AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE NELAS
2011
T R A B A L H O R E A L I Z A D O P O R M A R I A A L E X A N D R A C O S TA C U R S O E F A B 3
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O que é a Globalização?
A globalização é um processo de interacção e integração entre as pessoas,
empresas e governos de diferentes nações; é um dos processos de
aprofundamento da integração económica, social, cultural, política.
Processo esse impulsionado pelo comércio e investimento internacionais, com
o auxílio da tecnologia de informação .
É um fenómeno gerado pela
necessidade da dinâmica do
capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercadosA globalização tem sido impulsionada
pelas políticas que abriram as
economias nacional e
internacionalmente. Desde a Segunda
Guerra Mundial e especialmente
durante as últimas décadas, muitos
governos têm adoptado sistemas económicos de mercado livre, aumentando
substancialmente o seu potencial produtivo e criando inúmeras novas
oportunidades para o comércio internacional e investimento.
A tecnologia tem sido o principal condutor da globalização. Os avanços na
tecnologia de informação têm fornecido poderosas ferramentas aos agentes
económicos para identificar e captar oportunidades económicas, inclusive de
forma mais rápida, possibilitando análises de tendências económicas e
facilitando a transferência de activos.
O fenómeno não é, no entanto, pacífico.
Os defensores da globalização afirmam que ela permite que os países pobres
se desenvolvam economicamente, aumentando os seus padrões de vida. Por
outro lado os seus opositores argumentam que a criação dum mercado livre
sem restrições tem beneficiado empresas multinacionais do mundo ocidental,
em detrimento das empresas locais.
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Principais implicações da globalização na sociedade
Globalização e Comércio
O enorme crescimento do comércio
internacional ao longo das últimas décadas
foi, não só, a causa principal como o efeito
da globalização. O volume do comércio
mundial aumentou vinte vezes desde 1950
até hoje. Este aumento de bens
manufacturados ultrapassa o aumento da
taxa de produção dessas mercadorias em
três vezes.
Consequentemente, os consumidores em todo o mundo podem agora desfrutar
uma vastíssima gama de produtos como nunca.
O aumento do comércio internacional impulsionou o crescimento económico,
aumentando as receitas, criando empregos, reduzindo os preços e
aumentando os direitos dos trabalhadores. Mas também originou alguns tipos
de perturbação económica, política e social.
Globalização e Migração
Vimos em artigos anteriores que uma das causas e efeitos da globalização foi a
abolição de barreiras alfandegárias, proporcionando mais facilidade de
circulação de bens, capitais.
No entanto, no que se refere à circulação de pessoas a maior parte dos países
tem regras muito restritivas.
Segundo dados do Banco Mundial no seu relatório “Globalização, Crescimento
e Pobreza, ao mesmo tempo que os países têm promovido a integração dos
mercados através da liberalização do comércio e dos investimentos, o mesmo
não aconteceu à liberalização das políticas migratórias.
Quase todos os países desenvolvidos têm amplas barreiras legais à entrada de
estrangeiros à procura de trabalho ou residência.
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Apesar dessas barreiras, o número de pessoas que vivem fora dos seus países
não pára de aumentar. De 1990 a 2005 o número aumentou de 120 milhões
para 191 milhões.
De acordo com o Population Resource Center os migrantes representavam em
2005 2,9% da população mundial, o que faria destas pessoas o sexto país mais
povoado do mundo
A Globalização, o espaço e o tempo
O termo “globalização” abrange um largo espectro de matérias, tais como
política, economia, cultura e sociedade.
Em linguagem coloquial a globalização muitas vezes é vista como pouco mais
do que sinónimo para um ou mais dos seguintes fenómenos:
- O mercado livre;
- A liberalização económica;
- A “ocidentalização” ou “americanização”;
- A proliferação das novas tecnologias de informação (com especial destaque
para a “Revolução da Internet”);
- A integração global;
A recente teoria social formulou uma definição mais precisa do termo
“globalização” do que as definições normalmente propostas por especialistas. A
maioria dos teóricos contemporâneos da teoria social sugere que a
globalização diz respeito a mudanças cruciais no espaço e no tempo com contornos
de existência social, segundo as quais o significado de espaço ou território
sofre mudanças profundas, assim como a estrutura temporal, em virtude da
aceleração da actividade humana.
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Distância geográfica é normalmente medida em tempo.
À medida que o tempo necessário para se
ligarem diversos pontos geográficos é reduzido,
a distância (ou espaço) sofre uma compressão.
O espaço e o tempo
A experiência humana do espaço está intimamente
ligada à vertente temporal.
Mudanças na temporalidade da actividade humana
geram percepções diferentes do espaço ou território.
As alterações da experiência da humanidade do
espaço e do tempo têm incidência sobre a
importância do local e até mesmo das fronteiras nacionais e sobre muitas áreas do esforço humano.
Globalização e Tecnologias de Informação
As Tecnologias de Informação são um factor decisivo no advento da
globalização.
Com a evolução tecnológica registada na década de 90 ao nível do hardware,
software e telecomunicações, o acesso à informação do potencial económico
dum eventual negócio foi claramente facilitado. Estes avanços têm possibilitado
uma maior eficiência em todos os sectores da economia.
As Tecnologias de Informação facilitam a expansão dos produtos, ideias e
recursos entre as nações e as pessoas, independentemente da sua localização
geográfica. Criando canais eficazes para o intercâmbio de informação, as
Tecnologias de Informação foram o catalizador da integração global.
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Os avanços em Tecnologias de Informação estão a produzir muitas mudanças na nossa sociedade.
Estas mudanças têm produzido muitos benefícios, embora tenham também
gerado preocupações diversas. As
inovações em Tecnologias de Informação têm originado novos
empregos, promovido o crescimento de
novos mercados e aumentado o comércio
e investimento internacionais. No entanto,
a expansão das Tecnologias de
Informação também introduziu custos. Trabalhadores em certas áreas de
actividade económica perdem os seus empregos devido a inovações em Tecnologias de Informação, visto que alguns empregos se tornaram obsoletos
na sequência da implementação das novas tecnologias
Outra consequência negativa da globalização das Tecnologias de Informação
é a distribuição desigual de acesso às mesmas. A isto se chama “exclusão digital
3- Principais implicações da globalização no mercado de trabalho
Os efeitos no mercado de trabalho da globalização são evidentes, com a
criação da modalidade deslocalização de empregos para países com mão-de-
obra mais baratas para execução de serviços que não é necessário alta
qualificação, com a produção distribuída entre vários países, seja para criação
de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, seja para criação do
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mesmo produto em vários países para redução de custos e ganhar vantagens
competitivas no acesso de mercados
regionais.
O ponto mais evidente é o que o
colunista David Brooks definiu como
"Era Cognitiva", onde a capacidade de
uma pessoa em processar informações
ficou mais importante que sua
capacidade de trabalhar como operário em uma empresa graças à automação,
também conhecida como Era da Informação, uma transição da exausta era
industrial para a era pós-industrial.
A globalização por si só não traz estes benefícios, com aumento das
disparidades de salários cada vez maior.
Prós e contras da globalização
A globalização é caracterizada pelo movimento diário de milhões de contos, por
computador, nas bolsas de todo o mundo; é poder comprar o mesmo produto
em qualquer parte do mundo; é a padronização dos produtos e de marketing a
nível mundial, bem como da imagem junto dos consumidores.
A desregulamentação financeira e do comércio internacional acelerou a
globalização, porque facilitou os movimentos de capitais e de mercadorias
entre os blocos económicos.
Argumentos contra a globalização
Os opositores à globalização argumentam
que esta gere a exploração da mão-de-
obra e dos recursos naturais dos países do
Terceiro Mundo e em desenvolvimento. As
multinacionais
Apostam na deslocalização das empresas para os países que oferecem Melhores condições de investimento, preço
mais baixam da mão-de-obra e menor incidência fiscal sobre a economia e o Manifestação contra a
Globalização
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movimento dos capitais. Essas multinacionais "sem rosto" secam os recursos
naturais dos países do Terceiro Mundo e em vias de desenvolvimento e
quando os abandonam levam a riqueza, degradam o ambiente e a economia
social, denunciam as organizações não governamentais. Os Estados que se
queiram impor contra a saída desses conglomerados correm o risco de sofrer
sanções económicas por parte das grandes potências ou por parte de
organismos internacionais. Os subsídios atribuídos à agricultura europeia
limitam e inviabiliza a exportação dos produtos dos países menos
desenvolvidos.
Os opositores à globalização reúnem-se nas conferências denominadas Fórum
Social Mundial, por oposição ao Fórum Económico Mundial, que se realiza na
cidade suíça de Davos, e defendem a criação de um fundo mundial de
reparação, com o objectivo de apoiar os países do Terceiro Mundo a renovar
as florestas, minorar os impactes sobre a extracção das matérias-primas e
contribuir para melhorar as condições de vida das suas populações.
Argumentos (dos opositores) a favor da globalizaçãoOs opositores à globalização reconhecem que há fortes investimentos que
beneficiam o meio ambiente, designadamente na melhoria da tecnologia
utilizada por indústrias poluentes. São exemplos da emissão de gazes das
indústrias, em geral, e dos automóveis, em particular, para a atmosfera.
Defensores da globalização
Para os defensores da globalização, com assento no Fórum Económico
Mundial, este é um meio de multiplicar os recursos financeiros - permite
expandir os mercados de exportação dos produtos, comprar as matérias-
primas nos países cujo preço é mais barato, deslocar as indústrias para os
paraísos fiscais, mão-de-obra e capital menos onerosos.
Apostam na desregulamentação das barreiras alfandegárias dos países e dos
blocos económicos ao movimento de mercadorias. Centram a estratégia na
melhoria dos vários acordos mundiais sobre transacções comerciais,
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destacando-se os acordos norte-americanos de livre comércio (NAFTA), o
acordo geral de tarifas e comércio (GATT), a comunidade económica entre a
Ásia e o Pacífico (APEC) e o acordo de livre comércio entre as Américas
(ALCA).
Agir local – pensar global
DIA 22 DE ABRIL, O DIA TERRA - Agir Local, Pensar Global
"(...) precisamos, antes de tudo, cultivar um
vínculo afetivo com a Terra: cuidá-la com
compreensão, compaixão e amor; aliviar
suas dores pelo uso racional e contido de
seus recursos, renunciando a toda
violência contra seus ecossistemas"
Leonardo Boff (Resiliência e drama
ecológico).
Há 40 anos se comemora no dia 12 do mês de abril o Dia da Terra, com o
objetivo de sensibilizar a sociedade a cerca dos recursos naturais do Planeta e
de seu manejo, incentivando experiências exitosas na área ambiental.
O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, documento aprovado no Fórum Global, durante a Rio
92 por sua vez, trata em seu preâmbulo a seguinte frase: “Nos
comprometemos com o processo educativo transformador através do
envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades
sustentáveis e eqüitativas. Assim, tentamos trazer novas esperanças e vida
para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda assim belo planeta.”
A pergunta que temos de fazer, é – de que forma nós nos envolvemos
verdadeiramente para evitar estes desastres ambientais? Considerando que a
ação dos Seres Humanos cada vez mais têm contribuído para alterar os ciclos
naturais da Terra.
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É notório o desafio que a raça humana enfrenta na atualidade frente às
questões ambientais globais, em detrimento da grave crise ambiental que
assola o planeta Terra. Catástrofes ambientais nunca antes vistas... são
recorrentes a cada dia: seja pelas condições climáticas alteradas, que
provocam o aquecimento glob al; pelo desmatamento das nossas florestas,
comprometendo a nossa biodiversidade, pelos descuidos com os recursos
hídricos, comprometendo as nossas fontes naturais e até mesmo com a má
gestão das cidades, que geram mais poluição ou mesmo de desastres
ecológicos.
Neste contexto, se mostra emergencial e mais do que necessário a busca por
alternativas reais, para enfrentar e frear estes desequilíbrios ambientais.
Devemos de fato, estimular a formação de sociedades socialmente justas e
ecologicamente equilibradas, conservando entre si relação de interdependência
e diversidade. Contudo, isto requer responsabilidade individual e coletiva a
nível local, nacional e planetário. Uma forma simples, a nível local, mas muito
eficaz é a realização de campanhas, que incentivem a redução do consumo,
como exemplo a Campanha Pró-Caneca, realizada pelo Coletivo Jovem de
Meio Ambiente de Goiás (http://twitter.com/CJ_GO), que incentiva o uso de
canecas duráveis ao invés dos copos descartáveis, pois, um dos maiores
problemas enfrentados pela Gestão Pública, são as destinações dos resíduos
sólidos, principalmente os resíduos considerados não degradáveis, como é o
caso dos copos descartáveis. A utilização das canecas exerce um importante
papel educativo na sociedade, estimulando cada indivíduo a incorporar a idéia
de redução do consumo e do desperdício.
Neste sentido, a expressão Agir Local, Pensar Global não é um mero clichê e
pode ser assumida por todos, pois, a partir de pequenas ações, como a citada
acima, muitas outras são geradas,
promovendo verdadeiramente grandes
círculos de transformação na humanidade,
permitindo a construção de novas
metodologias e práticas que busquem a
sustentabilidade planetária.
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