Fungos - Ascomycota: caracterização, aspectos ecológicos e econômicos - Fungos liquenizados: - Caracterização: tipos de talos, reprodução, aspectos ecológicos e econômicos.
ASCOMYCOTA
- Leveduras
- Bolores
- Trufas (Tuber)
- Morchelas (Morchella)
- Fungos liquenizados
- Fungos mitospóricos ou
“imperfeitos” (“Deuteromycetes”)
45.000 spp. descritas, ~ 60% spp.
Filo Ascomycota
Fungos que produzem esporos -
Ascósporos (meiósporos, n) dentro
do ASCO (A)
Gr. Ascus = saco
Mykes = fungo
Ascósporo
AscoAsco (a): cariogamia e R!
“sac fungi”
Basidiomycota Ascomycota≠
ascósporo
asco
Exósporos – livres, normalmente 4;
basidioma = basdiocarpo
Endósporos – no interior de ascos
normalmente 8; ascoma = ascocarpo
Ambos (ascósporos e basidiósporos) são meiósporos – esporos de origem sexuada,
produto da cariogamia e meiose
basídio basidiósporos
esterigma
Ascoma
Foto: Megan Lorenz
Asco com ascósporos
Filo Ascomycota
Sapróbios: decompõem madeira,
folhas, excrementos; digerem
praticamente qualquer fonte de
carbono!
Simbiontes: principais formadores
dos líquens, endófitos e
ectomicorrizas.
Parasitas: plantas e animais,
incluindo organismos marinhos.
Gr. Ascus = saco
Mycetus =fungo
Filo Ascomycota
Morfologia:
Unicelular
Multicelular filamentoso
Hifas septadas
Algumas spp. são dimórficas,
produzem hifas e leveduras
em diferentes fases do ciclo.
Filo Ascomycota
Morfologia:
Multicelular filamentoso
Hifas septadas com septo simples
Citoplasma e núcleos podem mover-se
através do poro do septo.
Corpos de Woronin: vesículas com a proteína
HEX-1p (principal constituinte).
Função: fechamento dos poros dos septos em
caso de dano celular.
Leveduras
1) Brotamento ou gemação Várias células-filhas em cadeia = micélio
gemulante ou pseudomicélio. Ex: Saccharomyces
2) Fissão divisão transversal seguida
da separação das células filhas.
Ex: Schizosaccharomyces
Ausência de gametas ou esporos flageladosReprodução
Levedura em processo de
brotamento
3) Fragmentação de hifas (artrósporos)
(Grego: arthron = articulado; sporos = semente)
esporo resulta da fragmentação da hifa.
Filamentosos
4) Esporos especializados – Conídios = conidiósporos (mitósporos)
Penicillium
Reprodução
Aspergillus
“Deuteromycetes”
Placa de bolor
- Fungos mitospóricos
(= “fungos imperfeitos”)
Ascomycota que
perderam a fase
sexuada
Evidências da
biologia molecular
Muitos “deuteromicetos” são ascomicetos que se
reproduzem apenas por conídios.
conidióforo
Conidiósporos = conídios
Penicillium Aspergillus
vesícula
fiálide
Exósporos
(Gr: Konys = poeira)
Hifas septadas
Reprodução assexuada: Fase Imperfeita ou Conidial
Anamórfica
x
Reprodução sexuada: Fase Perfeita ou Ascal
Teliomórfica
“Deuteromycetes”
- Fungos mitospóricos(= “fungos imperfeitos”)
Filo Ascomycota
Reprodução sexuada: ausência de gametas flagelados
- Contato de gametângios
gametângios diferenciados: ascogônio (feminino) e anterídio (masculino)
Presença de duas fases no micélio:
1) Monocariótica (n) (fase duradoura)
2) Dicariótica (n+n) – protegida por hifas n (fase curta)
tricogine
plasmogamia
Histórico de vida típico de um Ascomycota
2
4
3
1. Reprodução assexuada
por conídios
1
3. Desenvolvimento de hifas
ascógenas (n+n)
2. Contato de gametângios
4. Desenvolvimento
do asco
tricogine
Hifas ascógenas
Núcleos pareados no ascogônio
Ascoma
Ascogônio ♀
multinucleado
Anterídio ♂multinucleado
Haplobinte haplonte
ascogônio
anterídio
Hifas ascógenas
n+n
Hifas monocarióticas n
Paráfises – filamentos estéreis
Himênio = ascos +
paráfises
“crozier”
cariogamia
Ansas ou ganchos
asco
ascósporos
meiose
mitose
Hifas ascógenas n+n
Desenvolvimento do asco
Tipos de ascoma
Cleistotéciofechado
Peritécioem forma de garrafa
Ascos
Ascos
AscosOstíolo
Apotécio em
forma de taça
Tipos de ascos
Alexopoulos et al. (1996)
Opérculo
Representação esquemática dos tipos de ascósporos
Alexopoulos et al. (1996).
Sub-filos (recente)
Classes (tradicional)
Euascomycetes (filamentosos, 90% spp.)Pezizomycotina
Hemiascomycetes (leveduras)Saccharomycotina
Archiascomycetes (maioria leveduras)Taphrinomycotina
Filo Ascomycota
Classificação
Schizosaccharomyces (levedura,sem ascoma)
Pneumocystis (levedura,sem ascoma)
Neolecta (com ascoma)
Pencillium (filamentosos,com ascoma)
Candida, Saccharomyces (levedura,sem ascoma)
Taphrina (dimórfico,sem ascoma)
TOL - 2016
Archiascomycetes
Filo Ascomycota
Taphrinomycotina (Archiascomycetes)
crespeira - ataca folhas e frutos
- Unicelulares, filamentosos
- Ausência de ascoma e hifas ascógenas (maioria)
- Espécies sapróbias e parasitas
Ex. Schizosaccharomyces
Pneumocystis – pneumonia em humanos (pneumocitose)
TOL -2016
Taphrina – fitopatógeno
Saccharomycotina (= Hemiascomycetes)
- Espécies sapróbias e parasitas (plantas, animais, homem)
- Ausência de ascoma e hifas ascógenas
- Unicelulares, filamento rudimentar
Ex:
• Saccharomyces cerevisiae (fermentação):
- indústria panificadora (produção de CO2),
- produção de etanol (bebidas e combustível);
- modelo biológico (1º genoma,1996,~6000 genes);
- Usado a 4000 anos (Egípcios).
•Candida albicans: causa assaduras, sapinho.
Raquel Fonseca Guedes - ICB
Saccharomyces cerevisiae
Reprodução: ciclo de vida
diplobionte
(Alexopoulos et al., 1996)
Reprodução Sexuada
- Plasmogamia seguida de
cariogamia: Fusão de
células vegetativas que
atuam como gametas
Filo Ascomycota
Pezizomycotina (= Euascomycetes)
+ de 90% das spp. de Ascomycota (32.000 spp.)
Espécies sapróbias e parasitas
- filamentosas
Penicillium
penicilina (P. chrysogenum)
queijos (P. roqueforti, P. cammemberti)
Aspergillus
Aflatoxinas (carcinogênico natural + potente)
micoses das vias respiratórias (aspergilose pulmonar), rinite
ácido cítrico e saquê
Tolypocladium inflatum produz ciclosporina A
(imunossupressor)
Penicillium
A. flavus
Pezizomycotina
Ascoma subterrâneo
Tuber TRUFAS
Micorrizas, formam o corpo de
frutificação enterrado no solo.
(uso de cachorros e porcos: composto
químico ≈ feromônio do macho)
Pezizomycotina
Pezizales
Morchella esculenta
Peziza sp.
Morchella elata
Reunião de apotécios
Ascomycota Basidiomycota
-Talo micélio com hifas bem desenvolvidas, ramificadas e
septadas
- Poro com septo simples septo doliporo
-Fase dicariótica curta longa
(hifas ascógenas) (micélios secundário,
terciário)
-Reprodução asco (endósporos) basídio (exósporos)
gamética
-Corpo de ascoma basidioma
Frutificação (hifas n e n+n) (hifas n+n)
Simbiose entre algas e fungos: Líquens
Fungo: fornece
estabilidade,
estrutura e
nutrientes
minerais
protege o fotobionte
das variações
ambientais
Célula da alga:
fornece açúcares
fornece compostos de Ce compostos nitrogenados
Micobionte Fotobionte ou ficobionte
SIMBIOSE
Mutualismo x parasitismo fraco
Parceiros
Micobiontes:
+98% dos líquens: Ascomycota
Basidiomycota (poucos gêneros)
Ficobiontes:
Cianobactérias (8%)
Chlorophyta (algas verdes) (92%)
-São polifiléticos, associação se
formou independentemente
pelo menos 5X.
Parceiros
Micobiontes:
+98% dos líquens: Ascomycota
Basidiomycota (poucos gêneros)
Ficobiontes:
Cianobactérias
ChlorophytaTrebouxia
Trentepohlia
Nostoc
Forma do talo
Nostoc - cianobactéria
Lichenised form showing pyrenoid and
chloroplast. Collected by Rachel Carter,
Shetland Islands, Scotland.
Date: 25 June 2014
Copyright: © C.F. Carter AlgaebaseTrebouxia
Trentepohlia
Algas verdes
Ascomycota: em torno de 18.000
spp. formam apotécios ou
peritécios na reprodução sexuada.
Classificação
Os fungos liquenizados
representam 1/5 das espécies
conhecidas de fungos.
Não constituem um grupo taxonômico – grupo biológico
Classificação (espécie, gênero, família,
ordem e classe) baseada nos fungos:
fungos liquenizados.
Desde 1950 o CINB reconhece os líquens como fungos.
Basidiomycota: 2-4 gêneros. Ex. Dictyonema
Os fungos liquenizados representam 1/5 das
espécies conhecidas de fungos.
Líquens mitospóricos: micobionte não apresenta reprodução gamética. Apenas a
fase anamórfica (imperfeita ou conidial) é conhecida.
Peltigera britannica
Associação entre um fungo
e uma alga verde
cianobactéria
Líquens com dois
tipos de ficobiontes
Ficobionte: alga verde
Ficobionte: cianobactéria
Cefalódio – alga distinta
da que forma a associação
Talos
Córtex superior
ficobionte
medula
córtex inferior
rizines
Corte transversal do talo de um líquen folhoso
Talo heterômero
Corte transversal do talo de um líquen gelatinoso
Foto: Ana Cecília Fortes
Talo homômero
Nostoc
Leptogium
Folhoso
Parmotrema
• córtex superior
• camada de algas
• medula
• córtex inferior
• estruturas de fixação – rizinas
heterômero
Crostoso: crostas
fortemente aderidas
ao subtrato.
Desprovidos de córtex
inferior, adere-se pela
medula
heterômero
Acarospora
Não estratificado
Gelatinoso
Cianobactéria produz
polissacarídeo que
absorve e retém água
Fruticoso
Usnea
Leptogium
Collema
Cladonia
cilíndricos ou achatados,
ramificados, lembram
pequenos arbustos;
simetria radial
Fragmentação: fragmentos indiferenciados do talo.
Sorédios: conjunto de células de algas envolvidas por hifas de fungos.
Reprodução Assexuada
Fragmentação
Sorédios
Isídios: ramos diferenciados
que se destacam.
Isidios. Purvis (2000)Isidios Leptogium
Isídios: propágulos na superfície do talo, recobertos de
córtex; no interior células de ambos simbiontes.
Reprodução Assexuada
Reprodução: micobionte pode formar corpos de frutificação
Foto: Marie-Anne Van Sluys
Foto: Marie-Anne Van Sluys
Características biológicas
Coloração variada, branco, preto, verde, amarelo etc.
Presença de compostos químicos incomuns (pigmentos, antibióticos)
Resistência a condições extremas (regiões polares, desertos)
Dessecam rapidamente (água 2-10% de seu peso – fotossíntese
cessa): principal razão da sua sobrevivência em locais inóspitos
Crescimento muito lento (aumento do raio: 0,1-10mm/ano. Algumas
datações atribuem 4.500 anos para alguns liquens.
-organismos pioneiros
-ambientes extremos
amplamente distribuídos: dos pólos (Ártico e Antártica) a regiões
desérticas, superfícies aquecidas de rochas, solos, troncos, folhas etc.
Líquen marinho: Verrucaria serpuloides.
caribou: líquens (produtores primários) são 90% de sua dieta no inverno.
Ocorrência e importância ecológica:
organismos pioneiros: ÁCIDOS LIQUÊNICOS
Auxiliam no desgaste das rochas e na formação do solo - sucessão
Podem contribuir com até 40% do peso seco do líquen
Metabólitos secundários
Costão, beira mar, Canadá
Importância econômica:
- fontes de corantes (ex. tecido)
- Monitoramento ambiental
- Biodeterioração
- Fármacos
Importância econômica :
-fontes de corantes (ex. tecido)
- Monitoramento ambiental
- Biodeterioração
- Fármacos
• Corantes liquênicos-
“Harris Tweed”:
tradicionais tecidos de lã
feitos manualmente,
corados com substâncias
extraídas de liquens, por
exemplo, Parmelia spp.
Importância econômica :
-fontes de corantes (ex. tecido)
- Monitoramento ambiental
- Biodeterioração
- Fármacos
Decréscimo no
número de espécies
e desaparecimento
de outras
Aumento da
poluição atmosféria
•São sensíveis a certos
compostos tóxicos na
atmosfera (como dióxido de
enxofre-SO2)
Importância econômica :
-fontes de corantes (ex. tecido)
- Monitoramento ambiental
- Biodeterioração
- Fármacos
processo de
biodeterioração dos
materiais rochosos
naturais ou artificiais
usados em
construções é hoje
um dos maiores
inimigos de
monumentos
históricos no Brasil e
no mundo.
Importância econômica :
-fontes de corantes (ex. tecido)
- Monitoramento ambiental
- Biodeterioração
- Fármacos
Usnea: ácido úsnico (antibiótico)
usado medicinalmente desde de
tempos antigos (na Grécia e China) e
atualmente em todo o mundo.
Aula
Prática: Filo Ascomycota
Saccharomyces cerevisiae
www.jhu.edu/iic/yeast-1.htm
Vacúolo
várias funções: regulação do pH e
osmótica, degradação e armazenamento
de aminoácidos, íons etc.
Aula
Prática: Filo Ascomycota
Aspergillus
Aula
Prática:
Aspergillus niger
montar lâmina
Álcool e água
Aula
Prática:
Observar ao M.O. montar
lâmina por esmagamento
com uma gota de Álcool e
água.
SordariaPeritécio
Aula
Prática:
Canoparmelia:
cortar e montar
lâmina
Corte transversal do talo
-Álcool
-H2O
Top Related