CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
CURSO DE LETRAS - LICENCIATURA PLENA
A INFLUÊNCIA DE TOLKIEN NAS ARTES
ALYSSON ISMAEL DOS SANTOS
LEONARDO ROSATI
Ribeirão Preto
2011
2
Monografia apresentada ao curso de Letras
do Centro Universitário Barão de Mauá, de
Ribeirão Preto, como requisito parcial para
a obtenção da Licenciatura em Letras sob
orientação da Professora Doutora Denise
Campos e Silva Kuhn.
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
CURSO DE LETRAS - LICENCIATURA PLENA
A INFLUÊNCIA DE TOLKIEN NAS ARTES
ALYSSON ISMAEL DOS SANTOS
LEONARDO ROSATI
RIBEIRÃO PRETO
2011
3
Bibliotecária Responsável: Vanda Lilian Lauande CRB8
3365
S233i
Santos ,Alysson Ismael dos e Rosati, Leonardo
A influência de Tolkien nas artes / Alysson Ismael dos
Santos e Leonardo Rosati – Ribeirão Preto,2011.
54p.ilust.
Trabalho de conclusão do curso de Letras do Centro
Universitário Barão de Mauá.
Orientador: Profª. Drª. Denise Campos e Silva Kuhn
1. Tolkien I. Kuhn, Denise Campos e Silva II. Rosati,
Leonardo III. Título
CDU 7.011.2TOLKIEN
4
BANCA EXAMINADORA
5
J.R.R. TOLKIEN
(1892 – 1973)
Ao Mestre com carinho.
6
RESUMO
A obra de Tolkien criou um novo gênero de literatura: a ficção fantástica, que torna
possível criar uma realidade alternativa dentro de uma história de fantasia, uma epopéia com a
possibilidade de ter existido em um tempo remoto.
Muitos outros escritores basearam-se nesse novo conceito ao escreverem suas obras.
Vários livros de ficção fantástica sofreram a influência de Tolkien, bem como filmes de
monstros, heróis, seres fantásticos e aventuras épicas.
Sua obra mais famosa, O Senhor dos Anéis, influenciou toda a literatura e arte
subsequentes. Na década de sessenta, auge da contracultura pós-guerra, sua obra tornou-se um
fenômeno de vendas e inspiração para muitos artistas plásticos, músicos, escritores, atores e
roteiristas. Nesse momento histórico a indústria cinematográfica começou a produzir ficção
científica, deixando os clássicos e filmes de faroeste para trás. Paralelamente, a literatura de
ficção científica estava tomando conta das prateleiras das livrarias, ao lado da literatura
clássica e da literatura fantástica.
Este trabalho analisa a obra de Tolkien tendo como foco principal a influência
exercida por esta obra nas artes em geral.
Palavras-chave: literatura inglesa, ficção fantástica, ficção científica
7
ABSTRACT
Tolkien’s work created a new literary genre: the fantastic fiction, making it possible to
create an alternative reality inside a fantastic story, with the possibility of existing in a remote
time.
Since then, many other writers based their works on that new concept. Many fantastic
fiction books were influenced by Tolkien, as well as films of monsters, heroes, fantastic
beings and epic adventures.
His most famous work The Lord of the Rings has influenced all subsequent literature
and art. In the sixties, the peak of the postwar counterculture, his work became a phenomenon
of sales and inspiration for many artists, musicians, writers, actors and scriptwriters. On that
historical moment the cinematographic industry started to produce science fiction, leaving
Westerns aside. At the same time, science fiction literature was taking place in the shelves of
the bookstores, beside the classic literature and the fantastic literature.
The present study analyses Tolkien’s work, with the objective of verifying its
influence on posterior art in general.
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SUMÁRIO
RESUMO ..........................................................................................................................6
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................9
1. J.R.R. TOLKIEN ........................................................................................................10
2. A OBRA .....................................................................................................................14
3. A INFLUÊNCIA .......................................................................................................25
4. CONCLUSÃO ...............................................................................................................41
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................42
6. ANEXOS .......................................................................................................................46
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INTRODUÇÃO
John Ronald Reuel Tolkien, famoso pela obra O Senhor dos Anéis, influenciou
através de seus trabalhos e obras, muitas das artes contemporâneas de alguma forma; na
literatura, na música , na pintura, na televisão e cinema.
A criação do novo gênero literário, a Ficção Fantástica, surgiu a partir da inovação de
Tolkien, pois antes havia os mitos, lendas e contos de fada.
A ficção fantástica cria uma segunda realidade, uma possibilidade real de existência,
como a ficção científica, daí a grandiosidade de sua influencia na mente de novos autores e
produtores.
O primeiro capítulo faz uma breve referência à biografia do autor, sua vida, as
dificuldades que enfrentou nas guerras, depois passando para o segundo capítulo descrevendo
sua formação acadêmica e seus principais trabalhos e obras, concluindo no terceiro capítulo a
influência que repercutiu suas obras nas demais artes como a literatura, pintura, música,
cinema, TV entre outras. Concluindo que nos dias de hoje é difícil analisar obras de fantasia e
ficção sem nos remeter à origem dessas obras.
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1. J.R.R. TOLKIEN
John Ronald Reuel Tolkien (Bloemfontein, 3 de Janeiro de 1892 — Bournemouth, 2
de Setembro de 1973) foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico.
Segunda Carpenter(1992), Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade,
com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno
fascinado pela linguística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra
Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo
secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas
obras O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, que,
postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa. (p. 16)
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e
considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a
1945, e de inglês e Literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo
precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris, Robert E. Howard e E.
R. Eddison, devido à grande popularidade de seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o
"pai da moderna literatura fantástica". Sua obra influenciou toda uma geração.
Católico fervoroso, foi grande amigo de C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia,
ambos membros do grupo de literatura The Inklings.
1.2 Biografia
A família Tolkien
Segundo Tolkien em sua pesquisa,seus parentes paternos eram artesãos. A família teve
origem na Saxônia (Alemanha), mas viveu na Inglaterra desde o século XVII, tornando-se
"rápida e intensamente inglesa (mas não britânica)". (LETTERS 2006, p.210)
O sobrenome Tolkien é um anglicismo de Tollkiehn (em alemão, tollkühn, arrojado,
audacioso, temerário, imprudente, que em uma tradução etimológica deveria ser dull-keen,
algo como estúpido-sagaz, uma tradução literal de oxímoro; no conto The Notion Club Papers,
Tolkien cria um personagem com o nome John Jethro Rashbold, fazendo piada com o seu
próprio nome, já que Jethro e Reuel são nomes do mesmo personagem bíblico, o sogro de
Moisés (Nr 10, 29), filho de Esaú (Gn 36,4) que significa amigo de Deus). Mesmo sendo um
Tolkien, considerava-se mais um Suffield (sua família materna) do que propriamente um
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Tolkien. (LETTERS 2006)
Aos três anos parte com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa, e com o seu irmão,
Hilary Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra, onde pretendiam passar apenas uma
temporada devido a questões de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas devido à morte de seu
pai, eles ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um bancário que trabalhava
para o Bank of África, contraiu febre reumática e morreu em 1896 na África do Sul, antes de
juntar-se à família, e foi enterrado na própria África.
Após a morte prematura do pai, a viúva passou então a assumir toda a educação dos filhos.
Desde pequeno, Tolkien tinha características e hábitos bastante peculiares como o de
observar e atentar para todos os detalhes das paisagens e particularmente da topografia dos
lugares. Ele jamais esquecia um cenário já visitado e certamente todos eles influenciaram a
criação da geografia do seu mundo imaginário. Alguns atribuem seu interesse pela geografia e
inspiração para a criação de certos territórios de Terra-Média à sua capacidade de captar
diferentes paisagens e cenários, que são igualmente uma marca poderosa de toda sua obra.
Outra paixão que lhe foi desperta desde cedo, particularmente por sua mãe, foi o das
línguas, especialmente as germânicas, o galês e o finlandês, que aparentemente formaram a
base para o desenvolvimento das línguas de Terra Média.
Em 1900 a situação financeira da família complicou-se. Mabel Suffield fazia parte da
Igreja Anglicana, e quando tornou-se católica, sua família cortou a ajuda financeira que lhe
dava, e assim ela morreu, por diabetes, sem tratamento na época. Tolkien, que considerava
esse fato um sacrifício da mãe em nome da fé, converteu-se ao Catolicismo.
Segundo Carpenter (2006), Tolkien tinha certo ressentimento contra a Igreja da
Inglaterra, pois suspeitava que a debilidade da saúde de sua mãe estivesse relacionada ao
sofrimento que a sua família, de confissão protestante, passou a lhe infligir após a sua adesão
ao catolicismo romano. Os pais acusavam a sua irmã, que havia aderido ao catolicismo antes
dela, de ter influenciado a sua decisão. Como se sabe, infelizmente, a rivalidade entre
católicos e protestantes é antiga na Inglaterra. Suas lembranças da devoção da sua mãe à
igreja tiveram grande influência sobre a conversão de Tolkien e de seu irmão ao catolicismo
em 1900. Tolkien e seu irmão foram entregues então aos cuidados do Padre jesuíta Francis
Xavier Morgan, que Tolkien mais tarde descreveu como um segundo pai, e aquele que lhe
ensinara o significado da caridade e do perdão.
Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local
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que a jovem, três anos mais velha, e os dois começam a namorar escondido. Entretanto, seu
tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este relacionamento
fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que completasse vinte e um anos,
quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário,
Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar
comprometida, e também a converteu ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John
Francis Reuel Tolkien (1917–2003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher
John Reuel Tolkien (1924-) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-).
Tolkien era um pai devoto. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros,
muitas vezes escritos para seus filhos, como Roverandom, escrito quando um deles perdeu um
cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso, Tolkien mandava todos os anos cartas do
Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais personagens a cada ano,
como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um nome
semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens
menores. A maioria deles contava como estavam as coisas no Pólo Norte. Mestre Gil de Ham
foi, outrossim, uma história contada para entreter os filhos.
Sua carreira docente teve início logo após a I Guerra Mundial, quando ele começou a
fazer leituras públicas, assumindo a cadeira de Literatura Inglesa na Leeds University. Apesar
da resistência de certos professores, ele acabou sendo chamado para a cadeira de Língua
anglos saxônica na Universidade de Oxford. E viria a dedicar todo o resto da sua vida
acadêmica a esta mundialmente renomada instituição, uma das primeiras deste nível da
história, pelo menos até quando se aposentou, em 1959. Grande parte da dedicação e zelo,
criatividade e filosofia refletida nas suas obras devem-se às experiências e oportunidades para
estudos e contatos com colegas que teve ao longo da sua vida acadêmica. Isto pode vir a
tornar a leitura um tanto difícil para alguns leitores, desprovidas do mesmo background. Mas
na verdade, basta ter uma boa capacidade de observação e um espírito de aventura para
apaixonar-se logo por aquele mundo.
No auge de sua carreira em Oxford, Tolkien tornou-se uma figura polêmica. Muitos o
criticavam por sua deficitária produção no campo estritamente ―acadêmico‖. Nos seus poucos
escritos de crítica literária, ele não resistia a falar em contos de fada (fairy tales) e história do
gênero, que eram desprezadas pela academia como ―literatura para crianças‖, ou seja, na que
se devesse levar muito a sério. Tolkien acabou notabilizado assim, como:
recriador contemporâneo dos mitos fantásticos, descreve as facetas que são necessárias num
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bom conto de fadas: fantasia, recuperação, escape e consolo – recuperação de um desespero
profundo, escape de algum grande perigo, mas, acima de tudo, consolo, para Tolkien, é o
principal componente das histórias de fadas completas.
14
2. A OBRA
A vida na sua obra
Segundo Carpenter (2006), a infância de Tolkien teve duas realidades distintas: a vida
rural em Sarehole, ao sul de Birmingham, lugar que inspirou o famoso Condado, e o período
urbano na escura Birmingham, onde iniciou seus estudos. Nesta frase Tolkien fala sobre
Sarehole: ―A ancestral Sarehole há muito se foi, engolida pelas estradas e por novas
construções. Mas era muito bonita na época em que vivi lá…‖ (TOLKIEN, 1965, p. 28)
Ainda criança, mudou-se para King's Heat, numa casa próxima a uma linha de trem.
Foi aí que ele começou a desenvolver uma imaginação lingüística, motivada pelos estranhos
nomes das paradas do percurso, tais como Nantyglo, Perhiwceiber e Seghenydd. Sua infância
foi muito marcada pelos contos de fadas, que estimularam sua imaginação para o Faërie, Belo
Reino, como ele se referia ao mundo dos seres fantásticos.
Em 1900, sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente,
mesmo sem a menção direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual
cria todo universo e os seres que lá habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos
guardavam em si elementos do Grande Mito, o Evangelho, que adentraram o Mundo Primário,
isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja Católica.
Sua mãe Mabel apresentou a ele e a seu irmão os contos de fadas em línguas como o
latim e o grego. Desde a morte da mãe, quando os irmãos passaram aos cuidados de Francis
Morgan, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento linguístico. Estudou
grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do
idioma élfico Quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os
órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira
acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.
Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de
Edith Bratt. No ano seguinte, recebeu com honras o diploma de licenciatura em Literatura de
Língua Inglesa. A graduação e os méritos não o libertaram da convocação e em 1916, depois
de casar-se com Edith Bratt, foi chamado à guerra. Tolkien sobreviveu à Batalha do Somme
(província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França/Bélgica onde morreram mais de
500 mil combatentes. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, John Francis Reuel Tolkien (mais
tarde padre John Tolkien) e no ano seguinte, depois de contrair tifo, J.R.R.Tolkien foi enviado
de volta à Inglaterra. Foi neste período que iniciou o Livro dos Contos Perdidos (The Book of
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Lost Tales), que mais tarde converteu-se em O Silmarillion, em 1919 quando ele retornou a
Oxford.
Depois do fim da guerra Tolkien dedicou-se ao trabalho acadêmico como professor,
tornando-se um grande e respeitado filólogo. Nesta mesma época ingressou na equipe
formada para preparar o New English Dictionary, o equivalente inglês do dicionário brasileiro
Aurélio. O projeto já havia chegado à letra W, e seu supervisor, impressionado com o trabalho
de Tolkien, afirmou que:
Seu trabalho [de Tolkien] dá provas de um domínio excepcional de anglo-saxão e dos
fatos e princípios da gramática comparada das línguas germânicas. Na verdade, não hesito em
dizer que nunca conheci um homem da sua idade que se igualasse a ele nesses aspectos."
Mas foi só em 1925, depois do nascimento de seus filhos Michael Hilary Reuel
Tolkien (1920) e Christopher John Reuel Tolkien (1924) que Tolkien publicou seu primeiro
livro, ao lado de E. V. Gordon: Sir Gawain & the Green Knight, baseado em lendas do
folclore inglês. A sua filha mais nova, Priscilla Anne Reuel Tolkien, nasceria dali a cinco
anos.
Tolkien e as Sociedades
Tolkien foi muito ligado a sociedades. Nas que participou, a literatura era o tema
fundamental, algo que o ajudou na criação de suas obras, pois nestas sociedades encontrou
seu primeiro público e encorajadores.
Em sua juventude, sua primeira sociedade foi a T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian
Society), formada por Tolkien e três amigos. Não era dedicada apenas a literatura, mas ela
estava presente. A Primeira Guerra Mundial dissolveu o grupo, matando Rob Gilson, e algum
tempo depois G. B. Smith. Os dois restantes, Christopher Wiseman (inspiração para o nome
do terceiro filho de Tolkien) e Tolkien, foram amigos até o fim da vida de Wiseman.
A frase a seguir é de G.B.Smith, pouco depois da morte de Rob Gilson
“A morte pode nos tornar repugnantes e indefesos como indivíduos, mas não pode acabar
com os quatro imortais!‖ (SHIPPEY, 1978) (Tolkien, p. xviii)
Anos depois, fundada por Tolkien, The Coalbiters se dedicava à literatura nórdica,
muito apreciada por Tolkien, que incluía Beowulf e o Kalevala, por exemplo. Chamavam-se
de Kolbitars, ou, "homens que chegam tão perto do fogo no inverno que mordem carvão", o
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que originou no nome Coalbiters (mordedores de carvão). Entre seus membros estavam R. M.
Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson,
George Gordon, Bruce McFarlane e C. S. Lewis.
Outro grupo de que participava era chamado The Inklings, também dedicado à
literatura, que se reunia no pub The Eagle and Child (em português A Águia e a Criança) que
os integrantes chamavam O Pássaro e o Bebê (The Bird and Baby em inglês). Os Inklings
incluíam C. S. Lewis e seu irmão H. W. Lewis, Charles Williams, Owen Barfield e Hugo
Dyson.
Quando Tolkien conheceu C. S. Lewis, este era agnóstico, e Tolkien logo se
empenhou para convertê-lo ao catolicismo romano. No entanto, Lewis preferiu o
anglicanismo, movimento protestante cristão no qual fora educado. A religião sempre foi um
motivo de afastamento entre Tolkien e C.S.Lewis, especialmente pela forma diferente como
ambos a tratavam. Tolkien inclusive não apreciou muito a obra As Crônicas de Nárnia, por
considerá-la demasiadamente alegórica (entretanto, ele não odiou o livro, como pensam
alguns). A religião no livro de Lewis é bem explícita, ao passo que nos de Tolkien ela é oculta
em personagens, lugares e até atitudes, embora sem ser alegórica, construção de que Tolkien
não gostava. Apesar dos desentendimentos Tolkien e Lewis foram grandes amigos, amizade
essa explorada no livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis. De fato, O Senhor dos
Anéis provavelmente não existiria sem o incentivo de C. S. Lewis, que aliás foi o primeiro a
ouvir a história, e Tolkien jamais deixou de admirar a grande inteligência de Lewis.
―Num buraco no chão vivia um hobbit‖ (TOLKIEN aput CARPENTER, 1927, p. 62)
A idéia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien
examinava documentos de alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou
que:
―Um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que
poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit,
não sabia e não sei por quê.‖ (TOLKIEN apud CARPENTER, 1965, p. 62)
Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos
depois, mas o abandonou no meio.
Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell
Edge na época, quando esta estava doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de
Oxford , que trabalhava para Allen & Unwin (comprada em 1990 pela Editora Harper Collins)
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e analisado depois por Rayner Unwin (Filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin,
na época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado pela história. Dagnall ficou tão
encantada com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é
publicada a primeira edição de O Hobbit.
A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se
aventura na Terra Média ao lado do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que
Tolkien foi sondado para novas aventuras. Tolkien oferece O Silmarillion, que ele
considerava sua principal obra, mesmo que, hoje, não a mais conhecida. Stanley Unwin
preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien concordou em
continuar a saga dos hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe consumiu doze
anos de trabalho desde os primeiros rascunhos até a sua conclusão, mas que o tornaria um dos
mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit.
Os primeiros rascunhos da obra datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o
impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de suas obras, foi somente em 1949 que
O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo, Tolkien
também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica,
projetando-se em Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O
Senhor dos Anéis", e sua relevância. Em princípio o texto foi recusado, pois a idéia de
Tolkien era lançar dois volumes, sendo eles "O Silmarillion" e "O Senhor dos Anéis", já que
ele os considerava interdependentes e indivisíveis. Entretanto o editor da Collins, uma outra
editora, havia gostado da idéia e começou a encorajar Tolkien a publicar os livros pela editora
Collins. Depois de grande atraso na publicação, Tolkien perde a paciência e desiste do acordo.
Posteriormente, após algumas conversas com Rayner Unwin (já adulto e trabalhando na
empresa do pai, Rayner foi um dos que recebiam os rascunhos de "O Senhor dos Anéis" de
Tolkien ao longo de sua composição), a decisão da Allen & Unwin foi reconsiderada e, em
1954, foram publicados os dois primeiros volumes (A Sociedade do Anel e As Duas Torres).
Em 1955 foi publicado o terceiro e último volume (O Retorno do Rei). A idéia original era
lançar a obra toda num único volume, mas para baratear os custos de impressão, foi dividida
em três volumes.
Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de Mundo Secundário, com
novas normas, novos povos, uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras
literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra, povoada por seres fantásticos, como os Valar,
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os Maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfos, anões, trolls, orcs e cercada de mistérios e
magia:
“[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele
relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos
enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.” (TOLKIEN apud CARPENTER,
1965, p. 75)
Apesar dos ataques da crítica, o livro teve grande sucesso dos dois lados do Atlântico,
mas seus livros só alcançaram a classe de cult nos anos 60, devido ao fato de sua obra ter se
tornado mania entre os universitários dos Estados Unidos com a chegada de uma edição pirata
norte-americana neste país.
O nome de Tolkien ganhou notoriedade mundial, fato este que provocava mais
transtornos que prazer ao autor, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu encontro: fãs norte-
americanos telefonavam-lhe durante a madrugada sem se lembrar do fuso horário por
exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão de se mudar para Bournemouth.
Exímio linguista
Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com
nomes galeses que via nos caminhões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma
língua artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos
nomes de animais. Juntos criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas.
Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais
complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis Morgan: o espanhol.
Tolkien, em Dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na
Universidade de Oxford, onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas
desinteressou-se por este curso e começou a gastar mais tempo no estudos de filologia, sendo
orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores britânicos desta ciência e grande
conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a Honour School of
English Language and Literature, onde teve um notável melhora devido ao seu interesse pela
filologia germânica.
Desde criança já tinha em sua volta línguas clássicas como grego e o latim, e mais
tarde com o espanhol. Sempre achou o italiano muito elegante e, é claro, o inglês e o anglo-
saxão o fascinavam. O francês não o cativava tanto, apesar de ser (como ainda é) aclamada
como uma belíssima língua. Quando se deparou com a língua finlandesa ele se encantou, e
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usou sua gramática, junto com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam
em seus livros. Línguas de gramática complexa e vasto vocabulário. Línguas que seriam
estudadas a fundo por muitos de seus fãs: o Quenya, cujo exemplo máximo é expressado pelo
poema Namárië, e o Sindarin, este último baseado no galês, as Línguas Élficas, todas movidas
pelo som bonito (eufonia) e pela estética, como o "Repicar dos sinos" dizia ele.
Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo. Para ele,
primeiro vinha a palavra, depois a história. A composição para ele não era um passatempo
(como foi 'acusado' na época), mas um trabalho filológico. Ele criou um mundo onde suas
línguas pudessem ser faladas, e lendas para rodeá-las.
Tolkien, consciente da língua como um organismo mutável, totalmente relacionado
com as histórias de um povo, afirmou certa vez que:
“O Volapuque, Esperanto, o Ido, o Novial, são línguas mortas, mais mortas do que antigas
línguas sem uso, porque seus inventores jamais criaram lendas para acompanhá-las.”
(TOLKIEN apud CARPENTER, 1957, p. 67)
Mais tarde afirmou num artigo sobre filologia:
―Meu conselho a todos que dispõem de tempo ou inclinação a se ocuparem com o movimento
por uma língua internacional, seria: "Apoiem lealmente o Esperanto".‖ (TOLKIEN aput
CARPENTER, 1965, p. 68)
Criou várias outras línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão elaborada
quanto as duas élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, as Angerthas (ou
runas) e as Tengwar. Acreditava que uma língua bonita devia ter também um alfabeto
elegante.
Além do inglês, Tolkien conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos
criados por ele mesmo) que eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo,
sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês,
espanhol, italiano, galês e finlandês.
Quando O Hobbit foi traduzido para o islandês, Tolkien ficou encantado, porque,
além de esta ser uma de suas línguas favoritas, ele achava que o livro combinaria muito com
ela. Muitos nomes, como Gandalf, foram retirados do antigo islandês.
Aversão à tecnologia
Segundo Carpenter 2006, se por um lado Tolkien exerceu grande influência na era da
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informática, por outro, isso bate de frente com a visão nostálgica e radical do autor. Ele
sempre foi avesso a trens, automóveis, televisão e comida congelada, a indústria em si.
Tolkien acreditava que essa dominação e controle que a tecnologia moderna exerce sobre o
Homem, mesmo que usadas para o bem, "trazem sofrimento à criação" (referindo-se ao seu
Mundo Secundário). Este ponto de vista foi criado devido a sua experiência como veterano da
Primeira Guerra Mundial e pai de rapazes que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e ele não
alimentava mais a ilusão do papel benéfico e salvador do desenvolvimento das tecnologias.
Com esse pensamento, ele coloca o problema da tecnologia no coração de O Senhor dos
Anéis. O Um Anel é o instrumento máximo do poder. Poder esse que até Gandalf preferiu não
arriscar, deixando o fardo para Frodo. E cabe ao pequeno hobbit o dilema da saga: ter o poder
não é possuir o Um Anel, e sim destruí-lo. Frodo deve então renunciar ao poder porque ele
corrompe. Só assim ele será capaz de destruir Sauron. (CARPENTER 2006)
"Aqui, no fim de todas as coisas..." (TOLKIEN, 2000, p.227)
Além de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, foram publicados Sir Gawain and the
Green Knight (1925), Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963),
Smith of Wootton Major (1967) e Sobre Histórias de Fadas (1965) entre outros. O escritor
então se aposenta e junto de sua mulher se muda para Bournemouth. Com a morte de sua
esposa em 19 de Novembro de 1971, após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na
solidão em um apartamento na Universidade de Oxford. Numa carta ao seu filho Christopher,
John Ronald Reuel Tolkien escreveu, sobre sua mulher Edith Bratt:
[...]o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais brilhantes do que os que
vocês viram, e sabia cantar… e dançar. Mas a história estragou-se, e eu fiquei para trás, e
não posso suplicar perante o inexorável Mandos.[...]. (TOLKIEN, aput CARPENTER, 1927,
p. 397)
No texto, Tolkien decide que no epitáfio de Edith estaria escrito Lúthien. Lúthien é
uma personagem de O Silmarillion inspirada na esposa de Tolkien, como afirma o trecho da
mesma carta:
“É breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim mais
significado do que uma imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) a minha Lúthien
[...] Nunca chamei Edith de Lúthien, mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se
tornou parte de O Silmarillion.‖ (TOLKIEN apud CARPENTER, 1927, p. 397)
Lúthien era elfa, imortal, mas se apaixona por um mortal, Beren. Ela então desiste de sua
21
imortalidade. Ambos enfrentam muito para ficar juntos e, quando ele morre, Lúthien vai até
os Palácios de Mandos, o guardião das Casas dos Mortos. Beren a aguardava nos Palácios, e
ela canta diante de Mandos que, então, se comove, a única vez em toda sua existência, e
permite que ambos voltem, como mortais. E assim foi. No túmulo, abaixo do nome Edith
Tolkien está escrito Lúthien, que, nas histórias, é a mais bela das elfas, a mais bela dos Filhos
de Ilúvatar. A história dos dois está contada na Balada de Leithian.
Em 1972, J. R. R. Tolkien recebeu o Doutorado Honorário em Letras da
Universidade de Oxford, e conseguiu seu último e mais importante título: a Ordem do
Império Britânico pela Rainha Elizabeth, uma das maiores honras britânicas. Era agora Sir
John Ronald Reuel Tolkien.
No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do
outro dia foi internado, com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no
peito.
Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de Setembro de
1973, J. R. R. Tolkien morre na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa, no Cemitério de
Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha, abaixo do seu nome há a inscrição
Beren.
O obituário escrito ao jornal The Sunday Times diz
Dois de Setembro de 1973, Londres. J.R.R. Tolkien, lingüista, estudioso e autor de
sucesso, faleceu hoje em Bournemouth. Ele tinha oitenta e um anos… (The Sunday, 1973)
Após sua morte, o seu filho Christopher editou e publicou "O Silmarillion" (em 1977), além
de nos anos 80 e 90 lançar a série The History Of Middle-Earth (A História da Terra-Média),
uma gigantesca coletânea dividida em doze volumes, e Unfinished Tales of Númenor and
Middle-Earth (Contos Inacabados), seu livro mais recentemente publicado é Os Filhos de
Hurin ou Narn i hîn Húrin, também baseados em manuscritos do autor J.R.R. Tolkien, seu
pai, livro esse lançado em 2007.
Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, duas árvores foram plantadas em
seu tributo em Oxford pela Tolkien Society e pela Mythopoeic Society, grupos de leitores e
estudiosos de sua obra. Essas duas árvores fazem alusão às Duas Árvores de Valinor, que
davam luz a Valinor nos Dias Antigos. Em suma, nada melhor, do que as palavras do próprio
autor, para sintetizar a essência da sua vida e obra:
22
Nasci em 1892 e passei toda a infância numa região
chamada ―The Shire‖, numa época anterior à
mecanização da lavoura. Em outras palavras, e o que
importa ressaltar é que sou cristão (o que se pode inferir
muito bem das minhas histórias), na verdade sou
católico romano. Já este segundo ―fato‖ pode não ser tão
facilmente inferido… na verdade o que sou mesmo é um
hobbit (em todos os aspectos, exceto pelo tamanho).
Gosto muito dos jardins, árvores e lavouras não
mecanizadas; fumo cachimbo e aprecio boa comida
caseira… gosto dos trajes alinhados e tenho a pachorra
de usar coletes, numa era tão sem graça, quanto a nossa.
Amo cogumelos (colhidos diretamente do campo); meu
senso de humor é coloquial (mesmo os meus críticos
mais simpáticos costumam considera-lo tedioso);
costumo ir dormir tarde e (de preferência) acordo tarde.
Não sou de viajar muito. (TOLKIEN,apud
CARPENTER, 1965, p. 285)
Cronologia
1892 – No dia 3 de Janeiro nasce John Ronald Reuel Tolkien em Bloemfontein, África
do Sul. É batizado em 31 de janeiro, na Catedral Anglicana de Bloemfontein. Seus
padrinhos eram Edith Mary ―May‖ Incledon, G. Edward Jelf e Tom Hadley.
1895 – No início de Abril, Mabel Tolkien parte para a Inglaterra com seus dois filhos,
Ronald e o seu irmão mais novo, Hilary e desembarcam três semanas depois em
Southampton, Inglaterra. O pai, Arthur Tolkien, permanece na África do Sul.
1896 – Morre Arthur Tolkien no dia 15 de Fevereiro. O restante da família passa a
viver em Sarehole (uma aldeia ao sul de Birmingham). Tolkien aprende a ler.
1899 – É possível que Mabel Tolkien tenha começado a levar seus filhos a St. Anne’s,
uma igreja católica em Alcester Street, Birmingham, no fim deste ano.
1904 – Morre Mabel Tolkien no dia 14 de Novembro aos 34 anos de idade.
1905 – Ronald e seu irmão instalam-se na casa de sua tia Beatrice.
1908 – Ronald conhece Edith Bratt. Também neste ano ou no próximo, Tolkien teria
comprado o livro A Primer of the Gothic Language, de Joseph Wright, de um amigo
da escola; começa a desenvolver uma língua baseada no gótico.
1909 – Ronald fracassa na seu intenção de obter uma bolsa de estudo em Oxford.
23
1910 – Ronald ganha uma bolsa de estudos para a Exeter College de Oxford.
1911 – Forma-se o T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian Society).
1915 – Ronald recebe Honra de Primeira Classe em seus exames de graduação. Alista-
se nos Lancashire Fusiliers e inicia seu treino em Bedford e Staffordshire.
1916 – Ronald casa-se com Edith, e alguns meses mais tarde, em junho, embarca
rumo à França. Dirige-se à Somme como subtenente do II de Lancashire Fusiliers e
serve como oficial de sinais do Batalhão. Em Novembro retorna à Inglaterra e adoece
da febre das trincheiras.
1917 – Convalescente, começa a escrever O Livro dos Contos Perdidos, que se
converterá mais tarde em O Silmarillion, sua mais importante obra. Em Novembro
nasce seu filho mais velho, John.
1920 – É nomeado Professor Adjunto de Língua Inglesa na Universidade de Leeds.
Nasce seu segundo filho, Michael, a quem é dedicado o livro Roverandom.
1922 – Tolkien trabalha em conjunto com E. V. Gordon no livro Sir Gawain & The
Green Knight
1925 – Tolkien é designado à Cátedra de anglo-saxão Rawlinson & Bosworth, em
Oxford. Nasce seu terceiro filho, Christopher Tolkien.
1926 – Começa sua amizade com C. S. Lewis. Formação do The Coalbiters.
1929 – Nasce sua filha mais nova, Priscilla.
1930 – Tolkien começa a escrever O Hobbit, mas o abandona antes de terminar.
1931 – Formação do The Inklings (veja a figura ao lado).
1936 – Susan Dagnall, da editora londrina Allen & Unwin, lê o manuscrito de O
Hobbit, e Tolkien conclui o livro a pedidos dela. É acertada sua publicação.
1937 – Publicação de O Hobbit, no outono. Atendendo a um pedido de Stanley Unwin,
Tolkien começa a escrever uma segunda parte que se converterá em O Senhor dos
Anéis, sua mais famosa obra.
1940 – Segundo filho de Tolkien, Michael, alista-se no serviço militar e começa a
treinar como artilheiro antiaéreo. No ano seguinte, vira Oficial Cadete da Faculdade
Militar Real.
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1943 – Terceiro filho de Tolkien, Christopher, é convocado pela Força Aérea. Anos
difíceis para Tolkien, sendo ele o seu filho preferido e de grande ajuda para o pai no
desenvolvimento de O Senhor dos Anéis.
1945 – Morre Charles Willians, escritor e amigo de Tolkien, membro dos Inklings;
Tolkien é nomeado para a Cátedra de Língua e Literatura Inglesa de Merton e deixa a
faculdade de Pembroke.
1949 – O Senhor dos Anéis é terminado; O livro Mestre Gil de Ham é publicado pela
Allen & Unwin.
1954 – Publicação dos dois primeiros volumes de ―O Senhor dos Anéis.
1955 – Publicação do terceiro volume de ―O Senhor dos Anéis‖.
1962 – Publicação de As Aventuras de Tom Bombadil.
1963 – Morre C.S.Lewis, grande amigo de Tolkien, membro dos Coalbiters e dos
Inklings.
1964 – Publicação de Tree and Leaf.
1967 – Publicação de Smith of Wootton Major.
1971 – Edith Tolkien morre em Novembro, com oitenta e dois anos
1972 – Tolkien recebe o Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford e
a Ordem do Império Britânico, tornando-se Comendador do Império Britânico.
1973 – No dia 28 de Agosto viaja para passar uns dias com seus amigos de
Bournemouth. Adoece e morre numa clínica nas primeiras horas de Domingo, 2 de
Setembro, aos oitenta e um anos de idade.
1992 – No ano do Centenário de Tolkien, a Tolkien Society e a Mythopoeic Society
plantam em Oxford duas árvores em seu tributo, relembrando a história das Duas
Árvores de Valinor criada por Tolkien, em seu livro ―O Silmarillion‖.
(KYRMSE, Explicando Tolkien, 2003)
25
3. A INFLUÊNCIA
Legado
Apesar de ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil, foi somente
após o lançamento da trilogia de O Senhor dos Anéis (1954-1955) que Tolkien passou a ser
conceituado por milhões de fãs. Em 1996, uma pesquisa feita pela livraria londrina
Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com o
canal de televisão Channel 4, elegou O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O
Hobbit entre os vinte melhores. Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita pela
BBC, perguntando às pessoas qual o livro favorito delas, "O Senhor dos Anéis" ficou em
primeiro, e "O Hobbit" em vigésimo quinto. São mais de 50 milhões de exemplares vendidos
em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a
ler e estudar a obra do autor. (J.R.R. TOLKIEN: Master of the Rings. Direção: Chris Gormlie.
Produção: Gavin Bott. [S.l.]: Cromwell, 2001. DVD; e A INFLUÊNCIA do Anel. Direção:
Carlene Cordova. Produção: Cliff Broadway. [S.l.]: Sony Enterteinment, 2005. DVD.)
O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. O cinema
(principalmente a trilogia O Senhor dos Anéis), a música, o RPG (liderado pelo D&D), os
desenhos animados, a literatura, as histórias em quadrinhos, os jogos de computador e até
mesmo a Internet, com milhares de websites dedicados a sua obra sofreram inúmeras
influências do escritor freqüentemente aclamado como o maior autor do século XX em
pesquisas de opinião. (A INFLUÊNCIA do Anel. Direção: Carlene Cordova. Produção: Cliff
Broadway. [S.l.]: Sony Enterteinment, 2005. DVD.)
John Ronald Reuel Tolkien foi membro da diretoria do New English Dictionary
(1918-1920), professor de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, cátedra Rawlinson &
Bosworth, posto ligado à Faculdade Pembroke (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-
saxão (inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de Língua e Literatura Inglesa em
Merton (1945-1959), o que caracteriza um jeito próprio de lidar com os livros e a mitologia
sempre presente em seus livros.
Mesmo com o sucesso de O Senhor dos Anéis, Tolkien só virou celebridade por volta
da década de 1960, especialmente nos campi das universidades.[15]
Estes fãs tiveram a mesma importância que os trekkers em Star Trek, os "star warriors" em
Star Wars e os "excers" em Arquivo X para tornar a obra de Tolkien conhecida. Desde os
encontros da primeira sociedade Tolkien, que se comunicava através de frases em cartazes no
26
metro de Nova York, a tolkienmania só cresceu e continua a influenciar muita gente. No auge
da contracultura, a obra era considerada uma espécie de bíblia da Sociedade Alternativa. Com
broches como "Frodo Vive" e "Gandalf para Presidente", os fãs se reuniam para celebrar
Tolkien. O público nessa época era composto, quase sempre, por geeks da computação e
hippies. (A INFLUÊNCIA do Anel. Direção: Carlene Cordova. Produção: Cliff Broadway.
[S.l.]: Sony Enterteinment, 2005. DVD)
A criação de mundos complexos como a Terra-Média também deram uma arejada à
literatura ficcional, além de inaugurar um novo gênero literário, a literatura fantástica, algo de
que Tolkien sentia falta na literatura. Muitos autores também criaram seus mundos próprios e
essa realidade virtual criada por Tolkien foi o elemento-chave para a ficção científica de Duna
(de Frank Herbert), para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett).
Talvez até para o universo de Harry Potter de J. K. Rowling, tenha servido de base,
apesar de Rowling gostar muito da obra tolkieniana, ter declarado: p. 62
―Penso que, se deixarmos de lado o fato de que os livros falam de dragões, varinhas mágicas e
magos, os livros de Harry Potter são muito diferentes, especialmente no tom. Tolkien criou
toda uma mitologia. Não penso que alguém possa dizer que eu tenha feito isso.‖(ROWLING,
2003)
Além disso, o autor David Colbert escreveu em seu livro "O Mundo Mágico do
Senhor dos Anéis":
―Muitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling só porque ambos contam
histórias sobre mundos imaginários habitados por magos. Não há muita coisa semelhante
entre suas histórias.” (COLBERT, p. 65)
Em 1974, Gary Gygax e Dave Anderson arrumaram uma maneira de interagir com
esta realidade e criaram o Role-Playing Game (RPG) Dungeons & Dragons, um jogo de
personificações com temas fantásticos, inspirados na Terra-Média de Tolkien. Com o RPG foi
possível se aventurar no universo de orcs, anões, elfos, dragões e até os hobbits, os Halflings
do D&D, que mantêm muitas características dos Hobbits com leves alterações (inclusive o
próprio Tolkien usava o nome halfling para os seus hobbits). O RPG serviu de estímulo para o
público explorar e conhecer novos mundos. A própria Terra-média chegou a ter seu RPG, o
MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982, só que o complexo sistema de regras e os
freqüentes equívocos em relação à trama atrapalharam sua difusão, e o MERP não saiu.
Na década de 1970, um hacker fã de Tolkien deu uma ajuda ao programador do arcaico RPG
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Adventure. O jogo foi transformado, ganhou o nome de Zork e virou hit entre os usuários da
Arpanet (embrião da Internet) porque estava cheio de referências ao mundo de Tolkien. Nos
primórdios da rede, essas realidades virtuais ganharam uma versão em texto, batizadas de
MUD (Multi-User Dungeon/Dimension, que em português soa algo como "Dimensão
Multiusuários"). Hoje, graças aos avanços da tecnologia, os MUD caíram em desuso e o que é
sucesso são jogos multiplayer como EverQuest, Última Online, Asheron’s Call, Warcraft e
Kingdom Under Fire. Todos têm em comum cenários fantásticos e referências às obras de
Tolkien. A Internet teve papel importante na propagação dos trabalhos do autor. Através dela
foi possível reunir fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a política,
sociedade, as línguas, a biologia e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados
aos trabalhos de Tolkien que trazem ensaios, poemas, fan-fictions (contos de ficção escritos
por fãs), sátiras, críticas, notícias, grupos de estudos, de discussão, fóruns e humor.
Ao contrário dos "trekkers" e dos "star warriors" que aprovam e incentivam as
seqüências das obras originais em livros, filmes, seriados, produtos e HQs, os fãs de Tolkien
preferem manter seu próprio ponto de vista sobre a obra. Com uma visão muito pessoal e
particular da saga de Frodo, os fãs não se arriscam a tocar na Terra-média. E esse é um dos
motivos que impediram uma proliferação ainda maior do legado do autor. A única exceção
talvez seja o livro The Black Book of Arda, escrito por duas jovens russas no início dos anos
90, que recontavam os acontecimentos de O Silmarillion, só que do ponto de vista dos vilões.
A influência de Tolkien também pode ser percebida nas mais diversas formas de artes.
Pintores como John Howe, Roger Garland, Ted Nasmith, Alan Lee, Tim Kirk e os irmãos
Hildebrandt entre outros figuram em enciclopédias ilustradas e centenas de galerias de
imagens na Internet. Eles retratam com primazia várias passagens dos livros
História em quadrinhos
Tolkien também marcou presença nas HQs. Há influência dele em Bone, de Jeff Smith,
e na mega-série Elfquest,[20] que já tem mais de vinte anos de publicação e conta a história
de um mundo recheado de elfos. Também existe Lodoss, uma série criada por fãs-japoneses
de RPG, que durante anos, anotaram suas aventuras e transformaram em duas sagas animadas.
A primeira é The Record of Lodoss War (de 1991) e a mais recente saga chama-se Chronicles
of the Heroic Knight (de 1999), ambas trazem um mundo mágico de deuses, dragões,
demônios, magos e guerreiros lutam pelo poder.
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Música
A obra do autor também marcou profundamente a música, principalmente estilos
como o hard rock, o new age e variantes do heavy metal. Milhares de canções de bandas
como Led Zeppelin, Blind Guardian, a banda sueca Za Frûmi’s (que compôs uma música com
uma versão modificada do idioma orc), Rush, Jethro Tull, e outras, são creditadas como de
alguma forma associadas às obras de Tolkien.
Cinema e televisão
Em 1978, o animador britânico Ralph Bakshi (o mesmo de Super Mouse e Gato Felix)
adaptou "O Senhor dos Anéis" para o cinema num longa-metragem de animação de duas
horas. Outras duas obras de Tolkien viraram longas animados para a TV inglesa: O Hobbit
(em 1977) e O Retorno do Rei (1980), ambas criadas para especiais de TV e dirigidas por
Jules Bass, o mesmo produtor de Thundercats e Silverhawks e co-diretor do longa metragem
Rudolph, a rena do Nariz Vermelho.
O desenho animado Caverna do Dragão e o filme Dungeons & Dragons foram
baseados no RPG D&D, e por isso também pode-se dizer que foram influenciados pela obra
de Tolkien.
Podem-se citar outras produções cinematográficas como O Cristal Encantado (1982),
A História Sem Fim (1984), Labirinto (1986), A Lenda (1986), Willow – Na Terra da Magia
(1988) e Coração de Dragão (1996). Peter Jackson, um antigo fã de Tolkien, dirigiu três
filmes da saga, produzidos simultaneamente (divididos do mesmo modo que os livros,
lançados em 2001, 2002 e 2003), rendeu 17 Oscar à série, 4 ao primeiro, 2 ao segundo e 11
concedidos ao terceiro, igualando-o aos recordes de Titanic e Ben-hur.
3.2 Influenciando Guerra nas Estrelas
Quando o John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973) era uma criança ele ouvia as
crianças da vizinhança falando um idioma de brincadeira que chamavam Animalic.
Tolkien contribuiu para criar o próximo idioma imaginário do bairro, Nevbosh ("tolice nova").
Com doze anos sua mãe faleceu, e ele achou consolo no que se tornaria a obsessão de vida: a
construção de um idioma elfico. Esta fascinação com idiomas ajudou eventualmente Tolkien a
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atingir uma posição como Professor de Merton de Idioma inglês e Literatura em Oxford,
especializando em Filologia. Ele gastou a maioria do tempo livre inventando "idiomas de
fantasia": "Quenya" é derivado do finlandês, "Sindarin" do galês. Quando criou estes idiomas,
Tolkien teve uma revelação: Para ser "real", tem que refletir uma perspectiva cultural para o
idioma; a "história" de uma cultura. Em outra palavra, um idioma real insinua e exige um
mito. Por exemplo, a palavra inglesa "excruciante" alude à história da crucificação de Cristo.
(Revista TOLKIEN, número 6, 1998)
Tolkien publicou O Hobbit em 1936 e O Senhor dos Anéis em 1954. Foram escritos
ambos baseados nos idiomas imaginários, e ele ficou frustrado pois a maioria das pessoas
achou que fosse o contrário. Em um artigo que explica a obsessão dele chamado Um Vício
Secreto, Tolkien escreveu, "A criação de idioma e mitologia são funções relacionadas. A
construção do idioma criará uma mitologia."
O trabalho de Tolkien foi um prazer despreocupado nos círculos acadêmicos durante
uma década: os professores e estudantes eram relutantes em admitir o quanto amavam as
histórias tolas sobre "duendes e dragões." Por volta dos anos sessenta O Senhor dos Anéis foi
provavelmente a história de fantasia mais influente no mundo Ocidental, enquanto ocupando a
mesma posição Guerras de Estrela foi nos anos setenta e o Ciclo de Anel de Wagner foi para
o fim do século XIX.
George Lucas freqüentemente afirmava que O Senhor dos Anéis foi a influência
principal em Guerras de Estrela. O material superficial é o mais óbvio, mas a lição sutil que
Lucas aprendeu de Tolkien é como controlar os pontos delicados de um mito. A maneira
como Tolkien escreveu aquele mito e conto de fadas parece ser o melhor modo para
comunicar moralidade - sugestões por escolher entre direito e errado - e na realidade isso pode
ser o propósito primário disso. Tolkien era devoto Cristão, e relutava em como falar sobre A
Bíblia Cristã. Ele observou que o Novo Testamento é estruturado em particular como um mito,
e quis poder explorar isso sem dar a impressão que estava depreciando o que viu como uma
revelação divina genuína. Finalmente ele decidiu que a Bíblia é um verdadeiro mito, e
histórias como O Senhor dos Anéis são "sub-criações. "
Guerras de estrela pode ser Flash Gordon por fora, e a estrutura é basicamente de
Campbell, mas o coração, o mito, foi retirado profundamente de Tolkien. Isso não significa
Lucas copiou Tolkien; a inspiração primária de Tolkien para o bem e o mau foi Sir Gawain e
o Cavaleiro Verde do século XIV de autor desconhecido, e registrou a frustração dele em não
poder achar as fontes para aquela história. Ele não teve nenhuma dúvida que tais fontes
30
existiram, e esperou aprender delas do mesmo modo que Lucas aprendeu dele. Todas as
grandes histórias têm raízes fundas. (Revista TOLKIEN, número 6, 1998)
Aqui estão algumas das semelhanças superficiais entre Guerras de Estrela e O Senhor
dos Anéis:
Trilogia: Guerra nas estrelas é a guerra do anel, o império contra ataca é As duas Torres, e o
retorno de Jedi é obvio o Retorno do rei.
Yoda é como Gollum : esverdeado, orelha pontuda, problema de fala.
Sabre de luz igual as espadas que brilhavam no escuro.
Obi-wan Kenobi similar a Gandalf.
Darth Vader representa o Rei-bruxo, e o Imperador Palpatine igual a Sauron.
Como Obiwan entrega a espata tirada da caixa a Luke, da mesma forma faz Bilbo ao entregar
ferroada a Frodo.
Como Darth Vader corta a mão de Luke e seu sabre cai no abismo, Gollum corta o dedo de
Frodo com o anel e também cai no abismo.
Entre tantas outras.
Influencia tolkien (1892 – 1973)
O senhor dos anéis tornou-se o fenômeno do século XX.
Tornou-se cult e reinventou o gênero de ficção de fantasia heróica moderna inspirando
incontáveis imitadores cujos trabalhos estão nas seções de fantasia e ficção. Criou um novo
gênero, a ficção fantástica.
A maior influencia foi na escrita da literatura de fantasia em si. Um enorme numero de
escritores encontrou um nicho no mercado que a obra de Tolkien abriu tão dramaticamente.
Stephen R. Donaldson – The Chronicles of Thomas Covenant
Terry Brooks – a viagem, serie Shannara
Ted Williams – THE BURGLAR WHO TRADED
Terry Pratchet – serie discworld – a cord a magia entre outros
JK Rowling- harry potter
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Só para nomear alguns.
Mesmo os editores buscando um ―novo Tolkien‖, sua obra conseguiu efeitos que não
podem ser facilmente duplicados. Não basta colocar criaturas fantásticas num mundo de
fantasia para conseguir este efeito, há muito trabalho literário e histórico por traz da grande
obra de Tolkien.
Nasceu em 1892 em Blomfontein na África do Sul. Mudou-se para Inglaterra em 1896
após a morte do pai. Em 1900 sua mãe tornou-se católica e isso influenciaria muito sua
perspectiva do mundo. Sua mãe morreu em 1904, ele e o irmão foram criados pelo Padre
Francis. Em 1908 conheceu Edith que era 3 anos mais velha que ele. Ela tornou-se católica e
casaram-se em 1916.
Começou seus estudos em Oxford em 1911. estudou os clássicos do inglês antigo, o
idioma da Inglaterra anglo-saxônica, também o nórdico antigo, gales, gótico e finlandês.
A historia dos idiomas antigos da europa inspirou Tolkien a escrever poemas e historias com
idiomas que ele próprio criou baseado em seus estudos. Ao inventar esses idomas, foi levado
a inventar uma história para eles.
Tolkien queria criar uma mitologia para a Inglaterra, com geografia, historia e sua
obra definiu toda uma cultura da época.
Ele inventou uma mitologia para a inglaterra, pois os Finlandeses tinham o Kalevala, os
Islandeses tinham as Eddas. As lendas Arthurianas eram de origem francesa, importada. Ele
queria uma lenda anglo-saxônica para os ingleses então baseou-se em Beowulf.
Na primeira guerra mundial, participou da Batalha de Somme, onde viu seus amigos
perderem a vida, e começou a questionar a razão das guerras. Isso o influenciou e acabou
refletido em sua obra.
O senhor dos Anéis trata sutilmente de assuntos do cotidiano, da guerra e as diferenças étnicas,
também está baseado nas guerras antigas da Inglaterra.
Depois da guerra trabalhou como lexicógrafo em Oxford no projeto que produziu a
primeira edição do Dicionário de Inglês de Oxford. (Oxford English Dictionary).
32
Em 1920 foi nomeado Professor associado em Ingles e Literatura inglesa na
Universidade de Leeds, onde ensinou inglês antigo e medio, e nordico antigo.
Em 1925 foi nomeado Professor de Anglo-Saxão em Oxford onde ficou até sua aposentadoria
em 1959.
Como acadêmico suas publicações eram muito influentes, principalmente seus
trabalhos de analise e tradução de textos antigos como Êxodo e Beowulf.
Escreveu o Hobbit em 1937, uma historia de aventura com elfos, hobbits, cavaleiros e
dragão, voltado ao publico infantil.
O Senhor dos Anéis foi lançado quase 20 anos depois, pois ele revisava sua obra
constantemente, era perfeccionista e também queria incluir partes de sua mitologia na obra
que deveria ser uma continuação da primeira.
Seu amigo C.S.Lewis produziu os sete livros das crônicas de Nárnia em sete anos
apenas. Ele era seu amigo em Oxford e em apoiava e influenciava o outro. Tolkien levou
Lewis ao catolicismo e foi influenciado a escrever fantasia também.
Os amigos Tolkien, Lewis, Charles Williams e outros formaram um grupo chamado
Inklings, que se reuniam para trocar idéias literárias, ler poemas, criticar e mostrar seus
trabalhos.
Houve no final do século XIX uma divisão literária, onde havia uma preferência pela
literatura realista do século 19, e o impulso de falar a verdade sobre a sociedade e a visão
mundial, porém Tolkien acreditava que se podia dizer mais verdades com uma lendo ou conto
de fantasia do que com a própria historia.
Colocou em suas obras várias características do que presenciou, e que marcaram sua
vida como as 2 guerras mundiais, a modernização, industrialização, poluição , as grandes
cidades vitorianas, o trem a vapor, mecanização e muito barulho.
Em suas obras Tolkien criou raças, culturas, políticas e idiomas para individualizar
suas idéias.
33
Tolkien começou inventando a língua elfica, depois criou um mundo onde ela poderia
ser falada.
Sua obra também traz influencias das culturas antigas nórdicas, viking, celta. Beowulf
foi o ponto de referencia para suas obras sobre a Inglaterra antiga, inspirou-se na lenda do
dragão, utilizou o idioma e a cultura em sua obra, principalmente na criação da cultura de
Rohan de O senhor dos Anéis, com sotaque, e escrita aliterada.
Tolkien não gostava da idéia vitoriana dos Elfos: pequenas criaturas aladas que
apareciam nos livros infantis em sua época. Para seus próprios elfos, ele buscou a
representação do reino das fadas nos grandes romances medievais, tais como Sir Orpheo e as
lendas de Arthur. Nestes textos os elfos aparecem como humanos embora sejam mais
espirituais e belos. Esse traço também é comum em Shakespeare, nas literaturas escocesa e
irlandesa.
O senhor dos Anéis teve uma influencia notável nas artes. Grandes artistas visuais
desenharam cenas do romance. A maior celebridade entre eles na época foi Roger Dean. Seus
quadros mais famosos Roulaya e Castelo Verde foram inspirados no romance de Tolkien.
O mundo do Rock também foi influenciado pelos escritos de Tolkien, grupos como
Yes e Uriah Heep inspiraram-se em seus trabalhos. O imaginário foi refletido nas capas dos
discos com Demons and Wizards, Magicians Birthday.
Os Beatles tinham um projeto de produzir um filme sobre o Senhor dos Anéis, na
época do seu sucesso quando o grupo produziu vários filmes para a televisão.
Banda Mostly Autumn de Londres até hoje tem seu trabalho inspirado na fantasia de
Tolkien.
O escapismo de suas obras é tão detalhado que é quase real, como se o lugar existisse.
A maioria dos livros de fantasia não foram escritos até por volta dos anos 70.
34
O sucesso e repercussão de seu trabalho reuniu milhares de pessoas que criaram a
Tolkien Society. Uma sociedade séria de estudos literários, principalmente de fantasia e
baseados nas obras e estudos do mestre Tolkien.
Se pesquisar o nome Tolkien na internet, terá milhões de sites relacionados e
discussões sobre artes, musica, idiomas, livros, artigos de decoração, coleções, brinquedos,
uma infinidade de assuntos relacionados, noticias sobre peças teatrais, eventos, filmes, tudo
baseado em seu trabalho.
As obras de Tolkien tornaram-se Cult nos anos 60, e o livro do senhor dos anéis é
consultado e estudado como uma bíblia. O livro foi fenômeno de vendas, e recebeu o titulo
mundial de O livro mais vendido do século XX (livro considerado literário, pois o livro mais
vendido é a Bíblia, e sendo assim O senhor dos Anéis ocuparia então a segunda posição).
Tornou-se um clássico da literatura inglesa, de reputação como Moby Dick e Guerra e Paz.
Ele contava histórias para seus filhos e foi incentivado pelos amigos a publicá-la se
compartilhá-las com o mundo.
Os fans de ficção cientifica, em moda na época, descobriram que o senhor dos anéis
era o novo clássico da literatura inglesa. Na 15ª convenção anual de ficção cientifica em
Londres, Tolkien ganhou o premio internacional de fantasia.
Grady Zimmerman, cineasta da época, criou o primeiro script para um filme de O
senhor dos anéis.
Na pesquisa dos 100 melhores romances do século XX, O senhor dos anéis aparece
em primeiro lugar.
Inspirou escritores e atores, pois sua obra tranporta o leitor para outro mundo e assim
incentivou a leitura, pois depois que lê senhor dos anéis, desperta no leitor um sentido de
curiosidade e vontade de ler mais sobre o assunto.
A contra cultura dos anos 60 nos Estados Unidos foi alimentada por 3 coisas principais:
hippies, Rock & Roll e J.R.R. Tolkien.
Tolkien não esperava por esse sucesso todo e o rumo que as coisas tomaram.
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Na década de 60, Muz Murray com um grupo de poetas e músicos realizaram um
show baseado na fantasia de tolkien onde participaram Marc Bolan (T-Rex), David Bowie e
Lemmy Kilmister (Motorhead).
Sua obra estava também entre os usuários de drogas como a Maconha, LSD.
―Os Hobbits parecem estar tão na moda quanto o LSD‖ – revista TIME da década de 60.
O livro do Senhor dos Anéis tem temas como: amizade, lealdade, a luta do bem contra
o mal, a humanidade, a luta pela igualdade e liberdade. As diferentes raças se unem para
salvar o mundo. Há também a luta pela preservação da natureza, contra o desmatamento e a
industrialização.
Na Green Party, o Partido Verde desfila todo ano vestidos de Ents com a campanha da
preservação do meio ambiente, contra o desmatamento e poluição das florestas.
Rock & Roll
O Rock dos anos 60 começou a mencionar os personagens de Tolkien em suas
composições e varias se tornaram clássicos da historia do rock.
Leonard Nimoy (Jornada nas Estrelas) gravou A Balada de Bilbo Baggins.
Marc Bolan (The Wizard) –
David Bowie, Pink Floyd, The Doors tocavam numa casa noturna chamada Middle-earth
(Terra Média).
Led Zeppelin, tocava rock fantasia nos anos 70 e mencionava as obras de Tolkien em suas
musicas ―Cavaleiros de Mordor‖, ―Misty Mountain Top‖, Battle of Evermore‖.
Há diversas outras bandas como Yes, King Crimson, Rush com Rivendell em 75.
E no Heavy Metal as bandas como MotorHead, Motley Cruel, Blind Guardian e até
Ronnie James Dio (vocalista do Black Sabath) tiveram também sua inspiração em Tolkien.
Destas a mais famosa é Blind Guardian que contava diretamente as histórias de Tolkien em
suas composições. Seguem algumas citações:
There are signs on the ring
which make me feel so down
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there’s one to enslave all rings
to find them all in time
and drive them into darkness
forever they’ll be bound.
Three for the kings
of the elves high in light
nine to the mortal
which cry
LORD OF THE RINGS (Blind Guardian, CD – 1991)
In my thoughts and in my dreams
They’re always in my mind
These songs of hobbits,
dwarves and men and elves
come close your eyes
you can see them too.
THE BARD’S SONG – IN THE FOREST (Blind Guardian, CD – 1992)
He gleams like a star
And the sound of his horns
Like a raging storm
Proudly the high lord
Challenges the doom
Lord of slaves he cries
TIME STAND STILL (Blind Guardian, CD – 1998)
Mine’s a tale that can’t be told,
My freedom I hold dear
How years ago in the days of old
When magic feel the air
T’was ih the darkes depths of Mordor
I met a girl so fair
But Gollum, and the evil one crept up
And slipped away with her, her, her ... yeah.
RAMBLE ON (Led Zeppelin, CD – 1969)
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The sky is filled with good and bad that mortals never know
Oh, well, the night is long the beads of time pass slow,
Tired eyes on the sunrise, waiting for the eastern glow.
The pain of war cannot exceed the woe of aftermath,
The drums will shake the castle wall,
The Ringwraiths ride in black, ride on.
THE BATTLE OF EVERMORE (Led Zeppelin, CD – 1971)
Long ago, in the early years of the Second Age,
The great Elven-smiths forged rings of power
But them the Dark Lord learned the craft of ring-making,
And made the Master Ring
ELVENPATH (Nightwish, CD – 1997)
In the centre of the empire of darkness
Black fortress stands might and proud
The shelter for the traced and tortured
For the one who’s dammed
A dragon is watching for fortress
Black knights are controlling the land
To save their protégés from torment
They fight to defend
MORDOR (Running Wild, CD – 1985)
Elven songs and endless nights
Sweet wine and soft relaxing lights
Time will never touch you
Here in this enchanted place
RIVENDELL (Rush, CD – 1974)
So high my throne so cold as ice
It makes my blue eyes turn red
In this red covers my stronghold Angband
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As a shadow fog to keep it unseen...
The Silmaril now covers my crown
Keep away Ungolianth...
UNGOLIANTH (Summoning, CD – 1995)
In the shadow of the dark throne
For the hour is at hand
That long hath awaited thee Greenleaf
Bearer of the Elvenbow
Far beyond Mirkwood many trees on earth grow
Thy last shaft when thou hast shot
Under the mournful trees thou shalt walk
Under the mournful trees thou shalt walk
ELFSTONE (Summoning, CD – 1996)
A hunt for an ancient treasure
No herbs to restore his life
To die by an orchish arrow
Victorious the Olog-hai
Slow you’ll die – the dark one smiles
THE DARK ONE ( Unleashed, CD – 1991)
- instrumental –
LOTHLORIEN (Enya, CD – 1988)
Speak to me in a language I can hear
Humor me before I have to go
Deep in thought I forgive everyone
As the cluttered streets greet me once again
I know I can’t be late, supper’s waiting on the table
Tomorrow’s just an excuse away
So I pull my collar up and face the cold, on my own
The earth laughs beneath my heavy feet
(...)I’ve journeyed here and there and back again.
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THIRTY THREE ( Smashing Pumpkins, CD – 1995)
A maioria destes artistas teve a leitura das obras de Tolkien em sua juventude, que era
uma novidade, era empolgante, comparada à tradicional leitura dos clássicos.
Há uma cidadezinha na Califórnia que foi inaugurada em 1981 com o nome de
Hobbiton, cidade dos Hobbits na obra de mesmo nome e no senhor dos anéis.
Na década de 70 surgiram os primeiros desenhos animados da obra. O Hobbit em
1977.
Saul Zaentz comprou os direitos de filmagem de O senhor dos Anéis.
Ralph Bakshi produzidu o Senhor dos Anéis em 1978.
O retorno do rei foi lançado em 1980
Depois de sua morte, seu filho Christopher Tolkien continuaou a organizar os escritos
d seu pai e publicá-los.
O Silmarillion foi lançado em 1977 e foi apontado em primeiro lugar no New York
Times.
A febre Tolkien se espalhou e o merchandising explorou ao máximo esse novo
mercado de fans com posters, camisetas, calendários, jogos e brinquedos.
Em 1974 a obra de Tolkien influenciou o lançamento do jogo Dungeons & Dragons
criando aí o gêneroRPG (Roling Playing Game) e a partir daí muitos outros RPGs de fantasia
e ficção foram criados.
Não haveria seções de fantasia nas livrarias se não fosse pelo trabalho de Tolkien. Ele
abriu espaço para a indústria dos livros de fantasia influenciando muitos escritores desde
então com o chamado ―elemento Tolkien‖.
Inspirados pelo ―elemento Tolkien‖, Hollywood disparou em criações de fantasias nas
produções como Krull, The Sorcerer, The Sword and Sorcerer, The Beast Master, O cristal
encantado, entre outros, criando assim o gênero de filme ―Capa e Espada‖. Muitos outros
seguiram esse conceito e os filmes de fantasia ganharam mercado.
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Star Wars tornou-se um clássico do cinema com sua ficção fantástica, gênero criado
por Tolkien, muitos não sabem mas a historia está baseada quase que totalmente na obra de
Tolkien, O Senhor dos Anéis, tem o ―elemento Tolkien‖, a mesma linha de pensamento, a
idéia de trilogia, o roteiro e a complexidade da história.
Surgiram os videogames com seus temas espaciais de ficção e depois com temas de
fantasia. Os jogos de computadores vieram em seguida. Vários jogos com temas de fantasia,
RPG e do tipo capa e espada.
As primeiras internets usavam um modem chamado Gandalf, personagem das obras de
Tolkien.
Lista das influências de Tolkien nas artes:
Pintura: Alan Lee, John Howe, Ted Nasmith, Greg e Tim Hildebrandt, Angus McBride.
Rock: Led Zeppelin, Blind Guardian, Nightwish, Rush, Summoning, Unleashed, Angra.
Filmes: Harry Potter, Star Wars,
Desenhos: Caverna do Dragão, Animes.
Literatura: Terry Pratchet, Harry Potter,
Com o fenômeno da internet os fans puderam se comunicar com muito mais rapidez,
criando blogs e sites de discussões. A maior e mais antiga discussão da internet é: Os Balrogs
tem asas? Referência a um personagem do livro O senhor dos anéis e do livro O Silmarillion.
Uma busca rápida do nome O Senhor dos Anéis (Lord of the Rings), mostra mai de 6.500.000
resultados de sites. Nesta pesquisa é possível encontrar blogs, fan-fics, filmes, produtos como
brinquedos, jóias, souvenirs, barbie, espadas, bobbies, cartas, cadernos, livros relacionados,
material escolar e até viagens turísticas a locais famosos da obra ou da vida de Tolkien.
Locais como Oxford, o bar Eagle and Child em Londres, a nova Zelândia, a cidade Hobbiton
na Califórnia, entre outros são visitados anualmente por fans do mundo inteiro.
Com a era do computador, internet, veio o ―Vírus‖ de computador. Todo ano no dia 22
de setembro é lançado na rede um vírus chamado ―Frodo Lives‖ criado em 1990, para
comemorar o aniversário destes personagens da ficção de Tolkien.
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Conclusão
John Ronald Reuel Tolkien foi um estudioso, lingüista e mestre em Oxford, participou
ativamente dos projetos do idioma inglês inclusive da produção do primeiro dicionário de
inglês de Oxford. Sua especialidade era línguas antigas, anglo-saxão, nórdico, e por ser
exímio filólogo, produziu a tradução e analise do poema Beowulf, considerado um marco do
idioma inglês. Este estudo tornou-se oficial padrão da literatura dos países de língua inglesa.
Seu passatempo era criar idiomas, com base nas flexões dos idiomas antigos, e ao criar
um idioma ele acabava criando uma cultura e ambiente para este idioma; e foi assim que
surgiu sua obra mais famosa O Senhor do Anéis, que influenciaria toda literatura e arte ainda
por vir. Na década de sessenta, auge da contracultura pós-guerra, sua obra tornou-se um
fenômeno de vendas e inspiração para muitos artistas plásticos, músicos, escritores, atores,
roteiristas, enfim. Nesse momento histórico a indústria cinematográfica estava produzindo
ficção científica, que como novidade acabava deixando os clássicos e filmes de faroeste para
trás. Em paralelo a isso, a literatura de ficção científica também estava tomando conta das
prateleiras das livrarias, ao lado da literatura clássica e da literatura fantástica. A obra de
Tolkien veio fundar um novo conceito de literatura: a ficção fantástica, que torna possível
criar uma realidade alternativa dentro de uma história de fantasia, uma epopéia com a
possibilidade de ter existido em um tempo remoto.
A partir de então muitos outros escritores se basearam nesse novo conceito ao
escreverem suas obras. Muitos livros de fantasia fantástica foram lançados nos anos seguintes
e influenciaram também a criação de filmes de monstros, heróis, seres fantásticos e aventuras
épicas. Com achegada da televisão a cores, os desenhos animados de fantasia tomaram conta
das telas americanas e logo se espalharam para o mundo todo. Daí com o avanço da
tecnologia, vieram os jogos, videogames, computadores e a maioria dos jogos eram baseados
no sistema RPG (Roling Playing Game) que por sua vez foi criado na década de setenta
baseado na ficção fantástica de Tolkien.
Hoje em dia é impossível assistirmos qualquer ficção ou fantasia sem nos remeter ao
passado e pensar onde isso começou, ou então ainda estávamos assistindo adaptações de
clássicos da literatura, filmes do velho oeste ou de seres espaciais.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Curitiba: Arte e Letra, 2006.
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York: Houghton Mifflin, 2000.
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SHIPPEY, Tom. J.R.R. Tolkien: author of the century. London: Harper Collins, 2001.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1981.
TOLKIEN, J.R.R. O Hobbit. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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__________ . O Senhor dos Anéis – As Duas Torres. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
__________ . O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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__________ . Sobre Histórias de Fadas. São Paulo: Conrad, 2006.
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WHITE, Michael. Tolkien: uma biografia. Rio de Janeiro: Imago, 2002.
Referências em DVD:
J.R.R. TOLKIEN: Master of the Rings. Direção: Chris Gormlie. Produção: Gavin Bott. [S.l.]:
Cromwell, 2001. DVD.
BEYOND the Movie: O Senhor dos Anéis. Direção: Chico Arnaldo Guizar. Produção:
National Geographic. [S.l.]: Playarte, 2002. DVD.
A INFLUÊNCIA do Anel. Direção: Carlene Cordova. Produção: Cliff Broadway. [S.l.]: Sony
Enterteinment, 2005. DVD.
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6. ANEXOS:
Arte de Alan Lee
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Arte de John Howe
45
Arte de Hildebrandt
46
Arte de Ted Nasmith
47
Arte de Angus McBride
48
Música de Enya
Música:
49
Jogos:
50
Jogos e desenhos: Caverna do Dragão
Blind Guardian:
51
Grupo YES: Green Castle
Magician Birthday
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