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  • Hi(E)stria de Jesus?!O problema que pesquisadores sinceros e com mentes objetivas tm com esta histria espantosa : por que os registros histricos de escritores gregos, romanos e judeus no cristos praticamente no dizem nada sobre Jesus de Nazar? Certamente que notcias sobre acontecimentos como esses, se fossem verdadeiras, teriam se espalhado por todo o mundo mediterrneo. E, no entanto, os escritos que sobreviveram, de uns 35 a 40 observadores independentes durante os primeiros 100 anos que se seguiram suposta crucificao e ressurreio de Jesus, praticamente no confirmam nada. Estes autores eram respeitados, viajados, sabiam se expressar, observavam e analisavam os fatos, eram os filsofos, poetas, moralistas e historiadores daquela poca. Entre as mais destacadas personalidades que no mencionam Jesus, temos:Sneca (4 a.C. 65 d.C.) Um dos mais famosos autores romanos sobre tica, filosofia e moral e um cientista que registrou eclipses e terremotos. As cartas que teria trocado com Paulo se revelaram uma fraude, mais tarde.Plnio, o velho (23 d.C. 79 d.C.) Histria natural. Escreveu 37 livros sobre eventos como terremotos, eclipses e tratamentos mdicos.Quintiliano (39 d.C. 96 d.C.) Escreveu Instituio Oratio, 12 livros sobre moral e virtude.Epitectus (55 d.C. 135 d.C.) Ex-escravo que se tornou renomado moralista e filsofo e escreveu sobre a irmandade dos homens e a importncia de se ajudarem os pobres e oprimidos.Marcial (38 d.C. 103 d.C.) Escreveu poemas picos sobre as loucuras humanas e as vrias personalidades do imprio romano.Juvenal (55 d.C. 127 d.C.) Um dos maiores poetas satricos de Roma. Escreveu sobre injustia e tragdia no governo romano.Plutarco (46 d.C. 119 d.C.) Escritor grego que viajou de Roma a Alexandria. Escreveu Moralia, sobre moral e tica.Trs romanos cujos escritos contm referncias mnimas a Cristo, Cresto ou cristos:Plnio, o jovem (61 d.C. 113 d.C.) Foi proconsul da Bitnia (atual Turquia). Numa carta ao imperador Trajano, em 112 d.C., pergunta o que fazer quanto aos cristos que se renem regularmente antes da aurora, em dias determinados, para cantar louvores a Cristo como se ele fosse um deus. Uns oitenta anos depois da morte de Jesus, algum estava adorando a um Cristo (messias, em hebraico)! Entretanto, nada se diz sobre se este Cristo era Jesus, o mestre milagreiro que foi crucificado e ressuscitou na Judia ou se um Cristo mitolgico das religies pags de mistrio. O prprio Jesus teria dito que haveria muitos falsos Cristos, portanto a afirmao de Plnio no contribui em muito para demonstrar que o Jesus de Nazar existiu.Suetnio (69 d.C. 122 d.C.) Em A vida dos imperadores, com a histria de 11 imperadores, ele conta, em 120 d.C., sobre o imperador Cludio (41 d.C. 54 d.C.), que ele expulsou de Roma os judeus que, sob a influncia de Cresto, viviam causando tumultos. Quem Cresto? No h meno a Jesus. Seria este Cresto um agitador judeu, um dos muitos falsos messias, ou um Cristo mtico? Este trecho no prova nada sobre a historicidade de um Jesus de Nazar.Tcito (56 d.C. 120 d.C.) Famoso historiador romano. Seu Annuals, referente ao perodo 14-68 d.C., Livro 15, captulo 44, escrito por volta de 115 d.C., contm a primeira referncia a Cristo como um homem executado na Judia por Pncio Pilatos. Tcito declara que Cristo, o fundador, sofreu a pena de morte no reino de Tibrio, por ordem do procurador Pncio Pilatos. Os estudiosos apontam vrias razes para se suspeitar de que este trecho no seja de Tcito nem de registros romanos, e sim uma insero posterior na obra de Tcito:A referncia a Pilatos como procurador seria apropriada na poca de Tcito, mas, na poca de Pilatos, o ttulo correto era prefeito.Se Tcito escreveu este trecho no incio do segundo sculo, por que os Pais da Igreja, como Tertuliano, Clemente, Orgenes e at Eusbio, que tanto procuraram por provas da historicidade de Jesus, no o citam?Tcito s passa a ser citado por escritores cristos a partir do sculo 15.O que claro e indiscutvel que um perodo de 80 a 100 anos sem nenhum registro histrico confivel, depois de fatos de tal magnitude, longo o bastante para levantar suspeitas. Alm do mais, insuficiente citar trs relatos to curtos e to pouco informativos para provar que existiu um messias judeu milagreiro chamado Jesus que seria Deus em forma humana, foi crucificado e ressuscitou.H trs autores judeus importantes do primeiro sculo:Philo-Judaeus (15 a.C. 50 d.C.) de Alexandria, era um telogo-filsofo judeu que falava grego. Ele conhecia bem Jerusalm porque sua famlia morava l. Escreveu muita coisa sobre histria e religio judaica do ponto de vista grego e ensinou alguns conceitos que tambm aparecem no evangelho de Joo e nas epstolas de Paulo. Por exemplo: Deus e sua Palavra so um s; a Palavra o filho primognito de Deus; Deus criou o mundo atravs de sua palavra; Deus unifica todas as coisas atravs de sua Palavra; a Palavra fonte de vida eterna; a Palavra habita em ns e entre ns; todo julgamento cabe Palavra; a Palavra imutvel.Philo tambm ensinou sobre Deus ser um esprito, sobre a Trindade, sobre virgens que do luz, judeus que pecam e iro para o inferno, pagos que aceitam a Deus e iro para o cu e um Deus que amor e perdoa. Entretanto, Philo, um judeu que viveu na vizinha Alexandria e que teria sido contemporneo a Jesus, nunca menciona algum com este nome nem nenhum milagreiro que teria sido crucificado e depois ressuscitou em Jerusalm, sem falar em eclipses, terremotos e santos judeus saindo dos tmulos e andando pela cidade. Por que? O completo silncio de Philo ensurdecedor!Flavius Josephus (37 d.C. 103 d.C.) era um fariseu que nasceu em Jerusalm, vivia em Roma e escreveu Histria dos judeus (79 d.C.) e Antiguidades dos judeus (93 d.C.). Apologistas cristos (defensores da f) consideram o testemunho de Josephus sobre Jesus a nica evidncia garantida da historicidade de Jesus. O testemunho citado se encontra em Antiguidades dos judeus. Ao contrrio dos apologistas, entretanto, muitos estudiosos, inclusive os autores da Encyclopedia Britannica, consideram o trecho uma insero posterior feita por copistas cristos. Ele diz que:Naquele tempo, nasceu Jesus, homem sbio, se que se pode chamar homem, realizando coisas admirveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. No foi s seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso pas ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores no o abandonaram nem mesmo aps sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia aps sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade crist que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa.Por que este trecho considerado uma insero posterior?Josephus era um fariseu. S um cristo diria que Jesus era o Cristo. Josephus teria tido que renunciar s suas crenas para dizer isto, e Josephus morreu ainda um fariseu.Josephus costumava escrever captulos e mais captulos sobre gente insignificante e eventos obscuros. Como possvel que ele tenha despachado Jesus, uma pessoa to importante, com apenas algumas frases?Os pargrafos antes e depois deste trecho descrevem como os romanos reprimiram violentamente as sucessivas rebelies judaicas. O pargrafo anterior comea com por aquela poca, mais uma triste calamidade desorientou os judeus. Ser que triste calamidade se refere vinda do realizador de mil coisas milagrosas ou aos romanos matando judeus? Esta suposta referncia a Jesus no tem nada a ver com o pargrafo anterior. Parece mais uma incluso posterior, fora de contexto.Finalmente, e o que ainda mais convincente, se Josephus realmente tivesse feito esta referncia a Jesus, os Pais da Igreja pelos 200 anos seguintes certamente o teriam usado para se defender das acusaes de que Jesus seria apenas mais um mito. Contudo, Justino, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orgenes nunca citam este trecho. Sabemos que Orgenes leu Josephus porque ele deixou textos criticando Josephus por este atribuir a destruio de Jerusalm morte de Tiago. Alis, Orgenes declara expressamente que Josephus, que falava de Joo Batista, nunca reconheceu Jesus como o Messias (Contra Celsum, I, 47).No somente a referncia de Josephus a Jesus parece fraudulenta como outras menes a fatos histricos em seus livros contradizem e omitem histrias do Novo Testamento:A Bblia diz que Joo Batista foi morto por volta de 30 d.C., no incio da vida pblica de Jesus. Josephus, contudo, diz que Herodes matou Joo durante sua guerra contra o rei Aertus da Arbia, em 34 37 d.C.Josephus no menciona a celebrao de Pentecostes em Jerusalm, quando, supostamente: judeus devotos de todas as naes se reuniram e receberam o Esprito Santo, sendo capazes de entender os apstolos cada qual em sua prpria lngua; Pedro, um pescador judeu, se torna o lder da nova igreja; um colega fariseu de Josephus, Saulo de Tarso, se torna o apstolo Paulo; a nova igreja passa por um crescimento explosivo na Palestina, Alexandria, Grcia e Roma, onde morava Josephus. O suposto martrio de Pedro e Paulo em Roma, por volta de 60 d.C., no mencionado por Josephus. Os apologistas cristos, que depositam tanta confiana na veracidade do testemunho de Josephus sobre Jesus, parecem no se importar com suas omisses posteriores.A Encyclopedia Britannica afirma que os cristos distorceram os fatos ao enxertar o trecho sobre Jesus. Isto verdade? Eusbio (265-339 d.C.), reconhecido como o Pai da histria da Igreja e nomeado supervisor da doutrina pelo imperador Constantino, escreve em seu Preparao do evangelho, ainda hoje publicado por editoras crists como a Baker House, que s vezes necessrio mentir para beneficiar queles que requerem tal tratamento. Eusbio, um dos cristos que mais influenciou a histria da Igreja, aprovou a fraude como meio de promover o cristianismo! A probabilidade de o cristianismo de Constantino ser uma fraude est diretamente relacionada desesperada necessidade de encontrar evidncias a favor da historicidade de Jesus. Sem o suposto testemunho de Josephus, no resta nehuma evidncia confivel de origem no crist.Justus de Tiberades o terceiro escritor judeu do primeiro sculo. Seus escritos foram perdidos, mas Photius, patriarca de Constantinopla (878-886 d.C.), escreveu Bibleotheca, onde ele comenta a obra de Justus. Photius diz que do advento de Cristo, das coisas que lhe aconteceram ou dos milagres que ele realizou, no h absolutamente nenhuma meno (em Justus). Justus vivia em Tiberades, na Galilia (Joo 6:23). Seus escritos so anteriores s Antiguidades de Josephus, de 93 d.C., portanto provvel que ele tenha vivido durante ou imediatamente aps a suposta poca de Jesus, mas notvel que nada tenha mencionado sobre ele.A literatura rabnica seria logicamente o outro lugar para se pesquisar a historicidade de Jesus de Nazar. O Novo Testamento alega que Jesus o cumprimento da profecia judaica sobre o messias, crucificado no dia da Pscoa. Naquele dia, supostamente houve um terremoto em Jerusalm, a cortina de seu templo se rasgou de alto a baixo, houve um eclipse do sol, santos judeus ressuscitaram e andaram pela cidade. Trs dias depois, Jesus ressuscitou e depois subiu aos cus diante de todos. Algum tempo depois, no dia de Pentecostes, os judeus de vrias naes se reuniram e viram o Esprito Santo descer na forma de lnguas de fogo; a igreja crist se expandiu de forma explosiva entre judeus e pagos, com sinais e milagres acontecendo por toda a parte. Em 70 d.C., Jerusalm foi cercada pelos romanos, que destruram Israel como nao e dispersaram os judeus.Ainda que os rabinos no aceitassem Jesus como o Messias, o impacto dos acontecimentos volta de Jesus logicamente teria sido registrado nos comentrios ao Talmud (os midrash). A histria e a tradio oral dos judeus registradas nos midrash foram atualizadas e receberam sua forma final pelo rabino Jehudah ha-Qadosh por volta de 220 d.C. Em seu livro O Jesus que os judeus nunca conheceram, Frank Zindler diz que no h uma nica fonte rabnica da poca que fale da vida de um falso messias do primeiro sculo, dos acontecimentos envolvendo a crucificao e ressurreio de Jesus ou de qualquer pessoa que lembre o Jesus do cristianismo.No h locais histricos na Terra Santa que confirmem a historicidade de Jesus de Nazar. Monges, padres e guias tursticos que levam peregrinos cristos (aceitam-se doaes) aos locais dos acontecimentos descritos na Bblia dificilmente podem ser considerados pessoas isentas. Ainda citando Zindler, No h confirmao no tendenciosa desses locais. Nazar no mencionada nem uma vez no Antigo Testamento. O Talmud cita 63 cidades da Galilia, mas no Nazar. Josephus menciona 45 cidades ou vilarejos da Galilia, mas nem uma vez cita Nazar. Josephus menciona Japha, que um subrbio da Nazar de hoje. Lucas 4:28-30 diz que Nazar tinha uma sinagoga e que a borda da colina sobre a qual ela tinha sido construda era alta o suficiente para que Jesus morresse se o tivessem realmente jogado l de cima. Contudo, a Nazer de nossos dias ocupa o fundo de um vale e a parte de baixo de uma colina. No h topo de colina. Alm disso, no h nenhum vestgio de sinagogas do primeiro sculo. Orgenes (182-254 d.C.), que viveu em Cesaria, a umas 30 milhas da atual Nazar, tambm no fala em Nazar. A primeira referncia cidade surge em Eusbio, no sculo 4. O melhor que podemos imaginar que Nazar s surgiu depois do sculo 2. Esta falta de evidncia histrica parece ser a explicao para o fato de no haver nenhuma meno a Nazar em nenhum registro, de nenhuma origem no crist. Ou seja, Nazar no existia no primeiro sculo.No h tempo nem espao para se falar de outras cidades significativas citadas no Novo Testamento, mas as evidncias histricas e arqueolgicas quanto a Cafarnaum (mencionada 16 vezes no N.T.) e Betnia, ou o Calvrio, so, assim como no caso de Nazar, igualmente fracas e at mesmo desmentem as Escrituras.Mentes crticas e objetivas se destacam por procurar confirmao imparcial dos supostos fatos. Quando a nica evidncia disponvel de um acontecimento ou de seus resultados , no apenas questionvel e suspeita, mas tambm aquilo que os divulgadores do acontecimento ou resultado querem que voc acredite, convm desconfiar. O fato que os escritores judeus no-cristos, gregos e romanos das dcadas que se seguiram suposta crucificao e ressurreio de Jesus nada dizem sobre ningum chamado Jesus de Nazar. Uma pessoa justa sempre estar disposta a analisar novas evidncias, mas, 2 mil anos depois, o cristianismo continua tendo tantas evidncias imparciais sobre Jesus quanto sobre o Mgico de Oz, Zeus ou qualquer um dos muitos deuses-redentores daquela poca.

    RefernciasThe Jesus the Jews Never Knew por Frank R. ZindlerEncyclopedia BritannicaDeconstructing Jesus por Robert Price, Ph.D.Obras completas de Josephus, traduo de William Whiston, Ph.D.The Jesus Puzzle por Earl DohertyThe Jesus Mysteries por Timothy Freke e Peter Gandy