Universidade Tecnológica Federal do Paraná ‐ UTFPR
Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia ‐ PPGECT
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178‐6135
Artigo número: 149
Ficçãoourealidade:umaperspectivadofuturodonossoplanetanavisãoinfantil
Ana Paula Ott
Manuela Candéo
Resumo
O presente artigo faz uma análise do pensamento de quinze crianças entre 8 e 9 anos sobre a perspectiva de futuro em relação ao meio ambiente, utilizando
como ferramenta o filme da Disney Wall‐E. A ficção foi utilizada para identificar se a consciência ambiental e social pode ser estimulada a partir de uma obra infantil trazendo reflexões sobre o futuro do planeta, como também realizar um levantamento das perspectivas e levantar reflexões sobre o que poderá acontecer se não preservarmos o meio ambiente. Após assistirem ao filme as crianças realizaram uma redação com duas perguntas chave: “O que eu posso fazer para que o nosso planeta não se torne como o planeta Terra do filme?” e “O que eu quero para o futuro da sociedade?”. Os textos foram analisados e observou‐se uma preocupação não só com o futuro ambiental como também o social.
Palavras‐chave: crianças; filme; meio ambiente.
Abstract
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Artigo número: 149
Fiction or reality: a perspective on the future of our planet in children's
vision
This article analyzes the thought of fifteen children between 8 and 9 years on the future perspective in relation to the environment, using tools like the Disney movie Wall‐E. The fiction was used to identify whether the social and environmental awareness can be nurtured from a child labor brings reflections on the future of the planet, but also to survey the prospects and raise thoughts about what might happen if we do not preserve the environment . After watching the film the children underwent an essay with two key questions: "What can I do to make our planet does not become like the planet Earth in the movie?" And "What I want for the future of society?". The texts were analyzed and there was a concern not only the future but also the social environment.
Keywords: children; movie; environmental.
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Introdução
Por muitos anos a sociedade de uma maneira geral não acreditava que os problemas
ambientais fossem de certa forma reais, quando se falava que a água poderia acabar, parecia algo
absurdo, porém atualmente sabemos que esse fato pode ocorrer. Por isso nos últimos anos vem
sendo trabalhado uma conscientização mundial, e nada melhor do que começar a fazer isso com
as crianças.
Educação ambiental deve estar presente no dia a dia das crianças independendo da
idade, quanto mais cedo esse trabalho for realizado maior será a formação de uma consciência
sobre a preservação do meio ambiente.
As crianças são bombardeadas com novas tecnologias a cada momento, então por que
não se aplicar um recurso muito utilizado por elas para falar sobre questões ambientais e sociais.
Em 2008 a Disney lançou o filme Wall – E, um desenho infantil que possui nas entrelinhas
questões sobre o futuro do planeta Terra, a ficção retrata um planeta como depósito de lixos
eletrônicos, e seus habitantes vivem em uma nave espacial, totalmente sedentários e
dependentes da tecnologia.
Como a maioria, para não dizer todas as crianças gostam de desenhos, a utilização dos
mesmos é uma forma interessante de passar uma idéia, dar um ponta pé inicial, levar as crianças
a pensarem sobre a questão ambiental do presente e do futuro.
É necessário o uso de alternativas criativas para despertar o interesse de crianças para as
questões do meio ambiente. Nesse sentido, a utilização de animações é um dos meios que mais
consegue manter estas crianças concentradas e a discussão desse tema passa a ser mais
interessante. Para Bona (2008), o espectador que vivencia uma obra de ficção muitas vezes se
identifica de alguma forma com a mesma, assumindo um papel produtivo.
Como o art. 4 da Lei nº. 9.975/99 de Política Nacional de Educação Ambiental Brasileira
nos dá subsídios legais para o trabalho com a educação ambiental, direcionando para a utilização
de recursos que façam com o educando indiferente de sua idade consiga mediante ao auxilio do
educador pensar, criticar e criar situações para sua compreensão diante dos problemas que os
são apresentados.
A motivação para introduzir o assunto precisa de algo que possa ser trabalhado de
uma forma pedagógica mais ampla e crítica, utilizando‐se de recursos que pertencem ao dia a dia
dos educandos.
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Ficção ou realidade: uma perspectiva do futuro do nosso planeta na visão infantil
pretende fazer um levantamento sobre a perspectiva da sociedade no futuro e criar uma reflexão
sobre o que pode acontecer como o planeta se não o preservarmos.
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FicçãoeMeioAmbiente�
É notável que a partir do século XX houve uma explosão da tecnologia, e é de suma
importância saber como aproveitar essa tecnologia, principalmente no ramo de ensino onde a
utilização de meios tecnológicos facilita o aprendizado principalmente pela fácil aceitação dos
alunos pela novidade. O uso de filmes, por exemplo, faz com que os alunos tenham uma fixação
maior do conteúdo a ser explorado, tem forte poder motivador, e constitui uma as mais fortes
fontes de incentivo a participação em sala de aula, pois estimulam a imaginação e a capacidade
de abstração do educando, economizam tempo de explicação, porém é necessário que o
educador saiba a importância de sua participação nesse processo, contribuindo e acrescentando
em toda a etapa da aula, com comentários construtivos e ligando o vídeo ao conteúdo. Segundo
Modro (2005), o uso de filme em aula trata‐se de um recurso atrativo, agradável e se bem
aplicado irá render frutos positivos no processo de aprendizagem.
Segundo dado divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura ‐ UNESCO (1987), a fixação do aprendido é uma regra 30% para o que se ouve 40%
para o que se vê; 50% para o que se vê e se ouve; 70% para o que se faz, ou seja, aquilo de que se
participa diretamente.
A utilização do filme explora basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as
situações, personagens, cenários, cores e relações com a realidade. Desenvolve uma percepção
mais fácil da realidade, com situações que o personagem vive comparadas com a realidade,
basicamente no filme a criança poderá perceber se é esta a relação que ela quer ter com o
mundo, se essa a sua perspectiva de um futuro. Para Bona1 (2008):
“O cinema pode ser útil no processo de ensino e a aprendizagem por causa das
imagens mentais que são criadas durante a projeção do filme. Essas imagens
estão associadas a uma estrutura formal que o ser humano já possui
interiorizada e é associada a um objeto”.
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Para Lazar (1999), a mídia é uma cultura de massa, um instrumento de comunicação que
permite realizar uma comunicação em massa enquanto processo social. A televisão e vídeo
encontraram a fórmula de comunicar‐se com a maioria das pessoas, tanto nas crianças como nos
adultos.
Lazar (1999), a lógica da narrativa não se baseia necessariamente na causalidade, mas na
contigüidade, em colocar um pedaço de imagem ou história que se encaixe com o pensamento da
criança. A sua retórica consegue encontrar fórmulas que se adaptam perfeitamente à
sensibilidade da criança.
A utilização de uma linguagem de fácil entendimento e o uso de cenas interativas e que
chama a atenção faz com que a criança desenvolva uma maior concentração.
Trabalhar com filmes em sala de aula pode ser extremamente gratificante, pois
invariavelmente os resultados alcançados podem superam as expectativas. Porém é necessário
que seja planejado detalhadamente cada passo dessa atividade.
Lazar (1999), a transmissão de conhecimento cognitivo é assegurada pela escola, e a
televisão intervém na transmissão do conhecimento geral. As crianças se interessam por filmes
que possuam heróis que sejam carismáticos, e esse interesse constitui fatores de suma
importância no processo de socialização, a partir das ações e valores que esses heróis passam.
Ainda Lazar (1999), nos coloca que a interação que socializa a criança com a televisão traz a
interiorização de um sistema de referência, com modelos de referências fortes, como a criança
tem na televisão uma fonte de prazer, é também verdade que nela busquem repostas para
perguntas que torneiam o nosso mundo.
Podemos perceber que o desenho animado Wall‐E é uma excelente história para ser
transmitida para crianças na questão ambiental a sinopse do filme diz o seguinte: Após entulhar a
Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a
viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs
sendo deixados para limpar o planeta. Wall‐E é o último destes robôs, que se mantém em
funcionamento graças ao autoconserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo
existente no planeta, que forma torres maiores que arranha‐céus, e colecionar objetos curiosos
que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz
um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso Wall‐E logo se apaixona pela recém‐chegada.
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Com o uso desta história podemos trabalhar com a criança questões ambientais, e fazer
com que ela reflita se o planeta mostrado no filme é o planeta que ela gostaria de viver e o que é
preciso fazer para que essa história não saia do filme e passe a se tornar realidade.
Segundo Philippi Jr., et al (2004), o homem que habita o planeta Terra é urbanista, vive
em aglomerações urbanas cada vez maiores, o que vai demandar grandes quantidades de
recursos ambientais o que gera na mesma proporção e velocidade quantidade enormes de
resíduos. Resíduos que o planeta está começando a não suportar pelo aceleramento populacional
e tecnologias produzidas sem espaço de tempo e sem estudos sobre o que fazer no momento de
seu descarte.
Existe a necessidade de compreender os desafios do século XXI, compreensão das inter –
relações sociais nas áreas urbanas (PHILIPPI, JR. et. al, 2004). O que é atualmente necessário o
início dessa compreensão ainda na infância, na construção e formação do caráter, tanto no seio
familiar como também no âmbito escolar, que precisa ser mais efetivo e que possui maiores
recursos e diversidade social para trabalhar assunto com mais detalhes, um desenvolvimento
contínuo.
As representações sociais estão presentes em nosso cotidiano e são continuamente
representados na mídia, os fenômenos atuantes na sociedade, são produzidos pelos indivíduos e
sempre mostram a marca do meio às quais pertencem (PONTUSCHKA; CONTIN et al, 2006). O que
leva a considerar que a mídia infantil retrata a sociedade de uma forma mais lúdica com seus
problemas, desigualdades e também com ilusão de que tudo é algo mágico e com um piscar de
olhos pode ser modificado.
Para Pelecioni in Philippi Jr. (2004), o desenvolvimento é algo contínuo, e mais intenso na
infância, o que não quer dizer que o adulto não possa ser educado. Nas várias fases a vida é
importante desperta a curiosidade para que leve o ser humano a querer sempre aprender e agir
em função do que acredite. Desperta a curiosidade a partir de recursos acessíveis e o levem a
pensar e criticar o que acontece a sua volta é algo que pode ser feito a partir de uma simples
ficção infantil. Como o caso de utilizar o filme Wall‐E.
A Política Nacional de Educação Ambiental Brasileira, Lei n°. 9.795/99, no art. 4 coloca
como princípios básicos (PELICIONE, 2004):
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1 Rafael José Bona, A Educação Ambiental no filme dos Trapalhões. Universidade do Vale do Itajaí
– Santa Catarina.
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II – a concepção de meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
III – o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,
multi e transdisciplinaridade;
IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII – a abordagem articulada das questões ambientais, locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural.
O educador se torna um mediador e criador de condições para a educação
ambiental, levando ao educando a utilizar‐se dessas ferramentas para tornar‐se crítico do que
está ocorrendo a sua volta.
É preciso fazer com que as crianças assim com os adultos compreendam que os padrões
atuais de desenvolvimento apresentam sérios riscos para ecossistema global. As injunções da
pobreza forçam os pobres a viver dos recursos da terra e de seu meio ambiente. Por outro lado, o
desejo insaciável de ter cada vez mais conforto e bem material por parte dos economistas
afluentes conduz também, a graves tensões sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que os
padrões de consumo dos pobres são insustentáveis quanto ao uso da terra e causam a
degradação dos bens comuns a todos em suas aldeias, os padrões de consumo dos ricos são
insustentáveis quanto ao uso de recursos não renováveis, deterioração dos bens de comuns
globais tanto quanto a pressão sobre os recursos da Terra. Juntos sobrecarregam a capacidade de
suporte da Terra, no presente e no futuro. É grande demais o numero de pessoas que padece de
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pobreza e privação. O sofrimento dos pobres não pode ser aliviado sem o desenvolvimento
econômico. Este precisa ser um desenvolvimento sustentável, no qual o crescimento dos bens
necessários á melhoria da qualidade de vida da humanidade não seja restringida pelos males
causados ao meio ambiente ou pela disponibilidade dos recursos necessários.
Metodologia
O trabalho foi realizado com quinze crianças com a faixa etária de 8 a 9 anos de idade, em
uma escola particular de educação infantil e ensino fundamental, situada na região do bairro São
José da cidade de Ponta Grossa – Paraná.
Durante uma semana foi realizado encontros com conversas informais e mini‐palestras
onde foram discutidos os problemas ambientais e sociais que ocorrem no planeta. No terceiro dia
os alunos assistiram ao filme Wall‐E da Disney.
Após o filme os alunos responderam na forma de texto a seguinte frase: “O que posso
fazer para que o nosso planeta não se torne como o planeta Terra do filme? ’’ e “O que eu quero
para o futuro da sociedade?’’. Os alunos tiveram dois dias para responder.
Os textos foram recolhidos para levantamento e análises das suas respectivas respostas.
ResultadoseDiscussões
Das quinze crianças que participaram da pesquisa, todas responderam na primeira
pergunta, “O que posso fazer para que nosso planeta não se torne como o planeta Terra do
filme?”, que devemos cuidar da limpeza das ruas, reciclarem os materiais, não gastar os recursos
naturais, preservara natureza, os animais. O que foi notado em todas as respostas uma
preocupação coletiva entre crianças da mesma faixa etária que ao assistirem um mesmo filme
chegaram a uma resposta comum, demonstrando uma preocupação com o planeta.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, no que diz respeito ao Meio
Ambiente, no que se refere à área ambiental, há muitas informações, valores e procedimentos
que são transmitidos à criança pelo que se faz e se diz em casa, o rádio, TV, os meios de
comunicação constituem a grande fonte de informação que a maioria das crianças sobre o meio
ambiente. O que foi percebido nas respostas das crianças, a influencia dessas fontes.
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A segunda pergunta que se referia a “O que eu quero para o futuro da sociedade?”, teve
respostas semelhantes como, paz, que haja menos poluição, igualdade social. Como por exemplo,
as respostas das crianças:
Aluno um, com 8 anos:
Aluno dois, com 9 anos:
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Aluno três, com 8 anos:
As respostas mostraram a preocupação com o futuro, não só referente às questões
relacionadas com a natureza, mais também com o social. A aliança entre meio ambiente e
cidadania.
Para Modro (2005), utilização de recursos complementares às aulas como os filmes
comerciais, se bem utilizados rende ótimos resultados quanto ao processo de aprendizagem. Algo
que foi notado durante e pós‐exibição da ficção, pois ocorreu um maior envolvimento das
crianças com as questões ambientais, uma preocupação em cuidar, preservar, e querer um
ambiente melhor para viver, como nos relatos acima citados.
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As respostas demonstraram o envolvimento e a preocupação com o tema, o que mostra
como a utilização de recursos visuais, auxilia no processo de ensino‐aprendizagem de forma mais
significativa.
Na utilização de Wall‐E para trabalhar questões ambientais, houve a construção da ponte
ficção e realidade, como é observado nos textos abaixo:
Aluna quatro, com 9 anos:
Aluno cinco, com 8 anos:
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As respostas propõem ações para um futuro melhor, desejo de uma sociedade sem
desigualdades. Ações que na visão infantil serão fáceis de realizar. Uma educação ambiental que
pode ser chamada como uma educação para o futuro. Morin (2007) coloca que cabe aos
educadores garantirem para as futuras gerações uma educação para o futuro com mais belezas,
consciência e que o caminho pode ser árduo, com muitas incertezas e desafios para todos.
Conclusão
Podemos concluir que as crianças da faixa etária entre 8 e 9 anos que assistiram ao filme
da Disney Wall‐e desenvolveram uma preocupação maior com o meio ambiente, e com isso
passaram a desejar um futuro melhor para sociedade, este pensamento de cuidado com o meio
ambiente que é transmitido para as crianças através de filmes, desenhos, comerciais, professores
e pais é de suma importância , pois quanto mais cedo for despertado o conhecimento, e a
responsabilidade social com o meio ambiente, melhor poderá ser o futuro da humanidade. A
perspectiva dos alunos está voltada para um mundo de igualdades sociais, ambiente sem
desmatamento, poluição de rios, mares, preservação da vida. A reflexão levantada sobre o
presente e futuro do planeta é que se não houver uma união em ações efetivas ao meio
ambiente, ele simplesmente desaparecerá.
Conclui‐se que a exibição de filmes infantis que demonstram ou apresentam uma
preocupação com o meio ambiente ou uma imaginação de como será o futuro do planeta se não
cuidarmos do mesmo, é uma ótima forma de despertar a consciência das crianças, pois com a
passagem do filme as mesmas demonstraram mais atenção, e mais interesse e com isso as aulas
sobre o meio ambiente mostraram mais resultados.
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Ana Paula Ott. Aluna do curso de especialização em Educação Científica e Tecnológica da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa
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