Introdução | Arquitetura de Peirce | Categorias Cenopitagóricas | Signo como relação triádica TricotomiasIntrodução à Semiótica Peirceanac
Tricotomias
Este material educacional é parte de um conjunto de
recursos que contemplam uma Introdução aos
aspectos gerais da teoria semiótica desenvolvida por
Charles Sanders Peirce.
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Os tópicos contemplados neste objeto de aprendizagem são os seguintes:
Tricotomias
Primeira Tricotomia e seus signos;
Segunda Tricotomia e seus signos;
Terceira Tricotomia e seus signos;
Dez classes de signos.
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Baseado nas categorias cenopitagóricas
e sua concepção triádica, Peirce relaciona três
tricotomias referentes a relação triádica:
Signo – Objeto – Interpretante
pelas quais o signo se constitui.
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Diz respeito ao signo emrelação a ele próprio
3° Tricotomia
2° Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo emrelação ao seu objeto
Diz respeito ao signo emrelação ao seu interpretante
(CP 2.243).
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Para cada tricotomia, Peirce descreve três
signos segundo as categorias cenopitagóricas:
Primeiridade;
Secundidade;
Terceiridade.
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Indica que, com respeito a sua própria constituição,
“caráter de apresentação” (CP 2.243),
um signo pode ser uma qualidade (qualisigno), um
existente (sinsigno), ou uma lei (legisigno).
1° Tricotomia Diz respeito ao signo emrelação a ele próprio
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1° Tricotomia
Quali-signoPrimeiridade
(CP 2.244-246).
Signos
Sin-signoSecundidade
Legi-signoTerceiridade
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1° Tricotomia
Quali-signoPrimeiridade
Signos
Em si mesmo o signo é da classe da natureza das
aparências. Qualisigno é uma qualidade que é um
signo, que funciona como um signo sem qualquer
referência a qualquer outra “coisa” (CP 2.244).
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1° Tricotomia
Sin-signoSecundidade
Signos
Em si mesmo o signo é da natureza de um objeto ou
fato individual. Sinsigno é uma ocorrência, um fato, um
evento particular, que é um signo (CP 2.245).
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1° Tricotomia
Legi-signoTerceiridade
Signos
Em si mesmo o signo é da natureza de um tipo geral.
O legisigno é um signo que é uma “lei” (CP 2.246).
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Indica o “caráter interpretativo” do signo (CP 2.243),
um signo pode ser um ícone, um índice ou um símbolo.
2° Tricotomia Diz respeito ao signo emrelação ao seu objeto
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2° Tricotomia
ÍconePrimeiridade
(CP 2.247-249).
Signos
ÍndiceSecundidade
SímboloTerceiridade
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2° Tricotomia
ÍconePrimeiridade
Signos
Uma representação “cuja relação com seu objeto é
uma mera comunidade de alguma qualidade”.
Relações de similaridades, ou de analogias, seu objeto
realmente existindo ou não (CP 2.247).
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2° Tricotomia
ÍndiceSecundidade
Signos
Uma representação cuja “relação com o seu objeto
consiste em uma correspondência de fato”, relação de
causa e efeito (CP 2.248).
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2° Tricotomia
SímboloTerceiridade
Signos
Uma representação cujo “fundamento da relação com
seu objeto é uma relação imputada” (CP 2.249).
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Indica a como o signo se apresenta para seu
intepretante. Indica o “poder interpretativo do
signo” (LISZKA APUD QUEIROZ, 2004), descreve o poder do signo
para produzir interpretantes (CP 2.243).
3° Tricotomia Diz respeito ao signo emrelação ao seu interpretante
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3° Tricotomia
RemaPrimeiridade
(CP 2.247-249).
Signos
DicenteSecundidade
ArgumentoTerceiridade
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3° Tricotomia
RemaPrimeiridade
Signos
Para seu intepretante é um signo de possibilidades.
O rema é um signo que, para seu interpretante, é um
signo de Primeiridade.
Ele é interpretado como um signo de “possibilidade”,
uma mera hipótese (CP 2.250).
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3° Tricotomia
DicenteSecundidade
Signos
Para seu intepretante é um signo de existência
atualizada. O dicente é um signo que, para seu
interpretante, é um signo de existência real, um evento
ou uma ocorrência, um fato (CP 2.251).
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3° Tricotomia
ArgumentoTerceiridade
Signos
Para seu intepretante é um signo de lei (CP 2.252).
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Dessa forma, estas são as três tricotomias e os signos resultantes:
2° TricotomiaComo ele se relaciona
com seu objeto?
ÍconePrimeiridade
ÍndiceSecundidade
SímboloTerceiridade
Relações1° Tricotomia
O que é o signo em si mesmo?
3° TricotomiaComo ele se relacionacom seu interpretante?
Quali-signo
Sin-signo
Legi-signo
Rema
Dicente
Argumento
(CP 2.243 - 252).
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Em seguida Peirce concebe um modelo em que
classes resultam do cruzamento das divisões (CP
2.254).
Assim, as classificações tornam-se “sistemas
de relações cruzadas”.
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Acesse “Arquitetura de Peirce” para mais
definições acerca do sistema de Peirce.
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Mas as divisões tricotômicas não são independentes,
então são limitadas por regras, e diversas construções
não são permitidas.
Por exemplo:
um argumento pode ser apenas símbolos, não
índices ou ícones.
Um primeiro pode ser qualificado apenas como
primeiro; Um segundo pode ser qualificado por um
primeiro e por um segundo; e um terceiro pode ser
qualificado por um primeiro, segundo e terceiro (SAVAN
apud QUEIROZ, 2004, p.90).
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Dez classes
A relação entre estas três tricotomias gera
10 classes de signos, formando a
percepção que se dá em três níveis:
Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.
Lembrando que as tricotomias são combinadas
formando, um sistema de relações
cruzadas, mas suas formações são permitidas
por uma “regra de qualificação”, pois
suas combinações não são livres.
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Dez classes
(I)RemáticoIcônico
Qualissigno
(V)RemáticoIcônicoLegissigno
(VIII)RemáticoSimbólicoLegissigno
(X)ArgumentoSimbólicoLegissigno
(III)RemáticoIndicialSinsigno
(VII)DicenteIndicialLegissigno
(II)RemáticoIcônicoSinsigno
(VI)RemáticoIndicialLegissigno
(IX)DicenteSímboloLegissigno
(IV)DicenteIndicialSinsigno
(CP 2.264).
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A combinação das nove modalidades de
signos das três tricotomias, resultam dez
classes de signos, e Peirce menciona
exemplos para ilustrar cada classe de
signo (CP 2.254-263).
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Além destas dez classes resultantes da combinação das três
tricotomias, Peirce sugeriu formas de investigar o signo mais
especificamente:
através de seis tricotomias, que resultam em 28 classes
devido às “regras de qualificação”,
e em dez tricotomias, resultando em 66 classes, também
devido às “regras de qualificação”.
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Peirce, em seus manuscritos, não deixa claro nomes
definitivos das classes, mas descreve as dez tricotomias, e
afirma não estar certo sobre algumas destas.
Esses impasses causam muitas discordâncias entre os
pesquisadores da obra de Peirce, e segundo Farias (2002)
não se pode determinar claramente a ordem das tricotomias,
e mudanças na ordem das tricotomias, alteram
significativamente o resultado das combinações das
modalidades.
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