Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Isabela Santos Valentim
Divulgação científica e a influência da privação de sono no cotidiano dos
adolescentes: um alerta para qualidade de vida
Rio de Janeiro
2011
Isabela Santos Valentim
Divulgação científica e a influência da privação de sono no cotidiano dos adolescentes:
um alerta para qualidade de vida
Monografia apresentada, como requisito
parcial para obtenção do título de
Licenciada em Biologia, ao Instituto de
Biologia Roberto Alcantara Gomes, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Orientador (a): Andréa Carla de Souza Góes
Rio de Janeiro
2011
CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A
Autorizo a reprodução total ou parcial deste projeto final, apenas para fins acadêmicos e
científicos, desde que citada a fonte.
__________________________________ ____________________________
Assinatura Data
Valentim, Isabela Santos.
Divulgação científica e a influência da privação de sono no cotidiano dos adolescentes: um alerta para qualidade de vida / Isabela Santos Valentim. – 2011.
63f. : il. Orientadora: Andréa Carla de Souza Góes. Banca Examinadora: Andréa Carla de Souza Góes, Olga
Maria Martins Silva de Almeida, Andréa Espinola de Siqueira, Lucienne Sampaio de Andrade.
Projeto Final apresentado ao Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de Licenciada em Biologia.
Inclui bibliografia.
1. Sono - Privação. 2. Adolescentes. 3. Qualidade de vida. 4. Divulgação científica. I. Góes, Andréa Carla de Souza. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes. III. Título.
CDU 616.8-009.836
V155
P. Final
Isabela Santos Valentim
Divulgação científica e a influência da privação de sono no cotidiano dos adolescentes:
um alerta para qualidade de vida
Monografia apresentada, como requisito
parcial para obtenção do título de
Licenciada em Biologia, ao Instituto de
Biologia Roberto Alcantara Gomes, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Aprovada em de de .
Banca Examinadora:
____________________________________
Prof.ª Dra. Andréa Carla de Souza Góes (orientadora)
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia – UERJ
____________________________________
Prof.ª Dra. Olga Maria Martins Silva de Almeida
Departamento de Farmacologia e Psicobiologia – UERJ
____________________________________
Prof.ª Dra. Andréa Espinola de Siqueira
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia – UERJ
____________________________________
Prof.ª MSc. Lucienne Sampaio de Andrade (suplente)
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia – UERJ
Rio de Janeiro
2011
DEDICATÓRIA
Aos meus avôs, Sandoval e Isolino.
AGRADECIMENTOS
A Deus, amigo de todas as horas, por me auxiliar na escolha dos caminhos a seguir e nos
momentos de decisões, que a cada situação parecem difíceis, mas que dado o devido tempo,
tornaram-se, sempre, uma oportunidade de crescimento pessoal e espiritual.
Aos meus pais, por formarem comigo Os Três Mosqueteiros. Obrigada por terem
proporcionado um ambiente familiar único, em que pude aprender tudo que tenho de mais
valioso, meus valores e minhas virtudes. Além de me proporcionarem experiências incríveis
durante viagens maravilhosas. Obrigada por serem verdadeiros incentivadores e “líderes de
torcida” de tudo que faço. Amo vocês!!!
As minhas avós, Carmen e Durvalina, obrigada por todo carinho e mimo de avó que só vocês
podem oferecer! Obrigada por todos os abraços, beijos e almoços de domingo!
Ao meu tio Sandoval. Tio, obrigada por toda a sua preocupação e admiração em se construir
uma vida acadêmica. Pode deixar, dentro de alguns anos, serei a Dra. Isabela!
A minha dinda Graça, por ser uma das minhas maiores torcedoras e incentivadoras,
acreditando sempre no meu potencial. Além de sempre ter acompanhado todas as etapas da
minha vida.
Ao Raphael. Rapha, obrigada pelo seu amor e pela sua companhia. Já realizamos muitos
projetos e, agora, chegamos ao final de mais um pontinho. Seu incentivo, sua ajuda e as suas
dicas foram essenciais para a construção deste trabalho. Obrigada por ser meu companheiro
de aventuras e por estar sempre presente, deixando o meu dia a dia mais divertido e
romântico. Como não poderia faltar: Muito obrigada por tudo!
Aos meus amigos, em especial, ao meu querido BDN. Vocês são de extrema importância na
minha vida! Obrigada por tantos momentos de diversão e companheirismo que só verdadeiros
amigos podem compartilhar!
A Andreia, amiga super querida. Dé, obrigada pela sua amizade e companhia sempre alegre e
descontraída. Prometo que irei realizar a sua visão: você assistirá algum trabalho meu no
Discovery Channel, com direito a entrevista!
As minhas companheiras de Qi, de tardes e tardes de estudo, Gabriella e Natalia. Amigas,
juntas, vencemos o vestibular e agora, com o apoio de vocês, chego ao fim de mais uma etapa.
Espero contar sempre com a nossa amizade!
A minha orientadora, professora Dra. Andréa Góes. Em primeiro lugar, obrigada por orientar
este projeto e ter acompanhado atentamente todo o seu desenvolvimento. Ao longo de tantos
encontros, nos divertimos bastante e estabelecemos uma amizade muito construtiva. Andréa,
seu puxão de orelha e o nosso aperto de mão foram decisivos para a realização deste trabalho.
Obrigada!
A banca, professoras Olga, Andréa e Lucienne, pela dedicação e cuidado em ler e avaliar o
meu trabalho. Obrigada!
As professoras do CAp, Débora, Márcia, Angela e Maria Cristina que durante tantos estágios
supervisionados fizeram a “experiência CAp” ser de grande valia. Muito Obrigada por todos
os tempos de aula, pelas coparticipações e ensinamentos neste tempo de convivência.
A professora Maruzza Murray, grande mestra e peça fundamental para a realização deste
trabalho. Maruzza, muito obrigada pelo seu apoio, pelas suas palavras de incentivo e,
principalmente, por sempre ter aberto espaço para as minhas aulas e atividades com os seus
alunos.
Ao Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, por ter me recebido e permitido que ministrasse a
minha aula.
Ao pessoal do Laboratório de Neurobiologia. Queridos, obrigada por todo apoio, ajuda e
incentivo na realização deste trabalho, principalmente na construção da aula.
Por fim, agradeço a todos que passaram pelo meu caminho e muito contribuíram para a
realização deste trabalho. A todos vocês, muito obrigada!!!
Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos
olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre
jamais...
A alegria de ensinar, Rubem Alves
RESUMO
A escola como parte integrante da sociedade detém um importante papel na contextualização
da realidade dos alunos. Realidade esta atrelada, na maioria das vezes, aos conceitos de senso
comum e assuntos em voga nos meios de comunicação. Neste cenário, os conhecimentos
científicos encontram nas práticas de divulgação e alfabetização científica uma ponte entre o
laboratório e a sala de aula. Atualmente, um dos temas que mais tem chamado atenção dos
pesquisadores e que é pouco trabalhado nas aulas é o sono dos adolescentes. O sono é um dos
comportamentos mais notáveis e comuns entre os animais multicelulares. No entanto,
observa-se atualmente que a população tem dormido menos. Desta maneira, o horário dos
adolescentes irem deitar compete com uma série de atrativos noturnos como TV a cabo,
internet, vídeo games, tarefas escolares, além de outras atividades sociais. A remoção parcial
ou a supressão do sono em um organismo é conhecida como privação do sono. Este
comportamento tornou-se comum entre os adolescentes, contribuindo para a redução da
longevidade e piora na qualidade de vida. Neste âmbito e ressaltando a grande relevância do
tema, o objetivo do projeto foi planejar e ministrar uma aula para alunos do ensino médio do
Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria. A atividade foi estruturada com a intenção de
fornecer aos alunos um volume de informações básicas para que eles percebessem a
importância deste em suas vidas e para que, assim, pudessem avaliar uma melhor conduta no
que diz respeito a sua higiene do sono (conjunto de regras destinadas a propiciar um sono
eficaz e contínuo). Tivemos uma boa aceitação e participação dos alunos, surgindo perguntas
e colocações, em diversos momentos, que muito enriqueceram os debates e a própria aula.
Como consequência desta iniciativa, fomos convidados a ministrar essa aula para os pais e
docentes do colégio no início do próximo ano letivo. Isto comprova que trazer para a escola
assuntos do nosso cotidiano, de uma forma diferenciada, pode estimular mudanças nos
hábitos dos indivíduos, em prol de uma melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Divulgação científica.; Adolescentes.; Sono.; Privação de sono.
ABSTRACT
The school as a part of the society holds an important role on the contextualization of the
reality among students. Reality that most of the times is connected with common sense and
trend topics on the media. In this scenario, the scientific knowledge gets together with new
practices of science education (science divulgation and literacy). Nowadays, one of the topics
that is getting more attention and that hadn’t been explored in class is the teenager’s sleep.
Sleep is one of the most common and noticeable behaviors between multicellular animals.
However in general the adolescents are suffering from insufficient sleep quantity and poor
sleep quality. So, the time to go to bed competes with several night stimuli, like cable TV,
internet, video games, school work and other social activities. The partial removal or the sleep
suppression on an organism is known as sleep deprivation. This behavior is now common
between teenagers and it contributes to a reduction on longevity and a low quality of life.
Within this framework and highlighting the importance of the theme, the objective of this
project was to formulate and give one class for students on the high school of Colégio Santo
Antônio Maria Zaccaria. This activity was structured with the intention of giving a pool of
basic information for them to notice the importance of sleep in their lives. So they could be
able to evaluate the best way for them to have satisfactory sleep hygiene. We had a good
feedback from the students, with several questions and some remarks that enriched the debate.
As a consequence of this initiative, we were invited to provide this class for the parents as
well as for the teachers of the school in the beginning of the next year. This fact proves that
we can stimulate some changes, mostly, behavioral changes of the students, by bringing to the
class topics of scientific knowledge applied to the daily life in order to promote a better
quality of life.
Key words: Science divulgation.; Adolescents.; Sleep.; Sleep deprivation.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
C,T&I Ciência, Tecnologia e Inovação
GH Hormônio do crescimento
NSQ Núcleo Supraquiasmático
OMS Organização Mundial de Saúde
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
REM Rapid eye movement (movimento rápido dos olhos)
SNC Sistema Nervoso Central
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Liberação de melatonina durante um dia ......................................... 18
Figura 2 - Hipnograma ...................................................................................... 19
Figura 3 - Número de horas de sono diário ao longo da vida ........................... 20
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................14
1.1 Divulgação Científica...................................................................................................14
1.2 O sono...........................................................................................................................17
1.3 Adolescência e sono.....................................................................................................20
2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................23
3 OBJETIVO.................................................................................................................24
4 METODOLOGIA......................................................................................................25
4.1 Levantamento bibliográfico..........................................................................................25
4.2 Planejamento da aula....................................................................................................25
4.3 Execução da aula..........................................................................................................25
5 RESULTADOS...........................................................................................................26
6 DISCUSSÃO...............................................................................................................52
7 CONCLUSÃO............................................................................................................55
REFERÊNCIAS.........................................................................................................56
ANEXO A – PLANO DE AULA: SONO...................................................................63
14
INTRODUÇÃO
1 Divulgação Científica
Ciência e tecnologia adquiriram, ao longo do século XX, um papel central nas
atividades humanas (SAGAN, 1998). Dentro desta nova conjuntura, de acordo com Serres
(1991), parece válido considerarmos a Ciência como uma parte da cultura de nosso tempo. No
que diz respeito às Ciências Biológicas, observa-se que ela vem conquistando um grande
reconhecimento na História da Ciência (PEDRANCINI et al., 2007) e tem importante papel
no cotidiano escolar.
Rocha (2010) definiu a escola como parte integrante da sociedade e como palco
promotor e refletor de mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais que nela ocorrem.
Ou seja, a escola detém um papel importante na contextualização da realidade dos alunos.
Acompanhando este cenário, Giordan e Vecchi (1996) lembram que a escola não pode mais
limitar-se à transmissão e ao uso exclusivo dos conhecimentos encontrados nos livros
didáticos. Ela deve atentar para a realidade atual e ao seu fluxo contínuo de informações, na
tentativa de organizá-las e torná-las mais acessíveis aos seus alunos.
Segundo Libâneo (2004, p. 5), a escola continua sendo o lugar de mediação cultural,
cabendo aos educadores: “investigar como ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos
pensantes e críticos, capazes de pensar e lidar com os conceitos, argumentar em faces de
dilema e problemas da vida prática”.
Disciplinas como Ciências e Biologia acabam sendo privilegiadas nesta mediação
cultural, com intensos debates, uma vez que inevitavelmente muitos alunos já possuem
conhecimentos prévios acerca de diferentes assuntos biológicos. Temos ainda o
conceito, segundo Chassot (2000, p.91), de que a Ciência pode ser considerada “uma
linguagem construída pelos homens e pelas mulheres para explicar nosso mundo natural”.
Chassot (2003) observa também que o entendimento deste código é o passaporte para
a compreensão da linguagem na qual a Natureza é escrita. Com esta compreensão,
melhoramos a nossa observação e análise dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor, o que
auxilia a nossa percepção interior e do ambiente que nos cerca. Assim, nos tornamos cidadãos
ativos, podendo colaborar com práticas que melhorem a nossa qualidade de vida (CHASSOT,
2003).
Na tentativa de otimizar e aproximar os conhecimentos científicos dos alunos e a
crescente democratização do acesso a diferentes plataformas de informação, cresce no
15
ambiente escolar uma linha emergente na didática atual: a alfabetização científica. Tal
concepção comporta os fazeres cotidianos da ciência, a linguagem científica e a decodificação
das crenças aderidas a ela (AGUILAR , 1999). Chassot (2003) exprime o desejo de que esses
alfabetizados cientificamente tivessem a sua leitura de mundo facilitada, mas também
pudessem compreender a necessidade de modificá-lo, transformando-o em algo melhor.
Porém, para que consigamos atingir tal meta é necessário que a Ciência seja
compreendida e de fácil acesso a todos os indivíduos. Somente desta maneira, será possível
ofertar a população conhecimentos puramente científicos e tecnológicos, imprescindíveis na
sua vida diária, ajudando a resolver problemas, assinalando aspectos de sobrevivência básica
e alertando para a sua saúde (CHASSOT, 2003; FURIÓ et al., 2001).
Mediante todo o exposto e levando em consideração a vivência positiva de milhares
de crianças e adolescentes, justificativas não faltam para se ensinar Ciências. De acordo com
Caruso (2003) juntamente com o aprendizado científico são passados valores como
curiosidade, humildade, razão e ética. Na prática, isto é refletido em um cidadão melhor
preparado para enfrentar desafios, com uma visão criativa e um pensamento crítico
(CARUSO, 2003).
A discussão dos conceitos leva em consideração os contextos social, econômico,
histórico e tecnológico, gerando possibilidades para o aluno se inserir em uma sociedade
permeada pelo discurso científico (LEMKE, 2001).
Contudo, o próprio Ministério da Educação reconhece que é um desafio tornar o
conhecimento científico algo a ser compreendido por todos. Para o professor, atrelar as
práticas de ensino com as novas descobertas da Ciência é uma barreira a ser ultrapassada, mas
que uma vez superada, possibilita ao aluno desenvolver habilidades necessárias a sua inserção
na sociedade e na sua visão como parte integrante da Natureza (BRASIL, MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, 2006).
Uma boa estratégia para superar esses obstáculos é fazer uso da divulgação científica.
Auxiliando na “tradução” do discurso científico/ tecnológico essa saída pode facilitar o
entendimento das pessoas. A denominação “divulgação científica” é dada a toda prática de
difusão da cultura científica e tecnológica fora dos círculos dos especialistas e dos quadros
formais de ensino (VENTURA e DO NASCIMENTO, 2010).
Ela pode ser definida ainda, de acordo com Albagli (1996, p. 397), como “o uso de
processos e recursos técnicos (...) e supõe a tradução de uma linguagem especializada para
uma leiga, visando atingir um público mais amplo”.
16
Em consonância com a ideia de Dierking e Martin (1997), o aprendizado científico
não ocorre somente na escola. Um indivíduo não só entra em contato e aprende
conhecimentos científicos em outros locais, como continua o seu aprendizado mesmo após
completar a sua educação formal.
Neste âmbito, a divulgação científica tem um importante papel na reciclagem de
conteúdos básicos e na apresentação de novos conceitos de Ciência, Tecnologia e Inovação
(C,T&I). Desta maneira, o processo de aproximação da sociedade com o meio científico é
dado continuamente. O processo de divulgação pode ocorrer no ensino informal, a partir do
convívio em família, no círculo de amigos, em teatros, cinemas, na leitura de livros, jornais e
revistas (mídia impressa) (ARAÚJO et al., 2006).
Atualmente, a divulgação científica tornou-se uma ferramenta muito utilizada, uma
vez que é uma tentativa de diminuição dos índices de analfabetismo científico, o qual se
mostra um obstáculo para o desenvolvimento da cidadania destes indivíduos e um motivo de
exclusão social. Diante disto, dentro da sala de aula, a divulgação científica passa a ser um
importante recurso didático, uma vez que aborda temas atuais de forma contextualizada,
dinâmica e reveladora de alguns aspectos da natureza da atividade e da comunicação
científica (MARTINS, 2001).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) incentivam a utilização de outras fontes,
além do livro didático nas salas de aula, ou seja, a utilização de materiais paradidáticos e da
mídia impressa é apoiada pelos PCN. Para o aluno é de extrema valia ter acesso a diversos
textos informativos, dos mais variados assuntos e de fontes distintas, de forma que lhe
possibilite uma visão mais ampla dos fatos (BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais,
1998).
A utilização desses materiais tende a despertar nos alunos uma visão crítica e
contestadora, incentivando a busca para além destes textos e para um aprofundamento de
determinado tema. Através dessa motivação, é possível trazer para os ambientes escolares
debates sobre as descobertas mais recentes e os temas mais polêmicos (LEGEY et al., 2009).
A abordagem de assuntos que aparecem na mídia (impressa, digital ou eletrônica) possibilita
um ensino mais próximo da realidade e que envolve os alunos em temáticas mais atuais do
conhecimento humano (LOPES e FLORCZAK, 2007).
Atualmente, mesmo fora dos ambientes escolares, é cada vez maior o tempo que
adultos, jovens e crianças consomem, quando estão em casa, lendo revistas de divulgação
científica e assistindo na televisão programas relacionados à ciência e tecnologia (VENTURA
e DO NASCIMENTO, 2010).
17
Por diversas razões, o uso de materiais paradidáticos e de mídia impressa para o
processo de ensino-aprendizagem, concomitante com o material didático (livro escolar) é uma
boa maneira de munir o aluno de conhecimentos variados, visando despertar senso crítico e
capacidade de reflexão a respeito do cotidiano por ele vivenciado em diversos aspectos da sua
vida.
1.2 O sono
O sono é um dos comportamentos mais notáveis e comuns entre os animais
multicelulares (SAVAGE e WEST, 2007). Ele é encontrado em todo o reino animal, ainda
que varie consideravelmente nas suas características fundamentais entre as espécies,
configurando-se, assim, como um enigma evolutivo (MCNAMARA et al., 2010).
Caracterizado como uma resposta do organismo, após um período de vigília, é um
estado ativo, cíclico, complexo e mutável com profundas repercussões sobre o funcionamento
do corpo e da mente, satisfazendo uma necessidade muito antiga e comum do reino animal.
Quando dormimos não estamos realizando atividades importantes para o sucesso reprodutivo,
tais como procurar por alimentos, cuidar da prole ou encontrar parceiros.
A característica mais marcante do sono é a redução na capacidade de resposta a
estímulos ambientais. Esta propriedade coloca os animais em grande risco (KRUEGER et al.,
1999), de forma que este comportamento pode torná-los vulneráveis a predação e, certamente,
interferir com a vigilância para os predadores (MCNAMARA et al., 2010). Talvez, seja por
esta razão que observamos na natureza padrões tão diferentes de sono. Alguns animais, como
nós seres humanos, dormem em uma longa sessão, enquanto outros dormem em curtos
períodos, tendo um ciclo diurno ou noturno.
Todo o ciclo de vigília/ sono, assim como outras atividades fisiológicas e
comportamentais, apresenta uma periodicidade de 24 horas (KANDEL et al., 2003). Tal
processo é regulado pelo relógio biológico. O relógio biológico é uma metáfora para a parte
do cérebro responsável pelo controle dos ritmos circadianos, sendo resultado da interação
entre o mecanismo interno (Núcleo Supraquiasmático - NSQ e Glândula Pineal) e os
sincronizadores externos como, por exemplo, a luz e as pistas temporais (BENCA et al.,
2009).
O ritmo circadiano governa também processos cognitivos, incluindo o alerta subjetivo,
habilidade matemática e memória. Esse compasso regula, ainda, a produção de hormônios
como, por exemplo, melatonina, cortisol e GH (hormônio do crescimento). Evidências
18
crescentes sugerem que alterações nesse controle podem ter profundas consequências no
comportamento emocional e saúde mental (BENCA et al., 2009).
Esse processo reflete, provavelmente, antigos ciclos de processos bioquímicos claro-
dependentes e escuro-dependentes (DUDLEY et al., 2003). Conhecida como “hormônio da
escuridão”, a melatonina é um importante mensageiro químico nesta situação. Com pico de
produção à noite (figura 1), ela transmite a informação sobre os ciclos de claro/ escuro para o
NSQ, governando o relógio biológico (ARENDT, 1988).
Figura 1: Gráfico representativo da liberação de melatonina durante um dia (adaptado de
ARENDT, 1988).
Somente após a década de 50, através dos estudos dos pesquisadores Nathaniel
Kleitman, hoje considerado um dos pais da Neurociência, juntamente com Eugene Aserinsky
e William Dement, observou-se que o sono não é um processo homogêneo. Ao contrário do
que se pensava, ele é composto por duas fases distintas (para revisão ver: KANDEL et al.,
2003): o sono REM, caracterizado por movimentos rápidos dos olhos e o sono não-REM
(ASERINSKY e KLEITMAN, 1953).
As medidas comportamentais do sono variam de acordo com a biologia das espécies
envolvidas, incluindo aspectos como postura corporal, o local de dormir, diminuição da
atividade física (quiescência) e tônus muscular reduzido (especialmente, pescoço/ nuca)
(MCNAMARA et al., 2010). Para a maioria dos animais, o sono pode ser identificado apenas
através da medição de seus traços comportamentais e funcionais.
Do ponto de vista neurofisiológico e comportamental, o ciclo de vigília/ sono de
mamíferos apresenta três fases distintas: vigília, sono não-REM e sono REM (JOUVET,
1962). As fases do sono se alternam em um ciclo (ZEPELIN, 1989; ZEPELIN et al., 2005)
19
por toda a noite, em intervalos de noventa a cem minutos (de um episódio REM a outro),
perfazendo um total de 4 a 6 ciclos por noite (figura 2).
Figura 2: Representação de um hipnograma, mostrando a alternância das fases, durante uma
noite de sono (Adaptada de PALMA et al., 2007).
O sono não-REM é divido em 4 estágios (1-4) e com o avanço dos estágios o sono
torna-se cada vez mais profundo. O estágio 2 destaca-se por ocupar a maior parte da noite
(45-55%), apresentando respiração e batidas do coração diminuídas, além de uma leve
diminuição da temperatura do corpo, condição ideal para a entrada em sono profundo, a partir
do estágio 3. O sono não-REM é considerado um estado onde há economia de energia, sendo
restaurador do Sistema Nervoso Central (SNC), assim como de outros sistemas fisiológicos.
Já o sono REM, ocupa de 20-25% da noite e é observado o movimento rápido dos
olhos – Rapid Eyes Movement, os músculos relaxam, a taxa de batimentos cardíacos aumenta
e a respiração é rápida, mas não profunda. Os episódios REM alongam-se com a progressão
da noite (DEMENT e KLEITMAN, 1957) e é durante esta fase que ocorre a maior parte dos
sonhos.
Atualmente, é bem aceita a ideia da divisão das fases do sono e diversos estudos
procuram entender cada vez melhor os mecanismos envolvidos no ciclo de vigília/ sono.
Entretanto, ainda resta descobrirmos qual seria o real motivo pelo qual dormimos. Hoje em
dia, vigoram três teorias que tentam elucidar essa questão; são elas: a teoria da conservação de
energia metabólica, termorregulação, consolidação e aquisição da memória (FRANK, 2006;
SIEGEL, 2005; PORKKA-HEISKANEN, 1999).
Ao longo da vida, observa-se uma oscilação no número de horas que dormirmos
(figura 3). No entanto, a remoção parcial ou supressão do sono em um organismo é conhecida
como privação de sono (CHEN e KUSHIDA, 2005). Atualmente, por uma variedade de
20
razões, como o estilo de vida imposto pelo trabalho, exigências familiares ou problemas
físicos/ psicológicos, a privação de sono é cada vez mais comum em nossa sociedade
(BONNET e ARAND, 1995; VAN CAUTER et al., 2005).
Figura 3: Gráfico representativo do número de horas de sono diário ao longo da vida.
A privação de sono causa prejuízo no estado de alerta, no desempenho cognitivo, no
humor e na memória, além de alterações metabólicas, endócrinas, imunológicas, quadros
hipertensivos, cansaço, náuseas, dores de cabeça, ardência nos olhos, visão turva, dores
articulares e diminuição da libido (SHEPHARD e SHEK, 1997; SPIEGEL et al., 1999;
BROUWERS e LENDERS, 2000; BONNET e ARAND, 2003).
A privação de sono não é exclusiva de uma classe, país ou faixa etária, embora tenha
sido observado que, em especial, os adolescentes dormem cada vez menos. Essa situação
configura-se atualmente, como um novo hábito humano, observado em milhões de adultos e
crianças (ALDABAL e BAHAMMAM, 2011). Tal progressão elevou este comportamento a
uma questão de saúde pública, sendo um fator de risco, contribuindo com a redução da
longevidade e uma piora na qualidade de vida. Seus efeitos são cumulativos, ou seja, uma
leve redução no sono por noite pode resultar em déficit funcional significativo.
1.3 Adolescência e Sono
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) adolescente é aquele que se encontra na
faixa dos 10 aos 19 anos de idade (OMS, 2011). Já para o Estatuto da Criança e do
21
Adolescente do Brasil, adolescente é aquele que está entre os 12 a 18 anos (BRASIL, Lei Nº
8.069, 1990).
A adolescência é a fase do desenvolvimento humano que marca a transição da infância
para a idade adulta. É vista pela sociedade como uma época crítica para o estabelecimento do
indivíduo como parte integrante de um todo, compreendendo diversas mudanças físicas,
cognitivas, emocionais e sociais.
A puberdade pode ser associada a um atraso no período intrínseco do relógio
circadiano (CARSKADON et al., 2004), com uma preferência crescente e natural, dos
adolescentes, a dormirem mais tarde (GIANNOTTI et al., 2002). O horário para irem dormir
compete com uma série de opções noturnas, tais como TV a cabo, telefone celular, internet,
video games e outras atividades sociais (DAHL e LEWIN, 2002).
Estudos indicam também uma queda no monitoramento e fiscalização dos pais em
definir um horário para seus filhos dormirem (CARSKADON, 1990; CARSKADON, 2002),
aumento das tarefas escolares (GAU e SOONG, 1995; WOLFSON e CARSKADON, 1998) e
aumento da participação em atividades extracurriculares (CARSKADON, 1989;
MATSUMOTO et al., 1975). Demais estudos demonstram uma tendência decrescente na
duração do sono noturno entre as crianças e adolescentes em várias partes do mundo
(BAHAMMAM et al., 2006; GIBSON et al., 2006; IGLOWSTEIN et al., 2003).
O resultado desse comportamento é a privação de sono. A duração de uma noite de
sono exerce papel importante na saúde de crianças e adolescentes e tem um impacto
significativo no bem estar físico e psicológico (CARSKADON, 1990).
O número de horas de sono necessária para cada adolescente é variável, entretanto, a
média indicada é de 7 a 8 horas por noite (CARSKADON, 1990; MERCER, et al., 1998).
Quando isto não acontece, o estado de alerta e, consequentemente, o desempenho na escola
ficam prejudicados (CARSKADON et al., 1981; RANDAZZO et al., 1998). Esse efeito pode
impactar o desenvolvimento e a qualidade de vida (WOLFSON e CARSKADON, 1998;
DAHL, 1996).
A redução do sono tem sido então relacionada ao comportamento e a dificuldades
neurocognitivas, assim como déficits de aprendizado e atenção (LIU et al., 2005; LIU et al.,
2000). Carskadon et al., (1998) e Carskadon e Acebo (2002) relataram que mais de 40% dos
adolescentes têm uma queixa significativa (mau humor, dor de cabeça) e mostraram que a
maioria sofre com sono insuficente e uma excessiva sonolência diurna.
A duração e a qualidade do sono parecem influenciar não só o desempenho, mas
também a irritabilidade e o humor e, possivelmente, a ingestão de comida e aumento de peso
22
(ALDABAL e BAHAMMAM, 2011; CRISPIM et al., 2007). Além desses fatores, há um
aumento de 2,5 a 3,5 vezes a probabilidade dos adolescentes sofrerem com pressão alta,
propiciando o aparecimento de quadros hipertensivos (JAVAHERI et al., 2008). Eles podem,
ainda, ter o seu crescimento comprometido, uma vez que o hormônio do crescimento (GH)
tem seu pico de produção à noite. Além disto, podem apresentar déficit psicomotor, o cérebro
funciona num ritmo mais lento, comprometendo o desenvolvimento de funções cognitivas e
motoras.
Evidências epidemiológicas sugerem, também, que os adolescentes privados de sono
são mais predispostos a desenvolver sintomas depressivos (FREDRIKSEN et al., 2004), e os
jovens que relataram menor duração do sono foram mais propensos a se envolver em
comportamentos suicidas (LIU, 2004).
23
2 JUSTIFICATIVA
Na sociedade moderna, muitos são os estímulos que nos mantêm despertos.
Conectados a computadores, televisão, vídeo games e grande volume de atividades escolares,
os adolescentes vão dormir cada vez mais tarde. Indivíduos privados de sono sofrem com
efeitos colaterais de diversas maneiras: sonolência, mau humor, ansiedade, stress e maior
propensão a doenças.
Esse comportamento tem sido uma preocupação para a saúde pública, uma vez que é
crescente o número de relatos envolvendo distúrbios do sono, levando a um maior gasto com
remédios, consultas e internações.
Tem crescido o interesse por parte dos cientistas em estudar aspectos relacionados ao
sono, ao hábito de dormir, a sua qualidade e quantidade. Um dos enfoques desses estudos é a
saúde do adolescente, já que esta fase está intimamente ligada ao processo de aprendizagem e
formação acadêmica/ cultural do indivíduo, estando o sono correlacionado aos processos de
consolidação do aprendizado. Observa-se, no entanto, que os adolescentes têm dormido cada
vez menos e que não sabem da importância que este hábito tem em suas vidas.
Portanto, na tentativa de reverter este quadro fazem-se necessárias intervenções no
ambiente escolar, através da prática de metodologias de divulgação e alfabetização científica
que incentivem os alunos a terem bons hábitos de sono.
Através destas iniciativas promove-se uma melhor qualidade de vida e os próprios
alunos tornam-se disseminadores de conceitos científicos importantes nos seus círculos de
convivência.
24
3 OBJETIVO
De acordo com o exposto, o objetivo do projeto foi divulgar dentro de um ambiente
escolar, através de uma aula, a importância do sono, as novas descobertas e estudos sobre a
privação de sono dos adolescentes. Ilustramos como a falta de sono pode afetá-los em
diferentes aspectos de suas vidas, tendo, inclusive, consequências na sua vida adulta.
A intenção do trabalho foi, portanto, alertar e incitar o pensamento dos adolescentes de
duas turmas do ensino médio, a fim de que eles reflitam sobre este hábito e repensem a sua
higiene de sono.
3.1 Objetivos Específicos
Alertar para a importância da alfabetização e divulgação científica;
Construção de uma atividade com cunho de divulgação científica, com
informações atuais sobre o perfil de sono da população brasileira,
principalmente, com as quais os alunos se identifiquem;
Demonstrar as interferências fisiológicas da má higiene do sono, expondo
assim, a importância deste para a nossa saúde e como isto pode, também, afetar
o rendimento escolar;
Orientar práticas para uma melhor noite de sono, estimulando uma boa higiene
do sono;
Fomentar a reflexão para uma melhor qualidade de vida.
25
4 METODOLOGIA
4.1 Levantamento bibliográfico
O projeto foi desenvolvido, primeiramente, através de levantamento bibliográfico
sobre o assunto a ser estudado. Foram analisados diversos artigos científicos, assim como
revistas e sites, com foco de pesquisa na interação entre o sono e a saúde do adolescente.
4.2 Planejamento da aula
Após a primeira etapa, a aula foi planejada com base na literatura estudada, tendo foco
na informação e discussão dos tópicos abordados. A aula foi estruturada seguindo um plano
de aula (apêndice 1) com objetivos definidos, bem como um conteúdo programado, fazendo
uso de procedimentos e recursos utilizados de maneira que otimizassem o tempo disponível e
a compreensão dos alunos.
4.3 Execução da aula
A aula ministrada contou com dois tempos de 50 minutos nas turmas 2201 e 2202, do
2º ano do Ensino Médio, do Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, no dia 03 de novembro
de 2011. As turmas eram formadas por, em média, 30 alunos, todos adolescentes, com faixa
etária entre 16 e 17 anos. A Profª Maruzza Murray, responsável pelas turmas, nos auxiliou na
escolha das mesmas e organização das aulas.
Durante a aula, os alunos foram estimulados a responderem perguntas que levassem a
reflexão a respeito do padrão de sono e da qualidade deste no seu dia a dia.
26
5 RESULTADOS
A aula ministrada contou com os seguintes slides:
Logo nos primeiros slides, foi fácil para as duas turmas associarem as ilustrações, o
prédio aceso à noite (Slide 1) e as diferentes atividades, tanto de lazer quanto escolares (Slide
2).
Slide 2
Slide 1
27
O ponto principal de identificação dos alunos com o assunto surgiu, como esperado,
no Slide 3, com destaque para o cartoon representando as horas gastas em redes sociais e
como é fácil perdermos a noção do tempo nesta situação.
A primeira iniciativa dos alunos neste momento foi começarem a rir e um mostrar para
o outro, apontando e fazendo comentários. Eles imediatamente responderam quando
questionados que a ilustração era uma verdade no seu cotidiano.
A seguir, todos concordaram que não era uma mera coincidência as imagens do Slide
4, confirmaram que é exatamente como eles se sentem: morrem de sono no colégio, chegam
em casa e, à noite, na hora de dormir, ficam despertos. Assim, acabam recorrendo ao
computador que, por sua vez, prende a atenção por mais algumas horas.
Slide 3
Slide 4
28
O segundo momento descontraído da aula veio com o Slide 5, mais uma vez, eles se
identificaram com as situações retratadas. As atenções recaíram, em especial, para a foto do
menino que acabara de acordar e estava todo despenteado, como também para a sequência de
quadrinhos representando uma menina acordando e voltando a dormir. Vários alunos
acabaram fazendo a sua mea culpa, alegando que isto é exatamente o que acontece com eles
todos os dias.
A essa altura, eles estavam bem confortáveis, já começavam a interagir e não
hesitaram em responder o que havia de comum e o que estava faltando àquelas pessoas, entre
tudo o que tinha sido mostrado. Assim, eles próprios introduziram o tema da aula: Sono (Slide
6).
Slide 5
Slide 6
29
A transição dos slides foi feita utilizando algumas animações para que houvesse tempo
para que eles refletissem e respondessem algumas perguntas.
Nos Slides 7 e 8, deu-se início a conceituação de aspectos chaves para a compreensão
dos alunos.
A primeira pergunta feita foi se alguém arriscaria uma definição do que seria sono.
Para nossa surpresa, alguns alunos das duas turmas chegaram perto de definir este
comportamento. Na tentativa, de explicar o que era a maioria começou a expor funções do
sono.
Slide 7
Slide 8
30
Slide 9
Slide 10
Slide 11
31
Muitos foram os comentários, até que chegamos aos Slides 9, 10 e 11. Na turma 2202,
antes mesmo de vir a pergunta “Todo mundo dorme?”, quando eu explicava o que era o sono
alguns alunos próximos começaram a debater se todos os animais dormiam. Essa foi a deixa
para seguir com os slides e colocar essa discussão em pauta.
A grande maioria tinha uma ideia de que os animais dormiam e, principalmente, do
aspecto curioso do sono de aves e mamíferos cetáceos que realizam o descanso unilateral do
cérebro. Como percebi que eles tinham algum conhecimento sobre esse assunto, pedi para que
eles me explicassem a característica diferencial desses animais.
Quando eles começaram a debater a quantidade de horas que cada animal
exemplificado dormia, pedi que levassem em consideração a observação que tinha no slide –
que os animais apresentam padrões de sono diferenciados. Em seguida, perguntei se eles
saberiam me dizer o por que. Eles levantaram algumas hipóteses e concordamos que a
evolução e a seleção natural, provavelmente, teriam algo a ver com estas diferenças.
Os slides seguintes começaram a dar uma ideia de todo o objetivo da aula. Eles viram
imagens e foram informados da quantidade de horas de sono de alguns animais. Mas e nós,
seres humanos, quantas horas dormimos? (Slide 12).
Slide 12
32
Nos slides 13 e 14, apontamos para os efeitos da privação de sono. Este já foi um
primeiro impacto das consequências deletérias que isto pode ocasionar.
Porém, antes de expor claramente os prejuízos da falta de sono era necessário que os
alunos soubessem como o sono acontece, por que dormimos e, por fim, o que isto teria a ver
com eles.
A aula seguiu, então, com a explicação dos mecanismos básicos que regem o sono,
passando por conceitos como relógio biológico, ritmo circadiano, glândula pineal, núcleo
supraquiasmático e melatonina (Slides 15 a 20). Os alunos pareceram compreender bem esses
pontos, tendo surgido uma ou outra pergunta.
Slide 13
Slide 14
33
Slide 15
Slide 16
Slide 17
34
Slide 18
Slide 19
Slide 20
35
Dando continuidade nos conceitos de como o sono acontece e de que maneira ele seria
estruturado foi apresentado uma ilustração representativa das duas fases de sono - sono não-
REM e sono REM (Slide 21). Ao abordar este tema, imediatamente surgiram várias
perguntas: “Por que sonhamos que estamos caindo?”, “Por que às vezes as pessoas têm
sonhos repetidos?”, “O que é déjà vu?”, “Por que falamos dormindo?”, “Por que às vezes
tenho a sensação de abrir o olho, mas na verdade eu não acordo?”, “Já aconteceu de eu
atender meu celular dormindo e no dia seguinte não lembrar nada que falei... O que
aconteceu?”, “Já conversei com a minha mãe morrendo de sono e, no dia seguinte, não
lembrei nada do que tinha falado...”, “É nesta fase do sono (REM) que temos a sensação de
perder o chão?”, “Por que as pessoas falam dormindo?”. Esse slide, como observado pelo
número de perguntas, teve uma grande repercussão.
Slide 21
Slide 22
36
O assunto seguinte (Slide 22) era sobre sono e sonhos. Eles ficaram impressionados
com a ideia de que os sonhos ocorrem, principalmente, no sono REM e, além disso, de que
eles são frutos de uma atividade elétrica aleatória. Quando questionei se as pessoas cegas de
nascença sonhavam, eles não demoraram a responder que provavelmente sim, mas que teriam
um sonho menos “visual” que o nosso.
No Slide 23, quando apresentados ao gráfico que ilustra o número de horas de cada
fase (vigília, não-REM e REM) versus a faixa etária, chamei atenção para o padrão observado
em bebês e idosos. Logo após, eles se identificarem como adultos, perguntei se eles teriam
alguma ideia que explicasse por que temos uma diferença tão grande no número de horas que
dormimos. Um aluno rapidamente me respondeu que para os bebês tudo é novo, então, eles
necessitariam de um maior tempo de descanso para “recarregarem as baterias”. Ele
mencionou que isto provavelmente poderia ter alguma relação com a memória em formação
do indivíduo. Esta observação foi fundamental para despertar na turma a atenção para os
slides que viriam.
Slide 23
37
Slide 24
Slide 25
Slide 26
38
Do slide 24 a 28, os assuntos debatidos foram justamente as Teorias, em voga, que
tentam explicar porque dormimos: conservação da energia metabólica, termorregulação e
consolidação e aquisição da memória.
Os alunos ficaram particularmente intrigados com a discussão sobre memória.
Acredito que a ilustração utilizada conseguiu explicar claramente a importância do sono neste
aspecto. Isto ficou comprovado, quando após a explicação, um aluno indagou se seria ideal,
então, que após aprendermos algo deveríamos dormir. Todos brincaram, comentando que
adorariam dormir e não ter algumas aulas.
Expliquei que isto realmente seria o indicado. Alguns estudos observam esse
melhoramento da memória e do que é aprendido quando os alunos dormem após uma aula ou
Slide 27
Slide 28
39
uma experiência com algum tipo de aprendizado. Este fato é corroborado pelo conceito que se
tem hoje de plasticidade neural.
Este fenômeno é observado no Sistema Nervoso, onde ocorre o processamento das
novas informações e adaptações perante novas situações. É válido observar que todo esse
processo ocorre durante o sono. Portanto, sono e aprendizagem estão intimamente
correlacionados.
Chegando ao slide 29, começamos a abordar a interação do sono com a
adolescência.
De imediato, eles foram provocados com diversas manchetes (Slide 30) que ilustram a
atual situação da higiene do sono dos adolescentes.
Slide 29
Slide 30
40
Nos slides 31 e 32 foram expostas as características inerentes ao sono dos jovens, mas
com a ressalva de que eles não devem usar isto como desculpa e, sim, sabendo disto,
aproveitarem para ter uma melhor qualidade de sono.
Slide 31
Slide 32
41
Um terceiro momento de descontração das turmas veio com o slide 33, que representa
a conversão do tempo que dizemos estar na internet e as horas que, de fato, gastamos nesta
atividade.
A partir do slide 34 e 35 foram apresentados os efeitos da privação de sono e as suas
repercussões, principalmente, no rendimento escolar dos jovens.
Slide 33
Slide 34
42
Além disto, nos slides 36 a 40 foram abordadas as possíveis alterações no organismo
dos adolescentes: hipertensão, obesidade, problemas de crescimento, déficit psicomotor e
alterações do humor. Foi dada uma grande ênfase nestas alterações fisiológicas para que eles
percebessem as reais consequências de uma má higiene do sono.
Slide 35
Slide 36
43
Slide 37
Slide 38
Slide 39
44
O slide 41 trouxe a título de curiosidade uma pesquisa científica que relatou os
possíveis efeitos do uso contínuo do Google®. Ao final da aula, um aluno fez uma observação
muito interessante. Ele ponderou que, na verdade, o ser humano terceiriza a sua memória
desde o momento que desenvolvemos a escrita. A partir desta revolução não foi mais
necessário que gravássemos tudo, pois temos a possibilidade de anotarmos aquilo que
julgamos importante e não podemos esquecer.
Slide 40
Slide 41
45
Do slide 42 a 48 demos dicas para uma boa noite de sono o que também trouxe à tona
algumas perguntas como “Por que temos muito sono depois do almoço?”, “Por que às vezes
acordamos repetidas vezes durante a noite?”. Nesta altura, a agitação e empolgação da turma
já tinham atingindo um patamar elevado, a hora do recreio se aproximava e algumas
perguntas finais surgiram. Alguns alunos da turma 2201 ficaram um tempo a mais, fazendo
perguntas pessoais ou relatando os pontos mais interessantes da aula.
Infelizmente, na turma 2202 não foi possível apresentar todos os slides, pois os alunos
eram mais participativos, chegando ao ponto de completarem as minhas frases ou então
demonstrando certa ansiedade em serem respondidos de imediato. Nesta turma, com certeza,
seria interessante dar continuidade a esta atividade, pois eles mostraram estar interessados no
assunto. Os alunos pediram, inclusive, para não terem a próxima aula. Porém, eles teriam um
teste, o que impossibilitou a continuação da aula.
Slide 42
Slide 43
46
Slide 44
Slide 45
Slide 46
47
Slide 47
Slide 48
Slide 49
48
O restante dos slides (50 a 58) ficaria como curiosidade. No entanto, eles não foram
apresentados a nenhuma das duas turmas, embora algumas das curiosidades terem sido
mencionadas durante a aula, por meio de perguntas dos alunos.
Slide 50
Slide 51
49
Slide 52
Slide 54
Slide 53
50
Slide 55
Slide 56
Slide 57
51
A aula transcorreu tranquilamente e, na medida do possível, tentei atender a todas as
solicitações dos alunos.
Foi interessante observar a aproximação de alguns alunos no final da aula. Uma aluna,
em particular, me chamou a atenção, pois perguntou se eu iria falar sobre Narcolepsia.
Quando comecei a explicar, ela me interrompeu e falou que estava curiosa, pois ela era
narcoléptica. Comentou que era assistida por um médico, mas que tinha gostado das minhas
explicações durante a aula e queria saber mais.
Slide 58
52
6 DISCUSSÃO
O principal objetivo do nosso estudo foi alertar os adolescentes sobre os perigos dos
hábitos que contrariam uma boa higiene do sono (conjunto de regras destinadas a propiciar
um sono eficaz e contínuo). Como dito anteriormente, os adolescentes sofrem com um atraso
natural do seu ritmo biológico (CARSKADON et al., 2004). Comportamento este que é
negligenciado, na maioria das vezes, pela falta de controle dos pais (GANGWISCH et al.,
2010), ficando o sono, então, subjugado a tantos estímulos e atrativos da vida moderna.
Atualmente, observamos jovens com sua agenda diária repleta de compromissos
(cursos, academias, aulas extras/ particulares, etc.). Esse grande contingente de atividades não
abre espaço para os adolescentes, durante o dia, terem momentos de lazer e até mesmo tempo
de realizarem as suas tarefas de casa.
O resultado desses novos hábitos são noites agitadas, fazendo com que o jovem seja
“multitarefa”: assiste à televisão, fica no computador, brinca com vídeo games, faz os deveres
de casa e, ainda, conversa ao telefone, MSN®
e navega em redes sociais. As horas passam,
eles se distraem e vão deitar de madrugada, para no dia seguinte acordarem cedo (DWORAK,
SCHIERL, et al., 2007).
Em curto prazo, observam-se episódios recorrentes de sonolência diurna, com muitos
bocejos e pequenos cochilos entre uma aula e outra, aliados a muitas reclamações e preguiça
constante. O aluno logo se vê desestimulado e não evolui nas tarefas propostas em sala,
muitas vezes eles procuram distrações para ficarem acordados (conversam entre si, brincam
com celulares). Em consequência, o aproveitamento das aulas decai progressivamente
(PEREIRA, TEIXEIRA e LOUZADA, 2010).
É importante lembrarmos que este cenário não é uma característica exclusiva do nosso
país. Contudo, esse comportamento cresce no Brasil e cada vez mais se observa alunos
sofrendo com os males de noites mal dormidas, por diversos motivos. Vê-se atualmente que a
democratização do acesso à informação, sobretudo via televisão, jornal e, mais recentemente,
do acesso à internet podem ser fatores que contribuem para este novo paradigma dentro das
salas de aula (ROCHA, 2010).
Mediante esta problemática, uma boa maneira de intervir e chamar atenção dos alunos
na tentativa de alertá-los para que tenham uma melhor qualidade de vida, é a utilização de
metodologias de alfabetização e divulgação científica que expliquem e conscientizem para a
importância desta mudança de hábito.
53
Atualmente, a compreensão dos modos de interação entre ciência, tecnologia e
sociedade é uma questão de cidadania que ultrapassa aos cientistas (VENTURA e DO
NASCIMENTO, 2010). É de grande valia, então, que esses novos modos de interação
perpassem os muros da escola e sejam apresentados aos alunos, colaborando assim para o seu
crescimento acadêmico/ cultural.
Este novo padrão de prática de ensino, especialmente através das discussões e dos
debates, é uma boa ferramenta para o professor modificar o estilo de uma aula, saindo de um
modelo previamente engessado. Nesta situação, o docente pode, inclusive, introduzir assuntos
novos e polêmicos que são aproveitados e absorvidos de maneira mais eficiente. Ministrando
uma aula mais “leve” e interativa, maiores são as chances do professor atingir o seu público,
ou seja, os seus alunos.
Seguindo este princípio nosso projeto visou conscientizar e expor a importância do
sono e dos prejuízos atrelados à sua privação na vida dos adolescentes, através de uma aula.
Fez parte desta atividade conceitos como: o que é o sono; as suas principais características; os
motivos pelos quais ele ocorre, dentre outros aspectos e salientando a sua influência em
nossas vidas.
O tema promoveu uma grande interação com os alunos que participaram ativamente
da aula e contribuíram para a construção passo a passo dos conceitos, seguindo as suas
próprias vivências. Este fato enriqueceu a aula, pois além de contextualizar aquilo que era
trabalhado, cada novo exemplo aproximava ainda mais os alunos dos conceitos que eram
expostos.
Acreditamos que desta forma contribuiremos para o desenvolvimento de hábitos mais
saudáveis em relação ao sono, uma vez que ao serem alertados, eles poderão desde já começar
a modificar os seus hábitos e, em consequência, desenvolver melhor qualidade de vida.
Desta forma, após o desenvolvimento deste projeto, esperamos trazer grandes
benefícios a todos os alunos envolvidos e, indiretamente, as pessoas vinculadas aos seus
círculos sociais. Essa iniciativa servirá, então, de modelo para outros tantos projetos, em
benefício da sociedade, aproximando universidade e comunidade. Esta aproximação faz com
que haja uma transformação social, diminuindo as desigualdades e contribuindo para uma
sociedade mais humanitária.
Esperamos também que os alunos sejam incentivados a cada vez mais buscarem
conhecimentos científicos, contribuindo para o processo de formação acadêmica/ cultural e
que entendam que, ao compreendermos conceitos científicos, melhoramos nossa percepção do
mundo que vivemos.
54
Uma intervenção na prevenção e no alerta a uma boa higiene do sono é realizada na
Escócia, pela Sleep Scotland. Fundada em 1998, a Sleep Scotland é uma instituição de
caridade que apoia pais e educadores de jovens e crianças com problemas do sono. Ela foi
criada para investigar se haveria necessidade de um serviço dedicado a ajudar as famílias de
crianças com distúrbios graves do sono. Hoje, a organização treina e dá suporte a
conselheiros, conta com uma linha telefônica de ajuda a parentes e profissionais, mantém
algumas clínicas de sono, dentre outras atividades. A organização já auxiliou em torno de
1.491 famílias, representando cerca de 1.524 crianças e já formou, aproximadamente, 220
conselheiros (SCOTLAND, 2011). E a instituição segue, alertando e estimulando jovens e
seus parentes para a importância do sono em suas vidas.
Este tipo de trabalho demonstra que mediante acesso à informação, alunos, pais e
educadores podem mudar o seu perfil de sono, tendo, em consequência, uma melhor
qualidade de vida.
55
7 CONCLUSÃO
Observamos, pela grande receptividade e pelos momentos de descontração e de
identificação com os cartoons de que a nossa premissa estava correta, os adolescentes têm
preterido o sono a tarefas cotidianas ou atividades sociais. Por já terem um atraso natural do
seu relógio biológico, esta pode ser uma fase de desequilíbrio das funções promovidas pelo
sono, podendo ter efeitos na sua vida adulta.
No mesmo dia da aula, surgiu a ideia e um convite de ministrarmos essa aula-palestra
para os pais dos alunos. No dia seguinte, recebemos a proposta de não só realizarmos essa
atividade para os pais, mas também para os docentes do colégio, no início do período letivo.
Se este for o caso, acreditamos que atingindo um maior número de pessoas,
poderemos contribuir ainda mais para o desenvolvimento de hábitos mais saudáveis em
relação à higiene do sono. Uma vez alertados, pais e educadores poderão ajudar a prevenir
futuros distúrbios e irão reforçar a importância de um sono satisfatório para o bom
desenvolvimento e aprendizado dos adolescentes.
Concluímos, então, que este foi um projeto bem sucedido. Atingimos nosso objetivo e
superamos as nossas expectativas em relação à recepção e repercussão desta atividade na
escola. Esperamos que os alunos melhorem a sua higiene do sono, para que tenham assim,
uma melhor qualidade de vida.
56
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Aluna mestre: Isabela Santos Valentim
Série: 2º ano Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio (X) Turma(s) envolvida(s): 2201 e 2202
Professor regente: Maruzza Murray
Data da aula: 03/ 11 /2011
Plano de Aula: Sono
Objetivo Geral: Conscientizar os alunos da importância do sono, explicando os fatores que regem esse comportamento.
Objetivos Conteúdo Procedimentos Recursos
Despertar o interesse dos alunos
sobre o tema;
Elucidar o que é sono;
Apresentar os diferentes padrões de
sono na Natureza;
Compreender como o sono
acontece;
Expor os efeitos da privação de
sono na vida cotidiana;
Analisar e discutir as verdades
científicas que explicam as
condições propícias para uma boa
noite de sono.
Visão geral sobre o que é sono e como ele está
presente na Natureza;
Os mecanismos envolvidos no controle do ciclo
vigília/ sono;
As duas fases do sono: sono não-REM e sono
REM;
Sono e adolescência;
Privação de sono versus rendimento escolar;
O papel do sono para uma boa qualidade de
vida;
Pesquisas científicas envolvendo sono;
Dicas para uma boa higiene de sono.
Num primeiro momento, os alunos irão se deparar
com comportamentos clássicos da sua faixa etária;
A seguir, serão estimulados a responder o que eles
entendem como sono;
A partir deste ponto, eles serão incentivados a
fazer correlações entre esse comportamento e a sua
qualidade de sono;
Depois de estabelecido o ritmo da aula, o conteúdo
será apresentado de maneira que eles participem
da construção dos conceitos, tendo a liberdade de
sempre fazerem perguntas;
Os slides serão utilizados para ilustrar o conteúdo,
com gráficos e imagens que facilitarão o
aprendizado.
Datashow;
Ilustrações.
Observações: A aula será uma oportunidade para examinar aspectos da biologia do sono, especialmente do adolescente, e uma tentativa de construir com os
jovens uma rede de relações entre a sua fisiologia e questões mais gerais ligadas ao seu comportamento. Referências Bibliográficas: MCNAMARA, P.; BARTON, A.; NUNN, L. Evolution of Sleep Phylogenetic and Functional Perspectives. [S.l.]: Cambridge University Press, 2010.
KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSELL, T. M. Princípios da Neurociência. 4ª. ed. [S.l.]: Manole.
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