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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
SUSPEITA DE ADENITE EQUINA: RELATO DE CASO
ARPINI,Fabiana Torres ¹*
BANDIERA,ChristianBrustolin,1
BRUM,Patrine Caroline Zonin ¹
DAL BOSCO,Marlon ¹
GIARETTON, Eduarda Amanda ¹
ALMEIDA, Mauro Antonio2*
BRUSTOLIN, Joice Magali²
GALLIO, Miguel²
MAYER, Retamoso, Andrei²
SEBEM, Juliana Gottlieb²
RIBEIRO, Ticiany Dias Maria²
OLIVEIRA, Daniela dos Santos de
RESUMO: O estudo apresentado teve início a partir do resgate teórico de adenite equina, coleta de secreção
nasal e sangue para exames clínicos, a partir dissoidentificação de micro-organismos como agentes causadores
da adenite que atinge o trato respiratório equino. Seguintes a coleta, realizou-se a bacterioscopia das amostras a
partir do meio microbiológico em Ágar Sangue e Ágar MacConkey, estas foram submetidas á coloração de
Gram e confecção de lâminas para suposta análise. A identificação e análise procederam com o auxilio de
microscópio ópico, apresentando resultados variados, e diferindo do diagnótico apresentado pelo médico
veterinário atuante sobre este paciente. As amostras com melhor visualização foram caracterizadas como bacilos
e catalase positiva, contribuindo para o objetivo do trabalho, este verificar a eficiência de fármacos utilizados na
suspeita de adenite equina. Em tratamento farmacológico o animal recebeu antibiótico, broncodilatador e óleo
canforado, neste obteve-se êxito mesmo com o diagnóstico precoce sugerido devido a ampla indicação e
mecanismo de ação dos fármacos utilizados.
Palavras-chave: doença infecto-contagiosa, trato respiratório, farmacologia, diagnóstico.
ABSTRACT:The present study started from the theoretical rescue of equine adenitis, collection of nasal
secretion and blood for clinical exams, from this identification of microorganisms as agents that cause adenitis
that reaches the respiratory tract of the horse. Following the collection, bacterioscopy of the samples was
performed from the microbiological medium in Blood Agar and MacConkey Agar, these were submitted to
Gram staining and preparation of slides for supposed analysis. The identification and analysis proceeded with the
aid of an optical microscope, presenting varied results, and differing from the diagnosis presented by the
veterinarian acting on this patient. The samples with better visualization were characterized as bacilli and
catalase positive, contributing to the objective of the work, this to verify the efficiency of drugs used in the
suspicion of equine adenitis. In pharmacological treatment the animal received antibiotic, bronchodilator and
camphorated oil, in this one it was successful even with the early diagnosis suggested due to the ample indication
and mechanism of action of the drugs used.
Keywords:infectious-contagious disease, respiratory tract, pharmacology, diagnosis.
1 Discentes do Curso de Medicina Veteriária, Nível 4 - 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 - 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
*E-mail para contato: [email protected]
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1 INTRODUÇÃO
Com seu rebanho de equinos, o Brasil pode ser considerado o maior na América
Latina e o terceiro maior mundialmente. A equideocultura é bastante notável
economicamente, principalmente na região Sudeste do país, com papel importante no
desenvolvimento do setor econômico a partir da relação genética e criação e também para
trabalhos de lida.
Em constante crescimento, a equideocultura ao se expandir destaca-se pela
necessidade de produção progressiva, junto a isso o aumento de enfermidades e prejuízos
econômicos são consideravelmente associados à atividade.
Entre meio a enfermidades que acometem equinos, a maior prevalência se deve as
relacionadas ao trato respiratório. Dentre as principais pode-se citar influenza equina,doença
pulmonar obstrutiva (DPOC), pneumonias,mormo e adenite, esta conhecida vulgarmente por
garrotilho caracterizado por sua frequente notificação na espécie.
Descrita como uma doença infecto-contagiosa, a adenite equina atinge o trato
respiratório superior dos animais, geralmente em animais jovens. Esta doença causa
inicialmente febre, apatia, dificuldade respiratória e de deglutição, posteriormente pode se
agravar e causar outras complicações, como miocardites, hemiplegia laríngea dependendo do
caso.
A partir de sinais clínicos visíveis ou diagnosticados a partir de uma série de exames é
possível identificação da patologia e seu tratamento adequado, sempre a partir de orientação
médica e acompanhamento detalhado do caso.
Vacinas são alternativas para prevenção de certas enfermidades, no caso de adenite
equina a vacina é indicada, porém com resultados pouco satisfatórios em condições de campo.
Todo tratamento deve ser realizado a partir do estágio da doença e condições do
animal, a farmacologia tem grande importância em casos de tratamentos adequados, além de
fornecer a base do uso de fármacos de forma apropriada.
Este trabalho tem como objetivo, de relatar um caso clinico de adenite infecciosa
equina, atendido no município de Erechim, RS, bem como aprofundar os conhecimentos dos
fármacos utilizados no tratamento.
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2 DESENVOLVIMENTO
Nessa parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, a metodologia utilizada e
os resultados obtidos. Contém exposição ordenada e discriminada do assunto tratado do
estudo.
2.1 Referencial Teórico
As doenças infecto-contagiosas são causadas por um agente patogênico como um
vírus, bactéria ou parasita, são doenças transmissíveis por contato direto ou indireto pelos
indivíduos infectados. Por serem vírus, parasitas e bactérias o único tratamento na maioria dos
casos é vacina juntamente com a desparasitação (interna e externa) e administração de
medicação periódica preventiva (MORAES et al.,2009).
As afecções do sistema respiratório afetam diretamente as atividades do animal,
levando ate perdas econômicas, por isso a importância da detecção precoce e prevenção de
mplicações secundárias. Estas afecções advem de etiologias variadas, podendo ser de origem
infecciosa, alérgica, parasitaria ou multifatorial (DOROTHY et al. 2003).
Adenite equina, também conhecida como garrotilho, é uma doença infecto-
contagiosacausada pela bactéria Streptococcus equi.A adenite é caracterizada por inflamação
mucopurulenta do trato respiratório superior de equinos. Equinos de todas idades podem ser
infectados por essa enfermidade, com maior prevalência em animais mais jovens, como
potros (AINSWORTH & BILLER, 2000).
O período de incubação da enfermidade varia de 3 a 14 dias e os animais apresentam
sinais clínicos como febre, apatia, descarga nasal, inicialmente mucosa avançando para
mucopurulenta, tosse, anorexia, dificuldade de deglutição e edema mandibular e dificuldade
de respiratória (TIMONEY; MUKHTAR, 1993). A enfermidade tem duração geralmente de 2
a 4 semanas, com recuperação espontânea na maioria dos animais após ser feita a drenagem
do conteúdo dos abscessos (SCHILD, 2001). A transmissão ocorre por contato direto nasal ou
oral, e por contato indireto através aerossóis, objetos contaminados e também por insetos.
A bactéria penetra pela boca ou narinas e se adere a receptores específicos das tonsilas
e linfonodos locais, o microrganismo atinge os linfonodos regionais, onde se multiplica no
meio extracelular (TIMONEY, 1993).
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Na maioria dos casos da enfermidade o animal apresenta apenas aumento dos
linfonodos, com formação de abscessos e rápida melhora sem auxílio terapêutico, e
aproximadamente 20% dos equinos afetados permanecem portadores crônicos, servindo como
uma importante fonte de infecção em outos animais, por vários meses e até anos (NEWTON
et al., 2000).
Além de casos de adenite, os eqüinos afetados podem desenvolver outras
complicações, em decorrência da mesma, como miocardites, celulite purulenta, hemiplegia
laríngea e empiema de bolsas guturais (PRESCOTT; WRIGHT, 2000).
O diagnóstico normalmente é realizado de acordo com os sinais clínicos e também
pela demonstração do agente em esfregaços de secreção nasal ou pus. E seu tratamento é
indicado em casos em que o animal apresenta sinais sistêmicos de infecção como febre,
depressão e alterações no hemograma (HARRINGTON et al., 2002).
Para o tratamento a farmacologia, ciência essencial a medicina veterinária, auxilia com
conhecimentos a respeito da origem, propriedades fisíco químicas, absorção, princípios ativos
de fármacos possíveis a serem administrados junto aos seus mecanismo de ação,bem como o
uso e efeitos dessas drogas perante a enfermidade do paciente (BROWN& DAVIS, 2003).
Segundo Corrêa (1992), indica-se em casos de adenite equina o uso de fármacos como
antiinflamatórios para controlar temperatura corporal, antibióticos que matam as bactérias de
tal enfermidade como por exemplo os antibióticos da classe benzilpenicilina, e o uso de
bronquiodilatores para uma melhor respiração e os abscessos devem ser tratados topicamente
com pomadas rubifacientes que estimulam sua maturação, assim como o uso de compressas
quentes (SWEENEY, 2006).
2. 2 Material e Métodos
Sob suspeita de uma doença infecto-contagiosa, adenite equina, observou-se o caso de
um equino fêmea com 4 anos, SRD (sem raça definida), de pelagem lobuna e de
aproximadamente 300 kg, em uma cabanha na região de Erechim, RS (Figura 1).
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Figura 1- Animal com suspeita de adenite equina. BRUM,P.Cabanha interior de Erechim-RS, 2017.
O paciente apresentava, sinais clínicos como secreção nasal mucopurulenta, tosse,
espirros, linfonodos submandibulares aumentados, temperatura corporal elevada, há 5 dias. O
exame físico revelou mucosas rosa-pálidas, indícios de anemia, ruídos respiratórios anormais
e inquietação.
Aos 11 dias do mês de agosto, foram coletadas amostras de secreções do trato
respiratório da região nasofaríngea do paciente relatado anteriormente (Figura 2), esta
realizada com auxílio de um swabb estéril junto ao meio Stwart. (Figura 3). O swabb para
coleta e transporte apresentou características desejáveis a coleta, como ponta estéril, tubo com
alta vedação, etiqueta para identificação da amostra e dimensões propícias e
semipreenchimento com meio adequado à proliferação de micro-organismos.
Figura 2-Swab usado para coleta da secreção do trato respiratório do paciente.Erechim-RS, 2017.
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Figura 3-Coleta secreções em swab estéril. BRUM,P.Cabanha interior de Erechim - RS, 2017.
Realizou-se também a coleta de sangue venoso do animal para exame de hemograma
(Figura 4). A coleta de sangue foi realizadaa partir da jugular com auxílio de uma seringa de
10mL e agulha 40x12 estéreis, após tricotomia e antissepsia da região do pescoço. O material
coletado foi imediatamente armazenado à temperatura de 2º a 8º e homogeinizado até o início
do exame, em um frasco com EDTA (anti-coagulante).
Figura 4- Coleta de sangue. BRUM,P.Erechim-RS, 2017.
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Posteriormente a coleta das amostras procedeu-se o exame de hemograma, no Hospital
Veterinário São Francisco de Assis, Getúlio Vargas, juntamente ao Médico Veterinário
residente (Figura 5).
Figura 5- Hemograma. ARPINI,F.T.Hospital Veterinário São Francisco de Assis, Getúlio Vargas -RS,2017.
Junto ao Laboratório Bioquímico da Faculdade IDEAU, as secreções do trato
respiratório do animal passaram por avaliações e com estas realizou-se esfregaço com auxílio
de uma alça de Henle, em placas de Petri sob ágar sangue e ágar Mac Conkey (Figura 6)
induzindo assim o material para análise quanto a presença de bactérias.
Figura 6- Placas de Petri com Agar Sangue e Agar MacConkey. BRUM,P. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio
Vargas,2017.
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Para armazenamento da secreção já utilizada, os swabbs foram fracionados e mantidos
em tubos com água peptonada (Figura 7). Os tubos foram identificados e mantidos em
temperaturas baixas, aproximadamente 5° C.
Figura 7- Swabbs em processo de armazenamneto em água peptonada para conservação da amostra. BRUM, P. Laboratório
Bioquimico Faculdades Ideau, Getulio Vargas, 2017.
As amostras permaneceram em estufa por 24 horas, depois de retiradas foram
observadas a olho nu para identificação de colônias isoladas para início do procedimento de
confecção de uma lâmina histológica (Figura 8).
Figura 8- Colônias encontradas nas placas após período de estufa. GIARETTON, E. G. Laboratório Bioquímico, Faculdades
IDEUA, Getúlio Vargas,2017.
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Com o auxílio de uma alça de platina realizou-se o esfregaço em lâmina com parte de
colônias isoladas encontradas nas placas (Figura 9). Posteriormente ao esfregaço, as lâminas
passaram por secagem em chama seguido da coloração de Gram.
Figura 9- Esfregaço em placas de Petri. BRUM,P. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio Vargas,2017.
Confeccionadas quatro lâminas a partir do esfregaço das duas placas dos diferentes
meios, as lâminas foram submetidas à coloração pela técnica de coloração de Gram. O
método consistiu na inserção, com uma pipeta descartável, de uma solução cristal violeta sob
o esfregaço, por 1 minuto cronometrado. O corante foi removido com água destilada, seguinte
a coloração com aplicação de lugol (iodo-iodeto de potássio) por toda lâmina, sendo removido
também com água destilada após 1 minuto (Figura 10).
Figura 10- Coloração de Gram. Laboratório Bioquímico, Getúlio Vargas, 2017.
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A lâmina sofreu uma descoloração com álcool etílico, durante 20 segundos, seguidos
de aplicação de um segundo corante, fucsina diluído, um corante de contraste que agiu por 30
segundos e foi removido com água destilada. Imediatamente ao processo de coloração as
lâminas permaneceram em temperatura ambiente por alguns minutos para secagem destas,
podendo assim serem observadas ao microscópio óptico sob aplicação de uma gota de óleo de
imersão, em aumento de 1000 x (Figura 11).
Figura 11- Lâmina confeccionada para confirmação da doença. DALBOSCO, M. Laboratório Bioquímico,
Getúlio Vargas, 2017.
Com colônias isoladas, foi realizado o teste de catalase de cada uma das amostras
(Figura 12). A técnica consistiu no esfregaço de uma colônia com uma alça de platina
esterilizada em chama, e nesta foi adicionado com uma pipeta descartável uma gota de
peroxido de hidrogênio, objetivando a reação para identificação do gênero de micro-
organsimos presentes nas amostras.
Figura12- Teste catalase. Giaretton, E.A. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio Vargas,2017.
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Os processos laboratoriais foram realizadas a fins de confirmação da doença
apresntada pelo animal. Antes mesmo dos exames o animal foi diagnosticado por um médico
veterinário, na qual o paciente recebeu antibiótico, benzilpenicilina procaína injetável (30.000
UI/Kg, IM, SID) em associação a óleo canforado (IM, BID). Foi administrado também um
broncodilatador, clembuterol (VO, SID).
2.3 Resultados e Discussão
Partindo de uma suspeita de adenite equina, conhecida também pelo nome de
garrotilho, enfermidade bacteriana contagiosa, causada pelo Streptococcus equi subespécie
equi, caracterizando-se por uma inflamação mucopurulenta do trato respiratório anterior de
equinos de todas as idades (MORAES, 2009).
A letalidade da doença é baixa coincidindo em menos de 10% dos casos
(CHANTER,2000). O paciente apresentava sinais clínicos como, secreção mucopurulenta
nasal no trato respiratório superior, apatia, temperatura corporal elevada, aumento dos
linfonodos (principalmente submandibulares), dificuldade de respirar e se alimentar devido a
dor na região da faringe e laringe (AINSWORTH, D.M.; BILLER, D.S.).
Segundo Radostits apresentados pelos animais, era indicativo de adenite equina,
entretanto devido a coleta da secreção nasal ter sido realizada após o início do tratamento com
antibioticoterapia, o resultado apresentado foi staphilococcos.
O diagnóstico de garrotilho pode ser confirmado por isolamento do Streptococcusequi,
a partir de secreção nasal, coletada com auxílio de suabe nasal e conservado sob refrigeração
até o momento da análise do material, permitindo, quando associada à cultura bacteriana.
Constatamos no trabalho teórico prático o que revisão teórica/ bibliográfica referencia quanto
diagnostico da adenite equina.
Foi observado que o animal manifestava sinais clínicos típicos de um processo
infeccioso com o hemograma alterado em relação ao número de granulócitos, de glóbulos
vermelhos, hemoglobina e hematócritos (Tabela 1). Sintomas clássicos da adenite equina,
doença do trato respiratório, bacteriose de alta morbidade.
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Tabela 1 – Hemograma de um equino com suspeita de adenite.
Hemograma Resultado Valor de referência
Células brancas (WBC)
7,3x10´3ul
5 a 11
Linfócitos (LYM) 1,6x10´3ul 1,4 a 5,6
Monócitos, eosinófilos,
basófilos e células
imaturas (MID)
0,2x10´3ul
0,2 a 0,8
Granulócitos (GRA) 5,5x10´3ul 28 a 68
Linfócitos% (LYM) 22,3% 20 a 80
Monócitos, eosinófilos,
basófilos e células
imaturas (MID)%
2,8 %
2 a 8
Granulócitos (GRA) % 74,9% 20 a 70
Glóbulos vermelhos
(RBC)
5,14x10´6ul 5,3 a 13
Hemoglobina (HGB) 7,3 g/dL 10,8 a 15
Concentração média de
hemoglobina (MCHC)
33,6 g/dL 33 a 42,6
Teor médio de
hemoglobina(MCH)
14,2 pg 14 a 19
Volume corpuscular
significativa (MCV)
42,3 36 a 95
Amplitude de distribuição
dos eritrócitos medido
com coeficiente de
variação (RDW-CV)
16,5%
15 a 21
Amplitude de distribuição
de eritrócitos medido com
desvio padrão (RDW-SD)
35,9 fL
35 a 56
Hemátocrito (HCT) 21,8% 28 a 46
Plaquetas (PLT) 210x10´3uL 95 a 660
Tamanho médio das
plaquetas (MPV)
5,9 fL 5 a 9
Distribuição das plaquetas
(PDW)
9fL 10 a 18
Plaquetócrito(PCT) 0,128% 0,1 a 0,5
Porcentagem de
macroplaquetas (P-LCR)
6,1% 13 a 43
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Os testes laboratoriais são ferramentas de extrema utilidade na prevenção, controle e
tratamentos das doenças. Com a interpretação de um profissional qualificado, juntamente com
o histórico do animal, os testes são fundamentais para o diagnóstico de doenças que afetam
animais de grande e pequeno porte, com eles é possíveis saber quais os possíveis micro-
organismo que podem estar causando a doença (RIBEIRO & STELATO, 2011).
Mediante a realização dos mesmos, testes laboratoriais seguintes a confecção de
lâminas histológicas para possível identificação do agente causador da doença
infectocontagiosa junto a teste da catalase, foi encontrado micro-organismos em forma de
bacilos Gram positivos e apresentando catalase positiva, na qual obteve-se divergência entre o
tratamento usado e os resultados obtidos pela pesquisa, pois a adenite equina é uma
enfermidade bacteriana causada pelo Streptococcusequi, caracterizadas como bactérias Gram
positivas com forma de cocos e de catalase negativa ( PANSANI et al., 2008).
Os protocolos de vacinação contra adenite equina, não permitem um controle
satisfatório em condições de campo (TIMONEY & MUKHATAR, 1993), já que menos de
50% dos animais vacinados ficam imunes (SWEENEY, 1993). As vacinas inativadas na
maioria dos casos não resultam em uma proteção completa por não terem um estímulo
antigênico. Várias vacinas são hoje utilizada no mundo todo, a grande maioria são
constituídas de proteína M, que tem reações adversas vinculadas como o edema e aumento do
volume dos linfonodos regionais em 72% dos vasos (PRESCOTT & WRIGHT, 2000).
A partir dos sinais clínicos apresentados pelo animal e sob diagnóstico de um médico
veterinário habilitado, foi administrado no paciente antibiótico benzilpenicilina G procaína
20.000.000 UI, sulfato de di-hidroestreptomicina 8g piroxican 600mg, mediante indicação de
15 ml ao dia durante 8 dias.
A benzilpenicilina aplicada no animal, segundo Spinosa (2006), classificada como um
antibiótico beta-lactâmico pela presença do anel na sua estrutura química cmposta pela
penicilina, esta atua impedindo a síntese da parde celular de microorganismos, esta com
funções de proteção, sustentação e manutenção do agente. Sendo que este antibiótico atua
somente na fase de multiplicação do microorganismo.
Foi indicado e usado no paciente broncodiltador, um fármaco indicado para evitar o
aparecimento da broncoconstrição, responsável a partir de uma serie de eventos pela tosse. O
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clembuterol, substância simpaticomimética, atuante sobre receptores beta adrenérgicos, é
indicado á tratamentos no trato respiratório.
Em exames realizados a colônia se apresentou com uma cor pálida, e de uma grande
dimensão, onde em outros estudos as colônias são de uma coloração dourada, achatadas,
transparentes e opacas em ágar sangue.
O tratamento deve durar de 5 à 10 dias, sendo os dias a critério do médico veterinário
e segundo a sintomatologia do animal, consequentemente visualizando os sinais clínicos que o
mesmo apresente e o estágio da enfermidade.
Segundo Nicholson (2000), Streptococcus equi é sensível apenicilina, cloranfenicol,
eritromicina, tetraciclina e lincomicina, neste tratamento foram utilizados benzilpenicilina e
estreptomicina para o combate ao agente, atuando de forma que agradou, fazendo com que a
mesma se estabilizasse.
Para um controle mais efetivo da doença deve-se isolar o paciente pois é uma doença
infecciosa que passa através do contato, o que não foi encontrado no local da coleta.
3 CONCLUSÃO
Mediante realização da pesquisa concluiu-se que a sintomatologia do paciente
apresentava-se semelhante a adenite equina, porém os exames demosntraram apenas uma
doença infecciosa no trato respiratório, apresentando agentes do tipo bacilos e catalase
positiva, contrariando a enfermidade diagnosticada pelo médico veterinário. Os fármacos
utilizados, benzilpenicilina, estreptomicina e flunixina, com objetivos de combater uma
suposta adenite contribuíram para eficácia do tratamento de outro tipo de doença infeciosa
detectada, por apresentarem amplas indicações e mecanismos.
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