Livro de Resumos
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IX Congresso da APDEA / III Encontro Lusófono em
Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural
A AGRICULTURA E OS DESAFIOS SOCIETAIS
PARA O PERÍODO 20-30
1
© 2019
Título
Livro de Resumos do IX Congresso da APDEA / III Encontro Lusófono em ESADR
Organização e Edição
Ana Marta-Costa e Maria Leonor da Silva Carvalho
Produção
Associação Portuguesa de Economia Agrária (APDEA)
Parceiros
Apoios e Patrocínios
2
3
Índice
...................................................................................................................................................................................... 0
IX Congresso da APDEA / III Encontro Lusófono em Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural ............................................................................................................................................................................. 0
Índice ................................................................................................................................................................. 3
Comissões ....................................................................................................................................................... 10
Programa Geral ............................................................................................................................................. 12
Resumos .......................................................................................................................................................... 15
TC1 | Novas Tecnologias e Inovação ............................................................................................................ 16
A INOVAÇÃO PARA UMA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO DO GRUPO OPERACIONAL “GESTÃO DA ÁGUA NO VALE DO LIS", PORTUGAL .................................................................................................................................................................................................... 16
CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GRÃOS E EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA PROPRIEDADE TÍPICA DE CASCAVEL (PR, BRASIL) – SAFRAS 2007/08 A 2016/17 ........................................................................................................................................................................... 17
A INOVAÇÃO NO CONTEXTO DO GRUPO WHATSAPP “PEIXE DE RONDÔNIA” VISANDO A SUSTENTABILIDADE DA AQUICULTURA .......................................................................................................................................................................................................................... 17
A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E A TOMADA DE DECISÃO DO PRODUTOR DE GRÃOS DO OESTE DO PARANÁ: O CASO DA PROPRIEDADE TÍPICA DE CASCAVEL (PR, BRASIL) – SAFRAS 2007/08 A 2016/17 ......................................................................................... 18
TC2 | Alterações climáticas e smart farming ................................................................................................. 19
VULNERABILIDADE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE AGRICULTORES FAMILIARES DA REGIÃO DO RIO DOCE, BRASIL .................. 19
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E VULNERABILIDADE AMBIENTAL DOS AGRICULTORES RURAIS FAMILIARES DA REGIÃO RIO DOCE, MINAS GERAIS, BRASIL ......................................................................................................................................................................................................... 19
TC3 | Modos de produção e serviços do ecossistema .................................................................................. 21
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS: AVANÇOS E LIMITAÇÕES ............................................................................................................... 21
MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO DE EMPRESA FRIGORÍFICA PARANAENSE: UMA ANALISE DA LINHA DE PRODUÇÃO ............................ 22
ASPECTOS RELEVANTES DA PRODUÇÃO LEITEIRA NO ESTADO DO PARANÁ: UMA ANÁLISE DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE ........................................................................................................................................................................................................................................................ 22 DESAFIOS DE COMPETITIVIDADE E SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE BATATA-DOCE EM ECOSSISTEMAS PROTEGIDOS 23
ANÁLISIS DEL PROCESO DE RECONVERSIÓN A ECOLÓGICO DE LAS EXPLOTACIONES DE VACUNO DE LECHE EN GALICIA .......... 23
A FARMING-SYSTEM APPROACH TO ASSESS CLIMATE VULNERABILITY IN MOZAMBIQUE ....................................................................... 24
A VALORIZAÇÃO DOS PRODUTOS ENDOGENOS EM TERRITÓRIOS DE RURAIS DE BAIXA DENSIDADE: PRODUÇÃO QUALIFICADA DE CAPRINOS NA REGIÃO INTERIOR NORTE DE PORTUGAL .................................................................................................................................. 24
STRATEGIES OF VALORIZATION OF SHEEP PRODUCTS IN MOUNTAIN TERRITORIES ................................................................................... 25
ADOÇÃO DA PRÁTICA DE ENRELVAMENTO EM TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO: UM MODELO DE COMPORTAMENTO ORIENTADO PARA METAS ................................................................................................................................................................................................... 26
AGROFLORESTA DE SUCESSÃO - UM MODELO PARA A SUSTENTABILIDADE .................................................................................................. 26
AGROECOLOGIA E AGRICULTURA BIOLÓGICA: PRÁTICAS E SIGNIFICADOS, EM PORTUGAL E NO BRASIL .......................................... 27
TC4 | Mercados e competitividade ............................................................................................................... 28
ÍNDICE DE MALMQUIST COMO COMPLEMENTO À ANÁLISE DE EFICIÊNCIA NO CULTIVO DE TILÁPIA: UMA PROPOSTA DE ESTUDO ....................................................................................................................................................................................................................................... 28
ANALISE DO GRAU DE COMPETITIVIDADE DA SOJA BRASILEIRA ATRAVÉS DOS ÍNDICES DE VANTAGEM COMPARATIVA REVELADA SIMÉTRICA, ORIENTAÇÃO REGIONAL E CONSTANT MARKET SHARE ........................................................................................... 29
4
A EFETIVIDADE DO HEDGING EM CONTRATOS FUTUROS DE SOJA NA CHICAGO BOARD OF TRADE, NO PERÍODO DE 2008 A 2017.............................................................................................................................................................................................................................................. 29
CONFIGURAÇÕES PRODUTIVAS E ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA NA PRODUÇÃO LEITEIRA DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ . 30
THE COFFEE MARKET IN BRAZIL: CHALLENGES AND POLICY GUIDELINES ....................................................................................................... 30
A COMPETITIVIDADE LOGÍSTICA BRASILEIRA PARA O ESCOAMENTO DE GRÃOS PELOS PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS: SANTOS E PARANAGUÁ ........................................................................................................................................................................................................ 31
MERCADO DAS COLHEDORAS DE ALGODÃO NO BRASIL: UM ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 31
AVALIAÇÃO ECONÓMICA DA EXPLORAÇÃO DE POMARES DE PESSEGUEIRO EM PLENA PRODUÇÃO: ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DA COVA DA BEIRA ................................................................................................................................................................................................ 32
SERÃO AS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA SUSTENTÁVEIS: UMA ABORDAGEM MINI-MAX ......... 32
ANÁLISE DO MERCADO DA PIMENTA-DO-REINO NO BRASIL E NO MUNDO EM PERIODO RECENTE ................................................... 33
POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC): SEIS DÉCADAS A SEMEAR UMA AGRICULTURA EUROPEIA EQUILIBRADA A NÍVEL SOCIAL, TERRITORIAL E AMBIENTAL PARA O SÉCULO XXI ....................................................................................................................................................... 34
O RESSURGIR DA ATIVIDADE AGRÍCOLA: INICIATIVA OU INCENTIVOS AO INVESTIMENTO? ................................................................... 34
RAZÃO DE PREÇOS SOJA/MILHO NA GESTÃO DE RISCO DE PREÇO NOS MERCADOS FÍSICOS E FUTUROS DO MILHO NO BRASIL ........................................................................................................................................................................................................................................................ 35 COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA DO BRASIL: UMA ANÁLISE DAS VANTAGENS COMPARATIVAS ...... 35
A RENTABILIDADE DOS PRODUTORES DE SOJA NO PARAGUAI: CONCENTRAÇÃO E EXCLUSÃO ............................................................. 36
PRODUTIVIDADE DA FRUTICULTURA NORDESTINA: EVIDÊNCIAS DE CONVERGÊNCIA ............................................................................... 36
PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA ANÁLISE DE Β-CONVERGÊNCIA ................................... 37
EFEITOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMPRA INSTITUCIONAL SOBRE A ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES FAMILIARES DE BANANAS: UM ESTUDO DE CASO NO BRASIL .............................................................................................................................................................. 37
CONTRATO FUTURO DE BASE DE PREÇOS DE MILHO NO BRASIL: EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS DE TRANSMISSÃO ASSIMÉTRICA ENTRE AS REGIÕES ................................................................................................................................................................................................................. 38
AVALIAÇÃO ECONÔMICA SOB CONDIÇÕES DE RISCO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO COM SOJA, MILHO E ALGODÃO EM MATO GROSSO......................................................................................................................................................................................................................... 38
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA PARA OS PRINCIPAIS DESTINOS: ANÁLISE DE PERSISTÊNCIA AOS CHOQUES . 39
AN OVERVIEW OF CHESTNUT´S PRODUCTION AND MARKET DEVELOPMENTS IN PORTUGAL ............................................................... 39
COMPETITIVIDADE DO BRASIL NO MERCADO MUNDIAL DE ÓLEO DE PALMA .............................................................................................. 40
A CRISE DA REESTRUTURAÇÃO CAPITALISTA E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO FEMININO NO BRASIL ENTRE 2008-2016 ..... 40
ESCALA E QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE VINHO: O CASO DOS VINHOS DO DÃO ....................................................................................... 41
ESTUDO DE MERCADO DE CAFÉ BIOLÓGICO DE STP ................................................................................................................................................ 41
TC5 | Investigação e Valorização do conhecimento .................................................................................... 43
THE PLACE OF WINE IN SOCIETIES: THE CULTURAL PERSPECTIVE ....................................................................................................................... 43
HISTORICAL RECORDS OF WINE: HIGHLIGHTING THE OLD WINE WORLD ....................................................................................................... 43
SINERGIA DO CONHECIMENTO PARA A COMPETITIVIDADE: SISTEMAS COOPERADOS COMO INFLUENCIADORES NA GESTÃO RURAL .......................................................................................................................................................................................................................................... 44
KEY DRIVERS PARA APERFEIÇOAMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE NA CAFEICULTURA BRASILEIRA .................... 44
CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO: REFLEXÃO A PARTIR DA PLATAFORMA NACIONAL ALIMENTAR CIDADES SUSTENTÁVEIS .......................................................................................................................................................................................................................... 45
BIOPROSPECÇÃO: CAMINHO PARA VALORAÇÃO DOS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS ASSOCIADOS À BIODIVERSIDADE ..... 46
INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................................... 46
TC6 | Sistemas agroflorestais e desenvolvimento territorial ...................................................................... 48
DINÂMICAS E DILEMAS DO BABAÇU NO PIAUÍ ........................................................................................................................................................... 48
AGRICULTURA SINTRÓPICA NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL: IMPLEMENTAÇÃO DE UM CAMPO DE DEMONSTRAÇÃO ...... 49
DESAFIOS NA PRODUÇÃO DE AÇAÍ NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: DO EXTRATIVISMO AO PLANTIO ....................................................... 49
MAPEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DAS LAVOURAS DE CACAU THEOBROMA ................................................................................................... 50
CACAO NA VIGÊNCIA DO PRÓCACAU 2011-2019, NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL ........................................................................................ 50
TRANSFORMAÇÕES NA ZONA DE ALQUEVA NOS ÚLTIMOS 20 ANOS: ALGUMAS QUESTÕES SOCIOLÓGICAS ................................. 51
5
FRUTOS SECOS: UMA APROXIMAÇÃO QUANTITATIVA À DISPONIBILIDADE DE SUBPRODUTOS ............................................................ 51
ECONOMIA DO PORCO ALENTEJANO E DA MONTANHEIRA .................................................................................................................................. 52
O GARRANO COMO FATOR DE SUSTENTABILIDADE DE TERRITÓRIOS DE REDE NATURA 2000 .............................................................. 52
A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR AS FESTIVIDADES NA ANÁLISE DO BEM-ESTAR DOS AGREGADOS FAMILIARES RURAIS EM TIMOR-LESTE ............................................................................................................................................................................................................................ 53
TC7 | Ambiente e recursos naturais ............................................................................................................. 54
PROPRIEDADE INTELECTUAL, BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA E O REGISTRO DE PATENTES DE RECURSOS DA FLORESTA .......... 54
A ESTRUTURA INSTITUCIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS ................................................................... 54
A GOVERNANÇA NEXUS ÁGUA, ENERGIA E ALIMENTO E OS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO BRASIL: UM ESTUDO APLICADO AO CONTEXTO DO SISTEMA PRODUTOR DE ÁGUA CANTAREIRA .................................................................................................. 55
EFEITOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DE UMA REGRA TRIBUTÁRIA AMBIENTAL NO BRASIL: EVIDÊNCIAS DE UM MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL .................................................................................................................................................................................................................. 56
A MINIMUM CROSS-ENTROPY APPROACH FOR DISAGGREGATING AGRICULTURAL DATA AT FIELD LEVEL: AN APPLICATION TO PORTUGAL ................................................................................................................................................................................................................................. 56
ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS BENEFICIADOS PELO REPASSE DO ICMS PELO CRITÉRIO ECOLÓGICO DA LEI ROBIN HOOD NO ESTADO DE MINAS GERAIS NO PERÍODO DE 2000 A 2017 ..................................................................................................................................... 57
O VALOR DO RECREIO FLORESTAL NOS PARQUES FLORESTAIS AÇORIANOS .................................................................................................. 57
DESENHO DE UMA INSTITUIÇÃO GESTORA DOS RECURSOS NATURAIS E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS PARA BIOPROSPECÇÃO ..................................................................................................................................................................................................................... 58
FLORESTA E AMBIENTE SOCIOECONÔMICO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA ........................................................................................................ 58
ANÁLISE DE PEQUENOS PRODUTORES COM MANEJO DE BACURIZEIROS (Platonia insignis Mart.) NA AMAZÔNIA PARAENSE: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DE ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIAL .............................................................................................. 59
GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS URBANOS NA CIDADE DE PEMBA – PROJECTO DO CENTRO INTEGRADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS ................................................................................................................................................................................................................................... 59
TC8 | Agro-negócio e economia verde ......................................................................................................... 61
ESTUDO DA ARMAZENAGEM DE GRÃO DO ESTADO DO PARANÁ-BRASIL: UMA VISÃO ESPACIAL ........................................................ 61
AGRICULTURA BIOLÓGICA NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL: ESTUDO DE CASO DA SUB-REGIÃO DA BEIRA LITORAL E NO VALE DO LIS ............................................................................................................................................................................................................................... 61
QUEIMA DE CASCA DE ARROZ PARA GERAÇÃO DE ENERGIA: ESTUDO DE CASO PARA UMA REGIÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO - BRASIL ..................................................................................................................................................................................................................... 62
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL......................................................................... 62
AS CINCO ALAVANCAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO E O DESAFIO DA COMUNICAÇÃO E REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL NO SÉCULO XXI ................................................................................................................................................... 63
PREÇO-SOMBRA DA ÁGUA UTILIZADA PARA IRRIGAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO DE ARAÇATUBA – SP - BRASIL ..... 63
A REGRA ÓTIMA DE ARMAZENAMENTO DE MILHO NO BRASIL: APLICAÇÃO DE UM MODELO DINÂMICO DE EXPECTATIVAS RACIONAIS ................................................................................................................................................................................................................................. 64
AGRO-FOOD SYSTEMS RESTRUCTURING IN BRAZIL: MONSANTO’S ‘LIFE SCIENCES’ NETWORK ............................................................. 65
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA PISCICULTURA EM RONDÔNIA - BRASIL ......................................................................................... 65
TC9 | Segurança alimentar, consumo e cadeias de valor ............................................................................ 66
PERCEPÇÃO DOS CRIADORES DE SUBSISTÊNCIA QUANTO AO RISCO DA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS DECORRENTE DO CONTATO ENTRE SUÍNOS DOMÉSTICAS E JAVALIS ASSELVAJADOS.................................................................................................................... 66
FORECASTING AQUAPONICS BY GOOGLE TRENDS IN EUROPEAN COUNTRIES .............................................................................................. 66
OS DESAFIOS AMBIENTAIS DA VITICULTURA E A REDUÇÃO DO USO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS: O CONTRIBUTO DA ECONOMIA COMPORTAMENTAL ...................................................................................................................................................................................... 67
UMA REFLEXÃO SOBRE A AGRICULTURA BIOLÓGICA, A SEGURANÇA E A SOBERANIA ALIMENTAR NA UNIÃO EUROPEIA: O CASO DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES............................................................................................................................................................... 68
O ETANOL DE MILHO NO BRASIL: CRESCIMENTO RECENTE E PERSPECTIVAS ................................................................................................ 68
CADEIA AGROINDUSTRIAL DO MILHO NO BRASIL: ESTRUTURAÇÃO DO FLUXO DE TRANSAÇÕES ENTRE A UNIDADE AGRÍCOLA E O VAREJO ................................................................................................................................................................................................................................ 69
6
INFLAÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL: IMPACTO DE OSCILAÇÕES DE PREÇOS DO MILHO EM GRÃO E PREÇOS DE DIFERENTES PRODUTOS NO MERCADO VAREJISTA ............................................................................................................................................................................ 70
O IMPACTO DA PERDA DA PRODUÇÃO DE SOJA SOBRE A INFLAÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL ......................................................... 70
CARACTERIZAÇÃO DOS ACORDOS DE PARCERIA ECONÓMICA ENTRE A UE E OS PALOP'S NAS SUAS COMPONENTES DE SEGURANÇA ALIMENTAR ..................................................................................................................................................................................................... 71
PORTUGUESE CONSUMER: ATTITUDE AND BEHAVIOR TOWARDS CONSUMPTION OF OLIVE OIL ........................................................ 71
CADEIA AGROINDUSTRIAL DO ALGODÃO NO BRASIL E TRANSMISSÃO DE PREÇOS DO CAMPO AO VAREJO .................................... 72
CARACTERIZAÇÃO DA ADEGA COOPERATIVA DE MESÃO FRIO NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO, PORTUGAL ....................... 72
REPENSAR A CADEIA DE VALOR DO CACAU BIOLÓGICO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE .................................................................................... 73
COOPERATIVISMO E ACESSO AOS SERVIÇOS AGRÍCOLAS NA PROVÍNCIA DO HUAMBO: O CASO DE COOPERATIVAS APOIADAS PELA ADRA ................................................................................................................................................................................................................................. 73
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR PORTUGUÊS DE VINHO BIOLÓGICO.................................................................................................. 74
PT1 | Agricultura Familiar e o processo de diversificação do meio rural .................................................. 75
O BEM-ESTAR DOS AGREGADOS FAMILIARES RURAIS EM TIMOR-LESTE: UMA ABORDAGEM USANDO PLE .................................... 75
DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: UM ESTUDO DE CASO DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NO MUNICÍPIO DE CAXIAS NO ESTADO DO MARANHÃO ................................................................................................. 75
CARACTERIZAÇÃO AGROECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO RIBEIRA COMO SUBSÍDIO PARA A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS .............................................................................................................................................................................................................. 76
A FELICIDADE ENTRE MULHERES PARTICIPANTES DA LAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL: UM ESTUDO PILOTO ..................... 77
IMPACTOS DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE) NO ESTADO DA PARAÍBA .............................................. 77
RECONFIGURAÇÕES E SUSTENTABILIDADE DA ATIVIDADE LEITEIRA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA FAMILIAR ....... 78
MONOCULTURAS, ATIVIDADES EXTRATIVAS E O TRABALHO DAS MULHERES NA AGRICULTURA DA AMAZONIA .......................... 78
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA ................................................................................................. 79
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES EM ESPAÇOS COOPERATIVOS ............................................................................................................................ 79
PLANS FOR FAMILY FARM SUCCESSION, INHERITANCE AND MIGRATION: CASE STUDY AT PARANA- BRAZIL .................................. 80
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DO CENSO AGROPECUÁRIO ....................... 80
PERFIL GERENCIAL DE PROPRIEDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR DA REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃO PRETO/SP: ANÁLISE MULTIVARIADA E QUALITATIVA SOBRE A EFICIÊNCIA DE GESTÃO ................................................................................................... 81
AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO LEITEIRA NO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL ................................................................. 81
A AGRICULTURA FAMILIAR EM PORTUGAL: PANORAMA E DESAFIOS .............................................................................................................. 82
PT2 | Avaliação das preferências alimentares dos consumidores: uma abordagem multidisciplinar ..... 83
CONSUMIDORES: QUALIDADE ESPERADA E QUALIDADE EXPERIMENTADA NA CARNE DE BOVINO .................................................... 83
OS HÁBITOS E PREFERÊNCIAS ALIMENTARES DOS CONSUMIDORES BRASILEIROS SOB OS ASPECTOS DO COMPORTAMENTO DE COMPRA ............................................................................................................................................................................................................................... 84
PREFERÊNCIAS DIFERENCIADAS DOS CONSUMIDORES DE VINHO: AMBIENTE, NATURALIDADE E SABOR. RESULTADOS DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL EM PORTUGAL .................................................................................................................................................................. 84
HEALTH VALUES, FOOD CLAIMS AND THE INTENTION TO USE ORGANIC OLIVE OIL: AN EXTENDED MODEL OF GOAL-DIRECTED BEHAVIOUR ............................................................................................................................................................................................................................... 85
PT3 | Circuitos Curtos Agroalimentares ...................................................................................................... 86
AGROECOLOGIA, MERCADO E AGRICULTURA FAMILIAR: CABEM TODOS NA MESMA CESTA? .............................................................. 86
TRABALHO, RENDA E AGROECOLOGIA: QUESTÕES PARA UMA OUTRA ECONOMIA ................................................................................... 86
CANAIS CURTOS DE COMERCIALIZAÇÃO: UM MAPEAMENTO DAS FEIRAS LIVRES DE COMERCIALIZAÇÃO NO BRASIL ................ 87
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS E SEU POTENCIAL DE MERCADO ............................................................. 88
MERCADOS LOCAIS COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ANÁLISE ENTRE DOIS CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO ......................................................................................................................................................................................... 88
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM CIRCUITO CURTO AGROALIMENTAR PARA O SETOR DA ECONOMIA SOCIAL – CASO ESTUDO NA REGIÃO DA BEIRA INTERIOR ............................................................................................................................................................................................... 89
APROXIMAR – PRODUZIR E CONSUMIR LOCALMENTE ............................................................................................................................................ 89
A PROMOÇÃO DA CRIAÇÃO DE CIRCUITOS CURTOS COMO MOTOR DE DESENVOLVIMENTO ............................................................... 90
7
MERCADOS DO QUEIJO MINAS ARTESANAL DA CANASTRA E SERRO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA FORMAÇÃO DOS PREÇOS . 90
O ENSINO DE SISTEMAS ALIMENTARES LOCAIS SUSTENTÁVEIS: APRESENTAÇÃO DO PROJECTO ERASMUS+ EducLocalFOOD 91
A DINÂMICA DE COMERCIALIZAÇÃO EM CIRCUITO CURTO: UM ESTUDO DE CASO NA GALIZA ............................................................. 92
ESPAÇOS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR: OS CIRCUITOS AGROALIMENTARES CURTOS .... 92
PT4 | Agricultura e Desenvolvimento Rural: agenda de pesquisas comparativas entre Portugal e Brasil
......................................................................................................................................................................... 94
DESENVOLVIMENTO RURAL NO BRASIL ATUAL: CONTEXTO E PERSPECTIVAS ............................................................................................... 94
AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO NO CENÁRIO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO .......................................................................................... 94
EVOLUÇÃO E PANORAMA DA AGRICULTURA EM PORTUGAL............................................................................................................................... 95
DENOMINAÇÃO DE ORIGEM E RESILIENCIA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO ARTESANAL DE QUEIJO .................................................... 95
PT5 | Os Valores de Produção Padrão e a comparabilidade de indicadores de sistemas de produção em
Portugal .......................................................................................................................................................... 97
UMA ABORDAGEM SOBRE A FLORICULTURA SEGUNDO A METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO .................... 97
A METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO .................................................................................................................................... 97
A TIPOLOGIA DA PRODUÇÃO DA CARACOLETA .......................................................................................................................................................... 98
A PRODUÇÃO ANIMAL EM PORTUGAL CONTINENTAL. CARACTERIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ATRAVÉS DA METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO ................................................................................................................................................................................... 98
VALOR ECONÓMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS EM PORTUGAL COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO........................................................................................................................................... 99
PEQUENOS RUMINANTES NO NORTE DE PORTUGAL - VALOR ECONOMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO ............................................................................................................................. 99
VALOR ECONOMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO DE BOVINOS NO NORTE DE PORTUGAL COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO .................................................................................................................. 99
CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO DE HORTOFRUTÍCOLAS EM MODOS DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO E CONVENCIONAL NA REGIÃO CENTRO ..................................................................................................................... 100
COMO OS CIRCUITOS DE COMERCIALIZAÇÃO, INFLUENCIAM O VALOR DE PRODUÇÃO PADRÃO NAS CULTURAS HORTÍCOLAS EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO NA REGIÃO CENTRO ............................................................................................................................. 100
ANÁLISE ECONÓMICA DOS MODOS DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL VS BIOLÓGICA PARA OS CITRINOS, NO ALGARVE ......... 101
ANÁLISE COMPARATIVA DE MODOS DE PRODUÇÃO, BIOLÓGICO VS CONVENCIONAL NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL .. 101
CONTRIBUTOS DA PEQUENA AGRICULTURA ATRAVÉS DA METODOLOGIA DOS VPP .............................................................................. 102
PT6 | Biodiversidade, agricultura familiar e circuitos comerciais agroalimentares ................................ 103
COMUNIDADES QUE SUSTENTAM A AGRICULTURA NO BRASIL E NA ALEMANHA: CONSTRUÇÃO DE INDICADORES SOCIAIS103
PRODUÇÃO AGRÍCOLA E AGRICULTURA FAMILIAR EM REGISTRO (SÃO PAULO, BRASIL): UMA ANÁLISE INICIAL ........................ 104
ANÁLISE DE POSSÍVEIS EVIDÊNCIAS ENTRE O ACESSO AO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) E RENDA, CONSIDERANDO ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO DOS AGRICULTORES ........................................................................ 104
SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE BIOFORTIFICADA COM BETACAROTENO REALIZADA COM AUXÍLIO DE AGRICULTORES FAMILIARES ............................................................................................................................................................................................ 105
REINTRODUÇÃO DE VARIEDADES CRIOULAS DE BATATA-DOCE ATRAVÉS DE FEIRA REGIONAL DE TROCA DE SEMENTES ...... 105
PARTICIPAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DO SERTÃO DO PAJEÚ/PE NO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE) ................................................................................................................................................................................................................... 106
BIODIVERSIDADE, AGROECOLOGIA E A REINTRODUÇÃO DO PLANTIO DO ALGODÃO NO ASSENTAMENTO VIDA NOVA, MUNICÍPIO DE OURO BRANCO, ALAGOAS, BRASIL ................................................................................................................................................ 107
AGRICULTURA FAMILIAR E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM PORTUGAL ................................................................................ 107
PT7 | Atividade vitivinícola e Sustentabilidade: desafios no horizonte 2030 ........................................... 109
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E SUAS IMPLICAÇÕES NA ATIVIDADE VITIVINÍCOLA NO ALENTEJO ............................................................. 109
CARATERIZAÇÃO DOS CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO DO VINHO NO ALENTEJO ..................................................................................... 109
SUSTAINABLE SUPPLY CHAIN NETWORK DESIGN: AN APPLICATION TO THE WINE INDUSTRY IN ALENTEJO ................................. 110
CONTEXTOS DO VINHO: ENTRE A HISTÓRIA E AS PERSPETIVAS PARA O SÉCULO XXI .............................................................................. 110
8
SISTEMAS VITÍCOLAS NO DOURO: DIFERENÇAS E SIMILARIDADES PARA A EFICIÊNCIA .......................................................................... 111
A IMPORTÂNCIA DA MARCA NA AVALIAÇÃO DE UM VINHO ............................................................................................................................. 111
INFLUÊNCIA DO MODO DE PRODUÇÃO DE VINHA NA DIVERSIDADE DE MACROINVERTEBRADOS ................................................... 112
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE UVAS E VINHOS DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA ......................... 113
INFLUÊNCIA DO PREÇO DA MÃO-DE-OBRA NA SUSTENTABILIDADE DAS EXPLORAÇÕES VITÍCOLAS DURIENSES: UMA APLICAÇÃO DE ABM ............................................................................................................................................................................................................ 113
RESHAPING AKIS TO SUPPORT AGRO-ECOLOGICAL TRANSITIONS IN AGRICULTURAL LANDSCAPES: THE CASE OF ALTO DOURO VALLEY WINESCAPE ............................................................................................................................................................................................................ 114
PT8 | Avaliação de impactos socioeconômicos da produção de bioenergia ............................................ 115
IS BIOFUELS DESIRABLE TO EMERGING ECONOMIES? A GENERAL EQUILIBRIUM APPROACH TO BRAZIL ....................................... 115
IMPACTOS DA MECANIZAÇÃO NA PRODUTIVIDADE E NO MERCADO DE TRABALHO DO SETOR SUCROENERGÉTICO .............. 115
FLUXOS DE TRABALHADORES NO MERCADO DE TRABALHO DO SETOR SUCROENERGÉTICO ENTRE 2008 E 2016 ..................... 116
MECANIZAÇÃO DA COLHEITA E OS REFLEXOS NO AMBIENTE EMPREGATÍCIO DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA BRASILEIRA EM MATO GROSSO DO SUL E NO PARANÁ ................................................................................................................................................................ 117
PANORAMA DO SETOR ENERGÉTICO E SEU RELACIONAMENTO COM O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UM ESTUDO COM USO DE TÉCNICAS MULTIVARIADA ......................................................................................................................................................................................... 117
PT9 | Agricultura Brasileira e os desafios do comércio internacional ...................................................... 119
BRAZILIAN EXPORTERS OF CHICKEN MEAT AND PRIVATE STANDARDS ......................................................................................................... 119
BARREIRAS ÀS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS BRASILEIROS....................................................................................................... 119
BANANICULTURA: PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS .......................................................................................................................... 120
EFEITOS DAS MEDIDAS SPS SOBRE AS EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS BRASILEIRAS PARA OS PAÍSES DO BRICS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO MODELO GRAVITACIONAL ........................................................................................................................................................................ 121
PT10 | Controle da fronteira agrícola, reorganização territorial e o desenvolvimento regional .......... 122
EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO TERRITÓRIO DO MATOPIBA E AS REPERCUSSÕES NA CONTINUIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR TRADICIONAL .................................................................................................................................................................................................... 122
O FALSO DILEMA DA OPOSIÇÃO ENTRE AS DIMENSÕES LOCAL E NACIONAL ............................................................................................. 122
ESTIMATIVAS DE MULTIPLICADORES DE EMPREGO PARA SETORES DE ATIVIDADE NO ESTADO DO MARANHÃO ...................... 123
UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE OCUPAÇÃO E CONCENTRAÇÃO PRODUTIVA PARA O MEIO RURAL DO ESTADO DO MARANHÃO ........................................................................................................................................................................................................................... 123
TRANSFORMAÇÕES E DECOMPOSIÇÕES ESTRUTURAIS NO ESTADO DO MARANHÃ ............................................................................... 124
AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL EM ANGOLA: OS AVANÇOS E RETROCESSOS DA DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA ..................................................................................................................................................................................................................................................... 125 A PRODUÇÃO DA SOJA NO ESTADO DO MARANHÃO: UM INDICADOR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA REGIÃO? ..................................................................................................................................................................................................................................................... 125 ESTRUTURA PRODUTIVA REGIONAL E MULTIPLICADORES DO EMPREGO NO MATOPIBA E REGIÃO NORDESTE DO BRASIL .. 126
CRESCIMENTO ECONOMICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA AMAZÔNIA ....................................... 126
O ACESSO DAS MULHERES AO PRONAF NO TERRITÓRIO BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE: DESAFIOS FRENTE À LÓGICA NEOLIBERAL DO EMPREENDEDORISMO ..................................................................................................................................................................... 127
EXPORTAÇÕES DE COMMODITIES E OS EFEITOS NO CRESCIMENTO ECONÔMICO NAS ECONOMIAS DA FRONTEIRA AGRÍCOLA ..................................................................................................................................................................................................................................................... 127 POLÍTICA ECONÔMICA ORTODOXA, REPRIMARIZAÇÃO DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES E EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL ....................................................................................................................................................................................................................................... 128
PT11 | “Novas” dinâmicas em territórios rurais ....................................................................................... 129
EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO TERRITÓRIO DO MATOPIBA E AS REPERCUSSÕES NO MODO DE VIDA DO AGRICULTOR FAMILIAR ................................................................................................................................................................................................................................. 129
AN APPROACH TO DISAGGREGATE THE CITRUS CROP AT A LOCAL LEVEL USING ENTROPY AND SUPERVISED CLASSIFICATIONS ..................................................................................................................................................................................................................................................... 129 OLHARES FRAGMENTADOS SOBRE AS PAISAGENS RURAIS DOS FOGOS DE 2017 NO INTERIOR DO PAÍS ....................................... 130
NEORURALIDADES EM TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE - O CASO DE PENAMACOR ........................................................................ 130
9
A INSTALAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES – O CASO DA “HERDADE DO COUTO DA VÁRZEA” .......................................................... 131
PORTUGUESE CONSUMER: ATTITUDE AND BEHAVIOR TOWARDS OLIVE OIL FROM CENTENARY TREES ........................................ 132
PT12 | Perdas e Desperdício de alimentos: panorama e determinantes ................................................. 133
CARACTERIZAÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO E A SUA INFLUÊNCIA NAS PERDAS NO PROCESSO DE ESCOAMENTO DOS GRÃOS .............................................................................................................................................................................................. 133
PROJETO GELADEIRA SOLIDÁRIA NA AMAZÔNIA: LOGÍSTICA REVERSA PARA A REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS ..................................................................................................................................................................................................................................................... 133 PERDAS E DESPERDÍCIOS HORTALIÇAS NA CIDADE DE PIRACICABA-SP: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA. ........................................ 134
PERDAS E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 134
MAIS HORTAS URBANAS MENOS DESPERDICIO ALIMENTAR ............................................................................................................................. 135
ANÁLISE EXPLORATÓRIA SOBRE O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIRÓZ (ESALQ USP) ........................................................................................................................................................ 135
PT13 | Evolução e panorama da agricultura Brasileira – uma avaliação recente de estrutura,
desempenho, e uso de recursos naturais ................................................................................................... 137
CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES SOCIAIS, AMBIENTAIS E ECONÔMICAS DE PRODUTORES ORGÂNICOS NO BRASIL: ANÁLISE COMPARATIVA COM DADOS DO CENSO 2006 E 2017 .......................................................................................................................................... 137
TECHNICAL EFFICIENCY OF BRAZILIAN BEEF CATTLE PRODUCTION ................................................................................................................ 138
A EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA DA PROPRIEDADE AGRÍCOLA NO BRASIL: NOVOS RESULTADOS A PARTIR DO CENSO AGROPECUÁRIO DE 2017 .................................................................................................................................................................................................. 138
DETERMINANTES DA MODERNIZAÇÃO AGROPECUÁRIA EM 4.535 MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM 2006 ........................................ 139
MODERNIZAÇÃO NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA EM 2006.............................................................................................................................. 139
DINÂMICA E CONVERGÊNCIA DA PTF AGROPECUÁRIA BRASILEIRA ENTRE 1975 E 2006 ....................................................................... 140
CADEIA PRODUTIVA DA SOJA NO MARANHÃO: UM ESTUDO NAS MESORREGIÕES SUL E LESTE ....................................................... 140
ANÁLISE DO USO DO SOLO E DOS RECURSOS NATURAIS NA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL: ESTUDO COM TÉCNICAS MULTIVARIADAS................................................................................................................................................................................................................... 141
PT14 | Futuros possíveis e prováveis para o agronegócio ......................................................................... 142
ANÁLISE DA INTERMODALIDADE COMO SOLUÇÃO PARA A EFICIÊNCIA NA TANCAGEM DE ETANOL NA REGIÃO CENTRO-SUL ..................................................................................................................................................................................................................................................... 142 O AGRONEGÓCIO EM ANGOLA POTENCIALIDADES, DESAFIOS E O PAPEL DA UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA EM BENGUELA .............................................................................................................................................................................................................................. 142
NOTAS: .......................................................................................................................................................... 144
10
Comissões
Comissão Organizadora
Maria do Socorro Rosário (GPP, APDEA, Presidente da Comissão Organizadora)
Maria Leonor da Silva Carvalho (Presidente da APDEA)
Vanda Narciso (IAPMEI, APDEA)
Pedro Damião Henriques (UÉ/CEFAGE, APDEA)
Ana Marta-Costa (UTAD/CETRAD, APDEA)
Pedro Reis (INIAV, APDEA)
Comissão de Honra
Francisco Avillez (Economia agrária e políticas agrícolas; agricultura portuguesa e política agrícola comum)
Nuno Canada (Investigação agrária e veterinária)
Eduardo Diniz (Planeamento e políticas agrícolas e desenvolvimento rural)
Raul Jorge (Economia e política agrícola e desenvolvimento rural)
Lívia Madureira (Investigação e formação avançada nos domínios da sustentabilidade e inovação)
Lauro Mattei (Questão agrária e pobreza rural; políticas públicas de desenvolvimento rural e emprego)
Fernando Pacheco (Desenvolvimento Rural; agricultura; comércio rural; segurança alimentar; cadeias de valor; associativismo;
cooperativismo e cidadania)
Pedro Castro Rego (Vitivinicultura; diferenciação de produtos; dieta mediterrânica; promoção de produtos agrícolas e reservas
alimentares estratégicas)
Pery Francisco Assis Shikida (Economia canavieira; agroenergia; cadeias produtivas agropecuárias; dinâmica e cenários
económicos agrícolas)
Fernando Gomes da Silva (Economia da agricultura e do desenvolvimento rural; e planeamento do sector agrícola)
Maria Leonor da Silva Carvalho (Economia e política agrícolas; planeamento da empresa agrícola; e desenvolvimento rural)
Fernando Brito Soares (Microeconomia; economia agrária; economia da agricultura e do ambiente)
Comissão Científica
Albino Bento (IPB, Portugal)
Alexandra Pinto (INIAV, Portugal)
Alexandre Florindo Alves (UEM, Brasil)
Ana Alexandra V. Marta Costa (UTAD, Portugal)
Ana Gonçalves (MAGAMBI, Moçambique)
António Manuel Alhinho Covas (UALG, Portugal)
António Manuel Xavier (CEFAGE, Portugal)
Argentino Pires dos Santos (FAO, São Tomé e Príncipe)
Artur Cristóvão (UTAD, Portugal)
11
Bruno Dimas (GPP, Portugal)
Carlos Alberto Falcão Marques (UE, Portugal)
Carlos Eduardo F. Vian (USP, Brasil)
Constantino Correia (M. Agri, Guiné Bissau)
Deolinda Alberto (IPCB, Portugal)
Emiliana Silva (UAC, Portugal)
Erly Teixeira (UV, Brasil)
Ezequiel Pinho (DRAPALG, Portugal)
Fatima Duarte (CEBAL, Portugal)
Fernando Delgado (DRAPC, Portugal)
Fernando Martins (DRAPC, Portugal)
Fernando Nunes (IPV, Portugal)
Francisco Gomes da Silva (ISA, Portugal)
Gilson de Lima Garófalo (PUCSP, Brasil)
Joana Nogueira (IPV, Portugal)
João Lima (INIAV, Portugal)
Joaquim Rolo (INIAV, Portugal)
Jose Carlos Santos (IPVC, Portugal)
Jose Francisco Veiga (DRAPAL, Portugal)
José Mira Potes (ESAS, Portugal)
José Rato Nunes (IPP, Portugal)
José Victorino Rosário (UKB, Angola)
Lívia Madureira (UTAD, Portugal)
Luis Tibério (UTAD, Portugal)
Luis Viveiros (IAMA, Portugal)
Mª da Conceição Rego (UE, Portugal)
Mª de Belém Costa Freitas (UALG, Portugal)
Mª de Fátima Oliveira (ESAC, Portugal)
M.ª José Santos (IPL, Portugal)
Mª Leonor da Silva Carvalho (APDEA, Portugal)
Mª Raquel Lucas (UE, Portugal)
Magda Aguiar Fontes (FMV, Portugal)
Manuel Branco (UE, Portugal)
Marcos Olímpio dos Santos (UE, Portugal)
Maria de Lourdes Gonçalves (UNICV, Cabo Verde)
Maria Manuela Morais (UE, Portugal)
Miguel Sottomayor (UCP, Portugal)
Mirian Schneider (UNIOESTE, Brasil)
Paulo Barracosa (IPV, Portugal)
Pedro Damião Henriques (UE, Portugal)
Pedro Reis (INIAV, Portugal)
Rosa Guilherme (ESAC, Portugal)
Rui do Rosário (INIAV, Portugal)
Rui Fragoso (UE, Portugal)
Teresa Pinto Correia (UE, Portugal)
Terezinha Filgueiras de Pinho (IFRR, Brasil)
Vanda Narciso (IAPMEI, Portugal)
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Programa Geral
15 DE OUTUBRO DE 2019
Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral Morada: Praça do Comércio, 1149-010, Lisboa
13:45 – 14.30 Entrega de credenciais
14:30 – 16:30 Abertura oficial
Apresentação da CULTIVAR “Digitalização”
Oradores: João Coimbra (Director da Coop. Agrícola Agromais e da Anpromis)
José Félix Ribeiro (Membro do IPRI)
Luís Mira da Silva (Presidente da Inovisa)
Nuno Moreira (Vice-presidente do IFAP)
Sandra Loureiro (Fundação Smartgeo)
16:30 – 18:45 Discussão e visita ao MAFDR com Porto de Honra
16 DE OUTUBRO DE 2019
INIAV (edifício sede) – Campus de Oeiras Morada: Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157, Oeiras
09:00 – 09.30 Entrega de credenciais
09:30 – 10:45 Sessões paralelas
10:45 – 11:00 Coffee break
11:00 – 13:00 Tecnologia, Inovação e mercados globais
Moderador: Ondina Afonso (SONAE, Portugal)
Oradores: Mary Paula Arends-Kuenning (University of Illinois, EUA)
Pedro Fevereiro (ITQB, UNL, Portugal)
Ricardo Braga (ISA, UL, Portugal)
13:00 – 14:30 Almoço
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14:30 – 16:30 Alterações climáticas, recursos naturais e serviços de ecossistemas
Moderador: Fernando Brito Soares (UNL, Portugal)
Oradores: Jorge Miguel Miranda (IPMA, Portugal)
José Eustáquio Filho (IPEA, Brasil)
Maria do Rosário Alves (Forestis, Portugal)
16:30 – 16:45 Coffee break
16:45 – 18:45 Sessões paralelas
19:00 – 20:00 Assembleia Geral da APDEA
17 DE OUTUBRO DE 2019
INIAV (edifício sede) – Campus de Oeiras Morada: Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157, Oeiras
09:00 – 10:45 Sessões paralelas
10:45 – 11:00 Coffee break
11:00 – 13:00 Desenvolvimento dos territórios rurais, cadeias de valor e alimentação
Moderador: Raul Jorge (ISA, UL, Portugal)
Oradores: Artur Cristóvão (UTAD, Portugal)
Dionisio Ortiz Miranda (UPV, Espanha)
Lauro Mattei (UFSC, Brasil)
13:00 – 14:30 Almoço
14:30 – 16:30 Sessões paralelas
16:30 – 16:45 Coffee break
16:45 – 18:45 Sessões paralelas
19:45 – 23:30 Jantar do Congresso
18 DE OUTUBRO DE 2019
INIAV (edifício sede) – Campus de Oeiras Morada: Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157, Oeiras
09:00 – 10:45 Sessões paralelas
10:45 – 11:00 Coffee break
11:00 – 13:00 Mesa redonda: O modelo agrícola na PAC para 2030
Moderador: Isabel Martins (Diretora da Vida Rural)
Orador: Eduardo Diniz (Diretor do GPP)
Comentadores: Francisco Avillez (Special Adviser do Comissário Europeu para a
Agricultura e Professor Emérito do ISA, UL)
Rui Garrido (Presidente da Direção da ACOS) Fernando Cardoso (Secretário-Geral da FEANALAC)
Gonçalo Santos (Presidente da Direção da Portugal FRESH)
José Núncio (Presidente da Direção da FENAREG)
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José Manso (Presidente da Direção da ADVID)
Jaime Ferreira (Presidente da Direção da AGROBIO)
Mariana Matos (Secretária-Geral da Casa do Azeite)
13:00 – 14:45 Sessão de encerramento com entrega de prémios, Carcavelos de Honra e brunch
15:00 – 11:00 Visita técnico-cultural
15
Resumos
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TC1 | Novas Tecnologias e Inovação
A INOVAÇÃO PARA UMA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO DO GRUPO OPERACIONAL “GESTÃO DA ÁGUA NO VALE DO LIS", PORTUGAL
Maria de Fátima Oliveira, Francisco Gomes da Silva, Susana Ferreira, Henrique Damásio, António Dinis Ferreira, José Manuel Gonçalves
A inovação da gestão de sistemas agrícolas é determinante para aplicação de do novo paradigma da
economia global, protecção ambiental e necessidades sociais. Os conceitos convencionais de inovação,
aplicáveis aos novos produtos e processos, não consideram as características do sector agrícola: a inovação
social e a inovação resultante de novos ou modernização de processos já existentes. O conceito de inovação
do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) é insuficiente para abraçar um conjunto de actividades com
vista a executar novas práticas dos sistemas de conhecimento e inovação na agricultura que visam estimular
as alterações na politica da inovação através de alterações no PDR, combinando as prioridades da agricultura
e do meio ambiente com os conceitos de inovação. Este artigo analisa os diferentes conceitos de inovação do
Programa de Grupos Operacionais (GO) da Parceria Europeia de Inovação para a Agricultura analisando o
estudo de caso "GO gestão da água no Vale do Lis", cujo principal objetivo da inovação é de o implementar
novos processos de gestão de recursos hídricos visando a conservação dos recursos naturais assim como o
desenvolvimento agrícola social e economicamente sustentável. Apresentam-se os resultados do estudo
socioeconómico que teve com principal objetivo o de avaliar a motivação dos agricultores, as condições
tecnológicas e gestão das empresa, a percepção de risco económico dos decisores para a mudança para uma
agricultura mais sustentável, nomeadamente focada na agricultura biológica. Será ainda realizada a análise
de alguns indicadores de monitorização para o uso mais sustentável dos recursos hidráulicos. Os resultados
apontam para dificuldades na reconversão dos modos produtivos. A necessidade de cooperação dos
agricultores é fundamental para as práticas de inovação e para a sua implementação. É de salientar a
participação de jovens agricultores neste projecto, facto relevante para a introdução da inovação que se
pretende alcançar.
Palavras-chave: GO gestão da água no Vale do Lis, Inovação; PDR; AKIS.
17
CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GRÃOS E EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA PROPRIEDADE TÍPICA DE CASCAVEL (PR, BRASIL) – SAFRAS 2007/08 A 2016/17
Renato Garcia Ribeiro, Lucilio Rogério Aparecido Alves
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar e comparar a evolução e adoção tecnológica utilizadas pelos
produtores típicos de grãos (soja, milho e trigo) da região oeste do Paraná, Brasil, e especificamente na
propriedade típica da microrregião de Cascavel, entre os anos-safras 2007/08 e 2016/17, período que
corresponde à mudança entre a baixa adoção de tecnologias de sementes modificadas geneticamente e um
cenário de grande dependência e utilização. Este período também corresponde a uma mudança significativa
no uso das áreas por culturas na propriedade típica, com prioridade para o cultivo da soja no verão e
incremento do cultivo de milho na 2ª safra, assim como maior utilização da área total na 2ª safra. O intervalo
de safras estudado mostra que nos anos safras inciais da pesquisa, a propriedade típica de Cascavel (PR)
cultivava ainda um percentual alto de variedades de soja e híbridos de milho convencionais, com opção
também de cultivo de milho na 1ª safra. Inicialmente, na 2ª safra havia o semeio de milho e trigo, mas sem
ocuparem a totalidade da área disponível. Ao longo dos anos, a propriedade típica de Cascavel (PR) passou a
cultivar toda a área com soja e milho modificados geneticamente. A soja preencheu toda a área da 1ª safra e
o milho a maior parte da área da 2ª safra. O trigo completou o cultivo da 2ª safra. Milho 2ª safra e trigo
passaram a ocupar uma parcela maior da área disponível em 2ª safra. O período avaliado e os resultados
encontrados corroboram a tendência observada na agricultura brasileira, de redução de cultivo de milho na 1ª
safra e aumento do cultivo área da 2ª safra, inclusive alterando o calendário de semeio da 1ª safra para
possibilitar o cultivo da 2ª safra em um período mais proprício para a cultura.
Palavras-chave: Sementes modificadas geneticamente; propriedade típica; 1ª safra 2ª safra.
A INOVAÇÃO NO CONTEXTO DO GRUPO WHATSAPP “PEIXE DE RONDÔNIA” VISANDO A SUSTENTABILIDADE DA AQUICULTURA
Marcos Cesar dos Santos, Lívia Madureira, Aurineide Braga, Carlos Peixeira Marques
A aquicultura é uma atividade produtiva e em expansão mundial, cujo crescimento visa responder à demanda
por alimentos proteicos. Este artigo destaca o crescimento desta atividade na região sul da Amazônia
Brasileira, onde foram produzidas 90 mil toneladas de peixes nativos em 2017, notadamente em sistemas de
confinamento de tanques escavados. Esta realidade pode trazer desafios à sustentabilidade, que podem
comprometer a atividade a longo prazo e colocar em risco os ecossistemas locais. Os aquicultores,
juntamente com outros interessados no setor, estão discutindo soluções para superar os desafios ambientais,
sociais e econômicos. Este artigo analisa quão efetivas podem ser as redes sociais, em especial a rede social
on-line (RSO) de múltiplos atores, na disseminação da informação visando a inovação, atuando como
comunidades digitais e prática. Para tanto, foram analisadas as mensagens trocadas no grupo whatsapp
"Peixe de Rondônia", durante o período de agosto de 2016 a outubro de 2017, correspondente a 15 meses,
por 236 atores, compreendendo fornecedores de insumos e equipamentos, indústria e comércio à montante e
158 aquicultores cobrindo a diversidade de produtores em termos de dimensão da exploração e sistema de
produção, bem como representantes dos setores institucional, comunidade científica, incluindo a mídia, entre
outros. As mensagens foram examinadas com a técnica de análise de conteúdo convencional na perspectiva
exploratória, apoiada por exames estatísticos e interpretações lexicais da lematização com o software
Iramuteq versão 0.7 alpha 2. Os resultados sugerem que os produtores de peixe têm preocupações com a
informação sobre inovação, tanto nos processos produtivos quanto na gestão de tecnologias, e foco em
aspectos que influenciam a produtividade dos peixes. Alguns aspectos podem ser encontrados entre a
18
sustentabilidade econômica e ecológica, se os produtores de peixe pudessem adotar um programa de
certificação.
Palavras-chave: Aquicultura; Grupo WhatsApp; Análise de conteúdo; Sustentabilidade; Inovação;
Amazônia.
A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E A TOMADA DE DECISÃO DO PRODUTOR DE GRÃOS DO OESTE DO PARANÁ: O CASO DA PROPRIEDADE TÍPICA DE CASCAVEL (PR, BRASIL) – SAFRAS 2007/08 A
2016/17
Renato Garcia Ribeiro, Lucilio Rogerio Aparecido Alves
O presente trabalho tem por objetivo avaliar a rentabilidade de culturas e sistemas produtivos em um
contexto de evolução e adoção das tecnologias de sementes pelos produtores típicos de grãos (soja, milho e
trigo) da região oeste do Paraná, Brasil, entre os anos-safras 2007/08 e 2016/17. Este intervalo de safras
representa de maneira significativa um período de menor adoção de tecnologias de sementes modificadas
geneticamente e um cenário de maior utilização e interdependencia, assim como maior cultivo de 2ª safra. A
propriedade típica de Cascavel (PR) foi utilizada como base das informações analisadas. O ferramental
utilizado se apoiou no trabalho realizado por Paiva (1975), comparando os resultados em termos de receita
líquida de dois cenários produtivos específicos, um tradicional e outro moderno. A premissa é que o
agricultor escolherá ou adotará a atividade e a técnica que apresentar melhor resultado e vantagem
econômica. O período tradicional levou em consideração os resultados produtivos e de custos de produção
das safras 2007/08, 2008/09 e 2009/10, em que a propriedade típica cultivava um percentual alto de
variedades de soja e híbridos de milho convencionais, assim como o milho na 1ª safra. A 2ª safra foi semeada
com milho e trigo, mas sem ocuparem a totalidade da área disponível para o cultivo. O período moderno
abrangeu os anos-safras 2014/15, 2015/16 e 2016/17, período que a propriedade típica passou a cultivar toda
a área com soja e milho modificados geneticamente. A soja preencheu toda a área da 1ª safra e o milho a
maior parte da área da 2ª safra. O trigo completou o cultivo da 2ª safra. No geral, os resultados indicaram que
as receitas líquidas dos anos mais recentes (2014/15, 2015/16 e 2016/17) superaram as registradas nos anos
bases de análise (2007/08, 2008/09 e 2009/10), direcionando para um contexto em que o produtor adotou
técnicas com melhor benefício econômico/financeiro.
Palavras-chave: Sementes modificadas geneticamente; Receita líquida; Adoção tecnológica; Sistemas
produtivos.
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TC2 | Alterações climáticas e smart farming
VULNERABILIDADE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE AGRICULTORES FAMILIARES DA REGIÃO DO RIO DOCE, BRASIL
Elizângela Aparecida dos Santos, Lais Rosa Oliveira, Dênis Antônio da Cunha, Álvaro Antônio Xavier de Andrade
O principal objetivo desta pesquisa foi analisar a vulnerabilidade às mudanças climáticas de agricultores
familiares da região do Rio Doce, Brasil. Foram avaliados o grau de sensibilidade e exposição, assim como a
capacidade adaptativa dos agricultores. Os resultados indicaram alto nível de exposição, que se refere ao
baixo nível de histórico de precipitação. As principais características que elevaram o índice de sensibilidade
se referem à baixa pluriatividade e dependência econômica da remuneração gerada pela venda e produção
agrícola do próprio estabelecimento. As localidades consideradas mais vulneráveis às mudanças climáticas
apresentaram altos índices de exposição e sensibilidade e baixíssima capacidade adaptativa. Tal situação se
torna mais preocupante se confirmados os cenários climáticos pessimistas futuros, tornando os agricultores
familiares da região do Rio Doce ainda mais expostos e vulneráveis. A capacidade adaptativa é uma das
formas de enfrentamento às mudanças climáticas. As diferentes formas de se adaptar dependem das
características de cada agricultor, além de facilidade de acesso ao crédito, assistência técnica, políticas
públicas e programas de irrigação. Tais variáveis aumentam a capacidade adaptativa e, consequentemente,
tornam os agricultores menos vulneráveis. Nesse contexto, o apoio governamental se faz necessário para o
desenvolvimento de serviços de assistência técnica e de formas alternativas de geração de renda, evitando a
dependência exclusiva da agricultura.
Palavras-chave: Mudanças Climáticas; Vulnerabilidade; Capacidade Adaptativa; Brasil.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E VULNERABILIDADE AMBIENTAL DOS AGRICULTORES RURAIS FAMILIARES DA REGIÃO RIO DOCE, MINAS GERAIS, BRASIL
Elizângela Aparecida dos Santos, Dênis Antônio da Cunha, Álvaro Antônio Xavier de Andrade
As mudanças climáticas previstas indicam aumentos na temperatura média do planeta bem como mudanças
no padrão de precipitação. O setor agrícola será um dos mais atingidos por essas mudanças. Os agricultores
familiares rurais por serem exclusivamente dependentes da produção agrícola para autoconsumo bem como
geração de renda são considerados os mais vulneráveis. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo
analisar o grau de vulnerabilidade ambiental dos agricultores rurais familiares da região Rio Doce, Minas
20
Gerais, Brasil. Para isso, foi também avaliado o grau de sensibilidade e exposição, assim como a capacidade
adaptativa dos agricultores. Metodologicamente calculou-se o grau de vulnerabilidade através de um
indicador sintético, formado pela combinação de três índices que se referem aos principais atributos que
definem a vulnerabilidade de um sistema: sensibilidade (S), exposição (E) e capacidade adaptativa (CA). A
sensibilidade é resultante da interface entre questões socioeconômicas locais e eventos climáticos. A
exposição é uma propriedade externa dos sistemas socioecológicos, sendo definida como o tipo, a magnitude
e a frequência dos eventos climáticos. A capacidade adaptativa, por sua vez, está diretamente ligada à
capacidade do agricultor em lidar com a exposição e reduzir sua sensibilidade. Os principais resultados do
estudo indicaram que todos os municípios selecionados se classificaram em Vulnerabilidade Média a Alta.
Como conclusão geral foi possível confirmar a hipótese de que as mudanças climáticas têm contribuído para
aumentar a vulnerabilidade dos agricultores rurais familiares da região Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. A
alta exposição tem se traduzido em grande sensibilidade, que combinadas com a baixa capacidade
adaptativa, configura um cenário de vulnerabilidade alta. Sendo assim, é imprescindível que os formuladores
de políticas públicas forneçam incentivos para investimento em mecanismos de adaptação que possam
minimizar esses efeitos.
Palavras-chave: Mudanças Climáticas; Agricultura Familiar; Vulnerabilidade.
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TC3 | Modos de produção e serviços do ecossistema
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS: AVANÇOS E LIMITAÇÕES
Junior Ruiz Garcia, Ademar Ribeiro Romeiro
A degradação dos ecossistemas, em especial ao longo do século XX, registra estreita relação com a expansão
do sistema socioeconômico. Contudo, a recuperação e a preservação ambiental impõem um custo à
sociedade. Neste sentido, um conjunto de instrumentos foi desenvolvido para auxiliar à gestão ambiental,
como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSAs). Já existem iniciativas de PSA no Brasil, como o
Proambiente e o Bolsa Floresta. Uma iniciativa interessante voltada à proteção dos recursos hídricos é o
“Projeto Conservador das Águas”, desenvolvido por Extrema, município de Minas Gerais. Neste contexto,
este trabalho tem por objetivo desenvolver uma análise crítica do PSA implantado em Extrema, Minas
Gerais. O “Projeto Conservador das Águas” tem por objetivo estimular a adoção de ações para a melhoria da
qualidade e disponibilidade hídrica pelos agricultores locais. O principal instrumento para estimular a adesão
dos agricultores, agentes indutores da melhoria dos recursos hídricos é o PSA. O “comprador” dos serviços
ecossistêmicos e ambientais é o Poder Executivo local, que também prestará suporte financeiro aos
agricultores habilitados e que aderirem à iniciativa. As despesas do projeto são financiadas por recursos
próprios, nominados no orçamento municipal e por meio de parcerias e doações. O cálculo do valor da
remuneração monetária foi realizado com base no custo de oportunidade dos agricultores, pecuária leiteira.
Todavia, o modelo de financiamento do PSA está baseado apenas em repasses, parcerias e doações, ou seja,
o esquema não financiado pelos reais beneficiários dos serviços ambientais. Essa estrutura pode não ser
sustentável, especialmente em momentos de crise fiscal.
Palavras-chave: Gestão de bacias hidrográficas; serviços ambientais; serviços ecossistêmicos; Pagamento
por Serviços Ambientais.
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MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO DE EMPRESA FRIGORÍFICA PARANAENSE: UMA ANALISE DA LINHA DE PRODUÇÃO
Daniela Pizaia Covino Agostinetti, Marcia Gonçalves Pizaia
O objetivo principal deste artigo é analisar a linha de produção da empresa AS. Comércio e Indústria de
Carnes LTDA. (FRIGOCRUZ), investigando todo o processo de produção e custos de produção, visando a
maximização da rentabilidade do Frigorífico Frigocruz. Também será analisado o layout e a linha de
produção do frigorífico, com intuito de identificar o fluxo produtivo contínuo, os gargalos e os resultados
contábeis/financeiros. Espera-se, com o estudo de caso, poder colaborar com a maximização da produção e
do lucro econômico do Frigorífico Frigocruz. Propõe-se processos de melhorias para a empresa, visando a
obtenção de melhores resultados organizacionais. O estudo mostrou que para obter sucesso em sua linha de
produção a empresa precisa estar atenta as necessidades do mercado, buscando sempre o melhor padrão de
qualidade dos seus produtos, investido em inovações tecnológicas, incrementando novas maquinas para se
adequar ao mercado competitivo. Conclui-se que a empresa precisa investir na qualificação de seus
empregados/colaboradores, pois assim conseguirá suprir as atribuições dos cargos que a produção exige. A
empresa deve buscar novas parcerias, como associação de confinadores, cooperativas do novilho precoce,
boi orgânico entre outras parcerias relevantes. Deste modo, o Frigorífico Frigocruz poderá elevar a sua
eficiência produtiva melhorando a qualidade dos seus produtos, planejando melhor seus métodos de trabalho,
reduzindo os seus custos e produção – pois, é uma questão de sobrevivência perante a concorrência.
Palavras-chave: Função de produção; eficiência produtiva; maximização do lucro.
ASPECTOS RELEVANTES DA PRODUÇÃO LEITEIRA NO ESTADO DO PARANÁ: UMA ANÁLISE DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE
Natane Maiara dos Santos Covino, Marcia Gonçalves Pizaia, Carlos Eduardo Caldarelli
O objetivo principal deste artigo é análisar a produtividade da pecuária leiteira no Paraná. Em especial, será
investigado o processo produtivo do gado leiteiro na propriedade rural fazenda Perobal, localizada no
município de Icaraíma, Paraná. Para tanto, investigou-se os aspectos relevantes da produção leiteira no
Estado do Paraná. Efetuou-se análise comparativa da produtividade de leite da fazenda Perobal e de outras
propriedades de referência regional. Utilizou-se como método de pesquisa a análise literária, realizando-se
um levantamento bibliográfico de literatura existente. Realizou-se a pesquisa descritiva sob a forma de
estudo de caso, enfatizando-se aqui o panorama da pecuária leiteira paranaense. O estudo também baseou-se
em diversos métodos administrativos, propostos pela literatura técnica e cientifica, para o gerenciamento de
propriedades rurais de produção leiteira, confrontando-os com os métodos evidenciados na Fazenda Perobal.
Conclui-se que a capacidade de produção leiteira no Estado do Paraná é excelente, possuindo altos índices de
produtividade. A Fazenda Perobal tem potencial para se tornar uma das maiores produtoras de leite da
região. Destaca-se que deve ser adotado na propriedade um controle efetivo sobre a produção, usando-se
métodos adequados para medir o desempenho da propriedade, visando identificar os gargalos no processo
produção e com isso, viabilizando a maximização dos lucros. Sugere-se que a alimentação do rebanho
leiteiro deve ser melhorada e também a forma de manejo do rebanho.
Palavras-chave: Pecuária leiteira; produtividade; maximizaçao do lucro.
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DESAFIOS DE COMPETITIVIDADE E SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE BATATA-DOCE EM ECOSSISTEMAS PROTEGIDOS
Paulo Brito da Luz, Maria Elvira Ferreira
A batata-doce, pelas suas qualidades nutricionais, é cada vez mais procurada pelo consumidor. A área de
produção distribui-se sobretudo pelo centro-sul do país. Desde 2009 que a ‘Batata-doce de Aljezur’ (cultivar
Lira) é uma Identificação Geográfica Protegida (IGP). Para a caracterização do itinerário técnico da cultura
no Perímetro de Rega do Mira realizou-se um inquérito aos produtores. As questões de competitividade e
sustentabilidade foram avaliadas ao nível das práticas agrícolas e do impacto de determinados fatores
agroambientais e sociais específicos observados. Considera-se a necessidade de desenvolver e transferir
metodologias inovadoras de multiplicação de material de propagação de elevada qualidade (isento de vírus e
outras doenças) e definir tecnologias sustentáveis de produção e de conservação pós-colheita de raízes. No
domínio da gestão dos recursos, as orientações mais atuais apontam para o condicionamento do uso de
agroquímicos, da mobilização do solo, das intervenções e usos no domínio hídrico. É de realçar que a maior
produtividade de raízes é referente ao agricultor que aplicou a maior dotação anual de água de rega, mas a
maior eficiência no uso do recurso água (kg/m3) foi obtida pelos pequenos produtores. Em trabalhos futuros
as produtividades energéticas e económicas serão cruciais para se obterem as soluções mais adequadas. Os
recursos humanos, naturais e económicos deverão integrar uma avaliação multidisciplinar com soluções
específicas para as condições concretas, com particular atenção aos ecossistemas protegidos e com restrições
de água. O objetivo deste trabalho é analisar as opções dos produtores, para serem estabelecidas
recomendações baseadas na quantificação da magnitude dos vários impactos e riscos. Preconiza-se aumentar
a capacidade dos produtores pela adoção de uma nova dinâmica organizacional e a introdução de sistemas de
indicadores e de apoio à decisão, nas vertentes agroambientais e socioeconómicas.
Palavras-chave: Ipomoea batatas L.; Perímetro de Rega do Mira; inquérito à produção; práticas culturais;
sistemas de indicadores.
ANÁLISIS DEL PROCESO DE RECONVERSIÓN A ECOLÓGICO DE LAS EXPLOTACIONES DE VACUNO DE LECHE EN GALICIA
Ibán Vázquez González, Carlos Rojo Pombo, Xan Pouliquen Kerlau, Maria do Mar Pérez Fra
Galicia, una de las principales regiones europeas productoras de leche, ha experimentado en las últimas
décadas una fuerte reducción en el número de explotaciones y un incremento de la dimensión productiva de
las que continúan en activo. Todo ello acompañado por una importante intensificación productiva y
concentración territorial. En la actualidad, el sector está compuesto por 7.500 productores que entregaron
durante el año 2018 un total de 2.739 millones de litros.
Si bien en términos cuantitativos la producción de leche ecológico en Galicia es un pequeño porcentaje del
total, ha registrado durante los últimos años un crecimiento considerable. En la mayoría de los casos, la
ganadería ecológica surge de la reconversión de la producción convencional, sin que hasta el momento se
haya llevado a cabo ningún estudio que analice este proceso. Con este trabajo pretendemos realizar una
aportación a esta cuestión: A partir de una caracterización productiva y socioeconómica de las ganaderías de
leche ecológicas plateamos tres objetivos:
1-Determinar los factores que han inducido al cambio de sistema productivo.
2-Análizar los limitantes encontrados en el período de reconversión.
3-Estudiar el grado de satisfacción de los propietarios con la decisión tomada.
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La información procede de 29 encuestas (entrevista personal directa semiestructurada) realizadas en abril y
mayo de 2019. La selección se realizó mediante un muestreo aleatorio estratificado con afijación
proporcional según superficie agraria útil para un nivel de confianza del 95% y un error de muestreo del 5%.
El cuestionario recogía información relativa a la estructura productiva, familiar y económica, además de la
relacionada con los elementos motivadores del cambio, las limitaciones o el grado de satisfacción.
Palavras-chave: Percepción; reconversión; vacuno de leche; producción ecológica.
A FARMING-SYSTEM APPROACH TO ASSESS CLIMATE VULNERABILITY IN MOZAMBIQUE
Máriam Abbas
Worldwide, population is projected to increase to 9 billion people by 2050 and, 87% of that population is
expected to live in the developing world (Dobermann et al, 2013); and, producing extra food to feed this
population will place additional stress on land, water and biodiversity.
Mozambique is one of the poorest countries in the world, and it is extremely vulnerable to climate change,
due to the high dependence of livelihoods on natural resources and its limited adaptive capacity. The
agricultural sector is the largest contributor to GDP (about 23%), being a major source of employment (about
70% of the population), subsistence and income (Abbas, 2015). The sector is dominated by smallholders –
family farms – which account for 99% of total farms (INE, 2011); and, 98% of the farmers have rain-fed
systems.
Family farms manage the majority of the world’s agricultural land and are responsible for most of the
world’s food (FAO, 2014); therefore, are very important to ensure food security, protect the environment and
end poverty. Farming systems play an important role in decreasing farmers vulnerability to climate change
and also in increasing food security and alleviate poverty (Stephens, Jones & Parsons, 2018).
In general, climate-related disasters are among the main drivers of food insecurity in developing countries;
and studies have shown that many already-vulnerable regions in Mozambique are likely to be adversely
affected by climate change (Marques et al, 2009).
Overall, projected future changes in climate will affect crop productivity and yields significantly, having a
negative impact on farming systems, and therefore on food security. Thus, it is important to analyze farming
systems in Mozambique, in order to understand how vulnerable are they to climate change and how they
contribute to food security in the country. This paper will identify the main farming systems in Mozambique
and assess their vulnerability to changes in climate variability.
Keywords: Farming system; climate change; Mozambique; vulnerability.
A VALORIZAÇÃO DOS PRODUTOS ENDOGENOS EM TERRITÓRIOS DE RURAIS DE BAIXA DENSIDADE: PRODUÇÃO QUALIFICADA DE CAPRINOS NA REGIÃO INTERIOR NORTE DE
PORTUGAL
Paula Cabo, António Fernandes, Maria Isabel Ribeiro
O desenvolvimento do mundo rural é fundamental para a equidade e coesão territorial. A qualificação e
comercialização de produtos locais assume-se como uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável
das regiões rurais, visando combater o declínio económico-social e criar fatores de competitividade destes
territórios. O objetivo do presente trabalho é discutir o papel dos produtos qualificados enquanto instrumento
para o desenvolvimento sustentável do território. Para tal, analisa-se a produção e comercialização dos
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produtos com Denominação de Origem Protegida – DOP, obtidos a partir da cabra ‘Serrana’, o Queijo de
Cabra Transmontano e o Cabrito Transmontano. Em 2017, havia registados 76 produtores de carne de
Cabrito Transmontano e leite para a produção de Queijo de Cabra Transmontano, a maior parte sem
produção. Entre 2008-2017, apesar do aumento de explorações produtivas, o volume de produção
comercializada dos produtos mostrou-se oscilante. O Queijo de Cabra Transmontano apresenta uma
produção média de 12,9 toneladas. É escoado sobretudo através de intermediários (40%-60%), comércio
tradicional (20%-40%) e venda direta ao consumidor (10%), repartindo-se pelos mercados local e nacional.
O preço ao produtor apresenta uma evolução favorável, de 9,6€/kg, em 2008, para 11,1€/kg, em 2016.
Quanto ao Cabrito Transmontano, em 2017, detinha 72% do segmento de carnes de caprino qualificadas,
com uma produção de 5,25 toneladas. O preço ao produtor apresentou um acréscimo de 7,6% (de 11,75€/kg,
em 2008, para 10,86€/kg, em 2016), porém, a diferença entre o preço do Cabrito Transmontano DOP e o
produto similar decresceu, acompanhando o peso crescente das médias e grandes superfícies no escoamento
do produto, cujo elevado poder negocial esmaga as margens na produção. Apesar dos constrangimentos
identificados é de salientar a enorme resiliência dos atores do mundo rural e a importância do associativismo
para o desenvolvimento das DOP analisadas.
Palavras-chave: Produtos qualificados, valorização de recursos endógenos; território de baixa densidade.
STRATEGIES OF VALORIZATION OF SHEEP PRODUCTS IN MOUNTAIN TERRITORIES
Paula Cabo, Marina Castro, Sandra Rodrigues, Alfredo Teixeira
Pastoral systems play a key role in landscape shaping and ecosystem conservation, giving rise to open spaces
of great biodiversity. For the coexistence of the different ruralities and specificities in the social space of
mountain, still prevails the artisan manufacture of agro-alimentary products, from native breeds. However,
several factors threaten the future of the activity, especially the issues related to the socio-economic context
and climate change. The implementation of effective strategies for the valorisation of these productions is
crucial for the promotion of sustainable employment as a solution for the inner regions desertification.
This study aims to contribute to the sustainable production of sheep, as a tool for the sustainability of the
open spaces of mountain of high environmental value. It includes an analysis of the production and
marketing of products with organic and quality labels from native sheep breeds, and a survey on new
products and marketing strategies used to promote added-value to local sheep products. Strategies to increase
value added by means of qualification systems linked to the origin and sustainable modes of production
show results that are below their potential due to productive and structural factors, such as the size of farms
and herds, and insufficiency of marketing and transformation structures. The pursue of marketing advantage
stimulated innovation and the supply of new products in the market, driven by collaboration between
educational and research institutions, associations of producers and companies. Today, new products are
emerging in an out-of-the-box thinking rural environment, promoting added-value through the use and
valuation of raw materials from native breeds, exploring an emerging market for natural, local heritage,
products. However, these products market success is limited by restrictions in production capability, mostly
due to the declining if sheep herds.
Keywords: Sheep; Local breed; Sustainability; Added value; Low-density territory.
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ADOÇÃO DA PRÁTICA DE ENRELVAMENTO EM TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO: UM MODELO DE COMPORTAMENTO ORIENTADO PARA METAS
Ana Fonseca, Carlos Peixeira Marques, Lívia Madureira
A decisão de introduzir uma inovação é um processo deliberativo intencional, com vista a atingir fins
valorizados pelo decisor. No quadro da Teoria do Comportamento Orientado para Metas (MGDB), este
artigo propõe um modelo em que os desejos e as intenções de adotar uma determinada prática agrícola
sustentável são influenciados por fatores como: crenças relativas às vantagens e desvantagens da inovação;
emoções antecipadas e antecipatórias relativamente à adoção da prática inovadora; normas sociais relevantes
para o agricultor; exequibilidade da prática, tendo em conta a eficácia do agricultor e os seus recursos
percebidos. Propõe-se a aplicação do modelo analisando os efeitos destas variáveis sobre a intenção de
adotar a prática do enrelvamento por parte de produtores de amêndoa, vinha, olival e castanheiro da região
de Trás-os-Montes e Alto Douro. Através de um estudo transversal de cariz quantitativo a uma amostra de
150 agricultores, estima-se a predição do modelo estrutural pelo método dos mínimos quadrados parciais
(PLS-SEM). O principal contributo deste estudo é discutir como os fatores emocionais e sociais interferem
no processo de adoção de uma prática sustentável, nomeadamente num contexto marcado pela tradição e
pela identidade comunitária, onde as decisões não dependem exclusivamente das vantagens e da
exequibilidade da inovação.
Palavras-chave: Inovação; Enrelvamento; Agricultura sustentável; Emoções; Normas sociais.
AGROFLORESTA DE SUCESSÃO - UM MODELO PARA A SUSTENTABILIDADE
Denis Hickel, Maria Jerónimo, Olga Matias, Pedro Vieira
As crescentes questões ambientais globais colocam um desafio para todo o sector agrícola: Como enquadrar
a produção alimentar dentro das dinâmicas dos ecossistemas e como transitar para trabalhar de acordo com
estes? É um paradigma complexo que não se restringe a disputas por modos de produção, nem tão pouco
pode ver-se separado das demais dinâmicas que compõem a cadeia: desde a produção, transporte,
transformação, comercialização, hábitos de consumo. É deste desafio que surge o projeto “Vila Feliz
Cidade” que, entre outros fins, aposta nas agroflorestas como agroecossistemas capazes de promover ao
mesmo tempo a economia e a sensibilização ecológica.
Os sistemas de produção convencionais têm por base a simplificação, muitas vezes exaustiva, da
complexidade dos ecossistemas, com danos colaterais como esgotamento dos solos, a perda de
biodiversidade, poluição generalizada e a monocultura por base. Ainda que pese todo o avanço da cultura e
das ciências agrárias na busca por processos eficientes de produção e na redução da pegada ecológica, não
encontra eficácia na regeneração e proteção do meio natural e é insustentável a prazo.
Por oposição, ecossistemas naturais são na sua natureza complexos, com grande diversidade de plantas e
animais, interdependência entre estes, autossuficiência e resiliência. São responsáveis pelos serviços naturais
essenciais para o nosso bem estar, desde a fotossíntese até a regulação do ciclo da água. Assim, entendemos
que é necessário re-situar a agricultura dentro de perspectivas essencialmente ecológicas; reconhecer as
dinâmicas dos ecossistemas e viver de acordo com estas. Este é o desafio que nos propomos, onde a nossa
inspiração é a Floresta.
As Florestas são ecossistemas biodiversos funcionais, com mecanismos de autofertilização, de regeneração e
enorme resiliência. A sistematização destas dinâmicas vem emergindo como Sistemas Agroflorestais de
Sucessão (SAFS). Estes demarcam-se da cultura agroflorestal convencional, estática e da baixa diversidade,
para abordar conceitos como sucessão ecológica, estratos florestais, diversidade e que se traduzem em outras
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formas de gestão. Este tipo de agricultura vem sendo muito divulgado pelo pesquisador Suíço Ernst Gotsch
como Agricultura Sintrópica, sobre a qual nos inspiramos livremente.
No âmbito do projeto “Vila Feliz Cidade” estamos empenhados em ganhar conhecimento nesta tecnologia,
para tal iniciámos a implementação de uma agrofloresta na vila da Golegã. Esperamos com isso poder
promover e monitorizar a melhoria na fertilidade dos solos, o ciclo da água, outras culturas alimentares,
interação com diferentes atores sociais, diferentes escalas da economia, envolvendo pequenos produtores e a
agroindústria.
Palavras-chave: Sustentabilidade, agrofloresta de sucessão, agricultura regenerativa.
AGROECOLOGIA E AGRICULTURA BIOLÓGICA: PRÁTICAS E SIGNIFICADOS, EM PORTUGAL E NO BRASIL
Orlando Simões, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Isabel Dinis, Guilherme Patrício de Araújo
O mercado dos produtos agroalimentares de produção biológica tem seguido duas tendências distintas. De
um lado verifica-se uma tendência para a certificação oficial dos produtos biológicos, seguindo-se uma via
de produção em larga escala e industrialização da sua cadeia produtiva; por outro lado, sistemas alternativos
de validação não oficias são invocados para caraterizar e comerciar produtos tidos como naturais, saudáveis,
orgânicos, verdes, ecológicos, etc., ocupando nichos de mercado específicos, seguindo uma via de produção
localizada e de pequena escala, procurando manter-se fiel às preocupações originais dos movimentos da
agricultura biológica. Enquanto a primeira tendência vem ganhando terreno nos países onde as preocupações
ambientais mais cedo se fizeram sentir, em particular nos países do norte da Europa, a segunda via tem
oferecido alguma resistência a esta tendência nos países do sul da Europa e nos países onde este tipo de
preocupação se fez sentir mais tardiamente, como é o caso dos países da América Latina.
Usando a abordagem teórica da teoria das convenções como grelha de leitura, este artigo pretende analisar a
evolução destas duas tendências em dois países com diferentes estágios evolutivos nesta matéria: Portugal e
Brasil. Com este objetivo são contextualizados os conceitos mais usados nestes dois países, tias como
produtos biológicos e produtos orgânicos, comparados os respetivos sistemas de certificação oficial, assim
como algumas redes informais baseadas em circuitos curtos de comercialização. Particularmente neste
ultimo caso, são realçadas as práticas mais comuns de fortalecimento das relações de confiança entre
produtores e consumidores, sua vinculação à agricultura familiar e a diferentes tipos de proximidade e inter-
relação entre o mundo rural e os centros de consumo urbano.
Palavras-chave: Agricultura Biológica; Agroecologia; Circuitos Curtos; Teoria das Convenções.
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TC4 | Mercados e competitividade
ÍNDICE DE MALMQUIST COMO COMPLEMENTO À ANÁLISE DE EFICIÊNCIA NO CULTIVO DE TILÁPIA: UMA PROPOSTA DE ESTUDO
Omar Jorge Sabbag, Silvia Maria Almeida Lima Costa
A tilapicultura pode ser uma alavanca de desenvolvimento social e econômico, considerando a
potencialidade de recursos naturais no Brasil. A principal contribuição deste estudo é destacar para uma
avaliação da evolução da produtividade da tilapicultura em uma unidade piscícola, visando estimar se as
transformações ocorridas na produção durante um determinado período alteraram a eficiência, mensurada
pela técnica de análise envoltória de dados em seu ambiente de cultivo. Dentro desta temática, como forma
de mensurar uma avaliação de eficiência, a análise DEA (data envelopment analysis), constitui-se de uma
técnica de programação matemática que busca analisar o desempenho a partir de um conjunto de inputs e
outputs. Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo explorar dados existentes em cultivo de tilápia,
em sistema intensivo, no que se refere à análise de eficiência, com avaliação complementar da evolução da
produtividade da tilapicultura em uma unidade dotada de capacidade tecnológica consistente com padrão
tecnológico considerado bom para a atividade e região, por meio do índice de Malmquist. Assim, este índice
oferece uma eficiente comparação entre diversos períodos de tempo, considerando mudanças de eficiência
técnica e mudanças de tecnologia de produção. Destaca-se o índice de Malmquist pelo seu caráter relativo,
pois os valores podem variar de acordo com as DMU’s (decision making units) que estão sendo analisadas,
podendo representar uma importante característica, pois algumas unidades podem apresentar redução nos
escores de eficiência, enquanto outras podem registrar melhoria. Da mesma forma, algumas DMU’s podem
apresentar progresso tecnológico, enquanto outras regresso técnico ou até progresso técnico inalterado.
Assim, por meio desse instrumento, torna-se possível examinar as variações dos níveis de produtividade de
forma mais flexível e detalhada em um sistema de produção aquícola.
Palavras-chave: Análise DEA; índice de Malmquist; produtividade; tilapicultura.
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ANALISE DO GRAU DE COMPETITIVIDADE DA SOJA BRASILEIRA ATRAVÉS DOS ÍNDICES DE VANTAGEM COMPARATIVA REVELADA SIMÉTRICA, ORIENTAÇÃO REGIONAL E CONSTANT
MARKET SHARE
Caroline Marques Ramos, Marcia Gonçalves Pizaia, Carlos Eduardo Caldarelli, Marcia Regina Gabardo da Camara
O objetivo principal deste artigo é analisar o grau de competitividade e inserção da soja brasileira no
mercado externo, através do Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrica (IVCRS), Índice
Orientação Regional (IOR) e do modelo Constant Market Share (CMS). Também visa investigar aspectos
relevantes do complexo agroindustrial da soja no Brasil relacionados à produtividade e competitividade da
soja no período de 2005 a 2016. O estudo justificou-se à medida que a soja no Brasil vem desempenhando
papel relevante na pauta de exportações brasileiras desde a década de 2000. O método Constant Market
Share (CMS), e conjunto de indicadores de competitividade: Índice de Vantagem Comparativa Revelada
Simétrica (IVCRS) e Índice de Orientação Regional (IOR), foram utilizados para analisar o grau de
competitividade e inserção da soja no mercado externo. Os resultados obtidos revelaram que as exportações
do complexo soja aumentaram significativamente graças à competitividade brasileira, porém com a
concentração em apenas um produto, a soja em grão, e verificou-se a dependência crescente de um único
país, pois a maior parte das exportações foram direcionada para o mercado chinês.
Palavras-chave: IVCRS, IOR, Constant Market Share.
A EFETIVIDADE DO HEDGING EM CONTRATOS FUTUROS DE SOJA NA CHICAGO BOARD OF TRADE, NO PERÍODO DE 2008 A 2017
Caio Vinicius Fernandesi, Marcia Gonçalves Pizaia, Marcia Regina Gabardo da Camara, Carlos Eduardo Caldarelli
Este artigo objetivou avaliar a efetividade do hedging em contratos futuros de soja brasileira na Chicago
Board Of Trade, no período de 2008 a 2017. Para isso, realizaram-se simulações visando verificar se a
fixação do preço da soja no momento certo pode minimizar os custos de produção, bem como, demonstrar a
efetividade do hedging em contratos futuros da soja nacional. A metodologia de estudo envolveu a aplicação
de estudo de caso, enfatizando-se o panorama histórico de cotações reais da commodity, demonstrado a
partir de gráficos de preços da soja na bolsa de Chicago Board Of Trade (CBOT), no período de 2008 a
2017, tendo em vista a identificação dos picos de preços nas safras dos países produtores de soja: Estados
Unidos, Canadá, Índia, Ucrânia, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai. Os resultados deste estudo indicaram
que o produtor de soja pode minimizar seus custos com o hedge - mesmo que não seja a ferramenta mais
eficiente para conseguir os melhores preços da soja. O hedge eliminou o risco de volatilidade dos preços que
o produtor enfrenta, ao deixar de fixar os preços da soja antecipadamente. Conclui-se que, nos últimos 10
anos, em apenas cinco safras o hedge não se mostrou interessante como ferramenta de maximização de
lucros, gerando menos margem que a comercialização após a colheita. Porém, em todos os anos analisados, o
hedge se mostrou eficiente em garantir os preços antecipadamente, reduzindo uma possível perda para o
agricultor. Ressaltou-se que, mesmo o hedge não sendo efetivo em cinco safras, o produtor brasileiro não
teve nenhum momento de comercialização com margem negativa no período estudado (2008 a 2017) e o
produtor sempre negociou sua soja acima dos custos de lavoura, onde o hedge foi a ferramenta que garantiu
essa lucratividade antes mesmo da colheita. O agricultor que optar pelo hedge pode garantir uma
minimização de custos e uma proteção contra a queda de preços se efetivar a comercialização antecipada no
momento certo.
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Palavras-chave: Efetividade do hedging, mercado futuro, derivativos.
CONFIGURAÇÕES PRODUTIVAS E ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA NA PRODUÇÃO LEITEIRA DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
Mariângela Alice Pieruccini Souza, Weimar Freire da Rocha Júnior, Kaio Strelow, Miguel Angelo Opazo
A pecuária leiteira avança expressivamente na adoção de tecnologia e aumento de produtividade, as quais
são cotidianamente incorporadas no ambiente rural e fornecem novas perspectivas de rentabilidade aos
encadeamentos produtivos que se desdobram em desenvolvimento regional. Isso é fruto do intenso trabalho
de organizações partícipes deste sistema, estimuladas pelo ambiente institucional brasileiro, alterado a partir
dos anos noventa, no que tange às regulamentações impostas ao segmento da pecuária leiteira. Nesse sentido,
nas inúmeras regiões produtoras de leite no Brasil são constantes os trade-offs impostos, alijando do
processo os pequenos produtores com baixa capacidade de investimento por estruturas com maior aporte de
recursos e produção maior e concentrada. Face a esse processo de substituição contemporâneo, a dúvida que
conduz este estudo é como mitigar o êxodo de pequenos produtores de leite na região Oeste do Paraná?
Diante deste problema de pesquisa, objetiva-se analisar as condições do pequeno produtor de leite na região
Oeste do Paraná frente à regulamentação imposta à sua produção. A estrutura metodológica proposta vale-se
de estudo descritivo que consiste em entrevistar 20 produtores de leite do Oeste do Paraná, através de
entrevistas semiestruturadas, utilização e caracterização de fontes secundárias relacionadas ao Departamento
de Economia Rural do estado do Paraná – DERAL e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Espera-se que esta pesquisa possa apontar, os principais gargalos que motivam o êxodo de pequenos
produtores de leite da atividade.
Palavras-chave: Estruturas de governança; produção leiteira; região Oeste do Paraná.
THE COFFEE MARKET IN BRAZIL: CHALLENGES AND POLICY GUIDELINES
Carlos Eduardo Caldarelli, Leandro Gilio, David Zilberman
Currently, Brazil is the most important player in the coffee market worldwide with the world’s largest
production of coffee and controlling more than 30% of the international production (USDA, 2018).
According to the Brazilian National Supply Company (CONAB, 2017) the coffee production in the harvest
of 2016 was 3,082 Mt – about 2,602.8 Mt of arabica coffee and 479.22 Mt of robusta coffee. The foreign
trade figure corroborates the importance of the Brazilian coffee industry for the world. The data from ICO
(2018) shows that the country's share in total exports of all exporting countries was about 29% for the year of
2016, affirming Brazil as the largest exporter in the world. Several changes have impacted the global
agricultural value chain over the last decades, such as the increasing importance of retail and its effects on
developing countries, in addition to the liberalization of some markets. These changes have had large effects
on the structure of the global coffee value chain and its actors (MINTEN et al., 2019). Indeed, the coffee
industry in Brazil is undergoing a rapid transformation (ALMEIDA; ZILBERSZTAJN, 2017).The
gourmet/special coffee market is concentrated in the largest cities of the country, and it is mainly fed by
multinational franchise coffee machine sellers that managed to well-advertise their products to the point of
creating a new culture of coffee in Brazil, but still with restricted range to a specific consumer profile
(CECAFE, 2017). Therefore, it is important to better understand the dynamics of this market in Brazil by
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evaluating challenges and opportunities. The article aims to analyze the Brazilian coffee market evolution
post-1990 (deregulation), evaluating the new dynamics of the supply chain and the transformation of
demand, specifically, the growth of the demand for special coffees, certified and gourmet coffees discussing
the transformation caused by the expansion of the global coffee chains market and its impacts for Brazil.
Palavras-chave: Café; Cadeias de valor; Brasil.
A COMPETITIVIDADE LOGÍSTICA BRASILEIRA PARA O ESCOAMENTO DE GRÃOS PELOS PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS: SANTOS E PARANAGUÁ
Eduardo Luiz Jeronymo, Marta Cristina Marjotta-Maistro
O Brasil é um dos mais importantes fornecedores de produtos agrícolas no mercado internacional, onde
foram distribuídos 100 milhões de toneladas de soja, milho e farelo apenas no ano de 2017. Para viabilizar
um escoamento eficiente desses produtos é necessária uma infraestrutura logística adequada e preparada para
suportar aumentos na produção. Este estudo avaliou a infraestrutura disponível nas rotas que se ligam aos
dois principais portos para escoamento de grãos – Santos e Paranaguá – sob o aspecto de capacidade
portuária e ferroviária disponíveis. A metodologia utilizada nesse estudo baseou-se na consulta a dados
secundários públicos desses setores, bem como projeções de expectativa de safra do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os resultados deste estudo indicam que o Porto de Santos já vem se
capacitando para atender a um aumento de exportações futura de grãos. O início da operação de um novo
terminal graneleiro, em 2017, e a perspectiva de instalação de um novo terminal privado devem suprir a
necessidade de capacidade portuária para grãos nos próximos anos. A malha ferroviária que atende a Santos
recebeu recentemente investimentos que ampliaram sua capacidade nos trechos com maiores restrições, e,
portanto, não deve se configurar como um gargalo futuro. No porto de Paranaguá os Governos Estadual e
Federal anunciaram iniciativas que devem duplicar a capacidade de movimentação de grãos. A ferrovia,
contudo, mostra-se com restrições, fato este que pode ser equacionado se o Governo der prosseguimento à
renovação antecipada pretendida pelo concessionário atual, ou numa eventual licitação para o trecho,
exigindo para tanto novos investimentos.
Palavras-chave: Ferrovia; capacidade; portos, grãos.
MERCADO DAS COLHEDORAS DE ALGODÃO NO BRASIL: UM ESTUDO DE CASO
Tathiana Ruscito von Schmidt, Jeronimo Alves dos Santos, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Adriana Estela Sanjuan Montebello
O mercado cotonicultor do país está em grande crescimento e se encontra em quinto lugar entre os maiores
produtores mundiais. O produto final se destina principalmente para a indústria têxtil, que precifica o produto
de acordo com a qualidade da fibra. Novas tecnologias e investimento em agricultura de precisão trouxeram
para o mercado diferentes maneiras de atender a esses parâmetros e manter a qualidade do produto. O
presente trabalho tem como objetivo identificar as diferentes colhedoras de algodão que se encontram no
mercado agrícola brasileiro, demonstrando suas principais diferenças operacionais bem como analisar a
concentração de mercado deste segmento. A metodologia adotada é exploratória e os dados são analisados de
maneira descritiva e quantitativa. Os dados foram extraídos de consultas a livros, revistas, artigos científicos
e banco de dados técnicos das empresas disponíveis para o público. Na colheita mecanizada tradicional, as
colhedoras não eram capazes de prensar o algodão após a colheita, sendo necessário a utilização de Bass
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Boys, prensas e outros maquinários. Em 2006, a Case IH lançou uma colhedora capaz de prensar a cultura
colhida e construir fardos retangulares (Module Express 625), tornando o processo de colheita possível com
alguns equipamentos a menos, porém ainda com muitas perdas. Em 2009, a John Deere inovou no setor
cotonicultor criando uma máquina com tecnologia capaz de colher, prensar, enfardar e descarregar sem que a
colhedora pare a operação de colheita. Em 2015, ocorreu novo lançamento (Cotton Picker 690). Quando
comparadas, a Case IH Module Express 625 e a Cotton Picker 690 apresentam diferentes níveis de
tecnologia embarcada, fazendo com que, por opção do cotonicultor, a John Deere tenha ganhado todo o
mercado brasileiro, pois possibilitou atender a principal necessidade do produtor que é obter algodão com
alta qualidade de fibra, fator responsável por sua lucratividade.
Palavras-chave: Colhedora, agricultura, algodão, mercado, tecnologia.
AVALIAÇÃO ECONÓMICA DA EXPLORAÇÃO DE POMARES DE PESSEGUEIRO EM PLENA PRODUÇÃO: ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DA COVA DA BEIRA
André Amaral, Ana Paula Silva, Dora Ferreira, Deolinda Alberto, Maria Paula Simões
A nível nacional o pessegueiro ocupa 9% da superfície total dos frutos frescos, sendo a produtividade média
10 683 kg/ha (INE, 2018). As condições edafoclimáticas na região da Beira Interior são favoráveis ao
desenvolvimento da cultura do pessegueiro, onde 75% da área desta cultura se localiza em explorações de
dimensão >5 ha, geridas por fruticultores especializados em prunóideas, especialmente cerejeira e
pessegueiro.
Sendo o pessegueiro uma cultura com especial importância na região da Beira Interior e sendo esta a
principal região de produção de Portugal torna-se relevante avaliar a competitividade desta atividade,
determinando a sua rentabilidade através da quantificação dos principais custos de produção e os proveitos.
A metodologia utilizada foi a análise de um caso de estudo na região da Beira Interior, onde se quantificaram
os custos associados às diferentes operações culturais, comparando-os com a conta de cultura obtida para a
mesma região.
Os resultados obtidos refletem que os principais custos de produção estão associados às operações culturais
da colheita e transporte, à poda e aos tratamentos fitossanitários. Comparativamente à conta de cultura que
reflete uma média para a região, neste caso de estudo observaram-se custos de produção mais baixos, em
aproximadamente 10%, e um resultado liquido superior.
Palavras-chave: Prunóideas; Conta de Cultura; Competitividade; Fruticultura; Beira Interior.
SERÃO AS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA SUSTENTÁVEIS: UMA ABORDAGEM MINI-MAX
Maria José Palma Lampreia Dos-Santos, Manuel Mota, Emiliana Silva
A sustentabilidade da atividade agrícola na Europa desempenha um papel crucial na segurança alimentar
europeia e mundial, assim como na manutenção e na preservação do mundo rural e no seu desenvolvimento
sustentável. Apesar disso, são muito restritos e incompletos os estudos que analisam a sustentabilidade das
explorações agrícolas dos países que compõem União Europeia. Assim, este artigo pretende colmatar essa
limitação na literatura. Para tal, o principal objetivo deste artigo é analisar a sustentabilidade das explorações
agrícolas ao nível dos vinte e oito Estados Membros da União Europeia em termos económicos, ambientais,
sociais e institucionais. A informação e dados utilizada neste artigo provém da base de dados da Rede de
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Informação de Contabilidades Agrícola (RICA) da Comissão Europeia, correspondente aos últimos dados
disponíveis. A metodologia utilizada inclui uma abordagem min-max e métodos de análise multivariada,
nomeadamente, a análise do Componente Principais e a análise de Cluster. Os resultados confirmam a
existência de três grupos de países Europeus/empresas agrícolas diferenciadas no que concerne à sua
sustentabilidade, nomeadamente, os países/explorações da Europa Central, os Países do Leste Europeu e os
países/explorações agrícolas do Mediterrânio. De igual modo, os resultados confirmam que as empresas
agrícolas europeias apresentam, em geral, uma sustentabilidade média, embora com acentuadas diferenças
entre clusters no que diz respeito aos parâmetros económicos, sociais, ambientais e institucionais. As
principais conclusões ressaltam a importância da sustentabilidade na definição de políticas agrícolas,
nomeadamente, para o atual Quadro Comunitário Estratégico em discussão e aprovação, bem como, para
melhor ajustar as políticas agrícolas, quer ao nível nacional, quer comunitário.
Palavras-chave: Agricultura europeia; sustentabilidade; análise min-max; análise de componentes
principais; análise de cluster.
ANÁLISE DO MERCADO DA PIMENTA-DO-REINO NO BRASIL E NO MUNDO EM PERIODO RECENTE
Gilberto Ferreira Da Silva Júnior, Gisalda Carvalho Filgueiras, Antônio José Elias Amorim De Menezes, Andre Cutrim Carvalho, Alfredo Kingo Oyama Homma, Andreia Costa De Sousa
A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.), conhecida como pimenta preta ou pimenta redonda, é cultivada em
vários países do mundo e sua utilização na indústria, como a de alimentos, fez com que a produção dessa
cultura venha crescendo nos últimos anos em toda parte do mundo. O Brasil se apresenta como um dos
maiores produtores de pimenta-do-reino, sendo o estado do Pará seu maior produtor. Assim, este trabalho
objetivou analisar a expansão do mercado em nível dos países com maior destaque para a sua produção,
incluindo o Brasil, dado suas vantagens comparativas, em termos de mão-de-obra e terra com aptidão no
Norte do País. Ademais, o fruto pimenta-do-reino tem o seu cultivo nas regiões da Ásia, América do Sul e
América Central e em regiões da África. Em 2016 teve uma área de 546.161 hectares na sua totalidade e,
deste, só a Indonésia correspondeu a 30,77%, logo em seguida a Índia (23,61%) e Vietnã (14,97%). O Brasil
ocupou a quinta posição na escala mundial, com 4,72%, que equivale a 25.830 hectares. Os oito principais
países foram responsáveis por 90% dessa área colhida em 2016. Metodologicamente, se utilizou dados
secundários das principais variáveis de produção (área colhida, produção e preço), junto às instituições como
FAO e IBGE e, a partir da aplicação da taxa geométrica de crescimento (TGC), se constatou da expansão ou
não desse produto nos principais países produtores, bem como a questão da exportação. Os resultados da
pesquisa apontou um aumento da produção mundial no período de 1986 a 2016 de 0,97% a. a e também no
rendimento (3,14% a. a.) e área colhida (2,40% a.a.). O Brasil no período de 1998 a 2017, teve um resultado
de 1,80% a. a. em relação a área colhida, a produção teve taxa de 1,82ª% a. a., e o valor da produção de
11,57% a. a. Frente a este resultado, concluiu-se que esta cultura pode expandir, gerando renda e emprego
para o Brasil, aparecendo como uma oportunidade de fortalecer a agricultura brasileira, bem como gerar
divisas econômicas.
Palavras-chave: Pimenta; agricultura; mercado; mundo.
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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC): SEIS DÉCADAS A SEMEAR UMA AGRICULTURA EUROPEIA EQUILIBRADA A NÍVEL SOCIAL, TERRITORIAL E AMBIENTAL PARA O SÉCULO XXI
José Manuel Antunes de Almeida Barata
No Tratado de Roma, os seis Estados-Membros fundadores da Comunidade Económica Europeia (CEE),
atribuíram à agricultura um caráter prioritário, aquando do processo de construção europeia, em virtude da
carência alimentar e destruição da agricultura vividas na Europa no período pós-Segunda Guerra Mundial.
Decorridos 60 anos e dada a relevância da agricultura, analisámos a Política Agrícola Comum (PAC), por ter
sido o instrumento político e estratégico definido pela União Europeia para conduzir a área agrícola,
procurando avaliar a sua origem, seus objetivos, os princípios fundamentais e a sua implementação, tentando
igualmente identificar as respetivas potencialidades e constrangimentos, num contexto de diversos interesses
entre os Estados Membros, assim como a nível internacional, num mundo globalizado em que se perspetiva
um século XXI altamente competitivo.
Procurámos analisar a forma como a PAC evoluiu, quais os fundamentos estratégicos e os principais
instrumentos políticos que suportaram o seu longo processo de reformas, iniciado em 1992 até à sua mais
recente reforma, para o período 2014 – 2020, procurando por isso respostas para os desafios da atualidade,
como a globalização, as alterações climáticas e o tão desejado desenvolvimento sustentável.
Em contexto de reformas, apresentamos ainda as principais linhas da nova PAC, para o período Pós-2020,
tendo por base a Comunicação apresentada pela Comissão (2017), «O futuro da alimentação e da
agricultura», delineando em concreto as principais prioridades da PAC, a elevação do nível de ambição
ambiental e de ação climática, uma melhor orientação do apoio e uma maior confiança no virtuoso nexo
“Investigação-Inovação-Aconselhamento”, assim como o novo modelo de desempenho.
Por último, apresentamos as conclusões conseguidas, incluindo um breve balanço da integração da
agricultura portuguesa na PAC, pensando que as mesmas poderão oferecer um modesto contributo para a
reflexão sobre o futuro da Política Agrícola Comum.
Palavras-chave: Agricultura; PAC; Reformas; Instrumentos políticos; Evolução PAC.
O RESSURGIR DA ATIVIDADE AGRÍCOLA: INICIATIVA OU INCENTIVOS AO INVESTIMENTO?
Rosa Guilherme, Cláudio Jesus, Isabel Rodrigo
Na última década, vem-se assistindo, nalguns territórios do Continente português, ainda que cautelosamente,
ao ressurgir da atividade agrícola. Este ressurgir tende a estar relacionado com duas grandes vertentes: por
um lado, a da inovação, via adopção de novas tecnologias, por outro, a ambiental associada, regra geral, à
dimensão da segurança e qualidade alimentar. Nota-se ainda que ambas as vertentes estão ancoradas num
património fundiário familiar que se pretende (re)valorizar económica, mas também socialmente. O presente
trabalho tem dois grandes objectivos. Por um lado, dar a conhecer algumas situações ilustrativas daquele
ressurgir agrícola e rural. Mais concretamente, procura averiguar, através de casos concretos, o contributo
dos “novos rurais” para a dinamização das economias locais, e identificar os principais factores de sucesso e
de insucesso das experiências analisadas. Neste contexto, o presente trabalho tem também por objectivo
contribuir para a reflexão e a necessidade de serem eventualmente equacionados instrumentos de política que
permitam potenciar, as experiências bem-sucedidas e, ao mesmo tempo, criar condições objectivas para
evitar a quebra de expectativas de um regresso ao agrícola e ao rural. Os casos analisados localizam-se na
região Centro do país, marcada por uma baixa densidade populacional rural e onde predominam as pequenas
explorações agrícolas familiares que, contudo, ainda assumem um papel relevante no fornecimento de
alimentos e na manutenção de uma paisagem marcadamente rural.
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Palavras-chave: Novos rurais; dinamização rural; economia local; políticas desenvolvimento rural.
RAZÃO DE PREÇOS SOJA/MILHO NA GESTÃO DE RISCO DE PREÇO NOS MERCADOS FÍSICOS E FUTUROS DO MILHO NO BRASIL
Julyerme Matheus Tonin, João Gomes Martines Filho, André Luís Ramos Sanches
Em um ambiente de maior interconexão entre mercados, a razão de preços entre soja e milho pode ser
utilizada para entender os vínculos entre os mercados de soja e de milho, sendo uma ferramenta útil na
gestão de risco de preços e na análise da competitividade dessas commodities. Este artigo investiga a
mudança de regime na razão de preços entre soja e milho, nos mercados físicos e futuros e suas implicações
no resultado das estratégias de hedge. O presente artigo pretende contribuir para a literatura na medida em
que examina um risco derivado dos comovimentos de preços de diferentes commodities agrícolas. A
mudança de regime no preço relativo entre milho e soja pode ser entendida como um choque exógeno que
afeta o resultado da estratégia de hedge. Ademais, o distanciamento entre os preços de soja e milho pode ser
um indicativo de transbordamento de risco e volatilidade entre esses mercados, com efeito sobre a estrutura e
a competitividade do mercado analisado. Para o mercado do milho no Brasil, a análise da razão de preços
soja/milho é especialmente útil para avaliar os efeitos de uma mudança em curso nesse mercado, a evolução
da 2ª safra ou safra de inverno. Em termos metodológicos, o modelo de mudança de regime selecionado é o
Markov Switching, sendo empregado para avaliar a relação entre os preços representativos dos mercados
físico e futuro de milho e soja no Brasil no período de janeiro de 2008 a agosto de 2018. Dentre os achados
de pesquisa, cabe destacar uma maior persistência do regime de alta (para as razões de preços nos mercados
físico e futuro). Identifica-se uma maior duração de ambos os ciclos de preços (regime de alta e regime de
baixa) no mercado futuro, em comparação com o mercado físico. Por fim, o resultado da estratégia de gestão
de risco, em termos de taxas ótimas de hedge está diretamente correlacionada com a origem da mudança de
regime, no mercado físico doméstico ou no mercado futuro externo.
Palavras-chave: Gestão de riscos, Mercados agrícolas, Correlação condicional.
COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA DO BRASIL: UMA ANÁLISE DAS VANTAGENS COMPARATIVAS
Lucas Rodrigues, Ana Alexandra Marta-Costa
O agronegócio tornou-se um domínio estratégico para o Brasil, sendo o comércio de carnes um dos mais
relevantes para o quadro apresentado. Nomeadamente no setor da carne bovina, o Brasil tem
reconhecidamente sido um player forte e competitivo. Reflexo de um estruturado processo de
desenvolvimento responsável por elevar a produtividade e a qualidade do produto, o país tem acompanhado
a sinalização de um mercado crescente aumentando a sua competitividade e abrangência internacional.
Sabendo da importância da produção e comercialização de carne bovina para a economia brasileira, neste
trabalho avaliou-se a competitividade das exportações desta mercadoria em referência aos principais países
exportadores a nível mundial e regional, através do Índice de Vantagem Comparativa Revelada Normalizada
(NRCA). Os resultados indicam que, entre 1998 e 2017, a vantagem comparativa do Brasil elevou-se de
maneira significativa, fazendo do país um dos mais fortes competidores a nível internacional. A aplicação do
NRCA apresentou de maneira satisfatória o desenvolvimento do cenário internacional da competitividade
neste mercado, revelando a dinâmica de elevação e queda dos principais países exportadores. No entanto, o
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índice não permitiu perceber exatamente quais são os determinantes específicos do desempenho competitivo,
sendo esta uma limitação da aplicação deste método.
Palavras-chave: Vantagem comparativa revelada normalizada; comércio internacional; série histórica;
competitividade; carne bovina.
A RENTABILIDADE DOS PRODUTORES DE SOJA NO PARAGUAI: CONCENTRAÇÃO E EXCLUSÃO
Valdemar João Wesz Junior
Atualmente o cultivo da soja exige dos produtores um apurado conhecimento tecnológico, gerencial,
financeiro e produtivo, sobretudo por ser um produto padronizado, com preço definido internacionalmente,
pautada em um comércio global e controlado por empresas transnacionais. A interação entre rendimento por
área, custo de produção e preço de venda define se o produtor finalizará o ciclo produtivo com saldo positivo
ou negativo. O objetivo deste trabalho é justamente analisar a margem de rentabilidade de soja no Paraguai
de 2002/03 até 2018/19, percebendo as variações ao longo dos anos e seus efeitos sobre os produtores. Este
estudo utiliza uma abordagem qualitativa e quantitativa, como revisão bibliográfica, a análise de dados
estatísticos sobre custo de produção, coleta de informações de mais de 80 produtores de soja e entrevistas
com representantes de empresas. Os resultados mostram que há um forte variação na margem de
rentabilidade da soja conforme a safra e o perfil do produtor, cujo efeito mais evidente é a exclusão de alguns
produtores e a concentração naqueles mais capitalizado, com maiores área e alta eficiência produtiva.
Palavras-chave: Mercado da soja; produtores rurais; rentabilidade; Paraguai.
PRODUTIVIDADE DA FRUTICULTURA NORDESTINA: EVIDÊNCIAS DE CONVERGÊNCIA
Rodrigo Peixoto da Silva, Alice Aloísia da Cruz
A atividade agrícola possui importância histórica para o desenvolvimento da região Nordeste, que passou a
ganhar destaque na produção de frutas a partir de meados dos anos 1990 após políticas públicas e
investimentos realizados desde a década de 1970, sobretudo em projetos hidroelétricos e modernização dos
sistemas de irrigação. Todavia, o Nordeste é conhecido pela heterogeneidade das condições produtivas no
meio rural. Diante disso, esse trabalho analisou a hipótese de convergência da produtividade no cultivo de 10
frutas distintas, que representaram cerca de 75% do valor de produção da fruticultura na região Nordeste
entre 2015 e 2017: banana, cacau, coco-da-baía, goiaba, laranja, limão, mamão, manga, maracujá e melão.
Foram consideradas, ao todo, 1.517 Áreas Mínimas Comparáveis nordestinas e os triênios 1995-19997,
2005-2007 e 2015-2017 para os cálculos. Foram estimados e testados três modelos de dados em painel
(Pooled, Efeitos Fixos e Efeitos Aleatórios), dentre os quais os testes apontaram o modelo de Efeitos Fixos
como o mais adequado para a análise. Os resultados desse modelo apontam para uma relação negativa
(coeficiente β<0) entre o nível de produtividade inicial de cada fruta e a respectiva taxa de crescimento da
produtividade, o que indica uma tendência de convergência de produtividade em todos os casos avaliados.
Além de negativos, os coeficientes apresentaram valores muito próximos em todos os casos, entre -1,13 e -
1,67, o que indica uma tendência de convergência similar para todas as frutas analisadas.
Palavras-chave: Irrigação; Áreas Mínimas Comparáveis; Modelos de dados em painel.
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PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA ANÁLISE DE Β-CONVERGÊNCIA
Rodrigo Peixoto da Silva, Natália Renata Nogueira
O Brasil é, historicamente, o principal produtor mundial de cana-de-açúcar e a maior parte de sua produção
esteve concentrada, ao menos desde 1974, na região Sudeste, especificamente no estado de São Paulo. Essa
região se destaca não apenas por ser a principal produtora, mas também por concentrar a maior parcela do
mercado consumidor de subprodutos como o etanol e o açúcar. Todavia, embora a produtividade no cultivo
de cana-de-açúcar tenha aumentado ao longo dos anos, permanece uma dispersão considerável entre os
níveis de produtividade dos municípios paulistas. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi testar a
hipótese de convergência de produtividade entre os municípios paulistas no cultivo da cana-de-açúcar,
avaliando se os municípios menos produtivos tendem a apresentar maiores taxas de crescimento da
produtividade e a alcançar os mais produtivos. Para isso, foram levantados dados dos municípios paulistas
para o período de 1976 a 2017, calculadas as médias trienais de produtividade de cada município no cultivo
da cana-de-açúcar e foi construído um modelo econométrico de dados em painel para estimar o coeficiente
de convergência de produtividade (β-convergência), controlando as heterogeneidades municipais. Foram
estimados e testados três modelos de dados em painel (Pooled, Efeitos Fixos e Efeitos Aleatórios), dentre os
quais os testes apontaram o modelo de Efeitos Fixos como o mais adequado para a análise. Os resultados
desse modelo apontam para uma relação negativa (coeficiente β<0) entre o nível de produtividade inicial da
cana-de-açúcar e a respectiva taxa de crescimento da produtividade, corroborando com a hipótese de
convergência de produtividade entre os municípios analisados.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar; Produtividade; Convergência.
EFEITOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMPRA INSTITUCIONAL SOBRE A ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES FAMILIARES DE BANANAS: UM ESTUDO DE CASO NO BRASIL
Rafael Eduardo Chiodi, Gustavo Fonseca de Almeida, Luiz Henrique Bambini
O trabalho faz parte de esforços para avaliar os efeitos das políticas públicas de compra institucional junto a
organizações de agricultores familiares no Brasil. Neste sentido, aborda os efeitos do Programa de Aquisição
de Alimentos e do Programa Nacional de Alimentação Escolar sobre aspectos da organização social e da
gestão da comercialização no contexto de quatro cooperativas e de uma associação de produtores de bananas
nos municípios de Miracatu e de Sete Barras, estado de São Paulo. Os principais gestores destas
organizações foram entrevistados. As entrevistas foram realizadas em agosto de 2017 e conduzidas a partir
de um roteiro semiestruturado. Destaca-se que a própria criação das cooperativas foi impulsionada pelo
processo de organização dos produtores para acessar as políticas de compra institucional. Para a venda direta
e permanente de alimentos as organizações precisaram adquirir diferentes aprendizados e desenvolver novas
estratégias de gestão da comercialização. Além do domínio da legislação e dos trâmites que regem os editais
e as compras públicas, e das sutilezas exigidas para se relacionar com os agentes da burocracia estatal; no
âmbito da gestão da comercialização, investiram e aperfeiçoaram estruturas e processos de logística,
investiram na apresentação e na preparação das bananas para a venda. A expansão das vendas institucionais
promoveu o fortalecimento dos laços organizativos regionais, culminando com a criação de uma cooperativa
de segunda geração, composta por seis cooperativas. Ainda, tais mudanças possibilitaram o rompimento da
total dependência dos agricultores em relação aos agentes intermediários para a comercialização das bananas.
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Desse modo, a produção agregada dos agricultores familiares, além de atender aos mercados institucionais,
passou a chegar ao mercado convencional sem a figura do intermediário, ou seja, superando a lógica de
expropriação do produto do trabalho camponês configurada pela relação de intermediação.
Palavras-chave: Agricultura familiar, Cooperativismo, Mercado, Brasil.
CONTRATO FUTURO DE BASE DE PREÇOS DE MILHO NO BRASIL: EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS DE TRANSMISSÃO ASSIMÉTRICA ENTRE AS REGIÕES
André Luiz Ramos Sanches, Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros
Os preços de milho no mercado brasileiro são altamente sensíveis a choques regionais de oferta e demanda.
A elevada variação nos preços ocorre, principalmente, em função da importância do consumo interno que
absorve cerca de 70% da produção anual, o que tende a provocar oscilações expressivas nos preços em
direção contrária aos choques de oferta. A necessidade de gerenciar os riscos dos agentes envolvidos nesta
cadeia em termos de oscilação de preço (hedge) é evidente. Neste ambiente, a Bolsa de Valores, Mercadorias
e Futuros de São Paulo (BMF&Bovespa) [atual Brasil, Bolsa, Balcão (B3)] lançou em setembro de 2008 o
contrato futuro de base de preço de milho, além do próprio contrato futuro de preço de milho, base região de
Campinas/SP. O contrato de base permite que os agentes fixem o preço do cereal na própria região de
produção ou consumo, o que era, até então, um modelo inédito no mercado financeiro brasileiro. Assim, este
trabalho tem como objetivo analisar as relações de preços de milho entre a região de referência do contrato
futuro (Campinas/SP) e os preços das regiões de Cascavel/PR, Triângulo Mineiro/MG, Rio Verde/GO, Ponta
Grossa/PR, Chapecó/SC, Dourados/MS, Sorriso/MT e Barreiras/BA. São analisadas as relações de
causalidade, integração, bem como se choques positivos nos preços do milho em Campinas/SP influenciam
os preços de diferentes regiões na mesma intensidade que choques negativos, via modelo de Houck (1977) e
adaptações para a correção de erros. Os resultados indicam que todas as regiões selecionadas, exceto
Triângulo Mineiro e Barreiras, absorvem proporcionalmente aumentos e quedas nos preços na região de
Campinas/SP, e que os preços nas diferentes regiões analisadas apresentam forte relação com os preços do
mercado paulista. Conclui-se que o contrato futuro de base de preços de milho listado na B3 tem condições
de contribuir para a eficiência do hedge (seguro de preço) na fixação de preços do cereal em termos regionais
no mercado brasileiro.
Palavras-chave: Preços de milho; Assimetria de transmissão.
AVALIAÇÃO ECONÔMICA SOB CONDIÇÕES DE RISCO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO COM SOJA, MILHO E ALGODÃO EM MATO GROSSO
Fabio Francisco de Lima, Lucilio Rogerio Aparecido Alves
Devido, principalmente a condições edafoclimáticas, o cotonicultor de Mato Grosso, Brasil, concentra seu
modelo de produção em algodão, soja e milho, o que tem contribuído para que o estado seja o maior produtor
nacional das três culturas. Nos últimos anos, a produção algodão migrou para segunda safra, sucessora
especialmente da soja, dividindo espaço com o milho. Em virtude das recentes mudanças, dúvidas ainda
residem sobre a eficiência financeira-econômica e o risco assumido com o novo modelo produtivo. Partindo
dessa lacuna na pesquisa, o estudo teve como objetivo avaliar o retorno econômico e o risco de produzir soja,
milho e algodão, em especial os sistemas de sucessão de culturas em Mato Grosso. Os dados de custo de
produção representam 20 propriedades cotonicultoras entre as temporadas 2012/13 e 2015/16 fornecidos
39
pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-ESALQ/USP). Ao todo, foram geradas
35 estruturas de custos de produção do algodão safra, 41 estruturas de custos de algodão 2ª safra, 31 de soja e
31 de milho 2ª safra. Para fins de estudar todas os sistemas produtivos, foram delimitadas duas regiões:
Agregado Norte e Centro Leste. A primeira compreende a produção de soja no verão e algodão e milho na
segunda safra, enquanto a segunda se restringe ao cultivo de algodão e soja no verão e milho sucedido pela
oleaginosa. Para análise de risco dos cultivos e sistemas de produção, foi utilizado o método de Monte Carlo,
por envolver simulação de elementos aleatórios das varáveis de risco. Os resultados apontam a produção de
soja com o menor risco, enquanto sistemas com segunda safra são mais arriscados. No entanto, a introdução
do algodão 2ª safra trouxe ganhos significativos de receita líquida para o sistema com soja, enquanto o milho
2ª safra pouco afetou a renda em resposta ao grande aumento do risco de produção. No geral, a região do
Centro Leste mostrou-se menos arriscado para produção de algodão e grãos.
Palavras-chave: Segunda safra; Monte Carlo; risco de produção; algodão 2ª safra.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA PARA OS PRINCIPAIS DESTINOS: ANÁLISE DE PERSISTÊNCIA AOS CHOQUES
Waldemiro Alcântara da Silva Neto, Viviane Pires Ribeiro
O Brasil é indiscutivelmente um dos maiores players do agronegócio da atualidade, possui uma agropecuária
competitiva, uma agroindústria pujante e instituições sólidas. As exportações em 2018 desse segmento da
economia brasileira ultrapassaram US$ 85 bi, sendo o complexo carnes responsável por US$ 14,7 bi. No
entanto, o Brasil sofre pressões internas e externas, o que afeta as expectativas dos agentes e gera grandes
ruídos para os produtores, especialmente aos exportadores. Nos últimos anos, o segmento de carne bovina é
o que mais tem sofrido com tais choques exógenos (em geral questões sanitárias nas fazendas, nos
frigoríficos exportadores e algumas de ordem política). Diante disso, o objetivo desse artigo é o de analisar
se as séries de exportações de carne bovina, em moeda (US$) e em volume comercializado (Kg), para os
principais destinos apresentam persistência aos choques. Especificamente, busca testar a presença de
memória longa nas séries, verificar a existência de quebra estrutural nos dados e identificar se há
heterogeneidade no comportamento das séries. A metodologia está baseada na econometria de Séries
Temporais, especificamente no teste de long memory de Robinson (1995) para a identificação do grau de
persistência aos choques. Caso seja aceito a existência de memory long nas séries de exportações de carne
bovina para os principais destinos, implica que as exportações brasileiras são sólidas e que as oscilações
provenientes do mercado, da demanda internacional e de políticas, não afetam significativamente a trajetória
das séries.
Palavras-chave: Comércio Internacional; Pecuária; Teste de Long Memory.
AN OVERVIEW OF CHESTNUT´S PRODUCTION AND MARKET DEVELOPMENTS IN PORTUGAL
Paula Cabo, António Fernandes, Maria Isabel Ribeiro, The Working Group for ValorCast
Portugal is a major European producer of chestnut. This traditional production assumes major importance for
Trás-os-Montes, a low-density region of northern Portugal. Currently chestnut faces several challenges (e.g.,
climate change, diseases and pests, and demographic and market developments) that threaten its future. This
work intends to contribute to the sustainability of the Portuguese chestnut industry, by analysing its
constraints and potentialities. Data includes market statistics from 2008-2017, and primary sources as
40
industry stakeholders. Results show a global increase in the chestnut production area, although productivity
weakness constrains the capability of supplying the market. This scenario is intensified by marketing
problems, such as the low homogeneity of the fruit and conservation issues (chestnut moth and rot), the
weight of the parallel market, and unfair competition of chestnut from non-Community countries. The
chestnut supply chain is generally long and structured and organized with few industries and retailers and a
significant number of producers. Portuguese chestnut is mainly sold to medium-sized companies, where is
prepared to be sold fresh (nationally or abroad). However, the increase in processing capability of chestnut
industry improves the added-value of the supply chain of national chestnut. All varieties of chestnut are
adapted to fresh consumption, but are more or less appreciated due to their precocity, calibre and taste.
However, the price listed for chestnuts is based on their size, and consumers do not distinguish the different
varieties of chestnut. The consumption of nuts is still concentrated in a short time and connected to the
traditional intake of nuts, toasted and/or cooked. Nonetheless, new forms of consumption are increasing,
supported by growing demand for certain niche markets, to meet specific dietary needs such as gluten-free
products, or nutritionally enriched products.
Keywords: Chestnut, Production, Value Chain, Market, Consumption.
COMPETITIVIDADE DO BRASIL NO MERCADO MUNDIAL DE ÓLEO DE PALMA
Jair Carvalho dos Santos, Ana Laura dos Santos Sena, Alfredo Kingo Oyama Homma, Rui Alberto Gomes Júnior
O óleo de palma é o óleo vegetal mais produzido e consumido no mundo, tendo superado de soja nos
primeiros anos deste século. Indonésia e Malásia são os principais países produtores e exportadores de óleo
de palma no mercado mundial. O Brasil tem pequena participação na produção mundial, mas vem
apresentando um significativo crescimento, nos últimos anos, e possui um grande potencial de expansão,
especialmente na região Amazônica, devido a disponibilidade de solos com aptidão para cultivo em áreas
ocupadas com pastagem e vegetação secundária e clima favorável. Este estudo objetiva avaliar a capacidade
competitiva do Brasil no mercado mundial de óleo de palma. Para isso, estão sendo analisados, de forma
comparativa, os principais fatores que interferem na competitividade do Brasil e dos principais países
produtores e exportadores. Esses fatores são relacionados a custos de produção e de transportes, tributação e
a fatores não monetários, relativos a sustentabilidade sócio-ambiental. A estatística descritiva é a
metodologia básica de análise dos dados, complementada por análise descritiva. As análises estão em fase
final de execução e a elaboração do artigo ou comunicação está em sua fase inicial, e estará finalizado antes
do prazo de entrega definido pela Coordenação do IX Congresso da APDEA.
Palavras-chave: Dendê; custo de produção; Brasil; Amazônia; e sustentabilidade.
A CRISE DA REESTRUTURAÇÃO CAPITALISTA E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO FEMININO NO BRASIL ENTRE 2008-2016
Suzane Rodrigues da Silva
Este artigo traz um recorte do projeto de dissertação, que tem como objetivos específicos discutir aspectos
gerais da relação da força de trabalho com o regime de acumulação financeira dentro do neoliberalismo;
investigar a reconfiguração da força de trabalho dentro do regime de acumulação financeira no Brasil;
explicar o processo de precarização do trabalho feminino no Brasil no período da crise financeira entre 2008-
41
2016; analisar como o proletariado feminino tem reagido a precarização do trabalho no bojo da luta de
classes. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, uma vez que se apoia nos trabalhos de autores como
(MARX, 1984); (FARIAS, 2005). O percurso desse artigo trilha o seguinte caminho: 1) análise da
bibliografia pertinente ao tema abordado; 2) exposição da metodologia adotada; 3) exibição dos resultados
que se espera alcançar.
Palavras-chave: Regime de acumulação; precarização; crise do capital; capital financeiro; superpopulação
relativa.
ESCALA E QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE VINHO: O CASO DOS VINHOS DO DÃO
Luana Sylvie Vincenza Di Rollo
O objetivo desta investigação foi responder à questão “Existe alguma relação causal entre a escala de
produção vinícola e a qualidade dos vinhos produzidos?”. Para responder à mesma focamos o nosso estudo à
Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD).
As variáveis escolhidas para representar os conceitos em estudo foram a capacidade de armazenagem das
adegas como proxy da escala de produção e a classificação dos lotes de vinho atribuída pela Câmara de
provadores da CVRD como proxy da qualidade do vinho.
Percebemos rapidamente que poderiam ser muitos os fatores com potencial de influencia na qualidade dos
vinhos, para além da escala de produção. Assim, consideramos relevante introduzir alguns desses fatores no
nosso modelo de forma a controlar a influência dos mesmos na qualidade dos vinhos. São esses a sub-região
do Dão onde foram cultivadas as uvas utilizadas na produção do vinho, o ano de colheita dessas uvas, a idade
do lote no final do processo de certificação, a produção média dos agentes económicos no período em estudo
e a tipologia do produtor que desenvolveu o vinho.
Foi com recurso a um modelo de regressão linear multivariada que nos foi possível obter resultados
quantitativos que oferecessem uma resposta à nossa questão de investigação e que identificamos os fatores,
para além da escala de produção, com influencia significativa na qualidade dos vinhos produzidos.
Os resultados obtidos foram diferentes para os vinhos DO Dão tintos e brancos, os dois casos que estudamos
no decurso da nossa investigação, por termos expectativas de influência de sinal diferente da escala na
qualidade para uns e para outros. A principal conclusão obtida é que existe uma relação negativa entre a
escala de produção e a qualidade do vinho tinto. No caso do vinho branco, tal relação não foi comprovada
devido à insignificância dos resultados obtidos. Um fator que comprovou ter um impacto significativo na
qualidade dos vinhos, tintos e brancos, foi a idade do lote.
Palavras-chave: Escala; Qualidade; Vinho; Regressão Linear; Denominação de Origem.
ESTUDO DE MERCADO DE CAFÉ BIOLÓGICO DE STP
Jukisia Salvador, Maria Raquel Lucas
A região de Monte Café que, no período colonial do século XIX foi um lugar de destaque na produção do
café tendo atingido 90% das exportações agrícolas totais do país, entrou em declínio, no início do século XX
com apenas 2% das exportações totais e, em retrocesso até 2010, por redução de investimentos, com a
independência do país em 1975. É então criada, com o objetivo de relançar a cafeicultura de qualidade e
como resultado da estruturação e agrupamento de 6 associações de pequenos produtores de café, no quadro
de parceria entre o Governo Santomense, o PAPAFPA/FIDA, a AFD e a Sociedade Malongo, a CECAFEB
42
STP que atualmente agrega 510 pequenos cafeicultores com certificação em modo de produção biológico e
de comércio justo. Apesar da estratégia de autossuficiência financeira e da aposta em produtos de alto valor
agregado, como o café torrado, a CECAFEB STP depara-se ainda, com uma produção de baixo volume e
com dificuldades de abastecimento e de conhecimento do mercado, razão pela qual, objetivo do estudo foi o
de fazer um estudo de mercado do café biológico junto aos estabelecimentos vendedores e não vendedores
deste café, em São Tomé e Príncipe. A metodologia adotada, de natureza mista (qualitativa e quantitativa),
foi desenvolvido em duas etapas, uma de pesquisa exploratória e, outra de pesquisa conclusiva-descritiva,
assente na observação e na recolha dos dados por entrevista e pelo método de sondagem, através de um
questionário estruturado, construído para o efeito, aplicado ao universo de clientes atuais e potenciais da
cooperativa CECAFEB STP em São Tomé e na Região Autónoma do Príncipe.
Os resultados, para além de permitirem conhecer a cadeia de valor do café biológico e de identificar os
potenciais estabelecimentos clientes deste produto, evidenciam falta de conhecimento do café biológico, da
marca e da CECAFEB STP como principais razões da não compra, embora estes possam vir a considerar
essa possibilidade no futuro. Também a escolha do fornecedor de café é um determinante essencial ao
consumo, para a qual o contacto feito pela CECAFEB STP, assim como motivos relacionados à qualidade do
café (sabor, aroma e grau de moagem), ao preço, à proposta realizada e ao cumprimento de prazos e
requisitos de qualidade, de constância dessa qualidade, de relacionamento com os clientes e de planeamento
do abastecimento do mercado de forma a garantir a satisfação da procura concentrada de turistas, contribuem
de sobremaneira. Da mesma forma, a certificação do café como biológico, justificada pela garantia da
conformidade e qualidade do produto, pelo aumento do valor da marca ao preservar o ambiente e, por
satisfazer a procura dos consumidores com preferências por este modo de produção, é um atributo valorizado
na compra e consumo do café. Apesar da CECAFEB STP e da sua marca de café biológico, terem uma
imagem positiva e confiável junto de alguns estabelecimentos, sobretudo daqueles com que se relacionam,
não somente estes são em número reduzido, como não se pode considerar essa imagem consistente com a
qualidade e os benefícios que devem ser percebidos no café biológico. Assim, precisa continuar esse trabalho
que tem vindo a desenvolver, melhorando algumas componentes e ajustando-o, procurando corresponder
cada vez mais e melhor às necessidades e às avaliações da satisfação dos seus clientes.
Agradecimentos: The authors are pleased to acknowledge financial support from Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (UID/ECO/04007/2019).
Palavras-chave: Estudo de Mercado; Café biológico; CECAFEB; São Tomé e Príncipe.
43
TC5 | Investigação e Valorização do conhecimento
THE PLACE OF WINE IN SOCIETIES: THE CULTURAL PERSPECTIVE
Vítor João Pereira Domingues Martinho
The main objective of this work was to analyse the cultural dimension of the wine, considering several
scientific documents related with the topic “wine culture” from the Web of Science. These studies were
explored through bibliometric analysis (with the VOSviewer software) and literature review. From the
bibliometric analysis it was possible to find four clusters related with the American context, terroir, other
economic sectors and the markets. These clusters were taken into account to organize the literature review.
The literature survey about the American context shows the real importance of the wine for the social and
cultural evolution of the American society. The wine was considered a symbol of power and identity, and
used to civilize the culture and to create urban elites. Some authors share of this vision and others not so
much. However, in any case, there are here interesting insights for the wine culture understanding in the
American context. On the other hand, the terroir, the origin characteristics and the quality have its
importance for the wine culture relationships. In fact, the concept of terroir had its evolution from a more
focused approach in the geological characteristics to another involving the peoples. However, the perceptions
about the terroir concept change around the world. On the other hand, in some regions, as in the new world
wine, the focus, in our days, is more on the wine tradition and heritage. The wine plays a determinant role for
the development and promotion of other sectors, namely those related with the restaurants, hospitality and
tourism. The wine tourism is an emergent sector that may combine several dimensions as the economic,
social, environmental and cultural. Finally, the cultures are changing, following the socioeconomic and
technological dynamics, and they promote changes, too, in the consumption patterns. In fact, the Millennials
have consumption preferences and perceptions significantly different from their parents.
Keywords: Bibliometric analysis; Literature review; Web of Science; VOSviewer.
HISTORICAL RECORDS OF WINE: HIGHLIGHTING THE OLD WINE WORLD
Vítor João Pereira Domingues Martinho
The main objective of this analysis it was to bring insights about the wine history around the world, namely
from the old world wine countries. It was made qualitative analysis and literature review with several
scientific documents obtained from the Web of Science related with the topic: old world wine history. For
the qualitative analysis it was considered the software Atlas.ti that allows organizing the literature survey
into the following three subtopics: wine production; viticulture and grape production; wine industry.
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The literature review about wine production highlighted the importance of the fermentation as a tradition
biotechnology process and the relevance of the Romans and the Neolithic era for the wine spread over the
world and, specifically, in the Europe. The survey about viticulture and grape production stressed the
relevance of secular grape cultivars for the quality and identity of the wine actually produced in the several
countries. On the other hand, the grape varieties are among the most important plants and the viticulture
between the most important agricultural activities, with intercultural relationships. There are some evidences
that Armenia and neighbours countries had a relevant contribution for the wine and viticulture history.
Finally, about the wine industry, it is worth to refer the importance of the history and heritage to create brand
and identity in the wine promotion. Of referring, also, the relevance of the wine for the countries identity
(Port wine, Vin Santo, etc) and its relationships with other activities and social, cultural and religious events.
Keywords: Civilizations; Literature review; Atlas.ti; Qualitative analysis.
SINERGIA DO CONHECIMENTO PARA A COMPETITIVIDADE: SISTEMAS COOPERADOS COMO INFLUENCIADORES NA GESTÃO RURAL
Luísa Paseto, Marco Tulio Ospina Patino
A produção de café no Brasil como sistema agroindustrial, vem se consolidando com significativas
alterações principalmente em gestão e produção. É crescente a preocupação para que a produção esteja em
conformidade com critérios socioambientais, principalmente para atender a demanda crescente por cafés
sustentáveis e certificados. O consumidor está mais exigente em qualidade e preservação ambiental o que
contribuí para mudanças no ciclo de produção e produtividade rurais. As boas práticas agrícolas (BPA)
imprimem novas técnicas produtivas e de gerenciamento permeando todas as etapas de produção, desde a
lavoura (preparo do solo, adubação, controle de pragas e doenças), a irrigação, orientando a pós-colheita,
(separação, secagem, armazenamento e comercialização) em conformidade as várias certificações e
normativas de BPA. A partir de 2006 o Brasil se fortalece como exportador de café especial arábica (Minas
Gerais, maior produtor) e em 2012 para o café conilon (Espírito Santo maior produtor). Observa-se contudo
que não é a cooperativismo ou a certificação com seus princípios filosóficos que atraem os agricultores, mas
a vantagens econômicas que significa. No mercado de café atual, a concorrência não está mais somente em
baixo custo, mas principalmente na qualidade do produto com a manutenção dos custos e riscos baixos. Para
o Brasil perder oportunidades de agregar valor ao café brasileiro, significa perda de participação no mercado
(interno e externo) no longo prazo. Para cooperar com o destrave competitivo brasileiro no ingresso ao
mercado de especiais, buscou-se reconhecer aperfeiçoamentos e ações influenciadoras para a melhoria de
sinergia de coordenação entre os atores (stakeholders) da cadeia de café. Evidenciar se há oportunidades na
exploração entre os agentes da cadeia produtiva, para criação e manutenção de produtos com maior valor
agregado, (socioambiental e de qualidade do produto), foi uma hipótese para este estudo.
Palavras-chave: Certificações; cooperativismo; sinergia comunicação; stakeholders.
KEY DRIVERS PARA APERFEIÇOAMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE NA CAFEICULTURA BRASILEIRA
Luísa Paseto, Milla Reis de Alcantara, Luís Américo Paseto
A ênfase nas adequações das propriedades rurais e dos sistemas produtivos para a certificação, vem
permitindo uma latente melhoria no gerenciamento e na sustentabilidade das empresas agrícolas de café, e
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elevando seu grau de participação nos mercados internacionais. Desta maneira, evidenciar se o principal
entrave competitivo brasileiro, para o ingresso no mercado de cafés especiais, está na coordenação da
competência coletiva entre os atores (stakeholders) dos segmentos do agronegócio, e ainda, se as
oportunidades na exploração entre os agentes da cadeia produtiva, permitem a criação de produtos com
maior valor agregado (que incorporam valor socioambiental e de qualidade ao produto), foram os objetivos
deste estudo.Utilizou-se uma metodologia de abordagens e análises para as parcerias que possam fortalecer
potencialmente as organizações e os produtores, no que tange o reconhecimento das melhorias tecnológicas
dos ativos produtivos e, no capital social e humano das organizações. Os resultados extraídos das análises
adaptadas do conceito direcionadores essenciais (Key Drivers), reconheceu influenciadores, com destaque
para a necessidade de aperfeiçoamento em capacitação e conhecimento, e foco em melhoria das gestões nas
30 propriedades pesquisadas. A participação coletiva dos produtores e da cooperativa no beneficiamento do
café, com a eliminação dos principais defeitos e resíduos garantem comercialização pela certificação e
destacam-se como fatores que influenciam a eficiência em valor agregado. Os proprietários rurais associam
custos menores de produção, as adequações às melhorias contínuas de suas propriedades, e latente grau de
importância, do acompanhamento das planilhas de ciclo e atividades de produção para cada safra e
individualizado por talhões. Nos estudos evidencia-se ainda que, os produtores que possuem uma linha de
informações sinérgicas e compartilhadas, tem melhores condições para uma diferenciação, em seu
desempenho enquanto empresa rural.
Palavras-chave: Informação, sinergia, conhecimento compartilhado, produtividade.
CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO: REFLEXÃO A PARTIR DA PLATAFORMA NACIONAL ALIMENTAR CIDADES SUSTENTÁVEIS
Cecília Delgado
O sistema alimentar pela sua natureza multi-atoral e multissetorial implica a valorização do conhecimento
dos diferentes atores e setores do sistema alimentar. A plataforma nacional – Alimentar Cidades
Sustentáveis, um coletivo de atores implicados na sustentabilidade do sistema alimentar em Portugal, nasceu
no final de Junho 2018 a partir da iniciativa de quatro organizações: CICS.NOVA – FCSH da Universidade
Nova de Lisboa; QUERCUS; Rede Rural Nacional; e, Câmara Municipal de Torres Vedras. Tem como
objetivo a partilha voluntária e desinteressada de informação, eventos e boas práticas. Mais de 230 membros,
que representam diferentes setores, i.e., academia, governo central e local, ONG, sociedade civil, setor
privado, etc. e territórios, partilham regularmente informação através da plataforma online. Desta partilha de
conhecimento resultaram mais de 270 tópicos que retratam o “estado-do-conhecimento” dos atores do
sistema alimentar em Portugal.
Através da análise de conteúdo dos emails partilhados pelos membros da plataforma pretende-se mapear o
conhecimento aportado pelo coletivo dos membros que fazem parte da plataforma nacional, usando como
referente a publicação “Les 101 mots de L`agriculture Urbaine” (Laureau, 2016). Numa segunda etapa,
pretende-se entender quais são as áreas de conhecimento ausentes do discurso dos membros da plataforma
nacional, em comparação com a mencionada “baseline”. Por fim, espera-se que os resultados permitam
entender as convergências e divergências do conhecimento nacional comparativamente ao referente Europeu,
e desta forma desenvolver estratégias que permitam construir sinergias Europeias que potenciem e
complementem o conhecimento existente. O processo de análise de conteúdo está em fase de processamento
pelo que não é possível nesta fase apresentar conclusões.
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Laureau, X. (2016). “Les 101 mots de L`agriculture Urbaine, à l`usage de tous ! Collection 101 Mots,
Archibooks. Paris. France.
Palavras-chave: Portugal; Europa; Sistema Alimentar; Agricultura Urbana; Conhecimento.
BIOPROSPECÇÃO: CAMINHO PARA VALORAÇÃO DOS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS ASSOCIADOS À BIODIVERSIDADE
Andréia Mara Pereira
O trabalho apresenta as características dos povos dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade
- indígenas e não indígenas -, do Brasil, e algumas pesquisas desenvolvidas a partir uso destes
conhecimentos. Neste sentido, o artigo abordou algumas distinções entre o conhecimento tradicional e o
conhecimento científico, com objetivo de demonstrar que a interação entre estes pode dar origem a novas
criações, com a utilização dos recursos da biodiversidade, convergindo com os conhecimentos em uma única
direção, obtendo resultados que podem trazer efeitos econômicos, sociais, ambientais e tecnológicos
positivos para os países detentores de tais recursos. Como resultado, verificamos que um ramo de atividade
da biotecnologia que pode utilizar a biodiversidade, os conhecimentos tradicionais e os conhecimentos
científicos, gerando uma oportunidade única de, ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais e preservar
a sociodiversidade, além de auferir lucros e benefícios para todas as partes envolvidas no processo, é a
bioprospecção.
Palavras-chave: Conhecimentos Tradicionais; Bioprospecção; Sociodiversidade, Biotecnologia.
INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Mauricio Silva de Souza, Lívia Maria Costa Madureira
A importância do tema sustentabilidade pode ser representada a partir do protagonismo ganho na estrutura da
Organização das Nações Unidas (ONU), com significantes participações no Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) e na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO), propondo, às nações, um sistema de desenvolvimento sustentável e uma agenda
educacional que incorporem conceitos ambientais. Nesse contexto, emerge a ideia de Educação Ambiental
(EA), matéria interdisciplinar e tema transversal, relacionada com todos os níveis de ensino.
Apesar da (EA) nascer a partir da análise biológica das relações natureza/homem, imediatamente a agenda
política se impõe como objeto reflexível primário de sua apreciação. A razão disso pode estar relacionada
com o problema do aquecimento global e das mudanças climáticas
Entretanto, não só as questões que provocam o aquecimento global são discutidas no interior dessa
disciplina, mas, também, o fluxo de pessoas, causada por questões naturais e ou políticas que, através de seu
processo migratório, transformam o ambiente.
De fato, as questões sobre desenvolvimento e meio ambiente, se relacionam com todas as ações
antropocêntricas e suas consequências, requerendo da EA um olhar holístico sobre o tema sustentabilidade.
Esse caráter, multidisciplinar e interdisciplinar, torna a EA mais complexa. A junção desses temas com a
temática da consciência ambiental que envolve, entre outras questões, a coleta seletiva dos resíduos sólidos,
uma cultura de trabalho edificada sobre base sustentável, adubos produzidos por resíduos orgânicos
(compostagem), emissão do gás carbônico e efeito estufa, tipos de transporte e mobilidade, emissão do gás
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metano, fonte de energias renovadas, desmatamento e questões que envolvem a biodiversidade, em todas as
suas esferas, demostra a complexidade da EA e sua importância na agenda desenvolvimentista.
Palavras-chave: Meio Ambiente; Educação; Sustentabilidade; Desenvolvimento.
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TC6 | Sistemas agroflorestais e desenvolvimento territorial
DINÂMICAS E DILEMAS DO BABAÇU NO PIAUÍ
Antonio Joaquim da Silva, Valdira de Caldas Brito Vieira, Felipe Ramos Dantas, Hercules Fernando Maciel, Patrick Wesley da Silva Oliveira, Karoline de Sousa Almeida
Esta investigação objetiva analisar a realidade socioeconômica e cultural da exploração do coco babaçu
(Orbignya speciosa Mart. Ex Spreng) no estado do Piauí, situado no nordeste brasileiro. Historicamente a
atividade é desenvolvida por mulheres popularmente conhecidas como quebradeiras de coco, representantes
de um modo de vida sustentável baseado no babaçu. Essa investigação não probabilística se embasou em
dados empíricos coletados nos municípios de União e Miguel Alves, em 2018, visando conhecer as
dinâmicas e os dilemas da atividade produtiva, o que incluiu saber sobre os produtos gerados, o destino da
produção, os saberes e as práticas tradicionais de exploração do babaçu. Percebeu-se que o babaçu
desempenhava papel fundamental na reprodução sociocultural de inúmeras famílias agroextrativistas, pois
elas exploravam o coco babaçu consorciado à pequena produção de alimentos e à criação de animais. Os
principais produtos artesanais gerados eram o óleo/azeite, o carvão vegetal e o mesocarpo (massa para a
produção de bolos, biscoitos, etc), destinados tanto para o autoconsumo quanto para a comercialização,
porém, não ofertavam altos rendimentos monetários. Notou-se que os saberes e as práticas tradicionais eram
preservados, pois na produção do azeite e do carvão as quebradeiras se orientavam pelas fases da lua,
designando cosmovisões e hábitos marcados de identidades e interação com o meio ambiente. Por outro lado,
havia nas comunidades uma crise socioambiental que afetava a produção do babaçu, derivada do contexto de
desmatamentos e queimadas. Como também presenciou-se um desinteresse pela atividade, por parte dos
mais jovens, justificado pelos parcos rendimentos monetários derivados do coco. Observou-se ainda a
manutenção de velhas questões territoriais, como a concentração fundiária, que interferia no acesso livre às
áreas de babaçu, o que suscitou a necessidade de ações de ordem pública para o fortalecimento, organização
e autonomia das quebradeiras de coco.
Palavras-chave: Agroextrativismo; Comunidades Rurais; Desenvolvimento Rural Sustentável; Modos de
Vida; Piauí; Quebradeiras de Coco Babaçu.
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AGRICULTURA SINTRÓPICA NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL: IMPLEMENTAÇÃO DE UM CAMPO DE DEMONSTRAÇÃO
Walter Sandes, Rosa Guilherme, Pedro Mendes Moreira, Isabel Dinis
A Agricultura Sintrópica (AS) insere-se dentro dos Sistemas Agroflorestais e caracteriza-se pelo cultivo, na
mesma área, de uma diversidade de espécies, combinadas de forma sinérgica e com os seus ciclos produtivos
em sincronia de forma a otimizar a relação tempo/espaço, i.e., o melhor aproveitamento da estratificação
vegetal e respetivos períodos de desenvolvimento. Plantas hortícolas, ornamentais, PAM, condimentares,
cereais, fruteiras e espécies florestais convivem simultaneamente de forma harmoniosa, interagindo entre si,
com uma função ecológica e económica. Cada cultura é instalada de acordo com as suas caraterísticas: porte
(altura, tipo de copa, distância entre plantas), e exigências culturais ao longo do seu ciclo de
desenvolvimento (luz, água e nutrição) sendo estes aspetos cuidadosamente tidos em consideração no
planeamento do sistema. Tendo por objetivo divulgar a AS em Portugal e, em particular, na Região Centro,
iniciou se a instalação de um campo de demonstração/experimentação na Escola Superior Agrária de
Coimbra (ESAC) na área certificada em Agricultura Biológica (AB), com culturas com potencial
agronómico adaptadas às condições climáticas locais, consociadas de forma criteriosa e harmoniosa, algumas
das quais se pretende que sejam melhoradas em consociação. Com a confirmação da eficácia produtiva deste
sistema, a ESAC-IPC disporá de instrumentos pedagógicos e científicos que poderão servir de base à
elaboração de propostas de estratégias de produção sustentáveis, não só para a recuperação de solos incultos,
mas também para a recuperação de áreas ardidas a nível regional e nacional (em 2017, os incêndios
dizimaram mais de 562 mil ha de superfície agrícola e florestal), pela participação na recomposição florística
destas áreas. O aumento do conhecimento deste sistema produtivo promovendo a sua aceitação por parte de
diversos públicos poderá colaborar no desenvolvimento dos territórios através do surgimento de alternativas
para as populações locais.
Palavras-chave: Sistemas Agro-Florestais; desenvolvimento; território.
DESAFIOS NA PRODUÇÃO DE AÇAÍ NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: DO EXTRATIVISMO AO PLANTIO
Fabrício Khoury Rebello, José Itabirici de Souza e Silva Junior, Maria Lúcia Bahia Lopes, Marcos Antônio Souza dos Santos, Herdjania Veras de Lima, Artur Vinícius Ferreira dos Santos
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é uma palmeira nativa do estuário Amazônico com destaque entre os
diversos recursos vegetais existentes nesse ecossistema. A partir da maceração mecânica da polpa da fruta
produz-se um líquido viscoso muito utilizado na produção de polpa, sorvetes, doces, geleias e sucos. Na
década de 1990, com a descoberta de seu alto valor energético, propriedades antioxidantes e a moda de seu
consumo nas academias de ginástica, a procura pelo produto deu um salto vertiginoso, passando a ter
significativo valor comercial em muitos estados do Brasil e no exterior. Desta forma, há cerca de três
décadas, iniciou-se o manejo de açaizais nativos na Amazônia e não vai longe à época em que toda a oferta
de açaí era de base extrativa e vinha das ilhas que circundam Belém, capital do estado do Pará. Considerando
a pressão de demanda que o açaí vem sofrendo e as grandes oscilações de preço e dos períodos de
entressafra, é importante analisar os impactos socioeconômicos que a produção de açaí vem causando nas
comunidades regionais e da forma de se potencializar sua oferta em razão da oportunidade do amplo
mercado que se abre para esse fruto regional. As estatísticas disponíveis sobre a oferta de açaí dão conta que
o sistema adotado chegou ao limite para atender a atual demanda do mercado. Assim, ao se manter esses
sistemas, acaba-se por desperdiçar a oportunidade de se implantar um desenvolvimento mais sustentável na
Amazônia, com base no cultivo do açaizeiro em terra firme. Neste artigo, apresenta-se o resultado de
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pesquisa realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PGAGRO) da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA), com o propósito de atestar as alterações na dinâmica social, econômica
e ambiental ocorrida nos sistemas extrativista e de manejo como forma de apontar alternativas para conciliar
o anseio dos extrativistas com a necessidade de expandir a produção de açaí para atender o mercado.
Palavras-chave: Desenvolvimento rural; Extrativismo vegetal; Euterpe oleracea Mart.
TRANSFORMAÇÕES NA ZONA DE INTERVENÇÃO DE ALQUEVA (E NO ALENTEJO) NAS ÚLTIMAS DÉCADAS: ALGUMAS QUESTÕES SOCIOLÓGICAS
José Maria Rodrigues Figueira, Maria Saudade Baltazar, Marcos Olímpio dos Santos, Ana Maria Ventura
Contextualização: No contexto das transformações em curso aos níveis supranacional, nacional e regional, os
investimentos que têm sido feitos na zona de intervenção do Alqueva acarretam significativas mudanças, de
entre as quais podemos ressaltar as de carácter sociológico, a par das associadas às transformações
tecnológicas, políticas e económicas.
Objectivo: Identificar as transformações de caráter sociológico que têm vindo a ocorrer na zona de Alqueva e
aprofundar o conhecimento sobre essas transformações deixando em aberto pistas para reflexão.
Metodologia: Assenta fundamentalmente na análise documental e da informação disponível, tratada
mediante análise de conteúdo realizada para dar resposta ao objectivo traçado.
Resultados pretendidos: Sistematização quantitativa das alterações ocorridas na estrutura da população e na
propriedade agrícola, na população agrícola familiar, na idade e qualificações de quem trabalha a terra, e na
composição do trabalho assalariado, complementadas com reflexões explicativas e com questões que
levantam as alterações referenciadas.
Mais-valia: Reforço do conhecimento sobre questões de âmbito sociológico na Zona de influência do
Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Palavras-chave: Alentejo; Alqueva; População Agrícola; Propriedade Agrícola; Trabalho Assalariado.
MAPEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DAS LAVOURAS DE CACAU THEOBROMA
CACAO NA VIGÊNCIA DO PRÓCACAU 2011-2019, NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Adriano Venturieri, Ana Isabel Cabral, Luiz Guilherme T. Silva, Pedro Celestino Filho, Antônio José Elias A. de Menezes, Antônio Guilherme Soares Campos
Este trabalho tem por objetivo a utilização de estratégias diferenciadas para a redução da imprecisão de
quantificação das áreas plantadas e de produção de cacau previstas como metas de expansão da cadeia
produtiva da cultura pelo PROCACAU 2011-2019, que utilizem o mapeamento participativo das lavouras
cacaueiras no Estado do Pará, considerando o uso de imagens de satélite de alta resolução espacial e bases de
dados georreferenciados.
Palavras-chave: SAFTA; cacau de várzea e terra firme; Theobroma cacau; geotecnologias.
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TRANSFORMAÇÕES NA ZONA DE ALQUEVA NOS ÚLTIMOS 20 ANOS: ALGUMAS QUESTÕES SOCIOLÓGICAS
José Maria Rodrigues Figueira, Maria Saudade Baltazar, Marcos Olímpio dos Santos, Ana Maria Ventura
Contextualização: No contexto das transformações em curso aos níveis supranacional, nacional e regional, os
investimentos que têm sido feitos na zona de intervenção do Alqueva acarretam significativas mudanças, de
entre as quais podemos ressaltar as de carácter sociológico, a par das associadas às transformações
tecnológicas, políticas e económicas.
Objectivo: Identificar as transformações de caráter sociológico que têm vindo a ocorrer na zona de Alqueva e
aprofundar o conhecimento sobre essas transformações deixando em aberto pistas para reflexão.
Metodologia: Assenta fundamentalmente na análise documental e da informação disponível, tratada
mediante análise de conteúdo realizada para dar resposta ao objectivo traçado.
Resultados pretendidos: Sistematização quantitativa das alterações ocorridas na estrutura da população e na
propriedade agrícola, na população agrícola familiar, na idade e qualificações de quem trabalha a terra, e na
composição do trabalho assalariado, complementadas com reflexões explicativas e com questões que
levantam as alterações referenciadas.
Mais-valia: Reforço do conhecimento sobre questões de âmbito sociológico na Zona de influência do
Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Palavras-chave: Alentejo; Alqueva; População Agrícola; Propriedade Agrícola; Trabalho Assalariado.
FRUTOS SECOS: UMA APROXIMAÇÃO QUANTITATIVA À DISPONIBILIDADE DE SUBPRODUTOS
M. Ângelo Rodrigues, João C.M. Barreira, Isabel C.F.R. Ferreira, Albino Bento
Diversas espécies produtoras de frutos secos têm importância económica em Portugal. Amendoeira (Prunus
dulcis Mill.), castanheiro (Castanea sativa Mill.), alfarrobeira (Ceratonia siliqua L.), nogueira (Juglans regia
L.) e aveleira (Corylus avellana L.) são as mais importantes, podendo nos próximos anos vir a ter também
alguma importância a pistaceira (Pistacia vera L.).
Ainda que individualmente se encontrem em áreas restritas do território nacional, em conjunto distribuem-se
de norte a sul do país e em particular no interior. A sua importância social advém do facto de em algumas
regiões se constituírem como o único produto vendável das explorações, como acontece com a castanha nos
concelhos de Vinhais e Bragança.
No presente, estas árvores fruteiras são valorizadas sobretudo pelas partes comestíveis dos frutos. Contudo,
numa perspetiva de melhoria da rendibilidade dos produtores e demais agentes da fileira e da
sustentabilidade dos sistemas de produção, seria importante encontrar novas valorizações para os
subprodutos associados à colheita e transformação industrial. Folhas, cascas, as próprias lenhas de poda, e
outros materiais podem ser matérias-primas importantes para diferentes áreas de negócio, em especial porque
contêm um elevado número de compostos químicos com potencial aplicação em diferentes áreas (e.g.,
alimentar ou farmacêutica).
Neste trabalho são quantificados os subprodutos gerados na fileira das espécies referidas, detalhando-se
também para cada caso os compostos de interesse em cada um dos seus subprodutos e a sua possível
utilização em diferentes aplicações com potencial valorização económica.
Agradecimentos: projeto ValorMais: “Programa PDR2020-2024-032957.
Palavras-chave: Subprodutos; matérias-primas; valorização económica.
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ECONOMIA DO PORCO ALENTEJANO E DA MONTANHEIRA
Maria João Parreira, Pedro Reis, Inocêncio Seita Coelho
A criação de Porco Alentejano, com acabamento em montanheira, permite uma harmonia perfeita entre um
sistema produtivo de elevado valor natural e uma procura crescente e sofisticada, de produtos tradicionais de
alta qualidade, como são os presuntos, paletas e carne DOP ou IGP.
A partir da informação secundária sobre a área de montado e dos efetivos de suínos, e de informação
recolhida no campo, junto dos produtores e industriais, estima-se a criação de valor associada à montanheira
e à transformação da carne de Porco Alentejano.
É apresentada uma estimativa, atual, do valor da bolota / lande, da montanheira e da transformação
industrial. O porco é o animal mais eficiente na conversão da bolota / lande, multiplicando por sete o valor
económico deste recurso alimentar animal. O valor do Porco Alentejano criado em montanheira, duplica de
valor através da transformação em presuntos, paletas e enchidos. Em complemento, a esta estimativa, é feita
uma discussão tendo por base estudos anteriores e os resultados de uma reunião com os vários stakeholders
da cadeia de valor.
Palavras-chave: Bolota, Montado, Porco Alentejano, DOP e IGP.
O GARRANO COMO FATOR DE SUSTENTABILIDADE DE TERRITÓRIOS DE REDE NATURA 2000
Ana Marta-Costa, Rui Pinto, Filipa Torres-Manso
A evolução da população rural e de animais de algumas raças autóctones portuguesas tem demonstrado
níveis de regressão preocupantes, com consequências ambientais e ecológicas, na gestão e no ordenamento
do território e na sua sustentabilidade, nomeadamente, no que se refere à dimensão socioeconómica e à
própria coesão territorial. Mas, se por um lado o sistema de exploração destes animais é uma consequência
direta da dinâmica populacional e da evolução das suas atividades económicas, por outro, a sua adoção
poderá constituir uma abordagem estratégica relevante, com o propósito de responder a diversos problemas
que se colocam à sustentabilidade, designadamente, de alguns territórios da Rede Natura 2000. É o caso da
raça de equinos Garrano. Neste trabalho, tendo por base entrevistas realizadas a criadores, empresas e
associações que se dedicam à criação e proteção desta raça de equídeos, usada para diversos fins, pretende-se
identificar os benefícios da adoção de um sistema de exploração que inclua o Garrano destacando, também,
as suas principais debilidades. A abordagem será desenvolvida atendendo às dimensões ambiental,
económica e social da sustentabilidade. Os resultados evidenciam a importância destes animais, não apenas
enquanto património genético vivo, mas também ao nível da defesa da floresta contra incêndios,
concretamente, no controlo de biomassa combustível. No entanto, será necessária a definição de uma
estratégia concertada que permita valorizar o seu contributo na economia das explorações ou empresas, o que
deverá refletir-se no acréscimo do bem-estar da população, na estabilização do efetivo animal e na
sustentabilidade do território.
Agradecimentos: Este trabalho é financiado pelo Projeto Interreg Sudoe SOE2/P5/E0804 “OpentoPreserve”,
através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER); e por fundos nacionais através da FCT –
Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID/SOC/04011/2019.
Palavras-chave: Garrano, biomassa, valorização, sustentabilidade.
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A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR AS FESTIVIDADES NA ANÁLISE DO BEM-ESTAR DOS AGREGADOS FAMILIARES RURAIS EM TIMOR-LESTE
Carlos de Deus, Vanda Narciso, Maria Raquel Lucas, Pedro Damião Henriques
A análise da agricultura familiar em Timor-Leste, designadamente com foco no bem-estar dos agricultores,
fica incompleta se não se incluir uma análise às atividades festivas dada a sua importância para as
comunidades locais.
Os sistemas económicos estão integrados e implicados em todas as outras esferas da vida social, sendo
culturalmente constituídos, moldados por metáforas das relações humanas (Stephen Gudeman, 1986). A
produção numa economia camponesa como de Timor-Leste é uma atividade que está profundamente
enraizada na vida social e ritual e não pode ser vista isolada sem que se perca informação relevante.
Este trabalho utiliza os dados do TL LSS- 3 2014-2015 que considera as seguintes festividades:
nascimentos, batismo, casamentos, barlaque, festivais religiosos e outras cerimónias não especificadas, e tem
como objetivo estudar o impacto da participação nas festividades no bem-estar dos agricultores.
A metodologia utilizada para representar o funcionamento dos agregados familiares é a programação linear
etnográfica (PLE).
O dados revelam que o impacto das festividades no rendimento disponível das famílias, medido em % dos
custos com festividades na margem líquida sem os custos das festividades é muito significativo para as
explorações de 1ha e de 2,5ha de Ailéu com os custos das festividades a representarem mais de 100 % da
margem líquida; que esse custo cai para 69,8% e 36,4% para as explorações de 1ha e de 2,5ha de Ermera e
para 26,4 para as explorações de 2,5ha de Covalima, valores ainda elevados mas bastantes mais baixos que
os anteriores e que se situa abaixo dos 20% nas restantes situações, atingindo mínimos para as explorações
de maior dimensão de Bobonaro (3,2%) e Covalima (1,6%).
Por outro lado, se tivermos em conta o saldo (diferença entre receita e custos) é vantajoso em termos
económicos (saldo positivo) participar nas festividades para as explorações de qualquer dimensão do distrito
de Ailéu, para as explorações de 1ha de Ermera e para as explorações de 2,5 ha e 7,5 ha de Covalima.
Estes dados apontam para a necessidade de se estudar melhor o impacto das festividades no bem-estar dos
agricultores de Timor-Leste.
Palavras-chave: Festividades, Bem-estar, família, rendimento, Timor-Leste.
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TC7 | Ambiente e recursos naturais
PROPRIEDADE INTELECTUAL, BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA E O REGISTRO DE PATENTES DE RECURSOS DA FLORESTA
Matheus Moreira Dias da Silva, Marcia Regina Gabardo da Camara, Carlos Eduardo Caldarelli, Terezinha Saracini Ciriello Mazzetto, Marcia Gonçalves Pizaia
O bioma da Floresta Amazônica é um monumental produtor e ofertante de serviços ambientais. A respeito
desses serviços, podem ser destacados o sequestro de carbono, a evapotranspiração e, no passado recente, a
exploração de recursos e matérias primas como insumos para a produção e desenvolvimento de fármacos e
cosméticos. Entretanto, pelas características de não-exclusividade e não-rivalidade dos serviços ambientais,
essa enorme produção de valor não tem sido passível de mitigar a exaustão dos recursos naturais, uma vez
que não gera incentivos aos proprietários dos estabelecimentos para a manutenção da mata nativa, em
oposição à extração mineral e natural, e do uso da terra para a produção agropecuária, que desde a década de
70 são fontes de recursos financeiros aos produtores. O objetivo do presente trabalho é analisar como ocorreu
ao longo dos anos a pesquisa e o registro de patentes de produtos e processos derivados de insumos do bioma
amazônico. À luz da teoria institucionalista, e todo o debate econômico que cerceia os mecanismos de
propriedade intelectual e patentes, e a partir de uma pesquisa bibliométrica, descritiva e quantitativa, este
estudo delineia o panorama do registro de patentes de produtos e processos derivados de espécies nativas
amazônicas. Os dados evidenciaram que o ambiente institucional brasileiro promove um protagonismo das
universidades e institutos de pesquisa na bioprospecção no bioma amazônico, o que foge do padrão mundial,
em que as empresas privadas são as pioneiras no registro de patentes de produtos derivados da Amazônia.
Ademais, as transformações no arranjo institucional brasileiro e internacional ao longo da história, bem
como o acúmulo de pesquisa sobre os produtos amazônicos, fez com que o desenvolvimento de produtos e o
registro de patentes tenha um crescimento exponencial a partir da virada do milênio.
Palavras-chave: Patentes; Amazônia; Ambiente institucional.
A ESTRUTURA INSTITUCIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS
Junior Ruiz Garcia, Andressa Oliveira de Jesus
Os avanços tecnológicos e científicos trazidos pelo atual modelo de desenvolvimento modificaram as formas
de produção de bens, e consequentemente o padrão de consumo da sociedade. Porém, esses avanços
ocorreram através do uso de recursos naturais e do lançamento de resíduos no meio ambiente. A partir da
percepção sobre os danos causados ao ecossistema, resultantes de sua exploração desenfreada, deu-se início
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ao debate a respeito do desenvolvimento sustentável. Este debate resultou na criação de mecanismos, tais
como as instituições, que auxiliam na internalização da dimensão ambiental na tomada de decisão dos
agentes. Neste estudo propõe-se a apresentação e discussão sobre a estrutura institucional brasileira de gestão
ambiental e sua relação com as organizações. O desenvolvimento do estudo ocorreu através de revisão
bibliográfica sobre estrutura institucional, desenvolvimento sustentável, e gestão ambiental, e de
levantamento de dados sobre as instituições de gestão ambiental do Brasil. Os resultados mostram a
existência de instrumentos norteadores de relações políticas, econômicas e sociais entre os indivíduos para
internalizar a dimensão ambiental na tomada de decisão, a fim de harmonizar as relações sociais e
econômicas com a preservação ambiental. O levantamento de dados revelou a existência de um conjunto de
regras formais, no formato de políticas nacionais e leis federais, que dispõem acerca da normatização e
fiscalização da utilização dos recursos naturais, e que buscam construir um sistema integrado de gestão
ambiental no Brasil. Este sistema, aliado as ONG’S (Organizações Não-Governamentais), que possuem
notória participação na estrutura institucional de gestão ambiental brasileira, estaria alterando de maneira
significativa a ação dos agentes econômicos, através de novos desafios para a produção e o consumo de bens
e serviços na economia brasileira.
Palavras-chave: Instituições. Desenvolvimento Sustentável. Organizações. Meio Ambiente.
A GOVERNANÇA NEXUS ÁGUA, ENERGIA E ALIMENTO E OS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO BRASIL: UM ESTUDO APLICADO AO CONTEXTO DO SISTEMA PRODUTOR DE ÁGUA
CANTAREIRA
Rafael Eduardo Chiodi, Samuel Mello Pinto
O nexus água-energia-alimento é uma abordagem que reconhece as interdependências entre os sistemas
hídrico, energético e alimentar, e para que a gestão integrada destes seja eficiente e sustentável, propõe que
ocorra dentro de processos de governança. No Brasil, os espaços de participação para a gestão de políticas
públicas são potenciais para abrigar processos de governança nexus. Partindo desta concepção, o trabalho
analisa um dos contextos mais críticos à segurança hídrica do país, a área dos mananciais do Sistema
Produtor de Água Cantareira. Tal sistema abastece quase nove milhões de pessoas na Região Metropolitana
de São Paulo. Nesse contexto, o nexus é compreendido a partir das inter-relações entre a produção de
alimentos (leite e carne), de bioenergia (lenha e carvão) e a segurança hídrica. Considerando a construção de
um processo de governança nexus delimitado por tal contexto, o trabalho identifica os espaços públicos
voltados à gestão participativa de políticas públicas rurais e ambientais e analisa se estes permitiriam
comportar tal processo. Para a pesquisa foram analisados dados primários (entrevistas) e secundários (leis,
documentos técnicos e atas de reuniões). Identificaram-se diferentes espaços públicos de participação:
conselhos gestores municipais de meio ambiente e de desenvolvimento rural sustentável, conselhos gestores
de unidades de conservação e comitês de bacias hidrográficas. Apesar de possuírem características alinhadas
a um processo de governança nexus, como comportarem múltiplos atores e terem alta intensidade de
participação, nenhum deles comportaria tal proposta. Além de não possuírem como escala exclusiva de
atuação os mananciais do Sistema Cantareira, estes espaços abrigam processos de cunho setorial e não
engajam os produtores de alimentos e de bioenergia. Construir um processo de governança nexus exigiria
esforços para adequar tais espaços ou para criar outro ajustado a escala do sistema e que engaje os produtores
rurais.
Palavras-chave: Nexus; água; energia; alimento.
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EFEITOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DE UMA REGRA TRIBUTÁRIA AMBIENTAL NO BRASIL: EVIDÊNCIAS DE UM MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL
Rosimere Miranda Fortini, Raquel Pereira Pontes, Marcos Spínola Nazareth, Ian Michael Trotter
O estudo analisou os impactos da implementação de uma regra tributária ambiental neutra na economia
brasileira, considerando que esta favoreça o uso mais sustentável dos recursos ambientais. Para isso, utilizou-
se o Modelo de Equilíbrio Geral, associado ao Projeto de Análise de Equilíbrio Geral da Economia Brasileira
(PAEG) para a simulação de 4 cenários. Nas simulações dos três primeiros cenários, observou-se que o
choque tributário ambiental neutro fez com que ocorresse um aumento nos preços dos bens e serviços dos
setores de eletricidade, gás, distribuição de água, químicos, indústria da borracha e plástico e transporte dado
a elevação no custo da produção devido ao aumento de 25% no imposto produtivo. Assim, isto fez com que a
demanda geral por cada produto e serviços desses setores diminuísse levando a redução no percentual
produzido. Isso é particularmente pronunciado em setores cujos impostos são diretamente arrecadados, mas
também ocorre em outros setores relacionados que compram insumos deles. No quarto cenário, observa-se
que ao retirar o subsídio da produção dos setores que pertencem ao setor agrícola, as regiões que mais
sofreram foram as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, que coincidentemente são aquelas que mais
dependem do setor agrícola como propulsor da economia regional. Por conseguinte, tirar o subsídio do setor
agrícola de um modo geral, talvez não seja uma boa forma de estimulá-lo a reduzir o impacto ao meio
ambiente, tendo em vista que prejudicaria tanto em termos de PIB quanto em termos de bem-estar. Portanto,
observa-se que na maioria dos cenários ocorreu ganhos de bem-estar e PIB para o Brasil, quanto as regiões,
observa-se que Norte e Nordeste foram as que mais se beneficiaram. Conclui-se assim, que a implementação
de uma regra tributária ambiental neutra contribuiria para a diminuição da desigualdade regional no Brasil,
ao favorecer as regiões que são mais vulneráveis economicamente.
Palavras-chave: Choque Tributário Ambiental Neutro; Modelo de Equilíbrio Geral; PAEG; Macrorregiões
Brasileiras.
A MINIMUM CROSS-ENTROPY APPROACH FOR DISAGGREGATING AGRICULTURAL DATA AT FIELD LEVEL: AN APPLICATION TO PORTUGAL
António Xavier, Maria de Belém Costa Freitas, Maria do Socorro Rosário
Disaggregated agricultural data is fundamental for policy development, analysis, and implementation. In the
last years, there was an increase in the demand for tools to obtain disaggregated agricultural data at the local
level. Previous studies, carried by the authors, allowed obtaining disaggregated information of agricultural
land-uses at the pixel level for the Algarve and Alentejo regions, using a kilometric grid. The proposed
approach combined several techniques, such as Hj-Biplot, cluster analysis, dasymetric mapping, and cross-
entropy. It was implemented in two steps. First, prior information was estimated based on the application of
an HJ-Biplot and cluster analysis and using a dasymetric mapping methodology. Then, the estimated prior
information, was used in a cross-entropy model to disaggregate data at the pixel level, in a context of
incomplete information, considering biophysical and historical restrictions. However, no methodological
approach was developed for the whole Portuguese territory, since its dimension represents a huge challenge,
even if disaggregating the data using as aggregate the different agrarian regions. In this paper, this approach
is implemented to other agrarian regions, developing the approach to a much broader national level. This
approach also presents clear improvements, since it takes the utmost advantage of the land-use cartography
and a complete set of biophysical data. The results were promising since the proposed approach was able to
provide disaggregated results at the pixel level in continental Portugal, for a set of temporary and permanent
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crops. These results were validated at municipality and parish levels using the 2009 agricultural census data
and revealed a reasonable approximation to the true values.
Keywords: Data disaggregation; minimum cross-entropy; land-uses; continental Portugal; agrarian regions.
ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS BENEFICIADOS PELO REPASSE DO ICMS PELO CRITÉRIO ECOLÓGICO DA LEI ROBIN HOOD NO ESTADO DE MINAS GERAIS NO PERÍODO DE 2000 A 2017
Kellen Rocha de Souza
Objetivando melhorar a arrecadação dos municípios mais pobres e com atividade econômica expressiva do
estado de Minas Gerais, foi criada em 28 de dezembro de 1995 a Lei nº 12.040, também conhecida como Lei
Robin Hood. Esta dispõe sobre a distribuição da parcela da receita arrecadada pelo Imposto sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) pertencentes aos municípios mineiros. Dentre os 18 critérios
estabelecidos pela Lei Robin Hood para o recebimento do ICMS, conforme Lei nº 18.030, de 12 de janeiro
de 2009, tem-se o relativo ao meio ambiente, ou seja, que considera os esforços dos municípios na proteção
ambiental. Assim, utilizando dados da Fundação João Pinheiro, a presente pesquisa objetiva analisar os
municípios beneficiados pelo repasse do ICMS pelo critério ecológico da Lei Robin Hood no período de
2000 a 2017, recorrendo para tanto a informações como a cobertura vegetal por flora nativa, o percentual de
áreas de uso sustentável, o gasto per capita com meio ambiente, o esforço orçamentário em meio ambiente, a
cobertura por floresta plantada, a cobertura por agropecuária, a proporção de internações por doenças
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, entre outras. Por fim, pela análise de tais variáveis torna-
se possível a verificação de se o recebimento de tal repasse do governo estadual aos municípios tem
contribuído para que estes invistam cada vez mais em áreas relacionadas ao meio ambiente.
Palavras-chave: Lei Robin Hood; Meio ambiente; ICMS; Minas Gerais.
O VALOR DO RECREIO FLORESTAL NOS PARQUES FLORESTAIS AÇORIANOS
Fernando Lopes, Bruno Amaral
As florestas para além da produção de madeira contribuem para o bem-estar humano com uma
multiplicidade de serviços como o sequestro de carbono, a regulação do ciclo da água e o recreio florestal
Estudos do valor do produto da floresta portuguesa atribuem à componente recreativa cerca de 0,65% do
valor económico total. Estes valores são gerados através de exercícios de transferência de valor para um
valor unitário de 2,75Euros/visita dia estimado por Loureiro e Albiac para o parque florestal do Monte Brazil
em 1996. O presente estudo distingue-se dos que o precedem por avaliar o valor económico do recreio
florestal para uma região e para utilizadores residentes ao invés de se centrar num site ou parque específico e
por utilizar uma metodologia de custo de viagem adaptada a dados de contagem. O estudo utiliza os dados
dum inquérito presencial, realizado no verão de 2018, simultaneamente nos principais parques florestais de
três ilhas açorianas com amostras por ilha superiores a 300 inquiridos nas ilhas de Miguel, Terceira e Pico.
As visitas a parques públicos de recreio são a maior componente do uso cultural da floresta. O exercício
físico e os picnics atraem aos parques florestais um número de visitantes anual que corresponde a 18% da
população residente. O visitante tipo tem 38 anos, o ensino secundário (48% dos inquiridos) sendo mais
qualificado do que a população açoriana. Dos inquiridos 64% frequentam os parques no verão para
caminhar, estar com amigos e fazer picnics. Estamos perante um perfil de utilização soft com um aumento
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das atividades físicas, caminhar ou correr, nos períodos de primavera/outono. Cerca de 83% dos visitantes
declaram-se muito satisfeitos com a qualidade dos serviços dos parques florestais nos Açores. O valor de
uma visita diária é de 11.5 Euros e o valor total de recreio de 2,3 milhões de euros. Este valor é uma
estimativa conservadora no que respeita ao numero de visitantes e ao valor por visita/diária.
Palavras-chave: Recreio Florestal; Custo de Viagem; Açores.
DESENHO DE UMA INSTITUIÇÃO GESTORA DOS RECURSOS NATURAIS E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS PARA BIOPROSPECÇÃO
Andréia Mara Pereira, Bastiaan Philip Reydon, José Maria Ferreira Jardim da Silveira
O trabalho teve como foco apresentar uma proposta de criação de uma instituição gestora para o uso da
biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, para as atividades de
bioprospecção no Brasil. Para tanto, identificaram-se alguns dos elementos que fazem parte das práticas de
bioprospecção, ressaltando as especificidades dos biomas brasileiros e apresentando os povos dos
conhecimentos tradicionais, indígenas
e não indígenas. Para melhor visualização deste framework, foram apresentadas as características das
atividades econômicas da bioprospecção, com base na Economia dos Custos de Transação. Assim,
identificou-se que há necessidade da criação de instituições intermediárias e de mecanismos pelo governo
federal para facilitar a interação entre os agentes. Neste sentido, como resultado, o estudo propõe o desenho
de um modelo institucional para a biodiversidade e conhecimentos tradicionais associados para as práticas de
bioprospecção no Brasil.
Palavras-chave: Bioprospecção, Biodiversidade, Conhecimentos Tradicionais Associados, Economia dos
Custos de Transação.
FLORESTA E AMBIENTE SOCIOECONÔMICO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Jair Carvalho dos Santos, Alfredo Kingo Oyama Homma, Adilson da Silva Elleres, Ana Laura dos Santos Sena
A Amazônia Brasileira ainda preserva cerca de 80% de floresta primária ou reconstituída, em diversificados
níveis em suas unidades administrativas, que são os municípios, que por sua vez, compõem os estados, como
unidades federativas. As áreas de floresta geram oportunidades de geração de renda, por meio da exploração
de sua biodiversidade ou do aspecto agradável de seu ambiente, assim como as áreas desflorestadas oferecem
oportunidades, através da exploração agropecuária ou mineral e serviços. A estrutura econômica dessas
unidades público-administrativas é determinante no ambiente socioeconômico, representados pela qualidade
de vida de suas populações, complementada por outros fatores de desenvolvimento regional. Este estudo
objetiva avaliar a relação entre os níveis de cobertura florestal e a qualidade de vida nos municípios que
compõem a Amazônia Brasileira. Para isso, está sendo utilizada a estatística de correlação e de regressão
entre a proporção de área de floresta nativa remanescente e o Índice de Desenvolvimento Humano Médio
(IDH-M) definidos para todos os municípios que compõem a Região Amazônica Brasileira. A análise dos
dados está em fase final de execução e a elaboração do artigo ou comunicação está em sua fase inicial, e será
concluído dentro do prazo de entrega definido pela Coordenação do IX Congresso da APDEA.
Palavras-chave: Desmatamento; qualidade de vida; IDH; Brasil e Amazônia.
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ANÁLISE DE PEQUENOS PRODUTORES COM MANEJO DE BACURIZEIROS (Platonia insignis Mart.) NA AMAZÔNIA PARAENSE: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DE ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO
SOCIAL
Ercilene de Cássia Ferreira Rodrigues, Alfredo Kingo Oyama Homma, Osvaldo Ryohei Kato, Antônio José Elias Amorim de Menezes
Este artigo analisou pequenos produtores que realizam manejo de bacurizeiros e a importância da coleta dos
frutos para a estratégia de reprodução social dessas famílias na Amazônia Paraense. A pesquisa de campo
ocorreu em municípios das Mesorregiões Nordeste Paraense e Marajó, no Estado do Pará, Brasil, devido a
informação corrente de que são áreas produtoras que respondem pela maior oferta de frutos de bacuri. Foram
aplicados ao total 77 questionários entre os 7 municípios estudados, sendo 57 na Mesorregião Nordeste
Paraense e 20 no Marajó. As principais estratégias de reprodução encontradas pelos pequenos produtores do
Nordeste Paraense e Marajó foram manejo de bacurizeiros, diversificação da produção, autoconsumo e
trabalho em atividades não agrícolas. Notou-se que o manejo de bacurizeiros a fim de aumentar a produção
de frutos, relaciona-se com várias outras atividades da família, influenciando na gestão da mão de obra
familiar e no conjunto de estratégias da família.
Palavras-chave: Agricultura familiar; manejo; economia rural; estratégias; bacuri.
GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS URBANOS NA CIDADE DE PEMBA – PROJECTO DO CENTRO INTEGRADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS
Ana Gonçalves
Com a necessidade imperativa de modificar e desenvolver a qualidade ambiental e na perspetiva de melhorar
a gestão de resíduos sólidos urbanos no Conselho Municipal da Cidade de Pemba foi desenhado o primeiro
Projeto de Gestão Integrada de Resíduos Urbanos (Projecto), visando o encerramento da lixeira municipal
existente e a construção de uma infraestrutura adequada para a gestão dos diversos resíduos gerados no
município (de encontro ao preconizado na legislação moçambicana em vigor e no âmbito do Programa de
Desenvolvimento Autárquico (PDA).
O Projecto contemplou três vertentes principais: 1 - Encerramento e reconversão da lixeira municipal; 2 -
Construção e operacionalização da nova lixeira controlada (Fase 1); 3 - Construção do aterro sanitário (Fase
2).
O projeto executivo e o plano de exploração do futuro aterro sanitário foram desenhados, elaborados,
discutidos e aprovados mediante as principais linhas de orientação e em estreita colaboração com o Conselho
Municipal de Pemba. Considerando o carácter piloto do Projeto e tendo em conta a urgência em encerrar a
lixeira (em risco de derrocada e foco de doenças) bem como as necessidades de investimento, foi decidido,
na Fase 1 construir uma célula de deposição controlada (lixeira controlada) e as infraestruturas necessárias,
nomeadamente: vedação, preparação/ impermeabilização do terreno e construção do edifício de
receção/portaria.
Esta comunicação pretende mostrar as etapas do projeto e o modo na constituição e formação da equipa nos
aspectos teóricos e práticos com o objectivo de criar e consolidar competências de gestão, de coordenação e
de intervenção directa junto dos utilizadores directos e indirectos do Projecto. Também apresentar o Plano de
Exploração desenvolvido, com destaque para a distribuição de tarefas, calendarização e caderno de registos e
de suporte à gestão assim como os instrumentos de avaliação criados para a curto, médio e longo prazos, e
deste modo poderem garantir a eficácia e a eficiência dos diversos fatores envolvidos. De salientar que o
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Projeto tem sido seguido como exemplo para a elaboração de intervenções semelhantes em Moçambique e a
metodologia desenvolvida vem sendo divulgada junto dos profissionais da área da gestão de resíduos.
Palavras-chave: Pecuária; Resíduos Urbanos; lixeira municipal; Plano de Exploração; Pemba; deposição
controlada.
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TC8 | Agro-negócio e economia verde
ESTUDO DA ARMAZENAGEM DE GRÃO DO ESTADO DO PARANÁ-BRASIL: UMA VISÃO ESPACIAL
Elizabeth Giron Cima, Miguel Angel Uribe-Opazo, Weimar Freire da Rocha-Junior, Jerry Adriani Johann, Willyan Ronaldo Becker
Este estudo teve por objetivo, analisar a capacidade estática e dinâmica total de armazenagem agrícola no
estado do Paraná-Brasil para verificar se a armazenagem de grãos acompanhou o crescimento da produção
de grãos. O estudo foi realizado por mesorregião para as safras 2013/2014 e 2014/2015, por meio do
georreferenciamento e análise descritiva, a partir de um banco de dados agrícola original da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento (SEAB), do Sistema de Cadastro Nacional de Unidade Armazenadora
(SICARM). O estado do Paraná possui insuficiência de 17,75% de capacidade estática total de armazéns. As
unidades armazenadoras variam na maioria dos municípios do estado do Paraná-Brasil.
Palavras-chave: Agronegócio; armazenamento; deficit; georreferenciamento; produção.
AGRICULTURA BIOLÓGICA NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL: ESTUDO DE CASO DA SUB-REGIÃO DA BEIRA LITORAL E NO VALE DO LIS
Maria de Fátima Oliveira, Jorge Bulha, José Mendes, Susana Ferreira, Rodolfo Bernabéu, Francisco Gomes da Silva
A agricultura biológica combina tradição e inovação e desempenha as funções de satisfazer a procura dos
consumidores e oferecer bens públicos. A palavra “biológico” no consumidor pode ser complexo de acordo
com os países e culturas. A agricultura biológica cria um mercado para bens e serviços ambientais, e os
produtores podem ser recompensados pela sua gestão agroambiental através de preços premium e pela
Política Agrícola Comum. Realizou-se um breve resumo das principais variáveis nos diferentes Continentes.
Para Portugal foi realizada uma análise das políticas agrícolas e efeitos destas na evolução da agricultura
biológica. Os resultados permitem afirmar que a legislação nacional e europeia contribuiu para o
desenvolvimento deste setor. O objetivo deste trabalho foi de caracterizar agricultores de agricultura
biológica do ponto de vista socioeconômico na Região Centro e de avaliar a propensão para a mudança do
modo produtivo para a agricultura biológica e identificara principais dificuldades para a mudança no Vale do
Lis. Na Beira Litoral foi realizado a análise de dados secundários e a execução de inquéritos a produtores e
distribuidores de produtos de origem biológica. Avaliou-se as dificuldades que os agricultores desde da
implementação até a certificação da exploração. No Vale do Lis foram realizados inquéritos através da
estratificação por classes da área de cultivo. O trabalho revelou elementos que permitem aos investigadores
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desenvolver técnicas para que os agricultores possam superar os obstáculos e ajudar aos diferentes elementos
da cadeia de forma a aumentar a confiança. A confiança na agricultura biológica, de acordo com os
elementos obtidos, é um trabalho a ser realizado pelos próprios agricultores, através de informação credível e
certificação. É necessário trabalhar para criar uma formação adequado às suas necessidades, fornecer
informações precisas e reais sobre as dificuldades e benefícios desse modo de agricultura.
Palavras-chave: Agricultura biológica; Beira Litoral; Associação de regantes do Vale do Lis; Politicas
agrícolas; Propensão à mudança.
QUEIMA DE CASCA DE ARROZ PARA GERAÇÃO DE ENERGIA: ESTUDO DE CASO PARA UMA REGIÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO - BRASIL
Matheus Augusto Feix Lewin, Jeronimo Alves dos Santos, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Adriana Estela Sanjuan Montebello
O estado do Mato Grosso tem aumentado em produtividade e área cultivada de arroz no país, resultando
como maior produtor nacional de arroz. Juntamente com a produção são gerados resíduos que precisam de
determinada destinação para não impactar negativamente ao meio ambiente. Este trabalho tem como objetivo
principal apresentar a problemática e propor uma solução, para a produção de resíduos advindos do
beneficiamento de arroz em uma agroindústria na cidade de Sinop, no estado do Mato Grosso, Brasil, ou
seja, da geração da casca de arroz. Foi empregado o método de estudo de caso com coletas de dados
primários e secundários, revisão bibliográfica e análise de viabilidade econômica de projeto por meio dos
indicadores econômicos. Como resultado observou-se que o investimento inicial para implantar uma usina
geradora de energia, utilizando a casca de arroz como matéria-prima, foi de R$ 13.070.000,00 e custo anual
de funcionamento de R$ 116.000,00, gerando uma receita anual de R$ 5.443.200,00. O retorno do
investimento viria com 4 anos e 7 meses de funcionamento e em um período de 6 anos se teria um Valor
Presente Líquido de aproximadamente R$ 9 milhões, com uma taxa de retorno de 15,49%. Conclui-se que a
implantação de uma usina geradora de energia com a utilização do resíduo de arroz seria uma alternativa
econômica e ambientalmente viável para ser implementada na beneficiadora de arroz em Sinop-MT.
Palavras-chave: Resíduos industriais; Geração de energia; Industrialização.
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL
Nicole Rennó Castro, Marcello Luiz de Souza Junior, Ana Carolina de Paula Morais, Leandro Gilio, Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros, Alexandre Nunes de Almeida
O agronegócio brasileiro passou por transformações que têm influenciado o mercado de trabalho do setor,
com ganhos de produtividade, intensificação da produção, expansão territorial das agroindústrias e
agrosserviços, entre outros fatores (Castro, 2018). O papel da mulher na sociedade e na economia também
tem mudado, afetando sua participação no mercado de trabalho – ressaltando-se aspectos como redução da
fecundidade, melhor distribuição de tarefas domésticas, aumento dos divórcios e avanço na qualificação das
mulheres, assim como um efeito positivo de causalidade circular dessas tendências (Cunha; Vasconcelos,
2016; Haussmann; Golgher, 2016).
Diante desse cenário de transformações, esse estudo mede e avalia a taxa de participação feminina no
agronegócio brasileiro, o perfil dessa mão de obra e aspectos sobre os seus rendimentos entre 2004 a 2015.
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Verificou-se que a participação feminina no setor, que se concentra nas agroindústrias e agrosserviços,
cresceu, impulsionada por mulheres de maior qualificação e resultando em crescimento significativo dos
rendimentos. Mas, como observado em outros setores, a mão de obra feminina ainda recebe menores salários
que os homens no agronegócio, embora apresente atributos mais favoráveis. Frente às mulheres dos demais
setores, as do agronegócio também receberam salários inferiores. Em ambas as comparações, os diferenciais
de rendimentos são mais pronunciados nas partes inferior e superior da distribuição – principalmente
inferior.
Palavras-chave: Sgronegócio; equações de rendimentos; mercado de trabalho; participação feminina.
AS CINCO ALAVANCAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO E O DESAFIO DA COMUNICAÇÃO E REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL NO SÉCULO XXI
Luis Rua
O primeiro objetivo deste trabalho é analisar as cinco alavancas (recursos naturais + conhecimento &
tecnologia + financiamento & políticas de apoio + empreendedorismo rural + coordenação das cadeias de
valor) que possibilitaram ao Brasil converter-se em um dos principais produtores e exportadores de produtos
agropecuários do mundo, na senda da Revolução Verde e da globalização dos mercados. Pode-se concluir, a
partir da revisão da literatura e dos fatos e dados disponíveis sobre produção, produtividade e
comercialização, que estas alavancas foram suficientes, até o início do século XXI, para o desenvolvimento
acima da média do agronegócio brasileiro. Entretanto, o surgimento de um novo contexto em que conceitos
como sustentabilidade, ética, orgânicos, valorização do produto local, fair-trade – outrora pouco valorizados
ou mesmo inexistentes – passam a ter especial importância e servem inclusive como argumentos para
barreiras comerciais aos produtos do agronegócio brasileiro, faz com que seja necessário compreender as
ações e políticas colocadas em prática tanto pelo setor privado como pelo setor público brasileiro no sentido
de elucidar o caminho brasileiro em busca de maior sustentabilidade e adequação a esta nova agenda do
século XXI. Desta forma, o segundo objetivo deste trabalho é avaliar em que medida as políticas e ações de
comunicação e representação institucional tem sido suficientes ou não para um melhor posicionamento
internacional do Brasil. Pretende-se, com isto, chamar à atenção para o facto de que o extraordinário sucesso
do passado não é garantia de êxito no presente e no futuro próximo.
Palavras-chave: Agronegócio; Nova Agenda; Comunicação; Representação Institucional.
PREÇO-SOMBRA DA ÁGUA UTILIZADA PARA IRRIGAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO DE ARAÇATUBA – SP - BRASIL
Elis Braga Licks, Luciana Montebello de Oliveira, Carlos Eduardo de Freitas Vian, Jaquelini Gisele Gelain
Pesquisas atuais, demonstram que a utilização de energias renováveis é benéfica ao meio ambiente, pois
contribui com a redução de poluentes no planeta. A cana-de-açúcar, utilizada na fabricação de álcool, é um
notável exemplo brasileiro de utilização de energia alternativa, que causa menos agressões ao meio
ambiente. O objetivo do presente estudo é mensurar o preço-sombra para o uso da água de irrigação da cana-
de-açúcar para a região de Araçatuba, localizada no estado de São Paulo (SP), Brasil – para as safras de
2016/2017 e 2017/2018. Para realizar esse cálculo foi utilizado o Método do Valor Residual (MVR), esta
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técnica é útil para a realização do cálculo do valor real da água agrícola ("preço sombra"), a qual é baseada
nos custos de produção da propriedade rural. O estudo admite as situações hipotéticas de se ter irrigação na
cultura da cana-de-açúcar na região de Araçatuba e se ter cobrança pelo uso dessa água. Os dados relativos
aos custos de produção das usinas são oriundos do projeto "Levantamento de Custos de Produção de Cana-
de-Açúcar, Açúcar, Etanol e Bioeletricidade no Brasil". Já o cálculo do déficit hídrico foi baseado no método
proposto por Thornthwaite e Mather, 1955. Como resultado, o déficit hídrico da cana nessa região, na safra
de 2016/2017 foi 570 mm e na safra 2017/2018 o déficit foi de 538 mm. Foram realizadas três simulações
em cada safra, na primeira foi analisada o caso de se aplicar 100% da lâmina em 23,95% da área e o preço
sombra na safra 2016/2017 foi de R$ 0,60/m3, 2017/2018 R$ 0,37/m3. A segunda simulação com uma
lâmina de 50% de irrigação em 49,98% da área em 2016/2017 foi de R$ 0,91/m3 e em 2017/2018 R$
0,57/m3. A terceira simulação com lâmina de 20% e 100% da área em 2016/2017 foi de R$ 1,86/m3 e
2017/2018 R$ 1,17/ m3. Por fim, salienta-se que a cobrança pelo uso da água pode racionalizar seu uso,
aumentar a produtividade e eficiência, redistribuir custos sociais, além de promover o desenvolvimento
regional e ambiental.
Palavras-chave: Preço-sombra; Água; Irrigação.
A REGRA ÓTIMA DE ARMAZENAMENTO DE MILHO NO BRASIL: APLICAÇÃO DE UM MODELO DINÂMICO DE EXPECTATIVAS RACIONAIS
André Luiz Ramos Sanches, Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros, Cassiano Bragagnolo, Lucilio Rogerio Aparecido Alves
O mercado de milho no Brasil experimentou mudanças estruturais importantes nas primeiras duas décadas
do século XXI, com maior oferta e exportações crescentes. A produção saltou de 35,3 milhões de toneladas
na safra 2000/01, para mais de 95 milhões de toneladas na safra 2018/19, se caracterizando como o terceiro
maior produtor e exportador mundial de milho. Com oferta crescente e maior interação com o mercado
externo, os estoques de milho no Brasil têm apresentado diferenças expressivas ao longo dos anos. Na
literatura econômica, outros trabalhos já identificaram a relação direta entre a disponibilidade de produtos
agrícolas e o comportamento dos preços. No entanto, ainda são escassos os trabalhos que avaliam os níveis
de estoques de produtos agrícolas no mercado brasileiro na literatura econômica, em especial, o mercado do
milho. O objetivo do trabalho é analisar a decisão de armazenamento de milho (primeira e segunda safra) no
Brasil, por meio de um modelo econômico de programação dinâmica estocástica. Por hipótese, admite-se que
a estocagem é uma atividade econômica competitiva e os agentes são maximizadores de lucro com
expectativa racional. A estrutura do modelo implementado busca considerar as recentes mudanças estruturais
deste mercado, até então não discutida na literatura. Os resultados evidenciam relação inversa entre os
estoques e preços esperados, assim como estoques e área plantada. As simulações sugerem forte influência
da demanda externa, via exportações, sob o equilíbrio dinâmico do mercado brasileiro (comportamento dos
preços e formação de estoque). Foram identificados os valores críticos de disponibilidade, a partir da qual
ocorrerão armazenamento e exportação no equilíbrio dinâmico do mercado brasileiro de milho. Os resultados
contribuem para agentes púbicos e privados, ao estabelecer quais os volumes de estoques que maximizam o
lucro econômico dos agentes e reduzem o risco relacionado ao comportamento indesejado de preços.
Palavras-chave: Mercado de milho; Expectativa racionais; Armazenagem.
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AGRO-FOOD SYSTEMS RESTRUCTURING IN BRAZIL: MONSANTO’S ‘LIFE SCIENCES’ NETWORK
Shigeo Shiki
This paper addresses a discussion about how agro-food systems was restructured in the world scale, a sector
dominated by giant chemical corporations entering biotechnology or ‘life sciences” business and how these
science oriented business changed new agricultural countries, in particular Brazil. Monsanto, a chemical
corporation has entered ‘life sciences’ industry in order to explore the possibilities offered by the
bioengineering sciences to combine chemical and biological solutions to the agricultural labor process. This
study starts by examining the life sciences industries strategies, in their oligopolistic race competition to
dominate science and nature to make them manageable and subsumable to monopoly capital. Taking the case
of Monsanto Company, settled in Missouri, its strategy do dominate science, including sizeable investment
in their own laboratories, acquiring a number of small science dense New Biotechnology firms (NBF),
acquiring strategic seed companies in the United States of America, and abroad, especially Brazil. In 1990,
expenditures in plant biotechnology science by the leading Agrochemical companies – Dupont, ICI, Novartis
and Monsanto were US$ 85 millions. In Brazil, Monsanto took over the leading companies Sementes
Agroceres and FT Sementes, to control soybean and corn seed market, two of the most important cultivated
grain in Brazil. With these strategies, Monsanto became the leading ‘life sciences’ company, monopolizing
the transgenic seed (soybean and corn) markets and the agrochemical associated with them, i.e. the Roundup
Ready (glyphosate) herbicide. This corporate-led production system made Brazil as a leading pesticide
consumer, mostly coming from Monsanto´s glyphosate, now being sued in the United States and Europe for
provoking cancer in agro-food consumers
Keywords: Agro-food systems; Monsanto; Biotechnology.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA PISCICULTURA EM RONDÔNIA - BRASIL
Raica Esteves Xavier Meante, Silvia Maria Almeida Lima Costa, Marco Eustáquio de Sá
A piscicultura em Rondônia tem apresentado números crescentes e se destacado como o maior produtor de
espécies nativas do Brasil. Devido a grande importância que tem alcançado para o desenvolvimento do
estado é preciso analisar a atividade de acordo com o seu desenvolvimento sustentável. A produção de peixes
local segue os moldes do tripé da sustentabilidade sendo socialmente justa quando gera emprego e renda para
o produtor e demais setores da cadeia produtiva, economicamente viável pois não haveria crescimento e
novos investimentos se ela não apresentasse lucro para o produtor, e por último ambientalmente responsável
por apresentar rigor ambiental e conservação de espécies nativas sobre-explotadas como o tambaqui
(Colossoma macropomum) e ameaçadas de extinção como o pirarucu (Arapaima gigas). Dessa forma, para
que a prática do cultivo de peixes na região seja perene e lucrativa deve inserir as inovações tecnológicas
existentes nos processos produtivos e investir em pesquisas para melhoria da produção, aumento de
produtividade e o uso racionais dos recursos naturais. Além disso, investimento em infra-estrutura dos portos
e rodovias vicinais devem ser realizados de forma a colaborar com o escoamento da produção. O governo do
estado precisa apoiar a atividade e divulgar o peixe da região nos demais centros urbanos do país abrindo as
fronteiras para a comercialização. A atividade se apresenta como atividade eficiente no uso dos recursos
naturais locais atendendo aos anseios de desenvolvimento sustentável baseada na economia verde e se
mostra uma alternativa para o impulsionar o agronegócio com a produção de alimento de qualidade,
aproveitando oportunidades contemporâneas e colaborando para o desenvolvimento regional.
Palavras-chave: Piscicultura, Rondônia, tambaqui.
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TC9 | Segurança alimentar, consumo e cadeias de valor
PERCEPÇÃO DOS CRIADORES DE SUBSISTÊNCIA QUANTO AO RISCO DA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS DECORRENTE DO CONTATO ENTRE SUÍNOS DOMÉSTICAS E JAVALIS ASSELVAJADOS
Paulo Henrique Braz, Virgínia Santiago Silva, Raquel Soares Juliano, Aiesca Oliveira Pellegrin
Este trabalho teve como objetivo avaliar possíveis indicadores de contato entre populações de javalis
asselvajados com suínos domésticos de criatórios de subsistência, por meio de um questionário de percepção
aplicado aos proprietários dos criatórios e avaliado e observação de fenótipos característicos do cruzamento
entre javalis e suínos domésticos. Complementarmente a pesquisa de anticorpos contra Brucella sp foi
realizada nos suínos e a percepção dos criadores quanto ao risco de transmissão de doenças entre as duas
populações foi avaliada. Foram visitados 32 criatórios de suínos domésticos localizados na região sul de
Mato Grosso do Sul. Considerando-se os fenótipos, verificou-se que os sinais indicativos de contato têm
influência do município onde está situada a propriedade (χ2 = 8.8594, p=0,0029), sendo que o município de
Deodápolis tem uma chance de ocorrência mais elevada (OR=13,00; IC95%: 2,12- 79,59). Já, quando levado
em conta o consumo de carne de animais asselvajados, o município de Deodápolis/Angelica a frequência foi
significativamente mais elevada (OR=17,00; IC95%: 2,83- 102,09) que nos municípios de Rio
Brilhante/Nova Alvorada do Sul. (χ2 = 11.52, p=0,000689). Devem ser empreendidos esforços de educação
sanitária para os pequenos produtores visando melhorias na segurança do alimento oriundo dos criatórios de
subsistência.
Agradecimento à Fundação de Ampara a Pesquisa do Rio Grande do Sul pelo apoio pelo EDITAL
FAPERGS 01/2019 e à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado
de Mato Grosso do Sul pelo apoio ao projeto e concessão da bolsa pela Chamada FUNDECT N° 08/2015.
Palavras-chave: Criatórios para subsistência; metodologia participativa; saúde única; zoonoses.
FORECASTING AQUAPONICS BY GOOGLE TRENDS IN EUROPEAN COUNTRIES
Maria José Palma Lampreia dos Santos, Emiliana Silva, Manuel Mota
Aquaponics represents nowadays an innovation in agricultural systems of production and supply food which
combines aquaculture fish production with hydroponic production of vegetables, that can contribute to feed
an increasing population at the world level, with less inputs in a sustainable way of production and supply.
Besides the high development in this scientific area, there are not still enough commercial firms at European
level, that allow us to know how this activity is evolving in society in general, as well as, to know the role
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played by Aquaponics Hub from COST FA 1305 - The EU Aquaponics Hub - Realising Sustainable
Integrated Fish and Vegetable Production for the EU is supported for Horizon 2020 (The EU Framework
Programme for Research and Innovation, 2017), in promoting the development of this activity in Europe.
That occurs because aquaponics is a new and innovative production system in development. Thus, we used
Google Trends data and a quantitative methodology, namely, multivariate analysis and econometric models
in order to nowcast and forecast new insights about the importance, the role and the new trends about
aquaponics in European countries. The results show an interesting development and an increasing trend in
aquaponics search terms as a proxi of aquaponics development in Europe, mainly in all the European
countries belonging to this Hub. However, we conclude that there is still a long way to go for aquaponics to
become a commercial activity at economic level. Hence, public European and national decision-makers are
urged to be more concerned about legislation and the allocation of funds for research and for the commercial
investment of companies and for their promotion and development. The paper reviews these discussions,
maps scientific and technological progress over the aquaponics in Europe and presents new ideas on how to
foster and accelerate scientific and technological advancement in aquaponics in Europe and across the world.
Keywords: Aquaponics; innovation food production; Google Trends; European Aquaponics HUB.
OS DESAFIOS AMBIENTAIS DA VITICULTURA E A REDUÇÃO DO USO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS: O CONTRIBUTO DA ECONOMIA COMPORTAMENTAL
Isabel Rodrigo, Alexandra Seabra Pinto
Presentemente, a fileira vitivinícola enfrenta grandes desafios ambientais. Com efeito, a opinião pública
ocidental consciente dos impactes ambientais negativos, com origem no modelo produtivista agrícola,
evidencia a necessidade de reorientar os sistemas produtivos centrando-os nos princípios da sustentabilidade.
Entre outras dimensões, aquela reorientação prende-se, com a necessidade premente de redução do uso de
produtos fitofarmacêuticos na cultura da vinha, evidenciada pela contestação social ao uso destes últimos,
por razões ambientais e de saúde pública, e na procura crescente de vinhos biológicos.
O presente trabalho, desenvolvido no âmbito do Projecto Interreg-Sudoe VINOVERT (2016-2019), tem por
objectivo apresentar as potencialidades da metodologia “nudges” da Economia Comportamental, visando a
modificação dos comportamentos individuais sem recurso a incentivos monetários. O conceito “nudge”
propõe que a tomada de decisão e, portanto, os comportamentos individuais podem ser influenciados através
quer de formas de encorajamento/estímulos positivos, quer de sugestões indirectas. Esta última foi a via
adoptada neste trabalho para operacionalizar aquele conceito. No caso concreto, os comportamentos
estudados traduzem-se na redução do uso de produtos fitofarmacêuticos na cultura da vinha. A informação
sobre o Índice de Frequência de Tratamentos (IFT) do viticultor foi utilizada como estímulo indirecto para
influenciar os comportamentos, comparando-se o IFT de cada indivíduo com um valor médio considerado
como padrão.
A fim de ilustrar a potencialidade de instrumentos comportamentais na redução do uso de produtos
fitofarmacêuticos apresenta-se o trabalho experimental realizado, junto dos associados da Adega Cooperativa
de Palmela, durante as campanhas de 2017 e de 2018, e os resultados obtidos com a aplicação da
metodologia “nudges”. Recorre-se aos efeitos “boomerang” e “emoticon” definidos na Economia
Comportamental para explicar esses resultados.
Palavras-chave: Viticultura; Produtos Fitofarmacêuticos; Ambiente; Economia Comportamental; "Nudges".
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UMA REFLEXÃO SOBRE A AGRICULTURA BIOLÓGICA, A SEGURANÇA E A SOBERANIA ALIMENTAR NA UNIÃO EUROPEIA: O CASO DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
Emiliana Silva, Paola Hernández, Maria José Palma Lampreia dos Santos
A política agrícola europeia tem-se alterado ao longo dos anos, integrando a parte ambiental, que se
concretiza na agricultura na produção de modo biológico (MPB). Por um lado, estão os consumidores
procurando alimentos saudáveis - com qualidade a preços acessíveis. Por outro lado, estão os produtores
agrícolas, que veem os seus mercados saturados, com um excedente da oferta, com a respetiva redução dos
preços e dos seus rendimentos. Finalmente, o Estado, que pretende assegurar os mercados com um
abastecimento regular, equilibrados, e a preços justos, quer aos produtores como aos consumidores.
Este trabalho propõe a reflexão sobre a relação possível em agricultura biológica com a segurança e
soberania alimentar, vendo os possíveis impactos e apresentando possíveis soluções que encorajem os
produtores açorianos a uma maior adesão.
Inicia-se com uma apreciação geral da Política Agrícola Comum, destacando-se, a vertente ambiental,
através do Regulamento (UE) 2018/848, do Parlamento Europeu e do Conselho de 30 de maio de 2018. Em
seguida, faz-se uma avaliação da evolução da agricultura em modo de produção biológico. Seguidamente,
faz-se uma apreciação da Estratégia para o Desenvolvimento da Agricultura Biológica e Plano de Ação para
a Produção e Promoção de Produtos Biológicos, na Região Autónoma dos Açores. Por fim, analisa-se a
agricultura biológica na União Europeia, particularizando para os Açores, como uma opção realista para o
desenvolvimento agrícola e rural da região.
Como nota final, e apesar da agricultura biológica poder ser um conceito holístico, apresenta-se como o
futuro na União Europeia, está em crescimento nos Açores. Tem de se aumentar a produção, a área cultivada
e número de produtores agrícolas, de modo a que se produza e consuma local, princípios da soberania
alimentar. Para tal, o sistema de incentivos da União Europeia terá de se ajustar esta nova realidade,
promovendo a produção biológica em detrimento da agricultura convencional.
Palavras-chave: MPB; PAC; segurança alimentar; soberania alimentar.
O ETANOL DE MILHO NO BRASIL: CRESCIMENTO RECENTE E PERSPECTIVAS
Leandro Gilio, Nicole Rennó Castro, Marcello Luiz de Souza Junior, Ana Carolina de Paula Morais, Fábio Francisco de Lima
O Brasil tem experiência histórica na produção de biocombustíveis, especialmente conquistada com a
expansão de produção e demanda de etanol combustível baseado na cana-de-açúcar, fomentada a partir da
década de 1970 sob intervenção estatal. Em fase recente, após a liberalização da atividade no mercado
brasileiro, o etanol teve um novo incentivo com o surgimento dos veículos bicombustíveis em 2003, que
promoveu a demanda e a expansão do cultivo de cana.
Apesar das vantagens ambientais e oportunidades de emprego e renda associadas à produção e uso do etanol
de cana-de-açúcar, que é renovável e menos poluente, em substituição à gasolina, de origem fóssil, foram
levantados na literatura científica questionamentos relevantes associados ao crescimento da cultura
canavieira e a destinação de áreas agrícolas para o suprimento de demanda energética, como aspectos
relacionados à segurança alimentar. Para o caso brasileiro, do etanol de cana-de-açúcar, estudos e projeções
disponíveis na literatura científica não indicaram grande impacto neste sentido.
No entanto, um novo cenário vem se desenhando no Brasil, com o crescimento da produção de etanol de
milho. Entre as safras 18/19 e 19/20, prevê-se expansão de 97,5% da produção de etanol de milho, chegando
a 1,1 bilhões de litros (CONAB, 2019). Apesar dos possíveis benefícios associados à maior regularidade na
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oferta de etanol em períodos de entressafra de cana, e da possibilidade da maior viabilidade da segunda safra
de milho brasileira – que atualmente apresenta grande produção, mas pouco retorno econômico ao produtor -
, questões relacionadas à segurança alimentar vem à tona, dada às possibilidades de impactos causados pelo
elevação do preço do milho em outras cadeias agroalimentares.
Posto isso, este estudo reflete sobre dados do crescimento da produção de etanol de milho no Brasil,
levantando questões e possíveis impactos de tal processo.
Referências:
CONAB. Acompanhamento de safra: primeiro levantamento. 2019.
Palavras-chave: Etanol de milho; biocombustíveis; segurança alimentar.
CADEIA AGROINDUSTRIAL DO MILHO NO BRASIL: ESTRUTURAÇÃO DO FLUXO DE TRANSAÇÕES ENTRE A UNIDADE AGRÍCOLA E O VAREJO
André Luis Ramos Sanches, Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros, Andreia de Oliveira Adami, Mauro Osaki
A produção de milho no Brasil consolidou-se na segunda década do século XXI entre os três maiores
produtores mundiais. A expansão da oferta do cereal tem sido sustentada pelas exportações e por um pujante
mercado consumidor doméstico, no qual o milho é amplamente utilizado como ração animal, insumo na
indústria alimentícia, química, farmacêutica, de papéis, têxtil, biocombustíveis, entre outras. Informações
referentes ao consumo, principais indústrias que processam o cereal e o encadeamento produtivo no mercado
brasileiro ainda são escassos na literatura. Neste contexto, o objetivo do trabalho é estruturar o fluxo de
consumo do Sistema Agroindustrial do Milho no Brasil, identificando as etapas entre a compra de insumos,
produção agrícola, armazenamento, processamento e usos do cereal e seus derivados, caracterizando as
ramificações das transações entre elos das (agro)indústrias. A estruturação terá como base informações
obtidas na literatura especializada internacional, com foco principal nas diferentes utilizações do milho e
seus coprodutos nas diversas (agro)indústrias. Foram listados os principais mercados consumidores de milho
no Brasil – produção de etanol, rações e farelos, moagem úmida e a seco, as ramificações das transações
entre elos das (agro)indústrias que utilizam o cereal e, um amplo número de produtos disponíveis no varejo
que utilizam o cereal como insumo ao longo do sistema produtivo. A menor oferta no campo tende a
impactar os preços de produtos agrícolas e, consequentemente, os preços de produtos no varejo que utilizam
os cereais como insumo. Por isso, a estruturação do fluxo de consumo no Sistema Agroindustrial é de grande
importância à agentes públicos e privados, ao disponibilizar informações referentes às cadeias produtivas
com potencial de risco diante crises de abastecimento. Os resultados do trabalho contribuem para a melhor
compreensão das relações de consumo de milho no Brasil e a importância do cereal em diferentes cadeias
produtivas.
Palavras-chave: Sistema agroindustrial; Consumo de milho; Agronegócio brasileiro.
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INFLAÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL: IMPACTO DE OSCILAÇÕES DE PREÇOS DO MILHO EM GRÃO E PREÇOS DE DIFERENTES PRODUTOS NO MERCADO VAREJISTA
André Luis Ramos Sanches, Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros, Andreia de Oliveira Adami, Mauro Osaki
O milho e seus coprodutos é insumo, ou matéria prima para uma diversidade de produtos consumidos pela
população brasileira. O consumo doméstico do milho tem absorvido cerca de 70% da produção brasileira nos
últimos anos, sustentado pelo pujante mercado agropecuário e (agro)indústrias. Entre os segmentos
consumidores de milho, estão os segmentos de ração e farelos, moagem via seca e moagem via úmida. O
objetivo do trabalho é calcular as elasticidades de transmissão de choques de preços do milho em grão ao
longo de diferentes elos da cadeia produtiva, para produtos que utilizam o milho como insumo. Por meio de
modelos de Vetores Autoregressivos com Correção de Erros, foram identificados a magnitude e a velocidade
de transmissão de choques nos preços do cereal sobre os preços ao consumidor final. Via regressões
múltiplas elo a elo da cadeia produtiva, foi possível calcular em que intensidade os choques são acumulados
e repassados até o consumidor final. Por exemplo, produtores de proteína animal encaminham os animais
para abatedouros e frigoríficos, que industrializam diferentes cortes de carnes e derivados, que podem ser
ofertados em nível de atacado, varejo e exportação. Foram analisados as relações de preços de milho e o
preço em nível de varejo nas cadeias de produção de carne de frango, ovos, carne suína, leite, carne bovina,
pescados, farinhas, fubá, panificados, amido, cerveja e refrigerante. Os resultados mostram que a valorização
nos preços do milho aumentaria em maior intensidade, respectivamente, os preços do fubá, leite, farinha,
carne suína, carne de frango, ovos, panificados, carne bovina, pescados e, por fim, do amido. A quantidade
de elos em cada segmento (do agrícola ao varejo), mecanismos de precificação, entre outros, podem
justificar as diferenças nas magnitudes dos impactos acumulados. Os resultados mostraram a importância do
milho nas estruturas de custos das diferentes cadeias produtivas, assim como, no controle de inflação de
alimentos do país.
Palavras-chave: Inflação de alimentos; Mercado varejista.
O IMPACTO DA PERDA DA PRODUÇÃO DE SOJA SOBRE A INFLAÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL
Andreia Cristina de Oliveira Adami, Lucílio Rogério Aparecido Alves, Geraldo Sant'anna de Camargo Barros, Mauro Osaki, André Luis Ramos Sanches, Silvia Helena Galvão de Miranda
A soja é uma das culturas mais relevantes para a economia brasileira. Na safra 2018/19 a área plantada com a
oleaginosa foi de 35.775 mil hectares e a produção de 113,8 milhões de toneladas, de acordo com a
Companhia Nacional de Abastecimento - Conab. Além de atender ao mercado doméstico, a oleaginosa é
exportada na forma de grão, óleo e farelo. Em 2018, o Brasil exportou mais de 83,6 milhões de toneladas de
soja em grão. O produto é importante matéria-prima para as indústrias de alimentos, farmacêutica, têxtil e
construção civil entre outras. Perdas no volume de produção podem ser causadas por eventos climáticos e
por pragas e doenças. Uma consequência da redução da oferta agrícola é a elevação dos preços do produto,
neste caso da soja em grão e, em menor ou maior grau, nos preços dos seus coprodutos (farelo e óleo) e de
todos os demais produtos que têm a soja in natura e/ou seus coprodutos em suas composições. Do processo
de esmagamento o grão gera dois coprodutos, o óleo e o farelo. A transmissão do aumento dos preços da
matéria-prima aos produtos finais, como carnes, farinhas, óleos vegetais, etc., são contabilizados nos índices
de inflação. Este trabalho teve como objetivo calcular as elasticidades de transmissão de preços ao longo da
cadeia produtiva da soja e obter a reação dos preços dos principais produtos consumidos no varejo a uma
queda na produção da oleaginosa. As elasticidades de transmissão de preços, calculadas a partir da
71
metodologia de Séries Temporais, mostram que, uma perda de produção de aproximadamente 10% leva à
aumentos nos preços da soja em grão de aproximadamente 7,6%. Ao aumento nos preços da matéria-prima,
os preços do óleo de soja responderão com alta de 3,7%; o leite com aumento de 1,4%; a margarina de 1,1%;
o frango de 1,0%; os ovos de 0,9%; a carne suína 0,5%; e a bovina de 0,4%.
Palavras-chave: Soja; transmissão de preços; pragas e doenças; produção.
CARACTERIZAÇÃO DOS ACORDOS DE PARCERIA ECONÓMICA ENTRE A UE E OS PALOP'S NAS SUAS COMPONENTES DE SEGURANÇA ALIMENTAR
Cristóvão Roussado, Pedro Castro Rego, Francisco Gomes da Silva
Os acordos de parceria económica integram a política externa de cooperação e desenvolvimento da União
Europeia. Desde o ano 2000, com a assinatura do acordo de Cotonou, foram dados passos importantes na
maior integração no mercado global dos países ditos menos desenvolvidos, nomeadamente aqueles situados
nas regiões de África, Caraíbas e Pacífico (ACP) (GPP, 2016). Neste trabalho propõe-se estabelecer a
cronologia, os aspetos gerais dos acordos de parceria económica entre a UE e os países africanos de língua
oficial portuguesa (PALOP) e também o cruzamento dessa informação com as componentes relacionadas de
segurança alimentar (food security) (Simon, 2017). Na primeira parte enquadra-se o comércio internacional
nas influências e interações com as componentes de segurança alimentar. Introduz-se historicamente o
acordo de Cotonou e utiliza-se o modelo proposto por Hayami & Ruttan (1985), atualizado por Carvalho
(2004) como modelo teórico de análise da relação entre agricultura e desenvolvimento, onde a componente
das instituições e dos mercados tomam papel relevante nas inovações e mudanças induzidas. Na segunda
parte enumeram-se os acordos de parceria da UE com os vários PALOP’s e os seus blocos regionais, no que
respeita ao seu início, tipo, e a evolução desde 2000 até à atualidade, consoante as informações
disponibilizadas oficialmente. Por fim, na terceira parte e como base para a discussão final, utilizam-se
indicadores de segurança alimentar da Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas, e
indicadores económicos, baseados nas importações e exportações de produtos agrícolas, oficialmente
disponibilizados no sítio online de estatística da União Europeia. Na última secção referem-se considerações,
baseadas no modelo referido no final da primeira parte, sobre medidas e políticas de risco, especificamente
as reservas de alimentos (GPP, 2016; Avillez, 2012) e a relação com as dimensões da segurança alimentar
(Demeke, 2016; Bokeloh, et al., 2005).
Palavras-chave: Cotonou; food security; acordo de parceria económica; esquema de preferências
generalizadas; PALOP.
PORTUGUESE CONSUMER: ATTITUDE AND BEHAVIOR TOWARDS CONSUMPTION OF OLIVE OIL
Paula Cabo, José Alberto Pereira, Nuno Rodrigues, Paula Batista
The world olive oil market shows high dynamic, with significant growth in production and consumption,
driven by the recognition of its nutritional qualities and benefits to human health. This work intends to
understand the behavior of Portuguese olive oil consumers. A cross-sectional study was carried out based on
a sample of 1203 individuals. Results illustrate a rooted habit of consuming olive oil and the predominance
of short marketing circuits and the proximity markets, with the preference for the purchase directly to the
producer/mill. The most valued factors in the purchase/consumption of olive oil were the benefit to health,
taste and aroma, respect for the environment, nutritional value and region of origin. With regard to consumer
preferences, the respondents favour the consumption of domestic olive oil, and only 1.6% of the respondents
72
stated that they did not care about the origin of the olive oil consumed. As regards the type of olive oil
usually consumed, the favourite olive oil is extra virgin (69%), seconded by virgin olive oil, from farm and
with protected designation of origin (30%). Organic olive oil (21.4%), monovarietal olive oil (9%) and olive
oil from centenary trees (12.7%) are also frequently sought.
Keywords: Olive Oil; Consumer; Preferences; Purchase habits.
CADEIA AGROINDUSTRIAL DO ALGODÃO NO BRASIL E TRANSMISSÃO DE PREÇOS DO CAMPO AO VAREJO
Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros, André Luis Ramos Sanches, Mauro Osaki, Andréia Cristina de Oliveira Adami
A produção de algodão no Brasil mais que dobrou entre 2016 e 2019, reflexo dos bons preços recebidos
pelos produtores, o qual elevou a rentabilidade da cultura e a competitividade agrícola perante culturas
concorrentes em área. No mesmo período, o consumo interno cresceu pouco mais de 9% e representou 27%
da oferta nacional. O excedente foi exportado e o Brasil passou a ser o segundo maior exportador mundial de
fibra de algodão. Este trabalho objetiva descrever o fluxo de transações na cadeia agroindustrial do algodão,
ou seu de Sistema Agroindustrial (SAG), identificando todas as etapas entre a compra de insumos, produção
agrícola, processamento, usos industriais da fibra e do caroço de algodão, caracterizando as ramificações das
transações entre elos das (agro)indústrias. Por meio de modelos aplicados de séries temporais, identificou-se
a magnitude e a velocidade de transmissão de choques nos preços da fibra de algodão sobre os preços de
roupas ao consumidor final, assim como em que intensidade os choques são repassados até o consumidor
final. Em termos de transações, o algodão em caroço passa pelo beneficiamento, gerando os coprodutos
caroço de algodão, fibrilha de algodão e fibra de algodão. O caroço é direcionado para ração animal,
esmagamento e/ou deslintamento. A fibrilha tem usos industriais. A fibra de algodão é o principal produto da
cadeia, em que a fiação é o segundo elo da indústria têxtil, para seguir para a tecelagem, malharias ou
aviamentos, acabamentos, confecções, para então obter os vestuários e assessórios, ou linha cama, mesa e
banho ou mesmo produtos técnicos, sacaria, etc., que são vendidos nos mercados atacadistas e varejistas. Ao
avaliar a transmissão de preços da pluma sobre preços de fios, tecelagem, vestuário e roupas no varejo, as
estatísticas mostraram maior relação da pluma com os fios, mas pouco impactos sobre os elos seguintes.
Choques de preços de 10% na fibra de algodão impactaria em 0,13% o valor no varejo.
Palavras-chave: Cadeia têxtil; inflação, choques de preços, VAR.
CARACTERIZAÇÃO DA ADEGA COOPERATIVA DE MESÃO FRIO NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO, PORTUGAL
Thyago Rodrigues do Carmo Brito, José António Martins, Benedito Armando Morais, Celso Freitas, Ana Marta-Costa
A Região Demarcada do Douro (RDD) é a principal região vitivinícola de Portugal. Integra 247.420 ha onde
se insere o concelho de Mesão Frio. No contexto de pequenas propriedades rurais da sub-região do Baixo
Corgo na RDD, a Adega Cooperativa de Mesão Frio (ACMF) possui um papel estruturante quanto ao tripé
da sustentabilidade (económico, ambiental e social) na região, uma vez que a dinâmica da produção,
processamento e comercialização (mercado interno e externo) dos seus 470 sócios giram diretamente em sua
órbita. Assim, gerando um impacto positivo na região através da força do cooperativismo, procura mitigar os
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impactos oriundos das suas atividades de forma sustentável. Através de visitas e entrevistas in loco,
objetivou-se com este trabalho caracterizar o funcionamento da ACMF e sua importância económica,
ambiental e social na região de Mesão Frio.
Palavras-chave: Adega Cooperativa, Douro, RDD, Vinho.
REPENSAR A CADEIA DE VALOR DO CACAU BIOLÓGICO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Ibrahim Prazeres, Maria Raquel Lucas
A modernização e o desenvolvimento da economia de São Tomé e Príncipe (STP), baseada
fundamentalmente em agricultura, nalgumas unidades transformadoras, no comércio e no turismo, tem
merecido o empenhamento das autoridades e o apoio de vários programas internacionais de crédito de longo
prazo. O cacau, uma commodity importante para a subsistência de muitas famílias, para a criação de
emprego e o desenvolvimento de microeconomias locais, para o PIB e para a imagem internacional do país, é
o suporte a produtos de valor e de procura elevadas nos mercados internacionais. Contudo, apesar do
reconhecimento internacional que o país tem vindo a receber nos últimos anos com variadas distinções e
prémios ao chocolate local, o espaço no mercado internacional do cacau tem vindo a reduzir-se em
detrimento dos seus concorrentes directos, assim como se tem assistido a uma diminuição da produção e
queda sucessiva do preço desta commodity nos mercados internacionais. Em consequência, ocorre uma
diminuição considerável na percentagem de lucro correspondente ao produtor à qual não é alheia a existência
de monopólio ou de concentração de poder de alguns intervenientes da cadeia de valor internacional do
cacau. Em STP esta situação é agravada pelo facto de o país não ter condições para competir em termos
quantitativos nem para realizar investimentos em outras economias de escala, pelo que, a valorização do
cacau se apresenta como a principal solução sustentável oferecida.
O objetivo foi o de caracterizar e repensar a cadeia de valor do cacau biológico em STP, identificando as
suas fragilidades e potencialidades e, propondo formas para a criação de valor e melhoria da sua
sustentabilidade e imagem internacional. Os resultados sugerem que repensar a cadeia de valor, passa, pela
criação de uma IGP como a melhor solução para o crescimento e desenvolvimento da cadeia de valor e a
valorização do Cacau Biológico de São Tomé e Príncipe, com um controlo oficial eficaz e uma componente
de promoção coletiva que permita ganhar eficiência ou escala, em articulação, de uma forma estratégica e
operacional, com o turismo, o café biológico e, a gastronomia, entre outros sectores fundamentais, ajudando
a melhorar a sustentabilidade dos distintos operadores da cadeia de valor, a balança comercial e impulsionar
o turismo.
Agradecimentos: The authors are pleased to acknowledge financial support from Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (UID/ECO/04007/2019).
Palavras-chave: Cacau, Biológico, STP, Cadeia Valor, Valorização.
COOPERATIVISMO E ACESSO AOS SERVIÇOS AGRÍCOLAS NA PROVÍNCIA DO HUAMBO: O CASO DE COOPERATIVAS APOIADAS PELA ADRA
Antonino Abel Chivala Kamutali, Maria Raquel Lucas, Pedro Damião de Sousa Henriques
O principal problema que os agricultores familiares na província do Huambo enfrentam na realização das
actividades agrícolas está relacionado, sobretudo, com o acesso aos serviços agrícolas. O presente estudo
visou analisar a contribuição das cooperativas na promoção do acesso aos serviços agrícolas. O estudo foi
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desenvolvido em duas fases, na primeira etapa, foi realizada uma pesquisa exploratória sobre o tema do
cooperativismo para a qual foram consultadas várias fontes de informação secundária. A segunda fase,
consistiu numa recolha de dados suportada em fontes directas de informação primária, através do método de
aplicação de questionário, tendo sido construídos e aplicados dois questionários, um a lideranças das
cooperativas e outro aos agricultores cooperantes. Os resultados do estudo mostram que os principais
serviços dinamizados pelas cooperativas são o acesso ao crédito monetário, insumos e equipamentos
agrícolas e a formação. De forma global os agricultores, não estão satisfeitos com os serviços prestados pelas
cooperativas.
Palavras-chave: Cooperativismo, acesso aos serviços, Huambo, ADRA.
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR PORTUGUÊS DE VINHO BIOLÓGICO
Keylor Villalobos Moya, Marial Raquel Lucas
Embora, nos últimos anos, o vinho biológico tenha evoluído de forma positiva na produção e no consumo,
devido a uma maior preocupação e consciência ambiental e com a saúde, continua a ser uma atividade
económica em Portugal com um mercado muito reduzido, em comparação com outros países da União
Europeia e com outros produtos biológicos de origem agroalimentar. Daí que o propósito do presente estudo
tenha sido o de analisar o comportamento do consumidor em relação ao vinho biológico, testando variáveis
como a perceção dos atributos do vinho biológico, o estilo de vida e a consciência com a saúde e a
sensibilidade ao preço, para perceber a relação entre a atitude e a intenção de compra, consumo e
recomendação de um vinho biológico. A metodologia adotada, de natureza conclusivo-descritiva, com
levantamento de dados quantitativos a partir de um questionário online disponível durante três meses
(março-maio 2019), permitiu determinar explicar a importância da perceção dos atributos do vinho
biológico, das atitudes e da consciência com a saúde na disposição de compra, consumo e recomendação de
um vinho biológico.
Agradecimentos: A autora agradece o suporte financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia
(UID/ECO/04007/2019).
Palavras-chave: Comportamento do consumidor, fatores influenciadores, vinho biológico.
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PT1 | Agricultura Familiar e o processo de diversificação do meio rural
O BEM-ESTAR DOS AGREGADOS FAMILIARES RURAIS EM TIMOR-LESTE: UMA ABORDAGEM USANDO PLE
Carlos de Deus, Maria Leonor da Silva Carvalho, Vanda Narciso, Pery Francisco Assis Shikida, Maria Raquel Lucas, Pedro Damião Henriques
A agricultura em Timor-Leste é de natureza familiar e um modo de vida para as populações rurais que são a
maior parte da população. O objetivo deste trabalho é medir o bem-estar dos agregados familiares tendo
como principal indicador o rendimento disponível, com base em atividades produtivas, reprodutivas e
comunitárias, as quais são centrais à organização e funcionamento das comunidades rurais timorenses. A
metodologia utilizada para representar o funcionamento dos agregados familiares é a programação linear
etnográfica (PLE). Esta metodologia permite testar políticas, tecnologias, alterações reprodutivas e mudanças
das normas sociais comunitárias, explorar os respetivos resultados e prever as consequências para o futuro
dos agregados familiares e das comunidades rurais. Os resultados mostram que os agregados familiares com
explorações agrícolas de pequena e, nalguns casos também as de média dimensão, nas condições atuais, não
geram rendimento suficiente para níveis de consumo e bem-estar acima da linha da pobreza. Alternativas de
apoio ao rendimento, como o apoio direto ao rendimento são possíveis, mas dependem dos recursos
disponíveis para a sua implementação enquanto, a médio e longo prazo, o aumento da área das explorações,
afigura-se uma opção mais válida para quebrar o ciclo vicioso da pobreza.
Palavras-chave: Sistema Agricultura; Bem-estar dos Produtores; Linha da Pobreza; Programação Linear
Etnográfica; Timor-Leste.
DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: UM ESTUDO DE CASO DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NO MUNICÍPIO DE CAXIAS NO ESTADO DO
MARANHÃO
Joabe Alves Carneiro, Adriana Estela Sanjuan Montebello, Lilian Maluf de Lima, Marta Cristina Marjotta Maistro
O estado do Maranhão é apontado como o de menor rendimento per capita do Brasil. O município de Caxias
(no Leste Maranhense Brasileiro), onde o estudo foi realizado apresenta uma taxa de urbanização de 76,27%
(do total de cerca 155 mil habitantes) e cerca de 67% da população tem rendimento abaixo de um salário
mínimo (aproximadamente R$324,90). Tais informações despertaram o interesse investigativo para o
objetivo do presente estudo: analisar a diversificação da produção agrícola de Caxias dentro do Programa
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Aquisição de Alimentos (PAA), e verificar como a mesma afetou o autoconsumo e a geração de renda para
os pequenos agricultores participantes do programa. O estudo tem caráter quali e quantitativo sendo
analisado por meio de um estudo de caso, cujos dados utilizados são primários e coletados através de
formulários (importante instrumento para investigação social). Como resultados, discute-se a importância da
diversificação em uma perspectiva economicamente atraente para os agricultores, o potencial e os obstáculos
à adoção dessa prática. A pesquisa também mostra o relato de agricultores que decidiram abandonar as
culturas básicas e apostar na diversificação da produção com finalidade de fornecimento para o PAA.
Observa-se que antes do PAA os agricultores produziam 11 tipos de culturas. Com a participação no
Programa, o número aumentou em 36%. Além disso, os novos alimentos foram incorporados à alimentação
familiar, o que contribuiu para o autoconsumo e para o aumento da renda destas famílias após a participação
do Programa.
Palavras-chave: Políticas Públicas e Diversificação da Produção Familiar.
CARACTERIZAÇÃO AGROECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO RIBEIRA COMO SUBSÍDIO PARA A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Matheus Carvalho da Silva, Luis Carlos Ferreira de Almeida, Pablo Forlan Vargas
A Região do Vale do Ribeira (SP, Brasil), apresenta como características marcantes a baixa taxa de
urbanização, principal fonte de riqueza centrada nas atividades agropecuárias, baixos níveis dos indicadores
socioeconômicos e uma forte disparidade entre os seus 23 municípios, situação essa que dificulta a
implementação de políticas públicas para a agricultura familiar existente nesta. Utilizando-se das técnicas da
Análise Fatorial em Componentes Principais (ACP) e de Agrupamento, o trabalho teve como objetivo
caracterizar, a partir de 17 variáveis econômicas e de produção agropecuária, os municípios desta Região,
destacando a inter-relações entre as variáveis, bem como reuni-los em grupos homogêneos com vistas a
subsidiar ações de planejamento regional. O resultado obtido através da ACP permitiu extrair cinco
componentes que explicaram 82,4% da variância total observada. Desses resultados, para o primeiro
componente destaca-se uma relação inversa de produtor com baixa escolaridade que tem moradia na
propriedade com renda per capita, por sua vez o segundo componente evidencia que os índices de
desenvolvimento humano se associaram com grau de urbanização em oposição à participação das atividades
agrícolas na riqueza do município. A partir das coordenadas das observações os municípios foram reunidos
em 14 grupos distintos que puderam ser descritos individualmente pelo conjunto de suas características mais
importantes, tendo como base como cada grupo se relacionou ao conjunto dos componentes obtidos. O
grande número de grupos com apenas um município revela um quadro regional com profundas disparidades
do ponto de vista socioeconômico e agroeconômicos, tanto positivas quanto negativas, o que demonstra que
políticas públicas com vista a superar as desigualdades regionais podem não ser eficientes. Nesse sentido os
resultados obtidos podem servir de norteadores de políticas para a agricultura familiar que vão de encontro
ao perfil de cada grupo de municípios obtido.
Palavras-chave: Agricultura familiar; Desenvolvimento regional; Métodos multivariados.
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A FELICIDADE ENTRE MULHERES PARTICIPANTES DA LAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL: UM ESTUDO PILOTO
Bruno Henrique Pozza, Roberta Vedana, Pery Francisco Assis Shikida, Marcos de Oliveira Garcias
Este trabalho objetivou, por meio de um estudo de caso com aplicação de questionário piloto, analisar a
felicidade no meio rural entre mulheres participantes da Lar Cooperativa Agroindustrial. Sabendo-se que a
felicidade é sentida de forma subjetiva e a sua mensuração envolve a avaliação que cada pessoa faz de sua
vida, elaborou-se questões que buscam captar a percepção individual de felicidade de um grupo de 19
mulheres participantes do Programa de Desenvolvimento da Liderança Feminina, mantido pela Lar
Cooperativa. Entre as três palavras determinantes para a felicidade que mais ocorreram nota-se que Família
teve o maior destaque, citada por 47,4% das mulheres como a primeira palavra. Família foi citada 12 vezes
no total, seja como primeira, segunda ou terceira opção, seguida pelas palavras Amor e Amigos, que foram
citadas 5 vezes cada uma. Deus, Filhos, Trabalho, Fé, Cooperativa e Saúde foram citadas 2 vezes cada uma e
as demais palavras ocorreram apenas 1 vez cada uma. Ao agrupar termos que dizem respeito às qualidades
humanas 10 mulheres (52,63%) julgaram serem fatores indispensáveis para a felicidade. Já 31,58% (6
mulheres) indicaram que sua felicidade é caracterizada por aspectos econômicos. As crenças e sentimentos
religiosos, citados por meio das palavras Deus e Fé, somam um total de quatro mulheres (21,05%) que
afirmam que para se alcançar a felicidade é necessário a participação desses fatores em suas vidas. Com
relação a nota atribuída pelas entrevistadas para a sua felicidade, a nota de número “7” foi mencionada 2
vezes (11%), a nota de número “8” foi mencionada 5 vezes (26%), e a nota de número “9” foi mencionada
12 vezes (63%), notas abaixo 7 não foram mencionadas.
Palavras-chave: Felicidade; Mulheres; Questionário piloto; Lar.
IMPACTOS DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE) NO ESTADO DA PARAÍBA
Severino Félix de Souza, Armando Lírio de Souza, Ricardo Bruno Nascimento dos Santos, Maria da Conceição Pereira Ramos
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) vem desempenhando um papel de grande
importância na economia dos estados brasileiro e não é diferente com o estado da Paraíba. Esta pesquisa
busca analisar o impacto no Valor Agregado Bruto (pib agropecuário) a partir de algumas variáveis tais
como: repasse do governo para os municípios, referentes ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, o
gasto dos municípios com o programa supracitado, as produções municipal permanente e temporária, bem
como também, a produção pecuária, no que diz respeito a produção de leite. Para desenvolver tal objetivo, na
metodologia foi usado um modelo econométrico de Dados em Painel. As estimações evidenciaram que
apenas o repasse dos recursos não é suficiente para causar impactos positivos no PIB agrícola, sendo assim,
esperava-se que fosse necessário o investimento/gasto na aquisição dos alimentos do produtor agrícola para
que este PIB viesse sofrer impactos positivos. Contudo, as estimações evidenciaram não haver impactos
mesmo com o gasto do repasse do Governo Federal para os municípios. Percebe-se que este cenário pode
ocorrer devido a pífia participação do setor agrícola no PIB do Estado paraibano, ou também por falta de um
planejamento melhor, por parte dos gestores, como também, porque falta uma fiscalização mais rigorosa por
parte dos órgãos competentes. Contudo o investimento na produção das lavouras temporárias e permanentes,
é capaz de contribuir diretamente na dinâmica das economias locais, trazendo impactos positivos. Da mesma
forma, a produção pecuária, no tocante a produção leiteira do Estado também é capaz de gerar impactos
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positivos no PIB Agrícola paraibano, muito provavelmente devido a programas de distribuição de leite com a
população mais carente, por parte do Governo Estadual.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Pecuária; Dados em Painel; Impactos Econômicos; PNAE.
RECONFIGURAÇÕES E SUSTENTABILIDADE DA ATIVIDADE LEITEIRA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA FAMILIAR
Mariângela Alice Pieruccini Souza, Kaio Strelow, Luis Alberto Ferreira Garcia
A estrutura produtiva da atividade leiteira é muito dinâmica no Brasil e possui traços bastante diferenciados,
tanto nos modelos de gestão praticados como na sua distribuição territorial, com maior ênfase na agricultura
familiar. Especificamente, dos 1.171.190 estabelecimentos produtores de leite, 99,22% são dirigidos pelo
próprio produtor, pelo casal ou por algum encarregado/pessoa com laços de parentesco (BRASIL, 2018). Em
que pese a importância da agricultura familiar na atividade leiteira, são recorrentes as dificuldades na busca
da otimização de sua produção em virtude das constantes exigências para ganhos de competitividade e
mercados. A cadeia produtiva do leite necessita, como os inúmeros setores produtivos, reduzir custos de
transação, cumprir requisitos de mercado, mas, no limite dessa condição, os produtores familiares têm
dificuldades para alcançar os níveis de capitalização necessários para a adequação de suas atividades no
encadeamento da produção o que gera conflitos, quando não, abandono da atividade. Portanto, diante das
constantes reconfigurações da atividade leiteira no Brasil, como pensar em estratégias de sustentabilidade da
agricultura familiar nesse setor? Assim, este estudo objetiva identificar as principais características voltadas
às exigências produtivas na atividade leiteira após a atualização das normativas relacionadas à qualidade do
leite a partir do ano de 2012, considerando ainda as possíveis alternativas para a capitalização das famílias ali
envolvidas. Metodologicamente trata-se de uma leitura exploratória, pautada, sobretudo, em dados
disponibilizados pelo Censo Agropecuário recentemente publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE. Os resultados prévios sinalizam para a intensificação da pressão de grupos de interesse
na atividade leiteira e dificuldades dos produtores familiares no sentido de reconfigurar as suas estruturas
produtivas para atender às exigências impostas.
Palavras-chave: Produção leiteira; agricultura familiar; sustentabilidade; reconfiguração produtiva.
MONOCULTURAS, ATIVIDADES EXTRATIVAS E O TRABALHO DAS MULHERES NA AGRICULTURA DA AMAZONIA
Benjamin Alvino de Mesquita, Joaquim Shiraishi Neto, Henrique D. Neder
Neste horizonte de 20 anos,o crescimento de pastagens e dos monocultivos,soja, eucalipto e dendê são
geometricos e ocorrem sobre os territorios de sobrevivencias,ocupadas anteriormente pelo o
extrativismo,frutas silvestres (bacuriebutiti) e da produçao de alimentos,ocasionado transformações
importantes,na dinâmica socioeconomica e ambiental destes povos e comunidade tradicionais da
AmazôniaLegal.A frente desde processo está o capital financeiro e o Estado.Cabe aos dois estruturarem a
oferta e o controlar o acesso as terras de chapadas,florestas de babaçu,etc, campos antes livres edeuso
comuns.Para os excluídos deste processo de globalização,como as mulheres agroextrativistas e produtores
familiares,isso tem sido tragico.No entanto,mesmo neste cenario de globalização e de urbanizaçao
acelerada,o papel da mulher na agricultura regional continua importante e marcante,particulamente em
atividades extrativas.No extrativismo babaçu,elas representam mais de 95% da mão-de-obra ocupada,nos
79
Estados do Tocantins,Pará e Maranhao,e a estimativa nos anos 1990 era de 400 mulheres nesta
atividade.Esse quadro tem alterado,radicalmente com a integraçao da região aos circuitos externos,realizado
primeiro da pecuaria bovina e,no sec.xxi pelos monocultivos.Apesar do declinio de mulheres na atividade e
agricultura elas continuam tendo um papel impar na preservação ambiental e nas políticas sociais agrarias.A
pobreza destas mulheres se relaciona à devastação do principal meio de subsistência,as floresta de babaçu,e
da política governamental voltada ao agronegocio.O sentido portanto do trabalho,é analisar o avanço da
agricultura de larga escala sobre as atividades tradicionais e verificar as mudanças estruturais que ocorreram
no perfil das mulher ocupadas na agricultra.A ideia é aproveitar os dados do ultimo censo agropecuario e
Pnad e comparar com o da decada anterior.
Palavras-chave: Monoculturas; Mulheres na agricultura; Amazonia; Atividades extrativas; Povos e
comunidades tradicionais.
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA
Rodrigo Peixoto da Silva, Nayara Barbosa da Cruz, Adauto Brasilino Rocha Junior, Giovani William Gianetti, Carlos Eduardo de Freitas Vian
A Agricultura Familiar (AF) destaca-se no meio rural brasileiro por sua heterogeneidade, sobretudo com
relação ao grau de capitalização, à qualificação, aos canais de comercialização e à adoção de técnicas e de
insumos modernos. A comercialização dos produtos tem ganhado relevância na literatura, sobretudo a um
nível local, destacando as características mais marcantes de uma região/município. Porém, faltam ainda
análises de abrangência nacional. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi identificar grupos homogêneos
de municípios brasileiros considerando 8 variáveis relacionadas à comercialização de produtos oriundos da
AF, além de analisar o grau de eficiência técnica desses grupos. Foi utilizada uma abordagem Bayesiana de
análise de clusters e modelos de fronteira de produção estocástica e determinística, identificando as
características e carências de cada cluster. Como resultados, foram identificados 6 clusters com as seguintes
características: Cluster 1 (Inclusão produtiva) – menos eficiente em lavouras temporárias, mais eficiente em
lavouras permanentes e com carências de armazenamento da produção, Assistência Técnica e Extensão Rural
(ATER), diversificação produtiva, cooperativismo e qualificação dos produtores; Cluster 2 (Pecuária
extensiva) - carências de armazenamento, ATER, diversificação produtiva e infraestrutura logística; Cluster
3 (Cinturão Verde) – mais eficiente em horticultura, menos eficiente em pecuária e com carências de
especialização produtiva, cooperativismo, centros de comercialização, selos e certificações; Cluster 4
(Barreira logística) – menos eficiente em lavouras permanentes e em horticultura e com carências de ATER,
cooperativismo e infraestrutura logística; Cluster 5 (Commodities e valor agregado) – carências de
armazenamento e diversificação produtiva; e Cluster 6 (Integrados à indústria) – mais eficiente em lavouras
temporárias e em pecuária e com carências de armazenamento da produção.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Heterogeneidade; Direcionamento de políticas públicas.
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES EM ESPAÇOS COOPERATIVOS
Marcos de Oliveira Garcias, Silvia aparecida Zimmermann, Dirceu Basso
Compreender as limitações e motivações na participação das mulheres no cooperativismo é fundamental na
tentativa de entender quais projetos ou políticas podem contribuir para uma maior participação das mulheres
no cooperativismo. A partir de uma demanda da comissão de gênero da Reunião Especializada sobre
80
Agricultura Familiar do Mercosul (REAF-MERCOSUL), foi realizada essa pesquisa que teve por objetivo
verificar com maiores detalhes questões referentes a participação das mulheres no cooperativismo. Entende-
se que as mulheres participam da cooperativa, mas que a percepção desta participação ocorre, ou é reforçada,
no momento em que elas participam mais ativamente da produção do produto ou serviço que é “negociado”
com a cooperativa.
Palavras-chave: Cooperativismo; empoderamento feminino; agricultura familiar.
PLANS FOR FAMILY FARM SUCCESSION, INHERITANCE AND MIGRATION: CASE STUDY AT PARANA- BRAZIL
Mary Arends-Kuenning, Akito Kamei, Marcos Garcias, Gisele Esser Romani, Pery Shikida
This paper studies the farmer’s plan of family succession using uniquely collected data from soybean farmers
in Brazil. In the setting where agriculture is dominated by male, having only female children decrease the
family farm succession. Households with other agriculture activity (such as holding livestock) increase the
probability of succeeding farm to their children. This association is especially high among households with
only female children. The youngest children takes over farm traditionally in Brazil (no gender difference).
Keywords: Family farm; succession; gender.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DO CENSO AGROPECUÁRIO
Alice Aloísia da Cruz, Franciele de Oliveira Pereira
A agricultura familiar é representativa no número de estabelecimentos rurais do Brasil, sendo importante
para o setor agropecuário e para a economia do país, gerando empregos e renda no meio rural. Entretanto, a
agricultura familiar é caracterizada por diferentes formas de produção e sua heterogeneidade. Diante disso, o
presente artigo teve como objetivo geral analisar a distribuição espacial dos fatores representativos da
agricultura familiar brasileira. Especificamente, buscou-se identificar as variáveis que compões os fatores
representativos das características dessa atividade. Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma
análise fatorial que gerou três indicadores: práticas agrícolas e uso de tecnologia; características gerais e
tratamento de solo; e pessoal ocupado e caracterização financeira. Com base nos escores fatores desses
indicadores, realizou-se uma análise exploratória espacial para identificar se há influência espacial entre os
municípios, através de clusters espaciais. Para os três indicadores, observa-se que há diferentes associações
espaciais. O primeiro indicador, apresenta clusters do tipo Alto-Alto (AA) principalmente na região Sul do
país, enquanto as regiões Norte e Nordeste são marcadas por clusters do tipo Baixo-Baixo (BB). O segundo
indicador, apresenta clusters do tipo AA concentrados nas regiões Sul e Nordeste e clusters BB em maioria
na região centro Oeste. O terceiro indicador apresentou clusters AA nas regiões Sul, Norte e Nordeste,
enquanto os cluster BB estão em maioria no Sudeste e Nordeste. Portanto, os resultados obtidos indicam que
há efeito transbordamento entre os fatores que caracterizam a agricultura familiar brasileira. Sendo assim, é
importante que as políticas públicas sejam formuladas levando em consideração à localização e o efeito
transbordamento entre os municípios.
Palavras-chave: Práticas agrícolas; heterogeneidade; clusters.
81
PERFIL GERENCIAL DE PROPRIEDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR DA REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃO PRETO/SP: ANÁLISE MULTIVARIADA E QUALITATIVA SOBRE A EFICIÊNCIA DE
GESTÃO
Vinícius Agostinho da Nóbrega, Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro, Claudenir Antonio, César Gonçalves de Lima, Luciene Rose Lemes, Celso da Costa Carrer
A agricultura familiar é responsável por aproximadamente 70% do alimento que chega à mesa do brasileiro
(51% das aves, 58% do leite, 69% das hortaliças, 70% do feijão e 83% da mandioca) e está presente em
aproximadamente 4.600 municípios do Brasil (MDA, 2015). Dessa forma, essa atividade tem papel
fundamental para a oferta de alimentos e equilíbrio econômico e social das regiões. O presente trabalho
buscou diagnosticar o perfil gerencial dos pequenos produtores familiares em administrar suas propriedades,
no âmbito do município da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. Além disso, buscou-se entender quais
aspectos influenciam positiva e negativamente a realização de atividades gerenciais nos pequenos
estabelecimentos. Para tanto, utilizou-se como base o diagnóstico de competitividade do agronegócio, que
levantou informações de 104 produtores da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, SP. Os dados foram
processados pela análise multivariada, por meio das técnicas de análise de componentes principais e pela
análise de agrupamento. A análise quantitativa revelou que os respondentes que se dedicavam às atividades
de planejamento, produção e gestão financeira tendem a realizar, também, outras atividades gerencias. Além
disso, revelou que esses produtores têm como principal foco atividades internas, apontando uma tendência
em negligenciar aspectos relacionados ao mercador consumidor. O estudo mostrou, ainda, a heterogeneidade
dos respondentes ao caracterizar grupos de acordo com seu perfil gerencial resultando em uma tipificação
caracterizada pelo acesso à educação formal e a experiência profissional em outras áreas. Por fim, o estudo
sugere, também, a necessidade da avaliação da efetividade das políticas públicas de fomento à agricultura
familiar e de reforma agrária, figurando esses, como um vasto e importante campo para o desenvolvimento
de futuras pesquisas.
Palavras-chave: Agricultura familiar; administração da empresa rural; desenvolvimento regional.
AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO LEITEIRA NO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL
Dimas de Oliveira Estevam, Giovana Ilka Jacinto Salvaro, Max Richard Coelho Verginio
As transformações no meio rural brasileiro, nas últimas duas décadas, alteraram profundamente as condições
de trabalho e de vida no campo, ao impor novos padrões e exigências na forma de produzir e comercializar
os produtos. Entre os segmentos mais impactados pelas mudanças se destaca o setor leiteiro, principalmente,
os produtores que produziam de forma tradicional, em pequena escala e que não seguiam um padrão de
qualidade. Contudo, as mudanças introduzidas pela Instrução Normativa no 51/2002 alteraram
significativamente a forma de produzir, armazenar e comercializar o leite. A princípio imaginava-se que com
as mudanças, muitos produtores teriam dificuldades de se adaptar a Instrução Normativa, porém, os efeitos,
de certa maneira, foram contrários, pelo menos para a Região sul catarinense, de uma atividade de pouca
expressão econômica, se transformou numa das principais fontes de emprego e renda para a região. Para se
ter uma noção dos impactos, o Estado de Santa Catarina é dividido em seis Mesorregiões, a região sul, antes
das IN/51, estava em quinto lugar na produção leiteira, com a Instrução Normativa, passou ser a terceira
maior produtora de leite do estado. Com as mudanças introduzidas a partir da legislação, novos
equipamentos, novas técnicas de produção foram adquiridas, provocando intensas alterações na forma de
produzir e nas relações de trabalho no interior das propriedades rurais. Neste sentido, o texto aborda aspectos
das mudanças na produção de leite, a partir da IN/51 e seus efeitos na região sul de Santa Catarina, Brasil.
82
No que compreende o caminho metodológico, a pesquisa é descritiva, a partir de fontes primárias e
secundárias. Os resultados apontam para mudanças significativas na produção, com a introdução de novas
tecnologias, em que o trabalho na produção se tornou menos penoso. Contudo, no que se refere a diferenças
na divisão das tarefas, observa-se determinada reprodução e a intensificação da divisão sexual do trabalho
nas unidades produtivas familiares de leite. Entre outras questões, verificam-se situações em que atividades
que eram, historicamente, controladas pelas mulheres, tais como a produção e finanças, com as mudanças
ocorridas, foram assumidas pelos homens.
Palavras-chave: Inovações; produção de leite; divisão sexual do trabalho.
A AGRICULTURA FAMILIAR EM PORTUGAL: PANORAMA E DESAFIOS
Pedro Reis, Joaquim Cabral Rolo
A agricultura atualmente já não estrutura e condiciona as populações residentes em espaços rurais, e já não
existe uma identidade unívoca entre a unidade produtiva e o consumo do agregado familiar. Todavia, a
agricultura familiar (AF) continua a ser muito relevante face ao seu peso social, territorial e económico, para
além dos contributos para a conservação do património cultural e natural.
A esmagadora maioria (mais de 90%) das explorações agrícolas (EA) enquadram-se na tipologia de AF.
Cerca de 80% da mão-de-obra (MO) agrícola ainda é familiar, mas a MO familiar concentra-se mais no
produtor agrícola, com menor peso dos outros membros do agregado doméstico. Estima-se que a AF ainda
possa ser responsável por quase metade da superfície e da produção agrícola. Dois fatores marcantes são a
pluriatividade e o plurirrendimento.
Existem várias oportunidades mas fortes desafios à produção familiar. Nas potencialidades, destacam-se os
circuitos curtos de comercialização, a adaptação ao pluricultivo e a produções de variedades regionais e
criação de animais de raças autoctones. Os principais desafios são o acesso ao conhecimento técnico e aos
mercados. Para estas unidades produtivas são cruciais as intituições local que promovam a produção,
aprendizagem e venda em rede.
Palavras-chave: Agricultura familiar; capital social; extensão rural; Portugal.
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PT2 | Avaliação das preferências alimentares dos consumidores: uma
abordagem multidisciplinar
CONSUMIDORES: QUALIDADE ESPERADA E QUALIDADE EXPERIMENTADA NA CARNE DE BOVINO
Magda Aguiar Fontes, José Pedro Lemos, Rui Bessa
As escolhas dos consumidores relativamente a bens alimentares podem ser decisivas na construção de um
modelo de consumo sustentável. Sabemos que estas escolhas são, na grande maioria das vezes,
essencialmente influenciadas não só por fatores económicos, como o preço e o rendimento das famílias, mas
também por características sensoriais, como o sabor dos alimentos, e outras características, que classificamos
como acreditadas e ondem se incluem os aspetos nutricionais, a origem e o modo de produção, ou a
segurança do alimento. Com base numa amostra de conveniência, faz-se uma análise exploratória,
recorrendo à teoria da qualidade dos produtos e perceção do consumidor, e entendendo a perceção da
qualidade como uma explicação das escolhas dos consumidores. Neste sentido, apresentamos um conjunto
de técnicas que permitem traduzir a avaliação dos consumidores da informação associada a um produto
alimentar, neste caso a carne de bovino, da sua qualidade esperada, com base na informação associada ao
produto, e ainda a avaliação da qualidade experimentada, isto é a avaliação da carne de bovino depois de
provada a carne. Realiza-se ainda um teste triangular, onde se pretende avaliar se o consumidor é capaz de
identificar a carne diferente e, a partir dessa identificação, fazer a avaliação da carne que prefere. Os
resultados mostram que os consumidores, perante a carne indiferenciada e a carne de qualidade específica
(neste caso uma IGP), (i) com base na apreciação dos sinais de qualidade – cor, gordura visível e aspeto -
escolheriam a carne indiferenciada; (ii) que a qualidade esperada dos atributos sabor, tenrura e suculência, da
carne indiferenciada, foi maior que a obtida para a carne IGP; (iii) depois da prova o atributo tenrura é o mais
valorizado e este constitui o atributo que mais descrimina a escolha, e (iv) de entre os inquiridos, 77%
identificam a carne diferente.
Palavras-chave: Carne; consumidores; preferências; qualidade.
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OS HÁBITOS E PREFERÊNCIAS ALIMENTARES DOS CONSUMIDORES BRASILEIROS SOB OS ASPECTOS DO COMPORTAMENTO DE COMPRA
Rodrigo Mariano, Gilson de Lima Garofalo
As mudanças nos hábitos e preferências alimentares da população têm sido observadas nas últimas décadas,
através de uma multiplicidade de aspectos constatados em diversos países. Isso acontece como consequência
de uma gama de circunstâncias as quais podem se alterar em função de múltiplos fatores, sejam econômicos,
sociais, culturais, de bem estar/saúde, entre outros. Diante de tal estado de coisas e complexidade é oportuna
a ideia de considerar essa temática frente a áreas alternativas do conhecimento, adotando-se e empregando
uma abordagem multidisciplinar objetivando entender as transformações e opções dos indivíduos quando
pretendendo saciar a fome. Deste modo, o trabalho terá como objetivo apresentar a evolução dos hábitos e
opções alimentares utilizando-se de informes, registros e considerações obtidos junto ao setor de
supermercados do Brasil. Este procedimento justifica-se dada a importância deste canal no abastecimento
das famílias e, assim, dos domicílios brasileiros. Certamente, a contribuição ora proposta poderá subsidiar
trabalhos correlatos que venham a ter curso em outras nações.
Palavras-chave: Hábitos alimentares; comportamento do consumidor; consumo alimentar.
PREFERÊNCIAS DIFERENCIADAS DOS CONSUMIDORES DE VINHO: AMBIENTE, NATURALIDADE E SABOR. RESULTADOS DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL EM PORTUGAL
Alexandra Seabra Pinto, Eric Giraud-Héraud, Jorge M. Ricardo-da-Silva
Os atuais consumidores de vinho parecem exigir mais ambiente e naturalidade no vinho. Perante estas
procuras, as empresas transmitem diferentes sinais sobre as características dos vinhos, nomeadamente, sobre
o modo de produção como a certificação biológica e sobre a redução de alguns aditivos enológicos no
processo de vinificação como a alegação “sem sulfitos”. No quadro da certificação europeia de vinhos
biológicos, a eliminação total dos sulfitos adicionados não está prevista. Assim, é provável que surja uma
concorrência entre estes dois tipos de vinhos com abordagens diferentes: uma que trata de um modo de
produção conhecido dos consumidores e, principalmente, focada na questão ambiental; e outra baseada em
preocupações ligadas ao interesse privado dos consumidores, centrada nas questões de saúde.
Neste trabalho medimos as preferências diferenciadas dos consumidores, analisando as arbitragens que
surgem no seu comportamento de compra. Duas questões foram examinadas: i) Como reagem os
consumidores às alterações organoléticas que resultam da remoção dos sulfitos adicionados? (arbitragem
sensorial); ii) Quais são as expetativas dos consumidores para alegação "sem sulfitos" em relação à produção
convencional e em comparação com a certificação biológica? (arbitragem entre características sensoriais e
certificações).
Para responder àquelas questões, realizámos um mercado experimental juntamente com uma análise
sensorial. A apreciação puramente sensorial permitiu apreender os vinhos selecionados, concentrando-se nas
suas características organoléticas, de acordo com os diferentes modos de produção. O mercado experimental
permitiu-nos ir mais longe e explicar o comportamento de compra do consumidor, medindo a disposição
revelada a pagar. Mostramos, essencialmente, como a alegação “sem sulfitos” é particularmente valorizada
pelos consumidores, enquanto a certificação biológica é um pré-requisito essencial para os consumidores que
são sensíveis a esse tipo de abordagem.
Palavras-chave: Vinho; Consumidor; Economia Experimental; Sulfitos; Biológico.
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HEALTH VALUES, FOOD CLAIMS AND THE INTENTION TO USE ORGANIC OLIVE OIL: AN EXTENDED MODEL OF GOAL-DIRECTED BEHAVIOUR
Susana Campos, Carlos Marques, Lívia Madureira
The choice of healthy food is influenced by different factors, such as demographics, social influences, and a
complex of psychological processes involving values, cognition, affect and volitions. For example,
individuals may use knowledge about the un/healthy properties of foods when they make choices, but
knowledge alone is insufficient to determine food choices, as it interacts with individual, social, and
environmental facilitators and barriers. In the framework of the Model of Goal-Directed Behaviour (MGB),
consuming healthy food is a volitive process resulting from long-term values and goals that influence
behavioural desires in conjunction with attitudes, social norms and perceived control regarding the
consumption.
Adopting this framework, this paper develops an extended MGB to predict the intention to use extra-virgin
organic olive oil (EVOOO) as the main edible oil. Intention depends on social norms and on behavioural
desire, control, and attitude. To accommodate the influence of health-related goals and attitudes, we
conceptualise two facets of EVOOO attitudes: healthy food, depending on the value attributed to health and
anticipated emotions of approaching healthy eating; safe food, depending on the concern with food safety
and anticipated emotions of avoiding unhealthy foods. Both attitudinal facets are additionally influenced by
how consumers use and trust food claims. The model was tested in a cross-sectional survey of 799 German
olive oil consumers. Results from a PLS-SEM model reasonably predict behavioural intentions and desires
and globally confirm the hypotheses of the research model, with the exception of the avoidance path. This
study makes a theoretical contribution by incorporating health values and food claims as antecedents of
attitudes regarding food, namely EVOOO. From a practical perspective, it discusses how claims, beliefs, and
subjective norms may heighten the volitions regarding the use of EVOOO.
Keywords: Healthy eating, EMGB, Organic olive oil, Food claims.
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PT3 | Circuitos Curtos Agroalimentares
AGROECOLOGIA, MERCADO E AGRICULTURA FAMILIAR: CABEM TODOS NA MESMA CESTA?
Wolney Felippe Antunes Junior, Diego Ruiz Soares, Bruna Aparecida da Silva, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Adriana Estela Sanjuan Montebello
Os mercados, para a agricultura familiar, são estratégias historicamente requisitadas. Cabe, no entanto,
questionar que tipos de mercados e quais são aqueles condizentes com as suas dinâmicas e com suas
especificidades. Por isso, os debates relacionados aos canais curtos de comercialização e às vendas diretas
assumiram, na atualidade, uma agenda central na construção de estratégias sustentáveis e de maior
autonomia para a agricultura familiar. Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral discutir o
potencial das entregas de cestas como um mercado compatível com a agricultura familiar, capaz de
aproximar consumidor e produtor, bem como a contribuição da agroecologia neste processo.
Especificamente, este trabalho pretende apresentar as distinções de mercado dentro da agricultura familiar,
assim como verificar, na literatura, as experiências com o mercado de cestas, a fim de discutir suas vantagens
e desvantagens. Para isso, foram realizadas revisões bibliográficas e utilizado o método de análise
denominado FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Entre os fatores positivos, as cestas
ampliam a garantia de compra e venda o que aprimora o planejamento de plantio e colheita. Ademais, este
mercado contribui para a diversificação dos hábitos alimentares, bem como no conhecimento da origem dos
alimentos. No que se referem às questões negativas, destacam-se a limitação de mão-de-obra (de modo que
se trata de um mercado que exige múltiplas tarefas) e a não compreensão, por parte dos consumidores, da
sazonalidade na produção agrícola. Como conclusão, este trabalho indica que a entrega de cestas estreita a
relação entre produtor e consumidor, porém, demanda de ambos os atores a capacidade de compreender suas
diferentes perspectivas e de fazer as mediações necessárias. Aponta-se, também, que a agroecologia pode ser
o referencial prático, teórico e político para esse processo.
Palavras-chave: Mercados de proximidade; Sistemas agroalimentares; Venda direta; Circuitos curtos.
TRABALHO, RENDA E AGROECOLOGIA: QUESTÕES PARA UMA OUTRA ECONOMIA
Claiton Jose Mello
No artigo proposto, apresento contribuições para a reflexão sobre a situação da economia e sobre o discurso
ultrapassado do desenvolvimentismo tradicional. Busco apontar caminhos para a realização de ações
concretas no sentido de consolidar um novo espaço econômico, por meio da economia solidária e popular,
como agenda decisiva e alternativa aos excluídos pelo capital monopolista e destruidor do meio ambiente.
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Para entender essa nova perspectiva de economia, trago o exemplo da interação das Incubadoras
Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP), junto a empreendimentos econômicos e solidários. No caso,
detalho as atividades da ITCP vinculada à Universidade de Brasília, da Faculdade de Planaltina, em interação
com a Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás (CooperCarajas), pertencente a
agricultores familiares assentados da reforma agrária, que desenvolvem e fortalecem, de forma técnica, social
e econômica, os circuitos curtos de produção e consumo agroalimentares, saudáveis e sustentáveis.
O debate conceitual e teórico sobre Tecnologia Social e Economia Solidária fundamentam a análise da
interação sociotécnica entre a ITCP e a CooperCarajas. Apoiado nos estudos do professor Renato Dagnino,
Unicamp, e Ricardo Neder, Universidade de Brasília, entre outros teóricos do campo dos estudos sobre
Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), construo quadro comparativo entre a tecnologia convencional ou
capitalista e a tecnologia social, apontando, também, a necessidade de inflexão da academia para os estudos e
práticas CTS, como forma de apoiar os segmentos excluídos do processo produtivo da economia formal e
incentivar e auxiliar o “andar de baixo” a gerar trabalho e renda.
Palavras-chave: Agroecologia; economia solidária; renda; tecnologia social; trabalho.
CANAIS CURTOS DE COMERCIALIZAÇÃO: UM MAPEAMENTO DAS FEIRAS LIVRES DE COMERCIALIZAÇÃO NO BRASIL
Kleciane Nunes Maciel, Danielle Viturino Da Silva, Barbara Chrys Gomes Balduino, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Adriana Estela Sanjuan Montebelo
Os canais curtos são importantes instrumentos de comercialização local. Também conhecidas como
mercados de proximidade são fundamentais na manutenção do contato direto do produtor/consumidor nas
relações de vendas/trocas de mercadorias e fortalecimento das relações de confiança e reciprocidade,
valorização e valoração de produtos locais. Dentre os canais curtos de comercialização, a feira livre,
desempenha um importante papel dentro do cenário socioeconômico local, por ser um dos canais mais
tradicionais e acessados pelos agricultores familiares. Exposto isso, o objetivo deste trabalho é fazer um
mapeamento das feiras livres de comercialização no Brasil. Em sua elaboração foram traçadas duas etapas:
1) revisão de literatura; e 2) utilização de dados secundários do Mapeamento de Segurança Alimentar e
Nutricional nos Estados e Municípios (MapaSAN) e Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (IDEC).
Com a pesquisa verificou-se a existência de 5.505 feiras livres em 1.552 municípios brasileiros, no ano de
2015, isto representa uma média de 43,8 feiras para cada milhão de habitantes. Destas 5.505 feiras, 2.164
(28,2%) são de comercialização de produtos orgânicos ou agroecológicos. Constatou-se um aumento no
número de feiras de 7,5% entre o ano de 2014 e 2015, e um crescimento bastante expressivo nas feiras de
produtos orgânicos ou agroecológicos, com um aumento de 62,6% em um único ano. Para o caso das feiras
exclusivamente orgânicas foram identificadas 839 feiras (mapeadas pelo IDEC). Desta forma, conclui-se
que, embora a pesquisa parta de análise de dados parciais, não englobando a totalidade dos municípios
brasileiros, averígua-se uma tendência positiva no quantitativo de feiras livres no Brasil, com destaque para o
crescimento das feiras com perfil orgânico ou agroecológico, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste.
Palavras-chave: Feira-livre; Canais curtos de comercialização; Agricultura familiar.
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ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS E SEU POTENCIAL DE MERCADO
Guilherme Patrício de Araújo, Jaiana Gomes de Souza, Marta Cristina Marjotta-Maistro
A busca pela sustentabilidade produtiva visa atender a demanda de consumidores que valorizam processos
mais limpos de produção, aqueles que evitam a contaminação e degradação ambiental, além de incorporar as
populações rurais no processo de desenvolvimento, representando, assim, a mudança de uma agricultura de
insumos para uma agricultura de manejo, e portanto, visando ser ambientalmente corretos, socialmente justos
e economicamente viável. O presente trabalho tem como objetivo identificar os principais canais de
distribuição de orgânicos no estado de São Paulo, bem como descrever as perspectivas para os mesmos com
o intuito de propor possíveis estratégias de comercialização. A pesquisa tem caráter exploratório e
quantitativo e os dados utilizados são secundários. O referencial teórico baseou-se na análise do Marketing
Mix, ou seja, considerar os 4P’s (Produto, Preço, Ponto de venda e Promoção), com vistas a alavancar a
comercialização dos produtos. Os resultados demostraram que os principais canais de distribuição são: feiras
livres; programas governamentais, supermercados, lojas especializadas e restaurantes. A escolha do melhor
canal pode variar de acordo com alguns fatores, como por exemplo: a disponibilidade de tempo, mão-de-
obra, grau de perecibilidade do produto e logística (armazenagem e transporte). A análise dos 4P’s, focando
principalmente o Ponto de venda, possibilita sugerir novas estratégias e fazer um bom planejamento,
garantindo um aumento da potencialidade e perspectivas de que a comercialização de orgânicos seja
competitiva e rentável. Conclui-se que a identificação dos canais possibilitou avaliar e sugerir estratégias de
marketing que poderiam ser adotadas para incentivar o consumo de orgânicos e conquistar o público-alvo;
como também denotaram a potencialidade e as perspectivas para a construção do mercado desses produtos.
Palavras-chave: Canais de distribuição; orgânicos; marketing; sustentabilidade.
MERCADOS LOCAIS COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ANÁLISE ENTRE DOIS CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO
Ariele Carolina Contrigiani, Laís Stefany de Carvalho Falca Lima, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Adriana Estela Sanjuan Montebello
A agricultura familiar constitui-se de um grupo com características diferenciadas, nela a gestão da
propriedade é realizada e dividida entre a família que tem como fonte principal da sua renda vinda da
atividade agrícola, além de uma relação diferenciada com a terra.
Por meio da perspectiva da agricultura familiar busca-se descrever quais são os canais de comercialização
utilizados para o escoamento, de maneira estratégica, de produtos agrícolas em mercados agroecológicos. Os
canais de comercialização são os locais onde os consumidores têm acesso aos produtos ou serviços
ofertados. Desta maneira, a escolha de canais curtos para o escoamento da produção da agricultura familiar
auxilia no processo contínuo de produção e atuação ativa no mercado. Como canais curtos tem-se a feira e as
cestas.
Neste cenário, convivem diferentes famílias que se sustentam da agricultura, na região do Estado de São
Paulo, e que possuem formas de gestão distintas, mas com características comuns de gestão possuem a
formação de grupos que buscam manterem-se no mercado competitivamente e sustentáveis economicamente.
O objetivo deste trabalho é analisar os canais de comercialização adotados por duas categorias de
agricultores, aqueles que participam das feiras e outros que entregam por meio de cestas para grupos de
consumo, procurando as semelhanças e diferenças entre ambas as formas de organização da comercialização.
Foram destacas e coletados dados das seguintes variáveis: tipo de organização, logística, produtos
comercializados e volume de vendas mensal em um mês determinado. Com os resultados pode-se indicar
que ambas as formas de comercialização, sendo eles locais, proporcionaram maior oportunidade aos
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agricultores familiares e que, a melhor forma, pôde ser decidida pelos agricultores de acordo com qual
variável eles consideram de maior relevância e, que se aproximam das suas necessidades e interesses.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Feira; Cestas.
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM CIRCUITO CURTO AGROALIMENTAR PARA O SETOR DA ECONOMIA SOCIAL – CASO ESTUDO NA REGIÃO DA BEIRA INTERIOR
Deolinda Alberto, Marco Domingues, Paulo Gomes, Ana Cruz, Alexandre Fonte, João Leitão, Carlos Brigas, Regina Vieira
Os circuitos curtos agroalimentares (CCAs), nas suas várias tipologias, tem sido objeto de uma particular
atenção por parte dos decisores e da sociedade civil uma vez que apresentam um conjunto de vantagens de
índole social, económica, ambiental e de governança, face aos modelos de comercialização de produtos
agroalimentares dominantes.
Atendendo à importância crescente do consumo alimentar coletivo, nomeadamente ao nível das Instituições
Privadas de Solidariedade Social (IPSSs), considerou-se pertinente a implementação de um CCA entre estas
instituições e os produtores locais, criando a base para um futuro sistema alimentar local.
O projeto de investigação STAI_bin (Código Operação: CENTRO-01-0145-FEDER-023825, Nº023825;
SAICT-45-2016-02) teve como objetivo promover a constituição de um CCA, concretamente um mercado
eletrónico de proximidade, orientado para a economia social, na região da Beira Interior.
Neste sentido, realizou-se um inquérito às IPSSs com serviço de restauração coletiva, dos distritos de Castelo
Branco e Guarda, no sentido de avaliar as perceções das instituições face a esta modalidade de compra e,
simultaneamente, averiguar como é constituída a procura alimentar por tipo e quantidade de alimento.
Igualmente, procedeu-se à caracterização da oferta regional de produtos alimentares no sentido de avaliar a
possibilidade de abastecimento através dos produtores locais.
Nesta comunicação são apresentados os resultados desta análise à procura e oferta regional de produtos
alimentares, são identificados os principais constrangimentos que se colocam à implementação do CCA e as
virtualidades percecionadas pelos diferentes atores.
Por fim é elencado um conjunto de recomendações visando ultrapassar alguns dos estrangulamentos
detetados e, consequentemente, agilizar a implementação e o funcionamento do mercado eletrónico de
proximidade.
Palavras-chave: Circuito Curto Agroalimentar; Mercado Eletrónico; Economia Social; Beira Interior.
APROXIMAR – PRODUZIR E CONSUMIR LOCALMENTE
Marta Baptista, Leonor Lopes, Pedro Santos, Victor Lamberto, Maria José Ilhéu, Ana Entrudo, Isabel Rodrigo, José Diogo, Isabel Dinis, Rosa Guilherme
São diversos os impactes negativos do sistema agro-alimentar global. A perda da biodiversidade, degradação
da qualidade dos recursos aquíferos e solos, desigual acesso à terra, acentuando a pobreza entre pequenos
agricultores e territórios, má e subnutrição a par do excesso de peso e obesidade das populações são
exemplos daqueles impactes. Impõe-se, assim, a necessidade de promover sistemas alimentares
(re)territorializados e sustentáveis, como os "circuitos curtos agro-alimentares" (CCA). Envolvendo
pequenos agricultores que adoptam práticas agrícolas ambientalmente sustentáveis, os CCA preservam os
recursos genéticos e saberes agrícolas, o património gastronómico e as paisagens rurais, reduzem a pegada de
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carbono, o desperdício e perdas alimentares. Encorajam a segurança e a qualidade alimentar e permitem que
os agricultores capturem mais valor acrescentado, fortalecendo as economias locais e o desenvolvimento
rural. O projeto AproximaR – Produzir e Consumir Localmente enquadra-se na pertinência e actualidade dos
CCA. Iniciado em Abril de 2019, tem por objectivos: i) contribuir para a boa aplicação, acompanhamento e
avaliação das Políticas de Desenvolvimento Rural, no que respeita ao conhecimento e dinamização dos
CCA, ii) qualificar a intervenção dos agentes de Desenvolvimento Rural e dos produtores, e iii) promover a
criação de CCA. Serão concretizados com base nos seguintes eixos: i) desenvolvimento de estudos de caso
representativos das modalidades de CCA, ii) identificação, caracterização e mapeamento de “boas práticas”
de CCA, iii) capitalização de experiências relevantes de CCA, em Portugal e na Europa, iv) realização de
Grupos focais com peritos nacionais e internacionais, v) elaboração de guias de apoio à criação de CCA, vi)
elaboração de guias baseados no quadro legislativo aplicável aos CCA, e vii) criação de uma Plataforma com
os conteúdos e informação recolhida no projecto. Prevê-se, ainda, a dinamização e acompanhamento de um
projeto-piloto de CCA.
Palavras-chave: Circuitos curtos agro-alimentares; Divulgação; Dinamização; “Boas Práticas”;
Desenvolvimento rural.
A PROMOÇÃO DA CRIAÇÃO DE CIRCUITOS CURTOS COMO MOTOR DE DESENVOLVIMENTO
Isabel Dinis, Rosa Guilherme, Cláudia Filipe, Florence Melen, Carlos Lopes, Teresa Gonçalves, Vítor Andrade, Aníbal Cabral, Ana Tomás
Os circuitos curtos agroalimentares agregam, na sua definição, uma proximidade geográfica e relacional
entre produtores e consumidores que se traduz não só na preocupação com a proveniência e natureza dos
alimentos, mas, também, na manutenção de sistemas de produção tradicionais, familiares e de pequena
dimensão capazes de promover o desenvolvimento local e a fixação de populações em regiões com maior
risco de desertificação. A restauração coletiva, pública ou privada, pode desempenhar um papel muito
relevante neste processo se os produtores locais forem os fornecedores preferenciais. Esta modalidade de
circuito curto exige, no entanto, a definição de uma estratégia territorial que inclua uma forte organização
dos produtores. Só assim será possível garantir um abastecimento contínuo em quantidade, qualidade e
diversidade e minimizar o número de transações, bem como os custos financeiros e ambientais daí
decorrentes. Neste trabalho pretende-se identificar os constrangimentos à criação de circuitos curtos para
abastecimento da restauração coletiva em diferentes territórios e contextos, bem como propor e divulgar
metodologias de levantamento de necessidades e capacidade de oferta tendo por base o exemplo apresentado
no projeto ReLocaliza (Rede Rural Nacional).
Palavras-chave: Circuitos curtos agroalimentares; produtos locais; restauração coletiva.
MERCADOS DO QUEIJO MINAS ARTESANAL DA CANASTRA E SERRO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA FORMAÇÃO DOS PREÇOS
Simone de Faria Narciso Shiki, John Wilkinson, Shigeo Shiki, Patrícia Alves Rosado Pereira
Este artigo analisa os mercados do queijo minas artesanal (QMA) nas regiões da Canastra e do Serro no
Estado de Minas Gerais. Instrumentais teóricos de marketness e embeddedness da sociologia econômica
foram referência para apreender o funcionamento dos mercados que se formam em torno da produção e
consumo do QMA. Foram identificados 6 mercados: a) Produtor – Queijeiro – Pequeno Varejo –
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Consumidor; b) Produtor – Consumidor (Circuito curto); c) Produtor – Chefe de Cozinha – Consumidor
(circuito curto); d) Produtor – Lojas Especializadas – Consumidor (circuito curto); e) Produtor – Cooperativa
– Supermercado – Consumidor; f) Produtor – Entreposto – Supermercados/Lojas especializadas –
consumidor. O estudo mostra que há um alto grau de marketness no mercado informal (a), no qual se
encontram a maioria dos produtores de QMA feito com leite cru e cuja venda é feita como produto
indiferenciado. Esta venda é intermediada principalmente pelo queijeiro, o verdadeiro regulador do preço do
mercado, absorvendo as flutuações da demanda e da sazonalidade da oferta (período das águas e das secas).
No entanto, é crescente os movimentos de diferenciação dos produtos nos diversos circuitos de
comercialização encontrados nas duas regiões Canastra e Serro, devido à força dos fatores de embeddedness,
com o reconhecimento cada vez maior dos valores simbólicos do QMA. Aqui há um reconhecimento da
qualidade do produto, com vínculos diretos com o produtor (circuito curto – b,c,d), em que o
produtor/território é reconhecido no produto pelo consumidor, gerando laços de confiança na qualidade. Isto
lhes garante um preço muito acima no mercado, frente as demais cadeias, de três a cinco vezes superior. O
mercado d representa o mercado formal, mas não trabalha diferenciação do produto. O mercado f é formal,
mas possui venda diferenciada e não diferenciada, pois mantem uma parte da sua produção para a venda com
queijeiros e outros compradores, que apesar do preço do inferior, a venda é garantida.
Palavras-chave: Mercados Diferenciados; Queijos Artesanais; Sociologia Econômica; Minas Gerais.
O ENSINO DE SISTEMAS ALIMENTARES LOCAIS SUSTENTÁVEIS: APRESENTAÇÃO DO PROJECTO ERASMUS+ EducLocalFOOD
Idalina Sardinha, Isabel Rodrigo, Isabel Dinis, Rosa Guilherme, Rita Queiroga
Os Sistemas Alimentares Locais Sustentáveis (SALS) baseiam-se na articulação directa entre produtores,
maioritariamente familiares e que adoptam práticas agrícolas ambientalmente sustentáveis, e consumidores.
Ao (re)territorializarem os sistemas alimentares, os SALS constituem uma alternativa ao sistema agro-
alimentar industrial global e aos impactes negativos, ambientais e socioeconómicos, que dele decorrem. Com
efeito, através do processo de (re)territorialização, os SALS permitem preservar os recursos naturais e
genéticos, saberes agrícolas locais e paisagens rurais. Contribuem ainda para a redução da pegada de
carbono, do desperdício e das perdas alimentares, facilitam a segurança e qualidade alimentar, e garantem
que os agricultores neles envolvidos capturem mais valor acrescentado, fortalecendo, assim, as economias
locais e o desenvolvimento rural. Estas vantagens são reconhecidas não só por cidadãos conscientes dos
impactes negativos do sistema alimentar global, mas também, por exemplo, pelo Programa Estratégia
Europeia 2020. É neste contexto que se inscreve o Projecto Europeu ERASMUS+ Teaching Local and
Sustainable Food Systems (EducLocalFOOD). Iniciado em Outubro de 2018, tem por objectivo
profissionalizar e capacitar professores e formadores, que desenvolvem actividade no ensino vocacional
agrícola, no ensino dos SALS. Face ao exposto, os Parceiros do projecto (França, Áustria, Eslovénia, Itália e
Portugal) irão desenvolver e testar instrumentos pedagógicos inovadores, e proporcionar conhecimentos e
competências para o ensino vocacional e disseminação dos SALS. Até ao presente, é já possível conhecer, no
contexto de cada um dos parceiros do projecto e com base essencialmente em informação secundária, o
estado da arte e principais características dos SALS e das práticas pedagógicas inovadoras adoptadas no
ensino vocacional agrícola. Foi já também inventariado um conjunto de aspectos indiciadores de
instrumentos pedagógicos necessários ao ensino dos SALS.
Palavras-chave: Sistemas alimentares locais sustentáveis; educação e formação profissional; práticas
pedagógicas.
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A DINÂMICA DE COMERCIALIZAÇÃO EM CIRCUITO CURTO: UM ESTUDO DE CASO NA GALIZA
Rosângela Oliveira Soares, Manuel Luís Tibério, Paulino Varela Tavares, Artur Arêde Correa Cristóvão, Maria do Mar Pérez Fra, Ana Isabel García Arias
O presente trabalho é resultado da participação no Programa IACOBUS, em uma parceria da Universidade
de Santiago de Compostela e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro/PT, em experiências de
consumo e comercialização de produtos ecológicos em Lugo/Galiza. A cidade de Lugo, possui 73,2% da
área de cultivo permanente e 43% de terras aráveis com certificação ecológica da Galiza (CRAEGA, 2019).
Diversos são os canais de comercialização utilizados para escoar a produção. Entretanto, existem iniciativas
de produção de alimentos de base ecológica que se utilizam de canais alternativos de comercialização, como
cadeias curtas de abastecimento (Marsden et al, 2000), redes alimentares cívicas (Renting et al, 2012), feiras
e lojas especializadas (Tibério, 2013), grupos de consumo (Soler et al, 2010;Rodríguez, 2014). Neste caso,
realizou-se um estudo para caracterizar um tipo específico de abastecimento alimentar em que produtores e
consumidores se aliam de forma colaborativa para o funcionamento dessa dinâmica, como uma forma de
consumo responsável (Lema-Blanco et al, 2015) a partir de uma economia colaborativa (Ferreira, 2017). A
metodologia utilizada foi o estudo de caso, complementado por revisão de literatura, entrevistas e registro
fotográfico. A Teoria das Convenções (Thévenot et al, 2000) foi utilizada para explicar a formação das
dinâmicas de abastecimento. Além disso, diferentes corpos de conhecimento foram mobilizados para a
análise e interpretação das práticas sociais envolvidas em torno de processos organizacionais, relações
interpessoais, construção do conhecimento e ativismo alimentar. Os resultados indicam que essa dinâmica de
abastecimento vai além do comércio de alimentos e que ao fim busca a materialização de uma sociedade e
um sistema alimentar distinto. A finalidade desta comunicação é contribuir para a divulgação de um sistema
alimentar mais sustentável no território e o fortalecimento de sinergias e redes entre os atores implicados no
processo.
Palavras-chave: Alimentos de base ecológica; circuito de proximidade; economia alternativa.
ESPAÇOS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR: OS CIRCUITOS AGROALIMENTARES CURTOS
Patricia Ines Schwab, Jorge Luiz Amaral de Moraes
A partir da modernização do setor agrícola brasileiro e das relações econômicas, as exigências de escala,
qualidade, regularidade na entrega e preços praticados são estabelecidos pelos grupos agroindustriais,
atacadistas ou redes de supermercados. No âmbito da agricultura familiar, práticas como diversificação da
produção, autoconsumo e a comercialização direta ainda se mantêm. Os circuitos agroalimentares curtos
tornam-se estratégia viável de reprodução social da agricultura familiar, a partir da diversificação produtiva,
das formas de trabalho e de geração de renda. O objetivo deste estudo consistiu em identificar e discutir as
bases teóricas de sustentação das formas de inserção da produção da agricultura familiar nos mercados
agroalimentares, na perspectiva dos circuitos curtos. Estas bases teóricas estão sendo utilizadas em uma
pesquisa a nível de mestrado sobre as formas como os agricultores familiares de Rolante (Rio Grande do
Sul/Brasil) se inserem nos mercados, tendo em vista a qualidade, o enraizamento territorial e a identidade
cultural da produção de alimentos. O município de Rolante possui a sua produção agropecuária baseada na
agricultura familiar, destacando-se a produção de aves, leite, mandioca, milho e o turismo rural. O estudo
integra-se ao Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL). O programa objetiva aumentar a
competitividade e a capacidade de transformação de municípios de pequeno e médio porte, o qual tem um
modelo baseado no planejamento estratégico e no desenvolvimento de projetos, envolvendo a administração
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pública, instituições locais, iniciativa privada e pessoas físicas. Como resultado desta investigação,
apresenta-se um quadro teórico baseado nas cadeias agroalimentares curtas, como forma de reconexão entre
produção agrícola familiar e consumo local, pautada na perspectiva da sociologia econômica, da construção
social dos mercados, das redes sociais e na noção de embeddedness.
Palavras-chave: Circuitos Curtos; Mercados Agroalimentares; Agricultura Familiar; Desenvolvimento
Rural.
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PT4 | Agricultura e Desenvolvimento Rural: agenda de pesquisas
comparativas entre Portugal e Brasil
DESENVOLVIMENTO RURAL NO BRASIL ATUAL: CONTEXTO E PERSPECTIVAS
Lauro Mattei
No Brasil a temática do Desenvolvimento Rural ganhou novos contornos e enfoques a partir do final do
século XX e início do século XXI. Por um lado, o espaço rural deixou de ser analisado e interpretado como
sinônimo de produção agrícola e mensurado, portanto, apenas a partir de indicadores das atividades
agrícolas, como crescimento do PIB. Por outro, passou-se a considerar também outras dimensões e
atividades presentes no espaço rural não necessariamente integradas e articuladas às atividades agrícolas
especificamente. Com isso, também ganharam relevância nas análises temas como pluriatividade,
multifuncionalidade e atividades rurais não-agrícolas. Essa nova fase do desenvolvimento rural acabou
impactando positivamente as políticas públicas nessas duas primeiras décadas do século XXI. De um modo
geral, observa-se que essas mudanças promoveram uma maior inclusão produtiva no meio rural brasileiro,
processo que poderá contribuir para a redução das desigualdades regionais e sociais.
Palavras-chave: Desenvolvimento Rural; pluriatividade; multifuncionalidade; atividades rurais não-
agrícolas.
AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO NO CENÁRIO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
Pery Francisco Assis Shikida
Desde o processo de modernização da agricultura do pós-guerra o Brasil vem aumentando expressivamente
sua participação na produção agrícola mundial. Ao longo das duas últimas décadas o país se integrou ao
boom de commodities agropecuárias e passou a fazer parte do seleto grupo dos grandes países exportadores,
particularmente da soja, suco de frutas e de carnes animais. Por meio de diversas políticas agrícolas e de
outras políticas macroeconômicas, o setor agropecuário aumentou expressivamente sua produtividade, o que
acabou gerando efeitos positivos, tanto na produção agropecuária interna e na geração de empregos agrícolas
como na produção de excedentes econômicos. Esses resultados positivos do setor agrícola foram decisivos
para o equilíbrio da balança comercial do país, bem como contribuíram decisivamente para recolocar o país
no cenário econômico como um dos grandes players globais.
Palavras-chave: Brasil; políticas agrícolas; commodities agropecuárias.
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EVOLUÇÃO E PANORAMA DA AGRICULTURA EM PORTUGAL
Maria Leonor da Silva Carvalho, Maria do Socorro Rosário, Pedro Damião Henriques
O setor agrícola de meados da década de 80, antes da adesão de Portugal às Comunidades Europeias (CE)
ocorrida em 1986, caraterizava-se, principalmente, por uma produção estagnada que não cobria as
necessidades do consumo interno e com desequilíbrios graves a nível da balança comercial, por uma
população ativa numerosa, envelhecida e pouco instruída e por uma baixa produtividade dos fatores de
produção.
Quando Portugal assina o tratado de adesão à CE, a PAC encontra-se em processo de viragem, iniciado em
1985 com um conjunto de orientações para combater o grande problema dos excedentes agrícolas e para
sensibilização dos agricultores para a proteção do ambiente e apoio do rendimento das pequenas explorações.
A partir de 1986, as explorações agrícolas portuguesas sofrem o impacto da PAC e das respetivas reformas,
não vindo a beneficiar dos apoios dados às explorações agrícolas até 1985, situação que influenciou,
negativamente, a agricultura portuguesa.
A PAC teve sucessivas reformas, provocando profundas mudanças na agricultura portuguesa ao longo do
período 1986 até ao presente. De forma resumida, estas mudanças traduziram-se numa mais que duplicação
da superfície agrícola por exploração, evolução que é acompanhada pelo desaparecimento de muitas
explorações de pequena dimensão e pela extensificação dos sistemas produtivos e num ganho médio anual
da viabilidade económica das explorações agrícolas e da produtividade do trabalho, embora a
competitividade económica média sofra uma perda, devido ao aumento das transferências de rendimento
geradas pelos pagamentos diretos aos produtores.
A agricultura portuguesa, considerada como uma atividade tradicional e com poucos avanços tecnológicos,
tem vindo não só a fomentar alterações profundas ao longo dos últimos anos, com a adoção e o investimento
em novas tecnologias em todas as áreas, nomeadamente na rega, na mobilização de solos, no combate a
pragas e doenças e na fertilização, mas também a implementar novas atividades agro-pecuárias com procura
global.
Atualmente, a agricultura portuguesa é mais inovadora, mais profissional, mais produtiva e mais orientada
para o mercado.
Palavras-chave: Agricultura; PAC; reforma; Portugal.
DENOMINAÇÃO DE ORIGEM E RESILIENCIA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO ARTESANAL DE QUEIJO
Orlando Simões, Isabel Dinis
O processo generalizado de industrialização das fileiras agroalimentares na segunda metade do séc. XX,
deixou de fora franjas significativas de territórios e de agricultores, em particular nas regiões marginalizadas
ou com handicaps específicos, como regiões periféricas, de montanha, de baixo nível de desenvolvimento,
etc. Nestes casos persistiram, durante muito tempo, sistemas tradicionais de produção artesanal, com baixa
incorporação de fatores de produção de origem industrial, assentes ainda em mão-de-obra intensiva e de
âmbito familiar e com produções mais voltados para os mercados locais e regionais. Porém, nas décadas
mais recentes, estes sistemas tradicionais foram perdendo competitividade face aos produtos industrializados,
sobretudo devido à escassez de capital, aumento do custo de oportunidade da mão-de-obra e dificuldades de
acesso aos mercados, que se tornam cada vez mais globalizados.
Uma das formas de viabilizar este tipo de produções foi a criação de denominações de origem protegidas
(DOP), que ligam alguns produtos de longa tradição e de qualidade reconhecida, ao território e ao savoir
faire local. Fruto de medidas de políticas públicas, alguns agricultores mais dinâmicos enveredaram por esta
via, colocando no mercado produtos com valor acrescentado, internalizando valores extraeconómicos, como
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a marca coletiva, a tradição, enfim… a cultura. Mas será a criação de uma DOP condição suficiente para
garantir a sustentabilidade dos respetivos sistemas de produção artesanais?
Com base no estudo de caso da DOP “Queijo Serra da Estrela” (QSE), analisou-se a produção de queijo de
ovinos nesta região de Portugal, com recurso a análise documental e a entrevistas com produtores e
informadores chave.
Para a produção do QSE impõe-se, entre outros requisitos, a produção do leite e do queijo dentro da região
demarcada, a utilização exclusiva das raças ovinas autoctones “Bordaleira Serra da Estrela” ou “Churra
Mondegueira” e um sistema de produção artesanal baseado na utlização exclusiva de leite cru, sal e flor de
“cardo” (Cynara cardunculus, L.). A par da DOP, é produzido também, na mesma região, “queijo de ovelha
curado”, sem os mesmos requisitos, uma parte seguindo identicos processos artesanais, outra parte produzido
em unidades industriais de média dimensão. Todos os produtos obtidos, sucedâneos entre si e visualmente
muito semelhantes, diferem em termos qualitativos, preço, selos de certificação, marca e produtor.
Dos resultados obtidos conclui-se que a sustentabilidade da DOP pode estar em risco a longo prazo, devido a
uma problematica complexa e de tendencias contraditorias. Por um lado, tem aumentado a apetencia do
consumidor pela excelencia deste tipo de produto, reconhecido a nível nacional e internacional; por outro
lado, tem aumentado a competição no mercado entre os produtos sucedâneos, com a perda de importancia
relativa da DOP.
Palavras-chave: DOP; Produção Artesanal; Queijo; Serra da Estrela
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PT5 | Os Valores de Produção Padrão e a comparabilidade de
indicadores de sistemas de produção em Portugal
UMA ABORDAGEM SOBRE A FLORICULTURA SEGUNDO A METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO
Maria do Socorro Rosário
O Valor de Produção Padrão (VPP) é um coeficiente económico que permite analisar o desempenho de
atividades e/ou de agregados de atividades na União Europeia.
Esses VPP estimam para cada tipo de sistema de produção um valor adequado mediante os fatores que
ocorrem nesse sistema, e deste modo refletem nos resultados obtidos as diversas variações que fundamentam
a diferenciação do sistema.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma abordagem à caraterização da floricultura em Portugal, através da
metodologia dos VPP e com a informação recolhida junto de um painel de produtores, explanar os diversos
sistemas de produção percebidos, os modos de atuação, as atividades eleitas e os mercados utilizados.
A metodologia utilizada e as definições em causa estão elencadas no Regulamento (EC) 1242/2008 e
reintegradas no (EC) 2015/220: a Tipologia Comunitária das Explorações.
Palavras-chave: Floricultura; Valor de Produção Padrão; Tipologia Comunitária; coeficiente económico;
sistemas de produção.
A METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO
Maria do Socorro Rosário
Na União Europeia todas as atividades agropecuárias são referenciadas economicamente pelo seu Valor de
Produção Padrão (VPP), um coeficiente económico que permite a comparabilidade e o desempenho de
atividades e/ou de agregados de atividades existentes. Esses VPP estimam para cada ano e para cada tipo de
sistema de produção um coeficiente que permite determinar o rendimento dessa atividade.
O objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia dos valores de produção padrão para a recolha de
informação, com o devido detalhe no apuramento do sistema de produção, na diversidade dos modos de
produção e na agregação dos valores das diversas atividades para continuamente haver uma maior e melhor
informação para se desenvolver análises relativamente à perceção das tendências, das atividades emergentes,
do comportamento das fileiras e suas ambições no mundo global.
A metodologia utilizada e as definições em causa estão elencadas no Regulamento (EC) 1242/2008 e
reintegradas no (EC) 2015/220: a Tipologia Comunitária das Explorações.
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Palavras-chave: Valor de Produção Padrão; Tipologia Comunitária; coeficiente económico; atividades
agropecuárias; sistemas de produção.
A TIPOLOGIA DA PRODUÇÃO DA CARACOLETA
Maria do Socorro Rosário
Devido à grande diversidade de estruturas e sistemas de produção na UE e para facilitar a análise das
atividades estruturais e dos resultados económicos das explorações agrícolas, criou-se uma classificação
comunitária das mesmas por orientação técnico-económica e classe de dimensão económica para as
atividades definidas relevantes para a economia comunitária segundo a tipologia das explorações agrícolas
(Regulamento da Comissão (EC) n.º 1242/2008 de 8 de Dezembro).
No entanto com o desenvolvimento de novos gostos e apetências surgem novas atividades que não se
encontram contempladas no referido Reg., sendo necessário acautelar antecipadamente a sua estimativa de
modo a existir informação coerente e correta quando for necessária, com a oficialização da atividade.
O objetivo deste estudo é apresentar as várias tipologias já percebidas na produção da caracoleta e de uma
forma simplificada, com a metodologia da classificação das explorações agrícolas baseada no supracitado
Regulamento: o Valor de Produção Padrão. Para melhor compreensão é calculado também a Margem Bruta
Padrão assim como a Margem Líquida, conforme os diferentes tipos/tecnologias de produção percebidos nas
diversas zonas do país e a sua agregação.
Palavras-chave: Caracoleta; Valor de Produção Padrão; Tipologias; Margem Bruta Padrão; Margem
Líquida.
A PRODUÇÃO ANIMAL EM PORTUGAL CONTINENTAL. CARACTERIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ATRAVÉS DA METODOLOGIA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO
João Paulo Peres dos Santos e Silva, Maria do Socorro Soares Rosário
Na União Europeia as actividades agropecuárias podem ser avaliadas economicamente pelo Valor de
Produção Padrão (VPP), um coeficiente que permite atribuir um valor económico às diferentes actividades,
com base nos indicadores de produtividade e de preço de mercado.
Os Valores de Produção Padrão permitem avaliar e comparar economicamente, para cada ano e ao longo do
tempo, o desempenho económico das diferentes actividades agropecuárias, em diferentes grupos de
explorações, regiões, sistemas de produção ou outros quaisquer agregados que se queiram considerar.
Neste trabalho é realizada uma caracterização e distribuição do valor económico (VPP) da produção animal
no território de Portugal continental, assim como uma análise global sobre os principais sistemas de
produção utilizados nas diferentes espécies animais em função das diferentes categorias, p.e. idade e sexo ou
orientação produtiva (leite, carne, outros).
De modo a entendermos melhor o significado dos Valores de Produção Padrão, estes serão cruzados com
outros indicadores estatísticos, efectivos animais, produções de carne e leite e comportamentos de consumo
humano.
Palavras-chave: Valores de Produção Padrão; Produção Animal; Portugal.
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VALOR ECONÓMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS EM PORTUGAL COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
João Paulo Peres dos Santos e Silva, Maria do Socorro Soares Rosário
A produção de suínos está distribuída em Portugal essencialmente em três ou quatro grandes grupos de
produção ou diferentes sistemas de produção:
a) Intensiva ou industrial – Ribatejo e Oeste, Beira Litoral e Alentejo.
b) Porco de Montanheira – Alentejo (raça Alentejana e cruzamentos).
c) Explorações semi-intensivas de pequena e média dimensão – distribuídas por todo território nacional (raça
Bísara no Norte).
d) Explorações de muito pequena dimensão (caseiras) espalhadas por todo território.
Neste trabalho é realizada uma caraterização dos sistemas de produção no território continental e
determinados os respetivos Valores de Produção Padrão. Estes indicadores servem de base a uma análise
mais detalhada dos diferentes sistemas de produção, nomeadamente das raças autóctones e suas
potencialidades, assim como, de alguns problemas que podem condicionar o desempenho económico e social
destas fileiras.
Palavras-chave: Valores de Produção Padrão; suinicultura; sistemas de produção; Portugal.
PEQUENOS RUMINANTES NO NORTE DE PORTUGAL - VALOR ECONOMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO
João Paulo Peres dos Santos e Silva, Jerónimo Corte-Real Santos, Maria do Socorro Soares Rosário
A produção de pequenos ruminantes no Norte de Portugal é realizada em sistemas de produção extensivo,
que se distinguem essencialmente pela utilização de diferentes genótipos e pela prática ou não de pastoreio
em áreas de pasto e de baldio.
Essa produção tem sofrido alguma retracção nos seus efectivos ao longos dos últimos anos, o que reflecte a
falta de investimento e os poucos apoios que tem tido, nomeadamente ao nível dos diversos Quadros
Comunitários de Apoio que se têm sucedido.
Como resultado temos assistido ao abandono do interior e ao despovoamento das zonas de montanha
(desfavorecidas), o que frequentemente é apontado como uma das causas do aumento do risco da ocorrência
de incêndios.
Com base nos Valores de Produção Padrão, seus efectivos animais, distribuição de genótipos (raças
autóctones) e áreas de alimentação disponíveis, será realizada uma caracterização e avaliação de
potencialidades da produção de ovinos e caprinos (leite e carne) do norte do país.
Palavras-chave: Valores de Produção Padrão; ovinos; caprinos; sistemas de produção.
VALOR ECONOMICO DO SECTOR DA PRODUÇÃO DE BOVINOS NO NORTE DE PORTUGAL COM BASE NOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO E SEUS PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Jerónimo Corte-Real Santos, João Paulo Peres dos Santos e Silva, Maria do Socorro Soares Rosário
A bovinicultura é uma actividade animal muito diversificada nas diferentes categorias de animais (vitelo,
vitelão, novilho e vacas, quer para abate quer para reprodução), sistemas de produção (intensivo e extensivo)
e na sua orientação zootécnica (leite e carne). A interação de todas estas possibilidades de criação de produto
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torna mais complexa a determinação dos Valor de Produção Padrão (VPP), que por vezes são grandes
agregados das diversas categorias.
De um modo global, o efectivo leiteiro tem diminuído drasticamente, essencialmente no litoral Norte (entre
Douro e Minho e Beira Litoral), reflexo da interacção de vários factores de mercado (preço do leite e custo
dos factores de produção) e a produção de carne (tonelagem) tem-se mantido em valores estáveis apesar do
seu efectivo ter diminuído ligeiramente em algumas categorias de animais. Relativamente à produção de
carne de bovino das raças autóctones, foi realizada uma análise mais detalhada dos respectivos VPP, o que
realça uma certa estagnação destes efectivos face às potencialidades do crescimento do mercado da carne de
qualidade, proveniente das raças locais e seus sistemas de produção naturais.
Neste trabalho é realizada uma caracterização dos sistemas de produção de bovinos (leite e carne) do norte
do país e seu impacto na determinação dos VPP e também relativamente à produção de carne de bovino das
raças autóctones. Neste caso realizou-se uma análise mais detalhada dos respectivos VPP.
Palavras-chave: Valores de Produção Padrão; Bovinos; sistemas de produção.
CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES DE PRODUÇÃO PADRÃO DE HORTOFRUTÍCOLAS EM MODOS DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO E CONVENCIONAL NA REGIÃO
CENTRO
Jorge Fernando Brancal da Silva Bulha, Leonel Vieira Amorim, Teresa Maria Pinto Coelho Amado Vasconcelos, José Diogo Pessoa Tavares Diniz Mendes
O Valor de Produção Padrão (VPP) como indicador do rendimento económico das actividades agrícolas, é
utilizado para os mais variados fins em Portugal e na União Europeia.
Com a crescente importância dos produtos biológicos, interessa medir o desempenho destes sistemas de
produção e compará-los com os convencionais. Usando a metodologia da UE de cálculo dos VPP de acordo
com o Regulamento (EC) 1242/2008, estimamos para 2018 os VPP dos principais hortofrutícolas da Região
Centro em Modo de Produção Biológico, comparando-os com os VPP equivalentes em Modo de Produção
Convencional. Apresentamos uma análise crítica destes Modos de Produção distintos, utilizando os VPP
como medida do volume de negócios.
O objetivo deste trabalho é apresentar resultados do cálculo dos VPP para alguns dos principais produtos
hortofrutícolas em Modo de Produção Biológico da Região Centro tendo em conta o detalhe dos sistemas de
produção, assim como fazer a análise crítica destas fileiras quando comparadas com as da agricultura
convencional.
Palavras-chave: Valor de Produção Padrão; Modo de Produção Biológico; Modo de Produção
Convencional; Região Centro.
COMO OS CIRCUITOS DE COMERCIALIZAÇÃO, INFLUENCIAM O VALOR DE PRODUÇÃO PADRÃO NAS CULTURAS HORTÍCOLAS EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO NA REGIÃO CENTRO
José Diogo Pessoa Tavares Diniz Mendes, Jorge Fernando Brancal da Silva Bulha, Leonel Vieira Amorim, Maria de Fátima Oliveira
Aproveitando a implementação do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas para produtos biológicos,
foi feito o levantamento de dados de caraterização da agricultura biológica na Região Centro, em particular
na sub-região da Beira Litoral. Foi identificado um perfil tipo do produtor de agricultura biológica, foram
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identificadas diferentes tipologias de explorações agrícolas em modo de produção biológico (MPB) na
Região Centro, e estudados diversos circuitos de comercialização que, pela sua estrutura, permitiram definir
valores diferenciados de venda dos produtos. Esta constatação permitiu distinguir explorações familiares de
pequena dimensão, com produções diversificadas que, utilizando circuitos curtos de comercialização ou
estando integradas em redes colaborativas para escoamento dos seus produtos, obtinham uma valorização
acrescida dos seus produtos face a outros circuitos de comercialização. Através do cálculo de Valores de
Produção Padrão foi possível comparar a dimensão económica de produtos de horticultura intensiva ao ar
livre em modo de produção biológico, do modo de produção convencional e do modo de produção biológico
comercializados em circuitos curtos. Foi também possível identificar os principais circuitos de escoamento
das produções e algumas dificuldades sentidas pelos produtores no decorrer da sua atividade.
Palavras-chave: Valor de Produção Padrão, Modo de Produção Biológico, Região Centro, Circuitos Curtos,
Redes Colaborativas.
ANÁLISE ECONÓMICA DOS MODOS DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL VS BIOLÓGICA PARA OS CITRINOS, NO ALGARVE
Florentino Guerreiro Valente, António José Cruz Marreiros
O setor citrícola desempenha um papel essencial na estrutura e no peso da agricultura da Região do Algarve.
Existe uma grande diversidade de sistemas de produção de citrinos no Algarve. Recentemente, a agricultura
biológica tem vindo a ter uma maior relevância para os consumidores e consequentemente para os
produtores, no sentido de tentarem responder à maior procura existente.
O objetivo deste estudo é apresentar e comparar em termos técnico-económicos, as 2 tipologias:
convencional e biológica, de acordo com a metodologia da classificação das explorações agrícolas, baseada
no respetivo Regulamento Comunitário: o Valor de Produção Padrão, calculando também a Margem Bruta
Padrão, a Margem Líquida, assim como alguns outros rácios de natureza económica mais relevantes.
Palavras-chave: Valor de Produção Padrão; Tipologias; Margem Bruta Padrão; Margem Líquida.
ANÁLISE COMPARATIVA DE MODOS DE PRODUÇÃO, BIOLÓGICO VS CONVENCIONAL NA REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL
Leonel Vieira Amorim, Jorge Fernando Brancal da Silva Bulha, José Diogo Pessoa Tavares Diniz Mendes, Teresa Maria Vasconcelos
A metodologia de cálculo da UE do Valor de Produção Padrão (VPP) de uma determinada cultura vegetal,
de acordo com o Regulamento (EC) 1242/2008, corresponde ao produto da produtividade padrão (Kg / ha)
pelo preço padrão de venda (Euro / Kg).
Este estudo utiliza esta metodologia para comparar a cultura da vinha e do olival na região centro para estes
dois modos de produção.
Como o valor de produção padrão não reflete os custos de produção, enriquecemos esta análise comparativa
com o cálculo do valor da margem bruta e da margem liquida, utilizando contas de cultura da vinha e do
olival nestes distintos modos de produção.
O objetivo deste estudo é apresentar as diferenças mais significativas para a cultura da vinha e do olival em
dois modos de produção diferentes e utilizando instrumentos de análise económica com níveis de detalhe
crescentes.
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Palavras-chave: Valor de Produção Padrão; Contas de Cultura; Agricultura Biológica; Agricultura
Convencional; Região Centro.
CONTRIBUTOS DA PEQUENA AGRICULTURA ATRAVÉS DA METODOLOGIA DOS VPP
Maria Socorro Rosário, Teresa Pinto Correia, José Veiga
A pequena agricultura contribui cada vez mais para a oferta de produtos agrícolas diretamente ao consumidor
ou para o autoconsumo do agregado familiar.
O projeto Salsa tem como base uma abordagem multidisciplinar: aborda a pequena agricultura e as cadeias
alimentares, estuda diversos setores nomeadamente a organização e a diversidade da pequena agricultura
assim como a sua capacidade produtiva e o contributo para a segurança alimentar.
Com a recolha de informação feita para esse projeto, nomeadamente as áreas de produção de pequena
agricultura e as atividades nelas desenvolvidas, considerou-se pertinente perceber a produtividade encontrada
e a realização económica dessas pequenas agriculturas e a sua participação na economia regional e nacional.
O objetivo deste trabalho é de estimar a participação da pequena agricultura na economia das regiões
selecionadas pelo Salsa (Alentejo e Oeste) com o apoio da metodologia dos valores de produção padrão
(VPP) e recorrendo a algumas atividades representativas das regiões em causa de modo a perceber a
potencialidade do contributo dessa agricultura quer no rendimento familiar quer no rendimento da região.
Palavras-chave: Pequena agricultura; valores de produção padrão; rendimento familiar; projeto Salsa.
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PT6 | Biodiversidade, agricultura familiar e circuitos comerciais
agroalimentares
COMUNIDADES QUE SUSTENTAM A AGRICULTURA NO BRASIL E NA ALEMANHA: CONSTRUÇÃO DE INDICADORES SOCIAIS
Joana Ortega de Lima Amorim, Marta Cristina Marjotta-Maistro
As práticas orgânicas e agroecológicas de produção, que abrangem também conceitos da agricultura familiar,
economia solidária e dos circuitos curtos de comercialização no Brasil e Europa têm surgido como meios
alternativos à agricultura convencional e à chamada “revolução verde”. Neste contexto se desenvolveram
formas organizacionais denominadas de Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA). No Brasil
estudos são recentes sobre o tema e há uma demanda por orientações em busca do seu estabelecimento
enquanto uma opção sustentável de agricultura. Neste sentido a escolha das SoLaWi – Solidariche
Landwirtschaften (Agricultura Solidária) na Alemanha foi como referência e modelo para o desenvolvimento
deste trabalho, no que tange a um dos aspectos que permeiam a discussão, a saber, o social. O objetivo deste
artigo é analisar os aspectos sociais que constituem as práticas e relações das SoLaWi e das CSA, construir
indicadores qualitativos e realizar uma comparação qualitativa entre as SoLaWi e CSA descrevendo as
estratégias e dificuldades e buscando tecer contribuições acerca dos principais desafios. A metodologia
utilizada foi de caráter qualitativa embasada na metodologia comunicativa crítica e complementada pela
análise de conteúdo e análise documental. A partir dos dados foram criados indicadores excludentes e
transformadores, o que permitiu avaliar a contribuição das CSA para a agroecologia na Alemanha e Brasil.
Como resultado observou-se que, o apoio e empoderamento dos agricultores, a defesa de uma forma
alternativa de produção e relacionamento entre produtores e consumidores, a oportunidade de trabalho para
membros, a autogestão e autonomia dos agricultores são indicadores dos aspectos sociais transformadores e
estes aspectos, são desafiados pela dificuldade na participação dos membros e gestão do trabalho voluntário,
portanto, apontando os aspectos excludentes. A aproximação das experiências poderá contribuir para o
fortalecimento e consolidação das CSA.
Palavras-chave: Agroecologia; economia solidária; CSA.
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PRODUÇÃO AGRÍCOLA E AGRICULTURA FAMILIAR EM REGISTRO (SÃO PAULO, BRASIL): UMA ANÁLISE INICIAL
Jonas Akenaton Venturineli Pagassini, Luis Carlos Ferreira de Almeida, Maria Cândida de Godoy Gasparoto
Na região do Vale do Ribeira/SP (Brasil) um quarto da população reside na zona rural e mais de 70% das
propriedades agrícolas são típicas da agricultura familiar, cuja produção é escoada por diferentes vias locais
de comercialização, com destaque para feiras de produtores e varejões. Registro, município mais populoso
dessa região, possui grande número de agricultores familiares que contam com importantes vias de
comercialização direta. No entanto, não existem informações qualitativas recentes do perfil dos agricultores
que utilizam desses mecanismos de comercialização e quais os principais produtos disponibilizados para
venda, dessa forma, o presente estudo teve como objetivo caracterizar essa situação, utilizando-se para tanto
de questionários aplicados nos pontos de vendas das feiras municipais, entre junho e agosto/2016, para coleta
de dados de gênero, faixa etária, escolaridade, fonte de informações da tecnologia aplicada e itens mais
produzidos. Os resultados mostraram que 76% são homens e 47% desses têm mais de 40 anos. 47%
concluíram o ensino médio e 17% têm formação superior. Observou-se também que a maior fonte de
informações técnicas são o diálogo e as trocas de experiências entre os próprios agricultores, com 70,4%
afirmando que buscam informações com outros produtores. Foram constatados o comércio de mais de 40
produtos, sendo os principais: Brassica ssp., alface (Lactuca sativa L.), pupunha (Bactris gasipaes Kunth) e
berinjela (Solanum melongena L.) (comercializados em 65%, 47%, 29% e 18% das bancas,
respectivamente). Assim, percebe-se o protagonismo de homens na comercialização direta, com pouca
presença de jovens e mulheres. Mesmo com o contato entre agricultores na busca por informações, uma
assistência técnica que trabalhe de forma dialógica pode promover melhoria na produção agrícola e na
questão agrária. A diversidade de itens está relacionada à segurança socioeconômica promovida pelas
próprias famílias, o que contribui com a segurança alimentar.
Palavras-chave: Comercialização; agricultura familiar; assistência técnica.
ANÁLISE DE POSSÍVEIS EVIDÊNCIAS ENTRE O ACESSO AO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) E RENDA, CONSIDERANDO ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO
DOS AGRICULTORES
Natália Thaynã Farias Cavalcanti, Marta Cristina Marjotta-Maistro, Lilian Maluf de Lima
O PAA tem a finalidade de incentivar a agricultura familiar, o acesso à alimentação e às redes de
comercialização. O presente artigo tem o objetivo de analisar possíveis evidências entre o acesso ao
Programa e a renda dos agricultores. A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto/outubro/ 2015 e
janeiro/2016, no município de Monteiro, no Estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil; foram aplicados
questionários e entrevistas semiestruturadas com 55 agricultores. A análise foi conduzida utilizando-se o
teste de Wilcoxon para amostras independentes, para avaliar se há diferença nas rendas dos produtores
entrevistados em quatro situações: 1) Produtores que consomem produtos agroecológicos antes do PAA vs
os que não consomem produtos agroecológicos antes do PAA; 2) Produtores que consomem outros
alimentos após o PAA vs os que não consomem outros alimentos após o PAA; 3) Produtores que vendem
seus produtos para canais curtos de comercialização (feira e vendas diretas) vs os que não vendem para estes
canais e, 4) Produtores que vendem seus produtos para canais longos de comercialização (supermercados e
atravessadores) vs os que não vendem para estes canais. Como resultado obteve-se que para as situações 2 e
3, observa-se evidencias de igualdade nas rendas quando os produtores consomem ou não outros alimentos
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após o PAA e quando vendem ou não seus produtos para canais curtos antes do PAA. Já para as demais
situações observou-se que a renda se apresentou maior para os grupos de produtores que consomem
agroecológicos antes do PAA (em comparação aos que não consomem) e para os produtores que vendem
seus produtos para canais longos (em comparação aos que não vendem). Indica-se a necessidade de
continuar as pesquisas nesta temática, considerando a abrangência de outras variáveis de aspecto econômico
e social em diferentes situações para, assim, poder se ter um panorama mais completo e abrangente de
possíveis relações.
Palavras-chave: Mercado institucional; agricultura familiar; agroecológico.
SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE BIOFORTIFICADA COM BETACAROTENO REALIZADA COM AUXÍLIO DE AGRICULTORES FAMILIARES
Pablo Forlan Vargas, Maria Eduarda Facioli Otoboni, Darllan Junior Luiz Santos Ferreira de Oliveira, Franciele Moreira Gonçalves, Luis Carlos Ferreira de Almeida
A batata-doce tem imenso potencial e um papel importante a desempenhar na nutrição humana, na segurança
alimentar e na redução da pobreza nos países em desenvolvimento e no combate a supernutrição nos países
desenvolvidos. Globalmente, a batata-doce tem sido utilizado na luta contra a deficiência de vitamina A, pois
a prevalência desta é um problema grave em países em desenvolvimento. Essa deficiência causa prejuízos
oculares permanentes e temporárias e aumento da mortalidade, especialmente entre as crianças, grávidas e
mulheres na fase de amamentação. Para tanto, é necessário programas de melhoramento genético para o
desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas de cada região, bem como o respeito
às práticas agrícolas dos agricultores. Atualmente, programas de melhoramento genético participativo têm
sido utilizados em diversas regiões e com diferentes culturas agroalimentares, onde o conhecimento do
agricultor auxilia na seleção de genótipos com características que o agricultor entende como relevante. Desta
forma, foi implantado um campo para avaliação no município de Vera Cruz-SP com 243 genótipos de batata-
doce com altos teores de betacaroteno. Foram realizadas avaliações agronômicas e além dessas, avaliações
visuais das raízes pelos agricultores e pesquisadores. Essas avaliações foram realizados por meio de uma
escala de notas de 1 a 5, sendo 1 a menos atraente e 5 mais atraente, para as características de formato de
raiz, coloração da casca, coloração da polpa, danos na raiz e tamanho das raízes. Foram selecionados 22
genótipos de batata-doce com base nas características agronômicas e notas atribuídas. A participação dos
agricultores familiares foi decisiva na seleção dos genótipos auxiliando no processo de tomada de decisão do
programa de melhoramento genético.
Agradecimentos: Processo nº 2017/08032-0, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP).
Palavras-chave: Ipomoea batatas; melhoramento genético participativo de plantas.
REINTRODUÇÃO DE VARIEDADES CRIOULAS DE BATATA-DOCE ATRAVÉS DE FEIRA REGIONAL DE TROCA DE SEMENTES
Pablo Forlan Vargas, Franciele Moreira Gonçalves, Luis Carlos Ferreira de Almeida
O Vale do Ribeira é a região com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado de São Paulo,
em contrapartida, possui elevada agrobiodiversidade alimentar, devido as suas características de ocupação e
desenvolvimento. Nesta região há 66 quilombos e três aldeias indígenas que ainda sustentam práticas de
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cultivos tradicionais, haja vista que grande parte da produção é para subsistência. Essas comunidades
guardam um grande número de espécies alimentares que não sofreram processo de melhoramento e, que vem
sendo cultivadas de geração em geração. Em 2012, iniciou-se no Câmpus de Registro da Unesp um trabalho
com vistas ao resgate e avaliação de acessos de batatas-doces coletados nessas comunidades tradicionais,
formando assim o primeiro Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Câmpus. Uma das principais formas de
preservação dessa variabilidade genética se dá através da feira anual de troca de sementes e mudas, que reúne
todas as comunidades quilombolas da região e habitualmente acontece na cidade de Eldorado – SP. As trocas
de sementes crioulas entre os agricultores guardiões de sementes é uma estratégia de resistência frente à
imposição do modelo de agricultura considerado moderno. Os espaços de trocas de sementes devem ser
garantidos como forma de estímulo à conservação e ampliação do patrimônio cultural, seja em feiras de
sementes crioulas ou em eventos voltados para a agricultura familiar, agroecologia, preservação da
biodiversidade e à segurança alimentar. Desta forma, objetivou-se com o presente projeto realizar
reintrodução de variedades crioulas de batata-doce em agricultores campesinos do Vale do Ribeira, através
da feira anual de troca de sementes.
Palavras-chave: Ipomoea batatas; agrobiodiversidade; sementes locais; sementes tradicionais; comunidades
tradicionais
PARTICIPAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DO SERTÃO DO PAJEÚ/PE NO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)
Patrícia Ribeiro de Souza, Alisson Danilo Silvestre de Souza, Lindalva Silva Correia Maia, Lucy Rosana Silva
Este artigo tem como objetivo verificar os valores monetários gastos na aquisição de alimentos da agricultura
familiar, através dos recursos do PNAE, pelas entidades executoras da região do Sertão do Pajeú – PE, no
período de 2009 a 2017. A agricultura familiar nos últimos anos ganhou status de destaque, sobretudo na
região Nordeste do Brasil, em parte, graças às políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação
Escolar - PNAE -, por exemplo, que angaria alimentos da agricultura familiar gerando desenvolvimento rural
para a região. A metodologia consistiu na análise qualitativa e quantitativa dos repasses financeiros do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação para o PNAE, através das prestações de contas e de seus
relatórios. Como resultados e discussões obtidos na pesquisa, observaram-se que os 20 municípios da região
do Sertão do Pajeú possuem uma atividade agropecuária regular ao longo do período e existe participação
dos mesmos na aquisição de alimentos da agricultura familiar para a alimentação escolar. De maneira geral,
os municípios cumprem a Lei 11.947/2009 que determina a utilização de 30% do repasse financeiro do
PNAE para compra de alimentos do produtor rural familiar. Contudo, apenas 6 municípios conseguem
cumprir na maioria dos anos analisados o que a referida Lei determina.
Palavras-chave: Agricultura familiar; PNAE; Sertão nordestino.
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BIODIVERSIDADE, AGROECOLOGIA E A REINTRODUÇÃO DO PLANTIO DO ALGODÃO NO ASSENTAMENTO VIDA NOVA, MUNICÍPIO DE OURO BRANCO, ALAGOAS, BRASIL
Isadora Maria Dioclecio Mendes, Luciano Celso Brandão Guerreiro Barbosa, Alcides José de Omena Neto, Silvania Monteiro da Silva
O plantio de algodão, entre os anos de 1930 e 1950, foi uma cultura agrícola importante para a Região do
Semiárido Alagoano, principalmente, para o município de Ouro Branco, que tem esse nome derivado da
cultura agrícola do algodão. Entretanto, pós década de 1980 esta cultura produtiva foi entrando em colapso
no Semiárido Alagoano derivado de múltiplos fatores. Este cenário gerou uma grave situação de
vulnerabilidade socioeconômica e ambiental neste município. Contudo, em 2016 foi proposto o resgate da
cultura produtiva do algodão no município de Ouro Branco, que tivesse como princípio a organização de um
sistema produtivo alicerçado na gestão dos recursos naturais locais e em integração com outras culturas
agrícolas que são desenvolvidas sob a lógica da agroecologia. Assim, este trabalho busca, de forma
exploratória, verificar qual o papel da agroecologia para o processo de reintrodução da cultura do algodão no
município de Ouro Branco, Alagoas, Brasil, bem como, para a melhoria das condições socioeconômicas dos
agricultores familiares situados nesta localidade. Em sua execução foi realizada uma ampla revisão de
literatura e efetuada entrevistas, utilizando questionário semiestruturado, a 17 famílias de agricultores
assentadas no Assentamento Vida Nova, bem como, foram realizadas visitas de campo a área de produção.
Concluiu-se, com pesquisa, que a agroecologia vem gerando novas perspectivas para a melhoria das
condições socioeconômicas das 17 famílias de agricultores assentados, seja na produção de alimentos
agroecológicos; seja no desenvolvimento de produtos à base do algodão que poderão adentrar, no futuro, os
circuitos comerciais orgânicos e gerar uma renda adicional que será importante para a reprodução da família;
seja na comercialização de produtos saudáveis na feira livre e nos mercados institucionais local. Além disso,
parte destes alimentos são autoconsumidos pelas famílias, gerando uma melhoria na situação de segurança
alimentar da família.
Palavras-chave: Agroecologia; Biodiversidade; Economia Solidária; Desenvolvimento Rural.
AGRICULTURA FAMILIAR E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM PORTUGAL
Ana Maria Barata, Violeta Rolim Lopes
A nossa segurança alimentar depende da sobrevivência de uma ampla gama de espécies cultivadas
localmente e adaptadas, e dos seus parentes silvestres. No Mediterrâneo a agricultura desempenha um papel
chave na manutenção e promoção da biodiversidade. A agricultura surge aos olhos de hoje com duas
imagens, a de gastadora de recursos naturais e poluidora e, como atividade estimuladora da biodiversidade.
Hoje a agricultura tem uma relação nada fácil e pouco harmoniosa com a comunidade. No entanto, grande
parte da atual biodiversidade existente na Europa deve-se à agricultura, nomeadamente à agricultura familiar.
No quadro do desenvolvimento legislativo nacional e recente, sobre agricultura familiar, tem relevância
enaltecer o impacto do agricultor na conservação da biodiversidade portuguesa, desde sempre e no futuro. Os
agricultores familiares são um agente do processo de desenvolvimento sustentável com baixo impacto sobre
o ambiente, sendo assim visto pela sociedade. A relação entre a população rural e a natureza em
comunidades rurais agrícolas é capital conhecer e valorizar, para as perspetivas reais do desenvolvimento
social rural e ambiental na conservação das paisagens agrícolas. A agricultura familiar e a pequena
agricultura asseguraram a manutenção de culturas perenes a herbáceas no território nacional. A conservação
ex situ e in situ e ou on farm são estratégias complementares e valiosas para a agricultura familiar, e suas
potencialidades, na resposta ao desafio de conciliar a agricultura com a conservação da biodiversidade. O
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Farmer's Pride é um projeto financiado pela União Europeia no âmbito do Horizonte2020 que envolve
diferentes níveis de interesse e de conhecimento, com o objetivo da construção de uma rede colaborativa
para a conservação in situ e uso sustentável da diversidade de plantas na Europa. Pretende-se mostrar a
estratégia de Portugal no âmbito do projeto e, de como a agricultura familiar pode ser associada à
conservação da biodiversidade.
Palavras-chave: Conservação in situ; agrodiversidade; banco de germoplasma; agricultor.
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PT7 | Atividade vitivinícola e Sustentabilidade: desafios no horizonte
2030
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E SUAS IMPLICAÇÕES NA ATIVIDADE VITIVINÍCOLA NO ALENTEJO
Carlos Moura, Conceição Rego, Rui Fragoso
A produção vitivinícola é uma das atividades agrícolas que mais importância, em termos económicos e
sociais, tem vindo a ganhar, em diversos países e regiões. O Alentejo, em Portugal, é uma das regiões onde
estas alterações têm sido mais significativas. Face às tendências e aos desafios atuais no setor do vinho,
nomeadamente, os impactos das alterações climáticas e as dinâmicas de criação de valor, este estudo
pretende analisar várias implicações da sustentabilidade na cadeia de valor do vinho. Adotou-se uma
abordagem integrada ao sector, desde a viticultura até à distribuição, tentando desta forma contribuir para o
Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo e verificar se existem diferenças significativas entre os
vários tipos de produtores. O estudo baseou-se na análise documental e na realização de entrevistas
estruturadas a uma amostra de produtores de vinho da Comissão Vitivinícola da Região Alentejo.
Os resultados obtidos permitem concluir que, entre as empresas participantes no estudo, a dimensão das
empresas é significativa na adoção de estratégias e comportamentos face à sustentabilidade. O uso do solo, o
consumo e uso da água, a adoção de energias renováveis, o segmento de preços de vinho e os mercados de
exportação foram os temas onde se verificaram diferenças entre os grandes e pequenos produtores. Também
se verifica que existe uma associação entre a dimensão da empresa e adesão ao Programa de Sustentabilidade
dos Vinho do Alentejo.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Vitivinicultura; Alentejo.
CARATERIZAÇÃO DOS CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO DO VINHO NO ALENTEJO
Ana Rebocho, Rui Fragoso
O setor do vinho em Portugal tem vindo a afirmar-se ao longo dos anos com produtos genuinamente únicos
que têm ganho reputação no mercado doméstico e no mercado externo. O potencial de diferenciação e a
reduzida dimensão do mercado nacional para absorver adequadamente a produção, leva à necessidade de
uma estratégia de consolidação no mercado externo, em que é importante uma gestão eficiente dos canais de
comercialização. Deste modo, este estudo tem como objetivo caraterizar a estrutura dos canais de
comercialização das empresas do setor do vinho no Alentejo e avaliar o seu nível de integração.
A metodologia utilizada seguiu uma abordagem mista, baseada na análise qualitativa e na análise
quantitativa. A primeira teve em conta a realização de entrevistas (reuniões) com especialistas do setor e a
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última a elaboração de um questionário para aplicar a uma amostra de empresários do setor do vinho no
Alentejo.
Os resultados obtidos indicam que as empresas não utilizam unicamente um canal de comercialização de
exportação. E ao contrário do que é referido na literatura, as empresas objeto de estudo geralmente não
coordenam as suas transações através de contratos. No que respeita ao poder exercido no canal, este poderá
variar em função do tipo de canal e do tipo de contrato. Os resultados permitiram ainda concluir que a
incerteza afeta os custos de transação, bem como os ativos específicos, nomeadamente associados aos
recursos humanos. Verificou-se também que quanto maior for a frequência das transações, maior é o nível de
integração dos canais de comercialização
Palavras-chave: Canais de Comercialização; Teoria dos Custos de Transação; Setor do Vinho.
SUSTAINABLE SUPPLY CHAIN NETWORK DESIGN: AN APPLICATION TO THE WINE INDUSTRY IN ALENTEJO
Rui Fragoso, José Rui Figueira
A case study of the wine industry in southern Portugal is conducted to provide a balanced approach to
sustainable supply chain network design. A multi-objective model was developed, comprising several supply
chain echelons and integrating economic, environmental and social dimensions in the decision-making
process. The economic objectives include profit and revenue maximisation of the focal winery and
minimisation of supply chain costs. The environmental objectives comprise minimisation of greenhouse gas
emissions in the supply chain and of water consumption in vineyards and winery. The social dimension
encompasses maximizing employment and the number of suppliers and facilities in the supply chain. The
model optimizes the capacity of supply chain facilities, determines the production rate of wine and its best
combination, the amount of materials and wine that are moved from suppliers and to distribution centres and
demand points, and selects suppliers. An achievement scalarizing functions approach was applied to the
model, with some reference points projected on Pareto frontiers in order to obtain some Pareto solutions. The
results showed that the current supply chain can be reconfigured and become more sustainable
Keywords: Supply chain network design; sustainability; multi-objective optimization; wine industry.
CONTEXTOS DO VINHO: ENTRE A HISTÓRIA E AS PERSPETIVAS PARA O SÉCULO XXI
Conceição Rego, Antonia Fialho Conde, Maria Inês Mansinho, Pedro Henriques, Rui Fragoso
As vinhas e a produção de vinho são elementos fundamentais que integram as paisagens rurais desde a
antiguidade. No caso português, estas atividades encontram-se ao longo de todo o território sendo
predominantes em algumas regiões do interior norte e sul. A sua existência trouxe até à atualidade marcas
que se revelam, entre outras, na história, na arqueologia, na economia e nas características societais das áreas
envolventes. Enquanto o passado nos mostra a relevância social e cultural das vinhas e do vinho, nos nossos
dias destaca-se a sua relevância económica designadamente pela capacidade de produzir riqueza,
internacionalizar a atividade produtiva, contribuir para a dinâmica das áreas rurais e promover a utilização e
a gestão sustentável dos recursos.
Os principais desafios que se colocam ao binómio vinha-vinho e que vão moldar a sua competitividade são a
capacidade das empresas, das regiões e dos países em se adaptarem à permanente evolução dos mercados
globais, à incorporação da informática no ciclo de vida do produto vinho e à minoração das externalidades
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ambientais negativas resultantes das alterações climáticas. Na estratégia de valorização dos vinhos do
Alentejo que tem vindo a ser seguida, os canais de comercialização são um elemento fundamental. O seu
planeamento não é apenas um problema de seleção entre canais curtos e canais longos, mas antes um
problema de relacionamento entre os agentes do canal, em que se procura minimizar os custos de produção e
os custos de transação e operar com as formas de coordenação mais adequadas.
Palavras-chave: Atividade vitivinícola; Canais de comercialização; Desenvolvimento territorial;
Património, Sustentabilidade.
SISTEMAS VITÍCOLAS NO DOURO: DIFERENÇAS E SIMILARIDADES PARA A EFICIÊNCIA
Ana Alexandra Marta-Costa, Cátia Santos, Aníbal Galindro, Micael Santos
O sector vitivinícola é um sector histórico em Portugal que desempenha um importante papel
socioeconómico na Região Demarcada do Douro. Os seus sistemas produtivos têm sido caracterizados como
muito heterogéneos, não apenas no que respeita a estrutura fundiária, com diferenças marcadas no tamanho
da exploração e suas condições topográficas, mas também ao nível das produções, rendimentos e custos
obtidos. O objetivo deste trabalho é estudar as principais características dos sistemas adotados nesta região,
com base num conjunto de 110 inquéritos presenciais e estimar a sua eficiência produtiva recorrendo ao Data
Envelopment Analysis. Além disso, foi realizada uma análise de clusters (cluster k-means) para descobrir
padrões desconhecidos nos dados e criar grupos de explorações homogéneas.
A amostra assente numa grande diversidade de sistemas vitícolas, apresenta um número elevado de parcelas,
com uma produção média de uvas de 5784 kg/ha representando um rendimento de 4315 €/ha, e de que
resultaram quatro clusters. A maioria das explorações constitui o grupo que se caracteriza pelo trabalho
intensivo e que acarreta, consequentemente, custos substancialmente maiores. O cluster com menor
dimensão parece ter uma vantagem sobre os restantes ao nível das produtividades do trabalho e da terra e no
valor de venda da uva. Através deste estudo, tornou-se possível reconhecer as características dos sistemas
mais eficientes que podem ajudar os viticultores a adotarem os sistemas produtivos mais vantajosos, a fim de
alcançar níveis mais elevados de competitividade dentro do setor vitivinícola.
Agradecimentos: Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência
e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID/SOC/04011/2019; e pelo Projeto de I&D INNOVINE &
WINE – Plataforma de Inovação para a Vinha e Vinho - Operação NORTE -01-0145-FEDER-000038,
cofinanciado pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEDER) e pelo Norte 2020 (Programa
Operacional Regional do Norte 2014/2020).
Palavras-chave: Clusters; competitividade; eficiência; sistemas produtivos; viticultura.
A IMPORTÂNCIA DA MARCA NA AVALIAÇÃO DE UM VINHO
Vlademir Silva, Elsa Lamy, Maria João Cabrita, Maria Raquel Lucas
Escolher e comprar um vinho pode ser uma tarefa complicada, e arriscada a nível emocional, económico e
funcional, usando o consumidor diferentes formas de o ultrapassar. Tal passa por selecionar o vinho pelas
marcas que melhor identifica e diferencia e/ou que estão estabelecidas na sua mente como as mais seguras,
de maior qualidade ou de melhor preço. Assim, importa conhecer a influência da marca, um dos atributos
extrínsecos do produto que é influenciado por ações de marketing, na apreciação de um vinho, através de
análise sensorial e prova cega. O objetivo foi o de avaliar a influência da marca de um vinho, na preferência
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de um painel de consumidores comuns, ou seja, daqueles que, não sendo especialistas, habitualmente
consomem vinho tinto. Foram selecionados 32 provadores para avaliarem 6 vinhos tintos DOC e Regionais
produzidos na região Alentejo, posicionados na gama média dos portefólios dos respetivos produtores, com
PVP entre os 5 € e os 10 €. Os vinhos foram disponibilizados ao painel de provadores em dois diferentes
momentos, avaliação em prova cega e avaliação com prova e marca correspondente visível. Os resultados
obtidos permitem afirmar que as amostras melhor pontuadas em prova cega, desceram na pontuação da
prova com marca. A explicação pode dever-se à pouca valorização dessas marcas, ou inclusive, ao seu pouco
conhecimento. A diferença na pontuação das amostras, após o conhecimento da marca, vem confirmar a tese
de que a influência dos atributos extrínsecos e da informação externa é superior ao das caraterísticas
sensoriais do vinho (atributos intrínsecos), e os desvios e erros de tendência são frequentes após a
informação da identificação da marca do vinho. Assim sendo, o conhecimento da marca pode influenciar a
decisão e preferência do consumidor, embora existam diferenças entre marcas, o que pode supor um
reduzido ou ineficiente trabalho de marketing de alguns produtores na diferenciação das suas marcas de
vinho do Alentejo.
Palavras-chave: Vinho Alentejo; Marca; Análise Sensorial; Prova Cega.
INFLUÊNCIA DO MODO DE PRODUÇÃO DE VINHA NA DIVERSIDADE DE MACROINVERTEBRADOS
Isabel Alexandra Joaquina Ramos, Joana Amaro Ribeiro, Amália Oliveira, Otília Miralto, Diogo Caeiro Figueiredo
Na Europa, a agricultura representa a forma dominante de uso do solo. Grande parte da biodiversidade
existente está associada a estes habitats. Assim, os estudos de conservação devem direcionar-se a um maior
interesse sobre os campos agrícolas e a grande perda de biodiversidade que aí tem ocorrido nos últimos anos.
A viticultura, um dos setores que mais tem influenciado a perda de biodiversidade e também
economicamente muito importante, pode ser considerado um ótimo ponto de entrada de práticas agrícolas
mais sustentáveis na agricultura. O estudo tem como principal objetivo avaliar a influência de diferentes
modos de produção na vinha (biológico, produção integrada em optidose e convencional) na abundância e
diversidade de macroinvertebrados (Coleopteros, Hymenopteros e Hemipteros) e na produtividade das
vinhas. Comparando estas variáveis pretende-se determinar as práticas agrícolas mais sustentáveis para
sugerir medidas de conservação que permitam aumentar a sustentabilidade e a biodiversidade das vinhas. Os
macroinvertebrados foram amostrados utilizando armadilhas de queda (tipo pitfall), de junho a agosto 2018.
A área de estudo é a Herdade dos Pinheiros da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, para as vinhas
biológica e produção integrada em optidose, e Montoito (Redondo), para a vinha convencional. Os resultados
preliminares mostram que foram capturados um total de 14635 macroinvertebrados, sendo 83% da classe
Insecta, 13% Arachnida, 2% Chilopoda e 2% Malacostraca. Nos Insecta as ordens mais representadas foram
Hymenoptera (68%), Diptera e Hemiptera (10%) e Coleoptera (5%). No modo de produção biológico foram
recolhidos 28% do total de macroinvertebrados, 21% no convencional e 51% na produção integrada em
optidose. Foi possível verificar, através de índices de diversidade, dominância e equitabilidade, que o modo
de produção biológico apresenta maior diversidade e menor dominância.
Palavras-chave: Macroinvertebrados; Abundância; Diversidade; Produtividade; Sustentabilidade.
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CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE UVAS E VINHOS DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA
Rogério Goulart Junior, Janice Maria Waintuch Reiter, Marcia Mondardo
No Brasil, uma indicação geográfica pode ser registrada, garantindo direito exclusivo relacionado à natureza
e uso coletivo vinculado a um território ou região específica. A identificação de produtos e serviços
vinculados a um território pode ser caracterizada como uma propriedade intelectual coletiva. As regiões dos
“vinhos de altitude” estão localizadas nas Microrregiões de Joaçaba, Curitibanos e dos Campos de Lages no
Estado de Santa Catarina. Essas regiões são constituídas por áreas com vinhedos localizados a partir de 900
metros acima do nível do mar. O ambiente natural definiu características de solo, temperatura e da
microbiota presente nos vinhedos, além de inovações tecnológicas utilizadas na produção de uvas e vinhos
de variedades de Vitis vinifera o que despertou o interesse para a implantação de uma Indicação Geográfica
(IG) referente aos vinhos finos “de altitude”. O objetivo deste trabalho foi analisar as características
socioeconômicas municipais relacionadas à importância da vitivinicultura regional, com indicadores
demográficos, produtivos e econômicos que compõem as regiões de produção da IG. A vitivinicultura
catarinense é responsável por 6,2% da área em produção brasileira, sendo que no Estado a participação da
produção de uvas comuns (americanas e híbridas), de mesa e vinífera ficam em torno de 4,7% da quantidade
produzida da fruticultura catarinense, com produtividade média de 14,0 mil quilos por hectare. Entre 2009 e
2017, o estado de Santa Catarina com suas diferentes variedades de videira (Vitis vinifera L.) apresentou
crescimento de 5,5% com novas áreas de cultivo, novas vinícolas e com investimentos em cantinas,
hospedagem e gastronomia com foco no enoturismo, contribuindo para o desenvolvimento da atividade. Nos
municípios da região a agropecuária é relevante na composição do PIB municipal o que pode se refletir em
uma maior dinâmica nos indicadores de desenvolvimento territorial da vitivinicultura regional.
Palavras-chave: Economia agrícola; produção agrícola; vitivinicultura; indicação geográfica; Santa
Catarina.
INFLUÊNCIA DO PREÇO DA MÃO-DE-OBRA NA SUSTENTABILIDADE DAS EXPLORAÇÕES VITÍCOLAS DURIENSES: UMA APLICAÇÃO DE ABM
João Matias, Adelaide Cerveira, Cátia Santos, Ana Marta-Costa
Em Portugal, o setor vitivinícola representa um grande volume de negócios e valor agregado e, acima de
tudo, um valor muito positivo na sua balança comercial. A disponibilidade de mão-de-obra tem-se revelado
como um fator-chave para a atividade, nomeadamente na viticultura de montanha. As estatísticas mais
recentes apresentam valores preocupantes e que poderão colocar em causa a produção de vinho de qualidade
e o atraente conjunto de paisagens vitivinícolas consideradas como um recurso potencial para o
desenvolvimento do turismo. Neste sentido, torna-se imperativo simular tendências no comportamento do
setor vitivinícola a longo prazo, interligando algumas das suas componentes por forma a melhor se
compreender o comportamento coletivo, e daí se conseguir inferir de atitudes a adotar ou a evitar.
Sendo a Região duriense, uma das principais regiões vitivinícolas de Portugal, caracterizada por uma
proeminente e acentuada viticultura de montanha, pretende-se, neste trabalho, simular o comportamento das
suas explorações vitícolas perante alterações do preço de mão-de-obra, recorrendo-se a Modelos Baseados
em Agentes (ABM). Foi ainda usado o software MATLAB para obter funções periódicas ajustadas aos dados
caracterizadores das variáveis consideradas pertinentes, obtidas de inquéritos presenciais a 110 explorações e
atendendo aos dados disponibilizados pela RICA. Posteriormente, o software ABM (NETLOGO) foi
selecionado para simular os próximos 100 anos, familiarizando a dinâmica real baseada nos dados
114
anteriormente considerados. Dependendo do preço da mão de obra, no final do horizonte de simulação, com
um preço de uva a 0,72€ /kg, das 300 explorações existentes inicialmente, sobrevivem entre 127 e 231
(42,3% - 77%). Num cenário mais otimista, com um preço de uva de 1,17€ /kg a taxa de sobrevivência oscila
entre 72,1% e 93,2%.
Agradecimentos: Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência
e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID/SOC/04011/2019; e pelo Projeto de I&D INNOVINE &
WINE – Plataforma de Inovação para a Vinha e Vinho - Operação NORTE -01-0145-FEDER-000038,
cofinanciado pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEDER) e pelo Norte 2020 (Programa
Operacional Regional do Norte 2014/2020).
Palavras-chave: Agent-Based Model; Setor Vitivinícola; Desempenho; Sustentabilidade.
RESHAPING AKIS TO SUPPORT AGRO-ECOLOGICAL TRANSITIONS IN AGRICULTURAL LANDSCAPES: THE CASE OF ALTO DOURO VALLEY WINESCAPE
Lívia Madureira, Fabíola Polita, Tiago Mucha, Carla S. Marques
The pressure of consumers and the society for a more sustainable food regime is leading to sustainability
transitions in farming systems. Agroecology has been envisaged in the last decades mainly as an alternative
farming style, suitable to familiar households and alternative agricultures, such as organic, biodynamic, or
care farms among other. This paper explores the opposite trends, by showing how agro-ecological transitions
are taking place in farming landscapes dominated by corporate farms strongly anchored to globalised food
value chains. That is the case of the Alto Douro Valley, in Portugal, which landscape is dominated by
mountainous viticulture traditionally associated to the production of Porto wine, but where high quality
wines with DOC (controlled origin denomination) have emerged and consolidate in the last 15 years as the
major product in the region business models due to its potential for market differentiation and value capture.
This paper, which research has been conducted by the H2020 project AgriLink, contributes to that by
showing how regional AKIS (Agricultural Knowledge and Innovation Systems) need to be reshaped to
support territorially-inclusive sustainability transitions in agricultural landscapes build on agro-ecological
knowledge.
Acknowledgements: This research has been conducted under the AgriLink (https://www.agrilink2020.eu/)
project funded by European Union`s Horizon 2020 research and innovation programme under grant
agreement No 727577.
Keywords: Agroecology; AKIS; Bioeconomy; Bodiversity-based agriculture; Eco-functional intensification;
Alto Douro Valley.
115
PT8 | Avaliação de impactos socioeconômicos da produção de
bioenergia
IS BIOFUELS DESIRABLE TO EMERGING ECONOMIES? A GENERAL EQUILIBRIUM APPROACH TO BRAZIL
Giovani William Gianetti, André Felipe Danelon, Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho
Brazil is pioneer in development of technology, production and use of biofuels, standing out in the
implementation of public policies to strengthen this sector. The Brazilian commitment to renewable energy
sources is reaffirmed through several actions, such as the Paris Agreement.
This paper aims to analyze the economic, social and environmental impacts of increasing ethanol and
biodiesel composition in the Brazilian energy matrix, as proposed in the Decennial Energy Expansion Plan
2026 (Brazil, 2017) , using a computable general equilibrium model called TERM-BR, a static, inter-
regional, bottom-up model, adjusted to represent the Brazilian economy, according to Ferreira Filho and
Horridge (2006) .
This approach presents new information about the economics and environmental dynamics of biofuels in
Brazil, specially considering different international oil prices, which can change the national fuel production
competitiveness by: (i) affecting directly the cost of some inputs for biofuels and (ii) changing the relative
price of fossil fuel/biofuel. The combined effects determine whether the relation between biofuel and oil
price.
The results suggest that biofuels expansion under average oil prices causes a small expansion of the economy
and deterioration of the terms of trade, redistribution of income to the poorest families and mitigation of
greenhouse gas emissions. Also, the sensitivity analysis through international oil price scenarios shows the
countercyclical influence of the biofuel sectors on the macroeconomic aggregates.
References:
Brazil. Decennial Energy Expansion Plan 2026. Brasília, MME/EPE, 2017.
Ferreira Filho, J. B. D. S.; Horridge, M. The Doha Development Agenda and Brazil: Distributional Impacts.
Review of Agricultural Economics, v. 28, n. 3, p. 362-369, 2006.
Keywords: Public Polices; Economy of Natural Resources; Mitigation of Greenhouse Gas Emissions.
IMPACTOS DA MECANIZAÇÃO NA PRODUTIVIDADE E NO MERCADO DE TRABALHO DO SETOR SUCROENERGÉTICO
Nicole Rennó Castro, Leandro Gilio
116
A proibição da queima da cana-de-açúcar como método de despalha, paralelamente a normas estaduais
específicas, incentivou a adoção da mecanização e afetou significativamente a agroindústria sucroenergética
brasileira. Diversos efeitos econômicos, sociais e ambientais são associados ao avanço da mecanização na
cultura. Esse trabalho foca em duas vertentes, para 2007-2013 e o estado de São Paulo. Especificamente, são
avaliados os efeitos do avanço da mecanização sobre a produtividade agregada das lavouras e sobre os
salários no mercado de trabalho.
Os dados de área mecanizada são do mapeamento da colheita da cana via imagens de satélite do CANASAT.
Os dados de produção, área e produtividade são oriundos da PAM/IBGE. Na análise de produtividade, dados
climáticos de alta resolução obtidos de Xavier, King e Scanlon (2015) são utilizados como controle. Na
análise do mercado de trabalho, foram utilizados microdados identificados da RAIS; por se tratarem de um
painel de dados, possibilitou-se controlar para efeitos individuais não-observáveis invariantes no tempo.
Quanto às estratégias empíricas, serão estimadas funções de produção e equações mincerianas de rendimento
tradicionais e por quantis marginais.
Esperam-se impactos agregados negativos sobre a produtividade da terra da cultura, mas, com efeitos
negativos decrescentes ao longo do tempo, reflexo de um possível avanço em uma curva de aprendizagem.
No mercado de trabalho, diante de possíveis impactos positivos da mecanização na produtividade por
trabalhador, esperam-se efeitos também positivos sobre os salários, apesar da expressiva redução no número
de trabalhadores; ademais, esperam-se efeitos com magnitudes heterogêneas entre os diferentes níveis de
qualificação de mão-de-obra.
Referências:
Xavier, A.C.; King, C.W.; Scanlon, B.R. Daily gridded meteorological variables in Brazil (1980–2013).
International Journal of Climatology. 2015.
Palavras-chave: Mecanização; mercado de trabalho; produtividade; setor sucroenergético.
FLUXOS DE TRABALHADORES NO MERCADO DE TRABALHO DO SETOR SUCROENERGÉTICO ENTRE 2008 E 2016
Leandro Gilio, Nicole Rennó Castro, Luciano Rodrigues, Mirian Rumenos Piedade Bacchi
A atividade sucroenergética brasileira vivenciou nas últimas décadas um período de transformações, que
resultaram em mudanças significativas sobre a demanda por mão de obra na atividade. Entre 2000 e 2009,
houve um ciclo de crescimento, influenciado, entre outros fatores, pela cessação da intervenção
governamental na produção do setor, ocorrida nos anos 90, pelo advento dos veículos bicombustíveis, em
2003, e o maior interesse por fontes energéticas renováveis.
Como efeito, houve expansão de área agrícola e da demanda por mão de obra na atividade, que fizeram
emergir questões e estudos sobre impactos deste processo, principalmente devido à às condições de saúde e
qualidade de vida do trabalhador rural. Porém, com as mudanças institucionais e acordos entre governo e
entidades setoriais, firmados desde os anos 2000, com destaque às normas que restringiram as queimadas, se
desenhou um novo cenário sobre a demanda de trabalho na atividade. Com a gradual extinção da queima da
cana, criaram-se dificuldades com relação à produção agrícola, dada a menor produtividade por trabalhador
na modalidade de corte manual da cana crua, e com isso, incentivou-se a mecanização, o que tornou a cadeia
produtiva menos trabalho intensiva.
Apesar das vantagens associadas às melhorias das condições de trabalho, houve a redução na mão de obra
demandada pela atividade, levando muitos cortadores, geralmente desprovidos de escolaridade e experiência,
a emigrarem para outros setores, gerando incerteza e fluxos migratórios territoriais.
117
Neste contexto, objetiva-se analisar os efeitos destas mudanças sobre o mercado de trabalho do setor. A
análise lança foco sobre os fluxos de trabalhadores relacionados à atividade, avaliando-se, com maior nível
detalhamento, os fluxos de migração e a (re)alocação dos trabalhadores nos anos de 2008 e 2016. Os
resultados indicam que um grande contingente migrou para o mercado informal (ou situação de não
emprego), com maior incidência entre os menos qualificados.
Palavras-chave: Mercado de trabalho no setor sucroenergético; Mecanização; Fluxo de trabalhadores.
MECANIZAÇÃO DA COLHEITA E OS REFLEXOS NO AMBIENTE EMPREGATÍCIO DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA BRASILEIRA EM MATO GROSSO DO SUL E NO PARANÁ
Claucir Roberto Schmidtke, Ivânia Freire da Silva
A minimização da utilização do sistema de colheita manual queimada, produto da aplicação do mecanismo
de coleta mecanizada crua, na agroindústria canavieira, consiste num processo de tendência irreversível, haja
vista a interação positiva entre responsabilidade ambiental e dinamização produtiva. Conquanto, reações
involuntárias do ambiente empregatício são inerentes. O trabalho tem como objeto de estudo a agroindústria
canavieira brasileira em Mato Grosso do Sul e no Paraná. Tendo em conta o estabelecimento de instituições
formais voltadas ao desenvolvimento sustentável, o propósito consistiu em investigar efeitos da mecanização
da colheita no emprego. A pesquisa teve característica quali/quanti. Mediante consulta na base de dados da
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e a realização de entrevista nas associações que representam o
setor nesses Estados (Biosul e Alcopar), de modo a verificar suas percepções, foi possível certificar, quanto
ao número de trabalhadores, relação quantitativa negativa entre a colheita mecanizada e manual, o que era
esperado. Entretanto, a justificativa para tal substituição mostrou certa caracterização dessemelhante entre
ambas as unidades da Federação, não obstante refletir certas externalidades positivas idênticas, como
oportunidade de qualificação. Além disso, foi possível observar redução da participação de trabalhadores
com baixo grau de instrução, o que traz a possibilidade da formação de um cenário de subutilização de mão
de obra para os próximos anos.
Palavras-chave: Atividade agrícola; Mecanização; Qualificação profissional.
PANORAMA DO SETOR ENERGÉTICO E SEU RELACIONAMENTO COM O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UM ESTUDO COM USO DE TÉCNICAS MULTIVARIADA
Rafael Gonsalez Neto, Rodrigo Aparecido Pereira, João Augusto Cardoso, Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro, Celso da Costa Carrer
O complexo agroindustrial (CAI), como relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva de
produtos de origem vegetal e animal, percebe que o insumo “energia” tem se tornado cada dia mais
importante, ocupando lugar de destaque na avaliação de custos de produção. Neste contexto, o panorama do
setor energético indica uma influência imediata na produção de riquezas advindas deste setor e seus setores
correlatos. O CAI é hoje delimitado pelos seguintes segmentos: o das indústrias que fornecem para o setor
agropecuário, as quais se entendem como as indústrias de bens de capital, defensivos, fertilizantes, sementes
e matrizes, assim como de outros insumos; o do setor agropecuário em si; o das indústrias que fazem uso das
matérias-primas do setor agropecuário, do qual se distinguem a agroindústria e a indústria de alimentos; e o
do comércio e serviços de produtos agropecuários. Este trabalho apresenta um estudo utilizando técnicas
multivariadas que relacionam os segmentos do CAI, suas demandas e consumos de energia, os indivíduos
118
produtores e consumidores, os quais são aqui representados pelas unidades federativas (UF), e suas
capacidades em produzir riquezas para o país, ou seja, suas respectivas contribuições ao produto interno
bruto (PIB). A análise continua pelos energéticos envolvidos e por suas evoluções na produção e consumo,
concluindo com as definições das correlações que apresentam uma visão sistêmica de como o panorama
energético do país pode influenciar na cadeia do agronegócio, para dentro e fora da porteira das fazendas.
Palavras-chave: Agronegócio; planejamento energético; PIB; análise multivariada.
119
PT9 | Agricultura Brasileira e os desafios do comércio internacional
BRAZILIAN EXPORTERS OF CHICKEN MEAT AND PRIVATE STANDARDS
Luis Rua
As international trade of agricultural products has been multilaterally disciplined, new challenges arise, such
as the use of non-tariff measures by countries and the rise of private regulation by the establishment of
private standards. The importance of private standards in international trade of agricultural products has been
growing since the 1990s, particularly in the food sector. Thus, the main goal of this study is to evaluate the
perception of Brazilian chicken meat exporters on the phenomenon of private standards. This study is a
contribution to the limited literature on the impact of private regulation in the activity of exporting firms. The
methodology involves the development of a questionnaire answered by Brazilian chicken meat exporters.
Descriptive statistics resources as well as factorial and classificatory analysis are used to jointly evaluate the
responses. Overall, the results point to the increasing requirement to comply with private standards by
Brazilian exporters, especially those related to food safety and food quality. Exporters identify the need for
differentiation by customers as the main factor for the proliferation of private standards. They also perceive
standards as being non-voluntary and restrictive mechanism, which leads to increased costs and management
complexity, despite they also agree that private standards grant differentiation gains for those who comply.
Regarding the perception of increased prices and margins derived from the fulfillment of private standards
for exporters, here is no clear indication of the overall perception of the sector, as this varies according to the
characteristics of each company. The survey results also reveal that exporters are not familiar with
multilateral discussions on private standards but they consider the need for greater cooperation between the
industry and governmental agencies for better understanding and management of the phenomenon.
Keywords: Private Standards; Chicken Meat; Brazilian Exporters.
BARREIRAS ÀS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS BRASILEIROS
Marcelo José Braga Nonnenberg, Gerlane De Andrade, Helena Nobre De Oliveira
As barreiras tarifárias, em geral, caíram substancialmente nos últimos 50 anos. Até o final dos anos 1980, a
maioria dos países em desenvolvimento apresentava tarifas médias superiores a 20%, sendo que vários
países, inclusive o Brasil, possuíam tarifas médias acima de 50%; Com isso, as tarifas médias estão hoje num
patamar bem reduzido. Contudo, essa queda é resultante, principalmente, das tarifas aplicadas sobre produtos
manufaturados. Situação diferente ocorre nos produtos agropecuários, com tarifas mais elevadas.
120
Além das barreiras tarifárias, prevalecem diversas Barreiras Não Tarifárias significativas sobre grande
número de produtos. As principais consistem em medidas sanitárias e fitossanitárias e barreiras técnicas. Há
também um grande número de medidas compensatórias, medidas anti-dumping, salvaguardas e quotas
tarifárias. Diversos países também possuem agências especializadas em comércio que regulam os volumes
importados. Além disso, alguns acordos comerciais também reservam instrumentos de proteção aos setores
agrícolas nacionais em escala bem acima da registrada para manufaturados. Finalmente, muitos países
concedem subsídios à produção de produtos agrícolas, o que é uma violação das regras da OMC e restringe
as importações.
Esse tema interessa particularmente ao Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de produtos
agropecuários, como complexo soja, milho, carne bovina e de frangos, celulose, açúcar, café e tabaco, dentre
os maiores produtos de exportação do país. No conjunto de exportações agrícolas, o Brasil fica atrás apenas
da União Europeia e dos Estados Unidos. O objetivo do artigo é levantar as principais barreiras impostas aos
principais produtos agropecuários exportados pelo Brasil nos maiores mercados, verificar o impacto sobre as
nossas exportações e sugerir estratégias de negociação.
Palavras-chave: Importações; exportações; barreiras não tarifárias; produtos agropecuários.
BANANICULTURA: PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
Rogério Goulart Junior
O Brasil se destaca como um dos maiores produtores mundiais de frutas de clima tropical e temperado, com
produção de mais de 40 milhões de toneladas a cada safra, e com uma área em produção de cerca de 2
milhões de hectares. Considerando a produção para consumo direto somada a produção destinada ao
processamento, o Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, sendo superado apenas pela China e Índia. A
bananicultura apresenta características especificas de agricultores familiares organizados em cooperativas e
associações de produtores; ou de áreas em produção de grandes grupos multinacionais com alta
produtividade em perímetros irrigados. O objetivo do trabalho é a discussão sobre a produção e o mercado
brasileiro da bananicultura e a análise do mercado externo e as exportações brasileiras da fruta. Em 2016, a
bananicultura mundial produziu 113,3 milhões de toneladas, em mais de 5,4 milhões de hectares colhidos da
fruta. Em 2018, a produção brasileira de banana foi de 6,7 milhões de toneladas em 460 mil hectares de área
em produção. Os quatro primeiros estados produtores concentram 43% da área colhida e 50% da quantidade
produzida brasileira. A balança comercial brasileira mostra, além de problemas pontuais com a produção, e
pouca articulação institucional e setorial com foco nas exportações e no grande mercado consumidor
nacional além de novos mercados. Em 2017, três estados exportadores brasileiros foram responsáveis por
99,2% do volume da fruta comercializado com o exterior. Santa Catarina participou com 84,0% do total
brasileiro exportado e o Ceará participou com 6,8%. As exportações de frutas frescas e processadas são uma
excelente alternativa para antecipar receitas em função do descompasso do Brasil em relação aos seus
principais concorrentes, na questão dos acordos fitossanitários e consolidação dos mercados sulamericano e
europeu. Contudo, apesar do imenso potencial, ainda é necessária uma efetiva articulação estratégica
institucional e setorial.
Palavras-chave: Economia agrícola; produção agrícola; bananicultura; Brasil.
121
EFEITOS DAS MEDIDAS SPS SOBRE AS EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS BRASILEIRAS PARA OS PAÍSES DO BRICS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO MODELO GRAVITACIONAL
Franciele de Oliveira Pereira, Rodrigo Peixoto da Silva
O BRICS designa um conjunto de países emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia e China e África do
Sul articulados com a finalidade de estabelecer cooperação entre seus membros para aumentar sua influência
nas esferas política e econômica. Ainda que não exista um mecanismo direcionado às transações comerciais,
a parceria detém potencial. As trocas intraBRICS apresentaram crescimento médio anual de 22,12% entre
2002 e 2014. O Brasil, por sua vez, exportou aproximadamente US$ 71 bilhões para o grupo em 2018, na
pauta os produtos agrícolas predominam, especialmente soja, açúcar e carne. Por sua natureza, esses itens
são suscetíveis à incidência de medidas do Acordo SPS, essas visam regulamentar produtos importados, para
proteger a saúde humana e vegetal contra os riscos associados a pesticidas e pragas, logo, itens primários são
afetados por essas exigências. Considerando o potencial de comércio do BRICS e que produtos agrícolas
representam os principais itens brasileiros absorvidos pelos consumidores desses países, o trabalho designa-
se a analisar o efeito de medidas SPS aplicados pelos países do BRICS e que podem afetar as exportações
brasileiras. Por conseguinte, pretende-se identificar e analisar o perfil das notificações dos países
componentes do grupo e avaliar o seu efeito sobre as exportações destinadas a esses mercados. Para auferir
esses resultados, é empregado o modelo gravitacional. Esse tem como intuito explicar os fluxos de comércio
bilaterais, buscando verificar a sensibilidade das trocas às políticas de interesse. Logo, são considerados o
PIB dos países avaliados, os fluxos de produtos agrícolas e as notificações direcionadas a esses produtos.
Para o refinamento do modelo, são incorporadas à análise as distâncias bilaterais e a aplicação de tarifas ad
valorem alusivas à classe de produtos, a qual busca inferir, comparativamente, a resistência multilateral ao
comércio.
Palavras-chave: Medidas Sanitárias e Fitossanitárias; BRICS; Modelo Gravitacional.
122
PT10 | Controle da fronteira agrícola, reorganização territorial e o
desenvolvimento regional
EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO TERRITÓRIO DO MATOPIBA E AS REPERCUSSÕES NA CONTINUIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR TRADICIONAL
Antonio Joaquim da Silva
O território do MATOPIBA, criado por meio do Decreto n. 8.477, de 6 de maio de 2015, designa um
acrônimo das iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e responde como a área de maior
produtividade de soja do Norte e Nordeste do Brasil, distribuída entre 10 mesorregiões geográficas e nos
domínios paisagísticos e ecológicos de Cerrado, Amazônia e Caatinga. Destaca-se que a consolidação
recente de empresas de agronegócios no MATOPIBA consubstancia-se como o fenômeno responsável por
transformações socioespaciais que atingem diretamente os modos de vida do agricultor familiar, entendido
como um ator social do mundo globalizado cuja tradição não se esgota diante da difusão
técnica/científica/informacional. O estudo em questão objetiva abordar os condicionantes institucionais,
políticos, econômicos e ambientais da difusão do agronegócio no MATOPIBA e as consequências para a
tradicionalidade dos modos de vida dos agricultores familiares. Para tanto, embasou-se em pesquisas
bibliográfica e documental. Após as análises bibliográfica e documental, entendeu-se que, por um lado, a
consolidação do agronegócio no MATOPIBA tem sido condicionada principalmente pelo baixo preço da
terra, expansão do mercado imobiliário da terra, crédito subsidiado, infraestruturas e favorabilidades de
clima, solo, topografia e hidrografia, e pelo atrativo mercado consumidor, sobretudo internacional. E por
outro lado, que a ocupação empresarial dos cerrados acarretou na desterritorialização sociocultural dos
agricultores familiares, marcada pela exclusão e desenraizamento das condições originais (saberes e práticas
tradicionais) de vínculo dos agricultores com o espaço. Isso levou a entender que há algo de defeituoso nas
políticas de desenvolvimento rural no Brasil.
Palavras-chave: Estrutura Fundiária; Fronteira Agrícola; MATOPIBA; Modos de Vida; Soja.
O FALSO DILEMA DA OPOSIÇÃO ENTRE AS DIMENSÕES LOCAL E NACIONAL
Orlando Oscar Rosar
No presente trabalho pretende-se explicitar o falso dilema contido nas abordagens denominadas de
“localistas”, sobre a oposição entre o nível local e as escalas intermediárias de decisão política e de
planejamento socioeconômico. Essas escalas privilegiam a tendência de uma articulação que dispensa
mediações entre o âmbito local e o global. Busca-se demonstrar que não se pode prescindir das escalas
123
intermediárias de mediação, como os Estados Nacionais e suas políticas de desenvolvimento, voltadas ao
processo de integração dos espaços locais ao conjunto das economias nacionais. Com esse propósito, faz-se
uma breve análise, do ponto de vista histórico e crítico, do período recente da economia nacional, indicando
como a relação entre a suposta constelação de iniciativas “localistas” e o nível global não produziram
resultados consistentes e favoráveis ao processo de desenvolvimento do país, mas que também, ao mesmo
tempo, a ausência de uma política no nível macro de planejamento, mediação e implementação de políticas
públicas de estímulo à atividade econômica nos diferentes espaços e escalas, tem comprometido as
perspectivas de formulação de políticas públicas destinadas à superação da desigualdade predominante no
Brasil. Defende-se, portanto, uma abordagem que compreenda a articulação entre os níveis local, nacional e
global, como partes de uma totalidade produzida pela correlação de forças políticas e das condicionalidades
econômicas que prevalecem sob o domínio do capital e de seus imperativos que necessitam ser enfrentados
pelos Estados nacionais.
Palavras-chave: Economia regional; local; política de desenvolvimento; Estado Nacional.
ESTIMATIVAS DE MULTIPLICADORES DE EMPREGO PARA SETORES DE ATIVIDADE NO ESTADO DO MARANHÃO
Henrique Dantas Neder, Benjamin Alvino de Mesquita
Este trabalho objetiva mensurar a capacidade de resposta ao emprego a partir do crescimento de diversas
atividades produtivas do Estado do Maranhão e de suas regiões administrativas. Inicialmente com base em
informações de microdados referentes ao emprego formal obtidas da base RAIS do Ministério do Trabalho e
de dados de Contabilidade Regional (IBGE) são estimados, para os diversos setores de atividade econômica
e regiões, valores de razões (coeficientes) empregos formais / valor adicionado assim como valores de
coeficientes de elasticidade-produto setoriais. Identifica-se quais são os setores de atividade (tanto em nível
do Estado como um todo como em nível de suas regiões) que apresentaram maiores capacidades de resposta
de geração de empregos formais em relação ao crescimento de seus valores adicionados. Em seguida são
calculados os diversos quocientes locacionais para os distintos setores produtivos (15 setores) e as
microregiões homogêneas, visando identificar quais são os componentes de cada economia regional que
podem ser identificados como setores-base tal como este é caracterizado pela Teoria de Base de Exportações.
Finalmente são estimados mutiplicadores de emprego para cada região como sendo parâmetros de resposta
de crescimento do emprego total destas regiões que são resultado de variações do emprego nos setores-base.
Este último resultado permite distinguir no conjunto das regiões quais são os setores que podem ser
considerados enclaves nestas regiões e aqueles que apresentam maior inter-relação estrutural em cada
contexto.
Palavras-chave: Multiplicadores de emprego; exportações de commodities agrícolas; teoria da base de
exportação.
UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE OCUPAÇÃO E CONCENTRAÇÃO PRODUTIVA PARA O MEIO RURAL DO ESTADO DO MARANHÃO
Raquel do Nascimento Neder, Benjamin Alvino de Mesquita
A afirmação do Brasil no mercado mundial como fornecedor de produtos primários, com baixo valor
agregado, alto conteúdo tecnológico e baixo custo unitário da produção está afetando diretamente os
124
moradores do campo e a pequena produção familiar, ao mesmo tempo em que mantém e muitas vezes agrava
uma estrutura fundiária já anteriormente profundamente desigual. Os dados socioeconômicos analisados
nesse trabalho para os 217 municípios do Estado do Maranhão apontam para uma trajetória acelerada de
concentração produtiva, onde em faixas mais extensas de área é produzido um número limitado ou uma
única commodity, emprega-se relativamente muito pouco e, portanto, tem impacto praticamente irrelevante
ou muitas vezes negativo sobre os indicadores sociais. Os supostos efeitos multiplicadores do
desenvolvimento de um determinado município que se dedica principalmente a produção de um único
produto e que apresenta um PIB mais elevado em comparação com outras regiões não necessariamente
significa que tal desenvolvimento repercutirá de forma a melhorar os indicadores de desenvolvimento em um
contexto mais amplo. Em certos casos, conforme será aqui apresentado, regiões que apresentam uma baixa
diversificação produtiva presenciam também baixos índices de desenvolvimento social e reduzida densidade
de ocupação. Desta forma, o presente artigo, de caráter predominantemente exploratório, busca traçar um
perfil das diversas configurações produtivas dos municípios do Estado, dentro de um contexto de análise de
alguns indicadores propostos de acordo com as dimensões de diversificação produtiva, concentração
fundiária e densidade de absorção de mão-de-obra. Os resultados apontam para uma redução geral da
diversificação produtiva e que ocorre em sentido oposto a capacidade da produção agropecuária municipal
de absorção relativa do trabalho agrícola.
Palavras-chave: Desenvolvimento rural; diversificação produtiva; indicadores de densidade ocupacional.
TRANSFORMAÇÕES E DECOMPOSIÇÕES ESTRUTURAIS NO ESTADO DO MARANHÃO
Raquel do Nascimento Neder, Benjamin Alvino de Mesquita
Neste trabalho é realizada uma análise de decomposição estrutural-diferencial das ocupações e da renda no
meio rural dos Estados do Nordeste no período 2006 a 2017, identificando quais são os setores dinâmicos
desta economia regional (aqueles que cresceram mais do que a média da região em cada Estado) assim como
aqueles que se destacam por efeitos/locacionais. Os resultados apontam para mudanças na composição
estrutural das ocupações e rendimentos, considerando-se as seguintes atividades agropecuárias: arroz, feijão,
milho, mandioca, algodão, soja, café, cana-de-açúcar, trigo, frutas, hortícolas, silvicultura, extrativa vegetal e
pecuária. Foram utilizadas as tabelas disponíveis da base de dados SIDRA do IBGE, correspondentes aos
Censos Agropecuários dos anos de 2006 e 2017. Os resultados apontam para as principais alterações
estruturais na ocupação e nos rendimentos agregados do setor agropecuário para os nove Estados da região
Nordeste do Brasil e para o conjunto desta região, destacando-se quais são as principais atividades que vem
contra-restando as tendências de contração nestes indicadores e quais vem contribuindo para intensificar a
crise ocupacional e de renda observada como resultado de inúmeras transformações recentes. Destacam- se
também movimentos de agravamento de desequilíbrios regionais dentro e entre os Estados analisados, o que
pode contribuir para a formulação de políticas que apontem para um desenvolvimento mais equânime entre
as regiões. Também são realizadas análises dos diversos indicadores de densidade ocupacional das principais
atividades da agropecuária, assim como as transformações nas áreas ocupadas, identificando os principais
movimentos de expansão, substituição e contração.
Palavras-chave: Decomposição shift-share; mudanças estruturais da acupação agrícola; estrutura produtiva
da agropecuária.
125
AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL EM ANGOLA: OS AVANÇOS E RETROCESSOS DA DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA
Anacleto Aníbal Xavier Domingos, Alexsandro Sousa Brito, Osmilde Augusto Miranda
O desenvolvimento do setor agrícola é essencial para a promoção da segurança alimentar e da
autossuficiência de qualquer país. Permite o fornecimento de matéria-prima para a indústria de
transformação criando uma cadeia de geração de empregos, o que via de regra não é observado em áreas
rurais de muitos países. Angola satisfazia a maior parte das necessidades alimentícias do seu mercado interno
até o final do período colonial em 1975, tornando-se um dos maiores países exportadores mundiais de café,
assim como de outros produtos agrícolas como o algodão, o sisal, o milho, a mandioca e a banana. Após a
transição para o modelo democrático, o setor agrícola passa por uma desestruturação, provocada por fatores
como a longa guerra civil, a gestão ineficiente da política e implementação da própria política agrícola, tanto
nos governos de Agostinho Neto quanto no de José Eduardo dos Santos, em favor de uma economia de
enclave comandada pelo setor petrolífero. Assim, buscamos apresentar neste trabalho a compreensão dos
empecilhos ou entraves do desenvolvimento do setor agrário de Angola a partir dos avanços e retrocessos no
que toca a diversificação econômica do país. Através de uma revisão bibliográfica da literatura agrícola de
Angola buscaremos apreender o ambiente da economia agrícola de 1975 até os dias atuais. Concluímos que
apesar da agricultura familiar ou de subsistência ser a maior fonte de produção de boa parte dos produtos
agrícolas e de sobrevivência da população angolana, porém é ainda a que menos recebe incentivo por parte
do governo angolano, demandando a importação de produtos agrícolas para colmatar a lacuna deixada pela
agricultura empresarial.
Palavras-chave: Agricultura; Desenvolvimento rural; Angola; Diversificação econômica.
A PRODUÇÃO DA SOJA NO ESTADO DO MARANHÃO: UM INDICADOR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA REGIÃO?
Lindalva Silva Correia Maia, Lucy Rosana Silva, Heric Santos Hossoe
A modernização agrícola configurou novas relações e encadeamentos dos negócios agrícolas que envolvem
um amplo espectro de interdependências produtivas, tecnológicas e mercadológicas, permitindo a análise dos
negócios da agricultura de forma sistêmica. Com esse entendimento não se pode pensar a agricultura
dissociada dos demais segmentos que a compõem. Nas últimas três décadas, o estado do Maranhão
apresentou um crescimento expressivo no seu Produto Interno Bruto (PIB), alavancado, sobretudo pela
expansão do agronegócio. O presente artigo relata a evolução da produção de soja no estado do Maranhão
desde a sua implantação na década de 90, o crescimento econômico e a evolução no emprego. A metodologia
se apropria de uma análise quantitativa para apresentar a oscilação das três variáveis supracitadas. Dados do
Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômico e Cartográfico (IMESC, 2016), mostra que a contribuição
do produto soja (soja em grão), no Valor Adicionado Bruto da Agropecuária (VAB) do Maranhão, tem
denotado uma participação crescente nos anos mais recentes. Nos anos 2010, 2011, 2012 e 2013, os valores
em percentuais contabilizaram 2,3%, 2,2%, 3,6% e 3,0% respectivamente. Com relação ao pessoal
empregado na produção da soja em grãos em 2014, por exemplo, esse foi da ordem de 11.500 (onze mil e
quinhentas pessoas) com uma massa de rendimento de aproximadamente 29.859.018 (vinte e nove milhões
oitocentos e cinquenta e nove mil e dezoito reais) conforme dados do (IBGE, 2014). Tais dados, entre outros,
126
podem ser considerados um indicativo da importância do agronegócio da soja no Maranhão, a despeito de
uma maior internalização dos ganhos econômicos no desenvolvimento da região.
Palavras-chave: Modernização Agrícola; Soja; Maranhão; Desenvolvimento Regional.
ESTRUTURA PRODUTIVA REGIONAL E MULTIPLICADORES DO EMPREGO NO MATOPIBA E REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
Benjamin Alvino de Mesquita, Henrique Dantas Neder, Raquel do Nascimento Neder
A produção de commodities no cerrado brasileiro é anterior a inserçao ao processo de globalização do Brasil.
A ocupação produtiva do cerrado (21% da àrae do país), nas decada de 1970 e 1980, priorizava o Centro -
Oeste, tinha como atividade principal os grãos e a pecuaria bovina. O Estado Nacional através da Politica de
Modernização Agrícola (credito rural, preços mínimos, pesquisa e oferta de infraestrutura), foi o grande
mentor da incorporação desta fronteira agrícola. Mas é com o processo de integração a globalização no final
anos 1990, que as antigas areas do agronegocio (Sul e Centro-Oeste), se estende para novas fronteiras,
Amazonia e o Matopiba, e se integram ao comércio externo. Isso decorre, de um lado, do aumento do fluxo
de capital estrageiro (IDE) e do crescimento por materia-prima pela China, e, de outro, da atuação
governamental voltada as novas fronteiras agrícola. O resultado desta integração ao mercado internacional,
realizada de forma diferenciada por grandes grupos, uns especializados na produção (grãos), outros na
produção e industrialização (celuloso), trouxe mudanças diferenciadas no perfil do mercado de trabalho e na
configuração de novos territórios, destas areas impactadas por tais atividades. Mas é com o superciclo das
commodities (2013/2013) que essas regiões ganham representatividade econômica e politica que não tinha
no passado. Neste sentido, o objetivo do trabalho é realizar uma analise comparativa do perfil e das
mudanças do mercado de trabalho, decorrente da presença deste dois tipos de complexo produtivo, um da
celulose (Microrregião de Imperatriz) e, outro de graos (1995), sediado na Microrregião de Gerais de Balsas,
ambos na area do Matopiba (Brasil). Metodologia. Para a consecução deste objetivo se utilizou
fundamentalmente os dados secundários do IBGE (Censos, Caged, Pnad); Rais, Ipea, MAPA, Ddic), mas
também de relatório de pesquisa e de literatura pertinente ao objeto.
Palavras-chave: Integração produtiva; Ocupaçao do cerrado; Mercado de trabalho; Complexos
agoindustrias; Matopiba.
CRESCIMENTO ECONOMICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA AMAZÔNIA
Rosirene Martins Lima, Henrique Dantas Neder, Benjamin Alvino de Mesquita, Joaquim shiraishi Neto
O desenvolvimento da Amazônia, área periférica do capital, sempre esteve associado à presença direta ou
indireta da ação do estado e da presença do grande capital. Nos anos recentes, com o boom das commodities
e com ausência do papel do Estado no gerenciamento de uma política regional efetiva, coube ao grande
capital realizar essa tarefa cujos resultados tem sido trágicos a população local. Ou seja, esse formato de
“desenvolvimento” pós 90, baseado em enclaves, imposto pelo governo federal a serviço dos interesses
capitalistas favorece uma minoria “eficiente” e muito bem articulada com o poder e penaliza a maioria da
população regional, apática, desorganizada e despolitizada. A presente comunicação objetiva, qualificar e
quantificar quais as atividades são responsáveis pela pelo bom desempenho econômico regional (que cresce
127
acima da media nacional), e como estão distribuídas espacialmente na Amazônia. A pesquisa procura
também detectar a dinâmica dos diferentes setores e atividades econômicas ao longo destas décadas
(1990/2010 ),bem como a ação dos diferentes agentes (governo e grandes empresas) que estão por trás deste
processo de desenvolvimento econômico (excludente) e suas implicações no desenvolvimento regional.Para
a consecução deste objetivo utilizar-se-á fundamentalmente dados secundários juntos aos bancos de dados -
series históricas- do IBGE (Contas Nacionais e Regionais ); do Ipea ,Mdic, FGV , Banco Central do Brasil e
alem da literatura pertinente ao assunto e de pesquisa de campo efetivada na área do Projeto Grande
Carajás,nas cidades de Açailandia e Imperatriz no –MA e Marabá- Pará. A estrutura deverá contemplar, alem
da introdução e conclusão três partes, a primeiro se analisa o desenvolvimento capitalista e crescimento
econômico; outra se verifica o desdobramento desta dinâmica econômica em termos setoriais, e por ultimo
os resultados para a desenvolvimento regional que esses empreendimentos tem proporcional termos
socioeconômicos na região.
Palavras-chave: Crescimento economico; Desenvolvimento regional; boom commodities, Amazônia.
O ACESSO DAS MULHERES AO PRONAF NO TERRITÓRIO BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE: DESAFIOS FRENTE À LÓGICA NEOLIBERAL DO EMPREENDEDORISMO
Marly de Jesus Sá Dias, Nilma Angélica dos Santos
Considerações sobre o acesso de mulheres trabalhadoras rurais ao crédito produtivo concedido pelo
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) na Baixada Ocidental
Maranhense. Com base em aportes teóricos, documentais e empíricos, subsidiados por um estudo de caso,
discute a qualidade e efetividade deste acesso, destacando os desafios e possibilidades do acesso à política de
crédito rural possuem para sua emancipação social. Conclui-se que ao analisar a qualidade e efetividade
deste acesso com base na concepção de autonomia financeira da mulher e nas políticas públicas voltadas ao
desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, torna-se fundamental considerar a relação que se
estabelece entre a noção de desenvolvimento territorial e as relações de gênero existentes naquele território.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Mulher; Crédito Rural; Políticas Públicas; PRONAF.
EXPORTAÇÕES DE COMMODITIES E OS EFEITOS NO CRESCIMENTO ECONÔMICO NAS ECONOMIAS DA FRONTEIRA AGRÍCOLA
Rodrigo Gustavo de Souza, Rosa Livia Gonçalves Montenegro, Tiago M. Ribeiro, Marlana Porfilho Rodrigues, Benjamin A. Mesquita
Uma análise superficial da agricultura brasileira revela que as transformações são muitas e diferenciadas
qualquer que seja o aspecto, o que acentua ainda mais o seu caráter heterogêneo e diversificado. Para cada
região do país o setor agropecuário na sua concepção mais ampla visto de forma sistêmica assume papéis
variados e perfis diferenciados. Na fronteira agrícola essas mudanças são marcantes, particularmente em
décadas recentes quando o fluxo de capital alocado na área do agronegócio se intensifica. Nestes locais cabe
ao setor de exportação um papel cada dia mais importante, em decorrência da inserção destes locais ao fluxo
do comercio exterior. Nas últimas décadas as exportações destes segmentos agroindustriais contribuíram
constantemente no equilíbrio na balança comercial e também na geração (manutenção) de empregos e renda,
mesmo no cenário de recessão(pós-2015). Embora esta tendência esteja presente nas regiões de fronteira
agrícola, há especificidades que precisam ser vistas. Pois, aqui o efeito no emprego direto e renda local são
128
modestos, em função do ilusório processo de integração que ao trabalho pretende investigar a relação entre a
demanda externa e crescimento das exportações e os impactos sobre o crescimento econômico destas
economias do MATOPIBA, agora dependente de exportação de commodities. Utilizar-se-á dados
secundários do IBGE; Ipea, Mdic e de literatura pertinente ao assunto.
Palavras-chave: Economia regional; exportação de commodities; crescimento econômico; fronteira
agrícola.
POLÍTICA ECONÔMICA ORTODOXA, REPRIMARIZAÇÃO DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES E EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL
Orlando Oscar Rosar
Este artigo contempla elementos do processo de criação e implementação do Regime de Metas de Inflação
entre 1999-2017. Destaca-se o caráter de uma política econômica concebida pelos organismos internacionais
e adotada, em grande parte, pelos países periféricos para manutenção da estabilidade monetária. No Brasil
em particular, esse regime passou a vigorar após 1999, no contexto da crise cambial e da “necessidade” de
substituição da âncora nominal da economia, de acordo com pressupostos teóricos da escola novo-clássica.
Esses pressupostos foram materializados nas metas de inflação, autonomia/independência do Banco Central,
taxas de juros reais elevadas, geração de elevados e contínuos superávits primários e taxa de câmbio
flutuante. Os impactos dessas medidas sobre a economia nacional se traduzem em baixo crescimento
econômico, elevação da dívida pública interna, redução dos investimentos do setor público e das empresas
estatais, crescimento das taxas de desemprego, ampliação das desigualdades sócio econômicas. Além desses
impactos, verifica-se a substituição crescente da produção industrial interna por importações, reprimarização
da pauta de exportações, com o fortalecimento da relação entre os interesses do agronegócio e o capital
especulativo, decorrente da importância do primeiro para a obtenção das divisas necessárias no atual
contexto de desregulamentação financeira. Os resultados demonstrados através de dados oficiais indicam a
necessidade da análise crítica e do debate público sobre os fundamentos desse regime. Existem diferentes
interpretações acerca dessa realidade, contrapondo-se ao mainstream econômico, os teóricos keynesianos,
pós-keynesianos e marxistas.
Palavras-chave: Estabilidade Monetária; Política Econômica; Agronegócio; Capital Especulativo;
Desigualdade Socioeconômica.
129
PT11 | “Novas” dinâmicas em territórios rurais
EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NO TERRITÓRIO DO MATOPIBA E AS REPERCUSSÕES NO MODO DE VIDA DO AGRICULTOR FAMILIAR
Antonio Joaquim da Silva
O território do MATOPIBA, criado por meio do Decreto n. 8.477, de 6 de maio de 2015, designa um
acrônimo das iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e responde como a área de maior
produtividade de soja no Norte e no Nordeste do Brasil, distribuída entre 10 mesorregiões geográficas e nos
domínios paisagísticos e ecológicos de Cerrado, Amazônia e Caatinga. Destaca-se que a consolidação
recente de empresas de agronegócios no MATOPIBA consubstancia-se como o fenômeno responsável por
transformações socioespaciais que atingem diretamente os modos de vida do agricultor familiar, entendido
como um ator social do mundo globalizado cuja tradição não se esgota diante da difusão
técnica/científica/informacional. O estudo em questão objetiva abordar os condicionantes institucionais,
políticos, econômicos e ambientais da difusão do agronegócio no MATOPIBA e as consequências para a
tradicionalidade dos modos de vida dos agricultores familiares. Para tanto, embasou-se em pesquisas
bibliográfica e documental. Após as análises bibliográfica e documental, entendeu-se que, por um lado, a
consolidação do agronegócio no MATOPIBA tem sido condicionada principalmente pelo baixo preço da
terra, crédito subsidiado, infraestruturas e favorabilidades de clima, solo, topografia e hidrografia, e pelo
atrativo mercado consumidor de commodities agrícolas, sobretudo internacional. E por outro lado, que a
ocupação empresarial dos cerrados acarretou na desterritorialização sociocultural dos agricultores familiares,
marcada pela exclusão e desenraizamento das condições originais (saberes e práticas tradicionais) de vínculo
dos agricultores com o espaço. Isso levou a entender que há algo de defeituoso nas políticas de
desenvolvimento rural no Brasil.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Mercado Imobiliário de Terras; Soja; Tradicionalidade; Última
Fronteira Agrícola.
AN APPROACH TO DISAGGREGATE THE CITRUS CROP AT A LOCAL LEVEL USING ENTROPY AND SUPERVISED CLASSIFICATIONS
António Xavier, Florentino Valente, Maria de Belém Costa Freitas, José Tomás
The changes of the Common Agricultural Policy (CAP) have led to several consequences in the land-uses
and, in the environment, which call for disaggregated agricultural data at a local level. In order to tackle such
problem, data disaggregation approaches are needed and a series of studies are being carried out at
international and national levels. Previous studies, carried out by the authors, combined supervised
130
classifications and the LUCAS survey with an entropy approach to disaggregate agricultural data at a local
level. This approach has two steps: 1) a supervised classification is developed using satellite imagery and the
LUCAS survey; 2) an entropy approach is used to guaranty consistence among several sources of
information and the aggregate. However, there are several investigation lines that weren’t still developed by
the authors. The approach wasn’t implemented using a finer grid, which presents a challenge due to the
computational burden, and didn’t take the utmost advantage of the higher resolution SENTINEL 2A satellite
imagery, which is available monthly. Nevertheless, in the Algarve disaggregated recent data is needed at a
more detailed grid, namely for the citrus crops. This paper continues this investigation and proposes an
approach to disaggregate recent data for the citrus crop at a very detailed pixel level, using both LANDSAT
and SENTINEL 2A data. The results disaggregated data into a 16 and 25 hectares pixel grid for the Algarve
region, considering, therefore, more than 35.000 disaggregated units. The results were validated and showed
a good correlation between observed and estimated land-uses, proving that this approach provides a
satisfactory data disaggregation and identifies local crops’ dynamics. The results will also be validated
further with the 2019 agricultural census, which is being carried out now.
Keywords: Data disaggregation; supervised classifications; classification algorithms; minimum cross-
entropy; LANDSAT 8; SENTINEL 2A; citrus crop; Algarve.
OLHARES FRAGMENTADOS SOBRE AS PAISAGENS RURAIS DOS FOGOS DE 2017 NO INTERIOR DO PAÍS
Fernando Delgado
Existem inúmeros estudos sobre causas e consequências dos fogos rurais e todos eles estabelecem uma lista
de fatores que os determinam. Em última análise trata-se de um fenómeno que, de forma abrupta, interrompe
ou confirma um ciclo natural e nos remete para a constatação de um ambiente socioeconómico frágil e uma
paisagem em acelerada degradação. O que se pretende com esta comunicação não é renomear estes fatores,
nem identificar causas ou consequências, mas apenas revelar um quadro de referência da realidade através de
registos parcelares dos diferentes atores locais, incluindo “migrantes”, e das paisagens rurais em que agem.
Nesta perspetiva, rejeitando as habituais dicotomias litoral-interior, urbano-rural, e agricultura-floresta,
procura-se compreender através de “retratos” da paisagem, como é que a agricultura, mesmo que residual,
interfere na organização dos espaços rurais sujeitos ciclicamente a fenómenos extremos, e como esta relação
condiciona o ambiente socioeconómico e cultural das populações locais. Esta fragmentação expositiva,
essencialmente baseada em registos fotográficos, pretende, sobretudo, ser um contributo na extensa reflexão
realizada (e em curso) relativa a um território específico – “Pinhal Interior” -, numa perspetiva valorativa da
capacidade de resiliência de espaços rurais muitas vezes considerados sem futuro.
Palavras-chave: Paisagens rurais; agricultura; floresta; despovoamento.
NEORURALIDADES EM TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE - O CASO DE PENAMACOR
Anselmo Cunha
A inovação da gestão de sistemas agrícolas é determinante para aplicação de do novo paradigma da
economia global, protecção ambiental e necessidades sociais. Os conceitos convencionais de inovação,
131
aplicáveis aos novos produtos e processos, não consideram as características do sector agrícola: a inovação
social e a inovação resultante de novos ou modernização de processos já existentes. O conceito de inovação
do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) é insuficiente para abraçar um conjunto de actividades com
vista a executar novas práticas dos sistemas de conhecimento e inovação na agricultura que visam estimular
as alterações na politica da inovação através de alterações no PDR, combinando as prioridades da agricultura
e do meio ambiente com os conceitos de inovação. Este artigo analisa os diferentes conceitos de inovação do
Programa de Grupos Operacionais (GO) da Parceria Europeia de Inovação para a Agricultura analisando o
estudo de caso "GO gestão da água no Vale do Lis", cujo principal objetivo da inovação é de o implementar
novos processos de gestão de recursos hídricos visando a conservação dos recursos naturais assim como o
desenvolvimento agrícola social e economicamente sustentável. Apresentam-se os resultados do estudo
socioeconómico que teve com principal objetivo o de avaliar a motivação dos agricultores, as condições
tecnológicas e gestão das empresa, a percepção de risco económico dos decisores para a mudança para uma
agricultura mais sustentável, nomeadamente focada na agricultura biológica. Será ainda realizada a análise
de alguns indicadores de monitorização para o uso mais sustentável dos recursos hidráulicos. Os resultados
apontam para dificuldades na reconversão dos modos produtivos. A necessidade de cooperação dos
agricultores é fundamental para as práticas de inovação e para a sua implementação. É de salientar a
participação de jovens agricultores neste projecto, facto relevante para a introdução da inovação que se
pretende alcançar. Nos últimos anos, regista-se um acréscimo de cidadãos estrangeiros originários da Europa
Ocidental que fixaram residência no território raiano de Portugal, parecendo estar a favorecer a emergência
de novas dinâmicas, desde logo através da aquisição de inúmeras quintas, mas também com outros impactos
nas pequenas aldeias deste território de baixa densidade. Procura-se compreender este inusitado fenómeno
migratório protagonizado por gente que troca países e territórios “desenvolvidos” por um território
historicamente repulsivo. As observações exploratórias indiciam existir uma tendência na procura crescente
de espaços rurais com determinadas características, por cidadãos movidos por razões que não apenas de
ordem económica. Na origem desta tendência parece estar um impulso de afastamento de um modo de vida
“urbano” e no destino a procura de um ambiente “rural” que oferece condições para um modo de vida
alternativo. O campo de observação restringiu-se ao concelho de Penamacor e elegeu-se como hipótese
central que o fenómeno se inscreve no quadro da neoruralidade/contraurbanização, inspirado por essa
tendência de “retorno” ao campo. Foi operada a sua desagregação em 2 dimensões – ideológica e
comportamental - a que corresponderam duas hipóteses secundárias: a primeira postula a existência de uma
dimensão ideológica que inspirou a decisão de instalação no espaço rural, a segunda sugere um padrão de
práticas no espaço rural consentâneo com a “ideologia neorural”, traduzido num estilo de vida diferente e
numa postura aberta à integração nas comunidades locais. A abordagem teórica a esta tendência foi buscada
na problemática que enquadra o processo de transformação que o mundo rural no mundo ocidental tem vindo
a sofrer desde há algumas décadas, por efeito, entre outros factores, da “desagrarização” e
“desagriculturização” que nessa altura se iniciou, mas também em resultado do processo, este mais recente,
de globalização que se tem vindo a impor nas últimas duas décadas.
Palavras-chave: Rural; neoruralidade; contraurbanização; baixa densidade.
A INSTALAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES – O CASO DA “HERDADE DO COUTO DA VÁRZEA”
Fernando Delgado, Anselmo Cunha
Um dos objetivos centrais das políticas para o setor agrário visa a instalação de jovens agricultores numa
perspetiva de renovação geracional, de melhores qualificações técnicas e de gestão e de adesão a formas de
132
agricultura mais eficientes e sustentáveis. Embora na última década se tenha atingido um número
significativo de instalações de jovens, uma análise mais fina parece revelar que as motivações subjacentes a
essas instalações foram em grande parte determinadas pelo ambiente macroeconómico do país e, em última
análise, pela inexistência de alternativas de trabalho. As motivações parecem ser assim muito condicionadas
por elementos externos, enquanto as dificuldades de início da atividade agrícola, sendo diversas, quase
sempre se iniciam pela escassez do fator terra.
É neste contexto genérico que em 2011, na sequência de um protocolo de colaboração celebrado entre a
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, o Município de Idanha-a-Nova e a Escola Superior
Agrária de Castelo Branco, é assinado um Contrato de Arrendamento entre o Estado e o Município de
Idanha-a-Nova, relativo à “Herdade do Couto da Várzea” e tendo como objetivo a criação de uma
Incubadora de Empresas de Base Rural.
A apresentação aborda este caso particular da Incubadora de Empresas e da instalação de cerca de quatro
dezenas de jovens agricultores numa herdade estatal, com cerca de 550 ha, identificando os fatores que
determinaram a escolha do local, a inter-relação entre os jovens instalados, assim como as causas de sucesso
ou insucesso das respetivas explorações agrícolas. A metodologia utilizada baseia-se sobretudo em inquéritos
aos jovens agricultores titulares das explorações, complementados com dados referentes ao ambiente
institucional, social e económico em que exercem a atividade.
Palavras-chave: Jovens agricultores; incubadora de empresas de base rural; herdade do couto da várzea.
PORTUGUESE CONSUMER: ATTITUDE AND BEHAVIOR TOWARDS OLIVE OIL FROM CENTENARY TREES
Paula Cabo, José Alberto Pereira, Nuno Rodrigues, Paula Batista
Olive trees, their unique landscape and the production of olive oil, are part of the ancestral culture and
Mediterranean traditions. Its importance remains in present days, especially in low-density producing
regions. Current strong competition in the olive oil market puts pressure on prices and reduces producers’
income, put at risk traditional olive groves given its high production costs. The future of traditional olive
groves depends on successful differentiation targeting specific market niches. This work intends to
understand the perceptions and attitudes of Portuguese consumers regarding olive oil from centenary trees. A
cross-sectional study was carried out based on a sample of 1203 individuals. Results show that a significant
part of respondents (45.4%) known/consumed olive oil from centenary trees and have a positive image of it,
linked to attributes as "quality”, “organoleptic characteristics”, and preservation of cultural "heritage" and
"biodiversity". The differentiating factors most frequently signalled were "unique characteristics",
"traditional", "higher quality" and "confidence in flavour". Even though 16.2% of the respondents see the
product as "high price", only 18.9% is not willing to pay more for a bottle of it. Still, the majority of
consumers favouring the economic valuation of such differentiation only ponders a price increase less than
25%.
Palavras-chave: Olive Oil; Centenary trees; Consumer preferences.
133
PT12 | Perdas e Desperdício de alimentos: panorama e determinantes
CARACTERIZAÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO E A SUA INFLUÊNCIA NAS PERDAS NO PROCESSO DE ESCOAMENTO DOS GRÃOS
Jaiana Gomes dos Santos Souza, Guilherme Patricio de Araujo, Marta Cristina Marjotta-Maistro
A matriz de transporte nacional baseia-se na modalidade rodoviária, representando cerca de 61% do
transporte de mercadorias. No transporte de grãos, perdas são entendidas como a diferença de peso entre a
origem e o destino. Estudar os principais fatores geradores de perdas no transporte rodoviário implica
compreender os custos operacionais de transporte. Neste sentido, este artigo tem por objetivo caracterizar o
transporte rodoviário nacional e identificar a sua influência na perda de grãos no processo de escoamento. O
estudo foi conduzido através de dados secundários obtidos por meio de revisões bibliográficas, livros,
trabalhos acadêmicos, sites de instituições públicas e privadas. A análise é descritiva/quantitativa e
fundamentada no campo teórico de forma extensiva e exploratória. O Centro-Oeste possui importantes
rodovias federais, como, por exemplos, as rodovias BR 163 e BR 364 que se constituem em rotas de
escoamento da produção de grãos com destino aos portos de exportação das regiões Sul e Sudeste. De acordo
com a literatura consultada, as perdas no processo de transporte rodoviário podem estar relacionadas com a
qualidade das rodovias, destacando que, o transporte rodoviário de carga da lavoura ao armazém ocorre
normalmente por estradas vicinais não pavimentadas, com caminhões antigos e eventuais sobrepeso dos
equipamentos. Destaca-se, também, o fato de se percorrer longas distâncias para o escoamento do produto.
Conclui-se que é necessário aperfeiçoar os meios de escoamento, que seja um sistema de transporte
estruturado com maior eficiência. O modal ferroviário tem sido indicado para o transporte de grandes
quantidades de cargas, de baixo valor agregado e, em especial, quando é necessário percorrer longas
distâncias, e que propicie uma logística mais eficiente, minimizando as perdas.
Palavras-chave: Logística; perdas; grãos.
PROJETO GELADEIRA SOLIDÁRIA NA AMAZÔNIA: LOGÍSTICA REVERSA PARA A REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS
Carmen Regina Fernandes Lisboa, Maria Lúcia Bahia Lopes, Rosália Do Socorro Da Silva Corrêa, Mayra Hermínia Simões Hamad Farias Do Couto
O presente trabalho aborda a insegurança alimentar com enfoque no crescente descarte inadequado de
alimentos, considerando os problemas sociais que o Brasil enfrenta como a fome e o desperdício de
alimentos, a temática se apresenta como um dos paradoxos de nosso país, pois apesar de ser um dos
exportadores mundiais de alimentos, se encontra no ranking dos 10 países que mais desperdiça alimentos
134
segundo a World Resources Institute – WRI Brasil; e segundo o Relatório das Organizações Nacionais
Unidas – ONU publicado em 2018, cerca de 2,5% da população brasileira passaram fome no ano de 2017.
Dada essa conjuntura, existem iniciativas de Organizações Não-Governamentais que desenvolvem projetos
comunitários e assistência humanitária, entre elas a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais – ADRA que atua em 130 países, entre eles o Brasil, buscando contribuir principalmente com a
segurança alimentar das populações em situação de vulnerabilidades e risco social. Nesse sentido, o objetivo
da pesquisa é demonstrar o processo de logística reversa para a redução dos resíduos sólidos orgânicos por
meio do Projeto “Geladeira Solidária” desenvolvido em alguns bairros do município de Belém-PA, na
Amazônia. Trata-se de uma abordagem qualitativa realizada por meio da revisão bibliográfica e de entrevista
semiestruturada, com representantes de instituições locais, para identificar as ações que estão sendo
empregadas para promover maior visibilidade e adesão da proposta entre a população. O estudo identificou
nove pontos de funcionamento do projeto, que atende semanalmente, em dias pré-estabelecidos,
principalmente pessoas em situação de rua. O potencial dessa iniciativa se constitui como um agente social
fundamental no processo de gestão desse tipo de resíduo, à medida que firma rede de parcerias com o poder
público e iniciativas locais regionais.
Palavras-chave: Resíduos Sólidos Orgânicos; Desperdício de alimentos; Logística Reversa; Segurança
alimentar.
PERDAS E DESPERDÍCIOS HORTALIÇAS NA CIDADE DE PIRACICABA-SP: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA.
Paulo Segato Pedroso, Carlos Eduardo de Freitas Vian
A crescente preocupação com as perdas e os desperdícios de alimentos foi evidenciada pela FAO no início
do século XXI. Gustavsson et al. (2011) apontaram que cerca de um terço da produção de alimento é
desperdiçada ou perdida ao longo da cadeia de oferta de alimentos. Alguns tipos são mais desperdiçados do
que outros. Segundo a FAO (2015) enquanto frutas e vegetais tinham uma taxa de perda ou desperdício de
45%, os produtos lácteos tinham uma taxa de perda ou desperdício de 20%. Segundo Henz e Porpino (2017)
o Brasil se comprometeu com as Nações Unidas em ter como um de seus objetivos até 2030 a redução das
perdas e desperdícios de alimentos ao longo da cadeia de oferta do alimento. Esse cenário sugere que
melhorias ao longo da cadeia da oferta de alimentos deverão ocorrer nos próximos anos. O objetivo deste
trabalho é compreender as perdas de frutas e hortaliças na cidade de Piracicaba, situada no estado de São
Paulo. A pesquisa possuí caráter exploratório-descritivo de estudo de caso, já que ocorre uma investigação
empírica no município para obtenção dos dados primários por meio da realização de questionários e
entrevistas com agentes das hortas, dos varejões e no âmbito público da cidade, afim de direcionar pesquisas
futuras que possam estar alinhadas com a redução das perdas e desperdícios.
Palavras-chave: Perdas; Desperdício; Piracicaba; hortifruti.
PERDAS E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Paulo Segato Pedroso, Carlos Eduardo de Freitas Vian
Este artigo tem por objetivo apresentar a revisão de literatura sobre os conceitos de perdas e desperdício de
alimentos, diferenciando estes dois conceitos, elucidando quais as metodologias de levantamento de dados
em cada caso.
135
O texto se inicia com uma apresentação da evolução do usoa dos conceitos de perdas e desperdício e suas
relações com a preocupação atual sobre segurança alimentar a questões ambientais.
Em seguida se expõem os determinantes das perdas e desperdício e a questão de como quantificar o impacto
econômico das mesmas.
Serão apresentados estudos que quantificaram as perdas e o desperdício em diversas cadeias produtivas.
Palavras-chave: Revisão de literatura; cadeias produtivas; perdas e desperdício.
MAIS HORTAS URBANAS MENOS DESPERDICIO ALIMENTAR
Alexandra Afonso Ribeiro, Livia Madureira
As hortas urbanas são um conceito com séculos de história, com evidências na literatura portuguesa e
internacional. Todavia a designação hortas urbanas carrega alguma ambiguidade na sua circunscrição,
devido à emergência nos anos mais recentes de uma nova geração de hortas urbanas, que incluem as hortas
sociais, comunitárias, entre outras.
Dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável aprovados pelas Nações Unidas, o que se relaciona
diretamente com a segurança alimentar e nutrição, é o segundo. Este objetivo, que preconiza acabar com a
fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição, implica uma mudança holistica na sociedade e
nas pessoas. É um processo de transição e de alteração de comportamento. Os seres humanos
consciencializaram-se que não chega apenas alimentar-se têm que se alimentar melhor em termos
nutricionais e a ordem jurídica internacional firmou essa premissa.
As hortas urbanas surgem como uma estratégia local para tentar inverter a situação de insegurança alimentar,
na medida em que torna as cidades em locais mais verdes criando áreas de produção de alimentos situadas
proximamente às áreas de venda dos mesmos ou para consumo próprio, os designados sistemas agro-
alimentares locais ou circuitos agroalimentares curtos.
Se existem alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial porque é que ela está mal
distribuída? Uma revisão de literatura que permita compreender de melhor forma os fenómenos dos desertos
alimentares, do desperdicio alimentar e das hortas urbanas e a sua relação com o segundo objetivo de
desenvolvimento sustentável, na vertente do incremento da segurança alimentar e nutrição revela-se assim da
maior importância.
Palavras-chave: Objetivos de desenvolvimento sustentável; Hortas urbanas; Desertos alimentares;
desperdicio alimentar.
ANÁLISE EXPLORATÓRIA SOBRE O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIRÓZ (ESALQ USP)
Carlos Eduardo de Freitas Vian, Diogo de Souza Monteiro, Silvia Helena Galvão de Miranda, Gustavo Dantas Lobo, Ana Maria Meira
Este estudo reporta uma análise do desperdício alimentar no Restaurante Universitário da ESALQ. Foram
recolhidos dados durante 10 anos, que permitem entender como o cardápio, os dias da semana, o número de
frequentadores e a gestão do restaurante influem no desperdício. Todos estes temas já foram apontados na
literatura como determinantes do desperdício em eventos e restaurantes.
Recorrendo a duas regressões por mínimos Quadrados com dados empilhados.
136
Primeiro analisamos como os resíduos (em KG) são determinados pelos dias da semana, tipo de proteína
presente no cardápio do dia e o tipo de sobremesa. Este modelo possui 72 observações.
O segundo modelo estimado exclui a sobremesa e procura captar a influência do trimestre do ano. Também
procura-se entender o impacto da mudança de gestão, a terceirização do restaurante. O modelo 2 possui 122
observações.
Os resultados preliminares obtidos mostram que o tipo de proteína, tanto a carne de boi quanto a de frango
apresentaram maiores taxas de desperdício se comparadas com a carne de peixe. Em relação aos dias da
semana, ocorre mais desperdício na quinta-feira se comparada com a quarta-feira.
Quando se aumenta a amostra, do modelo 1 para o modelo 2, a sexta-feira deixa de ser significante e a terça
feira passa a afetar negativamente o nível de desperdício ou seja, há maior desperdício nas quintas feiras se
comparadas com as quartas.
Não se observou diferenças na taxa de desperdício em relação ao tipo de sobremesa, se ela foi fruta ou doce
para o modelo 1.
Em relação ao segundo trimestre, os terceiros e quartos trimestres tendem a apresentar maior desperdício.
Além disso, amostras colhidas no período pós terceirização apresentaram maior por coleta.
Palavras-chave: Desperdício; alimentação universitária; comportamento do consumidor; meior-ambiente.
137
PT13 | Evolução e panorama da agricultura Brasileira – uma avaliação
recente de estrutura, desempenho, e uso de recursos naturais
CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES SOCIAIS, AMBIENTAIS E ECONÔMICAS DE PRODUTORES ORGÂNICOS NO BRASIL: ANÁLISE COMPARATIVA COM DADOS DO CENSO 2006 E 2017
Guilherme Patrício de Araujo, Jaiana Gomes dos Santos Souza, Marta Cristina Marjotta-Maistro
A busca pela sustentabilidade produtiva visa atender a demanda de consumidores que valorizam por
processos mais limpos de produção, que evitam a contaminação e degradação ambiental, além de incorporar
as populações rurais no processo de desenvolvimento. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar os
produtores de orgânicos, através de variáveis sociais, econômicas e ambientais, e realizar uma análise
comparativa entre os anos de 2006 e 2017. A metodologia usada é uma análise quantitativa descritiva
baseada em dados secundários dos Censos publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As
variáveis consideradas são: grau de escolaridade; gênero; distribuição dos estabelecimentos com agricultura
orgânica; área ocupada; e certificação. Como resultados parciais observou-se que, considerando dados do
Censo de 2006: o nível de escolaridade é inferior nas regiões Norte e Nordeste e superior na região Centro-
Oeste e Sudeste; a certificação, em grande parte das propriedades não existe, concentrando-se no Centro-
Oeste e Sudeste; a agricultura orgânica no Brasil representa 2,24% da área de produção e do total de
estabelecimentos com agricultura, 1,75% se referem à agricultura orgânica. Com dados de 2017 (parciais) foi
possível constatar que, em relação a 2006, a presença feminina está cada vez maior no campo; em relação ao
grau de escolaridade, a grande maioria dos produtores ainda possuem o ensino fundamental como base de
formação. Espera-se a publicação do Censo para julho de 2019. Assim, pode-se indicar, com os dados
disponíveis, que há espaço para a capacitação do produtor rural, certificação das propriedades e expansão da
produção orgânica; lembrando que, análises pela ótica do consumidor também se fariam necessárias para
avaliar o real potencial de expansão da produção.
Palavras-chave: Agricultura familiar; orgânicos; sustentabilidade.
138
TECHNICAL EFFICIENCY OF BRAZILIAN BEEF CATTLE PRODUCTION
Maristela de Mello Martins, Humberto Francisco Silva Spolador, Eric Njuki
Although Brazilian beef cattle is an important sector for the domestic economy as well as protein supply to
the world, producers have different performances, which is a result of the heterogeneity of activity. The
objective of this paper is estimate the technical efficiency of beef cattle producers from selected Brazilian
regions, using Stochastic Frontier Analysis (SFA). We considered that production (quantity produced of
carcass) is explained by inputs (land, labor and capital), production system, genetics (animal daily weight
gain) and environmental conditions (growing degree-day, seasonality of temperature and aridity index),
while producer efficiency is explained by animal feed (mineral and protein supplementation), pasture
(fertilizing, rotation of pasture and crop-livestock integration) and technical assistance. This study used a
farm-level dataset that comprises 279 observations from 2002 to 2017. Information about farms was
collected from “Campo Futuro” project (Cepea/CNA), which defines typical farms in relevant producer
regions of Brazilian beef cattle; the information about environment are from GYGA-ED. The data were
pooled for estimation and, therefore, the method for cross-section data was employed. The results indicated
that pasture area has a high impact on the quantity produced of carcass since, currently, the activity demands
large areas. Confinement has a positive effect on beef cattle, indicating that high-intensity of production can
achieve better results. In the same way, high genetic material of animals contributes to large production.
Results also corroborated a close relationship among production and edafoclimatic conditions. Finally,
results indicate Brazil has a high average technical efficiency (91.22%).
Keywords: Efficiency; Beef cattle; Stochastic frontier; Supplementation.
A EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA DA PROPRIEDADE AGRÍCOLA NO BRASIL: NOVOS RESULTADOS A PARTIR DO CENSO AGROPECUÁRIO DE 2017
Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, Carlos Eduardo de Freitas Vian
A rápida expansão da agricultura no Brasil foi baseada em uma combinação de grandes estoques de recursos
naturais, progresso técnico e políticas econômicas voltadas à substituição de importações e industrialização.
Isso gerou um padrão de expansão agrícola que tem sido criticado por muitos motivos, inclusive por ser
baseado em grandes fazendas, plantações de exportação intensivas em capital, insumos industriais e
tecnologias de economia de mão-de-obra. Esse parece, de fato, ser o padrão de expansão na área dos cerrados
no centro-oeste e, mais recentemente, nas novas fronteiras, no nordeste do Brasil e na floresta amazônica.
Neste artigo, documentamos a evolução da estrutura das propriedades rurais no Brasil, discutindo sua
importância em muitos aspectos diferentes. Inicialmente, analisamos a distribuição das propriedades rurais
por extrato de área, mostrando sua heterogeneidade no território brasileiro em termos de área e emprego.
Para tanto, compilamos dados dos censos agrícolas brasileiros desde 1970 para descrever como a estrutura da
terra vem evoluindo no Brasil, concentrando-se nas commodities agrícolas e pecuárias mais importantes.
Este trabalho contribui para a análise sobre o tema, expandindo a análise apresentada por Ferreira Filho e
Vian (2014, 2016) através da incorporação dos dados do Censo Agropecuário do Brasil de 2017, em
processo de divulgação. A análise é conduzida através de uma dimensão regional: discute-se a evolução do
tamanho das propriedades no Brasil, bem como aspectos da concentração da terra e aspectos regionais do
tamanho das propriedades, em termos da dinâmica de sua evolução. Em seguida, apresentamos a evolução da
oferta agrícola de commodities selecionadas e sua relação com a produtividade agrícola. Finalmente,
apresentamos nossas conclusões e observações finais.
139
Palavras-chave: Agricultura brasileira; estrutura; tamanho propriedades.
DETERMINANTES DA MODERNIZAÇÃO AGROPECUÁRIA EM 4.535 MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM 2006
Rodrigo Peixoto da Silva, Carlos Eduardo de Freitas Vian
Este trabalho identificou os aspectos relevantes da modernização agropecuária com base nas características
de 4.535 municípios brasileiros no ano de 2006. Um modelo de Análise Fatorial foi ajustado, considerando
30 variáveis para captar a adoção de “boas práticas” agropecuárias e o uso de insumos modernos. O processo
de modernização foi sintetizado em 4 fatores: Lucratividade e tecnologia poupa-terra; Capitalização e
tecnificação da criação animal; Capitalização e tecnificação agrícola; e Relação capital-trabalho. Os
resultados apontaram para a concentração regional do fator Lucratividade e tecnologia poupa-terra no
Sudeste, no estado do Paraná e na faixa litorânea do país, do fator Capitalização e tecnificação agrícola na
região Sul e em partes do Sudeste e do fator Relação capital-trabalho nas regiões Centro Oeste e Sudeste. A
capitalização e tecnificação da criação animal, por sua vez, é um aspecto que demonstra distribuição regional
mais uniforme. A região nordeste é um caso preocupante com relação à modernização, uma vez que
apresentou indicadores pífios em quase todos os aspectos identificados e as políticas públicas adotadas no
início dos anos 2000 se mostraram insuficientes para mitigar esse problema.
Palavras-chave: Fatores de modernização; Análise Fatorial; Política agrícola.
MODERNIZAÇÃO NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA EM 2006
Rodrigo Peixoto da Silva, Carlos Eduardo de Freitas Vian
O presente trabalho estabeleceu clusters homogêneos de municípios brasileiros com base em seus
indicadores de modernização agrícola e identificou quais são os mais modernos e os mais vulneráveis em
termos econômicos e produtivos. A análise de agrupamento foi realizada utilizando o método de
agrupamentos model-based-clusters, considerando 30 indicadores de modernização agropecuária coletados
no Censo Agropecuário de 2006. Foram identificados nove clusters que retratam as diferentes realidades
econômico-produtivas do meio rural brasileiro. Mais da metade dos estabelecimentos agropecuários se
enquadra nos três aglomerados mais vulneráveis, caracterizados por condições precárias de capacitação,
capitalização, mecanização, adoção de práticas e uso de insumos modernos. Eles estão localizados
principalmente nas regiões Norte e Nordeste e representam apenas 25% do PIB agropecuário. Por outro lado,
os três clusters mais modernos representam apenas 19% dos estabelecimentos agropecuários, 12% da área
utilizável e 22% do emprego rural, mas representam 32% do PIB agropecuário. Por fim, destacou-se a
presença de considerável heterogeneidade intrarregional, dada a coexistência de municípios “modernos”,
“intermediários” e “arcaicos” dentro de uma mesma região.
Palavras-chave: Modernização; Heterogeneidade; Agropecuária.
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DINÂMICA E CONVERGÊNCIA DA PTF AGROPECUÁRIA BRASILEIRA ENTRE 1975 E 2006
Luis Gustavo Baricelo, Carlos Eduardo de Freitas Vian
A Produtividade Total dos Fatores da agropecuária brasieleira cresceu a uma taxa média de 2,2% ao ano
entre 1975 e 2006, entretanto esse cresceimento não ocorreu de forma homogênea entre os estados que
compõem o país. Enquanto alguns estados além de terem taxas consistentes de crescimento, por vezes acima
da média nacional, outros tiveram uma trajetória que oscilava entre momentos de crescimento e estagnação.
Tendo em vista essas diferenças na trajetória estadual da produtividade, o objetivo do trabalho é
compreender a dinâmica do crescimento da PTF agropecuária brasileira e testar a hipótese das convergências
sigma e beta – absolutae condicional - a um nível geográfico interestadual entre os anos censitários de 1975 e
2006. Para atingir tal objetivo foi utilizado um modelo de regressão linear simples, para o teste da
convergência sigma, e um modelo de dados em painel para os casos da convergência beta. Os resultados
obtidos não identificaram convergência sigma, indicando um aumento da dispersão da produtividade
interestadual, mas há evidências de convergência beta, tanto absoluta quanto condicional, sendo que o tempo
de meia-vida para convergência variou entre 168 anos, no caso absoluto, e 172 anos, no caso condicional. A
partir dos resultados argumenta-se que o longo período temporal necessário para a convergência beta não
consegue ser compreendido sem que se leve em consideração o aumento da dispersão do nível da PTF,
evidenciada pela não convergência sigma, pela própria dinâmica da produtividade interestadual e por fatores
exógenos, como a condução da política agrícola durante o período em análise.
Palavras-chave: Dinâmica; Convergência; Produtividade Total dos Fatores.
CADEIA PRODUTIVA DA SOJA NO MARANHÃO: UM ESTUDO NAS MESORREGIÕES SUL E LESTE
Lindalva Silva Correia Maia, Carlos Enrique Guanziroli, Lucy Rosana Silva
Atualmente, vem ganhando destaque no mercado nacional de grãos a nova fronteira agrícola que coloca o
norte e o nordeste do Brasil em evidência e está se tornando promissora para a soja, MATOPIBA, como
ficou conhecida a região do cerrado, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O
presente artigo objetivou mapear a cadeia produtiva da soja no âmbito do estado do Maranhão, a evolução da
produção, produtividade e importância no cenário regional, culminando na indicação da sua estrutura de
governança para compreender os arranjos contratuais e de preços realizados entre os agentes. O estado do
Maranhão caracteriza-se como o oitavo maior do Brasil e segundo maior da Região Nordeste. Conforme
divisão geopolítica do IBGE (2007), o Maranhão está dividido em cinco mesorregiões e vinte e uma
microrregiões. A presente pesquisa, no entanto, se concentrou nas mesorregiões sul e leste do estado. Com
exceção da mesorregião norte, em todas as demais, há plantação de soja. O estado apresenta vantagens
competitivas por estar próximo de grandes mercados consumidores da commodity, a exemplo da China. Foi
realizada pesquisa empírica com produtores e tradings nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, com
aplicação de questionários ao público-alvo. De modo geral, os resultados encontrados nesta pesquisa
permitiram identificar aspectos importantes presentes nas transações entre os agentes dessa cadeia, assim
como a atuação do ambiente institucional que a influencia. Nesse sentido, apesar das limitações presentes,
sobretudo por se tratar de um estudo multicaso, o que não nos autoriza uma generalização; as questões aqui
elucidadas suscitam inquietações, que carecem de acompanhamento e aprofundamento a posteriori.
Palavras-chave: Cadeia Produtiva da Soja; Maranhão; Governança.
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ANÁLISE DO USO DO SOLO E DOS RECURSOS NATURAIS NA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL: ESTUDO COM TÉCNICAS MULTIVARIADAS
Sérgio Eduardo Candido, Célia Regina Orlandelli Carrer, Ricardo Firetti, Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro, Celso da Costa Carrer
O Brasil ocupa uma posição de respeito nos âmbitos nacional e mundial no ranking da pecuária de corte,
uma vez que possui significativa participação nesse mercado nos últimos 50 anos. Efetivamente, a cadeia
produtiva de carne bovina no Brasil tem impacto real na economia do agronegócio e do país. Os contrastes
regionais observados ao longo desta cadeia de negócios possibilitam elaborar uma análise qualitativa e
quantitativa, no intuito de compreender a prática de ocupação da terra no Brasil, tornando executável o
registro de sua real ação exploratória e seus modelos de utilização. Para o diagnóstico da situação atual do
estágio de ocupação do território para a atividade pecuária no Brasil, foram sistematizadas informações de
base secundária com o auxílio de técnicas de análise multivariada. Neste sentido, foram considerados os
dados apontados no Censo Agropecuário de 2006 do IBGE, da Produção da Pecuária Municipal (PPM,
2015), bem como outras diversas fontes observadas, tais como: ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carnes), ANUALPEC (Anuário da Pecuária Brasileira), CNA (Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil), CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), FAO (Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e
MMA (Ministério do Meio Ambiente). O presente estudo propôs uma delimitação da amostra da pesquisa,
tendo como base de referência as Unidades da Federação. Foi detectada uma situação regional heterogênea
para a ocupação dos espaços utilizados para esta atividade, além de se sugerir a existência de diferentes
sistemas produtivos com diversos sintomas que apontam, em linhas gerais, para a modernização da pecuária
de corte no país nas últimas décadas.
Palavras-chave: Arco do desmatamento; Gado de corte; Fronteira agrícola; Ocupação do solo; Pastagens
naturais versus plantadas.
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PT14 | Futuros possíveis e prováveis para o agronegócio
ANÁLISE DA INTERMODALIDADE COMO SOLUÇÃO PARA A EFICIÊNCIA NA TANCAGEM DE ETANOL NA REGIÃO CENTRO-SUL
Leonardo Henrique Paulosso, Guilherme Patricio de Araujo, Marta Cristina Marjotta-Maistro
O Brasil é o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar, sendo a produção concentrada na
região Centro-sul que, no entanto, não possui capacidade de tancagem compatível com o nível de produção,
logo sofre com um déficit na armazenagem do produto. Uma característica ambiental do etanol é o benefício
que ele traz ao meio ambiente. A utilização do etanol traz benefícios ao solo, além de que, se comparado à
emissão de CO2 com a de um combustível fóssil, pode chegar a 90% de redução. O presente trabalho tem
como objetivo analisar uma possibilidade de solução logística para o déficit de armazenagem de etanol
enfrentado pela região Centro-sul do Brasil. A pesquisa tem caráter exploratório e quantitativo e os dados
utilizados são secundários. O referencial teórico baseou-se nos conceitos de sistema logístico com foco na
capacidade estática e dinâmica de produtos agrícolas. Os resultados demostraram que os principais estados
produtores de etanol, presentes na Região Centro-Sul do país, sofrem com um déficit de tancagem. No
entanto, se considerada uma simulação de capacidade dinâmica de tancagem, o déficit poderia ser
minimizado. Assim, uma solução logística, que afetaria a capacidade dinâmica de tancagem, seria um
sistema multimodal ou intermodal que possa ser utilizado pelo setor sucroenergético e que viabilize maior
rotatividade no escoamento do etanol. Tal sistema consiste na combinação entre os modais dutoviário,
rodoviário e hidroviário para escoamento/distribuição da produção da principal região produtora de etanol do
Brasil. Conclui-se que essa forma de operacionalizar a logística poderá propiciar maior rotatividade nos
tanques, portanto, aumentar a eficiência logística por meio do aumento capacidade dinâmica dos mesmos e,
manter uma maior segurança na constância de escoabilidade e frequência, assim tornando a logística do setor
mais segura e sem imprevistos logísticos, podendo manter a sua capacidade produtiva.
Palavras-chave: Sistema logístico; capacidade dinâmica; região Centro-Sul; tancagem.
O AGRONEGÓCIO EM ANGOLA POTENCIALIDADES, DESAFIOS E O PAPEL DA UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA EM BENGUELA
José Victorino Cristiano do Rosário, Mário Quintas
A pesquisa tem como objectivo analisar as potencialidades e os desafios do agronegócio em Angola, bem
como o papel da Universidade. As questões que dirigiram a pesquisa são: Como Angola faz uso do potencial
do agronegócio e quais os seus desafios? Porquê quê apesar do enorme potencial reconhecido em todas as
etapas da cadeia de valor Angola não tem um agronegócio competitivo a nível da região? Qual deve ser o
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contributo da academia face à situação desfavorável do agronegócio em Angola? Trata-se de uma pesquisa
exploratória e descritiva. Foi utilizado uma combinação de métodos teóricos e empíricos, Matemático
estatístico para alcançar os objectivos propostos. Os resultados evidenciam a falta de competitividade do
Agronegócio resultante da ausência de coordenação das políticas sectoriais e da insuficiente competência de
Gestão do Agronegócio no país. Neste sentido o papel da Universidade é o de garantir competências aos
actores do agronegócio. Assim, o resultado foi a elaboração da proposta de projecto para abertura do curso
de Mestrado em Agronegócio na Faculdade de Economia da Universidade Katyavala Bwila em Benguela, a
ser ministrado a partir de 2020.
Palavras-chave: Agronegócio; competitividade; Competências; Benguela.
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NOTAS:
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