FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: Atividades Interativas e de Pesquisa para Abordagem do Tema: Alimentação e Fome Oculta
Autor Joseila Aparecida Sipp Hack
Disciplina/Área Ciências
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual José de Anchieta
Rua Juazeiro,1501-centro
Município da escola Quedas do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul
Professor Orientador Sandro Aparecido dos Santos
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO-Universidade Estadual do Centro Oeste
Relação Interdisciplinar
Ciências, Língua Portuguesa e Educação Física
Resumo
A presente unidade didática propõe uma prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias de ensino, que propicia aos alunos situações de aprendizagem que envolve atividades interativas e de pesquisa, a fim de estimular a construção do conhecimento. O objetivo do presente trabalho é desenvolver métodos que promovam uma melhora na conscientização e aprendizado sobre o tema, “Alimentação e Fome Oculta”, destacando a importância da alimentação saudável e balanceada para a promoção da saúde e prevenção de muitas enfermidades, dentre elas a ‘’Fome Oculta,’’ de forma educativa. Uma alimentação saudável e equilibrada fornece todos os nutrientes necessários para a manutenção da saúde, assim como também promove uma melhora no rendimento escolar. A má alimentação se torna um obstáculo, pois baixa o desempenho intelectual. Crianças e adolescentes que não recebem uma alimentação adequada apresentam mais dificuldade de concentração e o raciocínio é extremamente lento. A alimentação saudável é um fator imprescindível para a aprendizagem. Como recurso didático pedagógico será trabalhado a
confecção da pirâmide alimentícia, análise de rótulos de alimentos, pesquisas em diferentes fontes, construção de cardápios alimentares, tabelas, painéis, atividades em grupos, leituras de textos informativos, debates, entre outras, que promovem muitas discussões e reflexões sobre o tema abordado, estimulando a aprendizagem.
Palavras-chave ‘’Alimentação Saudável; Fome Oculta; Nutrientes; Ensino de Ciências’’
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental
APRESENTAÇÃO
No oitavo ano do Ensino Fundamental o aluno se encontra em uma fase de
intenso crescimento e desenvolvimento físico, mental e cognitivo. Durante essa faixa
etária (infância e adolescência), a alimentação saudável e equilibrada é uma
necessidade básica e indispensável para o desenvolvimento do organismo, e a
prevenção de doenças, entre elas a ‘’Fome Oculta’’, definida por Ramalho, (2009,
p.4), ‘’como a carência não explícita de um ou mais micronutriente e identificada
como o problema nutricional mais prevalente no mundo’’. Por isso é fundamental
investir na reeducação alimentar de nossos jovens, trabalhar os conceitos de uma
alimentação saudável e equilibrada, para a manutenção da saúde.
Diante disso, é necessário desenvolver o senso crítico nos adolescentes
destacando a importância da alimentação saudável e equilibrada para que ele faça
suas escolhas de modo consciente e que contribuam para uma melhora na sua
qualidade de vida.
Sendo a escola um espaço ideal para o desenvolvimento de conhecimentos,
valores e atitudes, é papel do professor orientar os estudantes a selecionar
informações e realizar escolhas que auxiliem na sua formação. Um indivíduo bem
informado participa mais ativamente na promoção de sua saúde. Quanto mais cedo
iniciar a educação alimentar ou nutricional, maior será a probabilidade de que os
hábitos desejáveis poderão permanecer ao longo da vida adulta.
O presente trabalho busca uma nova forma de abordar o tema, buscando
novas metodologias, desenvolvendo atividades interativas e de pesquisa, que
contribua para a formação de hábitos alimentares mais saudáveis, tornando o
aprendizado mais interessante e atraente para o aluno.
1-INTRODUÇAO
Tendo este material o objetivo de propiciar ao aluno, conhecimentos sobre a
alimentação saudável e equilibrada para a manutenção da saúde e prevenção de
doenças, dando destaque a “Fome Oculta”. Serão trabalhados textos informativos
com sugestões de atividades propostas que despertem a curiosidade, motivação e o
interesse do aluno, estimulando a aprendizagem.
Como recurso didático-pedagógico utilizaremos a maquete da pirâmide
alimentar, análise de rótulos e embalagens de alimentos, slides educativo, trabalhos
em grupos, leituras, debates, pesquisas em diferentes fontes, construção de
cardápios alimentares, tabelas e painéis informativos, entre outras, que possibilite
um trabalho de melhor qualidade, estimulando os alunos a buscar respostas e dando
autonomia na busca de novos conhecimentos.
A avaliação será realizada no decorrer do processo, verificando a
participação dos alunos no desenvolvimento das atividades, a interação com os
colegas de equipe e a aquisição de conhecimentos indispensáveis para a formação
de valores, atitudes e também de hábitos, necessários para a adequação aos
padrões de uma dieta saudável.
O objetivo deste trabalho é desenvolver métodos que promovam um melhor
aprendizado e conscientização dos alunos sobre o tema abordado, por meio de
atividades interativas e de pesquisa, destacando à importância de adotar uma
alimentação saudável e balanceada que ofereça todos os nutrientes necessários
para a promoção da saúde, bem-estar e prevenção da ‘’Fome Oculta’’, de forma
atraente, lúdica e educativa.
2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Fome Oculta
A alimentação faz parte de nosso cotidiano desde os tempos mais remotos
e longínquos. Através dela obtemos energia para o desempenho de várias
funções importantes ao funcionamento do organismo e que permitem nossa
sobrevivência. A história da alimentação é cheia de voltas e reviravoltas. Na
antiguidade, nossos antepassados viviam da caça e coleta de alimentos
disponíveis na natureza. Porém, a alimentação só melhorou com o
desenvolvimento da agricultura, quando os alimentos passaram a ser cultivados.
Hoje, necessitamos de práticas alimentares mais saudáveis, que promovam a
saúde, bem-estar e qualidade de vida, pois, a alimentação é o fator que mais
interfere na saúde de todos os seres humanos.
Atualmente, sabe-se que em muitas regiões do mundo, existem ainda muitos
problemas relacionados com a desnutrição, gerada pela falta de informações e
também pela fome, que já não assusta tanto como em outras épocas passadas, más
ainda representa um grande problema que preocupa a humanidade. Segundo a
Organização ActionAid, (2008) o Brasil, Por exemplo, ocupa a 9ª posição de país
com maior número de pessoas com fome no mundo. Boa parte do contingente de
famintos vive na periferia das grandes cidades, são migrantes em busca de
melhores condições de vida. A fome traz consigo muitas consequências desastrosas
para a saúde de toda a população. De acordo com Guimarães, (2011, p. 01), ‘’Na
esfera nutricional, fome representa uma incessante necessidade do corpo, que pela
não ingestão de alimentos desencadeia a sensação de estômago vazio.’’
A ‘’fome’’ se caracteriza pela necessidade de ingerir alimentos, más, o que vêm
preocupando os especialistas, hoje, é outro tipo de fome, mais grave do que a fome
que causa a desnutrição definida como energética ou calórica, provocada pela
restrição de alimentos, associada a condições de extrema pobreza e miséria, (
comum nos países em desenvolvimento), é a chamada “Fome Oculta”, Parcial ou
Específica, causada pela deficiência de vitaminas e minerais (micronutrientes). Esta
desnutrição é mais lenta e discreta, más nem por isso menos perigosa e violenta que
a fome calórica. Josué de Castro comenta em sua obra- “Geografia da Fome’’:
Não só a fome total, a verdadeira inanição, fenômeno, em geral, limitados a áreas de extrema miséria e a contingências excepcionais, como o fenômeno muito mais freqüente e mais grave, em suas conseqüências numéricas, da “Fome Parcial”, da chamada ”Fome Oculta”, na qual, pela falta permanente, de determinados elementos nutritivos, em seus regimes habituais, grupos inteiros de populações se deixam morrer lentamente de fome, apesar de comerem todos os dias. (CASTRO, 2008, p.18).
Esta modalidade de fome vem nos demonstrar que não é só por falta de
alimentos que se têm fome, más também por desequilíbrios ou desajustes
alimentares, que são caracterizados pela carência de nutrientes essenciais ao
organismo. A “Fome Oculta” trás muitos problemas de saúde pública que
prejudicam a qualidade de vida e afetam o bem-estar e a saúde de toda população.
As consequências dessa deficiência são inúmeras, tanto para o individuo como para
o país. De acordo com Angelis e Tirapegui, (2007, p. 148), ‘’A deficiência de
micronutrientes pode chegar a atingir cerca de dois bilhões de pessoas em todo o
mundo’’. No Brasil a situação não é diferente. Segundo Corrêa, (2002, p. 7), ‘’Os
maus hábitos da vida moderna já são a maior causa de mortes no Brasil’’. Por isso é
tão importante e fundamental a implantação de medidas de combate e prevenção às
deficiências de micronutrientes. Embora essa deficiência seja de elevada
prevalência em muitos países, existem muitas alternativas de solução que visam
combater as deficiências nutricionais. Para Ramalho:
A grave situação da deficiência de micronutrientes no Brasil tem levado a
necessidade de avaliar as diferentes alternativas de solução no combate ao
problema, entre as quais a suplementação e a fortificação de alguns
alimentos básicos. (RAMALHO, 2009, p. 8).
Tais medidas, somadas à promoção de mudanças nos hábitos alimentares, por
meio da educação alimentar, um maior empenho no âmbito escolar, diversificação
alimentar, (alimentos orgânicos, funcionais), fortificação de alimentos,
suplementação medicamentosa, incentivo ao aleitamento materno e o apoio de
ações governamentais devem ser encorajadas por serem ações complementares
essenciais no combate a erradicação da “fome oculta”, não só na Brasil, mas em
todas as regiões do mundo.
2.2 Fome Oculta e seu Impacto na Saúde
A relação entre alimentação e saúde continua a aumentar, ganhando mais
destaque a cada dia. Um dos principais fatores que colabora com a saúde é a
alimentação correta. Hoje, ninguém mais duvida de que a alimentação e a saúde
caminham juntas. Por isso adotar hábitos e práticas alimentares mais saudáveis
deve ser um exercício constante e diário na vida de todos. A “Fome Oculta” é uma
desnutrição decorrente da adoção de hábitos alimentares errôneos e inadequados,
resultado de um conturbado desequilíbrio ou desajuste alimentar, identificado como
a desnutrição que mais atinge as pessoas no mundo. O número de famílias afetadas
é maior do que os acometidos pela desnutrição calórica. Essa síndrome provoca a
queda da imunidade, deixando o organismo mais vulnerável a outras doenças
oportunistas que precisam de um corpo fraco e debilitado para se instalarem. Na
maioria das vezes, quando a pessoa se da conta a “Fome Oculta” já se transformou
em alguma doença. Corazza comenta a respeito dessa desnutrição, a ’Fome Oculta’:
A ‘’Fome Oculta” é lenta e silenciosa, e não apresenta sintomas aparentes a curto prazo. Entretanto, a médio e longo prazos, aumentam nossos riscos de desenvolver doenças como osteoporose, câncer, diabetes, problemas cardiovasculares, hipertensão e envelhecimento precoce. (CORAZZA, 2005, p.121).
A maioria das pessoas se preocupa demais em ingerir carnes, massas,
doces, frituras, alimentos que contém a maior fonte de macro-nutrientes, e ingerem o
mínimo necessário de frutas, verduras e legumes, alimentos ricos em
micronutrientes. Alguns chegam até mesmo a excluírem os vegetais de seu
cardápio. Ficam faltando às vitaminas e os minerais. É triste ver tanta gente
alimentada e ao mesmo tempo desnutrida, muitas pessoas mesmo estando acima
do peso. Isso ocorre por muitos fatores, mas principalmente pela falta de
informações sobre o tema. Corazza comenta a respeito dessa deficiência:
Refeições com pouca variedade de alimentos e com excesso de gorduras, sal e açúcares podem nos levar a um estado de saúde bastante contraditórios “gordinhos desnutridos’’, um quadro de obesidade aliado à carência de nutrientes essenciais ao perfeito funcionamento do nosso corpo. (CORAZZA, 2005, p. 121).
Bons hábitos alimentares desde a infância e durante a adolescência têm
ajudado na prevenção de doenças crônicas e distúrbios alimentares, como a
obesidade, uma epidemia que se alastra e pode ter efeitos devastadores na saúde,
gerada pelo excesso de calorias, que se transforma em gorduras, acumulando-se no
organismo. Segundo Corrêa, (2002, p. 153), “Estudos mostram que crianças obesas
apresentam maior chance de se tornarem adultos obesos.” Por isso é tão importante
investir na reeducação alimentar dos jovens que facilmente afastam-se dos
cardápios da família, para adotar as práticas alimentares do grupo, geralmente
compostas por excessos de calorias e gorduras saturadas, sem o suficiente teor de
nutrientes essenciais para a promoção da saúde, e que podem causar um dos
problemas que está se tornando cada vez mais comum no Brasil - Crianças e
adolescentes acima do peso. De acordo com Schwarcz e Berkkoff, (2006, p. 299),
‘’As pessoas obesas correm maior risco de contrair doenças do coração,
hipertensão, derrames, diabetes e certos tipos de câncer.’’ A alimentação humana
requer mais do que gorduras, proteínas e carboidratos, também necessita das
vitaminas e minerais em quantidades adequadas para que nosso organismo se
mantenha saudável. As substancias contidas nos alimentos são necessárias ao
crescimento, desenvolvimento e ao perfeito funcionamento do organismo. Ramalho
comenta a respeito:
Inicialmente, as três maiores deficiências de micronutrientes consideradas de elevado impacto social e priorizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em todo o mundo foram: deficiências de iodo, ferro e vitamina “A”. (RAMALHO, 2009, p. 5).
Além das calorias, a alimentação humana também deve fornecer para o
organismo, os elementos nutritivos, chamados de microelementos ou
micronutrientes, tão essenciais como construtores teciduais, principalmente dos
músculos e vísceras. A falta desses elementos aumenta a suscetibilidade às
infecções, representando sérias consequências à saúde de todos. Um número muito
alto de brasileiros, apesar de parecerem bem alimentados, pode estar sofrendo
dessa síndrome, um mal dos tempos modernos, que esta deixando as pessoas,
inclusive as crianças e adolescentes desnutridos e vítimas da “Fome Oculta”, pois se
alimentam, más não se nutrem e criança sem fome não é sinônimo de criança bem
nutrida ou bem alimentada. Surge assim uma preocupação em divulgar mais esse
tema para a população em geral. De acordo com Salgado:
Acho pertinente a divulgação de assuntos a respeito da alimentação e suas consequências para a saúde das pessoas, pois o desastre que estamos vivendo hoje já esta sendo pago com o agravamento de problemas de saúde, como o diabetes e enfermidades cardíacas. (SALGADO, 2005, P. 132).
A divulgação do tema a respeito da alimentação saudável é de fundamental
importância para a prevenção da ‘’Fome Oculta.’’ Nos últimos anos a deficiência de
micronutrientes chamou a atenção de muitos profissionais e autoridades em saúde
de todo o mundo, devido ao crescente aumento no número de casos. Angelis e
Tirapegui comentam a respeito:
Outro aspecto importante e atual é o reconhecimento crescente da deficiência de micronutrientes (zinco, cobre, selênio e ferro), não só na participação dos eventos fisiopatológicos da desnutrição, mas também na sua utilização como suplementos nos esquemas de tratamento, acelerando a recuperação do desnutrido moderado ou grave. (ANGELIS e TIRAPEGUI, 2007, p. 227).
Atualmente, sabe-se que em muitos países, mais da metade da população
sofre de deficiências nutricionais. Vale ressaltar também que essa desnutrição, a
“Fome Oculta”, nos países em desenvolvimento, podem afetar as crianças desde
sua vida intrauterina, comprometendo o desenvolvimento físico e mental ou levando
a morte precocemente. Angelis e Tirapegui fazem um comentário:
Nos países em desenvolvimento são encontradas as mais altas prevalências de deficiência de micronutrientes. O fato de os micronutrientes serem moduladores imunológicos acarreta o surgimento de um ciclo vicioso. A falta destes compostos aumenta a suscetibilidade às infecções, que por sua vez, podem influenciar no estado nutricional do individuo. (ANGELIS e TIRAPEGUI, 2007, p. 148).
As carências de micronutrientes e suas graves consequências para a saúde
de toda população é reconhecido como de elevado impacto social. As crianças
principalmente são consideradas as maiores vítimas, pois são mais vulneráveis aos
efeitos causados por essa deficiência. A nutricionista, Angelis comenta a respeito
dos grupos mais expostos a essa deficiência:
Embora teoricamente todo hospedeiro seja, em principio vulnerável as deficiências nutritivas, são especialmente as crianças menores de cinco anos, os escolares, gestantes e nutrizes que constituem os grupos mais expostos a estas situações. (ANGELIS, 1979, p. 262).
Sabe-se também que mesmo nas classes mais abastadas é possível
encontrar deficiência de nutrientes, ainda que seja a subclínica, de micronutrientes,
chamada “Fome oculta”. Nesses casos, quase sempre ocorre devido à falta de
informações sobre como deve ser uma dieta saudável e equilibrada. Os indivíduos
consomem em excesso, grandes quantidades de carboidratos e gorduras e se
esquecem de que todos os nutrientes são necessários e importantes ao organismo.
Essa desnutrição atinge todas as camadas sociais e não apenas as menos
favorecidas porque lhes falta o alimento, mas também as classes mais privilegiadas
que não gostam dos vegetais, onde são encontradas as maiores fontes de
micronutrientes. Isso demonstra que a carência de micronutrientes, parece ter uma
história independente em relação à desnutrição energética. Corazza, (2005, p. 121),
defende essa ideia quando escreve: ‘’A Fome Oculta não faz distinção de classe
social, renda ou grau de escolaridade, e esta presente em uma dentre quatro
pessoas no mundo.’’ Infelizmente, essa mudança no perfil nutricional favorece o
aumento de deficiência alimentar. As deficiências de micronutrientes ocorrem em
virtudes de dietas incompletas ou inadequadas de alimentos que não constituem
uma alimentação equilibrada ou balanceada do ponto de vista nutricional. Assim a
“Fome Oculta” pode ocorrer independente do nível socioeconômico. Para Salgado:
A falta de alimentos é um fator que preocupa menos no nosso meio, mas uma alimentação inadequada, sem que as necessidades nutricionais sejam alcançadas, pode interferir na altura, disposição física e mental dos jovens, perturbando suas atividades e seu desenvolvimento. (SALGADO, 2005, p. 17).
Estratégias eficazes, que contribuem para diminuição e prevenção dessa
deficiência, não têm sido completamente exploradas, ou não tem sido adotada.
Programas que visam combater as deficiências nutricionais em especial a de
micronutrientes, é de fundamental importância para a prevenção e abordagem
terapêutica da “fome oculta”, que pode ocasionar sequelas graves, e até mesmo
irreversíveis.
2.3 Alimentação Saudável e Aprendizagem
A desnutrição provocada pela carência de micronutrientes compromete o
desenvolvimento físico, mental e cognitivo, na infância e adolescência, trazendo
muitos prejuízos para o rendimento escolar. Crianças e adolescentes que não são
bem nutridos não participam integralmente das atividades escolares (físicas e
intelectuais), pois se cansam mais facilmente, são mais frágeis e sonolentas que os
demais. Estudos e pesquisas recentes indicam que:
Quando a desnutrição é prolongada durante a idade de crescimento, a criança nunca atinge o tamanho que poderia, fica sujeita a doenças por toda a vida e pode inclusive ter o desenvolvimento neurológico prejudicado, tornando-se mentalmente mais lenta. (FIGUEREDO e CONDEIXA, 2009, p. 47).
De fato a alimentação saudável é um fator imprescindível para a
aprendizagem e a má alimentação se torna um obstáculo, pois baixa o desempenho
intelectual, deixando as crianças com dificuldade de concentração, e o raciocínio
extremamente lento. A escola da pouca atenção ao desenvolvimento e manutenção
de bons hábitos alimentares. As informações são defasadas e superficiais, muitos
educadores acreditam que é responsabilidade da família e muitos pais acham que é
a escola que deve repassar essas informações. Mas sabemos que a
responsabilidade é de ambos, família e escola.
Na escola o aprendiz tem que ser orientado sobre a importância de uma
alimentação saudável e nutritiva que fortalece as defesas próprias e naturais do
organismo. Criança bem alimentada apresenta menos risco de adoecer e melhora
Sua capacidade intelectual e cognitiva. Se a educação alimentar é tão importante
para a aprendizagem, ela deve ser ministrada ainda na infância e pré-adolescência,
quando ainda são possíveis as mudanças na conduta e nas práticas alimentares.
Isso enfatiza a importância das crianças em idade escolar, estarem recebendo uma
alimentação saudável e equilibrada, para que seu desenvolvimento cognitivo não
fique comprometido.
A alimentação saudável tem como finalidade suprir as necessidades
nutricionais do indivíduo. As ações da escola devem contribuir para a formação de
hábitos alimentares mais sadios, que melhore o aprendizado e o rendimento escolar
permitindo que o potencial genético de crescimento e desenvolvimento dos
educandos seja atingido. É necessário que seja dada uma atenção especial a
crianças e adolescentes no sentido de fornecer alimentos em quantidade e
qualidade que satisfação suas necessidades nutricionais tão importantes nesta faixa
etária e quanto mais cedo à criança aprender hábitos alimentares saudáveis, mais
fáceis será de que ela mantenha-os pelo resto da vida.
Também é papel do professor, não excluir os conceitos que formam
cidadãos críticos e transformadores da sociedade, capazes de ler o seu tempo, e de
refletir sobre os acontecimentos a sua volta, consciente de sua participação no
mundo e dos valores humanos, que andam um pouco esquecidos, (respeito mútuo,
solidariedade, tolerância, entre outros), essenciais para o convívio em sociedade.
Cabe à educação resgatar esses valores e preparar o aluno para o exercício da
cidadania com reconhecimento de seus direitos e deveres, responsabilidade, e
participação na promoção de sua saúde física, mental e social. A Secretaria da
Educação Fundamental escreve:
Na reflexão e desenvolvimento de valores humanos e das atitudes da cidadania, já se pode contar com a possibilidade de discutir especificamente o direito e a solidariedade, tanto nas relações interpessoais como na postura social mais ampla, diante do ambiente natural e humano com que o estudante interage. (BRASIL, 1998, p. 88).
Pensando nestes conceitos e valores, é que sentimos a necessidade de
realizar um trabalho diferenciado, buscando novas metodologias, sobre esse
distúrbio tão pouco divulgado para a população em geral, a “fome oculta”, gerada
pela falta de nutrientes essenciais, que comprometem várias etapas do processo
metabólico, afetando o sistema imunológico e desencadeando uma série de outras
doenças. Por meio das Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE), no ensino
de ciências, (Paraná, 2008, p. 68), ‘’Propõem uma prática pedagógica que leve a
integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico.’’
Isso nos leva a pensar que devemos superar práticas pedagógicas
baseadas em um único método ou forma de trabalho. Então, percebe-se a
necessidade de se realizar, um trabalho, utilizando práticas pedagógicas inovadoras,
dinâmicas e mais interessantes, que desperte o interesse e a curiosidade dos
alunos, motivando-os para aprender e que os mesmos possam se apropriar do
conteúdo que está sendo ensinado, de forma mais simples e clara, favorecendo a
aprendizagem. De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto (terceiro e
quarto ciclos do ensino fundamental):
É importante, portanto, que o professor tenha claro que o ensino de ciências, não se resume na apresentação de definições científicas, como em muitos livros didáticos, em geral, fora do alcance da compreensão dos
alunos. (Brasil, 1998, p. 28).
Isso não quer dizer que devemos abandonar os materiais que utilizamos em
nossas aulas, más também não devemos esquecer de que o livro didático é apenas
um material de apoio. O professor pode e deve inserir em sua prática docente
diferentes recursos pedagógicos que sejam adequados e facilitem o processo de
ensino-aprendizagem, para que nossas aulas não se tornem uma simples e mera
repetição daquilo que se encontra nos livros didáticos. Na DCE do Estado do Paraná
fica bem claro que:
Tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de ciências, é a escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados à mediação pedagógica. A escolha adequada desses elementos contribui para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma mais significativa. (PARANÁ, 2008, p. 72).
Também não podemos esquecer-nos de levar em consideração o
conhecimento prévio dos alunos. De acordo com Moreira, (2002, p. 20), ‘’O
conhecimento prévio é o principal fator que influencia a aquisição de novos
conhecimentos.’’ É fundamental que esses conhecimentos adquiridos pelo aluno ao
longo de sua vivência, sejam valorizados pelo professor. O aprendizado dos
estudantes começa muito antes do contato com a escola, e qualquer situação de
aprendizagem tem sempre uma história anterior. De acordo com (PARANÁ, 2008, p.
23),‘’ Entende-se a escola como o espaço de confronto e diálogo entre os
conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular.’’
Podemos concluir que a cada conteúdo abordado deve-se utilizar uma
metodologia adequada, que promova a ação do aluno por meio de atividades
mediadas pelo professor. Essa prática irá contribuir para despertar novas ideias, e
novas situações de aprendizagem. Dessa forma, ao se trabalhar com o aluno sobre
esse tema, temos que estimular a conscientização e o aprendizado sobre a
importância da alimentação saudável e balanceada para a manutenção da saúde,
prevenindo a “fome oculta” e promovendo uma melhora significativa na
aprendizagem.
2.4 Alimentação Escolar: Uma Preocupação de Todos
A alimentação escolar tem como finalidade suprir as necessidades
nutricionais do educando, durante sua permanência na escola, ao mesmo tempo em
que também garante um suprimento mínimo de alimentos às famílias carentes,
assegurando em alguns casos a única refeição da criança. A escola se apresenta
como um espaço privilegiado para promover a saúde, por ser um ambiente em que
muitas pessoas passam grande parte do seu tempo. Desempenha um papel
fundamental na transmissão de conhecimentos, facilitando o acesso a informações e
pessoas bem informadas, participam mais ativamente na promoção de seu bem-
estar. Segundo o artigo editado na revista de nutrição:
Assim sendo, é indispensável que as escolas forneçam um cardápio que seja capaz de atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para a preservação e o resgate da cultura alimentar brasileira. (CHAVES et.al, 2009, p. 859).
A promoção da saúde no espaço escolar vem sendo fortemente
recomendada por órgãos internacionais. Essa promoção também é recomendada
pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), popularmente conhecido
como programa de merenda. Atualmente é considerado o maior programa de
suplementação alimentar no Brasil. Este programa integra a política nacional de
segurança alimentar e nutricional. Segundo Chaves em sua revista de nutrição:
Atualmente o programa funciona por meio da transferência de recursos financeiros em caráter suplementar, de forma a garantir no mínimo, 15 por cento das necessidades diárias dos alunos do ensino infantil e fundamental e 30 por cento das necessidades diárias dos alunos das creches, das escolas indígenas e daquelas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. Tem como objetivo atender as necessidades nutricionais dos alunos e contribuir para a formação de hábitos alimentares saudáveis durante sua permanência em sala de aula, colaborando para o seu crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar. (CHAVES et.al, 2009, p. 858).
Em muitas comunidades pobres, a merenda escolar é concebida como a
principal refeição do dia. Para essas crianças carentes e famintas, a merenda se
define como uma atividade essencial na escola, tanto quanto as atividades de
ensino. Além de ser um importante complemento alimentar, que ajuda a recuperar as
deficiências nutricionais do aluno, é o principal fator que determina a frequência
destes alunos. Conforme vemos em Bezerra:
Segundo os professores, quando há merenda os alunos ficam felizes, alegres, não faltam e apresentam rendimento satisfatório em aprendizagem; na falta, o rendimento cai devido à falta de predisposição e vontade dos alunos, que não se concentram, ficam tristes, irritados, mais agitados e difíceis de controlar (BEZERRA, 2009, p.109).
Em face à pobreza e miséria, de uma grande parcela da populaçãobrasileira,
estudos indicam que muitas crianças vão à escola em jejum, ou que se alimentam
de maneira inadequada. Desse modo o PNAE, ganha uma maior e importante
discussão social, seus recursos financeiros tem caráter suplementar e destinados a
aquisição de gêneros alimentícios, contribuindo para a adoção de práticas
alimentares saudáveis. Representa um dos mais importantes instrumentos
governamentais para a redistribuição de renda entre a população mais carente.
Segundo o artigo:
O ambiente escolar é um importante local para a formação de bons hábitos alimentares e para a educação nutricional. Nesse contexto, destacam-se os serviços de alimentação presentes nas escolas: o programa de alimentação escolar e as cantinas. (DANELON et.al, 2006, p. 92).
A educação para a saúde deve estar integrada em toda a dinâmica escolar.
Os hábitos saudáveis de alimentação devem ser incentivados e também praticados
no ambiente escolar, um espaço favorável para a formação de valores e hábitos,
entre eles o da alimentação. As crianças e adolescentes que recebem uma
alimentação saudável e nutritiva terão uma melhora significativa no desempenho
escolar e na assimilação dos conhecimentos.
3- DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
3.1 Proposta de Atividades
As atividades propostas nesta unidade didática devem estimular a
curiosidade, imaginação e criatividade do estudante, favorecendo a aprendizagem
de forma atraente e educativa, promovem muitas discussões e reflexões sobre o
tema abordado, que induzem e facilitam a construção do conhecimento.
3.2 Aplicação do Pré-teste
Sugere-se ao professor a aplicação de uma avaliação de sondagem (pré-
teste), para diagnosticar o que os alunos já possuem de conhecimento prévio sobre
o tema que será abordado. Essas informações sobre os conhecimentos em nutrição,
alimentação saudável, equilibrada, serão obtidas através de um questionário
padronizado, com leitura de cada questão a toda a classe. Essas questões serão
formuladas de forma a adaptá-las ao contexto da faixa etária, onde será aplicado o
projeto. Após a intervenção Pedagógica, este mesmo questionário deverá ser
repetido, como forma de avaliar se os objetivos da proposta foram atingidos.
3.3 ATIVIDADE 1 (Sugestão de pré-teste)
1-Para você o que significa uma alimentação equilibrada ou balanceada:
a- Uma alimentação natural, livre de agrotóxicos e aditivos químicos.
b- Uma alimentação que contenha todos os nutrientes.
c- As duas estão corretas.
2-‘’Fome Oculta’’ é definida como a carência de:
a- Proteínas, carboidratos e lipídeos.
b- Vitaminas e sais minerais.
c- Todos os nutrientes.
3-Qual a importância de uma alimentação saudável e equilibrada para o organismo
humano:
a- Garante uma ótima saúde, previne uma série de doenças e contribui para o bom
funcionamento do organismo.
b- Fundamental para o crescimento, produção de novas células e reconstituição de
tecidos.
c- As duas questões estão corretas.
4-Quais são os nutrientes considerados reguladores das funções corpóreas e
essenciais para o funcionamento normal do organismo:
a-Proteínas e fibras.
b-Carboidratos e lipídeos.
c-Vitaminas e sais minerais.
5- Os alimentos desempenham várias funções importantes, uma delas é o
fornecimento de energia para as atividades do dia-a-dia. Assinale quais são os
alimentos que tem função energética:
a-Laranja, banana, tomate, alface, maçã, cenoura.
b-Massas, batata, arroz, carnes, bacons, linguicinha.
c-As duas estão corretas.
6- A pirâmide dos alimentos é um instrumento que tem por objetivo orientar as
pessoas para uma dieta mais saudável e equilibrada. Com relação aos níveis da
pirâmide alimentar e seus grupos de alimentos, assinale a alternativa correta:
a)- Primeiro nível contém alimentos reguladores.
-Segundo nível contém alimentos energéticos.
-Terceiro nível contém alimentos construtores.
-Quarto nível contém alimentos reguladores.
b)- Primeiro nível contém alimentos energéticos.
-Segundo nível contém alimentos reguladores.
-Terceiro nível contém alimentos construtores.
-Quarto nível contém alimentos energéticos.
c)- Nenhuma das alternativas esta correta.
7-Os nutrientes são substancias que compõem os alimentos. Eles se classificam em:
a-Orgânicos inorgânicos.
b-Macronutrientes e micronutrientes.
c-Plásticos, energéticos e reguladores.
8-Os alimentos são formados por diferentes nutrientes, substancias indispensáveis
para garantir uma vida mais saudável. Alguns alimentos contêm quantidades
maiores de determinados nutrientes. Assinale a alternativa correta:
a- Banana contém potássio, laranja; vitamina ‘’C’’, feijão; ferro, ovo; cálcio, carne;
proteínas.
b-Acerola contém vitamina’’C’’, feijão; proteínas, leite; cálcio, laranja; fibras
carne; gorduras.
c-As duas estão corretas.
9-Muitas enfermidades são causadas pela carência de alguns nutrientes necessários
para a manutenção da saúde. Com relação às deficiências, assinale a alternativa
correta:
a)-Carência de cálcio causa baixa resistência.
-Carência de vitamina ‘’A’’; ossos e dentes fracos.
-Carência de vitamina ‘’C’’; anemia.
-Carência de ferro; visão prejudicada.
b)-Carência de vitamina ‘’C’’, baixa resistência.
-Carência de ferro; anemia.
-Carência de vitamina ‘’A’’; visão prejudicada.
-Carência de cálcio; ossos e dentes fracos.
c)-Nenhuma das alternativas esta correta.
10-Uma alimentação saudável e equilibrada fornece energia e nutrientes que o
corpo precisa para se manter com saúde. Assinale qual das refeições você
considera mais saudável e balanceada:
a)Macarronada com salsicha, linguicinha, pastel e ovo frito.Para beber, Coca-Cola.
b)Cenoura, beterraba, pepino, salada de frutas e suco de acerola.
c)Feijão, arroz, frango, batata, salada de alface com tomate. Para beber, suco de
laranja.
4 DESENVOLVENDO O TEMA
4.1 O que é Fome Oculta?
A Fome Oculta é uma grave desnutrição, provocada pela deficiência de
micronutrientes (vitaminas e minerais), essenciais para a manutenção da saúde.
Faltam alguns nutrientes no organismo que seriam importantes para protegê-lo de
muitas enfermidades. Se essa necessidade não for atendida, aumentam os riscos de
desenvolver doenças como anemias, diabetes, obesidade, envelhecimento precoce
e até certos tipos de cânceres e de doenças degenerativas. De acordo com
Ramalho:
A ‘’Fome Oculta’’ é um mal silencioso que atinge grande parte da população mundial e independente de classe social, etnia, idade ou sexo. Sem sintomatologia visível, interfere em várias etapas do processo metabólico, do sistema imunológico e da defesa antioxidante, comprometendo o desenvolvimento físico e mental do individuo em decorrência principalmente da inadequação qualitativa e quantitativa da dieta. (RAMALHO, 2009, p. 188).
Por este motivo é que devemos manter uma dieta saudável e equilibrada,
sendo de extrema importância nas fases da infância e adolescência, devido ao
crescimento e desenvolvimento intenso e que estão diretamente relacionados com a
alimentação.
4.2 Alimentação
A alimentação é uma das necessidades mais importantes para o ser
humano, os alimentos nos fornecem energia necessária para o funcionamento de
diversos órgãos, bem como a matéria-prima para a produção de novas células.
Além de ser uma necessidade básica, quando bem administrada, de forma correta,
supre de maneira eficiente a todas as necessidades diárias, servindo como base
para a prevenção de doenças e a manutenção da saúde. Uma dieta equilibrada e
balanceada é aquela que fornece todos os nutrientes (macro e micro-nutrientes),
essenciais para manter uma vida saudável. Nenhum tipo de alimento pode nos
oferecer todos os nutrientes. Daí a importância de consumir diferentes alimentos em
quantidades adequadas. E nenhum nutriente é mais ou menos importante que o
outro, todos são necessários para garantir nosso bem-estar e melhorara nossa
qualidade de vida. Conforme Angelis, (1979, p. 219), ‘’Para proporcionar uma boa
nutrição, a alimentação devera ser abundante e variada, a fim de garantir a ingestão
de todos os nutrientes em quantidades e proporções adequadas.’’
Manter uma alimentação saudável, variada e equilibrada é importante em
todas as fases da vida. Pessoas que não se alimentam de forma adequada em
qualquer idade, podem ter muitos problemas de saúde. Más, é na infância e
adolescência que os hábitos alimentares devem receber atenção especial, devido ao
processo de crescimento e desenvolvimento intenso, característico da faixa etária.
Também é nesta fase que os hábitos alimentares se bem estabelecidos
corretamente poderão permanecer ao longo da vida adulta, além de auxiliar no
processo do aprendizado.
O aumento da desnutrição nos últimos anos enalteceu a importância de
estimular nossos alunos ao consumo de regimes alimentares mais saudáveis. As
vitaminas e os sais minerais são substâncias químicas que exercem um importante
papel no funcionamento normal do organismo. As vitaminas são indispensáveis a
certas funções celulares, todas possuem função reguladora, mas cada uma delas
realiza funções específicas. Conforme se dissolvem em água ou gorduras, são
classificadas em hidrossolúveis e lipossolúveis. Sua falta, causa as chamadas
doenças de carência ou avitaminoses. Os sais minerais são indispensáveis para a
realização de uma série de funções orgânicas, sua deficiência traz uma série de
repercussões à saúde do organismo. Os carboidratos, proteínas e os lipídios
também não devem faltar em nenhuma dieta, afinal de contas todos os nutrientes
são necessários para que haja uma alimentação equilibrada e balanceada.
4.3 Classificação dos Alimentos
Os alimentos são classificados de acordo com a origem e a função que
exercem no organismo e também com os nutrientes de que são formados.
a)Quanto à origem: Orgânicos e inorgânicos.
-Orgânicos: São os alimentos que se originam de organismos, especialmente de
animais e plantas.
-Inorgânicos (minerais): São os alimentos representados pelos sais minerais e a
água.
b)Quanto à função: Plásticos, energéticos e reguladores.
-Plásticos ou Construtores: Fornecem material para a construção do organismo
(crescimento, produção de novas células, reconstituição de tecidos). São
representados pelas proteínas.
-Energéticos: Responsáveis pelo fornecimento de energia ao nosso organismo.
Representados pelos lipídeos (gorduras), e os carboidratos.
-Reguladores: Responsáveis pela regulação das reações químicas que ocorrem no
organismo, fundamentais para o funcionamento normal do corpo humano.
Representados pelas vitaminas e os sais minerais.
c)Quanto aos Nutrientes:
-Proteínas; (protídeos)
-Carboidratos; (glicídios)
-Lipídeos; (gorduras)
-Vitaminas;
-Sais Minerais;
-Água;
4.4 Macro nutrientes e Micronutrientes na Alimentação
Os nutrientes são substâncias que compõem os alimentos. Classificam-se
em macro nutrientes e micronutrientes. Os macros nutrientes são necessários em
grandes quantidades no organismo. Constituem a base dos alimentos que
comemos. São representados pelas proteínas, carboidratos e gorduras. Os
micronutrientes são necessários em pequenas quantidades, más são essenciais
para o bom funcionamento do organismo. São eles as vitaminas e os sais minerais.
Tanto os macros quanto os micronutrientes devem ser ingeridos diariamente
para assegurar uma alimentação saudável. Uma alimentação nutritiva e equilibrada
em termos de quantidade, composta por alimentos variados e coloridos é essencial
para garantir o acesso a todos os nutrientes, os macro e micronutrientes. A
alimentação diária consumida por todos os indivíduos deve conter todos os
nutrientes: proteínas, carboidratos, fibras, lipídios, vitaminas e sais minerais.
Proteínas: São compostos por unidades menores chamadas aminoácidos,
que possuem funções muito diversificadas no corpo humano, fundamentais na
construção, reparação e manutenção dos tecidos corporais (orgânicos). São
utilizadas para a construção das paredes e de diversos componentes das células,
participam também do transporte de substâncias, e são classificadas como
alimentos construtores ou plásticos. Devem ser ingeridas regularmente em
quantidades adequadas, pois, sua falta na dieta provoca grave desnutrição, a
desnutrição chamada energética protéica (DEP). É encontrada no leite, queijo, ovos,
feijão, lentilhas, soja, trigo integral, carnes e na maioria dos cereais, etc.
Carboidratos: Os carboidratos desempenham um papel extremamente
importante, pois é através deles que retiramos a maior parte da energia necessária
às atividades celulares do organismo. Nossas células obtêm e utiliza essa energia
para realizar suas funções metabólicas. São decompostos em moléculas menores
por enzimas encontradas na saliva, no suco pancreático e no intestino delgado,
representados pelos açúcares (glicose, frutose, sacarose, lactose) e pelo amido,
também conhecidos como glicídios. São fontes de carboidratos, as frutas, arroz,
batatas, leguminosas como lentilhas, feijões, soja, alimentos feitos a partir de farinha
de trigo, como massas, pães, biscoitos, etc.
Fibras: São carboidratos que nosso organismo não consegue digerir, passam
intactas pelo trato intestinal, mas sua presença ajuda a regular o funcionamento do
intestino e o nível de gordura no sangue. A melhor forma de investir na saúde
digestiva é se alimentando de fibras. São encontradas em alimentos como aveia,
frutas, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha), cevada, centeio, trigo integral, verduras,
legumes, entre outros. Noronha e Rossetti escrevem sobre a importância das fibras:
As insolúveis não são decompostas pelas bactérias intestinais e não se dissolvem com facilidade na água. Não contêm calorias, mas proporcionam sensação de saciedade, o que ajuda a controlar o apetite. A falta dessas fibras na alimentação pode causar constipação. Já as fibras solúveis se dissolvem na água, regulam o metabolismo e a digestão, além de estabilizar os níveis de glicose. (NORONHA; ROSSETTI, 2007, p. 55).
Lipídios (Gorduras): Fazem parte do grupo de alimentos conhecidos como
energéticos. Não é bom exagerar no consumo de alimentos que contêm muita
gordura, o melhor é consumir o mínimo de gorduras e, mesmo assim, dando
preferência às gorduras de origem vegetal, sua ingestão em excesso pode causar
obesidade e problemas cardíacos. São encontrados em grande quantidade nos
óleos vegetais e animais, leite e seus derivados (nata, manteiga e queijos), nas
carnes em geral, na margarina, entre outros. Gewandsznajder, comenta sobre as
gorduras saturadas e insaturadas:
Há dois tipos de gorduras: as saturadas e as insaturadas. As gorduras saturadas são encontradas em alimentos de origem animal, como a carne vermelha e os laticínios e em alguns alimentos de origem vegetal, como coco, chocolate e o azeite- de- dendê. As gorduras insaturadas são encontradas nos óleos vegetais (óleo de milho, girassol ou canola), azeite de oliva e em alguns peixes como oatum e o salmão). (GEWANDSZNAJDER, 2005, p. 26).
Vitamina A (Retinol): É considerado um nutriente essencial, ao ser humano,
sobretudo nos momentos de intenso crescimento e desenvolvimento, sendo
requerida em importantes processos biológicos. Essa vitamina tem um papel
fundamental na manutenção da integridade dos processos visuais e da pele. Está
intimamente ligada ao sistema imune. Sua deficiência traz profundas repercussões à
saúde do organismo e suas consequências são sinais e sintomas oculares
(xeroftalmia ou olho seco), a pessoa também pode ter dificuldade de enxergar em
ambientes pouco iluminados (cegueira noturna), sinais cutâneos, entre outros. O
nosso corpo também pode fabricar vitamina “A” a partir do betacaroteno, encontrado
em verduras com folhas verde-escuras e vegetais amarelos ou alaranjadas, como a
cenoura, abóbora, melancia, mamão, manga, tomate etc. A anemia também pode
estar associada à deficiência de vitamina A (DVA).
Vitaminas do complexo B: Constituem um conjunto de vitaminas (B1 ou
tiamina, B2 ou riboflavina, B3 ou niacina, B6 ou piridoxina, B12 ou cobalamina, além
de outras), atua em muitas reações químicas do corpo, principalmente ajudando a
célula a oxidar carboidratos para obter energia. São quimicamente distintas,
hidrossolúveis, (solúveis em água), desempenham importantes papéis no
metabolismo celular e ajudam na absorção de nutrientes, aumentando a eficácia nas
dietas. Essas vitaminas tem muita coisa em comum, o modo de atuação no
organismo, em determinados casos é semelhante, frequentemente coexistem nos
mesmos alimentos, vegetais e cereais integrais, leite e derivados, ovos, carnes,
frutas, verduras e legumes, etc. Várias doenças decorrentes de deficiências
vitamínicas podem ser resultados de falta de vitaminas do complexo “B”. As
deficiências dessas vitaminas podem acarretar uma série de doenças, dentre elas, a
beribéri, pelagra, convulsões, câimbras, dormência, fraqueza muscular, anemia
perniciosa e principalmente doenças neurológicas.
Vitamina B1 (Tiamina): Importantes para o bom funcionamento dos
músculos, e do sistema nervoso, protege o coração. Sua carência pode provocar o
beribéri e consequências gravíssimas no cérebro. De acordo com Angelis e
Tirapegui, (2007, p. 136), “A deficiência de tiamina pode ser provocada não apenas
pela ingestão insuficiente da mesma. O alcoolismo crônico é, sem dúvida, uma
causa relevante desta hipovitaminose.” Fontes: Grãos integrais, pão integral,
cereais, feijão, legumes, etc.
Vitamina B2 (Riboflavina): Importante no funcionamento do sistema
nervoso, ligada à produção de energia, aminoácidos e proteínas. Sua deficiência
causa lesões na mucosa da boca, inflamações na pele, problemas oculares, catarata
e opacidade na córnea, entre outras. Segundo Angelis e Tirapegui, (2007, p. 137), “A
deficiência pode ocorrer não só em decorrência da baixa ingestão, mas também
devido ao alcoolismo crônico.”Fontes: leite e derivados, carnes, ovos, frutas, folhas
verdes, legumes e cereais, etc.
Vitamina B3 (Niacina): Abundantes na natureza. Possui um importante
papel no metabolismo celular, sendo necessária para metabolizar energia. De
acordo com Angelis e Tirapegui, (2007, p. 138), “Como as demais vitaminas do
complexo B, a niacina atua como coenzima em reações do metabolismo, como na
quebra da glicose, de aminoácidos e de ácidos graxos, a fim de liberar energia.”
Sintomas de carência: Causa pelagra caracterizada por problemas de pele. Fontes:
peixes, aves,ovos, leite, grãos, leguminosas como lentilha e feijão.
Vitamina B5 (Ácido pantotênico): Regulação dos processos de produção
de energia. Sua deficiência é rara em humanos. Doenças provocadas pela carência
(avitaminose), perturbações nervosas, irritabilidade, estresse. Fontes: encontrada
em quase todos os alimentos de origem vegetal (frutas, verduras e legumes), e
animal.
Vitamina B6 (Pirodoxina): Funcionamento do sistema nervoso, liberação
de energia, síntese de glóbulos vermelhos, entre outras funções. Sintomas da
deficiência: depressão, confusão mental, perda de peso, etc. Fontes: extrato de
leveduras, trigo integral, cereais integrais, carnes, ovos, leite, grãos de soja,
vegetais...
Vitamina B8 (Biotina): Atua no metabolismo de energia. Deficiências:
Fadiga, náuseas, anorexia, cãibras, dermatite, depressão, colesterol elevado, entre
outras. Sua deficiência é rara em humanos. Fontes: Fígado, soja, arroz integral,
castanhas, cereais. Uma das melhores fontes desta vitamina são as leveduras, etc.
Vitamina B9 (Ácido fólico): É conhecida como a vitamina B9 do complexo
“B”, ou como ácido fólico ou folato. Exerce importante papel no desenvolvimento
dosistema nervoso central, no metabolismo de neurotransmissores e na preservação
e integridade da memória com o avanço da idade. A deficiência nutricional de ácido
fólico está associada com as alterações no metabolismo, transtornos psiquiátricos
(doença de Alzheimer, doença de Parkinson e depressão, demência), comuns no
envelhecimento, estresse oxidativo, osteoporose, processos infamatórios, câncer,
complicações durante a gestação e infertilidade. Os vegetais constituem as
principais fontes de ácido fólico (tomate, cogumelo, ervilha, brócolis e espinafres),
são alguns dos alimentos ricos em ácido fólico A doutora e professora titular em
nutrição, Ramalho, (2009, p. 72), faz o seguinte comentário: ‘’Portanto, o adequado
estado nutricional de ácido fólico é vital para a prevenção de doenças crônico-
degenerativas, defeitos congênitos, resultados obstétricos indesejáveis e outras
enfermidades.’’
Vitamina B12 (cobalamina): Auxilia na formação e longevidade das células
e produção dos glóbulos vermelhos, células do sangue. Sua carência pode causar
anemia perniciosa e problemas de origem nervosa. Fontes: É praticamente exclusiva
de alimentos de origem animal, frutos do mar, gema de ovo, carne vermelha, peixes,
aves, fígado, lêvedo, leite e derivados (iogurtes, queijos, ricota).
Vitamina C (ácido ascórbico): Além de ser um antioxidante, é essencial
para a manutenção dos tecidos de sustentação do corpo. Na falta dessa vitamina,
esses tecidos ficam fracos, podendo ocorrer sangramentos em diversas partes do
organismo, (pele e gengivas). Dentre outras funções, a vitamina “C” esta
intimamente relacionado à absorção do ferro, pelo organismo, prevenindo as
anemias. É facilmente destruída, quando em contato com o ar ou o calor. “Os
campeões em vitamina C” são as frutas cítricas, laranjas, limão, goiaba, caju, etc. A
ausência dessa vitamina causa o escorbuto, moléstia carencial mais antiga que se
conhece, também provoca lentidão em processos de cicatrização, etc. Angelis
comenta sobre essa deficiência:
A forma mais acentuada de deficiência de vitamina “C” é de ordem subclínica ou deficiência branda, devido principalmente ao consumo reduzido de frutas e vegetais ou decorrente de hábitos alimentares errôneos, assim como consequência de outras moléstias (como em pacientes ulcerosos) que pela restrição dietária deixam de ingerir alimentos ricos em ácido ascórbico. Quando a deficiência de ácido ascórbico se torna acentuada aparece o “escorbuto”. (ANGELIS, 1979, p.126).
Vitamina D (calciferol): Facilita a absorção de cálcio e fósforo nos ossos. É
considerado um nutriente essencial que pode ser naturalmente sintetizada na pele,
obtida através da exposição solar e de alimentos considerados fontes: laticínios,
gema de ovo, óleos vegetais, leite, manteiga, etc. Sua deficiência esta associada
principalmente ao desenvolvimento de doenças ósseas, como a osteoporose,
deformidades da coluna vertebral, raquitismo, fraturas, entre outras. Sabe-se que
exposições prolongadas ao sol em horários inadequados podem causar câncer de
pele.
Vitamina E (tocoferol): Por ser um antioxidante, a vitamina “E” parece ter
um efeito protetor na célula, normaliza o crescimento e a reprodução das células,
prevenindo lesões nas membranas celulares. Pode ser encontrada em alimentos
como óleos, grãos vegetais, ovos, leite, cereais integrais, germe de trigo, nozes,
castanhas, sementes e leguminosas (feijão, soja, ervilha, lentilha.).
Vitamina “K”(mefitona): Esta envolvida nos processos de coagulação. Os
sintomas de carência são a tendência a hemorragias e dificuldade de coagulação do
sangue. Suas principais fontes são as folhas de vegetais, óleos vegetais, cenoura,
tomate, espinafre, repolho, etc. Ela é também sintetizada pelas bactérias da flora
intestinal.
Ferro: Indispensável na formação dos glóbulos vermelhos (hemácias),
células do sangue, ricas em hemoglobina, uma proteína que transporta o oxigênio
pelo corpo. Sua carência pode resultar na anemia ferropriva, doença carencial mais
prevalente no mundo, sobretudo na infância, com sérias repercussões para a saúde.
Estima-se que 90% dos casos de anemia sejam desse tipo. É encontrado em
alimentos como os vegetais de folha verde-escura, carnes, feijão e outras
leguminosas. Em sua obra, “Fome Oculta” Diagnóstico, Tratamento e Prevenção,
Ramalho, escreve:
A anemia ferropriva apresenta importantes consequências à saúde do individuo, incluindo o desenvolvimento cognitivo deficiente, redução da capacidade física para realização de trabalhos e, em casos mais graves, maior risco de mortalidade, especialmente no período perinatal. (RAMALHO, 2009, p. 137).
Iodo: É componente essencial para o bom funcionamento da glândula
tireóide e para a síntese dos hormônios tireoidianos. Sua falta no organismo origina
o bócio, popularmente chamado de papeira, essa doença se manifesta pelo
crescimento da glândula tireoide. Em crianças prejudica o crescimento corporal e
também pode causar retardamento mental. Suas principais fontes são alimentos
como lentilha, sal iodado, peixes do mar, camarão e outros frutos do mar.
Cálcio: Esse nutriente é importante para funções como metabolismo celular,
crescimento ósseo, coagulação sanguínea, transmissão de sinais nervosos,
contrações musculares, entre outros. É encontrada em laticínios, hortaliças, peixes,
vegetais de folhas verdes (brócolis, espinafre).
Fósforo: O fósforo está envolvido nos processos de crescimento,
manutenção e reparo dos tecidos orgânicos, forma ossos e dentes ajudam na
produção e armazenagem de energia. É encontrado nas carnes, ovos, laticínios,
feijões, ervilhas, etc.
Magnésio: Atua em várias reações químicas junto com enzimas e vitaminas.
Ajuda na formação dos ossos e no funcionamento dos nervos e músculos. Sua
deficiência está geralmente associada com distúrbios como a anorexia, letargia,
fraqueza, e nos casos mais graves pode ocorrer irritabilidade, déficit de atenção e
confusão mental. Principais fontes: hortaliças de folhas verdes, cereais, carnes,
peixes, feijão, ovos, soja, banana, etc. Angelis e Tirapegui comentam a respeito
dessa deficiência:
A deficiência em magnésio esta geralmente associada com distúrbios na absorção e/ou no aumento na excreção renal, e pode apresentar sintomas como: anorexia, náusea, vômitos, letargia e fraqueza, sendo que em casos mais graves pode ocorrer irritabilidade, parestesia, diminuição de atenção e confusão mental. (ANGELIS, TIRAPEGUI, 2007, p. 116).
Zinco: É um dos mais importantes elementos essenciais à nutrição humana.
O zinco exerce papel fundamental no processo de divisão celular, de síntese
protéica, importante participação na regulação hormonal, crescimento e participa nas
funções regulatórias de diversas enzimas. As manifestações clínicas dessa
deficiência podem ser leve, moderada, ou grave, incluindo transtornos mentais,
redução no crescimento, letargia mental, alterações neurossensitivas, infecções
recorrentes e, quando não tratada pode ser fatal. Fontes: alimentos de origem
vegetal possuem altos teores desse mineral. Ramalho, (2009, p. 60), faz o seguinte
comentário: ‘’Em especial na infância a deficiência em zinco promove consequências
graves de saúde, entre as quais, maior prevalência de doenças, atraso no
crescimento, e prejuízos as funções cognitivas.’’
Potássio: Desempenha diversas funções importantes no organismo,
principalmente no funcionamento dos músculos e na transmissão de impulsos
nervosos. Também é necessário para a função celular normal. Suas concentrações
intra e extracelulares, quando em desequilíbrio, podem afetar a transmissão neural,
a contração muscular e o tônus vascular. Os alimentos mais ricos nesse mineral são
as frutas, (banana, laranja, abacate, melancia), verduras leguminosas, leite, cereais.
Selênio: É um mineral essencial ao corpo humano. Age como um
antioxidante, defende as células do organismo de radicais livres que surgem todos
os dias sob a influencia de toxinas ambientais, tabaco, álcool e estresse. Exerce um
importante papel no funcionamento da glândula tireóide. Também é usado como
terapia coadjuvante do câncer, melhora a imunidade e combate infecções agudas e
crônicas. Alimentos considerados boas fontes de selênio são os cereais, frutas,
legumes, peixes, ovos, castanha do Pará, nozes, grãos, aveia, etc. Angelis e
Tirapegui, comentam sobre as funções do selênio:
Dentre as principais funções atribuídas ao selênio estão a capacidade antioxidante, a participação na conversão do T4 para T3, a proteção contra a ação nociva de metais pesados e de xenobióticos, a redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis e o aumento da resistência do sistema imunológico. (ANGELIS, TIRAPEGUI, 2007, p.119).
Sódio: Ajuda a manter o equilíbrio dos líquidos no corpo e age no
funcionamento dos nervos e músculos. Principais fontes: sal natural adicionado no
preparo dos alimentos e nos alimentos industrializados.
Cloro: Componente do suco gástrico. Age junto com o sódio e forma o ácido
clorídrico do estômago. Fontes: encontra-se combinado ao sódio no sal comum.
Flúor: Importantes para a proteção dos ossos e dentes. Em muitas cidades,
o flúor é adicionado à água potável que é distribuída à população.
Manganês: É um mineral que ajuda a regular diversas reações químicas,
utilizado como co-fator de diversas enzimas, também esta envolvido na formação
óssea. As recomendações de manganês são baixas e normalmente são alcançadas
através da dieta, ingerindo alimentos como grãos integrais, feijões, cereais,
hortaliças e frutas.
Cobre: É um micronutriente essencial que participa de uma série de funções
fisiológicas nos organismos. Ajuda na formação do pigmento que da cor a pele
(melanina), na produção de hemoglobina e de energia. É bem distribuído nos
alimentos, principalmente frutos do mar, legumes, fígado, sementes, amêndoas,
ameixas, etc. Usar panelas de cobre sem revestimento de proteção pode resultar em
intoxicação. Ramalho comenta sobre a deficiência desse mineral:
A deficiência de cobre ocasiona uma anemia semelhante ä que ocorre por deficiência de ferro, ou seja, uma anemia hipocrômicamicrocítica, porém esta anemia não é responsiva a suplementação de ferro, ocorrendo mesmo frente à adequação dos estoques de ferro. (RAMALHO, 2009, p. 357).
Cromo: É um mineral que potencializa a ação da insulina, melhora o
metabolismo da glicose, sendo muito importante na redução da hipertensão. Outra
provável ação da suplementação com cromo em idosos, provoca uma redução
significativa dos níveis de colesterol. Nos seres humanos os maiores depósitos de
cromo são o fígado, baço, tecidos moles e os ossos. Angelis e Tirapegui comentam a
respeito da deficiência de cromo no organismo:
A deficiência em cromo pode ocorrer em pacientes submetidos à nutrição parenteral total prolongada, isenta do mineral em sua composição. Sintomas como perda de peso, neuropatia periférica, tolerância a glicose prejudicada, perfil lipídico alterado e utilização ineficiente de carboidratos podem ocorrer nestes casos. (ANGELIS e TIRAPEGUI, 2007, p. 123).
4.4.1 ATIVIDADE 2 Função dos Diferentes Nutrientes no Organismo Humano
Pesquisar os diferentes nutrientes, presentes nos alimentos e quais as
funções que desempenham na nutrição e manutenção da saúde. A turma será
dividida em grupos, onde cada um será responsável por pesquisar um tipo diferente
de nutriente. Após a pesquisa, haverá apresentação à classe para discussão e
socialização com os demais grupos.
4.4.2 ATIVIDADE 3 Cruzadinha dos Nutrientes
Construa um crucigrama conforme o modelo da Figura 1, usando a palavra-
chave ‘’ALIMENTOS’’ e pesquise as respostas que devem ser escritas nas linhas
horizontais:
1- A
2- L
3- I
4- M
5- E
6- N
7- T
8- O
9- S
Figura 1: Crucigrama
1-Ajuda a regular o funcionamento do intestino e o nível de gordura no sangue.
2-Fortalece ossos e dentes.
3-Componente essencial para o bom funcionamento da glândula tireoide.
4-Atua em várias reações químicas junto com enzimas e vitaminas.
5-Sua carência pode resultar em anemia.
6-Importante para crianças e adolescentes que se encontram em fase de
crescimento.
7-Nos fornecem a maior parte da energia necessária às atividades celulares do
organismo.
8-Sua ingestão em excesso pode causar obesidade e problemas cardíacos.
9-Importantes para o funcionamento dos músculos e na transmissão de impulsos
nervosos.
OBS: O professor pode sugerir que cada aluno construa o seu crucigrama.
Para finalizar essa atividade, complete a tabela das vitaminas e dos sais
minerais, pesquisando suas fontes, funções e deficiências.
TABELA DAS VITAMINAS
VITAMINAS FONTES
FUNÇÕES DEFICIÊNCIAS
Vitamina ‘’A’’
Retinol
Vitaminas do
com
Plexo‘’B
Vitamina ‘’C’’
Ácido ascórbico
Vitamina ‘’D’’
Calciferol
Vitamina ‘’E’’
Tocoferol
Vitamina ‘’K’’
Mefitona
TABELA DOS SAIS MINERAIS
SAIS
MINERAIS
FONTES
FUNÇÕES DEFICIÊNCIAS
FERRO
CÁLCIO
POTÁSSIO
IODO
FÓSFORO
MAGNÉSIO
ZINCO
SELÊNIO
SÓDIO
FLUOR
4.5 Os Alimentos Contém Água
A água é a substância química mais abundante encontrada no corpo
humano. Cerca de 70% da massa corporal é composta por água. Ela é essencial
para o funcionamento do nosso organismo, que deve estar sempre bem hidratado.
Além dos nutrientes, os alimentos também contém água em maior ou menor
proporção. Alguns são naturalmente ricos em água, como as frutas, verduras e
legumes, ajudando a repor os líquidos que perdemos diariamente.
Uma nutrição equilibrada também necessita de água. Ela é responsável pelo
transporte de nutrientes e gases para dentro e fora da célula, regula nossa
temperatura interna, ajuda a eliminar as toxinas do organismo e graças também a
água que as fibras conseguem percorrer todo o intestino ‘’varrendo’’ tudo aquilo que
foi rejeitado pela digestão.
4.6 A Importância da Pirâmide Alimentar
A Pirâmide Alimentar é um instrumento, que tem por objetivo orientar as
pessoas para uma dieta mais saudável e equilibrada, que fornece todos os
elementos necessários ao crescimento e a manutenção do corpo. Representa os
grupos de alimentos que devem ser consumidos ao longo do dia para que não
venha faltar nenhum dos nutrientes (macro e micronutrientes), pois todos são
necessários para que haja uma alimentação equilibrada. Sua largura em cada nível
da uma idéia da quantidade e da proporção relativa de alimentos que devem ser
ingeridos em um dia por indivíduos sem restrição alimentar. A parte mais larga da
pirâmide (sua base), representa os alimentos que devemos consumir em maior
quantidade, e em menor quantidade os alimentos que estão nos grupos menores.
Segundo Marciano:
A pirâmide alimentar amplamente reconhecida como ferramenta de educação nutricional, tem sido útil no monitoramento nutricional, possibilitando verificar as diferenças entre o consumo alimentar atual e o recomendado, e tem respaldo muitos estudos cuja proposta é analisar quantitativamente a dieta. (MARCIANO et.al, 2011, p. 235).
É bom lembrar que a imagem da pirâmide apresenta um dos modelos
propostos como guia para uma alimentação saudável, e que existem outros modelos
de pirâmide alimentar. Foi criada na década de noventa, (1992), pelo Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), sendo propostos quatro níveis e oito
grupos alimentares. Atualmente representa a melhor ferramenta para entendemos o
conceito de uma alimentação saudável, balanceada e de reeducação alimentar. Por
isso é muito importante ter uma alimentação diversificada diariamente, incluindo
alimentos de todos os grupos da pirâmide. Segundo o artigo original, publicado na
revista de nutrição:
É importante que a pirâmide alimentar seja sempre avaliada e adaptada em função dos objetivos a que se destina, da população a ser atingida, respeitando-se a disponibilidades de alimentos e os hábitos alimentares locais, mantendo-se como um guia prático de orientação nutricional. (PHILIPPI et.al, 1999, p. 71).
Os guias alimentares são instrumentos de orientação e informações à
população, visando à promoção da saúde através da adoção de hábitos alimentares
mais saudáveis. Os alimentos são agrupados de acordo com suas funções e seus
nutrientes. A quantidade de porções a ser consumida depende de fatores como
idade, atividade física, entre outros. Vamos examinar os grupos de alimentos que
estão representados na figura 2:
Figura 2: Pirâmide Alimentar
FONTE: www.tudoemfoco.com.br/piramide-alimentar.html
O primeiro nível da pirâmide (sua base), é constituída pelos alimentos
energéticos, ricos em carboidratos, que nos fornecem principalmente energia. Eles
também contribuem com um pouco de proteínas, vitaminas, minerais e fibras. São
representados pelos cereais (arroz, trigo), raízes e tubérculos (batata, mandioca,
inhame) e massas (pães, bolos, macarrão). Em geral são pobres em gorduras.
O segundo nível da pirâmide é formado pelos alimentos reguladores,
representados pelos vegetais (frutas, verduras e legumes), que nos fornecem as
vitaminas, sais minerais e fibras. Participam de diversas funções específicas,
essenciais ao funcionamento normal do organismo.
O terceiro nível é formado pelo conjunto de alimentos construtores, ricos em
proteínas, responsáveis pela formação e manutenção dos tecidos do organismo.
Alguns alimentos também são fontes de cálcio, importantes para o crescimento
ósseo, e ferro que previne as anemias. Formam três grupos alimentares,
representados pelas carnes (peixe, frango, gado, porco, etc.) e ovos, feijões e outras
leguminosas (ervilha, lentilha, soja, grão de bico), e produtos lácteos (leite, iogurte,
queijos). É necessária a moderação no consumo destes produtos, muitos são
gordurosos.
No topo da pirâmide (quarto nível), encontramos dois grupos alimentares,
representados pelos óleos, gorduras e açúcares (sorvetes, balas, bolos, doces,
refrigerantes, manteiga, margarina, etc.). São alimentos energéticos que contém
muitas calorias e excesso de gorduras, por isso, devem ser consumidos com
moderação, (em pequenas quantidades).
4.6.1 ATIVIDADE 4 Confecção da Pirâmide Alimentar
Os alunos dispostos em grupos irão confeccionar a pirâmide dos alimentos em
forma de cartaz, maquete ou painel. Utilizarão diferentes recursos, como material de
sucata, massinha de modelar, miniaturas de alimentos, entre outras, de acordo com
a criatividade de cada grupo. Para facilitar o entendimento desta atividade, o
professor trará um modelo pronto e apresentara algumas imagens de diferentes
modelos para estimular o interesse e despertar a curiosidade dos alunos.
Após a confecção da pirâmide alimentar, cada grupo vai elaborar um cardápio
de uma refeição saudável e equilibrada, para um café, almoço ou jantar, baseados
nos grupos de alimentos da pirâmide que foi construída. Haverá apresentação à
classe para discussão e socialização entre os grupos.
4.6.2 ATIVIDADE 5 Os Alimentos são Formados por Diferentes Nutrientes
Faça uma lista do que você se alimentou nas refeições do dia anterior (café
da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar). Depois de feita a lista, distribua
os alimentos na tabela a seguir, classificando-os em proteínas, carboidratos, lipídeos
(gorduras), vitaminas e sais minerais.
Proteínas
Carboidratos Lipídeos Vitaminas Sais Minerais
OBS; Um alimento pode estar em mais do que uma coluna.
Responda:
1-Existe diferença entre alimento e nutriente? Cite dois exemplos de cada.
2-Em um único alimento podemos encontrar todos os nutrientes?
3-Todos os nutrientes são importantes e necessários para que haja uma alimentação
balanceada?
4-Por que devemos ter uma alimentação variada?
5-Analise seus hábitos alimentares comparando-os com os dados da pirâmide.
4.7 Hábitos Alimentares Saudáveis
Hábitos alimentares saudáveis, além de proporcionar prazer, fornecem
energia e nutrientes que o corpo precisa. A dieta adequada é aquela que fornece
todos os elementos necessários ao crescimento, desenvolvimento e a manutenção
da saúde. Esses elementos são os nutrientes que estão contidos nos alimentos. A
nossa saúde depende em grande parte da alimentação.
A escolha dos alimentos é parte fundamental para que os hábitos
alimentares melhorem. Escolher a maior variedade possível é indispensável ao
nosso organismo. Dar preferência aos produtos naturais e orgânicos, pois os
agrotóxicos são prejudiciais à saúde e os alimentos industrializados, na maioria das
vezes, possuem valor nutricional duvidoso. De acordo com Figueredo e Condeixa,
(2009, p. 23), ‘’cada um deve ser capaz de administrar o que come, a cada refeição,
todos os dias, tendo em vista a manutenção da saúde.’’
Para promover hábitos alimentares mais saudáveis, e, consequentemente,
diminuir a ‘Fome Oculta’, acredita-se que seja importante que tenhamos
conhecimentos sobre alimentação e nutrição. Também é fundamental que os hábitos
alimentares saudáveis sejam adquiridos e consolidados ainda na infância e
adolescência, pois quanto mais cedo acontecer essa reeducação alimentar, mais
forte será o potencial de perpetuação na vida adulta. De acordo com a Revista de
Saúde Pública:
O estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis deve ser estimulado precocemente na vida do individuo. Hábitos alimentares podem mudar substancialmente durante o crescimento, más o registro e a importância do primeiro aprendizado e algumas formas sociais aprendidas permanecem ao longo do ciclo vital. (MADRUGA et. al,2011, p. 385).
A alimentação é uma necessidade vital. Uma vez que ela seja adequada
corretamente de acordo com as necessidades do organismo, atuará como fator
preventivo e promotor da saúde.
4.7.1 ATIVIDADE 6 Aprendendo a nos alimentar
Num restaurante, você vê alguns pratos para serem escolhidos pelos clientes
na hora do almoço.
PRATO 1 PRATO 2 PRATO 3 PRATO 4
Frango
Costela
Linguicinha
Alcatra
Ovo-frito
Guaraná
Tomate
Alface
Beterraba
Cenoura
Salada de frutas
Suco de acerola
Feijão
Arroz
Batata
Frango
Salada
Suco de laranja
Coxinha
Pastel
Bolinho de queijo
Empadinha
Salsicha
Coca-Cola
RESPONDA:
Qual deles deveria ser escolhido, por uma pessoa sem restrição alimentar, com
atividade física moderada, que buscasse uma refeição mais completa e equilibrada
para satisfazer as necessidades do organismo? Justifique.
PARA DEBATE:
Comer bem é comer bastante?
O que é mais importante na alimentação, à quantidade ou a qualidade?
4.7.2 ATIVIDADE7 Construindo cardápios
A partir das informações adquiridas sobre alimentação saudável, procure
montar um cardápio para as refeições de um adolescente em um dia, que contemple
os diferentes nutrientes de forma balanceada.
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
RESPONDA:
1)Um adolescente, que se encontra em uma fase de intenso crescimento e
desenvolvimento, seus ossos e músculos crescem muito em pouco tempo. Esse
adolescente deve ficar atento aos alimentos de um dos níveis da pirâmide:
a-Qual é esse nível?
b-Quais são esses alimentos?
c-Justifique.
PARA DEBATE:
Esse cardápio é considerado ideal para a manutenção da saúde?
Os hábitos alimentares são influenciados pelo regionalismo e pela cultura?
Para finalizar essa atividade elabore um cardápio alimentar com café da
manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar para uma semana, baseado nos
princípios da pirâmide dos alimentos e seus grupos.
Segunda-
feira
Terça-
feira
Quarta-
feira
Quinta-
feira
Sexta-
feira
Sábado Domingo
Café da
manhã
Lanche
da
manhã
Almoço
Lanche
da
tarde
Jantar
4.8 Leitura de Rótulos e Embalagens de Alimentos
Entender as informações contidas nos rótulos e embalagens é fundamental
para a escolha de alimentos saudáveis. O rótulo é responsável por trazer dados
importantes do produto como nome, origem, lote, peso, tabela nutricional, aditivos
químicos, data de fabricação, validade, etc. A rotulagem é sem dúvida uma
importante fonte de informação.
O apelo ao consumo de produtos industrializados é muito grande em nossa
sociedade. Somos constantemente ‘’bombardeados’’ com propagandas de alimentos
industrializados em belas embalagens coloridas. É fácil nos tornarmos consumidores
de alimentos que podem ser perigosos à saúde. É preciso ficar atento à composição
e aos nutrientes descritos nas embalagens.
Saber o que cada produto trás em sua composição nos ajuda a ter uma dieta
mais saudável. Más nem sempre as informações contidas nos rótulos são de fácil
compreensão, muitos admitem que têm dificuldades em interpreta-las. Dai a
importância de essas informações serem claras e de fácil entendimento para
poderem ser utilizadas na escolha adequada de alimentos.
A conscientização da população sobre a importância da leitura e a
necessidade de compreender as informações presentes nos rótulos de alimentos,
pode ser iniciada na escola, De acordo com Guimarães:
Informar os educandos para a correta leitura e interpretação dos dados fornecidos nos rótulos de alimentos representa a formação de verdadeiros cidadãos, consumidores responsáveis e críticos, exigentes para lidar com a carga de informações que é transmitida pelos anúncios publicitários. (GUIMARÃES, 2009, p. 95).
As embalagens de alimentos são portadoras de muitas informações. A
leitura cuidadosa do rótulo de um produto se constitui em recurso de grande valia
para desenvolver o espirito crítico do aluno, estimulando o raciocínio e a inter-
relação com situações do cotidiano.
4.8.1 ATIVIDADE 8 Interpretando Rótulos de Alimentos:
Escolha um rótulo de alimento, e a partir das informações contidas, indique:
a) Um nutriente com função plástica;
b) Um nutriente com função energética;
c) Um nutriente com função reguladora;
d) As vitaminas;
e) Os minerais;
f) Os aditivos químicos alimentares;
g) Tipos de gorduras;
h) Processo de conservação do produto;
i) Data de fabricação;
j) Data de validade;
PARA DEBATE:
Analisar se esse produto pode ser consumido por qualquer pessoa, ou se
necessitam de alguma restrição.
O consumo cada vez maior (em excesso), de alimentos industrializados, pode, em
longo prazo causar danos à saúde?
Você acha importante resistirmos ao apelo de propagandas que incentivam o
consumo em excesso de alimentos industrializados e resgatarmos nossa cultura
alimentar, valorizando os alimentos saudáveis?
PARA PESQUISA:
Pesquisar sobre os benefícios e malefícios dos aditivos químicos
alimentares contidos no rótulo do produto alimentício.
PAINEL INFORMATIVO:
Para finalizar essa atividade, os dados coletados serão organizados em um
painel e apresentados à classe para discussão e socialização com os demais
grupos.
4.9 Consequências da Má Alimentação A orientação sobre como deve ser uma alimentação saudável e balanceada,
muitas vezes se torna difícil e impraticável para a grande maioria da população,
devido à agitação do dia a dia, as pessoas não estão se alimentando corretamente.
Poucos se preocupam e muitos não têm tempo para preparar uma refeição saudável
e equilibrada. O assunto só é lembrado quando surge algum tipo de enfermidade.
Uma alimentação equilibrada ajuda a prevenir muitas doenças e os
distúrbios alimentares, tão comuns na adolescência, como a desnutrição, obesidade,
bulimia, anorexia, entre outras, que se caracterizam por uma grave perturbação do
comportamento alimentar. Isso ocorre geralmente quando o individuo se alimenta em
excesso, pois toda a caloria que não é gasta se transforma em gordura, ou também
quando come muito pouco, como é o caso de algumas meninas, que na busca por
um falso padrão de beleza, acabam desenvolvendo a bulimia ou a anorexia nervosa.
De acordo com Gewandsznajder:
Se uma pessoa come mais do que precisa, o excesso é armazenado na forma de gordura. Em outras palavras quando o número de calorias que entra no corpo de uma pessoa for maior do que o de calorias que sai, ela engorda. (GEWANDSZNAJDER, 2005, p. 27).
A manutenção da saúde depende em grande parte da alimentação. Bons
hábitos alimentares desde a infância e durante a adolescência têm ajudado na
prevenção de muitas doenças. Já a desnutrição definida como um desequilíbrio
nutricional, é decorrente da adoção de hábitos alimentares inadequados, ou também
de patologias que impedem a absorção adequada de certos nutrientes, sendo
bastante comum na infância, tornando as crianças as maiores vítimas da situação. A
falta de nutrientes essenciais leva a uma série de alterações no funcionamento
normal do organismo. Gewandsznajder comenta sobre a desnutrição:
Desnutrição é a falta de algum nutriente na quantidade necessária ao organismo. Uma pessoa pode até comer muito, más, se estiver faltando na sua alimentação à quantidade mínima necessária de ferro, por exemplo, ela estará desnutrida. (GEWANDSZNAJDER, 2005, p. 51).
Todos os nutrientes são necessários para prevenir a desnutrição. Se faltar
ferro na alimentação, o individuo ficará anêmico, sem vitamina A, a visão fica
prejudicada, sem vitamina C, não terá resistência, sem vitamina D, tornam-se
raquíticas, sem cálcio, os ossos e dentes ficam fracos, e assim cada nutriente tem
sua função no organismo. Somente uma dieta saudável e balanceada fornece todos
os nutrientes.
4.9.1 ATIVIDADE 9 Pesquisando as Doenças: Faça uma pesquisa sobre os sintomas, prevenção e carências nutricionais,
observadas nas seguintes doenças:
-Fome Oculta;
-Escorbuto;
-Cegueira noturna;
-Xeroftalmia;
-Osteoporose;
-Anemia;
-Bócio endêmico;
-Pelagra;
-Beribéri;
-Raquitismo;
A turma será dividida em grupos, cada grupo pesquisará sobre uma doença.
Após a pesquisa, organizar as informações em uma tabela para a socialização com
os demais grupos. Os resultados da pesquisa serão apresentados à classe para
discussão.
PARA DEBATE:
Uma pessoa que tem excesso de peso, também pode ser considerada
desnutrida?
Por que ser obeso não significa estar bem alimentado?
PRODUÇÃO DE TEXTO:
Para finalizar esta atividade produza um texto individual a partir das leituras
e pesquisas realizadas sobre o tema abordado, dando destaque para a ‘’alimentação
saudável’’ como determinante da qualidade de vida, visando à promoção da saúde.
O professor poderá sugerir um roteiro a ser seguido para a elaboração do texto.
4.9.2 ATIVIDADE 10 Pós teste
O mesmo questionário utilizado para o pré-teste será aplicado novamente
após o término da intervenção pedagógica, como forma de avaliar se os objetivos
propostos foram atingidos.
5- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Trata-se de um material produzido a partir de muito estudo e pesquisa, com
o objetivo de contribuir, inovar e enriquecer o trabalho de outros professores da
rede. A metodologia de ensino utilizada propicia aos alunos situações de
aprendizagem que contribui para a construção de novos conhecimentos, e a
formação de indivíduos autônomos, responsáveis e bem informados, com uma visão
ampla de mundo, que participa ativamente do processo, transformando sua
realidade.
As atividades propostas nesta unidade didática estimulam a imaginação,
curiosidade e a criatividade do aluno, levando-os a terem uma visão crítica da
realidade. Apresenta os conceitos de modo significativo, exige envolvimento e ação
dos estudantes.
Quanto à avaliação, partimos do princípio de que ela deve ser contínua e
cumulativa em relação ao desempenho do aluno, como propõem as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (PARANÁ, 2008, p. 77). Ela é a atividade essencial
e mediadora do processo de ensino-aprendizagem. Permite ao professor a
oportunidade de verificar se os objetivos de seu trabalho estão sendo alcançados.
O presente estudo quer apontar os perigos que uma alimentação incompleta
ou inadequada pode causar para a saúde do organismo humano, em especial de
crianças e adolescentes, que se encontram em processo de crescimento e
desenvolvimento (físico, mental e cognitivo) intenso, característico da faixa-etária,
assim como possíveis comprometimentos no rendimento escolar.
6- COSIDERAÇÕES FINAIS
Para que a aprendizagem ocorra e tenha um bom resultado é necessária
uma prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, que promovam
a ação do estudante. O aprendizado precisa ter um significado para a vida do aluno.
Diante dessas considerações buscamos uma nova forma de aprimorar o
tema, desenvolvendo atividades interativas e de pesquisa como ações facilitadoras
da aprendizagem, que induzem e estimulam a construção do saber.
Espero que este trabalho venha contribuir de forma significativa para uma
melhora no aprendizado e na mudança dos hábitos alimentares dos alunos,
conscientizando-os sobre a importância de se adotar uma alimentação saudável e
equilibrada para a promoção da saúde e a prevenção da Fome Oculta.
Uma alimentação saudável, nutritiva e equilibrada fornece todos os
elementos necessários ao crescimento, desenvolvimento, manutenção da saúde, e a
prevenção de muitas doenças, assim como também promovem uma melhora no
aproveitamento escolar. Crianças e adolescentes que recebem uma alimentação
completa e adequada são mais saudáveis e apresenta uma melhora significativa no
desempenho intelectual, maior concentração e raciocínio mais rápido.
7- REFERÊNCIAS
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