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ROBSON NASCIMENTO DA MOTA
INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
RECIFE, 2009
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ROBSON NASCIMENTO DA MOTA
INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
RECIFE, 2009
Material didático destinado ao apoio às aulas de Metodologia Científica, e Metodologia da Pesquisa, bem como apoio à Iniciação Científica.
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M917i Mota, Robson Nascimento da. Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica/ Robson Nascimento da Mota. – Recife : O autor, 2009. 66 f.
Apostila. 1. Metodologia científica. 2. Pesquisa científica. 3. Normatização. I. Título.
CDU 001.8
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 04
2 INICIAÇÃO À METODOLOGIA DA PESQUISA 05
2.1 Tipos de conhecimento 05
2.1.1 Conhecimento filosófico 05
2.1.2 Conhecimento teológico ou religioso 07
2.1.3 Conhecimento empírico ou popular 07
2.1.4 Conhecimento científico 08
2.1.4.1 Características do conhecimento científico 09
2.2 O que é ciência 10
3 A PESQUISA CIENTÍFICA 12
3.1 Conceitos 12
3.2 Requisitos para pesquisa científica 12
3.3 Finalidades da pesquisa científica 13
3.4 A ética na pesquisa 14
3.4.1 O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) 15
3.5 O delineamento metodológico 16
3.5.1 Tipos de pesquisa 17
3.5.1.1 Quanto à natureza do problema 17
3.5.1.2 Quanto aos objetivos 17
3.5.2 Métodos e técnicas de pesquisa 18
3.5.2.1 Quanto aos métodos 19
3.5.2.2 Quanto aos procedimentos técnicos 20
3.5.2.3 Quanto à coleta de dados 23
3.5.2.4 Quanto à amostra 25
3.5.2.5 Quanto à análise e interpretação dos dados 26
3.6 As fontes de pesquisa 27
4 NORMAS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS 29
4.1 NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa 29
4.2 NBR 6023: referências 29
4.3 NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento escrito
29
3
4.4 NBR 6027: sumário 29
4.5 NBR 6028: resumo 29
4.6 NBR 10520: citações em documento 30
4.7 NBR 14724: trabalhos acadêmicos 30
4.8 NBR 15287: projeto de pesquisa 30
5 TIPOS DE PUBLICACÃO/TEXTOS ACADÊMICOS 31
5.1 Projeto de pesquisa 31
5.2 Relatório de pesquisa ou técnico-científico 32
5.3 Monografia 32
5.4 Dissertação 33
5.5 Tese 34
5.6 Resumo 34
5.7 Resumo indicativo 35
5.8 Resumo informativo 35
5.9 Resumo crítico (resenha ou recensão) 35
5.10 Artigo científico 36
5.11 Comunicação científica (paper) 37
5.12 Ensaio 37
REFERÊNCIAS 39
APÊNDICE A – Sugestão de estrutura do delineamento metodológico da pesquisa científica
41
APENDICE B – Sugestão de um modelo de estrutura para projeto de pesquisa
42
APÊNDICE C – Sugestão de um modelo de estrutura para trabalho de conclusão de curso, apenas com elementos obrigatórios
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4
1 INTRODUÇÃO
Durante as experiências lecionando disciplinas de Metodologia Científica e Trabalho
de Conclusão de Curso I, bem como durante as orientações em Trabalho de
Conclusão de Curso e de Iniciação Científica, o autor do presente trabalho se
deparou com algumas dificuldades, tanto por parte dos alunos, como pelos próprios
docentes e orientadores, principalmente no que se refere a abstração da própria
ciência, e mais adiante, na elaboração de textos acadêmicos.
Diante deste cenário, e imbuído da responsabilidade de educador, é que o autor
buscou facilitar os processos de ensino/aprendizagem e orientação, elaborando este
material didático de apoio às atividades docentes.
Sua elaboração foi baseada procurando estruturá-lo dentro das próprias normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como tentando demonstrar
o mais claro possível, as “entrelinhas” das informações utilizadas. Para tanto,
procurou fazer uso dos autores que mais simplificam a questão da metodologia
científica, facilitando assim, o processo para os discentes como para os docentes.
Longe da pretensão de ser material imprescindível, o presente trabalho busca
apenas facilitar o processo no decorrer da disciplina de Metodologia Científica, ou
qualquer outra denominação que se dê a esta disciplina, tendo como base a
bibliografia especializada e a experiência do autor na docência e em suas incursões
em trabalhos de conclusão de curso e iniciação científica, devendo, constantemente,
ser atualizado e adaptado às novas necessidades que irão surgindo.
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2 INICIAÇÃO À METODOLOGIA DA PESQUISA Para o início ao estudo da metodologia científica, algumas abordagens são de
extrema importância, como por exemplo: os tipos de conhecimentos e a base
conceitual acerca da ciência. É o que se poderá, ou pelo menos tentará, constatar
no decorrer desta seção.
2.1 Tipos de conhecimentos
Inicialmente, faz-se necessário deixar claro que o conhecimento não é algo estático
e conclusivo, mas sim, é construído a cada dia, a cada vivência e a cada pesquisa
realizada. Nem tão pouco existe um único conhecimento universal, e que consiga
explicar todas as questões humanas.
Sendo assim, pode-se dividir o conhecimento em várias áreas, ou dimensões, como
por exemplo, os conhecimentos filosófico, teológico – também chamado religioso,
popular – ou empírico – e o científico, entre tantos outros analisados pelos
estudiosos e pesquisadores na metodologia científica.
2.1.1 Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico busca entender a realidade e as questões da vida
humana, mesmo não demonstrando conclusões finais. É este tipo de conhecimento
que busca habilitar o Homem a melhor compreender a vida (CERVO; BERVIAN; DA
SILVA, 2007).
Appolinário (2004, p. 52) contribui na explicação do conhecimento filosófico, quando
afirma que este é uma
Forma de conhecimento caracterizada pela reflexão racional e pelo foco da lógica interna, ou seja, pela coerência dos conceitos articulados em sua formulação, todavia prescindindo de verificação empírica (o que a diferencia do conhecimento científico, por exemplo).
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Neste sentido, pode-se entender que este tipo de conhecimento busca compreender
a realidade, pelo foco racional, a partir do conhecimento interno de cada um.
Entretanto, como não faz uso de métodos de verificação, o diferencia do
conhecimento científico.
Corroborando com esta abordagem, Lakatos e Marconi (2000 apud APPOLINÁRIO,
2004, p. 52-53) afirmam que “o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço
da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo
e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana”, ou seja é por
meio da razão que se pode distinguir o certo do errado, tendo como ponto inicial, e
de referencia, a própria razão humana.
As autoras supracitadas ainda explicam a diferença existente entre este
conhecimento e o científico:
Assim, se o conhecimento científico abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observação, o objeto de análise da Filosofia são as idéias, relações conceituais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pela ciência experimental. (LAKATOS; MARCONI, 2000 apud APPOLINÁRIO, 2004, p. 52-53)
O que se entende é que o objeto de estudo do conhecimento científico pode ser
analisado e mensurado por técnicas que buscam se aproximar ao máximo da
realidade, enquanto que no filosófico são as questões conceituais.
Ainda acerca da diferença entre os conhecimentos filosófico e científico, Cervo,
Bervian e Da Silva (2007), concordando com Marconi e Lakatos (2000 apud
APPOLINÁRIO, 2004, p.8), ainda consideram que:
O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois, sendo de ordem material e física, são susceptíveis de experimentação. O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que, por serem de ordem supra-sensíveis, ultrapassam a experiência.
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2.1.2 Conhecimento teológico ou religioso
Quanto ao conhecimento teológico, ou também chamado de religioso, esse é movido
pela fé e crença, em algo que necessariamente não se pode ao menos ver, mas
apenas crer. Esse tem suas bases em dogmas de fé, ligadas à entidades “supra-
humanas” ou por acontecimentos (fenômenos) sobrenaturais, como afirma
Appolinário (2004, p. 53):
Forma de conhecimento baseada na fé e na crença, ou seja, na aceitação de princípios dogmáticos (irrefutáveis e indiscutíveis) ligados à existência de entidades supra-humanas (p. ex., Deus) e/ou fenômenos 'sobrenaturais'.
O que se pode entender é que é um tipo de conhecimento, onde as verdades são
indiscutíveis e livres de qualquer dúvida, até porque são como revelações de seres
considerados superiores, ou seja, divinos (LAKATOS; MARCONI, 2000 apud
APPOLINÁRIO, 2004).
Por fim, pode-se também levar em consideração a contribuição de Cervo, Bervian e
Da Silva, quando afirmam que esse é um:
conhecimento revelado – relativo a Deus – e aceito pela fé teológica constitui o conhecimento teológico. Este, por sua vez, é o conjunto de verdades ao qual as pessoas chegaram não com o auxílio de sua inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina. (2007, p. 8)
Ou seja, é o tipo de conhecimento que não se tem como provar, pelo simples fato
que não se faz necessário. E apesar de não haver possibilidade de ser medido e
analisado por instrumentos, ou métodos que se aproximam a realidade, são valores
tão importantes quanto os científicos, pois refletem valores culturais.
2.1.3 Conhecimento empírico ou popular
Antes de finalizar com o conhecimento científico, faz-se necessário abordar o
conhecimento empírico, também chamado de popular, que é um tipo de
conhecimento semelhante ao religioso e ao filosófico, pois também não se utiliza de
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instrumentos de mensuração ou observação científicos, mas é muitas vezes a
própria base para se começar uma pesquisa em busca conhecimento científico.
Para uma melhor compreensão, pode-se considerar a contribuição de Appolinário,
quando ele considera que:
Forma de conhecimento que provém da experiência cotidiana, do senso comum. Considerada a primeira forma de conhecimento, gerada basicamente pela interação do ser humano com o mundo e fundamentada na experiência individual. É uma forma de conhecimento assistemática e a-metódica. O conhecimento empírico é fortemente dependente da cultura, da sociedade, do momento histórico e do meio ambiente físico no qual se insere o indivíduo. (2004, p. 52)
De acordo com o autor supracitado, a base do conhecimento popular é a construção
cultural e social de um povo, onde vários fatores interferem nessas “crenças”. Não
por força de dogma de fé, mas pelas condições que o próprio meio incide sobre uma
sociedade.
Outra contribuição vem de Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.6), quando eles
contestam algumas “certezas” quanto ao conhecimento empírico, quando esse
muitas vezes é denominado de vulgar ou senso comum, e complementam afirmando
que esse conhecimento é aquele “adquirido pela própria pessoa na sua relação com
o meio ambiente ou com o meio social, obtido por meio de interação contínua na
forma de ensaios e tentativas que resultam em erros e em acertos”.
2.1.4 Conhecimento científico
O conhecimento científico é aquele que se baseia pela capacidade de ser analisado,
estudado, mensurado e observado por instrumentos científicos, que buscam uma
maior proximidade com a realidade, ou que pelo menos tenta.
Apesar de se utilizar de instrumentos científicos, e possuir todas as características
anteriormente mencionadas, e até mesmo pelas comparações anteriormente
realizadas no decorrer da explicação de outros tipos de conhecimento, esse
conhecimento muitas vezes não consegue chegar a uma certeza final, mas sim
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buscar explicar à luz da ciência, os fenômenos que ocorrem nos vários ramos da
ciência.
Acerca desse conhecimento, Appolinário (2004, p. 51) contribui com: “É o
conhecimento produzido segundo as normas da ciência”, ou seja é aquele que é
regido pelos padrões e parâmetros da ciência.
Buscando explicar a profundidade e o caráter sistemático do conhecimento
científico, Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.7) contribuem com a seguinte
consideração: “procurando compreender, além do ente, do objeto, do fato e do
fenômeno, sua estrutura, sua organização e funcionamento, sua composição, suas
causas e leis”.
2.1.4.1 Características do conhecimento científico
Segundo Lakatos e Marconi (2000 apud APPOLINÁRIO, 2004), o conhecimento
científico possui as seguintes características:
a) É organizado, pois é articulado funcionalmente;
b) É metódico, uma vez que se utiliza de preceitos previamente determinados;
c) Por possuir uma lógica, é sistemático;
d) Já que não está baseado na fé, buscando até mesmo excluí-la, é racional; e) É claro e preciso, já que é exato e procura evitar a dúvida.
f) E por fim, é acumulativo, já que o conhecimento está sempre em construção e o
mesmo acumula conhecimentos anteriormente construídos.
Recomendação para leitura complementar Recomenda-se a leitura da Parte 1 da obra: CERVO,
Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
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Popper (1974 apud APPOLINÁRIO, 2004) considera que um conhecimento científico
deve ter as seguintes condições básicas:
a) Replicabilidade, ou seja, ser capaz de se produzir novamente;
b) Fidedignidade, por permitir ser aplicado fora da própria pesquisa;
c) Generalidade, uma vez que, variando as condições, ele pode ser aplicado
novamente;
d) E falseabilidade, por permitir ser falseável.
2.2 O que é ciência? Pode-se considerar por ciência, o estudo meticuloso, sistemático e organizado,
acerca de um fenômeno, e que é realizado por alguém que busca explicar e
demonstrar a verdade, bem como ter uma terminalidade, como explica Oliveira
(2004, p.47): “Trata-se do estudo, com critérios metodológicos, das relações
existentes entre causa e efeitos de um fenômeno qualquer, no qual o estudioso se
propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas”.
Outra contribuição vem de Oliveira (2004, p.47), quando o mesmo afirma que a
ciência é uma forma de conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio da pesquisa e dos testes.
O autor supracitado considera que, além das características mencionadas pelo autor
anterior a ele, a ciência abrange o estudo de fenômenos diversos, como da
natureza, os sociais, os biológicos, os matemáticos, os físicos e o químicos.
Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.7), buscando demonstrar o caráter acumulativo
da ciência e a continuidade na construção do conhecimento, consideram que:
A ciência não é considerada algo pronto, acabado ou definitivo. Não é a posse de verdades imutáveis. [...] é entendida como uma busca constante de explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus resultados, apesar de sua falibilidade e de seus limites. [...]
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Por ser dinâmica, a ciência busca renovar-se e reavaliar-se continuamente. Ela é processo em construção.
E quanto ao rigor e a sistematização da ciência, os autores supracitados consideram
que a mesma “pretende aproximar-se cada vez mais da verdade por meio de
métodos que proporcionem maior controle, sistematização, revisão e segurança do
que outras formas de saber não científicas”. (Ibidem)
Recomendação para leitura complementar Para complemento, a seção 1.2 CONCEITO DE CIÊNCIA, da obra de LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.
Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
12
3 A PESQUISA CIENTÍFICA
Base dos estudos científicos, a pesquisa científica, configura-se como elemento de
extrema importância para a construção, e continuidade, do conhecimento científico.
É nela que se encontra todo o rigor, a organização e a sistematização da ciência.
3.1 Conceitos
Buscando contextualizar a pesquisa cientifica, faz-se necessário, inicialmente,
reportar-se ao conceito básico de pesquisa, quando Andrade (2003, p. 121)
considera que: “Pesquisa é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no
raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos,
mediante a utilização de métodos científicos”, ou seja, é o estudo baseado na
racionalidade e na sistematização, como inicialmente dito.
Mas precisamente acerca da pesquisa científica, Appolinário (2004, p. 150)
considera que esta é um
Processo através do qual a ciência busca dar respostas aos problemas que se lhe apresentam. Investigação sistemática de determinado assunto que visa obter novas informações e/ou reorganizar as informações já existentes sobre um problema específico e bem definido.
Sendo assim, pode-se considerar como pesquisa científica, o processo pelo qual o
estudioso, também chamado de pesquisador, busca construir o conhecimento, ou
até mesmo descobrir algo, ou explicar um fenômeno, tendo como base os preceitos
da ciência e do conhecimento científico.
3.2 Requisitos para a pesquisa científica
Andrade (2003) considera que a pesquisa científica deve estar embasada pelos
seguintes requisitos:
a) A qualificação de quem realiza a pesquisa, o pesquisador;
b) Os recursos humanos envolvidos;
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c) Os recursos materiais;
d) Os recursos financeiros.
Já Gil (1987 apud ANDRADE, 2003, p. 122), em relação ao pesquisador, considera
que esses devem possuir os seguintes requisitos:
a) Conhecimento acerca do assunto que será pesquisado;
b) A curiosidade;
c) A criatividade;
d) A integridade intelectual;
e) Ter atitude autocorretiva;
f) Ter sensibilidade social;
g) Possuir imaginação disciplinada;
h) Ser perseverante e paciente;
i) Ter confiança em sua experiência;
3.3 Finalidades da pesquisa científica
E a que se destina a pesquisa científica? Qual a sua finalidade, não
necessariamente o rigor e o caráter sistemático?
Andrade (2003) considera que a pesquisa científica possui dois grupos de
finalidades. O primeiro, que busca reunir as motivadas por razões de ordem
intelectual. E o segundo grupo, que busca as motivadas por razões práticas.
No grupo das finalidades motivadas por razões intelectuais, o objetivo da pesquisa é
buscar o saber, “para a satisfação do desejo de adquirir conhecimentos” (ANDRADE,
2003, p. 122). Esse é o tipo de pesquisa considerada pura ou fundamental,
desenvolvida por cientistas.
Já no segundo grupo, a pesquisa busca uma utilização prática, normalmente
buscando atender as necessidades da vida moderna. Sendo assim, ela busca
“contribuir para fins práticos, pela busca de soluções para problemas concretos”
(Ibidem). Esse é o tipo de pesquisa denominada de aplicada.
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3.4 A ética na pesquisa
Capítulo a parte, quando se trata de pesquisa, é tão importante, ou até mais, quanto
à própria atividade de investigar (pesquisar). Independente da relevância,
abrangência e dimensão de uma pesquisa, a ética deve ser algo intrínseco. Deve
ser condição sine qua non.
Entretanto, além de ser algo de cada ser humano, também se encontra diretamente
relacionada à cultura e ao contexto social.
Na seção 3.2 algumas características do pesquisador foram abordadas. Não
desmerecendo as demais, pode-se considerar que a “integridade intelectual” seja a
que tem maior relação com a ética.
A ética deve permear vários pontos de uma pesquisa: no uso de fontes, na coleta do
dados e na divulgação dos resultados.
Como uma das características do conhecimento científico é o fato do mesmo ser
acumulativo, como visto anteriormente, fica óbvio o fato de ser imprescindível o uso
de fontes. Usar abordagens de outros pesquisadores não é errado, muito pelo
contrário, isso demonstra o empenho do pesquisador na leitura de outras obras,
muitas delas resultantes de pesquisas semelhantes à que esse está realizando, so
que foi feita anteriormente.
O que pode ser considerado como não é ético, é justamente o uso de produção
intelectual de outros, sem a devida citação. O que não pode ser justificado, tanto
pelo lado ético, como pelo uso – ou falta – inadequado da norma da Associação
Recomendação para leitura complementar Para complemento acerca da pesquisa científica, recomenda-se a leitura da seção 10 PESQUISA
CIENTÍFICA: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS, da obra de ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à
metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 6a. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
15
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para as citações, que será abordada
posteriormente.
O segundo ponto importante é na coleta de dados. O pesquisador deverá buscar a
ferramenta mais adequada, não a que mais facilita a sua vida, para se coletar as
informações para a sua pesquisa. Um questionário ou formulário bem elaborado,
uma entrevista bem pautada, uma observação livre de juízo de valor, são formas
éticas para tal etapa da pesquisa.
Ainda nessa abordagem, é importante mencionar que, quando a pesquisa aborda
seres humanos, e não apenas nas pesquisas da área de saúde ou aquelas
invasivas, deve ter tratamento específico. A resolução 196/96, do Conselho Nacional
de Saúde, trata da questão ética das pesquisas com seres humanos e
incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. (1996).
Para as pesquisas com seres humanos faz-se necessário o uso de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dentro dos procedimentos
metodológicos. Na seção 3.4.1 este documento será tratado especificamente.
Por fim, a confiabilidade nos resultados apresentados devem ser algo incontestável.
Isso não quer dizer que se esgotaram todas as possibilidades, mas sim que os
resultados apresentados são realmente frutos da pesquisa. Além disso deve-se ter
transparência de como se chegou aos resultados, e isso se demonstra basicamente
na apresentação dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa.
3.4.1 O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é o documento em que o
sujeito da pesquisa, mediante sua assinatura, autoriza a participar na investigação.
Como o próprio nome diz, sua participação deve ser livre de qualquer intervenção e
influência (CASTILHO; KALIL, 2005).
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Apesar de ser mais utilizado nas pesquisas da área de saúde, esse documento tem
sua utilidade em todo tipo que pesquisa onde o ser humano é fonte de fornecimento
de dados para uma investigação científica.
Após sua elaboração, o mesmo deverá ser submetido, juntamente com o Projeto de
Pesquisa, para análise em um Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Algumas
instituições de ensino possuem seu próprio comitê, entretanto, caso uma específica
não o possua, mesmo assim essa documentação deverá ser avaliada por um
externo.
3.5 O delineamento da pesquisa Item de extrema importância no planejamento e execução da pesquisa, o
delineamento metodológico, muitas vezes configura-se como ponto complicador, não
raramente, pelo fato da não familiarização do pesquisador com a Metodologia
Científica.
É nesta fase da pesquisa que se irá demonstrar todos os passos para se alcançar os
objetivos propostos (LAKATOS; MARCONI, 2001). Nesta etapa o pesquisador
deverá definir qual a natureza de sua pesquisa, quem é o sujeito de sua pesquisa,
qual a amostra será utilizada, qual o instrumento de coleta de dados e como será a
análise dos dados. Inicialmente parece algo bastante complexo, entretanto, após
algumas leituras o pesquisador estará familiarizado e capaz de elaborar, com
desenvoltura, esta etapa da pesquisa.
Conforme visto anteriormente, para se alcançar o rigor, a organização e a
sistematização da pesquisa, a mesma deve ser classificada de acordo com o tipo, os
métodos e as técnicas, o que consiste no seu delineamento metodológico, ou como
também chamam alguns pesquisadores, o desenho da pesquisa, ou qualquer outra
expressão.
Muitos autores classificam a metodologia sob vários aspectos. A seguir, serão
mencionadas e explicadas algumas dessas classificações, as mais importantes para
a pesquisa científica, como quanto à natureza, aos objetivos, aos métodos, aos
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procedimentos técnicos – também chamados meios de investigação - à coleta de
dados, à amostra e à análise de dados.
3.5.1 Tipos de pesquisa
Não se tem como pretensão, no presente trabalho, expor todas as formas de se
delinear a metodologia de uma pesquisa, pois, como o próprio conhecimento,
encontra-se sempre em evolução.
Entretanto, a partir de pesquisa nas principais obras que tratam do assunto, buscou-
se definir uma estrutura norteadora principalmente ao pesquisador iniciante.
Em especial, quanto ao tipo de pesquisa, buscou-se classificá-la quanto à natureza
do problema e quanto aos objetivos, como será exposto nas seções seguintes.
3.5.1.1 Quanto à natureza do problema
Sendo assim, é possível classificar a pesquisa, quanto à natureza do problema,
como sendo qualitativa e quantitativa. No que se refere à pesquisa qualitativa,
Appolinário (2004) explica que é a mais adequada para o estudo dos fenômenos,
onde os dados são obtidos utilizando-se de interações interpessoais, não sendo
possível mensurar os resultados por meios numéricos e estatísticos. Nesta pesquisa
é permitido ao pesquisador o aprofundamento, entretanto não é possível a obtenção
de resultados probabilísticos. Já na pesquisa quantitativa as variáveis utilizadas na
pesquisas podem ser mensuradas numericamente, fazendo-se o uso da estatística
como forma de análise dos resultados.
A primeira serve para aprofundar o conhecimento do problema, buscando entendê-
lo. E a segunda, testar hipóteses e correlações causais e estabelecer
generalizações.
3.5.1.2 Quanto aos objetivos
Quanto aos objetivos, Gil (2007) e Dencker (1998) classificam a pesquisa como
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sendo exploratória, descritiva e explicativa. No que se refere à pesquisa exploratória,
Dencker afirma que:
A pesquisa exploratória procura aprimorar idéias ou descobrir intuições. Caracteriza-se por possuir um planejamento flexível envolvendo em geral levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes e análise de exemplos similares. As formas mais comuns de apresentação das pesquisas exploratórias são a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. (1998, p. 52)
Nesta pesquisa busca-se uma maior familiarização com o problema da pesquisa,
procurando melhor explicá-lo, elaborar hipóteses e aprimorar idéias (GIL, 2007).
Acerca da pesquisa descritiva, Vergara (2007, p.47) explica que esta “expõe
características de determinada população ou de determinado fenômeno”. Acerca
desta, Gil (2007) menciona que, as principais técnicas utilizadas para a coleta de
dados são o questionário e a observação.
Já na pesquisa explicativa, o objetivo principal é buscar justificar os motivos para a
existência de determinado fenômeno (VERGARA, 2007).
Ainda quanto aos objetivos, ou fins, Vergara (2007) acrescenta a este, a pesquisa
como sendo metodológica, aplicada e intervencionista. A pesquisa metodológica é
aquela que busca construir instrumentos para avaliação, caminhos e procedimentos
acadêmicos. Quanto à pesquisa aplicada, tem finalidades mais práticas,
normalmente utilizadas nas empresas, buscando resolver problemas concretos.
Enquanto que na pesquisa intervencionista, sendo bastante utilizada em consultorias
e gestão, o objetivo é procurar interferir no objeto de estudo, buscando mudar uma
determinada situação. A diferença desta para a aplicada é que tem a intenção de
propor resoluções de forma efetiva.
3.5.2 Métodos e técnicas de pesquisa
Já quanto aos métodos e técnicas, a presente proposta apresenta as seguintes
classificações; quanto aos métodos, quanto aos procedimentos técnicos - também
chamando quanto aos meios de investigação -, quanto à coleta de dados, quanto à
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amostra e quanto à análise e interpretação dos dados.
3.5.2.1 Quanto aos métodos
Em relação aos métodos, Gil (1999) e Lakatos e Marconi (2001) classificam como
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.
Pode-se considerar como método dedutivo aquele que “parte do geral e, a seguir,
desce ao particular” (GIL, 1999, p. 27). Método lógico e racional, utilizado
normalmente na filosofia e na sociologia, parte de verdades reconhecidas para se
chegar á uma conclusão formal. Já o método indutivo, utilizado nas ciências
positivistas, como a física e a química, é inverso ao anterior, pois parte de uma
particularidade para a generalização (GIL, 1999), ou seja, método empirista que
acredita que o conhecimento é exclusivo da experiência, não levando em
consideração verdades preestabelecidas.
No método hipotético-dedutivo Kaplan (1972) apud Gil (1999, p. 30) considera que:
[...] o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as conseqüências por meio de experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário por outros e assim prossegue.
O que se observa é que no método hipotético-dedutivo, o problema é analisado pela
observação e experimentação, principalmente nas experiências realizadas em
laboratórios, a partir de hipóteses estabelecidas, buscando sua comprovação ou
não.
Já no método dialético, Gil (1999, p.32) aborda que neste,
os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc. Por outro lado,como a dialética privilegia as mudanças qualitativas, opõe-se naturalmente a qualquer modo de pensar em que a ordem quantitativa se torne norma.
20
Ou seja, neste método a pesquisa distingue-se das pesquisas positivistas, as quais
usam procedimentos quantitativos. Neste verifica-se as contradições da pesquisa
que está sendo realizada, buscando analisar o problema dentro do seu contexto
social, cultural e político.
Por fim, o método fenomenológico baseia-se em esclarecer o fato como é
apresentado, não é nem dedutivo nem empírico, não se utilizando de leis para a
explicação. É um método preocupado com o objeto (GIL, 1999), ou seja, não
acredita que os conhecimentos construídos anteriormente possam ser aplicados
indistintamente, teorizando em cima do que foi observado. Quer dizer que, cada
fenômeno tem suas características peculiares.
3.5.2.2 Quanto aos procedimentos técnicos
Já quanto aos procedimentos técnicos, Dencker (1998) classifica como: pesquisa
em fontes de papel e pesquisa de dados fornecidos por pessoas. A primeira
subdivide-se em pesquisa bibliográfica e pesquisa documental e a segunda como
pesquisa experimental, ex post facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa ação
e pesquisa participante.
Ainda quanto aos procedimentos técnicos, porém denominando como quanto aos
meios de investigação, Vergara (2007) classifica como sendo pesquisa de campo,
pesquisa de laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto,
participante, pesquisa-ação e estudo de caso.
A autora supracitada conceitua a pesquisa de campo como “investigação empírica
realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos
Recomendação para leitura complementar Para os métodos, recomenda-se a leitura do
capítulo 2, Métodos das Ciências, da obra: GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social. São Paulo: Atlas, 2008.
21
para explicá-lo”. (Ibidem, p.47). Entende-se por isso, a verificação do objeto de
estudo em seu local, buscando explicar os motivos.
Vergara (2007) ainda contribui com a pesquisa de campo, quando aborda que nesta
pesquisa a coleta de dados pode ser realizada por meio de entrevista, questionário,
teste e observação, podendo ser participante ou não.
No que se refere à pesquisa de laboratório, ela explica que é a utilizada em lugares
fechados, próprios, não podendo ser realizada em campo.
Ainda na mesma linha de classificação da pesquisa, adotada por Vergara (2007),
pode-se entender por pesquisa documental, aquela que busca os dados, como o
próprio nome já explica, em documentos, como por exemplo: registros,
regulamentos, ofícios, memorandos, filmes etc.
Já a pesquisa bibliográfica, entende-se como o estudo realizado a partir de
informações obtidas em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas.
É muito comum, quando da elaboração do referencial teórico, a utilização destes
dois tipos de pesquisa em conjunto, a documental e a bibliográfica, uma
complementando a outra. Aproveitando a oportunidade, faz-se importante mencionar
que as pesquisas não são realizadas apenas sob um tipo, mas pode sim, e é
extremamente comum, a conjunção de vários tipos de pesquisas e de métodos de
coleta de dados numa mesma investigação, de acordo com as necessidades
próprias da pesquisa.
Ainda quanto à pesquisa bibliográfica, é importante mencionar que a principal
ferramenta para coleta e análise dos dados são as fichas de documentação, que se
dividem em bibliográfica e de apontamento. É no fichamento que o pesquisador
anotará as principais informações de uma obra consultada (GIL, 2008), como por
exemplo, o título, a referência e o resumo da idéia (APPOLINÁRIO, 2004).
Medeiros (2009) trás sua contribuição para o fichamento, quando aborda a sua
importância para a elaboração de uma obra quer seja científica ou mesmo didática,
22
entre outras. Nesta mesma obra, o autor descreve os passos para realizar o
fichamento.
Quanto à pesquisa experimental, segundo Vergara (2007, p.48) é aquela que
“permite observar e analisar um fenômeno, sob condições determinadas.” A autora
também aborda que esta pode ser realizada em campo, de forma experimental e em
laboratório. Neste tipo de pesquisa, bastante utilizado na química e na física, o
pesquisador pode manipular as variáveis, bem como observar os resultado dessas
variações, fazendo, inclusive, cruzamentos entre elas.
Na pesquisa ex post facto, a investigação é realizada quando o fato já ocorreu,
sendo aplicada, principalmente, quando existem impossibilidades na manipulação
das variáveis. Desta forma, esta difere da experimental, justamente pela falta de
controle sobre as variáveis (VERGARA, 2007).
Quanto à pesquisa participante, Vergara (2007, p.49) ressalta a “fronteira
pesquisador/pesquisado” como algo não muito fácil de ser identificada. Isso se dá
pelo fato do envolvimento, do primeiro no problema ou fenômeno pesquisado. Para
melhor entendimento faz-se valer da contribuição de Appolinário (2004, p 155),
quando diz que esta é uma “Modalidade de pesquisa que utiliza como técnica de
investigação a observação participante”.
A pesquisa-ação tem caráter intervencionista, porém com características peculiares,
uma vez que absolve características tanto da pesquisa participante, como da
pesquisa aplicada (Ibidem). Appolinário (2004, p 151) contribui com a seguinte
definição:
Recomendação para leitura complementar Para o fichamento, recomenda-se o capítulo 7, Uso da
biblioteca, da obra: GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2008. E o capítulo 6, Fichamento, da obra: MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a pratica de
fichamentos, resumos e resenhas. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
23
Modalidade de pesquisa aplicada cujo objetivo básico é o de resolver, através da ação, algum problema coletivo no qual os pesquisadores e sujeitos da pesquisa estejam envolvidos de modo cooperativo e participativo.
Outra contribuição, para um melhor entendimento acerca da pesquisa-ação, vem de
Thiollent (2000 apud APPOLINÁRIO, 2004, p. 152) quando aborda o papel dos
pesquisadores, considerando que “desempenham um papel ativo no
equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação
das ações desencadeadas em função dos problemas”.
Quanto ao estudo de caso, Vergara (2007) aborda o caráter de aprofundamento e
detalhamento desta pesquisa, aplicada normalmente na investigação de produto,
empresa, órgão público, pessoas, família, comunidade ou país. Yin (2001, apud
APPOLINÁRIO, 2004, p. 87) considera que este é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.
Ainda na construção dos procedimentos metodológicos de uma pesquisa, é
importante levar em consideração as definições acerca dos métodos para coleta de
dados, da amostra e da análise dos resultados.
3.5.2.3 Quanto à coleta de dados
Na coleta de dados, o pesquisador definirá como obterá as informações necessárias
para o desenvolvimento da pesquisa (DENCKER, 1998). Assim como na definição
da pesquisa quanto aos procedimentos técnicos, na coleta de dados o pesquisador
pode fazer uso de vários métodos, dependendo dos objetivos a serem alcançados e
da dimensão e complexidade do problema.
Para a coleta de dados, no caso a realizada em campo, Vergara (2007) classifica
pelos seguintes métodos: observação, questionário, formulário, entrevista, interação
de técnicas diversas, como por exemplo, workshops e por outras formas que o
pesquisador melhor identificar.
24
O método da observação pode ser considerado como aquele em que o pesquisador
coleta as informações a partir de sua observação, podendo ser simples ou
participante. Para Vergara (2007), na observação simples o pesquisador não chega
a ter um completo envolvimento com o problema ou fenômeno pesquisado, é mais
um “espectador não interativo”, enquanto que na observação participante, o mesmo
encontra-se engajado no problema, ou procura se engajar neste.
No questionário, como método de coleta de dados, o pesquisador apresenta as
questões, a serem respondidas pelo entrevistado, de forma escrita, podem ter suas
questões abertas - as não estruturadas ou pouco estruturadas - e fechadas - as
estruturadas. Para Vergara (2007), as questões abertas são aquelas que permitem
que o entrevistado responda livremente, enquanto que nas fechadas ele, o
entrevistado, tem um elenco de opções para escolher ou ponderar.
Quanto à entrevista, o pesquisador fará o questionamento oralmente ao
entrevistado, tendo que, necessariamente ocorrer a presença física. Neste tipo, as
respostas podem ser anotadas por escrito ou gravadas. Existem três formas de
entrevistas, a informal, a focalizada e a por pauta. Na primeira, a entrevista ocorre
basicamente como uma conversa, porém com objetivo bem definido: obter
informações/dados. Na focalizada, a entrevista é semelhante à anterior, porém um
assunto específico tem que estar focado. Na entrevista por pauta, o pesquisador
elabora uma pauta, que pode ter pontos e é mais profunda na busca dos dados
(VERGARA, 2007).
O formulário, por sua vez, é um meio termo entre questionário e entrevista
(VERGARA, 2007). Neste, as questões são elaboradas por escrito, entretanto é o
próprio pesquisador que irá escrever as respostas dadas pelo entrevistado.
Ainda em relação à coleta de dados, pode-se considerar o fichamento com uma das
técnicas, já que é possível realizar uma pesquisa exclusivamente bibliográfica,
sendo assim, a forma mais completa para se analisar os dados relevantes, é esta
técnica.
Na interação de técnicas, o pesquisador poderá fazer uso de várias, uma vez que
25
uma não exclui outra, e sim se complementam. E por fim, o pesquisador, ainda
poderá elaborar uma técnica própria, ou adaptada, desde que a mesma seja
devidamente explicada no projeto e no relatório de pesquisa.
3.5.2.4 Quanto à amostra
Quanto à amostra, pode-se considerar como a parte da pesquisa onde se define a
população, ou o universo, que será objeto de estudo e de fornecimento de dados
(VERGARA, 2007). Já Gil (2007) chama a atenção em não utilizar todo o universo
possível de se fornecer dados, mas sim definir uma pequena parte.
A amostra de uma pesquisa pode ser probabilística, que se utiliza de dados
estatísticos, e a não probabilística. No que se refere à amostra probabilística, ela
pode ser: aleatória simples, estratificada, e por conglomerados (VERGARA, 2007).
Gil (2008) ainda acrescenta a sistemática e a por etapas.
Na amostra não probabilística, Vergara (2007) considera a possibilidade de ser: por
acessibilidade e por tipicidade. E Gil (2008) ainda acrescente a estas, outro tipo de
amostra, a por cotas.
Vergara (2007) explica que na pesquisa probabilística aleatória simples a escolha de
cada elemento de uma população é feita aleatoriamente. Entretanto, cada um tem
um valor atribuído. Já na estratificada, o pesquisador define algumas variáveis,
como por exemplo, grupos por sexo, idade, profissão ou outras. Esta, por sua vez
pode ser proporcional ou não. Já na pesquisa probabilística por conglomerado, o
pesquisador define conglomerados, ou seja, grupos de empresas, órgãos, famílias
etc., sendo utilizada quando a definição dos elementos da amostra não é fácil.
No que se refere aos tipos de amostra complementadas por Gil (2008), esse
considera a sistemática como sendo uma variação da amostra aleatória simples,
considerando que “Sua aplicação requer que a população seja ordenada de modo tal
que cada um de seus elementos possa ser unicamente identificado pela posição” (p.
92). E quanto à amostra por etapas, esse tipo “pode ser utilizado quando a
população se compõe de unidades que podem ser distribuídas em diversos
26
estágios”. (p. 93). Esse último tipo é mais indicado para quando se irá estudar uma
população onde seus elementos encontram-se distribuídos em uma grande área,
como um estado, uma região ou mesmo um pais.
Na pesquisa por acessibilidade, não probabilística, os elementos são escolhidos
pela facilidade de acesso, não ocorrendo nenhum procedimento estatístico. Por fim,
na pesquisa por tipicidade o pesquisador seleciona os elementos de acordo com
valores representativos do universo, ou seja, que possuam profundo conhecimento
acerca do local, da população e do problema (VERGARA, 2007).
Complementando as não probabilísticas, Gil (2008) explica que a amostra por cotas
é aquela mais indicada para a pesquisa de mercado ou eleitorais, onde a própria
seleção dos elementos que irão fornecer os dados é aleatória em cada nível, ou
classe. Para este tipo, o autor o divide em três etapas: 1ª A classificação da
população em função de sua importância para o estudo; 2ª A definição da proporção
dessa população; e a 3ª A fixação das cotas que cada pesquisador ou observador
terá para levantar as informações.
3.5.2.5 Quanto à análise e interpretação dos dados
A análise e interpretação dos dados, dentro do delineamento metodológico, é a
etapa seguinte a coleta de dados. Na análise esses dados serão ordenados de
forma que sejam capazes de fornecer as devidas respostas ao problema da
pesquisa. Já na interpretação se irá buscar o melhor sentido dessas respostas
(MEDEIROS, 2009).
Quanto à análise dos dados, Dencker (1998) divide em dois tipos: análise causal ou
condicional e análise funcional, também chamada de funcionalista, estruturalista ou
estrutural funcional. Na primeira ela considera que a pesquisa busca identificar
fatores que determinam uma situação ou fenômeno. Já na análise funcional,
considera-se que os fatos sociais estão relacionados com os fenômenos, são
simultâneos.
Entretanto, é importante deixar bem claro, que esta não é a única forma de se definir
27
o delineamento metodológico de uma pesquisa, nem tão pouco se tem a pretensão,
e arrogância, de ser a mais adequada. Trata-se, apenas, de uma proposta, entre
tantas outras que se pode observar nos livros de metodologia. Na verdade, é uma
coletânea feita em várias referências especializadas.
3.6 As fontes de pesquisa
Gargalo em muitos processos de desenvolvimento de uma pesquisa, e
principalmente em orientação de Trabalho de Conclusão de Curso, a definição dos
tipos de fontes e da quantidade são questões corriqueiras no desenrolar da
pesquisa. Não somente pelos alunos pesquisadores, mas também pelos próprios
professores orientadores.
Inicialmente faz-se necessário abordar os dois tipos básicos de fontes: as primárias
e as secundárias.
As fontes primárias são aquelas que ainda não tiveram tratamento técnico ou
científico, podendo ser considerada como um simples registro de informações.
Colaborando para um melhor entendimento, Rodrigues (2007, p. 72) conceitua
essas fontes como sendo “aquelas fornecidas diretamente pelo objeto pesquisado,
ou por alguém ou alguma coisa que direta ou indiretamente transmita informações
sobre o objetivo”.
Sendo assim, pode-se considerar como fontes primárias os relatórios, os
formulários, os questionários, os arquivos oficiais, as declarações e até mesmo as
correspondências, pessoais e oficiais, e as entrevistas.
Já no que se refere às fontes secundárias, são aquelas que tiveram um tratamento
científico, ou seja, são resultados de uma pesquisa, não sendo apenas um mero
aglomerado informativo (RODRIGUES, 2007). São consideradas secundárias
as fontes bibliográficas ou os resultados de pesquisas científicas.
Ainda acerca das definições das fontes, outro ponto importante é a
28
quantidade. Durante a experiência profissional do autor deste trabalho foi
possível identificar algumas práticas, como por exemplo, buscar definir o
quantitativo de fontes.
Na verdade a construção do conhecimento científico, principalmente quando
se refere à produção de um embasamento teórico, não pode ser meramente
por fórmulas.
Não se pode definir um quantitativo de fontes a serem utilizadas. A quantidade
deve ser definida de acordo com a complexidade e a produção acadêmica
existente, bem como a profundidade que se quer, e que se deve dar à
abordagem.
No que se refere a abordagem acima, Rodrigues (2007, p. 64) contribui
quando afirma que “o bom número [fontes] é o necessário e suficiente para
cobrir as idéias e informações indispensáveis aos objetivos da pesquisa e à
complexidade do objeto pesquisa”, ou seja não se tem um número exato, mas
sim que o assunto em investigação seja aprofundado o necessário para o
desenvolvimento da pesquisa. Assim como para as fontes, essas orientações devem ser aplicadas também nas
citações, pois não se pode limitar o quantitativo delas. Como complemente, deve-se
observar que as citações deve sempre vir com as devidas explicações e
interpretações, antes ou depois delas, e não ser apenas uma “colcha de retalhos”.
Outra observação importante, no que se refere ao uso das citações, é utilizar o
mínimo possível da citação de citação, uma vez que pode dar impressão ao leitor, de
pouco interesse por parte do pesquisador em buscar novas fontes bibliográficas de
pesquisa.
29
4 NORMAS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS No Brasil, usualmente utiliza-se as normas elaboradas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) para os trabalhos acadêmicos. Entretanto, algumas
revistas e congressos preferem adotar normas próprias.
Quando não se define qual norma será utilizada, recomenda-se a utilização
daquelas elaboradas pela ABNT, conforme seguem abaixo.
4.1 NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa
Esta norma busca estabelecer padrão de apresentação dos elementos que
compõem o artigo científico.
4.2 NBR 6023: referências Buscar orientar os estudiosos e pesquisadores quanto à configuração das
referências em um trabalho acadêmico, é que foi elaborada esta norma.
4.3 NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento escrito Estabelece o sistema de numeração das seções de todos os tipos de trabalhos
escritos, com exceção daqueles que possuem norma própria, como por exemplo, os
dicionários, ou aqueles que não necessitam de numeração.
4.4 NBR 6027: sumário
Esta norma estabelece as orientações para a construção do sumário no trabalho
científico.
4.5 NBR 6028: resumo Define as orientações para a redação e apresentação do resumo.
30
4.6 NBR 10520: citações em documentos Nesta norma, o pesquisador terá acesso à todas as orientações para a apresentação
das citações direta, indireta e citação de citação.
4.7 NBR 14724: trabalhos acadêmicos
Esta norma busca orientar os estudiosos e pesquisadores para a elaboração de
trabalhos acadêmicos, do tipo teses, dissertações, dentre outros. Está norma é
utilizada para formatação desses trabalhos que serão submetidos à bancas
examinadoras.
4.8 NBR 15287: projeto de pesquisa Nesta norma a ABNT estabelece os princípios gerais para a elaboração de um
projeto de pesquisa.
Recomendação para leitura complementar Recomenda-se, não apenas para o aprofundamento, o
estudo de todas as normas da ABNT mencionadas neste material.
31
5 TIPOS DE PUBLICAÇÕES/TEXTOS ACADÊMICOS O conhecimento científico é expresso sob diversas formas, desde um simples texto
que indica como uma pesquisa foi feita, à uma tese de doutorado. Não existe um
consenso sobre todas as formas, mas sim orientações, sugestões e até mesmo
adaptações.
A seguir, é possível conhecer os principais tipos de textos e publicações adotados no
ambiente acadêmico.
5.1 Projeto de pesquisa Antes mesmo de iniciar uma pesquisa, faz-se necessário planejá-la, demonstrando
claramente cada etapa a ser seguida, bem como a sua justificativa, levantando a
problemática e as possíveis hipóteses, os objetivos, o marco teórico, o cronograma e
os recursos necessários. Para melhor entendimento deste documento, Appolinário
(2004, p. 164) conceitua o projeto de pesquisa como sendo um
Documento que especifica informações acerca de uma pesquisa ainda não realizada, mas que pretende realizar. Normalmente, apresenta todos os componentes de uma pesquisa comum, exceto as seções de resultados e conclusões.
Outra contribuição vem de Prestes (2002 apud LOPES, 2006, p. 233), quando ele
aborda que uma das finalidades do projeto de pesquisa é a busca de patrocínio e
financiamento para pesquisa, bem como essencial no processo de seleção de
cursos de pós-graduação, conforme se observa:
Ele se faz necessário para obter bolsas de estudo ou patrocínio a pesquisas; ingressar em cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado); informar o orientador a respeito do que se pretende pesquisar, seja para uma monografia, dissertação ou tese.
Faz-se necessário chamar a atenção para a seriedade e importância que se deve ter
na elaboração do projeto de pesquisa, além é claro da própria importância para o
pesquisador, evitando que o mesmo se perca durante a execução de sua pesquisa,
evitando desta forma, a dúvida acerca dos resultados obtidos (MARCONI, 2002
32
apud LOPES, 2006), bem como o orientando para a execução de cada etapa.
Já no que se referem as etapas para elaboração de um projeto de pesquisa, pode-se
considerar como elementos de sua estrutura: a capa; a folha de rosto; o sumário; a
introdução, ou apresentação; a justificativa; o problema; a hipótese; os objetivos; a
metodologia; o referencial teórico; os recursos humanos, materiais e financeiros; o
cronograma de realização; e as referências (MOTA, 2007).
Por fim, buscando orientar e normatizar os elementos essenciais para a construção
do projeto de pesquisa, é que a ABNT(2005) elaborou a NBR 15287, que trata
especificamente deste tipo de texto. Entretanto, um modelo de estrutura para este
tipo de documento pode ser visualizado no apêndice B.
5.2 Relatório de pesquisa ou técnico-científico
A NBR 10719 (ABNT, 1989, p.1) além de definir as orientações para a redação e
apresentação deste tipo de texto, o define como sendo o “Documento que relata
formalmente os resultados ou progressos obtidos em investigação de pesquisa e
desenvolvimento ou que descreve a situação de uma questão técnica ou científica.”
A mesma norma ainda descreve a importância deste documento não apenas para a
apresentação final, ou parcial, dos resultados de uma pesquisa, mas também pode
trazer recomendações para possíveis problemas identificados durante a pesquisa.
5.3 Monografia
A monografia é um tipo de trabalho acadêmico que aborda um único assunto ou
tema, buscando aprofundá-lo (MARCONI; LAKATOS, 2000).
Appolinário (2004, p. 135) ainda complementa, enfatizando que não se trata apenas
de um trabalho acadêmico, quando afirma que a monografia é
33
Qualquer trabalho escrito (científico ou não) que verse sobre um único tema. Normalmente, trata-se de um texto extenso, completo e em profundidade sobre determinado assunto. Alguns autores defendem a idéia de que a monografia seja um gênero de trabalho estritamente científico
Já Marconi e Lakatos (2000, p.261) ainda afirmam que, além de ser um estudo
acerca de um tema, trata-se, na maioria das vezes, da própria iniciação à pesquisa
científica, quando afirmam que “A monografia é o primeiro passo da atividade
científica do pesquisador”.
5.4 Dissertação Trata-se, normalmente, do termo utilizado para designar o trabalho de conclusão de
curso da pós-graduação stricto sensu, denominado mestrado. Entretanto, pode ser
utilizado para se referir a qualquer tipo de trabalho acadêmico de final de curso
(APPOLINÁRIO, 2004).
Severino (2002, p. 151) contribui quando aborda a semelhança entre a dissertação e
a monografia, principalmente quando se refere ao fato de usarem o mesmo rigor
metodológico, e apesar de serem trabalhos distintos, possuem a finalidade de
apresentar resultados de uma pesquisa:
Também a dissertação de mestrado deve cumprir as exigências da monografia científica. Trata-se da comunicação dos resultados de uma pesquisa e de uma reflexão, que versa sobre um tema igualmente único e delimitado. Deve ser elaborada de acordo com as mesmas diretrizes metodológicas, técnicas e lógicas do trabalho científico.
O que se pode concluir é que na verdade são apenas especificações distintas para
trabalhos de conclusão de curso, quando um, a monografia, é de graduação ou pós-
graduação do tipo latus sensu e a outra, a dissertação, para trabalhos de pós-
graduação stricto sensu. Entretanto, ainda existe outro tipo de trabalho de conclusão
de curso no nível stricto sensu, que será abordado a seguir: a tese.
34
5.5 Tese Como abordado anteriormente, na monografia e na dissertação, a tese também é
um tipo de trabalho acadêmico, onde são apresentados os resultados de uma
pesquisa. Porém, neste caso, é um trabalho realizado nos cursos stricto sensu de
doutorado, como afirma Appolinário (2004, p. 184): “No Brasil, tipo de trabalho
monográfico executado em programas de pós-graduação stricto sensu, em nível de
doutorado.”
Severino (2002, p. 150) traz uma colaboração quando conceituando este tipo de
trabalho, afirma que: A tese de doutorado é considerada o tipo mais representativo do trabalho científico monográfico. Trata-se da abordagem de um único tema, que exige pesquisa própria da área científica em que se situa, com os instrumentos metodológicos específicos.
5.6 Resumo
Conceitualmente, pode se considerar por resumo a apresentação condensada dos
principais pontos de um documento, como pode se observar na NBR 6028 (2003,
p.1): “Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento”.
Outra contribuição vem de Appolinário (2004, p. 173), quando conceitua este texto
como sendo:
Parte de um trabalho científico na qual, utilizando-se de no máximo 250 palavras, o autor contextualiza o problema de pesquisa, o método utilizado, os principais resultados e a conclusão do estudo. Esse pequeno texto é de crucial importância, pois é através dele que o estudo será indexado nos mecanismos científicos de busca setorial.
Durante a elaboração, a redação e a apresentação de um resumo, bem como de
suas variações que serão apresentadas adiante, o pesquisador deve se orientar pela
NBR 6028 (ABNT, 2003).
35
5.7 Resumo indicativo Tipo de resumo que não apresenta dados qualitativos, e que se faz necessário a
leitura de toda a pesquisa, pois as conclusões não são apresentadas em sua
totalidade, como consta na NBR 6028 (ABNT, 2003, p.1): “Indica apenas os pontos
principais do documento, não apresentando dados qualitativos etc. De modo geral,
não dispensa a consulta ao original”.
5.8 Resumo informativo
Outra variação de resumo, mas que neste tipo, não se faz necessário a leitura de
toda a pesquisa para se poder obter as informações pertinentes, como pode se
observar na NBR 6028 (ABNT, 2003, p.1): “Informa ao leitor finalidades,
metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa,
inclusive, dispensar a consulta ao original”.
5.9 Resumo crítico (resenha ou recensão) Ultima variação do resumo, também chamado de resenha, trata-se da análise
realizada por um pesquisador à um documento acadêmico, conforme a NBR 6028
(ABNT, 2003, p.1): “Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um
documento. Também chamado de resenha.” Entretanto, ainda de acordo com a
mesma norma, quando esta análise é em apenas uma determinada edição, entre
várias outras do mesmo documento, é denominado de recensão.
Para Appolinário (2004, p. 172), a resenha é “Apreciação crítica de um texto, livro ou
artigo. O objetivo da resenha é o de resumir as principais idéias do texto original e
discuti-las criticamente”, ou seja, a mesma linha de pensamento da NBR 6028
(ABNT, 2003), só não faz a distinção entre resenha e recensão.
Já Severino (2002, p. 131) considera ambas como o mesmo tipo de resumo, quando
afirma que: “Resenha, recensão de livros ou análise bibliográfica é uma síntese ou
um comentário dos livros publicados feito em revistas especializadas das várias
áreas da ciência, das artes e da filosofia”.
36
De forma sucinta, Lopes (2006, p. 268) considerada a resenha crítica como sendo
“uma opinião do autor sobre um artigo, livro ou trabalho acadêmico-científico, desde
que o leitor tenha um conhecimento sobre a obra, sobre o assunto, seja fiel ao autor
e as suas colocações e não se utilizar juízo de valor”, ou seja, é uma análise crítica,
de um texto, após sua leitura.
Para uma melhor visualização de uma resenha Lopes (2006) traz em sua obra
exemplos práticos para a redação, estruturação e apresentação de uma resenha
crítica
Por fim, pode-se apresentar a visão de Medeiros (2009, p.145) para a resenha,
quando esse considera como sendo “um relato minucioso das propriedades de um
objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação que inclui variadas
modalidades de textos: descrição, narração e dissertação”.
5.10 Artigo científico O artigo científico é a forma mais comum de apresentação textual de uma pesquisa,
sendo apresentado não apenas os resultados, mas todos os elementos importantes
para a sua contextualização e compreensão por quem o lê, como a introdução, o
delineamento metodológico, as referências utilizadas e a conclusão (APPOLINÁRIO,
2004).
Appolinário (2004, p. 33) ainda enfatiza a importância da estrutura de artigo para a
publicação da pesquisa: Para que uma pesquisa científica venha a ser publicada ela deve assumir a forma de um artigo científico. O formato geral de um artigo depende muito da área em questão, do tipo de pesquisa que lhe fornece base e das normas específicas do periódico em que se pretende publicar o artigo.
Lopes (2006, p. 49) também aborda a importância deste tipo de documento na
apresentação de uma pesquisa, quando afirma que: “O artigo científico tem como
objetivo a apresentação de uma investigação científica em revistas específicas,
periódicos especializados ou eventos”.
37
Quanto a sua publicação, Medeiros (2009, 203) considera que o artigo busca
apresentar “o resultado de estudos e pesquisas. E em geral, é publicado em
revistas, jornais ou outros periódicos especializado”.
Por fim, a NBR 6022 (2003, p.2) além de trazer as normas de estruturação e
apresentação de um artigo científico, aborda seu conceito, definindo-o como “Parte
de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos,
técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
5.11 Comunicação científica (paper) Apesar de se observar nas normas de alguns congressos como sendo a
comunicação científica um trabalho diferente do artigo científico, Appolinário (2004)
não faz esta distinção, afirmando que são apenas denominações distintas para o
mesmo documento, assim como o ensaio, que será abordado adiante.
Já Medeiros (2009, p. 205) considera a comunicação científica como “a informação
que se apresenta em congressos, simpósios, reuniões, academias, sociedades
científicas. Em tais encontros são expostos os resultados realizados”.
O autor supracitado, já difere a comunicação científica do paper, quando afirma que
este último é “uma síntese de pensamentos aplicados a um tema específico” (Idem,
p. 213). E apesar de sua palavra correspondente em português ser o ensaio, o
mesmo não foi devidamente aceito pelos pesquisadores.
5.12 Ensaio Segundo Lopes (2006, p.101), é no ensaio “onde deverá ser exposta proposta de
análise crítica de um autor sobre um determinado assunto, mostrando sua visão
pessoal”. Ainda para o mesmo autor, sua estrutura deve seguir a de um artigo
científico e quando publicado em um periódico deve seguir as orientações da própria
editora.
38
Na mesma linha de pensamento encontra-se Medeiros (2009), quando afirma que o
ensaio se trata de uma forma de apresentação de um estudo método, e de suas
conclusões.
A ABNT (2005), na NBR14724, define como um trabalho acadêmico deve ser
apresentado. Buscando contribuir, e seguindo as orientações dessa norma, este
trabalho apresenta, no Apêndice C, uma sugestão de estrutura para um Trabalho de
Conclusão de Curso.
Recomendação para leitura complementar Recomenda-se a leitura do capítulo 11, Publicações
científicas, da obra: MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamento, resumos, resenhas.
11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
39
REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. APPOLINÁRIO, Fábio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6027: informação e documentação: sumário. Rio de Janeiro, 1989. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos. Rio Janeiro, 2002. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 15287: informação e documentação: projeto de pesquisa: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://www.sbpqo.org.br/suplementos/33%20-%20Diretrizes.pdf>. Acesso em: 06 out. 2009. CASTILHO, Euclides Ayres de; KALIL, Jorge. Ética e pesquisa médica: princípios, diretrizes e regulamentações. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, jul-ago, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n4/a13v38n4.pdf>. Acesso em 08 de set. 2009. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1985. DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo: Futura, 1998. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
40
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LOPES, Jorge. O fazer do trabalho científico em ciências sociais aplicadas. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, Gilberto de Andrade. Guia para elaboração de monografias e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2000. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenha. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MOTA, Robson Nascimento da. Pesquisa científica no ensino superior: em busca de um modelo para o projeto de pesquisa. In: Anais do Congresso Nacional de Desenvolvimento Regional – CONDER, 1., 2007, Caruaru. Caruaru: Favip, 2007. 1 CD-ROM. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmcia: como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São Paulo: Atlas, 2007. SERRA NEGRA, Carlos Alberto; SERRA NEGRA, Elizabeth Marinho. Manual de trabalhos monográficos de graduação, especialização, mestrado e doutorado. São Paulo: Atlas, 2002. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2007.
41
APÊNDICE A – Sugestão de estrutura do delineamento metodológico da
pesquisa científica
Metodologia: − Quanto à natureza − Quanto aos objetivos − Quanto aos métodos − Quanto aos procedimentos técnicos
ou meios de investigação − Quanto à coleta de dados − Quanto à amostra − Quanto à análise de dados
Quanto à natureza − Qualitativa − Quantitativa Quanto aos objetivos/fins − Exploratória − Descritiva − Explicativa − Metodológica − Aplicada − Intervencionista Quanto aos métodos − Dedutivo − Indutivo − Hipotético-dedutivo − Dialético − Fenomenológico Quanto aos procedimentos técnicos − Pesquisa em fontes de papel:
Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental
− Pesquisa de dados fornecidos por pessoas: pesquisa experimental, ex post facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa ação e pesquisa participante.
ou − Pesquisa de campo − Pesquisa de laboratório − Pesquisa documental − Pesquisa bibliográfica − Pesquisa experimental − Pesquisa ex post facto − Pesquisa participante − Pesquisa-ação − Estudo de caso Quanto à coleta de dados − Observação: Simples e participante − Questionário − Formulário − Entrevista: Informal, focalizada e por
pauta − Interação de técnicas diversas Quanto à amostra − Probabilística: Aleatória simples,
estratificada, por conglomerado, sistemática e por etapas
− Não probabilística: Por acessibilidade, por tipicidade e por cotas
Quanto à análise de dados − Análise causal/condicional − Análise funcional/ funcionalista/
estruturalista/estrutural funcional
42
APÊNDICE B – Sugestão de um modelo de estrutura para projeto de pesquisa
43
NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO NOME DA COORDENAÇÃO DO CURSO
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO
CIDADE, ANO
2 cm
2 cm
3 cm
3 cm
Espacejamento 1,5
Espacejamento 1,5
44
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO
CIDADE, ANO
Natureza do trabalho xxxxxx xxxxxxx xxxxx xxxxxx xxxxx xxxxx xxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxxxxx xx. Orientador:
2 cm
2 cm
3 cm
2 cm 3 cm Espacejamento 1,5
Espaceja-mento
simples
45
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO …………………………………..…………..……………... 03
2 JUSTIFICATIVA ………………………………………………….……………..
3 PROBLEMA …………………………………………………….……………….
4 HIPÓTESE ………………………………………………….…………………...
5 OBJETIVOS ……………………………………………….…………………….
5.1 Objetivo geral …………………………….…………………………………….
5.2 Objetivos específicos .…………...………………………….………………..
6 METODOLOGIA ………………….…………………………………………….
7 REFERENCIAL TEÓRICO ……….……………………………………………
7.1 Xxxxxxxxxxx ……………………….…………………………………………..
7.1.1 Xxxxxxxxxxxxxxx …...…………………………………………………………..
7.1.2 Xxxxxxxxxxxxxxxx ………………………………………………………………
7.2 Xxxxxxxxxx …………………………………………………………………….
7.3 Xxxxxxxxxx …………………………………………………………………….
8 CRONOGRAMA …………………………….………………………………….
9 RECURSOS …………………………………………………………………….
REFERÊNCIAS ………………………………………………………………...
3 cm
3 cm
2 espaços de 1,5
2 cm
2 cm
Espaceja-mento 1,5
46
1 APRESENTAÇÃO Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
03 2 cm
2 cm 3 cm
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm
47
2 JUSTIFICATIVA
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
3 cm
3 cm 2 cm
2 cm
48
3 PROBLEMA
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
3 cm
3 cm 2 cm
2 cm
49
4 HIPÓTESE
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm
2 cm
3 cm
50
5 OBJETIVOS 5.1 Objetivo geral Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
5.2 Objetivos específicos
− Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
− Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm 2 cm
3 cm
51
6 METODOLOGIA
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm 2 cm
3 cm
52
7 REFERENCIAL TEÓRICO Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
7.1 Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
7.1.1 Xxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
7.1.2 Xxxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxx
7.2 Xxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
7.3 Xxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
3 cm 2 cm
2 cm
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
3 cm
2 espaços de 1,5
53
8 CRONOGRAMA
ETAPA MÊS A MÊS B MÊS C MÊS D MÊS E MÊS F
Xxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm 2 cm
3 cm
54
9 RECURSOS
RECURSOS QUANTIDADE VALOR
Xxxxxxxxxxx XX XX,XX
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm 2 cm 3 cm
55
REFERÊNCIAS
XXXXXXXXxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx XXXXXXXXxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxx XXXXXXXXXxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 espaços simples
Espaceja-mento
simples
2 espaços simples
2 cm
3 cm 2 cm
3 cm
56
APÊNDICE C – Sugestão de um modelo de estrutura para trabalho de conclusão de curso, apenas com elementos obrigatórios
57
NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO NOME DA COORDENAÇÃO DO CURSO
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO
CIDADE, ANO
2 cm
2 cm
3 cm
3 cm
Espacejamento 1,5
Espacejamento 1,5
58
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO
CIDADE, ANO
Natureza do trabalho xxxxxxxx xx xxx xxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxx Orientador:
2 cm
2 cm
3 cm
2 cm 3 cm
Espacejamento 1,5
Espaceja-mento
simples
59
FOLHA DE APROVAÇÃO
A folha de aprovação é item obrigatório e trata-se de uma seção não numerada e
sem título.
Este folha será fornecida pela Coordenação do Curso, no ato da apresentação
pública do TCC. Entretanto, é importante que o aluno deixe essa página, para efeito
da contagem para paginação.
3 cm
3 cm
2 cm
2 cm
60
RESUMO
Palavras-chave:
3 cm
3 cm 2 cm
2 cm
61
ABSTRACT
Key-words:
3 cm
3 cm 2 cm
3 cm
62
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 06
2 DESENVOLVIMENTO …………………………………………………………
2.1 Delineamento metodológico …...…………………………………………...
2.2 Referencial teórico .………………………………………………...…………
2.2.1 Xxxxxxxxxxxx ……………………………………………………………………
2.2.2 Xxxxxxxxxxxxx …………………………………….……………………………
2.3 Coleta, análise e interpretação dos dados ……………..………………..
3 CONCLUSÃO ………………………………………………………………..…
REFERÊNCIAS ………………………………………………………….…….
2 espaços de 1,5
2 cm
3 cm
3 cm
2 cm Espaceja-mento 1,5
63
1 INTRODUÇÃO
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
06 2 cm
2 cm 3 cm
3 cm 2 espaços de 1,5
2 cm
2 cm
Espaceja-mento 1,5
64
2 DESENVOLVIMENTO Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2.1 Delineamento metodológico Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2.2 Referencial teórico
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2.2.1 Xxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2.2.2 Xxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxx
2.3 Coleta, análise e interpretação dos dados Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
3 cm
3 cm
2 cm
2 cm
Espaceja-mento 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
2 espaços de 1,5
65
3 CONCLUSÃO
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5 3 cm
3 cm
2 cm
2 cm
Espaceja-mento 1,5
66
REFERÊNCIAS
XXXXXXXXxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx XXXXXXXXxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxxx xxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx XXXXXXXXXxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 espaços de 1,5
2 espaços simples
Espaceja-mento simples
2 espaços simples
3 cm
3 cm
2 cm
2 cm
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