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Difundir e promover a adoção das boas práticas na pecuária como base técnica para o desenvolvimento sustentável da bo-vinocultura de corte, através de uma assis-tência técnica integrada do processo pro-dutivo. Esses são os objetivos do projeto Núcleo de Assistência Técnica Integrada (NATI), realizado em Alta Floresta-MT que iniciou, em março, como uma de suas ati-vidades, um curso de pós-graduação Latu-Sensu, focado nas boas práticas pecuárias para o gado de corte.

A especialização envolve 35 pessoas de três municípios do estado (Alta Floresta,

Página 04Página 02 e 03Conheça os participantes do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono

Dia de campo sobre boas práticas na pecuária demonstra prática de restauro em áreas de preservação permanente

i n f o r m a t i v o

PECUÁRIA INTEGRADAI N S T I T U T O C E N T R O D E V I D A ( I C V ) - A L T A F L O R E S T A / M T, A N O 0 1 , N Ú M E R O 0 2 , A B R I L D E 2 0 1 4 - W W W . I C V . O R G . B R

Paranaíta e Cotriguaçu) e inclui aulas teóri-cas e práticas. O objetivo é formar um gru-po de profissionais de assistência técnica e extensão rural para levar aos pecuaristas in-formações que fomentem o desenvolvimen-to de uma pecuária mais produtiva e com menos impacto ao meio ambiente.

Francisco Francioli Pedroso, médico veterinário, morador de Alta Floresta há 13 anos, disse que o interesse pelo curso vem da oportunidade de poder prestar um servi-ço diferenciado aos pecuaristas. O mesmo objetivo foi demonstrado por Dino Antonio Pauli, de Cotriguaçu. “Estou aqui para ad- Seyr Rueles - Chapéu de Couro

Pecuária sustentável ganha força com pós-graduação em Alta Floresta

quirir novos conhecimentos e poder levar isso aos pecuaristas da região”, declarou o engenheiro agrônomo que trabalha numa empresa que presta assistência técnica para acesso a crédito rural.

“O ICV entende que incentivar a adoção das boas práticas na pecuária pode refletir diretamente em uma atividade economica-mente viável e socioambientalmente ade-quada”, disse Eduardo de Azevedo Sodré Florence, coordenador do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono, do ICV.

O curso, com duração até agosto de 2015, será conduzido pela Rehagro. A par-ceria com o ICV traz um grande diferencial que é a oportunidade de aplicação práti-ca. Para isso, o ICV colocou à disposição a equipe da Iniciativa de Pecuária Integrada que irá acompanhar as atividades desenvol-vidas nas propriedades onde já estão sendo aplicadas as boas práticas, além de todo o apoio logístico.`

Vando Telles explica o trabalho do ICV com o tema pecuária durante abertura do curso

Página 03Produção de gado de corte com baixa emissão de gases do efeito estufa

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informativo pecuária integrada

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Produção de gado de corte com baixa emissão de gases do efeito estufa

Entre os dias 17 e 27 de março a equipe do Instituto centro de Vida (ICV) realizou mais uma das etapas de avaliação e monitoramento das emissões de gases causadores do efeito estufa do projeto Pecuária In-tegrada de Baixo Carbono (PIBC).

A atividade representa a finali-zação da coleta única de solos pre-vista para esse período do projeto. A amostragem de solo poderá fornecer dados de referência em estoques de carbono e nitrogênio e relacionar com as boas práticas adotadas em relação aos sistemas convencionais. Além disso, será incluída uma análi-se adicional que irá revelar o poten-cial de manutenção da umidade em pastagens bem manejadas, já que

tal característica provoca impacto direto no bom desenvolvimento do sistema solo-planta.

De acordo com Bruno Simionato Castro, analista de carbono do ICV, as atividades têm sido realizadas em três, das dez propriedades participan-tes no projeto, denominadas Unida-des de Referência Tecnológica (URT).

As coletas de gases causado-res do efeito estufa começaram em novembro de 2013 e seguirão até setembro de 2014. “Ao final das análises, buscaremos avaliar a efi-ciência dos sistemas produtivos implantados frente aos benefícios climáticos que podem proporcionar nas áreas destinadas à pastagem”, explicou Bruno.

Coleta de solo segue padrões para garantir qualidade das amostras

Dia de campo sobre boas práticas na pecuária mostra restauro em áreas de preservação permanente

É possível desenvolver uma pecuária eficiente e viável economicamente com preservação dos re-cursos naturais. Para demonstrar isso, o Instituto Centro de Vida (ICV) realizou um dia de campo de boas práticas na pecuária, no final de fevereiro, na Fazenda Paraíso, em Alta Floresta.

Durante o evento foram apresentados dois exemplos de boas práticas aplicadas na proprieda-de do Sr. Aldo Danetti: a intensificação de uso de pastagens e a recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas (APPD).

Na experiência de restauro de APPD foram de-monstrados os frutos da aplicação de uma técnica em uma área não mecanizável e de difícil aces-so, que constitui uma alternativa para plantio de sementes, evitando a utilização de herbicidas e outros produtos químicos, e melhorando a drena-gem do solo pelo acúmulo de matéria orgânica.

Essa técnica também pode ser aplicada em áreas maiores e mecanizáveis. Foi demonstrado também, a formação das leiras de matéria orgânica com uti-lização de implemento tratorizado, adaptado para áreas maiores.

Em outra área da fazenda os visitantes conhe-ceram o sistema intensificado de pastejo rotaciona-do, acompanhado também de explicações metodo-lógicas e resultados.

A visita a esses dois espaços permitiu demons-trar que as áreas de preservação permanente não interferem na produtividade quando há um plane-jamento adequado de toda a propriedade, tornando as áreas de produção economicamente viáveis e as áreas de preservação, valorizadas e importantes. Neste caso, a gestão ambiental também é parte das boas práticas na pecuária, integrando uma visão sistêmica da propriedade.

Área de Preservação Permanente em processo de recuperação

Durante o evento foram apresentados dois exemplos de boas práticas aplicadas na propriedade do Sr. Aldo Danetti: a intensificação de uso de pastagens e a recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas (APPD).

“É preciso continuar trocando experiências e aprendendo com nossos erros, para fazer cada vez melhor”

grupo de produtores e equipe do ICV durante visitas

Intercâmbio favorece troca e divulgação de experiências

No final de 2013, oito pecuaristas de Alta Flo-resta e Cotriguaçu viajaram numa comitiva forma-da também pela equipe do Instituto Centro de Vida (ICV) para apresentar, divulgar e compartilhar ex-periências de pecuária sustentável, resultantes dos projetos desenvolvidos em parceria.

A primeira etapa da viagem foi em São Paulo, durante o VI seminário anual do Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS), no qual foram apre-sentados diversos projetos de Pecuária Sustentável na prática, desenvolvidos por organizações de cinco estados brasileiros. Enquanto a maior parte dos pro-jetos está em fase de planejamento e implantação, o PIBC já colhe resultados, o que atraiu a atenção e interesse pelos participantes.

O segundo destino da comitiva foi Campo Gran-de, no Mato Grosso do Sul, onde foram visitados a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa Gado de Corte), o frigorífico da JBS e a Asso-ciação Sul-matogrossense de Produtores de Novilho Precoce (ASPNP).

A Associação evidenciou que, através de uma articulação eficaz entre produtores e uma a parce-ria com frigoríficos e varejo, é possível influenciar e

atuar no mercado da carne, propondo um produto de qualidade e origem sustentável.

Antes de finalizar a viagem, os produtores falaram das suas impressões sobre o que viram e ouviram. “É preciso continuar trocando experiências e aprendendo com nossos erros, para fazer cada vez melhor”, disse Aldo Danetti, pecuarista em Alta Floresta. “Para nós, de Cotriguaçu, foi essencial perceber a importância do agrupamento e fortalecimento do grupo de pecuaristas da região. Criar um estratégia, uma ideia única e se dedicar a ela”, disse Gilberto Siebert Filho.

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“Muita vontade, trabalho e parceria, essa é a chave para ter uma propriedade produtiva e sustentável”, explica Aldo Danetti.

Quando se mudou para Alta Floresta, em 1987, vindo do cerrado goiano, a ideia era tra-balhar com lavoura, plantando café, cacau, e outras culturas. No entanto, Aldo e o resto da família adotaram e começaram a desenvolver a pecuária de corte. A atividade foi bem durante um tempo, mas começou a apresentar certas complicações nos últimos anos em função de perda de produtividade e, consequentemente,

renda. Foi então que ele ouviu falar da atuação do ICV nessa área, com o projeto de Pecuária Integrada de Baixo Carbono. “A gente precisa-va de assistência para aprender a produzir me-lhor. Por isso peguei a oportunidade oferecida pelo Instituto”, revelou o pecuarista.

Ao integrar o projeto, Aldo aprendeu a valorizar a propriedade ao equilibrar produ-ção e utilização de recursos naturais, atra-vés de uma pecuária intensiva e integrada. “Eu não sei onde estaríamos agora se não tivéssemos adotado essas Boas Práticas.

Agora a gente aprendeu a se organizar e te-mos esperança em um futuro cada vez me-lhor. Mas, para isso, tem que assumir com-promissos e trabalhar duramente”, explica.

Atualmente, o filho, Gustavo Danetti, participa do curso de pós-graduação focado nas boas práticas pecuárias para o gado de corte, do Núcleo de Assistência Técnica In-tegrada (Nati).

Para eles, a atividade desenvolvida em família ganhou um novo significado com as experiências aprendidas.

Antônio Marcos Beitum chegou a Mato Grosso há 32 anos com sua família. Vindo do Paraná, em busca de uma vida melhor, deixou a agricultura para se dedicar a pecu-ária de leite. Após anos de trabalho sentiu a necessidade de aprimorar o desempenho da atividade. Foi então que se interessou pelos

projetos do Instituto Centro de Vida (ICV).“Com os conhecimentos recebidos dos

técnicos do ICV consegui melhorar signi-ficativamente a qualidade da minha pro-dução leiteira”, diz o produtor. Através de Boas Práticas, como manejo de pastagens, adubação, cuidados sanitários entre outras,

ele conseguiu aumentar a produção de leite com um rebanho menor. “Acredito que dá para melhorar ainda mais, pois ainda tem muito trabalho a ser feito. Para isso tem que correr atrás, com calma e organização”, dis-se Antônio Marcos, considerando que está no caminho certo.

Aldo Danetti

Antônio Marcos Beitum

Conheça os participantes do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono

Informativo Pecuária Integrada - Textos: Andrés Pasquis, Eduardo Florence, Bruno Simionato Castro e Daniela Torezzan. Edição e revisão: Daniela Torezzan

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“Muita vontade, trabalho e parceria, essa é a chave para ter uma propriedade produtiva e sustentável”,

“Com os conhecimentos recebidos dos técnicos do ICV consegui melhorar significativamente a qualidade da minha produção leiteira”