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I.        EUROPA FINAIS DO SÉCULO XVI 1.    Europa Católica Nos finais do século XVI a arte europeia apresenta grandes nomes de que são exemplo Andrea Palladio (1508 – 1580), arquitecto responsável pela construção de Villa Rotonda, que imita ainda o panteão Romano; Tintoretto (1518 – 1594) e El Greco (1541 – 1614) na pintura, procurando novos efeitos de modo a provocar emoção e impacto com os seus quadros. 

2.    Europa do Norte No Norte da Europa, com o advento da Reforma Protestante assiste-se a uma crise na arte questionando se a pintura podia e devia existir, pois muitos protestantes punham objecções à presença de quadros ou estátuas nas igrejas. Aos artistas restava a ilustração de livros e a pintura de retratos. O único ramo da pintura que sobreviveu à Reforma foi o retrato tão firmemente estabelecido por Hans Holbein. Apenas nos Países Baixos a arte sobreviveu perfeitamente à Reforma. Em vez de os artistas se concentrarem exclusivamente no retrato, especializaram-se em todos os assuntos sobre os quais a Igreja Protestante não levantava objecções, sobretudo cenas da vida quotidiana, de que é exemplo Pieter Bruegel (1525 – 1569) 

II.      EUROPA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVII 

1.    Europa Católica O BARROCO E O ROCOCÓ O estilo que sucedeu à Renascença é usualmente chamado de Barroco. Mas enquanto é fácil identificar os estilos anteriores por característica definidas de reconhecimento, a tarefa não é tão simples no caso do Barroco. Da Renascença em diante, quase até aos nossos dias, os arquitectos usaram as mesmas formas básicas: colunas, pilastras, cornijas, entablamentos e molduras – todas elas inspiradas originalmente em ruínas clássicas. Destaca-se na Arquitectura Giacomo Della Porta - Igreja Il Gesu da Companhia de Jesus (em Roma), uma Ordem na qual depositavam grandes esperanças para combater a Reforma na Europa. 

Pintura Algumas influências de Tintoretto e El Greco adquiriram cada vez mais importância na arte do século XVII: ênfase na luz e na cor; desprezo pelo equilíbrio simples; preferência por composições mais complicadas. Roma era o melhor local para contemplar o esplêndido panorama da pintura nos países que aderiram ao catolicismo romano. Miguel Ângelo Caravaggio (1573-1610) – Procurava copiar fielmente a realidade, fazendo tudo para que as suas figuras dos eventos sagrados parecessem muito reais e tangíveis; até a sua maneira de tratar a luz e a sombra reforçava essa finalidade. Claude Lorrain (1600-1682). Era também um perfeito mestre de representação realista da natureza, seleccionando apenas os motivos que considerava dignos. Foi quem primeiro abriu os olhos das pessoas para a beleza sublime da natureza. 

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Peter Paul Rubens (1577-1640) – Para ele a missão do pintor era pintar o mundo à sua volta. Pintava telas gigantescas e aprendeu a dispor as figuras num quadro e a usar a luz e a cor para aumentar o efeito geral. Diego Velázquez (1599-1660) – pintor espanhol, absorvera o naturalismo de Caravaggio e consagrou a sua arte à observação desapaixonada da natureza, independentemente de convenções. Foi pintor da corte de Filipe IV. 

2.    Europa do Norte A divisão da Europa entre países católicos e protestantes afectou a arte. No Norte os pintores dedicavam-se essencialmente ao retrato, outros pintavam nas suas oficinas e tinham que ir à procura de compradores, o que era algo de novo, pois até aí os pintores viviam de encomendas. A concorrência era feroz e os artistas, para a superarem, tinham tendência a especializar-se num tema para garantir o mercado. Destacam-se: Rembrandt van Rijn (1606-1669) – Pintou uma série de auto-retratos examinando vezes sem conta as próprias feições sempre disposto a aprender mais sobre os segredos do rosto humano. Atribuía à verdade e à franqueza (tal como Caravaggio) um papel muito mais importante do que à harmonia e à beleza. Os artistas holandeses provaram que o tema é de importância secundária, como prova a obra de Jan Vermeer pintando com mestria cenas simples (em que se destaca a representação da luz e das texturas). 

III.    EUROPA FINAIS DO SÉCULO XVII 

1.    Europa Católica Em meados do século XVII o barroco atingira o seu pleno desenvolvimento. As espirais e as curvas do estilo barroco tinham passado a dominar o aspecto geral e os detalhes decorativos, em edifícios com excesso de ornamentação e teatrais. Quanto mais os protestantes pregavam contra a ostentação nas igrejas, mais se empenhava a igreja católica romana em suscitar o poder do artista. O mundo católico descobriu que a arte podia servir a religião de um modo que superava a simples tarefa que lhe fora atribuída nos começos da Idade Média – a de ensinar a doutrina sagrada aos que não sabiam ler. Agora podia ajudar a persuadir e a converter. As igrejas foram transformadas e cenários grandiosos, importando menos os detalhes e mais os efeitos de conjunto. Esta arte só faz sentido no local em que está e não admira que, como artes independentes, pintura e escultura tenham declinado neste período na Europa católica. No século XVIII os artistas italianos eram sobretudo soberbos decoradores de interiores. Destaca-se: Bernini (escultor) foi o artista que mais desenvolveu esta arte de suprema decoração teatral (ex. Santa Teresa de Ávila). Também os reis, como a igreja, queriam exibir o seu poder e assim aumentar a sua ascendência sobre os súbditos, sobretudo Luís XIV em França por exemplo com o Palácio de Versalhes construído em 1660-1680. Os palácios e igrejas francesas do estilo barroco estimularam a imaginação da época. Todas as artes contribuíam para a imagem de um mundo fantástico e artificial. Para muitos passou a 

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reflectir o gosto da aristocracia francesa dos inícios do século XVII conhecido por Rococó, numa predilecção por cores e decorações delicadas que sucedera ao gosto mais robusto do período barroco.

2.    Europa Protestante O NEOCLÁSSICO Os países protestantes não o adoptaram o estilo Barroco e continuam a seguir o estilo da Renascença. No interior das igrejas o espaço é projectado como uma sala para reunião dos fiéis, o seu intuito não é evocar visões do outro mundo mas propiciar recolhimento e meditação. O livro escrito por Andrea Palladio, arquitecto da Renascença, era seguido como autoridade suprema em toda as regras de bom gosto da arquitectura inglesa do século XVIII. Nos arranjos dos jardins seguiam a pintura de Claude Lorrain. 

IV.  EUROPA SÉCULO XVIII No século XVIII as instituições inglesas e o gosto inglês tornaram-se os modelos admirados por todos os povos da Europa que ansiavam pelo domínio da Razão. Pois em Inglaterra a arte não fora usada para enaltecer o poder e a glória dos governantes por direito divino. Começava agora o declínio de todo esse mundo de deslumbramento aristocrático que caracterizou o Barroco. Em França, como em Inglaterra, o novo interesse pelos e humanos comuns em detrimento de acessórios decorativos e exteriores do poder beneficiou a arte do retrato. Destaca-se a obra de Sir Joshua Reynolds e Inglaterra e Houdon em França.

PORTUGALO BARROCO A arquitectura barroca portuguesa caracteriza-se mais pela decoração do que propriamente pelas plantas e alçados ou pela concepção do espaço, atribuindo-se essencialmente ao Reinado de D. João V. É de carácter cénico, o apelo ao belo para captar a atenção. Caracteriza-se pela talha dourada no interior das igrejas, cerimónias em que os padres usam paramentos decorados com cores e bordados a fio de ouro; cerimónias religiosas mais encenadas; grande desenvolvimento das procissões; influência na arquitectura no fausto das fachadas e nos santuários em lugares cénicos (os sacro-montes) como o Bom Jesus de Braga e de Matosinhos, ou Nossa Senhora dos Remédios em Lamego. Um grande arquitecto toscano que trabalhou e Portugal foi Nicolau Nasoni (segundo quartel do século XVIII). Nasoni soube encontrar um estilo novo e pessoal, inteiramente adaptado ao gosto português, criando uma visão barroca intensa e muito rica de efeitos de luz e sombra em que o granito, modelado com rigor surpreendente, toma as formas mais expressivas e 

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movimentadas. Construiu numerosos edifícios de que são exemplo: Torre e Igreja dos Clérigos, Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, Palácio do Freixo, Palácio de S. João Novo, Quinta da Prelada, Solar de Mateus (Vila Real) 

O  NEOCLÁSSICO A primeira obra neoclássica em Lisboa foi a capela de S. João Baptista na igreja de S. Roque. Mas o Rococó continuava muito presente e o Neoclassicismo só se afirma com o teatro Ópera de S. Carlos (do arquitecto José da Costa e Silva) com a fachada inspirada no Scala de Milão. No Centro o Neoclássico surge sob a égide de Pombal, por exemplo nos museus da Universidade de Coimbra. No Porto o mais antigo edifício neoclássico é o Hospital de Santo António no Porto, apesar de inacabado. Outros exemplos são: Feitoria dos Ingleses (1785),  Igreja da Ordem Terceira de S. Francisco (1795), Palácio dos Carrancas (1795) – hoje Museu Nacional de Soares dos Reis, Edifício da Alfândega (1859), Faculdade de Ciências/Reitoria no Porto, Cadeia da Relação.

EUROPA FINAIS SÉCULO XVIII A Revolução Francesa (1789) pôs fim a muitos princípios tidos como verdadeiros durante séculos ou mesmo milénios. Como a Revolução tem as suas raízes na Era da Razão (Racionalismo - o sujeito como ponto de partida do conhecimento), operaram-se também mudanças nas ideias do homem sobre a arte, tornando-se mais exigentes quanto ao estilo que deixou de ser visto apenas como a melhor forma de obter certos efeitos, dando um enorme impulso ao interesse pela história e pela pintura de temas heróicos. Na Arquitectura procurava-se o estilo correcto, num revivalismo gótico e num revivalismo grego. A arquitectura era concebida como a aplicação de regras simples e rigorosas, o que atraía os paladinos da Razão, cujo poder e influência crescia em todo o mundo. Na Pintura deixara de ser um mero ofício que passava de mestres para aprendizes, convertendo-se numa disciplina ensinada em Academias, que funcionavam sob patrocínio régio, mostrando o interesse que os reis punham no florescimento das artes no seu reino. Para que o público comprasse as suas obras as academias faziam exposições anuais, que se converteram em eventos sociais. Muitos artistas achavam que viviam tempos heróicos e que os acontecimentos dos seus próprios dias eram tão dignos da atenção do pintor como os episódios da história grega e romana. Destacam-se: Francisco Goya (1746-1828, Espanha). Considerado um pintor pré-romântico, afirmou a sua independência das convenções do passado, mesmo nos retratos reais. Os artistas sentiam-se agora livres para passar ao papel as suas visões pessoais o que até então só os poetas faziam. 

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EUROPA SÉCULO XIX O ROMANTISMO O Romantismo é um movimento artístico, político e filosófico surgido no final do século XVIII na Europa e que perdurou grande parte do século XIX. Caracterizava-se com uma visão do mundo contrária ao Racionalismo uma visão do mundo centrada no indivíduo, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos. No século XVIII o mundo ocidental foi marcado pela objectividade, pelo iluminismo e pela razão. No início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjectividade, pelo nacionalismo, pelo sonho, pela emoção e pelo eu, mas também pelo pessimismo O Romantismo pretende cortar com os formalismos, fugindo às regras, centrando-se no individuo. Destacam-se: Turner (1775-1831) - reuniu nas suas telas todos os efeitos que pudessem torná-las mais impressionantes e dramáticas. Em Turner a natureza reflecte e expressa sempre as emoções dos homens. Constable (1776-1837) – Queria pintar o que via com os seus próprios olhos, queria apenas a verdade. Arquitectura A REVOLUÇÃO FRANCESA (1789) veio alterar toda a situação em que viviam e trabalhavam os artistas. Mas outro factor veio abalar a arte: a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, que começara a destruir as tradições do artesanato – o trabalho manual dava agora lugar à produção mecânica, a oficina dava lugar à fábrica. Assiste-se a uma expansão das cidades (em Inglaterra, nos EUA), convertendo-se enormes extensões de campos em áreas construídas, sem estilo próprio, em que os arquitectos juntavam às construções vários elementos decorativos dando lugar a um Ecletismo Artístico. Contudo, alguns arquitectos do século XIX conseguiram criar edifícios de referência, de que é exemplo o edifício do Parlamento em Londres. ~Pintura e escultura Os artistas perderam o sentimento de segurança no século XIX. Desaparecida a unidade tradicional nos temas tratados, as relações do artista com o público/cliente tornavam-se difíceis, situação piorada pela Revolução Industrial, crescendo a classe média sem tradição associada à produção de bens vulgares e pretensiosos mascarados como “arte”. Muitos artistas começam a ver-se como uma raça à parte, enfatizando o seu desdém pelas convenções para chocar o burguês. Pela primeira vez a arte era um veículo perfeito para expressar a individualidade. Paris era a capital artística da Europa do século XIX. Destaca-se: Eugene Delacroix (1798 – 1863) – revolucionário, acreditava que em pintura a cor era mais importante do que o desenho, e que a imaginação era mais importante do que o conhecimento.

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I. EUROPA SÉCULO XIX REALISMO E NATURALISMO Realismo Nome do movimento inspirado por Gustave Coubert (1819 – 1877) que à sua exposição em Paris em 1855 deu o nome “O Realismo”. Assinala uma revolução na arte. Queria ser unicamente discípulo da natureza, como Caravaggio. Não queria formosura, queria a verdade, repudiava as convenções. Jean-François Millet (1814-1875) – quis pintar cenas da vida camponesa tal como ela era, cenas simples, sem qualquer acontecimento, mas dignas e cheias de significado. 

Naturalismo É a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência.

II. EUROPA FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX IMPRESSIONISMO, SIMBOLISMO, ARTE NOVA Edouard Manet (1832 – 1883) – Descobriu que se olharmos a natureza ao ar livre (plein air) não vemos objectos individuais, cada um com a sua cor própria, mas uma brilhante mistura de matizes que se combinam. Manet abandonou o método tradicional de sombras suaves em favor de contrastes fortes e crus, mas as suas obras parecem mais reais, embora com menos pormenor, dando uma sensação de real profundidade. Impressionismo Claude Monet (1840 – 1926) – A ideia de Monet é que toda a pintura da natureza deve realmente ser terminada in loco, pois a natureza ou o “motivo” mudam de minuto a minuto. O pintor tem que fixa-las imediatamente na sua tela, em pinceladas rápidas, cuidando menos dos detalhes e mais do efeito geral produzido pelo todo. Pierre Auguste Renoir (1841 – 1919) – encantava-se com a beleza festiva (Ex. “Baile no Moulin de la Galette”), mas o seu interesse principal era a combinação de cores brilhantes e o estudo do efeito da luz do sol. Camile Pissarro (1830 - 1903) - invocou a impressão de um Boulevard de Paris. Estes artistas tinham alguma dificuldade em que as suas telas não ortodoxas fossem aceites. Assim, resolveram juntar-se em 1874 e organizaram uma exposição no estúdio de um fotógrafo, que chocou a crítica, tendo então esta designado o movimento depreciativamente como impressionista. Levou algum tempo até ao público descobrir que, para apreciar um quadro impressionista, se deve recuar alguns metros e desfrutar o milagre de ver essas manchas ganharem vida diante dos. De repente o mundo inteiro oferecia temas adequados para a paleta do pintor. Os velhos chavões do "tema condigno", da "composição equilibrada", do "desenho correcto" foram enterrados. Rapidamente os impressionistas foram aceites e as suas telas passaram a integrar colecções públicas. Talvez essa vitória não fosse tão rápida e tão completa sem a interferência de dois aliados: Fotografia -  A máquina fotográfica portátil e o instantâneo ajudaram a descobrir o encanto das cenas fortuitas e do ângulo inesperado. Até aí a pintura tinha esses fins utilitários, mas a 

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fotografia iria assumir, no século XIX, essa função de arte pictórica. Os pintores viram-se compelidos a explorar regiões onde a máquina não podia substituí-los. Cromotipia japonesa -  os artistas japoneses escolhiam cenas da vida humilde como temas para as suas xilogravuras coloridas que combinavam grande arrojo de invenção com perfeição técnica. Com as relações comerciais do Japão com a Europa e América, no século XIX, essas estampas podiam ser compradas por preços módicos. O desdém pela regra elementar da pintura europeia exerceu grande efeito sobre os impressionistas, que compravam e coleccionavam essas gravuras. Porque havia a pintura de mostrar sempre a totalidade ou a parte relevante de cada figura de uma cena? Destacam-se ainda neste período: Edgar Degas (1834 - 1917) - manteve-se um pouco distanciado do grupo impressionista. Nos seus retratos procurava realçar a impressão do espaço e das formas sólidas, vistos de ângulos mais inesperados, estudando o escorço e o efeito de iluminação. Auguste Rodin (1840 - 1917) - escultor francês consagrado, embora muitas das suas obras gerassem controvérsia pois Rodin, tal como os impressionistas, desprezava o aspecto externo de "acabamento", preferia também reservar algo para a imaginação dos espectadores. Abbot McNeill Whistler (1834 - 1903) – tornou-se uma figura de destaque no designado "movimento estético", procurando demonstrar que a sensibilidade artística é a única coisa que merece ser levada a sério na vida. 

Arte Nova O final do século XIX os pintores estavam cada vez mais insatisfeitos com as finalidades e métodos da arte que agradava aos públicos, sobretudo na arquitectura em que a construção se convertera numa rotina vazia. Grandes blocos de apartamentos, fábricas e edifícios públicos das cidades em rápida expansão, eram construídos numa diversidade de estilos que careciam de qualquer relação com a finalidade do edifício. Muitos ansiavam pela regeneração da arte, mas outros percebiam que isso era impossível, ansiando por uma "Arte Nova", baseada numa nova sensibilidade para o desenho e para as capacidades inerentes a cada material. Na última década do século XIX os arquitectos experimentaram novos tipos de materiais e novos tipos de ornamentos. Era chegado o momento da nova arquitectura do ferro surgida nas gares do caminho de ferro e em estruturas fabris. Victor Horta (1861-1947) – arquitecto belga, aprendera com a arte japonesa a descartar a simetria e a explorar o efeito das curvas sinuosas características da arte oriental, transpondo-as para estruturas de ferro que se harmonizavam perfeitamente com os requisitos modernos. Um estilo inteiramente novo. Esta influência apareceu também na pintura desenvolvendo-se vários movimentos a que hoje se dá o nome genérico de Arte Moderna: Paul Cézanne (1839-1906) – Visava uma arte que possuísse grandeza e serenidade. A tarefa consistia em pintar a natureza, fazer uso das descobertas dos mestres impressionistas e reconquistar o sentido de ordem. Usou formas simples e bem delineadas, dando a impressão de equilíbrio e tranquilidade. Estava fascinado pela relação da cor com a modelação, desafiando a correcção convencional do contorno. Georges Seurat (1859-1891) – usando como ponto de partida o método impressionista de 

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pintura, estudou a teoria científica da visão cromática e decidiu construir os seus quadros por meio de pequenas e regulares pinceladas de cor ininterrupta como um mosaico, levando à mistura de cores no cérebro – técnica do Pontilismo. Vincent Van Gogh – (1853 – 1890) nascido na Holanda deslocou-se para Paris e depois para o Sul de França, Arles. Ansiava por uma arte despojada, que agradasse não apenas aos conhecedores mas propiciasse alegria e consolo a todos os seres humanos. Absorvera as lições do Impressionismo e do Pontilismo, mas Van Gogh utilizou cada pincelada não só para aplicar a cor, mas também para exteriorizar a sua própria emoção. Paul Gauguin (1848-1903) – Orgulhava-se de ser chamado bárbaro, ansiava por uma arte que não se limitasse a uma aprendizagem de truques que podem ser apreendidos, deslocando-se para o Taiti e tentando ver as coisas como os nativos as viam. Gauguin é considerado um pintor do Simbolismo, estilo que surge em França no final do século XIX como oposição ao Realismo e Naturalismo. O método que a Europa aprendeu do Japão mostrou-se particularmente adequado à arte da propaganda. Foi antes da viragem do século que o seguidor de Degas, Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) recorreu a uma idêntica economia de meios para a nova arte do cartaz.

A arte de um século de sublevações e revoluções. As vanguardas de início do século XX. 

A primeira metade o século XX - a arte experimentalistaNo início do século XX assiste-se ao desenvolvimento das vanguardas (do termo militar avant-garde) que não só transformaram radicalmente as práticas pictóricas, como também puseram em causa o próprio estatuto da arte.A rápida evolução tecnológica, as consequentes alterações ao nível social, no domínio da arte a invenção da fotografia, colocavam em primeiro plano a questão do papel da própria arte, que parecia ter chegado ao extremo da suas funções tradicionais – exigia uma teorização urgente.A arte do século XX parece marcada por uma aura de crise que se traduz na subversão de todas as regras normalmente aplicadas na actividade artística, na criação de cânones estéticos e no mercado da arte. O desenvolvimento industrial e a ideia de bem-estar que lhe estava associada, encorajara os contemporâneos a voltar-se confiantemente para o futuro.A época oferecia, por um lado, a imagem festiva de uma sociedade em crescimento económico, por outro lado, revelava sintomas dispersos de uma crise crescente.

Foi aos artistas da primeira metade do século XX que coube a árdua tarefa de destronar a tradição. Distorcem cor e forma e todos os cânones da arte (Expressionismo, Fauvismo), deixando de se preocupar com a sua verosimilhança com o real.Depois a dimensão espacial (que com o Renascimento passou a ser expressa de acordo com as leis matemáticas de perspectiva) – Cubistas, com a sua visão fragmentada do espaço, mostrando imagens em vários planos.

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Os Futuristas dinamizam as imagens, multiplicando-as, ligando-as umas às outras, gerando a ideia de movimento, sem limites estáticos.

Outros materiais, para além das tintas, passam a ser usados – areias, plumas, recortes de jornal (Dadaísmo).Mas a imagem continuava a existir, esta arte continuava a ser figurativa. Em 1910 surge a primeira obra abstracta que se conhece, com Wassily Kadinsky, mostrando que era possível libertar-se de qualquer referência do real, produzindo composições de cor com valor emotivo intrínseco.

Modernismo é a designação ampla atribuída aos diversos movimentos vanguardistas da primeira metade do século XX. Rejeitavam o domínio do Naturalismo e do Academismo, optando por uma arte experimental, procurando respostas a questões fundamentais sobre a natureza da arte e da experiência humana. Partilhavam de um sentimento comum de que o mundo moderno era diferente de tudo o que estava para trás. Para uns era a rejeição da indústria a favor do primitivo - primitivismo. Para outros consistia na celebração da maquinaria e da tecnologia, da ciência – futurismo. 

O INÍCIO DA VANGUARDA

FauvismoParisResultante da exposição realizada em 1905 intitulada “Les Fauves” (As Feras). Estes artistas homenageavam o sentido de liberdade. Ao dar prioridade ao padrão decorativo sacrificavam a antiga prática de modelar todas as formas em luz e sombra. Tiveram influência de Van Gogh e Gauguin, sendo os principais artistas Henri Matisse, André Derain e Maurice Vlaminck. Utilizavam cores fortes com pinceladas espessas e pesadas, directamente do tubo e aplicavam-nas de imediato nas telas, sem as misturar. As suas telas mostram o mundo simplificado em formas vigorosas, omitindo muitos dos detalhes. Não se sentiam obrigados a usar as cores verdadeiras. O que interessa é que as cores correspondam às necessidades emotivas do pintor e não a sua verosimilhança com a realidade.

ExpressionismoDie Brucke ( A Ponte)Dresden e depois BerlinO expressionismo alemão, tal como o fauvismo, também não nasce de um manifesto subscrito pelos membros de um grupo já constituído. A escolha do nome Die Brucke fica a dever-se à importância que este grupo de artistas dá à experiência comum e ao confronto de ideias. Pretende ser uma espécie de traço de união entre as diversas correntes artísticas inovadoras da época.Os expressionistas alemães recuperam as suas raízes românticas, acentuando o seu desejo de liberdade expressiva, que se traduz no tratamento subjectivo da forma e da cor. Mas são alheios à vitalidade alegre que caracterizava a pintura fauve. O pincel é guiado por uma mão 

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raivosa, libertadora sim, mas agressiva e não pela alegria de viver de Matisse. Mesmo que os temas sejam aparentemente pacíficos, as linhas distorcidas e as cores intrusas sugerem um sentimento de mal-estar, como acontece, por exemplo, na obra de Kirschner.

Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul)MuniqueA escolha do nome denuncia a permanência de laços com a cultura simbolista: a ideia de liberdade, associável às imagens do cavalo e do cavaleiro junta-se o valor simbólico do azul, que evoca o céu, o imaterial, o absoluto. É esse o propósito: dar voz à interioridade do indivíduo. As cores assumem uma importância essencial, dado que cada uma deverá representar um estado de espírito particular.A importância da cor é sobretudo evidente em Kadinsky, cujas pinturas abstractas são constituídas como partituras musicais, regidas pelas relações que se estabelecem entre os sinais ascendentes e descendentes, entre as cores positivas e negativas.

O TRIUNFO DA VANGUARDA

CubismoParisO cubismo, movimento em que se destaca Pablo Picasso, não é abstracção, antes procura penetrar mais profundamente na realidade, consciente que ela não é bidimensional como a tela que serve de suporte à pintura. O objectivo não é desorientar o público, mas acentuar a verosimilhança das composições, enriquecendo-as com valores escultóricos. Os cubistas veneravam Cézanne por ter sabido reduzir o real a volumes simples.

FuturismoItália, Rússia, InglaterraPublicação em 1909 nas páginas do “Le Fígaro” do manifesto do futurismo, assumido por Filippo Marinetti. O manifesto expõe os seus diferentes pontos na forma agressiva que caracterizará todas as iniciativas do movimento. Pretendem celebrar o dinamismo que simboliza o progresso, a rejeição de um passado considerado negativo e a projecção para o futuro (é um prolongamento do positivismo do século XIX, apesar de negarem o passado). As formas acabam por se interpenetrar pois qualquer eventual delimitação criaria estaticismo contrário à realidade, como acontece, por exemplo, na obra de Umberto Boccioni.

SuprematismoRússiaA exposição de Kazimir Malevitch (1878-1935) na Rússia do seu “Quadrado Negro sobre Fundo Branco” (1913) é o início do suprematismo, cujo manifesto foi publicado em Moscovo em 1915.Malevitch defende a ideia de uma arte autónoma, que não tenha qualquer intenção de imitar 

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o real e se concentre nas suas potencialidades, afirmando assim a “supremacia da sensibilidade pura nas ates figurativas”. A arte de Malevitch distingue-se da pintura abstracta de Kadinsky, que procura analogias com o domínio das emoções e não se considera, portanto, auto-suficiente.

ConstrutivismoRússiaApós a Revolução Socialista de Outubro de 1917 na Rússia os artistas passam a estar envolvidos num programa de reconstrução e participam activamente na vida social.O Construtivismo pretende colocar a criação artística ao serviço da sociedade, de acordo com uma tendência oposta à dos suprematistas. A arte deve apoiar-se na tecnologia e, ao contrário da prática artística tradicional, os artistas devem empenhar-se em grandes projectos que visem introduzir a arte na vida; a arte assume-se como propaganda, denotando uma necessidade de imediatismo comunicativo de que é exemplo a obra de Vladimir Tatlin, Projecto para monumento à III Internacional (1919-1920)

DadaísmoZurique, Nova Iorque, Berlim, Colónia, HanôverDurante a I Guerra Mundial a Suíça, país neutral, é um refúgio para muitos intelectuais que tentam escapar ao conflito.Nasce no cabaret Voltaire em 1916 a designação Dadaísmo, que desde logo anuncia a irracionalidade da sua inspiração (“dada”). A escolha fortuita da designação exprime os objectivos do grupo: o que importa não é propor um sistema, mas destruir um sistema. A própria ideia de beleza é declarada caduca, e com ela desaparecem também, inevitavelmente, não só a crítica de arte, mas também a relação tradicional de dependência entre o artista e o público, dado que a arte é considerada como uma actividade individual ou privada. Procura provocar, chocar, é iconoclasta. Manifesto de 1918 afirmava que o Dadaísmo era uma nova realidade.Destaque para Marcel Duchamp e as suas composições irónicas que jogam com o duplo sentido e a ambiguidade. Foi o progenitor da arte conceptual, tanto por ter anteposto a ideia ao objecto, como por ter conferido ao artista uma espécie de omnipotência irónica, não dependente do público. A intenção era fazer com que as pessoas consciencializassem que as definições e os padrões pelos quais rotulamos e julgamos obras de arte são talvez secundárias para a arte e não são definitivas. São curiosos os seus “ready-mades” (já feito), objectos de produção industrial ou de uso quotidiano que a assinava como se os tivesse feito e expunha em galerias.Saliente-se ainda a obra de artistas como John Heartfield que usa fotomontagens, ou ainda Kurt Schwitters dedicando-se a uma pesquisa mais original, um outro tipo de associações, sobretudo de materiais de refugo como bilhetes de eléctrico, pregos, restos de cartazes, penas de galinha…

De Stijl

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HolandaRevista que nasce em 1917 na Holanda (Leyden) após o encontro de Piet Mondrian e Theo Van Doesburg. Seguem-se três manifestos: 1918, 1920 e 1921. Como acontece com o suprematismo, que também se interessava pelas figuras geométricas, deixa de haver qualquer referência ao real, mas a dimensão é outra.No Neoplasticismo, como é designado este movimento, salientam-se as características pinturas de Mondrian em quadrícula pretendiam significar a ordem espiritual e intemporal subjacente à interminável mudança do aspecto do mundo. Caracteriza-se por linhas pretas horizontais e verticais sobre um fundo de um falso branco ao que ele adicionava blocos de cores. Sugerem quietude e suspensão, forças opostas em equilíbrio. Mondrian defendia que as pinturas não tivessem um centro, sem nenhum ponto onde os olhos possam pousar.De Stijl não procura isolar-se do mundo, mas exprimir-se em termos universalmente válidos, por isso renuncia a qualquer manifestação de emotividade e da individualidade que, em geral, são expressas por formas morfológicas complexas e excessos cromáticos.As teorias de De Stijl vão encontrar um amplo campo de aplicação na arquitectura modernista do período entre as duas guerras e desempenhar um papel de primeiro plano no seio da Bauhaus.

A BauhausEm 1919 Walter Gropius funda a Bauhaus, instituto de artes e ofícios. Foi concebido como um laboratório de produção artística no sentido lato. Pretendia ser um centro de concepção e de criação para a indústria, mas em breve se converteu no ponto de referência para os maiores artistas da vanguarda europeia. Pela ousadia das suas propostas acabou por construir uma ameaça na Alemanha que se encaminhava para o nazismo, sendo suprimida em 1933.

SurrealismoFrança, Bélgica, Nova IorqueO primeiro manifesto do Surrealismo foi publicado e 1924. O Surrealismo nasce com intenções literárias e é percorrido pela linha Dadaísta – experiências do irracional subversivo na arte. Mas ao contrário desta, deseja abrir novas vias, desejo legítimo do pós-guerra. No manifesto exalta-se a liberdade de imaginação, cujo conceito foi fundamentalmente alterado por Freud (com a publicação em 1909 da obra “A Interpretação dos Sonhos”): importância atribuída ao sonho e à actividade psíquica inconsciente. A escrita surrealista é “automática”, a arte automática do inconsciente, não moldada pela razão ou julgamentos estéticos, libertar o inconsciente e a sua criatividade da barreira da razão. Nas obras de Salvador Dali amontoam-se, como num pesadelo nocturno, objectos prestes a fundir-se ou metamorfosear-se. “Paranóia crítica” é o seu método, transpondo para a pintura as suas visões oníricas, delirantes, povoadas de metamorfoses monstruosas. Em Dali as formas tornam-se híbridas, como se pertencessem a uma outra dimensão.Destacam-se ainda artistas como Paul Delvaux, René, Joan  Miró.

A ARTE DO SÉCULO XX até ao limiar da II Guerra Mundial

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No início dos anos vinte, a tragédia da I Guerra Mundial, guerra desgastante de trincheiras, conduziu à instauração de uma nova ordem política na Europa. Em 1925 “L´Éxposition Internationale dês Arts Décoratifs et Industriels Modernes”, organizada em Paris, permitiu avaliar a amplitude das mudanças ocorridas no domínio artístico e social: a austeridade das formas geométricas; os tecidos requintados, as pedras e as madeiras preciosas suplantavam os materiais pobres - Art Déco. Demonstrava-se mais uma vez que a beleza pertencia às elites.Foi neste contexto de restauração dominante que em diversos Estados europeus se assistiu ao aparecimento de governos autoritários que prometiam a resolução dos problemas mais graves gerados pela guerra, a pobreza e o desemprego.A arte não podia deixar de se ressentir deste clima de despotismo, mas quem pagou o tributo mais elevado foram as expressões artísticas na Alemanha e na Rússia.

O desejo de construção que se segue o conflito provoca um regresso aos valores pictórico tradicionais. Este período de reconstrução integra, contudo, a experiência adquirida. Na maior parte dos países que foram marcados por essas vanguardas (França, Itália, Alemanha, América), a pintura encaminha-se para uma figuração mais estruturada, integrando os contributos das pesquisas cubistas e expressionistas.

No domínio da arquitectura esta revolução estética começara apenas a firmar-se, levando o funcionalismo até ás últimas consequências e rejeitando qualquer carácter ornamental, para privilegiar somente o carácter utilitário.

A origem da arquitectura Modernista está no neoplasticismo de Mondrian e de De Stijl, mas a influência do americano Frank Lloyd Wright, que antecipou o espírito modernista, é determinante.Adolf Loos é considerado o grande pioneiro da arquitectura moderna. Estabelece uma distinção nítida entre arte e arquitectura e rejeita a sua interpenetração, dado que a segunda revela uma exigência fundamental de funcionalidade. A sua inovação mais original é, contudo, a organização do espaço interior e a liberdade com que articula os volumes, que deve antes de mais obedecer às exigências e aos hábitos de vida dos habitantes.Le Corbusier é um teórico e inovador incansável, que se interessa tanto pelas casas particulares como pelos grandes projectos urbanísticos. A simplificação das formas é também a característica essencial da sua arquitectura.

A Arte após a II Guerra MundialA II Guerra Mundial põe fim às pretensões nazis de Hitler, dando lugar a uma Alemanha dividida pelo Muro de Berlim. O conflito latente a partir de então – a Guerra Fria – vai conhecer o seu termo apenas na década de 90 do século XX, permitido pela queda do Muro de Berlim em 1989.

Artistas como Graham Sutherland, Francis Bacon, Lucian Freud, denunciam, cada qual segundo o seu código estilístico, o mal-estar psíquico e físico provocado pela guerra.

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Em Itália, muitos artistas, ligados sobretudo pelo desejo de contribuir para a recuperação colectiva constituem o movimento designado por “Fronte Nuovo della Arti”, uns mais influenciados pelo expressionismo, outros mais voltados para a abstracção. Trata-se, porém, de uma curta experiência, porque o partido comunista italiano, cuja influência se vai fazendo sentir cada vez mais, revela-se hostil à arte abstracta, considerada como uma manifestação “pequeno-burguesa”, apostando no Neo-realismo, de que é exemplo a obra de Renato Guttuso.

A Arte Informal: o gestoEUA, Japão, EuropaO expressionismo abstracto desenvolveu-se em Nova Iorque, durante as décadas que se seguiram à II Guerra Mundial. É também conhecido como a Escola de Nova Iorque ou, com menor exactidão, como “action painting” e caracteriza-se por uma tentativa de representação das emoções universais.Designa uma pintura não descritiva, cujo tema é o próprio acto de pintar. Portanto, o resultado final não é uma representação, mas o conjunto de gestos que o artista imprime na tela para exprimir as suas pulsões emotivas e que, nas suas intenções, não são ditados por uma ideia premeditada. Trata-se portanto, de uma pintura que renuncia a qualquer prazer formal ou cromático e se apresenta como visualização imediata de interioridade do artista. Os expressionistas abstractos, como  Jackson Pollock, voltaram-se para o subconsciente.No Japão, o Grupo Gutai caracteriza-se por experiências ainda mais radicais como telas rasgadas até à “boxing action painting” (Ushio Shinohara calça luvas de boxe, ensopa-as num balde de tinta e depois esmurra a tela).

A Arte informal: a matériaFrança, Espanha, ItáliaTende a pôr de parte qualquer tipo de figuração; não sublinha apenas o acto de pintar ou a força da cor, interessa-se também pelo valor de matéria pictórica, pela textura da cor, pelo médium em si, como na obra de Jean Fautrier que aplica camadas sucessivas de têmpera misturada com cola para tornar a pasta mais grumosa e como que dotada de uma experiência táctil. 

A superação do movimento modernoAnos 40-50. As formas arquitectónicas defendidas pelo movimento moderno evoluem para caminhos diferentes. No Guggenheim Museum (1957-1959, com projecto de 1943-1946) de Nova Iorque, Frank Lloyd Wright os paralelepípedos dão lugar a uma imponente espiral ascendente, totalmente dividida por terraços circulares sobrepostos. O espaço girava sobre o mesmo, obedecendo a impulsos de orientação circular.O purismo de Le Corbusier evolui para formas mais suaves, como mostra a Capela de Ronchamp (1950-1954), uma nova morfologia feita de audaciosas sinuosidades e de saliências imponentes.

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O filandês Alvar Aalto constrói em 1945-1946 o Baker Dormitory de Massachussets Institute of Technology de Cambridge, conferindo-lhe uma dupla ondulação, no plano e no perfil. É também a este período que remontam alguns exemplos extraordinários de arquitectura orgânica que considera o edifício como um organismo vivo e defende que a sua morfologia depende da função a que se destina, de que é exemplo a Ópera de Sydney (1956-1973) do dinamarquês Jorn Utzon, construída sobre a água, exibindo as suas imponentes coberturas elípticas que sobressaem como conchas abertas ou velas inchadas pelo vento e prontas para navegar.