Grupo de estudo Junia de Carvalho Fidelis Braga UFMG
Um todo dinâmico que emerge quando pessoas em um grupo compartilham de práticas comuns, são interdependentes, compartilham de decisões, identificam-se com algo maior do que a soma de suas relações individuais e se comprometem em longo prazo com o bem-estar do grupo (Shaffer e Anundsen (1993 citado por Palloff e Pratt, 1999)
COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM
Porque os interesses por comunidades de aprendizagem?
Filosófico: as comunidades de aprendizagem se enquadram nos preceitos que contemplam uma mudança filosófica relativa à natureza da construção do conhecimento. Essa nova concepção epistemológica considera que construímos e mantemos conhecimento por meio da negociação e não meramente examinando o mundo (BLUFFEE, 1995 citado por CROSS, 1998).
Sustentação teórica: a noção de comunidades de aprendizagem está ancorada ao conceito de aprendizagem colaborativa. A interação como elemento crucial no processo de construção do conhecimento tem sido reconhecido por teorias e estudos empíricos de diversas áreas: aprendizagem, motivação e cognição.
Pragmáticas: as razões pragmáticas podem ser exemplificadas pelas comunidades de aprendizagens inseridas em contextos universitários: na maioria das universidades os aprendizes participam de uma comunidade de prática, geralmente, chamados de estágios, antes de, efetivamente, entrar no mercado de trabalho.
• propósito comum ou compartilhado: os integrantes de uma comunidade de aprendizagem compartilham de interesses relativos a um resultado em particular;
• colaboração, parceria e aprendizagem: as comunidades de aprendizagem operam por meio da colaboração, cooperação ou parceria. Os objetivos comuns são atingidos pelo trabalho conjunto e a construção do novo conhecimento auxilia na construção do capital intelectual do sistema;
• respeito à diversidade: o respeito pela diversidade aumenta a capacidade da comunidade. A aceitação da diversidade é um indicador da presença do desejo de aceitar novas idéias, mudanças e desafios causados pela diferenças de perspectivas, pré-requisitos para o desenvolvimento e aprendizagem da comunidade;
• a intensificação do potencial e dos resultados: os benefícios que as comunidades de aprendizagem podem oferecer estão, diretamente, relacionados à presença de um clima aberto capaz de promover oportunidades de construção do conhecimento compartilhado, de diálogo, investigação e risco bem como feedback construtivo para todos os integrantes da comunidade. (Wenger, 1998)
Princípios que fundamentam as comunidades de aprendizagem
Os indicadores relativos à formação de uma comunidade de aprendizagem nos termos de Wenger (1998)
• relações mutuamente sustentadas – harmonia e conflito;
• o cumprimento de tarefas deve contar com o engajamento compartilhado por parte de seus participantes;
• um fluxo rápido de informação e propagação da inovação;
• ausência de preâmbulos introdutórios como se as interações constituíssem uma mera continuação de um processo em andamento;
• jargões e atalhos na comunicação;
• discurso compartilhado refletindo uma certa perspectiva sobre o mundo;
• instrumentos específicos e outros artefatos.
Alguns indicadores de que uma comunidade de aprendizagem on-line foi formada podem ser resumidos em:
• interação ativa abrangendo conteúdo do curso e comunicação pessoal;• aprendizagem colaborativa evidenciada por comentários entre os
aprendizes;• construção social de significado evidenciada pelo questionamento e de
acordo com o interesse de atingir um consenso de significado;• compartilhamento de recursos entre os aprendizes;• troca de expressões de suporte e incentivo entre os aprendizes bem
como o desejo de avaliar, criticamente, o trabalho do outro.
Comunidade de Busca de Conhecimento Garrison; Anderson; Archer, 2000
• Presença social: habilidade de projetar-se e estabelecer relações pessoais e relações voltadas para um propósito..
• Presença cognitiva: capacidade de se construir significado por meio da comunicação sustentada.
• Presença instrucional: elaboração do desenho instrucional, promoção de discussão e instrução direta.
A idéia de que o significado é socialmente construído e de que artefatos culturais como, por exemplo, recursos digitais podem exercer um papel fundamental no processo de construção do conhecimento compartilhado é defendida também por Curtis e Lawson (2001), Garrison, Anderson e Archer (2000), Harasim et al. (2005), Paiva (2006a) e Parreiras (2005), Braga (2007).
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