Giselle Medeiros da Costa One Maria Lusa Souto Porto
(Organizadores)
os desafios DO MUNDO CONTEMPORNEO
3
IMEA Joo Pessoa - PB
2018
Instituto Medeiros de Educao Avanada - IMEA
Editor Chefe Giselle Medeiros da Costa One
Corpo Editorial
Beatriz Susana Ovruski de Ceballos Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque
Julianne Freitas Moreno Roseanne da Cunha Ucha
Reviso Final
Ednice Fideles Cavalcante Anzio
FICHA CATALOGRFICA Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER
Laureno Marques Sales, Bibliotecrio especialista. CRB -15/121
Direitos desta Edio reservados ao Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
One, Giselle Medeiros da Costa. O59s Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3./ Organizadores:
Giselle Medeiros da Costa One; Maria Luisa Souto Porto 1045 fls.
Prefixo editorial: 53005
ISBN: 978-85-53005-08-6 (on-line) Modelo de acesso: Word Wibe Web Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA Joo Pessoa - PB
1. Farmcia 2. Microbiologia 3. Biotecnologia 4. Gentica I. Giselle Medeiros da Costa One II. Maria Luisa Souto Porto III. Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3
CDU: 911
IMEA Instituto Medeiros de Educao
Avanada
Proibida a reproduo, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reprogrfico, fotogrfico,
grfico, microfilmagem, entre outros. Estas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas e/ou
editoriais. A violao dos direitos autorais punvel como Crime
(Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreenso e indenizaes diversas (Lei
9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)
Todas as opinies e textos presentes
neste livro so de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador
isento dos crimes de plgios e informaes enganosas.
IMEA
Instituto Medeiros de Educao Avanada
Av Senador Ruy Carneiro, 115 ANDAR: 1; CXPST: 072; Joo Pessoa - PB
58032-100 Impresso no Brasil
2018
Aos participantes do CINASAMA pela
dedicao que executam suas
atividades e pelo amor que escrevem os
captulos que compem esse livro.
A complexidade dos problemas planetrios exige uma profunda reflexo sobre a indissociabilidade das interaes humanas e ambientais. No obstante, o papel da educao provocar o debate e a reflexo em torno das formas pelas quais nosso modo de pensar e de agir impactam na sade do planeta e ameaam a vida de inmeras espcies. Por isso precisamos de educadores capazes de arquitetar o futuro, cultivando mensagens de esperana e de cuidado nas novas geraes sementes de hoje, rvores do amanh.
Joselito Santos
PREFCIO
A citao de Soren Kierkegaard no sculo XIX diz que
a vida s pode ser comprrendida olhando-se para trs, mas
s pode ser vivida olhando-se para frente. Esta a proposta
deste que apresenta diversidade sobre uma temtica com
abordagens variadas demonstrado ser um livro para
contribuir com o conhecimento do leitor na rea da sade
sob contedo dividido nos mdulos de sade, ateno a
sade, farmcia e sade mental.
O CINASAMA um evento que tem como objetivo
proporcionar subsdios para que os participantes tenham
acesso s novas exigncias do mercado e da educao. E ao
mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biolgico,
Nutricional e Ambiental de direcionar todos que formam a
Comunidade acadmica para uma Sade Humana e
Educao socioambiental para a Vida.
O que sade? O assunto foi discutido durante esse
evento e aqui apresentado em forma resumida para
registrar a preocupao dos profissionais envolvidos com o
tema portanto, desejamos boa leitura e reflexo.
Os livros SADE: os desafios do mundo
contemporneo 1, 2, 3 e 4 tem contedo interdisciplinar,
contribuindo para o aprendizado e compreenso de varias
temticas dentro da rea em estudo. Esta obra uma
coletnea de pesquisas de campo e bibliogrfica, fruto dos
trabalhos apresentados no Congresso Nacional de Sade e
Meio Ambiente realizado entre os dias 17 e 18 de novembro
de 2017 na cidade de Joo Pessoa-PB.
Os eixos temticos abordados no Congresso Nacional
de Sade e Meio Ambiente e nos livros garantem uma
ampla discusso, incentivando, promovendo e apoiando a
pesquisa. Os organizadores objetivaram incentivar,
promover, e apoiar a pesquisa em geral para que os leitores
aproveitem cada captulo como uma leitura prazerosa e com
a competncia, eficincia e profissionalismo da equipe de
autores que muito se dedicaram a escrever trabalhos de
excelente qualidade direcionados a um pblico vasto.
Em SADE: os desafios do mundo contemporneo 1,
esto os ttulos relacionados a sade da criana,
adolescente, homem, mulher, trabalhador e idoso. Nos
textos observado reflexo a sade do indivduo em
crescimento fsico e ser social inseridos nos direitos,
cuidados e os fatores de riscos associados a falha na
prestao dessa ateno.
No segundo SADE: os desafios do mundo
contemporneo 2 tema ateno a sade apresentado em
ttulos que enfatizam a vantagem do planejamento,
ferramentas utilizadas para diagnstico situacional,
experincias vivenciada e estratgias para reduo de
danos a sade.
Em SADE: os desafios do mundo contemporneo 3
esto os ttulos de farmcia que destacam a utilizao dos
recursos naturais como adjuvantes na teraputica
medicamentosa, novas abordagens de auxlio diagnstico,
biotecnologia e relato de experincia profissional.
O ltimo livro, SADE: os desafios do mundo
contemporneo 4 apresenta interdisciplinaridade entre
sade mental, fisioterapia, educao fsica, anatomia e
fisiologia concentrado em ttulos com temas que relatam
experincia profissional nas reas afins, estudos de
comportamentos humano, avaliao fisioterpica e
aboradagens tericas sobre fisiopatologia e anatomia.
Esta publicao pode ser destinada aos diversos
leitores que se interessem pelos temas debatidos.
Espera-se que este trabalho desperte novas aes,
estimule novas percepes e desenvolva novos humanos
cidados.
Aproveitem a oportunidade e boa leitura.
SUMRIO
FARMCIA _________________________________________________ 18
CAPTULO 1 ________________________________________________ 19
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE __________ 19
PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA
FAMLIA ___________________________________________________ 19
CAPTULO 2 ________________________________________________ 34
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS
EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA ____________________________ 34
CAPTULO 3 ________________________________________________ 53
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO ______________ 53
CAPTULO 4 ________________________________________________ 74
ENTEROPARASITOS EM MANIPULADORES DE ALIMENTOS NO BRASIL:
UMA REVISO SISTEMTICA __________________________________ 74
CAPTULO 5 ________________________________________________ 94
IMPLANTAO DO MODELO EXPERIMENTAL DE RINITE ALRGICA NO
LABORATRIO DE IMUNOFARMACOLOGIA DA UFPB _______________ 94
CAPTULO 6 _______________________________________________ 114
INTERAES MEDICAMENTOSAS FARMACOCINTICAS EM UNIDADES DE
TERAPIA INTENSIVA DE HOSPITAL PEDITRICO ___________________ 114
CAPTULO 7 _______________________________________________ 132
file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985613PAPEL DOS RECEPTORES COLINRGICOS NICOTNICOS EM CLULAS DO
SISTEMA IMUNOLGICO ____________________________________ 132
CAPTULO 8 _______________________________________________ 152
PERFIL DE MARCADORES TUMORAIS E SUA CORRELAO COM
PARMETROS HEMATOLGICOS ______________________________ 152
CAPTULO 9 _______________________________________________ 173
POTENCIAL CLNICO DE LEOS ESSENCIAIS NA TERAPUTICA DE DIVERSAS
CONDIES DOLOROSAS ____________________________________ 173
CAPTULO 10 ______________________________________________ 193
PREVALNCIA DE ENTEROPARASITOS E ENTEROCOMENSAIS EM
HABITANTES DO ESTADO DA PARABA: UMA REVISO _____________ 193
CAPTULO 11 ______________________________________________ 213
PROPRIEDADES ANTI-INFLAMATRIAS DA LIRAGLUTIDA EM ESTUDOS
EXPERIMENTAIS E CLNICOS _________________________________ 213
CAPTULO 12 ______________________________________________ 232
RECURSOS VEGETAIS UTILIZADOS COMO MEDICAMENTOS EM UMA REA
RURAL DA CAATINGA NORDESTINA ____________________________ 232
CAPTULO 13 ______________________________________________ 254
RINITE: NOVAS ABORDAGENS E SEUS ENDOTIPOS ________________ 254
CAPTULO 14 ______________________________________________ 269
RINITE: NOVOS FENTIPOS E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS_______ 269
CAPTULO 15 ______________________________________________ 288
SOROPREVALNCIA PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO
NORDESTE BRASILEIRO: UMA REVISO _________________________ 288
MICROBIOLOGIA ___________________________________________ 310
CAPTULO 16 ______________________________________________ 311
ANLISE DO CRESCIMENTO DE MICRORGANISMOS DE SOLO EM
PERIODOS DE SAZONALIDADE SECO E CHUVOSO _________________ 311
CAPTULO 17 ______________________________________________ 330
APLICAO DE TCNICAS BIOLGICAS NA MITIGAO DE SOLO
CONTAMINADO COM GASOLINA E LCOOL ______________________ 330
CAPTULO 18 ______________________________________________ 349
EFEITO ANTIBACTERIANO DO MONOTERPENO (+) ALFA-PINENO FRENTE A
CEPA ENTEROCOCCUS FAECALIS __________________________________ 349
CAPTULO 19 ______________________________________________ 367
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA IN VITRO DO (+) PINENO PARA A
ESPCIE PROTEUS MIRABILIS ____________________________________ 367
CAPTULO 20 ______________________________________________ 386
AVALIAO DA AO ANTIFNGICA DA -LAPACHONA FRENTE AOS
FUNGOS OPORTUNISTAS ____________________________________ 386
CAPTULO 21 ______________________________________________ 406
AVALIAO DA AO INIBITRIA DE TOXINAS KILLER NA CAPACIDADE DE
ADERNCIA DE CANDIDA ALBICANS ISOLADAS DE PACIENTES COM
CANDIDEMIA ______________________________________________ 406
CAPTULO 22 ______________________________________________ 426
BACTRIAS CIDO LTICAS (BAL) COM POTENCIAL PARA APLICAO EM
DIVERSAS REAS E SEUS BENEFCIOS: UMA REVISO ______________ 426
CAPTULO 23 ______________________________________________ 448
file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985645CARACTERIZAO QUANTO AOS GLICOCONJUGADOS DA SUPERFCIE
CELULAR E FORMAO DE BIOFILME DE ESPCIES DE ASPERGILLUS
ISOLADOS DE PACIENTES COM OTOMICOSE _____________________ 448
CAPTULO 24 ______________________________________________ 466
CONIDIOGNESE DO FUNGO ENTOMOPATOGNICO METARHIZIUM
ANISOPLIAE VAR. ANISOPLIAE EM MEIO DE CULTURA BASE DE
RESDUOS AGROINDUSTRIAIS ________________________________ 466
CAPTULO 25 ______________________________________________ 487
BACILOS GRAM-NEGATIVOS ISOLADOS DE SALES DE BELEZA
APRESENTAM RESISTNCIA A ANTIBITICOS E CONSERVANTES _____ 487
CAPTULO 26 ______________________________________________ 507
EFEITO DA PRPOLIS DE APIS MELLIFERA SOBRE ESPCIES DE CANDIDA __ 507
CAPTULO 27 ______________________________________________ 525
FORMAO DE BIOFILME POR LEVEDURAS EMERGENTES E RESPOSTA AO
TRATAMENTO COM ANTIFNGICOS-PADRO____________________ 525
CAPTULO 28 ______________________________________________ 545
MICRO-ORGANISMOS ISOLADOS EM UTI PEDITRICA E SEU PERFIL DE
SUSCEPTIBILIDADE FRENTE A ANTIMICROBIANOS ________________ 545
CAPTULO 29 ______________________________________________ 563
OCORRNCIA DE FUNGOS ALERGNICOS EM PEAS ANATMICAS
HUMANAS, ACONDICIONADAS NO COMPLEXO LABORATORIAL DE
ANATOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA, JOO PESSOA PB
_________________________________________________________ 563
CAPTULO 30 ______________________________________________ 581
PERFIL MICROBIOLGICO DE QUEIJOS TIPO COALHO COMERCIALIZADOS
EM APARECIDA, PARABA ____________________________________ 581
CAPTULO 31 ______________________________________________ 598
PESQUISA DE ESCHERICHIA COLI EM QUEIJO DE COALHO DE LEITE DE CABRA E
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE BACTRIAS LTICAS FRENTE AO
PATGENO _______________________________________________ 598
CAPTULO 32 ______________________________________________ 621
IDENTIFICAO E ATIVIDADE DE PROTEINAS BIOATIVAS PRESENTES NO
SORO DO LEITE DE CABRA ____________________________________ 621
BIOTECNOLOGIA ___________________________________________ 636
CAPTULO 33 ______________________________________________ 637
EFEITO DA ADIO DE ANTIOXIDANTES ENZIMTICOS NA CRIOPRESERVAO DE
ESPERMATOZOIDES OVINOS ______________________________________ 637
CAPTULO 34 ______________________________________________ 655
POTENCIAL CINTICO DE ESPERMATOZOIDES CAPRINOS
SUPLEMENTADOS COM MIO-INOSIOTOL PS-CRIOPRESERVAO ___ 655
CAPTULO 35 ______________________________________________ 676
MODELOS EXPERIMENTAIS PARA INDUO DISLIPIDEMIA EM RATOS
WISTAR - UMA ALTERNATIVA PARA A INVESTIGAO DE POSSIVEIS
FORMAS DE TRATAMENTO: UMA REVISO ______________________ 676
CAPTULO 36 ______________________________________________ 695
EFEITO CITOPROTETOR DA OUABANA EM CULTURA DE LINFCITOS
IRRADIADOS COM UVC E UVB _________________________________ 695
file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985680CAPTULO 37 ______________________________________________ 724
PRODUO DE ENZIMAS EXTRACELULARES E COMPOSTOS BIOATIVOS
POR BACTRIAS ISOLADAS DE AMBIENTE MARINHO ______________ 724
CAPTULO 38 ______________________________________________ 743
PRODUO DE TERPENOIDES COM ATIVIDADE ANTIFUNGICA FRENTE
CANDIDA SP _______________________________________________ 743
CAPTULO 39 ______________________________________________ 763
CONTROLE BIOLGICO FRENTE A FUNGOS E NEMATOIDES
FITOPATOGNICOS _________________________________________ 763
CAPTULO 40 ______________________________________________ 780
BIOPROSPECO DE FUNGOS FILAMENTOSOS ENTOMOPATOGNICOS
PARA PRODUO DE ENZIMAS PROTEOLTICAS EM MEIO DE CULTURA
SLIDO ___________________________________________________ 780
CAPTULO 41 ______________________________________________ 798
BIODEGRADAO DE HIDROCARBONETOS DO PETRLEO: UMA
COMPARAO ENTRE LINHAGENS DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA _ 798
CAPTULO 42 ______________________________________________ 820
O CORAO E SUA CAPACIDADE REGENERATIVA POR MEIO DA
PROLIFERAO CELULAR ____________________________________ 820
CAPTULO 43 ______________________________________________ 846
BIOTECNOLOGIA APLICADA A PRODUO DE BIOFRMACOS E O USO DA
SOJA TRANSGNICA NO COMBATE AO HIV ______________________ 846
CAPTULO 44 ______________________________________________ 865
FATORES DE RISCOS QUE OCASIONAM INFECES RELACIONADAS AO
USO DE CATETER VENOSO CENTRAL ____________________________ 865
CAPTULO 45 ______________________________________________ 884
EFEITO IMUNOMODULADOR DE CANISTROCARPUS CERVICORNIS ________ 884
CAPTULO 46 ______________________________________________ 905
EFEITO DA GLUTAMINA SOBRE OS PARMETROS CINTICOS DE
ESPERMATOZOIDES CAPRINO PS-DESCONGELAO _____________ 905
CAPTULO 47 ______________________________________________ 926
CORANTE NATURAL EXTRADO DA PIMENTA BIQUINHO (CAPSICUM
CHINENSE) _________________________________________________ 926
NANOTECNOLOGIA _________________________________________ 945
CAPTULO 48 ______________________________________________ 946
AVALIAO DOS POSSVEIS RISCOS ASSOCIADOS AOS SISTEMAS
NANOESTRUTURADOS: ESTADO DA ARTE. ______________________ 946
MELHORAMENTO DOS RECURSOS GENTICOS ___________________ 970
CAPTULO 49 ______________________________________________ 971
COMPOSIO QUMICA DOS EXTRATOS DE MOROR SUBMETIDOS AO
PROCESSO DE SECAGEM E VELOCIDADE DO AR ___________________ 971
CAPTULO 50 ______________________________________________ 991
TEOR DE GUA LIMITE PARA CRIOCONSERVAO DE SEMENTES DE
ZIZIPHUS JOAZEIRO MART. ______________________________________ 991
BIOLOGIA MOLECULAR _____________________________________ 1006
file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985711file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985714file:///D:/2017/livros%202017%202018/LIVRO%20SAUDE%20ju%203.docx%23_Toc505985719CAPTULO 51 _____________________________________________ 1007
DIAGNSTICO MOLECULAR DA FEBRE CHIKUNGUNYA ____________ 1007
CAPTULO 52 _____________________________________________ 1027
PAPEL DA INFLAMAO CRNICA NA ETIOPATOGENIA DO CNCER
ESTADO ATUAL DA QUESTO ________________________________ 1027
18
FARMCIA
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
19
CAPTULO 1
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE
PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
Vanssa Miranda da SILVA 1 Vanessa Domingos de MORAIS 2
1 Residente(R1) da Residncia Multiprofissional em Sade Mental-RESMEN , UFPB; 2 Farmacutica especialista em sade da Famlia e Comunidade.
RESUMO: A gravidez um perodo de inmeras transformaes na vida da mulher, pois um momento de mudanas hormonais, fsicas, emocionais, laborais entre outras. A gestante se v desafiada a mudar quase que completamente sua rotina, medida que os meses vo passando e, limitaes comeam a aparecer. Tantas variaes, algumas vezes, deixam essas mulheres confusas e inseguras, necessitado de acompanhamento da equipe de sade da famlia bastante intenso e integral. Essa mulher deve ser vista como um conjunto de vrios itens e fatores, que precisam ser trabalhados e cuidados. Nas Unidades de Sade da Famlia (USFs) tem-se obtido resultados positivos mediante o desenvolvimento de consultas multiprofissionais, onde cada trabalhador contribui de forma diferenciada, mas conjunta e associada aos demais. Alm das interconsultas, algumas USFs conseguem desenvolver grupos operativos onde so trabalhados temas de interesse da gestante ou mesmo de seus familiares, onde estes so empoderados sobre o tema discutido e dvidas so sanadas sempre que possvel, por quem est facilitando o grupo ou por qualquer
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
20
pessoa que esteja participando e que tenha propriedade do assunto. O farmacutico, como profissional de sade do medicamento, estando inserido nessas aes multidisciplinares, demanda contribuies j que constri vnculos com a usuria, a medida que lhe oferta orientaes e retira duvidas que so especificas de sua rea ou mesmo de reas afins. Palavras-chave: Gestantes. Farmacutico. Ateno Bsica.
1 INTRODUO
As condies de sade da populao do Brasil e a atual
conjuntura do Sistema nico de Sade (SUS) estabelecem a
necessidade da integralidade do cuidado, isto , do
atendimento e acompanhamento multidisciplinar, com
possibilidade de realizarem-se aes coletivas, tanto na forma
de consultas como em grupos operativo-educacionais. O
cuidado integral sade do usurio ocorre mediante a soma
de saberes de diversas reas profissionais, medida que se
consegue realizar consultas multidisciplinares com os mais
diversos integrantes da equipe de sade (CORRER; OTUKI,
2013).
Isto propicia entender que o processo sade-doena
precisa acontecer sob assistncia de uma equipe integrada,
onde cada um detentor dos seus conhecimentos, mas que
olham e percebem o usurio de forma coletiva e humanitria,
criando vnculos e cor responsabilizando os indivduos pela
sua prpria sade, focando aes de promoo e preveno
da sade, de forma individualizada e coletiva (ALMEIDA &
MISHIMA, 2001).
Inmeras podem ser as classes de profissionais que
podem integrar as equipes multiprofissionais, isto pode variar,
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
21
mediante a oferta de trabalhadores que se tem no servio. O
grupo que realiza as interconsultas colabora medida que
troca experincias e consegue olhar o usurio como um
todo; quando desenvolve tticas que auxiliam o tratamento
e/ou acompanhamento deste; no momento que identifica
problemas e juntos conseguem entender a situao,
esclarece-lo e d o devido encaminhamento ao caso. A
consulta multiprofissional objetiva, principalmente, o bem-estar
dos usurios. (ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL, 2002).
Alm das interconsultas, enfatizam-se os grupos de
trabalho operativo, que objetiva gerar conhecimento para
todos os participantes. Nesses grupos so trabalhados
diversos temas e os integrantes vo construindo relaes
medida que partilham seus discursos de situaes dirias.
Para o autor Pichon-Rivire (1998), a formao do vnculo
uma estrutura psquica complexa, que apresenta carter
social, tendo em considerao que nas relaes pessoais
sempre existem figuras internalizadas.
Um momento importante para a realizao da consulta
multiprofissional e do trabalho de grupos operativos ocorre
durante o perodo gestacional atravs da consulta de pr-natal
e dos grupos de gestantes. Tendo em vista, que a gravidez
um momento nico na vida da mulher, principalmente por
representar diversas mudanas em sua vida pessoal, conjugal
e profissional, uma condio que traz consigo muitas dvidas,
medos e mitos com relao ao contexto familiar e social da
gestante.
imprescindvel que a Assistncia Farmacutica passe
a integrar o conjunto de atendimentos ofertados pela Ateno
Bsica, qualificando o acesso dos usurios aos
medicamentos, a partir de uma dispensao correta e da
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
22
promoo do uso racional destes. A admisso da Assistncia
Farmacutica (AF) no nosso pas, no campo das Polticas
Pblicas, aconteceu mediante a publicao da Poltica
Nacional de Medicamentos, que traz:
A garantia da necessria segurana, da eficcia e da
qualidade dos medicamentos;
A promoo do uso racional dos medicamentos;
O acesso da populao aos medicamentos
considerados essenciais (BRASIL, 1998).
Dessa maneira, para a Estratgia de Sade da Famlia
a importncia do profissional farmacutico est na unio entre
aes de promoo, preveno e recuperao da sade,
tendo como centro destas aes o usurio e todo o processo
que envolve, principalmente, a utilizao de medicamentos.
Um dos maiores problemas na ateno primria
sade esta relacionado a terapia medicamentosa, envolvendo
erros de prescrio, interao medicamentosa, posologia
administrada de forma inadequada, automedicao,
acarretando diversos custos diretos ateno bsica e
indiretos sade pblica. Tais anlises reforam a real
necessidade do profissional farmacutico na composio na
equipe de Estratgia de Sade da Famlia (ESF) para a
melhoria da assistncia (BRASIL, 1988; BOTEGA, 2013;
OLIVEIRA, OLIVEIRA, DINIZ, 2015).
A nova poltica Nacional de Educao em Sade traz
consigo a ideia de formar profissionais de sade de uma
maneira diferenciada, de forma descentralizada e
multidisplinar, trabalhando na perspectiva de democratizar os
espaos de trabalho e os conhecimentos. As Residncias
Multiprofissionais vm reafirmar essa ideologia, formando
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
23
profissionais e agregando valores e tcnicas que os tornam
mais humanizados e que no se detm somente ao seu
conhecimento, mas que valorizam os demais profissionais, e
que compartilha o usurio em um trabalho de equipe. Com
isso se consegue trabalhar nas gestantes aspectos subjetivos
tidos como fragilizados, e que com o decorrer das atividades
vo sendo fortalecidos, tornando-as mulheres mais fortes,
seguras, preparadas e empoderadas de si dos seus direitos e
da perspectiva de desenvolvimento do perodo gravdico de
forma plena (LOBATO, 2010).
Este trabalho objetiva relatar a experincia vivenciada
pelas farmacuticas no cuidado e apoio s consultas
multiprofissionais do pr-natal e do grupo operativo de
gestante pertencentes a duas Unidades Integradas Sade da
Famlia, no municpio de Joo Pessoa PB, demonstrando o
quo relevante para as Unidades de Sade poder dispor de
consultas multidisciplinares e grupos operativos que
contemple o ciclo da Assistncia Farmacutica que envolve
seleo, programao, aquisio, armazenamento,
distribuio e dispensao/uso.
2 MATERIAIS E MTODO
O presente trabalho trata-se de um estudo descritivo na
modalidade de relato de experincia, a partir das atividades
desenvolvidas na Residncia Multiprofissional em Sade da
Famlia e Comunidade RMSFC1 que objetiva auxiliar na
consolidao do SUS, aumentando o poder de resolutividade
das aes em sade com nfase nas necessidades e
diversidades da realidade do territrio.
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
24
Descrevendo a vivncia/atuao das residentes
farmacuticas nas consultas multidisciplinares na ateno
bsica de pr-natal e grupo de gestantes no perodo de
fevereiro de 2015 a agosto de 2016 pertencentes as Unidades
Integradas Sade da Famlia Nova Conquista, situado no
bairro Alto do Mateus e a Unidade Integrada Sade da Famlia
So Jos, situado no bairro So Jos, ambas do municpio de
Joo Pessoa/PB.
As atividades do pr-natal foram desenvolvidas nas
Equipes de Sade da Famlia - ESF Mateus III e So Jos II e
a partir do agendamento semanal das gestantes, na qual
atendida por uma equipe multiprofissional que inclui
enfermeiro, psiclogo, nutricionista/estudantes de nutrio e
farmacutico. Participam do pr-natal cerca de 4 a 5 gestantes
por turno, algumas destas levam a consulta o companheiro ou
algum outro familiar o que torna a consulta um momento no
apenas focado na gestante, mas tambm envolve todo o
contexto familiar na qual est inserida.
As aes nos grupos de gestantes foram desenvolvidas
pela Equipe de Sade da Famlia - ESF Mateus III e a Unidade
Integrada de Sade da Famlia So Jos. O grupo da ESF
Mateus III ocorre quinzenalmente no Centro de Referncia de
Assistncia Social, visando buscar a intersetorialidade entres
os servios o que proporcionou um melhor espao fsico mais
tranquilo e voltado para o desenvolvimento do grupo de
gestantes no qual disps de uma sala para as atividades,
equipamentos, como aparelho de datashow e computador
porttil e tambm disponibilizam lanche aps o termino da
atividade. O grupo de gestantes da Unidade Integrada de
Sade da Famlia So Jos acontece toda tera-feira de cada
semana, pela manh e antes de comearem os atendimentos
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
25
de pr-natal. O grupo se encontra na sala de reunies da
prpria unidade, onde, a depender do tema a ser trabalhado
se material institucional e atividades ldicas.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
As consultas de pr-natal aconteceram semanalmente
sendo realizadas no consultrio de atendimento da enfermeira
da ESF onde a equipe multiprofissional que inclui enfermeiro,
psiclogo, nutricionista/estudantes de nutrio e farmacutico
atendem simultaneamente a usuria, com perodo de durao
para cada consulta em mdia quarenta minutos para cada
gestante. Um ponto importante que se levou em considerao
nestas consultas foi a otimizao do tempo, evitando com isso
que a consulta seja longa e cansativa para a gestante, por
isso, preferiu-se que o atendimento multiprofissional fosse
realizado concomitantemente por todos os profissionais no
mesmo espao fsico e que cada profissional dentro da sua
rea de conhecimento se insira no transcorrer da consulta com
perguntas a gestante que julgue necessrio e importante para
a sua avaliao profissional. Estudo realizado por Pereira;
Rivera e Artmann (2013) revela que as potencialidades do
trabalho em equipe integrado de forma articulada nas equipes
de sade ampliam a capacidade de cuidado e de resoluo
dos problemas de sade, uma vez que conseguem tornar os
dispositivos de ateno sade existentes mais acessveis,
proporcionando uma ateno mais integral e compartilham a
responsabilidade pela melhoria da qualidade de sade e de
vida de uma dada populao. A unidade produtora dos servios de sade no um profissional isoladamente, mas sim a equipe; que o foco central de ateno no o indivduo
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
26
exclusivamente, mas a famlia; que as intervenes necessrias para proporcionar o cuidado sade devem se sustentar no conhecimento que contemple as determinantes biopsicosociais da sade-doena dos usurios, famlias e comunidade, a assistncia sade passa ter a caracterstica central de um trabalho coletivo e complexo, em que a interdisciplinaridade, bem como a multiprofissionalidade so necessrias (PEDUZZI M., 1998).
Com o intuito destas consultas de pr-natal buscarem
olhar a mulher de forma integral, contemplando seus aspectos
fisiolgicos e sua subjetividade. As principiais aes
vivenciadas nestes atendimentos foram: avaliao da me e
feto como aborda questes como alimentao saudvel;
contexto familiar; sinais comuns na gestao e orientaes
nas queixas mais frequentes; sinais de alerta; preparo para o
parto; incentivo e orientaes para o parto normal; e
orientaes especificas para mulheres que no podero
amamentar; importncia do planejamento familiar; sinais e
sintomas de parto; puerprio; importncia da participao
paterna durante a gestao; cuidados aps o parto e com o
recm-nascido; estmulo a retorno aos servios de sade
dentre outros.
Nestas consultas o farmacutico atua de modo a
contribuir, complementar e garantir a integralidade do cuidado
para uma gestao saudvel, no qual durante o decorrer da
consulta multiprofissional faz-se uma sntese de todas as
informaes relatadas pela gestante e realiza a anamnese
farmacutica visando sintetizar maior nmero de informaes
possveis para obter o conhecimento necessrio sobre o
estado de sade geral da usuria e feto e, assim, iniciar um
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
27
plano de orientaes assegurando maior amplitude de
cuidado.
As principais orientaes realizadas pelo farmacutico
nas consultas multiprofissionais do pr-natal e no grupo de
gestantes, refere-se primordialmente a conhecer o perfil
farmacoteraputico da qual est usuria que procura o servio
de sade faz uso, dessa forma, esse processo deve ocorrer de
maneira acolhedora, cordial e tica com intuito de estabelecer
uma relao de vnculo entre profissional e usuria. O primeiro
ponto da orientao farmacutica aps conhecer o perfil de
uso de medicamentos da gestante identificar medicamentos
potencialmente de riscos para me e feto, observando a
classificao de risco estabelecida pelo FDA (Food and Drug
Administration), que classifica os riscos dos medicamentos
para uso na gestao. Caso seja detecta algum medicamento
que cause danos sade de me e feto, imediatamente
ocorre a comunicao ao mdico prescritor ao qual relatado
quais os riscos e possveis danos para a gestao, cabendo
ao prescritor avaliar o risco e benefcio deste medicamento
para o desenvolvimento pleno da gravidez.
Em seguida o farmacutico procede quando necessrio
com orientaes gerais dos medicamentos a serem utilizadas
pela gestante, quais sejam: melhor forma de possveis
aquisies (farmcia bsica do municpio/ estado/farmcia
comercial), administrao e armazenamento dos
medicamentos; possveis interaes medicamentosas ou
alimentares que possam ocorrer durante administrao;
elucidao da relevncia dos medicamentos os quais a
gestante utiliza e a importncia de uso da posologia
recomendada pelo prescritor, tambm se torna importante
evidenciar para a usuria que o tratamento no
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
28
medicamentoso (banhos frios em perodos febris; alimentao
adequada; dentre outros) tambm valido durante o perodo
da gestao e continuamente enfatizando a importncia de
evitar a automedicao, tendo em vista, que qualquer
medicamento administrado nesse perodo somente deve ser
feito por profissional habilitado para prescrio, uma vez, que
qualquer medicamento utilizado pode trazer risco e somente
aps avaliao criteriosa do profissional de sade sobre riscos
e benefcios que o mesmo pode ocorrer que deve ser
administrado.
O grupo de gestante foi pensado inicialmente visando
aumentar o vnculo entre gestantes e servio de sade e
tambm a partir da necessidade de acolher maior nmero de
gestantes do territrio no qual foram desenvolvidos temas
como: vnculo me-filho; tcnicas de respirao, relaxamento
e postura para alivio de sintomas aparentes no perodo da
gestao; sexualidade; primeiros cuidados com o recm-
nascido; tipo de parto na perspectiva do parto humanizado;
acompanhamento odontolgico na gestao, shantala,
modificaes corporais e emocionais, importncia do
crescimento e desenvolvimento infantil, orientaes e incentivo
para o aleitamento materno, benefcios legais, direitos das
mulheres e lei do acompanhante dentre outras temticas que
se espera desenvolver ao longo do grupo de gestante. Um
importante aspecto que se sobressaiu e contribui para o
fortalecimento do grupo de gestante foi a nfase em
orientaes e aes multiprofissionais, sendo estes encontros
sempre muito dinmicos e sustentado em toda a equipe
multidisciplinar que ali se encontravam.
Segundo Abduch:
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
29
Cada integrante do grupo comparece com sua histria pessoal consciente e inconsciente, isto , com sua verticalidade. Na medida em que se constituem em grupo passam a compartilhar necessidades em funo de objetivos comuns e criam uma nova histria, a horizontalidade do grupo, que no simplesmente a somatria de suas verticalidades, pois de sua verticalidade, gerando uma histria prpria, inovadora que d ao grupo sua especificidade e identidade grupal (ABDUCH, 1999).
Diante disto torna-se importante consultas
multiprofissionais e grupos operativos para a gestante de
forma que promova a ateno integral e a seu contexto
familiar atravs de contribuir para sua sade e o
desenvolvimento saudvel e pleno da gestao, onde me e
feto recebem todos os cuidados necessrios, desde o
atendimento individual ao coletivo, atendendo suas
necessidades biopsicossociais e reforando a importncia da
promoo da sade (MIRANDA; DIAS & RENES, 1998;
SILVA; BRITO, 2010; BARRETO; MALUMBRES, 2016).
No estudo de Frigo et al. (2012), evidencia que as
vivncias dentro do grupo de gestantes em que aborda
vantagens e as dificuldades que podem ocorrer durante a
gestao so fundamentais para o crescimento dos
profissionais e informao das gestantes assistidas pelo grupo
levando-as a sentirem-se mais seguras para superar as
possveis adversidades do perodo gestacional e
amamentao. Outro trabalho realizado por Zampieri et al.
(2009), no qual foi aplicado questionrios de avaliao aos
participantes de um grupo de gestante em Santa Catarina,
revelou que estes grupos possibilitam a quebra de mitos,
permitem a troca de experincia, constroem vnculos afetivos
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
30
me-beb, prepara para o parto e maternidade, gera
mudanas de atitudes e comportamentos; estimula o exerccio
dos direitos conquistados; estimula a insero do
acompanhante em todo o processo. Encontrando-se ambos os
trabalhos citados constatando experincias positivas
relacionadas aos grupos de gestantes nos quais contribuem
para gerar transformaes com vistas a um cuidado
humanizado e integral valorizando os pequenos gestos no
cuidar.
4 CONCLUSES
As gestantes acompanhadas por consultas
multidisciplinares e que participam dos grupos de gestantes
ofertados pelas referidas unidades, mostram-se mais seguras,
uma vez que, muitas das suas dvidas so sanadas nesses
momentos, onde o profissional farmacutico agrega
conhecimentos e consegue responder muitos dos
questionamentos feitos pelas gestantes, j que o uso de
medicamento durante o perodo gravdico requer cuidados e
orientaes e sempre uma dvida que permeia entre essas
mulheres; sentem-se mais apoiadas, porque conseguem
perceber em toda a equipe de sade o cuidado integral para
com ela e com seu beb; apresentam-se mais empoderadas
sobre a situao que esto vivenciando; alm de
demonstrarem mais autoconfiana e autoestima, junto aos
familiares, tornando-se protagonistas da sua prpria histria
de vida.
Diante do que foi apresentado podemos afirmar que se
torna importante que o farmacutico esteja presente e atuante
A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
31
dentro da ateno bsica visando a aproximao deste
profissional com as unidades de sade, contribuindo e
orientando para melhor conduta de profissionais de sade em
relao aos medicamentos, garantindo a dispensao correta
e segura dos medicamentos, tendo em vista, que esta uma
atribuio exclusiva do farmacutico e estabelecendo
principalmente uma relao acolhedora de construo de
vnculo entre farmacutico-usurio na orientao de consultas
multiprofissionais e grupos operativos garantindo sucesso
farmacoteraputico e o uso racional dos medicamentos.
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32
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A PARTICIPAO DO FARMACUTICO NAS CONSULTAS DE PR-NATAL E GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA
33
dos Recursos Humanos de Enfermagem em Sade da Mulher e do Recm-nascido 24 26 de junho de 2009 Teresina-PI.
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
34
CAPTULO 2
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM
MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
Larcia Karla Diega PAIVA FERREIRA1
Larissa Adilis Maria PAIVA FERREIRA2
Talissa Mozzini MONTEIRO1 Adriano Francisco ALVES3
Marcia Regina PIUVEZAM4 1 Doutoranda do PgPNSB/ UFPB; 2 Graduanda do curso de Farmcia, UFPB; 3Doutorando do Programa de Ps Graduao em Patologia/ UFMG ; 4 Orientadora/Professora do DFP/UFPB.
RESUMO A asma afeta 300 milhes de pessoas em todo o mundo. Modelos experimentais que mimetizam o processo inflamatrio da asma so essenciais no entendimento da fisiopatologia desta doena, tornando possvel o estudo de novas molculas no arsenal teraputico para o tratamento da asma. O presente trabalho teve como objetivo analisar e comparar os parmetros inflamatrios e alrgicos que caracterizam o modelo de asma alrgica em diferentes protocolos experimentais. Camundongos fmeas BALB/c foram sensibilizados e desafiados com ovalbumina (OVA). Os parmetros inflamatrios observados foram a migrao de leuccitos no fluido do lavado broncoalveolar (BALF) e os parmetros histopatolgicos (inflamao, muco e remodelamento tecidual). O parmetro alrgico mensurado foi a produo de IgE OVA especfica. O desafio prolongado com OVA no protocolo de asma alrgica crnica, promoveu influxo significativo no nmero de leuccitos em relao ao grupo OVA do protocolo de asma alrgica aguda, no BALF
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
35
(8,63x105 0,81 vs 5,63x105 0,457), na histologia (score = 6,75 0,25 vs 4,5 0,289) e promoveu remodelamento tecidual (score =1,75 0,25 vs 0,25 0,25). Em adio, os protocolos de 23 e 35 dias produziram a IgE-OVA especfica (3822 274 e 3947 149) . Os resultados obtidos nesse trabalho demonstram que o desafio prolongado com alrgeno promove, evidencia e exacerba os parmetros inflamatrios crnicos, caractersticos da asma alrgica. Palavras-chave: Inflamao pulmonar. Asma. Modelo
experimental
1 INTRODUO
Atualmente o termo asma conota um grupo de
sintomas clnicos como falta de ar, chiado e aperto no peito,
resultante da limitao do fluxo areo expiratrio reversvel ou
hiper-reatividade brnquica, decorrente do processo
inflamatrio crnico com hiperproduo de muco,
remodelamento e estreitamento da parede das vias areas
(BUTT; KURDOWSKA; ALLEN, 2016; FAHY, 2015; HOGG,
1997; KUDO; ISHIGATSUBO; AOKI, 2013; SIMPSON et al.,
2010). A particularidade das caractersticas clnicas,
fisiolgicas e resposta a terapia medicamentosa da asma
defini seus diferentes fentipos (ANDERSON, 2008; FAHY,
2015; LEMANSKJR; BUSS, 2006). A diviso mais aceita dos
fentipos da asma, compreende em Asma Alrgica tipo 2
(Th2) e Asma no alrgica. Na Asma Alrgica Th2 est
presente os fentipos: incio precoce; incio tardio e Asma
Induzida por Exerccio (EIA). A Asma no Th2 representada
pelos fentipos: obesidade e asma neutroflica (ANDERSON,
2008; BRUSSELLE; MAES; BRACKE, 2013; WENZEL, 2012;
ZHENG et al., 2011).
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
36
O parmetro essencial de identificao do perfil Th2 no
processo inflamatrio pulmonar decorrente da asma a
produo das citocinas IL-4, IL-13 e IL-5 pelas clulas T CD4+,
bem como a presena de uma eosinofilia sangunea e tecidual
exacerbada (BELLINI et al., 2012; BISSET; SCHMID-
GRENDELMEIER, 2005; LUKACS, 2001; ROBINSON et al.,
1992; WYNN, 2015).
O aumento srico de IgE caracteriza uma atopia
(predisposio gentica para desenvolver alergias) e
considerada a marca da resposta imune adaptativa Th2
(CHENG et al., 2014). Essa imunoglobulina se ligar aos seus
receptores de alta afinidade do tipo FcRI presentes nas
membranas de mastcitos, basfilos e eosinfilos (PAUL et
al., 2001). A inflamao pulmonar caracterstica da asma
alrgica tipo 2 (Th2) dependente da sensibilizao dessas
clulas pela IgE e posterior desgranulao com liberao de
mediadores vasoativos (COSTA et al., 2008; PALOMARES et
al., 2017).
O presente estudo teve o objetivo de comparar os
parmetros inflamatrios e alrgicos de dois protocolos de
inflamao alrgica das vias areas inferiores, caracterstico
da asma, sendo um de carter agudo e outro crnico.
2 MATERIAL E MTODO
Animais. Camundongos BALB/c fmeas com idade
entre 6-8 semanas (20-25g) e ratas Wistar (120-150g), foram
fornecidos pelo biotrio Prof. Dr. Thomas George no Ncleo
de Pesquisa em Produtos Naturais da Universidade Federal
da Paraba, Brasil. Os animais foram mantidos em condies
adequadas de temperatura e alimentao. Todos os
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
37
procedimentos experimentais foram conduzidos de acordo
com as orientaes do Conselho Nacional de Controle de
Experimentao Animal (CONCEA), bem como a Lei
n11794/2008. A eutansia dos animais foi realizada pela
administrao intra-muscular (i.m.) de soluo anestsica
contendo 29 mg/mL de ketamina e 1,91 mg/mL de xilasina em
soluo salina (NaCl 0,9 %). Este projeto foi aprovado pela
Comisso de tica no Uso Animal (CEUA/UFPB) sob o
protocolo de nmero 165/2015.
Protocolos de Asma alrgica induzida por
Ovalbumina. Os animais foram divididos nos grupos (n=6):
basal (no sensibilizado com OVA) e OVA (sensibilizado com
OVA). Em ambos os protocolos (23 dias e 35 dias) os animais
foram sensibilizados nos dias 0, 7 e 14 com 10L/ g de animal,
via intraperitoneal (i.p.) com uma suspenso contendo 50
g/mL de OVA grade V (SIGMA Chemical, St. Louis, MO) e 10
mg/mL de Al(OH)3 (VETEC, Rio de Janeiro, RJ) em soluo
salina.
No protocolo de 23 dias, os animais foram desafiados
nos dias 19 a 22 com aerossol de OVA grade II (SIGMA
Chemical, St. Louis, MO) a 5% em soluo salina por 30
minutos dirios, em uma cmara fechada, sob um fluxo
contnuo de aerossol, com o auxlio de um nebulizador ultra-
snico. Este protocolo caracterizado por apresentar uma
inflamao alrgica pulmonar aguda.
No protocolo de 35 dias, os animais passaram por duas
etapas de desafios com aerossol. A primeira etapa ocorreu
entre os dias 19 a 23, e a segunda etapa entre os dias 30 a
34. O procedimento de desafio ocorreu de igual modo ao
protocolo de 23 dias. Este protocolo apresenta uma
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
38
inflamao alrgica pulmonar crnica (MCMILLAN;
XANTHOU; LLOYD, 2005).
Coleta do Fluido do Lavado Broncoalveolar (BALF).
O BALF foi coletado 24 horas aps o ultimo desafio de cada
protocolo experimental. O BALF foi realizado com 1,5 mL de
HBSS+/- gelado, injetado na traqueia, sentido pulmo. O fluido
foi armazenado para posterior contagem de clulas.
Contagem Total e Diferencial de Clulas do BALF. A
contagem do nmero total de clulas no BALF foi realizada em
cmara hemocitomtrica. O BALF foi diludo (1:4) em soluo
de Turk (VETEC, Rio de Janeiro, RJ), a contagem das clulas
totais foi realizada no microscpio ptico (40x- BX40,
OLYMPUS). Aps a contagem das clulas totais, os tubos
foram centrifugados (centrfuga CR422, JONAM) a 1000 rpm,
4C, 5 minutos, as clulas foram ressuspensas em 300L de
HBSS+/- e citocentrifugadas na citocentrfuga tipo citospin
(FANEN, So Paulo, SP, Brasil Mod 2400). As lminas obtidas
foram fixadas e coradas pelo mtodo pantico (Kit Pantico,
Renylab). A contagem diferencial de clulas foi realizada por
microscopia ptica. Cada lmina foi percorrida at a contagem
de 100 clulas, utilizando para isso a objetiva de imerso
(100x).
Histologia pulmonar. Para avaliar as caractersticas
histolgicas pulmonares dos camundongos, o pulmo foi
coletado 24 horas aps o ltimo desafio de cada protocolo de
asma alrgica e fixado em formalina tamponada, em
sequncia, foi hidratado em gua corrente durante 24 horas;
desidratado por 30 minutos em cada diferente concentrao
de lcool etlico (70, 80, 90 e 100%); xilol por 30 minutos;
parafina lquida (parafina histolgica- ERVIEGAS, So Paulo,
SP), aps solidificao obteve-se o "bloco" de parafina
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
39
contento o fragmento do tecido em seu interior. O corte
histolgico teve espessura de 5m, com o auxlio de um
micrtomo (SP Labor 300).
Com os cortes aderidos nas lminas, estes foram
corados com Hematoxilina & Eosina (HE), para avaliao de
parmetros teciduais gerais; cido Peridico de Schiff (PAS),
para avaliao da hipersecreo de muco e Tricmio de
Gomori (TG), para observao da expanso da matriz
extracelular. Depois, foi realizado a montagem das lminas.
Aps a anlise morfolgica, foi criado um score (pontuao),
com a finalidade de gerar significncia as avaliaes visuais,
correlacionando esses achados a clnica dos animais
acometidos com asma, para cada corante utilizado (GALVO
et al., 2017).
Para a anlise em HE as leses avaliadas e os
valores atribudos foram: Infiltrado Peribroquiolovascular (00-
03); Hipertrofia e Hiperplasia de Cls. Caliciformes (00-02);
Tampo Mucoso (00-02); Infiltrado Perivascular (00-01);
Infiltrado Peribronquiolar (00-01) e Infiltrado Disperso na
Mucosa (00-01).
Nos scores de PAS e o nmero total de
estruturas peribronquiolovasculares no TG, foram
mensurados, onde at 05 bronquolos o valor atribudo foi 1;
de 06 a 10 bronquolos (2); de 11 a 15 bronquolos (3) e at 20
bronqulos (4).
Coleta de sangue e Teste de Anafilaxia Cutnea
Passiva (PCA). 24 horas aps o ltimo desafio com o
alrgeno (OVA) de cada protocolo, o sangue foi coletado pelo
plexo braquial, centrifugado em 1.500 rpm, a 4C por 10 min e
o soro coletado foi armazenado para a realizao do teste de
anafilaxia cutnea passiva (PCA), afim de determinar o ttulo
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
40
de IgE-OVA-especfica. As amostras de soros foram diludas
em salina em oito diluies seriadas. Um volume de 50 L das
diluies foi injetado por via intradrmica em oito diferentes
stios do dorso de ratas Wistar depiladas e previamente
anestesiadas.
Aps 24 h, foi realizado o desafio antignico pela
administrao de 500L na veia caudal de uma soluo
contendo 10 mg/mL do corante Azul de Evans (VETEC, Rio de
Janeiro, RJ) 1 %, e 4 mg/mL de OVA grade V. Aps 30 min, os
dimetros das manchas formadas no dorso foram medidas. O
ttulo determinado pela maior diluio do soro capaz de
promover mancha mensurvel 5 mm (COSTA et al., 2008).
Anlise estatstica. Os resultados obtidos foram
expressos como mdia erro padro da mdia, e analisados
estatisticamente empregando-se o ANOVA one-way seguido
de Tukey, onde os valores de p
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
41
Similar a migrao de clulas totais induzida pelo desafio
com OVA (Fig 1a) a porcentagem de eosinfilos presente no
BALF foi aumentada em relao ao grupo no sensibilizado
com o alrgeno, nos dois protocolos de asma alrgica
analisados (Fig 1b). No protocolo de 23 dias (40,1 1,47 vs
0,75 0,479) e no protocolo de 35 dias (48,4 3,63 vs 5,04
1,46). No entanto, no houve diferena estatistica entre os
grupos OVA dos diferentes protocolos de asma alrgica.
Figura 1 - Efeito do desafio com Ovalbumina na migrao de clulas totais e porcentagem de eosinfilos no BALF em modelos experimentais de asma alrgica.
Fonte: Pesquisa direta. 2017
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
42
Um dos parmetros caractersticos do processo
inflamatrio da asma alrgica o recrutamento de leuccitos
para as vias areas inferiores (WOODRUFF et al., 2009). Afim
de avaliar a migrao celular, os leuccitos totais foram
quantificados no Fluido do Lavado Broncoalveolar (BALF). O
desafio por aerossol com o alrgeno Ovalbumina se mostrou
eficaz em induzir o influxo de clulas inflamatrias no BALF,
indicando um parmetro essencial no processo inflamatrio
dos modelos analisados no presente estudo. Nossos
resultados demonstraram ainda que a cronicidade da
exposio ao agente causador do processo inflamatrio tem a
capacidade de aumentar ainda mais o influxo de leuccitos, e
consequentemente a manuteno do processo inflamatrio e
sua cronicidade, confirmando que o tempo de exposio ao
alrgeno fundamental para a exacerbao da crise alrgica.
Uma das caractersticas essncias da asma alrgica a
migrao exacerbada dos eosinfilos para os pulmes (KARP,
2004; YOUSEFI; SIMON; SIMON, 2012). A ativao
eosinoflica promove a liberao de mediadores pr
inflamatrios importantes para manuteno do processo
inflamatrio crnico das vias areas, como a protena bsica
principal (MBP), protena catinica, LTC4, PGE2, tromboxanos
e PAF. Os eosinfilos ainda tem a capacidade de sintetizar
diversas citocinas (IL-3, IL-4, IL-5, IL-8, IL-10, IL-12, IL-13),
quimiocinas (CCL5/RANTES e CCL11/ eotaxina 1), TNF- e
TGF-, onde todas essas molculas atuam na patognese do
processo inflamatrio crnico nas vias areas (BANDEIRA-
MELO; BOZZA; WELLER, 2002; GOUR; WILLS-KARP, 2015;
WYNN, 2015).
O aumento no nmero de eosinfilos, em ambos os
protocolos de inflamao alrgica pulmonar, foi obervado no
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
43
presente estudo. O desafio com OVA resultou em uma mdia
de 40% de eosinfilos no BALF em ambos os modelos
estudados. Esse resultado comprova o padro caracterstico
do fentipo da asma alrgica, no qual caracterizado por uma
inflamao crnica eosinofilica (BEZERRA-SANTOS et al.,
2006; CERQUEIRA-LIMA et al., 2010).
Na figura (2), observa-se o processo histopatolgico
caracterstico da inflamao alrgica das vias areas inferiores
em ambos os protocolos de 23 e 35 dias. A colorao
Hematoxilina&Eosina (HE) permite a observao da
arquitetura geral do tecido pulmonar, revelando o padro tpico
do epitlio respiratrio o qual formado por clulas
pseudoestratificadas; ciliado com clulas caliciformes e em
bronquolos terminais, observa-se que o epitlio tornar-se
colunar baixo ou cbico com clulas de Clara e a parede
alveolar com pneumcitos de estrutura preservada, como
evidenciado no grupo Basal. No entanto, nos grupos OVA de
23 e 35 dias, observam-se a presena de infiltrado inflamatrio
e edema multifocal peribronquiolovascular com presena de
eosinfilos, linfcitos e macrfagos compondo o exsudato
caracterstico da inflamao pulmonar alrgica, observa-se
ainda hipertrofia e hiperfplasia do epitlio bronquiolar e
presena de tampo mucoso no interior de bronquolos.
O cido Peridico de Schiff (PAS) revela glicognio e
mucina intracelular, alm da hierptrofia e hiperplasia de clulas
caliciformes, leses observadas no grupo OVA nos dois
protocolos utilizados, diferente dos grupos Basais, onde essas
estruturas mantiveram-se sem alterao . Nas lminas
coradas por PAS a reao positiva para o corante ocorre
quando observado em bonina a presena de glicognio ou
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
44
polissacardeos neutros (contendo grupos 1,2 glicol) e mucina
(glicoprotena, principal constituinte do muco).
O Tricmio de Gomori (TG) tem a finalidade de
identificar fibras musculares alm da expanso da matriz
extracelular, onde as fibras musculares se coram de vermelho
e fibras que compem a matriz extracelular em verde. Uma
das principais protenas que compem a matriz estracelular
o colgeno o qual esta intimiamente relacionado ao processo
de remodelamento tecidual ou fibrose.
No protocolo de 23 dias, pode-se observar, tanto
visualmente, representado na fig. (2), quanto estatisticamente,
atravs do score inflamatrio, que houve migrao significativa
de clulas inflamatrias para o espao peribronquiolovascular
nos animais do grupo OVA em relao ao do grupo Basal (4,5
0,289 vs 1) observados em HE, e ainda uma hiperproduo
de muco pelas clulas caliciformes (1,5 0,289 vs 0)
observadas em PAS. Todavia, no houve expanso
significativa da matriz extracelular, no espao
peribronquiolovascular, entre os grupos.
No protocolo de 35 dias, observa-se tanto na fig. (2)
representativa quanto pela analise estatstica no score, que
houve migrao significativa de clulas inflamatrias para o
espao peribronquiolovascular no grupo OVA em relao ao
Basal (6,75 0,25 vs 1) observados em HE, hiperproduo de
muco pelas clulas caliciformes (2,5 0,289 vs 0,5 0,289)
observadas em PAS, alm de expanso da matriz extracelular
no espao peribroquiolovascular, promovendo remodelamento
tecidual (1,75 0,25 vs 0). Na anlise estatstica entre os dois
protocolos, observado entre os grupos OVA um aumento do
processo inflamatrio tecidual com migrao celular para o
espao peribronquiolovascular e expanso da matriz com
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
45
consequente remodelamento tecidual no de 35 dias em
comparao ao de 23 dias (p 0,001).
Figura 2 - Efeito do desafio com Ovalbumina no processo histopatologico pulmonar em modelos experimentais de asma alrgica.
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
46
Fonte: Pesquisa direta. 2017
Com o objetivo de comprovar no parnquima pulmonar
a migrao de clulas inflamatrias mensuradas no BALF,
utilizou-se a colorao de HE. A qual permitiu observar a
presena de leuccitos para o espao peribronquiolovascular
em ambos os grupos sensibilizados e desafiados com o
alergeno Ovalbumina. Ainda, a exposio prolongada ao
alrgeno, no protocolo de 35 dias, foi capaz de promover uma
maior migrao para o sitio inflamatrio, quando comparado
ao protocolo de 23 dias. Esse resultado comprova que o
tempo de exposio ao agente causador do processo
inflamatrio est diretamente relacionado a ativao da
resposta Th2 e consequentemente migrao de granulcitos,
responsveis pela manuteno e cronicidade do processo
inflamatrio asmtico.
Afim de avaliar o processo de hiperoduo de muco,
hiperplasia e hipertrofia das clulas caliciformes caracterstico
na asma, a colorao de PAS foi utilizada. Com isso, foi
evidenciado um aumento destes parmetros nos grupos OVA
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
47
de ambos os protocolos, quando comparados aos respectivos
grupos basais. No entanto, o tempo de exposio ao alrgeno
no infere em uma maior produo de muco quando
comparou-se os protocolos.
A expanso da matriz, gerando seu remodelamento, o
principal parmetro de cronicidade do processo inflamatrio
crnico da asma (MCMILLAN; XANTHOU; LLOYD, 2005),
sendo este observado no protocolo de 35 dias. No protocolo
de 23 dias no foi observado a presena de remodelamento
tecidual, classificando-o como protocolo agudo de inflamao
pulmonar asmtica, onde os parmetros inflamatrios
mantenedores de toda a inflamao foi mensurado, exceto a
fibrose.
Como demonstra a figura (3), a no exposio ao
alergeno dos grupos Basais em ambos os protocolos
analisados neste estudo, no produziu a imunoglobulina
alrgeno especfica (IgE- OVA especfica), no estando
presentes na fig. (3). Todavia, a sensibilizao efetiva com
OVA promoveu a produo de IgE OVA especfica nos
grupos OVA, no protocolo de 23 dias (3822 274) e no
protocolo de 35 dias (3947 149).
A Imunoglobulina E (IgE) classificada como o
marcador biolgico do fentipo da asma alrgica mediada pela
resposta imune tipo 2 (DOHERTY et al., 2013; GOULD;
SUTTON, 2008; XU et al., 2016).
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
48
Figura 1 - Efeito do desafio com Ovalbumina sobre o ttulo de IgE-OVA especfica em modelos experimentais de asma alrgica.
Fonte: Pesquisa direta. 2017
A produo de IgE realizada pelos linfcitos B em
decorrncia da ativao via interao com os linfcitos T e
suas citocinas IL- 4 e/ou IL-13 (AKDIS; AKDIS, 2012; GALLI;
TSAI, 2012; GOUR; WILLS-KARP, 2015; WYNN, 2015). A
funo essencial da IgE mediar as reaes de
hipersensibilidade imediata tipo 1. A ligao cruzada
(alrgenoIgEreceptor FcRI) em mastcitos, leva sua
desgranulao e liberao de mediadores inflamatrios locais,
responsveis pela resposta aguda na asma ige(HOFMANN;
ABRAHAM, 2010; KAGEYAMA-YAHARA et al., 2008; STONE;
PRUSSIN; METCALFE, 2010). A IgE participa dos
mecanismos de sobrevivncia, proliferao, migrao e
ativao de mastcitos, os quais produzem uma variedade de
citocinas e quimiocinas envolvidas na imunomodulao das
afeces alrgicas (KASHIWAKURA; OTANI; KAWAKAMI,
2011; PALOMARES et al., 2017).
ANLISE COMPARATIVA DOS PARMETROS ENVOLVIDOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE ASMA ALRGICA
49
Nesse estudo demonstramos que em ambos os
protocolos utilizados, os grupos basais, por no serem
sensibilizados com o OVA, no apresentaram a IgE OVA-
especfica srica. Entretanto, a sensibilizao com o alrgeno
OVA foi capaz de induzir a produo de IgE- OVA especfica
em ambos os grupos OVA. Demonstrando eficcia no
processo de senbilizao em ambos os procotocolos
avaliados. Adicionalmente, a produo da IgE independe do
tempo de exposio local da OVA.
4 CONCLUSES
Esse estudo comprovou a efetividade do processo de
sensibilizao e desafio com o alrgeno Ovalbumina nos
protocolos experimentais de asma alrgica aguda e crnica.
Entretanto, o tempo de exposio ao alrgeno essencial
para a cronicidade do processo inflamatrio, promovendo uma
piora no quadro clinico asmtico.
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ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
53
CAPTULO 3
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
Maria Luiza Carneiro Moura Gonalves Rego BARROS1
Marconi Rego Barros JNIOR Jos Lamartine Soares SOBRINHO
1 Doutorando em Inovao Teraputica, Universidade Federal de Pernambuco; 2 Orientador/Professor do Departamento de Cincias Farmacuticas da Universidade Federal
de Pernambuco. [email protected]
RESUMO: Ao longo dos anos a comunidade cientfica e industrial tem-se voltado ateno para inovaes tecnolgicas em busca de novos materiais que possuam inmeras aplicaes. No campo farmacutico os argilominerais so uma inovao tecnolgica com excelentes propriedades, dentre as quais se destacam a estabilidade trmica, propriedades granulomtricas e reolgicas, principalmente a de adsoro. Nesta reviso encontram-se informaes bibliogrficas sobre o uso de argilominerais como excipiente farmacutico, visando uma atualizao sobre estes materiais e sua potencial utilizao no mbito farmacutico. importante frisar a sua utilizao como excipiente farmacutico, a fim de incentivar o uso de matrias primas do Nordeste, bem como contribuir para o desenvolvimento scio-econmico desta regio. Palavras-chave: Argilominerais. Excipiente farmacutico.
Filossilicatos. Liberao de frmacos.
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
54
1 INTRODUO
Com a evoluo das pesquisas em busca de novos
materiais, o campo da cincia de materiais e qumica ficou
responsvel pelo aparecimento de novos compostos como
ligas metlicas, polmeros, cermicas e materiais hbridos
inorgnicos-orgnicos. A partir deste novo sculo essa ltima
classe de materiais tem sido foco de relevantes pesquisas,
pois as suas propriedades e aplicaes tecnolgicas
permeiam diversas reas da indstria, cincia e tecnologia
(YANG, 2003).
Novos materiais baseados em argilas tais como
silicatos, tm atrado grande ateno, pois so abundantes, de
baixo custo, ambientalmente compatveis e com potencial
ilimitado, reunindo importantes propriedades como: elevada
rea superficial e porosidade, stios ativos e atraentes para o
processo de adsoro (CAGLAR, 2012), excelente
estabilidade trmica e estrutural, (YANG, et al, 2012),
capacidade de troca inica e toxicidade baixa ou nula (CHOI,
et al, 2011, HITZKY, et al., 2010; WANG E O'HARE, 2012;
PARK, et al., 2013; PARK et al., 2015).
Alm disso, estes materiais vm demonstrando
numerosas aplicaes em diversificadas reas de pesquisa,
principalmente como sorventes potenciais na remoo de
vrios poluentes especficos para a tecnologia do tratamento
de gua e efluentes (LEE, et al, 2012), agentes de controle
reolgico e ainda usados na liberao de frmacos
(SUCHITHRA, et al, 2012, DAWSON E OREFFO, 2013; YU, et
al., 2013; BI, et al., 2014; CHOI, et al., 2014; KIM, et al., 2015).
A classe mineral dos silicatos a de maior importncia,
superando qualquer outra, pois cerca de 25% dos minerais
conhecidos e quase 40% dos minerais comuns so silicatos,
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
55
ocupando uma posio de destaque nos assuntos
relacionados Qumica Inorgnica, no s do ponto de vista
estrutural, como tambm no estudo de propriedades,
principalmente no que tange insero de molculas no
interior do espao interlamelar e consequentes modificaes
qumicas, alm de vrias aplicaes (AIROLDI, 2008).
De acordo com o International Pharmaceutical
Excipient Councils IPEC, excipiente qualquer substncia,
diferente do frmaco ou do pr-frmaco, que tem sua
segurana avaliada e, pode ser includa na forma farmacutica
com as seguintes intenes: possibilitar a preparao do
medicamento; permitir a administrao de doses exatas;
fornecer estabilidade qumica, fsica e microbiolgica ao
frmaco; melhorar a disponibilidade biolgica do frmaco; e
melhorar as propriedades organolpticas dos frmacos e
preparaes (PESSANHA et al., 2012). O excipiente precisa
garantir a aceitabilidade do paciente; e melhorar ou promover
qualquer outro relacionado segurana e efetividade do
medicamento (VILLANOVA, et. al., 2012).
Neste sentido, o objetivo principal do presente trabalho foi
um levantamento bibliogrfico sobre o uso de argilominerais
como excipiente farmacutico.
2 MATERIAIS E MTODO
Este estudo consistiu em uma reviso de literatura, cujo
levantamento bibliogrfico foi realizado mediante a busca
eletrnica de artigos indexados em bases de dados como os
sites da Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca
Virtual em Sade (Bireme) e Science Direct. Por meio de
consulta aos Descritores em Cincias da Sade (DeCS), foi
possvel identificar aos seguintes descritores concernentes ao
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
56
tema: argilominerais e excipiente farmacutico, nos quais foi
baseada esta pesquisa, de modo a possibilitar uma busca
mais direcionada aos artigos cientficos de interesse.
A pesquisa considerou os seguintes critrios de incluso:
1) Perodo de publicao - artigos publicados entre os anos de
2010 a 2017, com exceo para os clssicos, os quais foram
publicados anteriormente a este perodo; 2) Idiomas artigos
em portugus, ingls e espanhol; 3) Artigos relacionados ao
tema proposto, com utilizao dos descritores citados acima.
Aps a identificao dos artigos, os resumos dos mesmos
foram lidos previamente, para identificar as ideias
apresentadas pelos autores, de forma a verificar se poderiam
contribuir com os objetivos desta pesquisa. Selecionados os
artigos de interesse, foram impressos e iniciou-se um processo
de anlise e sntese por meio de uma leitura exploratria, com
a finalidade de abarcar um significado mais amplo dos
conceitos envolvidos, para favorecer posteriormente uma
elaborao textual consistente e adequada acerca do tema
proposto.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Argilas so materiais terrosos, de granulao fina,
formadas quimicamente por silicatos hidratados de alumnio,
ferro e magnsio. So constitudas por partculas cristalinas
extremamente pequenas, de um nmero restrito de minerais
conhecidos como argilominerais, podendo conter ainda
matria orgnica, sais solveis, partculas de quartzo, pirita,
calcita, outros minerais residuais e minerais amorfos (VIEIRA
et al., 2003, BRIGATTI, et al., 2013, GUGGENHEIM E
KREKELER, 2011; OUELLET-PLAMONDON, et al., 2015).
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
57
Segundo Nunes (2003), os egpcios acreditavam que a
argila nada mais era que barro, alm de ser um dos melhores
remdios que existia na natureza. Porm, sugere-se que foi
Popea, mulher de Nero, que desenvolveu a mscara facial
para conservar a delicadeza da pele contra o sol e as
agresses dirias (ZAGUE, et al., 2007). Acredita-se que a
argila um dos materiais mais antigos utilizados pelo homem
(VISERAS, 2004).
Aproximadamente 30 minerais, dos 4500 conhecidos,
so utilizados nas indstrias farmacutica e cosmtica, seja
como princpios ativos ou excipientes (CARRETERO; POZO,
2010).
As argilas podem ser de origem natural ou sintetizadas
em laboratrio com rota simples e de baixo custo (BOTAN et
al. 2011). Elas so usadas em diversas aplicaes
tecnolgicas, tais como: modificao de eletrodos para
biosensores, imobilizao de enzimas, imobilizao de
catalisadores, remoo de biomolculas indesejveis em
extratos, nanocompositos argila/polmero, imobilizao de
frmacos, adsoro de compostos orgnicos txicos,
promotores de adeso e agente hidrofbico em tintas, agente
de reticulao em resinas, revestimentos hbridos funcionais
em cimentos de uso odontolgico, sistemas de liberao de
frmacos, obteno de slica e filmes finos de alta pureza
(BERGAYA AND LAGALY, 2013; PARK, et. al., 2015).
O conceito tradicional de excipiente farmacutico
postula-os como substncias incuas inseridas em uma
formulao para facilitar a administrao e preservao dos
frmacos em formas farmacuticas. A qualidade destes
excipientes est intimamente ligada a qualidade do
medicamento em si, como era de se esperar. Embora a
quantidade de frmaco em uma formulao seja pequena,
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
58
principalmente em formulaes lquidas diversas, pouca
ateno era dada aos excipientes com agentes funcionais. Os
modernos excipientes farmacuticos conseguem modular a
liberao do frmaco de sua forma farmacutica em termos de
dissoluo e, portanto no podem ser considerados inertes
(PESSANHA, et. al., 2012).
A utilizao de argilas como excipientes j um fato no
campo cientfico. Os argilominerais apresentam aplicao no
campo farmacutico como matrizes, quando intercaladas com
drogas de interesse farmacutico, resultando em uma forma
alternativa de administrao de drogas. Uma vez encapsulada,
a droga pode ser liberada com diferente velocidade
dependendo do pH da soluo. A liberao de frmacos de
forma controlada e em alvos especficos do organismo tem
tido um crescente interesse.
importante lembrar que toda formulao deve garantir
a segurana do paciente, por tanto se faz necesserrio estudo
de toxicidade destes materiais. Sendo a maioria dos testes de
toxicidade de argilominerais realizada in vitro usando culturas
de clulas de mamferos ou plantas. As propriedades fsico-
qumicas dos argilominerais deve ser bem definida e
caracterizada, pois estudos apontam que a sua toxicidade,
citotoxicidade e mutagenicidade podem estar fortemente
dependentes da sua composio qumica, tamanho de
partcula, rea de superfcie, carga de superfcie, estrutura
cristalina e a estabilidade estrutural (YU, et. al., 2010; CHOI,
CHOY, 2011).
Com isso, os argilominerais precisam ser
caracterizados para verificar se podem ser utilizados como
excipientes farmacuticos devido as suas diversas
propriedades. Eles podem ser caracterizados por vrios
mtodos, sendo os principais a difratometria de raios-X (XRD),
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
59
espectrometria de absoro atmica (AAS), infravermelho
(FTIR) e UV-Visvel, anlise trmica (TGA/DTG e DSC),
ressonncia magntica nuclear (RMN) e microscopia
eletrnico de transmisso (TEM), medidas de rea superficial
e volume de poros.
Cunha e colaboradores (2010) fizeram um
levantamento de 55 artigos relacionados intercalao de
frmacos na matriz do HDL, onde relataram a composio do
HDL, os frmacos intercaldos e as caracterizaes realizadas.
Em uma anlise mais refinada destas informaes, pde-se
extrair em percentual, as tcnicas mais utilizadas para
caracterizao de HDL. Foram encontradas 23 tcnicas
diferentes de caracterizao nestes 55 artigos, dentre elas, a
difrao de raios-X ficou em evidncia, presente em 96,3%
dos artigos, acompanhada de Infravermelho e Anlise qumica
dos elementos CHN/CHNS com 61,1% e e 40,7%
respectivamente. Outras anlises que tambm detiveram um
bom percentual de aplicabilidade na caracterizao dos HDL
foram Termogravimetria (24,1%), Microscopia Eletrnica de
Transmisso (24,1%), TG-DTA (22,2%), Microscopia
Eletrnica de Varredura (18,5%) e Espectroscopia de Emisso
Atmica (18,5%). Estas sete anlises foram as que mais
contriburam para a caracterizao dos HDL`s nos artigos
pesquisados. Embora no contemplada como uma das
principais caracterizaes nos artigos citados por Cunha e
colaboradores (2010), a anlise de determinao de rea
superficial e de distribuio de tamanho de poros desponta
como uma das mais importantes tcnicas para analise destes
materiais, principalmente, quando o objetivo final seja a
intercalao de outras substncias.
Jitianu e colaboradores (2013) fizeram
anlise de superfcie do NiAl-HDL utilizando o mtodo
ARGILOMINERAIS COMO EXCIPIENTE FARMACUTICO
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BrunauerEmmetTeller (BET) e anlise de tamanho de poros
utilizando o mtodo de adsoro dos gases Nitrognio/Hlio
utilizando o mtodo Barrett, Joyner & Halenda (BJH). Neste
sentido eles puderam comprovar que havia diferena na rea
superficial e tamanho de poros quando a sntese era realizada
com razes molares diferentes
Ladewig e colaboradores (2010) utilizaram a difrao de
raios-x para tentar comprovar a intercalao de DNA nas
lamelas do HDL Mg2Al(OH)6NO3. Evidenciou-se que houve um
alargamento da distncia interlamelar do MgAl-HDL, que
passou de 7,8 A para 23 A aps a intercalao, sendo um
forte indcio de insero do material gentico.
Shafiei e colaboradores (2010), utilizaram a difrao de
raios-x para analisar CaAl-HDL obtido por co-precipitao e
submetido a diferentes tempos de tratamento
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