FACULDADES INTEGRADAS SÃO PEDRO - FAESA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
FELIPE AZEVEDO BASTOS
MARCELA KLEMES
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO
DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,
CARIACICA
VITÓRIA
2008
FELIPE AZEVEDO BASTOS
MARCELA KLEMES
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO
DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,
CARIACICA
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Ambiental apresentado à Faculdades Integradas São Pedro, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental, sob orientação da professora Fabrícia Fafá de Oliveira.
VITÓRIA
2008
1
FELIPE AZEVEDO BASTOS
MARCELA KLEMES
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO
DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,
CARIACICA
BANCA EXAMINADORA
Profª. M.Sc. Fabrícia Fafá de OliveiraOrientadora - FAESA
Tereza Maria MoreiraCo-Orientadora Externa
Prof. MsC. Samir Aride
Trabalho de conclusão de curso aprovado em ____/____/_______.
2
DEDICATÓRIA
Felipe Azevedo Bastos:
Dedico este trabalho à minha família, meu pai Gilmar Oliveira Bastos, minha
mãe Lucinea Augusta de Azevedo Bastos, por tudo que lutaram e renunciaram
em prol desta oportunidade, à minha irmã, Winnie e a minha namorada
Patrícia, pelo apoio e compreensão.
Marcela Klemes:
Dedico este trabalho ao meu esposo Carlos Miguel Arantes Sad, uma pessoa
preciosa em minha vida, que me contemplou com seu amor e compreensão.
3
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao SEST/SENAT de Alto Lage, Cariacica, através do Sr. Ronaldo
Faria por ter apoiado o desenvolvimento do trabalho nesta unidade.
À professora Fabrícia Fafá de Oliveira, nossa orientadora, de quem admiramos
qualidades pessoais e acadêmicas.
À nossa co-orientadora Tereza Maria Moreira pelo importante apoio.
Às Auxiliares de Consultório Dentário, pela colaboração em todas às vezes em
que foram solicitadas.
Aos funcionários da limpeza, Gileno, Maria e Cida, que com boa vontade
tornaram possível a realização das atividades de segregação e pesagem.
Aos amigos Karolina de Freitas Vairo e Felipe Ramos Barbosa, pelo auxílio na
busca de orientação profissional.
4
"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar;
é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver ..."
Martin Luther King
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Geração média de resíduos, no módulo saúde, durante 3 meses....68
Tabela 2. Geração média de resíduos, no módulo saúde, durante 3 meses....68
Tabela 3. Geração média de resíduos, no módulo restaurante, durante 3
meses................................................................................................................69
Tabela 4. Geração média de resíduos, no módulo área de lazer e áreas
externas, durante 3 meses................................................................................69
Tabela 5. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3
meses................................................................................................................70
Tabela 6. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3
meses................................................................................................................70
Tabela 7. Geração média de resíduos, no módulo cultural, durante 3 meses.. 71
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.Disposição final de resíduos sólidos no Brasil ...................................22
Figura 2. Quantidades de unidades de processamento de RSU, por tipo,
segundo Estados mais Distrito Federal.............................................................23
Figura 3. Volume de resíduos sólidos de serviços de saúde coletado, por região
do Brasil (em t/dia)............................................................................................24
Figura 4. Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS...............................39
Figura 5. Localização dos módulos SEST/SENAT............................................54
Figura 6. Clínica odontológica...........................................................................56
Figura 7. Sala de radiologia..............................................................................57
Figura 8. Foto do consultório oftalmológico.......................................................57
Figura 9. Foto do consultório pediátrico............................................................57
Figura 10. Foto do consultório ginecológico......................................................57
Figura 11. Foto da área de alimentação do Restaurante da unidade...............58
Figura 12. Foto da lanchonete da unidade........................................................58
Figura 13. Foto da piscina da unidade..............................................................59
Figura 14. Foto do campo de futebol.................................................................59
Figura 15. Corredor do Módulo de treinamento................................................59
Figura 16. Foto do auditório..............................................................................60
Figura 17. Foto do salão de festas....................................................................60
Figura 18.Geração de resíduos por módulos....................................................66
Figura 19.Classificação dos resíduos gerados no período de estudo...............67
Figura 20. Recipientes utilizados para o acondicionamento dos
perfurocortantes................................................................................................72
Figura 21. Recipiente utilizado para acondicionar cápsulas de amálgama.......73
Figura 22. Foto do recipiente onde são manuseados os líquidos de revelação74
Figura 23. Foto dos líquidos de revelação........................................................74
Figura 24. Lixeira etiquetada.............................................................................76
Figura 25. Armazenamento temporário inadequado.........................................79
Figura 26. Contenedor com resíduos acima do limite permitido pela norma e
disposição inadequada dos resíduos diretamente sobre o piso........................80
Figura 27. Resíduos do lado de fora da unidade..............................................80
7
Figura 28. Lixeiras para segregação de resíduos recicláveis............................83
Figura 29. Recipiente para acondicionamento de perfurocortantes..................84
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Tipos de resíduos, órgãos regulamentadores e gestores................21
Quadro 2. Legislações sobre resíduos sólidos no Brasil...................................27
Quadro 3. Índices de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil em
2006..................................................................................................................31
Quadro 4. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme ABNT
NBR 12.808.......................................................................................................35
Quadro 5. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme a
Resolução RDC ANVISA nº 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005.36
Quadro 6. Acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde.....................43
Quadro 7. Resumo dos métodos de tratamentos recomendados segundo o
grupo de RSS perigoso.....................................................................................47
Quadro 8. Módulos existentes na unidade e seus setores................................55
Quadro 9. Leis, normas e regulamentos utilizados para classificar os resíduos.
..........................................................................................................................62
Quadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de
acordo com o local de geração.........................................................................64
Quadro 11. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de
acordo com o local de geração.........................................................................65
Quadro 12. Principais resíduos gerados em cada atividade desenvolvida no
módulo...............................................................................................................72
Quadro 13. Coleta de resíduos dividida por funcionários e módulos................77
Quadro 14. Rota de transporte dos resíduos....................................................77
Quadro 15. EPI’s utilizados pelos funcionários encarregados pela coleta e
transporte..........................................................................................................81
Quadro 16. Principais riscos associados às atividades dos funcionários..........82
RESUMO
9
O objetivo deste trabalho é propor ações que possibilitem o gerenciamento de
resíduos sólidos gerados na unidade Sest/Senat, localizada em Alto Lage,
Cariacica, ES. Neste local são realizadas diversas atividades, desde
desenvolvimento e aprimoramento profissional, esportes, até saúde. A
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica seguida de um estudo de
campo. Para realização de um diagnóstico preliminar, utilizou-se como
instrumento, o levantamento qualiquantitativo, com o objetivo de subsidiar
propostas de adequação levando em consideração a situação da instituição
frente aos requisitos legais. Os resultados obtidos através da quantificação
neste estudo apresentaram uma geração média de 52 kg/dia, incluindo todos
os resíduos. Percebeu-se que é possível com a segregação destes, agregar
valor, o que implica numa certa economia dos recursos naturais. Concluiu-se
que para sucesso do gerenciamento dos resíduos são necessários
investimentos em programas de sensibilização de funcionários, e associados,
abordando o tema coleta seletiva de forma intensiva.
Palavras-chave: Resíduos sólidos, Gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde.
SUMÁRIO
10
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................14
2 OBJETIVOS..................................................................................................16
2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................16
3 RESÍDUOS SÓLIDOS...................................................................................17
3.1 TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................18
3.1.1 Resíduos sólidos urbanos.....................................................................18
3.1.2 Resíduos sólidos industriais.................................................................19
3.1.3 Resíduos de serviços de saúde (RSS).................................................20
3.1.4 Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários
20
3.1.5 Resíduos agrícolas.................................................................................20
3.1.6 Resíduos radioativos.............................................................................20
3.2 A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL............................21
3.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS...................................................25
3.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS.........................................28
3.4.1 Coleta seletiva........................................................................................28
3.4.2 Reciclagem..............................................................................................29
4 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE.......................................................32
4.1 CLASSIFICAÇÃO LEGAL E NORMATIVA................................................32
5 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
(PGRSS)............................................................................................................38
5.1 Riscos envolvidos com resíduos de serviço de saúde.........................40
5.2 Segregação e acondicionamento.............................................................41
5.3 Coleta e transporte de resíduos...............................................................44
5.4 Armazenamento.........................................................................................45
5.4.2 Armazenamento interno (temporário)..................................................45
5.4.2 Armazenamento externo........................................................................46
5.4.3 Tecnologias para tratamento de resíduos infectantes.......................47
5.4.3.1 Esterilização..........................................................................................48
5.4.3.2 Destruição Térmica...............................................................................50
5.4.4 Armazenamento......................................................................................51
11
5.4.4.1 Decaimento...........................................................................................51
5.4.5 Disposição final......................................................................................52
5.4.6 Aterro Sanitário......................................................................................52
6 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................53
6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS.................................................................53
6.1.1 Módulo de saúde....................................................................................55
6.1.1.1 Clínica odontológica..............................................................................55
6.1.1.2 Setor Radiológico..................................................................................56
6.1.1.3 Setor Médico.........................................................................................57
6.1.2 Módulo Restaurante...............................................................................58
6.1.3 Módulo Área de Lazer............................................................................58
6.1.4 Módulo de Treinamento.........................................................................59
6.1.5 Módulo Cultural......................................................................................59
6.2 REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO............................................................60
6.3 LEVANTAMENTO QUALI-QUANTITATIVO DOS RESÍDUOS..................60
6.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS..........................................................62
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................63
7.1 DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA UNIDADE
SEST/SENAT....................................................................................................63
7.1.1 Levantamento quantitativo....................................................................66
7.1.2 Segregação e acondicionamento..........................................................71
7.1.3 Coleta e transporte de resíduos............................................................76
7.1.4 Armazenamento......................................................................................78
7.1.4.1 Armazenamento temporário..................................................................78
7.1.4.2 Armazenamento externo.......................................................................79
7.1.5 Segurança dos funcionários.................................................................80
7.2 PROPOSTA DE GERENCIMENTO...........................................................82
7.2.1 Segregação e acondicionamento..........................................................83
7.2.2 Coleta e transporte.................................................................................85
7.2.3 Armazenamento......................................................................................85
7.2.3.1 Armazenamento temporário (Interno)...................................................85
7.2.3.2 Armazenamento externo.......................................................................86
12
8 CONCLUSÃO................................................................................................87
9 REFERÊNCIAS.............................................................................................88
ANEXOS............................................................................................................96
13
1 INTRODUÇÃO
A questão dos resíduos sólidos é um problema de saúde pública, que envolve
questões de interesse coletivo, profundamente influenciado por interesses
econômicos, manifestações da sociedade, aspectos culturais e conflitos
políticos
A produção de resíduos sólidos faz parte do cotidiano do ser humano. E, a
partir da segunda metade do século XX, com novos padrões de consumo da
sociedade industrial, que isso vem crescendo em ritmo superior à capacidade
de absorção pela natureza. Devido ao aumento da população, à concentração
dessa população em centros urbanos, à forma e ao ritmo da ocupação desses
espaços não se pode imaginar um modo de vida que não gere resíduos sólidos
e os problemas causados por estes tendem a se tornar cada vez mais visíveis
O avanço tecnológico das ultimas décadas, possibilitou, por um lado,
conquistas surpreendentes no campo das ciências, mas por outro, contribuiu
para o aumento da diversidade de produtos com componentes e materiais de
difícil degradação e maior toxicidade, gerando conflitos com os quais se depara
o homem pós-moderno diante dos graves problemas sanitários e ambientais
advindos de sua própria criatividade.
Um dos problemas é o descarte inadequado de resíduos, que criaram, e ainda
criam enormes passivos ambientais, colocando em risco os recursos naturais e
a qualidade de vida. A disposição inadequada desses resíduos cria condições
ambientais potencialmente perigosas que modificam esses agentes e
propiciam sua disseminação no ambiente.
Uma necessidade que se apresenta como incontestável é o gerenciamento dos
resíduos gerados pela sociedade moderna, e requer não apenas a organização
e sistematização das fontes geradoras, mas fundamentalmente o despertar de
uma consciência coletiva quanto às responsabilidades individuais no trato
dessa questão (SCHNEIDER, 2004).
14
Embora este trabalho dê ênfase ao gerenciamento de resíduos, seu objetivo é
apoiar a comunidade humana e todos os sistemas que sustentam a vida. Há
uma vasta literatura sobre os mais complexos e variados sistemas que
compõem a natureza em todo mundo. Com o desenvolvimento deste trabalho
busca-se possibilitar mudanças, mesmo que ínfimas capazes de ajudar a
preservar e reconstruir esses sistemas, assim como tentar mostrar que não se
trata mais de cuidar do meio ambiente e sim de garantir a sobrevivência
humana.
Sendo assim, o presente estudo esta estruturado em 8 capítulos, incluindo a
introdução. O capítulo 2 é composto pelos objetivos, o capítulo 3 e 4
referenciam os resíduos sólidos, num contexto geral e os resíduos de serviço
de saúde, respectivamente. O capítulo 5 trata do gerenciamento dos resíduos
dos resíduos de serviços de saúde, mais especificamente sobre o plano de
gerenciamento destes resíduos. No capítulo 6, são apresentados os materiais e
métodos desta pesquisa. No capítulo 7 são descritos os resultados e as
discussões e proposto um gerenciamento. No último capítulo conclui-se o
trabalho.
15
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Propor uma metodologia que otimize o gerenciamento de resíduos gerados na
unidade Sest/Senat localizada em Alto Lage, Cariacica.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São objetivos específicos desse trabalho:
Realizar diagnóstico preliminar do gerenciamento de resíduos;
Realizar levantamento qualiquantativo de resíduos gerados na unidade
de estudo;
Registrar por meios fotográficos o gerenciamento dos resíduos;
Identificar rota de coleta interna de resíduos.
16
3 RESÍDUOS SÓLIDOS
A poluição ambiental apareceu com a humanidade e sua atividade industrial.
Os primeiros impactos negativos do homem no meio ambiente foram devido ao
descobrimento do fogo, que gerou como conseqüência a poluição do ar, assim
como, a salinização e o esgotamento de terras agrícolas (LORA, 2002).
Impulsionado pelos avanços tecnológicos, o homem ampliou sua capacidade
de alterar o ambiente de modo tal que conseqüências negativas, como a
geração de resíduos em larga escala e a exaustão de recursos naturais, são
sentidos de modo drástico. A destinação adequada de resíduos sólidos é,
indiscutivelmente, um aspecto que deve ser tratado com ações mais intensas
para combater a crise ambiental (GRIPPI, 2001).
Segundo Mendes e Cintrão (2004), os resíduos sólidos podem provocar
alterações intensas tanto no solo, como na água e no ar. Sendo
inadequadamente dispostos, podem causar danos a todas as formas de vida,
trazendo problemas que podem surgir anos depois da disposição fina.
Os resíduos sólidos são constituídos por lixo (mistura de resíduos produzidos
nas residências, comércio, serviços, nas atividades públicas, na preparação de
alimentos, no desempenho de funções profissionais e na varrição de
logradouros) e até resíduos especiais provenientes de processos industriais e
de atividades médico-hospitalares, que quase sempre são mais problemáticos
e perigosos (BRAGA et al, 2005).
Já Nagashima (2004) entende que o resíduo é todo material ou resto deste,
cujo proprietário ou produtor não mais o considera com valor suficiente para
conservá-lo.
De acordo com Oliveira (2004) o descaso deste assunto origina grandes
depósitos de lixo a céu aberto, ocasionando agressões ambientais ao ar, ao
solo, à água e aos organismos vivos, e que e o chorume, que circula
17
superficialmente pela terra ou infiltra no solo, por sua vez, polui e contamina o
lençol freático.
A questão ambiental surgiu de maneira explosiva somente há duas ou três
décadas. A problemática dos resíduos sólidos vem se agravando em todo
mundo devido ao crescimento exponencial da população e a produção e
consumo de produtos industrializados que podem acarretar graves problemas
ambientais. (BRANCO, citado por LEITE M. F., 2006).
A grande maioria das nações do mundo reconhece a emergência dos
problemas ambientais, porém poucas se dispõem a sacrificar sua política
econômica em prol desta causa (MUNHOZ, citado por LEITE M. F., 2006).
A mudança de costumes e hábitos, a melhoria do nível de vida, o
desenvolvimento industrial, os novos métodos de embalagem dos produtos
consumidos, dentre outros, tem provocado crescente ampliação do poder
aquisitivo, e como conseqüência, tem aumentado a quantidade de resíduos
sólidos produzidos nas cidades (PINHEIRO, 2005).
3.1 TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
3.1.1 Resíduos sólidos urbanos
Incluem-se nessa categoria os resíduos domiciliares, o resíduo comercial, os
resíduos oriundos da limpeza pública urbana (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
3.1.2 Resíduos sólidos industriais
A NBR 10004/04 define resíduos sólidos industriais como os resíduos em
estado sólido e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se os
lodos provenientes das instalações de tratamento de água residuárias, aqueles
gerados em equipamentos de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto, soluções
18
economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível
(ROCCA,1993).
O resíduo industrial é muito variado, podendo ser representado por cinzas,
lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras,
borrachas, metais, vidros e cerâmicas (ROCCA, 1993).
A responsabilidade pelo manejo e destinação desses resíduos é sempre da
empresa geradora (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
A NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação, estabelece duas classes de
resíduos sólidos, quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde
pública, com exceção dos rejeitos radioativos, os quais são de competência
exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A classificação dos resíduos industriais requer uma série de procedimentos e
testes, que estão descritos nas seguintes normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT):
NBR 10004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação;
NBR 10005/04 – Lixiviação de Resíduos – Procedimento;
NBR 10006/04 – Solubilização de Resíduos – Procedimento;
NBR 10007/04 – Amostragem de Resíduos – Procedimento.
3.1.3 Resíduos de serviços de saúde (RSS)
Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde são todos os resíduos gerados por
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde: hospitais, clínicas
médicas e odontológicas, laboratórios de análises clínicas, postos de coleta,
ambulatórios médicos, farmácias e drogarias, unidades municipais de saúde
(os postos de saúde da rede pública), clínicas veterinárias e instituições de
ensino e pesquisa médica relacionadas tanto à população humana quanto a
veterinária (COELHO, 2000).
19
Os RSS constituem uma categoria específica dos resíduos sólidos devido a
suas particularidades, especialmente em razão da presença dos resíduos com
risco biológico (BRASIL, 2001b).
3.1.4 Resíduos de portos, aeroportos, terminais
rodoviários e ferroviários
Constituem-se em resíduos sépticos que podem conter microorganismos
patogênicos como materiais de higiene e de asseio pessoal e restos de
comida. Possuem capacidade de veicular doenças de outras cidades, estados
e países (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
3.1.5 Resíduos agrícolas
Correspondem aos resíduos das atividades da agricultura e da pecuária.
Embalagens de adubos, de defensivos agrícolas e de ração, restos de colheita
e esterco animal ilustram esse tipo de resíduo. As embalagens de
agroquímicos, pelo alto grau de toxicidade que apresentam, são alvo de
legislação específica (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
3.1.6 Resíduos radioativos
São resíduos provenientes dos combustíveis nucleares e de alguns
equipamentos que usam elementos radioativos. A responsabilidade por essa
categoria de resíduos é da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM)
(TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
As entidades (institutos, clínicas, hospitais, indústrias, usinas) devem tratar
seus rejeitos e entregá-los à CNEN, a qual, por força da Lei 7.781, é
responsável pelo recebimento e guarda definitiva. Alternativamente, a Lei 9.765
determina o pagamento de R$ 5.000,00 por metro cúbico de rejeito recebido
para tratamento e armazenamento pela CNEN. Isto se a entidade geradora não
for isenta (CNEN, 2001).
20
O Quadro 01 apresenta um resumo dos tipos de resíduos, os órgãos públicos
fiscalizadores e regulamentadores e seus gerenciamentos.
TIPO DE RESÍDUO
ÓRGÃO REGULAMENTADOR
GERENCIMENTO
Resíduos Sólidos Urbanos
Governo Federal, Estadual ou Prefeitura Municipal
Governo Federal, Estadual ou Prefeitura
MunicipalResíduos Sólidos
Industriais
Instituto de Meio Ambiente do Estado
Indústria
Resíduos de Serviço de
Saúde
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Vigilância Sanitária
Estadual e Municipal
Unidade Geradora e Prefeitura Municipal
Resíduos de portos,
aeroportos e fronteiras
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA
Portos, Aeroportos e Governo Federal
Resíduos Agrícolas
Instituto de Meio Ambiente do Estado
Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal
Agricultores
Resíduos Radioativos
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN
Unidade Geradora e CNEN
Quadro 1. Tipos de resíduos, órgãos regulamentadores e gestores.
3.2 A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
A figura 1 apresenta um gráfico de resíduos sólidos, os percentuais dos
municípios em relação à disposição final de resíduos sólidos considerando as
práticas atuais, com resultados obtidos na Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico (PNSB) (PNSB, 2000).
21
Incinera.0,5%
At. Sanit.12,6%
Lixões59,0%
At. Contr.16,8%
Vazad.1,8%
At. Res. Esp.2,6%
Usinas Comp.3,9%
Usinas Rec.2,8%
Figura 1.Disposição final de resíduos sólidos no Brasil . Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006.
Nota-se a predominância da prática de disposição final de resíduos sólidos em
lixões, em cerca de 60% dos municípios. Em segundo lugar vem o aterro
controlado (16,8%) e, por último, os aterros sanitários que equivalem a 12,6%.
A maior incidência de lixões está em municípios de pequeno porte. Com
relação à destinação, somente 3,9% dos municípios contam com usinas de
compostagem e 2,8% com usinas de reciclagem.
O mapa da Figura 2 expressa as quantidades de unidades de processamento
de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), por tipo, segundo estudo realizado nos
municípios selecionados, em 2005 (SNIS, 2007).
22
Figura 2. Quantidades de unidades de processamento de RSU, por tipo, segundo Estados mais Distrito Federal. Fonte: SNIS, 2007
23
No Brasil, cerca de 40 mil toneladas de lixo deixam diariamente de ser
coletadas. Das 60 mil toneladas coletadas somente 28% recebem tratamento
ambientalmente prudente (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).
A figura 3 apresenta o volume de RSS coletados no Brasil:
132145
195
469
3.132
Se
Ne
Sul
Norte
Co
Figura 3. Volume de resíduos sólidos de serviços de saúde coletado, por região do Brasil (em t/dia).
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006
O Sudeste é a região que mais realiza a coleta dos RSS em todo o Brasil,
perfazendo cerca de 3.132 t/dia. Em seguida vem o Nordeste, com 469 t/dia,
seguido pela região Sul, com 195 t/dia, Norte, com 145 t/dia, e Centro-Oeste,
com 132 t/dia.
A PNSB (PNSB, 2000), do IBGE, mostra que a maioria dos municípios
brasileiros não utiliza um sistema apropriado para efetuar a coleta, o tratamento
e a disposição final dos RSS. De um total de 5.507 municípios brasileiros
pesquisados, somente 63% realizam a coleta dos RSS.
24
No Estado do Espírito Santo, segundo o diagnóstico de Resíduos Sólidos
Urbanos do Ministério das Cidades de 2005, o município de Cariacica possuía
uma taxa de cobertura de coleta de 95,8% atendendo cerca de 328.500
habitantes e uma massa coletada per capita de aproximadamente
0,6kg/hab/dia.
O município gastou cerca de 5 milhões de reais com coleta de resíduos sólidos
urbanos domiciliares e públicos, recolhendo cerca de 78.600 toneladas de
resíduos no ano de 2005, dos quais 270 toneladas eram provenientes de RSS.
3.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS
Assuntos envolvendo a problemática da geração dos resíduos sólidos urbanos
foram regulamentos na legislação brasileira, somente no final do século XX,
apesar de já existirem importantes leis sobre poluição ambiental (PHILIPPI;
AGUIAR, 2005).
No início do ano de 1954, a Lei Federal nº 2.312, dispôs sobre normas gerais
de defesa e proteção da saúde e introduziu como uma de suas diretrizes em
seu art. 12, observações sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos; “a
coleta, o transporte e o destino final do lixo deverão processar-se em condições
que não tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar públicos”. Em 1961,
com a publicação do Código Nacional de Saúde, tal diretriz foi novamente
confirmada, no art. 40 (BRASIL, 1961).
A partir de então surgiram leis e decretos que consolidaram as práticas
referentes à produção, manuseio, coleta, transporte, armazenamento,
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).
No final da década de 70, através do Ministério do Interior, MINTER, foi
baixada a Portaria MINTER n. 53, de 1° de Março de 1979, que dispôs sobre o
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos em território nacional. A
referida Portaria determina que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem
como os que contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas,
25
radioativas e outras consideradas prejudiciais, devem sofrer tratamento ou
acondicionamento adequado, no próprio local de geração, e nas condições
estabelecidas pelo órgão estadual de controle da poluição e de preservação
ambiental. Essa mesma Portaria, em seu inciso X, determina também que os
resíduos sólidos ou semi-sólidos de qualquer natureza não devem ser
colocados ou incinerados a céu aberto, tolerando-se apenas:
a) A acumulação temporária de resíduos de qualquer natureza, em locais
previamente aprovados, desde que isso não ofereça riscos à saúde
pública e ao meio ambiente, a critério das autoridades de controle da
poluição e de preservação ambiental ou de saúde pública;
b) A incineração de resíduos sólidos ou semi-sólidos de qualquer natureza,
a céu aberto, em situações de emergência sanitária.
A Portaria Minter n° 53 foi revogada, e em 1991 o Conselho de Meio Ambiente
aprovou a Resolução CONAMA n. 06/91 que dava abertura para a adoção de
outras formas de tratamento dos RSS.
Atualmente existem diversas legislações para o gerenciamento, ou seja,
classificação, segregação e destino final dos diversos tipos de resíduos sólidos
no Brasil, como mostra o quadro 2:
26
Tipo de resíduos Legislação Assunto
Construção Civil Resolução CONAMA n° 307, de 05 de julho de 2002.
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.
Produtos químicos Resolução CONAMA n° 316, de 29 de
outubro de 2002.
Disciplina os processos de tratamento térmico de resíduos e cadáveres, estabelecendo procedimentos operacionais, limites de emissão e critérios de desempenho, controle, tratamento e disposição final de efluentes, de modo a minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde pública, resultantes destas atividades.
Resíduos de Serviço de
Saúde
Resolução CONAMA n° 358, de 29 de
abril de 2005.
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
Pneumáticos Resolução CONAMA n° 258, de 26 de
agosto de 1999.
Estabelece diretrizes sobre a destinação final, de forma
ambientalmente adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis.
Pilhas, baterias e
lâmpadas
Resolução CONAMA n° 257, de 30 de
junho de 1999.
Dispõe sobre o uso de pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, e dá outras providências.
Resíduos Radioativos Lei Federal n° 10.308, de 20 de novembro
de 2001a.
Dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos, e dá outras providências.
Resíduos Recicláveis Resolução CONAMA n° 275 de 25 de abril de 2001.
Trata sobre o estabelecimento do código de cores para identificação dos coletores e transportadores de resíduos sólidos.
Quadro 2. Legislações sobre resíduos sólidos no Brasil.
27
3.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
O gerenciamento de resíduos tem como importante instrumento o
planejamento integrado das suas etapas - geração, segregação,
acondicionamento, transporte, até a disposição final. A gestão compreende as
ações referentes às tomadas de decisões nos aspectos administrativo,
operacional, financeiro, social e ambiental possibilitando que se estabeleça de
forma sistemática, em cada uma delas, metas, programas, sistemas
organizacionais e tecnologias, compatíveis com a realidade local (ANVISA,
2006).
Para se demonstrar quais os objetivos gerais do gerenciamento para com o
meio ambiente é necessário a definição de uma política que contemple, por
exemplo, questões como: proteger a saúde e o meio ambiente, gerenciar
adequadamente os resíduos perigosos, minimizar os riscos associados às
atividades do transporte e manuseio de resíduos, entre outras (BRASIL, 2002).
O gerenciamento correto dos resíduos sólidos significa não só controlar e
diminuir os riscos, mas também alcançar a minimização dos resíduos desde o
ponto de origem (OPAS, 1997).
3.4.1 Coleta seletiva
Baseado nas previsões das Nações Unidas, em cinqüenta anos, a exigência
humana sobre a natureza será duas vezes superior à capacidade de produção
do planeta. A esse ritmo, torna-se cada vez mais provável a exaustão dos
ativos ecológicos e o colapso do ecossistema em grande escala (WWF, 2006).
Apenas 1,7 bilhão dos atuais 6,3 bilhões de pessoas que habitam o planeta
têm condições de consumir além das necessidades básicas. Ainda assim, a
demanda por matéria-prima e energia cresce (TRIGUEIRO, 2005).
Cada brasileiro gerava, em média, 500g de lixo por dia, portanto seriam
gerados 100.000 t de resíduo por dia em todo país (GRIPPI, 2001). Para que
28
todo o mundo tenha um padrão de vida norte-americano ou canadense, são
necessários dois outros planetas terra; três outros, se a população dobrar, e
nada menos que doze se o nível de vida dobrar nos próximos vinte e sete anos
(HAWKEN; LOVINS; LOVINS,citados por WACKRNAGEL; REES, 1995).
Daqui a vinte séculos nossas florestas e nossos descendentes serão
constituídos de pedaços de poliestireno, de walkmem da Sony e de tênis
Reebok. Os componentes desses produtos não se reciclam Os ciclos de
material tiram de natureza o capital natural de altíssima qualidade na forma de
petróleo, madeira, minerais ou gás natural e devolve na forma de resíduo. Isso
significa, obviamente, que o lixo industrial se acumula e está se acumulando na
natureza (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 2006).
Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto associado ao
consumo exagerado de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis,
energia e água o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA elaborou a
resolução n°. 275, em 25 de Abril de 2001, que dispõe sobre o código de cores
para programa de coleta seletiva.
A coleta seletiva é definida pela NBR 12.980 (ABNT,1993), como a coleta que
remove os resíduos previamente separado pelo gerador, tais como: latas,
papeis, vidros, entre outros.
3.4.2 Reciclagem
O enfoque da reciclagem como instrumento para o combate à crise ambiental
deve ser dar do ponto de vista da mitigação do esgotamento de recursos, da
economia de energia ou da redução de impactos, mas, principalmente, do
ponto de vista do potencial de sensibilização e mobilização dos indivíduos e
coletividades em relação à necessidade de desenvolver uma visão crítica dos
processos de produção e consumo. Portanto é fundamental que a reciclagem
seja percebida em toda sua complexidade, e não apenas como única e
inquestionável alternativa (GRIPPI, 2001).
29
Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao
ciclo produtivo o que jogamos fora. Para se compreender a reciclagem, é
importante que seja reciclado o conceito que se tem de lixo, deixando de
enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é
perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser
separado (FERREIRA, 2003).
Segundo, Walter; Stahel e Michael Braungart (1995) citados por Hawken;
Lovins e Lovins;, no lugar de uma economia em que os bens são produzidos e
vendidos, deveria existir uma economia de serviço, na qual os consumidores
obtêm bens emprestados ou alugados em vez de comprados, onde os produtos
seriam devolvidos aos fabricantes para conserto, reutilização e re-fabricação.
Stahel denominou este processo de berço-a-berço.
Este sistema se disseminou por toda a Europa e no Japão elevou a taxa de
reciclagem de 12% para 86 % em cinco anos e em seis, aumentando a coleta
de plástico em 1790%. No final de 1998, cerca de 28 países haviam
implementado leis de “devolução” de embalagens (HAWKEN; LOVINS;
LOVINS; 2006).
Segundo Pereira Neto, citado por Sydow (2006), quase 60% dos resíduos
sólidos gerados pelo homem podem ser reciclados, observando-se desta forma
o quanto do meio ambiente poderia ser conservado. Como a cada hora são
produzidas 3.600.000 toneladas de resíduos, com a reciclagem deixar-se-ia de
lançar no meio ambiente 2.160.000 toneladas de resíduos por hora, ou, de
30.000.000.000 de toneladas de detritos por ano, este número passaria a ser
de 12.000.000.000 de toneladas.
Os EUA ainda obtêm do minério virgem três quintos do alumínio que
consomem, gastando vinte vezes a energia do metal reciclado, sendo a
quantidade de alumínio que jogam fora suficiente para renovar toda a frota de
aviões comerciais do país de três em três meses (HAWKEN; LOVINS; LOVINS,
2006).
30
O Brasil é um bom exemplo em reciclagem em alguns setores, apesar da
situação estar longe do ideal (LEITE M. F., 2006).
No quadro 3, são descritos dados sobre resíduos reciclados no Brasil em 2006.
RESÍDUOS RECICLADOSPORCENTAGEM RECICLADA (%)
QUANTIDADE RECICLADA
(ton)
Papel de escritório 47,0 1,332.000.00
Papel ondulado 77,4 1,685.000.00
Plástico filme 20,0 200.000.00
Latas de alumínio 94,4 139.100.00
Latas de aço 24,0 46.000.00
Vidro 46,0 390.000.00
Plástico rígido 20,0 200.000.00
Pneus 73,0 241.000.00
Pet 51,0 193.900.00
Embalagens cartonadas longa vida
24,0 46.000.00
Composto urbano 3,0% - Quadro 3. Índices de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil em 2006. Fonte: Adaptado (CEMPRE, 2006),
Para exemplificar, cada tonelada de aço reciclada representa uma economia de
1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem
do alumínio a economia de energia é de 95% em relação ao processo primário,
substituindo a extração de 5 toneladas de bauxita por tonelada reciclada, sem
contar com toda a não geração de resíduos da mineração (HAWKEN; LOVINS;
LOVINS, 2006).
Reciclar o aço consome de um a dois terços de energia que produzido a partir
do minério. Normalmente, dois quintos do aço bruto do mundo é recuperado
das sobras (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 2006).
31
4 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
4.1 CLASSIFICAÇÃO LEGAL E NORMATIVA
A Resolução CONAMA n. 05/93 estabeleceu os procedimentos mínimos para o
gerenciamento de resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde, portos e
aeroportos: Fontes geradoras, Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
Sistema de Tratamento e de Disposição Final de Resíduos Sólidos. Pela
primeira vez os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) foram classificados
legalmente no Brasil, pelo Anexo I da resolução divididos em grupos de acordo
com suas características (grupos A, B, C e D) (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).
Em 12 de julho de 2001, foi aprovada a Resolução CONAMA n. 283/01 a qual
dispõe sobre o tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de
saúde, aprimorando e complementando os procedimentos contidos na
Resolução CONAMA n. 05/93.
Essa resolução ressalta a necessidade de apresentar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS) aos órgãos de
controle ambiental e de saúde e também, de designarem um gerente de
resíduos; amplia a abrangência dos resíduos considerados como infectantes
(grupo A) (PHILIPPI, AGUIAR, 2005).
Especificamente, em relação aos resíduos sólidos gerados nos serviços de
saúde, foi somente nos últimos anos da década de 1990 que as exigências
legais começaram a ser editadas, apesar de já terem sido citados em parte da
legislação anterior a esse período (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através de sua Diretoria
Colegiada publicou em 25 de fevereiro de 2003, a RDC n° 33 (BRASIL, 2003),
que traz novas diretrizes e regulamentos técnicos para o gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde, responsabilizando os geradores por todo o
manejo dos resíduos produzidos dentro de sua instituição. Além disso, exige, a
exemplo das legislações anteriores, a entrega do PGRSS.
32
Esta Resolução desmistificou a essência de que todos os resíduos produzidos
na unidade de assistência à saúde, são de características infectantes (LEITE
M. F, 2006), causando assim muita polêmica entre os geradores de resíduos,
os técnicos de agencias fiscalizadoras e pesquisadores da área, pela falta de
clareza e distanciamento da realidade nacional (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).
Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e
complementação dos procedimentos contidos na Resolução RDC n° 33, de 25
de fevereiro de 2003, relativos ao gerenciamento dos RSS, esta mesma
Diretoria Colegiada da ANVISA, publicou a RDC n° 306 em 07 de dezembro de
2004. Esta nova resolução foi resultado da harmonização entre as normas
federais do Ministério do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA) e da Saúde através da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) referentes ao gerenciamento de RSS (BRASIL,
2004).
Após a publicação da RDC n° 306 pela ANVISA, o CONAMA aprovou em 29 de
abril de 2005, a Resolução n. 358 a qual dispõe sobre tratamento e a
disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
Esta resolução foi resultante da harmonização entre os dois órgãos
denominados, revogando a resolução CONAMA n° 283, de 12 de julho de
2001, e as disposições da resolução n° 5, de 5 de agosto de 1993, que tratam
dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde. Portanto a resolução
mais atual referente a resíduos de serviços de saúde do CONAMA é a
resolução n° 358/2005, na qual se encontra os devidos tratamentos e
destinações finais dos resíduos (BRASIL, 2005).
No Estado do Espírito Santo, as referências sobre gerenciamento de RSS,
aparecem nas leis, citadas a seguir:
Minuta de Resíduos Sólidos – Projeto de Lei de 2007, Institui a Política
Estadual de Resíduos Sólidos e dá providências correlatas.
33
LEI Nº 6.175 de 2000 ES Propõe a proibição de instalação de
incineradores de resíduos.
LEI Nº 6.291 de 2000 ES Dispõe sobre a coleta de resíduos urbanos
considerados potencialmente danosos à saúde e ao meio ambiente e dá
outras providências.
LEI Nº 6.407 de 2000 ES Estabelece a obrigatoriedade da adoção de
plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde nos casos
que menciona.
Ao se discutir as soluções viáveis para tratamento de RSS, torna-se
necessário, conhecer os resíduos gerados nos estabelecimentos prestadores
de serviços de saúde. Em outras palavras, é importante identificar as diferentes
modalidades de resíduos que resultam das atividades desenvolvidas em
estabelecimentos dessa natureza (OLIVEIRA, 2005).
No Brasil, usam-se classificações da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
O quadro 4 apresenta as classificações segundo a ABNT NBR 12.808.
34
RESÍDUOS CLASSIFICAÇÃO (Exemplos)
CLASSE A – RESÍDUOS INFECTANTES
A1 Cultura, inóculo, mistura de microrganismos e meio de cultura inoculado proveniente de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida ou inutilizada, filtro de gases aspirados de áreas contaminadas por agentes infectantes e qualquer resíduo contaminado por estes materiais.
A2 Bolsa de sangue após transfusão, com prazo de validade vencido ou sorologia positiva, amostra de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos.
A3 Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia, necropsia e resíduos contaminados por estes materiais.
A4 Agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro.
A5 Carcaça ou parte de animal inoculado, exposto à microorganismos patogênicos ou portador de doença infectocontagiosa, bem como resíduos que tenham estado em contato com este.
A6 Secreções, excreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, inclusive restos de refeições.
CLASSE B – RESÍDUO ESPECIAL
B1 Material radioativo ou contaminado, com radionuclídeos proveniente de laboratório de análises clínicas, serviços 2 NBR 12808/1993 de medicina nuclear e radioterapia (ver Resolução CNENNE- 6.05).
B2 Medicamento vencido, contaminado, interditado ou não utilizado.
B3 Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico conforme NBR 10004.
CLASSE C – RESÍDUO COMUM
Todos aqueles que não se enquadram nos tipos A e B e que, por sua semelhança aos resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde pública. P. ex.: resíduo da atividade administrativa, dos serviços de varrição e limpeza de jardins e restos alimentares que não entraram em contato com pacientes.
Quadro 4. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme ABNT NBR 12.808 Fonte: Adaptado ABNT NBR 12.808
Baseadas em princípios de biossegurança para empregar medidas técnicas,
administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde
pública e o meio ambiente, ambas Resoluções adotam a mesma classificação
de Resíduos de Serviços de Saúde. A seguir são apresentadas as
classificações do CONAMA e ANVISA combinados no quadro 5.
35
RESÍDUOS CLASSIFICAÇÃO (Exemplos)
GRUPO A – Potencialmente infectantes
A1 Bolsas transfuncionais contendo sangue, resíduos com contaminação por agentes classe risco 4;
Meios de cultura inoculados e vacinas de microorganismos vivos ou atenuados.
A2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processo de experimentação.
A3 Peças anatômicas do ser humano.
A4 Kits de linhas arteriais, bolsas transfuncionais vazias, sobras de laboratório não contaminados.
A5 Órgãos, material de pacientes com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
GRUPO B – Químicos Desinfetantes, reagentes para laboratório, medicamentos vencidos, desinfetantes.
Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);
GRUPO C – Radioativos
Rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos.
GRUPO D – Comuns Resto de alimentos, papel de uso sanitário, gesso.
GRUPO E –
Perfurocortantes
Agulhas, utensílios de vidro quebrado.
Quadro 5. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme a Resolução RDC ANVISA nº 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005. Fonte: RDC n.º 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005
Tanto o CONAMA como a ANVISA classificam os resíduos do Grupo A como
sendo infectantes ou potencialmente infectantes merecendo tratamento antes
do descarte. No entanto, a ANVISA faz uma subdivisão dos resíduos do grupo
A em 5 subgrupos, enquanto o CONAMA concentra todos os resíduos
infectantes no grupo A sem subdivisões (CUSSIOL, 2000).
Uma classificação especifica para os rejeitos radioativos é estabelecida pela
Resolução Federal CNEN NE 6.05/85, de 17 de dezembro de 1985, por meio
de duas categorias principais: resíduos com emissores beta/gama (rejeitos
líquidos, sólidos e gasosos) e resíduos com emissores alfa (líquidos e sólidos),
segundo o estado físico, natureza da radiação, concentração e taxa de
exposição.
36
Essa resolução estabelece, ainda, os níveis de concentração de rejeitos
radioativos, definições e níveis de radiação, especificações da instalação para
o armazenamento provisório de resíduos e os anexos.
As classificações aqui apresentadas são as mais conhecidas classificações de
RSS no Brasil, há também classificações da Health & Safety Comission – HSC,
World Health Organization – WHO e United States Environmental Protection
Agency – USEPA.
37
5 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE (PGRSS)
As ações relativas ao manejo de resíduos sólidos são descritas por um
documento elaborado pela ANVISA, que considera as características e riscos
dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente e os
princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas administrativas e
normativas para prevenir acidentes (ANVISA, 2004).
Cabem aos órgãos públicos, dentro de suas competências, a gestão,
regulamentação e fiscalização dos estabelecimentos de serviços de saúde que
são os responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles
gerados (ANVISA, 2004).
De um modo geral, um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde deve contemplar critérios técnicos de segregação, acondicionamento,
identificação, coleta interna, armazenamento temporário, tratamento preliminar,
armazenamento externo, coleta externa, tratamento externo e disposição final
de todos os resíduos gerados pelo estabelecimento de saúde e resíduos
sólidos, efluentes líquidos, emissões gasosas (ANVISA, 2004).
A figura 4 apresenta um fluxograma das etapas de manejo de um PGRSS.
38
Figura 4. Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS Fonte: OLIVEIRA, 2001
Para a implantação de um gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
deve se ter atenção especial em todas as fases de manejo (segregação,
acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição
final) devido aos riscos que oferecem, por apresentarem componentes
químicos, biológicos e radioativos (BRASIL, 2001b).
Para um gerenciamento seguro dos Resíduos de Serviços de Saúde é
essencial que todas as pessoas que trabalham no estabelecimento de saúde
tenham conhecimento dos riscos associados às suas atividades. Devem ser
adotadas medidas de controle com o objetivo de evitar o contato direto com os
resíduos, reduzindo os riscos de acidentes (BRASIL, 2001b).
O manejo adequado dos RSS pode apresentar um alto custo numa primeira
fase, mas a longo prazo torna-se economicamente viável, reduzindo os custos
com os acidentes de trabalho e as enfermidades provocadas (ANVISA, 2004).
39
5.1 Riscos envolvidos com resíduos de serviço de saúde
Os resíduos gerados em serviços de saúde são motivos de preocupação, por
representarem risco à saúde humana e ambiental (BRASIL, 2001b).
Entende-se por risco a probabilidade que tem um indivíduo de gerar ou
desenvolver efeitos adversos à saúde, sob condições específicas, em
situações de perigo próprias do meio. Esta explicação de risco permite definir
ameaça e vulnerabilidade como fatores que o compõem (BRASIL, 2001b).
Os riscos envolvem, em um primeiro nível, o pessoal que manuseia os RSS.
Não menos significativos são os riscos que podem afetar outros profissionais
que atuam no estabelecimento e pacientes em tratamento (BRASIL, 2001b).
Segundo a Resolução CONAMA 358/05, os resíduos de serviços de saúde
representam um potencial de risco para a saúde ocupacional de quem
manipula esse tipo de resíduo, seja o pessoal ligado à assistência médica ou
médico-veterinária, seja o pessoal ligado ao setor de limpeza e manutenção, e
para o meio ambiente, como decorrência da destinação inadequada de
qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio.
O acondicionamento inadequado de resíduos perfurocortantes pode causar
sérios danos aos trabalhadores da área de coleta e disposição final. Os
materiais perfurocortantes apresentam risco de contaminação quando não são
manuseados e acondicionados de forma segura (BRASIL, 2001b).
Os acidentes causados por materiais perfurocortantes ocorrem, principalmente,
devido ao acondicionamento e manipulação incorretos, além da falta de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a falta de treinamento adequado
aos riscos (SCHNEIDER, 2001).
Quando os resíduos infectantes são misturados com resíduos comuns ocorre
uma contaminação destes, aumentando a quantidade de material contaminado,
aumentando também os riscos na manipulação (SCHNEIDER, 2001).
40
Segundo o manual da ANVISA (2004), para que a infecção ocorra é necessária
a inter-relação entre os seguintes fatores: a) presença do agente; b) dose de
infectividade; c) resistência do hospedeiro; d)porta de entrada; e e) via de
transmissão. Por isso, o controle dos riscos deve ter foco nestes fatores.
De um modo geral precauções universais indicam basicamente o uso de
barreiras para a proteção profissional, como avental, luvas e óculos, com
grande ênfase para a lavação de mãos e os cuidados com material
perfurocortante. Treinamento e educação continuados são fundamentais para
se conseguir redução de acidentes por exposições a sangue e outros fluídos
corpóreos (QUEIROZ, 1998).
A imunização também tem grande importância na prevenção de um possível
contágio por agentes biológicos. Os profissionais que atuam na área de saúde
e de limpeza, em função do risco associado às suas atividades, devem ser
imunizados, e este procedimento deve estar descrito no Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa (BRASIL, 2001b).
5.2 Segregação e acondicionamento
De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC n.°
306/04, a segregação consiste na separação dos resíduos no momento e local
de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas,
o seu estado físico e os riscos envolvidos.
Os resíduos devem ser separados de acordo com a classificação estabelecida,
em recipientes adequados para cada tipo de resíduo. Esta operação deve ser
realizada na fonte de geração destes resíduos (BRASIL, 2001b).
São vantagens de praticar uma adequada segregação (OPAS, 1997):
Reduzir os riscos para a saúde, impedindo que os resíduos com risco
biológico (Grupo A), que geralmente são frações pequenas, contaminem os
outros resíduos gerados no estabelecimento de saúde;
41
Diminuir custos, já que apenas terá tratamento especial uma fração dos
resíduos gerados e não todos;
Reciclar os resíduos que não requerem tratamento prévio.
O acondicionamento consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em
sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve
ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo (ANVISA, 2004).
Segundo Phillip e Aguiar (2005), o acondicionamento, deve estar de acordo
com o tipo de resíduo, observando principalmente materiais cortantes,
perfurantes ou líquidos que devem ser embalados em recipientes rígidos e
resistentes.
Segundo Cussiol (2000), o acondicionamento tem como objetivos principais:
possibilitar a identificação e segregação imediata por tipo de resíduo, minimizar
o risco de exposição dos trabalhadores aos resíduos perigosos; facilitar o
manuseio, o transporte e o armazenamento seguros.
O quadro 6, apresenta o acondicionamento dos resíduos conforme as normas
da ABNT, NBR 7.500 – Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e
Armazenamento de Materiais e NBR 9.191 – Sacos plásticos para
acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio.
42
Resíduos Acondicionamento SimbologiaGrupo A Recipientes rígidos, forrados com sacos
plásticos brancos, encher até 2/3 de seu volume.
Grupo B Devem ser acondicionados com base nas recomendações específicas do fabricante para acondicioná-los e descartá-los.
Grupo C Devem ser acondicionados em recipientes de chumbo, com blindagem adequada ao tipo e ao nível de radiação emitida.
Grupo D Devem ser acondicionados em sacos pretos impermeáveis. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes.Os resíduos orgânicos podem ser aproveitados como adubo orgânico, por meio do processo de compostagem. Recipientes de vidro que tenham sido usados para armazenar produtos químicos, só podem ser descartados como vidros recicláveis se tiverem passado por processo de descontaminação.
Grupo E Recipiente rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa.Todo recipiente tem que ser fechado quando 2/3 de sua capacidade estiverem preenchidos de forma a não possibilitar vazamento.
Quadro 6. Acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde. Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006
Objetivando minimizar o impacto ambiental, reduzir custos de tratamento e
disposição final, deve-se promover, sempre que possível, a não geração, a
minimização da geração e a separação de materiais recicláveis por meio da
segregação na origem (GRIPPI, 2001).
No acondicionamento de resíduos químicos a embalagem e o recipiente devem
ser compatíveis com o produto descartado para que não haja reação, o rótulo
deve conter informações das propriedades físicas e químicas, o nome do
43
produto, volume e símbolo. As tampas dos recipientes devem ser
obrigatoriamente vedantes (LEITE, K F. 2006).
5.3 Coleta e transporte de resíduos
Segundo a ANVISA (2004), a coleta e transporte interno dos RSS consistem no
traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao
armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de
disponibilização para a coleta.
O carro de coleta interna deve ser estanque, constituído de material rígido,
lavável e impermeável de forma a não permitir vazamento de líquido, com
cantos arredondados e dotado de tampa, possuir identificação pelo símbolo de
substâncias infectantes e ser usado única e exclusivamente para coleta desses
(NBR 12.808).
Os EPI especificados devem ser os mais adequados para lidarem com
resíduos de serviços de saúde e devem ser utilizados de acordo com as
recomendações da NBR 12810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde
(BRASIL, 2001b).
A coleta de resíduos de serviços de saúde deve ser exclusiva e a intervalos
não superiores a 24 h. Esta coleta pode ser realizada em dias alternados,
desde que os recipientes contendo resíduo do tipo A e restos de preparo de
alimento sejam armazenados à temperatura máxima de 4°C (ANVISA, 2004).
O contêiner utilizado para armazenagem dos resíduos para a coleta externa,
deve ser constituído de material rígido, branco, lavável e impermeável, de
forma a não permitir vazamento de líquido, e com cantos arredondados,
possuir tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, ostentando em
lugar visível o símbolo de substância infectante, conforme modelo e
especificação determinados pela NBR 7.500 - Identificação para o transporte
terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.
44
Imediatamente após o esvaziamento do contêiner, este deve sofrer limpeza e
desinfecção simultânea (NBR 7.500).
O transporte interno de resíduos deve ter rotas pré-estabelecidas com o menor
percurso e mesmo sentido, e não deve coincidir com os horários de circulação
(fluxo) de medicamentos, alimentos/mamadeiras, roupas limpas e visita
(ANVSA, 2004).
O transporte externo pode ser realizado pelas prefeituras municipais ou por
iniciativa privada. Consiste na coleta dos resíduos depositados em contêineres
no abrigo externo e transporte dos mesmos até o local adequado para
tratamento e destinação final (ANVISA, 2004).
5.4 Armazenamento
O armazenamento divide-se em duas etapas: armazenamento interno e
armazenamento externo.
5.4.1 Armazenamento interno (temporário)
O armazenamento interno consiste na guarda temporária dos recipientes
contendo os resíduos já acondicionados que deverão ser transportados ao
local de tratamento, reciclagem ou disposição final. Visa agilizar a coleta dentro
do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o
ponto destinado à apresentação para coleta externa (BRASIL, 2001b).
Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos
sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes
de acondicionamento (ANVISA, 2004)
A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter
pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos
recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área
45
suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o
posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for
exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como
SALA DE RESÍDUOS (ANVISA, 2004).
O local de armazenamento temporário deve ser sinalizado, ventilado e de fácil
acesso ao pessoal de limpeza e conservação, não sendo permitido a entrada
de pessoas não autorizadas, bem como a utilização desta área para outros fins
(BRASIL, 2001b).
Quando a distância entre os pontos de geração de resíduos e o local de
armazenamento externo não for significativa, poderá ser dispensado o
armazenamento temporário (ANVISA, 2004).
O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT.
5.4.2 Armazenamento externo
O armazenamento externo consiste na guarda dos recipientes de resíduos até
a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso
facilitado para os veículos coletores (ANVISA, 2006).
No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de
resíduos fora dos recipientes ali estacionados. (ANVISA, 2004).
O ambiente utilizado para armazenamento externo de resíduos deve ter
proteção contra a ação do sol, chuva ou vento, além de possuir proteção que
impeça a entrada de animais no local. No ambiente deve haver local para
higienização dos contenedores, com boa iluminação, ventilação, pisos e
paredes com materiais resistentes (ANVISA, 2006).
Os RSS devem ser armazenados, no próprio estabelecimento de saúde, em
locais específicos para esse fim. O armazenamento externo dos diversos
grupos dos RSS pode estar em pontos separados ou na mesma área, desde
46
que a divisão entre eles esteja perfeitamente delimitada para evitar mistura ou
focos de contaminação (BRASIL, 2001b).
5.5 Tecnologias para tratamento de resíduos infectantes
Entende-se por tratamento dos resíduos sólidos, de forma genérica, quaisquer
processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as
características dos resíduos, visando a minimização do risco à saúde, a
preservação da qualidade do meio ambiente, segurança e a saúde do
trabalhador (ANVISA, 2004).
Segundo Collins (1989); Cross (1990); e Mandelli et al (1991). citados por
Sousa (2005), os dois métodos mais indicados e realizados por
estabelecimentos de serviços de saúde e prefeituras, quando utilizam técnicas
para o destino final dos resíduos de serviço de saúde, são a esterilização à
vapor e a incineração.
O quadro 7 resume os métodos para tratar adequadamente os diversos grupos
de resíduos, que merecem destaque por terem características próprias.
CATEGORIAS DE
TRATAMENTOMÉTODOS
GRUPOS DE RSS
GRUPO A GRUPO B GRUPO C
RISCO BIOLÓGICO
RISCO QUÍMICO
REJEITOS RADIOATIVOS
Esterilização
Autoclave X XTratamento
QuímicoX
Microondas XRadiação ionizante
X
Destruição térmica
Incineração XTocha de plasma
X
Armazenamento Decaimento XQuadro 7. Resumo dos métodos de tratamentos recomendados segundo o grupo de RSS perigoso.Fonte: Adaptado de Guía de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios, 1996
Uma análise preliminar mostra que os procedimentos atuais de tratamento dos
resíduos infectantes se dividem em duas categorias esterilização e destruição
térmica, descritos a seguir. Sendo a esterilização composta pelos métodos de
47
autoclavagem, microondas, tratamento químico e ionização. E a destruição
térmica composta pelos métodos de incineração e tocha de plasma (BRASIL,
2001b).
5.5.1 Esterilização
Há vários métodos de esterilização dos resíduos de serviços de saúde.
a) Autoclavagem - Segundo LEE et al., (1991); URBANOWICZ (1998)
(citado por PHILIPPI), a esterilização a vapor em autoclaves é um
método amplamente utilizado para descontaminação de resíduos
microbiológicos e outros de laboratórios antes da disposição final.
Para ser eficiente o processo deve permitir penetração do vapor e
condução do calor por toda massa a ser esterilizada, portanto, o método
torna-se impróprio para o tratamento de grandes volumes de resíduos
(PHILIPPI, 2005).
Quando tratados por esterilização a vapor, os RSS transformam-se em
resíduos comuns, não perigosos em virtude da destruição dos
organismos patogênicos, sendo possível, então, sua destinação final em
aterros sanitários (BIDONE, F.R.A. POVINELLI, J, 1999).
b) Tratamento químico - Os RSS são submetidos à ação de substancias
químicas, para que ocorra a destruição de agentes infecciosos. Os
resíduos químicos podem ser despejados em sistema de esgoto e os
resíduos sólidos resultantes são dispostos em aterros sanitários (LEE et
al., 1991 citados por PHILIPPI; AGUIAR).
Os produtos químicos utilizados na esterilização já constituem um
resíduo de difícil descarte, tendo em vista sua toxidade. Desta forma, o
uso de esterilizantes químicos para o tratamento de RSS, é limitado.
(CAMPOS, 1998, citado por GUEDES).
48
As recomendações para seu uso referem-se mais à desinfecção de
utensílios e superfícies do que de resíduos, sendo necessário o
monitoramento de cada lote dos produtos utilizados para maior garantia.
(MEANEY; e CHEREMISIHOFF, 1989 citados por PHILPPI; AGUIAR).
c) Microondas - Consiste em submeter os resíduos biológicos, previamente
triturados e envolvidos com vapor, às vibrações eletromagnéticas de alta
freqüência, até alcançar e manter uma temperatura de 95ºC a 100ºC,
pelo tempo determinado pelo fabricante. (BRASIL, 2001b).
O processo reduz o volume dos resíduos entre 60% e 90%. A tecnologia
talvez seja capaz de reduzir custos e ajudar a controlar os agravantes
ambientais, porém pode oferecer risco ocupacional durante o manuseio,
principalmente no processo de trituração (BLENKHARN,1995, citados
por PHILIPPI; AGUIAR).
O processo não é apropriado para grandes quantidades de RSS (mais
de 800 kg por dia) e, também, para resíduos anatômicos. Existe, ainda,
o risco de emissões de aerossóis que podem conter produtos orgânicos
perigosos (GUÍA..., 1996).
d) Radiação ionizante - É uma tecnologia que utiliza raios gama, a partir do
Cobalto (Co) 60 e ultravioleta, no tratamento dos resíduos de serviço de
saúde, para destruir os microorganismos infecciosos (LEE et al.,
1991citado por PHILIPPI,).
Transforma os resíduos em uma massa totalmente inerte, não reduz
peso nem volume, havendo, portanto necessidade de se dar destino
final, em aterros sanitários. É uma tecnologia emergente no que diz
respeito ao tratamento de RSS, ainda extremamente cara, pois exige
instalações especiais e pessoal altamente qualificado e treinado
(CAMPOS 1998, citado por GUEDES).
49
5.5.2 Destruição Térmica
Os métodos de destruição térmica existentes são:
a) Incineração - Trata-se do método que mais tem sido utilizado nessas
últimas décadas, sendo preconizado como o mais adequado para
assegurar a eliminação de microorganismos patogênicos dos resíduos
do grupo A de serviço de saúde. (PHILIPPI, 2005). Consiste na queima
dos resíduos em temperaturas superiores a 1000°C, por um período de
cinco a dez segundos, com tratamento dos efluentes gasosos e líquidos
(IBAM, 2001).
As principais vantagens deste método são a redução do volume e
massa do resíduo, segundo PHILLIPPI (2005), cerca de 90% e 15%
respectivamente, e como outra vantagem, tem-se a possibilidade de
recuperação de energia para gerar vapor ou eletricidade. As
desvantagens são que as emissões gasosas podem conter
contaminantes e que a sua operação e manutenção, dependendo da
magnitude do equipamento, podem ser complexas (MONGE, 1997,
tradução nossa).
Para dar início ao processo de combustão na operação dos
incineradores, utiliza-se óleo ou gás natural como combustível, até que
se atinjam as temperaturas ideais. As cinzas resultantes da incineração
são classificadas como resíduos perigosos classe I devido aos altos
níveis de metais pesados e devem ser encaminhadas, portanto, para
aterro de resíduos perigosos desta classe (BRASIL, 2002).
Devido às intensas restrições legais e movimentos contrários de
ambientalistas, seu uso vem sendo reduzido, dando espaço à utilização
de novas tecnologias para tratamento dos RSS como: microondas e
tocha de plasma (PHILIPPI, 2005).
50
b) Tocha de plasma - O sistema plasma térmico é a mais recente
tecnologia introduzida para tratamento dos RSS. O processo envolve na
aplicação de um gás ionizado que se transforma em tocha de plasma
por meio de aplicação de energia elétrica dentro de um forno (PHILIPPI,
2005).
Segundo BRASIL, 2001, quando utilizada para incineração de resíduos,
a tocha a plasma não produz escórias nem cinzas voláteis tóxicas, mas
um resíduo vitrificado inerte de altíssima dureza, semelhante a um
mineral de origem vulcânica.
A temperatura de incineração varia entre 1.600ºC e 4.000ºC,
assegurando assim a destruição dos patógenos, substâncias químicas
tóxicas e fundição de metais e outros materiais (BRASIL, 2002). Outra
vantagem é a redução do volume do resíduo tratado que é superior a da
incineração convencional, a não emissão de dioxina (PHILIPPI, 2005).
5.5.3 Armazenamento
5.5.3.1 Decaimento
Cada elemento radioativo se transmuta a uma velocidade que lhe é
característica, portanto, o tempo que leva um elemento, a ter sua atividade
radioativa reduzida à metade da atividade anterior, é denominado decaimento
(CNEN, 2001).
O único tratamento capaz de eliminar as características de periculosidade é o
armazenamento que está diretamente relacionado com tempo de decaimento
de cada rejeito. Implica no isolamento dos radionuclídeos e restringe sua
liberação para o meio ambiente (CNEN, 2001).
Depois do decaimento, qualquer referência à radioatividade (símbolo e
inscrição) deve ser descaracterizada, e os resíduos podem ser encaminhados
para disposição final, ou tratamento, conforme seu novo enquadramento, grupo
A, grupo B, ou grupo D (BRASIL, 2002).
51
5.5.4 Disposição final
A disposição Final consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em
locais previamente preparados para recebê-los (ANVISA 2006).
Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a critérios técnicos de
construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de
acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve seguir as normas
da ABNT.
5.5.5 Aterro Sanitário
É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo de forma
segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde pública. O
sistema está fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais
específicas (ANVISA 2006).
Este método consiste na compactação dos resíduos em camada sobre o solo
devidamente impermeabilizado e no controle dos efluentes líquidos e emissões
gasosas. Seu recobrimento é feito diariamente com camada de solo,
compactada com espessura de 20 cm, para evitar proliferação de moscas,
aparecimento de roedores, moscas e baratas, espalhamento de papéis, lixo,
poluição das águas superficiais e subterrâneas (ANVISA, 2006).
O principal objetivo do aterro sanitário é dispor os resíduos no solo de forma
segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde. (ANVISA,
2006).
Uma vez que os RSS tenham sofrido segregação prévia e tratamento, o
destino final adequado do produto resultante é um aterro sanitário
(SCHNEIDER, 2001).
52
6 MATERIAIS E MÉTODOS
Primeiramente foi realizado um levantamento das atividades desenvolvidas na
unidade e dos resíduos gerados na mesma. Num segundo momento os
resíduos foram identificados e classificados conforme as normas e legislações
vigentes.
Na terceira etapa ocorreu a quantificação dos resíduos gerados e ao final são
propostas medidas para adequação do gerenciamento destes.
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SETORES
Primeiramente foram realizadas visitas técnicas a todas as unidades do
estabelecimento, com o objetivo de conhecer a área estudada. Acompanhou-se
a rotina de trabalho em cada módulo para perceber seu funcionamento e
identificar os problemas de gestão de resíduos, registrados por meio de
relatório fotográfico.
A figura 5 mostra uma foto aérea do local de estudo.
53
Figura 5. Localização dos módulos SEST/SENATFonte: Google earth, 2007
O quadro 8, descreve a os módulos existentes na unidade Sest/Senat e seus
setores.
54
MÓDULO SETOR
Módulo Treinamento
5 Salas de aula1 Laboratório de informática2 Salas Administrativas1 Sala de reuniões
4 Sanitários
Módulo Administrativo1 Recepção3 Salas administrativas
Módulo Saúde
1 Recepção1 Consultório odontológico adulto1 Consultório odontológico infantil1 Sala Radiologia
4 Sanitários
4 Consultórios médicos (oftalmologia, ginecologia, pediatria e clínica geral)
1 Copa
1 Sala de arquivo
Módulo Cultural
1 Auditório1 Salão de festas
1 Sala de TV/Vídeo2 Salas de aula1 Sala Administrativa
2 Sanitários
Módulo Restaurante
1 Restaurante1 Lanchonete
2 Sanitários/ vestiários
1 Salão de jogos1 Sala de Apoio1 Sala de funcionários da limpeza
Módulo Lazer
1 Piscina adulto1 Piscina infantil2 Churrasqueiras1 Campo de futebol2 Quadras poliesportivas1 Parque infantil1 Pista de bocha
Áreas externas1 Guarita (portaria)Vias de acesso
Oficina Pedagógica Em processo de construção.
Quadro 8. Módulos existentes na unidade e seus setores.
55
6.1.1 Módulo de saúde
6.1.1.1 Clínica odontológica
O SEST/SENAT possui uma clínica odontológica que realiza em média 660
consultas mensais, equipada com 10 cadeiras (equipos) sendo 4 destinadas a
odontopediatria, e presta serviços como: dentística, prevenção, prótese,
endodontia e radiologia.
A figura 4 mostra o interior da clínica odontológica.
Figura 6. Clínica odontológica.
O setor possui nove odontólogos e dois auxiliares de consultório dentário, que
atendem a comunidade associada de segunda à sexta-feira.
6.1.1.2 Setor radiológico
O setor de radiologia encontra-se dentro do consultório odontológico. São
realizadas em média 20 (vinte) radiografias por dia.
A figura 7 mostra o equipamento da sala de radiologia.
56
Figura 7. Sala de radiologia
6.1.1.3 Setor médico
O setor Médico conta com ginecologia, oftalmologia, clínica geral, pediatria e
cardiologia, atendendo aproximadamente de 700 associados por mês.
As figuras 8, 9 e 10 mostram os consultórios médicos.
Figura 8. Foto do consultório oftalmológico
Figura 9. Foto do consultório pediátrico
Figura 10. Foto do consultório ginecológico
57
6.1.2 Módulo restaurante
O Módulo Restaurante possui lanchonete e restaurante que funcionam em
horário comercial, abertos a comunidade, possui mão-de-obra terceirizada e
atende em média 150 pessoas por dia.
As figuras 11 e 12 mostram a área de alimentação do restaurante e da
lanchonete.
Figura 11. Foto da área de alimentação do Restaurante da unidade
Figura 12. Foto da lanchonete da unidade
Trabalham neste módulo 6 funcionários.
6.1.3 Módulo área de lazer
Na área de lazer são realizadas atividades para associados como natação,
judô, futebol e hidroginástica para terceira idade, possui ainda, área com
churrasqueiras.
As figuras 13 e 14 mostram a piscina e o campo de futebol localizados nesta
área.
58
Figura 13. Foto da piscina da unidade Figura 14. Foto do campo de futebol
6.1.4 Módulo de treinamento
O SENAT realiza cursos profissionalizantes na área de transportes, possui
salas de aula, auditório, laboratório de informática.
A figura 15 mostra o módulo de treinamento.
Figura 15. Corredor do Módulo de treinamento
6.1.5 Módulo cultural
O auditório possui capacidade para 210 pessoas, e junto ao salão de festas
formam um importante espaço dentro da unidade SEST/SENAT para
realização de eventos, cursos e palestras.
As figuras 16 e 17 mostram o auditório e o salão de festas.
59
Figura 16. Foto do auditório Figura 17. Foto do salão de festas
6.2 REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
Após o conhecimento da área foram feitas entrevistas informais com os
colaboradores, funcionários encarregados pela limpeza, médicos, dentistas,
equipe do restaurante e associados do SEST/SENAT.
Acompanhou-se a rotina de limpeza para analisar a cadeia de resíduos sólidos
que compreende o acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte dos
resíduos. Foram registrados os horários de coleta interna e externa, e a rota
percorrida desde as áreas de treinamento, assistência médica e odontológica
até o local do armazenamento externo.
Foram registrados os tipos de lixeiras existentes e, também, os diferentes tipos
de rejeitos gerados em cada módulo e ponto de geração.
6.3 LEVANTAMENTO QUALI-QUANTITATIVO DOS
RESÍDUOS
Para a realização do levantamento quali-quantitavo dos resíduos gerados na
unidade, fez-se necessário determiná-los por pesagens, realizadas no período
de março a maio de 2008, devido a possível variação da quantidade desses.
As pesagens foram realizadas conforme a unidade é dividida, por módulos e
setores, e os resíduos foram separados e pesados para se obter um dado
criterioso de geração.
60
Na unidade SEST/SENAT não havia coleta interna segregada de resíduos
sólidos, com exceção dos resíduos químicos (classe B) e perfurocortantes
(Classe E).
Com a realização da coleta segregada, foram identificados os resíduos
passíveis de serem reciclados de acordo com que preconiza a política de
resíduos sólidos, os recipientes foram identificados de acordo com o tipo.
De acordo com Leite K. F. S. (2006), é recomendada a pesagem dos resíduos
durante sete dias consecutivos pelo menos, para se obter a produção mensal
através da média diária.
Segundo Oliveira (2005) o levantamento quantitativo deve ser realizado por
uma semana em cada estação do ano.
Nos Módulos de Saúde, de Treinamento, Cultural e Administrativo, as
pesagens foram realizadas durante cinco dias consecutivos, pois os módulos
descritos não funcionam nos dias de sábado e domingo.
Nos módulos de Lazer, Restaurante e Áreas Externas, as pesagens foram
realizadas durante sete dias consecutivos, pois estes módulos funcionam em
todos os dias da semana.
Para realização do levantamento quantitativo, as sacolas de lixo foram
identificadas com a descrição do local (módulo e setores) em que deveriam ser
colocadas, e o tipo de resíduos que deveriam coletar. Como o serviço de
limpeza dos funcionários era separado por módulos, as sacolas etiquetadas
foram entregues a cada um para que fossem colocadas nas lixeiras,
possibilitando assim, a identificação dos resíduos no momento da pesagem.
Quando as pesagens não eram realizadas logo após a coleta dos resíduos, os
mesmos eram armazenados no abrigo externo, para posteriormente serem
pesados.
As sacolas contendo os resíduos gerados nas áreas externas e nos módulos
de treinamento, cultural, administrativo, restaurante e lazer eram abertas para
61
segregação e pesagem destes segundo a tipologia (papel, plástico, vidro, metal
e orgânico). As sacolas com resíduos do módulo de saúde classificados como
D, segregados previamente por setores, eram abertas e realizadas as
pesagens segundo tipo, no entanto as sacolas com resíduos A, B, e E, eram
pesadas sem serem abertas, levando-se em consideração os riscos de
contaminação.
A operação de quantificação contou com a ajuda dos funcionários responsáveis
pela coleta e transporte interno. Utilizou-se uma balança da Balmak Indústria e
Comércio Ltda, n.º de fabricação 1.300, com capacidade de 150 kg.
Os dados recolhidos em todas as etapas foram registrados (ANEXO A) e
analisados. Foram avaliadas formas de atender cada necessidade levantada
no diagnóstico, segundo as normas e legislação vigentes.
6.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
Para melhor conhecer as especificações dos resíduos e obter dados para
definir estratégias de gerenciamento, os mesmos foram classificados conforme
as leis normas e regulamentos.
O quadro 9, apresenta as resoluções e normas.
LEIS, NORMAS E RESOLUÇÕES
ASSUNTO
NBR 9.191 Sacos Plásticos para Acondicionamento de Lixo - Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 12.808 Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde;
NBR 10.004 Classificação dos Resíduos Sólidos.
RDC – ANVISA 306/2004.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Resolução CONAMA 358/2005
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS e dá outras providências.
Quadro 9. Leis, normas e regulamentos utilizados para classificar os resíduos.
62
7 ESTUDO DE CASO
Esta pesquisa foi desenvolvida nas instalações do SEST/SENAT (Serviço
Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), que
são entidades civis, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criadas em 14 de setembro de 1993, pela Lei n°. 8.706/93, e
organizadas pela Confederação Nacional do Transporte - CNT, encontradas
em todo o País.
O estudo foi desenvolvido no período compreendido entre janeiro e junho de
2008. A unidade SEST/SENAT, localizada em Alto Lage, Cariacica, Espírito
Santo, foi escolhida, por desenvolver atividades em diversos setores, desde
desenvolvimento e aprimoramento profissional, esportes, até saúde, gerando
assim, diferentes tipos de resíduos. Atualmente a unidade possui em seus
registros 48 mil associados.
A análise dos dados deste trabalho está baseada na RDC ANVISA n° 306
(BRASIL, 2004) e na Resolução CONAMA 358 (BRASIL, 2005), assim como no
programa proposto para a instituição, já que não existe no estado do Espírito
Santo uma resolução específica para os resíduos de serviço de saúde.
7.1 DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS DA UNIDADE SEST/SENAT
A grande diversidade dos serviços realizados na unidade SEST/SENAT de Alto
Lage proporciona uma geração de resíduos diversificada. Após a análise
qualitativa pode-se conhecer os resíduos mais comuns na unidade,
classificados de acordo a RDC 306/04 da ANVISA, que estão listados por
setores no quadro 10.
63
Setor Resíduos
Grupo
AcondicionamentoA B
DE
R NR
MÓDULO SAÚDE
Consultórios Médicos
Luvas, hastes ginecológicas, palitos de madeira, gazes
X Sacos brancos leitosos, com a
simbologia infectante
Papel, plástico X
Clínica odontológic
a
Luvas,algodão, gazes X
Amalgama XGarrafa plástica
com água
Perfurocortantes XCaixa de papelão
rígida
Papel, plástico, metal, embalagens de plástico X
Sacos brancos leitosos, com a
simbologia infectante
Medicamentos vencidos X Caixa de papelão
Sala de Radiologia
Luvas X Sacos brancos leitosos, com a
simbologia infectante
Sacolas plásticas X
Embalagens de filmes radiológicos X Caixa de papelão
Líquidos de revelação X Garrafa plástica
Banheiros Resíduos de banheiro X Saco preto 50L
Todos Lâmpadas XNão são
acondicionadas
MÓDULO RESTAURANTE
RestauranteOrgânico X
Saco preto 50L
Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio
X
Lanchonete
Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio
X
Orgânico X
Vestiários/ Banheiros
Resíduos de banheiro X
Todos Lâmpadas XNão são
acondicionadas
MÓDULO ÁREA DE LAZER
Todos os setores
Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio
X
Saco preto 50LOrgânico X
Resíduos de podas e varrição x
Lâmpadas XNão são
acondicionadasQuadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de acordo com o
local de geração. (Continua)
(Continuação)
64
Setor Resíduos
Grupo Acondicionamento
A BD
E
R NR
MÓDULO ADMINISTRATIVO
RecepçãoPapel, plástico, embalagens, copos plásticos X
Sacos pretos 50LOrgânico
Escritórios Papéis, copos plásticos X X Sacos pretos 20 L
Todos Lâmpadas XNão são
acondicionadas
MÓDULO DE TREINAMENTO
RecepçãoPapel, plástico, embalagens, copos plásticos,
orgânicoX Sacos pretos 50L
Escritórios Papéis, copos plásticos X Sacos pretos 20 L
Banheiros Resíduos de banheiro X Sacos pretos 50L
Laboratório de
Informática
Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, orgânico
XSacos pretos 20 L
Salas de Treinamento
Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, orgânico
X
Todos Lâmpadas XNão são
acondicionadas
MÓDULO CULTURAL
Auditório Papéis, plástico, copos plásticos X Sacos pretos 50L
Salas de aula
Orgânico XSacos pretos 20 L
Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, X
Área de Festas
Orgânico XSacos pretos 50LPapel, plásticos, copos plásticos, latas de
alumínio, garrafas pet,X
Banheiros Resíduos de banheiro X Sacos pretos 20 L
Todos Lâmpadas XNão são
acondicionadasQuadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de acordo com o local de geração.
Os resíduos do grupo A – Resíduos Potencialmente Infectantes - são gerados
apenas no módulo de saúde (consultórios odontológicos e consultórios
médicos).
Os resíduos do grupo B – Resíduos Químicos – foram encontrados nos
consultórios odontológicos, onde são utilizados diferentes produtos químicos
para procedimentos odontológicos.
Os resíduos do grupo C – Resíduos Radioativos – A unidade possui uma sala
de radiologia, porém, esta não gera resíduos radioativos.
65
Os resíduos do Grupo D – Resíduos equiparados com os resíduos domiciliares
– foram encontrados em todos os setores da unidade. Lâmpadas fluorescentes
queimadas, pilhas e baterias são destinadas como resíduos deste grupo.
Os resíduos do grupo E – Perfurocortantes – foram encontrados apenas nos
consultórios odontológicos.
7.1.1 Levantamento quantitativo
Objetivando informações sobre o qualiquantitativo dos resíduos gerados fez-se
necessário, juntamente com os funcionários encarregados da limpeza, um
planejamento que consistiu na segregação dos resíduos A, B, D e E e posterior
pesagens no período de Março, Abril e Maio numa freqüência de 7dias/mês.
Após segregação correta, considerando o valor médio diário de resíduos
gerados na instituição, observamos que 69,98 % dos resíduos são gerados no
restaurante, 7,82 % no módulo cultural, 8,55 % no módulo de saúde, 6,93 % na
área de lazer, 3,33 % no módulo de treinamento e 2,86% no administrativo e
0,53 % nas áreas externas.
Os valores obtidos são mostrados na figura 18.
69,98%
2,86%
8,55%
7,82%
3,33%
6,93%
0,53%
Restaurante
Administração
Saúde
Cultural
Treinamento
Área de Lazer
Áreas Externas
Figura 18.Geração de resíduos por módulos
66
Apesar de a instituição gerar resíduos de serviços de saúde, estes são minoria
considerando a totalidade de resíduos gerados que foi de aproximadamente
1089,35 kg nos meses de Março, Abril e Maio. Destes, apenas 7,34% são
potencialmente infectantes, sendo que 11,20% são resíduos comuns
recicláveis, 6,45% são resíduos comuns não recicláveis, 74,92% orgânicos e
0,09% perfurocortantes. Os dados estão apresentados na figura 19. Os
resíduos químicos (medicamentos vencidos) e lâmpadas fluorescentes não
foram considerados nesta classificação, pois sua geração é eventual, porém
observou-se uma geração de 3,5 kg e 21 unidades, respectivamente, durante
toda etapa de quantificação.
7,34%
11,20%
6,45%
74,92%
0,09%
Infectantes
ComunsRecicláveis
Resíduos ComunsNão Recicláveis
Orgânicos
Perfurocortantes
Figura 19.Classificação dos resíduos gerados no período de estudo
Espera-se que estes valores sejam ainda menores nos próximos períodos de
estudo, pois os funcionários deverão receber treinamentos para a prática
correta do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que
está previsto para ser elaborado no mês de Julho de 2008. A NBR 12.809
(1993) cita: “todos os funcionários dos serviços de saúde devem ser
capacitados para segregar adequadamente os resíduos e reconhecer o
sistema de identificação”.
A tabela 1 apresenta os volumes gerados de resíduo no Módulo Saúde:
67
Tabela 1. Geração média de resíduos, no módulo saúde – setor odontológico – durante 3 meses.
MÓDULOSETOR
ODONTOLÓGICORESÍDUO PESO (kg)/ dia
Saúde Consultórios
Odontológicos
Infectante 2,54
Perfurocortante 0,07
Total 2,61
A média diária dos resíduos gerados no módulo saúde, setor odontológico, é
igual a 2,61 kg, e que a média diária de pacientes atendidos é igual a 36
pessoas, tem-se uma taxa de 0,07 kg/pessoa/dia.
No setor de radiologia constatou-se que a quantidade a média de líquidos
reveladores e fixadores é de 4L por semana. Os resíduos encontrados eram
pequenas sacolas de plástico e papel.
No setor médico a taxa de geração é ainda menor por não haver
procedimentos cirúrgicos, como explicitado na tabela 2.
Tabela 2. Geração média de resíduos, no módulo saúde – setor médico – durante 3 meses.
MÓDULO SETOR MÉDICO RESÍDUOPESO (kg)/
semana
Saúde Consultório Pediatria Infectante 0,05
Consultório Clínica
Geral / CardiologiaInfectante 0,05
Consultório
GinecologiaInfectante 0,13
Consultório
OftalmologiaInfectante 0,02
Total 0,25
A média semanal dos resíduos gerados no setor médico é igual a 0,25 kg , e a
média diária de pacientes atendidos é igual 27 pessoas.
A tabela 3 relata a média diária de resíduos gerados no Módulo Restaurante,
durante toda etapa de quantificação.
68
Tabela 3. Geração média de resíduos, no módulo restaurante, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia
Restaurante Restaurante/
Lanchonete
Orgânico 35,87
Copos Descartáveis 0,53
Garrafas Plásticas 0,70
Latas de Alumínio 0,17
Banheiros Resíduo de Banheiro 1,2
Total 38,47
Levando-se em consideração que a média diária dos resíduos gerados no
módulo restaurante é igual a 38,47 kg, e que a média diária de clientes
atendidos é igual a 150 pessoas, tem-se uma taxa de 0,26kg/pessoa/dia.
Durante os meses em que foram realizados os levantamentos observou-se a
geração de 35,05 kg de madeira, provenientes de caixotes de verduras.
A tabela 4 mostra a média da quantidade de resíduos gerados por dia, durante
toda a etapa de quantificação, nos módulos área de lazer e áreas externas.
Tabela 4. Geração média de resíduos, no módulo área de lazer e áreas externas, durante 3 meses.
MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia
Área de lazer e
Áreas externas
Todos PET 1,30
Copos
Descartáveis0,96
Latas de Alumínio 0,25
Orgânico 1,59
Total 4,01
A quantidade de latas de alumínio é relativamente pequena, pois os
funcionários da unidade as coletam para benefício próprio.
A média diária dos resíduos gerados na área de lazer é igual a 4,01 kg/dia.
A tabela 5 relata a média diária da quantidade de resíduos gerados no módulo
administrativo, durante toda etapa de quantificação.
69
Tabela 5. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia
Administrativo Todos Papel 1,23
Copos
Descartáveis
0,24
Orgânico 0,10
Total 1,57
Constatou–se a geração de sete unidades de garrafas PET e 0,8 kg de papelão
durante este período.
Quando comparado com os outros módulos da unidade Sest/Senat. O
Administrativo possui a menor média de quantidade de resíduos gerados, que
é de 1,57 kg/dia.
A tabela 6 relata a média diária da quantidade de resíduos gerados no módulo
treinamento, durante toda etapa de quantificação.
Tabela 6. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3 meses.
MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia
Treinamento Todos Papel 0,45
Copos Descartáveis 0,07
Orgânico 0,07
Latas de alumínio 0,06
Resíduos de banheiro 1,18
Total 1,83
No módulo de treinamento relatou-se uma geração média de 1,83 kg/dia.
Cabe destacar que os módulos Administrativo e de Treinamento sofrem
influência com relação ao fluxo de pessoas das áreas de atendimento e
treinamento, bem como dos dias da semana, visto que nos finais de semana os
setores permanecem fechados.
A tabela 7 apresenta o levantamento qualiquantitativo de resíduos gerados no
módulo cultural.
70
Tabela 7. Geração média de resíduos, no módulo cultural, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO
(kg)/ dia
Cultural Todos PET 0,23
Papel 0,35
Copos Descartáveis 0,59
Latas de Alumínio 0,03
Orgânico 1,16
Resíduos de banheiro 0,85
Total 3,21
No módulo cultural relatou-se uma geração média de 3,21 kg/dia.
Espera-se que estes valores sejam ainda menores nos próximos períodos de
estudo, pois os funcionários deverão receber treinamentos para a prática
correta do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que
está previsto para ser elaborado no mês de Julho deste ano. A NBR 12.809
(1993) cita: “todos os funcionários dos serviços de saúde devem ser
capacitados para segregar adequadamente os resíduos e reconhecer o
sistema de identificação”.
7.1.2 Segregação e acondicionamento
Para levantar informações sobre o qualiquantitativo dos resíduos gerados fez-
se necessário, juntamente com os funcionários encarregados da limpeza, um
planejamento que consistiu na segregação dos resíduos A, B, D e E e posterior
pesagens no período de Março, Abril e Maio numa freqüência de 7dias/mês.
A equipe de odontólogos e auxiliares de consultório dentário realizam o serviço
de assistência à saúde à comunidade, paramentados com os EPI’s necessários
conforme preconiza a legislação sanitária e de segurança do trabalho.
Os resíduos grupo A, provenientes de procedimentos com os pacientes, e do
Grupo D passíveis de serem reciclados, são acondicionados sem segregação o
que aumenta a quantidade de resíduos infectados.
71
O quadro 11 mostra o tipo de resíduo gerado em cada atividade realizada no
setor:
ATIVIDADE RESÍDUOS
Prótese Resina acrílica, materiais de moldagem (silicone, poliéster,
godivas, pasta de zinco enólica).
Dentística Cunhas, matriz de aço, matriz de poliéster, algodão,
amalgama.
Endodontia Lençol de borracha, cones de guta percha, cones de papel
absorvente.
Radiologia Revelador, fixador radiográfico, películas de Raio X.
Esterilização Fita adesiva para autoclave.
Cirurgia Agulhas, gazes.
Quadro 111. Principais resíduos gerados em cada atividade desenvolvida no módulo
Quando necessário, no setor são realizados e estocados moldes de gesso da
arcada dentária dos pacientes. Segundo a Resolução ANVISA RDC-306/ 2004,
o gesso é classificado como resíduo comum, porém questiona-se esta
classificação, entendendo que o gesso é composto por componentes químicos.
Os perfurocortantes eram acondicionados em recipientes de plástico com
volume de 2L, obedecendo ao limite de 2/3 da capacidade, porém, sem a
simbologia adequada e em local indevido, conforme a figura 20.
Figura 20. Recipientes utilizados para o acondicionamento dos perfurocortantes.
72
As cápsulas de amalgama provenientes dos procedimentos de dentística são
encaminhadas para reciclagem, conforme figura 21:
Figura 21. Recipiente utilizado para acondicionar cápsulas de amálgama
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os principais resíduos gerados
em consultórios odontológicos são resíduos infectantes, perfurocortantes e
resíduos contendo grande quantidade de conteúdo de metal pesado, como o
amálgama odontológico. Enquanto não forem estabelecidos, por pesquisas
científicas, os riscos reais de cada classe de resíduos, todas as classes e
subclasses de resíduos odontológicos, devem ser segregadas (PRUSS;
GIROULT; RUSHBROOK, 1999).
A glicerina é mais indicada do que a água para armazenar os resíduos
mercuriais(NAZAR; PORDEUS; WERNECK, 2005).Os recipientes de plástico
também são mais aconselháveis do que os de vidro, que quebram mais
facilmente.
Os demais resíduos não recebem acondicionamento diferenciado, são
descartados juntos como grupo A.
A segregação eficiente dos RSS, no momento e local em que são gerados,
contribui para a redução do volume de resíduos potencialmente infectantes,
fazendo com que eles não venham a se misturar aos resíduos comuns e
aumentando a quantidade de resíduos recicláveis contribuindo para a
preservação do meio ambiente.
73
Os líquidos de revelação, após terem sido usados são armazenados pelas
auxiliares de consultório dentário em recipientes de plástico (garrafas de álcool
usadas) com capacidade para 1 L cada, e acondicionados em local
indevido.Posteriormente esses resíduos são coletados por empresa
terceirizada que presta serviços para a Prefeitura Municipal de Cariacica.
As figuras 22 e 23 mostra o recipiente utilizado para manusear os líquidos de
revelação.
Figura 22. Foto do recipiente onde são manuseados os líquidos de revelação
Figura 23. Foto dos líquidos de revelação
Essa operação oferece risco à saúde do trabalhador e ao meio ambiente, uma
vez que a probabilidade de ocorrência de derramamentos e contato com a pele
é alta.
As embalagens dos filmes radiográficos são encaminhadas para reciclagem
por conter chumbo.
As películas radiográficas são entregues aos pacientes que as levam para
casa.
No setor de radiologia são revelados em média 100 filmes radiológicos por
semana, constatou-se que a quantidade a média de líquidos reveladores e
fixadores gerados é de 4L por semana. Os resíduos encontrados eram
pequenas sacolas de plástico e papel.
Os resíduos gerados nos consultórios médicos são devidamente
acondicionados como potencialmente infectantes. Não há segregação na
origem, o que aumenta o seu volume.
74
O acondicionamento conjunto dos resíduos infectantes com os resíduos
comuns leva à contaminação da mistura, resultando em uma massa de
resíduos infectantes, com aumento do volume, aumento de custos com
transporte, tratamento adequado e destinação final. No entanto, a segregação
permite que os resíduos comuns possam seguir cursos diferentes a partir da
coleta, inclusive sendo reciclados (BIDONE, F.R.A., POVINELLI, J,1999).
O sistema de classificação das legislações em vigor não faz menção de
diversos produtos comumente utilizados nos estabelecimentos de saúde, muito
menos em consultórios odontológicos, como por exemplo, gesso, resinas,
materiais de moldagem etc., permitindo dessa maneira as mais variadas
interpretações para a classificação e segregação desses resíduos.
A maior quantidade de resíduos orgânicos (Classe D) é gerado na cozinha que
atende ao restaurante e a lanchonete.
As cozinheiras preparam diariamente refeições em média para 150 pessoas, e
os resíduos provenientes de restos de verduras eram acondicionados junto
com os demais (latas, papel, embalagens), portanto, as lixeiras foram
identificadas, objetivando a coleta seletiva.
A figura 24, mostra a identificação das lixeiras da cozinha.
Figura 24. Lixeira etiquetada
75
O restaurante possui sistema self-service, o que acarreta outro problema que é
o desperdício de comida, deixados pelos usuários.
As sacolas utilizadas no acondicionamento dos resíduos gerados na cozinha,
são fechadas de forma errada, o que permite esses extravasem durante
manuseio.
A área de lazer recebe um número variado de associados por dia, que
descartam resíduos como: embalagens de biscoitos, copos descartáveis,
resíduos orgânicos, sem qualquer tipo de segregação, com exceção das latas
de alumínio, que em sua maioria, são separadas por funcionários da empresa,
para benefício próprio.
Todos os resíduos são dispostos em recipientes da mesma cor (azul), alojadas
por toda área.
No módulo cultural, onde são realizados diversos eventos, há geração
significativa de resíduos passíveis de serem reciclados, como copos
descartáveis, garrafas pet, latas de alumínio, papel, papelão e resíduos
orgânicos.
Os resíduos gerados, recicláveis ou não, são acondicionados e levados até o
abrigo externo.
7.1.3 Coleta e transporte de resíduos
Na instituição estudada, a freqüência de coleta interna é duas vezes ao dia. A
atividade de coleta é executada por quatro funcionários que ficam responsáveis
por diferentes módulos e horários, como mostra o quadro 12.
FUNCIONÁRIO MÓDULOS HORÁRIO
Funcionário A Saúde 06:00 e 12:00
Funcionário A Cultural 16:00
Funcionário B Administrativo e Treinamento 07:00
76
Funcionário C Área lazer e áreas externas 15:00
Funcionário D Restaurante 15:00
Quadro 122. Coleta de resíduos dividida por funcionários e módulos
O quadro 13 apresenta a rota de coleta dos resíduos em cada módulo.
MÓDULOS ROTA
Saúde Consultório odontológico adulto → infantil →consultórios médicos→ sanitários→
abrigo externoCultural Salas de aula→ administrativo→
sanitários→ abrigo externoAdministrativo e
Treinamento
Salas administrativas→ recepção→ secretaria→ salas de aula→ sanitários→
abrigo externo Área lazer e
áreas externasÁrea lazer→ áreas externas→ abrigo
externo
Restaurante Cozinha→lanchonete→sanitários→abrigo externo
Quadro 3. Rota de transporte dos resíduos
As rotas, que os resíduos deverão seguir até o abrigo, são apresentadas no
Anexo C. As setas de cor vermelha e as de cor azul indicam o caminho que os
resíduos deverão seguir nas operações de coleta e de transporte no módulos
onde são gerados.
No setor odontológico, a quantidade de resíduos gerados diariamente é
relativamente baixa. Os funcionários encarregados pelo transporte interno dos
resíduos, realizam-no manualmente, pois o carro de coleta é mantido fixo como
contenedor do abrigo externo.
Nos consultórios médicos, os funcionários da limpeza colocam os resíduos
junto com os gerados no setor odontológico, não existe coleta seletiva de
resíduos.
Os funcionários encarregados pela limpeza coletam todos os dias as sacolas
de todas as lixeiras da área de lazer e áreas externas, os resíduos então, são
transportados com um carrinho de mão até o abrigo externo.
77
Os resíduos gerados nestes módulos possuem características semelhantes, e
são coletados pelo mesmo funcionário, e transportados para o abrigo
manualmente, por possuírem pequeno volume.
O papel gerado nas áreas administrativas é reutilizado como rascunho. Após
sua reutilização, são acondicionados em caixa de papelão e coletados por uma
empresa recicladora de papeis.
No Módulo Restaurante o óleo gerado na cocção do alimento é acondicionado
em garrafas pet e recolhido por uma empresa que fabrica sabões e outros
produtos de limpeza.
A coleta externa é realizada semanalmente para os resíduos infectantes. Já os
resíduos comuns são coletados três vezes por semana. A prefeitura de
Cariacica é responsável por este serviço.
7.1.4 Armazenamento
São armazenados temporariamente somente os resíduos classe B e E gerados
no módulo de saúde, para os demais, o armazenamento é externo, devido a
distância entre os pontos de geração e o abrigo.
7.1.4.1 Armazenamento temporário
Os resíduos perfurocortantes e químicos (líquidos de revelação e cápsulas de
amálgama) gerados no módulo de saúde são armazenados no próprio módulo.
Os resíduos perfurocortantes são recolhidos separadamente e colocados em
contenedores de plástico com capacidade de 2 litros identificados como
perfurocortantes, que antes deste estudo ficavam em local indevido, sem a
simbologia apropriada. As cápsulas de amalgama são postas em contenedores
de plástico de 1L litro e preenchidas com água para que o mesmo não evapore.
78
Observou-se, eventual armazenamento temporário inadequado dos resíduos
infectantes, por falta de comunicação do Sest/Senat aos funcionários
encarragados pela limpeza.
A figura 25, mostra resíduos de serviço de saúde armazenados na sala reunião
dos funcionários da limpeza.
Figura 25. Armazenamento temporário inadequado
7.1.4.2 Armazenamento externo
O abrigo externo não cumpre as exigências construtivas determinadas pela
NBR 12.809, e pela ANVISA, além de não possuir um número suficiente de
contenedores para acondicionar a quantidade de resíduos que são gerados,
que muitas das vezes foram encontrados dispostos diretamente sobre o piso
do abrigo, como demonstra figura 16. A instituição estuda a proposta para a
construção de um abrigo apropriado e a compra de novos contenedores.
79
Figura 26. Contenedor com resíduos acima do limite permitido pela norma e disposição inadequada dos resíduos diretamente sobre o piso
O abrigo não possui teto e, portanto não impede a ação da chuva que pode
aumentar o peso dos resíduos e a contaminação da água pelos lixiviados dos
resíduos.
Os resíduos comuns armazenados são colocados posteriormente, do lado de
fora do Sest/Senat pelo portão de acesso, para serem recolhidos e
transportados pelo serviço de limpeza pública de Cariacica, porém são
revirados por catadores avulsos (figura 17).
Figura 27. Resíduos do lado de fora da unidade
7.1.5 Segurança dos funcionários
A escolha dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) deve ser realizada
considerando os riscos, a que os funcionários estão expostos na realização de
suas atividades.
80
Todos os funcionários da instituição passam por exames médicos ocupacionais
(Exames admissionais, periódicos, de mudança de função, de retorno ao
trabalho e demissionais) todos os anos, conforme descrito no PCMSO –
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – que são realizados por
uma empresa terceirizada.
Não existe um programa de capacitação para os funcionários cumprirem as
diretrizes estabelecidas pelas normas da ABNT referentes ao manuseio, ao
acondicionamento, a coleta, ao transporte e ao armazenamento de resíduos
corretos.
Pelo diagnóstico realizado, identificou-se que os funcionários da coleta não
utilizam os EPI’s indicados na NBR 12.810 (1993) da ABNT e nem recebem
treinamento para a utilização destes.
O quadro 14 apresenta um comparativo entre os EPI’s utilizados pelos
funcionários e os que estão recomendados pela NBR.
EPI’S UTILIZADOS EPI’S INDICADOS PELA NBR
Uniforme e botas de PVC.Uniforme, luvas de PVC, Botas de PVC, gorro, máscara, óculos e avental de PVC.
Quadro 134. EPI’s utilizados pelos funcionários encarregados pela coleta e transporte
De acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e
PCMSO foram identificados os riscos ocupacionais a que estão expostos os
funcionários, conforme apresentado no quadro 15.
RISCOS FONTE FUNÇÔES MEDIDAS DE CONTROLE
BIOLÓGICOS
Manuseio dos resíduos
Funcionários da limpeza
Utilização de EPI’s, treinamentos, exames periódicos.
81
QUÍMICOS
Manuseio de produtos e resíduos químicos Funcionários da
limpeza e Auxiliares de consultório dentário
Utilização de EPI’s, treinamentos, exames periódicos.
ERGONÔMICOS
Coleta e transporte dos resíduos Funcionários da
limpeza
Utilizar carro de transporte de resíduos, treinamentos.
Quadro 145. Principais riscos associados às atividades dos funcionários
7.2 PROPOSTA DE GERENCIMENTO
A unidade Sest/Senat tem por missão desenvolver e disseminar a cultura,
promovendo treinamento à profissionais do setor de transporte, portanto,
possui um grande potencial de sensibilização e mobilização dos indivíduos e
coletividades em relação às responsabilidades no trato das questões
ambientais.
A proposta de adequação tem como princípio básico, redução, reutilização e
reciclagem dos resíduos geradas na unidade Sest/Senat, Alto Lage, Cariacica,
e dependerá da consciência dos associados para obter sucesso.
A presença de um profissional especializado na unidade é fundamental para o
bom andamento do processo de gerenciamento de resíduos, assim como
projeto das plantas baixas, que possibilitam uma visão geral, permitindo a
identificação dos pontos de geração de cada tipo e um melhor planejamento do
fluxo de coleta e transporte desses resíduos.
7.2.1 Segregação e acondicionamento
Em todos os módulos da unidade, os resíduos devem ser segregados de
acordo com a classificação estabelecida, em recipientes adequados conforme
preconiza a Resolução CONAMA n°. 275/01 que estabelece o código de cores
para cada tipo de resíduo (Figura 28). Esta operação deve ser realizada na
fonte de geração destes resíduos (BRASIL, 2001b), visando a minimização da
exploração dos recursos naturais e seus conseqüentes impactos ambientais.
82
Figura 28. Lixeiras para segregação de resíduos recicláveis. Fonte: VIRGO
No Módulo de Saúde, os resíduos passíveis de serem reciclados, que não
tiveram contato direto com os pacientes, provenientes ou não das atividades
realizadas com estes, devem ser segregadas imediatamente em recipientes
para classe D (papel, plástico, vidro e metal), de acordo com a Resolução da
Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC n.° 306/04, a segregação consiste na
separação dos resíduos no momento e local de sua geração, conforme suas
características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos
envolvidos.
Os resíduos infectantes são acondicionados de forma correta, ou seja, em
sacos de cor branca leitosa.
Os resíduos perfurocortantes eram acondicionados em recipientes impróprios.
Conforme Resolução ANVISA RDC n° 306/2004, recomendou-se o
acondicionamento correto, que foi atendido pela unidade, como mostra figura
29.
83
Figura 29. Recipiente para acondicionamento de perfurocortantes
Os moldes de gesso inservíveis devem ser enviados para tratamento como
resíduos classe B.
As cápsulas de amálgama devem ser acondicionadas em recipientes
exclusivos preenchidos com glicerina, que retêm melhor do que a água os
vapores mercuriais, a fim de evitar riscos a saúde do trabalhador.
Devem-se adquirir também recipientes adequados para o acondicionamento
temporário dos líquidos de revelação. E para o mercúrio utilizado é
recomendável a diminuição do uso ou a substituição do material por outro
menos poluente.
Devido à alta periculosidade do mercúrio ao meio ambiente e à saúde humana,
as lâmpadas fluorescentes queimadas devem ser segregadas e
acondicionadas na própria embalagem e destinadas à uma empresa
recicladora para a recuperação e reutilização do mercúrio.
No módulo restaurante os resíduos provenientes dos restos alimentares dos
usuários devem ser coletados também de forma segregada, em carro de coleta
projetado exclusivamente para o desenvolvimento da atividade.
Além de uma campanha de sensibilização dos usuários da área, assim como
afixação de cartazes informando os associados a forma correta de descarte de
resíduos.
84
Sugere-se a aplicação de uma campanha educativa para que os clientes
reduzam os restos alimentares, colocando no prato apenas o que forem
consumir.
7.2.2 Coleta e transporte
Como a unidade não possui abrigo temporário, os resíduos de serviço de
saúde devem ser transportados imediatamente para o abrigo externo utilizando
carro adequado, ou seja, de material rígido, lavável e impermeável.
A coleta interna deve ser realizada em horário diferente do horário de
atendimento e das refeições, e a freqüência deve ser de acordo com
quantidade de resíduos gerados.
Os resíduos provenientes dos restos de alimentação dos usuários devem ser
de forma segregada, em carro de coleta projetado exclusivamente para o
desenvolvimento da atividade.
O veículo de transporte externo de RSS deve ser de cor branca e ter
simbologia de resíduos infectantes.
7.2.3 Armazenamento
7.2.3.1 Armazenamento temporário (Interno)
Como os resíduos do grupo B e E não são transportados para abrigo externo,
os mesmos devem ser armazenados de forma adequada.
Para os outros grupos não há necessidade de armazenamento temporário, pois
a distância entre o local de geração e o armazenamento externo é pequena.
7.2.3.2 Armazenamento externo
A norma estabelece padrão mínimo para a construção e funcionamento de
abrigos, sendo que de forma geral devem ser observados alguns aspectos
como: os pisos e paredes devem ser revestidos com material liso, resistente,
85
lavável e impermeável; existência de lavatório para higienização das mãos e
torneira para lavagem de pisos e utensílios; ralo sifonado para escoamento de
águas de lavagem; ventilação natural ou mecânica; e iluminação (NBR 12.809,
1993).
A ANVISA preconiza, que o abrigo deve ter no mínimo, um ambiente separado
para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do grupo A
juntamente com o grupo E e um ambiente para o grupo D.
Os sacos com resíduos não devem ser colocados diretamente no chão. Devem
permanecer dentro de contenedores com tampa e identificados.
Deve ser elaborado programa de capacitação para os funcionários cumprirem
as diretrizes estabelecidas pelas normas da ABNT referentes ao manuseio de
RSS. Além da compra de EPI’s indicados pela norma e treinamento para sua
utilização.
8 CONCLUSÃO
Do montante total de resíduos gerados, há predomínio de resíduos orgânicos
gerados no Módulo Restaurante.
86
A rota de coleta utilizada atualmente deve ser alterada, para minimizar a
exposição ao risco de contaminação.
Há necessidade de investimento em recipientes e melhorias no sistema de
armazenamento. E com a implantação do programa de coleta seletiva, a
unidade poderá agregar valor aos resíduos e transformando o que era antes
um problema, em capital para investimentos internos.
É possível otimizar o gerenciamento dos resíduos, adotando um programa de
coleta seletiva em conjunto com um programa de educação ambiental para
funcionários e associados.
O Sest/Senat não possui um responsável técnico para o gerenciamento de
resíduos de serviço de saúde, nem planta baixa com discriminação das áreas
geradoras de resíduos ou política de meio ambiente, porém, demonstrou
interesse em implantar programa de coleta seletiva de resíduos, realizar
palestras sobre meio ambiente para associados, e demais projetos na área
ambiental.
9 REFERÊNCIAS
ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil).
Resolução da Diretoria Colegiada nº 306 de dezembro de 2004.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Brasília, dez. 2004.
87
______. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Brasília, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004:
Classificação de resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 12807: Resíduos de serviços de saúde – Terminologia. Rio de
Janeiro, 1993.
______. NBR 12808: Resíduos de serviços de saúde – Classificação. Rio de
Janeiro, 1993.
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94
ANEXOS
95
Anexo A - Quadro de pesagem dos resíduos gerados
MÓDULO SETOR RESÍDUOPERÍODO DE COLETA
QTD (Kg) Média
Área de Lazer
TODOS PET 03 à 09 de Março 11,6 1,657143
02 à 08 de Abril 12,7 1,814286
01 à 7 de Maio 2,9 0,414286
Copos descartáveis 03 à 09 de Março 10 1,428571
02 à 08 de Abril 8 1,142857
01 à 07 de Maio 2,1 0,3
Latas Alumínio 03 à 09 de Março 0,9 0,128571
02 à 08 de Abril 3,9 0,557143
01 à 07 de Maio 0,4 0,057143
Orgânico 03 à 09 de Março 8,5 1,214286
02 à 08 de Abril 10,6 1,514286
01 à 07 de Maio 8,2 1,171429
SaúdeConsultórios
Odontológicos Infectante 03 à 14 de Março 21,9 2,19
31 de Março à 04 de Abril 10,2 2,04
07 à 18 de Abril 27,7 2,77
05 à 09 de Maio 16,3 3,26
Perfurocortante17 de Abril à 08 de Maio 1 0,071429
Consultório Pediátrico Infectante 03 à 07 de Março 0,2 0,04
07 à 11 de Abril 0,3 0,06
05 à 09 de Maio 0,25 0,05
Clínica Geral/ Cardiologia Infectante 03 à 07 de Março 0,2 0,04
07 à 11 de Abril 0,3 0,06
05 à 09 de Maio 0,3 0,06
Ginecologia Infectante 03 à 07 de Março 0,6 0,12
07 à 11 de Abril 0,7 0,14
05 à 09 de Maio 0,7 0,14
Oftalmologia Infectante 03 à 07 de Março 0,1 0,02
07 à 11 de Abril 0,1 0,02
05 à 09 de Maio 0,1 0,02
Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 3,6 0,72
07 à 11 de Abril 5 1
05 à 09 de Maio 6,1 1,22
Recepção Papel 03 à 07 de Março 0,5 0,1
07 à 11 de Abril 0,9 0,18
05 à 09 de Maio 1,2 0,24
96
MÓDULO SETOR RESÍDUOPERÍODO DE COLETA
QTD (Kg) Média
Administrativo
Salas Administrativas
Papel03 à 07 de Março 1,4 0,28
07 à 11 de Abril 1 0,2
05 à 09 de Maio 0,8 0,16
Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,8 0,16
07 à 11 de Abril 0,5 0,1
05 à 09 de Maio 0,8 0,16
Garrafas plásticas 03 à 07 de Março 2 unid
07 à 11 de Abril 3 unid
05 à 09 de Maio 2 unid
Orgânico 03 à 07 de Março 0,5 0,1
07 à 11 de Abril 0,5 0,1
05 à 09 de Maio 0,2 0,04Recepção
Papel
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
1,10,60,7
0,220,120,14
Copos descartáveis03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
0,40,40,7
0,080,080,14
Orgânico
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
0,10,10,1
0,020,020,02
Restaurante
Restaurante/Lanchonete
TODOS 03 à 09 de Março
07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio
252,8197,5
303
36,1142928,2142943,28571
Copos descartáveis03 à 09 de Março07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio
42,94,2
0,5714290,414286
0,6Garrafas plásticas 03 à 09 de Março
07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio
5,13,85,8
0,7285710,5428570,828571
Latas Alumínio 03 à 09 de Março
07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio
10,91,7
0,1428570,1285710,242857
Madeira (caixotes de verdura) 02 à 04 de Abril
16 e 17 de Abril07 de abril
7,84,1
30,4
2,62,0530,4
97
MÓDULO SETOR RESÍDUO PERÍODO DE COLETAQTD (Kg) Média
Restaurante Banheiros Lixo Banheiro 03 à 09 de Março 5,6 0,8 07 à 13 de Abril 13,1 1,871429 05 à 11 de Maio 6,5 0,928571Cultural
Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 2,8 0,56 07 à 11 de Abril 4,4 0,88 05 à 09 de Maio 5,5 1,1Salas de Aula Papel 03 à 07 de Março 0,3 0,06 07 à 11 de Abril 1,4 0,28 05 à 09 de Maio 1 0,2 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,3 0,06 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0 0 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,4 0,08 05 à 09 de Maio 0,2 0,04Auditório / Área de festas
PET
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
0,91,61,3
0,180,320,26
Copos descartáveis
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
1,53,44,5
0,30,68
0,9
Orgânico
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
1,62,75,4
0,320,541,08
Sala Administrativa
Papel 03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
0,50,81,3
0,10,160,26
Copa
Orgânico
03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio
3,75,47,5
0,741,08
1,5
98
MÓDULO SETOR RESÍDUO PERÍODO DE COLETAQTD (Kg) Média
Treinamento Salas Administrativas Papel 03 à 07 de Março 1,2 0,24 07 à 11 de Abril 2,8 0,56 05 à 09 de Maio 1,7 0,34 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Papelão 05 à 09 de Maio 0,8 0,8 Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 4,2 0,84 07 à 11 de Abril 6,7 1,34 05 à 09 de Maio 6,8 1,36 Salas de Aula Papel 03 à 07 de Março 0,2 0,04 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,5 0,1 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04Áreas Externas Vias de Acesso Orgânico 03 à 09 de Março 1,8 0,257143 07 à 13 de Abril 2,3 0,328571 05 à 11 de Maio 1,9 0,271429
99
Anexo B - Levantamentos Quantitativos do módulo Área de lazer
03 à 09 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
PET 2,1+2,2+1,6+2,1+1,1+1,3+1,2 11,6 1,66Copos Descartáveis
1,4+1+2,3+1,8+1+1,2+1,3 10 1,43
Latas de Alumínio
0,9 0,9 0,13
Orgânico 8,5 8,5 1,21
02 à 08 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
PET 1,9+1,8+1,6+1,5+1,8+2+2,1 12,7 1,81Copos Descartáveis
0,5+0,9+1,2+0,5+1,4+1,5+2 8 1,14
Latas de Alumínio
0,5+0,4+0,9+0,6+0,4+0,5+0,6 3,9 0,56
Orgânico 10,6 10,6 1,51
01 à 07 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
PET 0,5+0,5+0,3+0,3+0,4+0,3+0,6 2,9 0,41Copos Descartáveis
0,5+0,9+1,2+0,5+1,4+1,5+2 8 1,14
Latas de Alumínio
0,4 0,4 0,06
Orgânico 8,2 8,2 1,17
100
Anexo B - Levantamentos quantitativos do Módulo Saúde
03 à 14 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Infectante 23,00 23,00 2,30
03 à 07 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Lixo banheiro 0,6+0,5+1,1+0,6+0,8 3,60 0,72Papel (Recepção)
0,50 0,50 0,10
07 à 18 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Infectante 29,10 29,10 2,91
07 à 11 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Lixo banheiro 0,9+0,8+0,7+1,5+1,1 5,00 1,00Papel (Recepção)
0,1+0,2+0,1+0,3+0,2 0,90 0,18
05 à 09 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Infectante 17,65 17,65 3,53Lixo banheiro 2,1+1,4+0,7+1,1+0,8 6,10 1,22Papel (Recepção)
1,2 1,2 0,24
101
Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Administrativo
03 à 07 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 0,5+0,5+0,4+0,6+0,5 2,50 0,50Copos Descartáveis
0,3+0,2+0,2+0,3+0,2 1,20 0,24
Orgânico 0,1+0,1+0,1+0,1+0,2 0,60 0,12
07 à 11 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 0,3+0,2+0,1+0,4+0,6 1,60 0,32Copos Descartáveis
0,1+0,2+0,2+0,2+0,2 0,90 0,18
Orgânico 0,1+0,1+0,1+0,1+0,2 0,60 0,12
05 à 09 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 0,2+0,3+0,3+0,3+0,4 1,5 0,30Copos Descartáveis
0,3+0,2+0,3+0,2+0,2 1,2 0,24
Orgânico 0,3 0,3 0,06
102
Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Restaurante
03 à 09 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Orgânico 35,5+31,5+40,7+34,8+37,3+34,5+38,5
252,8 36,11
Copos Descartáveis
0,7+0,5+0,4+0,5+0,6+0,8+0,5 4,00 0,57
Garrafas plásticas
0,5+0,9+1,3+0,5+0,7+0,6+0,6 5,10 0,73
Latas de Alumínio
0,1+0,1+0,2+0,2+0,1+0,2+0,1 1,00 0,14
Lixo Banheiro 0,8+0,8+0,7+0,5+1+0,9+0,9 5,60 0,80
07 à 13 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Orgânico 27,1+29,5+24,8+30+29,1+26,5+30,5 197,50 28,21Copos Descartáveis
0,5+0,3+0,3+0,5+0,4+0,6+0,3 2,90 0,41
Garrafas plásticas
0,5+0,4+0,5+0,9+0,5+0,6+0,4 3,80 0,54
Latas de Alumínio
0,1+0,2+0,1+0,1+0,1+0,2+0,1 0,90 0,13
Lixo Banheiro 2,1+1,6+3+1,1+1,2+1+2,2+0,9 13,10 1,87
05 à 11 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Orgânico 45,5+38,5+39+45,8+44,2+44,5+45,5 303,00 43,29Copos Descartáveis
0,8+0,4+0,5+0,7+0,5+0,9+0,4 4,20 0,60
Garrafas plásticas
0,8+0,9+0,8+0,7+0,9+0,9+0,8 5,80 0,83
Latas de Alumínio
0,2+0,1+0,2+0,4+0,3+0,3+0,2 1,70 0,24
Lixo Banheiro 0,6+1,2+1,3+0,6+0,4+0,5+1,9 6,50 0,93
103
Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Cultural
03 à 07 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 0,80 0,80 0,16Copos Descartáveis
1,80 1,80 0,36
Orgânico 5,40 5,40 1,08Lixo banheiro 0,5+0,6+0,4+0,7+0,6 2,80 0,56Latas Alumínio 0 0 0PET 0,90 0,90 0,18
07 à 11 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 1,9 1,90 0,38Copos Descartáveis
3,70 3,70 0,74
Orgânico 8,50 8,50 1,70Lixo banheiro 1,2+0,9+0,7+0,6+1 4,40 0,88Latas Alumínio 0,30 0,30 0,06PET 1,60 1,60 0,32
05 à 09 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 1,50 1,50 0,30Copos Descartáveis
4,70 4,70 0,94
Orgânico 13,10 13,10 2,62Lixo banheiro 0,1+0,1+2,3+1,9+1,1 5,50 1,10Latas Alumínio 0,10 0,10 0,02PET 1,30 1,30 0,26
104
Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Treinamento
03 à 07 de Março
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 1,40 1,40 0,28Copos Descartáveis
0,20 0,20 0,04
Orgânico 0,20 0,20 0,04Lixo banheiro 1,1+0,9+0,5+0,9+0,8 4,20 0,84Latas Alumínio 0,20 0,20 0,04
07 à 11 de Abril
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 3,10 3,10 0,62Copos Descartáveis
0,50 0,50 0,10
Orgânico 0,50 0,50 0,10Lixo banheiro 2+1,4+1,1+1,2+1 6,70 1,34Latas Alumínio 0,50 0,50 0,10
05 à 09 de Maio
Tipo de Resíduo
Pesagens (Kg) Total kg/dia
Papel 2,20 2,20 0,44Copos Descartáveis
0,30 0,30 0,06
Orgânico 0,30 0,30 0,06Lixo banheiro 1,2+1+2,7+1,1+0,8 6,80 1,36Latas Alumínio 0,20 0,20 0,04
105
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