Teologia do Corpo – Relembrando a Estrutura
• Parte 1: Quem somos nós– A) Homem Original– B) Homem Histórico– C) Homem Escatológico
• Parte 2: Como devemos viver– A) Celibato para o Reino de Deus– B) A sacramentalidade do matrimônio– C) Amor e fecundidade – reflexões sobre a
“Humanae Vitae”
Cristo volta nossa atenção para o “princípio”
• Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer? Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu. Disseram-lhe eles: Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, e rejeitá-la? Jesus respondeu-lhes: É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o divórcio das mulheres; mas no princípio não era assim. (Mt 19, 3-8)
Por que Jesus nos remete ao princípio?
• Jesus não cai na armadilha dos argumentos dos fariseus, mas nos remete ao princípio, terminando a conversação com clara autoridade – fim da discussão.
• Foi ali que tudo começou – a intenção, o plano original de Deus está revelado ali, antes do pecado ter entrado na história – pergunte ao artista sobre sua obra e você conhecerá o que é sua obra.
• Jesus quer que olhemos para nossa “pré-história teológica” onde podemos ver claramente o modelo para todos os outros relacionamentos do homem com Deus, com a criação, com os outros seres humanos e do homem com seu próprio corpo.
Por que Jesus nos remete ao princípio?
• Jesus quer que olhemos para nós mesmos AGORA, em comparação com o lugar de onde viemos.
• Ele quer que nos vejamos dentro do grande Plano de seu Pai.
• Ele quer que vejamos que nossos relacionamentos não são baseados no pecado; nossa identidade, nossos relacionamentos não estão fundados na propensão do homem ao pecado, mas no plano de Deus.
• A Teologia do Corpo tem suas raízes no “PRINCÍPIO”.
Dois relatos da criaçãoPrimeiro relato (Gen 1) Segundo relato (Gen 2)
“Elohim” – sacerdotal “Iaveh”
Sete dias Revelação da experiência humana Do começo ao fim Dois estados originais de graça e pecadoTeológico e filosófico A experiência revela o homem no seu corpo
O que o PRINCÍPIO nos ensina?
• Solidão original
• União original
• Nudez original
• Significado esponsal do corpo
• Inocência original
• Conhecimento e procriação
Solidão Original
• Deus criou o homem e disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Quero dar-lhe uma ajuda que seja adequada (similar a ele mesmo)”.
• Sozinho? Significa que ele não é como os animais que nomeou. Ele tem um corpo, assim como os animais, mas não é como eles.
• “Sozinho” também significa que ele só é completo com se tiver outro ser como ele mesmo, alguém para quem ele possa se doar.
• O homem (ser humano) adormeceu sendo um só, mas a humanidade acordou sendo homem e mulher
Unidade original
• O homem disse: “Afinal, eis aqui a carne da minha carne e osso dos meus ossos”. Amor. Aceitação. Confiança.
• A masculinidade e a feminilidade superam a solidão e são uma afirmação um do outro.
• O homem não é uma imagem de Deus apenas sendo criatura dotada de inteligência, mas também sendo homem e mulher.
• Assim como a Trindade vive numa comunhão que é doação de si, o homem e a mulher vivem em uma comunhão que é doação de vida, e isso é realizado especialmente no ato no qual eles se tornam “uma só carne”.
Nudez original
• Homem e mulher estavam nus, mas ainda assim não sentiam vergonha.
• Temos que reconstruir esses eventos, porque vivemos na era depois do pecado original, e não compreendemos a nudez na pureza.
• O homem apreciava a feminilidade da mulher, e vice-versa – sem pecado – sem temer a propensão ao pecado do outro (porque ela não existia).
• Assim que entrou o pecado no mundo, entrou também a vergonha, e essa é a fronteira entre a inocência e o pecado.
Nudez original
• A nudez aqui não se refere aos olhos do corpo, mas efetivamente aos olhos do coração.
• Homem e mulher podiam olhar, admirar gentilmente um ao outro e ver Deus em seus corpos.
• Eles podiam aceitar completamente o dom da outra pessoa e seu corpo e aceitar o que Deus lhes deu como dom para o outro.
• Esse é o significado esponsal do corpo.
Significado Esponsal do Corpo
• O corpo era experimentado pelo homem e pela mulher como um dom um para o outro.
• O DOM é LIVRE: livre de pecado, livre da vergonha, livre do egoísmo. Homem e mulher livremente se davam um para o outro. Isso requer domínio de si mesmo.
• ESPONSAL significa que tem a capacidade de expressar amor através de um DOM altruísta, e portanto LIVRE.
• Isso preenche os desejos mais profundos do homem de AMAR e de SER AMADO. Isso é a verdadeira felicidade.
Significado Esponsal do Corpo
• Deus criou o ser humano para o matrimônio
• Deus os criou casados
• O significado esponsal do corpo permanece, apesar da distorção (a partir do pecado original)
• Os celibatários se dão a Deus
Inocência Original
• O homem experimentava a inocência em plenitude através de seu corpo
• Não era uma ausência de conhecimento, mas uma ausência de pecado, junto com a plenitude de Deus
• Inocência – contemplar o mistério de Deus através do corpo humano
Conhecimento e procriação
• “Adão conheceu sua esposa Eva, que concebeu e deu à luz Caim, e disse, ‘Recebi do Senhor um homem’”.
• No ato do enlace esponsal homem e mulher conheceram um ao outro em sua masculinidade e feminilidade, mas também conheceram a própria masculinidade e feminilidade
• Isso se tornou conhecimento da paternidade e da maternidade – dando luz a uma nova criança
Conhecimento e procriação
• Foi assim que homem e mulher conheceram Deus como Criador, através de seus próprios corpos.
• Isso se repete com cada nova vida humana• É assim também que homem e mulher vêm a
possuir um ao outro não apenas como masculino e feminino, mas também como pai e mãe de uma criança que pertence a eles.
• Depois do pecado, veio a morte, embora ainda tenhamos esperança de “conhecer” que a vida supera a morte
Conclusão
• É através do “Princípio” que podemos saber de onde viemos, a fim de saber para onde vamos.
• Ainda hoje muitas pessoas questionam Jesus e a Igreja, como os fariseus fizeram, mas Jesus continua apontando para o “Princípio”.
• Se queremos compreender a redenção de nossos corpos, temos que compreender o “princípio”.
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