jornalDirector ALVES JANA - MENSAL - Nº 5483 - ANO 111 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
abrantesde
ABRIL2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]
Festas do Concelho voltam a animar a Vila Poema
CONSTÂNCIA
GALA ANTENA LIVREVOLTA A PREMIAR A REGIÃO
Semana Santa é fé, cultura e turismo, no Sardoal
A 29 de Abril sobem ao palco do cine-teatro S. Pedro os nossos músicos e os nossos galardoados. Mais uma vez, a Gala vai marcar a agenda regio-nal e apoiar os músicos e um conjunto de pesso-as singulares e colectivas que merecem o nosso apoio. Filipe Santos, da primeira edição da Ope-ração Triunfo, vai marcar presença com o seu mais recente disco. Página 18
As Festas da Boa Viagem são um cartaz garantido. Com menos custos procura-se mais resultados. página 8
Entrevista com Paulo Vasco, director do Serviço de Urulogia
MÉDIO TEJO
Paulo Vasco dá-nos conta do trabalho de uma equipa pequena no tamanho e grande nos resultados. página 3
Escolas continuam em obras mas as vozes não são unânimes
ABRANTES
O balanço geral é possitivo, mas de perto ouvem-se queixas que deviam ser evitadas. páginas 4 e 5
O Sardoal prepara-se para receber milhares de amigos e forasteiros com um programa de festas rico e variado. páginas 11 e 15
Foto
: Fáb
io B
arra
lé Foto: Paulo Sousa
jornaldeabrantes
ABRIL20112 ABERTURA
Costuma ir buscar o folar da Páscoa?
Luís AugustoAbrantes
Costumava, quando era solteiro.
Agora já não, passo a minha Páscoa
em família e com os amigos num
ambiente de confraternização.
Mudar
IDADE 32
RESIDÊNCIA Mação
PROFISSÃO Técnica de Comunica-
ção Autárquica
UMA POVOAÇÃO Amêndoa (Ma-
ção)
UM CAFÉ Il Caff è di Roma (é só o
que falta em Mação)
UM BAR Não frequento
UM PETISCO Moelas
UM RESTAURANTE Todos os de
Mação (come-se bem aqui)
PRATO PREFERIDO Migas com ba-
calhau assado
UM LUGAR PARA PASSEAR O Con-
celho de Mação. Temos locais fantás-
ticos para passear, na zona da serra
ou junto ao rio e ribeiras
UM RECANTO PARA DESCOBRIR
O Vale do Ocreza, no Concelho de
Mação.
UM DISCO “Em Fuga”, Tiago Betten-
court & Mantha.
UM FILME Cinema Paraíso.
UMA VIAGEM Marrocos.
UM LEMA DE VIDA Volta e meia é
preciso sair da caixa e ver o que está
lá dentro, só assim podemos evoluir,
analisando-nos de fora.
FICHA TÉCNICA
Director GeralJoaquim Duarte
DirectorAlves Jana (TE.756)
Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,
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2002 SANTARÉM Codex
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Sojormedia 83%
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FOTO DO MÊS EDITORIAL
INQUÉRITO
SUGESTÕES
“O programa segue dentro de
momentos.” Não sabemos se é o
programa da crise, se o da reso-
lução da crise. Mas sabemos que
queremos continuar a viver. Que
venham os sacrifícios que forem
necessários para resolver a crise,
mas não para alimentar os que se
alimentam da crise. Por isso é im-
portante “ver, ouvir e ler” para sa-
bermos distinguir o que se passa
“lá por cima”. E apoiar o que deve
ser e recusar o que “não pode ser”.
Mas aqui à mão, é da nossa con-
ta directa. Todos vivemos no mar
das circunstâncias externas, que
decidem muito do que se pas-
sa connosco. Mesmo assim, te-
mos alguma margem de mano-
bra, ainda que curta e difícil e é a
nós que cabe ter mão certeira e
olho estratégico sobre “as nos-
sas coisas” - na nossa empresa, no
nosso serviço público, no nos-
so concelho, na nossa região.
Não vai ser fácil. O desânimo é ten-
tador. A verdade, porém, é que se
não formos nós, ninguém mais po-
derá fazer o que nos está entregue.
Só sairemos da crise com mu-
danças profundas, apesar de ser-
mos todos avessos à mudança.
Mas não está tudo em mudan-
ça? Lá fora, como cá dentro. Há,
por isso, que estarmos atentos,
sobretudo à direcção em que va-
mos. E atentos também à lição
que nos deixa Jack Welch: “Quan-
do a velocidade das mudanças
exteriores excede a das mudan-
ças interiores, o fi m está à vista.”
ALVES JANA
Vânia RicardoAbrantes
Sinceramente, não sei o que é. Pas-
so a minha Páscoa em família, onde
há apenas uma troca de amêndo-
as.
Nélia GodinhoPego
Até aos meus dez anos de idade,
costumava ir buscar o folar da Pás-
coa a casa da minha madrinha. Re-
cebia um tabuleiro com um bolo
de pão-de-ló, umas laranjas e umas
amêndoas, era assim a tradição. Ac-
tualmente, já não vou buscar, há
apenas uma troca de prendas e um
almoço em família.
VERA DIAS ANTÓNIO, presidente da Associação de Técnicos de Comunicação Autárquica
Abrantes, 2011É assim que se agride o mo-numento. Mata-se a leitura. Agride-se a imagem. Dá-se carta livre à poluição sobre os materiais. E difi culta-se o acesso a quem quer en-trar. Ah, e maltrata-se a ci-dadania. Enfi m, é também assim que se cria distância aos países mais desenvol-vidos.
jornaldeabrantes
ABRIL2011 ENTREVISTA 3
PAULO VASCO, DIRECTOR DO SERVIÇO DE UROLOGIA DO MÉDIO TEJO
“Somos uma equipa pequena, mas grande na intervenção”ALVES JANA
O Serviço de Urologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo tem um excelente índice de produtivida-de e qualidade a nível nacional, é o único que faz consultas nas três unidades hospitalares e realiza no fi nal de Abril as suas Jornadas de Urologia, em Tomar, onde tem a sua sede.
O que é a Urologia?
É a especialidade da Medicina que
estuda e trata os problemas do apa-
relho urinário masculino e feminino
e os do aparelho genital masculino.
Os problemas do aparelho genital
feminino são objecto da Ginecolo-
gia. E os do aparelho genital mas-
culino têm já uma sub-especialida-
de que é a Andrologia, de que nós
também já cá temos consultas.
O Serviço está em Tomar, mas começou por ser em Abrantes, donde, aliás, chegou a ir cobrir os distritos de Viseu e Aveiro.
Quando, em 2006, se formou o
Centro Hospitalar do Médio Tejo,
foi feita a distribuição dos Serviços
pelas três unidades hospitalares. As
cirurgias fi caram em Tomar, e entre
elas a Urologia. Sem dramas.
Como estamos de saúde em ter-mos urológicos nesta zona?
Estamos com valores normais nas
taxas de doença, tendo em con-
sideração que somos uma zona
envelhecida e estas são doenças
muito relacionadas com a idade.
Por outro lado, quanto a cuidados
prestados, cirurgias e de consultas
por ano dão-nos um Serviço com
um excelente índice de produti-
vidade. Acompanhamos cerca de
1.000 doentes oncológicos. A equi-
pa é pequena, mas grande na inter-
venção. Estamos em 3º ou 4º lugar
a nível nacional, o que é muito bom
dada a população envelhecida com
que trabalhamos. Isto só é possível
com um grande empenho, posto
no facto de fazermos consultas nas
três unidades hospitalares, somos
os únicos a fazê-lo, e muito acom-
panhamento dos doentes. Tam-
bém a média de dias de interna-
mento de 4.7 [média de 4.7 dias de
internamento após uma operação]
é uma das melhores a nível nacional
face ao nosso tipo de população e
mostra a qualidade do trabalho fei-
to e, mais uma vez, do acompanha-
mento aos doentes, pois resulta de
não haver grandes complicações
no pós-operatório.
Além disso, enquanto há anos a vi-
sita aos doentes era feita pelo mé-
dico, agora é feita por uma equipa
composta por médico, enfermeiro,
farmacêutico e assistente social. A
doença não é só médica, e a nova
abordagem permite um melhor re-
sultado da nossa intervenção.
Que conselhos dá aos nossos leitores?
Que visitem regularmente o seu
médico. E que não aceitem como
normais o que nos habituámos a
achar normal, a difi culdade em uri-
nar, nos homens, e as perdas de uri-
na, nas mulheres. Não são normais,
e podem ser tratadas.
O que signifi cam as Jornadas de Urologia?
São a jóia do Serviço. São um fó-
rum de debate de assuntos técni-
cos e científi cos, mas também de
ligação com os Centros de Saúde
e com outras especialidades médi-
cas. O convívio informal desses dias
com pessoas de todo o país estabe-
lece cumplicidades e ligações que
são depois muito úteis no desen-
volvimento da actividade corrente.
Permito-me realçar o apoio mili-
tante da Associação dos Amigos do
Serviço de Urologia que dá o supor-
te organizativo às Jornadas.
Este ano, as Jornadas abrem uma ligação directa à Filosofi a.
Sim, procuramos estabelecer li-
gações com outras áreas não mé-
dicas. Este ano convidámos o pro-
fessor [de Filosofi a] José Heleno, de
Abrantes, a proferir a conferência
de abertura, que aceitou. Os escri-
tos que fez de preparação ganha-
ram uma dimensão considerável,
pelo que nos propôs a sua edição, o
que aceitámos. O lançamento será
então feito nas Jornadas.
Tem alguma mensagem fi nal
para os leitores do JA?A constituição do Centro Hospi-
talar do Médio Tejo e a distribuição
dos Serviços pelas três unidades
hospitalares trouxe algumas incom-
preensões e oposições. Pense-se o
que se pensar, o Centro está aí. Mas
parece que os utilizadores do hos-
pital de Abrantes fi caram a pensar
o seu hospital apenas como o sítio
onde vão às urgências ou buscar
umas receitas e fazer uns exames.
Devem assumir o hospital como
seu – o hospital é das pessoas – com
as valências que são as suas, e exigir
dos profi ssionais qualidade e efi cá-
cia, e ao mesmo tempo condições
de trabalho para esses profi ssionais.
Estes precisam de ser acarinhados e
motivados. Isto para obstar à ame-
aça, que é real, de um progressivo
esvaziamento de um hospital que
é o mais velho dos três e com pro-
fi ssionais que são bons, mas podem
via a fi car envelhecidos. Por isso, as
pessoas que utilizam o hospital de
Abrantes têm de ser mobilizados e
mobilizar-se para que o seu hospital
tenha a mesma dignidade e a mes-
ma qualidade que os outros dois.
Sejam exigentes com o seu hospi-
tal, mas, ao mesmo tempo, defen-
dam-no.
SERVIÇO DE UROLOGIA DO CEN-TRO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO Composição: Urologistas – 3; En-
fermeiros – 18; Tec. Operacionais –
9; Administrativa – 1; Doentes on-
cológicos tratados – 1000
Unidade de internamento: Ca-
mas – 20; Internamentos – 900/
ano; Taxa de ocupação – 80%; Dias
de Internamento – média 4.7
Produção anual: Grandes e mé-
dias cirurgias – 850; Consultas -
8000
Tempo de Espera: Consulta de
Oncologia – não tem; Outras situ-
ações – 5 meses
jornaldeabrantes
ABRIL20114 DESTAQUE
A Escola Secundária Dr.
Manuel Fernandes prepara-
se para receber nova inter-
venção, depois de ter tido
obras de requalifi cação ge-
ral há cerca de três anos. Só
que agora, previsivelmen-
te com início em Junho, terá
uma nova intervenção glo-
bal, num investimento da
ordem dos dez milhões de
euros e que vai mudar com-
pletamente o visual da escola
tal como a conhecemos.
A intervenção, da respon-
sabilidade da Parque Escolar,
já foi adjudicada e a empresa
que vai fazer a obra já iniciou
as reuniões com a direcção
da escola no sentido de co-
meçar a preparar o plano de
trabalhos. A começar em Ju-
nho deste ano, as demolições
necessárias serão realizadas
no período de férias, por for-
ma a agilizar os trabalhos nos
períodos lectivos.
Uma das grandes preocu-
pações do director da esco-
la, Alcínio Hermínio, é a segu-
rança da comunidade escolar
que afi rma “estar assegurada
pela empresa e pela Parque
Escolar, que tem desenvolvi-
do muitas obras em todo o
País”.
A outra grande preocupa-
ção é garantir, nos 19 meses
de intervenção, boas condi-
ções para as actividades lec-
tivas de alunos e professores.
Nesse sentido vão ser coloca-
dos na área da escola mono-
blocos para que ali decorram
as aulas.
Alcínio Hermínio garante
que está desde o ano pas-
sado a preparar as obras, do
ponto de vista da escola, mas
que o maior trabalho aconte-
cerá quando começar o seu
desenvolvimento em termos
físicos. Aliás, tal como acon-
tece nas outras escolas, vai
existir uma separação física
entre área escolar e a área de
obras.
Quanto à intervenção, vai
ser demolido uma parte do
edifício principal e construído
um outro, fazendo um L. O
actual ginásio será demolido,
mas será construído um novo
noutro local, assim como um
dos campos desportivos vai
levar cobertura. Com esta in-
tervenção, o número de sa-
las será idêntico, mas acres-
ce um edifício novo para ofi -
cinas onde fi cará instalado o
cursos de energias renová-
veis, uma das grandes apos-
tas, actuais, da escola.
Com esta requalifi cação a
escola vai ser apetrechada
com equipamento e ainda
com sistemas de climatização.
Alcínio Hermínio espera, ape-
sar das contrariedades nor-
mais de obras, uma interven-
ção pacífi ca, já que “há cerca
de um ano que iniciámos as
reuniões com a Parque Esco-
lar”.
As escolas de Abrantes estão ou vão estar em obras durante os pe-ríodos lectivos. As necessidades são prementes mas acarretam algumas complicações no dia a dia dos esta-belecimentos de ensino.
Se a Escola Dr. Solano de Abreu já
passou a fase mais difícil, falta ape-
nas a conclusão dos arranjos exte-
riores e a instalação de alguns ser-
viços, já a D. Miguel de Almeida vive
a complicação das maquinarias em
trabalho ao mesmo tempo que os
professores ensinam as matérias. A
Escola Dr. Manuel Fernandes prepa-
ra-se para uma nova intervenção de
fundo, um ano depois de uma in-
tervenção que durou cerca de dois
anos. Todos os directores concor-
dam que com melhores infra-estru-
turas melhora o ensino. Jorge Cos-
ta, director da Escola Dr. Solano de
Abreu, diz mesmo que “Há 50 anos
as condições da escola eram melho-
res do que a maioria das habitações
dos alunos, hoje é o inverso, por isso
a escola não é atractiva”.
As obras são necessárias. Inevitá-
veis. Mas conviver com obras du-
rante um ano é desgastante e os
directores têm trabalho reforçado.
Por um lado são as actividades lec-
tivas, por outro são os mestres de
obra que acompanham quase em
permanência o trabalho dos em-
preiteiros. Se às obras nas escolas
do segundo, terceiro ciclo e secun-
dário juntarmos as que estão a ser
desenvolvidas no primeiro ciclo,
concluímos que o parque escolar
de Abrantes está numa total revolu-
ção. Dos mais novos aos adolescen-
tes, as condições de ensino mudam
e para melhor.
A nova escola Solano de AbreuA Escola Secundária Solano de
Abreu há muito que reclamava uma
intervenção de fundo. Com uma in-
tervenção de dez milhões de euros
a cargo da Parque Escolar este esta-
belecimento ganhou um novo edi-
fício e uma intervenção global. Se
juntarmos o acordo com a Câma-
ra Municipal de Abrantes para que
o pavilhão desportivo integre o re-
cinto escolar, então pode fala-se de
uma nova escola.
Durante o período de obra, esta
foi fi sicamente separada das acti-
vidades lectivas, as aulas foram di-
vididas entre monoblocos (os cha-
mados contentores) e algumas das
salas do edifício antigo. Os alunos fi -
caram com menos espaço de ar li-
vre mas, segundo o director Jorge
Costa, compreenderam as contra-
riedades pensando nas melhores
condições que passam a usufruir.
Obra quase feita, com equipa-
mento novo, as salas apresentam
outras condições. Melhores condi-
ções. O que falta fazer é pouco. Ar-
ranjos exteriores e as obras de re-
qualifi cação do pavilhão desporti-
vo. Quando estiver concluída esta
intervenção a entrada principal
passa para a zona sul, com a entra-
da no recinto a ser efectuada pelo
novo edifício construído. O director
destacou que os condicionalismos
dos últimos dois anos foram muitos,
mas foram ultrapassados. E adianta:
“Agradeço à Câmara de Abrantes a
disponibilização da cidade despor-
tiva para as aulas de educação físi-
ca, sem a qual não poderíamos lec-
cionar a disciplina”, explicando que
o ginásio deixou de existir passando
a ser um auditório.
Depois das obras surgiram alguns
problemas com a reconstrução mas
que foram sendo resolvidos entre a
direcção da escola e a empresa res-
ponsável pela obra.
A escola tem muito mais espa-
ços com vidros para aproveitar a
luminosidade natural e está equi-
pada com aparelhos de ar condicio-
nado. Só que, Jorge Costa mandou
desligá-los ou então “não tínhamos
orçamento para pagar a conta da
electricidade”. Mesmo assim, garan-
te, as condições nas salas são avalia-
das e podem ligar-se os aparelhos,
mas não em permanência. Afi rma
o director que a colocação de vi-
dros duplos resolve uma parte da
climatização, embora o Verão possa
acarretar alguns problemas.
“Neste momento falta instalar o
arquivo da escola e o SASE para que
a intervenção seja concluída. Mas as
actividades lectivas já estão norma-
lizadas”, revelou o director, embora
tenha observado que foi um perío-
do muito cansativo mas, ao mesmo
tempo, gratifi cante, porquanto a es-
cola fi ca agora “nova” e com “condi-
ções”.
COM MELHORES CONDIÇÕES O ENSINO TAMBÉM MELHORA
Aulas e obras: complicado mas necessário
Dr. Manuel Fernandes, obras em cima de obras
jornaldeabrantes
ABRIL2011 DESTAQUE 5
O caso da Escola D. Miguel de Almeida é paradigmático. Necessidade de obras, mas ao contrário das secundárias não tem a intervenção direc-ta da Parque Escolar, logo há obras mas não equipamento, o que vai ser a dor de cabeça depois da intervenção física.
Com um investimento de
3,5 milhões de euros a dona
da obra é, por delegação, a
autarquia. A intervenção é
também global e visa dotar
os blocos de melhores condi-
ções para alunos e professo-
res. Também aqui os 25 mo-
noblocos (contentores) vie-
ram dar uma ajuda grande à
prossecução da intervenção,
havendo uma separação físi-
ca entre a obra e a escola. Jor-
ge Beirão, director da Escola,
revelou que uma das gran-
des preocupações foi a remo-
ção das antigas coberturas
dos pavilhões, já que tinham
na sua composição amianto.
Explicou o director que essa
intervenção foi efectuada no
Carnaval do ano passado, por
forma a não ser feita com os
alunos na escola.Jorge Beirão
salientou a compreensão dos
encarregados de educação e
pessoal docente e não docen-
te com a intervenção, até nal-
guns pequenos problemas
que foram surgindo. Com me-
nos espaço disponível para os
alunos, embora com mais vi-
gilância, aumentou a confl itu-
alidade: “Questões que fomos
resolvendo à medida que iam
surgindo”. Outra complexida-
de foi, devido à escola ser em
pavilhões, abrir salas para os
alunos se abrigarem da chu-
va. Mas mesmo estes percal-
ços foram ultrapassados com
muita paciência dos funcioná-
rios. Jorge Beirão espera que
em Agosto a empresa cumpra
o fi nal das obras para poder
preparar a abertura do próxi-
mo ano lectivo de forma nor-
mal. Mas espera-o um novo
problema. A obra cria melho-
res condições para o ensino,
mas vai faltar o equipamento,
que não está incluído na em-
preitada. Embora possa con-
tar com algum equipamen-
to da Solano de Abreu, este
foi um problema já levantado
junto da autarquia. Por outro
lado, esta escola não vai ter
sistema de climatização, mas
ao nível da segurança vai ver
a factura a aumentar com a
quantidade de dispositivos
que ali vão ser colocados. E aí
vai surgir outro problema que
é gerir o curto orçamento que
tem e onde todos os tostões
são contados.
D. Miguel de Almeida ainda de casa às costas
jornaldeabrantes
ABRIL20116 ABRANTES
A Associação de Amigos do Servi-ço de Urologia do Centro Hospita-lar do Médio Tejo nasceu no dia 21 de abril de 2005. Foi fundada por médicos, enfermeiros e outros ami-gos e colaboradores do Hospital de Abrantes. Entre eles, Paulo Vasco, Amélia Bento, António Carvalho e António César.
Esta associação nasceu com a von-
tade de mudar a ideia que os utentes
tinham, e muitos ainda têm, do que
é um hospital, conforme explicou
ao JA António Carvalho. “Quando
se dirige a uma unidade hospitalar,
o utente vê e encara o hospital ape-
nas como um lugar de recurso, onde
pode somente resolver o seu proble-
ma de saúde. Nós pretendemos mu-
dar essa ideia, um hospital pode ser
um lugar onde a pessoa pode vir ad-
quirir novos conhecimentos e a sen-
tir-se realmente bem”.
Promover o intercâmbio de conhe-
cimentos técnicos e científi cos entre
os associados e outras pessoas que
se interessam pela urologia e con-
tribuir para o desenvolvimento de
educação, informação e prevenção
das doenças urológicas são alguns
dos objectivos da Associação. Esta
junta 14 associados e tem desenvol-
vido nestes últimos anos algumas
iniciativas. Entre elas, a organização
de congressos, conferências, coló-
quios e cursos. Amélia Bento desta-
cou a iniciativa que teve lugar no dia
23 de março de 2006, um debate so-
bre o aborto. A conferência subordi-
nada ao tema “O homem de 60 anos:
saber envelhecer” que aconteceu na
Biblioteca Municipal António Bot-
to, no dia 19 de junho de 2005, e a
apresentação do livro “Paixão, Amor
e Sexo”, de Francisco Allen Gomes,
sexólogo, que teve lugar no dia 16
de junho de 2005.
As Jornadas da Urologia, outra ini-
ciativa, que acontece anualmente, é
promovida pelo Serviço de Urologia
do Médio Tejo e conta com a total
contribuição da associação. Segun-
do António César, “é um momento
muito importante para a nossa Asso-
ciação e um projecto a que preten-
demos dar continuidade”.
IX Jornadas de Urologia “A Urologia e os Cuidados Primá-
rios” é o tema das IX Jornadas do Ser-
viço de Urologia do Centro Hospita-
lar do Médio Tejo, agendadas para
os dias 29 e 30 de abril, no Hotel dos
Templários de Tomar. O evento con-
ta com o apoio da Associação Por-
tuguesa de Urologia e tem juntado
médicos, enfermeiros e técnicos de
saúde de todo o país.
António Carvalho explicou que
nestes dias acontecem inúmeras
conferências e a comunidade tam-
bém pode assistir uma vez que a pri-
meira e a última conferências abor-
dam temas mais abrangentes e des-
tinados ao público em geral. Este
ano, a sessão de abertura que acon-
tece pelas 9 horas, no dia 29, vai con-
tar com uma conferência subordina-
da ao tema �Filosofi a e Medicina�
que fi cará a cargo de José Manuel
Heleno, professor, e dos médicos An-
tónio Requixa e Paulo Vasco. No últi-
mo dia, a conferência vai abordar a
temática do sexo e chama-se “Fron-
teiras do Sexo”.
Outros temas como as questões
urológicas em pediatria, algaliação,
e a patologia prostática vão ser apro-
fundados nestes dias destinados à
saúde.
Joana Margarida Carvalho
CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO
Amigos da Urologia
• Fundadores da Associação Amigos da Urologia.
jornaldeabrantes
ABRIL2011 ACTUALIDADE 7
O folar da Páscoa é um bolo
que tem um ou vários ovos
cozidos. Conta a lenda que,
numa aldeia portuguesa vi-
via a jovem Mariana que ti-
nha, como todas as moças da
sua idade, o sonho de casar
cedo e bem. Para isso, tanto
rezou a Santa Catarina que
esta fez-lhe a vontade. Um
dia surgiram-lhe dois jovens
e belos pretendentes, um po-
bre, Amaro, e um outro, rico.
Mas ambos lhe pediram res-
posta sem falta até ao Dia de
Ramos. Indecisa, Mariana vol-
tou a pedir ajuda a Santa Ca-
tarina. Chegou o Domingo
de Ramos e uma vizinha de
Mariana vem avisá-la de que
os dois pretendentes trava-
vam uma luta de morte por
ela. Mariana corre, afl ita, ao
encontro dos dois enquan-
to pede ajuda à sua santa.
Ao chegar, é o nome do pre-
tendente pobre, Amaro, que
solta em primeiro lugar. O jo-
vem rico viu-se assim preteri-
do e abandonou a luta. Mas
correu a notícia de viria no
domingo do casamento para
matar o preferido. Mariana,
de novo afl ita, mais uma vez
reza a santa Catarina por
uma solução para o seu pro-
blema.
No domingo de Páscoa,
Mariana foi reforçar a sua ora-
ção com um bonito ramo de
fl ores no altar da sua santa.
Quando chegou a casa, en-
controu em cima da mesa
um grande bolo com ovos
inteiros, rodeado das fl ores
que ela tinha ido colocar no
altar de Santa Catarina. Mes-
mo assim, correu para casa
de Amaro, pensando que
fora presente dele, mas este
também tinha recebido um
semelhante. Concluíram que
era uma oferta de paz do fi -
dalgo rico e foram agrade-
cer-lha, mas ele também ti-
nha recebido presente igual
e aceitava-o como um sinal
de paz da parte deles. E as-
sim fi caram todos em ami-
gos. Mariana percebeu que
era obra da sua Santa Catari-
na. E não mais deixou de lhe
agradecer o casamento e a
paz na família.
Em memória deste facto,
lendário, ainda hoje em mui-
tas zonas de Portugal os afi -
lhados vão, no domingo de
Páscoa, a casa da madrinha
de baptismo buscar o folar,
ou afolar, muitas vezes trans-
formado já num bolo co-
mum, ou em dinheiro.
Alves Jana
Páscoa é tempo de passagemO signifi cado mais profundo da Páscoa está no cíclico processo de renovação. É o início da primavera: tudo renasce, ou se renova.
Mas era a festa hebraica de celebração
da passagem (Páska em grego) da escra-
vidão no Egipto para a liberdade na Ter-
ra Prometida através do Mar Vermelho, o
momento fundador do Estado judaico.
Tratava-se, pois, de uma festa nacional,
religiosa e política. Vimos essa narrativa
histórica e mítica n’ Os Dez Mandamen-
tos, de Cecil B. DeMille (1956).
Foi nessa festa que se deram os acon-
tecimentos mais decisivos do Cristianis-
mo. Jesus foi condenado, morto e se-
pultado. E ao terceiro dia… Bem, não se
sabe o que aconteceu, mas os seus dis-
cípulos tiveram várias experiências que
os levaram a concluir e anunciar que “Ele
ressuscitou”. E daí, “Ele é o fi lho de Deus”.
A ponto de S. Paulo dizer que “se Ele não
ressuscitou, vã é a nossa fé”. E assim nas-
ceu um movimento religioso dissidente
do judeismo, que se expandiu primeiro
pelo Império Romano e depois por todo
o mundo. A Páscoa que hoje se celebra
tem estes três signifi cados. A renovação
de vida a que a primavera sempre convi-
da; a passagem ou libertação de todas as
formas de escravatura; e a afi rmação do
desejo de eternidade com a promessa,
para os que nela crêem, de que ela nos
será oferecida numa vida futura.
Alves JanaA Lenda do Folar da Páscoa
Ingredientes: 2,5 colheres de
sopa de leite; 120 gr de açú-
car; 110 gr de manteiga; 5
ovos; 225 gr de farinha de tri-
go; 12 gr de fermento de pa-
deiro; 1 gema; Raspa de limão
e miolo de amêndoa q.b; 1 co-
lher de sopa de açúcar de pas-
teleiro. Preparação: Dissolva
o fermento no leite morno e
deixe levedar por 10 minu-
tos. Misture muito bem a fa-
rinha com o açúcar e a raspa
de limão, junte a manteiga le-
vemente mole, 4 dos ovos e
amasse muito bem. Junte a
mistura do fermento já lêve-
da e amasse. Deixe levedar
durante 20 minutos. Coza o
quinto ovo em água a ferver
durante 12 minutos. Divida a
massa em duas partes iguais e
tenda-as em rolo. Enrole os ro-
los um no outro, com a forma
de um torcido.
Una as extremidades, colo-
cando no centro do folar o
ovo cozido. Deixe repousar
durante mais ½ hora, pince-
le com a gema de ovo bati-
da e polvilhe com o miolo de
amêndoa. Pré-aqueça o forno
a 180º C. Leve ao forno duran-
te 35 minutos. Depois, deixe
arrefecer um pouco, polvilhe
com açúcar de pasteleiro.
A receita
jornaldeabrantes
ABRIL20118 CONSTÂNCIA
Entre os dias 23 a 25 de abril acontecem as já tradicionais festas da Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância.
Este ano, segundo Máximo
Ferreira, presidente da Câmara
Municipal de Constância, espe-
ra-se cerca de 80 embarcações
engalanadas, que vão colorir o
rio Zêzere no dia 25, feriado mu-
nicipal na vila. Estas oitenta em-
barcações têm como objectivo
“retratar as tradições históricas,
culturais e religiosas do conce-
lho”, segundo o presidente.
Os festejos vão contar com
57 stands que vão mostrar al-
gum artesanato local e nacio-
nal. Num dos stands, Cabo Ver-
de vai fazer-se representar, uma
vez que segundo Júlia Amorim,
vereadora na Câmara Munici-
pal, “estamos em processo de
geminação com Tarrafal e achá-
mos por bem, termos esta re-
gião representada nas nossas
festas”. Relativamente à doça-
ria, 13 stands vão estar em mos-
tra com a doçaria conventual e
mais tradicional da região.
A música não vai faltar, e The
Kaviar, Projecto Amar e Baile Po-
pular são alguns exemplos dos
grupos que vão passar pelos
três palcos. O espaço GICA, já
bem conhecido do público jo-
vem, vai mudar de localização
e este ano vai encontrar-se no
campo de ténis. Vários Dj`s, Ana
Laíns e Declínios vão marcar
presença para animação noc-
turna neste espaço.Passeios no
rio e pedestres, pinturas faciais,
folclore, canoagem, atletismo,
cerimónias religiosas e fogo-de-
artifício fazem parte do conjun-
to de actividades que estão pre-
vistas para os dias de festas.
A Vila Poema vai contar, du-
rante três dias, com ruas bem
fl oridas, muita animação e tas-
quinhas de comida variada. Um
certame com um investimento
municipal de 100 mil euros, se-
gundo o presidente da Câmara.
J.M.C.
A ponte sobre o Rio Tejo,
em Constância, reabriu ao
trânsito, embora de forma
parcial, no dia 6 de Abril. Vai
funcionar em permanên-
cia das sete às 21 horas mas
com limitações. Não po-
dem transitar veículos com
tonelagem superior a 3.500
quilos, uma altura superior
a 2,10 metros e uma largu-
ra superior a 2,40 metros.
Há, no entanto, uma ex-
cepção a veículos de emer-
gência e a transportes es-
colares. Neste caso, terá de
haver uma intervenção ma-
nual para que seja levanta-
da a cancela que faz o blo-
queio aos veículos pesados.
Máximo Ferreira, presi-
dente da Câmara Munici-
pal de Constância, afi rmou
que esta não é a “melhor
solução, mas a possível”, e
adiantou que o barco que
faz a travessia do rio vai
ter um horário menor mas,
nas noites em que a pon-
te esteja encerrada, con-
tinua a trabalhar ao fi nal
da madrugada e ao inicio
da noite. Todas as quar-
tas-feiras a autarquia vai
afi xar os horários em que
a ponte estará encerra-
da no período nocturno.
A ponte estava encerrada
ao trânsito desde julho do
ano passado, por questões
de segurança, depois de
uma inspecção feita pela
REFER que detectou pro-
blemas estruturais.
Ponte de Constância reabriu ao trânsito
Festas do Tejo nascem em livro
As festas religiosas li-
gadas ao rio Tejo estão
a ser objecto de um
trabalho colectivo que
pretende surgir com a
forma de livro na Pás-
coa de 2012. São as
10 festas de 10 conce-
lhos, de Constância à
Moita, ainda vivas, de
tipos diversos, de tra-
dição fl uvial ou com
ligação ao campo,
avieiras ou outras. A
coordenação é de An-
tónio Matias, assessor
cultural da Câmara de
Constância e membro
do Fórum Ribatejo. Os
textos sobre as várias
festas são de diversos
autores. A apresenta-
ção da obra está pre-
vista para Constância,
nas Festas do Conce-
lho do próximo ano,
num Encontro justa-
mente sobre as Festi-
vidades Religiosas do
Tejo.
Constância em festa
CONSTÂNCIA 9
jornaldeabrantes
ABRIL201110 CONSTÂNCIA
RETRATO TIPO PASSE
O barqueiro que atravessa o rioO rio Tejo está diferente de há 30 ou 40anos. Os barcos são menos. Os pescadores também já não são tantos como noutros tempos. Mas Constância tem ainda um barco que faz a travessia do rio. Sérgio Silva é o barqueiro de Constância. Começou a viver no e com o rio aos sete anos de idade a acompanhar o pai na faina da pesca: “Comecei a andar com ele”. Como barqueiro “já aqui ando há 22 anos, sensivel-mente”.
As travessias do Tejo têm sido
sempre na mesma zona, entre os
dois cais que a autarquia ali co-
locou: “mais acima ou mais abai-
xo, consoante as correntes do rio”.
Face a tantas viagens, a travessia é
feita quase de olhos fechados.
Mesmo assim há que ter cuidado,
quando há cheias tem de se avaliar
o leito. “As cheias fazem sempre al-
terações. É sempre bom reconhe-
cer as margens”. Quando a corren-
te é mais forte “há que ter olhos
mais abertos, principalmente para
fugir aos troncos e lixo que vêm rio
abaixo”.
Este barco, municipal, sempre
teve clientes para atravessar o rio,
mas nos últimos nove meses, com
a ponte encerrada, os clientes au-
mentaram para cerca de 400 por
dia. E até com horas de ponta, o
início da manhã e o fi nal de tarde.
“Agora, com a ponte a funcionar
outra vez, há menos clientes”, subli-
nha Sérgio Silva, que continua, no
entanto, a fazer a travessia quando
tem clientes. Começou no rio com
o pai, pescador, por isso, apesar
de trabalhar como barqueiro, ain-
da não perdeu a vontade de lan-
çar as redes. “Vou lá muitas vezes,
praticamente todas as semanas
vou à pesca”. E nestas incursões se-
manais pela pesca, Sérgio Silva ga-
rante que ainda há muitas pessoas
que gostam de comprar peixe do
rio. Fataça, Barbo, Lampreia e Sável
são as espécies que ainda fazem as
delícias dos consumidores e que
Sérgio Silva ainda vai apanhando.
Mas a pesca já não é a mesma coisa
e cada vez há menos pescadores.
Constância recebe, habitualmen-
te, muitos turistas que acham “pia-
da à barca” e por isso, para além
das fotos e das perguntas, muitas
vezes pedem para dar uma vol-
ta no rio. Dizem que “é giro, e que
é um sossego”. Há alguns anos, os
habitantes da vila, em especial os
jovens faziam praia na margem Sul
do Tejo, passavam de barco para
os areais para fazer praia, mas hoje
“preferem muito mais o Zêzere”.
Sérgio Silva continua a conduzir
o barco, branco, que permite a tra-
vessia entre as duas margens em
Constância. E nas Festas de Nos-
sa Senhora da Boa Viagem é ele
quem transporta o Padre que no
meio das águas, entre 80 embarca-
ções, faz a bênção, sempre peran-
te milhares de olhos dos visitantes
e fi éis que acompanham esta cele-
bração
Jerónimo Belo Jorge • Sérgio Silva, o barqueiro de Constância.
jornaldeabrantes
11especial SARDOAL
O Sardoal prepara-se para, mais uma vez, dar continuida-de e reforçar a sua tradição da Semana Santa. Fé, arte, cultu-ra, encontro, identidade, en-tre outras, são linhas de força de um projecto colectivo. Este Especial Semana Santa do Sar-doal é um convite. Venha par-ticipar e, assim, beber da água fresca da renovação.
Semana Santaleva milhares de visitantes à vila jardim
jornaldeabrantes
ABRIL201112 especial SARDOAL
O que é que a Semana Santa de Sardoal representa para o Sardo-al?
A Semana Santa é um dos mo-
mentos altos do nosso concelho.
Não só pela fé e religiosidade ao
longo deste período de quaresma,
mas porque é um momento de en-
contro entre todos os sardoalenses.
É um momento de festa para todos.
Que tipo de pessoas a Semana Santa atrai ao concelho para além das que já têm raízes na vila?
Vêm muitas pessoas a Sardoal,
uma boa parte pela fé. É a fé que
os move, como também o turismo.
Nesta vertente, a procura incide na-
quilo que o Sardoal tem para ofere-
cer ao nível de gastronomia, patri-
mónio, etc.
Estas festas religiosas são vão-se mantendo ou renovando?
Ao nível turístico a festa teve uma
renovação, a carga religiosa man-
teve-se. Como queremos valorizar
este momento no nosso concelho,
tentamos sempre introduzir novos
elementos. Este ano, a novidade é
a participação dos GETAS, com um
apontamento teatral, que vai retra-
tar a paixão e morte de Cristo na
sexta-feira santa. Temos o quiosque
das amêndoas que retrata e recupe-
ra uma tradição antiga, onde os na-
morados ofereciam às namoradas
amêndoas pela altura da Páscoa.
Vamos ter também, uma exposição
de fotografi a intitulada “A Semana
Santa aos olhos dos nossos fotógra-
fos”, no centro cultural Gil Vicente,
um conjunto de trabalhos feitos por
fotógrafos profi ssionais e amadores
sobre esta festividade.
Quanto a custos?São sobretudo os de divulgação,
mas são reduzidos.
Segundo a Constituição, há uma separação entre o Estado e as igrejas. Pensa que está garanti-da?
Temos tido situações em que pes-
soas de outras religiões nos têm pe-
dido apoio e nós temos sempre co-
laborado de igual modo. Neste caso
há um interesse histórico e turísti-
co, a que devemos dar especial re-
levância, é apenas isso.
Na última vez, falou-nos de um projecto, a lançar em Outubro passado, de impacto nacional ou internacional. Ficámos a pensar
que seria relacionado com a tra-dição religiosa no Sardoal.
Este projecto existe e está relacio-
nado com a nossa tradição religiosa
e com a pintura. De facto, ainda não
lhe demos avanço devido às difi cul-
dades económicas que o país atra-
vessa. Estamos à espera de melho-
res dias. Para já, não posso adiantar
mais nada.
Quais são as principais necessida-des ou prioridades das freguesias do concelho?
Temos concluído o nosso projec-
to de saneamento básico para al-
gumas localidades e queremos o
quanto antes implementá-lo. Temos
dois projectos no QREN a aguardar
aprovação, de forma a iniciarmos
obras na freguesia de Alcaravela e
na Cabeça das Mós, de repavimen-
tação das ruas. Temos também en-
tre mãos, mas ainda não está resol-
vida, a revisão do PDM. Talvez no fi -
nal deste ano, início do próximo.
Qual é o ponto de situação da fal-ta de médicos do concelho?
A falta de médicos é um problema
muito grave no Sardoal. No univer-
so de 4033 utentes nós não temos
um médico a tempo inteiro, temos
apenas uma medica, sob contracto,
que vem apenas ou de manhã ou
de tarde e à quinta-feira não pode
vir. Não é sufi ciente para dar respos-
ta às necessidades da população.
Esta deslocação da médica é ainda
assegurada pelo município. Em Al-
caravela temos um centro de saú-
de que não tem nenhum médico
onde estão mil e tal utentes. É um
problema que incide no interior do
país, mas vamos contar que esta di-
fi culdade seja resolvida com vinda
de médicos internacionais. Há dois
meses o município pediu uma con-
versa com o presidente da Admi-
nistração Regional de Saúde e ain-
da não obtivemos uma resposta, é
triste.
Há interesse da Câmara no apoio por uma das unidades móveis a que a câmara de Abrantes se candidatou?
Sim há, mas não resolve o nos-
so problema principal que é a falta
de profi ssionais da saúde. E as uni-
dades móveis não trazem médico.
Dão mais proximidade, mas fi ca-
mos na mesma sem médico.
O concelho municipal do associa-tivismo está a funcionar?
Está. Há um mês atrás, foi feita a
proposta de um conjunto de nor-
mas que vão reger as nossas rela-
ções com as associações. Preten-
demos passar a dar apoio a quem
trabalha, a quem desenvolve inicia-
tivas.
O PAMPI (Plano de Apoio Munici-pal à Pessoa Idosa) como está?
O PAMPI recomenda-se! (risos) Já
estamos no terceiro grupo da ini-
ciativa “avô on-line”, o que mostra
uma grande adesão. Relativamente
às aulas de dança, temos de mudar
o local, pois já é pequeno o espaço
para tantos bailarinos, vamos passá-
los para o Centro Cultural. Continu-
amos também, com o nosso Gabi-
nete de Apoio à Pessoa Idosa, que
garante visitas pelas freguesias do
concelho.
Como está a ser sentida a crise? Os pedidos de ajuda têm-nos che-
gado, o que signifi ca que as pesso-
as estão a perder a vergonha, e isso
é bom. Dentro do município tam-
bém se tem sentido e passa tudo
por uma boa gestão.
Temos tido atenção a uma série de
pormenores que podem fazer toda
a diferença, desde a poupança de
papel, ao cuidado com as chama-
das telefónicas.
Com a crise, o poder central está a
fazer uma série de transferências de
competências para as autarquias.
Por exemplo, vamos buscar a médi-
ca se queremos saúde, vamos bus-
car um representante da segurança
social que vem à CPCJ. Não encar-
gos imprevistos, sem contraparti-
das fi nanceiras
As ruas do Pisão já foram alcatro-adas?
Não. As respostas das candida-
turas ao QREN foram demoradas e
quando chegaram foi-nos dito que
não havia dinheiro. Fizemos uma re-
clamação, mas temos de pensar em
outra alternativa.
O projecto Redes do Tejo está a produzir resultados?
Este projecto permitiu que todos
os municípios integrados nas Re-
des do Tejo continuem a trabalhar
em parecia e com sentido de entre-
ajuda. De facto, para já não há um
projecto em cima da mesa, o que é
pena.
Joana Margarida Carvalho
MIGUEL BORGES, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO SARDOAL
“É pelo seu interesse histórico e turístico que apoiamos a Semana Santa”
jornaldeabrantes
ABRIL2011 especial SARDOAL 13
Valhascos é uma
das quatro fregue-
sias do concelho
de Sardoal. Em
tempos mais anti-
gos, a agricultura
de subsistência era
a principal ocupa-
ção da população
desta freguesia.
As hortas eram
cuidadosamente
amanhadas e as
terras férteis cria-
ram uma varie-
dade de couve
conhecida como
couve de Valhascos ou couve tronchuda de Valhascos.
Mesmo sendo uma espécie produzida nesta região de-
vido aos solos e ao microclima local, a s mente é co-
mercializada pelas casas da especialidade. Já muito
pouca gente se dedica a plantar couve para semente,
mas ainda há quem consiga arrecadar algumas cente-
nas de euros com o negócio. As plantas são arrancadas
quando atingem um desenvolvimento próximo do
corte, tiram-se todas as folhas, fi cando apenas o repo-
lho, voltam a plantar-se e ganham uma grande “frança”
de sementes. As couves para semente “arrancam-se da
horta e levam-se para o pé da porta”, diz-se na aldeia.
Acredita-se em Valhascos que a boa qualidade desta
hortaliça, pertencente à família das Crucíferas, terá a
ver com a localização geográfi ca da aldeia. Esta couve
verde escura é conhecida por ser fofa, redonda, de re-
polho rechonchudo, compacto e pesado.
O GETAS Centro Cultural vai estar em grande actividade nesta época da Sema-na Santa.
No dia 22 de abril, às 9h00, inicia uma vi-
sita ao património histórico e religioso de
Santiago de Montalegre e mais tarde, no
mesmo dia 22, inaugura no seu átrio a ex-
posição de pintura “A nossa Semana San-
ta”, saída do seu Clube de Pintura. No dia
23, leva à cena um trabalho de teatro de
rua “A paixão de Cristo” e no dia seguinte,
24 de abril, sobe ao palco “A casa das Alba”,
adaptação da peça de Federico Garcia
Lorca. É obra, ou melhor, é um importan-
te contributo para esta quadra de forte in-
tensidade no Sardoal.
Entretanto, anuncia já para 28 de Maio
a representação da peça “Felizmente há
luar”, de Luís de Sttau Monteiro.
O GETAS nasceu 1982 como Grupo Ex-
perimental de Teatro Amador de Sardoal
(GETAS). Na sua origem estiveram Victor
Águas, Júlio Moleirinho e “uns quantos jo-
vens entusiastas do teatro”. E foi no teatro
de cariz popular que o grupo se afi rmou.
Entretanto, o desejo de avançar para ou-
tros campos de actividade fê-lo alterar os
estatutos e adoptar a designação que hoje
apresenta. Em razão dessa origem e des-
sa diversifi cação podemos constatar um
vasto leque de linhas de acção. Para lá de
uma forte tradição teatral, agora com no-
vas ambições estéticas, e de no GETAS te-
rem nascido as Semanas Culturais (1986),
que vieram a dar origem às Festas do Con-
celho, em Setembro, ali podemos encon-
trar, além do Clube de Pintura, já referido,
um Grupo Coral, um Clube de Cinema, um
Clube de Fado, um Clube de Fotografi a e
Grupo de Dança rítmica. Além disso, atra-
vés da sua página na Internet dá informa-
ção sobre as actividades culturais e religio-
sas do concelho.
Ali têm nascido acções de rua, têm tido
lugar cafés-concerto e colóquios, dali par-
tiu o seu Boletim e ali se fi zeram espectá-
culos de variedades e workshops vários.
O GETAS é hoje uma referência tanto no
concelho como na região. E mostra como
a iniciativa de cidadania pode dar grandes
frutos numa comunidade. Em www.getas.
pt pode o leitor espreitar este pequeno-
grande agente cultural que é o GETAS.
A couve tronchuda de Valhascos
• As casas das Alba pelo Getas.
GETAS CENTRO CULTURAL
Há quase 30 anos a fazer história
INSCRIÇÕES ABERTAS envie o seu nome e contacto para [email protected]
jornaldeabrantes
ABRIL201114 especial SARDOAL
Começou na pintura como um
hobby, pois durante trinta anos
não conseguiu dispensar-lhe o
tempo necessário, uma vez que
trabalhava no meio publicitá-
rio em Lisboa. No tempo em que
tudo era feito à mão, sem a pre-
sença dos computadores, Álvaro
Mendes foi um criativo no meio
publicitário e dedicou-se também
à ilustração. Trabalhou com pu-
blicidade para imprensa escrita
como os jornais e as revistas bem
como, para a televisão.
Há vinte anos atrás, Álvaro Men-
des não conseguia ter tempo para
a pintura, mas a vontade era gran-
de… A agência de publicidade
onde trabalhava acabou e foi nes-
ta altura que se dedicou à pintura,
mas não a tempo inteiro. A ilustra-
ção continuava presente no seu
quotidiano.
Esta mudança na vida de pin-
tor foi, segundo o mesmo, ópti-
ma por um lado e pior por outro.
“Deixei de cumprir horários, viver
constantemente sobre pressão e à
espera do fi m do mês, mas agora
nesta vida de pintor o fi m do mês
também não é garantido (risos).
Esta é uma vida feita de muitos
momentos baixos e poucos altos.
Mas quando surge um momento
alto compensa tudo o resto”.
Álvaro Mendes pinta sobretudo
em aguarela, mas também utili-
za o acrílico e o óleo. Este último
material, com menos frequência.
“Já me chamaram atenção, que
quando pinto a óleo mais parece
que resulta um trabalho em agua-
rela”.
Nas suas composições de pin-
tura opta por decompor e fundir
elementos de património histó-
rico e arquitectónico das aldeias,
vilas e cidades. Uma técnica difí-
cil de defi nir segundo o próprio.
“Muitas pessoas me perguntam
que técnica é esta. Eu respondo,
é uma técnica minha, não tem um
nome” (risos).
As serigrafi as de Álvaro Mendes,
produzidas no ateliê de António
Inverno, denotam algumas infl u-
ências, por exemplo de pintores
de que gosta. “Eu gosto muito de
Amadeu de Sousa Cardoso e, não
por infl uência mas por gosto pes-
soal, aprecio os trabalhos de Dali”.
Além disso, talvez haja ali algu-
ma infl uência do azulejo. “Sou um
apaixonado por azulejos”, diz. “O
azulejo é um elemento que traz
cor à minha composição e assim,
acabo sempre por colocá-lo”. Aliás,
sempre que Álvaro Mendes se de-
para com um azulejo de que gos-
ta e que tem história, acaba por
utilizá-lo nas suas pinturas.
Esta técnica do aguarelista sur-
giu de forma casual, mais precisa-
mente há vinte anos atrás, quan-
do pintou as ruas de Alfama, em
Lisboa. “Considerei interessante ti-
rar partido de todos os elementos
dignos de fi gurar, todos os com-
ponentes, interiores e exteriores
das ruas, e fundi-los”.
A convite de câmaras municipais
e galerias de arte, o pintor tem le-
vado esta técnica para todo o país
e ilhas. Este género de trabalho já
foi feito com o património da cida-
de de Abrantes, da vila de Sardoal
e Golegã.
Também nos Açores desenvol-
veu um trabalho sobre os 21 im-
périos da Ilha Terceira, que são as
capelinhas da ilha.
Quando elabora uma obra, Álva-
ro Mendes opta sobretudo pelas
cores que vê nos monumentos,
por exemplo os amarelos, azuis
e brancos… Antes de começar a
pintar recolhe todos os elementos
que pretende incluir na sua obra
e depois, mentalmente, estrutu-
ra toda a composição. Esta fase é,
segundo o próprio, a mais com-
plicada. Para além desta vertente
de pintor, agora a tempo inteiro,
o aguarelista dá aulas de pintura
na associação Palha de Abrantes,
há cerca de quatro anos. Um tra-
balho que lhe dá especial gozo.
“Tem sido bastante interessante
e gratifi cante dar aulas, uma vez
que grande parte das pessoas
que têm vontade de pintar fogem
como o diabo da cruz da aguare-
la. É uma técnica que não permi-
te muitas emendas e é conside-
rada difícil por muitos. O truque é
tirar partido da mancha. Quando
começamos a pintar, as manchas
por vezes são imprevisíveis, ca-
be-nos a nós pintores saber tirar
benefício disso.” Segundo Álvaro
Mendes, para pintar em aguarela
é necessário ter noções de dese-
nho e depois não ter medo. Con-
tudo, refere o pintor ao JA, “ape-
sar de não ter medo, sempre que
inicio um trabalho sinto ainda um
certo friozinho, mas também é
saudável que assim seja”.
Há oito anos atrás, o pintor de-
cidiu voltar às suas raízes, ao Sar-
doal. Num acordo com a Câmara
Municipal, acabou por se instalar
na antiga Cadeia Velha do Sardoal
e é ali que mantém o seu ateliê.
Joana Margarida Carvalho
ÁLVARO MENDES
A arte em aguarela
Álvaro Mendes é sobretudo aguarelista con-ceituado. Natural de Sintra, por acidente, mas residente em Lisboa, tem as suas raízes no Sardoal, onde acabou por se radicar há quase uma década. Tem 66 anos e pinta desde a sua juventude.
jornaldeabrantes
ABRIL201116 ABRANTES
A empresa de Reciclagem e Sucatas Abrantina, RSA, tem já em bom funcio-namento um fragmentador de sucatas, um equipamento que lhe permite dar um salto em frente. Trata-se de um novo investimento da ordem dos nove mi-lhões de euros, que, como o nome indi-ca, permite fragmentar as estruturas de sucata em pequenos componentes que são depois separados.
“Até aqui, por exemplo, um automóvel
em fi m de vida era descontaminado e
depois o restante era comprimido para
fazer um fardo. Aí, ia tudo misturado, os
metais ferrosos e não ferrosos, os plásti-
cos, as esponjas Agora, é tudo fragmen-
tado e os fragmentos são separados. O
resultado tem, assim, mais valor fi nal”,
explicou ao JA Delfi na Batista, uma das
representantes da empresa.
“A preocupação ambiental é uma das nossas máximas”
Para além destes investimentos, Delfi -
na Batista explicou que “foram contem-
pladas boas práticas a nível ambiental,
tendo ainda sido feita a aposta num sis-
tema de recolha de água dos telhados,
para ser reaproveitada, foram colocadas
insonorizações, chaminés de fi ltragem
bem como todas as impermeabiliza-
ções e tratamentos de efl uentes”.
A responsabilidade social e ambiental
nunca é esquecida na empresa, diz-nos
a sua porta-voz. Por isso, a RSA colabora
regularmente com entidades e organi-
zações, como escolas, bombeiros, colec-
tividades de acção social, entre outras,
através de formações, visitas e acções
de divulgação.
Um programa em curso tem a ver com
a plantação de uma árvore por cada car-
ro abatido.
Em 2009, por cada veículo em fi m de
vida abatido nas instalações da RSA foi
oferecida uma árvore para refl orestar
a encosta norte do Tejo, uma zona fl o-
restal ardida no concelho. No ano pas-
sado, a empresa abateu mais de 92 ve-
ículos em fi m de vida que em 2009, no
total 1.246 veículos, que correspondem
ao número de árvores para plantar nes-
te ano 2011.
A empresaConstituída formalmente em janei-
ro de 1989, a RSA é a nova cara de uma
empresa familiar que vem já dos anos
50, no Olho-de-boi, Alferrarede. Hoje
desenvolve um vasto leque de activida-
des.
O desmantelamento industrial, a reco-
lha de resíduos e de pneus utilizados, a
valorização dos carros em fi m de vida,
a trituração de cabos eléctricos e o tra-
tamento de resíduos de equipamento
eléctrico e electrónico são algumas das
suas linhas de produção.
Conta com a participação de cerca de
70 trabalhadores e é considerada uma
referência no seu sector de actividade
em resultado de um processo que vem
desde 2003.
Alves Jana e Joana Margarida Carvalho
RSA aposta para ganhar
“S. Lourenço apetece” é a
palavra de ordem que do
parque urbano de Abrantes
está a chegar a toda a re-
gião. Luís Pires, da empre-
sa Trincanela, desde há seis
anos responsável pelo pro-
jecto, pensa que chegou a
altura de recolocar as cartas
na mesa. “Com aquilo que
foi possível aprender nestes
anos e aprendendo com al-
guns erros cometidos” trata-
se de relançar o negócio na
“fi delidade aos clientes ha-
bituais e para captar aqueles
que ainda não descobriram
este espaço privilegiado”. O
essencial mantém-se, “res-
taurante, cafetaria e lazer”,
com a tónica de que estão
abertos “7 dias por semana,
365 dias por ano”. Mas vão
ser acentuadas duas linhas
de trabalho: o jantar de ter-
ça a sábado direccionado
para grupos, portanto sob
marcação, e a promoção de
actividades “que tragam va-
lor acrescentado” ao espa-
ço. Uma noite de fados no
início de Abril e o Encontro
Nacional de Jogos de Tabu-
leiro são apenas dois exem-
plos, de outros que estão
em projecto ou em estudo.
A experiência do Verão Ani-
mação de 2006 vai agora
dar mais alguns frutos, pois
S. Lourenço quer ser “um
espaço reconhecido pe-
los seus eventos”. Luís Pires
aproveita a oportunidade
para lembrar aos que têm
“boas ideias” que S. Louren-
ço pode “acrescentar valor”
aos seus projectos, por isso
“vamos conversar”. Ou seja,
vai haver notícias.
Entretanto, O Pinhas apa-
rece “renovado, com novos
equipamentos, para dar aos
miúdos o que eles gostam e
mais qualidade ao lazer da
família”.
A.J.
PARQUE URBANO DE ABRANTES
S. Lourenço renova a aposta
• Luís Pires, administrador da Trincanela.
• Novo fragmentador de sucatas.
jornaldeabrantes
ABRIL2011 ACTUALIDADE 17
Como já vem sendo hábito, a cidade de Abrantes recebe o festival de tunas, a décima segunda edição, nos dias 29 e 30 de abril.
Marisa Neves, magister da ESTATuna,
explicou ao JA que estes dois dias ba-
seiam-se num puro convívio entre to-
dos. “No primeiro dia chegam as tunas
das várias regiões do país. Realizamos
uma serenata na escadaria da Igreja de
São Vicente, pelas 22h30, que será se-
guida por um arraial, na praça Raimun-
do Soares, mais conhecida por praça da
Câmara, para que todos possam convi-
ver e estabelecer contactos. No dia 30,
haverá o chamado “passa-calles”, em
que as tunas vão cantar e tocar pelas
ruas de Abrantes e assim acabam por
animar e dar vida à cidade. Para termi-
nar o dia, o festival vai ter lugar no cine-
teatro São Pedro pelas 21h30”.
Na cidade vão estar, além da
organizadora, a Tuna do Liceu de Évora,
a VicenTuna (Faculdade de Ciências, Lis-
boa), a Tuma Acanénica de Leiria, a Tuna
Iscalina (ISCAL, Lisboa) e a Real Tuna In-
fantina do Algarve. São tunas que já esti-
veram no festival em anos anteriores e já
receberam a ESTATuna nas suas cidades.
São à volta de 150 tunos (elementos das
tunas) que se juntam em Abrantes du-
rante estes dois dias.
“Este Festival tem tudo para continuar”
Marisa Neves referiu que este festival
conta sempre com casa cheia no cine-
teatro São Pedro e é um projecto que
tem tudo para ter continuidade. Contu-
do, este ano a crise fez-se sentir no con-
junto de patrocínios que têm por hábi-
to pedir para conseguirem promover o
certame.
JMC
TRADIÇÃO MANTÉM-SE ...
Festival de Tunas em Abrantes
• Estatuna, de Abrantes.
Apesar dos protestos das
comissões de utentes e da
providência cautelar apre-
sentada por quatro cida-
dãos abrantinos, o Gover-
no através do Ministério das
Obras Públicas emitiu no dia
6 de Abril um comunicado
em que anunciou a suspen-
são da introdução das novas
portagens nas SCUT por con-
siderar que essa introdução
por um Governo em gestão
seria inconstitucional, con-
forme apontou um parecer
emitido pelo Centro Jurídi-
co da Presidência do Con-
selho de Ministros (CEJUR).
Fica assim sem efeito a in-
tenção governamental
de aprovar um Decreto-
lei destinado a introduzir
portagens nas Auto-Estra-
das SCUT, incluindo toda
a A23, a partir do dia 15 de
Abril, como estava previsto.
Devido a esta decisão, os
responsáveis do movi-
mento de utentes “Pró IP6”
anunciaram que retiraram
a providência cautelar que
visava impedir a instala-
ção de pórticos para por-
tagens na A23, depois de
o Governo ter suspendi-
do a cobrança naquela via.
João Viana Rodrigues, um
dos autores da providência
cautelar revelou ao JA que a
mesma “fi cou sem objecto”,
devido à decisão do Gover-
no, por isso “antecipamos
o que o Tribunal iria dizer”.
Apesar de tudo João Viana
Rodrigues disse que vão
continuar atentos e que se
o próximo Governo decidir
avançar com as portagens,
o movimento voltará aos tri-
bunais.
Adiada a introdução de portagens na A23
jornaldeabrantes
ABRIL201118 ACTUALIDADE
Outubro de 1981. É constituído o
Lions Clube de Abrantes. O grande
obreiro terá sido Francisco Cardo-
so, do Rossio, mas o nome de Délio
Baptista Madail também costuma
ser associado a esse tempo inicial.
Abrantes via assim nascer o núcleo
local da maior organização mundial
de “clubes de serviço voluntário”, com
1,3 milhão de sócios que unem esfor-
ços para responder às necessidades
de quem mais precisa num total de
45.000 Clubes em 114 países.
O início foi em 1917, em Chicago, Es-
tados Unidos. Melvin Jones , o funda-
dor, sentiu que os “clubes comerciais”
locais podiam ir além dos interesses
profi ssionais e assumir cuidados com
o bem-estar de pessoas e comunida-
des que não podiam socorrer-se a si
mesmas. Esse ano era um tempo de
guerra (1914-18). O seu apelo caiu
em chão fértil. Chegou em 3 anos ao
Canadá. Em 1945 surgia na Europa e
em 1953 em Portugal (Lisboa) e em
1981, como acima fi ca dito, chegou a
Abrantes.
O seu símbolo é o leão, um animal
“forte, corajoso, fi el e vital”, um nome
que “dá ideia não só de fraternidade,
companheirismo, força de carác-
ter e propósito, mas, acima de tudo,
a combinação das letras L-I-O-N-S
transmite um verdadeiro signifi cado
de cidadania: liberdade, inteligência,
e segurança da nossa nação (Liberty, Intelligence, Our Nation’s Safety)”.
Passados 30 anos em Abrantes,
Eduardo Margarido é o presidente
à frente de um Clube que atravessa
um momento de alguma difi culda-
de, porque os membros estão “bas-
tante envelhecidos”. As admissões
têm sido poucas, as últimas há cinco
anos, e entre estas o actual presiden-
te. A grande maioria dos 27 mem-
bros tem entre 60 e mais de oitenta
anos. É natural, por isso, que a vitali-
dade e a iniciativa estejam diminuí-
das. Talvez por isso estejam agora a
preparar a celebração deste aniver-
sário redondo.
Ao longo da sua existência em
Abrantes, o Lions Clube tem atribu-
ído bolsas de estudo, tem apoiado
algumas operações, tem feito cam-
panhas de testes à audição e à vi-
são, e tem contribuído com alimen-
tos. “Ainda no Natal passado entre-
gámos ao Cónego José da Graça 30
cabazes de Natal, para ele entregar a
famílias necessitadas.” E também tem
apoiado a sua “obra social”, em espe-
cial a Casa de S. Miguel, no Rossio, e o
Projecto Homem. Há anos, para esse
projecto, através do Lions Internatio-
nal foi dado um contributo de 75.000
dólares. “Também há uns 10 ou 15
anos, o Lions Clube de Abrantes ofe-
receu ao Hospital de Abrantes um
aparelho que custou na altura cinco
ou seis mil contos. Foram os maiores
contributos fi nanceiros”, explica Edu-
ardo Margarido, escusando-se da im-
precisão das datas, pois só entrou há
cinco anos.
Os fundos para esses apoios são re-
colhidos nos almoços e passeios que
o Lions organiza para sócios e con-
vidados. Então, há um pagamento
acima do valor da refeição ou da via-
gem cujo produto é para a solidarie-
dade. Além dessa função de recolha
de fundos, essas iniciativas têm ainda
por função desenvolver a sã camara-
dagem e a “enculturação” das pes-
soas. Este mês, por exemplo, há um
passeio a Belmonte, onde irão visitar
os museus ali existentes. “Podíamos
fazer outras actividades, como uma
noite de fados, por exemplo, mas
não contamos com o apoio da Câ-
mara na cedência do teatro. Há tem-
pos fomos a uma noite de fados do
Lions da Ponte de Sor, onde fi zeram
uma boa receita, porque a câmara lo-
cal lhes emprestou o teatro sem en-
cargos. A nossa, não.”
Eduardo Margarido, o actual pre-
sidente, deixa um apelo “às pesso-
as que gostam de ajudar: juntem-se
a nós, para em conjunto podermos
ajudar quem precisa”. O Clube pre-
cisa de renovação, de sangue novo
e mais jovem, para poder enfrentar
o futuro com mais energia. E tem a
vantagem de ter uma sede no centro
da cidade, uma casa restaurada que
lhe foi cedida pelo anterior presiden-
te, Joaquim Ribeiro. Há condições,
portanto só faltam os braços.
Alves Jana
A grande festa da música e dos galardões vai subir ao palco do cine-teatro S. Pedro, no dia 29 de Abril, pelas 21h30. Mais uma vez, espera-se casa cheia para aplaudir e apoiar os nossos músicos e para acarinhar os galardoados deste ano.
A Gala Antena Livre tem vindo
a marcar o calendário cultural da
nossa região. Ali têm sido divul-
gados e apoiados muitos dos va-
lores da nossa vida musical, que
vêem na Gala Antena Livre um lu-
gar de afi rmação e destaque. De
igual modo, ali tem sido divulga-
da e aplaudida a obra de pessoas
singulares e colectivas que não de-
vem passar despercebidas. A Gala
deste ano quer dar continuidade a
este projecto.
No campo da música, vão subir
ao palco, depois de um trabalho
a assinalar o Dia Mundial da Dan-
ça, os jovens dos Apple Pie, do
Tramagal, Os The Joes, de Lisboa
mas com dois músicos de cá, e ain-
da a participação de três dos gru-
pos que participaram no CD “es-
cuta”, que a Antena Livre lançou
no dia em que cumpriu 30 anos,
em Janeiro passado. Para fechar,
temos Filipe Santos, do Entronca-
mento, que conhecemos da pri-
meira edição da Operação Triunfo,
e que apresenta nesta Gala em pri-
meira mão, alguns temas do seu
mais recente disco editado neste
mês de Abril.
Os galardões deste ano vão ser
atribuídos nas categorias de cultu-
ra, empresa, social, jovem jornalis-
ta, comunicação (nacional), e pres-
tígio / carreira.
A VI Gala Antena Livre, como é
hábito e por princípio, é uma or-
ganização da Antena Livre, mas
é uma iniciativa assumida e le-
vada a cabo por todas as entida-
des que a patrocinam e apoiam e
por todas as pessoas que naque-
la noite vão aplaudir os nossos va-
lores musicais e homenagear os
galardoados. Por isso, a Gala Ante-
na Livre é um lugar de arte musical
e de cidadania responsável.
29 DE ABRIL, CINE-TEATRO S. PEDRO
VI Gala Antena Livre
HÁ 30 ANOS
Lions Clube de Abrantesao serviço de quem precisa
• Apple Pie, do Tramagal
jornaldeabrantes
ABRIL2011 CULTURA 19
Encontramos esta ponte entre Mon-talvo e Constância e em tempos fez parte da estrada que liga estas duas localidades, mas há perto de ses-senta anos que se encontra desacti-vada, devido a arranjos na referida estrada e cujo objectivo principal foi o de tirar uma apertada curva ali existente o que tornava o local, sob vários aspectos bastante perigoso.
Ainda bastante robusta, tem um só
arco amplo, rematado por pedras de
granito, bem aparelhadas. Sob ela
corre o Ribeiro da Quinta, que des-
ce do pinhal próximo, passa perto da
Quinta de Santa Bárbara e vai desa-
guar, não muito longe, na margem
direita do Tejo. Este curso de água
dividia duas quintas: a da Gorda a
poente e a da Fatacinha a nascente.
Perto, podemos ver um obelisco de
pedra com uma inscrição na base,
atestando a importância da constru-
ção desta ponte e a data, já pouco le-
gível da construção. Nela podemos
ler o seguinte: NO ANO DE 182…(O
último algarismo está ilegível)
REINANDO O MUITO ALTO E MUI-
TO PODEROSO REI E SENHOR D.
JOÃO VI SE CONSTRUIO PARA UTILI-
DADE PUBLICA, ESTA PONTE
A estrada, que passa perto, era a
única que, antes da construção da
A 23, ligava Abrantes a Constância,
pela margem direita do Tejo. A pon-
te e o obelisco podem ver-se (mal,
devido à vegetação ali existente) do
lado direito da estrada, quando nos
aproximamos da entrada de Cons-
tância.
Parece que, no início, não tinha
quaisquer guardas, mas como caí-
am, com alguma frequência, pessoas
nas águas do ribeiro, que no Inverno
eram turbulentas, foram construídos
os muros laterais que agora pode-
mos ver e que embora baixos, sem-
pre ofereciam alguma protecção.
Os simbolismos ligados às pontes
são muitos e antigos, tanto que se
perdem na noite dos tempos. Elas li-
gam as margens dos cursos de água
e por associação começaram tam-
bém a ligar o mundo dos vivos com
o mundo do Além, onde estão os es-
píritos dos antepassados, mas tam-
bém os seres sobrenaturais e várias
entidades míticas pagãs, que de-
pois o Cristianismo conotou com o
mal e com a noite. As pontes moder-
nas perderam já, para as populações
que as utilizam agora, este simbolis-
mo, mas a ponte de Santo Antoni-
nho, como ponte antiga que é, ain-
da o conserva, ou conservava, até há
cerca de cinquenta anos atrás.
Quando os meios de transporte
eram poucos e vagarosos, sobretu-
do os rapazes andavam muito a pé,
durante a noite. São estes, hoje já ho-
mens idosos, que mais histórias têm
para contar. Este era um lugar som-
brio, que a noite tornava arrepiante e
os motivos eram vários. A curva aper-
tada tirava a visibilidade, tornando o
local propício a assaltos, que tinham
como móbil mais comum o roubo,
mas também vinganças e ajustes de
contas que algumas vezes levavam à
morte. Mas o medo do sobrenatural
fazia arrepiar ainda mais.
Contam os antigos que um certo
rapaz namorava uma rapariga que
morava em Montalvo e ao regres-
sar a casa, já a altas horas da noite,
ao passar pela curva da ponte ou-
via sempre cantar um galo. Conti-
nuava o seu caminho sem qualquer
problema, mas passados uns tem-
pos começou a aborrecer-se com
tal facto. Uma noite, resolveu seguir
na direcção do canto e encontrou a
casa onde residia a dona do animal.
No dia seguinte, foi lá, comprou-o,
levou-o consigo e passado pouco
tempo matou-o, dizendo:
- Agora já nunca mais me aborre-
ces com as tuas cantigas!
O que é certo, dizem, é que passa-
dos poucos dias o rapaz apareceu
morto, precisamente no sítio onde
costumava ouvir o canto do galo.
Não se sabe como nem porquê, mas
dizem que foi morto por “aquilo” que
o galo afugentava com o seu canto.
Este anunciava o amanhecer e ao
matar o seu protector o rapaz fi cou
entregue às forças das trevas, que
acabaram por o aniquilar.
Era habitual, dizia-se, aparecerem
por ali seres ligados com a noite,
que tinham também uma conota-
ção diabólica: carneiros pretos que
se alguém os quisesse agarrar torna-
vam-se tão pesados que tinham que
os largar imediatamente, ouviam-se
cães a ladrar e a correr mas que nun-
ca ninguém via e era por ali que pas-
savam os lobisomens que nas noites
de segunda para terça e de quinta
para sexta tinham de correr sete vi-
las acasteladas, sete fontes, sete pon-
tes…
Junto da ponte foi mais tarde co-
locado um cruzeiro, para com a sua
força benéfi ca, afastar os seres das
trevas que por ali costumavam va-
guear. Estas e outras histórias nos
contaram os mais velhos, algumas
já as tinham ouvido a seus pais e são
vestígios de crenças antigas que, se
não forem passadas a escrito, desa-
parecerão com os últimos que eram
detentores deste conhecimento.
Teresa Aparício
LUGARES COM HISTÓRIA
A ponte de Santo Antonino
jornaldeabrantes
ABRIL201120 CULTURA
Abrantes Até 29 de abril - Exposição “A I República na Génese da BD e no
olhar do século XXI” - Biblioteca António Botto
Até 6 de maio - Exposição de Cerâmica de Ilda Bragança - Gale-
ria de Arte
14 de abril – Entre nós e as palavras com o escritor Mário Zambujal
- Biblioteca António Botto, às 21h30
20 de abril - Ler os nossos com José Luís Cordeiro a propósito do li-
vro Transparência da Alma - Biblioteca António Botto, às 21h30
22 a 25 de abril - Encontro Ibérico de Música Coral - Concerto dia
24 de abril às 17h00 na Igreja de São Vicente - Orfeão de Abrantes
29 de abril - Festa da Primavera - Centro histórico de Abrantes, a
partir das 10h30
29 de abril - Gala Antena Livre - Cine-teatro São Pedro, às 21h30
30 de abril – Festival de Tunas de Abrantes- Cine-teatro São Pedro,
às 21h30
5 de Maio - UPA, conferência - A osteoporose social e política, por
José Alves Jana, na Biblioteca Municipal António Botto, às 21h30.
CINEMAEspalhafi tas - Teatro São Pedro, às 21h30:
20 de abril – Canino
27 de abril – O Cisne Negro
Barquinha Ate 22 de abril - Exposição - Natureza em risco - Fauna e Flora
ameaçada de Portugal- Edifício do Paços do Concelho
25 de abril - À conversa com o escritor Emílio Miranda no âmbito
do Dia Mundial do Livro: - O Livro como veículo de transmissão do
conhecimento - Centro Cultural, às 17h00
Constância 23 a 25 de abril – Festas em Honra da Nossa Sr.ª da Boa Viagem
� música com The Kaviar, Projecto Amar, baile popular, artesanato,
tasquinhas, entre outros
Mação Até 29 de abril - Exposição - Fernão Mendes Pinto, deslumbramen-
tos de um olhar - Edifício dos Paços do Concelho, das 9h00 às 12h30
e das 14h00 às 17h30
18 de abril – Passeio pedestre nocturno pelo património da vila -
junto do Museu da Arte Pré-histórica, às 21h00
Sardoal Até 14 de maio - Exposição colectiva de fotografi a “Pelos Nossos
Olhos” – Centro Cultural Gil Vicente
22 a 25 de abril - Exposição de pintura alusiva à Semana Santa -
Clube de pintura do GETAS - Atrium do Getas
23 de abril –Teatro - A Paixão de Cristo, pelo GETAS – Praça da Re-
pública, às 16h00
24 de abril - Teatro A Casa das Albas - Centro Cultural Gil Vicente,
às 21h30
29 de abril - Concerto com a fadista Dora Maria - Centro Cultural Gil
Vicente, às 21h30 - entrada livre
CINEMACentro Cultural Gil-Vicente, às 16h00 e 21h30:
16 de abril – “Hereafter”
7 de maio – “Cisne Negro”
AGENDA DO MÊSJosé Luís Cordeiro apresenta “Transparências da Alma”
“Beluga”, o album estreia dos KaviarO ano de 2010 foi determinante para
os portugueses Kaviar. Ao tornarem-se
vencedores do concurso Optimus Live
Act, têm o privilégio de integrar o car-
taz do Festival Optimus Alive e de edi-
tar o seu EP de apresentação, “Sevruga”.
Encontraram o seu público numa série de
concertos pelo país, de onde se destacam
os palcos do Festa do Avante, Festival do
Alentejo, Aula Magna - com os britânicos A
Silent Film - e o concerto para mais de 20 mil
pessoas, em Abrantes, com os Xutos e Pon-
tapés. O encontro com o produtor Pedro
Carvalho, no fi nal de um concerto, acaba por
levar a banda ao Zero Estúdio para um novo
desafi o – a gravação de “Beluga”, composto
por 10 temas, álbum de estreia da banda de
Abrantes. O disco foi masterizado nos len-
dários Abbey Road Studios OM e está à ven-
da desde o dia 28 de Março de 2011. Cha-
mar Kaviar à banda partiu do objectivo de
que esta se manifestasse numa atitude esté-
tica e sonora que ambicionasse o luxo, o re-
quinte, a opulência, nunca esquecendo que
ao virar da esquina está e estará sempre a
decadência, a ruína e o excesso que sempre
vaguearam no estereótipo do consumidor
de caviar, tal como no arquétipo do Rock’n’
Roll. “Beluga” é o mote para novos concer-
tos. A banda está na estrada e poderá ser
vista a 23 de Abril em Constância, 29 de
Abril em Aveiro e 30 de Abril em Abrantes.
Os Kaviar são: Humberto Felício (voz e gui-
tarra), Afonso Alberty (baixo), Miguel Da-
mas (guitarra e vozes), José Tomás (teclas) e
Hélder Martins (bateria).
O escritor e poeta José Luís
Cordeiro vai estar presente em
Abrantes para falar sobre o seu
livro - Transparências da Alma -
(Editora Papiro, 2010). O autor vai
falar do seu livro de poesia que
mais não é que “fragmentos de
memória, pedaços da sua própria
existência, transparências da sua
própria alma .- José Luís Cordei-
ro nasceu em Santarém em 1963,
é licenciado em Línguas e Litera-
turas Modernas e actualmente é
professor de Língua Portuguesa.
Dia 20 de Abril, na Biblioteca An-
tónio Botto, às 21h30.
Exposição colectiva de fotografi a no Sardoal
São dez os autores que contri-
buíram para a exposição de foto-
grafi a que está patente no Cen-
tro Cultural de Sardoal até ao dia
14 de Maio. Integrada nos feste-
jos da Semana Santa, “Pelo Nosso
Olhar” é uma mostra fotográ-
fi ca sobre temas religiosos em
que cada fotógrafo dá o seu
contributo, o seu ponto de vis-
ta expresso em imagens. Con-
de Falcão, Paulo Sousa, Paulo
Salgueiro, Pedro Rosa, Nuno
Simples, Pedro Sousa, Paulo
Machado, Luís Costa, João Sa-
raiva e Ricardo Salgueiro são
os autores das fotografi as em
exposição. São sardoalenses e
por isso sempre estiveram en-
volvidos no ambiente festivo que
é a Semana Santa. Nos dias 21 e 22
de Abril a exposição pode ser vista
das 15h00 às 21h30 e nos restan-
tes dias entre as 15h as 18h00.
CULTURA 21
jornaldeabrantes
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M.H.
AO DIVINO ESPIRITO SANTOAO MENINO JESUS DE PRAGA
AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Novena infalível.Oh! Jesus que dissestes: Pede e receberás, procura e acharás, bate e a porta se abrirá. Por intermédio de Maria Vossa Mãe Santíssima, eu bato, procuro e vos rogo que minha prece seja atendida. (Menciona-se o pedido).Oh! Jesus que dissestes: tudo o que pedires ao Pai em meu nome, Ele atenderá. Com Maria, Vossa Santa Mãe, humildemente rogo ao Pai, em Vosso Nome, que minha prece seja ouvida. (Menciona-se o pedido).Oh! Jesus que dissestes: O céu e a terra passarão, mas a minha palavra não passará: Com Maria Vossa Mãe Bendita eu confio que a minha oração seja ouvida. (Menciona-se o pedido).Rezar 3 Avé Marias e uma Salve Rainha. Em casos urgentes, esta novena deverá ser feita em 9 horas.Mandada publicar por ter alcançado uma grande graça.
A.S.M
jornaldeabrantes
ABRIL2011 SAÚDE 23
Estabelecimentos comerciais: processo de licenciamento e vigilância higio-sanitária
SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere
A instalação de estabelecimentos de comércio ou de armazenagem de pro-dutos alimentares, não alimentares e de prestação de serviços, está mais simplifi cada desde a publicação do Decreto-Lei 259/2007, de 17 de Julho, com o regime de declaração prévia.
Desta forma, sem dispensar os pro-
cedimentos estabelecidos em matéria
de urbanização e edifi cação, o titular
da exploração dos estabelecimentos
e armazéns abrangidos pelo decreto-
lei atrás referido deve, até 20 dias úteis
antes da sua abertura ou modifi cação,
apresentar uma declaração na respec-
tiva Câmara Municipal e cópia na Di-
recção-Geral da Empresa, na qual se
responsabiliza que o estabelecimento
cumpre todos os requisitos adequados
ao exercício da actividade ou do ramo
de comércio, fi cando deste modo dis-
pensado da vistoria que antecede a sua
abertura.
Os requisitos legais a que devem obe-
decer os estabelecimentos, armazéns
e secções acessórias estão publicados
na Portaria 789/2007, de 23 Julho. No
mesmo diário da república poderá en-
contrar também o modelo da decla-
ração prévia e os estabelecimentos
abrangidos.
O cumprimento das obrigações a que
estes estabelecimentos estão sujeitos
pode ser fi scalizado em qualquer altu-
ra, pela ASAE, sem prejuízo das compe-
tências atribuídas às Câmaras Munici-
pais, às competências das Autoridades
de Saúde e às competências das enti-
dades que intervêm no âmbito dos re-
quisitos específi cos aplicáveis.
Por considerarmos que estes estabe-
lecimentos são de grande importân-
cia na sociedade actual, foi criado um
projecto de vigilância sanitária para es-
tabelecimentos comerciais na Unida-
de de Saúde Pública do Agrupamento
de Centros de Saúde do Médio Tejo II
– Zêzere, por forma a suprimir eventu-
ais riscos para a saúde dos consumido-
res. Estamos ao seu dispor sempre que
considerar necessária a nossa colabo-
ração no que diz respeito às compe-
tências atribuídas à Saúde Pública, de-
vendo para tal dirigir-se ao Centro de
Saúde da área de abrangência do seu
estabelecimento.
Patrícia CruzTécnica de Saúde Ambiental
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