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GUIA LITÚRGICO PASTORAL

APRESENTAÇÃO

Há muito tempo vem sendo solicitado pelas equipes de liturgia e pelas comunidades um Guia Litúrgico Pastoral para ajudar na organização e na animação das celebrações,

tendo em vista a participação ativa e consciente do povo na liturgia, a valorização da vida, das culturas e da rica tradição litúrgica da Igreja.

O presente Guia Litúrgico Pastoral, inspirado na tradição litúrgica da Igreja e nas orientações do Magistério, apoia-se nas práticas celebrativas da Igreja e na caminhada das comunidades. Não pretende cercear nem inibir o trabalho criativo das equipes de liturgia,

mas, imbuído do espírito celebrativo, oferece princípios e critérios para animar e renovar as celebrações litúrgicas como memória da Páscoa de Jesus Cristo em realização na

humanidade e na vida dos cristãos.

É um serviço para enriquecer a pastoral litúrgica nas dioceses e paróquias e desenvolver a espiritualidade litúrgica como caminho de libertação, comunhão com Deus e solidariedade com todas as criaturas, sobretudo os seres humanos, com especial atenção

aos mais pobres e oprimidos do mundo.

Os destinatários do Guia Litúrgico Pastoral são as comunidades e suas equipes de liturgia. Elaborado numa linguagem simples e popular não substitui a Instrução Geral do Missal Romano, as Introduções Gerais dos Rituais dos Sacramentos e dos outros livros litúrgicos. Nelas se apóia e a elas se refere como literatura indispensável para conhecer,

viver e celebrar bem a liturgia.

Dom Manoel João Francisco

Bispo de Chapecó

Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia

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I - O ANO LITÚRGICO

1. A Liturgia nos ritmos do tempo

1.1. O ritmo diário 1.2. O ritmo semanal

1.3. O ritmo anual

2. As solenidades, festas e memórias

2.1. As Solenidades

2.2. As festas

2.3. As memórias

2.3.1. Memórias obrigatórias e facultativas

2.3.2. Comemorações

3. Indicações particulares (especiais)

3.1. Os Lecionários

3.2. Dias santos de guarda

3.3. Transferência para os domingos do Tempo Comum de celebrações que ocorrem num dia de semana

3.4. Cumprimento do dever pascal

3.5. Jejum e abstinência

3.6 – Meses, semanas e dias temáticos

4. Ocorrência de celebrações litúrgicas

Tabela dos dias litúrgicos por ordem de precedência

II. CELEBRAÇÃO DOMINICAL DA PALAVRA DE DEUS

1. O sentido teológico-litúrgico das Celebrações Dominicais da Palavra de Deus

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2. Elementos para o roteiro da celebração dominical da Palavra de Deus 2.1. Os ritos iniciais 2.2. Os ritos da Palavra 2.3. Ritos de louvor ou ação de graças

2.3.1. Rito de louvor ou ação de graças simples

2.3.2. Rito de louvor ou ação de graças com comunhão eucarística

2.3.3. Rito de louvor ou ação de graças com partilha de alimentos

2.4. Os ritos finais

3. Ação ministerial

III. CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

1. A estrutura da missa 2. O centro da missa: memorial da Páscoa de Cristo

3. A liturgia eucarística 0. A Oração eucarística 1. Ritos de comunhão

2. Preparação das oferendas 4. A Liturgia da Palavra

5. Ritos Iniciais e Ritos Finais 0. Os Ritos Iniciais 1. Os Ritos Finais

6. A comunidade toda celebra a Eucaristia sob a presidência do ministro ordenado 7. Missas e orações para diversas circunstâncias

0. . Missas rituais 1. . Missas e orações para diversas necessidades

2. Missas votivas

7.3.1. Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus

7.3.2. Missa votiva no aniversário do Papa, do Bispo e da ordenação sacerdotal.

7.4. Missa pelos fiéis defuntos

7.5. Missas com presença de vários bispos e/ou presbíteros

8. Orientações litúrgico-pastorais

8.1. Aspersão do povo nos domingos

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8.2. Pão para a celebração da Eucaristia

8.3. Comunhão dos fiéis

8.4. Comunhão sob duas espécies

8.5. Comunhão na mão

8.6. Jejum eucarístico

8.7. Aplicação da missa pelo povo

8.8. Adoração eucarística

8.8.1. O Culto eucarístico fora da missa nasce da celebração da Eucaristia

8.8.2. “Nós adoramos o que conhecemos”(Jo 14,22)

8.8.3. A exposição do Santíssimo Sacramento

8.8.3.1.A exposição prolongada do Santíssimo Sacramento

8.8.3.2. A exposição breve

8.8.4. O ministro da exposição

8.8.5. Ambiente adequado

8.8.6. Adoração eucarística e a escuta da Palavra.

9. Missas de rádio e televisão

IV. CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO CRISTÃO

1. Importância e dignidade do sacramento do Matrimônio

2. Preparação e celebração do matrimônio

V. A CELEBRAÇÃO DE BÊNÇÃOS

1.O sentido da bênção

2.A bênção como ação litúrgica

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3.Elementos da celebração de bênção

4.Ministro da bênção

5.Algumas pistas pastorais

VI. EXÉQUIAS

1. O sentido teológico-litúrgico da celebração das exéquias

2. A celebração da morte - plenitude da páscoa dos cristãos

3. A Cremação

4. O(a) ministro(a) das exéquias

5. O luto

VII. CANTO E MÚSICA NA LITURGIA

1. Critérios para a criação e escolha do repertório litúrgico

2. ‘Ministérios’ litúrgico-musicais

2.1.Ministério dos compositores (letristas e músicos)

2.2 Ministério do grupo de cantores ou coral

2.3.Ministério do salmista

2.4. Ministério dos instrumentistas

2.5 Ministério dos regentes ou animadores

3. O canto e a música no tempo do ano litúrgico 31. Cantar o Advento do Senhor

3.2. Cantar o Natal do Senhor 3.3. Cantar a Quaresma

3.4. Cantar o Tríduo Pascal

3.5.Cantar a Páscoa do Senhor

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3.6.Cantar o Tempo Comum

3.7.Cantar as solenidades e festas

4. Canto e música para os demais sacramentos e sacramentais

VIII. OS MINISTÉRIOS LITÚRGICOS

1. Os ministérios ordenados

2. Os ministérios instituídos

3. Os ministérios confiados

3.1. Ministros extraordinários da sagrada Comunhão

3.2. Ministros extraordinários do Batismo

3.3. Testemunhas qualificadas do Matrimônio

3.4. Ministros da Celebração da Palavra

4. Outras funções ministeriais

IX. O ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Átrio

2. O lugar da assembléia

3. O lugar da presidência

4. O lugar da Palavra

5. O lugar do sacrifício e da ceia

6. O lugar do batismo

7. O lugar da reconciliação

8. O lugar da reserva eucarística

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9. O lugar das imagens

10. Decoração

11. As vestes litúrgicas

12. Os vasos sagrados

13.Sacristia

14.Igrejas históricas

X. PASTORAL LITÚRGICA

1. Pastoral Litúrgica

2. Equipes de pastoral litúrgica e equipes de celebração 1. Equipe de pastoral litúrgica

2. Equipe de celebração 3. Formação litúrgica

4. Plano da organização litúrgica 5. Passos para a preparação da celebração

1. Preparação remota 2. Preparação próxima

XI. BIBLIOGRAFIA

SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AT Antigo Testamento

BC Ritual do Batismo de Crianças

CB Cerimonial dos Bispos/Cerimonial da Igreja

CD Vaticano II. Decreto “Christus Dominus” sobre o múnus

pastoral dos bispos na Igreja

CDC Código de Direito Canônico

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CELAM Conselho Episcopal Latino-americano

CELMU Curso Ecumênico de Liturgia e Música

Cf. Confira / Cenferir

CIC Catecismo da Igreja Católica

CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

CP Communio et Progressio, Instrução Pastoral da Comissão Pontifícia para as comunicações sociais

ELM Elenco das Leituras da Missa

EM Eucharisticum Mysterium, Sagrada Congregação dos Ritos e Consilium, 1967.

GS Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” sobre a Igreja no

mundo de hoje

IGLH Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas

IGMR Instrução Geral sobre o Missal Romano

LG Vaticano II. Constituição Dogmática “Lumen Gentium”

sobre a Igreja

MND Mane Nobiscum Domine (Carta Apostólica de João Paulo

II para o Ano da Eucaristia

MS Musicam Sacrae, Sagrada Congregação dos Ritos e Consilium, 1967

NALC Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário

NT Novo Testamento

ODC Ofício Divino das Comunidades

OLM Ordo Lectionum Missae (Elenco das leituras da missa)

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REB Revista Eclesiástica Brasileira

RM Ritual do Matrimônio

RP Ritual da Penitência

SC Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada

SD Santo Domingo – IV Conferência do Episcopado Latino-Americano, 1992

UE Rito da Unção dos Enfermos e sua Assistência Pastoral

VV.AA. Vários Autores

I - O ANO LITÚRGICO

A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo

fundamental da nossa fé, celebramos o Ano Litúrgico que foi se organizando para manter viva a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade.

O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes e a expectativa da feliz

esperança da vinda do Senhor” (SC 102). Ele assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e operante

nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. NALC 1).

Em síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configurar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos” (cf. Fl 2,5).

1. A Liturgia nos ritmos do tempo

O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova

a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã1. Por isso, o Ano Litúrgico é sacramento e, assim, torna-

se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.

Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do

mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e

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tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.

1.1 - O ritmo diário

O anoitecer e o amanhecer são dois momentos que marcam o dia da comunidade

cristã. A Igreja celebra a memória da páscoa de Jesus na oração da tarde (vésperas) e na oração da manhã (laudes).

Pelo Ofício Divino, o povo de Deus faz memória de Jesus Cristo nas horas do dia, acompanhando o caminho do sol, símbolo de Cristo - daí o nome “Liturgia das Horas”. De tarde, o sol poente evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De noite, nas

vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo, dia da ressurreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos a

Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.

Com hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor e de súplica, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o Ofício

acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.

Como oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente escola e referência fundamental para nossa oração individual. Os ministros

ordenados e religiosos assumem publicamente o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia. Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado

proposto pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da Liturgia das Horas.

Incentivem-se também outras formas de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados, Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, Ladainhas,

Ângelus, Via-Sacra e Rosário comunitário.

Precisamente falando, “o dia litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia

precedente” (NALC 3).

1.2 - O ritmo semanal

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O ritmo semanal é marcado pelo domingo, o dia em que o Senhor se manifestou

ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).

A história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o encontraram

mais. Neste dia, ele apareceu vivo a vários dos discípulos, sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e da missão que tinham que levar adiante

(Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo 20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pentecostes, vinda do Espírito Santo, também aconteceu no domingo (At 2,1-11).

“No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domingo, a Igreja, por uma tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de

Cristo, celebra o mistério pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa” (NALC 4).

O domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Comum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado,

recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousará diante do Pai”.

João Paulo II, na Carta Apostólica sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Homem e Dia dos Dias. O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, que

demos “uma atenção ainda maior à missa dominical, como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo comumente participantes também os

vários grupos, movimentos, associações nela presentes” (MND 23).

“Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa

gozam de precedência sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As solenidades que ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado”(NALC 5).2

O domingo exclui, por sua natureza própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor,

da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de Nossa

Senhora e de Todos os Santos.

Os dias que seguem o domingo, chamados dias de semana ou férias, celebram-se de diversos modos, segundo a importância própria (cf. NALC 16). Para não repetir as missas do domingo, é conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebração

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especial, se utilizem nesses dias também os formulários das Missas votivas e para diversas circunstâncias.

1.3 - O ritmo anual

“Através do ciclo anual a Igreja comemora todo o mistério de Cristo, da encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor” (NALC 17). Este ciclo anual tem um centro, fonte e cume, que é a solenidade da Páscoa. “A solenidade da Páscoa goza no ano

litúrgico a mesma culminância do domingo em relação à semana” (NALC 18).

O ritmo do Ano Litúrgico compreende:

1. Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor - da Missa vespertina na Ceia do Senhor até as vésperas do domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico

porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando

morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida” (NALC 18). 2. Tempo Pascal - os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande

domingo” (cf. NALC 22). São dias de Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor” (NALC 24). A festa da Ascensão é celebrada no Brasil no 7o domingo da

Páscoa. A semana seguinte, até Pentecostes, caracteriza-se pela preparação à celebração da vinda do Espírito Santo. Em sintonia com as outras Igrejas cristãs, no Brasil, realizamos nesta semana a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”. Recomendam-se para esta ocasião orações durante a missa, sobretudo na oração dos fiéis, e oportunamente a celebração da missa votiva pela unidade da Igreja (cf.

Dir. Ecum., n. 22 e 24). 3. Tempo da Quaresma - da 4a feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor,

exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo

os fiéis ouvirem com mais freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109).

4. Tempo do Natal - das primeiras vésperas do Natal do Senhor ao domingo depois da Epifania ou ao domingo depois do dia 06 de janeiro, inclusive. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos “participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade”3. Na Epifania, celebramos a manifestação de Jesus Cristo, Filho de

Deus, “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação”4.

5. Tempo do Advento - das primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, até as primeiras vésperas do

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Natal do Senhor. “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda

do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um

tempo de piedosa e alegre expectativa” (NALC 39). 6. Tempo Comum - começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor

e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do

1o. domingo do Advento (cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no

seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e

Evangelistas, demais Santos e Santas). 7. As Rogações e as Quatro Têmporas - em cada estação do ano, a Igreja dedica um ou

vários dias de preces, jejuns e penitência para rogar ao Senhor por diversas necessidades, principalmente pelos frutos da terra e pelo trabalho humano, e render-lhe graças publicamente (cf. NALC 45). Estas celebrações têm origem nas festas de semeadura e nas festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter sentido nos tempos atuais, por causa da crescente consciência ecológica do

mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembléia Geral, em 1971, a regulamentação da celebração das Têmporas e Rogações fica a critério dos

Conselhos Episcopais Regionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias.

2. As solenidades, festas e memórias

As Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário Romano (NALC),

promulgadas por Paulo VI, em 1969, distinguem as celebrações, segundo sua importância, em Solenidade, Festa e Memória (NALC 10).

2.1 - As Solenidades

“As solenidades são constituídas pelos dias mais importantes, cuja celebração

começa no dia precedente com as Primeiras Vésperas. Algumas solenidades são também enriquecidas com uma Missa própria para a Vigília, que deve ser usada na véspera quando

houver Missa vespertina” (NALC 11). Estas celebrações têm orações, leituras e cantos próprios ou retirados do Comum.

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2.2 - As festas

“As festas celebram-se nos limites do dia natural; por isso, não têm Primeiras

Vésperas, a não ser que se trate de festas do Senhor que ocorrem nos domingos do Tempo Comum e do Tempo do Natal, cujo Ofício substituem” (NALC 13). Na Missa, as orações,

leituras e cantos são próprios ou do Comum.

2.3 - As memórias

“As memórias são obrigatórias ou facultativas: sua celebração, porém, se

harmoniza com a celebração do dia de semana ocorrente, segundo as normas expostas nas Instruções Gerais sobre o Missal Romano e a Liturgia das Horas” (NALC 14). Trata-se

de celebrações que ocorrem no dia de semana, nas quais se inclui uma simples recordação (daí memória) do respectivo santo. Neste caso, os elementos fundamentais, como as

leituras, são os do dia de semana ocorrente.

“Se, no mesmo dia, ocorrem no calendário várias memórias facultativas, celebra-se apenas uma, omitindo-se as outras” (NALC 14).

2.3.1 - Memórias obrigatórias e facultativas

No que se refere à distinção entre memórias obrigatórias e memórias facultativas, a

única diferença é que as memórias obrigatórias (como seu nome sugere) devem necessariamente ser celebradas e as memórias facultativas podem ser celebradas ou

omitidas, segundo se considere oportuno. Quanto ao modo de celebrá-las, procede-se da mesma maneira em ambos os casos.

“Nos sábados do Tempo Comum, não ocorrendo memória obrigatória, pode-se celebrar a memória facultativa da Santa Virgem Maria” (NALC 15).

Algumas memórias obrigatórias ou facultativas, quando celebradas, têm Laudes e Vésperas festivas, com antífonas próprias. Neste caso, nas Laudes, tomam-se os

salmos do domingo da primeira semana e, nas Vésperas, os salmos do comum.

2.3.2 – Comemorações

As memórias obrigatórias, que ocorrem nos dias de semana da Quaresma e nos

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dias 17 a 24 de dezembro, podem ser celebradas como memórias facultativas. Neste caso, são chamadas simplesmente de comemoração.

A celebração de todos os fiéis defuntos, por não ter caráter de solenidade, festa ou memória propriamente ditas, é chamada pela Igreja de Comemoração. Trata-se de uma

Comemoração muito especial, celebrada mesmo quando ocorre em domingo.

3. Indicações particulares (especiais)

3.1 – Os textos dos Lecionários

As leituras indicadas nos Lecionários foram dispostas da seguinte maneira: para os

domingos e festas temos um ciclo de três anos (está no Lecionário Dominical): A – Mateus; B – Marcos; C – Lucas. O evangelho de João é proclamado em algumas solenidades e

também durante alguns domingos do ano B. Para os dias de semana o Evangelho tem um ciclo anual e as leituras um cliclo bienal, um para os anos pares e outro para os anos ímpares (está no Lecionário Semanal). Para as festas e memórias dos santos, temos

leituras próprias, indicadas no Lecionário Santoral.

3.2 - Dias santos de guarda

“Dias de festa”, “dias de preceito”, “festas de preceito” ou, como se diz, “dias santos

de guarda”, são dias em que “os fiéis têm obrigação de participar da Missa e devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria

do Dia do Senhor e o devido descanso do corpo e da alma” (cân. 1247)

O domingo é o dia de festa por excelência, em toda a Igreja. No Brasil, além do domingo, são festas de preceito os dias: do Natal do Senhor Jesus Cristo (25 de

dezembro); do SS. Corpo e Sangue de Cristo (quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade); de Santa Maria Mãe de Deus (1 de janeiro); da Imaculada Conceição de Nossa

Senhora (8 de dezembro).

As celebrações da Epifania, da Ascensão, da Assunção de Nossa Senhora, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a de Todos os Santos ficam transferidas para o domingo,

de acordo com as normas litúrgicas.

3.3 - Transferência para os domingos do Tempo Comum de celebrações que

ocorrem num dia de semana

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Para promover o bem pastoral dos fiéis, é lícito transferir para os domingos do

Tempo Comum as celebrações pelas quais o povo tem grande apreço e que ocorrem durante a semana, contanto que, na tabela de precedência, elas se anteponham ao próprio domingo. Estas celebrações podem ser realizadas em todas as Missas celebradas com o

povo (NALC, 58).

3.4 - Cumprimento do dever pascal

O tempo útil para o cumprimento do dever pascal, em conformidade com o Código

de Direito Canônico (cf. cân. 920, 2), é o próprio ciclo pascal, isto é, desde a Quinta-feira Santa até o domingo de Pentecostes. Por justa causa, este preceito pode ser cumprido em

outro tempo dentro do ano.

3.5 - Jejum e abstinência

Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos

de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (quem completou 18 anos) até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e pais cuidem para

que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade (cf. cân. 1252).

“No Brasil, toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro

alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade.

A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios

fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia”5.

3.6 - Meses, semanas e dias temáticos

“A comunidade deve celebrar a sua vida na liturgia(...). Mas deve celebrá-la à luz de

Jesus Cristo ressuscitado, vivo, presente e atuante na comunidade, e não à luz de um tema, de uma idéia (...). Deve celebrar a sua vida, sim, com os problemas que lhe tocam mais de perto; mas à luz da palavra viva, como o único tema... E quando não se penetra profundamente na palavra de Deus, na docilidade do Espírito, facilmente pode-se cair na

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moralização. (...) Assim, o domingo celebra realmente a vida da comunidade, nos seus diversos coloridos, mergulhada na única vida do Ressuscitado que lhe dá

vida” (Liturgia, 20 anos de caminhada pós-conciliar, Coleção Estudos da CNBB, no. 42, pág. 79-80).

A liturgia não pode se tornar lugar para discutir soluções e respostas para os temas e problemas que afligem a comunidade. A liturgia “não esgota toda a ação da Igreja” (SC 9). Ele é, sim, “o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde

emana a sua força” (SC 10).

A liturgia não é primordialmente o lugar de evangelização e conscientização. Ela “não pode ser aproveitada (usada) quase que exclusivamente para fins que não lhe

pertencem. Pois seu objetivo é a celebração da presença viva do mistério da vida. Daí se poderá concluir também que a missa não tem tema. Ela é o tema! Existem coloridos

diferentes para a celebração, segundo as ‘cores’ da vida da comunidade. Mas o único tema é sempre o mesmo na diversidade das situações: a luz do mistério pascal nas ‘cores’ diferentes da vida trazida com seu mistério para o encontro da celebração dominical”

(Liturgia, 20 anos de caminhada pós-conciliar, Coleção Estudos da CNBB, no. 42, pág. 79-80).

Para dar aos meses e dias temáticos o seu justo lugar, é importante que a Equipe de Pastoral Litúrgica prepare bem a celebração, não reproduzindo apenas folhetos e

subsídios oferecidos. Na missa, os “temas” podem ser lembrados no início (recordação da vida), na homilia e nas preces dos fiéis.

4. Ocorrência de celebrações litúrgicas

Se ocorrem no mesmo dia várias celebrações, celebra-se a que ocupa um lugar

superior na tabela dos dias litúrgicos. Se uma solenidade for impedida por um dia litúrgico que tem precedência sobre ela, transfere-se para o dia mais próximo que estiver livre.

Quando no mesmo dia coincidem as Vésperas Ofício do dia com as Primeiras Vésperas do dia seguinte, rezam-se as Vésperas da celebração que, na tabela dos dias litúrgicos têm

precedência; em caso de igualdade, celebram-se as Vésperas do dia.

Tabela dos dias litúrgicos por ordem de precedência

1. Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor.

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2. Natal do Senhor, Epifania, Ascensão e Pentecostes.

Domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa.

Quarta-feira de Cinzas.

Férias da Semana Santa, da Segunda à Quinta-feira, inclusive.

Dias dentro da Oitava da Páscoa.

3. Solenidades do Senhor, da Virgem Santa Maria e dos Santos inscritos no calendário universal.

4. Solenidades próprias : 1. Solenidade do Padroeiro principal do lugar ou da cidade;

2. Solenidade da Dedicação e do Aniversário da Dedicação da igreja própria; 3. Solenidade do Título da igreja própria;

4. Solenidade do Titular ou do Fundador ou do Padroeiro principal da Ordem ou Congregação;

5. Festas do Senhor inscritas no Calendário universal; 6. Domingos do Tempo de Natal e Domingos do Tempo Comum;

7. Festas da Virgem Santa Maria e dos Santos inscritas no calendário universal; 8. Festas próprias :

1. Festa do Padroeiro principal da diocese; 2. Festa do aniversário da Dedicação da igreja catedral;

3. Festa do Padroeiro principal da região ou da província, da nação ou de um território mais vasto;

4. Festa do Titular, do Fundador, do Padroeiro principal da Ordem ou Congregação e da província religiosa, salvo o que se prescreve no n. 4;

5. Outras festas próprias de cada igreja; 6. Outras festas inscritas no calendário de alguma diocese ou Ordem ou

Congregação;. 9. Férias do Advento, do 17 ao dia 24 de dezembro, inclusive;

Dias da Oitava de Natal;

Férias da Quaresma;

III

10. Memórias obrigatórias do calendário universal; 11. Memórias obrigatórias próprias:

1. Memória do Padroeiro secundário do lugar, da diocese, da região ou da província, da nação ou de um território mais vasto, da Ordem ou Congregação e

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da província religiosa; 2. Outras memórias obrigatórias inscritas no calendário de cada diocese, Ordem ou

Congregação; 12. Memórias facultativas, que também se podem celebrar no dias referidos no n. 9,

segundo o modo peculiar descrito nas Instruções Gerais do Missal Romano e da Liturgia das Horas. Podem celebrar-se da mesma forma, como memórias facultativas,

as memórias obrigatórias que, eventualmente, ocorram nas férias da Quaresma; 13. Férias do Advento até o dia 16 de dezembro, inclusive;

Férias do Tempo de Natal, desde o dia 2 de janeiro até o sábado depois da

Epifania;

Férias do Tempo Pascal, desde a segunda-feira depois da Oitava da Páscoa até sábado antes de Pentecostes, inclusive;.

Férias do Tempo Comum.

II – CELEBRAÇÃO DOMINICAL DA PALAVRA DE DEUS

“A Igreja de Cristo, desde o dia de Pentecostes, após a descida do Espírito Santo,

sempre se reuniu fielmente para celebrar o mistério pascal, no dia que foi chamado ´domingo´, em memória da ressurreição do Senhor. Na assembléia dominical a Igreja lê

aquilo que em todas as Escrituras se refere a Cristo e celebra a eucaristia como memorial da morte e ressurreição do Senhor, até que Ele venha”6.

A eucaristia é, por excelência, a celebração do Dia do Senhor. Muitas comunidades não podendo, porém, celebrar a eucaristia, por falta de presbítero, se reúnem e celebram os mistérios da fé ao redor da Palavra de Deus e, deste modo,

asseguram o sentido do domingo.

No Brasil, a falta de padres, a dispersão populacional e a situação geográfica do país impedem que inúmeras comunidades tenham a celebração eucarística aos domingos. De acordo com dados da CNBB, 70% das comunidades brasileiras se reúnem ao redor da

Palavra de Deus7.

As celebrações dominicais da Palavra de Deus são incentivadas pelo Concílio Vaticano II: “Promova-se a celebração da Palavra de Deus nas vigílias das festas solenes,

em alguns dias feriais do advento e da quaresma e nos domingos e dias de festa, especialmente onde não houver padre; neste caso será um diácono, ou outra pessoa

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delegada pelo bispo a dirigir a celebração” (SC 35,4).

Na verdade, “a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como o próprio Corpo do Senhor, não deixando nunca, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar da mesa quer da Palavra de Deus quer do Corpo de Cristo e distribuir aos fiéis o Pão da Vida” (DV 21). “As celebrações sagradas da Palavra de Deus são da máxima utilidade para a vida, quer dos

indivíduos quer das comunidades, no sentido de fomentar o espírito e a vida espiritual, despertar neles um amor mais intenso à Palavra de Deus, realizar celebrações mais

frutuosas, quer da Eucaristia quer dos outros sacramentos”8.

1. O sentido teológico-litúrgico das Celebrações Dominicais da Palavra de

Deus

A assembléia litúrgica do povo sacerdotal, profético e régio realiza a celebração

dominical da Palavra de Deus. É o corpo de Cristo reunido, convocado por Deus e animado pelo Espírito Santo. Cristo está realmente presente quando a comunidade se reúne, ora e

canta. É Cristo que fala, quando se lêem as sagradas escrituras na comunidade reunida (cf. SC 7).

A celebração dominical da Palavra é uma verdadeira ação litúrgica. É a celebração do dia do Senhor, páscoa semanal. A cada domingo a comunidade celebrante faz memória

e atualiza o mistério pascal do Senhor, ao longo do ano litúrgico9.

A celebração dominical da Palavra de Deus é realizada com gestos e ações simbólicas, como o acendimento do círio, o sinal da cruz, a aspersão com água, o abraço da paz, a bênção, partilha de alimentos etc. Estes são sinais sensíveis que expressam e

comunicam a graça que nos vem da páscoa de Cristo.

Pela escuta da Palavra de Deus e pela oração (Pai-Nosso, salmos, hinos e outros cânticos, aclamações, oração inicial e final, rito penitencial, preces, louvor e ação de graças, silêncio...) se expressa e se intensifica nossa comunhão com o Pai, por Cristo, no Espírito

Santo.

2. Elementos para o roteiro da celebração dominical da Palavra de Deus

Para a celebração da Palavra de Deus, não há um rito definido, porém há uma certa

lógica a ser observada que, em seu conjunto, reflete uma coerência teológico-litúrgica. É a

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lógica da revelação: o Senhor convida e reúne, o povo atende e se apresenta; o Senhor fala, a assembléia responde professando sua fé, suplicando e rezando, louvando e bendizendo. A comunidade com ritos, gestos e símbolos expressa e renova a Aliança de

Deus com o seu povo e deste com Deus. A assembléia é abençoada e enviada em missão para a construção de comunidades vivas10.

Desenvolve-se, desta forma, um verdadeiro diálogo de Deus com o seu povo reunido, um colóquio contínuo do Esposo e da Esposa, ou seja, a oração.

É necessário integrar movimento e descanso, gesto e palavra, canto e silêncio, expressão e interiorização, ação dos ministros e participação da assembléia. Tudo num

ritmo harmonioso, respeitando a maneira de ser da pessoa humana, levando em conta as exigências da comunicação e da cultura do povo11.

É preciso ainda valorizar os seguintes elementos:

1º - reunião em nome do Senhor (ritos iniciais);

2º - proclamação e atualização da Palavra (ritos da Palavra);

3º - louvor ou ação de graças;

4º - envio e missão (ritos finais)12.

Geralmente, nas celebrações dominicais da Palavra de Deus, os ritos iniciais, os ritos da Palavra e os ritos finais seguem o mesmo roteiro da celebração eucarística. Pode

também ser utilizado o roteiro da Liturgia das Horas13 ou do Ofício Divino das Comunidades.

O rito de louvor ou ação de graças nunca deve faltar, pois o domingo é o dia primordial para o louvor e a ação de graças. Este rito pode ser realizado de maneiras

diferentes.

Entre os subsídios para a celebração dominical da Palavra, pode-se destacar: as Orientações para a celebração da Palavra de Deus, que apresenta oito roteiros que podem ser utilizados nas comunidades14; o Dia do Senhor, publicado em 6 volumes: tempo comum

(anos A, B, C separados), ciclo do natal (Advento e Natal), ciclo da páscoa (Quaresma e Páscoa) e santoral. São eles subsídios que qualificam as celebrações dominicais da

Palavra de Deus. A seguir, apresentamos dois roteiros básicos15. O roteiro da primeira coluna segue o

esquema básico da liturgia da missa e o da segunda coluna, o esquema da Liturgia das Horas/Ofício Divino das Comunidades.

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2.1. Os ritos iniciais

Os ritos inicias têm a finalidade de que os fiéis reunidos constituam comunidadee e

se disponham dignamente para a celebração16.

2.2. Os ritos da Palavra

Na Liturgia da Palavra, Deus fala ao seu povo, para manifestar-lhe o mistério da

redenção e da salvação. O próprio Cristo, por sua palavra, está presente no meio dos fiéis. Pelos cantos, o povo se apropria da Palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé. Alimentado por essa Palavra, reza, na oração universal, pelas necessidades de toda a

Igreja e pela salvação do mundo inteiro17.

Ritos iniciais Ritos iniciais

* (Procissão e) Canto de abertura

*Sinal da cruz

* Saudação inicial, acolhida

*Introdução ao mistério celebrado

* Aspersão com água

ou Rito penitencial

* Glória

* Oração do dia

* (Refrão meditativo)

* Abertura do ofício

* Introdução ao mistério

celebrado

* Recordação da vida

* Hino

* Salmos e cânticos bíblicos

* Oração do dia

Liturgia da Palavra. Liturgia da Palavra.

* Primeira leitura

* Salmo responsorial

* Segunda leitura

* Aclamação ao evangelho

* Evangelho

* Primeira leitura

* Salmo responsorial

* Segunda leitura

* Aclamação ao evangelho

* Evangelho

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2.3. Ritos de louvor ou ação de graças

O rito de louvor ou ação de graças, é “um dos elementos fundamentais da celebração

comunitária, com a qual se bendiz a Deus pela sua imensa glória. A comunidade conhece a ação salvadora de Deus, realizada por Jesus Cristo e canta seus louvores. ‘Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos’. ‘Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção – a

remissão dos pecados(Ef 1, 3-10)”18. “A comunidade sempre tem muitos motivos para agradecer ao Senhor, seja pela vida nova que brota da ressurreição de Jesus, como pelos

sinais de vida percebidos durante a semana na vida familiar, comunitária e social”19.

Este momento pode ser realizado com salmos, hinos, cânticos bíblicos, orações litânicas, louvações populares20. Não deve ter a forma da celebração eucarística. Não faz

parte desta celebração a apresentação das ofertas de pão e de vinho, a oração eucarística da missa, o canto do cordeiro de Deus, pois este é um canto que acompanha o rito da fração do pão. Não se deve substituir o louvor e a ação de graças pela adoração ao

Santíssimo Sacramento21.

Em seguida apresentamos três opções para a realização do rito do louvor ou ação de graças.

2.3.1. Rito de louvor ou ação de graças simples

O momento de louvor ou ação de graças pode ser feito de uma forma simples, ou

seja, somente com uma oração ou canto de ação de graças ou louvação, oração do Pai Nosso, abraço de paz, concluindo com a oração final.

* Homilia - partilha da palavra

* Profissão de fé

* Oração dos fiéis

* Homilia - partilha da palavra

* Profissão de fé

* Oração dos fiéis

Ação de graças

* Louvação

Ação de graças

* Cântico evangélico

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2.3.2. Rito de louvor ou ação de graças com comunhão eucarística

O momento de louvor e ação de graças pode também ser realizado com a

distribuição do Pão já consagrado, como é costume em muitas comunidades. Neste caso, após as preces, canta-se a louvação ou ação de graças. Em seguida, o pão consagrado é colocado sobre o altar e passa-se aos ritos da comunhão: Pai Nosso, convite à comunhão,

distribuição do pão consagrado, silêncio, oração final.

2.3.3. Rito de louvor ou ação de graças com partilha de alimentos22

Muitas comunidades, conforme sua cultura e não tendo a possibilidade de ter a

comunhão eucarística, costumam fazer a celebração com a partilha de alimentos. Neste caso, após as preces, os alimentos são colocados em lugar apropriado, em seguida se

* Pai Nosso

*Abraço da Paz

*Oração

* Pai Nosso

* Oração

* Louvação

* Entrada com o Pão consagrado

* Oração do Pai Nosso

* Abraço da Paz

* Eis o Cordeiro de Deus

* Comunhão - canto

* Silêncio

* Oração

* Louvação (pode ser o cântico

evangélico)

* Entrada com o Pão consagrado

* Oração do Pai Nosso

* Abraço da Paz

* Eis o Cordeiro de Deus

* Comunhão - canto

* Silêncio

* Oração

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faz a louvação com bênção ou ação de graças, se reza o Pai Nosso, se fazem a partilha dos alimentos e a oração final.

2.4. Os ritos finais

Com os ritos de despedida, a assembléia toma consciência de que é enviada a

viver e testemunhar a Aliança no seu dia-a-dia e nos serviços concretos que apressam a vinda do Reino de Deus23.

3. Ação ministerial

A celebração dominical da Palavra de Deus é ação ministerial. Ela supõe uma

equipe de liturgia que prepare, anime e integre os diversos serviços: presidência, acolhimento fraterno, animação, canto, proclamação das leituras e dos salmos, distribuição

da comunhão eucarística e outros. É presidida por um diácono ou um leigo ou uma leiga designado(a) para tal serviço24.

O presidente assume a função de coordenar a celebração. Realiza os ritos próprios da presidência: saudação inicial (sinal da cruz, saudação bíblica, etc.); proclamação do

evangelho e homilia; convite às preces; proclamação da ação de graças ou da louvação; convite ao Pai-nosso; convite à comunhão ou à partilha de alimentos; oração final e bênção.

O papel principal do presidente é manter viva a relação dialogal entre Deus e a comunidade celebrante, entre os ministérios e a comunidade, entre os vários ministérios.

* Louvação com bênção do pão

(e/ou outros alimentos) seguida de Pai Nosso e partilha dos alimentos

* Oração

* Louvação com benção do pão

(e/ou outros alimentos – pode ser o cântico evangélico) seguida de Pai

Nosso, e partilha dos alimentos

* Oração

Ritos finais:

Avisos, canto, bênção e despedida.

Ritos finais:

Avisos, canto, bênção e despedida.

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Na celebração da Palavra, exatamente por se tratar de celebração da Palavra, merece destaque o ministério do(a) leitor(a). O exercício deste ministério exige boa

preparação teológica, espiritual, bíblica e técnica, pois o(a) leitor(a) não age por conta própria, mas em nome de Cristo e na força do Espírito Santo. É Cristo que fala quando se

lêem as Escrituras na Igreja (SC 7).

Todas as pessoas que desempenham serviços e ministérios nas celebrações dominicais da Palavra de Deus precisam de contínua e adequada formação litúrgica25.

A diversidade de ministérios na celebração é significada exteriormente pela diversidade das vestes, que são sinais que distinguem o serviço que prestam. As vestes

podem ser confeccionadas segundo a sensibilidade e o estilo próprio das culturas locais26.

As celebrações dominicais da Palavra de Deus devem ser preparadas com muita dedicação e celebradas com muita unção. Tudo deve ser pensado com cuidado: o espaço

celebrativo, a preparação dos diversos ministérios, principalmente os ministérios da presidência e dos leitores e salmistas, as ações simbólicas, etc.

III - CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

“A celebração da missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente

ordenado, é o centro de toda a vida cristã tanto para a Igreja universal como local e também para a vida dos fiéis” (IGMR 16).

“É por isso de máxima conveniência dispor a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal forma que os ministros e os fiéis, participando cada um conforme sua

condição, recebam mais plenamente aqueles frutos que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue, confiando-o à sua dileta esposa, a

Igreja, como memorial de sua paixão e ressurreição” (IGMR 17).

“Isto se conseguirá de modo adequado se, levando em conta a natureza e as circunstâncias de cada assembléia, toda a celebração for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animada pelo fervor da fé, da esperança e da caridade. Esta é a participação ardentemente desejada pela Igreja e exigida pela própria natureza da celebração. Ela constitui um direito e um dever do povo

cristão em virtude do seu batismo” (IGMR 18).

1. A estrutura da missa

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A natureza da eucaristia como Ceia do Senhor e o direito e dever de a assembléia nela participar ativa, consciente e plenamente exigem, antes de mais nada, que na missa se faça aquilo que Jesus fez na última ceia e que ele mandou fazer em sua memória - tomou o pão, deu graças, partiu o pão e o deu a seus discípulos, depois tomou o cálice, deu graças e o deu a seus discípulos - para assim celebrar sua entrega total ao Pai para a salvação do

mundo.

Deve-se, portanto, respeitar a estrutura fundamental da celebração eucarística, conforme o exemplo e o mandato do Senhor. Ela nos é dada no rito da missa. Este, ao longo da história foi enriquecido e, em certas épocas, deturpado. O Concílio Vaticano II restaurou sua forma clássica. De fato, nós fazemos na missa o que Jesus fez na última

ceia: Ele tomou o pão, na preparação das oferendas o pão e o vinho são levados ao altar; Jesus deu graças, nós rezamos a oração eucarística; Jesus partiu o pão, nós o fazemos

também antes da comunhão e acompanhamos esta fração do pão com o canto do “Cordeiro de Deus”; ele deu o pão, os ministros dão o corpo e o sangue de Cristo na

comunhão.

A preparação das oferendas não deve dar a impressão de já ser o oferecimento do sacrifício eucarístico ou de ser a parte mais importante da missa. A oração eucarística é o

ponto culminante da missa e, pela dignidade e solenidade de sua realização, assim precisa aparecer. A fração do pão deve ser um gesto visível e significativo. Na comunhão, se dá o

corpo de Cristo , se possível, se dê também o sangue do Senhor. Não se saliente indevidamente os elementos que não pertencem à estrutura fundamental da missa, como adoração prolongada no centro da oração eucarística, depois das palavras de Jesus sobre o pão e o vinho; oração pela paz recitada por toda a assembléia; saudação da paz como

confraternização geral de todos. Não se enfraqueça a força do Amém final da oração eucarística pela recitação em comum da doxologia, pois este Amém é a ratificação pela

assembléia de toda a ação de graças e súplica que o sacerdote dirige a Deus, em nome de todos, na oração eucarística.

Evidentemente, a eucaristia não é uma refeição qualquer, mas a Ceia do Senhor,

na qual fazemos memória do seu sacrifício da cruz, de sua morte e ressurreição. Como diz o nome “eucaristia”, ela é ação de graças e louvor. Anunciando a morte do Senhor,

proclamando a sua ressurreição, celebramos a páscoa do Senhor, do Cristo todo, da cabeça e dos membros do corpo místico. Celebramos a nova e eterna aliança e a

antecipação do banquete eterno do reino definitivo. Na celebração, Jesus está realmente presente não apenas nas espécies do pão e do vinho, mas também na assembléia, nos ministros, na Palavra proclamada, na oração e no canto, já que a eucaristia, como toda celebração litúrgica, é exercício do sacerdócio de Jesus Cristo, dele e de todos que pelo

batismo participam do seu sacerdócio. E, como também o Concílio Vaticano II diz: tudo isso

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“pela força do Espírito Santo” (SC 6).

No Novo Testamento, encontramos vestígios de uma Liturgia da Palavra, que precede a própria ceia eucarística, sobretudo no caminho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35) e em Trôade (cf. At 20, 7-12). Desde o segundo século, estas duas partes da missa – Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística -, que formam um único ato de culto, são

claramente documentadas.

Os Ritos Iniciais e Finais da missa completam a estrutura da celebração eucarística. Eles não devem, no entanto, receber um peso indevido. Deve se ter cuidado também com

silêncio ou canto ou oração meditativos depois da comunhão: eles não deveriam ser chamados de momento de “ação de graças”, porque ação de graças é a missa toda, mais

explicitamente a oração eucarística.

O culto eucarístico, a oração individual ou comunitária diante do sacrário, a bênção do Santíssimo Sacramento, procissões, como a de Corpus Christi, são desdobramentos da celebração do mistério da eucaristia, que não devem ofuscar a natureza da eucaristia como

celebração da memória do sacrifício de Jesus Cristo em forma de ceia. Por isso, tais devoções não devem ser inseridas na missa.

2. O centro da missa: memorial da Páscoa de Cristo

A aclamação memorial que segue à narrativa da instituição da eucaristia, também chamada aclamação anamnética, (“Anunciamos, Senhor, a vossa morte...”), juntamente com a anamnese que se lhe segue, expressa que na eucaristia se realiza o que Cristo ordenou na última ceia: o memorial de seu mistério pascal. A eucaristia é, em primeiro

lugar, memorial da morte e ressurreição do Senhor sob o sinal do pão e do vinho dados em refeição, em ação de graças e súplica.

l É preciso criar consciência da eucaristia como memorial do mistério pascal. Valorizar a teologia do mistério pascal, estudá-la melhor partindo dos ritos e mergulhar em sua

mística e espiritualidade. l Quem preside, bem como as equipes de liturgia, deve ter claro todo o conteúdo

teológico e espiritual dos ritos. l Nossa preocupação não deve ser somente intelectual para que o povo entenda, mas

levar o povo a experimentar o mistério pascal, mostrando a ligação entre a fé e a vida (“Páscoa de Cristo na páscoa da gente, páscoa da gente na páscoa de Cristo” 27) para que a eucaristia nos impulsione a dar a vida pelos irmãos e irmãs, como fez Cristo em

sua morte e ressurreição.

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3. A liturgia eucarística

O memorial do mistério pascal de Cristo, segundo a ordem do Senhor, se realiza “fazendo o que ele fez naquela ceia derradeira”: “Tomou o pão” (preparação dos dons),

“pronunciou a bênção de ação de graças” (oração eucarística ou anáfora), “partiu o pão” (fração do pão) “e o deu a seus discípulos” (comunhão).

3.1. A oração eucarística

No centro desses gestos rituais, encontra-se a oração eucarística ou anáfora, a grande e solene prece de aliança, na qual recordamos celebrativamente a ação salvífica de Deus, por Cristo, no Espírito Santo e, confiados em tais maravilhas do Senhor, suplicamos que o Pai envie seu Espírito para que transforme o pão e o vinho no corpo sacramental de

Cristo e transforme a nós, comungantes, no corpo eclesial do Ressuscitado.

l A oração eucarística é oração do povo sacerdotal chamado a celebrar a aliança que Deus, seu parceiro, estabeleceu por meio da Páscoa de seu Filho. Faz-se necessário

o conhecimento e o aprofundamento de seu sentido e de sua estrutura literário-teológica como confissão da fidelidade de Deus e da fragilidade humana. A oração

eucarística é um todo, cuja unidade de estrutura e estilo próprio devem ser respeitados. Vale lembrar que apenas a oração eucarística I e III não têm prefácio

próprio. A oração II admite troca de prefácio e, em certas circunstâncias (por exemplo, Quaresma e ocasiões penitenciais), também as orações sobre a reconciliação. Nas

demais, prefácio e oração eucarística formam uma unidade inseparável. l A participação da assembléia é fundamental e é facilitada pelo canto da aclamação

memorial (“Anunciamos, Senhor...” ), do amém final, do Santo e das outras intervenções. Essa participação não se restringe a essas aclamações, hinos e

intervenções. Os fiéis aprendam também “a oferecer-se a si próprios ao oferecer juntamente com o sacerdote, e não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador, progridam na unidade com Deus e entre si para que,

finalmente, Deus seja tudo em todos” (SC 48). l Ao menos nos domingos e nos dias festivos, cante-se em tom de exultação a

aclamação memorial. Evitem-se cantos e expressões devocionais (“Bendito, louvado seja”, “Deus está aqui”, “Eu te adoro, hóstia divina”, “Graças e louvores se dêem a

todo momento” etc.).

l O amém final, que merece a mesma exultação, é a confirmação solene do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a Deus por Cristo,

com Cristo, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. Pelo menos aos domingos e dias de festa, ela merece ser cantada.

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l Compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a oferenda pascal de todo o

povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito. l A sensibilidade, a espiritualidade e a devida preparação de quem preside (evitando-se

os subjetivismos) permite escolher o prefácio relacionado com o Evangelho do dia, como expressão da ligação entre as duas mesas, tal como se encontra, por exemplo,

nos prefácios do Missal Romano nos domingos da Quaresma, acompanhando os evangelhos do lecionário do ano A.

l Nem pelo tom da voz nem de qualquer outra maneira, se isole a narrativa da última ceia do resto da oração eucarística, como se fosse uma peça à parte.

l Não convém se deter na elevação do pão e do cálice, já que é próprio da Oração Eucarística a ação de graças dirigida em adoração ao Pai.

l A narração da instituição da eucaristia não é uma imitação da última ceia, por isso, não se parte o pão neste momento. A liturgia eucarística é fazer o que Jesus fez:

tomou o pão e o vinho, deu graças, partiu o pão e o deu juntamente com o vinho (para comer e beber). O partir o pão, como Jesus fez, corresponde à fração do pão em vista

da comunhão.

3.2. Ritos de comunhão

“Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do

Senhor, o seu Corpo e o seu Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração e dos outros ritos de

comunhão” (IGMR 80).

“Na oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as

coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos” (IGMR 81).

No rito da paz, os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e para toda a família humana e exprimem mutuamente a caridade antes de participar do mesmo pão.

Cuide-se, no entanto, para que o gesto da paz não obscureça o rito da fração do pão (cf. IGMR 82).

A fração do pão, nome dado à eucaristia, já nos tempos apostólicos, expressava a unidade dos que comungam no único pão e no único cálice. É um gesto profético de

compromisso eclesial ético e social: quem come do pão que o Senhor reparte para nós compromete-se a repartir seu pão com os irmãos, sobretudo com os mais necessitados, e a

se preocupar com estruturas sociais mais igualitárias entre classes sociais, povos e continentes.

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A fração do pão seja uma ação ritual visível, acompanhada meditativamente pela assembléia com o canto do Cordeiro.

A comunhão manifesta a unidade de todos, sendo sua fonte o corpo de Cristo “entregue” e o seu sangue “derramado” por nós, “por um Espírito eterno” (Hb 9,14). “Pela fração do pão e pela comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do

Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio Cristo” (IGMR 72,3).

O canto da comunhão, que pode retomar o evangelho do dia, garante a unidade das duas mesas (palavra e eucaristia). Cantos de adoração ao Santíssimo e cantos de

cunho individualista ou temático não expressam a densidade desse momento.

l “Tomai e comei, tomai e bebei” foi o mandamento deixado por Cristo na ceia: tomar o pão e beber do cálice.

l A verdade do sinal exige que o pão eucarístico seja reconhecido como alimento, e que, portanto, sempre que possível, o pão, embora ázimo, seja preparado de tal forma

que possa ser repartido entre todos (cf. IGMR 320 e 321). l Da mesma forma, valorize-se, na medida do possível, a comunhão do cálice, sob a

espécie de vinho, para todos os fiéis, pois assim se “ressalta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico, e expressa-se com mais clareza a vontade segundo a

qual a nova e eterna Aliança foi selada no sangue do Senhor, e, ainda, a relação entre banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino do Pai (cf. Mt 27-29)”28.

l Valem todos os esforços para garantir aos comungantes o santo alimento oferecido na mesma celebração, deixando a reserva eucarística para a finalidade a que se destina,

a saber, a comunhão aos enfermos e o culto eucarístico. l Privilegie-se o silêncio como expressão de intimidade pessoal e comunitária com o

mistério.

3.3. Preparação das oferendas

A preparação dos dons tem uma finalidade prática, expressa na procissão do pão e do vinho trazidos ao altar. Segundo o costume das refeições judaicas, se bendiz a Deus

pelo alimento básico, o pão, e pela bebida mais significativa, o vinho.

l O pão e o vinho são sinais deixados pelo Senhor. Para maior veracidade do sinal, o pão apresentado deveria parecer pão e o vinho deveria ser para todos.

l A preparação da mesa, feita com simplicidade, deve realçar o essencial: o pão em um único prato (sem patena à parte para o padre), o vinho em um único cálice ou vários

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cálices (cf. IGMR 207).

l Sejam trazidos na procissão apenas pão e vinho, bem como alimentos a serem distribuídos entre os pobres e dinheiro para as necessidades dos pobres e da

comunidade. Contudo, em circunstâncias especiais “a procissão tornar-se-á mais expressiva se levar também para junto do altar ofertas simbólicas alusivas à

comemoração realizada naquele dia ou a algum aspecto da vida da comunidade. Os cristãos, outrora, para expressar a sua participação no sacrifício eucarístico, eram

muito sensíveis à oferta do pão, do vinho e de dádivas para os pobres”29.

4. A liturgia da Palavra

Na liturgia da Palavra, Deus chama e propõe as condições da aliança, o povo as

ouve e aceita. Na liturgia Eucarística, a aliança é “selada” no sangue do Cordeiro. Agora o Cristo, em seu mistério pascal (Evangelho), é a chave de leitura da revelação bíblica

(demais leituras) e dos acontecimentos atuais (a vida que trazemos para a eucaristia).

Quando, na missa, lemos e interpretamos as Sagradas Escrituras, é o próprio Cristo que fala (cf. SC 7). A força sacramental da Palavra na liturgia faz acontecer aquilo que

anuncia; realiza nossa transformação pascal. Na liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo.

l Daí decorre a exigência para os leitores, ainda maior para quem proclama o Evangelho, de ter uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus que

fala ao seu povo. l À preparação espiritual se alia a preparação técnica: postura do corpo, tom de voz,

semblante, a maneira de aproximar-se da mesa da palavra, as vestes. l A função do salmista é de suma importância. Sua função ministerial corresponde à

função dos leitores e leitoras, pois o salmo é também Palavra de Deus posta em nossa boca para respondermos à sua revelação. Por isso, o salmo deve ser

proclamado do ambão e, se possível, cantado. l A homilia (conversa familiar) interpreta as leituras bíblicas dentro da realidade atual,

tem o mistério de Cristo como centro do anúncio e faz ligação com a liturgia eucarística (dimensão mistagógica) e com a vida (compromisso e missão).

l Em todo o rito, a Palavra é realçada também por momentos de silêncio, por exemplo, após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra. No

silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade. l A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto, portanto há de

se manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão de entrada e a outras procissões, bem como homilias prolongadas,

introduções às leituras parecendo comentários ou pequenas homilias prejudicam o rito

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eucarístico que, em conseqüência, passa a ser feito de forma apressada. l Priorize-se a entrada solene do Evangeliário na procissão inicial. Na falta deste,

embora não mereçam a mesma solenidade, podem ser trazidos o Lecionário ou a Bíblia. A entrada com a Bíblia se faça só em ocasiões bem especiais.

“Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela

salvação de todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro.

No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.

“Cabe ao sacerdote celebrante, da cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui. As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar

apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja

por uma oração em silêncio”(IGMR 71).

5. Ritos Iniciais e Ritos Finais

A eucaristia congrega a comunidade e a envia, renovada, ao mundo, como povo

convocado por Deus.

Os ritos iniciais e os ritos finais expressam uma eclesiologia: somos povo convocado por Deus, reunido no amor de Cristo, na força do Espírito Santo para sermos

enviados em missão. Podemos assim celebrar a memória do mistério pascal e nos tornar, cada vez mais, o que como batizados nunca deixamos de ser: o corpo eclesial de Cristo, chamado a ser na sociedade o sacramento da unidade de todo o gênero humano (cf. LG

1) .

5.1. Os ritos iniciais fazem com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam

uma comunhão em Cristo e se disponham a ouvir atentamente a palavra de Deus e a celebrar dignamente o sacramento da unidade (cf. IGMR 46).

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l Precedida pela procissão de entrada, que é acompanhada do canto de abertura, a saudação inicial ressalta que é Deus que nos convoca. Só depois desta saudação

convém situar a celebração, no tempo ou festa litúrgica e na realidade da comunidade com a recordação da vida, especialmente em comunidades menores, na quais os fiéis

podem efetivamente recordar em voz alta os acontecimentos. l Evitem-se os costumeiros “comentários iniciais”.

l A recordação da vida é o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missas de 7o e 30o dia e,

principalmente, os acontecimentos importantes que ocorreram durante a semana que passou, na comunidade, na cidade, na região e no mundo.

l O lugar próprio da lembrança dos falecidos é nas intercessões da oração eucarística (memento dos mortos). Não se exclui a possibilidade de rezar pelos defuntos também na oração dos fiéis, especialmente em missas pelos falecidos. Deve-se evitar fazer a leitura de uma lista de intenções antes da missa, menos ainda antes da oração do dia

(coleta), após o “oremos”. l O ato penitencial é um apresentar-se pequeno diante da grandeza de Deus,

reconhecendo sua misericórdia e nossa indignidade. Não deve ser confundido com o sacramento da penitência. Evitem-se, pois, as descrições de pecados.

l A aspersão com água é um rito próprio do domingo, Dia do Senhor, páscoa semanal. Este rito significativo substitui o ato penitencial. Recorda o nosso batismo, que nos inseriu no Mistério Pascal e que nos fez morrer para o pecado e renascer para uma

vida nova. Acentua nossa identidade de povo sacerdotal. l O Glória não é um hino trinitário, mas cristológico. Deve-se estar atento a este fato na

escolha dos cantos para o momento do Glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade.

l A oração do dia (coleta) é a súplica do povo sacerdotal que se abre ao diálogo da aliança e ao rito eucarístico. É uma oração presidencial, precedida de um silêncio

significativo, que integra a oração silenciosa da assembléia à do ministro que preside.

5.2. Os ritos finais têm uma estreita relação com os ritos iniciais. Pelos ritos iniciais

somos convocados para estar com o Senhor e nos finais somos enviados em missão (cf. Mc 3,14), para sermos, entre todos os povos e culturas, sacramento de unidade e da

salvação de todo o gênero humano (cf. LG 1), mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança.

l Como membros da comunidade, devemos estar cientes e participar das iniciativas tomadas pelas pastorais e outros grupos da comunidade. Daí a importância das comunicações feitas neste momento. Sejam elas objetivas, claras e devidamente

motivadas, para maior envolvimento da comunidade. l Na bênção em nome da Trindade, leve-se em conta as possibilidades que o missal

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oferece (bênçãos solenes, oração sobre o povo). Ela expressa que o mistério celebrado na ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas

dimensões.

l Para as palavras finais da despedida o missal apresenta várias alternativas. Ressalte-se aí a graça do Senhor que nos acompanha no nosso dia-a-dia e o culto verdadeiro que o cristão exerce por sua própria vida (cf. Rm 12,1-2). Com a devida preparação

prévia, a despedida pode ser relacionada com o Evangelho que foi proclamado, desde que isto não se torne mais uma pseudo-homilia. O rito termina com a aclamação

“graças a Deus” da assembléia, que significa: exultamos por Ele nos acompanhar com sua graça na missão que nos confiou.

6. A comunidade toda celebra a eucaristia sob a presidência do ministro ordenado

Desde o primeiro momento da celebração (ritos iniciais), a Igreja aparece

visivelmente nas suas características essenciais: povo convocado por Deus no Espírito Santo, sob a presidência do ministro ordenado, reunido em torno das duas mesas: a da

Palavra, em que se proclama a ação salvífica de Deus, e a da eucaristia, em que se realiza o memorial do mistério pascal de Cristo. O celebrante principal da eucaristia é o próprio Cristo. Ele está presente no ministro ordenado, sacramento do Cristo-cabeça, e

na assembléia, seu corpo eclesial. A comunidade toda – povo e ministro ordenado – celebra a eucaristia, cada um na sua função específica que lhe foi conferida pelos

sacramentos: batismo, crisma e ordem.

É preciso, por isso, na formação litúrgica realçar que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou

espectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente e, ao oferecer juntamente com o sacerdote a hóstia imaculada, aprendam a oferecer-se a

si mesmos como oferta agradável a Deus (cf. SC 48).

Por isso:

l há que se despertar a consciência de que a eucaristia é uma ação comunitária e eclesial de caráter vivencial irrenunciável;

l há que se descobrir a celebração da eucaristia como fonte de espiritualidade; l enquanto não formamos uma comunidade de fé, não estamos atingindo a finalidade

da eucaristia e, portanto, não alcançamos nosso objetivo missionário como corpo de Cristo;

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l todos são “concelebrantes”; os padres podem ser “co-presidentes”. l É preciso ajudar o povo a reivindicar o direito de ter a eucaristia por ser uma

comunidade eclesial.

7. Missas e orações para diversas circunstâncias

Como a liturgia dos Sacramentos e Sacramentais obtém para os fiéis, devidamente

preparados, que quase todos os acontecimentos da vida sejam santificados pela graça divina que flui do mistério pascal (cf. SC, 61) e como a Eucaristia é o sacramento dos

sacramentos, o Missal fornece formulários de Missas e orações que, nas diversas ocasiões da vida cristã, podem ser usados pelas necessidades do mundo inteiro, da Igreja universal

e da Igreja local.

Tendo em vista a mais ampla faculdade de escolher leituras e orações, convém que as Missas para as diversas circunstâncias sejam empregadas moderadamente, isto é,

quando a oportunidade o exigir.

Em todas as Missas para as diversas circunstâncias, a não ser que se disponha de outro modo, é permitido usar as leituras do respectivo dia da semana, bem como seus

cânticos interlecionais, se combinarem com a celebração (cf. IGMR 368-370; 376).

As Missas para as diversas circunstâncias são de três tipos.

7.1. Missas rituais

As Missas rituais são proibidas nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nas solenidades, nos dias da oitava da Páscoa, na Comemoração de todos os

Fiéis Defuntos, na Quarta-feira de Cinzas e Semana Santa, observando-se, além disso, as normas dos livros rituais e das próprias Missas (cf. IGMR 372).

O matrimônio pode ser celebrado dentro da Missa todos os dias do ano, exceto no Tríduo Pascal, Natal, Epifania, Ascensão, Pentecostes, Corpo e Sangue de Cristo ou outras

solenidades de preceito.

Nos demais domingos e solenidades, pode haver celebração do matrimônio dentro da Missa, usando-se o formulário da Missa do dia e acrescentando-se a bênção nupcial e,

se for oportuno, a fórmula apropriada para a bênção final sobre os noivos. Nessas ocasiões, pode-se proclamar uma das leituras previstas para a celebração do matrimônio. Nos domingos do Tempo do Natal ou durante o ano, se a missa em que o matrimônio é

celebrado não coincide com a missa da comunidade paroquial, pode-se usar, na íntegra, o

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formulário da Missa do matrimônio.

Se o matrimônio for celebrado no Tempo do Advento ou no da Quaresma, ou em outros dias de penitência, o pároco previna os noivos acerca do caráter penitencial desses

tempos litúrgicos.

7.2.Missas e orações para diversas necessidades

Ao ocorrer uma necessidade mais grave ou por utilidade pastoral, pode-se celebrar em qualquer dia a Missa conveniente com ordem ou permissão do Ordinário do lugar,

exceto nas solenidades, nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nos dias da oitava da Páscoa, na Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, na Quarta-feira de Cinzas

e na Semana Santa.

Quando ocorre uma memória obrigatória ou nos dias de semana do Advento até dia 16 de dezembro; nos dias do Tempo de Natal desde o dia 02 de janeiro, e nos dias do

Tempo pascal depois da oitava da Páscoa, de per si são proibidas as Missas para diversas circunstâncias e votivas. Se, porém, verdadeira necessidade ou utilidade pastoral o

exigirem poderão ser usadas na celebração com povo as Missas que correspondam a tal necessidade ou utilidade, a juízo do reitor da igreja ou do próprio sacerdote celebrante (cf.

IGMR 373 e 374).

7.3. Missas votivas

Para favorecer a piedade dos fiéis, pode-se celebrar, durante o ano, nos dias de

semana em que ocorra uma memória facultativa ou se celebre o Ofício do dia de semana, as Missas votivas sobre os mistérios do Senhor ou para honrar a Bem-aventurada Virgem

Maria ou algum Santo (cf. IGMR 375).

7.3.1. Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus, na 1ª sexta-feira do mês.

A Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus, na 1ª sexta-feira de cada mês, é

regida pelas normas gerais das Missas votivas. Portanto, ela é permitida:

1. durante o Tempo Comum, também quando ocorre uma memória facultativa;

2. se verdadeira necessidade ou utilidade pastoral o exigirem, na celebração com o

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povo, também quando ocorre uma memória obrigatória e em dia de semana do Advento, do Tempo de Natal, Tempo da Quaresma e do Tempo Pascal depois da oitava da

Páscoa.

7.3.2. Missa votiva no aniversário do Papa, do Bispo e da ordenação

sacerdotal

É de toda conveniência que, nestes aniversários, se faça uma menção especial a

eles, na oração dos fiéis. Para maior utilidade dos fiéis, pode ser celebrada a Missa desses aniversários, observando-se as normas para Missas em diversas circunstâncias.

7.4. Missas pelos fiéis defuntos

A Igreja celebra o sacrifício eucarístico da Páscoa de Cristo, intercedendo pelos

fiéis defuntos, a fim de que, pela comunhão de todos os membros de Cristo entre si, o que obtém para uns o socorro espiritual, traga aos outros a consolação da esperança (cf. IGMR

379).

“Entre as Missas pelos fiéis defuntos, ocupa o primeiro lugar a Missa das exéquias, que pode ser celebrada todos os dias, exceto nas solenidades de preceito, na Quinta-feira Santa, no Tríduo pascal e nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa”(IGMR

380).

“As outras Missas pelos fiéis defuntos, ou Missas `cotidianas`, podem ser celebradas nos dias de semana do Tempo comum, quando ocorre uma memória facultativa

ou é rezado o Ofício do dia de semana, contanto que realmente sejam celebradas em intenção dos fiéis defuntos”(IGMR 381). À missa das exéquias podemos equiparar a missa

de 7º dia.

“A Missa pelos fiéis defuntos, ao receber-se a notícia da morte, ou por ocasião da sepultura definitiva, ou no dia do primeiro aniversário, pode ser celebrada também nos dias dentro da oitava de Natal, nos dias em que ocorrer uma memória obrigatória ou num dia de

semana, exceto Quarta-feira de Cinzas e na Semana Santa”(IGMR 382).

“Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre”(IGMR 382). Recomenda-se também a homilia nas

demais Missas pelos fiéis defuntos celebradas com o povo.

“Se a Missa exequial é imediatamente seguida pelo rito dos funerais, terminada a

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oração depois da comunhão e omitidos os ritos finais, realiza-se a última encomendação ou despedida. Esse rito é celebrado apenas quando estiver presente o

corpo” (IGMR 384).

“Na organização da escolha das partes da Missa pelos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, que podem variar (por exemplo, orações, leituras e

oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes”(IGMR 385).

“Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que por ocasião das exéquias comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não-católicos, como católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter

perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos” (IGM 385).

7.5. Missas com presença de vários bispos e/ou presbíteros

Na Missa em que vários presbíteros participam, todos agem em virtude do mesmo

sacerdócio e na pessoa do mesmo Sumo Sacerdote, com uma única vontade e com uma única voz. Numa única ação sacramental, eles realizam e oferecem o único sacrifício e

participam dele. Desta única celebração, participam também os fiéis, consciente e ativamente, cada um da maneira que lhe é própria. Assim se manifesta, de modo vivo, sobretudo quando o Bispo preside, a Igreja em sua unidade, o único altar, com seus

ministros e seu povo (Ecclesiae semper, n. 8 e 9). A concelebração manifesta e fortalece os laços fraternos entre os presbíteros, pois em virtude da sua ordenação e Missa comum,

eles estão unidos numa fraternidade bem íntima (Eucharisticum Mysterium, n. 47).

Também na Missa concelebrada, cada um faça tudo e somente aquilo que lhe compete pela natureza das coisas e conforme as normas litúrgicas (cf. SC 28). Aqueles que foram ordenados para presidir as celebrações litúrgicas exercem colegialmente o ministério

da presidência. Igualmente, os outros participantes da celebração contribuem com os serviços que lhes são próprios. Por isso, devem-se exercer na Missa concelebrada, na medida do possível, os ministérios do diácono, do leitor, do cantor e dos ministrantes.

Para que haja verdadeira partilha do pão consagrado, convém preparar partículas grandes de modo a haver verdadeira fração do pão.

Não é licito ao sacerdote celebrar mais de uma vez ao dia, exceto nos casos em que, de acordo com o direito, é lícito celebrar ou concelebrar a Eucaristia mais vezes no

mesmo dia.

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Se houver falta de sacerdotes, o Ordinário local pode permitir que, por justa causa, os sacerdotes celebrem duas vezes ao dia e até mesmo três vezes nos domingos e festas

de preceito, se as necessidades pastorais o exigirem.

O sacerdote que celebra mais Missas no mesmo dia pode aplicar cada uma delas segundo a intenção pela qual foi oferecida a espórtula, mas com a condição de reter para si

a espórtula de uma só Missa, excetuando o dia do Natal do Senhor, e entregar as outras para os fins determinados pelo Ordinário, admitindo-se alguma retribuição por título

extrínseco.

O sacerdote que concelebrar no mesmo dia uma segunda Missa, por nenhum título, pode receber espórtula por ela (cf. cân. 905 e 951).

8. Orientações litúrgico-pastorais

8.1. Aspersão do povo nos domingos

O rito da bênção e aspersão de água benta pode ser feito, em todas as igrejas e

oratórios, em todas as missas de domingo, especialmente dos domingos da Páscoa, mesmo nas que se antecipam em horas vespertinas do sábado. Este rito substitui o ato

penitencial que se realiza no início da missa.

8.2. Pão para a celebração da Eucaristia

A verdade do sinal exige que a matéria da celebração eucarística pareça realmente

um alimento. Convém, portanto, que, embora ázimo e com a forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo preparado, que o sacerdote, na Missa com o povo, possa de fato partir a hóstia em diversas partes e distribuí-las ao menos a alguns fiéis. Não se excluem, porém, as hóstias pequenas, quando assim o exigirem o número de comungantes e outras razões pastorais. O gesto, porém, da fração do pão, que por si só designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da

unidade de todos num só pão e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos (cf. IGMR 321).

8.3. Comunhão dos fiéis

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Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la uma segunda vez no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa (CDC, cân. 917;.

Mesmo que já tenham comungado nesse dia, recomenda-se vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a ficar em perigo de morte (CDC, cân 921, 2).

Recomenda-se também que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, porém, administrada fora da Missa quando a pedem por justa causa, observando-se os ritos litúrgicos (CDC, cân. 918). “É muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem

do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação no Sacrifício celebrado” (IGMR 85).

8.4. Comunhão sob as duas espécies

“A Comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal, quando sob as duas

espécies. Sob esta forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime, de modo mais claro, a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no

Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR 281).

Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:

a) aos sacerdotes que não podem celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;

b) ao diácono e a todos que exercem algum ofício na Missa;

c) aos membros das comunidades na Missa conventual ou na Missa chamada “da comunidade”, aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou

que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral.

O Bispo diocesano pode baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese, a serem observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos pequenos grupos. Ao mesmo Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as

duas espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote a quem, como pastor próprio, a comunidade está confiada, contanto que os fiéis tenham boa formação a respeito e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento, ou o rito se torne mais difícil,

por causa do número de participantes ou por outro motivo.

A Comunhão sob as duas espécies pode ocorrer nos seguintes casos:

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1. a todos os membros dos Institutos religiosos e seculares, masculinos e femininos e a todos os membros das casas de formação sacerdotal ou religiosa, quando participarem

da Missa da comunidade;

2. a todos os participantes da missa da comunidade por ocasião de um encontro de oração ou de uma reunião pastoral;

3. a todos os participantes em Missas que já comportam para alguns dos presentes a comunhão sob as duas espécies, conforme os Princípios e Normas para uso do Missal

Romano:

a. quando há uma Missa de batismo de adulto, crisma ou admissão na comunhão da Igreja;

b. quando há casamento na Missa;

c. na ordenação de diácono;

d. na bênção da Abadessa, na consagração das Virgens, na primeira profissão religiosa, na renovação da mesma, na profissão perpétua, quando feitas

durante a Missa;

e. na Missa de instituição de ministérios, de envio de missionários leigos e quando se dá na Missa qualquer missão eclesiástica;

f. na administração do viático, quando a Missa é celebrada em casa;

g. quando o diácono e os ministros comungam na Missa;

h. havendo concelebração;

i. quando um sacerdote presente comunga na Missa;

j. nos exercícios espirituais e nas reuniões pastorais;

l. nas Missas de jubileu de sacerdócio, de casamento ou de profissão religiosa;

m. na primeira Missa de um neo-sacerdote;

n. nas Missas conventuais ou de uma “Comunidade”;

4. Na ocasião de celebrações particularmente expressivas do sentido da comunidade cristã reunida em torno do altar (cf. IGMR, 283).

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8.5. Comunhão na mão

No dia 03 de abril de 1985, a Congregação do Culto Divino enviou notificação sobre

a Comunhão na mão (Prot. n. 720/85).

1. A comunhão na mão deve manifestar, tanto como a comunhão recebida na boca, o respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia.

2. De acordo com os ensinamentos dos Santos Padres, insista-se no “Amém” que o fiel pronuncia como resposta à fórmula do ministro: “O Corpo de Cristo”. O amém deve ser

uma afirmação de fé.

3. O fiel que receber a comunhão a leva à boca, ficando com o rosto voltado para o altar, antes de regressar ao seu lugar.

4. É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, por isso deve recebê-la sempre do ministro que distribui a comunhão e não se servir a si mesmo.

5. Recomenda-se a todos, em particular às crianças, a limpeza das mãos, como sinal de respeito para com a Eucaristia.

6. Recomenda-se vigiar para que pequenos fragmentos do pão eucarístico não se percam.

7. Jamais se obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a liberdade de receber a comunhão na mão ou na boca, em pé ou de joelhos.

8.6. Jejum eucarístico

Quem vai receber a santíssima Eucaristia abstenha-se de ingerir qualquer comida

ou bebida, excetuando-se somente água e remédio, no espaço de, ao menos, uma hora antes da sagrada comunhão.

O sacerdote que no mesmo dia celebra duas ou três vezes a santíssima Eucaristia pode tomar alguma coisa antes da segunda ou terceira celebração, mesmo que não haja o

espaço de uma hora.

Pessoas idosas e doentes, bem como as que cuidam delas, podem receber a santíssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que a antecede

(cân. 919).

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8.7. Aplicação da missa pelo povo

Os pastores de almas devem aplicar a missa pelo povo que lhes foi confiado, todos

os domingos e nas outras festas de preceito de sua Diocese; mas quem estiver legitimamente impedido de fazê-lo, aplique-a nesses dias por intermédio de outro ou

pessoalmente em outros dias. O sacerdote a quem estiverem confiadas várias paróquias, também a título de administração, satisfaz à obrigação aplicando uma só missa por todo o

povo que lhe está confiado. Quem não tiver cumprido esta obrigação aplique, quanto antes, tantas missas pelo povo quantas tiver omitido (CDC, cân. 388 a 534; cf. câns. 914, 427 # 1,

540 # 1).

8.8. Adoração eucarística

8.8.1. O culto eucarístico fora da missa nasce da celebração da Eucaristia.

A adoração eucarística, pessoal ou comunitária, deve brotar da celebração do memorial da Páscoa do Senhor e a ele conduzir. Essa prática orante alcança seu maior

significado quando está em sintonia com o que a Eucaristia é e realiza: a Aliança de Deus com o seu povo; a construção da Igreja – “escola e casa de comunhão”. No dizer

de Paulo VI, essa relação pessoal com o Senhor favorece o contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do sacrifício eucarístico. Numa espiritualidade eucarística renovada, a

adoração eucarística está em estreita sintonia com o mistério pascal e com a participação na Ceia do Senhor.

8.8.2. “Nós adoramos o que conhecemos” (Jo 14,22)

O mistério eucarístico é o maior e o mais expressivo dos sinais da fé. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja expressa sua fé na presença de Jesus na Eucaristia,

conservando o pão eucarístico para ser levado aos doentes, aos moribundos e para receber a adoração que só é devida a Deus30. “Ninguém coma dessa carne sem primeiro adorar...; não só não pecamos adorando-a, mas pecaríamos se não a adorássemos!”, já dizia Santo Agostinho31. O rito do “fermento” que consistia na prática de levar uma porção

do pão consagrado a outra igreja para ser colocado no cálice, antes da comunhão, testemunha a fé da Igreja na presença permanente do Senhor. Os bispos enviavam o

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“fermento” aos seus presbíteros ou a outros bispos em sinal de unidade. Usava-se a palavra fermento para indicar que a Eucaristia deve ser o fermento da comunhão e da unidade. Fermento que transforma os cristãos, levando-os a formar o único Corpo de

Cristo.

Diante da presença do Senhor, podemos pouco a pouco assimilar o que Ele nos mandou celebrar em sua memória: “Isto é meu corpo entregue por vós; isto é meu

sangue derramado por vós.” Somente um coração humilde pode beneficiar-se dessa presença de comunhão.

Não podendo vivenciar e assimilar, no contexto da celebração, todos os aspectos da Ceia do Senhor, quem se coloca em oração silenciosa diante da Eucaristia retoma as diversas partes da ação litúrgica, por exemplo o prefácio, a oração eucarística, a oração do dia ou a oração após a comunhão, as leituras proclamadas na liturgia da Palavra. Ou então, repete no silêncio do seu coração: “Eis o mistério da fé”; “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”; “Ele está no meio de nós!”; “Demos graças ao Senhor nosso

Deus!”

A adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento leva “os verdadeiros adoradores” a uma profunda comunhão com o Pai, pelo Filho, no Espírito que ora em seus corações.

Ao contemplar o Pão vivo que desceu do céu para a vida do mundo, sentimos toda a força da expressão: por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós Deus Pai todo-poderoso,

toda honra e toda glória, agora e para sempre!

8.8.3 A exposição do Santíssimo Sacramento

A exposição do Santíssimo Sacramento tem como finalidade facilitar a contemplação do mistério eucarístico e levar os fiéis a reconhecer na Santíssima

Eucaristia “a maravilhosa presença de Cristo, convidando-os à comunhão de coração que atinge o seu ponto alto na comunhão sacramental. Portanto, fomenta de modo

excelente o culto em espírito e verdade que lhe é devido32.”

8.8.3.1.A exposição prolongada do Santíssimo Sacramento

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Nas igrejas em que se conserva o Santíssimo Sacramento, recomenda-se realizar cada ano uma exposição solene.33

l Durante a exposição do Santíssimo proíbe-se, no mesmo recinto, a celebração da Eucaristia.

l Se a exposição do Santíssimo se prolongar durante um ou vários dias sucessivos, ela será interrompida para a celebração eucarística.

l Não havendo número suficiente de adoradores, o Santíssimo Sacramento será recolhido ao tabernáculo. Essa reposição do Santíssimo não deverá ser feita mais de

duas vezes. Ela pode ser feita de forma discreta, isto é, sem cantos e preces.

8.8.3.2.A exposição breve

l Proíbe-se a exposição do Santíssimo somente para dar a bênção depois da missa34.

l As exposições breves do Santíssimo devem organizar-se de tal maneira que haja tempo conveniente para a escuta da Palavra, cânticos, preces e momentos de

silêncio35.

8.8.4. O ministro da exposição

l O padre ou o diácono é o ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento. Para esta função deverão estar revestidos de túnica e estola. No final da adoração,

são eles que dão a bênção, usando a capa e o véu de ombros de cor branca. l Os acólitos e Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão podem expor e repor o

Santíssimo, porém não lhes é facultado dar a bênção aos fiéis. O bispo pode conceder a faculdade de expor o Santíssimo a outras pessoas36.

8.8.5. Ambiente adequado

l A exposição se faz sobre o altar, evitando o uso de tronos. O número de velas não deve ultrapassar o daquelas que se acendem na missa.

l É preferível que flores e símbolos que recordam a Eucaristia sejam colocados, discretamente, ao lado do altar.

l Para que se perceba uma melhor relação entre a mesa da Palavra e a mesa eucarística, recomenda-se que o Lecionário esteja visível.

l Não havendo muitas pessoas para a adoração, é preferível que se faça a exposição

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na Capela do Santíssimo. l Cuide-se para que haja bíblias disponíveis para os que fizerem a sua adoração

individualmente. l À entrada do recinto da adoração, pode haver um quadro no qual estejam afixadas as

intenções em favor da comunidade ou recomendadas pelo bispo. l Evite-se, durante a exposição do Santíssimo, abrir e fechar o tabernáculo, para não

perturbar os que estão em oração.

8.8.6.Adoração eucarística e a escuta da Palavra

A adoração eucarística é alimentada pela leitura orante da Palavra de Deus. Recomenda-se que sempre seja proclamada na adoração comunitária.

9. Missas de Rádio de Televisão

No Brasil, há muitos anos, temos missas transmitidas pela rádio e pela televisão. Em encontros nacionais, promovidos pelos bispos, têm-se dado orientações pastorais sobre

o modo de realizá-las e sobre o significado delas na vida dos cristãos.

Muitos católicos por motivos diversos assistem a essas transmissões. O que dizer sobre isso?

No Concílio Vaticano II, encontramos uma declaração significativa: "As transmissões por rádio e televisão das funções sagradas, particularmente em se tratando da Santa Missa, façam-se com discrição e decoro, sob a direção e responsabilidade de

pessoa idônea, escolhida para tal ofício pelos bispos" (SC 20).

Esta recomendação encontra uma orientação prática na palavra da Comissão

Pontifícia para as Comunicações Sociais na Instrução Pastoral Communio et Progressio, publicada em 27 de maio de 1971: "A Missa e outros ofícios litúrgicos devem ser incluídos no número das transmissões religiosas. É necessário, porém, que tais programas sejam

devidamente preparados, do ponto de vista técnico e litúrgico. Tenha-se em conta a grande diversidade de público e, se os programas se destinam também a outros países, deve-se

respeitar a sua religião e costumes" (CP 151).

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O Magistério da Igreja vê na transmissão de celebrações eucarísticas, como

também de outras celebrações, um meio de informar as pessoas sobre a liturgia e sua celebração.

A Instrução da Sagrada Congregação dos Ritos e Consilium, Eucharisticum Mysterium, vai além e diz que as transmissões televisivas de Liturgias, especialmente da

Missa, devem ajudar o telespectador a associar-se à Páscoa de Cristo e que a missa transmitida pela rádio e pela televisão deve ser um modelo da celebração do sagrado

mistério, conforme as leis da reforma litúrgica (cf. EM, 22).

No encontro com produtores de missas transmitidas pela televisão, em setembro de 1998, a CNBB expressou que as transmissões devem ajudar os telespectadores a se

associarem à Páscoa de Cristo.

"Seria de máxima conveniência que, em relação a estas questões, fosse recordado que na liturgia celebramos o Mistério Pascal. Que haja, por parte de todos, respeito e

fidelidade naquilo que estabelece o Magistério da Igreja com relação à celebração da Santa Missa e do Culto Eucarístico para que se evitem desvios e abusos, sobretudo nas

transmissões televisivas. Aqueles que assistem à Missa pela TV sejam estimulados a participar da celebração na assembléia litúrgica. Cada celebração tenha sempre um tom

orante para que transpareça a dimensão de sacralidade do mistério celebrado. Seja dado o devido valor aos símbolos litúrgicos, cuide-se das expressões artísticas do espaço

celebrativo, dos objetos, das vestes litúrgicas. O canto e a música estejam de acordo com a índole própria da celebração, do tempo litúrgico e dos momentos celebrativos37".

A assistência à missa pela rádio e pela televisão não justifica a ausência na celebração para quem tem condições de participar dela fisicamente.

As declarações do Magistério da Igreja não deixam dúvida que as celebrações

litúrgicas transmitidas pelos meios de comunicação social, especialmente pela televisão, se assistidas com fé, têm valor salvífico para os que não podem participar da missa em sua

comunidade, por exemplo, por doença ou velhice. Toda a nossa vida em conformidade com Jesus Cristo é um levar a efeito a obra da salvação, isso vale mais ainda para quem se une espiritual e realmente à Páscoa de Cristo, assistindo a uma missa transmitida por rádio ou

pela televisão.

Podemos entrar em comunhão com o Senhor Ressuscitado não só pela comunhão

eucarística, mas também de outras maneiras. Por isso, quem não tem possibilidade de

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participar fisicamente da assembléia eucarística, tem através da rádio e mais ainda da televisão uma ótima possibilidade de entrar em comunhão com o Senhor.

.

O assistir a uma celebração pelos meios de comunicação é uma resposta ao Senhor que bate à nossa porta, pedindo entrada. Aberta a porta, o Senhor entra para

realizar o encontro através da Palavra proclamada para todos e realiza-se um encontro pessoal, particular e salvífico (cf. Ap 3,20).Na comunhão eucarística, este encontro é mais

profundo e também pessoal no sentido de individual

Certamente as equipes, que preparam e animam as celebrações transmitidas pela

rádio e pela televisão, devem ter muita consciência do significado e do alcance dessas celebrações para as pessoas impedidas de se reunirem com a comunidade, como: doentes,

idosos, presos, viajantes, os que moram longe do local das celebrações comunitárias. Nunca se devem transmitir missas gravadas. Toda celebração deve se realizar com unção

e ter um tom orante. As celebrações litúrgicas são celebrações da Igreja e fundadas na longa tradição litúrgica; por isso, não cabe nelas inventar coisas e nem o cultivo de

subjetividades. Muito menos devem ser palco de ‘shows’ e esnobismos de grupos ou pessoas.

As missas transmitidas pelos meios de comunicação social se justificam também

como espaço de iniciação dos fiéis e de formação litúrgica do povo.

III - CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

“A celebração da missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente

ordenado, é o centro de toda a vida cristã tanto para a Igreja universal como local e também para a vida dos fiéis” (IGMR 16).

“É por isso de máxima conveniência dispor a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal forma que os ministros e os fiéis, participando cada um conforme sua

condição, recebam mais plenamente aqueles frutos que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue, confiando-o à sua dileta esposa, a

Igreja, como memorial de sua paixão e ressurreição” (IGMR 17).

“Isto se conseguirá de modo adequado se, levando em conta a natureza e as

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circunstâncias de cada assembléia, toda a celebração for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animada pelo

fervor da fé, da esperança e da caridade. Esta é a participação ardentemente desejada pela Igreja e exigida pela própria natureza da celebração. Ela constitui um direito e um dever do

povo cristão em virtude do seu batismo” (IGMR 18).

1. A estrutura da missa

A natureza da eucaristia como Ceia do Senhor e o direito e dever de a assembléia nela participar ativa, consciente e plenamente exigem, antes de mais nada, que na missa se faça aquilo que Jesus fez na última ceia e que ele mandou fazer em sua memória - tomou o pão, deu graças, partiu o pão e o deu a seus discípulos, depois tomou o cálice, deu graças e o deu a seus discípulos - para assim celebrar sua entrega total ao Pai para a salvação do

mundo.

Deve-se, portanto, respeitar a estrutura fundamental da celebração eucarística, conforme o exemplo e o mandato do Senhor. Ela nos é dada no rito da missa. Este, ao longo da história foi enriquecido e, em certas épocas, deturpado. O Concílio Vaticano II restaurou sua forma clássica. De fato, nós fazemos na missa o que Jesus fez na última

ceia: Ele tomou o pão, na preparação das oferendas o pão e o vinho são levados ao altar; Jesus deu graças, nós rezamos a oração eucarística; Jesus partiu o pão, nós o fazemos

também antes da comunhão e acompanhamos esta fração do pão com o canto do “Cordeiro de Deus”; ele deu o pão, os ministros dão o corpo e o sangue de Cristo na

comunhão.

A preparação das oferendas não deve dar a impressão de já ser o oferecimento do sacrifício eucarístico ou de ser a parte mais importante da missa. A oração eucarística é o

ponto culminante da missa e, pela dignidade e solenidade de sua realização, assim precisa aparecer. A fração do pão deve ser um gesto visível e significativo. Na comunhão, se dá o

corpo de Cristo , se possível, se dê também o sangue do Senhor. Não se saliente indevidamente os elementos que não pertencem à estrutura fundamental da missa, como adoração prolongada no centro da oração eucarística, depois das palavras de Jesus sobre o pão e o vinho; oração pela paz recitada por toda a assembléia; saudação da paz como

confraternização geral de todos. Não se enfraqueça a força do Amém final da oração eucarística pela recitação em comum da doxologia, pois este Amém é a ratificação pela

assembléia de toda a ação de graças e súplica que o sacerdote dirige a Deus, em nome de todos, na oração eucarística.

Evidentemente, a eucaristia não é uma refeição qualquer, mas a Ceia do Senhor,

na qual fazemos memória do seu sacrifício da cruz, de sua morte e ressurreição. Como diz

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o nome “eucaristia”, ela é ação de graças e louvor. Anunciando a morte do Senhor, proclamando a sua ressurreição, celebramos a páscoa do Senhor, do Cristo todo, da

cabeça e dos membros do corpo místico. Celebramos a nova e eterna aliança e a antecipação do banquete eterno do reino definitivo. Na celebração, Jesus está realmente presente não apenas nas espécies do pão e do vinho, mas também na assembléia, nos ministros, na Palavra proclamada, na oração e no canto, já que a eucaristia, como toda celebração litúrgica, é exercício do sacerdócio de Jesus Cristo, dele e de todos que pelo

batismo participam do seu sacerdócio. E, como também o Concílio Vaticano II diz: tudo isso “pela força do Espírito Santo” (SC 6).

No Novo Testamento, encontramos vestígios de uma Liturgia da Palavra, que precede a própria ceia eucarística, sobretudo no caminho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35) e em Trôade (cf. At 20, 7-12). Desde o segundo século, estas duas partes da missa – Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística -, que formam um único ato de culto, são

claramente documentadas.

Os Ritos Iniciais e Finais da missa completam a estrutura da celebração eucarística. Eles não devem, no entanto, receber um peso indevido. Deve se ter cuidado também com

silêncio ou canto ou oração meditativos depois da comunhão: eles não deveriam ser chamados de momento de “ação de graças”, porque ação de graças é a missa toda, mais

explicitamente a oração eucarística.

O culto eucarístico, a oração individual ou comunitária diante do sacrário, a bênção do Santíssimo Sacramento, procissões, como a de Corpus Christi, são desdobramentos da celebração do mistério da eucaristia, que não devem ofuscar a natureza da eucaristia como

celebração da memória do sacrifício de Jesus Cristo em forma de ceia. Por isso, tais devoções não devem ser inseridas na missa.

2. O centro da missa: memorial da Páscoa de Cristo

A aclamação memorial que segue à narrativa da instituição da eucaristia, também chamada aclamação anamnética, (“Anunciamos, Senhor, a vossa morte...”), juntamente com a anamnese que se lhe segue, expressa que na eucaristia se realiza o que Cristo ordenou na última ceia: o memorial de seu mistério pascal. A eucaristia é, em primeiro

lugar, memorial da morte e ressurreição do Senhor sob o sinal do pão e do vinho dados em refeição, em ação de graças e súplica.

l É preciso criar consciência da eucaristia como memorial do mistério pascal. Valorizar a teologia do mistério pascal, estudá-la melhor partindo dos ritos e mergulhar em sua

mística e espiritualidade. l Quem preside, bem como as equipes de liturgia, deve ter claro todo o conteúdo

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teológico e espiritual dos ritos. l Nossa preocupação não deve ser somente intelectual para que o povo entenda, mas

levar o povo a experimentar o mistério pascal, mostrando a ligação entre a fé e a vida (“Páscoa de Cristo na páscoa da gente, páscoa da gente na páscoa de Cristo” 38) para que a eucaristia nos impulsione a dar a vida pelos irmãos e irmãs, como fez Cristo em

sua morte e ressurreição.

3. A liturgia eucarística

O memorial do mistério pascal de Cristo, segundo a ordem do Senhor, se realiza “fazendo o que ele fez naquela ceia derradeira”: “Tomou o pão” (preparação dos dons),

“pronunciou a bênção de ação de graças” (oração eucarística ou anáfora), “partiu o pão” (fração do pão) “e o deu a seus discípulos” (comunhão).

3.1. A oração eucarística

No centro desses gestos rituais, encontra-se a oração eucarística ou anáfora, a grande e solene prece de aliança, na qual recordamos celebrativamente a ação salvífica de Deus, por Cristo, no Espírito Santo e, confiados em tais maravilhas do Senhor, suplicamos que o Pai envie seu Espírito para que transforme o pão e o vinho no corpo sacramental de

Cristo e transforme a nós, comungantes, no corpo eclesial do Ressuscitado.

l A oração eucarística é oração do povo sacerdotal chamado a celebrar a aliança que Deus, seu parceiro, estabeleceu por meio da Páscoa de seu Filho. Faz-se necessário

o conhecimento e o aprofundamento de seu sentido e de sua estrutura literário-teológica como confissão da fidelidade de Deus e da fragilidade humana. A oração

eucarística é um todo, cuja unidade de estrutura e estilo próprio devem ser respeitados. Vale lembrar que apenas a oração eucarística I e III não têm prefácio

próprio. A oração II admite troca de prefácio e, em certas circunstâncias (por exemplo, Quaresma e ocasiões penitenciais), também as orações sobre a reconciliação. Nas

demais, prefácio e oração eucarística formam uma unidade inseparável. l A participação da assembléia é fundamental e é facilitada pelo canto da aclamação

memorial (“Anunciamos, Senhor...” ), do amém final, do Santo e das outras intervenções. Essa participação não se restringe a essas aclamações, hinos e

intervenções. Os fiéis aprendam também “a oferecer-se a si próprios ao oferecer juntamente com o sacerdote, e não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador, progridam na unidade com Deus e entre si para que,

finalmente, Deus seja tudo em todos” (SC 48). l Ao menos nos domingos e nos dias festivos, cante-se em tom de exultação a

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aclamação memorial. Evitem-se cantos e expressões devocionais (“Bendito, louvado seja”, “Deus está aqui”, “Eu te adoro, hóstia divina”, “Graças e louvores se dêem a

todo momento” etc.).

l O amém final, que merece a mesma exultação, é a confirmação solene do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a Deus por Cristo,

com Cristo, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. Pelo menos aos domingos e dias de festa, ela merece ser cantada.

l Compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a oferenda pascal de todo o

povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito. l A sensibilidade, a espiritualidade e a devida preparação de quem preside (evitando-se

os subjetivismos) permite escolher o prefácio relacionado com o Evangelho do dia, como expressão da ligação entre as duas mesas, tal como se encontra, por exemplo,

nos prefácios do Missal Romano nos domingos da Quaresma, acompanhando os evangelhos do lecionário do ano A.

l Nem pelo tom da voz nem de qualquer outra maneira, se isole a narrativa da última ceia do resto da oração eucarística, como se fosse uma peça à parte.

l Não convém se deter na elevação do pão e do cálice, já que é próprio da Oração Eucarística a ação de graças dirigida em adoração ao Pai.

l A narração da instituição da eucaristia não é uma imitação da última ceia, por isso, não se parte o pão neste momento. A liturgia eucarística é fazer o que Jesus fez:

tomou o pão e o vinho, deu graças, partiu o pão e o deu juntamente com o vinho (para comer e beber). O partir o pão, como Jesus fez, corresponde à fração do pão em vista

da comunhão.

3.2. Ritos de comunhão

“Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do

Senhor, o seu Corpo e o seu Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração e dos outros ritos de

comunhão” (IGMR 80).

“Na oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as

coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos” (IGMR 81).

No rito da paz, os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e para toda a família humana e exprimem mutuamente a caridade antes de participar do mesmo pão.

Cuide-se, no entanto, para que o gesto da paz não obscureça o rito da fração do pão (cf.

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IGMR 82).

A fração do pão, nome dado à eucaristia, já nos tempos apostólicos, expressava a unidade dos que comungam no único pão e no único cálice. É um gesto profético de

compromisso eclesial ético e social: quem come do pão que o Senhor reparte para nós compromete-se a repartir seu pão com os irmãos, sobretudo com os mais necessitados, e a

se preocupar com estruturas sociais mais igualitárias entre classes sociais, povos e continentes.

A fração do pão seja uma ação ritual visível, acompanhada meditativamente pela assembléia com o canto do Cordeiro.

A comunhão manifesta a unidade de todos, sendo sua fonte o corpo de Cristo “entregue” e o seu sangue “derramado” por nós, “por um Espírito eterno” (Hb 9,14). “Pela fração do pão e pela comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do

Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio Cristo” (IGMR 72,3).

O canto da comunhão, que pode retomar o evangelho do dia, garante a unidade das duas mesas (palavra e eucaristia). Cantos de adoração ao Santíssimo e cantos de

cunho individualista ou temático não expressam a densidade desse momento.

l “Tomai e comei, tomai e bebei” foi o mandamento deixado por Cristo na ceia: tomar o pão e beber do cálice.

l A verdade do sinal exige que o pão eucarístico seja reconhecido como alimento, e que, portanto, sempre que possível, o pão, embora ázimo, seja preparado de tal forma

que possa ser repartido entre todos (cf. IGMR 320 e 321). l Da mesma forma, valorize-se, na medida do possível, a comunhão do cálice, sob a

espécie de vinho, para todos os fiéis, pois assim se “ressalta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico, e expressa-se com mais clareza a vontade segundo a

qual a nova e eterna Aliança foi selada no sangue do Senhor, e, ainda, a relação entre banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino do Pai (cf. Mt 27-29)”39.

l Valem todos os esforços para garantir aos comungantes o santo alimento oferecido na mesma celebração, deixando a reserva eucarística para a finalidade a que se destina,

a saber, a comunhão aos enfermos e o culto eucarístico. l Privilegie-se o silêncio como expressão de intimidade pessoal e comunitária com o

mistério.

3.3. Preparação das oferendas

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A preparação dos dons tem uma finalidade prática, expressa na procissão do pão e do vinho trazidos ao altar. Segundo o costume das refeições judaicas, se bendiz a Deus

pelo alimento básico, o pão, e pela bebida mais significativa, o vinho.

l O pão e o vinho são sinais deixados pelo Senhor. Para maior veracidade do sinal, o pão apresentado deveria parecer pão e o vinho deveria ser para todos.

l A preparação da mesa, feita com simplicidade, deve realçar o essencial: o pão em um único prato (sem patena à parte para o padre), o vinho em um único cálice ou vários

cálices (cf. IGMR 207).

l Sejam trazidos na procissão apenas pão e vinho, bem como alimentos a serem distribuídos entre os pobres e dinheiro para as necessidades dos pobres e da

comunidade. Contudo, em circunstâncias especiais “a procissão tornar-se-á mais expressiva se levar também para junto do altar ofertas simbólicas alusivas à

comemoração realizada naquele dia ou a algum aspecto da vida da comunidade. Os cristãos, outrora, para expressar a sua participação no sacrifício eucarístico, eram

muito sensíveis à oferta do pão, do vinho e de dádivas para os pobres”40.

4. A liturgia da Palavra

Na liturgia da Palavra, Deus chama e propõe as condições da aliança, o povo as

ouve e aceita. Na liturgia Eucarística, a aliança é “selada” no sangue do Cordeiro. Agora o Cristo, em seu mistério pascal (Evangelho), é a chave de leitura da revelação bíblica

(demais leituras) e dos acontecimentos atuais (a vida que trazemos para a eucaristia).

Quando, na missa, lemos e interpretamos as Sagradas Escrituras, é o próprio Cristo que fala (cf. SC 7). A força sacramental da Palavra na liturgia faz acontecer aquilo que

anuncia; realiza nossa transformação pascal. Na liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo.

l Daí decorre a exigência para os leitores, ainda maior para quem proclama o Evangelho, de ter uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus que

fala ao seu povo. l À preparação espiritual se alia a preparação técnica: postura do corpo, tom de voz,

semblante, a maneira de aproximar-se da mesa da palavra, as vestes. l A função do salmista é de suma importância. Sua função ministerial corresponde à

função dos leitores e leitoras, pois o salmo é também Palavra de Deus posta em nossa boca para respondermos à sua revelação. Por isso, o salmo deve ser

proclamado do ambão e, se possível, cantado. l A homilia (conversa familiar) interpreta as leituras bíblicas dentro da realidade atual,

tem o mistério de Cristo como centro do anúncio e faz ligação com a liturgia

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eucarística (dimensão mistagógica) e com a vida (compromisso e missão). l Em todo o rito, a Palavra é realçada também por momentos de silêncio, por exemplo,

após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra. No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade.

l A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto, portanto há de se manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão de entrada e a outras procissões, bem como homilias prolongadas,

introduções às leituras parecendo comentários ou pequenas homilias prejudicam o rito eucarístico que, em conseqüência, passa a ser feito de forma apressada.

l Priorize-se a entrada solene do Evangeliário na procissão inicial. Na falta deste, embora não mereçam a mesma solenidade, podem ser trazidos o Lecionário ou a

Bíblia. A entrada com a Bíblia se faça só em ocasiões bem especiais.

“Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela

salvação de todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro.

No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.

“Cabe ao sacerdote celebrante, da cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui. As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar

apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja

por uma oração em silêncio”(IGMR 71).

5. Ritos Iniciais e Ritos Finais

A eucaristia congrega a comunidade e a envia, renovada, ao mundo, como povo

convocado por Deus.

Os ritos iniciais e os ritos finais expressam uma eclesiologia: somos povo convocado por Deus, reunido no amor de Cristo, na força do Espírito Santo para sermos

enviados em missão. Podemos assim celebrar a memória do mistério pascal e nos tornar, cada vez mais, o que como batizados nunca deixamos de ser: o corpo eclesial de Cristo,

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chamado a ser na sociedade o sacramento da unidade de todo o gênero humano (cf. LG 1) .

5.1. Os ritos iniciais fazem com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam

uma comunhão em Cristo e se disponham a ouvir atentamente a palavra de Deus e a celebrar dignamente o sacramento da unidade (cf. IGMR 46).

l Precedida pela procissão de entrada, que é acompanhada do canto de abertura, a saudação inicial ressalta que é Deus que nos convoca. Só depois desta saudação

convém situar a celebração, no tempo ou festa litúrgica e na realidade da comunidade com a recordação da vida, especialmente em comunidades menores, na quais os fiéis

podem efetivamente recordar em voz alta os acontecimentos. l Evitem-se os costumeiros “comentários iniciais”.

l A recordação da vida é o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missas de 7o e 30o dia e,

principalmente, os acontecimentos importantes que ocorreram durante a semana que passou, na comunidade, na cidade, na região e no mundo.

l O lugar próprio da lembrança dos falecidos é nas intercessões da oração eucarística (memento dos mortos). Não se exclui a possibilidade de rezar pelos defuntos também na oração dos fiéis, especialmente em missas pelos falecidos. Deve-se evitar fazer a leitura de uma lista de intenções antes da missa, menos ainda antes da oração do dia

(coleta), após o “oremos”. l O ato penitencial é um apresentar-se pequeno diante da grandeza de Deus,

reconhecendo sua misericórdia e nossa indignidade. Não deve ser confundido com o sacramento da penitência. Evitem-se, pois, as descrições de pecados.

l A aspersão com água é um rito próprio do domingo, Dia do Senhor, páscoa semanal. Este rito significativo substitui o ato penitencial. Recorda o nosso batismo, que nos inseriu no Mistério Pascal e que nos fez morrer para o pecado e renascer para uma

vida nova. Acentua nossa identidade de povo sacerdotal. l O Glória não é um hino trinitário, mas cristológico. Deve-se estar atento a este fato na

escolha dos cantos para o momento do Glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade.

l A oração do dia (coleta) é a súplica do povo sacerdotal que se abre ao diálogo da aliança e ao rito eucarístico. É uma oração presidencial, precedida de um silêncio

significativo, que integra a oração silenciosa da assembléia à do ministro que preside.

5.2. Os ritos finais têm uma estreita relação com os ritos iniciais. Pelos ritos iniciais

somos convocados para estar com o Senhor e nos finais somos enviados em missão (cf. Mc 3,14), para sermos, entre todos os povos e culturas, sacramento de unidade e da

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salvação de todo o gênero humano (cf. LG 1), mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança.

l Como membros da comunidade, devemos estar cientes e participar das iniciativas tomadas pelas pastorais e outros grupos da comunidade. Daí a importância das comunicações feitas neste momento. Sejam elas objetivas, claras e devidamente

motivadas, para maior envolvimento da comunidade. l Na bênção em nome da Trindade, leve-se em conta as possibilidades que o missal

oferece (bênçãos solenes, oração sobre o povo). Ela expressa que o mistério celebrado na ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas

dimensões.

l Para as palavras finais da despedida o missal apresenta várias alternativas. Ressalte-se aí a graça do Senhor que nos acompanha no nosso dia-a-dia e o culto verdadeiro que o cristão exerce por sua própria vida (cf. Rm 12,1-2). Com a devida preparação

prévia, a despedida pode ser relacionada com o Evangelho que foi proclamado, desde que isto não se torne mais uma pseudo-homilia. O rito termina com a aclamação

“graças a Deus” da assembléia, que significa: exultamos por Ele nos acompanhar com sua graça na missão que nos confiou.

6. A comunidade toda celebra a eucaristia sob a presidência do ministro ordenado

Desde o primeiro momento da celebração (ritos iniciais), a Igreja aparece

visivelmente nas suas características essenciais: povo convocado por Deus no Espírito Santo, sob a presidência do ministro ordenado, reunido em torno das duas mesas: a da

Palavra, em que se proclama a ação salvífica de Deus, e a da eucaristia, em que se realiza o memorial do mistério pascal de Cristo. O celebrante principal da eucaristia é o próprio Cristo. Ele está presente no ministro ordenado, sacramento do Cristo-cabeça, e

na assembléia, seu corpo eclesial. A comunidade toda – povo e ministro ordenado – celebra a eucaristia, cada um na sua função específica que lhe foi conferida pelos

sacramentos: batismo, crisma e ordem.

É preciso, por isso, na formação litúrgica realçar que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou

espectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente e, ao oferecer juntamente com o sacerdote a hóstia imaculada, aprendam a oferecer-se a

si mesmos como oferta agradável a Deus (cf. SC 48).

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Por isso:

l há que se despertar a consciência de que a eucaristia é uma ação comunitária e eclesial de caráter vivencial irrenunciável;

l há que se descobrir a celebração da eucaristia como fonte de espiritualidade; l enquanto não formamos uma comunidade de fé, não estamos atingindo a finalidade

da eucaristia e, portanto, não alcançamos nosso objetivo missionário como corpo de Cristo;

l todos são “concelebrantes”; os padres podem ser “co-presidentes”. l É preciso ajudar o povo a reivindicar o direito de ter a eucaristia por ser uma

comunidade eclesial.

7. Missas e orações para diversas circunstâncias

Como a liturgia dos Sacramentos e Sacramentais obtém para os fiéis, devidamente

preparados, que quase todos os acontecimentos da vida sejam santificados pela graça divina que flui do mistério pascal (cf. SC, 61) e como a Eucaristia é o sacramento dos

sacramentos, o Missal fornece formulários de Missas e orações que, nas diversas ocasiões da vida cristã, podem ser usados pelas necessidades do mundo inteiro, da Igreja universal

e da Igreja local.

Tendo em vista a mais ampla faculdade de escolher leituras e orações, convém que as Missas para as diversas circunstâncias sejam empregadas moderadamente, isto é,

quando a oportunidade o exigir.

Em todas as Missas para as diversas circunstâncias, a não ser que se disponha de outro modo, é permitido usar as leituras do respectivo dia da semana, bem como seus

cânticos interlecionais, se combinarem com a celebração (cf. IGMR 368-370; 376).

As Missas para as diversas circunstâncias são de três tipos.

7.1. Missas rituais

As Missas rituais são proibidas nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nas solenidades, nos dias da oitava da Páscoa, na Comemoração de todos os

Fiéis Defuntos, na Quarta-feira de Cinzas e Semana Santa, observando-se, além disso, as normas dos livros rituais e das próprias Missas (cf. IGMR 372).

O matrimônio pode ser celebrado dentro da Missa todos os dias do ano, exceto no Tríduo Pascal, Natal, Epifania, Ascensão, Pentecostes, Corpo e Sangue de Cristo ou outras

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solenidades de preceito.

Nos demais domingos e solenidades, pode haver celebração do matrimônio dentro da Missa, usando-se o formulário da Missa do dia e acrescentando-se a bênção nupcial e,

se for oportuno, a fórmula apropriada para a bênção final sobre os noivos. Nessas ocasiões, pode-se proclamar uma das leituras previstas para a celebração do matrimônio. Nos domingos do Tempo do Natal ou durante o ano, se a missa em que o matrimônio é

celebrado não coincide com a missa da comunidade paroquial, pode-se usar, na íntegra, o formulário da Missa do matrimônio.

Se o matrimônio for celebrado no Tempo do Advento ou no da Quaresma, ou em outros dias de penitência, o pároco previna os noivos acerca do caráter penitencial desses

tempos litúrgicos.

7.2.Missas e orações para diversas necessidades

Ao ocorrer uma necessidade mais grave ou por utilidade pastoral, pode-se celebrar em qualquer dia a Missa conveniente com ordem ou permissão do Ordinário do lugar,

exceto nas solenidades, nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nos dias da oitava da Páscoa, na Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, na Quarta-feira de Cinzas

e na Semana Santa.

Quando ocorre uma memória obrigatória ou nos dias de semana do Advento até dia 16 de dezembro; nos dias do Tempo de Natal desde o dia 02 de janeiro, e nos dias do

Tempo pascal depois da oitava da Páscoa, de per si são proibidas as Missas para diversas circunstâncias e votivas. Se, porém, verdadeira necessidade ou utilidade pastoral o

exigirem poderão ser usadas na celebração com povo as Missas que correspondam a tal necessidade ou utilidade, a juízo do reitor da igreja ou do próprio sacerdote celebrante (cf.

IGMR 373 e 374).

7.3. Missas votivas

Para favorecer a piedade dos fiéis, pode-se celebrar, durante o ano, nos dias de

semana em que ocorra uma memória facultativa ou se celebre o Ofício do dia de semana, as Missas votivas sobre os mistérios do Senhor ou para honrar a Bem-aventurada Virgem

Maria ou algum Santo (cf. IGMR 375).

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7.3.1. Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus, na 1ª sexta-feira do mês.

A Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus, na 1ª sexta-feira de cada mês, é

regida pelas normas gerais das Missas votivas. Portanto, ela é permitida:

1. durante o Tempo Comum, também quando ocorre uma memória facultativa;

2. se verdadeira necessidade ou utilidade pastoral o exigirem, na celebração com o povo, também quando ocorre uma memória obrigatória e em dia de semana do Advento, do

Tempo de Natal, Tempo da Quaresma e do Tempo Pascal depois da oitava da Páscoa.

7.3.2. Missa votiva no aniversário do Papa, do Bispo e da ordenação

sacerdotal

É de toda conveniência que, nestes aniversários, se faça uma menção especial a

eles, na oração dos fiéis. Para maior utilidade dos fiéis, pode ser celebrada a Missa desses aniversários, observando-se as normas para Missas em diversas circunstâncias.

7.4. Missas pelos fiéis defuntos

A Igreja celebra o sacrifício eucarístico da Páscoa de Cristo, intercedendo pelos

fiéis defuntos, a fim de que, pela comunhão de todos os membros de Cristo entre si, o que obtém para uns o socorro espiritual, traga aos outros a consolação da esperança (cf. IGMR

379).

“Entre as Missas pelos fiéis defuntos, ocupa o primeiro lugar a Missa das exéquias, que pode ser celebrada todos os dias, exceto nas solenidades de preceito, na Quinta-feira Santa, no Tríduo pascal e nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa”(IGMR

380).

“As outras Missas pelos fiéis defuntos, ou Missas `cotidianas`, podem ser celebradas nos dias de semana do Tempo comum, quando ocorre uma memória facultativa

ou é rezado o Ofício do dia de semana, contanto que realmente sejam celebradas em intenção dos fiéis defuntos”(IGMR 381). À missa das exéquias podemos equiparar a missa

de 7º dia.

“A Missa pelos fiéis defuntos, ao receber-se a notícia da morte, ou por ocasião da sepultura definitiva, ou no dia do primeiro aniversário, pode ser celebrada também nos dias

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dentro da oitava de Natal, nos dias em que ocorrer uma memória obrigatória ou num dia de semana, exceto Quarta-feira de Cinzas e na Semana Santa”(IGMR 382).

“Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre”(IGMR 382). Recomenda-se também a homilia nas

demais Missas pelos fiéis defuntos celebradas com o povo.

“Se a Missa exequial é imediatamente seguida pelo rito dos funerais, terminada a oração depois da comunhão e omitidos os ritos finais, realiza-se a última encomendação ou

despedida. Esse rito é celebrado apenas quando estiver presente o corpo” (IGMR 384).

“Na organização da escolha das partes da Missa pelos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, que podem variar (por exemplo, orações, leituras e

oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes”(IGMR 385).

“Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que por ocasião das exéquias comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não-católicos, como católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter

perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos” (IGM 385).

7.5. Missas com presença de vários bispos e/ou presbíteros

Na Missa em que vários presbíteros participam, todos agem em virtude do mesmo

sacerdócio e na pessoa do mesmo Sumo Sacerdote, com uma única vontade e com uma única voz. Numa única ação sacramental, eles realizam e oferecem o único sacrifício e

participam dele. Desta única celebração, participam também os fiéis, consciente e ativamente, cada um da maneira que lhe é própria. Assim se manifesta, de modo vivo, sobretudo quando o Bispo preside, a Igreja em sua unidade, o único altar, com seus

ministros e seu povo (Ecclesiae semper, n. 8 e 9). A concelebração manifesta e fortalece os laços fraternos entre os presbíteros, pois em virtude da sua ordenação e Missa comum,

eles estão unidos numa fraternidade bem íntima (Eucharisticum Mysterium, n. 47).

Também na Missa concelebrada, cada um faça tudo e somente aquilo que lhe compete pela natureza das coisas e conforme as normas litúrgicas (cf. SC 28). Aqueles que foram ordenados para presidir as celebrações litúrgicas exercem colegialmente o ministério

da presidência. Igualmente, os outros participantes da celebração contribuem com os serviços que lhes são próprios. Por isso, devem-se exercer na Missa concelebrada, na medida do possível, os ministérios do diácono, do leitor, do cantor e dos ministrantes.

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Para que haja verdadeira partilha do pão consagrado, convém preparar partículas grandes de modo a haver verdadeira fração do pão.

Não é licito ao sacerdote celebrar mais de uma vez ao dia, exceto nos casos em que, de acordo com o direito, é lícito celebrar ou concelebrar a Eucaristia mais vezes no

mesmo dia.

Se houver falta de sacerdotes, o Ordinário local pode permitir que, por justa causa, os sacerdotes celebrem duas vezes ao dia e até mesmo três vezes nos domingos e festas

de preceito, se as necessidades pastorais o exigirem.

O sacerdote que celebra mais Missas no mesmo dia pode aplicar cada uma delas segundo a intenção pela qual foi oferecida a espórtula, mas com a condição de reter para si

a espórtula de uma só Missa, excetuando o dia do Natal do Senhor, e entregar as outras para os fins determinados pelo Ordinário, admitindo-se alguma retribuição por título

extrínseco.

O sacerdote que concelebrar no mesmo dia uma segunda Missa, por nenhum título, pode receber espórtula por ela (cf. cân. 905 e 951).

8. Orientações litúrgico-pastorais

8.1. Aspersão do povo nos domingos

O rito da bênção e aspersão de água benta pode ser feito, em todas as igrejas e

oratórios, em todas as missas de domingo, especialmente dos domingos da Páscoa, mesmo nas que se antecipam em horas vespertinas do sábado. Este rito substitui o ato

penitencial que se realiza no início da missa.

8.2. Pão para a celebração da Eucaristia

A verdade do sinal exige que a matéria da celebração eucarística pareça realmente

um alimento. Convém, portanto, que, embora ázimo e com a forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo preparado, que o sacerdote, na Missa com o povo, possa de fato partir a hóstia em diversas partes e distribuí-las ao menos a alguns fiéis. Não se excluem, porém, as hóstias pequenas, quando assim o exigirem o número de comungantes e outras razões pastorais. O gesto, porém, da fração do pão, que por si só designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da

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unidade de todos num só pão e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos (cf. IGMR 321).

8.3. Comunhão dos fiéis

Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la uma segunda vez no

mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa (CDC, cân. 917;.

Mesmo que já tenham comungado nesse dia, recomenda-se vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a ficar em perigo de morte (CDC, cân 921, 2).

Recomenda-se também que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, porém, administrada fora da Missa quando a pedem por justa causa, observando-se os ritos litúrgicos (CDC, cân. 918). “É muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem

do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação no Sacrifício celebrado” (IGMR 85).

8.4. Comunhão sob as duas espécies

“A Comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal, quando sob as duas

espécies. Sob esta forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime, de modo mais claro, a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no

Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR 281).

Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:

a) aos sacerdotes que não podem celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;

b) ao diácono e a todos que exercem algum ofício na Missa;

c) aos membros das comunidades na Missa conventual ou na Missa chamada “da comunidade”, aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou

que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral.

O Bispo diocesano pode baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese, a serem observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos

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pequenos grupos. Ao mesmo Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as duas espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote a quem,

como pastor próprio, a comunidade está confiada, contanto que os fiéis tenham boa formação a respeito e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento, ou o rito

se torne mais difícil, por causa do número de participantes ou por outro motivo.

A Comunhão sob as duas espécies pode ocorrer nos seguintes casos:

1. a todos os membros dos Institutos religiosos e seculares, masculinos e femininos e a todos os membros das casas de formação sacerdotal ou religiosa, quando participarem

da Missa da comunidade;

2. a todos os participantes da missa da comunidade por ocasião de um encontro de oração ou de uma reunião pastoral;

3. a todos os participantes em Missas que já comportam para alguns dos presentes a comunhão sob as duas espécies, conforme os Princípios e Normas para uso do Missal

Romano:

a. quando há uma Missa de batismo de adulto, crisma ou admissão na comunhão da Igreja;

b. quando há casamento na Missa;

c. na ordenação de diácono;

d. na bênção da Abadessa, na consagração das Virgens, na primeira profissão religiosa, na renovação da mesma, na profissão perpétua, quando feitas

durante a Missa;

e. na Missa de instituição de ministérios, de envio de missionários leigos e quando se dá na Missa qualquer missão eclesiástica;

f. na administração do viático, quando a Missa é celebrada em casa;

g. quando o diácono e os ministros comungam na Missa;

h. havendo concelebração;

i. quando um sacerdote presente comunga na Missa;

j. nos exercícios espirituais e nas reuniões pastorais;

l. nas Missas de jubileu de sacerdócio, de casamento ou de profissão

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religiosa;

m. na primeira Missa de um neo-sacerdote;

n. nas Missas conventuais ou de uma “Comunidade”;

4. Na ocasião de celebrações particularmente expressivas do sentido da comunidade cristã reunida em torno do altar (cf. IGMR, 283).

8.5. Comunhão na mão

No dia 03 de abril de 1985, a Congregação do Culto Divino enviou notificação sobre

a Comunhão na mão (Prot. n. 720/85).

1. A comunhão na mão deve manifestar, tanto como a comunhão recebida na boca, o respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia.

2. De acordo com os ensinamentos dos Santos Padres, insista-se no “Amém” que o fiel pronuncia como resposta à fórmula do ministro: “O Corpo de Cristo”. O amém deve ser

uma afirmação de fé.

3. O fiel que receber a comunhão a leva à boca, ficando com o rosto voltado para o altar, antes de regressar ao seu lugar.

4. É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, por isso deve recebê-la sempre do ministro que distribui a comunhão e não se servir a si mesmo.

5. Recomenda-se a todos, em particular às crianças, a limpeza das mãos, como sinal de respeito para com a Eucaristia.

6. Recomenda-se vigiar para que pequenos fragmentos do pão eucarístico não se percam.

7. Jamais se obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a liberdade de receber a comunhão na mão ou na boca, em pé ou de joelhos.

8.6. Jejum eucarístico

Quem vai receber a santíssima Eucaristia abstenha-se de ingerir qualquer comida

ou bebida, excetuando-se somente água e remédio, no espaço de, ao menos, uma hora antes da sagrada comunhão.

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O sacerdote que no mesmo dia celebra duas ou três vezes a santíssima Eucaristia pode tomar alguma coisa antes da segunda ou terceira celebração, mesmo que não haja o

espaço de uma hora.

Pessoas idosas e doentes, bem como as que cuidam delas, podem receber a santíssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que a antecede

(cân. 919).

8.7. Aplicação da missa pelo povo

Os pastores de almas devem aplicar a missa pelo povo que lhes foi confiado, todos

os domingos e nas outras festas de preceito de sua Diocese; mas quem estiver legitimamente impedido de fazê-lo, aplique-a nesses dias por intermédio de outro ou

pessoalmente em outros dias. O sacerdote a quem estiverem confiadas várias paróquias, também a título de administração, satisfaz à obrigação aplicando uma só missa por todo o

povo que lhe está confiado. Quem não tiver cumprido esta obrigação aplique, quanto antes, tantas missas pelo povo quantas tiver omitido (CDC, cân. 388 a 534; cf. câns. 914, 427 # 1,

540 # 1).

8.8. Adoração eucarística

8.8.1. O culto eucarístico fora da missa nasce da celebração da Eucaristia.

A adoração eucarística, pessoal ou comunitária, deve brotar da celebração do memorial da Páscoa do Senhor e a ele conduzir. Essa prática orante alcança seu maior

significado quando está em sintonia com o que a Eucaristia é e realiza: a Aliança de Deus com o seu povo; a construção da Igreja – “escola e casa de comunhão”. No dizer

de Paulo VI, essa relação pessoal com o Senhor favorece o contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do sacrifício eucarístico. Numa espiritualidade eucarística renovada, a

adoração eucarística está em estreita sintonia com o mistério pascal e com a participação na Ceia do Senhor.

8.8.2. “Nós adoramos o que conhecemos” (Jo 14,22)

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O mistério eucarístico é o maior e o mais expressivo dos sinais da fé. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja expressa sua fé na presença de Jesus na Eucaristia,

conservando o pão eucarístico para ser levado aos doentes, aos moribundos e para receber a adoração que só é devida a Deus41. “Ninguém coma dessa carne sem primeiro adorar...; não só não pecamos adorando-a, mas pecaríamos se não a adorássemos!”, já dizia Santo Agostinho42. O rito do “fermento” que consistia na prática de levar uma porção

do pão consagrado a outra igreja para ser colocado no cálice, antes da comunhão, testemunha a fé da Igreja na presença permanente do Senhor. Os bispos enviavam o “fermento” aos seus presbíteros ou a outros bispos em sinal de unidade. Usava-se a

palavra fermento para indicar que a Eucaristia deve ser o fermento da comunhão e da unidade. Fermento que transforma os cristãos, levando-os a formar o único Corpo de

Cristo.

Diante da presença do Senhor, podemos pouco a pouco assimilar o que Ele nos mandou celebrar em sua memória: “Isto é meu corpo entregue por vós; isto é meu

sangue derramado por vós.” Somente um coração humilde pode beneficiar-se dessa presença de comunhão.

Não podendo vivenciar e assimilar, no contexto da celebração, todos os aspectos da Ceia do Senhor, quem se coloca em oração silenciosa diante da Eucaristia retoma as diversas partes da ação litúrgica, por exemplo o prefácio, a oração eucarística, a oração do dia ou a oração após a comunhão, as leituras proclamadas na liturgia da Palavra. Ou então, repete no silêncio do seu coração: “Eis o mistério da fé”; “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”; “Ele está no meio de nós!”; “Demos graças ao Senhor nosso

Deus!”

A adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento leva “os verdadeiros adoradores” a uma profunda comunhão com o Pai, pelo Filho, no Espírito que ora em seus corações.

Ao contemplar o Pão vivo que desceu do céu para a vida do mundo, sentimos toda a força da expressão: por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós Deus Pai todo-poderoso,

toda honra e toda glória, agora e para sempre!

8.8.3 A exposição do Santíssimo Sacramento

A exposição do Santíssimo Sacramento tem como finalidade facilitar a contemplação do mistério eucarístico e levar os fiéis a reconhecer na Santíssima

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Eucaristia “a maravilhosa presença de Cristo, convidando-os à comunhão de coração que atinge o seu ponto alto na comunhão sacramental. Portanto, fomenta de

modo excelente o culto em espírito e verdade que lhe é devido43.”

8.8.3.1.A exposição prolongada do Santíssimo Sacramento

Nas igrejas em que se conserva o Santíssimo Sacramento, recomenda-se realizar cada ano uma exposição solene.44

l Durante a exposição do Santíssimo proíbe-se, no mesmo recinto, a celebração da Eucaristia.

l Se a exposição do Santíssimo se prolongar durante um ou vários dias sucessivos, ela será interrompida para a celebração eucarística.

l Não havendo número suficiente de adoradores, o Santíssimo Sacramento será recolhido ao tabernáculo. Essa reposição do Santíssimo não deverá ser feita mais de

duas vezes. Ela pode ser feita de forma discreta, isto é, sem cantos e preces.

8.8.3.2.A exposição breve

l Proíbe-se a exposição do Santíssimo somente para dar a bênção depois da missa45.

l As exposições breves do Santíssimo devem organizar-se de tal maneira que haja tempo conveniente para a escuta da Palavra, cânticos, preces e momentos de

silêncio46.

8.8.4. O ministro da exposição

l O padre ou o diácono é o ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento. Para esta função deverão estar revestidos de túnica e estola. No final da adoração,

são eles que dão a bênção, usando a capa e o véu de ombros de cor branca. l Os acólitos e Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão podem expor e repor o

Santíssimo, porém não lhes é facultado dar a bênção aos fiéis. O bispo pode conceder a faculdade de expor o Santíssimo a outras pessoas47.

8.8.5. Ambiente adequado

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l A exposição se faz sobre o altar, evitando o uso de tronos. O número de velas não deve ultrapassar o daquelas que se acendem na missa.

l É preferível que flores e símbolos que recordam a Eucaristia sejam colocados, discretamente, ao lado do altar.

l Para que se perceba uma melhor relação entre a mesa da Palavra e a mesa eucarística, recomenda-se que o Lecionário esteja visível.

l Não havendo muitas pessoas para a adoração, é preferível que se faça a exposição na Capela do Santíssimo.

l Cuide-se para que haja bíblias disponíveis para os que fizerem a sua adoração individualmente.

l À entrada do recinto da adoração, pode haver um quadro no qual estejam afixadas as intenções em favor da comunidade ou recomendadas pelo bispo.

l Evite-se, durante a exposição do Santíssimo, abrir e fechar o tabernáculo, para não perturbar os que estão em oração.

8.8.6.Adoração eucarística e a escuta da Palavra

A adoração eucarística é alimentada pela leitura orante da Palavra de Deus. Recomenda-se que sempre seja proclamada na adoração comunitária.

9. Missas de Rádio de Televisão

No Brasil, há muitos anos, temos missas transmitidas pela rádio e pela televisão. Em encontros nacionais, promovidos pelos bispos, têm-se dado orientações pastorais sobre

o modo de realizá-las e sobre o significado delas na vida dos cristãos.

Muitos católicos por motivos diversos assistem a essas transmissões. O que dizer sobre isso?

No Concílio Vaticano II, encontramos uma declaração significativa: "As transmissões por rádio e televisão das funções sagradas, particularmente em se tratando da Santa Missa, façam-se com discrição e decoro, sob a direção e responsabilidade de

pessoa idônea, escolhida para tal ofício pelos bispos" (SC 20).

Esta recomendação encontra uma orientação prática na palavra da Comissão

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Pontifícia para as Comunicações Sociais na Instrução Pastoral Communio et Progressio, publicada em 27 de maio de 1971: "A Missa e outros ofícios litúrgicos devem

ser incluídos no número das transmissões religiosas. É necessário, porém, que tais programas sejam devidamente preparados, do ponto de vista técnico e litúrgico. Tenha-se

em conta a grande diversidade de público e, se os programas se destinam também a outros países, deve-se respeitar a sua religião e costumes" (CP 151).

O Magistério da Igreja vê na transmissão de celebrações eucarísticas, como

também de outras celebrações, um meio de informar as pessoas sobre a liturgia e sua celebração.

A Instrução da Sagrada Congregação dos Ritos e Consilium, Eucharisticum Mysterium, vai além e diz que as transmissões televisivas de Liturgias, especialmente da

Missa, devem ajudar o telespectador a associar-se à Páscoa de Cristo e que a missa transmitida pela rádio e pela televisão deve ser um modelo da celebração do sagrado

mistério, conforme as leis da reforma litúrgica (cf. EM, 22).

No encontro com produtores de missas transmitidas pela televisão, em setembro de 1998, a CNBB expressou que as transmissões devem ajudar os telespectadores a se

associarem à Páscoa de Cristo.

"Seria de máxima conveniência que, em relação a estas questões, fosse recordado que na liturgia celebramos o Mistério Pascal. Que haja, por parte de todos, respeito e

fidelidade naquilo que estabelece o Magistério da Igreja com relação à celebração da Santa Missa e do Culto Eucarístico para que se evitem desvios e abusos, sobretudo nas

transmissões televisivas. Aqueles que assistem à Missa pela TV sejam estimulados a participar da celebração na assembléia litúrgica. Cada celebração tenha sempre um tom

orante para que transpareça a dimensão de sacralidade do mistério celebrado. Seja dado o devido valor aos símbolos litúrgicos, cuide-se das expressões artísticas do espaço

celebrativo, dos objetos, das vestes litúrgicas. O canto e a música estejam de acordo com a índole própria da celebração, do tempo litúrgico e dos momentos celebrativos48".

A assistência à missa pela rádio e pela televisão não justifica a ausência na celebração para quem tem condições de participar dela fisicamente.

As declarações do Magistério da Igreja não deixam dúvida que as celebrações

litúrgicas transmitidas pelos meios de comunicação social, especialmente pela televisão, se assistidas com fé, têm valor salvífico para os que não podem participar da missa em sua

comunidade, por exemplo, por doença ou velhice. Toda a nossa vida em conformidade com

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Jesus Cristo é um levar a efeito a obra da salvação, isso vale mais ainda para quem se une espiritual e realmente à Páscoa de Cristo, assistindo a uma missa transmitida por

rádio ou pela televisão.

Podemos entrar em comunhão com o Senhor Ressuscitado não só pela comunhão

eucarística, mas também de outras maneiras. Por isso, quem não tem possibilidade de participar fisicamente da assembléia eucarística, tem através da rádio e mais ainda da

televisão uma ótima possibilidade de entrar em comunhão com o Senhor.

.

O assistir a uma celebração pelos meios de comunicação é uma resposta ao Senhor que bate à nossa porta, pedindo entrada. Aberta a porta, o Senhor entra para

realizar o encontro através da Palavra proclamada para todos e realiza-se um encontro pessoal, particular e salvífico (cf. Ap 3,20).Na comunhão eucarística, este encontro é mais

profundo e também pessoal no sentido de individual

Certamente as equipes, que preparam e animam as celebrações transmitidas pela

rádio e pela televisão, devem ter muita consciência do significado e do alcance dessas celebrações para as pessoas impedidas de se reunirem com a comunidade, como: doentes,

idosos, presos, viajantes, os que moram longe do local das celebrações comunitárias. Nunca se devem transmitir missas gravadas. Toda celebração deve se realizar com unção

e ter um tom orante. As celebrações litúrgicas são celebrações da Igreja e fundadas na longa tradição litúrgica; por isso, não cabe nelas inventar coisas e nem o cultivo de

subjetividades. Muito menos devem ser palco de ‘shows’ e esnobismos de grupos ou pessoas.

As missas transmitidas pelos meios de comunicação social se justificam também

como espaço de iniciação dos fiéis e de formação litúrgica do povo.

IV - A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO CRISTÃO

1. Importância e dignidade do Sacramento do Matrimônio

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O sacramento do matrimônio é celebração do amor entre um homem e uma mulher e do amor de Cristo e da Igreja. Este amor conjugal, bênção e dom de Deus, vivido à luz da fé, torna-se sacramento: um sinal visível da aliança invisível de Cristo

com a sua Igreja e de Deus com a humanidade(cf. Ef 5, 21-33).

A graça do sacramento, pela qual os cônjuges participam do amor e da vida da Santíssima Trindade, leva à perfeição o

amor humano de ambos, consolida sua unidade indissolúvel, faz crescer a doação mútua e os santifica no caminho da vida eterna (cf.

CIC 1661).

O casamento é um verdadeiro acontecimento eclesial (ou religioso), tanto para os noivos, como para as suas famílias e para a comunidade.

Trata-se, portanto, de uma celebração do Mistério Pascal de Cristo, na qual a Palavra proclamada, a oração e as demais ações rituais constituem verdadeiro sinal

sacramental.

2. Preparação e celebração do Matrimônio

Dê-se preferência à realização do matrimônio durante a celebração eucarística,

lugar próprio para celebrar a plenitude da aliança de Deus conosco, fazendo memória da morte e ressurreição de Cristo.

Dê-se devida atenção para o caráter comunitário da celebração do

matrimônio, inclusive incentivando os nubentes a celebrarem o matrimônio na Igreja onde costumam participar.

Nos “cursos de noivos” seja reservado um tempo para o estudo do rito do

matrimônio, ocasião em que todos poderão desfrutar da teologia e da espiritualidade deste sacramento.

É indispensável que a celebração do matrimônio seja devidamente preparada

pelo ministro assistente com os noivos e a equipe de celebração. Isto possibilita a participação ativa, frutuosa e plena de todos na celebração do sacramento. Muito

proveitosas seriam celebrações comunitárias, em que diversos noivos celebrassem juntos esse sacramento.

As testemunhas devem ser expressão da comunidade eclesial e ter a devida consciência do sentido do matrimônio

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Quanto aos ministérios litúrgicos, dê-se preferência aos da própria comunidade. No tocante ao canto e à música, evite-se o costume de ‘importar’

cantores instrumentistas que não participam da vida da comunidade.

O canto e a música são elementos indispensáveis em toda celebração

litúrgica. No matrimônio, sejam escolhidos de acordo com a natureza do rito e expressem o mistério celebrado. O que se diz dos cantos, vale também para a escolha das músicas. Sejam evitados melodias e textos adaptados de canções

populares, trilhas sonoras de filmes ou de novelas49.

O espírito cristão da celebração pede sobriedade na ornamentação. Espera-se que haja nobreza, bom gosto e simplicidade na decoração da igreja. Os arranjos

não dificultem a visão do altar, do ambão e não impeçam a movimentação dos ministros.

Os profissionais ou amadores, da área de fotografia e filmagem, sejam

orientados do sentido da celebração. Em todos os momentos, haja a devida discrição e respeito, evitando assim todo e qualquer movimento que leve à dispersão.

V – A CELEBRAÇÃO DE BÊNÇÃOS

1. O Sentido da bênção

As celebrações de bênçãos, como ações litúrgicas, ocupam um lugar

significativo entre os sacramentais da Igreja para o bem-estar espiritual do povo de Deus.

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O pedido de bênçãos revela a necessidade que as pessoas têm de Deus e de sua proteção em favor da vida, da saúde e da paz. A experiência do limite, da pobreza, da carência de recursos e de acesso aos bens humanos faz com que as bênçãos sejam procuradas por pessoas de todas as classes sociais. Mas essas

experiências, em nosso contexto, faz com que sejam solicitadas especialmente pelos pobres.

Desde a criação, Deus, fonte e origem de toda a bênção, abençoou os seres

vivos, especialmente o homem e a mulher. Toda a obra de Deus é bênção50. Abençoar é uma ação divina que dá a vida e da qual o Pai é a fonte51.

A bênção, como expressão da aliança entre Deus e seu povo, tem uma dupla

dimensão: é dom, é graça no sentido de que Deus abençoa, por si ou por meio de outras pessoas, comunicando sua bondade e realizando as promessas; é louvor do

povo que exalta, bendiz e presta culto de piedade, reconhecendo a Deus como fonte de todo o bem e de toda a graça.

2. A bênção como ação litúrgica

A Igreja, sob a ação do Espírito Santo, exerce o ministério de bênçãos de muitos

modos. Neste sentido, instituiu diferentes formas de bênçãos, convidando assim seus membros a louvar a Deus por sua misericórdia e santidade e a invocar sua proteção.

Pela celebração de bênção, as pessoas são convidadas a unir o coração e a voz

à voz maternal da Igreja. Por isso, não é recomendável, habitualmente a celebração da bênção de coisas ou lugares sem a participação de ao menos algum fiel52.

Para que a “ação de abençoar” realize o que significa e o que a Igreja suplica,

requerem-se as disposições de fé, de esperança e de caridade. Da bênção não se espera um efeito mágico. Da escuta da Palavra,\ a fé se alimenta e as pessoas recebem

os benefícios da graça de Deus.

No Ritual de Bênçãos, encontramos: bênçãos de pessoas, de objetos, de coisas

destinadas ao uso litúrgico, de objetos de piedade (devoção) e para diversos fins. Nas bênçãos de pessoas, pede-se que elas orientem sua vida e seu agir ao louvor de Deus e

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à santificação de si e dos outros e do cuidado da vida. Sobre as coisas e objetos, invoca-se a bênção para que sirvam às pessoas e as ajudem na edificação do

Reino e a na glorificação de Deus.

3. Elementos da celebração de Bênção

A bênção apresenta basicamente duas partes principais: a primeira, a

proclamação da Palavra de Deus, e a segunda, o louvor da bondade divina e a invocação de sua proteção53. Assim, a celebração de bênçãos segue o seguinte

esquema:

- ritos iniciais

- liturgia da Palavra

- preces

- oração de bênção

- ritos conclusivos.

A oração de bênção é acompanhada de gestos e símbolos, tais como: sinal da

cruz, aspersão da água benta, mãos estendidas, levantadas, juntas ou impostas sobre as pessoas ou sobre os objetos que são abençoados.

A oração de bênção com o gesto que lhe corresponde adquire o sentido e a

eficácia a partir da Palavra de Deus proclamada54. É esta quem atualiza a ação salvadora de Deus, motivo pelo qual a comunidade bendiz. Assim, a oração de bênção é

um sinal sagrado e não um gesto mágico ou supersticioso55. Por estas razões, não convém a realização da bênção de objetos e lugares, usando-se somente sinais

externos, sem qualquer referência à Palavra de Deus ou de alguma oração56.

4. Ministro da Bênção

Quem celebra a bênção é a Igreja através de seus ministros: bispo, presbítero,

diácono, leigos e leigas. Quanto mais uma bênção se relaciona com a vida eclesial e sacramental, tanto mais se reserva sua presidência ao ministério ordenado57. Como

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prevê o Ritual de Bênçãos, os leigos e leigas presidem bênçãos como: das pessoas (crianças, catequizandos, doentes, famílias), residências, plantações, animais,

alimentos, objetos, carros, instrumentos de trabalhos etc58.

A dignidade da celebração comunitária de bênçãos requer que os ministros, nos

seus diferentes níveis, usem as vestes litúrgicas prescritas para as celebrações litúrgicas.

5. Algumas pistas pastorais

As celebrações de bênçãos merecem ser realizadas com dignidade e

piedade. É indispensável que haja uma equipe que se ocupe em:

l iniciar as pessoas no sentido cristão da bênção para a sua vida;

l conhecer a situação concreta das pessoas que pedem bênçãos, bem como acolher com respeito e discernimento o seu pedido de bênção;

l preparar e realizar com dignidade a celebração de bênçãos, dando destaque à proclamação da Palavra de Deus, à oração de louvor, à súplica e aos gestos

simbólicos; l preceder com um breve momento de silêncio orante a oração de bênção e o gesto

que a acompanha; l priorizar as celebrações comunitárias de bênçãos, a participação das pessoas e a

atuação dos diferentes ministérios, particularmente nos centros de romaria, de santuários, no contexto de uma celebração da Palavra de Deus;

l levar em conta o tempo litúrgico e o Mistério Pascal nas celebrações de bênçãos; l zelar, com bom senso, para que as celebrações de bênçãos não legitimem situações

de exploração, opressão, discriminação, injustiça e violência; l cuidar que a ação simbólica da bênção seja feita com dignidade e nobre simplicidade.

A celebração de bênçãos deve caracterizar-se pela relação carinhosa e amiga com as pessoas, feita com fé e com o coração, fazendo memória do gesto de Jesus que acolhia

e abençoava as pessoas.

VI - EXÉQUIAS

1. O sentido teológico-litúrgico da celebração das exéquias

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As exéquias são o conjunto de ritos e orações com que a comunidade cristã

acompanha seus mortos e os encomenda a Deus. Em todos os povos e em todos os tempos, encontram-se ritos relacionados com os falecidos e com os que choram a morte de

algum familiar. A primeira notícia que temos do trato dos cristãos para com seus mortos encontra-se em Atos dos Apóstolos. Trata-se do martírio de Santo Estêvão. "Homens

piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele solene funeral" (At 8,2).

Para os cristãos "a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus um corpo imperecível"59. Esta fé, tantas vezes afirmada e

repetida nos textos bíblicos e litúrgicos do início da Igreja, com o tempo, foi sendo obscurecida por sentimentos sombrios e trágicos. O Concílio Vaticano II, porém, determina

que o rito das exéquias volte a exprimir mais claramente a índole pascal da morte cristã. Determina também que corresponda melhor às condições e tradições das diversas regiões

(cf. SC 81). Atenta a este princípio orientador da Igreja, a Sagrada Congregação para o Culto Divino, em 1969, promulgou o novo Ritual de Exéquias com esta clara orientação: "Celebrando as exéquias de seus irmãos, cuidem os cristãos de afirmar a esperança da

vida eterna; mas façam isso de tal forma que não pareçam ignorar ou desprezar a mentalidade e o modo de agir dos homens do seu tempo e região, no que se refere aos

mortos. Aceite-se de bom grado o que houver de bom nas tradições familiares, nos costumes locais e nos serviços das empresas funerárias; o que, porém, estiver em

contradição com o Evangelho, procure-se transformar, de modo que a celebração das exéquias cristãs manifeste realmente a fé pascal e o espírito do Evangelho"60.

2. A celebração da morte – plenitude da páscoa dos cristãos

No Brasil, pelo fato de ter sido feita a tradução literal do novo Ritual, não foi levada

em conta a cultura de nosso povo. Multiplicaram-se, por isto, pelas dioceses e paróquias, textos para os funerais dos fiéis. Preocupada com tantos textos não oficiais, a Dimensão

Litúrgica da CNBB, elaborou um texto ad experimentum intitulado: Nossa Páscoa: subsídios para a celebração da esperança. A intenção é, após um tempo de experiência e depois de acolher as observações feitas, aperfeiçoá-lo e oficializá-lo como Ritual de Exéquias, próprio

para o Brasil.

O texto se compõe de três celebrações para o velório, inspiradas na Celebração da Palavra, no Ofício Divino das Comunidades e na Vigília Pascal. Contém celebrações para a encomendação e para o sepultamento. Uma das celebrações está prevista para os casos

de cremação. Há também celebração para velório, encomendação e sepultamento de crianças. Como se afirma na apresentação, "em tudo há um grande esforço de valorizar os

símbolos, numa linguagem orante e adaptada à sensibilidade do povo brasileiro".

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O texto contém, além de dois apêndices, uma Introdução Geral. O Apêndice I é um pequeno lecionário com onze (11) textos bíblicos apropriados para a celebração das

exéquias e o Apêndice II apresenta uma seleção de cantos. Na Introdução, há uma reflexão sobre a morte cristã e sua celebração; apresentam-se as orientações da Igreja sobre a

cremação ou incineração; e algumas orientações sobre a pastoral das exéquias.

Cada celebração de exéquias em si mesma é sempre um desafio que exige uma constante e renovada sensibilidade litúrgico-pastoral desde a preparação até a execução da

celebração.

Para que os fiéis, na celebração de exéquias, experimentem mais intensamente a pascalidade da morte cristã, é importante valorizar os diversos elementos rituais, presentes em suas diferentes etapas (velório, encomendação e sepultamento ou cremação): acolhida

fraterna dos irmãos, a escuta orante da Palavra de Deus e a oração.

É importante ainda:

¡ cuidar do espaço, providenciando círio pascal, cruz, velas, bíblia, flores e água benta;

¡ valorizar os gestos e ações simbólicas, tais como a aspersão que lembra o batismo e a incensação que presta homenagem ao corpo como templo do Espírito Santo. A aspersão, a incensação, o círio aceso, a cruz, a Palavra

escutada, as flores, a bênção do túmulo possibilitam aos participantes entrarem na dinâmica pascal e participarem da paixão, morte e ressurreição do Senhor; ¡ considerar, nos ritos iniciais, o tipo de assembléia celebrante, respeitando o momento de dor dos enlutados e acolhendo-os terna e fraternalmente de modo a manifestar a comunhão desejada por Cristo, figura da comunhão definitiva de

todos no céu; ¡ recordar a vida da pessoa falecida;

¡ valorizar o canto dos salmos, a leitura da Palavra de Deus, como mensagem de consolo e de esperança;

¡ levar em conta nas orações (inicial, preces, encomendação, etc), a pessoa falecida, a idade e as diversas circunstancias de morte;

¡ observar as pausas e o silêncio.

3. A cremação

No caso de cremação, as exéquias podem ser feitas no próprio prédio do

crematório ou mesmo na sala de cremação. Seria bom fazê-las antes da cremação. Enquanto ação ritual e simbólica, parece mais natural rezar diante de um corpo que foi

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habitado pelo Espírito Santo do que diante de suas cinzas. Contudo, também diante das cinzas, faculta-se a realização de exéquias. Não é recomendada a prática de espalhar as cinzas no jardim, no mar ou no alto da montanha. Mas, mesmo nestes casos, pode-se também fazer algum tipo de celebração, na tentativa de cristianizar um gesto que parece

inspirar-se no secularismo e na indiferença religiosa.

4. O (a) ministro (a) das exéquias

Como atitude pastoral, lembra-se ao ministro que, por ocasião das exéquias, ele é

de modo especial "sinal do amor de Cristo" e "ministro da consolação". Não deve recusar-se a celebrar as exéquias de ninguém, mesmo daqueles que não participavam da

comunidade. Afinal de contas, a Igreja também reza por aqueles dos quais só Deus conheceu a fé61. Cuidado muito especial se deve ter para com os familiares daqueles cuja

morte ocorreu em circunstâncias de violência. É preciso ter também uma atenção redobrada para com aqueles que não são católicos ou, se católicos, raramente ou jamais

participam da Eucaristia. Evitem-se os elogios fúnebres sem, no entanto, levar ao extremo o uniformismo e a total falta de diferenciação entre as pessoas.

É importante valorizar a atuação de uma equipe que zele pelas celebrações. Esta tenha uma ótima preparação humana, espiritual, teológica e litúrgica, por meio de cursos, retiros, etc., de modo que atue com eficácia e equilíbrio perante as diversas situações que

possam surgir no exercício do ministério.

5. O luto

O luto é um tempo propício para a assimilação do mistério da morte. É necessário respeitar cada etapa do luto que é marcado pela dor humana da separação.

Estas etapas, especialmente os novenários realizados nas casas dos parentes dos falecidos, as celebrações de sétimo dia e dos aniversários de morte auxiliam os cristãos

a viverem o luto como um elemento salutar e necessário no processo da caminhada, fortificando a fé no mistério pascal e na ressurreição dos mortos.

VII – CANTO E MÚSICA NA LITURGIA

“O Apóstolo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembléia para aguardar a

vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3,16), pois o

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canto constitui um sinal de alegria do coração (cf. At 2, 46). (...) Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da missa, tendo em vista a índole dos povos e

as possibilidades de cada assembléia litúrgica”62.

Conforme orientação do Concílio Vaticano II, a música apropriada à liturgia é aquela que está mais intimamente integrada à ação litúrgica e ao momento ritual ao qual ela se

destina63.

A música litúrgica expressa o mistério de Cristo e a sacramentalidade da Igreja. O gesto sacramental de cantar “a uma só voz” pressupõe a participação ativa, interior, consciente, frutuosa, plena de todo o povo sacerdotal congregado no Espírito Santo,

durante a ação litúrgica.

1. Critérios para a criação e escolha do repertório litúrgico

A criação de um repertório bíblico-litúrgico pressupõe o cumprimento de alguns

critérios básicos a saber:

1. os textos dos cantos sejam tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e das fontes litúrgicas64; sejam poéticos, evitando explicitações desnecessárias, moralismos,

intimismos, chavões; 2. as melodias sejam acessíveis à grande maioria da assembléia, porém, belas e

inspiradas; 3. sejam evitados melodias e textos adaptados de canções populares, trilhas sonoras de

filmes e de novelas; 4. seja levado em conta o tipo de celebração, o momento ritual em que o canto será

executado65 e as características da assembléia;

5. sejam respeitados os tempos do ano litúrgico e suas festas66;

6. seja considerada a cultura do povo do lugar67;

7. sejam levadas em conta as dimensões comunitária, dialogal e orante nos textos e nas melodias.

2. ‘Ministérios’ litúrgico-musicais

Os compositores (letristas e músicos), cantores, salmistas, instrumentistas, animadores exercem um verdadeiro ministério litúrgico68. Como parte integrante da

assembléia, os diversos ministérios devem contribuir para que esta porção do povo de Deus participe ativa e plenamente da celebração. Os ministros do canto e da música devem,

juntamente com todo o povo reunido, louvar o Senhor de todo o coração e crescer

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espiritualmente, deixando-se santificar pelo Espírito do Senhor que atua poderosamente na celebração litúrgica69.

O desempenho eficaz dos ministérios na ação litúrgica pressupõe, necessariamente, a inclusão e a integração de todas as pessoas ligadas ao serviço de

animação litúrgico-musical, na equipe de liturgia.

2.1. Ministério dos compositores (letristas e músicos)

O(a) compositor(a), antes de tudo, deve estar engajado(a) na comunidade eclesial.

Só assim poderá compor uma música que brote da cultura musical do povo, do qual provêm os participantes da assembléia celebrante.

O exercício deste ministério pressupõe o conhecimento da liturgia e, especificamente, da função ministerial de cada canto na ação litúrgica e dos critérios

elencados acima. Os textos e melodias destinados a cada momento da celebração litúrgica devem expressar-se em linguagem poética, mística, dialogal e orante.

2.2. Ministério do grupo de cantores ou coral

O coral consiste num grupo de cantores escolhidos em uma comunidade e dirigidos

por um mestre. O grau de especialização técnica de um grupo dessa natureza varia de acordo com conhecimento técnico-musical dos cantores e de seu regente.

Sua função é prestar um serviço ou ministério litúrgico em benefício da comunidade. O critério fundamental para definir o coro litúrgico não é o repertório, mas sua função

litúrgica que é “garantir a devida execução das partes que lhe são próprias, conforme os vários gêneros de canto, e auxiliar a ativa participação dos fiéis no canto”70.

A própria colocação do coro (lugar dos cantores) deve mostrar a sua real natureza e função. Este grupo, especializado ou não, nada mais é do que uma porção da assembléia

dos fiéis em cujo nome desempenha um papel litúrgico particular. Seu melhor lugar é próximo à assembléia, não de costas para ela, voltado para o altar, à direita ou à esquerda,

em lugar visível e cômodo, fora do presbitério; de modo que os cantores possam desempenhar bem sua função e mais facilmente ter acesso à mesa eucarística71.

2.3. Ministério do salmista

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Mais do que simplesmente cantar, o(a) salmista deve “proclamar”72 o salmo no

ambão, pois ali é o lugar de onde Deus dirige sua Palavra ao povo reunido73.

Como o salmo responsorial constitui uma resposta da assembléia (com a própria Palavra de Deus), é fundamental uma perfeita sintonia entre o(a) salmista e a assembléia.

Esta sintonia pressupõe uma atitude espiritual (integração do corpo-mente-coração) de quem canta o salmo para que seu conteúdo atinja a todos de forma plena e frutuosa.

Mais do que nunca, quem exerce o ministério de salmista deve obter uma formação técnica e litúrgico-musical adequada. Eis os principais aspectos desta formação74:

l formação bíblico-litúrgica - aprofundar o sentido literal e cristológico dos salmos; estudar cada salmo em sua relação com a primeira leitura e com o projeto de

salvação de Deus. l formação espiritual - saber orar com o salmo, saboreá-lo como Palavra de Deus para

nossa vida atual; saber cantar de forma orante; l formação musical - saber usar a voz de forma adequada, com boa dicção e até

mesmo saber ler uma partitura simples; aprender as melodias dos salmos responsoriais; saber se entrosar com os instrumentos musicais que eventualmente

acompanham o canto do salmo; l formação prática: saber manusear o Lecionário e o Hinário Litúrgico; saber em que

momento subir ao ambão, como se comunicar com a assembléia, como usar o microfone; conhecer os vários modos de se cantar o salmo.

O(a) salmista jamais deve substituir o salmo responsorial por outro canto. Se, porventura, não puder cantá-lo, que o recite alternando com o refrão do povo75.

2.4. Ministério dos instrumentistas

A Instrução sobre a Musicam Sacram(1967), além de reconhecer a utilidade e a

importância dos instrumentos musicais na liturgia, apresenta-nos também suas principais funções: sustentar o canto, facilitar a participação, criar a unidade da assembléia76.

Efeitos negativos podem ser causados pelo mau uso dos instrumentos, por exemplo:

1. o excessivo volume - além de dificultar a compreensão dos textos, inibe a participação da assembléia no canto;

2. a postura de quem toca - às vezes passa a impressão de um “show” para a

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assembléia; 3. o toque em momentos inoportunos – sobre isto, a Instrução adverte: “calem-se quando o sacerdote ou o ministro pronunciam em voz alta algum texto, por força de

sua função própria”77.

Quanto aos solos instrumentais - tomando como referencial a liturgia eucarística – a mesma Instrução prevê quatro momentos adequados para este tipo de música: no início,

durante a procissão de entrada do presidente e demais ministros; enquanto se faz a procissão e a preparação das oferendas; à comunhão e no final da missa 78.

Qualquer instrumento pode ser utilizado na liturgia, contanto que a maneira de tocá-lo corresponda à sua finalidade primeira que é favorecer a participação ativa e frutuosa da

assembléia, sustentando o seu canto79.

2.5. Ministério dos regentes ou animadores

A Instrução Geral sobre o Missal Romano nos lembra: “Convém que haja um cantor

ou regente de coro para dirigir e sustentar o canto do povo. Mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do

povo”80.

Nesta orientação, está implícita a dimensão sacramental do canto da assembléia litúrgica: a unidade das vozes expressa a unidade da Igreja congregada no Espírito Santo

que, sob a ação do mesmo Espírito entoa o “canto novo” diante do trono do Pai e do Cordeiro (cf. Ap 5,9).

Não resta dúvida, portanto, sobre a importante função do(a) regente ou animador(a) do canto na celebração litúrgica e da responsabilidade de cada Igreja no cuidado da

formação técnica e litúrgico-musical de quem exerce este ministério81.

Vejamos, a seguir, alguns lembretes básicos a serem observados pelo(a) regente ou animador(a) de canto82:

1. mostrar-se sumamente respeitoso(a) com as pessoas, acolhendo-as com um semblante pascal, inspirando-lhes confiança, serenidade e segurança;

2. manter, ao longo de toda a ação litúrgica, a “atitude espiritual”: o gesto corporal, o sentido teológico-litúrgico do mesmo gesto e a dimensão afetiva devidamente

integrados83;

3. estar em lugar bem visível por toda a assembléia, pelos instrumentistas, bem como pelo coral ou grupo de cantores;

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4. ter as mãos livres, se necessário, usar uma estante de apoio para o livro e/ou partituras;

5. estar em sintonia com os diversos ministérios: presidência, leitores, salmista, instrumentistas, grupo de cantores, equipe de celebração e assembléia;

6. cuidar para que o volume dos instrumentos musicais e dos microfones não se sobreponha ao canto da assembléia;

7. ensaiar as partes que cabem à assembléia, tais como: refrãos, aclamações, cantos do “ordinário da missa” etc., antes do início de cada celebração;

8. reservar um momento de silêncio entre este breve ensaio e o início da celebração; 9. cuidar da dignidade da própria veste e da postura do corpo;

10. em momentos de ensaios propriamente ditos, é bom observar o seguinte84:

¡ iniciar o ensaio pedindo à assembléia que, enquanto se canta, ela acompanhe silenciosamente, escutando bem a melodia e lendo o texto, sobretudo quando se

trata de um canto desconhecido; ¡ quando a comunidade já estiver acompanhando, elogiá-la;

¡ nunca se deve dizer que tal ou qual canto é difícil ou feio, predispondo negativamente a assembléia;

¡ quando oportuno, é bom fazer uma brevíssima introdução, antes de iniciar o ensaio de um canto, destacando o que há de mais importante em seu texto e a

sua função litúrgica; ¡ durante o canto, fazer gestos básicos de regência;

¡ a expressão facial deve ser sempre alegre, incentivadora; ¡ ter sempre em mente que a base para se cantar bem está na respiração e que

uma das funções do(a) regente é ensinar a cantar. Não se canta apenas com a boca, mas com todo o ser.

O(a) regente ou animador(a) do canto, conhecendo o real sentido do exercício de seu ministério e observando estas orientações, evitará certas atitudes incompatíveis com a

índole da liturgia, por exemplo, certos “estrelismos”, como a utilização inadequada da função para projetar e exibir vaidades pessoais. Nestes casos, as celebrações se

transformam em verdadeiros “shows” e distanciam-se de sua real identidade.

A liturgia é ação do povo de Deus reunido. Todos os ministérios exercidos ali têm por finalidade levar a assembléia à participação ativa, plena e frutuosa. Todos são atores.

Nenhum ministério seja exercido para, mas com a assembléia.

3. O canto e a música nos tempos do ano litúrgico

O canto e a música devem expressar o mistério pascal de Cristo, de acordo com

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o tempo do ano litúrgico e suas festas85. Segue uma breve orientação sobre o repertório litúrgico correspondente, de acordo com o Hinário Litúrgico da CNBB.

3.1. Cantar o Advento do Senhor

No início do ano litúrgico, ao longo de quatro semanas, a Igreja entoa um canto de

vigilante, amorosa e alegre espera da vinda do Senhor, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-conosco. Este canto, antes entoado pelos profetas, João Batista e Maria continua

ressoando no seio da Igreja que clama: “Vem, Senhor, nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz”86.

3.2. Cantar o Natal do Senhor

Neste tempo, cantamos, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os

tempos, o mistério da encarnação (Natal) e da manifestação (Epifania) do Verbo de Deus, do Príncipe da Paz, do Emanuel Deus-conosco. Os pobres, ao nos ouvirem,

acorrerão pressurosos até o presépio. A boa notícia é sobretudo para eles, embora seja de alegria para todos os povos87: “A luz resplandeceu em plena escuridão...”; “Vimos sua

estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor”88.

3.3. Cantar a Quaresma

Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do

mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo. É um canto de penitência e conversão, um canto sem

“glória” e sem “aleluia”, um canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto “das profundezas do abismo” em que nos colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito penitente de quem implora e suplica: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e

conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniqüidade” (Sl 50)89.

O hino da Campanha da Fraternidade de cada ano explicita o compromisso dos fiéis na vivência concreta da quaresma. Ele pode ser entoado em algum momento da

homilia – o que facilitaria a vinculação da liturgia da Palavra com o “chão” da vida (tema da

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CF) - ou nos ritos finais, no momento do “envio”.

3.4. Cantar o Tríduo Pascal

Nestes três dias, vivenciamos, de forma condensada, o mistério pascal de Cristo

que se desdobra nas celebrações do “Tríduo Sacro” de sua morte, sepultura e ressurreição.

O canto de abertura da Missa na Ceia do Senhor - “Quanto a nós devemos gloriar-nos na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo que é nossa salvação, nossa vida, nossa esperança de ressurreição...” – nos dá o “tom” do que será explicitado ao longo da

celebração: é na glória dessa cruz que brilha o mandamento do amor (lava-pés); é no brilho dessa cruz que resplandece o sacramento do amor (eucaristia); é no resplendor dessa cruz

que podemos cumprir o pedido do Mestre: “fazei isto em memória de mim”.

Na celebração da Paixão do Senhor, cantamos a confiança do Servo Sofredor que se entregou, sem reservas, nas mãos d’Aquele que o pode livrar “do poder do inimigo e do

opressor” (Sl 30, 16) e aguarda com ânimo forte e resistente a sua salvação. Abandonando-nos com Cristo nas mãos do Pai, cantamos a esperança da vitória de seus fiéis seguidores,

os “crucificados” de nossos dias.

Na noite do Sábado, cantamos o esplendor de uma luz que jamais se apagará. Proclamamos as maravilhas de Deus que nos libertou das trevas da morte e nos devolveu a

vida. Revigoramos nosso compromisso batismal. E, enquanto nos alimentamos da ceia eucarística cantamos: “Celebremos nossa páscoa, na pureza, na verdade. Aleluia!”90.

3.5. Cantar a Páscoa do Senhor

O canto da Igreja no Tempo Pascal é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua glória, sua vitória sobre a morte. O “aleluia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser com ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já

se passaram, somos nascidos de novo!”91.

3.6. Cantar o Tempo Comum

O tempo comum – o mais extenso do ano litúrgico – nos possibilita desfrutar de

outros aspectos da vida e da missão de Jesus e seus discípulos, que não são contemplados nos tempos do Natal e da Páscoa. Cada domingo do tempo comum tem o

sabor de “páscoa semanal”. O Hinário Litúrgico – 3 traz um rico repertório que acompanha o

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conteúdo central do evangelho de cada domingo, sobretudo nos versículos das aclamações ao evangelho e nos refrãos dos cantos de comunhão92.

3.7. Cantar as solenidades e festas

Embora, ao longo de todo o ano litúrgico, a Igreja celebre o mesmo mistério de Cristo, no decorrer da história foram sendo agregadas ao calendário litúrgico outras

celebrações do Senhor e de seus santos e santas.

* Celebrações do Senhor

Apresentação do Senhor no Templo (2 de fevereiro);

Anunciação do Senhor (25 de março).

Santíssima Trindade (domingo depois de pentecostes);

Transfiguração do Senhor (6 de agosto);

Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro);

Cristo, Rei do Universo (último domingo do T. Comum).

* Outras celebrações:

Maria (Mãe de Deus, Assunção, Imaculada Conceição, Aparecida);

Santos (Natividade de S. João Batista, São Pedro e São Paulo Apóstolos, Todos os santos);

Dedicação da Basílica do Latrão;

Comemoração dos fiéis defuntos93.

4. Canto e música para os demais sacramentos e sacramentais

A Instrução sobre a Música Sacra, dentre outras coisas, nos recomenda que na

medida do possível, celebrem-se com cantos os sacramentos e sacramentais de maior importância na vida de toda a comunidade paroquial, como o Batismo, a Confirmação, as

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Ordenações, o Matrimônio, a Dedicação de uma Igreja ou de um altar, as Exéquias etc. Ela adverte-nos para atentamente cuidarmos para que, sob o pretexto de solenidade,

nada se introduza de meramente profano ou menos condizente com o culto divino, principalmente na celebração do matrimônio94.

Os textos dos cantos sejam inspirados na Sagrada Escritura e nas fontes litúrgicas95. Cada canto ou música seja executado de acordo com sua função ministerial, ou seja, no

momento ritual específico de cada celebração96.

VIII. Ministérios Litúrgicos

A liturgia como ação de Cristo e da Igreja, “que atinge a cada um dos seus

membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da participação atual” (SC 26), é uma ação ministerial. Pelo exercício dos ministérios e funções, todos os membros de uma assembléia contribuem, cada um a seu modo, e em base aos dons e

carismas recebidos, para a edificação do corpo eclesial, “sacramento de unidade” (cf.1Cor 14,5; Ef 4,12).

A ação litúrgica e a participação ativa da assembléia são servidas por ministérios e

serviços multiformes, que o Espírito suscita em sua Igreja.

3.1. Os ministérios Ordenados

São ministérios exercidos pelo bispo, pelo presbítero e pelo diácono. Situam-se no

horizonte da unidade, da animação, da coordenação e da presidência da comunidade97 e das ações litúrgicas (cf. IGMR 92-95).

3.2. Os ministérios instituídos

“O acólito é instituído para o serviço do altar e para auxiliar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, e, se necessário,

distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é ministro extraordinário”98.

“O leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as intenções para a oração universal e, faltando o

salmista, proferir o salmo entre as leituras”99.

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3.3. Os ministérios confiados

São os ministérios conferidos a um membro da comunidade, por meio de um gesto litúrgico simples ou por alguma forma canônica100. Segundo as orientações da CNBB, “onde

a necessidade da Igreja o aconselhar, podem também os leigos, na falta de ministros, mesmo não sendo leitores ou acólitos, suprir alguns de seus ofícios, a saber, exercer o ministério da Palavra, presidir às orações litúrgicas, administrar o Batismo e distribuir a

sagrada comunhão”101, assistir os matrimônios como testemunhas qualificadas102.

3.3.1. Ministros extraordinários da sagrada Comunhão

Os ministros extraordinários da sagrada Comunhão, homens e mulheres, prestam

um serviço litúrgico e de caridade. Segundo o testemunho dos Santos Padres, este ministério existe desde a antiguidade103. Estes ministros assumem a presidência e

distribuem a sagrada Comunhão nas Celebrações da Palavra104; ajudam a distribuir o Pão Eucarístico em assembléias numerosas105; levam a Comunhão aos enfermos e, em caso de

necessidade, administram o Viático106; na ausência do padre ou diácono, expõem o Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis e o repõem sem dar a bênção; por vezes,

acompanham os velórios e oficiam as exéquias; dão a bênção aos idosos e doentes107.

O bispo local “tem a faculdade de permitir a cada um dos sacerdotes, no exercício do sagrado ministério o poder de designar uma pessoa idônea, a qual, nos casos de

verdadeira necessidade, distribua a sagrada Comunhão ad actum”108.

Quem recebe o ministério de acólito já está habilitado para as funções de ministro extraordinário da Sagrada Comunhão109. O Rito para conferir o Ministério Extraordinário da

distribuição da Sagrada Comunhão encontra-se no Pontifical Romano.

O fiel a ser escolhido como ministro extraordinário da sagrada Comunhão deve distinguir-se pela vida cristã, pela fé e bons costumes e ter sido devidamente instruído para

exercer tão nobre ministério110. Convém que os ministros extraordinários da sagrada Comunhão mantenham postura digna durante a celebração. Se permanecerem no presbitério, ajudem o presbítero ou o diácono na preparação das ofertas. Antes de

distribuírem a sagrada Comunhão, purifiquem as mãos e, depois da comunhão, auxiliem na purificação dos vasos sagrados na credência.

3.3.2. Ministros extraordinários do Batismo

Onde a necessidade da Igreja o aconselhar, podem os leigos, homens e mulheres,

na falta de ministro ordinário, ou estando ele impedido, administrar o batismo, na qualidade

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de ministros extraordinários (Cân. 230§3). No capítulo IV do Ritual do Batismo de Crianças, encontra-se o rito a ser usado por ministro (a) extraordinário (a) do batismo. Cabe

ao bispo diocesano definir critérios sobre a necessidade deste ministério (Cân 861) bem como instituí-lo em sua diocese. Os documentos da Igreja alertam para que se tome

cuidado com interpretações por demais extensivas e se evite conceder essa faculdade de forma habitual. Segundo essas orientações, não constituem razões suficientes para se

conceder este ministério, o excessivo trabalho do ministro ordinário, sua não residência no território da paróquia, tampouco sua não disponibilidade no dia previsto pela família111.

O ministro extraordinário do batismo deve estar preparado para a celebração desse sacramento, o que significa saber o que é o batismo, com suas implicações de preparação e de compromisso futuro, assim como viver sua adesão a Jesus, dando testemunho dele.

Se ele está convicto do valor do batismo, vai realizá-lo com seriedade e com alegria, pela felicidade de estar diante do mistério de uma vida nova em Jesus Cristo.

Tudo deve ser feito e falado com tranqüilidade e clareza, em vista da boa participação de todos.

É muito importante o acolhimento a ser dispensado aos pais, padrinhos e participantes, que seja um acolhimento fraterno e amigo, pelo nascimento do novo irmão ou

irmã na comunidade.

A postura do ministro e sua fala devem lembrar que toda a comunidade está ali, representada por ele e por mais alguns participantes. O fato de o ministro agir com uma

equipe já é fator positivo nesse sentido.

3.3.3. Testemunhas qualificadas do Matrimônio

Este ministério pode ser concedido a leigos, homens e mulheres, somente em

casos de grave falta de ministros ordenados. A delegação é feita pelo Bispo depois de ter obtido o voto favorável da Conferência Episcopal Nacional, ou seja da CNBB, e a

necessária licença da Santa Sé. Nem padre nem diácono, em nenhuma circunstância, podem autorizar um fiel não ordenado a exercer este ministério.

Embora seja testemunha qualificada do matrimônio, o titular deste ministério não tem a faculdade de conceder as dispensas previstas no Cânon 1079 § 1 e 2.

A testemunha qualificada do matrimônio deve ser sob todos os pontos de vista uma pessoa digna, preparada intelectualmente e que não tenha nenhum desejo de obter

proveito pessoal com este ministério; tenha capacidade de preparar os futuros esposos e

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tenha condições de presidir a celebração de modo tal que apareça o significado espiritual do sacramento.

Geralmente muitos elementos festivos acompanham a celebração, mas eles nunca devem encobrir a nobre simplicidade dos gestos litúrgicos. O ministro, portanto, não pode

se prender àqueles detalhes: flores, roupas, etc. Quem dera tudo isso expressasse a consciência e alegria do mistério celebrado.

O ministro deve falar com clareza e tranqüilidade a sua mensagem. Não seja moralista, mas irmão e amigo. É importante que os noivos e os convidados sintam que o

ministro é uma pessoa realizada e que, de coração sincero, deseja aos noivos toda a felicidade que Deus quer para eles.

Os participantes devem perceber, pela fala e pelos gestos do ministro, que ele faz parte de uma equipe. Isto será um indício do papel que a comunidade de fé tem na

celebração do matrimônio.

3.3.4. Ministros da presidência da Celebração Dominical da Palavra

Também o(a) leigo(a) que preside uma celebração litúrgica é sinal de Cristo-cabeça

da Igreja.

Mas existe igualmente um motivo prático para este ministério: a coordenação dos diversos elementos da celebração dominical da Palavra exige um serviço de presidência.

Os diáconos são os primeiros indicados para exercer este ministério. No entanto, todo cristão, homem ou mulher, por força do seu batismo e confirmação, pode assumir

legitimamente este serviço. Dentre os não ordenados, os acólitos e os leitores, instituídos para o serviço do altar e da Palavra de Deus, têm preferência. Devem ser escolhidos tendo

em atenção as suas qualidades de vida em consonância com o Evangelho e a sua aceitação pela comunidade, à qual devem ser apresentados em celebração especial.

Devem ter um mandato especial do Bispo, que deve dar as indicações oportunas sobre a duração, o lugar e as condições112.

Cada um dos gestos e palavras, o tom da voz e a atitude de quem preside a celebração da Palavra devem revelar a ternura do Espírito, de quem recebeu o dom para

atuar na assembléia de irmãos. Como presidente, sua função é ajudar o povo a tomar parte de cada ação litúrgica e a viver interiormente o sentido de cada uma delas, não com

discurso, mas fazendo bem e colocando alma naquilo que faz. Sua principal tarefa é tecer relações entre Deus e seu povo, entre os ministérios e a comunidade celebrante, fazendo

das pessoas reunidas uma assembléia, uma comunidade participante, um povo que exerce

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o seu sacerdócio. Assume espiritualmente a atitude de Jesus que veio para servir e não para ser servido. O serviço da presidência na celebração dominical da Palavra pode

admitir mais de uma pessoa (co-presidência), mas que fique evidente aquele que é sinal de Cristo-Cabeça, os outros são como que auxiliares. "Isso não significa que essa pessoa deva falar o tempo todo ou comentar tudo aquilo que os outros ministros fazem... Não!

Trata-se mais de uma atitude e de um olhar: de atenção amorosa, de `peso`, de autoridade (que é o oposto de autoritarismo), de responsabilidade, de oração (estar constantemente

ligado com Deus), de sóbria alegria, de cuidado com a participação de toda a comunidade"113.

Compete a quem preside, na abertura, o sinal da cruz, a saudação em nome de Jesus, a exortação ao mistério do dia, o convite para a recordação da vida, o ato penitencial

e o glória (se houver), o convite para a oração e a oração; na liturgia da Palavra, a exortação para a escuta da Palavra, a proclamação do Evangelho, a partilha da Palavra na

homilia, o convite e a conclusão da oração dos fiéis; na ação de graças, a louvação e a bênção (quando há alimentos), o convite para o abraço da paz; o convite ao Pai-nosso, a

distribuição da comunhão junto com os demais ministros da comunhão; nos ritos finais, a oração depois da comunhão ou da partilha dos alimentos, o convite para a vivência da

semana, a saudação final, a bênção e a despedida.

3.4. Outras funções ministeriais

Outros ministérios que não são instituídos, mas que podem ser um serviço litúrgico

de forma estável ou ocasional, são: coroinhas, leitores, salmistas, grupo de cantores, instrumentistas, regente do coral ou do canto, sacristães, animador (comentarista), os que

fazem as coletas na igreja, recepcionistas, mestre de cerimônias. Além destes ministérios e serviços, inúmeros homens e mulheres assumem, na celebração, serviços espontâneos

que a tornam mais participada114.

IX - O ESPAÇO CELEBRATIVO

O primeiro espaço a ser cuidado, o espaço por excelência, são as pessoas. Quando

os cristãos ainda não possuíam locais para as suas celebrações, mas celebravam nas casas, os santos padres faziam questão de lembrar aos fiéis que o templo não são os

muros, mas as pessoas. Nos primeiros séculos do cristianismo, as casas onde os cristãos se reuniam se chamavam “domus eclesiae”, a casa da Igreja.

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O batismo nos torna templos sagrados. Fomos ungidos e consagrados pelo Espírito para formar um só corpo em Cristo. “Este povo santo, reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é a Igreja ou templo de Deus, construído de pedras vivas, onde o Pai é adorado em espírito e verdade”115. Esta realidade deve manifestar-se também materialmente no espaço ocupado pela comunidade reunida. Na disposição e na organização do espaço,

na relação que criamos entre as pessoas e os vários ministérios desempenhados na celebração, é possível mostrar essa unidade. Nas igrejas, precisamos, portanto, evitar

qualquer coisa que sugira separação e isolamento: colunas, tribunas, excesso de degraus.

1. Átrio

O cuidado para que cada pessoa se sinta bem, seja bem acolhida, demanda uma série de serviços e espaços. A entrada ou átrio tem a função de acolher, recepcionar,

preparar, predispor, informar, fazer a transição. Neste átrio, um mural, com cartazes, avisos, fotos das atividades pastorais, das ações caritativas que a celebração suscita e a

comunidade promove, uma frase do Evangelho do dia, contribui para introduzir no mistério celebrado.

2. O lugar da assembléia

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). “Reunidos, como comunidade celebramos o mistério pascal para tornar-nos, cada vez mais verdadeiramente o que os batizados nunca deixamos de ser: o corpo eclesial de

Cristo”116.

A assembléia deve manifestar-se o mais unida possível, sem separações ou barreiras que a impeçam de ver, de escutar, de participar ativamente, de se mover e

realizar as procissões previstas pelo próprio rito.

A forma radial (ao redor de) ajuda a comunidade a participar melhor. Os bancos ou cadeiras acomodem bem as pessoas. Acomodar significa também respeitar as pessoas com necessidades especiais: mães com crianças de colo, mulheres grávidas, pessoas

portadoras de deficiências e idosos.

É preciso também prever acomodação para os que desempenham alguma função ou ministério litúrgico: presidente, diáconos, leitores, salmista, acólitos ou coroinhas, os que

sustentam o canto e os músicos (cf. IGMR 311).

Os músicos e cantores são parte integrante da assembléia117. Geralmente, a equipe de canto e os músicos ficam na frente, próximo ao presbitério. Chamados a participar

juntamente com toda a assembléia, eles se colocam voltados para o lugar onde acontecem as ações rituais: ambão, altar, cadeira da presidência, fonte batismal, e nunca de frente

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para a assembléia como se estivessem se apresentando.

A posição que cada um ocupa no espaço celebrativo não enfatiza condições de maior ou menor dignidade, mas realça a função e o serviço que cada um é chamado a

desempenhar e colabora para que todos se sintam participantes e não meros espectadores de uma ação realizada por alguns.

3. O lugar da presidência

Todo o espaço manifeste que somos um povo convocado por Deus, no Espírito, sob a presidência de um ministro ordenado. “O celebrante principal da Eucaristia é o próprio

Cristo; ele está visível no ministro ordenado, sacramento do Cristo cabeça, e na assembléia seu corpo eclesial”118.

A cadeira do presidente manifesta a sua função: presidir a assembléia e dirigir a oração. Deve, por isso, estar num lugar que facilite a comunicação, que seja visível e não

se pareça com um trono (cf. IGMR 310).

Quando a cadeira estiver situada atrás do altar, é bom observar se há necessidade de um pequeno estrado para elevá-la um pouco, de forma que se possa ver o presidente.

Pode ser colocada também numa lateral, mas nunca na frente do altar.

A forma e o material da cadeira criem uma unidade com o altar e o ambão. Não são indicadas para o espaço litúrgico cadeiras comerciais, feitas em série, que combinam com

mesas de sala de jantar, mas não combinam com as peças litúrgicas. As cadeiras com almofadas são indicadas para os climas frios.

Para realçar a unidade, é bom que a cadeira do presidente nunca esteja isolada, sozinha, mas ladeada pelos assentos dos concelebrantes, diáconos e demais ministros.

Convém que, antes de ser destinada ao uso litúrgico, que se faça a sua bênção119.

4. O lugar da Palavra

O ambão é a mesa da Palavra assim como o altar é a mesa da Eucaristia. “Quando se lêem as escrituras na missa é o próprio Cristo que fala (SC 7). “A força sacramental da

palavra na Liturgia faz acontecer aquilo que anuncia; realiza nossa transformação pascal”120.

“A dignidade da Palavra de Deus requer um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte a atenção dos fiéis, no momento da liturgia da Palavra. De modo geral convém que seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. Seja colocado no espaço de forma que os leitores possam ser vistos e ouvidos com facilidade. Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal;

também se podem proferir a homilia e a oração dos fiéis” (IGMR 309).

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O ambão, segundo a tradição cristã, faz referência ao sepulcro vazio, ao lugar da Ressurreição e do anúncio do Cristo vivo. Ao lado dele, no Tempo Pascal e quando há celebrações de Batismo e Crisma, se coloca o símbolo de Cristo Ressuscitado, o Círio.

Para isso, haja espaço suficiente para um belo candelabro e, se for oportuno, em algumas circunstâncias, um arranjo floral. Em outras oportunidades se pode também colocar a

Menorá (candelabro de sete braços).

Não há nenhuma norma que estabeleça qual o local mais adequado para o ambão. A sensibilidade litúrgica aliada à estética fará encontrar o melhor lugar para situá-lo.

Algumas Conferências Episcopais incentivam que se pense o ambão também fora do presbitério, próximo da assembléia, como testemunha a tradição litúrgica.

A procissão que o diácono faz, ladeado pelos acólitos, com incenso e velas, durante o canto de aclamação, carregando o Evangeliário, que até este momento deve estar sobre o altar, perde o sentido e a beleza se a distância entre o altar e o ambão for muito pequena.

É de suma importância recuperar a identidade deste “lugar” do anúncio da Palavra dentro do espaço celebrativo.

5. O lugar do sacrifício e da ceia

“O altar, onde se torna presente o sacrifício da cruz sob os sinais sacramentais, é também a mesa do Senhor na qual o povo de Deus é convidado a participar por meio da missa; é ainda o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia” (IGMR 296).

Convém que, em toda a igreja, exista um altar fixo que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, pedra viva (1 Pe 2,4; cf. Ef 2,20) (Cf. IGMR 298).

O altar dentro da igreja goza da mais alta dignidade, merece toda honra e distinção, pois nele se realiza o mistério Pascal de Cristo, do qual é símbolo por excelência.

O altar é identificado com o próprio Cristo em diversas orações do Ritual de Dedicação das igrejas. Por exemplo: “Santifique o Senhor com o seu poder este altar, que mediante o nosso ministério é ungido com o crisma; seja sinal visível do mistério de Cristo,

que se ofereceu ao Pai pela vida do mundo” 121.

Na consagração, ele é aspergido, ungido, incensado e vestido. São os mesmos gestos e ações simbólicas realizados no batismo. Isto denota que o altar goza da maior

dignidade e que de fato ele é o ponto de convergência, o centro das ações litúrgicas. Por isso, em sinal de reverência os presbíteros e os diáconos beijam o altar no início e no fim de

cada celebração.

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Pela sua dignidade e valor simbólico, o altar não pode ser um móvel qualquer ou uma peça sem expressão, mas precisa ser nobre, belo, digna, plasticamente elegante.

Nada se sobrepõe ao altar. Ele pode ser realçado com a toalha, as velas, a cruz processional, as flores. Todos estes elementos devem enfatizar a sua nobreza e

sobriedade, sem escondê-lo ou dificultar as ações litúrgicas.

Os castiçais com as velas, a cruz processional, as flores sejam preferivelmente colocados ao lado, deixando a mesa livre para que apareçam os sinais sacramentais do pão e do vinho. A toalha, caindo somente nas laterais, sem esconder totalmente o altar,

pode ser colocada para a celebração da Eucaristia dando ênfase ao banquete que o Senhor nos prepara. Durante o dia, o altar pode permanecer desnudo ou com “trilho” na cor litúrgica

do tempo.

Quando houver necessidade, o altar pode situar-se em nível superior ao da assembléia, porém que o excesso de degraus não crie uma barreira ou a sensação de

palco. Cuide-se que esteja próximo do povo, de forma que permita boa visibilidade e facilite o diálogo do presidente com a assembléia. O espaço imediato ao seu redor esteja livre de

degraus, permitindo, por exemplo, que ao ser incensado possa ser circundado com desenvoltura, sem que o presidente tenha que cuidar para não cair ou tropeçar.

Na confecção do altar, usar materiais naturais (pedra, madeira maciça, ferro etc.) e formas simples (quadrado, redondo, ovalado). Esses materiais e formas nunca sejam

superados por modismos, pois eles são simbólicos, não havendo necessidade de agregar-lhes outros símbolos. Na tradição cristã, o altar nunca foi muito grande nem muito alto. A

altura ideal varia de 90cm a 1m. O importante é que possa ser circundado por todos.

6. O lugar do batismo.

O lugar da fonte batismal deve ser pensado em conjunto com os outros espaços, manter sempre a conexão com o espaço da celebração eucarística, mas não colocado no presbitério. O costume de colocar a fonte batismal próxima da entrada também é válido, contanto que favoreça a participação da comunidade e os deslocamentos necessários

durante o rito não sejam dificultados. O ritual do batismo fala da fonte batismal com água natural e limpa. Dependendo das condições do lugar, a água pode ser aquecida122.

“O batistério ou lugar onde a fonte batismal jorra água,... deve ter tal amplitude, que possa conter o maior número possível de pessoas presentes. Encerrado o tempo da

Páscoa, é conveniente conservar-se o círio pascal em lugar de honra dentro do batistério, de maneira que nele se possam com facilidade acender as velas dos batizandos na

celebração do batismo”123.

Convém valorizar também os santos óleos e destinar-lhes um lugar adequado.

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Pode ser pensada uma pequena caixa com visor embutida na parede próxima à fonte batismal.

7. O lugar da reconciliação

“O sacramento da penitência, a não ser que haja justa causa, normalmente é celebrado na igreja ou oratório... cuide-se que haja sempre, em lugar visível confessionários

com grades fixas entre o penitente e o confessor, os quais possam ser usados livremente pelos fiéis que o desejarem”124. Também podem ser previstos locais que contemplem outras

modalidades: com a grade ou o contato direto.

O lugar da Reconciliação deve ser previsto dentro do conjunto da igreja como os demais espaços. Não pode ser uma simples caixa de madeira que se coloca aqui e acolá

sem relação com o conjunto arquitetônico. A reconciliação é a festa do retorno e por isso o espaço demanda boa iluminação, ventilação adequada e a necessária privacidade. É bom

que este espaço faça parte do corpo da igreja para que o sacramento manifeste a sua íntima ligação com a comunidade eclesial que aí se reúne.

8. O lugar da reserva eucarística

De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra na

igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração. Normalmente, o tabernáculo seja único, inamovível, feito de material sólido e inviolável, não

transparente, fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação (cf. IGMR 314).

A Capela do Santíssimo é na igreja um lugar apropriado para a oração pessoal. É preciso prever um acesso externo para que, quando a igreja estiver fechada, a Capela permaneça disponível e favoreça o encontro, silencioso e orante, das pessoas e dos

grupos.

O sacrário pode estar sobre um aparador, sobre base ou coluna ou embutido na própria parede. Para realçar o sacrário, a parede pode ser pintada com uma cor de

destaque ou revestida com um material que combine, evitando-se as cortinas. Perto do sacrário, é bom prever um apoio para que os ministros possam depor as âmbulas, enquanto o abrem e fecham. Haja uma lamparina permanentemente acesa, indicando a presença do

Santíssimo.

No sacrário, haja espaço apenas para a reserva eucarística necessária à comunhão dos doentes e à adoração dos fíéis, pois as hóstias distribuídas na missa devem, de

preferência, ser as consagradas na própria celebração eucarística.

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9. O lugar das imagens

As imagens, pinturas e vitrais não são meros enfeites para o espaço. Elas possuem uma função mistagógica. Ajudam-nos a compreender e a entrar no mistério que

celebramos.

Na tradição cristã, as imagens traduzem o que o próprio nome diz: são veículo para compreender o mistério de Deus. Por isso, no primeiro milênio não havia preocupação com

as formas, mas com o conteúdo revelado. Tudo devia conduzir e convergir para Cristo.

O Missal Romano recomenda que haja uma justa ordem na disposição das imagens e que não haja mais que uma do mesmo santo (cf. IGMR 318).

A figura do Cristo é sempre a principal. A imagem ou figura de Maria e do(a) padroeiro(a) vêm em segundo plano e sempre na perspectiva do Cristo e do seu mistério.

Isto deve contribuir na promoção de uma devoção que respeite a prioridade dos sinais sacramentais. As imagens e tudo o que compõe a iconografia tenham qualidade e

dignidade artísticas.

As imagens podem ser colocadas próximas à entrada, nas laterais do presbitério ou no corpo do espaço, próximas da assembléia. O centro do presbitério, a parede atrás do

altar, seja reservada para o Cristo que pode ser representado como crucificado, ressuscitado, bom pastor, transfigurado etc.

A disposição da Via-sacra seja organizada de modo a favorecer o percurso dos fiéis que querem rezar voltados para as diversas cenas representadas. Existe a possibilidade de

se colocar a Via-sacra também no jardim da igreja ou em espaços adjacentes.

10. Decoração

A decoração da Igreja deve manifestar o caráter festivo da celebração. As flores, as velas e as luzes devem colaborar para que as celebrações sejam de fato memória da

Páscoa de Jesus.

Os detalhes merecem cuidado especial, pois, nunca devem se sobrepor ao essencial. As flores, por exemplo, não são mais importantes que o altar, o ambão e outros

lugares simbólicos. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério.

11. As vestes litúrgicas

“Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se

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exteriormente pela diversidade de vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Importa que as próprias vestes sagradas contribuam

também para a beleza da ação sagrada” (IGMR 335). Há veste para o presbítero, para o diácono, para os leitores, para os ministros extraordinários da comunhão e para os

coroinhas ou os acólitos.

Convém que a beleza e nobreza de cada vestimenta decorram não tanto da multiplicidade de ornatos, mas do material usado e da forma (cf. IGMR 344). Os tecidos e as fibras naturais se prestam para esta função, pois têm uma boa caída e quase sempre

apresentam um aspecto de sobriedade.

“A veste litúrgica, com suas formas amplas, atenua e neutraliza a individualidade daquele que é vestido, para manifestar sua dignidade e sua função”125. Os jalecos e outras

vestes que marcam as formas do corpo são menos indicados para o uso litúrgico. Além disso, são vestes usadas por outros profissionais em tarefas não litúrgicas.

“As diferentes cores das vestes sagradas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o

desenrolar do ano litúrgico” (IGMR, 345).

“Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber:

1. o branco é usado nos Ofícios e nas Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos

os Santos (1º de novembro), de São João Batista (24 de junho), nas festas de São João Evangelista (27 de dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro) e da

Conversão de São Paulo (25 de janeiro); 2. o vermelho é usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no

domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas, nas celebrações dos Santos Mártires e na missa ritual

do Sacramento da Confirmação; 3. o verde se usa nos Ofícios e nas Missas do Tempo Comum;

4. o roxo é usado no tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis defuntos;

5. o preto pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis defuntos; 6. o rosa pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e

Laetare (IV da Quaresma); 7. em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres,

mesmo que não sejam da cor do dia.

No que se refere às cores litúrgicas, as Conferências dos Bispos podem

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determinar e propor à Sé Apostólica adaptações que correspondam às necessidades e ao caráter de cada povo” (IGMR 346).

12. Os vasos sagrados

“Entre as coisas necessárias para a celebração da Missa, honram-se especialmente os vasos sagrados e, entre eles, o cálice e a patena, onde se oferecem, consagram e

consomem o vinho e o pão” (IGMR 327).

A juízo da Conferência dos Bispos, com aprovação da Sé Apostólica, os vasos sagrados podem ser feitos também de outros materiais sólidos e considerados nobres em

cada região, por exemplo, o ébano ou outras madeiras mais duras, contanto que convenham ao uso sagrado. Neste caso, prefiram-se sempre materiais que não se quebrem nem se alterem facilmente. Isso vale para todos os vasos destinados a receber as hóstias,

como patena, cibório, teca, ostensório e outros do gênero (cf. IGMR. 329).

Para consagrar as hóstias, é conveniente usar uma patena de maior dimensão, onde se coloca tanto o Pão de quem preside como o de toda a assembléia (cf. IGMR331).

É conveniente que os utensílios assemelhem-se aos de uso cotidiano: patena mais parecida com prato, jarra e bacia ao invés de pequenas galhetas.

13. Sacristia

A sacristia faz parte do templo. Como o nome bem o diz, é “pequeno sagrado”, ou seja, extensão do santuário. Nela se guarda e se encontra tudo o que é necessário para as

celebrações e nela os ministros se paramentam e se preparam para a celebração.

Em igrejas maiores, o ideal é ter duas sacristias: a grande sacristia, localizada próxima à entrada da igreja ou em outro local, e a sacristia de apoio, perto do presbitério,

onde se encontra somente o necessário para a missa.

Esta divisão cria dois ambientes distintos, um de preparação e paramentação dos ministros, e outro, menor, com o material estritamente necessário para a celebração.

A grande sacristia terá um armário, com diversas divisões. Numa parte arrumam-se, de forma bem ordenada, os paramentos para os vários tempos litúrgicos: casulas, alvas,

cíngulos, túnicas, estolas, capas para asperge e bênção do Santíssimo, véu umeral, vestes dos demais ministros. Noutra parte do armário, colocam-se coisas menores como:

sanguíneos, corporais, manustérgios, palas, toalhas para o altar e para a credência. Noutra parte ainda, bem fechada, guardam-se: cálices, cibórios, patenas, relicários, sinos,

castiçais, crucifixos, aspersórios, turíbulos, naveta, incenso, ostensório, livros de oração, rituais, evangeliário, lecionários, santos óleos, missal, hóstias, galhetas.

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Na grande sacristia, pode haver também outro armário próximo a um tanque com vasos para flores, objetos afins e velas. Parte desse armário pode conter imagens, objetos

próprios da Semana Santa, presépio para o Natal etc.

Haja ainda, na grande sacristia, um banheiro e um local para lavar as mãos e também um local com tanque para a limpeza e a arrumação das flores.

É bom pensar num depósito para cadeiras, genuflexórios, tapetes, andores e outros objetos, para que não haja desleixo e os materiais não se estraguem.

A sacristia de apoio terá uma mesa, cadeiras e um armário com objetos próprios da celebração que vai se realizar.

Nas comunidades menores, uma sacristia é suficiente, porém precisa ser bem cuidada, limpa e ter o mínimo necessário. A sacristia faz parte do templo, por isso seja

harmoniosa e bem arrumada. Ela é lugar do respeito, do silêncio, da concentração para o presidente, os(as) ministros(as), os coroinhas e os demais participantes da equipe de celebração. O objetivo de uma sacristia é favorecer sempre a harmonia e a acolhida.

14. Igrejas Históricas

No Brasil, existem muitas igrejas construídas antes do Concilio Vaticano II que precisam ser adaptadas à liturgia atual sem, no entanto, descaracterizá-las ou depredá-las.

O Concílio nos orienta: “Revejam-se quanto antes juntamente com os livros

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sacros,...os cânones e os estatutos eclesiásticos que dizem respeito às coisas externas pertencentes à preparação do culto sagrado, principalmente quanto à digna e

funcional construção das igrejas, à forma e edificação dos altares, à nobreza, disposição e segurança do tabernáculo eucarístico, à funcionalidade e dignidade do batistério, bem como

a ordem razoável das sagradas imagens, da decoração e ornamentação. O que parecer menos conveniente à liturgia reformada seja emendado ou abolido; o que porém a

favorecer seja mantido ou introduzido” (SC 128).

Esta tarefa solicitada pela Igreja deve ser confiada a uma equipe de pessoas que tenham competência nas diversas áreas: litúrgica, pastoral, artística, museológica.

Os responsáveis para decidir sobre as adaptações, as reformas e construções são: o pároco, as Comissões diocesanas de Arte Sacra e o bispo (cf. SC 126).

Tudo o que pertence à Igreja não deve ser alienado ou vendido, mas deve ser conservado em local apropriado na igreja ou no museu diocesano de Arte Sacra.

Muitas peças antigas também podem servir para o uso litúrgico: turíbulos, castiçais, cruzes processionais etc.

A área do presbitério das igrejas históricas, tombadas ou não, deve aos poucos ser adaptada à liturgia e adquirir um caráter de estabilidade superando a idéia do provisório.

O altar-mor quase sempre possui um sacrário, que acaba ficando atrás do novo altar e nas costas de quem preside a celebração. Esta situação, em muitos casos, pode ser

resolvida transportando o sacrário para uma capela lateral ou então deixando-o no altar-mor, mas deslocando a cadeira da presidência para uma lateral e trazendo o novo altar bem

para frente, o mais próximo do povo possível.

A liturgia reformada resgatou o ambão que, na maior parte das igrejas antigas,

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inexiste. Os púlpitos nem sempre se prestam para serem adaptados como ambão, mas em certos casos pode ser uma solução. Para estas questões, é impossível ter receitas prontas. Elas devem ser estudados uma a uma. O que se deve fazer é confiar esta tarefa a

profissionais qualificados. Zelar pelo patrimônio não significa congelar o espaço, mas interferir nele com propriedade, adequando-o aos dias atuais e, ao mesmo tempo,

salvaguardando a histórica de fé e arte das nossas comunidades.

X – A PASTORAL LITÚRGICA

Pastoral litúrgica é o serviço para animar a vida litúrgica, levando em conta o contexto social, histórico, cultural e eclesial das comunidades, tendo em vista a participação ativa, consciente e plena de todos na celebração, para dela colherem os frutos espirituais.

A pastoral litúrgica, com a participação da comunidade ou de seus representantes, ocupa-se com a preparação, realização e avaliação das celebrações. Comporta uma

adequada organização da vida litúrgica em todos os níveis eclesiais e uma permanente formação litúrgica do povo, dos ministros e das equipes de liturgia.

As liturgias bem celebradas inserem as pessoas, através da ação simbólico-ritual,

na vivência do Mistério Pascal de Cristo. A pastoral litúrgica organiza-se tendo como referência os momentos fortes do Ano Litúrgico, festas dos padroeiros, acontecimentos

importantes da história da comunidade, celebração dos sacramentos, privilegiando o domingo como dia da ressurreição, da Palavra, da Eucaristia e da comunidade.

A pastoral litúrgica numa comunidade, paróquia ou diocese funciona com o auxílio de uma organização própria, provida de um plano de trabalho e um cronograma de

atividades.

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1. Organização da pastoral litúrgica

Na perspectiva da pastoral litúrgica encontram-se as equipes (comissões) no âmbito

da:

a) Conferência Nacional dos Bispos - o Vaticano II solicitou a

constituição de uma comissão litúrgica no âmbito da Conferência Episcopal nacional (cf. SC 44), integrada por bispos e pessoas competentes, com a tarefa

de “orientar a ação pastoral litúrgica”, tendo como funções: a tradução, adaptação e publicação dos livros litúrgicos, assessoria para a orientação litúrgica em nível

de país e intercâmbio entre as diversas dimensões pastorais, etc126.

b) Diocese e Regional - o Concílio recomendou também uma Comissão Litúrgica em cada Diocese ou Regional (cf. SC 45). A segunda Instrução para a aplicação dos princípios da Constituição conciliar para a Liturgia apontou como

atividades desta comissão:

l conhecer a realidade da ação pastoral litúrgica da Diocese; l colocar em prática a reforma litúrgica;

l sugerir aos presbíteros iniciativas práticas para fomentar a vida litúrgica; l fazer um planejamento progressivo da ação pastoral litúrgica, recorrendo a pessoas

competentes; l fazer com que a pastoral litúrgica caminhe de forma integrada com as dimensões

bíblico-catequética, de música e arte, com a pastoral de conjunto127.

c) Paróquia e comunidades - a animação litúrgica paroquial reveste-se de um caráter bem mais concreto e prático do que nas demais instâncias. A meta é a vida litúrgica paroquial/comunitária, a busca de celebrações bem preparadas

e participadas, qualificação dos ministros e servidores.

Na paróquia ou comunidade, a pastoral litúrgica é concretizada, dinamizada e viabilizada através de uma equipe de liturgia, unida e entrosada, imbuída da mística do

serviço gratuito, comprometida com a vida da comunidade e marcada pelo zelo de preparar celebrações orantes, inculturadas, festivas e repletas de Deus.

As paróquias, nos seus orçamentos anuais, incluirão as despesas com a formação de seus agentes, a aquisição de subsídios e do material necessário para o

estudo das equipes e a preparação das celebrações

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2. Equipes de pastoral litúrgica e equipes de celebração

A ação litúrgica organiza-se de forma que leve em conta a participação consciente,

ativa e plena dos fiéis. Estará animada pelo fervor da fé, da esperança e da caridade (cf. SC 14). Por sua natureza comunitária, pressupõe o serviço de equipes que, em nome da

comunidade eclesial, planejem sua vida litúrgica, preparem e avaliem as celebrações e qualifiquem os ministros e servidores para o desempenho de suas funções.

A presença e atuação das equipes de pastoral litúrgica são lembradas no Vaticano II, quando afirma que “as ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da

Igreja... que pertencem a todo o corpo da Igreja” (SC 26); que “cada ministro ou fiel, exercendo o seu ofício, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28); que “os que servem ao altar, leitores, comentaristas e o

grupo de cantores.... exercem também um verdadeiro ministério litúrgico” (SC 29). O Concílio evidencia ainda a necessidade da atuação de equipes, quando se refere ao

incremento da vida e da ação pastoral litúrgica (cf. SC 41-46).

A Instrução Geral sobre o Missal Romano, apresenta alguns critérios que orientam

a existência e o agir das equipes de pastoral litúrgica:

- que se evite “qualquer tipo de individualismo” (IGMR 95);

- que se “forme um único corpo pela participação comum nos mesmos gestos e atitudes” (IGMR 96);

- que “ninguém se recuse a servir com alegria ao povo de Deus, sempre que solicitado para algum ministério particular ou função na celebração” (IGMR

97);

- que a “preparação prática de cada celebração litúrgica, com espírito dócil e diligente, de acordo com o Missal e outros livros litúrgicos, seja feita de

comum acordo por todos aqueles a quem diz respeito, seja quanto aos ritos, seja quanto ao aspecto pastoral e musical, sob a direção do reitor da igreja e ouvidos

também os fiéis naquilo que diretamente lhes concerne” (IGMR 111);

- que “na organização da celebração da Missa, quem preside leve mais em conta o bem espiritual de toda a assembléia do que o seu próprio gosto.

Lembre-se ainda de que a escolha das diversas partes deve ser feita em comum

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acordo com os que exercem alguma função especial na celebração, sem excluir absolutamente os fiéis naquilo que se refere a eles de modo mais

direto” (IGMR 352);

- que, antes da celebração, o diácono, os leitores, o salmista, o cantor, o comentarista, o grupo dos cantores saibam exatamente cada um qual ação lhes compete, para que nada se faça de improviso, pois a harmoniosa organização e execução dos ritos muito contribuem para dispor os fiéis à participação da ação

litúrgica (IGMR 352).

A ação das equipes de pastoral litúrgica é um ministério. Elas são o coração e o

cérebro da animação das celebrações e do desenvolvimento da pastoral litúrgica. Na atual prática eclesial da animação litúrgica, interagem as equipes de pastoral litúrgica e as

equipes de celebração.

2.1. Equipe de pastoral litúrgica.

É indispensável ter uma equipe estável de pastoral litúrgica, distinta das equipes de

celebração128. A meta da equipe de pastoral litúrgica é favorecer a participação ativa nas (e das) ações litúrgicas em vista da edificação da Igreja em comunidades vivas, comprometidas com a missão de Jesus Cristo e com a prática da caridade.

Ela atua em vista da animação da vida litúrgica numa paróquia ou diocese e tem como funções:

¡ planejar, animar, coordenar e avaliar a vida litúrgica das comunidades “que deve

expressar a dupla vertente da obediência ao Pai (glorificação) e da caridade com os irmãos (redenção)” (SD 34);

¡ garantir a celebração do mistério pascal de Cristo, dando particular atenção às celebrações dos tempos significativos do Ano Litúrgico, da diocese e da

paróquia; ¡ constituir, formar e fortalecer as equipes de celebração nas comunidades;

¡ zelar pela dimensão celebrativa do conjunto da ação evangelizadora e pastoral, da qual a liturgia é fonte e culminância;

¡ promover a ação litúrgica, fonte da espiritualidade e do engajamento cristão; ¡ promover a integração entre as diferentes equipes de celebração da Palavra de

Deus, da Eucaristia e dos demais sacramentos e sacramentais; ¡ introduzir os fiéis nas diferentes formas celebrativas, na oração pública da Igreja,

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fonte de piedade e alimento da oração pessoal (cf. SC 90). ¡ favorecer a reflexão inculturada e a busca de um novo estilo celebrativo, à luz

das orientações da Igreja; ¡ elaborar subsídios, prover meios que dinamizem e sustentem a formação

litúrgica progressiva e permanente das comunidades e dos ministros; ¡ construir, pela liturgia, comunidades eclesiais vivas e missionárias.

Em síntese, as principais tarefas da equipe de pastoral litúrgica são: animação da

vida litúrgica, planejamento, coordenação, formação, assessoria e avaliação.

A equipe de pastoral litúrgica integra pessoas engajadas na vida da comunidade

que, animadas pela fé, assumem e realizam de forma corresponsável e competente o serviço de animação litúrgica. O ideal é que ela seja plural, isto é, que reflita e integre a

diversidade de idades, sensibilidades e engajamentos nas diversas dimensões da pastoral da Igreja129.

A equipe de pastoral litúrgica atua bem quando constituída por pessoas que amam

a liturgia e prestam serviço de forma gratuita e desinteressada, aceitando trabalhar em equipe e aderindo ao processo de formação permanente. Ela é, antes de tudo, uma equipe de vida, de oração, imbuída do espírito do serviço gratuito e comprometida com a santidade

e a espiritualidade da comunidade130.

Para uma efetiva participação e crescimento eclesial, é muito importante que,

periodicamente, se renove o quadro de seus membros. Isto evitará os monopólios, o cansaço e a rotina131.

2.2. Equipes de celebração132

Estas são encarregadas diretamente das celebrações da Palavra de Deus, da

Eucaristia (missas), do Batismo, do Matrimônio, das Exéquias e das Bênçãos nas paróquias e comunidades. Destas equipes fazem parte, especialmente, leitores, ministros da

distribuição da sagrada comunhão eucarística, recepcionistas, salmistas, cantores e instrumentistas, animadores, comentaristas e ministros que presidem.

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2.2.1. Tarefas da equipe de celebração

A equipe de celebração, como expressão do sacerdócio comum do povo de Deus e

em nome da comunidade tem como tarefas:

l preparar, com certa antecedência, as celebrações, de forma criativa, simples, alegre,

acolhedora, participativa e adaptada à cultura e à experiência religiosa da comunidade;

l organizar o espaço celebrativo de modo agradável, acolhedor e orante; l preparar tudo o que for necessário para uma determinada forma celebrativa;

l elaborar a celebração nos seus diferentes elementos e momentos, tendo presente a integração entre o mistério celebrado e a vida das pessoas;

l definir as expressões e gestos simbólicos; l escolher os cânticos e hinos levando em conta os momentos da celebração, o tempo

litúrgico e a experiência da comunidade; l distribuir correponsavelmente as diversas funções e serviços:

l preparar-se técnica e espiritualmente para o desempenho competente das funções litúrgicas, tendo em vista a participação ativa da assembléia;

l executar ritualmente o que a equipe preparou e/ou auxiliar na execução dos elementos rituais;

l avaliar, periodicamente, a prática celebrativa à luz da vida da comunidade eclesial e da vida como um todo, isto é, enraizada na realidade do bairro, da cidade ou do meio

rural. A liturgia deverá ser sensível às condições do povo133.

As equipes de celebração evitarão o uso de folhetos litúrgicos ou livretos pela assembléia celebrante. Eles podem empobrecer a ação simbólica e destruir a

sacramentalidade da liturgia (cf. IGMR, 317). A atenção de todos está centrada no altar, no ambão e na ação de quem preside ou anima a celebração. A proclamação da Palavra de Deus, das Orações Eucarísticas e das outras Orações deve ser acompanhada, ouvida e vivenciada com o olhar e o coração voltados para as pessoas que exercem em nome de Cristo o ministério litúrgico. Como povo sacerdotal não somos leitores de folhetos, mas

atores da liturgia.

3. A formação litúrgica

A formação litúrgica é um dos eixos dinamizadores da renovação litúrgica

promovida pelo Concílio Vaticano II. A equipe de pastoral litúrgica tem a missão de promover e desencadear, nas paróquias e dioceses, um processo permanente de iniciação

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(litúrgica) de todos os participantes da liturgia (fiéis e ministros), por meio de catequese litúrgica, encontros, seminários e cursos, visando a:

- que todos possam participar ativa e conscientemente da ação litúrgica;

- que a celebração seja sempre mais expressiva e orante;

- que possa levar ao enriquecimento espiritual de todo o povo134.

Para tanto, é mister que, antes de tudo, se programe e se promova boa formação

litúrgica, inicial e permanente, para todos os cristãos e cristãs, desde os professores dos institutos de teologia até os fiéis das nossas comunidades (cf. SC 14-19).

As pessoas que integram as equipes de animação litúrgica tenham sólida

formação e competência no que diz respeito aos diferentes aspectos das celebrações135. Formação e competência espiritual, técnica e litúrgica compreendem conhecimento, vontade, sensibilidade e vivência do que significa celebrar os mistérios da salvação.

A formação para a vivência litúrgica e a participação ativa nos momentos celebrativos deve se constituir em verdadeira escola de vida, na qual se integram a

experiência celebrativa, os conteúdos e a prática (iniciação mistagógica). A autêntica formação litúrgica nasce da celebração e integra a prática com o ensino.

A necessária formação à sadia criatividade, à adaptação e à inculturação litúrgica

emerge como um desafio: “Tenha-se presente que a grande meta da formação litúrgica ampla e profunda é preparar agentes para a adaptação e a inculturação da liturgia”136. O fato

de não se dar a devida atenção ao processo de uma sã inculturação da liturgia “faz com que as celebrações sejam ainda, para muitos, algo ritualista e privado que não os leva à consciência da presença transformadora de Cristo e de seu Espírito, nem se traduz em

compromisso solidário para a transformação do mundo” (SD 43).

4. Plano da Organização Litúrgica

Um bom meio para articular o serviço da animação da vida litúrgica de uma

paróquia, diocese ou regional é o plano de ação da equipe de liturgia. Um plano bem feito e realista permite caminhar com mais segurança, sabendo-se onde se quer chegar. Existem diferentes modos de se elaborar um plano. O mais importante é começar pelo

planejamento do rumo e das atividades que vão garantir o verdadeiro serviço de pastoral

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litúrgica. A própria ação de elaborar o plano ou o calendário de atividades se constitui em exercício de comunhão e de participação.

Como toda programação, também um plano de ação da equipe de liturgia supõe:

conhecer bem a realidade da vida da paróquia, da diocese ou da comunidade; a partir do levantamento ou do diagnóstico da realidade, estabelecer as prioridades (ter clareza sobre

as principais necessidades e ações); definir o que se quer alcançar (objetivos geral e específico); fazer um levantamento dos recursos humanos (pessoas), econômicos

(dinheiro), materiais (local para reuniões e dos meios disponíveis); elaborar a programação de projetos ou atividades (pode-se seguir o esquema: o quê, como, quem, quando, com quê

e onde); prever a avaliação das atividades realizadas.

Um bom começo para o processo de planejamento da equipe de liturgia é a

elaboração do calendário de atividades, no qual são previstas as atividades relacionadas aos tempos e festas do ano litúrgico; datas e festas da paróquia ou da comunidade; datas especiais e reuniões da equipe de liturgia; atividades relacionadas à catequese, à pastoral

do batismo, etc.

5. Passos para a preparação da celebração137

Existem diferentes métodos de se preparar uma celebração. O importante é que a ação litúrgica seja bem preparada e não simplesmente improvisada. “A eficácia pastoral da

celebração aumentará, certamente, se os textos das leituras, das orações e dos cantos corresponderem, na medida do possível, às necessidades, à preparação espiritual e à

mentalidade dos participantes” (IGMR 352).

Mais do que simplesmente tomar conhecimento teórico e técnico dos elementos da

celebração, o momento da preparação da ação litúrgica tem por objetivo dispor os ministros a mergulhar no dinamismo do culto de Cristo ao Pai. É antecipadamente colocar-se em

clima de celebração dos mistérios cristãos.

No espírito de comunhão e participação, é bom que haja diversas equipes de celebração que se revezem cada semana. Na preparação, para que haja maior unidade, é

bom que estejam presentes: uma pessoa da equipe de pastoral, um representante da música, os leitores e os animadores. O ideal é que o padre que vai presidir também esteja

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presente138.

1. - Preparação remota

“A Missa renovada pelo Vaticano II é ‘ação de Cristo e do Povo de Deus hierarquicamente organizado’, reunido em assembléia, onde cada um tem o direito e o

dever de participar segundo a diversidade de ministérios, funções e ofícios”139.

Para promover de fato a participação “plena, consciente e ativa” (SC 14) de toda a assembléia na celebração litúrgica e evitarem-se improvisações desagradáveis, deve haver também na comunidade um ministério litúrgico específico e de suma importância, ou seja, uma equipe que se reúne previamente para preparar a celebração. Fazem parte desta equipe: músicos (instrumentistas, animadores do canto etc.), leitores, motivadores, ministros da acolhida, arrumadores do espaço celebrativo, o presidente da celebração.

A reunião de preparação da celebração, para ser tranqüila, fraterna e frutuosa, pode seguir os seguintes passos:

1o – pedir as luzes do Espírito Santo - a reunião deve começar, antes de tudo, com uma súplica ao Espírito Santo. É ele que age na celebração litúrgica. Por isso, é a ele

também que devemos pedir as luzes, quando nos reunimos para preparar a celebração. Sem ele correríamos o risco de estar preparando celebrações cheias de sugestões e

criatividade, mas vazias de espiritualidade. Portanto, iniciar a reunião com uma oração (espontânea ou recitada) ou com algum canto ao Espírito Santo (A nós descei, Vem,

Espírito Santo, vem...) é fundamental para o preparo de celebrações de boa qualidade;

2o – avaliar a celebração passada - nada é perfeito. Estamos sempre nos aperfeiçoando. É o caminho da conversão evangélica. Também nas celebrações. Por isso, num seguinte passo, faz-se a memória da última celebração em que a equipe atuou, com o

objetivo de melhorar as futuras. O roteiro para tais avaliações pode seguir algumas perguntas como: a) a celebração foi, de fato, um acontecimento marcante na vida da comunidade? b) a assembléia sentiu-se envolvida no mistério que celebramos? c) os

cantos, símbolos, ritos, orações ajudaram a expressar o Mistério do dia? d) como se deu a relação entre assembléia e equipe; assembléia e presidência; equipe e presidência? Houve

comunhão de sentimentos, de interesses? e) sentimos prevalecer um clima orante em nossa celebração? o que ajudou? o que prejudicou? f) os ministros e ministras agiram à

maneira de Jesus? g) como a vida e os acontecimentos importantes da comunidade entraram na celebração?

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3o – situar a celebração no tempo litúrgico e na vida da comunidade - este passo se baseia em duas perguntas fundamentais: a) qual o Mistério que celebramos? b) qual a

relação entre esse Mistério e a vida da comunidade? Primeiro se recorda o domingo ou dia da semana em que a celebração vai acontecer, bem como o tempo litúrgico no qual a

celebração é situada (Quaresma? Páscoa? Advento? Natal? Tempo comum? Festa de algum Santo?). Então se pergunta pelo Mistério que vai ser celebrado, tendo como raiz sempre o Mistério Pascal de Cristo. Mas não pára por aí! É preciso também colocar as raízes do Mistério da Páscoa de Jesus no Mistério Pascal da vida da gente. Por isso, a

equipe recorda também os acontecimentos da comunidade: acontecimentos sociais, religiosos, do dia-a-dia da comunidade, da região; acontecimentos nacionais e

internacionais. Lembrar sempre que a pessoa e a Páscoa de Jesus devem estar no centro de tudo, como que permeando tudo;

4o – fazer a experiência da Palavra - agora se procede à leitura dos textos bíblicos propostos para a celebração, começando pelo Evangelho. Ler e aprofundar. Para tanto, se

pode perguntar: quais são os personagens presentes no Evangelho? o que falam? para quem falam? qual a Boa Nova ou o apelo que Jesus está fazendo? qual a imagem pascal

que aí aparece? E mais: o que há de comum entre o Evangelho e a Primeira Leitura? como o Evangelho nos ajuda a entender a mensagem da Primeira Leitura? Ler também o Salmo responsorial e a Segunda Leitura e comentar. Convém ainda perguntar e responder: o que a Palavra diz para nós, para a nossa vida? qual a conversão que a Palavra pede de nós?

que sinais de salvação e de perdição ela nos indica em nossa vida, na vida de nossa comunidade e na vida do povo em geral?

5o – exercício de criatividade - “à luz dos passos anteriores – vida da comunidade, tempo litúrgico, Palavra de Deus – procura-se, num exercício de criatividade, fazer surgir idéias para os diversos momentos da celebração, mesmo sem ordem, à maneira de uma

tempestade mental. Selecionar depois as idéias a respeito de ritos, de símbolos, de cantos, para os ritos de entrada, ato penitencial, gesto da paz, proclamação das leituras etc”140.

6o – elaborar o roteiro - em seguida (e só agora!), “passando em revista as diversas partes da Missa, escolhem-se os cantos, os ritos etc., para cada momento dos mesmos,

registrando tudo numa folha-roteiro, que servirá de guia para os diversos ministros”141.

7o – distribuir os ministérios - só agora se responde à pergunta: quem faz o quê? É o momento da distribuição das tarefas, dos ministérios. Só agora! Começar a reunião

dividindo logo funções não é o melhor caminho, pois a preparação de uma celebração não se resume a uma simples distribuição de tarefas. É muito mais! Trata-se de um processo

comunitário de oração e de discernimento em vista de um grande objetivo: expressar e viver o Mistério da Páscoa de Jesus na comunidade reunida em assembléia. Um ministério

litúrgico deve ser sempre desempenhado tendo presente a imagem do Cristo servidor de todos. Longe de nós aparentarmos qualquer sinal de superioridade ou mesmo de prestígio

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na comunidade. Não se trata de dignidade maior ou menor. Trata-se de pensar e agir como Jesus o fez: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).

8o – vivenciar as ações simbólicas - não basta dizer e combinar como vai ser a celebração, como vai ser uma determinada ação ritual. É recomendável também vivenciar previamente cada passo, rito, ação simbólica e cantos escolhidos pela equipe. Por isso, a

equipe deve marcar com as pessoas envolvidas na celebração um momento para a vivência. É bom que seja no mesmo lugar onde vai ser a celebração. Não basta imaginar o lugar, é preciso ir até lá para fazer a vivência. E como fazê-la? Primeiro, tomar consciência

do sentido teológico da ação litúrgica que se vai realizar (leitura, canto, toque de um instrumento, gestos etc.). Com esta consciência tomada, tentar então realizar a ação,

conscientemente, devendo daí emergir uma atitude interior, espiritual, orante, na pessoa que vai exercer o ministério. Repetir, se possível, várias vezes, buscando vivenciar espiritualmente, de fato, a ação. Não é simplesmente ensaiar. Trata-se de vivenciar

espiritualmente, isto faz parte da preparação para uma celebração de boa qualidade e vale, sobretudo, para a proclamação da Palavra, pois os ministros da Palavra – leitores(as) e salmistas – têm a grande responsabilidade de comunicar aquilo que Deus quer dizer à

comunidade. Trata-se de emprestar a voz, o olhar, as mãos, o corpo para que a mensagem da salvação chegue à comunidade reunida. O bom seria que os(as) leitores(as) e salmistas

participassem também da reunião de preparação da celebração, pois aí já teriam a oportunidade de aprofundar melhor o contexto e o significado de cada leitura e assim

poderiam depois expressar melhor a espiritualidade escondida naquele texto.

5.2. Preparação próxima

É a necessária preparação nos instantes que precedem a celebração.

Recomenda-se que os que exercem algum ministério (presidente, acólitos, ministros da comunhão eucarística, leitores, músicos, ministros da acolhida, sacristãos etc.) cheguem ao local da celebração com certa antecedência, a fim acertar os últimos detalhes para que cada um exerça com qualidade sua função. Supõe-se que tudo já esteja preparado antes, evitando improvisações de última hora, aqui se trata apenas de ajeitar os últimos detalhes.

É o momento de cada um ir se concentrando para toda a celebração e, em especial, para o ministério que vai exercer, como acontece com atores de teatro ou jogadores de futebol. Antes de entrarem em ação, eles entram em clima de concentração. No caso da

celebração, significa a tomada de consciência do sentido teológico-espiritual e da importância do ministério e da ação litúrgica que a pessoa vai realizar como ministro.

Esta tomada de consciência (concentração) se dá também em clima de oração

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pessoal, pedindo as luzes de Deus para que a tarefa litúrgica seja desempenhada com boa qualidade ritual, teológica, espiritual, orante e técnica. Antes da entrada para a celebração, é recomendável que todos os ministros, no local onde estão reunidos(as),

entrem em clima de profundo silêncio e de oração em comum. Sugere-se que, de mãos dadas, rezem uma oração ao Espírito Santo ou outra oração invocativa da bênção de Deus

para o exercício do ministério!

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VATICANO II. Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada Liturgia. In: Compêndio do Vaticano II. Petrópolis, Vozes, 1997, p. 259-306

1 Cf. Paulo VI, Carta Apostólica Mysterii paschalis celebrationem, dada em forma de Motu proprio aprovando as Normas universais sobre o ano litúrgico e o novo Calendário Romano, 1969.

2 A festa da Imaculada Conceição, dia 08/12, quando cai num domingo do Advento, permanece no domingo, concessão feita pela S. Sé à Igreja no Brasil.

3 Oração sobre as Oferendas, Missa da Noite de Natal.

4 Prefácio da Epifania do Senhor

5Legislação complementar da CNBB quanto aos cânones 1251 e 1253 do Código de Direito Canônico.

6 Diretório para as celebrações dominicais na ausência do presbítero, n. 1.

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7 Cf. CNBB. Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), Introdução e n. 2.

8 Cerimonial do Bispos, n. 222.

9 CNBB, Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), n. 53.

10 Cf. Idem, n. 52.

11 Cf. Ibidem, n. 53.

12 Cf. Ibidem, n. 54. Para estes ritos ver os números 57 a 94 do Documento 52.

13 Cf. Diretório para as celebrações dominicais na ausência do presbítero, n. 33.

14 Cf. CNBB. Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), Anexos.

15 Os roteiros básicos aqui apresentados para os diversos momentos rituais foram extraídos do livro Celebração do domingo ao redor da Palavra de Deus , São Paulo, Paulinas, p. 133, de autoria de Ione Buyst, com algumas alterações.

16 Cf. Diretório para as celebrações dominicais na ausência do presbítero, n. 41a. Veja também CNBB, Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), n. 57-65.

17 Cf. Idem, n. 41b e CNBB, Idem, n. 66-82.

18 CNBB, Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), n. 83.

19 Idem, n 84.

20 Cf. Ibidem, n. 85.

21 Cf. Ibidem, n. 86.

22 Este modelo se inspira num antigo costume, conservado até hoje, na liturgia bizantina. O pão é abençoado (não eucaristizado) e distribuído a todos, sem distinção, em sinal de fraternidade, como Jesus que alimentou a multidão no deserto (Cf. L’Osservatore Romano (edição italiana), 09.01.1981, p. 5).

23 Cf. CNBB, Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), n. 92.

24 Cf. Idem, n. 42-43.

25 Cf. Ibidem, n. 39; Diretório para as celebrações dominicais na ausência do presbítero, n. 30.

26 Cf. CNBB, Orientações para a celebração da Palavra de Deus (Documento 52), n. 49.

27 CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 300.

28 Instrução Eucharisticum Mysterium sobre o culto do mistério eucarístico (25.05.1967), n. 32.

29 CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 293.

30 cf A Sagrada Comunhão e o Culto Eucarístico fora da missa, Introdução Geral, 5

31 In Ps 98,9

32 O culto do mistério eucarístico fora da missa, 82

33 Idem, 86

34 Ibidem, 89

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35 Ibidem, 89

36 Ibidem, 91

37 Dom Geraldo Lyrio Rocha, intervenção no Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, realizado em outubro de 2005.

38 CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 300.

39 Instrução Eucharisticum Mysterium sobre o culto do mistério eucarístico (25.05.1967), n. 32.

40 CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 293.

41 cf A Sagrada Comunhão e o Culto Eucarístico fora da missa, Introdução Geral, 5

42 In Ps 98,9

43 O culto do mistério eucarístico fora da missa, 82

44 Idem, 86

45 Ibidem, 89

46 Ibidem, 89

47 Ibidem, 91

48 Dom Geraldo Lyrio Rocha, intervenção no Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, realizado em outubro de 2005.

49 Sobre os critérios para a escolha de cantos, veja no capítulo VII, Canto e Música na Liturgia, item 1.

50 Cf Catecismo da Igreja Católica, n. 1079.

51 Idem, n. 1078.

52 Cf. Ritual de Bênçãos, Introdução Geral, n.17.

53 Cf. Idem, 20.

54 Cf. Ibidem, n 21.

55 A renovação litúrgica lembra que não há mais bênção com um simples sinal-da-cruz, pois toda bênção comporta a proclamação da Palavra de Deus e uma oração. Ritual de Bênçãos, Introdução Geral, n. 27.

56 Cf. Ritual de Bênçãos, Introdução Geral, n. 27.

57 Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1669.

58 Cf. Ritual de bênçãos por ministros leigos. 7a ed. Paulus, São Paulo, 2004.

59 Prefácio dos defuntos I.

60 Ritual de Exéquias, Introdução, n. 2.

61 Cf. Oração Eucarística IV.

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62 IGMR, 39-40.

63 Cf. SC 112.

64 Cf. SC 121.

65 Cf. SC 112.

66 Cf. SC 107.

67 Cf. SC 38-40.

68 Cf. SC 29.

69 BUYST, Ione. Oração da Igreja – eucologia. In: BUYST, I. & SILVA, J. Ariovaldo da. O mistério celebrado: memória e compromisso I. Siquém/Paulinas, 2002, p. 147.

70 IGMR 103.

71 Cf. MS 23; Instrução “Inter Oecumenici”, 97.

72 Sobre a diferença entre recitar, ler, proclamar..., veja: Ione BUYST. O Ministério de leitores e salmista. Paulinas, 2001

73 Cf. IELM, 22 e IGMR, 309.

74 Cf. Ione BUYST. O ministério de leitores e salmistas. Paulinas, 2001, p. 50. O grifo é nosso.

75 Cf. IGMR 61.

76 Cf. MS 62-64.

77 MS 64.

78 Cf. MS 65. E ainda: a) durante o Advento, quaresma, Tríduo Pascal e nos Ofícios e missas de defuntos, não é permitida a execução de solos instrumentais (cf. MS 66); b) que os instrumentistas tenham uma boa formação técnica e litúrgica (cf. MS 67).

79 Cf. SC 120.

80 IGMR, n. 104; Cf. MS, 21.

81 Há vários anos, funciona o “Curso Ecumênico de Formação Litúrgico-musical” (CELMU). Este curso tem ajudado a muitos ‘ministros’ da música da Igreja no Brasil.

82 Cf. CNBB, A música litúrgica no Brasil, n. 252; SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA (Espanha), Canto y música en la celebración, n. 108

83 Cf. BUYST, I., Liturgia, de coração. São Paulo, Paulus, 2003, p. 126.

84 Cf. CNBB, A Música litúrgica no Brasil, n. 248.

85 Cf. SC 107.

86 O repertório litúrgico para este tempo encontra-se em dois CDs, gravados pela Paulus: “Liturgia IV” e “Liturgia VIII”.

87 Cf. Hinário Litúrgico - 1, introdução.

88 O repertório litúrgico para este tempo encontra-se no CD “Liturgia V”, gravado pela Paulus.

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89 Cf. Hinário litúrgico – 2, introdução. O repertório litúrgico para este tempo encontra-se nos CDs: “Liturgia XIII” e “Liturgia XIV”, gravados pela Paulus.

90 Cf. Hinário litúrgico – 2, introdução. O repertório do Tríduo Pascal encontra-se no CD duplo “Liturgia XV”, gravado pela Paulus.

91 O repertório litúrgico do Tempo Pascal (ano B) encontra-se no CD “Liturgia X”, gravado pela Paulus. O repertório dos anos A e C está fase de gravação.

92 O repertório litúrgico do tempo comum encontra-se gravado nos CDs “Liturgia VI e VII” (ano A), “Liturgia IX” (ano B) e “Liturgia XI e XII” (ano C), gravados pela Paulus.

93 O repertório litúrgico de todas as solenidades e festas mencionadas encontram-se em quatro CDs, gravados pela Paulus: “Festas litúrgicas I”, “Festas litúrgicas II”, “Festas litúrgicas III” e “Festas litúrgicas IV”.

94 Cf. MS 43. Ainda sobre este assunto: Cf. MS 42, 44-46; CNBB, A música litúrgica no Brasil, (Estudos da CNBB, 79), n. 327-338.

95 Cf. SC 121.

96 Cf. SC 112.

97 Cf. CNBB, Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas (Documento 62), n. 87.

98 IGMR, n. 98; cf. IGMR n. 187-193.

99 IGMR, n. 99; cf .IGMR n. 194-198;

100 Cf. CNBB, Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas (Documento 62), n. 87.

101 CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 60; CNBB, Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas (Documento 62), n. 87.

102 Cf. CDC, cân. 230, #3, 943 e 1112.

103 Cf. São Basílio, Epístola 93; São João Crisóstomo, Homilia 24 in 1Cor.

104 Cf. Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes (15.08.1997), art. 8.

105 Cf. Instrução Fidei Custos sobre os ministérios extraordinários da administração da santa comunhão (30 de abril de 1969), n. 1.a.b.c.

106 Rito da unção dos enfermos, Introdução, n. 29.

107 Cf. Ritual de Bênçãos, Introdução, n. 260.

108 Instrução Immensae caritatis para tornar mais fácil a Comunhão sacramental em algumas circunstâncias (29.01.1973), n. 2.

109 Cf Instrução Inaestimabile donum sobre algumas normas relativas ao culto do mistério eucarístico (3 de abril de 1980), n. 10; IGMR 162 e 192.

110 Cf. Instrução Fidei custos sobre os ministérios extraordinários da administração da santa comunhão (30 de abril de 1969), n. 5.

111 Cf. Instrução Ecclesiae de mysterio, acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes, art. 11.

112 Cf. Instrução Ecclesia de mysterio, acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado

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ministério dos sacerdotes, art.7 § 1.

113 I. BUYST, Presidir a celebração do dia do Senhor, S. Paulo, Paulinas, 2004, p. 28.

114 Cf. CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 62.

115 Ritual da dedicação da Igreja e altar, Introdução n.1.

116 CNBB, A eucaristia na vida da Igreja (Estudos da CNBB n. 89), p. 73.

117 Ver matéria no capítulo sobre a música.

118 CNBB, A eucaristia na vida da Igreja (Estudos da CNBB n. 89), p. 112.

119 Cf. IGMR 310 e cf. Ritual Romano, Ritual de Bênçãos, ed. Típica 1984, Bênção de Cadeira de Presideência, n. 880-899.

120 CNBB, A eucaristia na vida da Igreja (Estudos da CNBB n. 89), p. 93.

121 Ritual da dedicação de Igreja e altar, n. 49.

122 Cf. Ritual do batismo de crianças, nn. 18-20.

123 Ritual do batismo de crianças, n. 25.

124 Introdução Ritual da Reconciliação, n. 12.

125 MARTIMORT A. G., A Igreja e oração Vol. I, Ed. Vozes, 1988, pg. 173.

126 No Brasil, a Comissão Litúrgica em nível de Conferência intitula-se Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, integrada por três bispos, um deles como Presidente, e por três assessores nos setores de Pastoral Litúrgica, Música e Canto Pastoral, Espaço Celebrativo e Arte Sacra.

127 Cf. Instrução Inter Oecumenici (26.09.1964), n. 45-47.

128 Cf. CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 187 e 215.

129 Cf. Idem, n. 216.

130 Cf. SIVINSKI M., Pastoral Litúrgica, em Curso de Especialização em Liturgia (Cadernos de Liturgia 4), São Paulo, Paulus, 1995, p. 114.

131 Cf. CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Ducumento 43), n. 216.

132 Cf. Idem, n. 217.

133 Cf. Ibidem, n. 194.

134 Cf. Ibidem, n 189.

135 “Nesta perspectiva permanece mais do que nunca a necessidade de incrementar a vida litúrgica no interior de nossas comunidades, através de uma formação adequada dos ministros e de todos os fiéis, em vista da plena, consciente e ativa

participação nas celebrações litúrgicas auspiciada pelo Concílio”. Carta Apostólica do Sumo Pontífice João Paulo II no XL aniversário da SC.

136 Cf. CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 195; Cf IGMR 386-398;

137 Cf. Idem, n 211-228.

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138 Cf. Ibidem, n. 218;

139 SC, 28; CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 212.

140 CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil (Documento 43), n. 226.

141 Idem, n. 227.

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