8/15/2019 Gregório Fernandes e Seus Filhos, Referências na História da Medicina Portuguesa dos Séc. XIX e XX
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REFERÊNCIAS NA HISTÓRIA DA
MEDICINA PORTUGUESA DOS
SÉC. XIX e XX
JOSÉ GAMEIRO (José Rodrigues Gameiro)
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Este trabalho de pesquiza, é dedicado aomeu irmão
Cassiano Gameiro – que desde criança
percorre diariamente, à mais de meio
século, a Rua Dr. Gregório Fernandes a
caminho da centenária Farmácia Carvalho
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Capa: Foto de Gregório Rodrigues Fernandes
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GREGÓRIO RODRIGUESFERNANDES, e
Seus filhos********
Figura Iminentes da Medicina Portuguesaséc. XIX e XX
Biografia Familiar
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*Autor: Gameiro, José*Editor: Gameiro, José Rodrigues*Edição: Papel Papel A 5 , EncadernaçãoBrochado *Sistema : Online PDF
*Morada: B.º Pinhal da Vila–
Rua Padre Cruz,Lote 64 -1º
*Localidade: Salvaterra de Magos*Código Postal: 2120-059 Salvaterra de Magos
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* Tel. 263 505 178 * Telem. 918 905 704*E-Mail – [email protected]
*O Autor não segue o Acordo Ortográfico de 1990
Ano 2015
www.http//historiasalvaterra.blogs.sapo.pt
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O MEU CONTRIBUTO
No início da Rua Dr. Gregório Fernandes. Uma lápide deO dia 24 de Janeiro de 1984, foi dia de festa emSalvaterra de Magos. O povo acorreu e esteve no Largoda Igreja Matriz, no agradecimento foi descerrada na
casa onde em 4 deJaneiro de 1849, tinha
nascido aquele médico. ASanta Casa daMisericórdia, estava aagradecer a doação
daquele imóvel, pelas senhoras; Sebastiana Fernandesde Sousa Vinagre e sua prima Maria Sofia Mac-Bride
Fernandes. A lápide estava coberta com a bandeira daInstituição, tendo feito o descerramento, a familiarMaria de Lurdes Vinagre. Na mesma parede uma outraplaca, regista que umas décadas antes quando da mortedaquele iminente médico, os autarcas da Junta deFreguesia – mandato 1913/1917, também lhe prestaram
público agradecimento, e para cerimónia ficarcompleta, o seu nome foi incluído na toponímia da terra,a substituir o nome da rua do Hospital, uma velhaartéria da vila, conhecida no séc. XVIII. Como tinhaacontecido após a sua morte em 1906, no país, o seunome também passou a fazer parte de algumaspovoações.
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Tínhamos começado com uma colaboraçãopermanente no semanário “Aurora do Ribatejo”, em
1964, e nas pesquizas que fazíamos, encontramos narevista “A Hora” de 1939, um periódico que naquele anodedicou a sua edição a Salvaterra de Magos e seuconcelho. Nas suas páginas estava um pequeno textocom fotografia, do Dr. Gregório Fernandes. Este“pedaço” de informação sobre Gregório Fernandes,serviu-nos várias vezes para ilustrar o seu percurso devida quando dele precisávamos, como foi mais tarde ocaso na feitura do Caderno “Figuras e Factos” a incluirna nossa Colecção “Recordar, Também é Reconstruir”.O tempo passou, agora de volta e na necessidade de
mais informação, pusemos mãos à obra, em sabernovas informações sobre este nosso conterrâneo e, deseus filhos Alberto e Eugénio Mac-Bride Fernandes,também iminentes médicos, nos hospitais de Lisboa.
A primeira dificuldade encontrada foi no Arquivo –
ADSTR, Santarém - não possui os livros de registos(Nascimentos/Casamentos/Óbitos) da Freguesia deSalvaterra de Magos dos anos 1841 a 1858, nãodesistimos e nova etapa percorremos, fomos até àANTT, (Torre do Tomo), também ali aqueles registosParoquiais não se encontram. De imediato, novasandanças, outros contactos, por Instituições e
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Cemitérios de Lisboa,, mesmo o Hospital de Santana,foram o nosso destino, a informação Digital também foipreciosa. Compilando as respostas disponíveis, aquideixamos registado a todas as Instituições, o nossopúblico agradecimento pela pronta resposta incluindoas fotos que gentilmente nos cederam daquela épocatão generosa de médicos portugueses. Aqui está estapequena brochura de “Gregório Fernandes – Uma
Biografia Familiar” nosso conterrâneo, que foi umafigura impar na ciência médica em Portugal, no final doséc. XIX e primeiros anos do séc. XX.
2015 JOSÉ GAMEIRO
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GREGÓRIO FERNANDES – UM CURUGIÃO FILANTROPO
Aguçou-nos ainda mais o interesse em
saber quem era, e qual o seu percurso de
vida, até porque existe na zona histórica davila de Salvaterra de Magos, uma artéria
com o seu nome, atribuído em 1913, pela
Freguesia no mandato de 1913 -1917, que
substituiu o nome da antiga rua do
hospital, que vinha do séc. XVIII. O povo na
sua azáfama pouco dela sabe, passando
despercebido pois ali existe a centenária
“Farmácia Carvalho”. Viemos a saber
noutras pesquizas, que Gregório Rodrigues
Fernandes, nasceu a 4 de Janeiro de 1849,
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filho do casal Gregório Fernandes e de Ana
Rosa Fernandes, naturais desta vila, e dequem também nasceu Ana Fernandes.
Nos festejos levados a cabo naquela
época, também foi colocada uma lápide
comemorativa enaltecendo as suas
qualidades de médico, e a filantropia quededicou aos seus conterrâneos desvalidos
Casa onde nasceu Dr. Gregório Fernandes
vítimas da doença. Consultamos a Revista
a “Hora” edição de 1939, dedicada ao
concelho de Salvaterra de Magos, e um
pequeno texto descrevia que tinha iniciado
os estudos no Colégio de Santo Agostinho,
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Sant`Ana, construída após 1831, no
espaço, onde existiu uma Praça de Toiros.Aquele centro de ensino também
conhecida por Hospital, Todos-os-Santos,
foi mais tarde substituída pela Escola
Médico-cirúrgica de Lisboa, ocupando um
edifício, na cerca do Hospital de S. José.
Nesta escola concluiu com grande brilho
e distinção o curso, defendendo a tese de
licenciatura em 1873, tinha então 24 anos
de idade. Veio a casar com Sofia Mac-
Bride, e vivendo em Lisboa, na Rua dosFanqueiros, 286-2º andar, ali lhe nasceram
os filhos: Alberto e Eugénio Mac-Bride
Fernandes, que lhe seguiram as pisadas na
medicina, no fim do séc. XIX, e primeira
metade do séc. XX.
Com a implantação da República, em
1910, várias reformas foram feitas no
âmbito do ensino médico e cirúrgico, este
conhecido nos compêndios de ensino:
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“cito, tuto et jucunde”, e foram criadas as
Universidades de Lisboa e Porto, tendoaparecido a emblemática geração de 1911,
onde se destacaram médicos como: –
Francisco Gentil, Júlio de Matos, Egas
Moniz, Gama Pinto. Gregório Fernandes
estava entre eles, Ainda na reorganização
da assistência médica em Lisboa, em 1913,
foi criado o “Hospital de S. José e Annexos”,
substituindo denominações até aí
existentes, que vinham de séculos. Ainda
no início do século XX, estavam já
estabelecidas as anestesias, a anti-sepsia ea assepsia, que vinham revolucionária a
cirurgia em Portugal.
Uma outro grupo destes cirurgiões, vem
granjeando fama desde a última década do
séc. XIX, já com campos bem definidoscomo especialidades nos cursos médicos.
Atribui-se-lhe a Gregório Fernandes a
primeira cirurgia como a “Ressecção do
Joelho” em Portugal, e vários artigos
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científicos da sua autoria revelam uma
preparação médico-cirúrgica invulgar,trabalho relatado com tanto pormenor, foi
apreciado e considerado o primeiro
realizado em Portugal.
Também numa Revista Médica, deu a
conheceu outros trabalhos que fez, em1892, com extracção “Útero ovariana”,
operação cirúrgica que até aquela data
nunca se tinha feito, e que lhe mereceu os
maiores louvores, tanto dos seus colegas
portugueses, como do resto da ciência
médica mundial.
Sobre a “Patogenia da Febre Traumática”
e “Glaucoma”, inteligente e estudioso
nestas matérias andou sempre na
vanguarda da ciência médica que sepraticava na época nos países mais
credenciados da Europa, pois semelhantes
operações feitas em Viana (Áustria), Paris e
Londres, não deram tão bons resultados.
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Este ilustre mestre da ciência médica,
que foi uma figura iluminaria da cirurgiaportuguesa, dos finais do séc. XIX, foi
solicitado para desempenhar o cargo de
cirurgião extraordinário, onde foi director
da enfermaria de S. Francisco, que passou a
ter o seu nome, em preito de
agradecimento pelas aulas ali prestadas.
É assim, quando já operavam Custódio
Cabeça, Augusto Monjardino, João Paes de
Vasconcellos e outros, que ainda estavam
em actividade como: Alfredo da Costa, até
1904, Sabino Coelho, (1905), Gregório
Fernandes (1906), e Oliveira Feijão (1912)
que são todos designados por “Geração da
transição do século”.
Gregório Fernandes, foi 27.º Presidenteda Sociedade Ciências Médicas de Lisboa
(1903-1905), e não deixa de conviver com
um grupo de amigos restritos frequentando
uma Tertúlia, na Rua dos Douradores, e
ainda noutro local na Rua do Crucifixo,
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espaços de verdadeiro encontros
científicos, que animavam as tardes dacidade de Lisboa.
Nestas pelejas de ideias não deixa de
estar o seu amigo de longa data, Sousa
Martins, que lhe vai pedindo alguns
conselhos para actos médicos dos seusdoentes. Ali são aflorados desejos, para
levar em frente uma fecunda modernização
do antigo Hospital Real de S. José e Anexos.
preservando o historial daquela unidade
médica, que remontava ao tempo dos
Jesuítas, no séc. XVI.
Algumas delas depressa são aceites e
implementadas pelas administrações
hospitalares, mormente modernizar as suas
enfermarias, e continuar a ser uma grandeescola de cirurgia, com a presença dos
grandes nomes que prestigiavam a
medicina portuguesa. Um Banco de
urgências, e os seus anexos eram já uma
referência, e com a junção do Hospital de
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D. Estefânia, em 1877, o de Arroios em
1892, Santa Marta em 1903, seguindo-setrês anos depois o Curry Cabral, e um novo
projecto fervilhava naqueles encontros,
incorporar também o Hospital S. António
dos Capuchos, mas este desejo só vem a
completar-se em 1928, quando a maioria
destas antigas iminências da medicina, já
não pertenciam ao mundo dos vivos. No
entanto muitos deles, viram chegar a
denominação “Hospitais Civis de Lisboa
(HCL), que se tornou efectiva em 1913.
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1840 * Gravura do Hospital de S. José
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Dr. Miguel Bombarda, no Banco do Hospital S. José * 1910
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SOUSA MARTINS – A MORTE DE UM SANTO
Corria o ano de 1897, Gregório
Fernandes, é chamado a ir a Alhandra, a
casa do amigo, Sousa
Martins, estava doente
acamado. O seu fim devida ocorreu de noite.
Gregório Fernandes à sua
cabeceira vai assistindo
ao desenlace daquela figura respeitada no
meio académico, era professor edoutorado em medicina e farmácia.
acarinhada pelo povo, um praticante de
caridade – um santo. Na descrição
pormenorizada da morte, que originou a
certidão de óbito, o cirurgião amigo
escreveu que José Tomaz de Sousa Martins
nascido em Alhandra, em 7 de Março de
1843, e ali falecido em 18 de Agosto de
1897, tendo o óbito levantando-lhe uma
delicada dúvida de diagnóstico sobre a sua
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etiologia que não conseguiu esclarecer.
Sousa Martins, ainda jovem esteveempregado na Farmácia Ultramarina, em
Lisboa, onde aprendeu a manipular
medicamentos, já doutorado em farmácia e
medicina, a sua grande batalha era a luta
contra a tuberculose. Assistia aos doentes,
com tal caridade, assumindo assim
contornos de santo laico, cujo culto ainda
se mantém. Após a sua morte, em Lisboa
foi-lhe construída uma estátua, no Campo
Mártires da Pátria.
O SANATÓRIO DOS OSSOS
A família Bliester, que tinha o propósito decustear a construção do “Sanatório dosOssos”, na Parede (Cascais), conformetestamento de Claudina Chamiço, pediu aSousa Martins que abraça-se oacompanhamento do projecto, masdepressa este desistiu de tal compromisso,sucedeu-lhe Manuel Bento de Sousa, queteve morte prematura em 1899, sentoentão Gregório Fernandes encarregado de
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Na foto – Lançamento da primeira pedra: aparece o Dr.gregório Fernandes (frente), Claudina Chamiço e o arquitectoRosendo Carvalheira (costas) e à esq.ª o Conselheiro ManuelAffonso de Espregueira.****** *******
acompanhar os trabalhos de tal
empreendimento. O Jornal o Século, de 11
de Julho de 1905, faz noticia da cerimónia
do lançamento da sua primeira pedra no
dia anterior, sendo inaugurado a 11 de
Julho de 1905, com a designação SanatórioSant`Ana, foi primeiro Director Clínico,
Alfredo José de Almeida Ribeiro, jovem
discípulo de Gregório Fernandes. Em 21 de
Julho de 1961, esta unidade hospitalar, por
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VISITAS A SALVATERRAE CONSULTAS MÉDICAS
Por volta de 1880, iniciou GregórioFernandes, manhã cedo, duas vezes pormês, e durante alguns anos a viagem decomboio da estação de Santa Apolónia, até
Vila Franca de Xira, aqui fazia a travessia doTejo, até ao Pontão do Cabo, onde seguiaviagem na diligência dos transportespúblicos, até à sua terra-natal, Salvaterrade Magos.
Muito ocupado, na sua actividade decirurgião, e nos seus ensaios médicos, nãodeixou de vir regularmente ao Ribatejo, àcasa onde tinha nascido, e numa estadia dedia e meio, visitava a família e consultavagraciosamente os seus patrícios doentes e
pobres, não deixando de os encaminharpara os seus serviços no hospital São José.Fazendo pedidos aos clínicos seus amigosde Lisboa, com recomendações paramelhor observação de outros diagnósticosmais especializados.
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Transporte Público de Passageiros *Salvaterra – Vila Franca Xira (Cabo) –
década 20 séc. XX
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NOVA GERAÇÃO DE CIRURGÕES
Nos primeiros anos do séc. XX, um novoconjunto de eminentes médicos como:Francisco Gentil, que foi o criador do IPO,
de Lisboa, Augusto Monjardino,considerado o “pai” da MaternidadeAlfredo da Costa, eram agora apelidados ”AGeração da Primeira Metade do século XX”,neste lote estava também incluído AlbertoMac-Bride Fernandes, tal como seu pai
Gregório, na sua época, que deixou umlugar de destaque, comocirurgião/operador e investigador, ficandona história da medicina em Portugal.
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Gregório Fernandes, faleceu aos 57 anosde idade, em 26 de Junho de 1906,encontrando-se inumado no Jazigo 4608 docemitério da Freguesia das Mercês, Lisboa.
ÚLTIMA HOMENAGEM
Desde à muito, mesmo que lentamente oensino secundário em Portugal, vinhasendo reorganizado e novos diplomas
saíram em 1981 do Ministério da Educação.Os autarcas de Salvaterra de Magos,
acompanhando essa modificação, fazem aaquisição de um vasto terreno da Quinta daÓmnia, na vila e ali foi construída um novoe moderno edifício escolar.
Quando da inauguração da EscolaSecundária, em 15 de Outubro de 1983, onome do Dr. Gregório Fernandes foi oescolhido para patrono daquela novaunidade, fazendo-se assim justiça ao
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homem, que também naquela área faziabaluarte em renovar, conforme se podeapreciar na sua longa intervenção, de 31 deOutubro de 1903, na Sociedade CiênciasMédicas de Lisboa, enquanto seupresidente, texto agora guardado nosarquivos daquela instituição, e que outraspublicações da época, não deixaram dereferenciar a prelação de tão ilustre orador.
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II
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ALBERTO MAC-BRIDE FERNANDES- UM PERCURSO DE VIDA –
Alberto Mac-Bride, como era conhecido e
estimado no meio clinico, especialmente
no hospital D. Estefânia. Nasceu em Lisboa,
no dia 11 de Setembro
de 1886, na rua dosFanqueiros, 286 -2º
Andar. Recebeu
educação esmerada tal
como seu irmão Alberto, outro distinto
médico no círculo de Lisboa.Em 1904 entrou na Escola Médico-
Cirúrgica de Lisboa, tendo terminado o
curso de Medicina em 1909, com a tese
sobre “Syndroma de Little”, uma paralisia
infantil, trabalho que lhe foi sugerido peloseu mestre Dr. Salazar de Sousa.
O longo texto foi ilustrado com dois
casos clínicos, que conheceu no hospital da
Estefânia. Na primeira página do trabalho,
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fez agradecimentos a Alfredo da Costa e
Reynaldo dos Santos, acabando por odedicar ao pai. No início da carreira pensou
dedicar-se à Pediatria, a convite do seu
mestre; Salazar de Sousa, o primeiro
cirurgião português nesta área, mas em
1911, entrou como cirurgião substituto do
Banco. Com esta especialidade interessou-
se pela organização e carreira hospitalar,
onde escreveu artigos sobre o assunto.
Já antes estudou e escreveu sobre a
“Anestesia por inalação pública”, que foi
publicado na revista médica “Medicina
Contemporânea”, a melhor da época. Teve
um companheiro na área das cirurgias, de
nome Feyo Castro, ambos foram
percursores de grandes iniciativas no
campo das operações. Este último realizouem 1905, uma operação conhecida por
“colecistectomia”, morrendo mais tarde
vítima das radiações. Alberto Mac-Bride,
além de um grande cirurgião, foi o maior
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impulsionador da raqui-anestesia, também
conhecida raqui-novocaínação, ou raqui-estovaínização. No seu desenvolvimento
académico mostrou interesse pelas letras,
e dedicou algum tempo a escrever a
historia da medicina, como também foi um
colecionador de arte. Também consta no
seu curriculum, várias participações na vida
social, literária e passou a fazer parte do
seu tempo, uma nova motivação de
colecionador, especialmente da sua amada
Lisboa, como escreveria em diversas textos,
espaço onde recebeu louvores e honrarias.
O Dr. Alberto, publica na “Revista
Contemporânea”, um artigo onde
defendeu a criação de um Museu de
Medicina, naquele hospital, e na senda das
suas ideias, que alguns colegas apelidam demonómanas, divulga em 1913, que gostaria
de ver modernizado o Banco daquela
unidade, com um sistema de urgências,
com a criação de pronto-socorro, na via
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pública (ambulância-automóvel), o que
seria o percursor do INEM, do nossotempo. Um ano depois, com o prof.
Francisco Gentil e o arq. Tertuliano
Marques, desenvolve um estudo para a
modernização das urgências, onde estas
novas instalações. Estas durariam mais de
50 anos depois de implementadas.
OFICIAL/MÉDICO NA I GUERRA MUNDIAL
Com o inicio do conflito militar, pouco
tempo depois, é incorporado no corpo
expedicionário do exército português, na I
guerra mundial, em França, como Alferes –
miliciano, médico, segue num batalhão em
10 de Fevereiro de 1917, sendo a 29,
colocado Hospital Geral Nº 11 das Forças
Inglesas, em Setembro é nomeado Chefe
da equipa portuguesa, no Hospital Geral Nº
54, sendo promovido a Capitão. Após a
batalha de La Lys, em que morreram cerca
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600 soldados portugueses, é nomeado
cirurgião-chefe do Hospital português, comsede em Ambleteuse, a norte de França.
Aí, mesmo em cenário de guerra não deixa
de se actualizar com as melhores práticas
que vão surgindo no campo da guerra,
especialmente na área das amputações, e
por cinco vezes está presente em reuniões
do Comité Inter-aliado de cirurgiões.
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Em 1923, foi sócio fundador da Liga dos
Combatentes da Grande Guerra, e seisanos depois organiza o I Congresso dos
Combatentes da Grande Guerra, que inclui
uma homenagem a Gomes da Costa, e em
frente à casa daquele velho militar, na
presença de cerca de 2000 antigos
combatentes, faz-lhe a entrega do bastão
de Marechal. Promove junto das câmaras
do país, o interesse para que Ruas, Largos e
Praças das vilas, passarem a usar o
topónimo – Combatentes da Grande
Guerra.
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2015 - Placa evocativa da homenagem recebida,
ainda presente na parede da entrada do prédio onde
nasceu –
Rua dos Fanqueiros, Lisboa
Neste intuito, agenda uma reunião com o
Município de Salvaterra de Magos, terra de
seu pai e de sua família, consegue aanuência de tal pretensão, num Largo da
vila.
Em 1951, a Liga dos Combatentes presta-
lhe homenagem descerrando um seu
busto, considerando-o um filantropo, como interesse manifestado com os antigos
soldados, regressados de França, e é lá na
sede da Liga que se encontram as suas
medalhas militares. Foi percursor, da
Ordem dos médicos, com a organização edirector da Associação dos Médicos
Portugueses, foi eleito 49º presidente da
Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa
(1952-1953), precisamente 50 anos depois
de seu pai, ter ocupado aquele cargo.
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Ele, e o irmão Eugénio, tiveram grande
participação na vinda a Portugal do famosourbanista francês – Forestier, para um
estudo do possível prolongamento da
Avenida da Liberdade, como também do
Castelo de S. Jorge. Quando morreu no
Hospital de S. José, Freguesia do Socorro,
em 1958, desejou ser sepultado no talhão
dos combatentes, e aí está inumado num
coval no cemitério do Alto de S. João.
Alberto Mac-Bride, é último sentado, lado direitocom outros oficiais do C.E.P., no hospital da
Base Nº 1 em Ambleteuse
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III
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EUGÉNIO MAC-BRIDE FERNANDES- UM MÉDICO, UM HOMEM DA CULTURA –
Eugénio Mac-Bride, o outro filho de
Gregório Fernandes, tal como seu irmão
consta que nasceu em Lisboa, na Rua dos
Fanqueiros, 286, num 2º andar, também
foi um iluminado médico e dentro de
muitas iniciativas ligadas campo da cultura.
Nas nossas pesquizas fomos encontrar na
frontaria do prédio onde nasceu uma placa
evocativa O Dr. Eugénio, conhecido no
meio da numismática deu o seu contributo
à importante exposição que teve lugar no
hospital de S. José, em 14 de Novembro de
1954, uma iniciativa da Comissão
Numismática dos Arqueológos Portugueses
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No rescaldo, em 1955, Rocha Souto,descreveu na intervenção numa
Assembleia Geral, o tema da “Exposição
sobre figuras e Panoramas da Medicina de
outros tempos, no Hospital de S. José “.
Aquele evento serviu para lembrar amemória de Alberto Mac-Bride, seu irmão,
Placa evocativa do nascimento dos Irmãos Mac-Bride – Prédio rua dos Fanqueiros, Lisboa
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Medalha em bronze dourado, datada de 1894. Dedicada ao
Dr. José Tomás de Sousa Martins * anverso um busto de alto
relevo. No campo a assinatura do gravador Casimiro José de
Lima. ************
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e de seu pai Gregório Fernandes, este àdata de sua morte tinha na sua posse, um
exemplar da primeira medalha cunhada,
com José Tomás de Sousa Martins (Dr.
Sousa Martins), seu intimo amigo, e nela
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encontravam-se expostas cerca de 572
exemplares relacionadas com exercício daMedicina em Portugal. Na reunião,
Eugénio Mac-Bride, recebeu largos elogios,
sendo apresentado, como Director Clínico
do Hospital Curry Cabral.
Em 1957, criou o Museu no Hospital deSanta Marta, dedicado aos HCL, e ao seu
irmão; Alberto Mac-Bride, onde doou
muitos objectos que foram das colecções
deste, e de seu pai Gregório Fernandes.
Anos depois o Museu foi repartido por
Santa Marta e S. José, onde agora se
encontra este espólio.
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MEDICINA INTERNA
Os irmãos Mac-Brid (Alberto e Eugénio)
acompanharam de perto o aparecimento
do SPMI, fundada em 1951, estiveram na
sessão inaugural realizada a 27 de
Dezembro de 195 (1)
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(1) Volume I – Nº 1 * 1994 ** Para a História da Sociedade
Portuguesa de Medicina Interna, por Dr. Barros Veloso
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FALECIMENTO DE EUGÉNIO MAC-BRIDE
Quanto ao seu óbito, nas pesquisas que
encetamos, não tivemos acesso a tal
informação, mas o Jazigo Nº 4608, no
Cemitério das Mercês (Lisboa), onde foram
depositados os restos mortais do pai -
Gregório Fernandes, esteve na sua posse,
que deixou por testamento a sua filha
Maria Sofia Mac-Bride Fernandes.
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Maria Sofia, encontrou rolado notestamento do pai, o jazigo familiar, com o
Nº 4608, no cemitério das Mercês, em
Lisboa, e um outro com o Nº 167, veio a
falecer em 21 de Setembro de 1983, na
falta de melhor informação presumimosque o seu corpo esteja no já referido Jazigo
Nº 4608, meses antes tinha feito uma
oferta conjunta com sua prima; Sebastiana
Fernandes de Sousa Vinagre, natural de
Salvaterra de Magos, filha de Ana
Fernandes (de Sousa Vinagre) e Vicente
Luís de Sousa Vinagre à Misericórdia de
Salvaterra de Magos, da casa onde seu avô
– Gregório Rodrigues Fernandes, tinha
nascido. Tal oferta, ficou perpetuada numa
lápide, naquele imóvel numa festarealizada em 24 de Janeiro de 1984, onde
esteve presente a familiar, Maria de Lurdes
Vinagre (Menezes).
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2015 - Casa da família Fernandes Sousa Vinagre
2015 - Casa da família Menezes – Frentes: Avenida
Dr. Roberto Fonseca e Rua Dr. Gregório Fernandes
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Jazigo de Ossários da Família Fernandes e SousaVinagre, no Cemitério de Salvaterra de Magos, onde se
encontra inumada, Sebastiana Fernandes de Sousa
Vinagre, filha de Vicente Luís de Sousa Vinagre, e de
Ana Fernandes (de Sousa Vinagre), falecida a 26 de
Janeiro de 1983
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BIBLIOGRAFIA USADA
*Caderno Apontamentos Nº 08 “Colecção“Recordar, Também é Reconstruir” – do Autor
* Revista Portuguesa de Cirurgia - II série* Nº 25 - Junho 2013
*História da Medicina - Acta Medica Portuguesa* 1995 - Pág 259/264
*Escola Médica do Campo Santana
* De: Luiz da Silveira Botelho* Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa
- Alocução Presidencial lida na sessão solene deAbertura – Noite de 31/10/1903
- Jornal – Janeiro de 1953
AGRADECIMENTOS:
* E-Mail – Resposta Hospital Santana (Parede/Cascais)* E-Mail – Resposta Hospital Curry Cabral*E-Mail – Resposta Serviços de Cemitérios, CâmaraLisboa*E-Mail – Resposta Sociedade de Ciências Médicas deLisboa* Escritório Advogados – Carlos Alberto Fernandes,pela obtenção da Foto – Rua dos Fanqueiros, 286-2º
FOTOS USADAS:Do Autor, Do Hospital Santana (Parede) e Autoresdesconhecidos, retiradas da Internet
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INDICE: CAPITULOS
I –DR. GREGÓRIO FERNANDES – UM FILANTROPO ……………… Pág 7
II- DR. ALBERTO MAC-BRAIDE – UM PERCURSO DE VIDA … Pág 26
III- DR. EUGENIO MAC-BRIDE – UM MEDICO, UM HOMEM DA CULTURA …………. . Pág 35
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