Ficha catalográfica: Produção Didático Pedagógica
Professor PDE/2012
Título Educar para a diversidade: Um desafio atual
Autor Maria de Lourdes Oliveira Ximenes
Escola de Atuação Escola de Educação Especial “Maria de Nazaré”
Município da escola Jacarezinho
Núcleo Regional de Educação Jacarezinho
Orientador Prof. Me. José Ferreira de Melo
Instituição de Ensino Superior UENP-Campus Jacarezinho
Área do Conhecimento Educação Especial
Produção Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar Português
Público Alvo Educandos dos 7ºs anos do Ensino
Fundamental
Localização Colégio Estadual Rui Barbosa-EFMP
Av. Manoel Ribas, nº 500 - Jacarezinho PR
Apresentação:
O tema deste estudo busca refletir sobre a diversidade presente nas escolas. Aprofunda também as discussões no sentido de estimular os alunos a respeitar as diferenças possibilitando assim, a construção de uma escola multicultural. A escola enquanto instituição inserida na sociedade seja impregnada das marcas da diversidade em sua dimensão múltipla - valorizando-a, apoiando-se
no paradigma da inclusão. Um dos problemas cruciais que se enfrenta no mundo de hoje é o de aprender a viver com outros indivíduos que se considera diferente. Será apresentada uma bibliografia específica do tema, materiais informativos, slides, seleção de vídeos sobre a diversidade, dinâmica, releitura de música, paródia de filme, apresentação teatral, debates, plenárias, montagem de painéis. Tais ações subsidiarão os participantes para que possam realizar um trabalho que contribua com o rompimento da barreira da diversidade e que a inclusão e socialização destes aconteçam de forma eficiente e digna.
Palavras-chave Diversidade. Direitos humanos. Educação Inclusiva.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NA ESCOLA CADERNO PEDAGÓGICO EDUCAR PARA A DIVERSIDADE: UM DESAFIO ATUAL MARIA DE LOURDES OLIVEIRA XIMENES
JACAREZINHO-PR
2012/2013
MARIA DE LOURDES OLIVEIRA XIMENES
EDUCAR PARA A DIVERSIDADE: UM DESAFIO ATUAL
Produção didático-pedagógica - Caderno pedagógico a ser apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED como requisito parcial do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - turma 2012. Orientador: Prof. Me. José Ferreira de Melo
JACAREZINHO
2012/2013
EDUCAR PARA DIVERSIDADE: UM DESAFIO ATUAL
Autora: XIMENES, Maria de Lourdes Oliveira- UENP
Orientador: MELO, José Ferreira de- UENP
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”
Fernando Pessoa
RESUMO
O tema deste estudo busca refletir sobre a diversidade presente nas escolas. Aprofunda também as discussões/ações para estimular os alunos a respeitar as diferenças - possibilitando assim, a construção de uma escola multicultural. A escola enquanto instituição inserida na sociedade, seja, impregnada das marcas da diversidade em sua dimensão múltipla valorizando-a, apoiando-se no paradigma da inclusão. Um dos problemas cruciais que se enfrenta no mundo de hoje é o de aprender a viver com outros indivíduos que se considera diferente. Será apresentada uma bibliografia específica do tema, materiais informativos, slides, seleção de vídeos sobre a diversidade, dinâmicas, debates, plenárias, montagem de painéis, apresentação teatral. Tais ações subsidiarão os participantes para que possam realizar um trabalho que contribua com o rompimento da barreira da diversidade e que a inclusão e socialização destes aconteçam de forma eficiente e digna.
Palavras-chave: Diversidade. Direitos humanos. Educação Inclusiva.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO............................................................ ..............07
2 QUESTÃO LEGAL.........................................................................10
3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA.................................. ..............................17
4 IMPLEMENTANDO......................... ................................................23
4.1SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJETO DE INTERVENÇÃO.... .......................................................23
4.1.1Oficina 1............................. .................................... ..................24
4.1.1.1 Vídeo: Paródia do filme Vista Minha Pele.... ...........................24
4.1.1.2 Livro em slide: Menina bonita do laço de fita..... ................. ..24
4. 2 OFICINA 2 .....................................................................................................25
4.2.1Livro: João, preste atenção! - Dislexia........................................25
4.2.2 Trailer dos Filmes: O Espanta Tubarão e Billy Elliot...................25
4.3. OFICINA 3……………...…...……………….....………………..…….....25
4.3.1 Filme: Dumbo …....……………………………………………………....25
4.3.2 Caça-palavras – Respeito às Diferenças....……....……...………...25
4.3.3 Acróstico….........………………………………………......................25
4.4 OFICINA 4.................................................................................26
4.4.1 Dinâmica ........... .....................................................................26
4.4.2 Música RACISMO é BURRICE .......... .......................................26
4.5 OFICINA 5 .................................................................................26
4.5.1 Construção de Frase................................................................26
4.5.2 Identificando Situações de Preconceito.......... ..........................27
4.5.3 Integração ........................................................................... 27
4.6 OFICINA 6.................................................................................27
4.6.1 A Delicia de Ser Quem Somos .................................................27
4.6.2 Produção Textual............................... .....................................28
4.6.3 Avaliação Informal............. ......................................................28
5 GLOSSÁRIO............ .....................................................................28
6 FINALIZAÇÃO......... ......................................................................29
REFERÊNCIAS................................................................. .............. 32
1 APRESENTAÇÃO
Pelo fato de vivermos num país formado por uma variedade de raças,
etnia, gêneros, deficiências, orientação sexual diversa, torna-se imprescindível
promover a discussão sobre a diversidade. E devido ao grande número de alunos
que não estão preparados para conviver com a temática posta, neste sentido é
importante que a proposta pedagógica nas instituições de educação contemple
esta temática e que todos possam interagir com a diversidade, promovendo a
reflexão e o respeito às diferenças existentes entre os pares. Percebendo a
postura das pessoas quanto à diversidade esperando refletir positivamente na
prática educacional e desenvolver mudanças ou esclarecimentos quanto ao (re)
conhecimento, e ao diálogo, possibilitando aos alunos sobre a importância de se
refletir sobre as desigualdades existentes dentro e fora da escola.
Partindo da concepção de que os processos discriminatórios têm
especificidades e relacionamentos que precisam ser analisados à luz dos direitos
humanos, para que nenhuma forma de discriminação seja tolerada, na escola ou
fora dela, respeitando e contribuindo para que a escola não seja um instrumento
da reprodução de preconceitos, mas seja espaço de promoção e valorização das
diversidades que enriquecem uma sociedade.
É de suma importância tanto para o aluno como para a escola, pois essa
convivência é benéfica para todos, lidar com a diferença é uma forma de
crescimento que nos torna mais humano.
O movimento da escola inclusiva surgiu a partir da Conferência Mundial
de Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien (Tailândia), apresenta
um objetivo que vai além da integração: o que consiste em reestruturar as escolas
para responder às necessidades para a inclusão de todas as crianças. Do mesmo
modo, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,
organizada pela UNESCO em colaboração com o governo espanhol e realizada
em Salamanca em junho de 1994, reúne algumas conclusões em que refletem as
orientações para uma escola inclusiva, indicando que as escolas comuns de
caráter inclusivo de acordo com essa Declaração, [...] são o meio efetivo para
combater as atitudes discriminatórias, criando grupos de boas-vindas, construindo
uma sociedade inclusiva e proporcionando educação para todos; além disso,
proporcionam uma educação eficiente para a maioria das crianças e melhora a
eficácia e, em último caso, a relação custo-efetividade de todo o sistema
educacional (p.119).
A atenção à diversidade abrange: alunos com dificuldades de
aprendizagem; alunos com necessidades educativas especiais; alunos em
situação de desvantagem por razões socioculturais.
Vale lembrar que a inclusão desses alunos vem crescendo
gradativamente, mas para que ela possa ser inclusa, a escola e a sociedade
devem ser modificadas a fim de atender a esses alunos, pois o desafio da
educação especial é implantar uma educação de qualidade a todos os alunos
sem nenhum tipo de discriminação.
Havendo com urgência, a necessidade de despertar no educando a
adoção de comportamentos “saudáveis” tais como: a conscientização de que
precisamos aprender a viver com outros indivíduos que consideramos diferentes.
Discutindo temas que promovam a educação e a acessibilidade, em harmonia
com as leis. Pretende-se com isso, suscitar a reflexão sobre questões
fundamentais referentes à diversidade, pois quando o indivíduo integra-se a
grupos que compartilham valores que os conscientizam a fim de estabelecer a
interação com as pessoas de seu convívio e ampliar o seu conhecimento,
questiona-se: Qual a postura dos educandos e profissionais da educação em
relação às diversidades? As práticas nas salas de aulas respondem ao discurso
sobre a diversidade?
Desenvolvendo no educando reflexões sobre a temática da diversidade
em sua dimensão múltipla, uma visão crítica no que se refere aos direitos
humanos, para que os mesmos passem a adotar uma postura de respeito em
relação à diferença, em sua totalidade, possibilitando maior segurança em sua
atuação no meio educacional.
Criando e promovendo atitudes positivas sobre a diversidade, a partir do
conhecimento das leis que amparam a inclusão, devendo o professor ser o
mediador no processo das relações entre os sujeitos.
A presente proposta de intervenção acha-se estruturada em sessões:
1 QUESTÃO LEGAL; 2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA; 3 IMPLEMENTANDO;
4 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
PEDAGÓGICO NO COLÉGIO.
Propõe-se ainda a desenvolver diversas oficinas, a saber: OFICINA 1-
Paródia do Filme “Vista Minha Pele” 26:46 min; Livro em slide: Menina Bonita do
laço de fita 5:25 min Os dois trabalham racismo; OFICINA 2 - Livro: João, preste
atenção!- Dislexia; Trailer dos filmes: O Espanta Tubarão e Billy Elliot 10:00 min.
Trabalham gênero; Dinâmica sobre a diversidade; OFICINA 3- Filme :Dumbo 9:51
min; Caça-palavras Respeito às diferenças. Acróstico; OFICINA 4 – Dinâmica, e
releitura da música Racismo é burrice; OFICINA 5 - Construção de frase;
Identificando situações; Integração; OFICINA 6- A delícia de ser quem somos;
Produção textual; Avaliação informal.
Apresenta um modesto glossário e a finalização – mediante apresentação
teatral com música e dança; exposição dos trabalhos realizados durante a
implementação.
Material para alunos e professor
Contribuição para Comunidade Acadêmica > relação de filmes, livros
vídeo clip, músicas.
2 A QUESTÃO LEGAL
Os olhares lançados às diferenças existentes entre nós é cultural e
socialmente estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe uma postura
política e ética nas quais todos têm igualmente o direito de ser respeitado e
tratado com dignidade, observando-se possíveis formas de discriminação - seja
quanto às deficiências, classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual.
De acordo com o Livro de Conteúdo Gênero e diversidade na escola:
A sociologia da educação tem demonstrado que a escola não pode ser pensada em um lugar separado da sociedade. Pelo contrário, ela é uma instituição social como outras e, neste sentido, é orientada pelas mesmas ideologias e formas de relacionamento entre indivíduos e grupos que vigoram no seu entorno. Da mesma maneira, ela assume objetivos que, na sua definição mais ampla, são aqueles da própria sociedade. Discutir sobre etnocentrismo, preconceito, discriminação e racismo, para isso é preciso refletir sobre como e por que meios tais questões se projetam no cotidiano escolar, que possibilitem desenvolver uma prática pedagógica inclusiva na sala de aula. (2009, p.240).
Com base nessas exposições, não bastarão as leis se não houver a
implementação de uma política de inclusão que pressupõe a reestruturação do
sistema educacional, com o intuito de tornar a escola um espaço democrático que
acolha e garanta a permanência de todos os alunos, sem distinção social, cultural,
étnica, de gênero ou em razão de deficiência e características pessoais.
É inegável que os velhos paradigmas da modernidade estão sendo
contestados e que o conhecimento, matéria-prima da educação escolar, está
passando por uma reinterpretação.
As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a
diversidade humana está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é
condição imprescindível para se entender como aprendemos e como
compreendemos o mundo e a nós mesmos. (MANTOAN, 2003, p.16)
A inclusão também se legitima, porque a escola, para muitos alunos, é o
único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar- lhes
condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma
identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver
dignamente. (MANTOAN, p.52, 2003).
De acordo com a Declaração Universal e Americana dos Direitos
Humanos de 10 de dezembro de 1948, pela Assembleia Geral da Organização
das Nações Unidas – ONU, artigo 25, que todo homem tem direito à Educação,
ressalvando-se sua gratuidade, pelo menos no ensino fundamental.
A Constituição da República Federativa do Brasil, do dia 5 de outubro de
1988, elege como fundamental a cidadania e dignidade da pessoa humana (art.
1º, incisos II e III) e, como um dos seus objetivos fundamentais, a promoção do
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV). Ela garante ainda o direito à
igualdade (art. 5º) e trata, no artigo 205 e seguintes, – A Educação, direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O inciso I do artigo 206 – Defende a igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola.
Quando garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, a
Constituição Federal não usa adjetivos e, assim sendo, toda escola deve atender
aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de
sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
A escola, por sua vez, tem como obrigação atender a todos seguindo os
princípios de igualdade, acesso e permanência, liberdade de aprender e ensinar.
A expressão TODOS - indica que independente da necessidade, da diferença, da
diversidade ou da deficiência, a pessoa tem o direito de ter o acesso garantido.
A Lei Federal nº 7.853/89 Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenação Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdicional de
interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério
Público, define crimes, e dá outras providências.
Segundo esta mesma Lei, no Inciso I do Artigo 8º, “constitui crime punível
com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa: recusar, suspender,
procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em
estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por
motivos derivados da deficiência que porta”
No Estatuto da Criança e Adolescente, Lei nº 8.069, de 16 de junho de
1990 entre outras determinações estabelece no §1º do art. 2º, “A criança e o
adolescente portadores de deficiências receberão atendimento especializado”.
O ordenamento do Artigo 5º é contundente: “Nenhuma criança ou
adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
Artigo 53, inciso I, II e III - lhes asseguram igualdades de condições,
acesso e permanência na escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Artigo 54, lhe conferem o direito ao atendimento especializado.
Na Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em nove de
março de 1990 em Jomtien, (Tailândia), foi proclamada a necessidade de
constituir espaços educacionais de qualidade para todos, compromissos éticos e
políticos de forma consolidada, num esforço coletivo para assegurar a
democratização da Educação, independente das diferenças particulares do aluno,
visando estabelecer compromissos mundiais para garantir a todas as pessoas um
novo conhecimento e uma vida digna.
A declaração afirma que:
As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. é preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo (1990).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB (Lei 9.394/96), que
estabelece os rumos e os fundamentos da educação brasileira, reconhecendo a
importância da Educação Especial, em seu capítulo V, arts. 58, 59 e 60. No artigo
2º da LDB, diz que a educação “é inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana”. Também em seu artigo 3º, nos fala sobre a
igualdade de condições.
Confirmando a Lei nº 9.045, de 1995, Lei de Material Didático para Cegos,
que autoriza o Ministério da Educação e do Desporto e o Ministério da Cultura a
disciplinarem a obrigatoriedade de reprodução, pelas editoras de todo país, em
regime de proporcionalidade, de obras em caracteres Braille, e a permitir a
reprodução, sem finalidade lucrativa, de obras já divulgadas, para uso exclusivo
de cegos.
Diante dos novos personagens que constituem em seu alunado, a escola
precisa urgentemente se reorganizar para dar conta da multiplicidade de questões
inerentes ao trabalho educacional. Os preconceitos que geram exclusão só
poderão ser quebrados do momento em que a escola fizer uma profunda revisão
das práticas pedagógicas.
É importante ressaltar que cada aluno faz parte de um grupo social e que
cada grupo é regulamentado por culturas diferentes que deve ser observado
pelos profissionais que irão trabalhar com eles.
Segundo a Declaração de Salamanca:
[...] as escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado [...] (BRASIL, 1994).
Desse documento, destacam-se alguns trechos que criam as justificativas
para as linhas de propostas que são apresentadas na transcrição dos artigos que
se seguem:
. “todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e que a ela deva ser dada a oportunidade de obter e manter nível aceitável de conhecimento”;
. “cada criança tem características, interesses, capacidades e
necessidades de aprendizagem que lhe são próprios”; . “os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenha em vista toda gama dessas características e necessidades”; . “As políticas educacionais deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações. Deve ser levada em consideração, por exemplo, a importância da língua de sinais como meio de comunicação para os surdos, e ser assegurado a todos os surdos o acesso ao ensino da língua de sinais de seu país...” . “Deverão ser tomadas as medidas necessárias para conseguir a mesma política integradora de jovens e adultos com necessidades especiais, no ensino secundário e superior, assim como nos programas de formação profissional; . “o acolhimento, pelas escolas, de todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras a (necessidades educativas especiais)”;
. “uma pedagogia centralizada na criança, respeitando tanto a dignidade como as diferenças de todos os alunos”; . “as escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo-benefício de todo o sistema educativo”.(BRASIL,1994).
Esses dispositivos legais e político-filosóficos possibilitam estabelecer o
horizonte das políticas educacionais, de modo que se assegure a igualdade de
oportunidades e a valorização da diversidade no processo educativo. De acordo
com o Parecer nº 17/01, nesse sentido, tais dispositivos devem converter-se em
um compromisso ético-político de todos, nas diferentes esferas de poder, e em
responsabilidades bem definidas para sua operacionalização na realidade
escolar.
Na Lei 10.948, de 5 de novembro de 2001 em seu artigo 1º diz o seguinte:
será punida toda manifestação atentatória ou discriminatória contra cidadão
homossexual.
A Lei Federal nº 10.436/02, dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS, e dá outras providências.
As resoluções e leis que reforçam a relevância do assunto - A Resolução
do Conselho Nacional de Educação – CNE Nº 7, de 14 de dezembro de 2010 .
Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove)
anos.
Art. 5º O direito à educação, entendido como um direito inalienável do ser
humano, constitui o fundamento maior destas Diretrizes. A educação, ao propiciar
o desenvolvimento do potencial humano, permite o exercício dos direitos civis,
políticos, sociais e do direito à diferença, sendo ela mesma também um direito
social, e possibilita a formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e culturais.
§ 1º O Ensino Fundamental deve comprometer-se com uma educação
com qualidade social, igualmente entendida como direito humano.
§ 2º A educação de qualidade, como um direito fundamental, é, antes de
tudo, relevante, pertinente e equitativa.
III – A equidade alude à importância de tratar de forma diferenciada o
que se apresenta como desigual no ponto de partida, com vistas a obter
desenvolvimento e aprendizagens equiparáveis, assegurando a todos a igualdade
de direito à educação.
PRINCÍPIOS I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia;
de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção
do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações
de preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de
discriminação.
II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de
respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos
ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho,
aos bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento
para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes
necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
A luta para coibir o preconceito étnico no país tem feito progressos. A Lei
7.716/93, que considera o racismo um crime, no cenário político já se discute e
aprovam diversos projetos de lei em favor da democracia racial. A prefeitura de
São Paulo obriga a usar 40% dos modelos negros em suas campanhas
publicitárias. A sociedade começa a se dar conta do absurdo que é discriminar
justamente a parcela que, representa a maioria da população – 59% dos
brasileiros são negros ou mulatos, conforme pesquisa do Datafolha, feita em
1995. (GDE, 2009).
Para os “povos indígenas” deve-se fazer a leitura da Constituição Federal
de 1988 (Capítulo VIII, artigos 231 e 232), de forma a perceberem a diferença
entre as definições antigas e convencionais e definição legal contemporânea.
Também nos vídeos da coleção “Pluralidade Cultural – Índios no Brasil” do
Ministério da Educação – TV Escola – Secretaria de educação a Distância
(www.mec.gov.br), para as comunidades remanescentes de quilombolas o
Decreto 4.788 de 20 de novembro de 2003 e ainda tem disponibilizado materiais
publicados pelo MEC, como os vídeos da coleção “Visões quilombolas” do site
WWW.koinonia.org.br. (GDE, 2009).
Lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006), sobre violência
contra as mulheres, violência de gênero como a submissão feminina e a virilidade
masculina, impacto do machismo na vida das mulheres causando violência física,
sexual e psicológica e violação de direitos, onde as mulheres sofrem nos espaços
privados. (GDE, 2009).
Ela conceitua a violência contra a mulher de forma ampla, tratando-a
como uma ofensa a dignidade humana e uma manifestação de relações de poder
historicamente desiguais entre mulheres e homens.
3 EDUCAÇÂO INCLUSIVA
A prática da Inclusão propõe um novo modo de interação social, no qual
há uma estrutura da sociedade e da própria educação escolar. As escolas
inclusivas propõem um modo de construir o sistema o qual considera a
necessidade de todos os alunos e estrutura-se em função dessas necessidades.
Pensar uma sociedade para todos, na qual se respeite a diversidade humana,
atendendo às necessidades das maiorias e minorias é concretizar a realização da
Sociedade Inclusiva, na qual caberá à educação, a mediação deste processo.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vem, desde 1996,
tentando quebrar a hegemonia de matérias seculares e abrir horizontes para que
profissionais e instituições tenham condições de criar, inovar e atender à imensa e
diversificada população que procura as escolas.
Gerando diversas interpretações, às vezes, o termo inclusão, é
compreendido de uma forma restrita, apenas em relação à inserção dos alunos
com necessidades educacionais especiais nas classes comuns. No entanto, ele
não surge exclusivamente para abrir as portas das referidas classes para esta
população, e sim para todos os alunos. Como bem comenta Marinho (2007, p.9),
educação inclusiva é:
O caminhar para uma escola aberta à diferença, onde todos possam fazer o seu percurso de aprendizagem independentemente das desvantagens de natureza biológica, sociocultural, psicológica e educacional que possa apresentar [...]
As ações educacionais na formação dos educandos, são fundamentais
para ampliar a compreensão e fortalecer a ação de combate à discriminação e ao
preconceito, por que possibilitam desenvolver uma prática pedagógica inclusiva
na sala de aula.
Feltrin argumenta que
Na escola é que começam a se destacar os mais e os menos favorecidos, despontando as pequenas e as grandes diferenças que, se não forem convenientemente diagnosticadas e tratadas, transformam-se nas desigualdades, os primeiros obstáculos a
uma convivência social sadia. Na escola notam-se as diferenças e se deveria conviver com elas. Assim como na sociedade, na escola também se prefere conviver e tratar com os iguais. Na escola, a busca da compreensão por meio do diálogo é uma forma de se entender as diferenças de cada um, diminui-las, respeitá-las e conviver com elas. (2007, p.30)
A escola deve proporcionar estratégias, respostas, em função do
contexto e nos âmbitos curricular, metodológico e organizativo, sem esquecer o
campo dos valores e das atitudes. González argumenta: ”O modelo da escola
atual está preparado para proporcionar essas respostas? Embora os docentes,
reconhecendo a existência da diversidade, ainda existem obstáculos, que fazem
com que o fato educativo como sinônimo de homogeneidade.” (2002, p.198)
Na perspectiva de Mantoan,
[...] o aluno abstrato justifica a maneira excludente de a escola tratar as diferenças. Assim é que se estabelecem as categorias de alunos: deficientes, carentes, comportados, inteligentes, hiperativos, agressivos e tantos mais. Por essa classificação é que se perpetuam as injustiças na escola. Por detrás dela é que a escola se protege do aluno, na sua singularidade. Tal especificação reforça a necessidade de se criarem modalidades de ensino, de espaços e de programas segregados, para que alguns alunos possam aprender. (2003, p.51).
A educação inclusiva, segundo Werneck (1997, p.55), “ nasceu e vem se
fortalecendo dentro de um ensino regular sedento pela melhoria de qualidade de
escolarização no mundo”. Werneck ainda observa que: “ a inclusão vem quebrar
barreiras cristalizadas em torno de cuja grande maioria está, provavelmente,
aguardando a oportunidade de participar da vida em sociedade, como é o seu
direito”.
Feltrin (2007), mostra o que é diferente e o que são diferenças,
exemplifica as diferenças, em geral, são mais notadas quando trazem algum
componente negativo. Raramente uma diferença que coloca a pessoa acima da
média rende-lhe um apelido. Tanto mais que. Quem está acima não precisa de
cuidados ou de favores, nem de ninguém que se preocupe consigo. São, por
acaso os bem sucedidos na vida. São diferentes, mas o são para cima, não para
baixo. Essas pessoas não têm apelidos pejorativos, não são rejeitados por
amigos e professores, pela política, pelo comércio, pela moda ou pela sociedade.
(p.94-95).
Sendo a escola um centro de mudança de acordo com SirotniK, (1994
apud González), destaca que deve gerar uma cultura aberta à colaboração, por
meio do desenvolvimento das capacidades de seus membros para criar tal
mudança, da busca de critérios para construir modelos de ensino e da melhoria
integral dos processos de aprendizagem dos alunos, individualmente
considerados. A atenção à diversidade necessita de um clima global sensível, que
permita melhorar a situação de cada membro da comunidade educativa, baseada
no compromisso e nas atitudes profundas de tolerância para o fato diferencial,
sem categorias no qual o aluno e o professor se sintam membros de uma
comunidade onde possam encontrar apoio mútuo. Na visão de González (2002):
Estaríamos, assim, assentando as bases da escola da inclusão, que vai além do atingimento de objetivos puramente escolares, e na qual se destaca o papel como mediadora e formadora de futuros cidadãos e membros ativos da comunidade.
Dessa forma, tanto os alunos como os professores deverão ver a si
mesmos como agentes ativos de mudança, conscientes e capazes de desafiar os
estereótipos próprios à escola homogeneizadora, que constituem um obstáculo
para o desenvolvimento de uma escola promotora da mudança social, no âmbito
da colaboração e da abertura à comunidade, com o propósito de alcançar
melhoria da educação.
Parafraseando Correia, quando diz que a inclusão não é uma solução
simples ou otimista, devendo a escola saber que é um desafio a ser enfrentado e
resolvido. Senão passa a conviver com a exclusão funcional, em que os
programas são inadequados ou indiferentes às necessidades dos alunos. (2001,
p.63)
A Declaração de Salamanca (Brasil, 1994), se constituiu em um
movimento mundial em ação. Um dos aspectos mais ressaltados durante as
discussões era o modo como o sistema educacional tem atuado, levando à
exclusão de uma grande parcela dos alunos. Os especialistas revelaram que a
inclusão dos grupos minoritários não é uma decorrência do sistema de ensino,
mas exatamente o oposto. O sistema tende a excluir os alunos diferentes,
privilegiando os alunos considerados normais. Essa Declaração partiu do seguinte
pressuposto (p.09):
As escolas regulares com orientação para a educação inclusiva, são o meio mais eficaz no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade inclusiva e obtenção de uma real educação para todos.
Segundo Stainback e Stainback (1999), o novo modelo de escola
inclusiva está relacionado, embora aparente, com o movimento de integração de
alunos com necessidades educativas especiais. Se a integração é um processo
mediante o qual se pretende que esses alunos integram as escolas comuns, o
novo modelo de escola inclusiva está centrado no auxílio a uma categoria
particular de alunos, aquela que tem algum déficit e que, como consequência,
apresenta necessidades educativas.
A esse respeito, os mesmos autores propõem uma série de estratégias
práticas para promover a educação inclusiva, entre elas: Projetar e desenvolver
uma filosofia na escola baseada na igualdade, na solidariedade e nos princípios
democráticos, na qual seja valorizada a integração dos alunos, para serem
aceitos como membros da comunidade natural em que está situada. Assumir e
distribuir responsabilidades no processo de planejamento e de tomada de
decisões para todos os membros da comunidade educacional.
Para Stainback e Stainback, In Vitaliano, uma escola inclusiva é aquela
que educa todos em classes regulares, na qual todos têm oportunidades
educacionais adequadas, possuem desafios a vencer de maneira coerente com
as suas condições, onde recebem apoio juntamente com seus professores e são
aceitos e ajudados pelos demais membros da escola. (2009, p.25).
Na visão de Mendes (2002, p.28):
A ideia da inclusão se fundamenta numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em sociedade. Isto significa garantia de acesso de todos a todas as oportunidades de cada indivíduo no grupo social.
A educação deve ser compreendida em uma dimensão bem ampla, ou
seja, não só educativa, mas também sócio cultural, com o objetivo de desenvolver
suas potencialidades, porém respeitando-as, aprimorando sua participação na
sociedade.
A educação inclusiva tem por objetivo oferecer oportunidades e
atendimento educacional que prevejam as necessidades, as limitações, as
potencialidades e os interesses de cada aluno, ou seja, individualizar o ensino de
acordo com sua necessidade específica.
Revendo o Cenário Histórico da Deficiência: da Segregação à Inclusão
vários acordos e tratados internacionais surgiram para fortalecer o direito de todos
à igualdade e para proibir qualquer forma de discriminação em relação à raça,
sexo, religião e deficiência (MANTOAN, 2007, p.14).
O maior desafio agora é fazer da escola um lugar em que cada um vai para aprender coisas úteis, para enfrentar e viver criativo e justo. Fazer da escola o local de encontro com o outro, o que é sempre e necessariamente diferente.
É importante que as escolas comecem a adotar metodologias específicas
para a prevenção e combate ao racismo já na educação infantil, ajudando as
crianças a enxergarem os elementos positivos da diversidade, demonstrando que
as diferenças entre as pessoas é que tornam o mundo mais interessante.
A inclusão da questão da diversidade étnica nos chamados Temas
transversais – que integram a proposta dos Parâmetros Curriculares para o
ensino fundamental, elaborada pelo MEC – representa um passo decisivo para
debelar a segregação racial no país.
A escola tem um papel essencial na construção de novos valores. Por isso, sem essa iniciativa básica seria praticamente impossível iniciar um trabalho verdadeiramente eficaz para alterar a visão preconceituosa que a sociedade tem no negro. Não se pode mais fazer de conta que o Brasil é uma sociedade em que não existe preconceito e até discriminação. (GDE, 2009)
Assumir o preconceito é o primeiro passo para rever o comportamento e
mudar. Enquanto o racismo passar de pai para filho, como uma tradição, o Brasil
continuará sendo um país que evita olhar para si mesmo e volta às costas à
maioria de sua população.
Mantoan (2003), argumenta que, mesmo que seja muito contestado, o
movimento inclusivo, nas escolas, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer
mudança, especialmente no meio educacional, convence a todos pela sua lógica
e pela ética de seu posicionamento social.
Para Rodrigues (2005, p.46), o processo de construção de uma escola
inclusiva traz à tona a seguinte questão: “Poderá existir uma escola inclusiva
numa sociedade que não o é?” É visível que as pessoas que apresentem
variadas condições relacionadas à pobreza, etnia, deficiência, dificuldades de
aprendizagem, opção sexual divergente da maioria e, outras diferenças enfrentam
diversos obstáculos para permanecerem e terem êxito na escola. De certa forma,
a escola organizou-se historicamente para ser indiferente às diferenças, com
práticas homogêneas, fato que contrasta com a proposta de educação inclusiva
que prevê o atendimento e respeito às diferenças.
Quando se decide pelo movimento de inclusão, com os argumentos
comentados por Vitaliano (2010, p.27), de forma mais otimista, sabe-se que terá
pela frente inúmeras barreiras a superar e ações a desenvolver para que se
possa efetivamente colocar em prática os ideais de tal movimento.
A escola prepara o futuro e, se as crianças aprenderem a valorizar e a
conviver com as diferenças nas salas de aula, serão adultos bem diferentes, irão
entender e viver a experiência da inclusão!
4 IMPLEMENTANDO
Para a execução da Produção Didático-Pedagógica, inicialmente foi
realizado uma pesquisa bibliográfica referente ao tema com a finalidade de
aprofundar e fundamentar o estudo do tema, sendo este Processo de Pesquisa
mediado pelo orientador da IES.
Concluída a Pesquisa, sua implementação será com os alunos dos 7ºs
anos do ensino fundamental do Colégio Estadual Rui Barbosa EFMP, e o
professor da disciplina de português onde serão realizadas a implementação.
A execução do Projeto na escola será norteado pelas ações
desenvolvidas, tendo estas como meta a conscientização dos alunos e professor
sobre a importância do conhecimento, esclarecimento e respeito a diversidade no
contexto escolar, bem como reconhecer quais problemas enfrentam no cotidiano
escolar e que prejudicam seus relacionamentos na instituição afetando a parte
acadêmica.
O desenvolvimento teórico e prático da Pesquisa terá ainda a finalidade
de oferecer conhecimentos sobre a diversidade humana, identificando-as e
respeitando-as, para que alunos e professores saibam como melhorar e promover
o respeito e dignidade com o próximo.
A viabilização do Projeto estará voltada para um trabalho dinâmico,
teórico e prático, tendo como principal ação prevista a produção didático-
pedagógica, elaborando o material didático, envolvendo slides, vídeos, músicas
caça-palavras, textos, leis e livros pertinentes ao tema proposto, com linguagem
acessível, a fim de facilitar a compreensão dos assuntos abordados, trabalhos
individuais e de grupos.
4.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO COLÉGIO
Para a operacionalização destas oficinas se faz necessário observar
algumas etapas importantes:
> Início dos trabalhos com alunos e professor dos períodos matutino e vespertino,
com o tema: “Educar para a diversidade: Um desafio atual.”
> Os sujeitos da implementação serão os alunos dos três sétimos anos, durante
as aulas da disciplina de português, duas aulas semanais para cada turma com
os mesmos temas, totalizando dez horas por turma, mais duas horas que será
para expor os slides da implementação para os professores.
> Apresentação da bibliografia específica e materiais informativos desta área;
4.1.1 Oficina 1
4.1.1.1 Vídeo Uma paródia do filme : “Vista Minha Pele” 26:46 minutos é uma
divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para
discussão sobre racismo e preconceito em sala de aula, com seleção de dicas
e informações para melhorar o relacionamento entre os pares;
Trabalhos em sala de aula, debates e plenárias;
Reflexões e discussões de textos fundamentando a prática pedagógica dos
alunos que se sentem na diversidade;
4.1.1.2 Livro em slide> Menina bonita do laço de fita. 5:25 minutos
O objetivo desta história é criar uma situação onde os traços da raça
negra são considerados bonitos. Pois crianças que ainda não entendem nada
sobre o racismo, geralmente ouvem histórias que valoriza sua aparência, não
é realmente para dizer que ser preto ou branco é melhor. Leitura e animação
agradável, muito bom conteúdo, instrutivo, educativo,trás noções de respeito e
valorização da diversidade em sua mensagem.
Explica de forma lúdica as diferenças raciais e exalta a imagem da
menina bonita, estímulo a cor negra, senda a protagonista do livro, e
desmistificando como referência somente a beleza europeia, o racismo é na
verdade já um preconceito com si próprio.
Será realizado uma nova versão do livro, construídos e ilustrados
pelos alunos.
Autora: Ana Maria Machado. Editora Ática, 23p. Ilustrações Claudius
4.2 OFICINA 2
4.2.1 Livro- Dislexia: João, preste atenção!
O livro conta a história do menino João, fala sobre a pessoa com dislexia.
Essas crianças merecem ser encorajadas a sentir que são capazes e, para isso,
nada melhor do que o apoio, amizade, carinho e amor, que precisa vir de todos as
que a cercam: de seus amigos,de seus colegas, de seus professores e,
principalmente, de seus pais.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem de origem neurológica que
tem sido estudado por diversos profissionais, com o intuito de proporcionar
tratamentos cada vez mais adequados, não só a crianças, mas também a adultos.
Autora: Patrícia Secco – Realização Fundação EDUCAR. Editôra Modelo
Ltda 20 p. Ilustração: Edu A. Engel
4.2.2 Trailer dos Filmes > ESPANTA TUBARÃO e BILLY ELLIOT 10:00 min.
Os dois filmes trabalham a questão de gênero, estão postados no You Tube
4.3 OFICINA 3
4.3.1 Filme Dumbo 9:51 min. Trabalhando as rejeições às diferenças;
Discriminação social; Preconceito Social; Apoio; Estímulo a auto confiança;
Repeito as diferenças; Superação.
4.3.2 Caça-palavras: AUTISMO, CADEIRANTE, CEGO, DEFICIÊNCIA,
DIÁLOGO, DIREITOS, DISCRIMINAÇÃO, DISLEXIA, DIVERSIDADE, ÉTICA,
GÊNERO, GORDO, HOMOFOBIA, ÍNDIO, LEIS, PLURALISMO,
PRECONCEITO, RACISMO, RESPEITO, SÍNDROME-DE-DOWN,
SOCIEDADE, VALORES.
Elaborado no Site do Quiz-textes WWW.atividadeseducativas em 08/11/2012
4.3.3 Acróstico > Será solicitado aos grupos para elaborarem um acróstico,
com a frase EDUCAR PARA DIVERSIDADE, expor para a turma.
4.4 OFICINA 4
4.4.1 Dinâmica: Adaptada de BRASIL, 2010 (vide referência) com palavras
ou frases escritas em cartões, fixar com fita adesiva nas costas dos alunos,
sem que saibam o que está escrito. Andar pela sala, leiam (mentalmente) o
que está escrito nas costas dos(as) outro(as), e que demonstrem somente por
meio de atitudes e gestos como a sociedade se relaciona com uma pessoa
que tem essas características. Relatar como se sentiu visto desta maneira.
(SOU AUTISTA, SOU CADEIRANTE, TENHO DISLEXIA, SOU
HOMOSSEXUAL, SOU ÍNDIO, SOU GORDO, SOU SURDO, SOU CEGO,
SOU NEGRO, ALISO O CABELO, SOU GAY MAS NINGUÉM SABE, TENHO
HIV, SOU FEIO, TENHO DEFICIÊNCIA, ETC.)
4.4.2 Música: RACISMO É BURRICE, de Gabriel o Pensador, acompanhando
no vídeo clip e fazer a releitura da música.
4.5 OFICINA 5
4.5.1 Construção de Frase Adaptada de BRASIL, 2010 (vide referência)
Em grupos tentar formar a frase: JOVENS UNIDOS ENFRENTANDO O
PRECONCEITO.
Colocar no centro da sala, um globo e dizer que ele representa o mundo em
que vivemos;
Entregar um cartão com uma letra a cada participante;
Explicar que todos (as), ou alguns, receberam uma letra e que com elas é
possível formar palavras.
Quando as palavras estiverem formadas, peça que façam uma frase com elas.
Peça que coloquem a frase no Mapa Mundi ou Globo e perguntar quem
concorda com o que está escrito e quem discorda.
4.5.2 Identificando Situações de Preconceito
Identificando situações de preconceito em relação aos adolescentes e jovens.
Por que as pessoas negras costumam ser mais discriminadas que as
brancas?
> O que acontece quando um jovem com deficiência (Síndrome de Down,
Surdo, Cego, Cadeirante, Deficiente físico) frequenta a escola comum, como é
tratado?
>O que acontece no seu grupo de amigos se um deles(as) dissesse que sente
atração pelo mesmo sexo?
>Quais as características que um adolescente precisa ter nos dias de hoje
para ser mais valorizado socialmente?
4.5.3 Integração
> Distribuir tiras de papel e peça para que cada participante escreva duas
características suas que acredita serem diferentes das dos outros colegas.
> Coloque todos os papéis em uma caixa, embaralhe e redistribua para
todos (as).
> Pedir para que cada participante ler a tira que recebeu e escreva as
palavras no quadro;
> Em conjunto com o grupo, analise as contribuições a partir do número de
vezes que cada uma delas apareceu; as que têm relação com o lazer ou com o
estudo etc.
>Encerrar esta oficina distribuindo a letra da música “Metamorfose Ambulante”,
de Raul Seixas e cantar com os alunos com acompanhamento de CD.
Explicando, que a letra trata, justamente, das diferenças e das diversidades. Se
possível, ponha a música para tocar e convide a todos(as) para cantá-la e refletir
sobre o que o autor quis dizer.
4.6.1 Oficina 6
4.6.1 A delicia de ser quem somos
Através das músicas e vídeos serão compartilhadas nesta ação
informações e práticas Acerca de estratégias que ampliem as possibilidades de
aprendizagem, incentivando a autonomia e espírito crítico dos alunos que fazem
parte da diversidade.
4.6.2 Produção Textual os alunos deverão fazer uma produção de texto
referente às atividades realizadas.
4.6.3 Avaliação informal sobre o trabalho realizado pelos alunos, com propostas
de ações que poderão ser implantadas na escola a partir dos conhecimentos
adquiridos; através de relatos individuais e/ou por escrito, onde destacarão os
aspectos positivos e negativos da oficina, com sugestões e propostas de ações
simples e possíveis que poderão ser implantadas no colégio a partir dos
conhecimentos adquiridos.
5 GLOSSÁRIO
Pedir que reflitam sobre os significados das palavras:
Preconceito: Ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem maior
conhecimento, ponderação ou razão; intolerância.
Diversidade: Tratamento pior ou injusto dado a alguém por causa de
características pessoais, preconceito, intolerância. Ato ou atitude que quebra o
princípio de igualdade, como distinção, exclusão, restrição ou preferência,
motivada por raça, cor, sexo, idade, credo religioso, convicções políticas entre
outras.
Racismo: É uma ideologia que justifica a organização desigual da sociedade, ao
afirmar que grupos raciais ou étnicos são inferiores ou superiores, em vez de
considerá-los simplesmente diferentes. Ele opera pela atribuição de sentidos
pejorativos a características peculiares a determinados padrões da diversidade
humana e significados sociais negativos aos grupos que os detêm. Não se trata
de uma opinião pessoal porque as ideias preconceituosas e as atitudes racistas e
discriminatórias são mantidas por gerações e, em cada tempo e lugar, elas se
manifestam de um modo, por meio de piadas, da apresentação de personagens
negros e índios nos filmes, novelas, desenhos, propagandas etc.
Discriminação: Ação de discriminar, tratar diferente, anular, de tornar
invisível, excluir, marginalizar.
Deficiência: É o substantivo atribuído a toda a perda ou anormalidade de uma
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Refere-se portanto, à
biologia do ser humano, embargando com isto dificuldade a vários níveis: de
locomoção, percepção,pensamento ou relação social.
Homofobia: É um termo utilizado para identificar o ódio, aversão, a discriminação
e sobretudo a violência em relação aos homossexuais. Em sentido amplo,
engloba gays, lésbicas, travestis e transexuais. Mas também se utilizam as
palavras lesbofobia em relação às mulheres que se relacionam afetiva e
sexualmente com outras mulheres, e transfobia, para se referir a discriminação
em relação aos(às) transexuais e travestis.
6 FINALIZAÇÃO
Encerramento no salão nobre do Colégio Estadual Rui Barbosa, com a
presença do orientador do projeto, diretor, vice-diretor, pedagogas da instituição,
representantes do PDE e da Educação Especial do NRE, diretora da Escola de
Educação Especial Maria de Nazaré, professora da disciplina de português e os
demais participantes do projeto.
Será disponibilizado aos presentes um guia de leitura, contendo as
atividades desenvolvidas durante o projeto de intervenção didático-pedagógico.
APRESENTAÇÃO TEATRAL COM MÚSICA- Será criado uma peça para o
encerramento da implementação com as três turmas juntas.
DANÇA: CAPOEIRA e DANÇA DE RUA pelos alunos da Escola de Educação
Especial Maria de Nazaré e os demais alunos que quiserem participar.
EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS - Os trabalhos realizados em sala serão
expostos no Salão Nobre do colégio.
MATERIAL PARA O ALUNO E PROFESSOR
Será entregue para o aluno e professor Guia de Leitura, com as atividades
realizadas em sala, com as letras das músicas , sites, sugestões de outras
atividades.
CONTRIBUIÇÔES À COMUNIDADE ACADÊMICA
Aos profissionais que acessarem o SACIR, no sentido de contribuir,
disponibilizo algumas sugestões que não foram usadas por ocasião da
implementação por falta de horários, as quais poderão ser implantadas em suas
aulas.
Sugestões de filmes:
Meu nome é Rádio
O oitavo dia
Mentes brilhantes
A cor púrpura
Se eu fosse você
Acorda Raimundo
Vídeo Educação Inclusiva- Respeite as diferenças, com a música Vamos construir
4:49
Para o trabalho com as questões de gênero e diversidade foram escolhidos
livros de literatura infantil que tratam desses e outros assunto das mais diversas
formas.
Faca sem ponta galinha sem pé, de Ruth Rocha
Menino brinca de boneca?, de Marcos Ribeiro
O menino que brincava de ser, de Georgina Martins
Vídeos construídos a partir dos livros, elaborados com o objetivo de auxiliar no
trabalho pedagógico:
Um estranho no galinheiro – Editôra Ciranda Cultural,de Brita Granström
Diversidade da Tatiana Belinky. A música é Shimbalaiê, de Maria Gadu.
O cabelo de Lelê, de Valéria Belém
As Tranças de Bintou vídeo Np YOU TUBE 7:56 min.
O menino Nito, de Sonia Rosa. Editôra Pallas 16 p. ilustrado por Victor Tavares
Livros de autores inclusivistas:
Claúdia Werneck
Jairo de Paula
Romeu kasumi Sassaki
Rosita Égler Carvalho
Maria Tereza Mantoan
Site do Quis-textes WWW.atividadeseducativas >criar caça-palavras,quebra-
cabeça, entre outras atividades.
REFERÊNCIAS
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