1. Batalhas pela sobrevivncia Perseguies e heresias Histria
Eclesistica I Pr. Andr dos Santos Falco Nascimento Blog:
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Teolgico Shalom
2. Perseguies Ao longo dos primeiros sculos da igreja crist,
foram vrios os momentos em que o Caminho sofreu perseguio por parte
de outros grupos por sua mera existncia. A perseguio se deu em duas
esferas: Religiosa, por parte dos judeus, e poltica, por parte de
Roma. Antes de 250, a perseguio era predominantemente local,
espordica e produto de ao popular. A partir desta data, a perseguio
se tornou uma estratgia consciente do governo imperial romano e,
portanto, ampla e violenta. Foi nesta poca que a ideia de
Tertuliano, de que o sangue dos cristos a semente da igreja se
tornou realidade.
3. Causas da perseguio Poltica: O Imprio Romano obrigava todos
os cidados a prestarem culto ao imperador, como se fosse um deus. A
nica exceo conhecida era para os praticantes do judasmo,
considerada uma religio lcita para o governo e, portanto, isenta de
servio militar e do culto imperial. O Cristianismo, inicialmente,
gozou destas isenes devido a ser considerada uma seita judaica.
Contudo, em 90, houve uma segregao entre ambas, quando os judeus,
reunidos na cidade de Jamnia, decidiram que o cristianismo era uma
seita falsa e incluram maldies a Jesus em seus ritos. Tal segregao
fez com que o cristianismo no gozasse dos benefcios judaicos, sendo
considerada uma religio ilcita, o que obrigava seus membros adorao
imperial ou condenao por desobedincia.
4. Causas da perseguio Vale notar que um dos principais motivos
para o cristianismo ser declarado ilcito o fato de que ele exigia
lealdade a Cristo acima de Csar, caso seus ideais entrassem em
conflito. Isso era considerado uma deslealdade ao estado romano,
algo inaceitvel pelos seus governantes, que desejavam um estado
universal. Algumas atitudes e prticas crists tambm contribuam para
aumentar as suspeitas das autoridades romanas. O fato dos cristos
se recusarem a oferecer incenso nos altares imperiais era tido como
uma deslealdade com o Estado. Somente quem sacrificava nestes
altares recebia autorizao para ter uma segunda religio. A prtica
das reunies noturnas e em segredo tambm foi vista como uma forma de
este grupo estar tramando contra a segurana do Estado. Por fim, o
fato dos cristos no servirem ao Exrcito tambm irritava as
autoridades.
5. Causas da perseguio Religiosa: Para os romanos, a religio
era mecnica e externa, com altares, dolos, sacerdotes, cnticos,
ritos e prticas que o povo podia ver. O fato dos cristos no terem
dolos nem nada para ser visto e fazer oraes em p e de olhos
fechados levava as autoridades romanas a acusarem os cristos de
atesmo. O sigilo dos encontros dos cristos tambm gerou alguns
ataques morais contra eles. As acusaes mais comuns eram de
canibalismo, incesto e prticas desumanas: Canibalismo: O ato de
comer e beber os elementos que simbolizavam o corpo e o sangue de
Cristo gerou rumores de morte e canibalismo de crianas em sacrifcio
ao seu Deus. Incesto: O beijo da paz entre irmos.
6. Causas da perseguio Social: Como o cristianismo tinha grande
apelo entre as classes pobres e escravas, era visto com desprezo e
dio pelos lderes aristocrticos da sociedade, mas tambm com temor
pela sua influncia entre a plebe. A pregao sobre igualdade entre
todos os homens (Cl. 3.11) tambm ia contra a estrutura da sociedade
da poca. Outros motivos de desprezo da nova sociedade pelos cristos
era a sua recusa a acompanhar eventos em templos, teatros e lugares
de recreao. Sua no-aceitao dos modelos sociais vigentes trouxe
sobre eles a antipatia que os inconformistas sempre enfrentaram na
histria. A sua pureza de vida representava uma reprovao s vidas
escandalosas vividas pela classe alta. Isso levou os pagos a
acreditarem que eles eram um perigo para a sociedade, podendo gerar
revolta nas massas.
7. Causas da perseguio Econmica: A Bblia j aponta um caso de
revolta popular por motivos econmicos na revolta dos mercadores de
dolos da deusa Diana, de feso (At. 19.2). Sacerdotes, fabricantes
de dolos, videntes, pintores, arquitetos e escultores certamente no
ficaram felizes com este novo grupo iconoclasta que surgia em seu
meio. Por volta de 250, Roma fazia mil anos de fundao assolada por
peste, fome e agitao civil. Muitos na poca jogaram a culpa da
desgraa nos cristos e no abandono ao culto dos antigos deuses, numa
demonstrao de superstio milenista que se repetiria no ano 1000
d.C., no auge da Idade Mdia.
8. Perseguies at 100 Inicialmente, a perseguio aos cristos veio
da parte dos judeus, que no aceitavam a pregao de que Jesus era o
Messias prometido no AT. Em 64, um grande incndio atingiu Roma.
Originalmente a culpa recaiu sobre o prprio imperador, Nero, porm,
acusou os cristos de serem os causadores do incndio. Com a convocao
de uma saturnal de destruio aos seguidores do Caminho, os cristos
de Roma e das redondezas foram duramente perseguidos. Pedro e Paulo
foram martirizados nesta poca. Cerca de 30 anos depois, durante o
governo de Domiciano, uma perseguio foi lanada sobre judeus e
cristos, por aqueles terem se recusado a pagar um imposto pblico
para a manuteno do templo de Jpiter Capitolino. Nesta perseguio Joo
foi exilado em Patmos.
9. Interdio estatal de 100 a 250 112: Governador Plnio envia
carta ao Imperador Trajano pedindo opinio sobre cristianismo, que
espalhava-se pela sua regio a ponto dos templos estarem quase
abandonados e os vendedores de animais para os sacrifcios estarem
empobrecidos. Plnio no perseguia, mas se algum fosse denunciado,
era questionado trs vezes e, somente se confessasse, era condenado
morte. Incio foi martirizado nesta poca. Tal procedimento foi tido
como correto pelo imperador. c. sc. II: Perseguio em Esmirna gera
inmeros mrtires, quando uma multido enfurecida leva cristos diante
das autoridades. Entre eles estava Policarpo de Esmirna. Marco
Aurlio: Imperador adepto do estoicismo, foi influenciado contra o
cristianismo por seu mestre, Fronto. Atribua as calamidades
naturais e artificiais de seu imprio ao crescimento dos cristos e
deu ordens para a perseguio sistemtica. Justino foi uma de suas
vtimas.
10. Perseguio universal ps 250 250: Ascenso de Dcio por volta
do milnio da fundao de Roma leva a uma busca de retorno ao culto
imperial. Nesta data, Dcio promulga um edito exigindo uma oferta
anual de sacrifcio nos altares romanos aos deuses e figura do
Imperador. Quem oferecia recebia um certificado, que o livrava da
morte. Esta perseguio durou somente at sua morte, mas gerou um
problema para a igreja de como acomodar aqueles que haviam
apostatado para receber o certificado. 285: Diocleciano assume o
poder e acaba com a diarquia principado-senado. Com desejo tirnico
pelo poder, lutou contra toda forma de crenas hostis religio do
Estado, gerando a mais dura perseguio enfrentada pelos cristos. Os
primeiros editos foram promulgados em maro de 303 e ordenavam o fim
das reunies crists, destruio das igrejas, deposio dos seus
oficiais, priso de quem persistisse em seu testemunho de Cristo e
destruio das Escrituras por fogo.
11. Perseguio universal ps 250 O edito que mais causou
problemas, contudo, foi a obrigao de sacrifcio aos deuses imperiais
por parte dos cristos, sob pena de morte. Eusbio conta que eram
tantos cristos e lderes presos que faltou lugar para criminosos
comuns nas cadeias. Confisco de bens, exlio, prises e trabalhos
forados nas minas foram alguns dos suplcios enfrentados pelos
presos. A perseguio sob Diocleciano arrefeceu com sua abdicao em
305 e reduziu ainda mais em 311, quando Galrio, em seu leito de
morte, estabeleceu a tolerncia ao cristianismo. Focos ainda
continuariam at que Licnio e Constantino promulgaram o Edito de
Milo em 313, garantindo liberdade de culto a todas as religies. A
tradio da converso de Constantino ao ver a Cruz no cu previamente a
uma batalha, tenha influenciado tal deciso.
12. Resultado do perodo Crescimento do Cristianismo para o
ocidente, em especial nas cidades. Surgimento da Igreja de
Alexandria como a principal do Egito. nfase missionria do sc. III
recaiu sobre a propagao do evangelho aos latinos da parte ocidental
do imprio. Surgimento de uma igreja no Norte da frica, centrada em
Cartago como seu centro intelectual. Crescimento do contingente de
cristos para 5 a 15% da populao do Imprio (este com populao em
torno de 50 a 75 milhes de pessoas). Controvrsias sobre como tratar
quem havia oferecido sacrifcios em altares pagos durante a
perseguio de Dcio e quem havia entregue Bblias para serem queimadas
sob Diocleciano. A perseguio sob Diocleciano tambm alavancou o
interesse pela formao do cnon do Novo Testamento, para diferenciar
livros realmente inspirados de obras esprias.
13. Heresias Na formao do cristianismo, muitas ideias surgiram
sobre como interpretar o evento Cristo. Trazendo ideias oriundas de
filosofias pags ou cunho mstico, vrios grupos criaram pensamentos
que bateram de frente com a doutrina apostlica apresentada nos
ensinamentos de Cristo e nos principais escritos deixados pelos
discpulos de Jesus. Foram vrias as heresias que surgiram no incio
da igreja. O autor divide as heresias em trs grupos: legalistas,
filosficas e teolgicas. Algumas delas desapareceram muito cedo,
enquanto outras persistiram at o sculo VII.
14. Heresias Legalistas - Ebionismo nfase na unidade de Deus e
de sua condio de Criador. Crena que a lei judaica era a maior
expresso da vontade de Deus e continuava vlida para o homem. Jesus
era o filho de Jos que alcanou certo grau de divindade quando o
Esprito Santo desceu sobre ele no batismo. Aprovavam o evangelho de
Mateus mas rejeitavam os escritos de Paulo. Cristos gentios e
judeus ainda estavam sob o domnio da lei de Moiss e no havia salvao
fora da circunciso e da lei de Moiss. Perderam sua influncia aps a
destruio de Jerusalm pelos romanos em 135.
15. Heresias Filosficas - Gnosticismo Razes nos tempos do NT,
tem maior influncia por volta de 150. Tradio crist associa sua
origem a Simo Mago (Ireneu, Contra Heresias, 1.23.1-5, cf. At.
8.9-24). Surge da necessidade do homem de compreender a origem do
mal e trabalha um sistema lgico ou racional que buscava respostas
atravs de uma sntese do cristianismo e da filosofia helenstica.
Crenas principais foram compreendidas a partir da descoberta de mil
pginas de documentos a seu respeito (verso sria e egpcia do
gnosticismo) em Nag Hamadi, em 1943.
16. Heresias Filosficas - Gnosticismo Crena baseada em
dualismo, colocando em oposio matria e esprito. Para eles, a matria
estava sempre identificada com o mal e o esprito com o bem. Por
isso, Deus no poderia ter criado este mundo material. A soluo da
questo a criao do mundo a partir de um demiurgo, que foi uma de
vrias emanaes do deus supremo do gnosticismo, com quantidade maior
de matria e menor de esprito. O demiurgo teria esprito suficiente
em si para ter poder criador e quantidade suficiente de matria para
criar o mundo material mal. Este demiurgo seria o Jav do AT, a quem
os gnsticos repudiavam.
17. Heresias Filosficas - Gnosticismo Para explicar Cristo,
adotaram uma doutrina conhecida como Docetismo. Cristo, como Deus,
no podia ter corpo humano. Como bem absoluto, ele no se misturaria
com a matria. Da vem a viso de que ele era um fantasma com a
aparncia de corpo material. Outra crena era de que Cristo tomara o
corpo humano de Jesus somente entre seu batismo e o comeo do
sofrimento na Cruz, quando Cristo deixa o homem Jesus morrer na
cruz. Em ambos os casos, a tarefa primordial de Cristo havia sido
ensinar uma gnose, um conhecimento especial que ajudaria o homem a
se salvar por um processo intelectual, muito mais til e importante
do que a f. Duas correntes sobre o corpo: Prticas ascticas para
dom-lo ou libertinagem irrestrita. Em ambas, no h lugar para a
ressurreio do corpo. No eram observados os sacramentos por
envolverem coisas materiais (po e vinho).
18. Heresias Filosficas - Gnosticismo Cabe notar que o grupo no
era homogneo. Ireneu escreveu sobre diversos destes grupos, que
possuam doutrinas peculiares a seus movimentos: Sria: Saturnino
Egito: Baslides Ponto e Roma: Marcio Marcio foi o gnstico mais
conhecido de sua poca. Foi para Roma em 138, tornando-se influente
na igreja local. Entendia que o judasmo era mau, por isso detestava
a Bblia Hebraica e o Jav nela apresentado. Por conta disso, formou
um cnon de escritos inspirados, contemplando o Evangelho de Lucas
truncado e dez das cartas identificadas com o nome de Paulo. Foi
expulso da igreja de Roma apesar de sua ajuda a ela com sua riqueza
e resolveu fundar sua prpria comunidade, que defendia um dualismo
gnstico que rejeitava o Deus do AT em troca de um deus de amor
revelado em Jesus.
19. Heresias Filosficas - Gnosticismo Problemas gerados pelo
gnosticismo: Segregao de um deus mal do AT e um deus bom do NT
favorecia o antissemitismo na Igreja. Rejeitava a humanidade, morte
sacrificial e ressurreio corprea de Cristo, que Joo disse que
habitou entre ns para revelar a glria de Deus. Orgulho espiritual
com sua sugesto de que apenas uma elite aristocrtica alcanaria os
favores de habitar com a divindade nos cus.
20. Heresias Filosficas - Gnosticismo Contribuies involuntrias:
Ascetismo foi uma das marcas posteriores do movimento monstico.
Avano da igreja, por conta da necessidade de autodefesa da Igreja
na questo de quais livros seriam considerados cannicos, fonte de
autoridade para a f e vida. Construo de um credo para testar a
ortodoxia dos fieis. Aumento do prestgio do bispo, como centro da
unidade contra a heresia. Produo literria de polemistas como
Ireneu, Tertuliano e Hiplito contra as ideias gnsticas.
21. Heresias Filosficas Maniquesmo Fundada por Mani, ou
Maniqueu (c.216-277), da Mesopotmia, que desenvolveu um peculiar
sistema filosfico que combinava o pensamento cristo, zoroastrismo e
ideias religiosas orientais em uma refinada filosofia dualstica.
Mani cria em dois princpios eternos e opostos, um Reino da Luz, e
um Reino das Trevas, cujo chefe enganou o homem, tornando-o um ser
que misturava luz e trevas. A alma do homem ligava-o ao Reino da
Luz, enquanto seu corpo ligava-o ao Reino das Trevas. A salvao era
uma questo de libertar a luz da alma que estava escravizada matria
do corpo atravs da exposio luz que Cristo. A elite (os perfeitos)
constituam a casta sacerdotal, vivendo asceticamente e cumprindo
certos ritos essenciais. Os ouvintes, que satisfaziam suas
necessidades fsicas, participavam de sua santidade, participando da
salvao. Considerava o instinto sexual um mal e enfatizava a
superioridade do estado civil do solteiro. Tambm pode ter
contribudo para a separao de uma classe sacerdotal na igreja.
Agostinho foi um dos que mais tratou da questo, tendo sido discpulo
dos maniquestas por 12 anos e depois escrevendo uma obra refutando
suas ideias.
22. Heresias Filosficas Neoplatonismo Filosofia mstica nascida
em Alexandria por Amnio Saccas (c. 174-c.242), filho de pais
cristos. Orgenes foi um de seus alunos, assim como Plotino (c.
205-270), futuro verdadeiro lder desta escola, ensinando suas
ideias em Roma no ltimo quarto do sc. III. O estatuto foi redigido
por Porfrio (232- 305) a partir das anotaes de Plotino e foi
conhecido como Enadas. O grupo via o Ser absoluto como fonte
transcendental de tudo o que existe e da qual foi tudo criado por
processo de emanao, incluindo o homem como criao final como alma e
corpo pensantes. O objetivo do universo seria a reabsoro na essncia
divina de onde tudo viera. Para conhecer Deus, a pessoa devia ter
uma vida de contemplao e procura. A experincia de xtase seria o
estado mais elevado a se chegar em vida. O imperador Juliano,
conhecido como o Apstata, abraou essa filosofia e tentou faz-la a
religio do Imprio entre 361 e 363, mas desapareceu no sculo
VI.
23. Erros Teolgicos Montanismo Surgido na Frgia aps 155 como
uma tentativa de Montano de resolver os problemas do formalismo na
Igreja e da dependncia da Igreja de uma liderana humana, quando
deveria depender do Esprito Santo. Revisitou as doutrinas do
Esprito Santo e da Segunda Vinda. Ao desenvolver sua doutrina
peculiar acerca da inspirao, Montano alegou ser imediata e contnua
e se entendeu como o parcleto atravs de quem o Esprito Santo falava
Igreja, assim como no caso de Paulo e outros apstolos. Tambm cria
que o reino celestial de Cristo seria fundado em Pepuza, na Frgia,
e que ele teria proeminncia nesse reino. Para se preparar, o
movimento praticava ascetismo rigoroso, sem novos casamentos se um
dos cnjuges morresse. A alimentao era frugal e jejuns eram
constantes. O movimento foi condenado no Conclio de Constantinopla,
em 381, tido como pago. Tertuliano defendeu o movimento, porm, e se
tornou montanista. Foi forte em Cartago e no Oriente.
24. Erros Teolgicos Monarquianismo Movimento que enfatizava a
unidade de Deus em oposio a qualquer tentativa de conceb-lo como
trs personalidades distintas. Seu grande problema era como
relacionar Cristo a Deus. No sc. III, Paulo de Samsata, bispo de
Antioquia e importante autoridade poltica no governo da rainha de
Palmira, defendeu a ideia de que Cristo era um homem que, pela
justia e penetrao de seu ser pelo logos divino no batismo, alcanou
a divindade e carter de salvador. Sua doutrina foi conhecida como
adocionismo, ou monarquianismo dinmico. Por volta do ano 200,
Sablio formou uma doutrina onde a trindade era uma manifestao de
trs formas do mesmo Deus, e no uma mesma essncia de trs pessoas
distintas. Deus teria se manifestado como Pai no AT, Filho para
redimir o homem e Esprito aps a ressurreio de Cristo. A doutrina
negava uma personalidade separada para Cristo. Ficou conhecida como
Sabelianismo e perdura hoje no pentecostalismo da Nova Viso ou
Jesus Somente.
25. Divises na Igreja Controvrsia sobre a Pscoa: Surge em
meados do sc. II sobre a data correta de sua celebrao. A Igreja
Oriental diz que deve ser celebrada no dia 14 de Nis, data judaica,
independentemente do dia da semana em que cair. Em 155, Aniceto,
bispo de Roma, defende que a data deveria ser o domingo seguinte ao
14 de Nis. Aps alguns conflitos, as pores oriental e ocidental
concluram no Conclio de Niceia, em 325, pelo ponto de vista
ocidental.
26. Divises na Igreja Donatismo: Surge em 312 como consequncia
da perseguio sob Diocleciano. Um cristo chamado Donato solicita a
deposio de Ceciliano de seu posto de bispo de Cartago, por ter sido
consagrado por Flix, acusado de ser um traidor sob a perseguio de
Diocleciano. Donato achava que a infidelidade na perseguio
invalidava a autoridade, por ser pecado imperdovel. Donato e seu
grupo elegeram Majorino bispo da cidade. Em 313, com a morte de
Majorino, o prprio Donato vira bispo. Os donatistas reclamaram
quando no receberam nada da ajuda de Constantino Igreja Africana, e
um snodo em Roma determinou a validade de um sacramento
independente da moral de quem o administra, tirando qualquer
direito a ajuda aos donatistas. Outro conclio de bispos ocidentais,
em Arles, 314, novamente refutou os donatistas. A crise preocupou
Agostinho, que escreveu muito sobre o problema da autoridade da
igreja, necessria para a salvao.
27. Fontes Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs
dos sculos: uma histria da igreja crist. 3 ed. Trad. Israel Belo de
Azevedo e Valdemar Kroker. So Paulo: Vida Nova, 2008. Textos
auxiliares: DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4
ed. So Leopoldo: Sinodal, 1996. GONZALEZ, Justo L. Histria
ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo: Vida Nova, 1983