Download - FichaFICHAMENTO “Tú me ensinas a fazer renda que eu te ensino a namorar”: Tecendo rendas na descoberta do mundo cada dia – Reflexões sobre o ofício da pesquisa. Alba Maria

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Aluna: Gabriella Marlia da Silva ReisFICHAMENTOT me ensinas a fazer renda que eu te ensino a namorar: Tecendo rendas na descoberta do mundo cada dia Reflexes sobre o ofcio da pesquisa. Alba Maria Pinho de Carvalho.

Marx, em conhecida passagem de suas reflexes metodolgicas sobre a produo do conhecimento, enuncia: ... e toda cincia seria suprflua, se a forma de manifestao e a essncia das coisas coincidissem imediatamente (pag. 1);

Cincia: para que? A cincia, em suas mltiplas expresses e divises, busca descobrir/explicar/compreender, no sentido de iluminar o que se apresenta nebuloso, revelar a lgica do que parece catico, desordenado, sem sentido (pag. 2); A perspectiva marxista tem como um de seus supostos a vinculao essencial entre teoria e prtica, no sentido da transformao da realidade, consubstanciando essa tese no conceito de prxis; (pag. 2) No seu trabalho de explicar e compreender que lhe prprio e peculiar a cincia precisa ser regida pela lgica da descoberta, em detrimento da lgica da prova (...) de fato, o racionalismo aberto e crtico de Bachelard de carter eminentemente anti-positivista consubstancia, no mbito das cincias, uma revoluo que visa a filosofia da descoberta cientfica; (pag. 2).

O que pesquisa? A rigor, pesquisa aventurar-se nos caminhos ngremes e apaixonantes do desconhecido, do que est escondido nas aparncias, nas evidncias, buscando relaes e determinaes que conferem sentido e significado ao fenmeno; (pag. 3). Assim, a investigao cientfica busca, no plano do pensamento, apropriar-se da essncia dos fenmenos, permitindo, assim, que o pesquisador supere a viso catica do real em sua aparncia, recompondo-o como totalidade rica de determinaes e relaes; (pag. 3). Como bem enuncia Pierre Bourdieu (1989) a pesquisa uma atividade racional que exige investimentos e esforo...Nas palavras de Bourdieu (1989), a pesquisa , antes de tudo, um ofcio; (pag. 3).

Pesquisa um ofcio E, como ofcio, implica num modus operandi que se aprende no prprio exerccio da pesquisa, com a devida orientao de um mestre de ofcio. (pag3); (...) a pesquisa se funda numa relao bsica: ralao sujeito/objeto(...) O sujeito pesquisador faz parte de uma dada sociedade, vivenciando um momento histrico especfico, ou seja, est inserido num mundo peculiar que lhe provoca de forma particular, que desperta a sua curiosidade para determinados fenmenos (...) O objeto de estudo uma construo do sujeito; O objeto real o objeto pr-construdo pela percepo. O objeto cientfico um sistema de relaes construdas propositalmente (...) este objeto real est em nvel do senso comum (...) construir um objeto cientfico , antes de mais e sobretudo, romper com o senso comum; (pag. 5) Nestas reflexes epistemolgicas sobre exigncias bsicas no ofcio da pesquisa, cabe, aqui, destacar um elemento-chave: esta construo do objeto efetiva-se no mbito do pensamento, atravs de um processo de raciocnio em que o pesquisador vai pensando, refletindo sobre o fenmeno a partir de luzes da teoria. o que costumamos chamar de raciocnio problematizador.