Madorna), Silveira São Domingos de Rana (S. Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo
Branco - Rodrigues dos Santos (Sarzedas) Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - Bonfim , S. Pedro Constância - Baptista , Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Higiene Covilhã - São João Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Costa Entroncamento - Carvalho Estremoz - Costa Évora - Rebocho Pais Faro - Da Penha Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa , Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda) , Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Avenida Gavião - Gavião Golegã - Salgado Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) , Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - A Lacobrigense Loulé - Miguel Calçada , Pinto, Paula (Salir) Loures - Alto da Eira , Das Colinas Lourinhã - Marteleirense , Ribamar (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Costa Maximiano (Sobreiro) , Falcão (Vila Franca do Rosário) Marinha Grande
- Central Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Nova Fátima (Baixa da Banheira) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Misericórdia Montijo - Moderna Mora - Canelas Pais (Cabeção) , Falcão, Central (Pavia) Moura - Faria Mourão - Central Nazaré - Silvério , Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos) , Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Silva Monteiro (Ponte da Bica/Odivelas) Oeiras - Alegro (Carnaxide) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) , Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Olhanense Ourém - Leitão Ourique - Nova (Garvão) , Ouriquense Palmela - Brás (Brejos de Assa) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Higiénica Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Nova Portel - Fialho Portimão - Moderna Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda , Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Central
Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Sá da Bandeira Santiago do Cacém - Barradas São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Serpa - Serpa Jardim Sertã - Lima da Silva , Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - de Santana (Santana) Setúbal - Farinha Pascoal , Normal do Sul Silves - Cruz de Portugal Sines - Atlântico , Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Ouressa , Rico (Agualva), Correia (Queluz) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano) , Andrade Tavira - Maria Aboim Tomar - Ribeiro dos Santos Torres Novas - Palmeira Torres Vedras - Garcia Alves Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Do Forte , Estevão (Brejo), César Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) , Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Ansião - Moniz Nogueira Redondo - Alentejo Seixal - Seixal
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 37
RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 A Praça - Directo 13.00 Jornal da Tarde 14.20 Os Nossos Dias 15.02 Agora Nós - Directo 18.00 Portugal em Directo 19.07 O Preço Certo 20.00 Telejornal 20.42 Debates Presidenciais 2016 21.13 The Big Picture 22.13 Bem-vindos a Beirais 22.56 Terapia 23.39 Automobilismo: Rali Dakar 2016 23.52 Dexter 00.56 Os Números do Dinheiro 1.55 Os Nossos Dias 3.14 Televendas 5.45 Online 3 5.59 Manchetes 3
RTP27.00 Zig Zag 11.26 Peru, País de Extremos 12.24 O Mentalista 13.05 Viagem às Profundezas 14.00 Sociedade Civil 15.05 A Fé dos Homens 15.37 Euronews 16.02 Zig Zag 20.37 Cougar Town 21.00 Jornal 2 21.48 Página 2 22.05 Revolução 22.47 Literatura Aqui 23.16 Terra X Collection 00.05 Rockefeller 30 00.27 Eurodeputados 00.57 E2 - Escola Superior de Comunicação Social 1.26 Sociedade Civil 2.30 Euronews
SIC6.00 Violetta 7.00 Edição da Manhã 08.45 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.00 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.30 Dancin Days 15.30 Grande Tarde 18.30 Babilónia 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d´Ouro 22.30 Poderosas 23.30 A Regra do Jogo 00.30 Ray Donovan 1.30 Downton Abbey 2.30 Podia Acabar o Mundo
TVI 6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.43 Mundo Meu 16.00 A Tarde é Sua 19.24 A Quinta 20.00 Jornal das 8 21.42 A Única Mulher 22.54 Santa Bárbara 23.56 A Quinta 00.55 Eureka 2.38 Fascínios 3.50 Sonhos Traídos
TVC110.10 Thérèse Desqueyroux 12.00 O Juiz 14.25 Presa No Paraíso 15.55 Step Up 5 - Todos Dançam 17.50 Hércules (2014) 19.30 Transcendence: A Nova Inteligência 21.30 Um Ano Muito Violento 23.35 O Juiz 2.00 Sobreviventes 3.30 Transcendence: A Nova Inteligência
FOX MOVIES10.13 Matadoras 12.18 O Amor é Um
Lugar Estranho 13.57 Os Bad Boys 15.53 O Alfaiate do Panamá 17.40 Legalmente Loira 19.15 Expiação 21.15 Autópsia de um Crime 22.43 Contrabando 00.31 O Insustentável Peso do Trabalho 1.58 Kalifornia 3.53 Rápidos e Mortais 5.11 Beleza Americana
HOLLYWOOD9.10 Terra dos Sonhos 10.55 Ella Encantada 12.30 The Score - Sem Saída 14.35 Vingança Sem Rosto 16.10 Pânico a Bordo 17.55 Eu, Robot 19.45 Vestido a Rigor 21.30 Hulk (2003) 23.50 Dinheiro 1.45 Caso 39 3.35 Em Último Recurso 5.00 Os Olhos da Serpente
AXN13.20 O Mentalista 14.57 Inesquecível 16.32 Investigação Crimina 18.13 O Mentalista 19.48 Inesquecível 20.37 Investigação Criminal 22.15 The Player 23.09 Investigação Criminal 2.28 O Mentalista 3.59 C.S.I. Nova Iorque 5.34 Castle
AXN BLACK13.42 Vidas Roubadas 15.09 Cidade das Sombras 16.39 Linha Mortal 18.32 Duro de Matar 20.10 O Recruta 22.00 Supercop, a Fúria do Relâmpago 23.34 Não Me Toques nas Bolas 1.07 Duro de Matar 2.45 O Recruta 4.35 Supercop, a Fúria do Relâmpago
AXN WHITE14.25 Trocadas à Nascença 15.10 Era Uma Vez 15.56 Vizinhos Estranhos 17.29 Era Uma Vez 19.01 Descobrindo Nina 19.50 Descobrindo Nina 20.40 Família de Acolhimento 21.27 Vizinhos Estranhos 23.00 Falhados... Por um Fio 00.19 Família de Acolhimento 1.05 Descobrindo Nina 4.20 Trocadas à Nascença 5.06 Descobrindo Nina
FOX13.28 Sob Suspeita 14.13 Hawai Força Especial 14.59 Hawai Força Especial 15.46 Investigação Criminal: Los Angeles 16.32 Investigação Criminal: Los Angeles 17.18 Sob Suspeita 18.06 Sob Suspeita 18.53 Investigação Criminal: Los Angeles 19.42 Investigação Criminal: Los Angeles 20.31 Hawai Força Especial 21.21 Hawai Força Especial 22.15 Sob Suspeita 23.06 Sob Suspeita 23.58
Investigação Criminal: Los Angeles 00.50 Hawai Força Especial 1.38 Sob Suspeita 2.24 Sob Suspeita 3.09 Spartacus, Os Deuses da Arena 4.08 Spartacus: A Vingança 5.05 Casos Arquivados 5.54 Casos Arquivados
FOX LIFE13.30 A Patologista 14.17 Second Chances 15.48 A Patologista 16.34 A Patologista 17.21 Secrets of the Summer House 18.53 Rizzoli & Isles 19.49 A Patologista 20.38 A Patologista 21.28 Rizzoli & Isles 22.20 Os Mistérios de Laura 23.13 The Good Wife 00.04 The Good Sister 01.33 My Kitchen Rules 02.25 Em Contacto 03.14 Em Contacto
DISNEY15.05 Aladdin 15.30 Aladdin 15.55 Gravity Falls 16.20 Os 7A 16.31 Os 7A 16.45 Galáxia Wander 16.55 Galáxia Wander 17.10 Phineas e Ferb 17.21 Phineas e Ferb 17.35 Littlest Pet Shop 18.00 Violetta 18.55 Jessie 19.20 Liv e Maddie 19.44 Austin & Ally 20.05 The Next Step 20.30 K.C. Agente Secreta 20.55 Violetta 21.50 Jessie
DISCOVERY18.20 A Febre do Ouro 19.15 A Febre do Ouro 20.05 Aventura à Flor da Pele XL 21.00 Aquários XXL 22.00 Aquários XXL 22.55 Aventura à Flor da Pele 23.50 Aventura à Flor da Pele 00.40 Aquários XXL 1.30 Aquários XXL
HISTÓRIA17.00 O Universo: Enigmas Ancestrais 17.43 Caça Tesouros 18.27 Caça Tesouros 19.12 O Preço da História 19.33 O Preço da História 19.54 O Preço da História 20.14 O Preço da História 20.35 O Preço da História 20.56 O Preço da História 21.17 O Preço da História 21.38 O Preço da História 22.00 Restauradores
ODISSEIA17.07 Neymar 17.29 Super Sentidos 18.24 África 19.14 Planeta Humano 20.04 Lugares Frenéticos 20.50 Rude Tube 22.30 Porque Se Despenham os Aviões? 23.15 Porta-Aviões: O Trabalho Mais Duro 00.07 Rude Tube 01.48 Porque Se Despenham os Aviões? 02.37 Porta-Aviões: O Trabalho Mais Duro 03.34 Super Sentidos 04.05 África 04.59 Objetivos Sobre-Humanos
FICAR
CINEMADentro da Tempestade [Into the Storm]TVC4, 21h30Este fi lme usa found footage
(imagens directamente retiradas
de câmaras de fi lmar, aqui usadas
pelas personagens), o que coloca
o espectador na pele tanto
dos caçadores profi ssionais de
tempestades que o fi lme segue,
como na de algumas das vítimas
do desastre meteorológico
que se abate sobre a cidade de
Silverton, Oklahoma (EUA), onde
vários tornados destroem, de
forma espectacular e aterradora,
edifícios, estradas e outras infra-
-estruturas. Uma das imagens
mais impressionantes deste fi lme
é um tornado em fogo.
Um Ano muito Violento [A Most Violent Year]TVC1, 21h30Nova Iorque (EUA), durante o
Inverno de 1981, que se registou,
estatisticamente, como o ano
mais perigoso na história da
cidade. Abel Morales (Oscar
Isaac), um emigrante da América
do Sul, e a sua mulher Anna
( Jessica Chastain) lutam contra
as adversidades nos instáveis
bairros de Brooklyn, tentando
a todo o custo manter o seu
negócio a funcionar, lutando
contra a corrupção, a violência
e a decadência que dominam a
cidade.
SÉRIE
Defiance MOV, 15h55A série de fi cção científi ca está de
volta para uma terceira e última
temporada, com um episódio du-
plo. Defi ance acompanha a saga de
Joshua Nolan (Grant Bowler), um
homem que tenta fazer prevalecer
a lei na cidade homónima, uma
comunidade situada num futuro
pós-apocalíptico (no ano 2046),
em que tanto humanos como
extraterrestres convivem sobre
as ruínas de St. Louis (Missouri,
EUA). Os derradeiros 13 episódios
retratam os problemas e dramas
de Nolan, Irisa (Stephanie Leo-
nidas) e os outros habitantes da
cidade de Defi ance com a chegada
tanto de novos habitantes como
de novas ameaças: a misteriosa
raça de Omecs, que já conquista-
ram todas as outras espécies de
extraterrestres com quem se cru-
zaram. Aos visitantes hostis junta-
se outro facto complicado para a
cidade, pois a principal fonte de
recursos, as minas, colapsa.
INFANTIL
A História de Pedrito CoelhoCanal Panda, 20h00Uma estreia deste início de ano,
com exibição de segunda a sexta-
-feira, esta série de animação
em 3D é baseada no mundo
de fantasia de Beatrix Potter,
autora do famoso livro infantil
homónimo. Como o título indica,
Pedrito é um coelho, nos seus seis
anos, que vive com a mãe debaixo
de um enorme abeto, numa
toca escondida. O coelhinho
tem saudades do pai já falecido
e deseja ardentemente crescer
para ser como ele, o que o torna
bastante traquina e desobediente.
A Pedro, juntam-se dois amigos
mais próximos, Benjamin e
Lily, que o acompanham em
fantásticas aventuras pela região
do lago.
DOCUMENTÁRIO
Requiem pelos Mortos: América [Requiem For The Dead: America]TVC2, 22h00Um documentário de 2014 cuja
relevância é tristemente marcante
nos dias que correm. A violência
resultante do porte de armas
nos Estados Unidos da América
resulta em mais de 32 mil vítimas
mortais, sendo o espelho de um
debate aceso e actual devido aos
incidentes que se verifi caram
com regularidade alarmante em
2015. Este documentário retrata
as vidas de algumas dessas
vítimas, através de imagens
reais recolhidas dos meios de
comunicação, de relatórios das
investigações e das redes sociais.
INFORMAÇÃO
Debates Presidenciais 2016RTP1, 20h42Os candidatos presidenciais
Marcelo Rebelo de Sousa e
Edgar Silva encontram-se
para um debate, em directo,
em antecipação das eleições
presidenciais do dia 24 de Janeiro.
Defiance, 15h55
Os mais vistos da TVDomingo, 3
FONTE: CAEM
TVITVISICSIC
RTP1
14,412,211,6
10,610,5
Aud.% Share
26,425,030,219,521,0
RTP1
RTP2
SICTVI
Cabo
Jornal das 8A Quinta: O Desafio - GalaPrimeiro JornalJornal da NoiteThe Voice Portugal
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2,0
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21,8
34,2
38 | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
JOGOSCRUZADAS 9394
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
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Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
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Fonte: www.AccuWeather.com
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Guarda2º 3º
Penhas Douradas-1º 1º
Viseu4º 7º
Aveiro8º 13º
Coimbra7º 10º
Leiria8º 13º
Santarém9º 13º
Portalegre5º 7º
Lisboa11º 14º
Setúbal9º 15º Évora
7º 11º
Beja9º 12º
Castelo Branco6º 9º
Sines13º 14º
Sagres14º 16º
Faro12º 16º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
12º 17º
11º 15º
Flores
Terceira10º 15º
14º 18º
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11º 14º
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Nova
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11h11 2,723h43 2,9
17h25 1,305h54* 1,4
11h12 2,723h42 2,8
17h18 1,205h48* 1,2
4-5m
3-4m
3-4m
17º
17º
*de amanhã
Horizontais: 1. Absorto. Senão. 2. D. (...), rainha de Portugal, esposa de D. João II, foi promotora das artes e da as-sistência aos necessitados (1458-1525). Divisa. 3. Não continuo. Magnetizar. 4. A pessoa ou coisa feminina de que se fala. Encosta, ladeira. 5. Tenho a nature-za de. Karl (...), filósofo e revolucionário alemão, criou as bases da doutrina co-munista e criticou o capitalismo (1818-1883). 6. Tornar côncavo. Tens a natu-reza de. 7. Aparelho que seca o cabelo após a lavagem da cabeça. O qual. 8. Casta de videira cultivada em Portugal. Filho de burro e égua ou de cavalo e bur-ra. 9. Deserto situado no continente asi-ático, a sul da Mongólia. Adestramento. 10. Discurso fastidioso. Alvorada. 11. Lavrar. Ressoar com força.
Verticais: 1. Cadeia de montanhas do Sul da Europa Central. História longa e muito movimentada. 2. Fiel. Dilação. 3. Livro de orações. Poder estar dentro. 4 – Prefixo (vinho). Instrumento musical de sopro, globular. 5. Redução das formas linguísticas “a” e “o” numa só. Pancada com as nádegas. Grosa (abrev.). 6. Pano branco, inglês, muito usado no Brasil, para fatos de homem. Regressa. 7. Exprimir por mímica. 8. Limpar, banhan-do em líquido. Dividir ao meio. 9. Mais pequeno. Líquido esbranquiçado a que ficam reduzidos os alimentos na última fase da digestão, e que são absorvidos pelos vasos linfáticos. 10. Aia. Pessoa desprezível (regional). Campeonato profissional norte-americano de bas-quetebol. 11. Cura. Fazer serão.
Depois do problema resolvido encon-tre o título de um filme com Regina Casé (4 palavras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. RECATO. Pula. 2. Acorde. Em. 3. Salada. Quão. 4. Cod. Furor. 5. Arar. Suez. 6. RT. Ego. Neo. 7. APARATO. PS. 8. Ala. CIA. 9. Vil. Numeral. 10. Avonde. Seda. 11. Lorde. Faro.Verticais: 1. Riscar. Oval. 2. Aorta. Ivo. 3. Calda. Palor. 4. Aca. Real. Nd. 5. Todo. GRANDE. 6. Ora. Soa. UE. 7. Fu. Tom. 8. PEQUENO. Esa. 9. Urze. Crer. 10. Leão. Opiado. 11. Amora. Sala.Provérbio: Grande aparato, pequeno recato.
Oeste Norte Este Sul 1♥passo 2♣ passo 2♥
passo 4♥ Todos passam
Leilão: Equipas ou partida livre.
Carteio: Saída: 4♥. Qual o melhor plano para cumprir este jogo?
Solução: Sem a saída a trunfo seria possível garantir o contrato através do naipe de espadas, ora por se encontrar dividido 3-3, ora por se conseguir cor-tar a quarta espada com um dos trunfos firmes do morto. Com esta saída já não será possível vir a cortar uma espada no morto, porque a defesa terá tempo para jogar três voltas de trunfo eliminando os trunfos do morto. O que fazer?Uma possibilidade é a de tentar ainda vir a encontrar as espadas 3-3, mas isso não passa de uma hipótese a 32% quando existe uma outra linha que é praticamen-te a 100%. Para tal terá simplesmente de inverter o morto, ou seja, tentar realizar três cortes na mão comprida a trunfo. Jogue o Ás e o Rei de ouros e ouro corta-
Dador: SulVul: NS
Problema 6562 Dificuldade: fácil
Problema 6563 Dificuldade: muito difícil
Solução do problema 6560
Solução do problema 6561
NORTE♠ A102♥ A98♦ A63♣ 9865
SUL♠ 8654♥ KQJ106♦ K5♣ A2
OESTE♠ KJ97♥ 543♦ J972♣ Q3
ESTE♠ Q3♥ 72♦ Q1084♣ KJ1074
João Fanha/Pedro Morbey ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
do. O passo seguinte é jogar Ás de paus e pau. Suponha que a defesa faz a vaza para insistir em trunfo. Prenda com o Ás do morto, corte um pau, regresse ao morto no Ás de espadas e jogue o últi-mo pau do morto cortado. Contemos as vazas: uma espada, dois ouros, um pau, três cortes e os três trunfos do morto, dez vazas no total!
Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1♦passo 1♠ 3♥ ?
O que marcaria em Sul, com cada uma das seguintes mãos?1. ♠Q82 ♥43 ♦AQ1065 ♣KQ7 2. ♠K652 ♥2 ♦AQ105 ♣K9743. ♠K542 ♥3 ♦AK105 ♣AJ92 4. ♠K54 ♥2 ♦AQ1065 ♣AKJ8
Respostas: 1. Passe – Mão mínima, sem fit e distri-buição regular. Nenhuma razão para se fazer o que quer que seja.2. 3♠ – Sem a intervenção, teria feito um apoio simples. A distribuição é nitida-mente favorável para um contrato em espadas. Se passar com o pretexto de ter uma mão mínima, não espere que o parceiro reaja inteligentemente, ele po-derá não ter jogo para o fazer.3. 4♠ – Tal como na mão anterior, tam-bém esta valeria apenas um apoio em salto, mas com a intervenção há que fa-zer algo mais e a aposta na partida será a melhor coisa a fazer.4. X – De chamada. Boa mão de segun-da zona, aguenta bem qualquer voz que venha do outro lado.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo
COLECÇÃO INÉDITA JORNAL PORTUGUÊS:REVISTA MENSAL DE ACTUALIDADES
Vol. 5 - Jornal Português 75-95 (Abril 1948 - Abril 1951)Abrangendo o período entre 1948 a 1951, o último disco regista várias notícias sobre a renovação das ligações ferroviárias
e a inauguração de duas barragens. Os tempos do pós-guerra reflectem-se na série de notícias sobre o acolhimento
de crianças austríacas ou na visita do General Eisenhower. Dois números especiais cobrem a Festa dos Tabuleiros
em Tomar e o 2º Congresso Internacional das Capitais do Mundo. Mas o grande destaque deste disco vai para os três
números inteiramente dedicados à visita de Francisco Franco. A última notícia do Jornal Português regista uma visita
de Salazar às obras da ponte sobre o Tejo.
DE ABRIL DE 1948 A ABRIL DE 1951,ESTAS ERAM AS NOTÍCIAS.Redescubra as actualidades do Portugal do Estado Novo.
SÁBADO, 9 JAN. COM O PÚBLICO
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40 | DESPORTO | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
GERARD JULIEN/AFP
Florentino escolheu Zidane, o “galáctico” sem experiência
Zidane à chegada à sala de conferências do Estádio Santiago Bernabéu, ontem à tarde
Da primeira vez que Florentino Pérez
apareceu ao lado de Zinedine Zidane,
a 9 de Julho de 2001, não havia qual-
quer dúvida. Zidane era um “galácti-
co” que justifi cava todos os milhões
que o Real Madrid pagou por ele (11,5
mil milhões de pesetas). Quinze anos
depois, Florentino voltou a apresen-
tar “Zizou”, mas noutra condição, a
de novo treinador do clube, mesmo
que no currículo tenha apenas épo-
ca e meia como técnico da fi lial na
terceira divisão espanhola. O francês
rende no cargo Rafael Benítez, cujo
reinado efémero no Real durou ape-
nas sete meses e chegou ontem ao
fi m, depois de resultados frustrantes,
o último dos quais um empate (2-2)
no Mestalla, frente ao Valência.
A imprensa espanhola falava de
uma lista com três nomes para subs-
tituir Benítez no imediato, um pro-
cesso de sucessão que estava a ser
preparado desde Novembro: Víctor
Fernández, José Mourinho e Zidane.
Fernández foi o primeiro nome a ser
descartado e vai continuar a ser o
coordenador da formação “meren-
gue”, em Valdebebas. O jornal El
País diz que Mourinho se colocou
fora da corrida porque estará à es-
pera de um convite do Manchester
United, acabando a opção por recair
sobre alguém que mantém uma aura
de “estrela” no Bernabéu, mas com
poucos créditos como treinador.
Há poucas semanas, o presidente
“merengue” tinha garantido que Zida-
ne seria treinador do Real no futuro.
Ontem, acelerou esse futuro, quem
sabe a tentar uma espécie de efeito
Guardiola, também promovido no
Barcelona de treinador da equipa B
a técnico principal com o sucesso
que se conhece. “Zidane é uma das
maiores fi guras da história do fute-
bol. Sabe melhor que ninguém o que
é estar à frente do plantel do Real
Madrid. Sabe que este é um banco
difícil, conhece os jogadores e, com
ele como adjunto, conquistaram a
Décima [Liga dos Campeões]. Para ti,
a palavra impossível não existe”, ob-
servou Florentino numa declaração
sem direito a perguntas, após uma
reunião da direcção.
Para Benítez, o líder do Real tam-
bém deixou uma palavra de apreço,
classifi cando a decisão de o despe-
Como jogador, Zidane foi um dos
melhores de sempre. Médio de gran-
de técnica e visão de jogo, Zinedide
Yazid Zidane cumpriu os primeiros
anos no Cannes e no Bordéus, trans-
ferindo-se em 1996 para a Juventus,
clube no qual passou cinco épocas e
pelo qual conquistou, entre outros
títulos, a Série A por duas vezes. Em
2001, foi o segundo “galáctico” de
Florentino depois de Luís Figo numa
transferência que, na altura, bateu
recordes (69 milhões de euros).
Foi dele o golo que deu ao Real
o nono título europeu na fi nal de
2002, em Glasgow, frente ao Bayer
Leverkusen, para além de ter sido
ainda campeão espanhol em mais
uma ocasião. Pela selecção francesa,
foi campeão europeu (2000) e mun-
dial (2002), mas também foi com os
“bleus” que viveu o pior momento da
carreira, a infame cabeçada a Mar-
co Materazzi na fi nal do Mundial de
2006 que seria, também, o último
jogo competitivo do seu historial.
Depois de se retirar, em 2006, fi -
cou sempre ligado ao Real Madrid,
primeiro como conselheiro especial
de Florentino Pérez, depois mais liga-
do à primeira equipa durante o con-
sulado de José Mourinho. Quando
Ancelotti chegou, Zidane foi adjunto
do italiano durante uma época, pas-
sando, depois, para o Castilla, que
havia sido despromovido à II B. Na
primeira época, falhou a promoção
(foi sexto) e, na presente temporada,
ocupava o segundo lugar. Uma época
e meia em que enfrentou contesta-
ção por deixar muitas vezes de fora o
prodígio norueguês Martin Odegaard
e promover o seu fi lho mais velho,
Enzo, a capitão do Castilla.
Francês substitui Rafael Benítez como treinador do Real Madrid e promete “fazer o melhor possível” para conquistar títulos nesta temporada. Espanhol aguentou apenas sete meses no cargo
Futebol internacionalMarco Vaza
A ERA FLORENTINO PÉREZVicente del Bosque (2000-2003)Ganhou duas Ligas (2000-01 e 2002-03), uma Supertaça de Espanha (2001), uma Champions League (2001-02), uma Supertaça Europeia (2002) e uma Taça Intercontinental (2002).Carlos Queiroz (2003-2004)Ganhou uma Supertaça de Espanha.José Antonio Camacho (2004) Mariano García Remón (2004)Vanderlei Luxemburgo (2004-2005)Juan Ramón López Caro (2005-2006)Manuel Pellegrini (2009-2010)José Mourinho (2010-2013)Ganhou uma Liga (2011-12), uma Taça do Rei (2010-11) e uma Supertaça de Espanha (2012)Carlo Ancelotti (2013-2015)Ganhou uma Champions League (2013-14), uma Taça do Rei (2013-14), una Supertaça Europeia (2014-15) e um Mundial de Clubes (2015).Rafa Benítez (2015-2016)
dir como “difícil” a nível pessoal: “É
um grande profi ssional e uma pessoa
magnífi ca. Quero agradecer a sua de-
dicação nestes meses.”
O francês será o 11.º treinador da
era Florentino e o segundo promo-
vido da fi lial, depois de Juan Ramón
Lopez Caro ter saltado do Real Ma-
drid B em Dezembro de 2005 para
substituir Wanderley Luxemburgo
— López Caro fi cou até ao fi m dessa
época. Zidane pega no Real Madrid
em terceiro lugar, a quatro pontos
do líder, Atlético, qualifi cado para os
“oitavos” na Liga dos Campeões (vai
jogar com a Roma) e fora da Taça do
Rei, prometendo trabalho e vontade
de ganhar títulos: “Temos o melhor
clube do mundo e os melhores adep-
tos, e, por isso, o que temos de fazer
é o melhor possível para ganharmos
alguma coisa neste ano. Só posso di-
zer que vou fazer tudo, e acho que
vai correr bem.”
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | DESPORTO | 41
Novak Djokovic escolheu o Qatar
ExxonMobil Open para abrir a época
de 2016, durante a qual terá a tarefa
difícil de repetir o excelente ano ante-
rior, em que dominou o circuito ATP
e conquistou três títulos do Grand
Slam. Para já, no primeiro encontro
em Doha, o seu estatuto de número
um do mundo não foi beliscado por
Dustin Brown, 82.º do ranking, que
cedeu ao fi m de 51 minutos.
“Joguei o meu último encontro
há seis semanas, por isso, estava
muito entusiasmado para regressar
ao court e competir e ver como iria
decorrer. Obviamente que nunca se
sabe como vamos começar. Penso
que aproveitei muito bem as férias
para me treinar e pôr o meu corpo na
melhor forma. Foi um bom início”,
disse Djokovic, depois de derrotar o
alemão, com um duplo 6-2.
Rafael Nadal, que recentemente
ganhou os dois encontros de exibição
que realizou em Abu Dhabi — frente a
David Ferrer e a Milos Raonic —, es-
teve igualmente em acção em Doha,
mas em pares, e, apesar da derrota,
está preparado para se estrear hoje,
nos singulares, tal como Tomas Ber-
dych (6.º) e Ferrer (7.º).
No Brisbane International, o único
evento misto nesta primeira sema-
na da época, Grigor Dimitrov (28.º)
começou por eliminar Gilles Si-
mon (15.º), por 6-3, 7-6 (12/10), ao
fi m de mais de duas horas de jogo. O
búlgaro de 24 anos está disposto a es-
quecer a época passada e, com a aju-
da de Franco Davin, ex-treinador de
Juan Martín del Potro, venceu o pri-
meiro de cinco duelos com o francês
A estrela do torneio australiano
é Roger Federer (3.º), que hoje se
estreia diante do qualifi er Tobias
Kamke (233.º). Em Brisbane estão
também Kei Nishikori (8.º), Marin
Cilic (13.º), Milos Raonic (14.º) e o sul-
coreano de 19 anos Hyeon Chung,
51.º e revelação do ATP Tour em
2015, que, ontem, venceu o aus-
traliano Sam Groth (60.º), por 7-6
(10/8), 6-4.
No torneio feminino, a ex-número
um Victoria Azarenka (22.ª) arrasou,
por 6-2, 6-0, Elena Vesnina (115.ª) e
terá agora como adversária Simona
Halep (2.ª).
A primeira vitória de Novak Djokovic
TénisPedro Keul
Bastaram 51 minutos para o número um do mundo abrir o ano a ganhar, no QatarO Vitória perdeu o jogo de sábado, por 0-1
O jogo V. Guimarães-Benfi ca, para
o campeonato, terminou no sába-
do, mas continua a dar que falar.
Depois de o treinador dos minho-
tos, Sérgio Conceição, ter acusado
o árbitro da partida de lhe ter di-
rigido insultos, hoje é a vez de o
presidente do clube, Júlio Mendes,
abordar o tema.
O incidente terá acontecido no
fi nal do encontro disputado no Es-
tádio D. Afonso Henriques, que ter-
minou com um triunfo do campeão
nacional, por 1-0, e foi assim descri-
to pelo técnico do Vitória: “O árbitro
[Carlos Xistra] teve uma dualidade
de critérios incrível. Insultava os
meus jogadores enquanto lhes di-
zia para se levantarem… No fi m teve
a hombridade de me chamar burro
e de me pedir desculpa. O futebol
por vezes deixa-me triste.”
A direcção do clube vimaranense
não tomou qualquer posição públi-
ca sobre o assunto, mas tudo indica
que deverá fazê-lo ao início da tar-
de, já que Júlio Mendes convocou
para as 12h30 uma conferência de
imprensa. Esta conferência, de res-
to, anula a antevisão da partida do
Vitória com o Moreirense, a contar
para a 16.ª jornada do campeonato,
que se realizará amanhã.
Bruno Gaspar, lateral do Vitória,
abordou ontem o embate com os
vizinhos de Moreira de Cónegos,
Caso Xistra será hoje abordado pela direcção do Vitória
mas preferiu passar ao lado da po-
lémica do momento. “Isso [insultos]
são questões que a direcção já sabe,
cabe a ela responder a isso. Não vale
a pena falar mais. Tem de ser resol-
vido”, limitou-se a dizer.
Embora não seja audível a troca
de palavras entre ambos, as imagens
televisivas captam o momento em
que Sérgio Conceição e Carlos Xistra
se cumprimentam, ainda no meio
do relvado, com Flávio Meireles, di-
rector desportivo dos vimaranenses,
também envolvido na conversa. A
dada altura, o juiz de Castelo Bran-
co acerca-se do treinador e parece
pedir-lhe desculpa por mais do que
uma vez.
Regulamento é claroO caso deverá vir a ser apreciado pe-
lo Conselho de Disciplina da Fede-
ração Portuguesa de Futebol (FPF),
sendo que, para situações com estes
contornos, os regulamentos são cla-
ros. “Os árbitros, árbitros assisten-
tes, observadores de árbitros e dele-
gados da Liga que usem expressões,
verbalmente ou por escrito, ou fa-
çam gestos de carácter ameaçador,
injurioso, difamatório ou grosseiro,
devidamente comprovados pelos
relatórios dos delegados, ou obser-
vadores de árbitros ou através de
meios audiovisuais, contra qualquer
jogador, treinador, qualquer outro
agente desportivo, incluindo outro
árbitro, árbitro assistente, observa-
dor de árbitros ou delegado da Liga,
ou contra espectadores são punidos
com a sanção de suspensão a fi xar
entre o mínimo de três e o máximo
de quinze jogos”, pode ler-se no ar-
tigo 192.º da subsecção II do Regula-
mento Disciplinar das competições
organizadas pela Liga Portuguesa de
Futebol Profi ssional.
MIGUEL RIOPA/AFP
FutebolNuno Sousa
Alegados insultos dirigidos a Sérgio Conceição deverão merecer posição do clube. Regulamento prevê sanção que vai de três a 15 jogos
A 3 de Junho do ano passado, Ra-
fael Benítez era um homem na sua
cadeira de sonho. Madrileno e ma-
dridista, Rafa, que entrara no clube
como jogador com 13 anos e que já
tinha sido treinador da equipa B,
estava no lugar que sempre quis.
Emocionou-se quando foi apresenta-
do no Bernabéu e prometeu ganhar
títulos com bom futebol. Florenti-
no Pérez, o todo-poderoso (e volátil)
presidente do Real acreditava nele,
“um verdadeiro homem da casa”. E
continuou a declarar publicamente
a confi ança no 10.º técnico que con-
tratara, com sucessivas declarações
públicas nesse sentido. Sete meses
e um dia depois de ser apresenta-
do, Rafa tornou-se no 10.º técnico
dispensado.
Desportivamente, o Real Madrid
de Rafa Benítez não foi brilhante,
mas também não foi um desastre
total. A carreira na Liga dos Campe-
ões, por exemplo, decorreu quase
sem mácula, com cinco vitórias e um
empate na fase de grupos, enquanto
os quatro pontos de diferença para
o líder Atlético de Madrid, com mais
de metade da Liga espanhola pela
frente, não são, de todo, irrecupe-
ráveis. Mas a forma como o Real se
engasgava frente a equipas de maior
valia levantou muitas dúvidas em re-
lação à sua liderança.
Entre muitos resultados compro-
metedores (e uma eliminação ane-
dótica da Taça do Rei por utilização
Rafa não sobreviveu aos votos de confiança
irregular de um jogador), nenhum
terá causado mais mossa que a es-
trondosa derrota no Bernabéu por
4-0, frente ao Barcelona, no fi nal de
Novembro passado. Logo depois da
goleada, Florentino convocou os jor-
nalistas para garantir a continuidade
do técnico. “Rafa Benítez acaba de
começar o seu trabalho. Deixemo-
lo trabalhar”, foi o que disse o diri-
gente, negando, na altura, quaisquer
problemas de relacionamento entre
Rafa e as maiores fi guras da equipa,
o principal motivo agora apontado
para a sua destituição.
Cristiano Ronaldo, Sergio Ramos,
James Rodríguez, Isco e Karim Ben-
zema são alguns dos jogadores tidos
como insatisfeitos com o agora ex-
técnico “merengue”. E a verdade é
que numa equipa com o potencial
ofensivo que o Real apresenta, Bení-
tez raramente cumpriu a promessa
de ganhar e a jogar bem. Alguns jo-
gos foram excepção, como as super-
goleadas ao Malmö (8-0) e ao Rayo
Vallecano (10-2), mas também houve
muitas vezes em que foi o guardião
costa-riquenho Keylor Navas a evitar
males maiores.
O que era indesmentível é que Be-
nítez, de 55 anos, já não gozava dos
favores dos adeptos “merengues” e,
assim, teve de entregar a sua cadeira
de sonho a outro, ele que até já esta-
va habituado a empregos de pressão
alta — antes passara por Valência, Li-
verpool, Inter Milão e Nápoles, com
sucesso desigual. Mas difi cilmente
voltará ao Bernabéu nos próximos
tempos.
Marco Vaza
SERGIO PEREZ/REUTERS
Rafa Benítez deixa o Real na terceira posição do campeonato
42 | DESPORTO | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
CrónicaMiguel Barbosa
Apesar da chuva, que não deixa
todavia de ser típica desta região
e da altura do ano, estou certo
de que este arranque do Dakar
está a atrair multidões para
assistir à passagem da caravana
da prova. Os argentinos são
grandes afi cionados dos desportos
motorizados em geral. O todo-
o-terreno é uma paixão mais
recente, na medida em que
antes de o Dakar ter vindo para
a América do Sul a modalidade
não tinha grande expressão,
ao contrário do ralis, que são
Banho de multidão
Piloto, campeão nacional de todo-o-terreno
DR
Ruben Faria sentiu-se em casa e Sébastien Loeb fez estreia de sonho
Ruben Faria lutou até ao fim pelo triunfo na etapa
Um curtíssimo prólogo de 11 quiló-
metros e uma primeira etapa can-
celada devido às más condições
meteorológicas davam um sabor
insípido ao Dakar 2016. Mas o mítico
rali teve fi nalmente o seu verdadeiro
arranque, com uma segunda etapa
que trouxe de volta a competição a
sério. Embora a organização tenha
decidido encurtar o percurso crono-
metrado, devido à chuva abundante
que caiu no domingo, Ruben Faria
(Husqvarna) foi um dos protagonis-
tas da jornada e lutou até ao fi m pela
vitória na etapa, mas acabaria rele-
gado para o segundo lugar por Toby
Price (KTM). O australiano ascendeu
à liderança da geral, com escassos
dois segundos de vantagem sobre o
piloto algarvio.
Foi uma etapa que trouxe recor-
dações de casa, admitiu Ruben Fa-
ria em declarações ao site ofi cial do
Dakar: “Depois de ontem [domingo],
uma especial anulada, mesmo assim
fi zemos 540km de ligação sempre a
chover. Foi duro. Hoje [ontem], era
uma especial bastante gira. Técni-
ca, um pouco ao estilo do Algarve.
Impus um ritmo forte de início, no
reabastecimento apanhei o [ Joan]
Barreda. Logo a seguir ultrapassei-o
e vim sempre num ritmo bom. Isto
ainda é só a segunda etapa do rali,
mas estou bastante contente com a
moto e estou a sentir-me bem.”
O bom desempenho manteve
Ruben Faria no topo da classifi ca-
ção. Após ter igualado Joan Barreda
(Honda) como piloto mais rápido do
prólogo, o algarvio deixou de parti-
lhar a liderança mas fi cou a apenas
dois segundos de Toby Price na ge-
ral, e tem 1m19s de avanço sobre o
eslovaco Stefan Svitko (KTM). Pau-
lo Gonçalves (Honda) foi o segun-
do melhor português na etapa, ao
terminar no sexto lugar, a 2m38s de
Price, o que lhe vale o sétimo posto
na geral. Hélder Rodrigues (Yamaha)
é 15.º, a 7m18s, após ter sido 16.º
classifi cado na etapa.
Nos carros, o nome do dia não foi
outro senão Sébastien Loeb: o piloto
francês, nove vezes campeão mun-
dial de ralis, estreia-se no Dakar ao
volante de um Peugeot e não deixou
os créditos por mãos alheias. Con-
quistou a vitória na etapa, que vale
Piloto algarvio foi segundo classifi cado na etapa e pressiona o líder Toby Price. Francês nove vezes campeão do mundo de ralis confessou ter fi cado surpreendido com primeira vitória em etapas do Dakar
Todo-o-terrenoTiago Pimentel
uma das disciplinas preferidas
dos argentinos. Estou seguro
de que a presença do Sébastien
Loeb, que tantas vezes venceu
o rali da Argentina, está a ser
acompanhada de uma forma
entusiástica.
Tudo começa logo com a partida
simbólica. Em Buenos Aires, nós
não vemos a auto-estrada, não
conseguimos. Nem falo de estrada,
falo mesmo de auto-estrada, na
qual estão milhares de pessoas à
espera para nos ver passar. Nós
estamos a tentar circular e temos
de furar a multidão para conseguir
sair de Buenos Aires. Este cenário
repete-se em muitas das cidades
pelas quais a prova passa. Quando
acabamos uma etapa, ao entrar na
cidade, temos milhares de pessoas
à nossa espera. É fantástico haver
tanto público que aguarda por nos
receber.
Também há portugueses em
todo o lado. Quando eu fi z o
Dakar 2010, recordo-me que
fi quei boquiaberto porque, no
meio do deserto do Atacama,
que é o deserto mais árido
do mundo, aparecerem três
portuguesas. Estávamos no meio
do acampamento, prontos
para partir para o dia
seguinte.
O acampamento já estava
bastante deserto porque a maioria
das assistências já tinha arrumado
as suas coisas e arrancado.
Estavam ali os carros de corrida
prontos para iniciar a sua ligação
e, no meio do nada, apareceram
umas portuguesas que estavam
em viagem. Foi engraçado,
esperava tudo menos isso.
também a liderança da classifi cação
geral. A especial com pistas rápidas
e sem grandes exigências de navega-
ção era favorável a Loeb, que com-
pletou a etapa em 3h45m46s — foi
2m23s mais rápido do que o expe-
riente compatriota e companheiro
na Peugeot Stéphane Peterhansel.
“Terminar em primeiro foi uma
boa notícia, nem queria acreditar”,
confessou Loeb. “As diferenças ain-
da não são signifi cativas, mas estou
contente com o ritmo que conse-
guimos imprimir. Amanhã [hoje]
vamos abrir a estrada e isso vai ser
outra história”, acrescentou.
Carlos Sousa (Mitsubishi), o úni-
co piloto português a competir nos
automóveis, teve um dia recheado
de problemas e atrasou-se consi-
deravelmente. “Foi um dia em que
tudo correu mal. Viemos até ao fi m
da especial rebocados pelo nosso
colega de equipa e vamos tentar per-
ceber se é possível continuar... Não
sabemos se é apenas um problema
eléctrico ou se é algo mais grave”,
lamentou Sousa, citado pelo seu ser-
viço de assessoria de imprensa.
CLASSIFICAÇÃO2.ª etapaMotos1. Toby Price (KTM) 3h46m24s2. Ruben Faria (Husqvarna) a 20s3. Stefan Svitko (KTM) a 1m28s(...)6. Paulo Gonçalves (Honda) a 2m38s16. Hélder Rodrigues (Yamaha) a 7m33s32. Mário Patrão (KTM) a 16m23s57. Pedro Bianchi Prata (Honda) a 32m48s
Carros1. Sébastien Loeb (Peugeot) 3h45m46s2. Stéphane Peterhansel (Peugeot) a 2m23s3. Vladimir Vasilyev (Toyota) a 2m38s(...)Carlos Sousa (Mitsubishi) a 2h03m50s
GERALMotos1. Toby Price (KTM) 3h53m09s2. Ruben Faria (Husqvarna) a 2s3. Stefan Svitko (KTM) a 1m21s(...)7. Paulo Gonçalves (Honda) a 3m20s15. Hélder Rodrigues (Yamaha) a 7m18s32. Mário Patrão (KTM) a 16m41s56. Pedro Bianchi Prata (Honda) a 33m38s
Carros1. Sébastien Loeb (Peugeot) 3h52m03s2. Stéphane Peterhansel (Peugeot) a 2m23s3. Vladimir Vasilyev (Toyota) a 2m42s(...)Carlos Sousa (Mitsubishi) a 2h04m02s
Próxima etapa Termas de Río Hondo-San Salvador de Jujuy663kms (314kms cronometrados)
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 43
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
CARTAS À DIRECTORA
De Riad a Teerão, sem passar por Damasco
No fundo são dois países que lutam para
ser a potência regional dominante
ou, pelo menos, para evitar que o
outro o consiga ser. Como se de dois
jogadores de xadrez se tratasse, a
Arábia Saudita e o Irão vão fazendo um jogo
perigoso de luta pela supremacia regional,
tendo como tabuleiro uma região fracturada
por séculos de confronto entre sunitas e
xiitas. E cada movimento, cada jogada, cada
execução são feitos com uma frieza e um
calculismo com o único intuito de perseguir
esse fi m e tentar, em nome da religião
e da suposta luta contra o terrorismo,
arregimentar aliados e conseguir benesses e
cumplicidades em Washington e Moscovo. E
pelo meio ainda se aproveita para desviar as
atenções para os problemas domésticos.
Nesse jogo de poder, a Síria e o Iémen
O aumento da tensão no Médio Oriente vai minar os esforços diplomáticos na Síria e no Iémen
têm servido de palco bélico, onde a Arábia
Saudita e o Irão apoiam lados opostos. E
naturalmente que uma desavença com
os contornos dramáticos actuais vem
apenas hipotecar a possibilidade de se vir a
encontrar uma solução pacífi ca e equilibrada
na Síria e no Iémen com o beneplácito das
duas maiores potenciais da região. E assim
os radicais jihadistas do chamado Estado
Islâmico vão continuar a aproveitar o vazio
de poder para plantar e exportar o terror.
A relação entre Riad e Teerão nas últimas
décadas tem sido fértil em altos e baixos.
A Reuters recordava o facto de as relações
terem também chegado a um ponto de quase
não retorno em 1987 quando 402 peregrinos,
275 dos quais iranianos, morreram durante
confrontos na cidade de Meca. Ou a
aproximação em 1999, quando o então
Presidente Muhammad Khatami foi recebido
na Arábia Saudita, interrompendo um clima
de tensão que vinha desde a revolução
islâmica de 1979, culminando com a assinatura
de um pacto de segurança em 2001.
Nesta montanha-russa diplomática,
as relações voltaram a azedar com o
acordo nuclear que os EUA fi rmaram
com Teerão e com o levantamento das
sanções económicas que Riad diz que
servirá para libertar fundos que o Irão
canalizará para expandir a sua infl uência
na região. Curiosamente, os últimos
sinais de diplomacia entre Riad e Teerão
até foram positivos, com representantes
dos dois países a reunirem-se pela
primeira vez em Dezembro em Viena
para tentar servir de intermediários para
um encontro entre a oposição síria e
representantes de Bashar al-Assad. Ficou
acordado um calendário de transição.
O Irão, tal como a Rússia, tem sido
o principal aliado do Presidente sírio
(membro da minoria alauita, uma seita
xiita), enquanto a Arábia Saudita tem
apoiado grupos rebeldes que combatem
Assad. Mas só o facto de Riad ter começado
a escolher alguns representantes dos
rebeldes e das milícias que poderiam
participar num hipotético diálogo
diplomático foi visto por Teerão como
uma traição, já que, ao escolherem os
interlocutores, os sauditas estariam já a
acautelar e a transferir a sua infl uência para
a Síria do pós-guerra. Enquanto isso, os
sírios, há cinco anos em guerra, olham para
o dito calendário e desesperam.
Vai manter-se o silêncio?
Péssimas notícias para um início
de ano as que hoje encontrei no
PÚBLICO, relativas ao Acordo
Ortográfi co de 1990:
1. “Sobem para 215 milhões os
falantes de português a usar o
Acordo Ortográfi co”, da Lusa, com
esta nota por baixo da imagem
que “ilustra” o texto: “O Acordo já
tem o processo de implementação
‘fi nalizado’ em Portugal, onde
entrou em vigor a 13 de Maio
de 2015, apesar da oposição de
grupos da sociedade civil.”
2. “Acordo entra hoje em vigor
no Brasil depois de três anos de
polémica.”
E eu pergunto aos portugueses,
se é que ainda há disso por
aí: vai manter-se o silêncio
que tão bem tem servido os
interesses dos defensores do
AO90, designadamente os da
indústria editorial? Essa gangrena
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
que cresce por todo o lado,
com particular e inaceitável
visibilidade no domínio do Ensino
— básico, secundário e superior —,
a maior vergonha nacional desde
que estamos em democracia,
vai acabar por impor-se? E não
se ouve praticamente ninguém,
desde que a voz incansável e
vibrante de Vasco Graça Moura se
calou para sempre?!
Será que vamos ter mais uma
campanha eleitoral, agora para
a Presidência da República, a
ignorar ostensivamente este tema,
com a habitual conivência dos
media? Os que lutaram contra
a ditadura, a PIDE, a censura, a
guerra colonial, e que conduziram
Portugal à democracia, mereciam
esta indignidade, esta cúmplice
passividade, esta cobarde
aceitação, perante o maior
atentado alguma vez perpetrado
contra a nossa língua materna?
Termino com a expressão do
meu sincero reconhecimento
ao PÚBLICO, pela verticalidade
com que se tem mantido fi el ao
Português de Portugal.
Maria José Abranches Gonçalves
dos Santos, Lagos
Obrigado ao PÚBLICO
Não fi caria de bem com a minha
consciência se no último dia deste
ano de 2015, em jeito de balanço,
não partilhasse com os restantes
leitores a minha relação com
este jornal. Embora sem partido
político, serei um conservador
com preocupações sociais. Nunca
votei em qualquer partido à
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
esquerda do PSD-PPD. Nem em
nenhuma personalidade política
da mesma área de esquerda para
Presidente da República. Feita
a declaração de interesses, falta
explicar a minha dedicação e
o meu respeito pelo PÚBLICO,
sua direcção e redacção. Estas
que claramente não são, nem
nunca foram, de direita, são
no entanto independentes
de partidos, não obedecem a
nenhuma agenda especial. À sua
maneira, procuram escrever o
que pensam da realidade nacional
e internacional. É assim que
determinados artigos que venho
escrevinhando ao longo de muitos
anos, “politicamente incorrectos”,
foram dados à estampa no
“nosso” jornal. Bem hajam por
isso, faço votos que em 2016
continuem, e que o grupo Sonae,
continue a apoiar a liberdade de
imprensa em Portugal.
Manuel Martins, Cascais
44 | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
O PSD no novo ciclo
1. A simples passagem do PSD e do
CDS à oposição, mesmo tendo
vencido as eleições com maioria
relativa, representaria sempre
e inevitavelmente o começo de
um novo ciclo para ambos os
partidos. Mas é evidente que
o entendimento do PS com a
esquerda radical para a formação
de um Governo minoritário
com um suporte parlamentar — ainda que
vulnerável e intermitente, como já se vai
vendo — consubstancia uma mudança de
outro fôlego. Uma mudança que não cabe
naquilo a que habitualmente se chama
um “novo ciclo”, pois esse satisfar-se-ia
apenas com a ideia de simples alternância.
A união das esquerdas, mesmo que
incongruente e volátil — suspeito até que
precária e provisória —, implica que os
partidos do centro e da direita repensem
cuidadosamente o seu posicionamento
estratégico. Este clima de alteração
profunda do magma político português
acaba, aliás, de ser coroado pela saída
de Paulo Portas da liderança do CDS.
Também essa saída se apresenta como um
repto a todo o espectro político que vai
do centro-esquerda ao centro-direita e à
direita. Quer se queira, quer não, Paulo
Portas era uma das constantes da equação
político-partidária. A sua saída — mesmo
que contemple a altamente provável
possibilidade de um regresso no médio ou
longo prazo — modifi ca substantivamente
a paisagem partidária no espaço que vai do
centro-esquerda à direita e isso não pode
deixar de ser tido em conta.
2. Qualquer que fosse o rumo que o CDS
tivesse tomado, com ou sem alteração
de liderança, a verdade é que o PSD e
o CDS tinham já necessidade estrita de
repensarem a sua estratégia e, bem assim,
a sua agenda. Mas com a saída de cena
de Paulo Portas, o reposicionamento
estratégico do PSD torna-se absolutamente
imprescindível. Com efeito, o CDS, pelo
simples câmbio de liderança, já aparecerá
de algum modo equipado para um novo
quadro político e partidário. Importa
sublinhar que o reposicionamento do
PSD — que já por mais do que uma vez
foi sinalizado — não signifi ca, de modo
nenhum, o abandono dos “activos
estratégicos” adquiridos durante os anos
do ajustamento. É fundamental saber
equilibrar e dosear esses activos — muito
centrados na ideia de credibilidade
fi nanceira e de responsabilidade
orçamental — com uma nova agenda
reformista. O PSD tem de continuar a ser o
guardião da responsabilidade orçamental,
o garante de que o país não volta a pisar os
umbrais da bancarrota e da falência. Mas
não pode, em caso algum, quedar-se por aí,
mumifi car-se nesse discurso e nessa atitude.
Tem de ousar, como dizem os brasileiros,
uma pauta reformista. Uma agenda que
seja capaz de constituir uma alternativa ao
imobilismo e à paralisia que o Governo do
PS vai acabar por protagonizar. Na verdade,
entalado como está pelo conservadorismo
e até reaccionarismo da esquerda radical,
o Governo Costa não terá condições de pôr
em marcha qualquer projecto reformista.
Fará decerto, como já tem feito e prometeu
fazer, a reversão de medidas tomadas
no passado no contexto do programa de
resgate; a sua agenda nunca será reformista,
será apenas e só “reversionista”. O PSD
tem de se constituir como alternativa, tem
de se “reinventar”
como a opção à
“política negativa”
de mera reversão
e aniquilação que
o PS e a extrema-
esquerda vão
corporizar.
3. Muitos
perguntarão em que
deve traduzir-se esse
reposicionamento
e essa adopção
de uma pauta ou
agenda reformista.
Antes do mais,
deve traduzir-
se num balanço,
num exercício de
análise das políticas
prosseguidas
entre 2011 e 2015.
Assumindo os
inegáveis êxitos
e fazendo deles
critérios de
actuação política
futura. Mas
registando também as falhas e debilidades,
procurando estabelecer uma agenda que
possa colmatá-las. Na esteira do activo de
credibilidade que distingue a governação
liderada pelo PSD, deve mesmo fazer-se um
balanço sério dos últimos anos.
Sem querer antecipar-me a um
exercício que deve ser (também) colectivo
e incentivado e produzido dentro do
próprio partido, não surpreenderá
ninguém dizer que a reforma do Estado,
enquanto tal, fi cou aquém do esperado e
do necessário. Muito sintomaticamente
esse foi um encargo que esteve nos ombros
de Paulo Portas e de que ele se saiu muito
sofrivelmente. Seja como for, essa era
uma responsabilidade global do Governo
Paulo Portas. As suas invulgares qualidades políticas justificariam sempre um registo, mas o modo inteligente como apresenta a sua saída da cena activa revela mestria e deixa créditos para o futuro…
Governo polaco. Depois da limitação de competências do Tribunal Constitucional, aparece agora o cerceamento da comunicação social. Um caminho que levanta as maiores reservas quanto às intenções do novo Governo
e, por isso, deve ser encarada de frente
pelo PSD. Ser capaz de apresentar uma
agenda que, com indicação apurada de
metas e de meios, modernize e racionalize
a administração central; remodele e altere
a administração territorial; estabilize e
economize a administração institucional
e empresarial. Este desígnio já estava, em
algum grau, patente no organigrama do
Governo da coligação saído das eleições
de Outubro. Trata-se agora de pôr as
ideias no papel, de lhes encontrar a base
política e de as converter numa bandeira
de Governo. Sem esta intenção reformista,
neste como noutros domínios — mas ainda
mais neste do que em outros —, o PSD não
sairá diferenciado nem distinto do partido
que salvou Portugal da bancarrota de 2011.
O que, sendo meritório, já é politicamente
longínquo e não se afi gura mobilizador.
4. Para esta tarefa delicada e ingente,
é também necessário renovar o pessoal
político e ser capaz de atrair mais gente
da sociedade civil. É já uma banalidade
dizer ou escrever isto, mas nem por
isso a banalidade deixa de reproduzir
uma verdade. Manter a capacidade de
recrutamento e de atracção de gente
que pensa bem e que sabe fazer é
absolutamente crucial para enfrentar o
desafi o da geração de uma alternativa
mobilizadora ao Governo minoritário PS
com o apoio oscilante da extrema-esquerda.
Ao PSD, por muita razão (moral e política)
que tenha, não basta a força da inércia.
Mais até: a inércia não é nem será boa
conselheira.
Eurodeputado (PSD). Escreve à terç[email protected]
ENRIC VIVES-RUBIO
Ao PSD, por muita razão (moral e política) que tenha, não basta a força da inércia. Mais até: a inércia não é nem será boa conselheira
Paulo RangelPalavra e Poder
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 45
BARTOON LUÍS AFONSO
O governo de gestão e o negócio da TAP
Estipula a Constituição que,
“após a demissão, o governo
limitar-se-á à prática dos actos
estritamente necessários para
assegurar a gestão de negócios
públicos”. Como a privatização
da TAP foi concluída por um
governo de gestão, perante tal
circunstancialismo, uns dizem
que esse Governo não tinha
legitimidade, nem competência para tal,
enquanto outros alegam estarmos perante
um negócio para o qual o Governo tinha os
necessários poderes.
O Governo é um órgão autónomo de
soberania com competência específi ca, ou
seja, com competência política, legislativa
e administrativa (cf. arts. 197-199.º da
Constituição da República Portuguesa).
Para o caso concreto, interessa-nos
determinar quais das três competências é
que um governo de gestão pode praticar.
Considerando uma delimitação “negativa”
das três funções, o governo de gestão não
pode praticar actos legislativos, nem as
designadas funções de actividade política
ou de governo, a não ser em casos em
que esses actos sejam absolutamente
necessários e inadiáveis. E quanto ao
exercício de funções administrativas?
Nem sempre é fácil distinguir “funções
de governo” e “funções administrativas”.
No entanto, a doutrina considera funções
de governo “as exercidas pelos órgãos
superiores do executivo e funções
administrativas as desempenhadas
pelos órgãos inferiores”. Esclareça-se,
porém, que um acto administrativo pode
transformar-se funcionalmente num
acto de governo, assim com um acto de
governo pode ser funcionalmente valorado
como tendo um simples signifi cado
administrativo.
Nem o diploma constitucional nem a
lei ordinária defi nem, concretamente, o
conceito de “gestão de negócios”, nem o
que seja “estritamente necessário”. Daí
que caiba à doutrina e à jurisprudência
a tarefa de defi nir esses conceitos, em
atenção à fi nalidade que o governo de
gestão se propõe nas suas funções, com
capacidade substancialmente diminuída.
Assim, o conceito de “estrita necessidade”
pressupõe, por um lado, uma importância
signifi cativa dos interesses em causa, de
tal modo que a sua omissão afectaria, de
forma relevante, a gestão dos negócios
públicos. Por outro lado, importa que o
acto seja inadiável, isto é, impossibilitado
de, sem grave prejuízo, deixar a resolução
do assunto para o novo governo.
Do exposto, é possível concluir que,
embora a norma constitucional não
estabeleça nenhum limite quanto à
natureza dos actos a praticar, podem ser
praticados actos de qualquer tipo, ponto é
que qualquer que seja a sua natureza, eles
sejam estritamente necessários.
Como se vê, o Governo, nestas
circunstâncias, tem funções de gestão
muito limitadas, com escassos poderes
de administração diária e corrente, salvo
os casos, como se disse, absolutamente
excepcionais e inadiáveis.
Ora, se o governo de gestão só pode
praticar os actos que sejam estritamente
indispensáveis para assegurar os negócios
públicos, não pode participar na outorga
de contratos para os quais não tem
legitimidade constitucional, quando esses
contratos ultrapassam o simples carácter
administrativo, para constituir um acto
de estratégia política, como acontece
com a TAP. Ao encerrar a privatização
da TAP, o governo de gestão não podia
ignorar que com esse acto iria limitar,
signifi cativamente, os poderes de decisão
política do futuro (actual) governo, uma
vez que este já tinha anunciado que iria
manter o Estado na maioria do capital da
transportadora, fazendo dela uma bandeira
do Estado português. Deste modo, o
negócio da TAP, subjacente a um mero acto
administrativo, constitui um verdadeiro
acto político para
o qual o governo
de gestão não tinha
competência, salvo
se os seus titulares
demonstrassem aos
portugueses duas
causas justifi cativas:
1. Que a
importância
signifi cativa dos
interesses em causa
eram de tal modo
que a sua omissão
afectaria, de forma
irremediável, a
gestão dos negócios
públicos.
2. Que a conclusão
do negócio era
inadiável, ou
seja, que existia a
impossibilidade de,
sem grave prejuízo,
deixar a resolução
do assunto para o
novo governo.
Fora destes
casos, é possível pensar que a precipitada
conclusão do negócio da TAP, utilizado
como arremesso político, teve por fi m
criar um embaraço ao novo Governo, que
tomaria posse decorridos alguns dias.
Juiz desembargador jubilado
Por impossibilidade do autor, a crónica de José Vítor Malheiros não se publica hoje
É possível pensar que a precipitada conclusão do negócio da TAP, utilizado como arremesso político, teve por fim criar um embaraço ao novo Governo
Caso contrário
O bife que eu tinha pedido
mal passado aparece-me tão
bem passado que se diria ter
sido atropelado por um rolo
compressor numa estrada
de asfalto em brasa. Quando
protesto, o compère informa-
me que é tradição da casa (que
existe há dois meses) passar
bem os bifes, por causa das
“reclamações, sobretudo de estrangeiros”.
Depois aproximou-se de mim, em pose de
confi dência, e segredou-me: “Quando for
assim, peça para falar comigo primeiro...”
Quando lhe respondi que estava a falar
com ele agora, ele corrigiu-me: “Não, não,
antes de pedir o bife...” Não se ofereceu
para trocar o bife. Mas como a carne era má
também já tinha perdido toda a esperança
e vontade de almoçar. O que me fi cou foi o
“quando for assim”. É uma manobra verbal
de grande proveito e versatilidade. Cada vez
que qualquer coisa corre mal, o português
engenhoso, em vez de se prontifi car
a emendar o infortúnio (o que o faria
entrar em trabalhos e despesas), remete a
solução para um futuro próximo. Na versão
extrema, que acaba por ser a subentendida,
aquilo que quer dizer é “quando for assim,
vá antes a outro restaurante”. Um que me
ature, por exemplo.
Numa farmácia recusam-se a trocar uma
pomada por um creme. “Mas eu pedi em
creme”, lembro. O bom conselho não se
faz esperar: “Quando for assim, o melhor é
verifi car enquanto ainda está na farmácia.
Caso contrário...” Quando for assim é o
“quando fores grande” dos já crescidos:
uma perpétua frustração que tem remédio
mas que não nos dão.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
Debate PrivatizaçõesNarciso Machado
PAULO RICCA
46 | PÚBLICO, TER 5 JAN 2016
PEDRO ARMESTRE/AFP
Tanto mau costume, e em tempo avesso
Um CDS renovado
Era assim — “(...) tanto mau
costume, e em tempo avesso”
— que o poeta André Falcão
de Resende descrevia a época
desvairada que tinha produzido,
apesar de tudo, um génio como
o seu amigo Luís de Camões. Não
devemos pois fi car demasiado
desassossegados com as crises
e malfeitorias que agora vemos,
porque talvez não sejam tão excepcionais
na história como isso (o século XVI também
não foi caso único). Preocupemo-nos sim
com a amplitude e a dimensão da desgraça
e da criminalidade que grassa pela Europa.
Não só não aprendemos com a história,
como também os sistemas em que vivemos
se vão dotando de uma perversidade
crescente, que só diminui quando colapsam
na fornalha da próxima revolução.
O conceito moderno de “cidadão”
apareceu com a revolução francesa. A
soberania passou a residir no povo e não
num monarca. O que havia antes eram
“súbditos” e “servos”. É a ideia de soberania
popular que defi ne politicamente a esquerda
desde o seu nascimento. Foi em França,
igualmente no século das “luzes”, que a frase
“laissez faire, laissez passer” foi inventada,
promovendo um modelo “liberal” para
a estrutura e funções da actividade
económica. O capitalismo absorveu bem
o choque da revolução e adaptou-se com
profi ciência às novas condições de vida
em sociedade. De facto, transformou-se e
robusteceu-se. Como explica Karl Polanyi
em A Grande Transformação, a economia,
que desde sempre esteve imersa na rede das
relações sociais, passou a partir de então a
comandar a vida social pelo que as relações
sociais passaram a estar incorporadas no
sistema económico.
Apoiado em regimes parlamentares, o
capitalismo foi-se apoderando habilmente
do sistema-mundo económico e portanto
de toda a sociedade. Conseguiu com êxito
durante os últimos cento e cinquenta
anos compatibilizar a igualdade política
(indispensável para legitimar a liquidação
dos privilégios senhoriais bem como a
abolição da escravatura) com a desigualdade
económica — inerente ao modo de
acumulação capitalista. As constituições
dos nossos Estados-nação defendem
tanto os direitos do cidadão como os da
propriedade. Nada disto foi obra do acaso.
Claro que apenas foi possível gerir estas
práticas antagónicas porque houve um
sustentado crescimento da riqueza gerada.
A expansão colonial europeia ajudou.
A estabilidade dos sistemas nacionais
repousou ainda sobre a existência de
uma classe média em alargamento, apta
a alternar o seu voto entre dois grandes
No início histórico de um novo
ciclo político, andou muito bem
Paulo Portas ao anunciar de
forma clara e simples que não
se recandidata à presidência
do CDS, subentendendo-se que
também irá renunciar ao lugar
de deputado.
Muito para lá das explicações
cínicas e tacticistas do costume
(do poder pelo poder), julgo que Paulo
Portas intuiu correctamente ser este um
tempo de urgência, um tempo de política e
de militância, um tempo da reconfi guração
do partido.
Para isso era indispensável uma nova
liderança e novas equipas, que pudessem
atrair mentes e corações e mobilizassem
adesões.
O CDS não pode realmente voltar a ser
o partido da bússola — à procura do ponto
cardeal rigorosamente neutro onde possa
estar o poder.
Num momento de opressivo
individualismo e relativismo, o CDS tem de
saber pensar e fazer política para pôr esta
ao serviço das pessoas — de todas as pessoas
— e do bem comum.
Para que isso possa acontecer, antes de
mais nada, o CDS tem de se conhecer e de
se conhecer bem. Saber quem é e o que
pensa de si e do seu posicionamento no
espectro político-ideológico e partidário
nacional.
O ponto de partida
da reconfi guração
do CDS não pode,
portanto, deixar de
ser o seu programa,
a sua história e
a sua estrutura
constitutiva de
princípios e valores
democratas-cristãos.
Não tem assim
razão Adolfo
Mesquita Nunes
quando estabelece
uma dicotomia
aparente e falsa
entre debate
ideológico (supostamente desnecessário) e
propostas concretas.
Porque o CDS nunca foi, nem muito
menos pode ser, um partido efi cientista
e ideologicamente neutro neste tempo
baço e difuso de um pós-modernismo
essencialmente materialista e niilista.
Para ser sério, o debate da escolha de
uma nova liderança para o CDS tem de ter
esta questão prévia — que é fundamental —
obrigatoriamente em conta.
Advogado, conselheiro nacional do CDS
partidos do centro
político, um mais
à esquerda, outro
mais à direita,
consoante as
vicissitudes das
conjunturas interna
e externa.
Mas nem tudo
foram rosas
neste último
século e meio.
Os movimentos
reivindicativos de
melhores condições
de vida para as
populações e para
a generalidade dos
trabalhadores foram
uma constante,
embora com várias
intensidades e
calibres. Surgiram
várias esquerdas, herdeiras de experiências
históricas específi cas; travaram-se duas
guerras terríveis em solo europeu;
ocorreram revoluções na Rússia e na China;
as nações europeias foram forçadas a
descolonizar; o centro do sistema-mundo
moveu-se do Reino Unido para os Estados
Unidos da América; o capitalismo fi nanceiro
tomou as rédeas do Estado e lançou-se na
globalização; as desigualdades não pararam
de aumentar.
As crises que tiveram origem nos
Estados Unidos e assolaram a Europa neste
século são o resultado das disfunções do
capitalismo fi nanceiro “informacional” (e da
sua ânsia de acumulação infi nita de capital)
como ordenador do mundo. A desagregação
dos poderes do Estado favorecida pela
globalização facilitou a mescla do trigo
com o joio. As consequências estão à vista:
escândalos fi nanceiros em catadupa;
paraísos fi scais que servem para branquear
operações fraudulentas; administrações
nacionais infi ltradas pela corrupção. Basta,
estamos fartos!
No meio da desconfi ança generalizada
que daqui resultou só por milagre o produto
A turbulência que campeia pela Europa é o prenúncio das revoltas que estão por eclodirpor eclodir
O CDS não pode voltar a ser o partido da bússola
mundial poderia voltar a crescer tal como
no século XX. As deslocalizações que
benefi ciaram o capital fi nanceiro destruíram
ao mesmo tempo muito do capital humano
do ocidente. O nível de desemprego
aumentou. E a ideologia neoliberal
da competitividade e do crescimento
é claramente incapaz de reduzir o
desemprego a curto prazo.
Daí a indignação contra as políticas de
austeridade: porquê reduzir o Estado-
providência precisamente quando a
situação económica geral piorou? E por
que razão só os mais ricos fi cam mais
ricos? Quando parte da população cruza
o limiar da pobreza, uma considerável
fracção da classe média é arrastada para
níveis próximos dela. Perde-se assim o
estabilizador do regime — a maioria que
disputava o “centro” — o que faz com o que
o sistema político se torne caótico. Num
recente artigo (no site do Centro Fernand
Braudel), Immanuel Wallerstein discorre
sobre as consequências desta deriva para os
sistemas eleitorais de hoje.
A turbulência que campeia pela Europa
é o prenúncio das revoltas que estão por
eclodir. É tempo de avisarmos os nossos
concidadãos, tal como Thomas Mann,
em Aviso à Europa (1937): “Em todo o
humanismo há um elemento de fraqueza
que vem da sua repugnância por qualquer
fanatismo, da sua tolerância, e da sua
inclinação para um cepticismo indulgente,
numa palavra, da sua bondade natural.
Mas isso pode, em certas circunstâncias,
tornar-se fatal. Aquilo de que nós teríamos
necessidade, hoje, seria de um humanismo
militante, um humanismo que afi rmasse a
sua virilidade e que estivesse convencido de
que os princípios da liberdade, da tolerância
e do livre arbítrio não têm o direito de
se deixar explorar pelo fanatismo sem
vergonha dos seus inimigos.”
De todos os seus inimigos, os de dentro
e os de fora. O tempo está avesso mas é
o nosso. É neste tempo que se desenha o
futuro. Bom Ano Novo!
Professor universitário, físico
Debate Crises e cidadania Debate Partidos políticosJoão Caraça Miguel Alvim
PÚBLICO, TER 5 JAN 2016 | 47
DR
Shakespeare Vive
Em 2016, passam 400 anos
sobre a morte de William
Shakespeare. Esta é não só uma
oportunidade para comemorar
um dos maiores dramaturgos de
todos os tempos, mas também
um momento para celebrar
a extraordinária e contínua
infl uência de um homem que
— recorrendo à sua própria
descrição de Júlio César — “cavalga, amigo,
o mundo estreito como um outro Colosso.”
O legado de Shakespeare não tem
paralelo: as suas obras traduzidas para
mais de 100 línguas e estudadas por mais
de metade dos alunos em todo o mundo.
Como disse um dos seus contemporâneos,
Ben Jonson: “Shakespeare não é para uma
idade, é para sempre.” Vive hoje na nossa
língua, na nossa cultura e sociedade — e
através da sua infl uência duradoura sobre
o ensino.
Shakespeare teve um papel decisivo na
evolução do Inglês moderno, contribuindo
para que se tornasse a principal língua
mundial. O primeiro grande dicionário,
compilado por Samuel Johnson, inspirou-se
mais em Shakespeare do que em qualquer
outro escritor. Três mil novas palavras e
frases apareceram pela primeira vez em
papel em peças de Shakespeare. Lembro-
me, da minha própria infância, como
encontrei muitas delas pela primeira
vez em Henrique V. Palavras como
dishearten, divest, addiction, motionless,
leapfrog — e expressões como “once more
unto the breach”, “band of brothers” e
“heart of gold” — passaram a fazer parte
da nossa língua sem precisarem hoje
de nenhuma referência ao contexto
em que são proferidas. Shakespeare foi
também pioneiro do uso inovador da
forma gramatical e da estrutura — como o
verso sem rimas, superlativos e a ligação
de palavras existentes para criar novas
palavras, como bloodstained — enquanto
o destaque das suas peças contribuiu
também muito para harmonizar a
ortografi a e a gramática.
Mas a infl uência de Shakespeare é
sentida muito para lá da língua inglesa.
As suas palavras, os seus enredos e as
suas personagens continuam a inspirar
grandemente a nossa cultura e sociedade.
Nelson Mandela, enquanto prisioneiro
na ilha de Robben, inspirava-se numa
citação de Júlio César: “Os cobardes
morrem várias vezes antes da sua
morte. O homem corajoso experimenta
a morte apenas uma vez.” O poema
My Shakespeare de Kate Tempest capta
a presença eterna de Shakespeare,
quando escreve que Shakespeare “está
em todos os apaixonados que já fi caram
sozinhos debaixo de uma janela, em cada
palavra sussurrada com ciúme e em cada
fantasma que não
irá descansar.”
A infl uência de
Shakespeare está
em toda parte, de
Dickens e Goethe a
Tchaikovsky, Verdi
e Brahms; de West
Side Story a Hamlet
— inspirou o título
da obra de Agatha
Christie A Ratoeira
— a produção
actualmente há
mais tempo em
palco no West
End de Londres.
E as suas obras
originais continuam
a atrair milhões
de pessoas — das
salas das escolas
às infi ndáveis fi las
que se formam para
comprar os últimos
bilhetes para ver
Benedict Cumberbatch no papel de Hamlet
no Barbican em Londres no último ano.
Mas talvez um dos legados mais
excitantes de Shakespeare seja a sua
capacidade de educar. Como podemos
testemunhar pelo trabalho de proximidade
da Royal Shakespeare Company e do
Shakespeare’s Globe e de pioneiras
instituições de solidariedade britânicas
Tribuna Quarto centenárioDavid Cameron
como o Shakespeare Schools Festival,
estudar e interpretar Shakespeare podem
ajudar a melhorar os níveis de literacia,
confi ança e aproveitamento escolar.
Assim, neste dia 5 de Janeiro, noite de
Reis, e durante todos os dias ao longo
de 2016, o Reino Unido convida-os a que
se juntem a nós na celebração da vida e
do legado de William Shakespeare. Hoje
lançamos a campanha Shakespeare Lives
— um estimulante programa global de
actividades e eventos para destacar a sua
duradoura infl uência e globalizar o uso de
Shakespeare como recurso educacional
para melhorar os níveis de literacia em
todo o mundo.
O projecto, do British Council e da
campanha GREAT, estará disponível em
mais de setenta países. Qualquer um
pode partilhar o seu momento preferido
de Shakespeare nas redes sociais, assistir
a representações nunca antes vistas em
palco, fi lme e online, visitar exposições,
participar em workshops e debates e aceder
a novos recursos educacionais sobre
Shakespeare para se familiarizar com a
língua inglesa.
A Royal Shakespeare Company fará uma
digressão pela China; o Shakespeare’s
Globe vai actuar um pouco por todo o
mundo, do Iraque à Dinamarca. Jovens vão
“reconstruir” Shakespeare no Zimbabwe.
Uma campanha nas redes sociais chamada
Play Your Part vai convidar a próxima
geração de talentos a produzir as suas
próprias homenagens ao “Bardo”. E,
em parceria com a instituição britânica
Voluntary Services Overseas, vamos
promover campanhas de sensibilização
para o enorme desafi o que representa o
iliteracia infantil global e usar Shakespeare
para aumentar as oportunidades
educacionais para estas crianças.
Para lá do enorme contributo para a
nossa língua, de dar vida à nossa história,
da sua infl uência na nossa cultura e da
sua capacidade de educar, contamos com
a imensa capacidade de Shakespeare
para inspirar. Da mais famosa história
de amor à maior das tragédias, da fi cção
mais poderosa à mais divertida comédia e
dos discursos mais memoráveis das suas
mais lendárias personagens, em William
Shakespeare temos um homem cuja
esmagadora imaginação, criatividade sem
limites e instinto para captar a natureza
humana engloba toda a experiência
humana como ninguém o fez. Nem antes
nem depois dele.
Sendo assim, seja de que forma for,
junte-se a nós em 2016 nesta oportunidade
única de celebrar a vida e o legado deste
homem e de fazer como ele mesmo dizia,
que “todo o mundo é um palco”, e que,
verdadeiramente, através do seu legado,
Shakespeare Vive.
Primeiro-ministro britânico
O Reino Unido convida-os a que se juntem a nós na celebração da vida e do legado de William Shakespeare
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ESCRITO NA PEDRA
“Toda a pessoa normal se sente tentada, de vez em quando, a cuspir nas mãos, içar a bandeira negra e sair por aí cortando gargantas” Henry Louis Mencken (1880-1956), escritor norte-americano
TER 5 JAN 2015
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Registados mais de 5000 nomes diferentes em 2015 para recém-nascidos p12
Francês substitui Rafael Benítez como treinador do Real Madrid p40/41
Em Portugal, e com números fi nais por apurar, 2015 é já ano de recuperação p30
No país da Maria e do João, Luana e Diego ganham terreno
Florentino escolheu Zidane, o “galáctico” sem experiência
O cinema nunca fez tanto dinheiro em todo o mundo
Lotaria clássica
6 1 8 7 7
1.200.000€1.º Prémio
SOBE E DESCE
Ruben Faria
Correu bem ao piloto nacional aquela que, na verdade, foi a primeira
etapa do Dakar 2016. Depois do bom desempenho no prólogo, Faria esteve em destaque no terreno, onde lutou até ao fim pelo triunfo. O australiano Toby Price lidera, mas o motard português está apenas a dois segundos e mostrou, sobretudo, que estará em condições de lutar pela vitória na prova. (Pág. 42)
François Hollande
Adivinhavam-se os perigos que podiam resultar do projecto
francês para retirar a nacionalidade a cidadãos com dupla nacionalidade que sejam condenados por crimes de terrorismo, e eles aí estão. Já há quem queira ir mais longe na revisão constitucional
do que o Governo do Presidente Hollande: membros do seu partido já falam em aplicar essa medida
também aos que não possuem outra nacionalidade para além da francesa, o que viola normas jurídicas do país e tratados internacionais como a Declaração Universal dos Direitos do Homem. (Pág. 22)
Galp
A Galp viu confirmada, pelo Tribunal da Concorrência de
Santarém, a condenação por práticas anticoncorrenciais no mercado de gás de botija. Em causa estão cláusulas ilegais em contratos entre Petrogal, Galp Madeira e Galp Açores e distribuidores. Mas
o tribunal qualificou a actuação da Galp “como negligência quase grosseira, ainda que não como dolo”, e reduziu para 4,1 milhões de euros a coima de 9,29 milhões que lhe tinha sido aplicada pela Autoridade da Concorrência. (Pág. 19)
Rafael Benítez
Foi curta a passagem do treinador pelo Real Madrid — apenas sete
meses —, vítima dos maus resultados e das exibições que não se aceitam num clube que quer ganhar tudo. A saída tornou-se ontem realidade após o empate na véspera, resultado que não servia para a permanência de Benítez. Para substituí-lo, o presidente do Real arriscou: chamou Zidane, que foi um grande jogador mas é uma incógnita como treinador. (Pág. 40)Jornalista
O RESPEITINHO NÃO É BONITO
O homem que falhou de mais
Cavaco Silva optou por ser
consensual, esperançoso,
banal e chato na sua última
mensagem ao país. Não
houve temas fracturantes
nem cotoveladas, apenas
manifestações de “profundo amor
a Portugal”, a batida retórica da
“identidade universalista” que “deu
novos mundos ao mundo” (bocejo),
o elogio chapa cinco aos “jovens
cientistas”, e um louvor — esse, sim,
mais original —, “aos portugueses
que estão a fazer Portugal”, ao
contrário dos portugueses que
andaram a desfazer Portugal,
entre os quais é difícil não incluir
o próprio Cavaco. Aliás, a forma
como no Ano Novo tentou
incutir esperança à pátria com o
entusiasmo de um cangalheiro é
uma boa metáfora do seu legado.
Difi cilmente a História será
generosa para com Cavaco Silva:
os seus dez anos como Presidente
da República são um rotundo
fracasso. Foi com ele em Belém que
a troika chegou a Portugal, foi com
ele em Belém que quatro bancos
faliram (BPN, BPP, BES e Banif ) e
foi com ele em Belém que o Partido
Socialista chegou ao Governo após
uma das maiores derrotas da sua
história, através de uma simulação
João Miguel Tavares
de acordo de entendimento que
Cavaco aceitou, e cuja admirável
solidez lhe permitiu resistir de
26 de Novembro de 2015 (data
da tomada de posse de António
Costa) a 23 de Dezembro de 2015
(data da aprovação do Orçamento
Rectifi cativo com a oposição de
toda a esquerda). Menos de um
mês, portanto.
Cavaco foi lento a compreender
o país à sua volta (demorou muito
a perceber o perigo que Sócrates
representava e a catástrofe que
se seguiria); quando fi nalmente o
compreendeu, nem sempre agiu
da melhor forma (foi incapaz de
travar a espiral de endividamento
que acabou por conduzir o país
à bancarrota ou de pôr fi m aos
instintos controleiros de Sócrates,
conseguindo o prodígio de lhe
oferecer o papel de vítima no
caso das escutas de Belém), e
das poucas vezes que percebeu o
caminho certo e agiu da maneira
mais correcta raramente conseguiu
impor a sua vontade (assim
aconteceu no Verão de 2013, com
a crise do “irrevogável” e o falhado
pacto de regime, assim voltou
a acontecer após as eleições de
Outubro, onde andou a discursar
grosso para acabar a assinar
fi ninho). Cavaco falhou até nas
duas vezes em que teve razão.
Claro que para todos estes
acontecimentos poder-
se-á argumentar que a
responsabilidade não é de
Cavaco, porque não era primeiro-
ministro, nem banqueiro, nem
líder partidário . Está certo. Mas o
cargo de Presidente da República
existe — se é apenas para exibir
impotência, há políticos mais
fotogénicos e com melhor dicção.
A verdade é que a “magistratura
de infl uência” de Cavaco não se
viu. E dá-se este paradoxo: tendo
ele uma visão minimalista das
funções presidenciais, acabou por
ser sob a sua vigilância que o cargo
desceu a níveis de desprestígio
inéditos. Não me recordo de
algum dia alguém ter dito de
Eanes, de Soares ou de Sampaio
aquilo que José Manuel Pureza,
vice-presidente do Parlamento,
disse do discurso de Cavaco: “A
novidade desta mensagem de Ano
Novo do Presidente da República
é ser a última.” Esta frase
extraordinariamente deselegante
fi ca muito mal a Pureza, mas
não vi ninguém sair em defesa
de Cavaco. E não é por acaso. A
esquerda acha que ele foi sectário,
a direita acha que foi passivo,
e o povo acha, e bem, que ele
cochilou durante o turno. Soares
queria ser o Presidente de todos
os portugueses. Cavaco acaba o
mandato sendo o Presidente de
nenhum.
Cavaco falhou até nas duas vezes em que teve razão
Todos os sábados em publico.pt/planisfericoAs histórias, as curiosidades e os campeonatos periféricos do futebol
PLANISFÉRICO: À VOLTA DO MUNDO NUMA BOLA DE FUTEBOL
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