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    PressPalavras em imagens | Carlos Fausto, Carlo Severi

    IntroduoDe imagens e palavras

    Carlos Fausto et Carlo Severi

    Texte intgralNa antropologia, como em outras disciplinas, costuma-seopor o oral ao escrito, uma oposio que, em geral,implica duas ideias subjacentes. Primeiro, a de que possvel definir uma tradio a partir dos meios deexpresso que ela mobiliza a lngua escrita se opondo,assim, palavra enunciada. J a segunda, menos

    recorrente, concerne escrita e a sua histria trata-seda ideia que uma vez surgida a escrita alfabtica, suautilidade de imediato reconhecida, em todos os lugarese circunstncias, de tal modo que a oralidade e outras

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    tcnicas para fixar-se a memria social rapidamentedesaparecem. Em uma srie de trabalhos (Bonhomme eSeveri 2009, Fausto e Severi 2014, Severi 2007), do qualeste livro parte, buscamos mostrar que essa abordagemcostumeira traz uma srie de preconceitos e mesmo

    erros.Embora no de todo desprovida de fundamento, aoposio entre tradio oral e tradio escrita, aindacorrente na antropologia e em um bom nmero dedisciplinas histricas e lingusticas, conduz-nosfrequentemente a algumas armadilhas. A comear pelofato de, ao considerar-se a dimenso oral como mero

    termo oposto escrita, renuncia-se a tematizar suaespecificidade. Da por que tal oposio mostra-seincapaz de bem apreender o modo de existncia efuncionamento de certas tradies ditas orais, em queum certo nmero de grafismos e imagens desempenhamum papel crucial na produo da memria. Ela acabaassim por ocultar o fato de que, entre os dois polos,existe uma srie de situaes intermedirias. Nestas,nem o uso exclusivo da palavra enunciada, nem aquelado signo lingustico dominam. Quando nos damos aotrabalho de reconstruir as vias de transmisso deconhecimentos socialmente compartilhados,descobrimos uma articulao especfica, com finsmnemnicos e expressivos, entre um certo tipo deimagem e certas categorias lingusticas. Em muitos

    casos, essa articulao se realiza por meio de lugares eprticas da memria, os quais preciso identificar edescrever etnograficamente. Nos casos que pudemosanalisar, tais lugares esto intimamente vinculados enunciao e ao ritual. Por isso, voltamo-nosconsistentemente para o estudo de culturas fundadastanto no gesto ritual e na imagem, quanto no exerccio da

    palavra.Nossa investigao se desenvolveu em duas etapas. Aprimeira consistiu em passar de uma concepo

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    saussuriana da linguagem que identifica nacompetncia lingustica (antes de que em sua execuo)o nvel essencial dos fenmenos de comunicao explorao dos atos de fala (Austin 1962). No se trataapenas de privilegiar a fala lngua, mas de tomar

    consistentemente a palavra enquanto ato. Assimconstatamos que o ato verbal no meramenteexecutado em uma interao social, mas pode ser, elemesmo, sua fonte, instrumento ou aquilo que est emquesto. Esse aspecto pragmtico da palavra desde hmuito interessa aos antroplogos. Malinowski (1935) jnotava, em Coral Gardens, que o sentido de uma

    proposio comparvel a um ato eficaz. Desta intuiopoderosa, a antropologia no tirou todas asconsequncias, mesmo que certos autores tenham-naexplorado de modo frtil, como o caso de Tambiah(1968).Para a maior parte dos linguistas, a pragmtica se limitaao estudo de tudo aquilo que, dentro de certo contexto deenunciao, formulado (implcita ou explicitamente)por meio da prpria linguagem. Se a eficcia social dainterao verbal frequentemente evocada, ela acabalargamente subanalisada. Ao longo de nosso percurso,apareceu-nos com clareza que, nesse desencontro entrelingustica e antropologia, o que est em questo aprpria definio do conceito de contexto estritamente limitado aos meios de expresso lingustica

    para uns, ele se alarga necessariamente para incluirdiversas formas de comunicao para outros. Oproblema, portanto, o de imaginar um estilo analticocapaz de incluir os instrumentos tcnicos da anliselingustica e, ao mesmo tempo, ter plenamente em contaos meios no lingusticos de comunicao. Comopodemos articular uma abordagem fundada na

    identificao dos indcios lingusticos de um contextocom outra centrada no estudo das modalidades sociaisde interao? Seria possvel, a partir dessa perspectiva

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    cruzada, renovar nosso olhar sobre a comunicao rituale o tipo de tradio que ela engendra?Foi justamente o que se procurava responder no volumeorganizado por Bonhomme e Severi (2009) sobre osatos de palavra e as palavras em ato. Ali conclua-se

    que, para alm de sua sintaxe e sua semntica, o atoverbal revela um espao de interao onde o lao socialpode emergir do prprio exerccio da linguagem, de talmodo que, no contexto da ao ritual e do tipo dememria social por ela engendrada, toda palavra seriauma palavra em ato.No bojo do projeto do qual este livro parte, buscamos

    explorar os modos de emergncia da agncia de imagensrituais e seu lugar na produo da memria social. Osobjetos rituais seja sob a forma de estatuetas, imagenspintadas ou cantadas foram frequentementeconcebidos como representando os seres (espritos,divindades, ancestrais) convocados ao ritual. De fato, foienquanto representaes icnicas que os antroplogos ehistoriadores da arte habitualmente os estudaram. Noentanto, parece-nos claro que, na cena ritual, na medidaem que esses objetos partilham um determinado camporelacional com outros atores, tomando por vezes apalavra por eles, o objeto substitui o ser representado,convertendo-se em uma presena, ainda que ambgua.

    Vrios dos estudos reunidos neste volume e emLImageRituelle(Fausto e Severi 2014) mostram que o foco sobre

    esse pr-se em ato do artefato no ritual conduz-nos aconsider-los como parte de um sistema de aes erelaes.Da nos parecer to essencial ter-se em conta asdimenses pragmticas e performticas dos artefatos emcontexto ritual. Quando os analisamos do ponto de vistade sua agncia ritual, eles no aparecem mais como

    simples suportes inertes de um simbolismo, masconstituem modos de agir sobre outrem dispositivoscomplexos de mediao investidos de sentidos, valores e

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    intencionalidades especficas. mister, portanto, ir almdos esquemas de ao implicados pelas imagens, demodo a apreender-se uma dinmica prpria ao artefatoritual, por meio dos estudos das relaes implicadas naiconografia. De fato, se os objetos desempenham um

    papel na produo de relaes sociais, no contexto daao ritual que a atribuio e interpretao de suaagncia se realiza plenamente. No estudo da agncia dosobjetos, devemos, pois, esperar a configurao deidentidades complexas, que resultam do prprioestabelecimento de relaes rituais e no simplesmentede uma transferncia de um antropomorfismo

    universal ao mundo dos artefatos, como propuseram,entre outros, Boyer (2001) e Karadimas (2012). De nossaperspectiva, o artefato no aparece como a simplescorporificao de um ser individual, mas como umaimagem complexa de um conjunto de relaes. Parareencontrar os traos dessa memria da ao ritual daqual os artefatos so os portadores, preciso, pois,explorar o campo de subjetividades e agncias possveisdos objetos.Os resultados de nossas pesquisas nos levam, nopresente volume, a esboar um novo conceito de tradioe de memria, fundado no mais sobre os tipos de meiode expresso utilizados, mas sim sobre a relao entre osmeios semiticos mobilizados. Este livro explora talpossibilidade, testando, de um lado, as memoryaffordances de outros sistemas de memria social,ligados a tradies intermedirias entre o uso da lngua ea referncia iconogrfica (Eczet), s formas de uso nopictogrfico da imagem (Cesarino) ou, ainda, ao uso decertos artefatos que desempenharam um papel chave natransformao de certas tradies (Lagrou). Ademais, aspesquisas aqui reunidas problematizam

    etnograficamente a emergncia da escrita, ultrapassandosua histria conjectural, segundo a qual haveria umasimples substituio, necessariamente rpida, de um

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    meio de memria incerto e frgil (tal como a palavraenunciada), por uma tcnica segura e eficaz (tal qual aescrita). Verifica-se, no entanto, que tal relao imprevisvel. Mais do que uma passagem quaseautomtica de um instrumento vacilante a outro

    eficiente, a histria dessas transformaes feita antesde superposies, conflitos, mimetismo ereinterpretaes criativas. Ali onde os historiadoresimaginaram ver o triunfo de uma escrita forte sobre umaoralidade incapaz de estabilizar uma memria social, astradies que aqui vimos estudando nos colocam, aoinverso, diante de palavras durveis e escritas frgeis.

    O artigo de Hugh-Jones que versa sobre os povos dosistema intertnico do Alto Rio Negro, na AmazniaBrasileira, um claro exemplo dessa complexa relaoentre formas de inscrio (escritas no plural),oralidade e memria, expandindo o universo do que secostuma chamar de uma iconografia. Pois aqui no setrata apenas de signos grficos como os famosospetroglifos da regio ou a pintura das antigas malocas ouainda os padres grficos da cestaria mas incluitambm uma srie de elementos naturais de umapaisagem mtica, na qual os ancestrais escreveram comseus prprios corpos as caractersticas do ambiente(Andrello 2012). Neste caso, a topografia uma escritafeita de presenas, a qual se articula com um conjunto deexpresses orais: narrativas, benzimentos, cantos,

    msica instrumental. Imagem e palavras, inscritas eproferidas formam uma rede que produz no apenasuma memria social, como tambm um nexo existenciale de sentido, que extravasa o universo ritual, ainda queseja nele que ganhe sua mxima potncia eexpressividade. O artigo acompanha ainda atransformao dessa tradio, duramente afetada pela

    missionarizao no sculo XX, em uma nova tradio,agora escrita em livros, que aparece e se multiplica nasltimas duas dcadas na esteira dos projetos de educao

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    bicultural e preservao da cultura. Qual a relao entreessa intensa produo em escrita alfabtica e as formasde inscrio antes predominantes? Como soapropriados esses livros e qual sua interao com aoralidade?

    O caso etnogrfico descrito por Cesarino guarda outraslies e sobretudo questes para pensarmos osrecentes processos de inveno de novas formas deinscrio e de novas relaes entre palavras e imagens nocontexto amerndio. Cesarino apresenta um fascinanteestudo sobre a iconografia hoje produzida por xamsmarubo para ilustrar seu conhecimento do cosmos e da

    mitologia, o qual enunciado em cantos teraputicos. OsMarubo so um povo de lngua pano da Amazniabrasileira, justamente famosos, junto com outros povospano, pela sofisticada tradio de cantos xamnicos nosquais se utiliza uma lngua repleta de metforas emetonmias (Townsley 1993, Lagrou 2007). Cesarinoanalisa uma coleo de desenhos produzidos em corsobre papel no qual xams inscrevem o universo virtualque povoa seus transes e que aqui ganham uma novaconcretude, desta feita visual e no apenas oral como noscantos. Que tipo de produo esta? Qual sua relao emtermos formais e de contedo com a enunciao oral?Como articulam-se as frmulas poticas e as estruturasnarrativas caractersticas dos atos de palavra com estanova produo visual?

    O artigo de Kulijaman & Dlage , ele mesmo, o produtodestas novas circunstncias: do encontro entre tradiesde inscrio amerndias e de inscrio ocidentais ouainda, um reencontro, por assim dizer, para alm dasformas coloniais que fizeram da escrita alfabtica e doLivro, agentes privilegiados de poder e submisso.

    Aqui a experincia mais radical, pois se trata de um

    artigo em que representantes de ambas as tradiesocupam o papel autoral em um processo que Dlagedescreve (aqui a sua voz) como uma dupla operao

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    de traduo transfronteiria e de enxerto literrio, que seinspira ao mesmo tempo em um modelo escrito e umatradio oral da qual Mataliwa um dos depositrioscontemporneos. Na pena de Kulijaman vemos emergirno apenas a transposio do oral ao escrito (da

    narrativa mtica ao texto escrito), como tambm dosmotivos grficos wayana ao desenho ilustrativo. OsWayana so um povo de lngua caribe situado na regiodo escudo das Guianas, cuja rica tradio iconogrfica foi

    brilhantemente estudada por Van Vellthem (2003).Neste texto, ela reaparece em uma nova combinaoentre palavras e imagens, fazendo deste livro, tambm

    ele, uma nova forma de inscrio no universo indgena.O livro se move entre imagens e palavras, inscritas eenunciadas, em outros contextos tambm, como no casoda chamada literatura de cordel, uma tradio poticapopular do nordeste brasileiro, que se literatura tambm oralidade e imagem. Em seu texto, Gonalvesmostra a interdependncia entre palavra falada e escrita,assim como entre palavras e imagens no universo docordel, apontando para uma dinmica muito maiscomplexa do que aquela que ope a escrita alfabtica enunciao verbal. Aqui as formas de inscrio, imagens-palavras, tambm podem estar associadas prticaenunciativa do repente verdadeiras batalhas orais, aomesmo tempo improvisadas e estereotipadas. Lida eouvida, a palavra versificada do cordel est ligada a uma

    iconografia produzida por meio de xilogravura, quecompe, em seu conjunto, uma certa imagem douniverso mtico e cotidiano do serto nordestino.

    As formas indgenas de inscrio, como vimos comHugh-Jones, vo muito alm do grafismo e se aplicam paisagem tambm, a uma cartografia do ambiente. ComCesarino, vimos tambm que a nova iconografia dos

    xams marubo transfere do virtual ao real um mundocomposto de singularidades mltiplas, de corpos feitosde duplos de outros corpos. Lagrou, por sua vez,

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    investiga o carter artefatual da fabricao corporalamerndia a partir de um elemento exgeno, rpida eavidamente consumido pelos ndios: a mianga. Partindode seu estudo sobre os Kaxinaw, povo pano da

    Amaznia ocidental, Lagrou traa de modo comparativo

    o lugar ocupado pelas contas na dinmica entreexterioridade e interioridade, fundamental para aconstituio de pessoas no mundo amerndio. Aquinarrativas mticas, cantos rituais e artefatos seentrelaam em torno das miangas, que por seu brilho,durabilidade e cor apareceram aos ndios como belos eeficazes, et pour cause, muitas vezes, perigosos.

    Por fim, o livro faz uma incurso para fora das Amricas,em direo frica, assim como ocorria com o seuvolume-irmo,LImage Rituelle. Mas se l tratava-se darelao entre imagem e msica em um contexto bantu,aqui deslocamo-nos para a frica Oriental, para os Mursida Etipia. E, neste caso, encontramos um material deuma riqueza e uma complexidade extraordinrias, emque a relao entre nome prprio e cor levada ltimapotncia. A ncora do sistema , por assim dizer, umnmero restrito de cores-padres reconhecidos napelagem das vacas. Estes termos-ncora permitem noapenas classificar o mundo, mas geram uma infinidadede nomes prprios, em uma intricada relao entrepercepo visual e produo nominal. Aqui palavras eimagens danam entre a mxima abstrao (as cores-

    padres) e a mxima concretude (os nomes que soprprios de relaes singulares e no de pessoas). Eczetmostra-nos como funciona este sistema, capaz de deixar

    boquiaberto e ctico algum no habituado diversidadehumana e suas mil e uma combinaes entre palavras,imagens e escritas.

    Antes de encerrar a introduo, gostaramos de lembrar

    que este livro o resultado de uma intensa colaboraoestabelecida por meio de um projeto coordenado peloseditores e que reuniu pesquisadores brasileiros e

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    Auteurs

    Carlos Fausto

    Professor do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio deJaneiro e pesquisador do CNPq

    Carlo Severi

    Professeur - cole des Hautes tudes en Sciences Sociales Membredu Laboratoire dAnthropologie Sociale

    OpenEdition Press, 2016

    Conditions dutilisation : http://www.openedition.org/6540

    Rfrence lectronique du chapitre

    FAUSTO, Carlos SEVERI, Carlo. Introduo : De imagens epalavras In : Palavras em imagens : Escritas, corpos e memrias

    franceses, no quadro de um acordo de cooperao Capes-Cofecub (2007-2010) e do Programa Saint-Hilaire (2011-2012). Ele precedido pela publicao de outro volume,intitulado LImage Rituelle, que est intimamente

    vinculado s discusses deste livro, embora sejam

    produtos autnomos.A pesquisa coletiva beneficiou-se do apoio do projetoANR Art, Cration, Mmoire, dirigido por Carlo Severino seio do Laboratrio de Antropologia Social (LAS -Collge de France, CNRS e EHESS) e de projetoscoordenados por Carlos Fausto com recursos da Faperj edo CNPq. Gostaramos de agradecer a todos os

    financiadores, ao Groupe de recherche internationalAnthropologie de lart do Muse du Quai Branly, aoDepartamento de Pesquisa do mesmo museu que nosdeu todo apoio logstico, ao LAS por patrocinar ocolquio no qual se iniciou a produo destes livros, e,finalmente, ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e aoInstituto de Filosofia e Cincias Sociais (IFCS-UFRJ),que sediaram, no Brasil, nossos trabalhos.

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    [en ligne]. Marseille : OpenEdition Press, 2016 (gnr le 08 mars2016). Disponible sur Internet :. ISBN : 9782821855779.DOI : 10.4000/books.oep.754.

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    FAUSTO, Carlos (dir.) SEVERI, Carlo (dir.). Palavras emimagens : Escritas, corpos e memrias.Nouvelle dition [en ligne].Marseille : OpenEdition Press, 2016 (gnr le 08 mars 2016).Disponible sur Internet : .ISBN : 9782821855779. DOI : 10.4000/books.oep.754.Compatible avec Zotero