5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 1/61
Leia tarnbern:
Aval ia r; ii o e Pe ri ci a Amb ie n ta l
G e omo rjo lo gia d o B ra sil
Geomorjologia:
Um a A tu aliz ar;iio d e B as es e C on ce ito s
Geomorjologia:
E x er cic io s, T ec nic as e A p lic ar ;o es
Antonio Jose Teixeira Guerra
e
Sandra Baptista da Cunha
organizadores
e
Meio Ambiente
( \ ' - \ \().
1/ < t J D ~ - 0 _
O \ J ;
" ' J Q ; ~0 1 ' I
~
CEFET/SP - BIBLIOTECA
Ng do Tombo : 0019069
Data do Tombo:21/11/2001
IBB E R T R A N D B R A S I L
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 2/61
Copyright © Antonio Jose Teixeira Guerra e
Sandra Baptista da Cunha
Capa: projeto grMico de Leonardo Carvalho, utilizando fotos de pro-
cesso erosivo acelerado (vocoroca em Sao Gabriel do Oeste - MS)
(Foto de A. J. T. Guerra, 1995)
2000
Impresso no Brasil
P ri nt ed i n B ra zi l
Cip-Brasil, Catalogacao-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
G298 Geomorfologia e meio ambiente / Antonio Jose Teixeira3. ed. Guerra e Sandra Baptista da Cunha (organizadores). 3. ed. -
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
372p.
Inclui bibliografia
ISBN 85-286-0573-6
1. Geomorfologia. 2. Meio ambiente. 1. Guerra, Antonio
Jose Teixeira. II.Cunha, Sandra Baptista da.
96-0989
CDD - 551.4
CDU -551.4
Todos os direitos reservados pela:
BCD UNIAO DE EDITORAS S.A.
Av. Rio Branco, 99 - 20Qandar - Centro
20040-004 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (Oxx21)263-2082 Fax: (Oxx21)263-6112
Nao e permitida a reproducao tota l ou parcial desta obra, por quais-
quer meios, sem a previa autorizacao por escrito da Editora.
A te nd em o s p elo R ee m bo ls o P os ta l.
Sumario
A pre se nia ciu : 1 3P re ja cio 1 5
Autores 21
CAPiTULO 1 INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS 25
C la ud io G er he im P or to
1. lniroduciio 25
2 . F atores C on dicio na ntes d o In tem perism o 26
2.1. Fatores End6genos 27
2.2. Fatores Ex6genos 28
.. In tem perism o F isico 29
t, liu m perism o Q uim ico 30
4.1. Reacoes de Dissolucao 30
4.2. Reacoes de Oxidacao 314.3. Reacoes de Hidr6lise 32
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 3/61
5 . R eg o lito s T ro p ic ais e Z o na s M o rf oc lim a tic as 33
6. C onceiiuacdo de R egolitos 38
7 . E siru tu ra ciio d e R eg olito s 4 07.1.Zona Saprolitica 40
7.2.Zona Pedolitica 42
8. Condicoes para a Formacao e Equilibrio d o s R eg o lito s
L ate ritic os 4 6
9. Process as d e 'Ira nsjo rm aciio d e R eg olito s 4 7
9.1.Podzolizacao de Latossolos 47
9.2.Regolitos Lateriticos Modificados sob Regi-mes Equatoriais 48
9.3.Regolitos Lateriticos Modificados sob Regi-
me Arido 50
10. C onclu soes 53
11. B ib lio gra fia 5 4
CAPITULO 2 PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 59
Franc es co Pa lm i er i
J org e O lm os Itu rri L ara ch
1. lntroduciio 59
2. Estudos de Cam po e de Laborat6rio 61
2.1. Atividades de Campo 61
2.2.Atividades de Laborat6rio 62
3. Tipos de M apas de Solos 64
4. P edolog ia - C on ceitos Basicos 64
4.1. Solo 66
4.2.Horizonte de Solo 66\
4.3. Perfil 67
4.4.Solum 684.5. Pedon 68
4.6.Polipedon 69
5. Genese do Solo 69
5.1.Fatores 70
5.2.Mecanismos 72
5.3.Processos 73
6. R elacce« entre P edologia e M eio A mbiente 7 46.1.Relevo e Caracteristicas dos Solos 76
6.2.Clima e Caracteristicas dos Solos 81
6.3.Organismos e Caracteristicas dos Solos 85
7. Solos e Paisagens 90
B . A plica ca o 'd os E stu do s E da fo -A mb ien ta is 11 5
9 . C onci us o es 118
1 0 . B ib lio gr afia 1 19
A P1 TU L O 3 MOVIMENTOS DE MASSA: UMA ABORDAGEM
GEOLOGICo-GEOMORFOLOGICA 123
N e ls on F er re ir a F er na nd es
C la ud io P alm eiro d o A ma ra l
1 , / l 1 t l ' o d u 9 a o 12 3
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 4/61
2 . C la ss lf ic aq iio e C on dic io na nte s 1 26
2.1. Classificac;ao 127
2.2. Condicionantes Geo16gicos e Geomorfo16-gicos 147
3 . D oc um en ta qiio e In vestig aq iio d os D es liza men tos 1 61
4 . Previsiio de D eslizam entos e M edidas para Reduqiio dos
R isc os A sso cia do s 1 71
4.1. Mapas de Susceptibilidade a Deslizamen-tos 171
4.2. Cartas de Risco de Acidentes Associados a
Deslizamentos 175
4.3. Medidas de Reducao dos Acidentes Associa-
dos a DesIizamentos 181
5. C onclusaes 18 5
6 . B ib lio gr afia 1 86
CAPiTULO 4 BIOGEOGRAFIA E GEOMORFOLOGIA 195
lO i io B a tis ta d a S ilv a P e re ir a
[ os im ar R ib eir o d e A lm eid a
1.In troduqiio 19 5
2 . P rin cfpio s G era is d a B io ge og ra fia 1 96
2.1. Fatores Determinantes da Biogeografia 197
3 . ln te r- re ta co es d as D in am ic as B io Z6 gic a e G eo gr af ic a 2 05
3.1. Inter-relac;oes Hist6ricas e Filogeneticas: Geo-
morfologia e Biogeografia 206
3.2. Inter-relacoes Estruturais e Funcionais do
Clima-Solo-Biota 219
3.3. Inter-relacoes Biogeoqulmicas 222
4 . B io ge og ra fia e F orm aco es d e N ova s E spe cies 2 26
4.1. Teoria Sintetica da Evolucao 226
4.2. Especiacao GeogrMica e Especializacao Eco-
16gica 227
4.3. Distribuicao GeogrMica: Centro de Origem e
Area BiogeogrMica 231
5 . R eg io es B io ge og ra fic as 2 33
5.1. Regioes FitogeogrMicas 234
5.2. Regioes ZoogeogrMicas 236
5.3.Regioes BiogeogrMicas da America Latina 239
6 . Conc lu s oe s 24 6
7 . B ib lio gra fia 2 47
CAPITULO 5 DESERTIFICA(Ao: RECUPERA(Ao E DESEN-
VOLVIMENTO SUSTENT A VEL 249
D irc e M a ria A ntu nes S ue rteg ara y
1, Iniroducao 24 9
2, R cu per ac iio d e A re as D ese rtific ada s 25 5
,l , P1 'O b iem tit ic a d a D e se rii ii ca cii o n o B r as il 2 61
I, P rc ce seo d e Arenizacao no Sudoeste do Rio Grande doS I I ! C Propo s ta s d e Re cup era c: ;i io 2 66
.r=>
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 5/61
5. D esertificac;iio , B iodiversidade e D esenvolvim ento
Sustentduel 279
6 . Con ci uso es 285
7. Bibliografia 287
CA P iT U LO 6 GEOMORFOLOGIA APLICADA AOS El As _
RIMAs 291
lu ra nd ur L uc ia no S an ch es R os s
1 . In troduc; i io 291
2 . E stu do s d e I mp ac to Am bie nta l 296
2.1. Antecedentes do EIA-RIMA 296
2.2. Aplicac;6es dos Estudos de Irnpacto Arnbien-
tal e Relat6rios de Irnpacto Arnbiental 300
3 . A bo rd ag em G eomo rf ol6 gic a n os E stu do s Am bie nta is 305
3.1. Entendirnento Morfogenetico: Diagn6stico
do Relevo 307
4. Recursos N aturais, S istem as N aturais e Fragilidade
Po te nc ia l d o R ele vo 316
4.1. Analise Ernpirica da Fragilidade 318
5 . R ele vo e I mp ac to s Am bie nta is 324
5.1. Urn exernplo Aplicado: Irnplantac;ao de Nu-cleo Urbano 324
6. Ccnclusiies 334
7 . Bib li ogra f ia 335
10
CAP ITULO 7 DEGRADA<;:Ao AMBIENTAL 337
S an dra B ap tista d a C un ha
A nto nio J os e T eix eir a G ue rr a
1 . l n tr oducdo 33 7
2. Relacoe« entre M eio A mbiente e G eom orfologia 338
2.1. Meio Arnbiente 339
2.2. Degradacao Arnbiental e Sociedade 342
2.3. Causas da Degradacao Ambiental 345
2.4. Papel Integrador da Geornorfologia 348
3 . D e se qu ili br io s n a Pa is ag em 352
3.1. Bacia HidrogrMica - Urna Visao Integra-dora 353
3.2. Encostas 355
3.3. Vale Fluvial 361
3.4. Cestao e Impactos 365
4 . M o nito ra me nto d a D eg ra da ciio A mb ie nta l 3 67
4.1. Mensurac;ao 368
4.2. Tipos de Mensuracao e Problemas Relacio-
nados 371
.. Conclusoes 375
. Bibliograiia 37 6
f N ICE REMISSIVO 381
)
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 6/61
Apresentaciio
A Geomorfologia, por se tratar de uma ciencia que
estuda diferentes aspectos da superficie da Terra, possui
urn carater altamente integrador entre as Ciencias Am-
bientais procurando compreender a evolucao espa~o-
temporal do relevo terrestre. Assim sendo, nesse livro, a
Geomorfologia e 0 fio condutor entre os diversos seg-
mentos que constituem 0quadro ambiental.
o livro G eo mo rfo lo gia e M eio A mb ien te se prop6e a
complementar a obra anteriormente lancada - Geomor -
fo lo gia : u ma Atualizacao de Bases eConceitos - atraves da
analise de temas como: intemperismo, pedologia, movi-
mentos de massa, biogeografia, desertificacao, impactos
e degradacao ambiental. Atende, como 0 livro anterior,
ao ensino de graduacao e pos-graduacao nas areas de
Geografia, Geologia, Ecologia, Biologia, Engenharia Ci-
vil, Agronomica e Florestal e outros curs os no campo
das Ciencias da Terra.
Esta obra busca reunir t6picos tratados em diferen-
tes publicacoes, de forma a atualizar e aprofundar co-
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 7/61
nhecimentos dispersos contribuindo para a diminuicao
dos impactos e a melhoria da gestae ambiental.
No primeiro capitulo, 0 intemperismo e analisado
em regi6es tropicais, destacando sua importancia na for-
macae dos solos. 0 segundo capitulo enfatiza a impor-
tancia dos conceitos basicos pedologicos. destacando as
diversas aplicacoes que os estudos edafo-ambientais
possuem no mundo de hoje. 0 terceiro capitulo apre-
senta os movimentos de massa levando em considera-
<;aoos fatores geol6gicos, geomorfo16gicos, climaticos e
sociais que detonam esses processos. 0 quarto capitulo
trata das relacoes entre biogeografia e geomorfologia
apresentando a importancia dos oceanos, continentes e
ilhas, bem como das formas de relevo como fatores
determinantes da distribuicao dos animais e vegetais na
superffcie da Terra. 0 quinto capitulo aborda a desertifi-
cacao, enfatizando a preocupacao do homem no comba-
te a esse processo, sua recuperacao e 0 consequente
desenvolvimento sustentavel. 0 sexto capitulo analisa 0
papel da Geomorfologia nos EIAs-RIMAs, abordando
os sistemas ambientais face as intervencoes antr6picas.
o setimo e ultimo capitulo destaca a degradacao am-
biental analisando as relacoes entre ambiente, degrada-
<;aoe geomorfologia que representa 0 fio condutor desse
livro.
Prefacio
Este e 0 terceiro livro que os autores lancam nom rcado editorial em curto espa<;ode tempo e que se
mplementam. Trata-se, como seus antecessores, de
mportante contribuicao it bibliografia geomorfol6gica
r sileira, que certamente recebera a melhor acolhida.
Urn prefacio e mais do que simples apresentacao de
Ulnaobra, ja que deve introduzir 0 leitor no seu espirito
( refacio,do latim p r a e = antes e f a r e = falar);por extensao,
n deveria Iimitar-se a derramar elogios: por essas ra-
~ s, elaborar um prefacio nao e tarefa dasmais simples.Este livro apresenta import antes contribuicoes it li-
I r tura geomorfol6gica brasileira, que e um de seus
i p6sitos. Urn outro, seria 0 de mostrar a contribuicao
d 1 Geomorfologia para os estudos ambientais. Final-
III nte. e nao menos ambicioso, tern 0prop6sito de aten-
I r ao ensino da Geografia, das Ciencias Naturais e suas
pllcacoes no campo das Engenharias.
Para entender esta obra, e importante lembrar aoI It r como el\e situa no panorama editorial brasileiro
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 8/61
PREFAcIO
sobre a materia. Em relacao a Geomorfologia, preenche
urn espaco de tempo consideravol entre 0 aparecimento
das 1~ e 2i!edicoes do texto de MARGARIDA M. PENTEADO
(1973 e 1978) e daquele de CHRlSTOFOLETTI. E bern ver-
dade que sai quase ao mesmo tempo que 0 livro hom6-logo de BIGARELLA (1995). Sobre a aplicacao da Geo-
morfologia para estudos do meio ambiente, tern ja com-
panhia mais recente nas obras de JURANDYR LUCIANO
SANCHES ROSS (1990) e de VALTER CASSETTI (1991). Por
at 0 leitor percebera 0 quao ainda e escassa a producao
nacional de textos basicos, e porque este livro, com seus
companheiros que 0 antecedem de pouco, preenche
uma lacuna no panorama editorial brasileiro.
Em relacao ao terceiro prop6sito, de atender ao en-
sino, e necessario apresentar algumas cortsi deracoes
para permitir ao leitor melhor apreciar 0 espirito deste
trabalho.
Na sua apresentacao, os organizadores lembram,
com muita propriedade, que 0 livro "busca reunir topi-
cos tratados em diferentes publicac;oes" essa observa-
c;ao, com certeza, alerta 0 leitor de que os autores de
cada t6pico0
abordarao livremente sern, necessaria-mente, a presenca de urn fio condutor que os unifique.
Em outros termos, nao se trata de uma obra linear, como
classicamente sao construidos os manuais.
Se essa liberdade faz com que 0 texto, de urn lado,
mostre uma evidente falta de unidade (que os organiza-
dores procuram compensar no capitulo final), que pode
confundir 0 leitor menos avisado (por exemplo, estu-
dante de graduacao), tern, por outro lado, a virtude de
mostrar que 0 caminho do conhecimento nao e umasenda unica, que a sua construcao percorre varias tri-
PREFAcIO
[has, que se complementam ou se completam e, ate
mesmo, se contradizem. Isso esta relacionado ao fato
que os que ai laboram nao seguem os mesmos postula-
d0S te6rico-metodo16gicos. Essa virtude traz consigo a
possibilidade da riqueza de reflexoes, que 0 leitor maisavis ado faz naturalmente (por exemplo, estudantes de
pos-graduacao e outros profissionais).
Por fim, e tambern importante assinalar ao leitor
que os organizadores propoem, com este livro, comple-
mentar a obra anteriormente lancada: Geomorfologia:
uma Aiual izacao d e B as es e C on ce ito s.
Com efeito, os dois primeiros capitulos preenchem
uma lacuna desse texto: 0 capitulo I, de CLAUDIO GER-
HiEIM PORTO trata do "Intemperismo em Regioes Tropi-
cais", abordando seus aspectos fisicos e quimicos, os
principais elementos que compoern solos e alteritas e
suas ev4uais variacoes em funcao dos condicionantes
climaticos: 0 segundo capitulo "Pedologia e Geomor-
fologia", de FRANCESCO PALMIERl e JORGE OLMOS ITURRl
LARACH, aborda brevemente os procedimentos dos tra-
balhos pedo16gicos que resultariam, entre outras coisas,
m mapeamentos. Segue a linha classica de explicar aorganizacao vertical dos perfis de solo e suas relacoes
om os fatores ambientais naturais, ressaltando a influ-
ncia da topografia, como elemento importante para a
mpreensao da relacao da Pedologia com a Geomor-
f logia. Terminam em consideracoes a respeito da apli-
< ; 2 1 . 0 dos estudos pedoI6gicos para a melhor compreen-
I ' l&Q do meio ambiente.
o capitulo 3 "Movimentos de Massa: uma Aborda-
g m Geo16gico-Geomorfo16gica", de NELSON FERREIRA
P'RNANDES e CLAUDIO PALMEIRO DO AMARAL, e tambem
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 9/61
PREFAcIO
sos naturais. Privilegiam a bacia hidrografica, que inte-
gra (e permite essa visao integradora) a maior parte dos
processos naturais: e ai que os impactos causados pelas
acoes antropicas pod em ser mensurados, avaliados e
monitorados. Porem, mais do que isso, esse capitulo
procuraII
costurar" a unidade do livro, tentando mostrarque, apesar de tudo, ele apresenta certa unidade, sobre-
tudo atraves da identidade de propositos de cada topi-
co: a sua contribuicao aoestudo do ambiente.
Pelo que se depreende da leitura deste livro, ele
nao e apenas muito rico pelas informacoes que contem,
mas muito mais pelas reflexoes que permite a respeito
das relacoes entre 0 estudo das formas do relevo, sua
genese, evolucao e comportamento, e os riscos de
degradacao ambiental e como preve!li-Ios. Certamente,
ocupara urn lugar privilegiado nas mesas de estudo e
trabalho de estudantes e profissionais.
JOSE PEREIRA DE QUEIROZ NETO
20
Autores
Claudio Gerheim Porto e geolcgo, doutor em
,ologia pela Universidade de Londres (Inglaterra) e
professor adjunto do Departamento de Geologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de
sociencias, Iiha~do Fundao, Cidade Universitaria, CEP
21940-590, Rio de Janeiro)
Francesco Palmieri e engenheiro agronomo, dou-
r em Ciencia do Solo pela Universidade de Purdue
("Istados Unidos) e pesquisador III da EMBRAPA -
NPSoios (Rua [ardim Botanico 1024 CEP 22460-000,
Jorge Olmos Iturri Larach e engenheiro agronomo
I 1 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e
l quisador II da EMBRAPA - CNPSolos (Rua Jardim
Bot nieo 1024 CEP 22460-000, Rio de Janeiro)
Nelson Ferreira Fernandes e geologo, doutor em
Iuclogia pela Universidade da California (Berkeley) e
p 1 ' 6 ssor adjunto do Departamento de Geografia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de
21
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 10/61
AUTORES
Ceociencias, Ilha do Fundao, Cidade Universitaria, CEP
21940-590,Rio de Janeiro)
Claudio Palmeiro do Amaral e ge6logo, mestre em
Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e
tecnico da Fundacao Instituto de Geotecnica do Rio de
Janeiro/ GEORIO (Rua Fonseca Telles 121/l0Q Sao
Cristovao, CEP 20940-020,Rio de Janeiro)
Joao Batista da Silva Pereira e bi6logo, mestrando
em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro e tecnologista senior II da Fundacao IBGE (Rua
Paulo Fernandes 24, Praca da Bandeira, CEP 20271-300,
Rio de Janeiro)
Josimar Ribeiro de Almeida e bi6logo, doutor emCiencias Biol6gicas pela Universidade Federal do Para-
na e professor adjunto do Departamento de Ecologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de
Biologia, Ilha do Fundao. Cidade Universitaria, CEP
21590,Rio de Janeiro)
Dirce Maria Antunes Suertegaray e doutora emGeografia Fisica pela Universidade de Sao Paulo e pro-
fessora titular do Departamento de Geografia da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do SuI (Departamento
de Geografia, Campos do Vale, Rua Bento Goncalves
9500,CEP 91540-000,Porto Alegre, Rio Grande do SuI)
Jurandyr Luciano Sanches Ross e doutor em
Geografia pela Universidade de Sao Paulo (USP) e pro-
fessor assistente doutor do Departamento de Geografia
da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas
da Universidade de Sao Paulo (Caixa Postal 8105,CEP
05508-900,SaoPaulo)
Sandra Baptista da Cunha e doutora em Geografiala Universidade de Lisboa (Portugal) e professora
22
AUTORES
adjunta do Departamento de Geografia da Universida-
de Federal do Rio de Janeiro (Instituto de Geociencias,
Ilha do Fundao, Cidade Universitaria, CEP 21940-590,
Rio de Janeiro)
Antonio Jose Teixeira Guerra e doutor em Geo-
grafia pela Universidade de Londres (Inglaterra), pes-
quisador do CNPq e professor adjunto do Departa-
mento de Geografia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (Instituto de Ceociencias, Ilha do Fundao, Cida-
de Universitaria, CEP 21940-590,Rio de Janeiro)
23
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 11/61
Toda atividade biol6gica terrestre depende direta
(HI indiretamente do manto de intemperismo, ou regoli-
to , ue nada mais e do que uma fina pelicula represen-
t ind urn contato transicional entre a litosfera e a
1l11l\ sfera. Como regolito entende-se todo material
lueon olidado que recobre 0 substrato rochoso inaltera-
Ill, ou proto lito, sendo formado por material intemperi-
v . 1 I 1 i n s it u ou transportado. No regolito, as proprieda-
I· f leas, quimicas e mineral6gicas do protolito se
I t -r 1 1 -, progressivamente de baixo para cima, ate atin-
I 11 1 s em superficie, sempre buscando atingir 0
[ullthr! om as condicoes ambientais vigentes. Sobre
s atuam tambem os processos geomorfo16gi-
Idam a superficie terrestre. Torna-se portanto
CAPITULO 1
INTEMPERISMO EMREGIOES TROPICAIS
C lau dio~rhe im P orto
1 . Introduciio
25
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 12/61
INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAlS
evidente que 0 entendimento dos processos responsa-
veis pela formacao dos regolitos e de fundamental im-
portancia para 0 estudo de muitos t6picos ligados ao
meio ambiente.
Esta importancia e especialmente marcante nas re-
gi6es tropicais onde, devido as mais altas temperaturas e
umidade, a degradacao qufrnica e acelerada podendo re-
sultar em regolitos de mais de uma centena de metros de
espessura. A importancia dos regolitos em regi6es tropi-
cais vern se materializando no meio cientffico atraves de
uma serie de trabalhos mais recentes que sistematizam
conceitos de urn campo de conhecimentos caracteristica-
mente multidisciplinar, uma vez que tern tido a contri-
buicao de geologos, geomorfologos, pedologos, agrono-
mos, mineralogistas, geotecnicos, entre outros. Entre
esses trabalhos destacam-se os de Butt & Zeegers (1992),
com enfase na exploracao mineral, Faniran & Jeje (1983),
McFarlane (1976) e Thomas (1994), com enfase na geo-
morfologia, Nahon (1991) e Tardy (1993), com enfase na
petrologia, e Fookes (1990) com enfase na geotecnia.
Neste capitulo serao focalizados os processos de
evolucao internperica de regolitos em regi6es tropicais,
ap6s uma breve revisao de alguns principios que regem
o intemperismo nessas regi6es.
2. Fatores Condicionantes do Intemperismo
Os fatores que condicionam 0 intemperismo de
uma maneira geral podern ser divididos em dois gran-
des grupos: fatores end6genos e ex6genos. Os fatores
end6genos estao diretamente relacionados a natureza
26
INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS
do protolito e a tectonica associada, Os fatores ex6genos
~ao interdependentes e basicamente controlados pelas
iondicoes climaticas e geomorfol6gicas.
2.1. Fatores End6genos
Urn dos principais fatores end6genos que condicio-
nam 0 intemperismo e a composicao minera16gica do
f rotolito, ja que esta influencia no seu grau de alteracao,
d acordo com a susceptibilidade de alteracao dos mine-
r is presentes. Esta susceptibilidade depende da ligacao
entre os ions que e mais forte naqueles com maior carga e
menor raio atomico, Assim, os ions 5 i / e A13+formamllgacoes mais fortes do que fons cemo 0Mg2+, Fe2+,
(' 2+, Na+ e K+. Este e 0principio basico para se explicar
IS rie de Goldich (1938) que da a ordem de estabilidade
it> minerais como mostra a Figura 1.1 e de onde se
deduz que rochas de composicao basica e ultrabasica ten-
Iern a se alterar mais facilmente do que as mais ricas em
qu rtzo. No entanto a granulometria dos minerais tam-
b nn influencia a alteracao ja que quanto menor 0 grao,
III Ii r a razao entre sua superffcie e seu volume, e conse-
II 'I mtemente, maior sua exposicao aos agentes intempe-Ie w . 0 fabric do protolito tambem vai influenciar na sus-
I -ptibilidade a alteracao da rocha. Craos recristalizados
111) 1 .1 m maior area de contato entre si, resultando numa
1 1 1 iior coesao. Da mesma forma, planos de fratura ou eli-
v I}'. m podem facilitar 0 acesso de fluidos intempericos.
1 '111 ' st motivo, areas muito tectonizadas tendem a gerar
II·golit mais espessos.
27
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 13/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
. Olivine Co plcqioc ldsio
Augita Ca-Na pfagioclcisio
Hornblendo Na - Ca-;;'IOgioclasio j Crescente8iot~ N~Plagioclasio est.abilidode
K-feldspato durante 0
Musdovita intemperismoIQuortzo
Figura 1.1 - Sequencia de susceptibi lidade ao intemperismo de
minerais silicatados (Goldich, 1938).
Por outro lado, em areas tectonicamente estaveis,
os regolitos tendem a se preservar, ao contrario de areas
tectonicamente ativas que, devido a movimentos de
soerguimento, promovem urn aumento da taxa de ero-
sao. Areas estaveis tambem permitem que os regolitos
permanecam expostos por longos periodos e evoluam
de acordocom as mudancas ambientais. A combinacao
desses fatores e suficiente para tornar bastante comple-
xa suas influencias na formacao de regolitos.
2.2. Fatores Exogenos
Estes fatores dependem basicamente das condicoes
climaticas e geomorfol6gicas. Clima quente e umido,
com cobertura vegetal exuberante, favorece a formacao
de espessos regolitos atraves da acao de acidos organi-
cos que facilitam 0 intemperismo qufrnico. A acao fisica
das rafzes tambem induz ao fraturamento e aces so aos
fluidos, alem de proteger 0 regolito da acao erosiva. 0
regime hidrol6gico tambem po de favorecer a formacao
de espessos regolitos em situacoes de livre circulacao de
fluidos e constante lixiviacao, 0 que evita a saturacao
28
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
das solucoes e a conseqiiente diminuicao de sua reativi-
dade. De acordo com os principios termodinamicos isto
se traduz em situacoes onde a atividade da agua e iguala umidade levan do a formacao de minerais secundarios
hidratados (Tardye Nahon, 1985). Isto ocorre em ambi-
entes com boa porosidade associado a terrenos com in-
clinacoes suficientes para permitir 0 escoamento dos
fluid os no lencol d'agua, sem no entanto elevar em de-
masia a taxa de erosao superficial.
3. Intemperismo Fisico
Estes sao subordinados aos pro~cis quimicos delteracao da rocha em regi6es tropicais. Mecanismos tais
eomo fraturamento por cristalizacao de sais e insolacao
'1' ill, geralmente, sobre 0protolito quando suas super-
f des sao expostas. Em regi6es cobertas por regolitos
t' es mecanismos nao atuam, mas 0 fraturamento devi-
10 0 alivio de pressao pode ocorrer na frente de intem-
I l'dsmo, gerando urn conjunto de fraturas teoricamente
i1 ' lelas a superficie. No entanto, 0 microjabric do pro-
IIIlIt e tambem afetado por microfraturamentos intra eIllllrgdios que podem acompanhar planes de fraqueza
III' ~ln is no protolito nao necessariamente paralelos atq 'rf1cie (Dobereiner e Porto, 1993; Barroso et al. ,
I L J ! ' \ ) . Io gera urn complexo sistema de microfraturas
III • 1" ulta num aumento de volume (Porto e Hale,
I I,). na t aumento pode, no entanto, vir a ser compen-
1 0 I or urna reducao volumetrica em areas vizinhas,
Ip 'I'd de massa, devido a lixiviacao quimica (Tres-
It) 2), 0 fraturamento por alivio de pressao e,
29
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 14/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
provavelmente, urn dos primeiros efeitos do intemperis-
mo, permitindo 0 acesso de fluid os que desencadeiam
as reacoes responsaveis pelo intemperismo quimico.
4. Intemperismo Quimico
Reacoes quimicas do intemperismo sao controladas
essencialmente pela agua mete6rica e gases nela dissol-
vidos (02 e CO2), Os produtos dessas reacoes consti-
tuem os minerais secundarios, que formam 0 regolito, e
o material dissolvido, que pode ser removido em solucao
ou reprecipitado em ambientes favoraveis no regolito. Os
produtos secundarios formam 0 plasma enquanto que os
residues de minerais primaries formam 0 esqueleto do
novo fabric desenvolvido (Brewer, 1964). Os produtos
secundarios, quando formados in sit u, a partir da estru-
tura cristalina de urn mineral preexistente, sao denomi-
nados de minerais transformados. Quando estes se for-
mam a partir de ions precipitados das solucoes in tempe-
ricas sao denominados de minerais neoformados.
Os principais tipos de reacoes internpericas serao
apresentados nos itens abaixo:
4.1. Reacoes de Dissolucao
Esta reacao se da pela solubilizacao dos elementos
que compoern os minerais. Sua intensidade vai depen-
.der da quantidade de agua que passa em contato com
os minerais e da solubilidade desses minerais. Assim,
miner ais de alta solubilidade, como halita (NaCI), sao
f~).iimente dissolvidos. Isto contrasta com a solubilidade
30
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
uartzo que e muito baixa «6mg/ <Si02). Normal-
nt as aguas continentais se encontram saturadas
l III a silica dissolvida, proveniente de outros silicatos,
quando estes sao consumidos, como nas porcoes
1I~ eriores de regolitos muito lixiviados, tipo perfis late-
II 'OS, as solucoes passam a ser subsaturadas em silica
o quartzo pode ser dissolvido pela agua meteorica
1 1' I (Trescases, 1992).
4.2. Reacoes de Oxidaciio
rata-se de uma reacao com 02 forman do oxidos,
Ihldroxidos, se a agua tambem e envolvida no produ-
I iundario. J
A f ta principalmente os minerais contendo ionsullv \1 ntes tais como 0 ferro e manganes. Principal res-
t I V I pela coloracao avermelhada caracteristica dos
"lit tropicais. A reacao pode se dar por etapas, pri-
I' un nte com a liberacao do Fe2+ por hidrolise:
uldo da oxidacao do Fe2+:
2 2 + + 3H20 + ~ 02 -7 2FeO.OH + 4H+
1\111 rfis lateriticos esta reacao e referida como
1 1 1 1 1 l' (Mann, 1983).
( ) id s e hidroxidos de ferro, aqui representa-
I Ill' II1 .OH , sao insoluveis e precipitam-se na faixa
I II gI'I'lln nte encontrada em superficie ou sao car-
III I'll • lucoes coloidais. No entanto, e tambern
31
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 15/61
INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS
comum nos solos superficiais de regolitos tropicais con-
dicoes acidas e redutoras devido a abundancia de mate-
ria organica e nestas condicoes os oxihidr6xidos de ferro
se reduzem e sao mobilizados para fora ou para niveis
inferiores do regolito.
4.3.Reaciies de Hidr6lise
Trata-se da reacao mais comum para os minerais
. silicatados. E a reacao qufrnica que se da pela quebra da
ligacao entre os Ions dos minerais pela acao dos Ions H+
e OH- da agua, Os protons H+ sao consumidos e Ions
OH-, cations e acido silicico sao colocados em solucao,
podendo haver urn produto secundario residual.
Na sua forma mais simples pode ser exernplificada
com a hidr6lise da olivina, neste caso sem a producao
de mineral secundario:
A presen<;a de acido carbonico a partir de CO2 dis-
solvido na agua, favorece ainda mais as reacoes de
hidr6lise.
As reacoes de hidr6lise podem tambem ser exem-
plificadas para os feldspatos potassicos que, com a cres-
cente agressividade das solucoes percolantes, pode
gerar ilita, caolinita ou gibsita como produto secunda-
rio. Estes produtos podem tambem ser gerados em esta-
gios, primeiramente para ilita, subsequentemente para
caolinita e por fim para gibsita com a perda gradual de
K e Si (Figura 1.2).
32
INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS
KAISi30s(K- f eldspato)
1- 213 K+- 2S i02
1/3 KAI2(AISi
3) 01 0(OH)2
( iii t a )
1-1/3K+
1 /2AI2S i0 5(OH)4(caol inita)
! - S i O ,AI(OH)3
(g ibs i ta)
l'l~ur(l 1.2 - Pos e ioe is r e acoe s i n iempe r ic a s do f el d spa to po tt is s ic o
lIIollll'tmdo a proporcao de K+ e Si0 2 p erdido em cada esttigio de
I'I/INff)rl~Uilr;ilo.
. Regolitos Tropicais e Zonas
Murfoclimaticas
A s oondicoes climaticas que prevalecem dentro dos
I 1~()mOS sao as que determinam os processos intempe-
'1) t 1 . 1 : e atuam nos mesmos. Estes dados saoescassos,
I1(VI't !I i gional, mas refletem 0 clima atmosferico, que
II III ' 1 : ' t ia diretamente na lixiviacao dos regolitos. A
I Iv lnc;a o e dada pela diferenca entre a precipitacao e 0
'll \ll'!I nto superficial e a evapotransp iracao que e 0
f • In 'o['lllbinado da transpiracao das plantas e a evapo-
33
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 16/61
INTI.~ 11'1:I,ISI\1( 1 r:~1 REClnFS TRl lI'l( ',\IS
racao. Regioes clirn aticas atuais, no entanto, nem sern-
pre refletem 0 tipo de regolito associ ado. Regolitos como
observados hoje podem resultar de longo e cornplexo
processo evolutivo que se da em estreita relacao com a
evolucao dos regimes climaticos e geomorfol6gicos. Re-
golitos pod em, portanto. apresentar caracteristicas her-
dadas de regimes preterites. Para que essas mudancas
de regime possam imprimir suas marcas nos regolitos, e
na paisagem em geral. estas devem ser suficientemente
duradouras. Segundo Butt (1987) uma escala de tempo
de 102 a 103 anos seria necessaria para que os solos
comecem a se adaptar as novas condicoes. Para 0 perfil
internperico e a paisagem em geraL essa escala de tempo
seria da ordem de 106 e 107 anos. respectivamente.Nas regioes temperadas atuais os regolitos sao, em
geral. mais recentes. devido ao eieito exumador das gla-
ciacoes pleistocenicas, [a nas regioes tropicais e subtro-
picais, especialmente aquelas dominadas por areas era-
tonicas, tectonicamente estaveis e de baixo relevo, os
regolitos e a paisagem em geral sao resultados de efeitos
internpericos cumulativos que podem durar dezenas a
centenas de milhoes de anos. Como exemplo pode-se
citar porcoes do escudo Pre-cambriano do oeste da Aus-tralia que estao expostas ao intemperismo desde 0 Pro-
teroz6ico, porern mais comumente desde 0Terciario
(Butt, 1981).
Regioes que foram submetidas a semelhantes his-
t6rias internpericas sao reconhecidas como zonas morfo-
climaticas (Budel, 1982). Estas zonas sao definidas em
termos dos efeitos dos processos morfogeneticos ativos
sobre os regolitos preexistentes. As zonas morfoclimati-
cas relevantes para os tropicos e subtr6picos sao mostra-
34
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
111 Figura 1.3, onde predomina a zona peritropical,
I'•pondente as regices tropicais sazonais atuais.
t irizadas por regolitos espessos e aplainamento
nunciado. J a a zona tropical interior corresponde as
I l!l de clima equatorial, permanentemente umido e
'ph.inamento menos pronunciado.
I:) condicoes que caracterizam a zona peri tropical
m provavelmente bern mais abrangentes durante 0
t ' ) , atingindo nao apenas as regices marginais,
I'll upadas pelas zonas aridas quentes, mas avanca-
1 1 ti tudes men s elevadas.
influericia da migr acao continental\neSsas mu-
~ 1 giobais fOI fundamental como exernplificado na
11 '1 1.4, que mostra a posicao dos continentes Sul-
.,'le II e Africano no Creta ceo e no Mioceno. Obser-
• qu , durante 0 Cretaceo, as areas hoje ocupadas
tl r stas equatoriais eram dominadas por regimes
I 1 tl 'OS sazonais, com precipitacao media de 500 a
1l0ll\m / ano, 0 que favorece a formacao de regolitos
1 ( 11 o I com formacao de crostas ferruginosas. No
stes regoli tos sao submetidos as condicces
is que promovem a destrui cao das crostas.
neir a, as crostas hoje presentes na regi aoa sao feicoes reliquiares. Da mesma forma, as
I III I oje presentes nas regioes semi-aridas do oeste
II II'tltlee do Sahel, na Africa, sao herdadas de regl-
1111)1 ' ( limaticos preterites.
35
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 17/61
< J:o:J
...J,0
<J :W0J:
C 3 0
RETACEO: 0 <J : INFERIOR MIOCENO ( 15 M.A.)<J : s ::J
(140 M.A.)l..::J
I--
0 ...JZ .- :.w
I-- LL.o
(.j
Z 0 00W . < J :
<J : O'l o- o-
:2 o- 0 N
<J : <J : I-- 0 0:;Z a: Z I--
« w CJ) "e0 :2 s ;::
...J Il.. <J : 1 0 : 1Il.. 0
.._<J : 0 Z
I-- « > . ;!Jw z W t:0 ...J ...J ;::W Il.. W . . . . . .a: :2 <J : a: t:0 <J : W W
'f)
c : z 0 t:
W « 0 .;::...J
...J . . . . . .I-- ...J <J : <J : 't:Z Il.. o .§...J
< J:
a ::g
<J : W0
Il.. ~0 0
'- Ka: a:a :: < J: I-- I--;...
III' 1 1,4 - Posici io relaiioa do s co ntin en tes S ul-a merican o ec :Q
0 III ~a: c : w ::Jt I,'III/f) em rela ciio a o E qu ad or d ura nte 0 C re id ce o e 0 Mioceno-- ' < J : Il.. CJ) 'f)
<:u<J : <J : < J : < J : IQ
'III II I 1 ' I' ll p ec t iv a s is o ie t as (mod if ic ado de Tar dy et al., 1988).z z z .~0000N N N N ~
IIIII"lrl
<CH
;:l00
~
36 37
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 18/61
INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS
6. Conceituaciio de Regolitos
o conceito.de regolitos em regi6es tropicais esta
estreitamente ligado ao de perfis laterfticos. 0 termo
laterito, originalmente definido por Buchanan (1807), na
India, para descrever urn material avermelhado e endu-
recido, utilizado para construcao, tern sido mais recente-
mente estendido para abranger 0 perfil laterftico como
urn todo (Nahon e Tardy, 1992; Tardy, 1993). Perfis late-
rfticos podem se encontrar incompletos por truncamen-
to ou por nao terem se desenvolvido na totalidade ou
ainda variadamente modificado ao longo de sua histo-
ria intemperica pela imposicao de diferentes condicoes
morfoclimaticas. Tardy (1992) define como terrenos late-
ritizados toda a area do globo correspondente a ' zona derubeficacao definida por Pedro (1968). Esta area recobre
quase urn terce da area continental emersa. No entanto,
em term os de processos de evol u cao de perfis em
regi6es tropicais Pedro e Melfi (1983) distinguem dois
mecanismos basicos: aquele em que as argilas caolinfti-
cas mantem-se associadas aos oxihidr6xidos de ferro,
formando urn plasma homogeneo nas porcoes superio-
res do perfil, corresponde ao fen6meno da ferralitizacao
gerando latossolos, caracteristicos de ambientes perma-
nentem ente um id os como nas regi6es equatoriais
(Lucas e Chauvel, 1992). 0 outro mecanismo ocorre
quando ha tendencia de separacao das argilas dos oxihi-
dr6xidos de ferro, levando a formacao de ruveis concre-
cionados ferruginosos e a uma maior diferenciacao dos
horizontes intempericos, caracterizando entao a lateriti-
zacao que e favorecida em regimes com marcada alter-
nancia entre as estacoes secas e umidas. Os principais
38
INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS
mas de nomenclatura usados para descrever perfis
I' ticos encontram-se sumarizados na Tabela 1.1.
D LA 1.1 - SUMARIO DA TERMINOLOGIA APLICADA A
PERFIS LATERiTiCOS RESIDUAlS COMPLETOS
(MODIFICADO DE BUTT E ZEEGERS, 1992)
Saprock
grosseiro
(arene/grus)
Zona
ferruginosa
Laterite,
duricrust ,
plintito,
ferricrete
Termos Gerais Butt e Zeegers
(1992)
Nahon e Tardy
Leprun (1992)
Cascalho
lateritico
ferruginosa
Couraca
(pisolitica
nodular ou
macica)
Crosta
ferruginosa
conglomeratica
endurecida
Zona Zona de
mosqueada argilas
mosqueadas
I) Saprolito Saprolito
(zona palida)
Crosta nodular
macia ou
carapa<;a
nodular
Zona de
argilas
mosqueadas
(argiles
tache tees)Saprolito fino
(argiles
39
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 19/61
INTEMPERlSMO EMREGIOES TROPICAIS
7. Estruturaciio de Rego li tos
Na Figura 1.5 sao apresentados esquematicamente
os dois tipos basicos de regolitos tropicais, sendo urn
desenvolvido sob regime equatorial, eo outro, sob regi-
me sazonal com desenvolvimento de crostas ou perfil
lateritico s en s u s tr ic tu (Tabela 1.1). Em termos de proces-
sos esses perfis podem ser divididos em duas grandes
zonas: a saprolitica e a pedolitica que se diferenciam
pela presen~a da acao pedogenetica na ultima.
7.1. Zona Saprolitica
Esta inicia seu desenvolvimento n a frente de
intemperismo sendo caracterizada por intenso microfra-
turamento como visto no item 3. Ate onde 0material e
compacto, pouco poroso e com poucos minerais secun-
darios, aplica-se 0 termo saprock (Tabela 1.1). Com 0
avanco da alteracao passa-se ao saprolito propriarnente
dito quee definido como rocha alterada com preserva-
~ao de estruturas, texturas e volume de protolito e onde
os minerais secundarios sao pseudomorfos sobre os pri-
maries (Millot e Bonifas, 1955; Nahon, 1986; Velbel,1989). Apesar da saprolitizacao ser definida como urn
processo isovolumetrico, alguns trabalhos tern mostra-
do ev i denci as em contrari o (Brimhall et al., 1991;
Dobereiner e Porto, 1993; Porto, 1995). As porcoes infe-
riores do saprolito tendem a apresentar uma granulacao
mais grosseira e porosidade mais acentuada (saprolito
grosseiro, Tabela 1.1). Sua coloracao amarelada eviden-
cia 0 processo de oxid acao do ferro que se precipita
muito localmente, ao longo de microporos, pr6ximo aos
40
INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS
TROPICALEQUATORIAL TROPICAL SAZONAL
I
(
..1
J1 1 "U 1 .S - E etr uiu ra cd o d os r eg olito s s ob r eg im e e qu ato ria l,
, I / I o / J a n d a l a s o s e o t o e ( a) e s az on al, g er an do p er fi s l ate rti ic os ( b) ( m od i-
IfloW io d e Nah on , 1 9 91 ).
41
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 20/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
minerais de origem. Tratando-se de urn ambiente pro-
fundo, abaixo do nivel freatico, neutro a alcalino, as rea-
coes de hidr6lise sao pouco agressivas, 0 que explica a
preservacao parcial da mineralogia do protolito. Apesar
da caolinita predominar, argilas esmectiticas e vermicu-
liticas podem tambern se formar depend endo da mine-
ralogia primaria. Inicialmente as reacoes intempericas
diferem de acordo com 0microambiente de perfil, resul-
tando em uma alta heterogeneidade.
As porcoes superiores do saprolito apresentam
uma textura mais fina (saprolito fino, Tabela 1.1) e os
minerais primaries sao quase inexistentes; excecao feita
ao quartzo e a outros resistatos. A porosidade diminui
em funcao do preenchimento dos vazios pela precipita-
\ao quimica ou translocacao (iluviacao) das caolinitasprovenientes de niveis superiores do perfil. Nas porcoes
superiores do saprolito fino pode ser iniciado urn pro-
cesso de colapso ou compactacao, 0 que descaracteriza
as feicoes estruturais do protolito.
7.2. Zona Pedolitica
Acima do saprolito comeca a se caracterizar uma
zona bastante distinta, com uma estruturacao fortemen-
te influenciada por processos pedogeneticos, Sob regi-
mes umidos bern drenados esta zona forma latossolos
que apresentam uma estrutura fina e microagregada
composta de urn plasma caolinitico com oxihidr6xidos
de ferro e aluminio e urn esqueleto de graos de quartzo
residual (Figura 1.5).
Sob regimes sazonais 0nivel freatico flutua promo-
venda uma alternancia entre condicoes mais e menos
42
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
xidantes, e favorecendo sucessivas rernobilizacoes do
ferro que vai en tao se concentrar gerando n6dulos fer-
ruginosos em meio a uma matriz desferruginizada,
omposta de caolinita e quartzo (Figura 1.6a), caracteri-
zando a zona mosqueada do perfil laterftico (Tabela 1.1
Figura 1.5).
As argilas dessa matriz desagregada sao entao dis-
p rsas em solucao gerando uma microporosidade que
p de ser realcada, atraves da formacao de tubules, pela
~ao biogenica. Estes poros sao entao preenchidos por
giLas supergenicas, a semelhanca do que foi descrito
I 0 saprolito fino (Figura 1.6b) e podem ser secundaria-
m 'l1te ferruginizadas formando n6dulos hematfticos
ndurecidos (Figura 1.6c). De acordo com Tardy e
N hon (1985) a hematita se precipita preferencialmentem microambientes de baixa microporosidade, geral-
l'l te ricos em argilas, onde a atividade da agua enor do que a umidade. Neste microambiente a preci-
t lCaO dahematita acompanha a dissolucao da caolini-
, :t vido aos protons H+ gerados (Ambrosi et al., 1986).
Ions AP+ podem ser parcialmente incorporados na
t ut ira da hematita, no entanto, a maior parte do Al e
lib rados se reprecipitam localmente, gerando uma
V I cumulac;ao de caolinita, que bloqueia a porosida-
i matriz, que por sua vez promove mais precipita-
I d ' nematita, perpetuando-se, assim, 0processo que
1 \'1 t-o a crosta laterftica (Figura 1.7).
N porco es superiores da crosta, os n6dulos
I Itrti os passam a adquirir uma camada concentrica,
ortex, de composicao goetftica que se desenvolve
t l Iet mente, a partir da hidratacao da hematita,
It Ind na formacao de uma estru tura pisolftica
43
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 21/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
Zonas caolinfticas desferruginizadase porosas
N6dulosferruginosos
Poros preenchidospor caolinitas
. superqenicasvazios
N6duloshematfticos
Pisolitos comcortex
I 1em I
Figura 1.6 - E sq uem a d e eoo lucd o da zon a m osqu ead a e crosta
pisoliiica d e u m p er fil la ie ritic o tm o dijic ad o d e N a ho n, 1 98 8) .
a) Z ona m osqueada com nodu les jerrug inoso s em m eio a m atriz
caol in i ti ca des jer rugini zada.
b ) P re en ch im e nt a d a s p a ra s p a r c aa lin it a s up er ge n ic a .
c) F e rr ug in iz ac a o d a s c aa li nit as e j ar m ar ;; ii a de n 6 du la s h em a ti ii co s
(cros ta la iert i ica) .
d ) T ra nsjo rm ac do d e n od ule s hemuiiiicos e m p iso lita s (c ra sta
pisoliiica).
44
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
®. ~ o l- . : ' · · · . I A t o
· . · 2 1 · ; ~ ? ~ 1: ..' '. o· 0....
C DBaixo porosidade
1"F :~elto 0 0 0 ~:" 0 0 0
poro.idode 0 ~' 0 0
of. : .... Feo....o .. '. 0 0
o ." 0o 0 0 o ~ : 0 0 0 0
o ~Fe ". 0 ~Feo
i=;~~ ~FetFe 'Fe
FIRura 1.7 - E sq uem a d a f orm acao d e n 6du las jerru gin asas emJ 'I tI ~· ft od a p o ro si da d e d a z on a m o sq u ea d a (modi ficacno d e N a ho n,1 9 91 ) .
(Figura 1.6d). Isto se da devido a exposicao da crosta a
ur n mbiente mais hidromorfico proximo a superffcie,
nnd , associado a acao pedoturbadora, resulta no des-
l1111ltbetamentoa crosta e formacao de uma camada de
plsoliros desagregados, em meio a urn solo argilo-
fL.rruginososemelhante aos latossolos encontrados nas
lgiees umidas.
Este processo de desmantelamento de crostas ge-
indo latossolos superficiais tern sido reconhecido por
v rios autores em regi6es tropicais (Leprun, 1979;Tardy
t '/ al., 1988;Nahon e t a l., 1989;Costa e t a l. , 1993).No en-
IInto, ha propostas alternativas para origem desses la-
(Of'! clos que em algumas regi6es da Amazonia podem
Iii gir ate 10m de espessura, sendo denominados argila
il' Belterra (Sombroek, 1966).Segundo Truckenbrodt et
, , 1 . / (1991)podem representar uma cobertura sedimentar
lcp sitada a partir de material saprolitico oriundo de
45
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 22/61
INTEMPERISMO EMREGIOES TROPICAIS
elevacoes preexistentes ou ter sua origem a partir do
transporte vertical de material saprolitico para a super-
ficie, atraves da acao de termitas (Freyssinet, 1991;
Tardy e Roquin, 1992).
8. Condiciies para a Formacao e Equilibriados Regolitos Lateriticos
a desenvolvimento de terrenos laterfticos e geral-
mente favorecido durante as fases de aplainamento de
cidos geomorfologicos, quando extensos pediplanos se
desenvolvem, servin do como uma superftcie estavel
para a diferenciacao dos horizontes laterfticos. A asso-
ciacao com dimas sazonais e essencial para a ,forma<;aoda zona mosqueada, na zona de flutuacao de nfvel frea-
tieo. Com 0 gradual rebaixamento da superffcie ao
longo do tempo, 0 ferro se acumula residualmente for-
mando a crosta (Figura 1.8). De acordo com este modelo
o ferro se acumula residualmente, no entanto ha tam-
bern autores que sugerem uma fonte de ferro externa ao
perfil (McFarlane, 1976; allier e Galloway, 1990).
Tempo----
_N(vel fredtico
Co,colho lateriticoCrasta 10teritica
Zona mosqueada
Saprolito
eProtolito
dc
Figura 1.8 - Formacao do perfil lateriiico com a rebaixamento da
superficie (modificado de Butt,1981),
46
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
,0 perfil lateritico quando em equilibrio com as
indicoes morfoclimaticas, alimenta a formacao de 'urna
ro ta a partir da zona mosqueada que, por sua vez se
orma a partir do saprolito. Concomitantemente, a eros-
t destruida pr6ximo
asuperficie gerando latossolos
m pisolitos. Para que esta estruturacao se mantenha
m equilfbrio dinamico e necessario que as taxas de
vance de suas frentes de transformacao sejam seme-
Ihmtes mantendo assim a diferenciacao dos horizontes
(LIas e Chauvel, 1992).
De acordo com os dados apresentados por Nahon e
rdy (1992) regolitos se formam a uma taxa de 20 a 40
m/1000 anos em regi6es tropicais, 0 que implica na
II' < ; a ode alguns milhoes de anos para a formacao de
p ssos regolitos (maior do que 20 metros). Nahon
(1 86) sugere uma escala de tempo de 1 a 6 milh6es de
t ~9 para a formacao de urn perfil lateritico completo.
. Processos de Transtormacdo de Regolitos
A quebra do equilibrio em regolitos tropicais se da,
t1t'll,cialmentepela mudanca do regime hidro16gico. pode ser causado em funcao de mudancas climati-
, seomorfol6gicas ou das condicoes estruturais inter-
regolito, Alguns desses processos sao exemplifi-
Io nesse sub-item:
9.1. Podzolizacao de Latossolos
Um exemplo tipico de alteracao de regolitos gera-
m ambientes equatoriais e a transformacao dos
47
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 23/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
latossolos microagregados em podzols. Estudos realiza-
dos na Amazonia por Lucas et al. (1984);Boulet et al.
(1984)e Lucas e Chauvel (1992)mostram que os latosso-
los em regi6es aplainadas se lixiviam redepositando
caolinita na interface com 0 saprolito por iluviacao,
acarretando uma diminuicao da porosidade. Com isto, a
drenagem no regolito passa a escoar lateralmente e pro-
ximo a superffcie, transformando os latossolos em pod-
zols arenosos. Esta frente de transformacao avanca de
dentro para fora da superficie modificando seu relevo
original (Figura 1.9).
Neste exemplo, a mudanca no regime hidrologico e
causada por transforrn acoes estruturais internas ao
regolito, mas poderia tarnbem ser causada por uma
mudanca no nfvel de base de erosao por soerguimento
ou incisao da superficie, 0que tarnbem promoveria urn
escoamento lateral mais pronunciado e, nesse caso, a
frente de podzolizacao se daria das margens para 0 inte-
rior da superficie (Nahon, 1991).
A -I B 1 ' : : " ; " : : : ]
C [ZJ.
0 I..........
E ~
10 m
L00mv
~~W~·~\~·~~t'N'~
M II 1.9 - E vo lu f: ti o la to ss ol os -p od zo ls n a r eg iti o a m az on ic a d a
1 1 1 1 1 1 1 1 /r a n c e s a ( mo di fi ca do d e L uc as e C h au ve l, 1992).
1,lIh) s o lo m i c roag regado
If I /o ri zo n te a re n os o l ix iv ia d o
I'I'I/{ podz6lica
'awol/ to
'mllinita e lu v ia d a b lo q ue a nd o a p o ro si da d e d o s ap ro li to s up e ri or
9.2. Regolitos Lateriticos Modificados sob
Regimes Equatoriais
Modificacoes desse tipo ocorrem tipicamente nas
regi6es Amazonica e da Africa Equatorial.
A imposicao de urn regime permanentemente umi-
doacarreta numa dirninuicao da flutuacao do myel frea-
tico, interrompendo a formacao da zona mosqueada. No
entanto, os processos de degradacao da crosta lateritica
sao acelerados gerando latossolos na superficie, associa-
dos a remanescentes da crosta que geralmente se acu-
mulam num horizonte stone line, localizado entre 0 sa-
I to • S latossolos. Com 0 avanco da degradacao da
t , ) remanescentes lateriticos no stone line dimi-
, 1 t' 'Ht- se enriquece relativamente em fragmentos
)1 1 lI'tr. . Segundo 0 modele proposto por Lecomte
H),() h rizonte stone line, no novo relevo formado,
material lateritico nas zonas de topo de
48 49
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 24/61
iNTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
colina, devido sua maior .proximidade da antiga superfi-
cie lateritic a (Figura 1.10). A origem dos fragmentos de
quartzo no s tone l in e e tambem atribuida a sua acumula-cao diretamente a partir de veios de quartzo no saproli-
to durante 0 rebaixamento da superficie (Porto e Hale,
1991;Tardy e Roquin, 1992).
9.3. Regolitos Lateriticos Modificados sob
Regime Arido
Este e 0 caso classico dos terrenos lateriticos do
oeste da Australia. 0 rebaixamento do nivel freatico se
da pela imposicao de condicoes mais aridas e tern como
consequencia a interrupcao da formacao da zona mos-
queada. No entanto, a crosta tende a se fossilizar na
superficie, preservando as antigas superficies de aplai-
namento que passam· a sofrer principaimente erosao
mecanica. Esta fossilizacao e auxiliada peia desidratacaodos hidr6xidos de Fe e Al dos horizontes Iateriticos e
seu consequente endurecimento (Butt, 1981).
Com a diminuicao do fluxo de agua, a taxa de alte-
racao na frente intemperica decresce favorecendo a for-
macae de argilas esmectiticas ou h orizo nte p is ta che
(Tabela 1.1). Com 0 aumento da evaporacao as solucoes
passam a se enriquecer em sais e precipitam silcretes e
calcretes nas porcoes superiores do regolito.
A fossilizacao dos regolitos submete as porcoes
superiores do saprolito a lixiviacao, durante as curtas
estacoes chuvosas. Este fen6meno da origem a zonapalida (Tabela 1.1) que representa saprolitos muito lixi-
viados e caoliniticos. A zona palida, no entanto, e geral-mente mais desenvolvida quando 0rebaixamento do ni-
50
"'...:g~...:uUUJzuI" : '"I-wa : : a : :
~~~a
'"
CJ)
0
~"3'0
-:_ ; ; : :00
'"0 "30)
N 0It::!
'" ''-'". . . . . t::!
~ ~Q ~J
'";:s
> - - l <J
'"t::!
"3 IQ <J
"3t::!<J
~ t::!. . . . ."3 CJ)
Q 0
~ lo-<J
'-
'""3.~ CJ)
¢: '". . . .lo- ; ; : :
'". . . . '".s <JCJ)
~ '";: :; ; : : t::!
'" ~:z '"l0-t::! I
~ ~
'")CJ)
.S Q- . - : : ;Q) a~ .~0- ~sr :
'""3
.B - Ig. . . .CJ) '-'" CJ)
ht::! t::!
lo- ~ "3
'" ~t::!
~ t:)
'";:s lo-
<J '"3t::!
CJ)
'"I . . . .. . . . . ~;::~ t::!
CJ)
'"~ t:) t::!
'Qlo-
·s ~ Q) ;:s
~. . . . .
a Q;:s
t:) lo-CJ) . . . . .
; ; : : Q Q) CJ)
'" : - ; : : ~ '"J)
i 2 : l B ~'"Q t::! a: 0
I ~ '"<J
. . . . . Q; ; : : ; ; : : . - : : ;
0 Q 0 a~ . !: :1 . !: :1lo-
,.-; lo- lo- ~ell ~ ~
t::!
,_ , sr ,;::l I I Ieo~ ~ J : : < ' O
, . . ,> . I . o
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
. . . :.. N r<)
:C:r : :r:
1/1
I
I
I
II
III
51
.,c:
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 25/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
vel freatico se da sob um clima umido, como acontece em
consequencia de movimentos tectonicos com soergui-
mento de blocos. Isto acarreta no rebaixamento do nivel
de base de erosao e incisao da superficie (Figura 1.11).
(a)
(b)
(c)
,,', ',. ," :::'.UXIVIAQAO
Figura 1.11 - D e se nv ol vim e nto d a z on a p dli da p or li xio ia cd o d eo i-
d o i nc is iio d a s up er fic ie ( m od if ic ad o d e M c F ar la ne , 1 97 6) .
a ) D e s en v ol vi m en to d a s u pe rf tc ie l at er it ic a
b) lncisiio e e ro si io d a s up er fi cie c om r eb aix am e nto d o nioel freritico
c) L ix io ia cd o c on sta nt e d o s ap ro lit o g er an do a z on a p dli da
52
INTEMPERISMO EM REGIOESTROPICAIS
oeste da Australia, a mudanca para um clima
ride se deu a partir do Mioceno, mas esta tenden-
lcialmente sofreu revers6es peri6dicas que resulta-
111:1maetomada da Iateritizacao. Este fenomenoou suas marcas no regolito com a presen<;a de
os nfveis ferruginosos sub-horizontalizados den-
t) aprolito (Davy e El-Ansary, 1986; Butt, 1989).
• Conclusiies
S processos responsaveis pela formacao de regoli-
im regi6es tropicais podem ser bastante complexos
qu mumeras variaveis, que sao funcao basicamente
n tureza do protolito, clima e geomorfologia, desem-
Iham seus papeis de forma e intensidade que variam
t mpo geol6gico.
Neste capitulo apresentamos apenas alguns desses
) ssos que foram investigados detalhadamente de
) do com trabalhos mais recentes, baseados principal-
It em dados provenientes do oeste da Australia e
da Africa, Nota-se que, no Brasil, ha consideravel
f < ;0 para pesquisa nesse campo de conhecimento.
, t nder os fatores end6genos e ex6genos que contro-
I m 0 desenvolvimento de regolitos em escala local,
glonal e ate continental e de fundamental importancia
o estudo do meio ambiente, pois s6 assim torna-se
() '{vel compartimentar 0territ6rio em regi6es que
ofr m ou sofreram processos evolutivos, comuns para
observar a influencia da acao antropogenica que
ud 'acelerar ou redirecionar os processos naturais.
" sa forma, a importancia dos regolitos para 0meio
53
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 26/61
INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS
ambiente esta justamente no seu entendimento como
urn todo e nao apenas dos solos superficiais que pos-
suem uma dinamica diferente e se modificam a uma
taxa mais elevada, quando comparado com as zonas
saprolfticas subjacentes. Este entendimento pode contri-
buir nos estudos dos processos pedo16gicos e geomorfo-
16gicos, dos movimentos de massa, da distribuicao da
fauna e flora e da degradacao ambiental que sao alguns
dos t6picos tratados a seguir neste livro.
11. Bibliografia
AMBROSI, J.P. , NAHON, D. e HERBILLON, A.J. (1986) A study of
the epigenetic replacement of kaolinite by hematite in laterite-
petrographical evidences and a discussion on the mechanism
involved. Geoderma , 37:283-294 pp.
BARROSO, E.V., POLlYANOV, H., PRESTES, A., NUNES, A.L.S.;
VARGAR [r., E.A. e ANTUNES, F.5. (1993) Basic properties of
weathered gneissic rocks in Rio de Janeiro, Brazil. Geotechnical
E ng in ee rin g o f H a rd S oils - Soft Rocks, Balkema, 29-35 pp.
BOULET, R., CHAUVEL, A. e LUCAS, Y. (1984) Les systemes de
transformation en pedologic. In: L iv re [ ub il ai re d u C in q ua n te na ir e.
Association Francaise pour l'Etude du Sol,Paris, 167-179 pp.
BREWER, R (1964) F ab ric a nd M in era l A na ly sis o f S oils. John Wiley,
New York, 470 p.
BRIMHALL, G.H., LEWIS, C,J. , FORD, c. BRATT, J., TAYLOR, G. eWARIN, O. (1991) Quantitative geochemical approach to pedo-
genesis: Importance of parent rock material reduction, volume
expansion, and eolian influx in laterization. Geoderma , 51: 51-91
pp.
BUCHANAN, F. (1807) A J ou rn ey fro m M a nd ra s th ro ug h the C ou ntrie s
o f M yso re, K an ara a nd M alab ar, Volume 2 and Volume 3. East
India Co., London, vol. 2:. 436-461, 559; vol. 3: 66, 89, 251, 258,
378.
BUDEL, J. (1982) C l ima t ic Ge omo rph o lo g y . Princeton University Press,
Princeton, 443 p.
54
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
1 " 1 ' , C.RM. (1981) T he n atu re a nd o rig in o f th e la te ritic w ea th er in g
mO 'l !l tb ew ith p ar tic ul ar r ef er en ce t o W e ste rn A us tr ali a: University
of Western Australia Geology Department Publication, 6: 11-
2 pp.
' IT, C.R.M. (1987)A basis for geochemical exploration models for
tropical terrains. Chern. Geol. , 60: 5-16 pp.
UTI', C.RM. (1989) Genesis of supergene gold deposits in the late-ritic regolith of the Yilgarn Block, Western Australia . In: RR.
Keays, W.RH. Ramsay and D.1.Groves (Editors), T he G eo lo gy o f
Geld Deposits: The Perspective in 1988. Economic Geology
Monograph, 6:460-470 pp.
UIT, C.RM. e ZEEGERS, H. (1992) Exploration Geochemistry in
ttopical and subtropical terrains. In: Covett, G.].5. (ed.), Hand-
b ee k o f E x pl or at io n G e oc hem is tr y, Elsevier, 4:607 pp.
)S'FA, M.L., COSTA, J.A.V. e ANGELICA, R.5. (1993) Gold-bear-
ing bauxitic laterite in a tropical rain forest climate: Cassipore,
Amapa, Brazil. Ch ro n . R ec h. M i n. , 510: 41-51 pp.
BEREINER, L. e PORTO, e.G. (1993) Considerations on the wea-thering of gneissic rocks. In: T he Eng ineering G eology of W eak
R oc ks C rip ps e t a l . (eds.), Balkema, 193-205 pp.
r AVY, R e EL-ANSARY, M. (1986) Geochemical patterns in the
laterite profile at the Boddington gold deposit , Western Austra-
lia. J . Geoch em . E x p lo r ., 26:119-144 pp.
IIANIRAN, A. e JEJE, L.K. (1983) H um id tr op ic al G eo m or ph oio gy .
Longman, London, 414 p.
flOOKES, P.G. (1990). Chairman, Geological Society Engineering
Group Working Party Report. Tropical Residual Soils. T he Q u ar -
b e. rl yJ ou rn a l o f E n gi ne er in g G e ol og y, 23(1): 101 pp.
FRtEYSSINET, P. (1991) Ceochimie et mineralogic des laterites duSud Mali. Evolution du paysage et prospection geochimique de
lior: Unpublished PhD. thesis, University of Strasbourg, 269 p.
,OLDICH, 5.5. (1938) A study in rock weathering. f. Geol. , 46:
17-58 pp.
LECOMTE, P. (1988) Stone line profiles: importance in geochemical
exploration. J . Geoch em . E x p lo r ., 30: 35-61 pp.
LEPRUN, J.e. (1979) Les cuirasses ferrugineuses des pays cristallins
dAfrique Occidentale Seche. Genese, Transformations, Degra-
dations Sciences Ceologiques, Memoire, 58. Universite Louis
Pasteur, Strasbourg, 224 p.
CUCAS, Y., CHAUVEL, A., BOULET, R, RANZANI, G. e SCATOLI-
55
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 27/61
INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS
NI, F. (1984) Transicao latossolos-podzois sobre a formacao
Barreiras na regiao de Manaus, Amazonia. R ev . B ra s. C ie nc . S olo ,
8: 325-335 pp.
LUCAS, Y.e CHAUVEL, A. (1992) Soil formation in tropically wea-
thered terrains, in: Govett, G.J.s. (ed.), H an db oo k o f E xp lo ra tio n
Geochemist ry . Elsevier, 4: 57-78 pp.
MANN, A.W. (1983) Hydrogeochemistry and weathering on theYilgarn Block, Western Australia - ferrolysis and heavy me-
tals in continental brines. G eochim . Cosm ochim . Acta, 47:
181-190 pp.
McFARLANE, M.J. (1976). L ate rite a nd L an ds ca pe . Academic Press,
London, 151 p.
MILLOT, G. and BONIFAS, M. (1955) Transformations isovo-
lumetriques dans les phenomenes de lateritisation et de bauxiti-
zation. B ulle tin S erv ic e C arte G eo lo giq ue , Alsace Lorraine, 8:
3-lOpp.
NAHON, D. (1986) Evolution of iron crusts in tropical landscapes.
In: R ate s o f C he mic al W ea the rin g o f R oc ks a nd M in er als. AcademicPress, London, 169-191 pp.
NAHON, D. (1991) In tro du ctio n to th e P etr olo gy o f S oils a nd C he mic al
Weathering. John Wiley, New York, 313 p.
NAHON, D. (1991) Self organization in chemical lateritic weathe-
ring. Geoderma, 51: 5-13 pp.
NAHON, D., MELFI,A. e CONTE, CN. (1989) Presence diun vieux
systeme de cuirasses ferrugineuses lateritiques en Amazonic du
Sud. Satransformation in situ en latosols sous la foret equatoria-
le actuelle. cs.A ca d ., S ci ., 0, Paris, 308: 755-760 pp.
NAHON, D. e TARDY,Y . (1992) The ferruginous laterite. In:Govett,
G.J.s. (ed.). H a nd bo o k o f E xp lo ra ti on G e oc hem is tr y, Elsevier, 4: 41-78pp. .
OLLIER,C.D. e GALLOWAY, RW. (1990) The laterite profile, ferri-
crete and unconformity. Catena, 17: 97-109 pp.
PEDRO, G. (1968) Distribution des principaux types dfalteration chi-
mique a la surface du globe. Presentation diune esquisse geo-
g ra phiq ue .R ev. G eo gr. P hys . ce« Dyn. , 2(10): 457-470 pp.
PEDRO, G. e MELFI,A.J. (1983) The superficial alteration in tropical
regions and the lateritization phenomena. In: Melfi, AJ e Car-
valho, A. (eds.). II In te rn atio na l S em in ar o n L ate ritiz atio n P ro ce ss es ,
Sao Paulo, Brazil, 3: 13 p.
PORTO, c.G. e HALE, M. (1991) Gold redistribution in the stone line
56
INTEMPERISMO EMREGIOESTROPICAlS
lateritic profile of the posse deposit, central Brazil. fc on . G eo /.,
90: 308-321 pp.
SOMBROEK, W.G. (1966) Amazon soils. A reconnaissance of the
soils of the Brazilian Amazon region. W ag en in ge n, C en tr e fo r A gr .
P ub l. D o c umen t, 292 p.
TARDY, Y. (1992) Diversity and terminology of lateritic profiles. In:
Martini, J.P. e Cheswoth, W. (cds.), W eathering , Soils and
P aleo so ils. D ev elo pm en ts in E arth S ur fa ce P ro ce sse s 2. Elservioj.
379-406 pp.
TARDY,Y. (1993) P et ro lo g ic d e s L a te ri te s e t d es S o ls T ro p ic au x. MaSSOn,
Paris, 460 p.
TARDY, Y.e NAHON, D. (1985) Geochemistry of laterites, stability
of AI-goethite, Al-hernatite and Fe3+-kaolinite in bauxites an.d
ferricretes: an approach to the mechanism of concretion forma_
tion. Am . J . Sci., 285: 865-903 pp.
TARDY, Y.,MELFI, A.J. e VALETON, I. (1988) Climats et paleocjj,
mats tropicaux periatlantiques. Role des fadeurs climatiques et
thermodynamiques: temperature et activite de lieau, sur la
repartition et la composition mineralogique des bauxites et des
cuirasses ferrugineuses au Bresil et en Afrique. c.R. Acad. SCi. ,
Paris, 306: 289-295 pp.
TARDY, Y. e ROQUIN, C (1992) Geochemistry and evolution Of
lateritic landscape. In:Martini, LP. e Chesworth, W. (eds.), Wea_
therin g, So ils and P aleosoils. D evelop men ts in E arth Su rface Pro_
cesses 2. Elsevier, 407-443 pp.
THOMAS, M.F. (1994) Geomorphology in the Tropics. A S tudy o f
. W eathering and Denuda tion in Low Latitudes. John Wiley and
Sons, New York, 460 p.
TRESCASES,J.J. (1992) Chemical Weathering. In: Govett, GJ.s. (ed.).
H a nd b oo k o f E xp lo ra ti on G e oc hem is tr y, 4: 25-40 pp.'FRUCKENBRODT,W., KOTSCHOUBEY,B. e SCHELLMANN, \Y o
(1991) Composition and origin of the clay cover on North
Brazilian laterites. Geo lo g is c he Runds c hau , 80(3): 591-610 pp.
VELBEL,M.A. (1989) Mechanisms of saprolitization, isovolumettic
weathering, and pseudomorphous replacement during rOck
weathering - a review. Ch emi ca l G e o lo g y, vol. 84: 17-18 pp.
57
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 28/61
CAPITULO2
fEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Franc e sc o Pa lm i er iJ org e O lm os Itu rri L ara ch
• Iniroduciio
s estudos sisternaticos de solos, no Brasil, come-
m na decada de 50 com a Comissao de Solos do
I I terio da Agricultura, que tinha como objetivo 0
- n t rio dos solos do territ6rio nacional. Esta meta foi
Ilia com a publicacao do Mapa de Solos do Brasil
'nla 1:5.000.000,em 1981, pelo Service Nacional de
1nt.mento e Conservacao de Solos da Empresa
II 'ira de Pesquisa Agrcpecuaria (EMBRAPA).
n ixecutados varies levantamentos de solos a
I · t duais e regionais. Na producao destes levan-
nlo foram estabelecidos criterios e atributos dis-
to I r caracterizacao das classes de solos consti-
unidades de mapeamento que serviram de
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 29/61
PEDOLOCIA E GEOMORFOLOCIA
base para evolucao do Sistema Brasileiro de Classifica-
c;aode Solos, que, atualmente, esta em sua terceira apro-
ximacao (EMBRAPA,1988).
As varias aproximacoes do sistema nacional apre-
sentam concepcoes e adequacoes estabelecidas no siste-
ma americano Keys ]0 Soil Taxonom y (So il Survey S ta ff
1994) e no W or ld S oil R es ou rc e (FAO, 1991). Por outro
lado salientamos que concepcoes e atributos estabeleci-
dos na Classificacao Brasileira de Solos foram adotados
e/ou adequados nas classificacoes internacionais acima
citadas.
Os mapeamentos de solos executados pelo Centro
Nacional de Pesquisa de Solos, CNPS-EMBRAPAapre-
sentam as unidades de mapeamento subdivididas em
fases, em funcao de caracterfsticas referentes as condi-
coes edafo-ambientais que interferem no comportamen-
to dos solos e/ou que tenham implicacoes eco16gicas
concernentes ao potencial de utilizacao das terras.
Presentemente, nas unidades de mapeamento de
solos, sao reconhecidas as fases de vegetacao primaria,
relevo e de substrato rochoso.
Neste capitulo, nao se tratara de esgotar 0 tema,
porem, de dar uma visao geral e de forma sintetica dos
conceitos basicos de pedologia e das relacoes das classes
de solos com as paisagens brasileiras.
As inforrnacoes sobre solos e paisagens foram
extraidas principalmente do Mapa de Solos do Brasil
1:5.000.000(EMBRAPA,1981),do Mapa de Unidades de
Relevo do Brasil 1:5.000.000 (IBGE,1993), do Delinea-
mento Macroagroeco16gico do Brasil 1:5.000.000
(EMBRAPA,1992/93), e de diversos Levantamentos de
Solos produzidos pela EMBRAPA/SNLC5 a nivel esta-
60
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
dual, bern como do conhecimento acumulado pelos au-
teres sobre solos e meio ambiente.
2. Estudos de Campo e de Laboratorio
Para elaboracao de mapas de solos autenticos ou
originals sao indispensaveis a verificacao dos solos na
sua ambiencia, analises laboratoriais e trabalhos de
gabinete, os quais consistem na transforrnacao dos
dados em informacoes uteis parautilizacao dos mapas
de solos. Ap6s a aquisicao dos materiais basicos neces-
sarios ao levantamento de solos, entre outros, mapas
topograficos, fotografias aereas e imagens orbitais, a
metodologia para execucao dos trabalhos de campo
engloba etapas simples, para que ocorra urn efetivo
entendimento dos aspectos naturais locais e regionais.
2.1. Atividades de Campo
No inicio dos trabalhos ha uma reuniao preliminar
cia equipe tecnica para exame expedito, porem criterio-
so, dos materiais basicos para 0 estabelecimento do
roteiro do primeiro trabalho de campo. Esta reuniao
serve para harmonizar e homogeneizar conceitos e crite-
rios, com 0 objetivo de estabelecer uma linguagem
comum e preliminar sobre parametres e caracteristicas
que serao levados em conta na identificacao e caracteri-
zacao dos padroes naturais e antr6picos identificados
na fotointerpretacao preliminar. Estes padroes permi-
tern verificar as diversas interacoes dosfatores e proces-
sos pedogeneticos que influenciam na caracterizacao,
61
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 30/61
PEDOLOGJA E GEOMORFOLOGJA
formacao e distribuicao espacial das unidades edafo-
ambientais. Em uma etapa seguinte e elaborada uma
prospeccao de campo, na qual sao percorridos os pa-
droes dominantes identificados na fotointerpretacao,
com a finalidade de elaborar uma legenda preliminar de
identificacao das classes de solos, passiveis de serem
representadas na escala cartografica final de publicacao,
Durante esta prospeccao, observam-se as correlacoes
existentes entre as classes de solos e as corid icoe s
ambientais representadas pelo relevo, tipo de vertente,
declividade, cobertura vegetal, clima, material origina-
rio, drenagem interna e/ou superficial e uso antr6pico.
Simultaneamente a este trabalho sao identificados, tam-
bern, os criterios de fotointerpretacao para delimitacao
espacial das unidades edafo-ambientais. Durante os tra-balhos de campo ocorrem verificacoes dos padroes
identificados, coleta e descricao de perfis representati-
vos das classes de solos e avaliacao do potencial de uti-
lizacao das unidades edafo-ambientais.
Salientamos que os trabalhos de fotointerpretacao e
verificacao de campo constituem-se em ciclos sucessivos
de ajustes de mapeamento e harmonizacao da legenda
preliminar, com 0 objetivo de se conseguir 0 grau de
confiabilidade desejado do mapa de solos da area emestudo.
2.2. Atividades de Laboratorio
As amostras coletadas no campo sao enviadas ao
laborat6rio, onde sao secas ao ar, destorroadas e passa-
das em peneira com abertura de 2mm de diametro. Na
fracao maior que 2mm e feita a separacao de cascalhos e
62
PEDOLOGJA E GEOMORFOLOGIA
alhaus. Na fracao inferior a 2mm (terra tina seca ao ar)
sao procedidas as deterrninacoes ffsicas e qufrnicas, con-
E rme metodologia descrita no Manual de Metodos de
Analise de Solos, Y aproximacao (EMBRAPA, 1979a).
I ara as analises ffsicas e qufmicas, e utilizada terra finaea ao ar e para representacao uniforrne dos resultados,
o referidos a terra fina seca a 105°C, utilizando-se
f tor de correcao que expressa a relacao entre 0 peso da
mostra, de terra fina seca ao ar e 0 peso da mesma
mostra ap6s a secagem a 105°C.
As analises ffsicas compreendem determinacoes da
msidade aparente, densidade real, porosidade, com-
osicao granulometrica, argila dispersa em agua e grau
d floculacao.
As analises qufrnicas compreendem determinacoesd carbono organico. nitrogenio total, pH em agua
(H20) e cloreto de potassic (KCl, N), f6sforo (P) assimi-
I V 1 , ataque por acido sulfurico (H2S04; d = 1,47)e car-
liato de s6dio (Na2C03' 5%),silica (Si02), sesquioxido
no (Fe203),sesqui6xido de alumfnio (A1203),6xido
titanic (Ti02), 6xido de manganes (MnO), relacao
11, / alumfnio (Si02/ A1203, Ki), relacao silica sesquio-
i 6 (Si02/R203, Kr ) e rel acao alumfnio/ferro
( I,03/Fe203)' calcic (Ca), magnesio (Mg), potassic (K)(di (Na) extrafveis, soma de bases extrafveis (valor
Ca + Mg + K + Na, hidrogenio (H) extrafvel e alu-
Inio (AI)extrafvel, acidez extraivel (H + Al), capacida-
i permuta de cations (valor T =S +H +AI), satura-
~ bases (valor V = 100.5 / T) e relacao alumfnio
\ d bases extraiveis (lOOAl/Al + S).
A analises minera16gicas sao procedidas nas
fracoes mais grosseiras, onde sao identificadas
63
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 31/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
as especies de minerais de forma qualitativa e semi-
quantitativa.
3. Tipos de Mapas de Solos
A elaboracao de urn mapa de solos pode ser consi-
derada como a arte de apresentar a distribuicao espacial
das unidades de solos, passiveis de serem representadas
cartograficamente na escala que 0 trabalho sera publica-
do. Em se tratando de mapas autenticos corresponde a
representacao das unidades de solos, identificadas no
campo, e no caso de mapas compilados corresponde a
unidades de solos inferidas de outras fontes e/ ou levan-
tamentos preexistentes.
a estabelecimento, a pr ior i, do grau de homogenei-
dade requerido das unidades de mapeamento e extre-mamente importante para se selecionar 0 tipo de levan-
tamento de solos que servira de base ao planejamento
e/ou solucao de problemas ambientais, rurais ou urba-
nos. Na Tabela 2.1 encontram-se sumarizados os objeti-
vos, tipos de prospeccao de campo e escala da publica-
cao de cada tipo de levantamento de solos (Olmos,
1983).
4. Pedologia - Conceitos Basicos
as conceitos apresentados neste capitulo expres-
sam as ideias da comunidade de pesquisadores da cien-
cia do solo, especialmente daqueles preocupados com a
natureza e a identificacao de atributos de solos, objeti-
64
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
§ §
S~~~
'"'"
0>x
VI w
~ ~~ ~'"
i2 0
8 8 8z c; zw
~ C
~~ « « ,. .§ I I ~I 0, ;2-..J
;< w..J IL.J <C
"'~0~ : : J t ; : ; t ; : ; Z ..J
0 0..
'" 0 0 0~ ><
Q UJ
~cc
: s ~. . : ,W J ~8_C
" E
~::J
.2 (3
~00
8 _ ~'3u
1) ~r : : :§ .~~
5 e"C 0. §
6 5
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 32/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
vando agrupa-los em unidades homogeneas, dentro de
urn sistema de classificacao que sirva de referencial para
a execucao de levantamentos- de solos e suas interpreta-
coes utilitarias.
4.1. Solo
o solo neste contexto e formado por urn conjunto
de corpos naturais tridimensionais, resultante da acao
integrada do clima e organismos sobre 0material de ori-
gem, condicionado pelo relevo em diferentes periodos
de tempo, 0 qual apresenta caracteristicas que consti-
tuem a expressao dos processos e dos mecanismos
dominantes na sua formacao. Dentro deste ponto de
vista, solo e uma parcela dinamica e tridimensional da
superficie, constituido por urn conjunto de caracteristi-
cas peculiares internas e externas, com limites definidos
de expressao. Seu limite superior e a superficie terrestre
e seu limite inferior e aquele em que os processos pedo-
genetic os cessam ou quando 0 material originario dos
solos apresenta predominancia das express6es dos efei-
tos do intemperismo geo-fisico-quimico.
4.2. Horizonte de Solo
Ap6s 0 material originario do solo ser produzido
e/ou depositado processa-se a diferenciacao de camadas
e/ou zonas mais ou menos paralelas a superficie. Estas
camadas e/ou zonas as quais representam a expressao
dos processos e dos mecanismos de formacao do solo
sao denominadas de horizontes. Os horizontessao iden-
tificados e diferenciados entre si, com base em caracteris-
66
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
ticas examinadas no campo e complementadas com ana-
lilies quimicas, fisicas e minera16gicas (Figura 2.1).
IMIII'l 2.1 - Diagrama esquemdiico de um Pedoambiente mos-
I,,,,,tin Ilariil, solum e pedon em uma trincheira; e 0 polipedon, 0
f l " I , m11.stitu(do por um conjunto de pedons similares, em urna" " " I / , I ' I r ' topcgrafica.
4.3. Perfil
} I edil do solo e a unidade de descricao e de
Ill' d.' solos no seu ambiente natural (Figura 2.1).
I "t'(lnd. as horizontes pedogeneticos identificados,
i, ) numa secao vertical, desde a superficie do ter-
lllna profundidade de 2 metros, ou ate 0 apare-
67
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 33/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
cimentode rocha em fase inicial de decomposicao, ou
nao, caso esta ocorra numa profundidade menor que 2
metros (ou ate 0 aparecimento de horizonte diagnostico,
caso este esteja a uma profundidade maior que 2 me-
tros). Os solos tropicais, em geral, apresentam perfis
mais profundos do que os solos de regioes temperadas.
Alguns solos tropicais possuem espessura superior a 2
metros de profundidade, porem, em geral, nao apresen-
tam variacoes evidentes de seus constituintes a partir de
2 metros, no horizonte principal B.0 perfil de solo pode
ser examinado ao longo de cortes de estradas ou em
trincheiras abertas especificamente para descri cao,
exarne e coleta de amostras de solo (EMBRAPA, 1979b).
4.4. Solum
o solum pode ser considerado como urn perfil de
solo incompleto. Compreende apenas os horizontes A, E
e B , os quais evidenciam as acoes dos processes e dos
mecanismos de formacao dos solos (Figura 2.1). Embora
a definicao seja simples, e urn conceito que, algumas
vezes, ocasiona muita discordancia no exame de solos
no campo, devido a dificuldade de distinguir precisa-
mente 0 seu limite inferior, isto e. quais caracterfsticas
sao influenciadas pelos processos pedogeneticos e pelos
processos geoquimicos. (
\\
4.5. Pedon
Pedon e considerado a unidade minima de descri-
<;aoe de coleta de amostras de urn solo (Figura 2.1). Urn
pedon e a menor porcao que podemos descrever e cole-
68
tar amostras de solos representando a natur za 0
arranjo dos horizontes. (S oil S ur ve y S ta ff 1975).0 pedon
c tridimensional, seu limite inferior e urn tanto quanta
Mbitnirio entre 0 que e considerado solo e nao solo, e
Iluas dirnensoes laterais sao largas 0 suficiente para per-
mitir 0 estudo da natureza e da variabilidade dos hori-
zontes. A area de urn pedon pode variar de 1 a 10m2
[cpendendo da variabilidade dos horizontes do solo. 0
'onceito de pedon e mais abrangente que 0 de perfil,
II lui 0 volume de solo, alem das dirnensoes verticais e
ln t rais.
4.6.Po lipedon
Polipedon.e considerado como a unidade de classi-
1I·1~~0.Consiste de urn grupo continuo de pedons simi-
I Il'l-> (Figura 2.1). 0 conceito de polipedon faz a ligacao
nlrc as entidades basicas de solos (pedons) e os indivi-
L I l i A solos que sao as unidades taxonomicas. 0 polipe-
1011 t m urn tamanho mtnimo maior que 1m2 e uma
I'Imaxima nao especificada. (Soi l S ur ve y S ta ff , 1975).
I c . tnese de So 10
solos nao sao iguais em todas as partes, poden-
rir de municipio para municipio, de fazenda
I !W ) nda ou mesmo dentro de uma mesma parcela
t 'ITn ultivada. Existe, frequentemente, uma propen-
I I' dar importancia, apenas, a camada superficial
I vel e de desconhecer 0 que esta abaixo dos pri-
, o ntfrnetros da superffcie. Este fato conduz a uti-
69
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 34/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
lizacao inadequada, provocando, na maioria das vezes,
a depauperizacao do solo e a degradacao ambiental. Os
solos sao corpos naturais da superficie terrestre que
ocupam areas e expressam caracterfsticas (cor, textura,
estrutura etc.) da acao combinada dos fatores, associa-
dos aos mecanismos e processos de formacao do solo.
As diferencas entre as varias condicoes naturais deter-
minam as caracteristicas peculiares de cada individuo
solo. A quantidade e a intensidade de chuva, radiacao
solar, temperatura, umidade, declividade do terre no,
comunidades de plantas que nele se desenvolvem, afe-
tam a natureza do solo em cada local.0 solo, como enti-
dade natural independente, pode possuir caracteristicas
herd adas do material originario e I ou caracterfsticas
adquiridas, cujas relacoes variam com 0 tempo.
5.1. Fatores
Segundo Jenny (1941), 0 soloe funcao de cinco
variaveis independentes, denominadas fatores de for-
macae dos solos, como segue:
Solos= f (clima, organismos, material originario,relevo e tempo) ,
/
a) C lim a - Atraves de seus elementos meteorologicos,
como por exemplo a temperatura, precipitacao e
umidade, e urn dos mais ativos fatores, influencian-
do diretamente no intemperismo das rochas, produ-
zindo 0 material de origem dos solos, na constitui-
<;:aoe natureza dos horizontes (hidr6lise, hidratacao,
solucao, alcalinizacao, carbonatacao, etc.) na distri-
70
PEDOLOGIA EGEOMORI< LOW A
buicao e translocacao de materiais e na intensidad
com que se processa a pedogenesc do material de
origem e os mecanismos de perdas, transforma<;:oes,
adicoes e translocacoes de constituintes d08 horizon-
tes do solo.
) O rga nism os - A fracao organica do solo e fornecidapelos vegetais e animais e e rep onsavel, em geral,
pela cor escura dos horizontes. A acao dos microor-
ganismos na decomposicao e/ou transformacs., dos
residuos organicos supre 0solo de sais minerais e
'laboram substancias humicas que produzern no solo
propriedades quimicas e fisicas favoraveis ao desen-
volvimento das plantas; fornecem, tambem, ao solo
cidos organicos e di6xido de carbono, os quais, em
rte, sao responsaveis pela decomposicao e/ou Iixi-
vla~aode varies constituintes minerais dos solos,
Ma t er ia l o ri gi nd ri o - Refere-se ao material nao conso-
lid do a partir do qual 0 solo se formou (saprolito).
materiais de partida do solo podem ser autocto-
I I ,quando resultam do intemperismo da rocha sub-
I rente: a16ctones, quando nao estao relacionadosom embasamento local (transportado de outras
'1 ) e pseudo-aut6ctones, quando resultante da
II tura e/ou retrabalhamento de produtos locais ao
IIIlH de encostas. Por vezes e dificil diagnosticar a() d@nciado material de origem dos solos. Anatu-
,/,da composicao textural, minera16gica e quimica
) m t rial tern, em geral, influencia nas caracteristi-
1 1 " sentadas pelos solos.
71
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 35/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
d) Relevo - Refere-se a configuracao superficial da eros-
ta terrestre e afeta 0 desenvolvimento dos solos, prin-
cipalmente, pela influencia sobre a dinamica da agua,
erosao, microclimas e por conseguinte, na temperatu-
ra do solo. Os solos formados em declives muito
ingremes podem apresentar, localmente, condicoes de
clima serni-arido, mesmo que estejarn em regioes
umidas. Por outro lado, solos de varzea podem apre-
sentar caracteristicas de encharcamento, mesmo que
estejam localizadas em regioes serni-aridas, devido aadicao de agua das partes mais elevadas.
e) Tempo ~_lJm certo periodo de tempo e necessario para
o desenvolvimento de horizontes no solo. A idade de
um solo e avaliada em funcao do grau de desenvolvi-
mento dos horizontes e presen<;a ou nao de minerais
primaries pouco resistentes ao intemperismo.
5.2.Mecanismos
Quaisquer que sejam as causas, cada solo possui
uma combinacao de caracteristicas que the e peculiar e 0
distingue dos outros solos.
a) F ases d e F orma ca o
Os solos sao representados por perfis caractEj-'isti-
cos constituidos por horizontes e a distribuiC;~o e 0
arranjamento desses horizontes e governado por' duas
fases, distintas, (Simonson, 1967):
Fase I - Producao e acumulacao do material originario
- Intemperismo geologico atuando na formacao do
material inicial do solo;
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOCIA
P u s « 11- Diferenciacao de horizontes - Transforrnacao
du Material inicial em horizontes atraves da acao de
rios fen6menos bio-quimico-fisicos agindo coletiva-
In'nte ou isoladamente na evolucao das caracteristicas
~ 'do~eneticas dos horizontes de um perfil de solo.
b) M eca nism os de F orm aca o
A diferenciacao dos horizontes e caracterizada pela
lntcnssdade e evidencias de caracteristicas formadas
F - los mecanismos d eforrnacao do solo (Simonson,
J 1J(7):
A d i q a o : Incorporacao de materia organica, agua etc.
P£1l'das:Lixiviacao, erosao etc.' /hmsformaC;i5es: Formacao de humus e de minerais
ucundarios etc.
' /pcmslocac;i5es: Movimentacao de material de um hori-
~on~epara outro.
5.3. Processos
Os processos de formacao de solos consistem em
III conjunto de eventos que diretamente afetam e ex-
I 'M am seus efeitos, atraves de caracteristicas dos hori-
nil'S. Dentre os principais processos podemos citar:
I l i t o / i z a q a o : Domina a perda de silica e de bases do
I'IIlllw'lJll: e enriquecimento relativo de oxidrox idos de
11'1'1'0 e hidroxido de aluminio.
1 ' I I t 1 z o 1 i z a c ; a o : Domina a translocacao de materia orga-
Ih'l lou oxidos de ferro e aluminio do horizonte A
1'10 horizonte B.
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 36/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
c) Calcijicacdo: Domina a translocacao e acumulacao de
carbonato de calcic de urn horizonte para outro.
d) Salinizaciio: Consiste na translocacao e acumulacao de
sais soluveis de eloretos e sulfatos. de calcio, magne-
sio, sodio e potassic de urn horizonte para outro.
e) Gleizacao: Domina a transforrnacao (reducao) de ferrosob condicoes de excesso de agua, ocorre em solos
hidromorficos,
6.Relacoes entre Pedologia eMeio Ambiente
Os estudos pedologicos, mapeamento e genese, sao
de natureza interdisciplinar por excelencia, e as interre-
lacoes entre pedologia e meio ambiente ocorrem no
momento em que 0material de origem do solo e afeta-
do pelos agentes atmosfericos, plantas e animais.
A genese e a geografia dos solos tiveram seu impul-
so com os trabalhos e conceitos formulados por Doku-
chaev, em 1883, durante 0 inventario dos solos da Russia,
nos quais os solos foram consider ados como entidades
naturais independentes, que apresentam caracteristicas
espedficas da acao combinada do material de origem,
elima, vegetacao, topografia e idade do material de ori-
gem. Estes conceitos atinaram com a comunidade de
cientistas da epoca, no sentido de que 0 solo, sendo uma
entidade natural independente, alem de possuircaracte-
risticas herd adas do material de origem, possui "iributos
que expressam os efeitos de fatores ambientais.
Nos trabalhos de Jenny (1941), os cinco fatores
estabelecidos por Dokuchaev (1883), foram considera-
74
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
des como variaveis independentes e representados pela
xpressao:
5 = f (el, 0, p, r, t).
5endo os solos funcao do elima (cl), organismos
), material de origem (p), relevo (r) e tempo (t).Estes dois conceitos tern sido aceitos e reconheci-
dos. tanto que os solos sao individualizados atraves de
racteristicas morfologicas, observadas em seus perfis,
l campo, quantificadas em analises laboratoriais, atra-
V s de pedons coletados e como parte integrante das
isagens na delimitacao cartografica da distribuic;ao
spacial das classes de solos.
Como podemos ver, desde os primordios dos estu-
)~da ciencia do solo, 0individuo solo foi consideradoimo uma entidade natural e parte integrante do am-
I 'nte e que expressa os efeitos das condicoes ambien-
t IH , que prevaleceram ou que ainda prevalecem na sua
mbiencia.
As modificacoes resu1tantes da acao dos fatores
mbientais podern corresponder a uma sequencia de
V intos ou a um complexo de reacoes e/ou ao arranja-
Ito de materiais na mass a do solo, provocando alte-
't s que se refletem nas caracteristicas morfologicas/ou nas propriedades quimicas, fisicas e minera10gicas
) olos. Rochas e sedimentos, que estao proximos a
~ rffcie, correspond em, em geral, a porcao interna do
bi nte. Solos se desenvolvem sobre estes materiais
1 1 <;aointegrada dos agentes climaticos e organis-
I condicionados pelo relevo. As relacoes entre as
terfsticas de solos e os agentes ambientais formam
li ta muito extensa. Para 0presente trabalho foram
75
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 37/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
selecionados 0 relevo, 0 clima e OS organismos como
fatores externos que influenciam ou influenciaram 0
ambiente na qual 0solo esta inserido.
6.1.Relevo e Caracteristicas dos Solos
o relevo exerce uma forte influencia na evolucao edesenvolvimento dos solos. Porem, correlacoes entre
configuracao.do terreno e classes de solos e/ ou caracte-
rfsticas de solos sao validas para condicoes fisiograficas
especfficas. 0 aspecto do relevo local tern marcantes
influencias nas condicoes hidricas e termicas dos solos
e, por conseguinte, no clima do solo. Estas influencias se
refletem, principalmente, em microclimas e na natureza
da vegetacao natural, e em caracterfsticas e proprieda-des dos solos. As caracterfsticas descritas a seguir po-
dem ser relacionadas com 0 relevo e/ ou com a posicao
do solo na paisagem:
a) Dindmica da Agua - Compreende a movimentacao
vertical e subparalela a superffcie do terreno e a fre-
quencia e duracao de perfodos em que 0 solo se apre-
senta saturado ou nao com agua. Nas partes altas e
relativamente planas, os solos apresentam boa drena-gem interna, nas encostascom declives mais acentua-
dos apresentam drenagem boa ou excessiva, porern
sao mais secos, enquanto que nas partes inferiores
das vertentes e nas areas de varzeas e/ou depress6es
ha predominancia de agua na massa do solo durante
o ano. Esta perrnanencia de agua resulta.ern solos
imperfeitamente drenados ou mal drenacfus, depen-
dendo se 0 lencol freatico esta proximo a superficieou nao, respectivamente (Figura 2.2).
76
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
M L U ' O I 2.2 - R ep re se ni ac iio e sq u em d tic a d a i nfl ue nc ia d o r ele vo n a
IIn gem in tern a, n a co r, n a esp essu ra e n a n atu reza d o ho rizo nte
1I/ 'I'~ficial.
S olo s n os q ua is a d gu a e re mo vid a r ap id am en te , a bra ng en do a s
I n , 'I ' d e d re na g em e xc es siv am e nt e, f or te m en te o u a ce ntu a dam en te
1'1It1(~O.0 h o ri zo n ie s up e rf ic ia l A e o rg an ic o- min era l, e m g era l
1 ' ( 1 1 1 1 ' 0 iepesso e d e c olo ra cd o b ru no -e sc ur o o u b ru no -a ve rm e lh ad o-
1 1 1 ' ( 1 . 0 h or iz on te B a pre se nta c ore s v iv as a ve rm elh ad as e /o u a ma -
IlIIllI/.!II nu o a pr es en ta m m o sq ue ad os d e o xi -r ed uc ao .
I f , 'a la s b em d re na do s n os q ua is a rig ua e r em o v id a c om f ac il id a -
, 1 '1 1 1 ' In n t io r ap idamen te . 0 h o ri zo n te s u pe rf ic ia l A e organico-" , 1 1 1 1 ' 1 ' 1 1 1 , em geral pouco espesso e de coloracd o brun o-escuro o u
",w-C/vermelhado-escuro. 0 ho rizo nte B a prese nta co res viv as
',./l II l' lh ad a s o u am ar ela d as , p od en do a p re se nta r p o uc o m o sq ue ad o
,,\ I I'o d lu r; a oa p a rt ir d e 1 8 0cm da s up e rf lc ie .
S nf,o s m o dera da men te d ren ad os n os q ua is a d gu a e removida
II I 11 / 1 / 1 ' 0 lentamente, 0 le nc ol [ re di ic o p od e a fe ta r a p ar te i nf er io r d o
v! ( 1 1 1 1 ' J B e /o u o co rr er a di cii o d e r ig u a a ir ao es d e tr an sl oc ac do l at e-
",IIIII'I'I'/,c/. 0 hor iz on te s uper fi ci a l A e o rg a nic o- min er al , e m g er al,
'" II ( 'ApeSSode co lo r acao br uno- ac in z e nt ado- e sc u r o. 0 horizonte
77
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 38/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
B apresenta cores vivas am areladas ou auerm elhadas, porem na
parte in ferior ocorrem m osqueados de oxi-reducao cinzentos ou
o cr es d ev id o a in jlu en cia d o le nc ot [ re atic o.
D - Solos im perfeitam ente drenados, nos quais a agua e rem ovida
d o s olo le nta me nte , p er ma ne ce nd o m o lh ad o p or p er io do s ig nif ic ati-
vo . 0horizonie superficial A e norm al e m od era dum ente esp esso de
co loracao bruno-ac inzen iado-escuro, 0 horizon te Bapresenta na
parte superior cores vivas averm elhad as ou am areladas e e co mum
a partir de urn m etro da superfic ie a ocorrencia de m osqueados de
o xi-r ed uc ao d e co res cin zen ta s e o cr es d ev id a a in flu en cia d o len co l
jreatico.
E - S olo s m al d ren ad os n os q ua is 0 le nc ol fr ea tic o e su i n a o u p ro xi-
m o a superfic ie e perm anecem m olhados grande parte do ano, 0
h or izo nie su perfic ia l A e, n or ma lm en ie, fo rm ad o p or m ater ia l o rg a-
n ic o b er n d eco mp os to d e n atu rez a tu rfo sa e d e c or p re ta . O s horizon-tes e lo u ca ma da s s ub ja cen tes a pre se nia m, fr eq iien tem en te, m atiz es
c in ze nio s e /o u a zu la do s e m os qu ea do s d e o xi- re du ca o.
F - Solos m uito m al drenados, nos quais 0 le nc ol f re atic o e st» asuperficie gra nde parte do ano. 0 h or iz on ie s up er fic ia l A f or ma do
p or ma te ri al orgunico bem decom posto de natureza turfosa, esta
sobrejacente a m aterial o rgan ico pou co decom posto. A s cam adas
e lo u h oriz on ies s ob reja ce ntes a pr ese nta m m atize s cin zen io s, a zu la -
d os e /o u e sv er de ad os e m o sq ue ad os d e o xi- re du ciio .
)
78
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
I ; , peseura do Solo e D ijerenciacdo de H orizontes - Os
01 s, em superficies mais suaves, sao mais profun-
los e apresentam, em geral, nftida diferenciacao
-ntre horizontes principais. Nas encostas mais ingre-
III '9 apresentam-se mais rasos com menor diferencia-
C ; 0 ntre os horizontes principais, devido ao acen-
tuado escoamento superficial de agua, que favorece a
omocao do material edafisado (Figura 2.3).
1111 2. - C or te d e es tr ad a em re levo fo rte o nd ula do , m ostr an do
, / 1 1 t I " solo po uco profundo e m uito pequena diferenciaciio entre
, 1 1 , , / 1 ' , . C am bis so lo H um ic o. A pa ra to s d a S err a. S. Jo se . RS .
IIIII 'i2;onte S uperficia l, E spessura e T ear de M ateria O r-
1 / ie 'f J - Areas altimontanas, acima de 700 metros,
• 1 1 1 0 em. regioes tropicais apresentam horizonte
I 'rfi ial A organico-mineral mais espesso e com
-~vados de materia organica devido a lenta
III rul lzacao do material organico, favorecido pelo
79
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 39/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
clima mais arne no e condicionado pela altitude. Em
areas de varzeas os teores de materia organica e
espessura do horizonte superficial A aumentam, amedida que 0Iencol freatico se aproxima da superfi-
cie. Neste caso, a diminuicao de oxigenacao, devido
ao excesso de agua, diminui a decornposicao dos
materiais organicos.
d) Cor e Temperatura do Solo - 0 relevo local, a orienta-
<;300as encostas e a posicao do solo na paisa gem tern
urn enorme efeito nas condicoes hidricas e termicas
dos solos, favorecendo 0 aparecimento de microcli-
mas e por conseguinte alteracoes na cor, temperatura
(Smith, et a l. 1964) e cobertura vegetal n~turaL
A duracao do periodo em que 0 solo se apresenta
umido, molhado ou encharcado promove uma colora-
<;aodiferenciada dos horizontes em relacao a profundi-
dade (Figura 2.2) Os solos de varzea, que permanecem
encharcados grande parte do ano, apresentam horizonte
superficial bastante espesso e de cor preta devido ao
acumulo de material organico de natureza turfosa e os
horizontes subsuperficiais de matizes neutros: cinzento,
azulado ou esverdeado. A medida em que 0 lencol frea-
tico torna-se mais profundo, ocorre uma diminuicao daespessura do horizonte superficial e devido ao decresci-
mo dos teores de material organico tornam-se mais cla-
ros podendo apresentar tonalidades bruno-escuras, Os\
horizontes sub-superficiais vao perdendo ast:eu-
tras e comecam a apresentar cores com matizes mais
vivas amareladas ou amarelo-avermelhadas. Isto ocorre
em varzeas e/ou vales com diminutas variacoes topo-
80
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
~I' fieas. A temperatura e a umidade do solo varia com
li~enta<;3ooas encostas. No hemisferio sul as verten-
te s v~l'adas para sul e leste sao mais frias e umidas do
I I I as orientadas para norte e oeste.
.) Saturafao de Bases e L ix io ia ciio - A orientacao das
!ID:costas,ern como a posicao topografica dos solost e l . 1 n influencia na reacao do solo e no grau de intern-
per izacao. No relevo acidentado dos macicos da
Tljuca e Pedra Branca - Rio de Janeiro, (Palmieri e
dos Santos, 1980), os solos que ocorrem no topo e no
terce medio superior das encostas apresentam satu-
'a.<;aode bases muito baixa, altamente intemperiza-
dos e profundos. Os solos que estao localizados no
terce medic e nas encostas voltadas para norte e
este apresentam-se mais secos, saturacao de basescima de 50%, moderadamente acidos e pouco pro-
fundos. Em contraste, os solos localizados nas encos-
tas voltadas para sul e leste apresentam-se mais umi-
dos, saturacao mais baixa, fortemente acidos e perfis
mais desenvolvidos, devido a maior umidade ocasio-
nada pela menor exposicao aos raios solares.
6.2.Clima e Caracteristicas dos Solos
o clima, associado aos organismos, atua sobre asO( has produzindo os materiais que irao dar origem aos
ol() . 0 efeito do clima, atraves de variaveis como pre-
I~Ita:<;ao,emperatura e umidade, pode ser considerado
mais importante agente na manifestacao das expres-
S das propriedades dos solos. Estas propriedades
t m resultar como efeito da acao do conjunto de con-
-s meteoro16gicas gerais, de condicoes climaticas
81
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 40/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
ambientais regionais e/ou de microclimas locais. Em
adicao a estas condicoes climaticas, devemos salientar,
tarnbem, a influencia dos efeitos do pedoambiente, isto
e, do clima e da ambiencia dentro do solo que, embora
seja condicionado pela localizacao topografica, aspectos
e orientacao das encostas, tern influencias marcantes nodesenvolvimento de certas caracteristicas.
As relacoes entre 0 clima e as propriedades do solo
podem ser facilmente visualizadas, quer correlacionan-
do-se as caracteristicas diferenciais, quer as caracteristi-
cas acess6rias das classes de solos representadas no
mapa de solos do Brasil (EMBRAPA, 1981), com a distri-
buicao climatica apresentada no mapa de clima do
Brasil (IBGE, 1990) e/ou com os dominies morfoclimati-
cos do Brasil (Ab'Saber, 1970; Maio, 1990).
A cor e uma das caracteristicas que mais chama
atencao, podendo fornecer indicios sobre composicao,
propriedades e origem dos solos e tendo estreitas rela-
coes com as condicoes atmosfericas e / ou pedoambien-
tais que prevalecem e / ou que atuaram na formacao do
solo. A cor e avaliada atraves da cornparacao visual de
torroes de solo com padroes da escala de cor Munsell
-para solos (Munsell, 1975).
A distribuicao e 0arranjo de cores, ao longo de urnperfil de solo, e urn dos criterios empregados para iden-
tificacao e separacao de horizontes, bern como para con-
ceituacao de classes de solos nos diversos levantamen-
tos executados no Brasil. Apesar das cores dos solos
terem uma grande amplitude de variacao, e¥s tern sido
relacionadas, principalmente, com as teoresJde materia
organic a, umidade e predominancia de determinados
tipos de 6xidos de ferro.
82
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Os solos da Amazonia, quer dos plates, quer dos
1 1 ltosresiduais, ambos sob vegetacao de floresta
u torial perenif6lia e subperenif6lia (Palmieri, 1993),
1 rn a 'IDl1ente,superumido e umido, com estacao seca de
t 3 meses (IBGE, 1990), apresentam horizontes super-
is menos espessos, mais claros e teores de materianica inferiores aquel es do planalto arenitico-
ltico da regiao sul do Brasil sob vegetacao de flores-
ubtropical perenif6lia e subperenif6lia (EMBRAPA,
2/93), clima subtropical superumido e umido e com
t «;ao seca muito pequena e/ou subseca. Solos desen-
lvidos a partir de materiais provenientes de rochas
leas, Latossolos Roxos e Terras Roxas Estruturadas
longo da rodovia Transamazonica (DNPEA, 1973b) e
municipio de Monte Alegre (Falesi, 1970), ambos no
I apresentam horizonte B de coloracao menos ver-
Ih (matiz vermelho-amarelada), variando de 2,5YR
i 5 Y R inclusive ..As mesmas classes de solos na regiao
'l'rib.gulo Mineiro, sob vegetacao de floresta tropical
d I if6lia e clima quente e semi-umido com 4 a 5
s de seca (EMBRAPA, 1982), apresentam cores
Iii vermelhas (matiz vermelha lOR) e no Estado do
l nde do SuI, sob vegetacao de floresta subtropical
t de pinheiros, clima subtropical! tropical, e comnl os e/ou diminuta estacao seca, apresentam cores
matizes l,5YR, isto e, urn pouco mais amareladas
os solos do Triangulo Mineiro (EMBRAPA, 1982),
m bern mais vermelha que os solos da Amazonia
1 i, 1970; DNPEA, 1973b).
Estudos realizados com solos na Europa (Torrent et
1 )83) e do Rio Grande do SuI (Kampf e Schwert-
11 , 1983) evidenciaram que as cores amarelas dos
83
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 41/61
PEDOLOCIA E CEOMORFOLOCIA
solos estao relacionadas com maiores quantidades de
goetita e que as cores vermelhas com maiores teores de
hematita.
Investigacoes conduzidas em um mesmo dominio
morfoclimatico, nos Estados do Rio Grande do SuI e
Santa Catarina, ao longo de uma topoclimosequencia de
450km (Palmieri, 1986), cuja altitude, no sentido leste-
oeste, decresce de 1250m para 270m, a precipitacao
anual diminui de 2460mm para 1850mm e a temperatu-
ra, aumenta de 14,1°C para 19,3°C evidenciaram que a
medida que os pedoambientes se tornam mais quentes e
mais secos, alem deocorrerem novas classes de solos, a
cor dos solos vprr~ de bruno-forte 7,5YR 4/6 com 90% de- - - ~ - - -
goetita, com a diminuicao gradativa de goetita e aumen-
to gradativo de hematita, para vermelho-escuro 1,5YR
3/5 com 92% de hematita; a quantidade de caolinita
aumenta e a de haloisita diminui; a estrutura do solo
muda de blocos fortemente desenvolvidos para ultra
pequena granular e a superficie especifica e 0 coeficiente
linear de extensao diminuem gradativamente.
Nos dominios das depressoes interplanalticas suba-
ridas do Nordeste, os solos desenvolvidos a partir de
saprolito de rochas metamorficas, clima serni-arido com
periodo seco de ate 11 meses, sob vegetacao de caatinga
hiperxer6fila (DNPEA, 1972, 1973a), devido a pequena
precipitacao e elevadas temperaturas, associadas a inten-
sa evapotranspiracao, ocorrem solos pouco intemperiza-
dos, com presen<;a de minerais primaries pouco resisten-
tes ao intemperismo e fracao argila de alta atividade.
Nao e raro a presen<;a de cascalhos e matac6es na massa
do solo, bern como na sua superficie, e e~ muitas areas
ha ocorrencia de afloramentos de mataea,s, caracteristi-
8 4
1 '1 :1 )( 1 I. \ lC! . . I \ ,h 1\1\ 11,1:\ ' I' ",1.\
It' pedoarnbientes serni-aridos Nas deprcssocs inter-
1(lIh~lticas, proxirnas da regiao semi-arida. os solos dv-
'I volvidos a partir de saprolitos similares. eli rna qucn-
, ob vegetacao de floresta subeadueif6lia e/ ou eaduei-
1111, 10mseea de ate 6 meses apresentarn-se mars desen-
lvidos. mais profundos, poueo lixiviados. atividade de
ill media e em geral nao apresentam camada pedre-
l 11 H L l perfieial.
6.3. Organismose Caracteristicas dos Solos
Estas earaeterfstieas estao intimamente relacioria-
c rn as corid icoes rnacroclimaticas atrnosferrcas.
IIIos pedoclimas e/ou induzidas pelo homem.
A
munidade de organismos, tanto da superffcie como
In issa do solo, alern de ser a fonte de material orga-
u para os solos e de capital importancia na decompo-
I) i] ou na transformacao deste material em substan-
I umicas. Plantas e animais, assim como seus resi-
) I tt m. tambem. importancia como agente mecanico
\ d composicao quimica das rochas e/ ou do material
IlI'lg m dos solos, sendo seus efeitos expressos nos
s de formacao e na fertilidade dos solos. 0 sis-I, I' dicular das plantas pode intensifiear a decompo-
IIdo material mineral, manter os fragmentos e/ou
~PI'( dutos das rochas e minerais, na superffcie, prote-
I to - contra a erosao. A atuacao mecanica dos ani-
i invertebradcs e vertebrados se reflete, principal-
nlu, na translocacao e/ou rernocao de detritos de
I 'l'ia1 mineral e na mescla de materiais organicos e
85
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 42/61
PEDOLOCIA EGEOMORFOLOGIA
A produtividade dos solos esta intimamente rela-
cionada com os teores e a natureza das substancias
humicas. Muitos solos, exceto os tropicais de condicoes
semi-arid as e/ou com excesso de agua permamente,
mostram boa correlacao entre os teores de humus e a
produtividade. Um solo com horizontes superficiais rico
em substancias humicas e de certos elementos, como
calcic e magnesio, favorece 0 desenvolvimento de uma
estrutura granular forte e de tamanho de medio a gran-
de, a qual possibilita a sorcao e retencao de umidade
atmosferica. sem promover 0 encharcamento do mes-
mo, dentro do processo natural de decornposicao e/ou
de transforrnacao das substancias humicas. Alern de
haver liberacao de elementos essenciais para a nutricao
das plantas, ocorre, tambem. a liberacao de di6xido de
carbono, 0 qual facilita a dissolucao de componentes
minerais, que passam a ficar disponfveis para alimenta-
cao das plantas. Portanto, urn solo rico em substancias
humicas apresenta caracteristicas favoraveis de umida-
de, aeracao e nutricional indispensaveis. entre outros
fatores, para uma boa produtividade.
A quantidade, a natureza e a distribuicao de subs-
tancias humicas, ao longo de urn perfil de solo, e um cri-
terio para identificacao e separacao de solos organicos.bem como muito importante para distincao e identifica-
cao de Horizonte B espodico e de varies tipos de Hori-
zonte A (EMBRAPA, 1988), alem de servir para distin-
cao de classes de solos, como, por exemplo, Latossolo
Humico e Podzol.Muito importante, tambem, e a inter-
vencao dos seres humanos, em qualquer parte do globo
terrestre, modificando as propriedades dos solos e/ ou
dos pedoambientes. 0crescimento' das populacoes exer-
86
FEDOLOGIA ECEOMO?FO~
grande influencia na ocupacao dasterras para produ-
zlr alimentos, fibr as, material energetico, no uso de
1 1 as para estradas, saneamento, aeroportos, usinas,
presas, recreacao, residencias e na obtencao de mate-
Is-primas em geral, para industrias.
A acao do hoinem pode influenciar, quer na re-
onstrucao do solo e de sua fertilidade quer, principal-
nte, na degradacao ambiental devido a utilizacao de
rcUicas agricolas, florestais e/ou pastoris nao adequa-
d s as condicoes edafo-ambientais. A atuacao relevante
o homem, como elemento de reconstrucao das proprie-
des e da fertilidade do solo, pode ser citada no nor-
ste da Europa, uma area de aproximadamente 500 mil
ctares. compreendendo parte dos territ6rios da
landa, Belgica e Alemanha (Miedama, 1989). Nesta
r a, a influencia esta restrita aos horizontes superfi-
I is, os quais atualmente apresentam niveis elevados
~ertilidade e de materia organica, devido as modifi-
~6es que se processaram e do continuado periodo de
di<;aode esterco e de material terroso. A formacao des-
t horizontes antropogenicos datarn da Idade Media
1 1 1 ndo fertilizantes minerais nao existiam e onde a fer-
tllldade natural do solo era insuficiente para a producao
ustentada de alimentos. No Brasil, podemos citar os)105 do centro-oeste sob 0 climax de vegetacao de cer-
d , os quais nas condicoes naturais sao incapazes de
nter qualquer tipo de exploracao agricola sustenta-
'1 , porern, com adicao de fertilizantes minerais e orga-
c S associados a utilizacao de praticas de manejo e
11 rvacao de agua e solo, tornaram-se altamente pro-
utlvos com condicoes de manter sistemas agricolas
I.t ntaveis por longo periodo de tempo (Figura 2.4).
87
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 43/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Como agente deteriorador do ambiente, 0homem causa
varies danos ao solo e a cobertura vegetal natural e,
como consequencia. tem acelerado a degrada<,;ao dos
recursos naturais e da qualidade de vida.
Figura 2.4 - Terraces com cultura de arroz no sui do E stado de
G 6ia s. C an ais p rin cip al e s ec un dd rio s v eg eta do s. P la nti o d e v eg eta -
p io a rb us tiva a o la ng e da es tr ada e m an uie nc do d as m aia s cilia res
p a ra e vi ta r e r os ti o.
Estas alteracoes tern sido efetuadas a mvel mun-
dial, porem sao mais proeminentes nas regi6es onde
ocorrem ocupacoes desordenadas das terras e / ou onde
a necessidade de sobrevivencia predomina sobre os
fatores econ6micos, sociais e ambientais. A degrada<,;ao
decorrente das modificacoes ambientais, induzidas pelo
homem, no processo de utilizacao dos recursos naturais,
sao inumeras e estao relacionadas, principalmente, com
ocupacao de areas inadequadas para urbanizacao, des-
88
!
m .tamento indiscriminado, mineracao, extracao d s j.
bro. abertura de estradas, aplicacao de agroquimicos \
1I ti~iza<,;aode terras sem aptidao para atividades agrfco-
I I I R /ou 0 usa de praticas de preparo e manejo de solos
, I: gua inadequados as condicoes edafo-ambientais, pro-
vo ando erosao e / ou contamiriacao dos aquiferos e
II. S reamento dos rios, canais, lagos, e vocorocamento
11( , ortes de estradas entre outros (Figura 2.5).
I 1 1 1 ' 1 1 2.5 - V o~ or oca en cr aoa da em a re a d e p la ntio de s oja . P ro -
! ll lI tl lI / l0r c on str ud io d e te rr ac e e m d es nio el e s em c an ai s p rin cip al
I'II/llt/drias. A d gu a e sc oa d ir eia me nie p elo s c or te s d a e sir ad a c au -
'''"" 0 t lJ 1a re ci me nt o d e u oc or oc as a o t on go d os b ar ra nc os d a e si ra -
( '1 11 1 ~C ib r ie ld o O e s te , MS ) .
89
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 44/61
P E DO L O G IA E G EO M O RF O LO G IA
7. Solos e Paisagens
Este t6pico tern por finalidade salientar as inter-re-
lacoes fundamentais entre caracteristicas das principais
classes de solos (EMBRAPA, 1981) com as unidades de
relevo (IBGE, 1993) e com os aspectos fitofisionomicos
da vegetacao natural (EMBRApA, 1992/93).
1 ) L ato ss olo s - Esta classe e constituida por solos mine-
rais nao hidrom6rficos de sequencia de Horizontes A,
Bw e C, e apresentam como caracteristica diferencial a
ocorrencia de Horizonte B latoss6lico, 0 qual e consti-
tuido essencialmente por minerais altamente intem-
perizados e por conseguinte a fracao argila e de baixa
atividade, apresentando capacidade de troca de ca-
tions de ate 13meq/100g de argila ap6s correcao para
carbono e constituida, principalmente, de argilo-min-
erais do tipo 1:1 e de 6xidos de ferro e de aluminio,
podendo ocorrer ou nao a predominancia de urn des-
ses constituintes. Sao solos profundos e nao raro 0
horizonte B latoss6lico ocorre com mais de 2 metros
de espessura. Apresentam, na maioria das vezes, con-
traste apenas entre os horizontes A e B, sendo muito
difusa a transicao entre os subhorizontes B. A diferen-
ca das propriedades quimicas, fisicas e minera16gicas
e muito pouco perceptivel ao longo do perfil. A classe
textural varia de media a muito argilosa e a drenagem
de acentuadamente a moderadamente drenada. Sao
solos de muito baixa fertilidade natural, fortemente
acidos e elevados teores de aluminio trocavel. Alguns
solos de cores vermelho-escuras e roxas podem apre-
sentar boas reservas de nutrientes.
90
PEDOLOGIA EGEOMORFOL IA
LATOSSOLO AMARELO - Compreende solos de cores
rnareladas de matizes lOYR e/ou pr6ximas, teores de
'squi6xido de ferro (Fe203) ate 7%, fracao argila e cons-
tltufda, essencialmente, de caolinita muito bern cristali-
z c ia e entre os 6xidos de ferro e expressiva a predomi-
ncia de goetita. Na maioria das vezes, expressam coe-
C) e/ou adensamento nos horizontes A/B, B/ A e por
V v , S no Bwl, os quais apresentam consistencia dura a
uito dura quando secos e acumulacao maior de argila
tural, isto e. argila dispersa em agua. Esta caracterfsti-
favorece 0aumento da densidade aparente que se
fl te numa porosidade total mais baixa e maior coesao
) wementos estruturais do que em outros latossolos. °irlzonte A superficial e pouco espesso e de baixos teo-
d materia organica e0horizonte B, principalmente
ntgilosos e muito argilosos, apresentam estrutura
i matica fracamente desenvolvida que se desfaz em
1 0 'c)ssubangulares.
As paisagens distribuem-se com grande expressao
unidades de relevo relacionadas com sedimentos
OIlS lidados atribuidos a coberturas plio-pleistoceni-
i bacia sedimentar amazonica e litoraneas atribuf-
o Grupos Barreiras e congeneres. Nas depressoes
\'/; nicas, Solimoes, na margem direita do Rio Ma-
" Rio Negro/Rio Branco enos planaltos Marginais
'I. nicos ocorre sob vegetacao natural de floresta
II e rial perenif6lia e subperenif6lia, nos planaltos
I I' cis enos patamares Jequitinhonha/ Pardos, sob
,~o de floresta tropical subperenif6lia e subcadu-
, nas depressoes quaternarias interioranas Guapo-
Ingu, sob vegetacao de floresta tropical subcaduci-
• ubperenifolia e na depressao quaternaria Boa
ob cerrado subperenif6lio.
91
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 45/61
PEDOLOCIA E GEOMORFOLOGIA
A extensao das coberturas e variavel e as superff-
cies sao planas e suave onduladas de altitudes inferiores
a 200 metros. A partir do terce medio das encostas al-
guns indivfduos apresentam horizonte plfntico na parte
inferior do perfil, caracterizando-os como intermedia-
rios para Plintossolos. Os solos, em gera1, apresentam
caracterfsticas ffsicas, qufmicas e mineral6gicas simila-
res, quer nas condicoes amazonicas quer nas condicoes
costeiras.
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO - Compreende
indivfduos de cores verme1ho-amareladas, com matizes
da ordem de 2,5YR a 7,5YR e teores de sesqui6xido de
ferro (Fe203) entre 7 e 11%. Estes solos, em gera1, apre-
sentam no horizonte Bw a estrutura granular de aspectomacica in situ associ ada a estrutura moderadamente
desenvolvida em blocos subangulares. Embora, ainda
haja predomfnio de goetita, entre os 6xidos de ferro, os
teores de hematita aumentam a medida em que os solos
se tornam mais avermelhados.
Esta classe de solos ocorre nos mais variados dorni-
nios morfoestruturais e unidades de relevo. Areas ex-
pressivas sao encontradas nas depressoes Amazonicas,
relacionadas ao embasamento de estilo complexo e nadepressao do Alto Tocantins/ Araguaia, associadas as
coberturas metassedimentares de dobramentos do Bra-
sil Central; nas chapadas de coberturas sedimentares in-
consolidadas do Sao Francisco, Meio Norte, Araripe,
Parecis e tambem, em superficies mais movimentadas e
com vertentes convexas do planalto Centro-SuI de Mi-
nas e nas serras do Mar e da Mantiqueira. Nos Latos-
solos Vermelho-Amarelos do planalto do suI de Minas e
9 2
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
oraum a ocorrencia de horizonte superficial bern de-
nvolvido do tipo proeminente ou humico. A fitofisio-
n .ia da vegetacao natural pode compreender tanto as
des mais secas como as mais umidas das formacoes
orestais, caatingas, cerrados e campos,
LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO - Esta classe com-
r ende solos de coloracao 2,5YR ou mais verme1hos e
t ores de sesqui6xido de ferro (Fe203) entre 11 e 18%. A
<;aoargila e constitufda de caolinita, gibsita e dentre
~ oxidos de ferro e expressiva a predominancia de he-
tHa. Em muites indivfduos a gibsita e a hematita pre-
ominam sobre os argilo-minerais caolinfticos, E co-
um nestes solos a ocorrencia da estrutura ultra peque-
n granular fortemente desenvo1vida com aspecto deic;aporosa in situ, tfpica de latossolo. Embora sejam
ilos de fertilidade natural muito baixa, ocorrencia de
divfduos com boas reservas de nutrientes e mais acen-
do do que nos Latossolos Verme1ho-Amarelos.
Esta classe ocupa grandes extensoes de superficies
nas e suave onduladas e estao relacionadas, princi-
Irnente. as coberturas metassedimentares associadas e
" berturas sedimentares inconsolidadas Plio-P1eisto-
nl as.Nas coberturas metassedimentares associadas as
x s de dobramentos, estes solos se distribuem exten-
v imente na superficie dos planaltos Central, Canas-
/ Alto Rio Grande, sob vegetacao de cerrado e campo
do; moderadamente nos patamares da serra Alto
guai/ Cuapore sob vegetacao de floresta subcaduci-
na depressao do Medio Sao Francisco, sob vege-
o de caatinga hipo e hiperxerofila,
93
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 46/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Nos sedimentos Plio-Pleistocenicos ocupam vastas
areas nas chapadas dos Parecis, dos planaltos de Caia-
portia, dos Parecis e da Bodoquena. Com excecao da co-
bertura vegetal do plartalto da Bodoquena que e consti-
tufda de floresta tropical caducif61ia, as outras areas
apresentam vegetacao de cerrado e campo cerrado.
LA TOSSOLO ROXO - Esta classe abrange solos de
cores vermelho-escuros de tonalidades arroxeadas e
matizes, preferencialmente lOR e/ou mais vermelhos, e
teores de sesqui6xido de ferro (Fe203) entre 18 e 40%.
Sao derivados de rochas basicas e sua massa apresenta
grande suscetibilidade rnagnetica. Na fracao argila ha
expressiva dorninancia de hematita e pequenas quanti-
dades de maghemita (Palmieri, 1986) e nas fracoes mais
grosseiras ha dominancia de ilmenita e magnetita. Nos
individuos de matiz lOR, ou mais vermelhos, ha virtual
ausenciade goetita (Figura 2.6). Apresentam textura
argilosa ou muito argilosa e a estrutura e tfpica de latos-
solo, constitufda por elementos granulares ultra peque-
nos e fortemente desenvolvidos, apresentando aspecto
de macica porosa in situ. E usual ocorrer a mudanca de
coloracao da superffcie do solo descoberto e nos barran-
cos de estradas, em funcao do angulo de observacao
e/ou incidencia dos raios solares. Tambem, e comum se
encontrar, na massa do solo, concrecoes muito pequenas
de manganes, tipo chumbinho de caca, que efervescem
quartdo e adicionado agua oxigenada. Nesta classe de
solos e mais comum a ocorrencia de individuos com boa
fertilidade natural, 0que os qualifica como eutr6ficos.
Estas paisagens ocorrem em superficies planas e
suave onduladas relacionadas com derrames basalticos
94
l'lgura 2.6 - T ip o e p ro po r(o es r ela tiv as d e 6 xid os d e fe rr o e m r ela -
r lT l) a c or u mid a d o h or izo nte B (P alm ie ri, 1 98 6).
I Hques de diabasio, Extensivas areas sao encontradas
11 0 planaltos Central e de Araucarias da Bacia do Para-
It . As areas sob influencia do rio Paranafba no Trian-
ulo Mineiro e suI de Coias ocorrem sob vegetacao de
lUI sta tropical subcaducif6lia enquanto que as areas
IL iniluencia do Rio Grande ocorrem sob vegetacao de
I l\ t subperenif6lia. No Estado do Mato Crosse do
II 0 orrem, principalmente, sob vegetacao de cerrado
mpo cerrado. No planalto das Araucarias a vegeta-
rmtural e constitufda de florestras subtropical pere-
III d Araucaria e de subtropical/tropical subpere-
1. No planalto e chapada dos Parecis, nasdepres-
Am zonica Meridional e do Medio Tocantins/ Ara-
l' ta o relacionados a diques de diabasio.
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
X 100en0
(Ij
a :0 (])
0: '0
r : r : c o GoetitaillLL oc
Gtll (])0 . . . .(])0 -0 40. . . .
X 0
-0 D..
:§ en 20a 0'0(Ij
E(j)
2.5YRll._.,
MATIZ MUNSELL - UMIDA
9 5
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 47/61
PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA
LATOSSOLO FERRIFERO - Esta classe abrange solos
de coloracao verme1ho-escuro commatizes preferencia1-
mente inferiores a lOR, teores de sesqui6xido de ferro
(Fe203) superiores a 40%. Sao solos derivados de rochas
metam6rficas tipo itabirito e congeneres e a massa dosolo e a1tamente atraida por ima. Neste solo e bastante
frequente a ocorrencia de concrecoes ferruginosas de
diametros variaveis, tanto na superficie como na massa
do solo, 0 que os qua1ifica como casca1hentos, apresen-
tando, nao variave1mente, textura argilosa e/ ou muito
argilosa cascalhenta.Tambem sao comuns as nuances
das tonalidades vermelhas e roxas em funcao da inci-
dencia dos raios solares.Estas paisagens estao relacionadas a re1evos ondu-
lados e forte ondu1ados, com encostas de conforrnacoes
convexas sob vegetacao de campos cerrados e cerrados
pouco densos e arbustivos. Ocorrem nas serras do Espi-
nhaco / Quadrilatero Ferrifero e dos Carajas, relaciona-
dos aos produtos de decomposicao de rochas metamor-
ficas muito ricas em ferro.
LATOSSOLO BRUNO - Esta classe abrange solos de
cores brunadas com matiz, preferencialmente, da ordem
de 5YR.Estes solos sao derivados de derrame basaltico
ou de rochas alcalinas, sob condicoes de clima umido e
frio. No caso dos solos derivados de rochas basalticas,
podemos dizer que sao as contrapartes dos Latossolos
Roxos desenvo1vidos sob condicoes de clima subtropi-
cal. A cor bruna e/ ou vermelho-amarelada do horizonte
Bw, reflete a predominancia de goetita sobre a hematita.
Na fracao argila ha predominancia de haloisita entre os
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
(mal cristalizada) e tarnbem ha ocorrencia regular de
vermiculita com hidr6xido de alurrunio inter-lamelar
(Palmieri, 1986). A estrutura do horizonte Bw e em blo-
cos subangulares fraca e moderadamente desenvolvida
e apresenta muito pouca atracao pelo ima. 0 horizonte
A tern altos teores de materia organica, porem, nao
apresenta cor escura devido as condicoes de clima frio.
Estas paisagens estao associadas a superficies pla-
nas e suave onduladas aeima de 800 metros de altitude,
sob vegetacao de campos subtropicais nos planaltos de
Araucaria e de Pocos de Caldas.
2) Terra Roxa E struturada - Esta classe abrange solos decoloracao verrnelho-escuro com nuances arroxeadas
de matiz, preferencialmente da ordem de 2,5YR.Ca-
racterizam-se, tambem, pela ocorrencia de horizonte
'B textural, porem com baixo gradiente textural entre
5 horizontes AeBt (Btextural), estrutura em bloeos
bern desenvolvida apresentando pelfculas de argilas
recobrindo parte dos elementos estruturais, argila de
tividade baixa e teores de sesqui6xido de ferro(F 203) superiores a 15%. °horizonte A e moderada-
m nte desenvolvido e 0horizonte Btapresenta pouca
diferenciacao entre seus subhorizontes. Sao solos
irivados de rochas basicas e/ou ultr abasicas, de
t I tura argilosa e muito argilosa e, em geral, apresen-
t im boa fertilidade natural.
I1staspaisagens ocorrem associadas as dos Latosso-
({(xos, porern, ocupam as superficies onduladas e
onduladas relacionadas com os derrames basalti-
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 48/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
encontradas nos planaltos Central e de Araucarias da
Bacia do Parana nos estados sulinos. Existem pequenas
ocorrencias relacionadas a areas de influencias de di-
ques de diabasios nas depress6es Arnazonicas Meridio-
nal e Setentrional sob floresta equatorial subperenif6lia
e na Depressao Medic Tocantinsl Araguaia sob vegeta-
cao de floresta tropical subperenifolia.
3) Terra B runa E siruiurada - Compreende solos de cores
brunadas e matiz, preferencialmente, da ordem de
5YR e 7,5YR. Podem se desenvolver a partir de I 'O>
chas basicas, intermediarias e alcalinas, porern, sem-
pre sob condicoes de clima frio e umido. Os prove-
nientes de rochas basicas, correspond em as contra-
partes das Terras Roxas Estruturadas, desenvolvidas
sob condicoes de clima subtropical. A cor bruna e/ ou
vermelha-amarelada do horizonte Bt reflete a predo-
minancia de goetita sobre a hematita. Na fracao argi-
la ha predominancia de haloisita entre os argilo-mi-
nerais, a caolinita e mal cristalizada e ha ocorrencia
regular de vermiculita com hidr6xido de aluminio
interlamelar (Palmieri, 1986). A estrutura do horizon-
te B e frequentemente prismatica e se desfaz em blo-
cos moderado a fortemente desenvolvidos. 0 gra-
diente textural e baixo entre os horizontes A e B e assuperficies dos elementos estruturais podem apre-
sentar, ou nao, filmes de argila iluvial (argilan), po-
rem sempre apresentam superficies de compressao,
devido ao alto indice de contratacao destes solos. 0
horizonte A tem uma apreciavel quantidade de mate-
ria organic a, mas esta nao e muito escura devido a scondicoes de clima frio e umido. Nao apresentam
9 8
PEDOLOGIA E GEOMORP LOCIA
tracao magnetica e possuem elevados teores de alu~'
minio trocavel.
IEstaspaisagens estao relacionadas aos campos sub-
tropicais de superficies onduladas e forte onduladas que
lrrem acima de 800 metros de altitude nos planaltos
Araucaria e de Pecos de Caldas (Rodrigues, 1984).
) l'o dz 61 ic o V erme lh o- Ama re lo - Esta classe compreende
olos que apresentam horizonte diagnostico B textu-
r 1 com sequencia de horizonte A, Bt e C ou A, E, Bt e
. Os horizontes sao bem diferenciados e apresentam
nmde gradiente textural, cujo incremento de argila
do horizonte A para 0Bt e facilmente perceptivel. A
texeura, atividade da argila e fertilidade natural sao
mutso variaveis.
sta classe e bastante expressiva e ocorre nos mais
dos dominios morfoestruturais, de unidades e clas-
d ) relevo. Em geral, predominam nas encostas con-
A e plano-inclinadas das superficies onduladas e
t • onduladas. A fitofisionomia da vegetacao natural et nt diversificada e pode ser composta de forma-
n restais, caatingas, cerrados e campos cerrados.
I 'ses que ocorrem em ambientes maissecos e
() umidos apresentam, em geral, solos com boas
, de nutrientes e argila de atividade alta.
lI t1 zo 1ic o B ru no -A ci nz en ta do - Esta classe compreen-
olos minerais moderadamente drenados, com B
rural bem nitido e com a parte superior escureci-
, A atividade de argila e alta, isto e , acima de 24
99
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 49/61
q/lOOg de argila ap6s correcao para carbona; a
do Bt e formada por blocos bern desenvol-
s e apresentam abundantes argilans na superfi-
os elementos estruturais.
Estes solos ocorrem em paisagens de superficies
suave onduladas e onduladas, sob vegetacao de floresta
perenif6lia subtropical e campestre e estao restritos aos
planaltos Sul-Riograndense e da Campanha Caucha e
aos patamares da Bacia do Parana, nos Estados de Santa
Catarina e Parana.
6) Podz61ico Amarelo - Sao solos profundos que se
caracterizam por apresentar coloracao amarelada dematizes 7,5YRa 10YR,nitida diferenca textural entre
o horizonte A superficial e 0 horizonte B textural
(Bt)subsuperficial, baixa atividade de argila e teores
de sesqui6xido de ferro (Fe203) inferiores a 7%.
Apresentam sequencia de horizontes A, Bt, C ou A,
E, Bt, C com diferenciacao de horizonte variavel,
dependendo do tipo de horizonte A e do incremento
da argila no Bt, sendo mais nitida quando 0horizon-
te E esta presente. Neste caso a transicao e abrupt a
para 0Bt.
Estes solos ocorrem, com bastante frequencia, nas
paisagens de topografia suave ondulada e ondulada sob
vegetacao de floresta tropical subperenif6lia e relacio-
nam-se, principalmente, com as coberturas Plio-Pleisto-
cenicas dos Tabuleiros Costeiros. Muito poucas consta-
tacoes tern sido noticiadas nas coberturas inconsolida-
das similares da bacia sedimentar amazonica.
100
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
7) Brunizem - Esta classe compreende individuos
pouco profundos, horizonte A preto e espesso, do
tipo chernozemico, e horizonte B textural ou cambico
de cores escuras (cromas e valores baixos e argila de
atividade alta). Estes solos apresentam elevados teo-res de materia organica, argilosos e fertilidade natu-
ral muito alta.
Estas paisagens estao limitadas, praticamente, as
superficies de topografia suave ondulada e ondulada
Q J e formam urn conjunto de pequenas elevacoes com
vertentes de dezenas de metros de altitude, em geral,
baixo de 200 metros e com cobertura vegetal preferen-
lalmente de campos com algumas areas de vegetacaorbustiva tipo parque. Ocorrem nos planaltos da Cam-
nha Caucha e Sul-Riograndense.
) Brunizem Avermelhado - Esta classe abrange solos
porucoprofundos com horizonte A chernozemico e
hoeizonte B textural de argila de atividade alta e
turacao de bases alta. Apresentam horizontes bern
diferenciados de sequencia A, Bt (Btextural) e C. 0
horizonte Bt apresenta cores avermelhadas vivas,
trutura prismatica que se desfaz em blocos forte-
n 'nte desenvolvidos e com abundantes argilans (fil-
11 de argila iluvial). Sao solos ricos em materia
Ul'Hnica, fertilidade natural muito alta e elevada
tva de nutrientes.
s paisagens estao relacionadas a areas descon-
muito dedivosas, compreendendo superficies
Iduladas e montanhosas com vale emV e verten-
101
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 50/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
103
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
tes de fortes declives. Em menor escala podem ocorrer
em topografias onduladas com vertentes de dezenas de
metros. Areas bastante representativas sao encontradas
no planalto de Araucaria, nos Estados de Santa Catarina
e Parana, sob vegetacao de floresta tropical perenif6lia e
subperenif6lia; no planalto Sertanejo, no Ceara, sobvegetacao de floresta/ caatinga; no planalto da Bodo-
quena, sob floresta tropical subacaducif6lia e na depres-
sao Jequitinhonha, na Bahia, e em menor escala nas ser-
ras do Alto Paraguai z Cuapore e da Mantiqueira, no
norte do Estado do Rio de Janeiro e sul do Estado do
Espirito Santo.
Sertanejos como nos de cobertura metassedimentares e
na depressao Sertaneja.
10 ) P Ia nosso Io s - Abrange solos de drenagem deficiente
com sequencia de horizontes, preferencialmente, do
tipo A, E, Bt ou Btg (horizonte B textural gleico) e C
ou Cg e t ransicao abrupta entre os horizontes E e B.
Os horizontes A e E sao, em geral, de textura areno-
sa e apresentam contraste nitido com 0 horizonte B
de textura mais argilosa. Apresentam feicoes as50-
ciadas com drenagem imperfeita (cores cinzentas
associadas a manchas avermelhadas e amareladas).
9) Bruno N iio C alc ic o - Esta classe compreende indivi-
duos pouco profundos e/ou rasos, com horizonte Btextural (Bt) de coloracao avermelhada viva, ativida-
de de argila e saturacao de bases muito alta. 0 hori-
zonte A e, em geral, fracamente desenvolvido e de
estrutura macica. Sao solos de sequencia de horizon-
tes, preferencialmente, do tipo A, Bt e C e a transicao
do horizonte A para 0Bt e, em geral, abrupta.
Estas paisagens estao relacionadas quase que ex-
clusivamente com a zona fisiografica do Sertao Nordes-tino sob vegetacao de caatinga hiperxer6fila arb6rea -
arbustiva e em menor escala na regiao do agreste sob
vegetacao de caatinga hipoxer6fila. Ocorrem em topo-
grafias de superficie suave e forte ondulados com vales
em V abertos e vertentes de dezenas de metros. Na
superficie e comum a ocorrencia de cascalhos e calhaus
de quartzo formando um tipo de pavimento desertico.
Estes solos distribuem-se tanto nos planaltos Residuais
Estas paisagens encontram-se distribuidas por todo
ls, principalmente nos pedimentos de varias unida-de relevo e estao relacionadas a superficies topogra-
'as praticamente planas e suave onduladas, formando
1 s bemabertos com vertentes bastante suaves de
t nas de metros.
Areas representativas com carater so16dico sao
ntradas na zona fisiografica do agreste nordestino
vegetacao de caatinga hipoxerofila e, em menor
la, sob caatinga hiperxer6fila, nos pedimentos dos
n ltos Residuais Sertanejos, nas depressoes Sertane-
I do Medio Sao Francisco e do Meio-Norte, Areas re-
ntativas, tambem, sao encontradas nas depressoes
t rnarias do Pantanal sob vegetacao do Complexo
P ntanal e de Boa Vista sob vegetacao de campinara-
, No Rio Grande do SuI ocorrem nos Planaltos da
panha Caucha e Sul-Riograndense com horizonte
tante espesso do tipo chernozemico e vegetacao
102
PEDOLOCIA E CEOMORFOLOCIA
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 51/61
11) Solonetz - Solodizado - Compreende solos rasos ou
pouco profundos com alta saturacao com sodio, dre-
nagem impedida e horizonte B natrico. Apresentam
sequencia de horizontes, preferencialmente, do tipo
A, E,Btn (horizonte B textural com acumulacao de so-
dio trocavel) e Cn (horizonte C com acumulacao de
sodio trocavel). Os horizontes A e E sao bastantes are-
nosos e a transicao para 0horizonte Btn e abrupta.
Estas paisagens estao limitadas as superficies qua-
ternarias pratieamente planas e/ ou depressoes de var-
zeas sob influencia de rios intermitente~ na regiao suba-
rida nordestina, na depressao do Pantanal e ao longo da
costa em pedoambientes mais secos. A cobertura vege-
tal e, em geral, constituida por individuos arbustivos e
graminoides tolerantes ao excesso de sais.
12) Solonchack - Esta classe e formada por individuos
pouco desenvolvidos e com horizonte salico. Estao
sujeitos a encharcamento sazonal e/ou permanente
e os subhorizontes apresentam cores cinzentas, azu-
ladas e/ou esverdeadas. 0 horizonte superficial e
pouco espesso e nas estacoes secas pode apresentar
crostas salinas superficiais devido a ascencao capilar
e precipitacao de sais.
Estas paisagens nao sao muito extensas e ocorrem
em areas quaternarias sob influencia fluviolacustremari-
nhas ou em vasas marinhas, ao longo e / ou adjacentes a
costa. A vegetacao natural e constituida de comunida-
des arbustivas e/ ou campos graminiformes tolerantes
ao excesso de sais e de agua,
104
PEDOLOGIA E
13) Cam bissolos - Compreende individuos pou o tit'
senvolvidos e com horizonte B incipiente, onde II
material subjacente ao horizonte A sofreu alteraco '
em grau nao muito avancado, contudo, 0 suficient '
para 0 desenvolvimento de cor e/ ou estrutura, po-
dendo apresentar, no maximo, menos da metade do
volume do horizonte B incipiente, constituido por
fragmentos de material originario ou nao,
As paisagens sao as mais diversificadas e ocorrem
de forma descontinua sob varias coberturas vegetais,
em quase todas as unidades de relevo, sendo, porern,
mais representativas nas superficies topogrMicas forte
onduladas e montanhosas. Algumas podem ocorrer em
superficies planas de sedimentos quaternaries aluviais.
Areas muito representativas aparecern no planalto de
Araucarias enos patamares da Bacia do Parana e nas
formas agudas e linhas de cristas da serra do Mar e da
Mantiqueira, podendo apresentar horizonte superficial
d tipo humico bastante espesso.
14 ) L iio sso lo s - Abrange individuos rasos ou muito ra-
sos, pouco desenvolvidos com sequencia de horizon-
te A, C e R ou A e R. Em geral, apresentam horizonte
A diretamente sobre substrato rochoso, contudo, po-
dem exibir horizonte B incipiente muito pouco espes-
so, acima do material rochoso pouco intemperizado,
breposto ao substrato rochoso. Em geral, sao solos
muito pobres e acidos.
As paisagens desta c1asse sao as mais variadas e
ral, ocorrem associadas as dos cambissolos. Nor-
105
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 52/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
11)Solonetz - Solodizado - Compreende solos rasos ou
pouco profundos com alta saturacao com sodio, dre-
nagem impedida e horizonte B natrico. Apresentam
sequencia de horizontes, preferencialmente, do tipo
A,E,Btn (horizonte B textural com acumulacao de so-
dio trocavel) e Cn (horizonte C com acumulacao de
sodio trocavel). Os horizontes A e E sao bastantes are-
nosos e a transicao para 0horizonte Btn e abrupta.
Estas paisagens estao limitadas as superficies qua-
ternarias praticamente planas e/ou depressoes de var-
zeas sob influencia de rios intermitentes na regiao suba-
rida nordestina, na depressao do Pantanal e ao longo da
costa em pedoambientes mais secos. A cobertura vege-
tal e , em geral, constituida por individuos arbustivos e
graminoides tolerantes ao excesso de sais.
12) S olo nc ha ck - Esta classe e formada por individuos
pouco desenvolvidos e com horizonte salico. Estao
sujeitos a encharcamento sazonal e/ ou permanente
e os subhorizontes apresentam cores cinzentas, azu-
ladas e/ ou esverdeadas. 0 horizonte superficial e
pouco espesso e nas estacoes secas pode apresentar
crostas salinas superficiais devido a ascencao capilar
e precipitacao de sais.
Estas paisagens nao sao muito extensas e ocorrem
em areas quatemarias sob influencia fluviolacustremari-
nhas ou em vasas marin has, ao longo e/ou adjacentes a
costa. A vegetacao natural e constituida de comunida-
des arbustivas e/ou campos graminiformes tolerantes
ao excesso de sais e de agua.
104
14) L ito ss olo s - Abrange individuos rasos ou muito ra-
80S, pouco desenvolvidos com sequencia de horizon-
te A, C eR ou A e R. Em geral, apresentam horizonte
A diretamente sobre substrato rochoso, contudo, po-dem exibir horizonte Bincipiente muito pouco espes-
80, acima do material rochoso pouco intemperizado,
sobreposto ao substrato rochoso. Em gera1,sao solos
muito pobres e acidos,
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
13) C am bissolos - Compreende individuos pouco de-
senvolvidos e corn horizonte B incipiente, onde 0
material subjacente ao horizonte A sofreu alteracoes
em grau nao muito avancado, contudo, 0 suficiente
para 0 desenvolvimento de cor e/ou estrutura, po-
dendo apresentar, no maximo, menos da metade do
volume do horizonte B incipiente, constituido por
fragrnentos de material originario ounao,
As paisagens sao as mais diversificadas e ocorrem
de forma descontmua sob varias coberturas vegetais,
em quase todas as unidades de relevo, sendo, porem,
mais representativas nas superficies topograficas forte
onduladas e montanhosas. Algumas podem ocorrer em
superficies planas de sedimentos quaternaries aluviais.
Areas muito representativas aparecem no planalto de
Araucarias enos patamares da Bacia do Parana e nas
formas agudas e linhas de cristas da serra do Mar e da
Mantiqueira, podendo apresentar horizonte superficial
do tipo humico bastante espesso.
As paisagens desta classe sao as mais variadas e
in geral, ocorrem associadas as dos cambissolos. Nor-
105
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 53/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
malmente estao confinados a paisagens mais ingremes,
cornijas e frente de cuestas, alinhamento de cristas e de
cumieiras associadas a afloramentos naturais de rochas
das encostas das serras, alcantilados, penhascos, pene-
dos etc.
1 5) P lin to ss olo s - :, Esta classe e formada, em geral, por
solos hidrom6rficos e com horizonte plintico, isto e,
com abundante presenca de manchas avermelhadas
e amareladas entremeadas por materiais esbranqui-
cades. As manchas avermelhadas tern a habilidade
de endurecer irreversivelmente ap6s sucessivos ci-
clos de umidecimento e secagem dando origem a
coricrecoes ferruginosas chamadas lateritas e/ou
conglomerados lateriticos. .
Essas paisagens estao relacionadas a pedoambien-
tes de superficies com topografias planas e suave ondu-
ladas, com concomitante movimentacao lenta de agua
atraves da massa do solo, promovendo umedecimento
intermitente dos tercos inferiores das encostas e / ou
areas de planicies com drenagem interna intermitente.
Areas muito expressivas sao encontradas na depressao
Solimoes da bacia sedimentar amazonica, compreen-
dendo principalmente 0 medio-baixo curso dos rios
Purus, [urua, [utai e grande parte da ilha de Maraj6; nas
depressoes interioranas quaternarias da ilha do Bananal
e porcao norte do Pantanal e na planicie Maranhense.
Nos dominios geom6rficos dos Tabuleiros Costeiros
estes solos ocorrem com frequencia nos pedimentos e
tercos inferiores das paisa gens.
10 6
PEDOLOGIA E GEOMORP01.0 IA
PLINTOSSOLOS CONCRECIONARIOS - Estes solos
orrespondem a uma variedade dos Plintossolos e dife-
II Indevido a abundante ocorrencia de concrecoes ferru-
gi nos as, com diarnetro de 2mm ate 6cm, na massa do
010. Algumas areas apresentam concrecoes na superff-
I quaseque formando urn tipo de pavimento. As con-r 90es podem ser consequencia do endurecimento irre-
v rsfvel da plintita local e/ou terem sofrido transporte.
Essas paisagens apresentam, geralmente, cobertura
v .getal de cerrado subcaducif6lio e/ ou campo cerrado.
( orrem em superficies mais dissecadas, exceto quando
fit~o relacionadas a substrata de folhelho e/ou conge-
n 'res, que a superffcie topografica e praticamente plana.
as representativas sao encontradas nas depress6es
do Meio Norte, Medio Tocantins/ Araguaia e Alto Para-K I i.no planalto e Chapada dos Parecis.
) Podzol - Esta .cl asse e constitufda de solos areno-
quartzosos corn nftida diferenciacao e sequencia de
horizontes do tipo A, E, Bpodzol (Bhs) e C.0hori-
zonte A, de cor escura, contrasta com 0 horizonte E,
albico de colo racao clara, 0 qual, por sua vez, con-
trasta com 0 horizonte subsequente Bhs, isto e, B
pcdzol de col oracao cafe, que normalmente esta a
urea profundidade maior do que 50cm.
Essas paisagens estao associadas a plarucies e cor-
~Moraneos e dunas estabilizadas, sob vegetacao de
tlnga arb6rea e / ou arbustiva, com substrato gramini-
rme. Algumas ocorrencias tern side observadas em
1uleiros Costeiros e Amazonicos: neste caso estao
I1cionad as a pequenas depress6es e/ ou bols6es areno-
10 7
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 54/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
quartzosos. Esporadicas ocorrencias tern sido constat a-
das ern materiais provenientes de metaquartizitos na
serra da Mantiqueira. Nos ambientes fora da orla mari-
tima a vegetacao e constituida de especimes florestais
de baixo porte e pouco densas.
PODZOL HIDROMORFICO - Estes individuos inte-
gram variedades hidrom6rficas de podzol, as quais
apresentam lencol freatico pr6ximo a superficie sazonal- .
mente. Nao apresentam cores neutras cinzentas devido
ao material originario ser de natureza areno-quartzosa e
desprovido, totalmente, de qualquer material argiloso.
As classes da orla maritima apresentam paisagens
similares as do podzol nao hidrom6rfico. Grandes
areas desta c1asse ocorrem ern sedimentos areno-quartzosos inconsolidados nas depressoes Rio Bran-
co/Negro e da Amazonia Setentrional, na regiao sob
influencia do Rio Uapes. Ern ambas as areas a vegeta-
cao e constituida de comunidades pioneiras denomina-
das de Campinarana.
1 7) G le isso los - Esta classe compreende solos hidromor-
ficos corn sequencia de horizontes, preferencialmen-
te, A ou He horizonte glei (Cg) ou A, B incipienteglei (Big) e Cg. Apresentam horizonte A superficial
de cor preta, teores de materia organic a elevados e
espessura variando de 10 a 30cm. A partir da base
do horizonte A ou H, os horizontes e / ou camadas
apresentam cores acinzentadas ou cinzentas, corn
mosqueados amarelados e avermelhados causados
pelos processos de oxi-reducao devido as oscilacoes
do lencol freatico.
108
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Estas paisagens compreendem extensos dominios
das planicies fluviais e fluviolacustres e distribuem-se
por todo 0 Brasil, sob divers as condicoes de clima. A
vegetacao natural pode ser constituida por florestas
/ou campos de v arzeas corn especies tolerantes a
xcesso deagua (hidr6filas e higrofilas) e corn fitofis io-nomia de aspecto perenif6lio.
i8) S olo s T io m6 rfic os - Esta classe abrange solos influen-
ciados pela acao das mares. Compreende individuos
pouco desenvolvidos podendo ser compostos quer
de material organico quer de camadas minerais
estratificadas, porem, ambas nao calcareas, corn alta
percentagem de compostos de enxofre e / ou apre-
. sentando mosqueados de jarosita (sulfato de ferro),
quando artificialmente drenados. Sao extremamente
acidos e apresentam alta condutividade eletrica em
todas as camadas.
Esses solos estao relacionados aos dominies das
plamcies marinhas, fluviomarinhas e fluviolacustrema-
rlnhas, distribuindo-se em areas adjacentes a orla mari-
tima, influenciadas pelo fluxo e refluxo das mares. A
v getacao natural e constituida par campos ha16filos de
vt rzea.
1 9 ) V ertis so lo s - Esta classe e integrada por individuos
de drenagem imperfeita e que apresentam caracte-
risticas verticas, em geral muito argilosos, com pro-
nunciadas variacoes no seu volume, conforme 0 teor
de umidade, apresentando fendilhamento profundo
no periodo seco. A variacao de v olume da massa do
solo e expressa sob forma de estrias denominadas
109
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 55/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
superficies de friccao, as quais ocorrem nas faces de
agregados cuneiformes ou paralelepipedicos. tam-
bern 0 microrrelevo do tipo gilgai (microrrelevo for-
mado pela expansao da argila) e a autogranulacao
podem ser tornados como indicadores coadjuvantes.
Essas paisa gens nao sao muito extensas e estao
confinadas a areas e/ ou depressoes semifechadas, que
apresentam pedoambientes com drenagem impedida ou
intermitente, devido ao c1ima subarido. Areas represen-
tativas ocorrem nos planaltos da Borborema e Sertanejo
e na depressao Medic Sao Francisco, sob vegetacao de
caatinga hiper e hipoxer6fila; no planalto da Bodoquena
e na depressao Alto Paraguai, no Pantanal, sob vegeta-
C;aode floresta tropical subcaducif6lia; no ReconcavoBaiano, sob vegetacao de floresta tropical subperenif6-
lia/perenif6lia enos planaltos Sul-Riograndense e da
Campanha Caucha, com vegetacao campestre.
20) Rendzinas - Esta classe e integrada por individuos
rasos ou muito rasos, com sequencia de horizontes,
preferencialmente, A, C e R ou A e R desenvolvidos
a partir de rochas calcareas, 0 horizonte A e do tipo
chernozemico com elevados teores de carbonato de
calcic (CaC03) equivalente. Sao solos de muito alta
fertilidade, boa reserva de nutrientes e altos teores
de materia organica,
Essa c1asse de solo nao e muito extensa no Brasil e
ocorre em regioes com deficiencias hidricas. Areas re-
presentativas sao observadas em relevo praticament
plano, sob vegetacao de caatinga hiperxer6fila arbus-
110
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
tiva-arborea, pouco densa nas partes baixas do planalto .
cia Borborema no Rio Grande do Norte e em relevo urn
POllCO mais movimentado, sob vegetacao de fioresta tro-
pical caducif6lia, no planalto da Bodoquena, no Panta-
nal. Em muito menor escala, tern sido observada a ocor-
remlciaem outros estados onde ha ocorrencias de mate-rial calcario pr6ximo a superficie.
2 1) R eg osso lo s - Esta classe compreende solos poucos
profundos, com sequencia de horizontes A, C e R.
Em geral, sao de textura arenosa e cascalhenta com
abundante ocorrencia de minerais facilmente intem-
perizaveis. 0 horizonte A e fracamente desenvolvi-
do com baixos teores de materia organica.
Embora sejam de ocorrencia restrita, as paisagens
o bern diversificadas e ocorrem em superficies de to-
ografia plana a suave ondulada na regiao serni-arida
t relevo forte ondulado e montanhoso das serras do
M r e da Mantiqueira. Em geral, ocorrem associadas as
iagens dos cambissolos e litossolos. Areas represen-
tivas sao encontradas em superficies planas sob vege-
< ; 0 de caatinga hiper e hipoxer6fila no planalto da
rborema e na depressao Sertaneja; na depressao Alto
r guai, no Pantanal, sob vegetacao do Complexo do
ntanal: nas serras do Mar e da Mantiqueira sob flores-
p renif6lia e subperenif6lia e no planalto Sul-Rio-
ndense, com vegetacao campestre.
Areias Q ua rtzo sa s - Esta classe e formada por solos
F r fundos de ccnstituicao areno-quartzosa com-
pr ndendo, apenas, as classes texturais areia e areia
1 1 1
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 56/61
PEDOLOGlA E GEOMORFOLOGIA
franca, coloracao amarelada e avermelhada, extre-
mamente pobre em nutrientes e com horizonte A
fracamente desenvolvido.
Essas paisagens sao bastante expressivas em quase
todas regioes brasileiras e estao relacionadas a coberturassedimentares areno-quartzosas e cornu mente ocorrem
em superficies de topografia plana e suave ondulada. A
vegetacao natural predominante e a de cerra do subcadu-
cif6lio e/ou campo cerra do nos planaltos dos Guima-
raes, Caiaponia, nas chapadas dos Parecis e Meio Norte e
nas depressoes do Bananal, Pantanal e Medic Tocan-
tins/ Araguaia. A cobertura de vegetacao de caatinga
hiper ou hipoxer6fila ocorre nos planaltos de Ibiapaba e
na depressao do Medio Sao Francisco. Nas depressoesinterioranas quaternarias do Rio Branco/Negro e Boa
Vista ocorrem com cobertura vegetal pioneira - Campi-
narana e na depressao quaternaria do Xingu ha predomi-
nan cia de floresta tropical subcaducif6lia.
AREIAS QUARTZOSAS HIDROMORFICAS - Compre-
ende individuos formados por camadas estratificadas
ou nao de natureza arenosa e com lencol freatico pr6xi-
mo a superficie. Apresentam, em geral, horizonte super-ficial pouco desenvolvido e embora ocorram em am-
bientes de drenagem extremamente deficiente, nao pos-
suem cores neutras cinzentas, devido ao material sedi-
mentar ser de natureza areno-quartzosa e desprovido,
quase que completamente, de material argiloso.
Essas paisagens estao relacionadas com os domi-
nios de depressoes quaternarias e apresentam relevo
praticamente plano e, em geral, ocorrem associadas a
112
PEDOLOGIA E GEO MO RPO LO IA
outros solos hidrom6rficos. Areas representativas sao
encontradas nos sedimentos inconsolidados das depres-
sees quaternarias de Boa Vista e Rio Branco/Negro sob
vegetacao de comunidades pioneiras-Campinarana e
masdepressoes Guapore, Bananal e Pantanal sob vegeta-
' tao de campo cerrado.
AREIAS QUARTZOSAS MARINHAS - Esta classe e inte-
gwada por individuos arenosos constituidos par camadas
estratificadas, com ou sem ocorrencia de fragmentos con-
ciAruteros.Sao individuos com desenvolvimento de hori-
zente A muito fraco e algumas dunas estao incluidas
aesta classe.
Essas paisagens compreendem dominios das plani-
des marinhas, fluviomarinhas e fluviolacustre mari-mnas, distribuindo-se pela faixa litoranea ou pr6ximo do
literal. Ocorrem sob vegetacao de floresta arb6reo-
nrbustiva e/ou campo hidr6filo de restinga. Areas com
grande expressao sao encontradas nos estados do Mara-
n~ao, Ceara, Bahia, Rio Grande do SuI.
23 ) S olos A luviais - Esta classe compreende individuos
com horizontes pouco desenvolvidos e/ou camadas
estratificadas de natureza argilosa, siltosa e/ au are-nasa dependendo da natureza do sedimento. Apre-
sentam drenagem interna varian do de bern a imper-
~eitamente drenado e harizonte superficial de cor
escura com teores medics de materia organica, Os
horizontes e / ou camadas apresentam cores vivas
amareladas e / au avermelhadas. As camadas mais
[pwfundas, em geral, expressam cores neutras acin-
zentadas associada a presen<;ado lencol freatico.
1 1 3
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 57/61
PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA
Compreendem extensos domfnios das plarucies
fluviais ocorrendo em todo 0Brasil em areas adjacentes
aos rios em superficies praticamente planas e sob cober-
tura vegetal natural, em geral, florestal com fitofisiono-
mia de aspecto perenif6lio.
2 4) S olos O rg anico e - Esta classe e integrada por indivf-
duos hidrom6rficos constituidos de materiais orga-
nicos produzidos pel a vegetacao natural hidrofila, a
qual tern sua decomposicao bioqufrnica retardada,
devido as condicoes de encharcamento permanente
e a consequente deficiencia de oxigenio. Apresentam
urn horizonte superficial turfoso bastante espesso.
de cor preta, com espessura superior a 40cm e as
camadas subsequentes podem ser constituidas de
restos de vegetais em varies graus de decomposicao,
ou de camadas arenosas e / ou argilosas gleisadas.
Sua ocorrencia compreende areas nao muito exten-
sas e estao circunscritos a depress6es holocenicas fluvio-
lacustres com vegetacao natural, em geral, formada por
carnpina de varzeas.
25) O utras Form acoes - Compreende 0 dominio de ma-
teriais nao considerados como solos devido nao ex-pressarem caracteristicas dos processos e mecanis-
mos de formacao de solos. Esta classe e integrada
por dunas, manguezais e afloramentos de rochas.
DUNAS - As que ainda estao sem cobertura vege-
tal e por conseguinte nao estaveis e sujeitas a novo
transporte pelo vento sao consideradas como tipo de
114
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
terreno. As dunas estaveis, nas quais ja se estabeleceu a
vegetacao e onde ha urn desenvolvimento de horizonte
A superficial sao consideradas dentro dos solos areno-
quartzosos marinhos.
MANGUEZAIS - Compreendem materiais gleiza-dos e sem diferenciacao de horizontes, com alto con-
t udo em sais e compostos de enxofre, provenientes da
gua do mar. Distribuem-se em areas sedimentares
antanosas e alagadas, sujeitas a influencia permanen-
te das mares. Estes terrenos sao constituidos por vasas
de dep6sitos recentes.
AFLORAMENTOS ROCHOSOS - Qualquer exposicao
11 tural de rochas na superficie, tal como: penhascos,
p ned os, alcantilados etc.
8.Aplicacao dos Estudos Edafo-Ambientais
No Brasil, embora haja uma extensao territorial
b astante expressiva, os estudos edafo-ambientais serao
olicitados com maior frequencia em futuro pr6ximo. A
pansao dos centros urbanos, e principalmente os
iral-urbanos e da populacao como urn todo, torna 0
uso da terra cad a mais competitivo e todo e qualquer
l po de solo sofrera pressao continuada para atender a
iscente necessidade de se expandir as infra-estruturas
'Ib,lkas e privadas e a producao de alimentos. Isto re-
I'te a evidencia vital, cada vez maior, da importancia
, terra como um espaco para manutencao e melhoria
\ qualidade de vida dos seres humanos. Muitas das
1 15
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 58/61
decis6es serao irreversiveis, por isso e de capital impor-
tancia que 0 planejamento de uso da terra seja feito em
funcao Qesuas qualidades e caracteristicas para atender
determilladas prioridades e/ou ocupacao de qualquer
espac;o t~rrestre.
Devido a sua extensao continental e a disponibili-dade de terras, no Brasil, as areas para atividades agri-
colas, florestas comerciais, recreacao, preservacao e
outras aUvidades devem ser selecionadas em funcao de
sua VOCClc;aoadequabilidade para os respectivos usos.
Os estudos edafo-ambientais ou levantamentos de
solos saC)ferramentas vitais para 0 planejamento, orde-
narnentr, e / ou reordenamento e ocupacao de areas.
Alem de nos mostrar a distribuicao espacial das diver-
sas classes de solos nos fornecem informacoes essenciaissobre as caracteristicas quimicas, fisicas, minera16gicas e
das condic;6es ambientais dos solos, segundo criterios
referento, as condicoes das terras que interferem direta
ou inditetamente no comportamento e qualidade do
meio aillbiente, para condicoes alternativas de uso e
manejo. Para atender estas necessidades as unidades de
mapeam.ento dos levantamentos de solos sao subdividi-
das, entre outras, em funcao da vegetacaonatural, decli-
vida de e classe de relevo, pedregosidade, rochosidade,substrate, rochoso e drenagem interna do solo.
o conhecimento e a organizacao das qualidades e
das caracteristicas dos solos na sua ambiencia, identifi-
cados n()S levantamentos de solos ou edafo-ambientais
sao essenciais, entre outros no provimento de bases para
os seguintes estudos e/ou grupo de atividades:
- servir de referencial para 0 estabelecimento de politi-
116
cas e estrategias para desenvolvimento sustentavel
associado a conservacao ambiental em nivel Federal,
Estadual e Municipal;
- estabelecer politicas e estrategias de educacao am-
biental, ordenamento e reordenamento de utilizacao
de areas que sejam economicamente viaveis, social-mente justas e ecologicamente adequadas;
- modelar 0 desenvolvimento agricola sustentavel e
melhorar a qualidade de vida para as geracoes atuais
e futuras;
- planejar e implementar 0 desenvolvimento de siste-
mas integrados de producao e selecionar areas para
exploracao agricola, pastoril e florestal intensivas it
nivel de propriedade rural;
- identificar e avaliar os impactos ambientais induzi-dos pela acao do homem e fornecer apreciacao da
qualidade e da realidade dos recursos naturais;
- estudar areas para localizacao e orientacao de rodo-
vias, estradas vicinais, ferrovias e para desenvolvi-
mento urbano, rural-urbano e industriais;
- selecionar areas para turismo ecol6gico, recreacao,
parques, camping, aterro sanitario, cemiterios, pre-
servacao da flora e da fauna;
- selecionar areas para programas e projetos conserva-cionistas, agrovilas, estacoes e campos experimentais,
irrigacao e drenagem;
- selecionar areas para loteamentos urbanos e rural-
urbanos com e sem infra-estrutura de saneamento
basico:
- zoneamento rural, equalizacao de taxacao de impos-
to territorial, seguro agricola e desapropriacao:
- planejar, elaborar programas e identificar problemas
117
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 59/61
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
na implantacao de praticas de manejo e conservacao
do soloe da agua:
- estabelecer e implementar palos irradiadores para
difusao e transferencia de tecnologias agroambientais
sustentaveis:
- zoneamentos agroambientais, avaliacao da aptidaoagricola das terras, diversificacao agricola, recupera-
cao de areas degradadas; e
- estudos de avaliacao da fertilidade natural, impedi-
mentos a mecanizacao, trafego de maquinas pesadas,
suscetibilidade a erosao, profundidade do solo e len-
< ; 0 1 freatico.
9.
Conclusoes
Este capitulo da uma visao global e de forma sinte-
tica dos conceitos basicos de pedologia e das relacoes
das principais classes de solos com dominios geomorfi-
cos. as estudos pedologicos sao de natureza interdisci-
plinar e as inter-relacoes entre pedologia e 0 ambiente
tern suas origens na fase inicial, durante a evolucao dos
horizontes e depois da maturacao das caracteristicas
dos horizontes que individualizam cada classe de solo.
Os solos sao parte vital e integral do ambiente e sao
definidos como individuos naturais distintos, produzi-
dos pela interacao do clima e organismos sobre 0 mate-
rial de origem, na superficie terrestre, e expressam
caracteristicas dos processos e mecanismos que predo-
minaram na sua formacao. As unidades de mapeamen-
to e suas fases representam a distribuicao cartografica
das diferentes classes, ou associacao de classes de solos,
118
PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
na sua ambiencia. Os solos podem variar em pequenas
distancias, por isso e necessario e muito importante
estabelecer, antecipadamente, 0 grau de homogeneida-
de requerido das unidades de mapeamento para se esta-
belecer o tipo de levantamento de solos ou edafo-
arnbiental que deve ser feito para atender ao planeja-
mento e/ou a solucao do problema ambiental, rural ou
urbano. 0 clima atmosferico associado ao pedoclirna, ao
aspecto e a posicao das encostas, a flora e a fauna e as
acoes do hornern sao os fatores externos que mais afe-
tam 0arnbiente no qual 0solo esta inserido. As infor-
macoes contidas nos levantarnentos de solos ou edafo-
arnbientais, tern sido muito utilizadas, entre outros, por
planejadores, geografos, ecologistas, economistas, enge-
nheiros, botanicos, conservacionistas, professores eagrologistas.
10. Bibliografia
AB'SABER, A. N. (1970)Provfncias geol6gicas e domfnios morfocli-
maticos no Brasil. Geomor fo logia , Sao Paulo. (20):26p.
DOKUCHAEV, V.v. (1883).Citado In: Basic soil science for agricul-
ture, Capitulo I.V.R.VIL'YAMSWeathering of rocks and diffe-
rentation of the properties of soil-forming rocks. Translatedfrom Russian by N. Kaner em 1968. Israel Prog. for scientific
translations. Jerusalem. Avaiable from u.s. Dept. of Agricultureand National Scie~ceFoundation. Washington, D.C. p. 25-42.
ONPEA (1972)Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuaria.
Ministerio da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do
Solo, atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos, CNPS-EM-
BRAPA. Levantamento Explorat6rio-reconhecimento dos solos
do Estado da Parafba, Rio de Janeiro, RJ.683p. (Bol.Tee, 15).
NPEA (1973a)Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuaria.
Ministerio da Agricultura. Divisao de Pesquisa Pedol6gica,
119
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 60/61
I'EDOI.(X;IA I'CEOMORFOI.OCIA
atual Centro Nacional de Pesquisa de Solo, CNPS-EMBRAPA.
l.cvantamento cxploratorio-rcconhccimcnto dos solos do Estado
de Pernambuco. Rio de Janeiro, RJ.312p. (Bol.Tee. 26).
DNPEA (1973b) Departamento Nacional de Pesquisa e Experimen-
tacao Agropecuaria. Min isteri o da Agricultura. Di v isao de
Pesquisa Pedologica. atual Centro Nacional de Pesquisa de So-
los, CNPS-EMBRAPA.Rio de Janeiro, RJ. Levantamento Explo-
ratorio dos solos que ocorrern ao longo da Rodovia Transama-
zonica (Trecho Itaituba-Estreito). 65p. (Bol. Tee. 33).
EMBRAPA (1979a) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.
Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,
SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. M an ua l d e M eto do s d e a na lise d e so lo s
(3:' Aprcximacao). Iv.
EMBRAPA (1979b) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.
Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,
SNLCS. Rio de Janeiro, RJ.Sumula XReuniao Tecnica de Levan-
tamento de Solos. 83p. (Miscelanea, 1).
EMBRAPA (1981) Empresa Brasileira de Pes qui sa Agropecuaria.
Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. Mapa de Solos do Brasil. Esc.
1:5.000.000.
EMBRAPA (1982) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria,
Serv ico Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,
SNLCS. Levantamento de reconhecimento de media intensida-
de dos solos e avaliacao da aptidao agrIcola das terras do
Triangulo Mineiro, Me. Rio de Janeiro, RJ. 525p. (Bol. Tee.I),
EMBRAPA (1988) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria,
Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,
SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. S is te ma B ra sile ir o d e C la es ific ac ao d e
Solos (3: ' Aproximacao). 122p. (mimeografado).EMBRAPA (1992/93) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.
Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,
SNLCS. Rio de Janeiro , RJ. D e li ne am e nt o m a cr oa g ro ec ol 6g ic o d o
Brasil. 158p. (rAproximacao. Mapa publicado. Relat6rio mi-
meografado ).
FAa (1991) Food and Agriculture Organization of the United
Nations . An exploratory note on the FAO world soil resources
Map at 1:25.000.000 scale. Wo rl d S oi l R es ou rc es R ep o rt s 66. Rome.
59p.
FALESI, I.e. (1970) S olo s d e M on te A leg re. Instituto de Pesquisas e
120
PEDOLOGIA EGEOMORFOLO [A
Experimentacao Agropecuar ia do Norte. IPEAN. Minis terio da
Agricultura. Belem, PA. 127p. vol. 2 (Serie. Solos da Amazonia).
IBGE(1990) Fundacao Instituto Brasileiro de Geografia. Mapa clima-
tico do Brasil. (Ese. 1:5.000.000).
IBGE (1993) Fundacao Instituto Brasile iro de Geografia. Mapa de
urudades de relevo do Brasil. Esc. 1:5.000.000.
JENNY, H. (1941) Fac to r s o f S o il F o rma ti on . Mc. Craw-Hill, New York.
USA. 281p.
KAMPF, N. & SCHWERTMANN, U. (1983) Goethite and hematite
in a climosequence in Southern of Brazil and their application in
classification of Kaolinitic soils. Ceoderma, 29: 27-39.
MAIO, CR. (1990) Divisao morfoclimatica do Brasil. In: Diagn6st ico
B rasil. A ocupacao do territ6 rio e 0 m e io am bi en te . Rivaldo P.
Cusmao, e t a l. Rio de Janeiro, RJ. lEGE. Diretoria de Ceociencia,
p.129-161.
MIAOEMA, R. (1989)Mineral soil conditioned by human influences:
Anthrosols. In: L ec tu re n ote s o n g eo gr ap hy , fo rm atio n, p ro pe rtie s
a nd u se of the m ajo r S Oils o f the w orld. P.M. Driessen & R. Dudal
(Eds), Agriculture University. Wageningen. The Netherlands.Catholic University Leuen, Belgium. p. 35-40.
MUNSELL COLOR COMPANY (1975) M unsell soil color chart.
M un sell c olo r. Macbeth Division of Kollmorgen Corporation.
2441 North Calvert Street, Baltimore, Maryland. USA.
OLMOS, J.I.L. (1983) Bases para leitura de mapas de solos. Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuaria, EMBRAP A. Servi co
Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos. SNLCS. Rio
de Janeiro, RJ. 91p. (SNLCS - Serie Miscelanea.d).
PALMIERI, F, & dos SANTOS, RG. (1980) Levantamento Semi-
detalhado e aptidao agricola dos solos do municip io do Rio de
Janeiro, RJ. EMBRAPA/SNLCS, 389p. (Bol. Tee. 66).
PALMIERt F. (1986) A Study of a climosequence of Soils derived
from vulcanic rock parent material in Santa Catarina and Rio
Grande do SuI States. Brazil . West Lafayet te, Indiana. Purdue
University, 259p. (Thesis Ph.D.).
IALMIERI, F. (1993) Unidades gerais edafo-ambientais da Ama-
zonia Legal e seu potencial de utilizacao. Escola Superior de
Guerra. Departamento de Estudos. Rio de Janeiro, RJ. 66P.
IDRIGUES,T.E. (1984)Caracterizacao e genese de solos brunos do
rnacico alcal ino de Pecos de Caldas, Me. Piracicaba, Sao Paulo.
ESALQ. 255p (Tese 0.5.).
1 2 1
5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 61/61
PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA
SIMONSON, R.W. (1967) Outline of a generalized theory of soil In:
S el ec te d p ap er s i n s oi l f or ma ti on a nd c la ss if ic at io n. JV . DREW (Ed.)
SSA Special Publication Series N.1. Soil Science Society of
America, Inc. Publisher. Madison. Wisconsin. USA. P : 301-310.
SMITH, GD.; NEWHALL, F. ; ROBINSON, L. H. & SWANSON, D.
(1964) Soil Temperature regimes: Their characteristics and pre-
dictability. Soil Conservation Service. SCS-USDA. Washington,
D.C. 13p. (SCS-TP-144).
SOIL SURVEY STAFF (1975) United States Department of Agricultu-
re. Soil Conservation Service. SCS.Soil taxonomy. A basic system
of soil classification for making and interpreting soil surveys.
Washington, D.C., USA. 754p. ( Ag r ic u lt ur e Handboo k N. 436).
SOIL SURVEY STAFF (1994) United State Department of Agri -
culture. Soil Conservation Service. SCS. Keys to soil taxonomy.
Sixth edition. Washington, D.C., USA. 306p.
TORRENT, J ; SCHWERTMANN, U; FECHTER, H. & ALFAREZ,.F.
(1983) Quantitative relationship between soil color and hematite
content. S o l S c ie n ce . 136:354-358.
CAPITULO 3
MOVIMENTOS DE MASSA: UMA
ABORDAGEM GEOLOGICO-
GEOMORFOLOGICA
Ne ls on F e rr ei ra F e rn a nd e s
C la ud io P a lm e ir o d o Ama ra l
1 . Introducao
Dentre as varias formas e processos de movimen-
tos de massa, destaeam-se os deslizamentos nas encos-
tas em funcao da sua interferencia grande e persistente
om as atividades do homem, da extrema variancia de
sua escala, da complexidade de causas e mecanismos,
alem da variabilidade de materiais envolvidos. Neste
apitulo, dedieado principalmente aos deslizamentos,
desenvolve-se uma abordagem que enfatiza as tecnicas
d investigacao e previsao, bern como 0papel desempe-
nhado pelos condicionantes geo16gicos e geomorfol6gi- .
s na sua deflagracao, com base em exemplos vivencia-
Ios na regiao sudeste brasileira.
Top Related